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PROGRAMA DE MATEMÁTICA

PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma porção
5.1. LINGUAGEM BÁSICA DE CONJUNTOS: de livros são todos exemplos de conjuntos.
PERTINÊNCIA, INCLUSÃO, REUNIÃO, Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm elementos.
IGUALDADE E INTERSEÇÃO. Um elemento de um conjunto pode ser uma banana, um peixe ou
um livro. Convém frisar que um conjunto pode ele mesmo ser ele-
mento de algum outro conjunto.
Por exemplo, uma reta é um conjunto de pontos; um feixe de
Número de Elementos da União e da Intersecção de retas é um conjunto onde cada elemento (reta) é também conjunto
Conjuntos (de pontos).
Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras maiúsculas A,
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo, B, C, ..., X, e os elementos pelas letras minúsculas a, b, c, ..., x, y,
podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de ..., embora não exista essa obrigatoriedade.
elementos. Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados por le-
tras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de pontos) por letras
minúsculas.
Outro conceito fundamental é o de relação de pertinência que
nos dá um relacionamento entre um elemento e um conjunto.

Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos x ∊ A


Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.

Se x não é um elemento de um conjunto A, escreveremos x ∉ A


Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B)
Como representar um conjunto
Note que ao subtrairmos os elementos comuns (n(A ∩ B))
evitamos que eles sejam contados duas vezes. Pela designação de seus elementos: Escrevemos os elementos
entre chaves, separando os por vírgula.
Observações:
Exemplos
a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um
deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será
verdadeira. - {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3,
b) Podemos ampliar a relação do número de elementos para 6, 7 e 8.
três ou mais conjuntos com a mesma eficiência. {a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, b e m.
{1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1, {2;
3} e {3}.

Pela propriedade de seus elementos: Conhecida uma proprie-


dade P que caracteriza os elementos de um conjunto A, este fica
bem determinado.
P termo “propriedade P que caracteriza os elementos de um
conjunto A” significa que, dado um elemento x qualquer temos:
Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a pro-
priedade P é0 indicado por:
{x, tal que x tem a propriedade P}

n(A ∪ B ∪ C) = n(A) + n(B) + n(C) - n(A ∩ B) - Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou ainda
- N(A ∩ C) - n(B ∩ C) + N(A ∩ B ∩ C) :, podemos indicar o mesmo conjunto por:
{x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda,
Observe o diagrama e comprove. {x : x tem a propriedade P}

Conjuntos Exemplos
Conjuntos Primitivos - { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u}
- {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que
Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são primiti-
{0, 1, 2, 3}
vos, ou seja, não são definidos.
- {x : x em um número inteiro e x2 = x } é o mesmo que {0, 1}

Didatismo e Conhecimento 1
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Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-Euler con- Simbolicamente
siste em representar o conjunto através de um “círculo” de tal for- x∊A ⇔{x}⊂A
ma que seus elementos e somente eles estejam no “círculo”. x∉A ⇔{x}⊄A

Exemplos Igualdade
- Se A = {a, e, i, o, u} então
Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e
indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B é
também subconjunto de A.
Simbolicamente: A = B ⇔A⊂B e B⊂A
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale, se-
gundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B ⊂ A.
Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e somente
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A ≠ B
se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é subconjunto
de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔A⊄ B ou B⊄A

Exemplos

- {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto nos


Conjunto Vazio mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve ser
levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto fica de-
Conjunto vazio é aquele que não possui elementos. Represen- terminado pelos elementos que o mesmo possui e não pela ordem
ta-se pela letra do alfabeto norueguês ∅ ou, simplesmente { }. em que esses elementos são descritos.
Simbolicamente: ∀x, x ∉ ∅ - {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} ⊂ {2,4} e {2,4} ⊂
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é desne-
Exemplos cessária.
- {a,a} = {a}
- ∅ = {x : x é um número inteiro e 3x = 1} - {a,b = {a} ⇔ a= b
- ∅ = {x | x é um número natural e 3 – x = 4} - {1,2} = {x,y} ⇔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1)
- ∅ = {x | x ≠ x}
Conjunto das partes
Subconjunto
Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto
Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é também formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo con-
elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B ou A é a junto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes) de A e
parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos por A ⊂ B. é indicado por P(A).
Simbolicamente: A⊂B ⇔ (∀x)(x ∈∀ ⇒ x ∊ B) Simbolicamente: P(A)={X | X ⊂A} ou X⊂P(A) ⇔ X⊂A

Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto de B ou Exemplos


A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B.
Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo menos, um a) = {2, 4, 6}
elemento de A que não é elemento de B. P(A) = {∅, {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ (∃x)(x∈A e x∉B)
b) = {3,5}
Exemplos P(B) = {∅, {3}, {5}, B}

- {2 . 4} ⊂ {2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4} c) = {8}


- {2, 3, 4} ⊄ {2, 4}, pois 3 ∉ {2, 4} P(C) = {∅, C}
- {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∊ {5, 6} e 6 ∈ {5, 6}
d) = ∅
Inclusão e pertinência P(D) = {∅}

A definição de subconjunto estabelece um relacionamento en- Propriedades


tre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão (⊂).
A relação de pertinência (∊) estabelece um relacionamento en- Seja A um conjunto qualquer e ∅ o conjunto vazio. Valem as
tre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da relação seguintes propriedades
de inclusão.

Didatismo e Conhecimento 2
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≠()  ∉  ⊂  ∊ {}


 ⊂ A ⇔  ∊ P(A) A ⊂ A ⇔ A ∊ P(A)

Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e, por-


tanto, P(A) possui 2n elementos.
O conjunto A – B é também chamado de conjunto comple-
União de conjuntos mentar de B em relação a A, representado por CAB.
Simbolicamente: CAB = A - B{X | X ∊ A e X ∉ B}
A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto forma-
do por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Representa- Exemplos
-se por A ∪ B.
Simbolicamente: A∪B = {X | X ∈ A ou X ∈ B} - A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ

- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}

- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5}
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Exemplos
Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito de
- {2,3}∪{4,5,6}={2,3,4,5,6} completar de B em relação a A somente nos casos em que B ⊂ A.
- {2,3,4}∪{3,4,5}={2,3,4,5}
- Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto complementar de
- {2,3}∪{1,2,3,4}={1,2,3,4}
B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A ⇔ B = A – B = CAB`
- {a,b} ∪  {a,b}

Intersecção de conjuntos

A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por


todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B.
Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {X | X ∊ A
ou X ∊ B}

Exemplos

Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:


a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6}
Exemplos b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2}
c) C =  ⇒ C = S
- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3} Número de elementos de um conjunto
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3}
- {2,4} ∩ {3,5,7}=  Sendo X um conjunto com um número finito de elementos,
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda,
Observação: Se A ∩ B= , dizemos que A e B são conjuntos A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos
disjuntos. temos:
n(A∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
A∩B=  ⇒n(A∪B)=n(A)+n(B)
n(A -B)=n(A)-n(A∩B)
B⊂A⇒n(A-B)=n(A)-n(B)

Exercícios
Subtração
1. Assinale a alternativa a Falsa:
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado por a)  ⊂ {3}
todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a B. Repre- b) (3) ⊂ {3}
senta-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X ∊ A e X ∉ B} c)  ∉ {3}

Didatismo e Conhecimento 3
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d) 3 ∊ {3} 2) Solução:
e) 3 = {3} a) Verdadeira, pois 2 é elemento de A.
b) Falsa, pois {2} não é elemento de A.
2. Seja o conjunto A = {1, 2, 3, {3}, {4}, {2, 5}}. Classifique c) Verdadeira, pois 3 é elemento de A.
as afirmações em verdadeiras (V) ou falsas (F). d) Verdadeira, pois {3} é elemento de A.
a) 2 ∊ A e) Falsa, pois 4 não é elemento de A.
b) (2) ∊ A
c) 3 ∊ A 3) Resposta “32”.
d) (3) ∊ A Solução: Lembrando que: “Se A possui k elementos, então
e) 4 ∊ A A possui 2k subconjuntos”, concluímos que o conjunto A, de 5
elementos, tem 25 = 32 subconjuntos.
3. Um conjunto A possui 5 elementos . Quantos subconjuntos
(partes) possuem o conjunto A? 4) Resposta “10”.
Solução: Se k é o número de elementos do conjunto A, então
4. Sabendo-se que um conjunto A possui 1024 subconjuntos, 2k é o número de subconjuntos de A.
quantos elementos possui o conjunto A? Assim sendo: 2k=1024 ⇔ 2k=210 ⇔ k=10.

5. 12 - Dados os conjuntos A = {1; 3; 4; 6}, B = {3; 4 ; 5; 7} e 5) Solução: Representando os conjuntos A, B e C através do


C = {4; 5; 6; 8 } pede-se: diagrama de Venn-Euler, temos:
a) A ∪ B
b) A ∩ B a)
c) A ∪ C
d) A ∩ C

6. Considere os conjuntos: S = {1,2,3,4,5} e A={2,4}. Deter-


mine o conjunto X de tal forma que: X∩A=  e X∪A = S.

7. Seja A e X conjuntos. Sabendo-se que A⊂X e


A∪X={2,3,4}, determine o conjunto X. A∪B={1,3,4,5,6,7}

8. Dados três conjuntos finitos A, B e C, determinar o número b)


de elementos de A ∩ (B∪C), sabendo-se:
a) A∩B tem 29 elementos
b) A∩C tem 10 elementos
c) A∩B tem 7 elementos.

9. Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças ruivas,


13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergunta-se
a) quantas crianças existem na escola? A∩B={3,4}
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas?
c)
10. USP-SP - Depois de n dias de férias, um estudante observa que:
- Choveu 7 vezes, de manhã ou à tarde;
- Quando chove de manhã não chove à tarde;
- Houve 5 tardes sem chuva;
- Houve 6 manhãs sem chuva.
Podemos afirmar então que n é igual a:
a)7
b)8 A∪C={1,3,4,5,6,8}
c)9
d)10 d)
e)11

Respostas

1) Resposta “E”.
Solução: A ligação entre elemento e conjunto é estabelecida
pela relação de pertinência (∊) e não pela relação de igualdade (=).
Assim sendo, 3∊{3} e 3≠{3}. De um modo geral, x ≠ {x}, ∀x. A∩C={4,6}

Didatismo e Conhecimento 4
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6) Resposta “X={1;3;5}”. Sejam:
Solução: Como X∩A=  e X∪A=S, então X=A =S-A=CsA
⇒X={1;3;5} A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x
B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9
C o conjunto dos meninos não-ruivos e n(C) = 13
D o conjunto das meninas não-ruivas e n(D) = y
De acordo com o enunciado temos:

n(B∪D) = n(B) + n(D) = 9+ Y = 42 ⇔ y = 23


n(A∪D) = n(A) + n(B) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15

7) Resposta “X = {2;3;4}
Solução: Como A⊂X, então A∪X = X = {2;3;4}. Assim sendo

8) Resposta “A”. a) O número total de crianças da escola é:


Solução: De acordo com o enunciado, temos:
n(A∪B∪D)=n(A) + n(B) + n(C) + n(D)=15 + 9 + 13 + 33=70

b) O número de crianças que são meninas ou são ruivas é:

n[(A∪B)∪(B∪D)]=n(A)+n(B)+n(C)+n(D)=15+9+33=57

10) Resposta “C”.


Solução:
Seja M, o conjunto dos dias que choveu pela manhã e T o
n(A∩B∩C) = 7 conjunto dos dias que choveu à tarde. Chamando de M’ e T’ os
n(A∩B) = a + 7 = 26 ⇒ a = 19 conjuntos complementares de M e T respectivamente, temos:
n(A∩C) = b + 7 = 10 ⇒ b = 3
n(T’) = 5 (cinco tardes sem chuva)
Assim sendo:
n(M’) = 6 (seis manhãs sem chuva)
n(M Ç T) = 0 (pois quando chove pela manhã, não chove à
tarde)
Daí:
n(M È T) = n(M) + n(T) – n(M Ç T)
7 = n(M) + n(T) – 0
Podemos escrever também:
n(M`) + n(T`) = 5 + 6 = 11
e portanto n[A ∩ (B∪C)] = a + 7 + b = 19 + 7 + 3
Logo: n[A ∩ (B∪C)] = 29. Temos então o seguinte sistema:
n(M`) + n(T`) = 11
9) Solução: n(M) + N(T) = 7

Somando membro a membro as duas igualdades, vem:


n(M) + n(M`) + n(T) + n(T`) = 11 + 7 = 18

Observe que n(M) + n(M`) = total dos dias de férias = n


Analogamente, n(T) + n(T`) = total dos dias de férias = n

Portanto, substituindo vem:


n + n = 18
2n = 18
n=9

Logo, foram nove dias de férias, ou seja, n = 9 dias.

Didatismo e Conhecimento 5
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Multiplicação
5.2. OS CONJUNTOS DOS NÚMEROS NA-
TURAIS, INTEIROS, RACIONAIS E REAIS. É a ação de multiplicar. Denomina-se a operação matemática,
5.2.1. OPERAÇÕES DE ADIÇÃO, MULTIPLI- que consiste em repetir um número, chamado multiplicando, tantas
CAÇÃO, SUBTRAÇÃO, DIVISÃO, POTEN- vezes quantas são as unidades de outro, chamado multiplicador,
CIAÇÃO E RADICIAÇÃO. para achar um terceiro número que representa o produto dos dois.
5.2.2. A RETA NUMÉRICA. 5.2.3. PROPRIE- Definindo ainda, multiplicação é a adição de parcelas iguais,
DADES ESPECÍFICAS DE CADA UM DOS onde o produto é o resultado da operação multiplicação; e os
CONJUNTOS: 5.2.3.1. NATURAIS: MÚL- fatores são os números que participam da operação.
TIPLOS E DIVISORES, FATORAÇÃO EM 5. 8 = 40 onde 5 e 8 são os fatores e 40 é o produto.
PRODUTOS DE PRIMOS MÁXIMO DIVISOR
COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM. Divisão
5.2.3.2. INTEIROS: MÚLTIPLOS E DIVISO-
RES. 5.2.3.3. RACIONAIS E REAIS: REPRE- É o ato de dividir ou fragmentar algo. É a operação na
SENTAÇÃO DECIMAL. matemática em que se procura achar quantas vezes um número
contém em outro ou mesmo pode ser definido como parte de um
todo que se dividiu. À divisão dá o nome de operação e o resultado
é chamado de Quociente.
São todos os números inteiros positivos, incluindo o zero. É
representado pela letra maiúscula N. N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 1) A divisão exata:
9, 10,…} O zero corresponde à ausência de unidades. A sucessão Veja: 8: 4 é igual a 2, onde 8 é o dividendo, 2 é o quociente, 4
dos números naturais começa pelo zero e cada número é obtido é o divisor, 0 é o resto.
acrescentando-se uma unidade ao anterior. Não existe o maior A prova do resultado é: 2 x 4 + 0 = 8
número natural, ou seja, a sucessão dos números naturais é infinita.
Se excluirmos o zero teremos um novo conjunto: o conjunto dos 2) A divisão não-exata: Observe este exemplo: 9: 4 é igual a
∗ ∗
números naturais não nulos, que se indica por N . N = {1, 2, 3, resultado 2, com resto 1, onde 9 é dividendo, 4 é o divisor, 2 é o
4, 5...} quociente e 1 é o resto.
Na sucessão de números naturais, dois ou mais números que A prova do resultado é: 2 x 4 + 1 = 9
se seguem são chamados consecutivos. Exemplo: 7 8 e 9 são
números naturais consecutivos. Todo número natural tem um Potenciação
antecessor, com exceção do zero, que é o menor número natural.
Todo número natural tem um sucessor. Ex: O sucessor de 8 é 9; o É uma multiplicação de fatores iguais
antecessor de 19 é 18.
O conjunto formado por 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12... é chamada Exemplo 1:
conjunto dos números naturais pares. O conjunto formado por 1,
3, 5, 7, 9, 11,... é chamada conjunto dos números naturais ímpares.

Operações fundamentais com números naturais

Adição
A primeira operação fundamental na Matemática é a adição.
Base=2
Esta operação nada mais é que o ato de adicionar algo. É reunir
Expoente = 4
todos os valores ou totalidades de algo.  A adição é chamada
Potência = 16 [Resultado da operação]
de operação. A soma dos números chamamos de resultado da
Lê-se: Dois elevado à quarta potência.
operação.
Ex: 10 + 5 = 15
Exemplo 2:
10 e 5 são as parcelas; 15 é a soma ou resultado da operação de
adição. A operação realizada acima se denomina, então, ADIÇÃO.
53 = 5.5.5= 125 (3 fatores iguais)
A adição de dois ou mais números é indicada pelo sinal +.
Base=5
Expoente = 3
Subtração Potência = 125 [Resultado da operação]
A subtração é o ato ou efeito de subtrair algo. É diminuir Lê-se: Cinco elevado à terceira potência.
alguma coisa. O resultado desta operação de subtração denomina-
se diferença ou resto. Potências especiais:
Exemplo: 9 – 5 = 4
Essa igualdade tem como resultado a subtração. 1- O número um elevado a qualquer número é sempre igual
Os números 9 e 5 são os termos da diferença 9-5. Ao número a 1.
9 dá-se o nome de minuendo e 5 é o subtraendo. Ex: 15= 1

Didatismo e Conhecimento 6
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2- Zero elevado a qualquer número é sempre igual a zero. Em termos mais precisos, dado um número natural a
Ex: 06 = 0 denominado radicando e dado um número natural n denominado
índice da raiz, é possível determinar outro número b,
3- Qualquer número (diferente de zero) elevado a zero é denominado  raiz enésima de a, representada pelo símbolo n a ,
sempre igual a 1. tal que b elevado a n seja igual a a.
Ex: 50= 1
Este é o símbolo de raiz ou sinal de raiz ou simplesmente
4- Potências de base 10 é igual a 1 seguido de tantos zeros radical.
quanto estiver indicando no expoente.
Ex: 104= 10000 ( 4 zeros pois o expoente é 4) Ex: 25 = 5 porque 52=5.5=25
3
27 = 3 porque 33= 3.3.3=27
5- Qualquer número elevado a 1 é igual a ele mesmo. 5
32 = 2 porque 25= 2.2.2.2.2=32
Ex: 81= 8
Expressões numéricas
Propriedades da potenciação
Para resolver uma expressão numérica efetuamos as operações
1º) Multiplicação de potências de mesma base. obedecendo a seguinte ordem:
Ex: 1º) Potenciação e radiciação na ordem em que aparecem
35 . 32 . 33 = 310 2º) Multiplicação e divisão na ordem em que aparecem
24 . 2. 23 . 22 . 2 = 211 3º) Adição e subtração na ordem em que aparecem.
Para escrever o produto de potências de mesma base, Há expressões em que aparecem os sinais de associação que
conservamos a base e somamos os expoentes. devem ser eliminados na seguinte ordem:
1º) ( ) parênteses
2º ) Potência de potência. 2º) [ ] colchetes
(22)3 = 22. 22. 22 = 22+2+2= 26 = 64
3º) { } chaves
(22)4 = 22. 22. 22. 22 = 22+2+2+2= 28 = 256
Para escrever a potência elevada a outro expoente, conserva-
Ex: Resolver a expressão:
se a base e multiplicam-se os expoentes.
[(5² - 6.2²). 3 + (13 – 7)²: 3]: 5 =
3º) Divisão de potências de mesma base
= [(25 – 6.4). 3 + 6²: 3]: 5 =
128 : 126 = 128–6 =
= [(25 – 24). 3 + 36: 3]: 5 =
122 25 : 23 = 25-3 = 22
= [1.3 + 12]: 5 =
Para escrever o quociente de potências de mesma base,
conservamos a base e subtraímos os expoentes. = [3 + 12]: 5 =
= 15: 5 = 3
Observação: Quociente significa o resultado de uma divisão.
Números Inteiros
Radiciação
É o conjunto formado pelos números inteiros positivos, zero
Observe os termos da radiciação: e números inteiros negativos. O conjunto Z é uma ampliação do
conjunto N.
Z= {...-3,-2,-1,0,1,2,3...}

Os subconjuntos de Z são:
Z*= {... -3, -2, -1, 1, 2, 3...}
* = excluir o zero do conjunto.
Z+ = {0, 1, 2, 3, 4...}
Onde: Z- = {... -3, -2, -1, 0}
n = representa o termo da radiciação chamado Radical. É o Z*+= {1, 2, 3, 4...}
índice. Z*-= {..., -3, -2, -1}
X = representa o termo da radiciação chamado de radicando.
Relação de ordem nos números inteiros
Temos que radiciação de números naturais é a operação
inversa da potenciação. Observe abaixo: Quando estabelecemos uma relação de ordem entre dois
números, estamos identificando se eles são iguais, ou qual deles é
o maior. Observe a reta numérica.

Didatismo e Conhecimento 7
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Se a base é negativa e o expoente é impar o resultado é
negativo

Importante: Todo número elevado a zero é sempre igual a 1.


Dados dois números inteiros, o maior é o que estiver à direita. Raiz quadrada de um número quadrado perfeito é um número
Ex: -1 é maior que -3, 4 é maior que zero positivo cujo quadrado é igual ao número dado.
Ex: 25 =5, pois 52=25
Módulo ou valor absoluto
OBS:
É o número sem considerar o seu sinal. Para indicar módulo 1- Para multiplicar 3 ou mais números inteiros, multiplicamos
escrevemos o número entre barras.
os valores absolutos e todos os números e contamos os sinais
Ex: − 3 = 3 +5 =5 negativos. Se o número de negativos for impar e resultado terá
sinal negativo, se for par o resultado será positivo.
Números opostos ou simétricos
Ex:
(-3). (-5). (+2). (-1) = -30 → 3 negativos(impar), resultado
São números com o mesmo valor absoluto e sinais contrários.
negativo.
Ex: +4 e -4 são números opostos ou simétricos.
(-2). (-3). (+6). (-1).( -2) = +72 → 4 negativos(par), resultado
positivo.
Adição e subtração de números inteiros

Para juntar números com sinais iguais, adicionamos os 2- Para eliminar parênteses usamos a mesma regra de sinais da
valores absolutos e conservamos o sinal. Quando o número tem multiplicação e da divisão.
sinais diferentes, subtraímos os valores absolutos e conservamos Ex:
o sinal do maior. -(+4) = -4
Ex: -(-5) = +5
+5+7 = +12
-5 -7 = -12 Expressões Numéricas em Z
+5 –7 = -2
-5 +7 = +2 Para resolver uma expressão numérica devemos obedecer a
seguinte ordem:
Multiplicação e divisão de números inteiros 1º) Resolver as potenciações e radiciações na ordem em que
aparecem
Para multiplicar ou dividir números inteiros efetuamos a 2º) Resolver as multiplicações e divisões na ordem em que
operação indicada e usamos a regra de sinais abaixo: elas aparecem
3º) Resolver as adições e subtrações na ordem em elas
+ + = + Sinais iguais, resultado positivo. aparecem
--=+
Há expressões em que aparecem os sinais de associação que
+ - = - Sinais diferentes, resultado negativo. devem ser eliminados na seguinte ordem:
-+=- 1º) ( ) parênteses
2º) [ ] colchetes
Ex: (+4) . (+5) = +20 (+30) : (+6) = +5 3º) { } chaves
(-3) . (-6) = +18 (- 20) : (-5) = +4 (+8) . (-3) = -24
(+18) : (-3) = -6 (-6) (+5) = -30 (- 15) : (+5) = -3 Exercícios Resolvidos

Potenciação e radiciação de números inteiros 1- Calcule as operações indicadas:

Potenciação é uma multiplicação de fatores iguais. a) (+8) + (-6) – (-3) – (-2)


Ex: 23= 2.2.2=8
2 é a base, 3 é o expoente e 8 é a potência Resolução
Estamos trabalhando com números inteiros, portanto pode +8 -6 +3 +2 = +13 - 6 = +7
aparecer base negativa e positiva.
Exemplo: (+3)2= (+3). (+3) = +9 b) -(-3). (-5) + (-4)
(+2)3= (+2). (+2). (+2) = +8
(-2)2= (-2). (-2) = +4 Resolução
(-2)3= (-2). (-2). (-2) = -8 +3. (-5)-4 = -15 – 4 = -19

Se a base é positiva o resultado é sempre positivo. c) (+55): (-5) + (-5). (-2)


Se a base é negativa e o expoente é par o resultado é positivo.

Didatismo e Conhecimento 8
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Resolução 6 3 24 15 9
-11+(+10) = -11+10 = -1 2) − = − = ( o mmc entre 5 e 4 é 20)
5 4 20 20 20
2- Quais são os números inteiros entre -2 e 1 incluindo esses
dois? Multiplicação e divisão com números fracionários
Resolução:
-2,-1,0,1 Para multiplicar números racionais na forma de fração, devemos
multiplicar os numeradores, multiplicar os denominadores, usar
3- Calcule as potências e resolva as operações: a regra de sinais quando necessário e quando possível fazer a
(-5)1- [(-2)5: 4-7] + (-1)379. (-5)2R simplificação.
Ex:
Resolução: −4 3 = −12 (nesse caso o resultado é uma fração
5-[-32:4-7]+(-1).(+25) .
5 7 35
-5-[-8-7]+(-25)
5-[-15]-25 irredutível, pois não pode ser simplificada).
-5+15-25
+10 -25 -15 7 5 2 = 1 (nesse caso o resultado foi simplificado
− =
4 4 4 2
Números Racionais
dividindo o numerador e o denominador por 2).
Os números racionais é um conjunto que engloba os
números inteiros(Z). Números decimais finitos (por exemplo, Para dividir números racionais na forma de fração, devemos
743,8432) e os números decimais infinitos periódicos (que repete multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda, usando
uma sequência de algarismos da parte decimal infinitamente). também a regra de sinais e a simplificação do resultado quando
Como “12,050505…”, são também  conhecidas  como  dízimas possível.
periódicas. Os racionais são representados Ex:
a pela letra Q. Todo
número racional pode ser escrito na forma , com a ∈ Z , b ∈ Z 3 2 3 3 9
b ser representado por : = . =
e b ≠ 0 Um mesmo número racional pode 5 3 5 2 10
diferentes frações, todas equivalentes entre si.
−5 3 −5 2 −10 −5
Ex: 1 = 2 = 3 = − 1 = − 2 = ... : = . = =
2 4 6 −2 −4
4 2 4 3 12 6
Um número racional pode ser representado por um número
decimal exato ou periódico. Potenciação e radiciação com números fracionários

1 −3 1 Resolver uma potenciação de fração é calcular a potência do


Ex: = 0,5 = −0, 75 = 0, 333... (dízima numerador e do denominador de acordo com o expoente.
2 4 3
periódica) 2

Todos os números inteiros pertencem aos racionais. Ex: ⎛⎜ −3 ⎞⎟ = +9 (elevamos o numerador -3 e o denominador
⎝ 7⎠ 49
Reta numérica Racional 7 ao expoente 2, lembrando que número negativo elevado a
expoente par dá resultado positivo) Extrair a raiz quadrada de uma

fração é encontrar a raiz do numerador e do denominador. Ex:


9 9 3
= =
16 16 4

Números decimais
Adição e subtração com números fracionários
Os números decimais exatos e as dízimas periódicas também
Para adicionar ou subtrair números racionais na forma de fração pertencem ao conjunto Q.
devemos observar os seus denominadores. Se os denominadores
são iguais, efetuamos as operações e conservamos o mesmo Adição e subtração com decimais: Na adição ou subtração
denominador. Se os denominadores são diferentes, reduzimos ao com decimais devemos escrever as parcela colocando vírgula
mesmo denominador usando o m.m.c. e depois procedemos como embaixo de vírgula, e resolver a operação.
no caso anterior. Ex: 4,879 + 13,14 → Parcelas 13, 140 → Acrescentamos o
Ex: zero para completar casas decimais.+4,879 + 18,019 → Soma
1) −1 + 8 = 7 total.
3 3 3

Didatismo e Conhecimento 9
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Multiplicação e divisão com decimais: Na multiplicação b) (+3) 2 −(−2) 0 + (−4)1
2 3 2 0
de números decimais, multiplicamos os números sem considerar c) (−6) .(−4) − (−10) : (+5) + (−35)
a vírgula e colocamos a vírgula no resultado contando as casas
decimais dos dois fatores: 5- Descubra que número é:
Ex: 2,35 x 4,3 = 10,105 (no resultado temos 3 casas decimais a) -(-15)
pois são 2 casas no fator 2,35 e uma casa no fator 4,3). b) -(+3)
Na divisão igualamos as casas decimais, cortamos as vírgulas c) -(-2001)
e resolvemos a divisão. d) -(+217)
Ex: 1,4: 0,05
Igualamos as casas decimais: 1,40: 0,05 6- Dê três exemplos de:
Cortamos as vírgulas 140: 5 a) números menores que +1.
Resolvemos a divisão 140:5 = 28 b) números menores que -10.
c) números negativos maiores que -10
Potenciação e radiciação com decimais: Para elevar um
número decimal a um expoente dado, procedemos como a potência 7- Qual é o número maior
com número inteiro, respeitando a regra de sinais da multiplicação. a) +44 ou -100?
Lembrar que potenciação é uma multiplicação de fatores iguais. b) -20 ou +8?
3
Ex: (3,2) = (3,2). (3,2). (3,2) = 32,768 c) -17 ou -10?
d) -5 ou 0?
Para calcular a raiz quadrada de um número decimal podemos
8- Encontre o valor das expressões:
transformá-lo em uma fração e depois calcular.
a) -9-(-23+12-1)-(21-9)
16
4 b) -5. (-2) + (-3+5). (-1)
Ex: 0,16 = 100 = = 0,4 c) (-16): 4 . (-2) + (-2)
10
d) 6 : (-3) + 2(-1) -20 : (-4)
Números Reais
9- Considere as afirmações:
O conjunto dos números reais contém os números racionais I. Qualquer número negativo é menor que zero.
(naturais, inteiros e fracionários) e os números irracionais e é II. Qualquer número positivo é maior que zero.
representado pela letra R. III. Qualquer número negativo é menor que um número
OBS: Quando relacionamos elementos e conjuntos usamos positivo.
os símbolos ∈ (pertence) ou ∉ (não pertence) e quando Quais dessas afirmações são verdadeiras?
relacionamos conjunto com conjunto usamos os símbolos ⊂ (está
contido) ou ⊄ (não está contido). 10- Descubra o número que deve ser adicionado a +25 para
que a soma seja +20.
Ex: 2 ∈ Z
-2 ∉ N 11- Calcule o valor de cada expressão a seguir:
N ⊂ Z
I ⊄ Q 2 2
a)  5  −  − 1 
Exercícios Propostos 3  6 
3 2
1- Quais são os números inteiros; b) (-0,6) + (-1,5)
a) de -1 a -5, incluindo esses dois números?
b) de -4 a 3, incluindo, esses dois números? 2 3
 −3   −8   1   −3 
c)   .  −   : 
2- Qual é:  2   27   2   16 
a) o valor absoluto de 7?
3 3
b) o valor absoluto de -9? d) (1,1) . 2-(-0,2) +3

3- Verifique se estes números são opostos: 12- Uma garota, caminhando rapidamente, desenvolveu uma
a) +15 e -15 velocidade de aproximadamente 5,2km/h. Nessas condições, se
b) +9 e -9 caminhar 18,72 quilômetros, ela demorará quantos horas?
c) -14 e +14
d) -4 e +2 13- O número racional X = (-0,62): (-3,1). (-1,2) + 0,4 – 2.
Está compreendido entre dois números inteiros a e b consecutivos.
4- Qual é  o valor das expressões: Determine os números a e b.
3 2 3
a) 25 − [( −3)  +6 ]−[ − ( −4 ) .3 + 5.( −2 ) ] 14- Encontre o valor dos radicais:

Didatismo e Conhecimento 10
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
21- Na divisão de n por d, o quociente é igual a 8 e o resto é
a) 81 igual a 1. Se n - d = 85, então n é igual a:
121 a) 107
b) 104
b) - 225 c) 102
196 d) 98
e) 97
15- Encontre o valor das expressões:
22- (concurso Agente Administrativo - Pref. P. Alegre/2012)
a) ⎛⎜ −2 ⎞⎟ : ⎛⎜ −5 ⎞⎟ . 1 − 2 Cinco automóveis estão sendo analisados em relação à
⎝ 3⎠ ⎝ 6⎠ 5 quilometragem rodada por litro de combustível. Cada um deles
apresenta consumo diferenciado: 9,8km/L, 10 km/L, 12,5km/L,
15km/L e 16,2km/L. O que aconteceria com a média do consumo
b) ⎡ 1 .⎛⎜ −3 ⎞⎟ − 2 ⎤ .⎛⎜ −7 ⎞⎟ desse grupo se outro automóvel com consumo de 12,7km/L fosse
⎢ ⎝ ⎠ ⎥⎝ ⎠
⎣3 4 ⎦ 6 nele incluído?
a) Diminuiria em 2km/L.
16- A cidade de Peixoto de Azevedo tem aproximadamente b) Aumentaria em 1,2km/L.
19.224 habitantes. Se um terço da população é composto de c) Diminuiria em 0,3km/L.
jovens, pode-se dizer que: d) Permaneceria a mesma
a) o número de jovens é superior a 7.000
b) o número de jovens é igual a 648 Respostas dos exercícios propostos:
c) o número de jovens está entre 6.000 e 7000
d) o número de jovens é inferior a 5.000 1-
e) o número de jovens é igual a 6.480 a) -5, -4, -3, -2, -1
b) -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3
17- O rótulo informa que o detergente A rende 16 litros. Qual
é o rendimento de três desses produtos? 2-
a) 32 litros a) 7
b) 1.500 ml b) 9
c) 1.500 litros
d) 48 litros 3-
e) 4,8 litros a) sim
b) sim
18- Um carro faz 11 quilômetros com um litro de combustível. c) sim
A distância entre a cidade A e a cidade B é de 691 quilômetros. d) não
Quantos litros de combustível são necessários para esse carro ir e
voltar e circular mais 103 quilômetros? 4-
a) 135 litros de combustível a) +114
b) 155 litros de combustível b) +4
c) 62,5 litros de combustível c) -103
d) 270 litros de combustível
e) 153 litros de combustível 5-
a) -15
19- José é João fizeram uma viagem de férias. José guiou b) -3
694 quilômetros e João guiou 245 quilômetros a mais que José. c) +2001
Quantos quilômetros guiaram os dois? d) -217
a) 1384.
b) 1576. 6-
c) 1633. a) zero e todos os nº negativos
d) 1893. b) -11, -12, -13,...
e) 1921. c) -9, -8, -7

20- Calcule o valor da expressão numérica: 75 – (21 – 8 + 18) 7-


-19 + 4. Em seguida, assinale a alternativa CORRETA. a) +44
a) 18 b) +8
b) 29 c) -10
c) 32 d) 0
d) 44
e) 50

Didatismo e Conhecimento 11
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
8- Unidades de Comprimento
a) -9 km hm dam m dm cm mm
b) 8 quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
c) 6 1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m
d) 1

9- Todas Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm uma
função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada unidade
10- (-5) vale sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.
Por isso, o sistema é chamado decimal.
11-
E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na
11 prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular
a)
4 de litro.
b) 2,034 As unidades de área do sistema métrico correspondem às
c) 0 unidades de comprimento da tabela anterior.
d) 5,67 São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado
(hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado,
12- 3,6 horas ou 3 horas e 36 minutos o metro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante
nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
13- x = -1,84 os números a e b são -2 e -1 No caso das unidades de área, o padrão muda: uma
unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos
14- comprimentos. Entretanto, consideramos que o sistema continua
decimal, porque 100 = 102.
9
a)
11 Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
b) −15 quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
14 quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
15- 10000m 1000m 100m 1m 0,01m 0,001m 0,0001m

−46
a) Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a
25
lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc. Na
prática, são muitos usados o metro cúbico e o centímetro cúbico.
b) 21 Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade
8 vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o
sistema continua sendo decimal.
16- Alternativa C
17- Alternativa D
18- Alternativa A Unidades de Volume
19- Alternativa C km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
20- Alternativa B quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
21- Alternativa E cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico

22- Alternativa D 100000m 10000m 1000m 1m 0,001m 0,0001m 0,00001m

A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o


5.3. SISTEMA LEGAL DE UNIDADES volume da água que enche um tanque é de 7 000 litros, dizemos
DE MEDIDA: COMPRIMENTO, ÁREA, que essa é a capacidade do tanque. A unidade fundamental para
VOLUME, ÂNGULO, TEMPO, medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.
VELOCIDADE E MASSA. Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de medida quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centímetro mililitro
que mantém algumas relações entre si. O sistema métrico decimal
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l
é hoje o mais conhecido e usado no mundo todo. Na tabela
seguinte, listamos as unidades de medida de comprimento do
sistema métrico. A unidade fundamental é o metro, porque dele O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas
derivam as demais. de massa. A unidade fundamental é o grama.

Didatismo e Conhecimento 12
PROGRAMA DE MATEMÁTICA

Unidades de Massa b) 14h 30min


c) 15h 15min
kg hg dag g dg cg mg d) 15h 30min
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama e) 15h 45min
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

2. 348 mm3  equivalem a quantos decilitros?


Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o
miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t): 1t = 1000 kg. 3. Quantos decalitros equivalem a 1 m3?

Não Decimais 4. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede 5. Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?
intervalos de tempo, é o mais conhecido.
6. Quantos centilitros equivalem a 15 hl?
2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s
7. Passe 5.200 gramas para quilogramas.
Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica- 8. Converta 2,5 metros em centímetros.
se por 60.
0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de 9. Quantos minutos equivalem a 5h05min?
hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h = 18min.
10. Quantos minutos se passaram das 9h50min até as
Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. 10h35min?
Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na cartografia
e na navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos,
então: Respostas

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) 1) Resposta “D”.


1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) Solução: Basta somarmos todos os valores mencionados no
enunciado do teste, ou seja:
Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os 13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma coincidência
de nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes: Logo, a questão correta é a letra D.

1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia. 2) Resposta “0, 00348 dl”.


1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. Solução: Como  1 cm3  equivale a  1 ml, é melhor dividir-
mos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu equivalente em centí-
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto metros cúbicos: 0,348 cm3.
– segundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto – Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se equi-
segundo, embora esses sistemas correspondam a grandezas valem.
distintas.
Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de
volume, para uma unidade de medida de capacidade.
Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando en-
décadas, que vem se tornando conhecido. Ele é usado para
tão passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos então por 10
medir a informação armazenada em memória de computadores,
duas vezes:
disquetes, discos compacto, etc. As unidades de medida são bytes
(b), kilobytes (kb), megabytes (Mb), etc. Apesar de se usarem os 0,348ml :10 :10 ⇒ 0, 00348dl
prefixos “kilo” e “mega”, essas unidades não formam um sistema
decimal. Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.
Um kilobyte equivale a 210 bytes e 1 megabyte equivale a 210
kilobytes. 3) Resposta “100 dal”.
Solução: Sabemos que 1 m3  equivale a 1.000 l, portanto para
Exercícios convertermos de litros a decalitros, passaremos um nível à esquerda.
Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:
1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o
curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e chegou na 1000l :10 ⇒ dal
hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. A que horas
terminará a aula de inglês?
a) 14h Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.

Didatismo e Conhecimento 13
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Poderíamos também raciocinar da seguinte forma: 8) Resposta “250 cm”.
Solução: Para convertermos  2,5 metros  em  centímetros, de-
Como 1 m3  equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 vemos multiplicar (porque na tabela  metro  está à esquerda de
kl para decalitros, quando então passaremos dois níveis à direita. centímetro)  2,5  por  10  duas vezes, pois para passarmos de  me-
Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes: tros para centímetros saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de de-
1kl.10.10 ⇒ 100dal címetros para centímetros:

Logo, 100 dal equivalem a 1 m³. 2,5m.10.10 ⇒ 250cm


4) Resposta “0, 00005 hm²”.
Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Solução: Para passarmos de decímetros quadrados para hectô-
metros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.
Dividiremos então por 100 três vezes:
9) Resposta “305min”.
Solução:
50dm 2 :100 :100 :100 ⇒ 0, 00005hm 2 (5 . 60) + 5 = 305 min.
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
10) Resposta “45 min”.
Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm². Solução: 45 Min

5) Resposta“0,000000000000000014 km3, ou a  1,4 x 10-


km3”.  
17  
5.4. PROPORÇÕES
Solução: Para passarmos de milímetros cúbicos para quilôme- 5.4.1. PROPORCIONALIDADE.
tros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda. Dividiremos então GRANDEZAS DIRETAMENTE E INVER-
14 por 1000 seis vezes: SAMENTE PROPORCIONAIS. (REGRA DE
TRÊS SIMPLES E COMPOSTA). 5.4.2. POR-
14mm3 :1000 :1000 :1000 :1000 :1000 :1000 CENTAGEM, JUROS DESCONTOS SIMPLES.
⇒ 14 :1018 km3 ⇒ 14.10−18 km 5.4.3. TAXAS COMPOSTAS DE JURO E DE
DESCONTO.
⇒ 1, 4.10−17 km3 ⇒ 0.000000000000000km3

Portanto, 0, 000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se


expresso em notação científica equivalem a 14 mm3. Números diretamente proporcionais

6) Resposta “150.000 cl”. Considere a seguinte situação:


Solução: Para irmos de  hectolitros  a  centilitros, passaremos
quatro níveis à direita. Joana gosta de queijadinha e por isso resolveu aprender
Multiplicaremos então 15 por 10 quatro vezes: a fazê-las. Adquiriu a receita de uma amiga. Nessa receita, os
ingredientes necessários são:
15hl.10.10.10.10 ⇒ 150.000cl
3 ovos
Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.
1 lata de leite condensado
Logo, 150.000 cl equivalem a 15 hl.
1 xícara de leite
2 colheres das de sopa de farinha de trigo
7) Resposta “5,2 kg”.
1 colher das de sobremesa de fermento em pó
Solução: Para passarmos  5.200 gramas  para  quilogramas,
1 pacote de coco ralado
devemos dividir (porque na tabela  grama  está à direita de qui-
1 xícara de queijo ralado
lograma)  5.200  por  10  três vezes, pois para passarmos de  gra-
1 colher das de sopa de manteiga
mas para quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de de-
Veja que:
cagrama para hectograma e finalmente de hectograma para qui-
lograma:
- Para se fazerem 2 receitas seriam usados 6 ovos para 4
colheres de farinha;
5200 g :10 :10 :10 ⇒ 5, 2kg - Para se fazerem 3 receitas seriam usados 9 ovos para 6
colheres de farinha;
Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda. - Para se fazerem 4 receitas seriam usados 12 ovos para 8
colheres de farinha;
Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg. - Observe agora as duas sucessões de números:

Didatismo e Conhecimento 14
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Sucessão do número de ovos: 6 9 12
 x + y + z = 32400 
Sucessão do número de colheres de farinha: 4 6 8  
 x y z 
Nessas sucessões as razões entre os termos correspondentes = =
 24000 27000 30000 
são iguais:
6 3 9 3 12 3 32400
 
= = =
4 2 6 2 8 2 x y z x+ y+z
= = =
24000 27000 30000 24000
 27000
+ + 30000

81000
6 9 12 3
Assim: = = =
4 6 8 2
Resolvendo as proporções:
Dizemos, então, que: x 32400 4
=
- os números da sucessão 6, 9, 12 são diretamente 24000 8100010
proporcionais aos da sucessão 4, 6, 8; 10x = 96 000
3 x= 9 600
- o número 2 , que é a razão entre dois termos correspondentes, y 4
=
27000 10
é chamado fator de proporcionalidade.
Duas sucessões de números não-nulos são diretamente 10y= 108 000
proporcionais quando as razões entre cada termo da primeira y= 10 800
sucessão e o termo correspondente da segunda sucessão são iguais.
z 4
Exemplo1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões =
sejam diretamente proporcionais: 3000 10
10z= 120 000
2 8 y z= 12 000
3 x 21
Logo, Júlio recebeu R$ 9.600,00, César recebeu R$ 10.800,00
Como as sucessões são diretamente proporcionais, as razões e Toni, R$ 12.000,00.
são iguais, isto é:
2 8 y Números Inversamente Proporcionais
= =
3 x 21
Considere os seguintes dados, referentes à produção de sorvete
2 8 2 y por uma máquina da marca x-5:
= =
3 x 3 21
1 máquina x-5 produz 32 litros de sorvete em 120 min.
2x = 3 . 8 3y = 2 . 21 2 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 60 min.
2x = 24 3y = 42 4 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 30 min.
6 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 20 min.
24 42
x= y=
2 3 Observe agora as duas sucessões de números:
x=12 y=14
Sucessão do número de máquinas: 1 2 4 6
Logo, x = 12 e y = 14 Sucessão do número de minutos: 120 60 30 20

Exemplo 2: Para montar uma pequena empresa, Júlio, César Nessas sucessões as razões entre cada termo da primeira
e Toni formaram uma sociedade. Júlio entrou com R$ 24.000,00, sucessão e o inverso do termo correspondente da segunda são
César com R$ 27.000,00 e Toni com R$ 30.000,00. Depois de 6 iguais:
meses houve um lucro de R$ 32.400,00 que foi repartido entre eles 1 2 4 6
em partes diretamente proporcionais à quantia investida. Calcular = = = = 120
1 1 1 1
a parte que coube a cada um. 120 60 30 20

Solução: Dizemos, então, que:


- os números da sucessão 1, 2, 4, 6 são inversamente
Representando a parte de Júlio por x, a de César por y, e a de proporcionais aos da sucessão 120, 60, 30, 20;
- o número 120, que é a razão entre cada termo da primeira
Toni por z, podemos escrever:
sucessão e o inverso do seu correspondente na segunda, é chamado
fator de proporcionalidade.

Didatismo e Conhecimento 15
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Observando que Dias Sacos de açúcar
1
é o mesmo que 1.120=120 4 é mesmo que 4.30=120 1 5 000
1 1 2 10 000
20 30 3 15 000
2 é o mesmo que 2.60=120 6 é o mesmo que 6.20= 120 4 20 000
1 1 5 25 000
60 20
podemos dizer que: Duas sucessões de números não-nulos são Com base na tabela apresentada observamos que:
inversamente proporcionais quando os produtos de cada termo da
primeira sucessão pelo termo correspondente da segunda sucessão - duplicando o número de dias, duplicou a produção de açúcar;
são iguais. - triplicando o número de dias, triplicou a produção de açúcar,
Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões e assim por diante.
sejam inversamente proporcionais: Nesse caso dizemos que as grandezas tempo e produção são
4 x 8 diretamente proporcionais.
20 16 y Observe também que, duas a duas, as razões entre o número de
Para que as sucessões sejam inversamente proporcionais, os dias e o número de sacos de açúcar são iguais:
produtos dos termos correspondentes deverão ser iguais. Então
devemos ter:
4 . 20 = 16 . x = 8 . y

16 . x = 4 . 20 8 . y = 4 . 20
16x = 80 8y = 80
x = 80/16 y = 80/8
Isso nos leva a estabelecer que: Duas grandezas são diretamente
x=5 y = 10
proporcionais quando a razão entre os valores da primeira é igual
à razão entre os valores da segunda.
Logo, x = 5 e y = 10.
Tomemos agora outro exemplo.
Exemplo 2: Vamos dividir o número 104 em partes
inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4.
Com 1 tonelada de cana-de-açúcar, uma usina produz 70l de
álcool.
Representamos os números procurados por x, y e z. E como as
De acordo com esses dados podemos supor que:
sucessões (x, y, z) e (2, 3, 4) devem ser inversamente proporcionais,
- com o dobro do número de toneladas de cana, a usina produza
escrevemos: 104

 o dobro do número de litros de álcool, isto é, 140l;
x y z x y z x+ y+z - com o triplo do número de toneladas de cana, a usina produza
= = = = = o triplo do número de litros de álcool, isto é, 210l.
1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ +
2 3 4 2 3 4 2 3 4 Então concluímos que as grandezas quantidade de cana-de-
açúcar e número de litros de álcool são diretamente proporcionais.

Como, vem Grandezas Inversamente Proporcionais

Considere uma moto cuja velocidade média e o tempo gasto


para percorrer determinada distância encontram-se na tabela:

Velocidade Tempo
30 km/h 12 h
60 km/h 6h
Logo, os números procurados são 48, 32 e 24.
90 km/h 4h
Grandezas Diretamente Proporcionais 120 km/h 3h

Considere uma usina de açúcar cuja produção, nos cinco Com base na tabela apresentada observamos que:
primeiros dias da safra de 2005, foi a seguinte:
- duplicando a velocidade da moto, o número de horas fica
reduzido à metade;

Didatismo e Conhecimento 16
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
- triplicando a velocidade, o número de horas fica reduzido à 2- Calcule x e y nas sucessões inversamente proporcionais:
terça parte, e assim por diante.
a) 4 x y
Nesse caso dizemos que as grandezas velocidade e tempo são 25 20 10
inversamente proporcionais.
b) 30 15 10
Observe que, duas a duas, as razões entre os números que x 8 y
indicam a velocidade são iguais ao inverso das razões que indicam
o tempo: c) 2 10 y
x 9 15
30 6
= inverso da razão 12
60 12 6 d) x y 2
12 4 6
30 4
= inverso da razão 12
90 12 4
30 3 12 3- Divida 132 em partes inversamente proporcionais a 2, 5 e 8.
= inverso da razão
120 12 3
4- Reparta 91 em partes inversamente proporcionais a
60 4 6 1 1 1
= inverso da razão , e
90 6 4 3 4 6.

60 3
= inverso da razão 6 5- Divida 215 em partes diretamente proporcionais a
120 6 3
3 5 1
, e
90
=
3 inverso da razão 4 4 2 3.
120 6 3
6- Marcelo repartiu entre seus filhos Rafael (15 anos) e
Podemos, então, estabelecer que: Duas grandezas são Matheus (12 anos) 162 cabeças de gado em partes diretamente
inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da
proporcionais à idade de cada um. Qual a parte que coube a Rafael?
primeira é igual ao inverso da razão entre os valores da segunda.

Acompanhe o exemplo a seguir: 7- Evandro, Sandro e José Antônio resolveram montar um


pequeno negócio, e para isso formaram uma sociedade. Evandro
Cinco máquinas iguais realizam um trabalho em 36 dias. De entrou com R$ 24.000,00, Sandro com R$ 30.000,00, José Antônio
acordo com esses dados, podemos supor que: com R$ 36.000,00. Depois de 4 meses tiveram um lucro de R$
60.000,00, que foi repartido entre eles. Quanto recebeu cada um?
- o dobro do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na (Nota: A divisão do lucro é diretamente proporcional à quantia que
metade do tempo, isto é, 18 dias; cada um empregou.)
- o triplo do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na
terça parte do tempo, isto é, 12 dias. 8- Leopoldo e Wilson jogam juntos na Sena e acertam os
Então concluímos que as grandezas quantidade de máquinas seis números, recebendo um prêmio de R$ 750.000,00. Como
e tempo são inversamente proporcionais. Leopoldo participou com R$ 80,00 e Wilson com R$ 70,00, o
prêmio foi dividido entre eles em partes diretamente proporcionais
Exercícios à participação de cada um. Qual a parte que coube a Wilson?
1- Calcule x e y nas sucessões diretamente proporcionais: 9- O proprietário de uma chácara distribuiu 300 laranjas a três
famílias em partes diretamente proporcionais ao número de filhos.
a) 1 x 7
Sabendo-se que as famílias A, B e C têm respectivamente 2, 3 e 5
5 15 y
filhos, quantas laranjas recebeu cada família?
b) 5 10 y
x 8 24 10- (UFAC) João, Paulo e Roberto formam uma sociedade
comercial e combinam que o lucro advindo da sociedade será
c) x y 21 dividido em partes diretamente proporcionais às quantias que cada
14 35 49 um dispôs para formarem a sociedade. Se as quantias empregadas
por João, Paulo e Roberto foram, nesta ordem, R$ 1.500.000,00,
d) 8 12 20 R$ 1.000.000,00 e R$ 800.000,00, e o lucro foi de R$ 1.650.000,00,
x y 35 que parte do lucro caberá a cada um?

Didatismo e Conhecimento 17
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Respostas Regra de Três Simples

1- a) x = 3 y = 35 b) x = 4 y = 30 c) x = 6 y = 15 d) x = 14 Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou


y = 21 inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um
2- a) x = 5 y = 10 b) x = 4 y = 12 c) x = 45 y = 6 d) x = 1 y = 3 processo prático, chamado regra de três simples.
3- 80, 32, 20 Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
4- 21, 28, 43 litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
5- 45, 150, 20
6- 90 Solução:
7- Evandro R$16.000,00 Sandro R$20.000,00 José Antônio O problema envolve duas grandezas: distância e litros de
R$24.000,00 álcool.
8- R$350.000,00 Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser consumido.
9- 60, 90, 150 Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma mesma
10- João R$750.000,00 Paulo R$500.000,00 Roberto coluna e as grandezas de espécies diferentes que se correspondem
R$400.000,00 em uma mesma linha:
Distância (km) Litros de álcool
Resolução 04 180 15
210 x
x+y+z
--------- = x/3 ou y/4 ou z/6 (as frações foram invertidas porque Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”),
3+4+6 as partes são inversas) vamos colocar uma flecha:
91/13=x/3 Distância (km) Litros de álcool
180 15  
13x=273
210 x
x=21
91/13=y/4
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de
13y=364
álcool também duplica. Então, as grandezas distância e litros de
y=28
álcool são diretamente proporcionais. No esquema que estamos
montando, indicamos esse fato colocando uma flecha na coluna
91/13=z/6
13z=546 “distância” no mesmo sentido da flecha da coluna “litros de
z=42 álcool”:
Distância (km) Litros de álcool
Resolução 05 180 15
210 x
x/(3/4) = y/(5/2) = z/(1/3) = k (constante)
x + y + z = 215
3k/4 + 5k/2 + k/3 = 215 mesmo sentido
(18k + 60k + 8k)/24 = 215 → k = 60 Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:
x = 60.(3/4) = 45
y = 60.(5/2) = 150 180 6 15
= 6x = 7 . 15 6x = 105 x = 105 x = 17,5
210 7 x 6
z = 60/3 = 20
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
(x, y, z) → partes diretamente proporcionais
Exemplo 2: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,
Resolução 06 eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando a velocidade
para 80 km/h, em quanto tempo farei esse percurso?
x = Rafael Solução: Indicando por x o número de horas e colocando as
y = Mateus grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as grandezas
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha,
x/15 + y /12 = 160/27 (dividindo 160 por 27 (dá 6), e fazendo temos:
proporções, só calcular)
Velocidade (km/h) Tempo (h)
x/15=6 60 4
x=90 80 x

y/12=6 Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos


y=72 colocar uma flecha:

Didatismo e Conhecimento 18
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Velocidade (km/h) Tempo (h) Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças.
60 4 Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam 300
80 x dessas peças?
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas de
reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade e espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha. Na
tempo são inversamente proporcionais. No nosso esquema, esse coluna em que aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha:
fato é indicado colocando-se na coluna “velocidade” uma flecha Máquinas Peças Dias
em sentido contrário ao da flecha da coluna “tempo”: 8 160 4  
Velocidade (km/h) Tempo (h) 6 300 x
60 4
80 x Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais. No
nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna “peças”
sentidos contrários uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna “dias”:
Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das Máquinas Peças Dias
flechas. Assim, temos: 8 160 4
4 80 4 12 6 300 x
= 4x = 4 . 3 4x = 12 x= x=3
x 60 3 4 Mesmo sentido
Resposta: Farei esse percurso em 3 h.
As grandezas máquinas e dias são inversamente proporcionais
Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um (duplicando o número de máquinas, o número de dias fica reduzido
competidor, imprimindo velocidade média de 200 km/h, faz o à metade). No nosso esquema isso será indicado colocando-se na
percurso em 18 segundos. Se sua velocidade fosse de 240 km/h, coluna (máquinas) uma flecha no sentido contrário ao da flecha da
qual o tempo que ele teria gasto no percurso? coluna “dias”:
Vamos representar pela letra x o tempo procurado. Máquinas Peças Dias
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade 8 160 4
(200 km/h e 240 km/h) com dois valores da grandeza tempo (18 6 300 x
s e x s).
Queremos determinar um desses valores, conhecidos os Sentidos contrários
outros três.
Tempo gasto para Agora vamos montar a proporção, igualando a razão que
Velocidade
fazer o percurso 4
contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
200 km/h 18 s x
6 160 
segundo a orientação das flechas  . :
240 km/h x  8 300 
1
4 6 2 160 8
Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto = .
x 81 30015
5

para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas são


4 2 4 2.5
inversamente proporcionais. Assim, os números 200 e 240 são =
inversamente proporcionais aos números 18 e x. x 5 => 2x = 4 . 5 a x=
21
=> x = 10
Daí temos: Resposta: Em 10 dias.
200 . 18 = 240 . x
3 600 = 240x Exercícios
240x = 3 600
x = 3600 1. Completamente abertas, 2 torneiras enchem um tanque em
240
75 min. Em quantos minutos 5 torneiras completamente abertas
x = 15 encheriam esse mesmo tanque?

O corredor teria gasto 15 segundos no percurso. 2. Um trem percorre certa distância em 6 h 30 min, à velocidade
média de 42 km/h. Que velocidade deverá ser desenvolvida para o
Regra de Três Composta trem fazer o mesmo percurso em 5 h 15 min?

O processo usado para resolver problemas que envolvem mais 3. Usando seu palmo, Samanta mediu o comprimento e
de duas grandezas, diretamente ou inversamente proporcionais, é a largura de uma mesa retangular. Encontrou 12 palmos de
chamado regra de três composta. comprimento e 5 palmos na largura.

Didatismo e Conhecimento 19
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Depois, usando palitos de fósforo, mediu novamente o 2) Resposta “52 km/h”.
comprimento do tampo da mesa e encontrou 48 palitos. Qual Solução:
estratégia Samanta usou para obter largura do tampo da mesa em Como diminuir o tempo aumentaria a velocidade, então a
palitos de fósforo? regra de três é inversa:
6h30min = 390min
4. Ao participar de um treino de fórmula Indy, um competidor, 5h15min = 315min
imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz o percurso em 20
segundos. Se a sua velocidade fosse de 200 km/h, que tempo teria 315min ------ 42km/h
gasto no percurso? 390min ------ x
315x = 390 . 42 =
5. Com 3 pacotes de pães de fôrma, Helena faz 63 sanduíches. 315x = 16380 =
Quantos pacotes de pães de fôrma ela vai usar para fazer 105 X= km/h.
sanduíches?
3) Resposta “20 palitos de fósforo”.
6. Uma empreiteira contratou 210 pessoas para pavimentar Solução: Levando os dados dado no enunciado temos:
uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de serviço, apenas Palmos: 12 palmos de comprimento e 5 palmos de largura.
75 km estavam pavimentados. Quantos empregados ainda devem Palitos de Fósforo: 48 palitos de comprimento e x palitos de
ser contratados para que a obra seja concluída no tempo previsto? largura.
a) 315
Portanto temos:
b) 2 2520
c) 840 Comprimento Largura
d) 105 12 palmos 5 palmos
e) 1 260
48 palitos X palitos
7. Numa gráfica, 7 máquinas de mesmo rendimento imprimem
Observe que o comprimento da mesa aumentou 4 vezes
50 000 cartazes iguais em 2 horas de funcionamento. Se duas
quando passamos de “palmo” para “palito”. O que ocorre da
dessas máquinas não estiverem funcionando, as 5 máquinas
mesma forma na largura.
restantes farão o mesmo serviço em:
As grandezas são diretamente proporcionais. Daí podemos
a) 3 horas e 10 minutos
fazer:
b) 3 horas
c) 2 horas e 55 minutos
d) 2 horas e 50 minutos
e) 2 horas e 48 minutos
Logo, concluímos que o tampo da mesa tem 20 palitos de
8. Funcionando 6 dias, 5 máquinas produziram 400 peças fósforo de largura.
de uma mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria são
produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras, se funcionarem 9 4) Resposta “18 segundos”.
dias? Solução: Levando em consideração os dados:
Velocidade média: 180 km/h → tempo do percurso: 20s
9. Um motociclista rodando 4 horas por dia, percorre em
Velocidade média: 200 km/h → tempo do percurso: ?
média 200 km em 2 dias. Em quantos dias esse motociclista vai
percorrer 500 km, se rodar 5 horas por dia?
Vamos representar o tempo procurado pela letra x. Estamos
10. Na alimentação de 02 bois, durante 08 dias, são consumidos relacionando dois valores de grandeza “velocidade” (180 km/h e
2420 kgs de ração. Se  mais 02 bois são comprados, quantos quilos 200 km/h) com dois valores de grandeza “tempo” ( 20s e xs).
de ração serão necessários para alimentá-los durante 12 dias. Conhecido os 3 valores, queremos agora determinar um
quarto valor. Para isso, organizamos os dados na tabela:
Respostas
Velocidade km/h Tempo (s)
1) Resposta “30min”.
Solução: 180 20
Como aumentar as torneiras diminui o tempo, então a regra 200 x
de três é inversa:
5 tor. ------ 75min Observe que, se duplicarmos a velocidade inicial, o tempo
2 tor. ------ x gasto para percorrer o percurso vai cair para a metade. Logo, as
5x = 2 . 75 = grandezas são “inversamente proporcionais”. Então temos:
5x = 150 =
180 . 20 = 200 . x → 200x = 3600 →
x=

Didatismo e Conhecimento 20
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em 8) Resposta “840 peças”.
200 km/h, teria gasto 18 segundos para realizar o percurso. Solução: Dados:
5 máquinas em 6 dias produzem 400 peças
5) Resposta “5 pacotes”. 7 máquinas em 9 dias produzem x peças.
Solução: Analisando os dados dado no enunciado temos:
Pacotes de Pães: 3 pacotes → Sanduíches: 63. Organizando os dados no quadro temos:
Pacotes de Pães: x pacotes → Sanduíches: 105.
N˚ de Máquinas N˚ de Máquinas Número de Peças
(A) (B) (C)
Pacotes de Pães Sanduíches
5 6 400
3 63
7 9 x
x 105
Basta fazermos apenas isso:
Fixando a grandeza A, podemos relacionar as grandezas B e
63 . x = 3 . 105 → 63x = 315 →
C. Se dobrarmos o número de dias, o número de peças também
dobrará, Logo, as grandezas B e C são “diretamente proporcionais”.
Concluímos que ela precisará de 5 pacotes de pães de forma.
Fixando a grandeza B, podemos relacionar as grandezas A
e C. Se dobrarmos o número de máquinas, o número de peças
6) Resposta “D”.
também dobrará, Logo, as grandezas A e C são “diretamente
Solução: Em de ano foi pavimentada de estrada proporcionais”.
Quando uma grandeza é “diretamente proporcional” a duas
Pessoas estrada tempo outras, a variação da primeira é diferentemente proporcional ao
210 75 4 produto da variação das outras duas.
X 225 8 De acordo com o quadro, temos:

= Resolvendo a proporção:

30 . x = 63 . 400 → 30x = 25200 →


=
Logo, se as máquinas funcionarem 9 dias, serão produzidas
x= 840 peças.

x = 315 pessoas para o término 9) Resposta “4 dias”.


315 210 que já trabalham = 105 pessoas.
Solução: Dados:
7) Resposta “E”. 4 horas por dia, 200 km em 2 dias
Solução: Primeiro descobrimos quanto cada máquina produz 5 horas por dia, 500 km em x dias
por minuto. Para isso temos que dividir:
Organizando um quadro temos:

N˚ km (A) N˚ horas/dias (B) Número de dias (C)


Agora multiplicamos por 5 e descobrimos quanto as 5 200 4 2
máquinas juntas produzem (min) 500 5 x
5 . 59,524 = 297, 62.
Portanto temos:
Fixando a grandeza A, podemos relacionar as grandezas B e
1 min --------------------- 297,62
x min --------------------- 50000 C. Se dobrarmos o número de horas que o motociclista roda por
dia, o número de dias que ele leva para percorrer a mesma distância
Fazendo a regra de 3 teremos: cairá para a metade. Logo, as grandezas B e C são “inversamente
297,62 . x = 50000 . 1 → 297,62x = 50000 → proporcionais”.
Fixando a grandeza B, podemos relacionar as grandezas
A e C. Se dobrarmos o número de quilômetros percorridos, o
número de dias dobrará, considerando que o motociclista rode o
168 min. o que equivale a 2 horas e 48 minutos. mesmo número de horas por dia. Logo, as grandezas A e C são
“diretamente proporcionais”.

Didatismo e Conhecimento 21
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Assim a grandeza C é diretamente proporcional à grandeza A Fazendo o cálculo, mês a mês:
e inversamente proporcional à grandeza B. Para que a variação da - No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x R$
grandeza C seja diretamente proporcional ao produto da variação 3.000,00 = R$ 60,00
das duas outras, escrevemos a razão inversa dos valores que - No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 60,00 +
expressam a grandeza B. R$ 60,00 = R$ 120,00
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 120,00
+ R$ 60,00 = R$ 180,00
A razão inversa de
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 180,00
Daí, temos:
+ R$ 60,00 = R$ 240,00

Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$


240,00 de juros.
Fazendo o cálculo, período a período:
1000 . x = 2000 . 2 → 1000x = 4000 → . - No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
10) Resposta “7260 kgs”. - No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C
-----------------------------------------------------------------------
Solução: - No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C
Ração Dias Bois Portanto, temos:
2420 8 2 J=C.i.t
x 12 4
Observações:

1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.


2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital com os
Juros Simples juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se
três delas forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.
Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo a uma
quantia em dinheiro que deve ser paga por um devedor, pela
utilização de dinheiro de um credor (aquele que empresta). M=C+ j
- Os juros são representados pela letra j. Exemplo
- O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 para
capital e é representado pela letra C. render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: Como o
- O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.)
letra t.
- A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um C = R$ 20.000,00
capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada t = 3 anos
para calcular juros. j = R$ 28.800,00
i = ? (ao ano)
Chamamos de simples os juros que são somados ao capital C.i.t
inicial no final da aplicação. j=
100
20000. i.3
Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma 28 800 =
100
unidade:
Taxa anual --------------------- tempo em anos 28 800 = 600 . i
Taxa mensal-------------------- tempo em meses 28.800
Taxa diária---------------------- tempo em dias i=
600

i = 48
Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:
Resposta: 48% ao ano.
Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de
R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao mês. Quanto
Juros Compostos
deverá ser pago de juros?
O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos,
Resolução:
devido aos juros, segundo duas modalidades, a saber:
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00 Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende
- Tempo de aplicação (t): 4 meses juros.
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês)

Didatismo e Conhecimento 22
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Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados Solução:
ao principal e passam, por sua vez, a render juros. Também Temos S = P(1+i)n
conhecido como “juros sobre juros”. Logo, S/P = (1+i)n
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever:
capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo: n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal (base
Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao 10), vem:
ano) Teremos:

Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = logS


– logP
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros
compostos é uma aplicação prática do estudo dos logaritmos.
Observe que o crescimento do principal segundo juros simples
é LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros compostos 2 – Um capital é aplicado em regime de juros compostos a
é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de quanto tempo este
“rápido”. Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte forma: capital estará duplicado?

Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital inicial


estiver duplicado, teremos S = 2P.
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%]
Simplificando, fica:
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 /
0,00860 = 35
Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem
particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras científicas.
aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de Caso uma questão assim caia no vestibular, o examinador teria de
juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir
não se justifica em estudos econômicos. o uso de calculadora na prova, o que não é comum no Brasil.
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe
Fórmula para o cálculo de Juros compostos que a taxa de juros do problema é mensal), o que equivale a 2 anos
e 11 meses.
Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a Resposta: 2 anos e 11 meses.
uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.).
Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês: Exercícios
Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2 1. Uma Loja de eletrodomésticos apresenta a seguinte
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3 oferta para a venda de um DVD player:
.................................................................................................
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos À vista R$ 539,00 ou
evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n 12x 63,60 = R$ 763,20.

De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado De quanto será o acréscimo sobre o preço à vista se o
a uma taxa de juros compostos i durante o período n : S = P (1 + i)n produto for comprado em 12 vezes?
onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n =
número de períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado. 2. Calcule o juros simples gerado por um capital de
Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à R$ 2 500,00, quando aplicado durante 8 meses a uma taxa de
taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser necessariamente iguais. 3,5% a.m.
Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido!
3. Uma aplicação financeira, feita durante 2 meses a uma
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos,
taxa de 3% ao mês, rendeu R$ 1 920,00 de juro. Qual foi a
deveremos considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses.
quantia aplicada?
Exemplos
4. Um capital de $ 4.000,00 foi aplicado durante 3 meses, à
juros simples, à taxa de 18% a.a. Pede-se:
1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação, em
a) Juros
função do montante S e da taxa de aplicação i por período.
b) Montante.

Didatismo e Conhecimento 23
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5. Calcular o juro simples referente a um capital de Representando o capital aplicado por x, temos:
$ 2.400,00 nas seguintes condições: 3% de x dá 960
Taxa de Juros Prazo 0,03 . x = 960
a) 21% a.a. 1 ano 0,03x = 960
b) 21% a.a. 3 anos
x=
6. Qual o montante de uma aplicação de $16.000,00, a
juros compostos, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2,5% a.m.? Logo, o capital aplicado foi de R$ 32 000,00.

7. Calcule o montante e os juros da aplicação abaixo, 4) Resposta “Juros: R$ 180,00; Montante R$ 4 180,00”.
considerando o regime de juros compostos:
Capital Taxa de Juros Prazo de Antecipação Solução:
R$ 20.000,00 3,0% a.m. 7 meses a → J = Cin
J = 4000 {[(18/100)/12]x3}
8. O capital R$ 500,00 foi aplicado durante 8 meses à taxa J = 4000 {[0,18/12]x3}
de 5% ao mês. Qual o valor dos juros compostos produzidos? J = 4000 {0,015 x 3}
J = 4000 x 0,045
9. Qual a aplicação inicial que, empregada por 1 ano e seis J = 180,00
meses, à taxa de juros compostos de 3% ao trimestre, se torna
igual a R$ 477,62? B→M=C+J
M = 4000 + 180
10. Calcular o montante gerado a partir de R$ 1.500,00, M = 4.180,00
quando aplicado à taxa de 60% ao ano com capitalização
mensal, durante 1 ano. 5) Resposta “ R$ 504,00; R$ 1 512,00 ”

Respostas Solução:
a → J = Cin
1) Resposta “R$ 224,20”. J = 2400 [(21/100)x1]
J = 2400 [0,21 x 1]
Solução: Basta apenas tirar o valor à prazo sobre o à vista: J = 2400 x 0,21
R$ 763,20 – R$ 539,00 = R$ 224,20. J = 504,00
2) Resposta “R$ 700,00”. b → J = Cin
J = 2400 [(21/100)x3]
Solução: Dados:
J = 2400 [0,21x3]
Capital (quantia aplicada): R$ 2 500,00
J = 2400 0,63
Taxa de juros: 3,5 a.m.
J = 1.512,00
Tempo de aplicação: 8 meses
Juro: ?
6) Resposta “17 661,01”.
Representando o juro por x, podemos ter:
Solução: Dados:
x = (3,5% de 2 500) . 8
C: 16000
x = (0,035 . 2 500) . 8
i: 2,5% a.m.
x = 700
n: 4 meses.
Conclui-se que o juro é de R$ 700,00.
M = C(1 + i)n
3) Resposta “R$ 32 000,00”. 4
1 +  2,5   [ ]4 → M = 16000 [1
M = C(1 + i)n M = 16000
  100   → M = 16000 1 + 0,025
Solução: Dados:
4
Capital (quantia plicada) ?   2,5  
M =
Taxa de juro: 3% a.m. 16000 1
  100   → M = 16000
+ [1 + 0,025 ]4 → M = 16000 [1,025 ]4 → M = 16000 x 1,10381289 1 → M = 17.661,01

Tempo de aplicação: 2 meses


Juro: R$ 1 920,00 7) Resposta “24 597,48”.

Calculando a quantia que a aplicação rendeu juro ao mês: Solução: Dados:


C: 20000
1 920 2 = 960 i: 3,0% a.m.

Didatismo e Conhecimento 24
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n: 7 meses.
5.5. CÁLCULO ALGÉBRICO
M = C(1 + i)n 5.5.1. OPERAÇÕES COM EXPRESSÕES
7 ALGÉBRICAS. 5.5.2. IDENTIDADES
M = 20000
1 +  3   [
→ M = 20000 1 + 0,03 ]7 → M = 20000 [1,03 ]7 →ALGÉBRICAS NOTÁVEIS.
M = 20000 x 1,22987368 5.5.3. POLINÔ-
5 → M = 24.597,48
  100   MIOS. OPERAÇÕES. DIVISÃO POR X-A.
RAÍZES. FATORAÇÃO. RELAÇÃO ENTRE
COEFICIENTES E RAÍZES.
0,03 ]7 → M = 20000 [1,03 ]7 → M = 20000 x 1,22987368 5 → M = 24.597,48

8) Resposta “R$ 238,73”.

Solução: Dados: Expressões Algébricas são aquelas que contêm números e


C = R$ 500 letras.
i = 5% = 0,05 Ex: 2ax²+bx
n = 8 (as capitalizações são mensais)
M = C . (1 + i)n => M = 500 × (1,05)8 => M = R$ 738,73 Variáveis são as letras das expressões algébricas que repre-
O valor dos juros será: sentam um número real e que de princípio não  possuem um valor
J = 738,73 – 500 definido.
J = R$ 238,73 Valor numérico de uma expressão algébrica é o número que
obtemos substituindo as variáveis por números e efetuamos suas
9) Resposta “ R$ 400,00”. operações.
Ex: Sendo x =1 e y = 2, calcule o valor numérico (VN) da
Solução: expressão:
M = R$ 477,62 x² + y » 1² + 2 =3 Portando o valor numérico da expressão
i = 3% = 0,03 é 3.
n = 6 (as capitalizações são trimestrais)
M = C × (1 + i)n Monômio: os números e letras estão ligados apenas por pro-
477,62 = C × (1,03)6 dutos.
Ex : 4x
477,62
C=
1,19405 Polinômio: é a soma ou subtração de monômios.  
C = R$ 400,00. Ex: 4x+2y

10) Resposta “R$ 2.693,78”. Termos semelhantes: são aqueles que possuem partes literais
iguais ( variáveis )
Solução: Ex: 2 x³ y² z e 3 x³ y² z » são termos semelhantes pois pos-
Observamos que 60% ao ano é uma taxa nominal; a capitali- suem a mesma parte literal.
zação é mensal.
Adição e Subtração de expressões algébricas
A taxa efetiva é, portanto, 60% 12 = 5% ao mês. Para determinarmos a soma ou subtração de expressões algé-
C = R$ 1.500 bricas, basta somar ou subtrair os termos semelhantes.
i = 5% = 0,05 Assim: 2 x³ y² z + 3x³ y² z = 5x³ y² z ou 2 x³ y² z - 3x³ y² z
n = 12 = -x³ y² z
M = C . (1 + i)n
M = 1.500 × (1,05)12 Convém lembrar dos jogos de sinais.
M = 1.500 × 1,79586 Na expressão ( x³ + 2 y² + 1 ) – ( y ² - 2 ) = x³ +2 y² + 1 – y²
M = R$ 2.693,78 + 2 = x³ + y² +3

Multiplicação e Divisão de expressões algébricas


Na multiplicação e divisão de expressões algébricas, devemos
usar a propriedade distributiva.
Exemplos:
1) a ( x+y ) = ax + ay
2) (a+b)(x+y) = ax + ay + bx + by
3) x ( x ² + y ) = x³ + xy

Para multiplicarmos potências de mesma base, conservamos a


base e somamos os expoentes.

Didatismo e Conhecimento 25
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Na divisão de potências devemos conservar a base e subtrair Reduza os termos semelhantes na expressão 4x2 – 5x -3x +
os expoentes 2x . Depois calcule o seu valor numérico da expressão. 4x2 – 5x
2

Exemplos: - 3x + 2x2 reduzindo os termos semelhantes. 4x2 + 2x2 – 5x - 3x


1) 4x² : 2 x = 2 x 6x2 - 8x os termos estão reduzidos, agora vamos achar o valor
2) ( 6 x³ - 8 x ) : 2 x = 3 x² - 4 numérico dessa expressão.
3) (x4 - 5x3 + 9x2 - 7x+2) :(x2 - 2x + 1) = x2 - 3x +2 Para calcularmos o valor numérico de uma expressão devemos
ter o valor de sua incógnita, que no caso do exercício é a letra x.
Resolução: Vamos supor que x = - 2, então substituindo no lugar do x o
x4 - 5x3 + 9x2 - 7x+2 x2 - 2x + 1 -2 termos:
-x4 + 2x3 - x2 x2 - 3x + 2 6x2 - 8x
-3x + 8x -7x
3 2
6 . (-2)2 – 8 . (-2) =
3x3 - 6x2 -3x 6 . 4 + 16 =
2x2 - 4x + 2 24 + 16
-2x2 + 4x - 2 40
0
Multiplicação de monômios
Para iniciarmos as operações devemos saber o que são termos
semelhantes. Para multiplicarmos monômios não é necessário que eles sejam
Dizemos que um termo é semelhante do outro quando suas semelhantes, basta multiplicarmos coeficiente com coeficiente e
partes literais são idênticas. parte literal com parte literal. Sendo que quando multiplicamos
as partes literais devemos usar a propriedade da potência que diz:
Veja:  am . an = am + n (bases iguais na multiplicação repetimos a base e
5x2 e 42x são dois termos, as suas partes literais são x2 e x, as somamos os expoentes).
letras são iguais, mas o expoente não, então esses termos não são
semelhantes.  (3a2b) . (- 5ab3) na multiplicação dos dois monômios, devemos
7ab2 e 20ab2 são dois termos, suas partes literais são ab2 e ab2, multiplicar os coeficientes 3 . (-5) e na parte literal multiplicamos
observamos que elas são idênticas, então podemos dizer que são as que têm mesma base para que possamos usar a propriedade am
semelhantes. . an = am + n.

Adição e subtração de monômios 3 . ( - 5) . a2 . a . b . b3


-15 a2 +1 b1 + 3
Só podemos efetuar a adição e subtração de monômios entre -15 a3b4
termos semelhantes. E quando os termos envolvidos na operação
de adição ou subtração não forem semelhantes, deixamos apenas Divisão de monômios
a operação indicada.
Veja: Para dividirmos os monômios não é necessário que eles sejam
Dado os termos 5xy2, 20xy2, como os dois termos são semelhantes, basta dividirmos coeficiente com coeficiente e parte
semelhantes eu posso efetuar a adição e a subtração deles. literal com parte literal. Sendo que quando dividirmos as partes
5xy2 + 20xy2 devemos somar apenas os coeficientes e literais devemos usar a propriedade da potência que diz: am : an
conservar a parte literal. = am - n (bases iguais na divisão repetimos a base e diminuímos os
25 xy2 expoentes), sendo que a ≠ 0.
5xy2 - 20xy2 devemos subtrair apenas os coeficientes e
conservar a parte literal. (-20x2y3) : (- 4xy3) na divisão dos dois monômios, devemos
- 15 xy2 dividir os coeficientes -20 e - 4 e na parte literal dividirmos as que
têm mesma base para que possamos usar a propriedade am : an =
Veja alguns exemplos: am – n.
- x2 - 2x2 + x2 como os coeficientes são frações devemos tirar -20 : (– 4) . x2 : x . y3 : y3
o mmc de 6 e 9. 5 x2 – 1 y3 – 3
3x2 - 4 x2 + 18 x2 5x1y0
            18 5x
17x2
18 Potenciação de monômios

- 4x2 + 12y3 – 7y3 – 5x2 devemos primeiro unir os termos Na potenciação de monômios devemos novamente utilizar
semelhantes. 12y3 – 7y3 + 4x2 – 5x2 agora efetuamos a soma e a uma propriedade da potenciação:
subtração.
-5y3 – x2 como os dois termos restantes não são semelhantes, (I) (a . b)m = am . bm
devemos deixar apenas indicado à operação dos monômios. (II) (am)n = am . n

Didatismo e Conhecimento 26
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Veja alguns exemplos: Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton
(-5x2b6)2 aplicando a propriedade
(I). (-5)2 . (x2)2 . (b6)2 aplicando a propriedade Um termo genérico Tp+1 do desenvolvimento de (a+b)n , sendo
(II) 25 . x4 . b12 25x4b12 p um número natural, é dado por

Binômio ⎛ n⎞
T p+1 = ⎜ ⎟ .a n− p .b p
⎝ p⎠
Denomina-se Binômio de Newton , a todo binômio da forma
(a + b)n , sendo n um número natural . onde

Exemplo:  ⎛ n⎞ n!
B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do binô- ⎜⎝ p ⎟⎠ = Cn. p = p!(n − p)!
mio] ).
é denominado Número Binomial e Cn.p é o número de combi-
Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton : nações simples de n elementos, agrupados p a p, ou seja, o número
a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2 de combinações simples de n elementos de taxa p.
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3 Este número é também conhecido como Número Combina-
c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4 tório.
d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5
Exercícios
Nota:
Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já que elas 1. Determine o 7º termo do binômio (2x + 1)9, desenvolvido
possuem uma lei de formação bem definida, senão vejamos: segundo as potências decrescentes de x.
Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos são
2. Qual o termo médio do desenvolvimento de (2x + 3y)8?
iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5.
A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser obtidos
a partir da seguinte regra prática de fácil memorização: 3. Desenvolvendo o binômio (2x - 3y)3n, obtemos um polinô-
Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e dividi- mio de 16 termos. Qual o valor de n?
mos o resultado pela ordem do termo. O resultado será o coeficien-
te do próximo termo. Assim por exemplo, para obter o coeficiente 4. Determine o termo independente de x no desenvolvimento
do terceiro termo do item (d) acima teríamos: de (x + 1/x )6.
5.4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo anterior (2
por se tratar do segundo termo) 20:2 = 10 que é o coeficiente do 5. Calcule: (3x²+2x-1) + (-2x²+4x+2).
terceiro termo procurado.
Observe que os expoentes da variável a decrescem de n até 0 6. Efetue e simplifique o seguinte calculo algébrico: (2x+3).
e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o terceiro termo é (4x+1).
10 a3b2 (observe que o expoente de a decresceu de 4 para 3 e o de
b cresceu  de 1 para 2). 7. Efetue e simplifique os seguintes cálculos algébricos:
Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do binômio a) (x - y).(x² - xy + y²)
de Newton (a + b)7 será: b) (3x - y).(3x + y).(2x - y)
(a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21 a2b5 +
7 ab + b7
6
8. Dada a expressão algébrica bc – b2, determine o seu valor
numérico quando b = 2,2 e c = 1,8.
Como obtivemos, por exemplo, o coeficiente do 6º termo (21
a2b5) ?
Pela regra: coeficiente do termo anterior = 35. Multiplicamos 9. Calcule o valor numérico da expressão 2x3 – 10y, quando
35 pelo expoente de a que é igual a 3 e dividimos o resultado pela x = -3 e y = -4.
ordem do termo que é 5.
Então, 35 . 3 = 105 e dividindo por 5 (ordem do termo ante- 10. Um caderno curta y reais. Gláucia comprou 4 cadernos,
rior) vem 105:5 = 21, que é o coeficiente do sexto termo, conforme Cristina comprou 6 cadernos, e Karina comprou 3. Qual é o monô-
se vê acima. mio que expressa a quantia que as três gastaram juntas?

Observações: Respostas
1) o desenvolvimento do binômio (a + b)n é um polinômio.
2) o desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos . 1) Resposta “672x3”.
3) os coeficientes dos termos equidistantes dos extremos , no Solução: Primeiro temos que aplicar a fórmula do termo geral
desenvolvimento De (a + b)n são iguais . de (a + b)n, onde:
4) a soma dos coeficientes de (a + b)n é igual a 2n .

Didatismo e Conhecimento 27
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a = 2x 6!
T3+1 = T4 = C6,3 . x0 = C6,3 = = 6.5.4.3! =20
b=1 [(6-3)!.3!] 3!.2.1
n=9 Logo, o termo independente de x é o T4 (quarto termo) que é
Como queremos o sétimo termo, fazemos p = 6 na fórmula do igual a 20.
termo geral e efetuamos os cálculos indicados.
Temos então: 5) Solução:
T6+1 = T7 = C9,6 . (2x)9-6 × (1)6 = 9! ×(2x)3×1= (3x²+2x-1) + (-2x²+4x+2)
[(9-6)! x6!] 3x² + 2x – 1 – 2x² + 4x + 2 =
9.8.7.6!
×8x³=672x³ x² + 6x + 1
3.2.1.6!
Portanto o sétimo termo procurado é 672x3. 6) Solução:
(2x+3).(4x+1)
2) Resposta “90720x4y4”. 8x² + 2x + 12x + 3 =
Solução: Temos: 8x² + 14x + 3
a = 2x
b = 3y 7) a - Solução:
n=8 (x - y).(x² - xy + y²)
Sabemos que o desenvolvimento do binômio terá 9 termos, x³ - x²y + xy² - x²y + xy² - y³ =
porque n = 8. Ora sendo T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 os termos do x³ - 2x²y + 2xy² - y³ =
desenvolvimento do binômio, o termo do meio (termo médio) será
o T5 (quinto termo). b - Solução:
(3x - y).(3x + y).(2x - y)
Logo, o nosso problema resume-se ao cálculo do T5. Para (3x - y).(6x² - 3xy + 2xy - y²) =
isto, basta fazer p = 4 na fórmula do termo geral e efetuar os cálcu- (3x - y).(6x² - xy - y²) =
los decorrentes. Teremos: 18x³ - 3x²y - 3xy² - 6x²y + xy² + y³ =
18x³ - 9x²y - 2xy² + y³
T4+1 = T5 = C8,4 . (2x)8-4 . (3y)4 = 8! . (2x)4 . (3y)4 =
[(8-4)! .4!] 8) Resposta “-0,88”.
8.7.6.5.4! . 16x4 . 81y4
(4!.4.3.2.1 Solução:
bc – b2 =
Fazendo as contas vem:  2,2 . 1,8 – 2,22 = (Substituímos as letras pelos valores passa-
dos no enunciado)
T5 = 70.16.81.x4 . y4 = 90720x4y4 , que é o termo médio pro- 3,96 – 4,84 =
curado. -0,88.
Portanto, o valor procurado é 0,88.
3) Resposta “5”.
Solução: Ora, se o desenvolvimento do binômio possui 16 ter- 9) Resposta “-14”.
mos, então o expoente do binômio é igual a 15. Solução:
Logo, 2x3 – 10y =
3n = 15 de onde se conclui que n = 5. 2.(-3)² - 10.(-4) = (Substituímos as letras pelos valores do
enunciado da questão)
4) Resposta “20”. 2.(27) – 10.(-4) =
Solução: Sabemos que o termo independente de x é aquele (-54) – (-40) =
que não depende de x, ou seja, aquele que não possui x. -54 + 40 = -14.
Temos no problema dado: Portanto -14 é o valor procurado na questão.
a=x
1 10) Resposta “13y reais”.
b= Solução: Como Gláucia gastou 4y reais, Cristina 6y reais e
x
Karina 3y reais, podemos expressar essas quantias juntas por:
n = 6.
4y + 6y + 3y =
Pela fórmula do termo geral, podemos escrever: (4 + 6 + 3)y =
Tp+1 = C6,p . x6-p . ( 1 )p = C6,p . x6-p . x-p = C6,p . x6-2p. 13y
x
Ora, para que o termo seja independente de x, o expoente des- Importante: Numa expressão algébrica, se todos os monômios
ta variável deve ser zero, pois x0 = 1. ou termos são semelhantes, podemos tornar mais simples a expres-
Logo, fazendo 6 - 2p = 0, obtemos p = 3. Substituindo então p são somando algebricamente os coeficientes numéricos e manten-
por 6, teremos o termo procurado. Temos então: do a parte literal.

Didatismo e Conhecimento 28
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Polinômios Subtração

Para polinômios podemos encontrar várias definições Exemplo 1


diferentes como:
Polinômio é uma expressão algébrica com todos os termos Subtraindo –3x2 + 10x – 6 de 5x2 – 9x – 8.
semelhantes reduzidos. Polinômio é um ou mais monômios (5x2 – 9x – 8) – (–3x2 + 10x – 6) → eliminar os parênteses
separados por operações. utilizando o jogo de sinal.
As duas podem ser aceitas, pois se pegarmos um polinômio – (–3x2) = +3x2
encontraremos nele uma expressão algébrica e monômios – (+10x) = –10x
– (–6) = +6
separados por operações.
5x2 – 9x – 8 + 3x2 –10x +6 → reduzir os termos semelhantes.
- 3xy é monômio, mas também considerado polinômio,
5x2 + 3x2 – 9x –10x – 8 + 6
assim podemos dividir os polinômios em monômios (apenas um 8x2 – 19x – 2
monômio), binômio (dois monômios) e trinômio (três monômios). Portanto: (5x2 – 9x – 8) – (–3x2 + 10x – 6) = 8x2 – 19x – 2

- 3x + 5 é um polinômio e uma expressão algébrica. Exemplo 2


Como os monômios, os polinômios também possuem grau e
é assim que eles são separados. Para identificar o seu grau, basta Se subtrairmos 2x³ – 5x² – x + 21 e 2x³ + x² – 2x + 5 teremos:
observar o grau do maior monômio, esse será o grau do polinômio. (2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) → eliminando os
Com os polinômios podemos efetuar todas as operações: parênteses através do jogo de sinais.
adição, subtração, divisão, multiplicação, potenciação. 2x³ – 5x² – x + 21 – 2x³ – x² + 2x – 5 → redução de termos
O procedimento utilizado na adição e subtração de polinômios semelhantes.
envolve técnicas de redução de termos semelhantes, jogo de sinal, 2x³ – 2x³ – 5x² – x² – x + 2x + 21 – 5
operações envolvendo sinais iguais e sinais diferentes. Observe os 0x³ – 6x² + x + 16
exemplos a seguir: – 6x² + x + 16
Portanto: (2x³ – 5x² – x + 21) – (2x³ + x² – 2x + 5) = – 6x² +
Adição x + 16

Exemplo 1 Exemplo 3

Adicionar x2 – 3x – 1 com –3x2 + 8x – 6. Considerando os polinômios A = 6x³ + 5x² – 8x + 15, B = 2x³


– 6x² – 9x + 10 e C = x³ + 7x² + 9x + 20. Calcule:
(x2 – 3x – 1) + (–3x2 + 8x – 6) → eliminar o segundo parênteses a) A + B + C
através do jogo de sinal. (6x³ + 5x² – 8x + 15) + (2x³ – 6x² – 9x + 10) + (x³ + 7x² + 9x
+(–3x2) = –3x2 + 20)
+(+8x) = +8x 6x³ + 5x² – 8x + 15 + 2x³ – 6x² – 9x + 10 + x³ + 7x² + 9x + 20
6x³ + 2x³ + x³ + 5x² – 6x² + 7x² – 8x – 9x + 9x + 15 + 10 + 20
+(–6) = –6
9x³ + 6x² – 8x + 45
x2 – 3x – 1 –3x2 + 8x – 6 → reduzir os termos semelhantes.
x2 – 3x2 – 3x + 8x – 1 – 6
A + B + C = 9x³ + 6x² – 8x + 45
–2x2 + 5x – 7
b) A – B – C
Portanto: (x2 – 3x – 1) + (–3x2 + 8x – 6) = –2x2 + 5x – 7 (6x³ + 5x² – 8x + 15) – (2x³ – 6x² – 9x + 10) – (x³ + 7x² + 9x
+ 20)
Exemplo 2 6x³ + 5x² – 8x + 15 – 2x³ + 6x² + 9x – 10 – x³ – 7x² – 9x – 20
6x³ – 2x³ – x³ + 5x² + 6x² – 7x² – 8x + 9x – 9x + 15 – 10 – 20
Adicionando 4x2 – 10x – 5 e 6x + 12, teremos: 6x³ – 3x³ + 11x² – 7x² – 17x + 9x + 15 – 30
(4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) → eliminar os parênteses utilizando 3x³ + 4x² – 8x – 15
o jogo de sinal.
4x2 – 10x – 5 + 6x + 12 → reduzir os termos semelhantes. A – B – C = 3x³ + 4x² – 8x – 15
4x2 – 10x + 6x – 5 + 12
4x2 – 4x + 7 A multiplicação com polinômio (com dois ou mais monômios)
pode ser realizada de três formas:
Portanto: (4x2 – 10x – 5) + (6x + 12) = 4x2 – 4x + 7 Multiplicação de monômio com polinômio.
Multiplicação de número natural com polinômio.
Multiplicação de polinômio com polinômio.

Didatismo e Conhecimento 29
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
As multiplicações serão efetuadas utilizando as seguintes • Monômio é um tipo de polinômio que possui apenas um
propriedades: termo, ou seja, que possui apenas coeficiente e parte literal. Por
- Propriedade da base igual e expoente diferente: an . am = a n + m exemplo:
- Monômio multiplicado por monômio é o mesmo que a2 → 1 é o coeficiente e a2 parte literal.
multiplicar parte literal com parte literal e coeficiente com 3x2y → 3 é o coeficiente e x2y parte literal.
coeficiente. -5xy6 → -5 é o coeficiente e xy6 parte literal.
• Divisão de monômio por monômio
Multiplicação de monômio com polinômio
Ao resolvermos uma divisão onde o dividendo e o divisor
- Se multiplicarmos 3x por (5x + 3x – 1), teremos:
2 são monômios devemos seguir a regra: dividimos coeficiente com
3x . (5x2 + 3x – 1) → aplicar a propriedade distributiva. coeficiente e parte literal com parte literal. Exemplos: 6x3 : 3x = 6
3x . 5x2 + 3x . 3x + 3x . (-1) . x3 = 2x2 3x2
15x3 + 9x2 – 3x
                
Portanto: 3x (5x + 3x – 1) = 15x + 9x – 3x
2 3 2
Observação: ao dividirmos as partes literais temos que estar
- Se multiplicarmos -2x2 por (5x – 1), teremos:
atentos à propriedade que diz que base igual na divisão, repete a
-2x2 (5x – 1) → aplicando a propriedade distributiva. base e subtrai os expoentes.
-2x2 . 5x – 2x2 . (-1) Depois de relembrar essas definições veja alguns exemplos de
- 10x3 + 2x2 como resolver divisões de polinômio por monômio.
Portanto: -2x2 (5x – 1) = - 10x3 + 2x2 Exemplo: (10a3b3 + 8ab2) : (2ab2)
O dividendo 10a3b3 + 8ab2 é formado por dois monômios.
Multiplicação de número natural
Dessa forma, o divisor 2ab2, que é um monômio, irá dividir cada
um deles, veja:
- Se multiplicarmos 3 por (2x2 + x + 5), teremos:
3 (2x2 + x + 5) → aplicar a propriedade distributiva.
(10a3b3 + 8ab2) : (2ab2)
3 . 2x2 + 3 . x + 3 . 5
6x2 + 3x + 15.
Portanto: 3 (2x2 + x + 5) = 6x2 + 3x + 15.

Multiplicação de polinômio com polinômio

- Se multiplicarmos (3x – 1) por (5x2 + 2) Assim, transformamos a divisão de polinômio por monômio
(3x – 1) . (5x2 + 2) → aplicar a propriedade distributiva. em duas divisões de monômio por monômio. Portanto, para
3x . 5x2 + 3x . 2 – 1 . 5x2 – 1 . 2 concluir essa divisão é preciso dividir coeficiente por coeficiente e
15x3 + 6x – 5x2 – 2 parte literal por parte literal.

Portanto: (3x – 1) . (5x2 + 2) = 15x3 + 6x – 5x2 – 2


- Multiplicando (2x2 + x + 1) por (5x – 2), teremos:
(2x2 + x + 1) (5x – 2) → aplicar a propriedade distributiva.
2x2 . (5x) + 2x2 . (-2) + x . 5x + x . (-2) + 1 . 5x + 1 . (-2)
10x3 – 4x2 + 5x2 – 2x + 5x – 2
10x3+ x2 + 3x – 2
Portanto: (2x2 + x + 1) (5x – 2) = 10x3+ x2 + 3x – 2

Divisão

A compreensão de como funciona a divisão de polinômio por ou


monômio irá depender de algumas definições e conhecimentos.
Será preciso saber o que é um monômio, um polinômio e como Portanto, (10a3b3 + 8ab2) : (2ab2) = 5a2b + 4
resolver a divisão de monômio por monômio. Dessa forma, veja a Exemplo: (9x2y3 – 6x3y2 – xy) : (3x2y)
seguir uma breve explicação sobre esses assuntos.
O dividendo 9x2y3 – 6x3y2 – xy é formado por três monômios.
• Polinômio é uma expressão algébrica racional e inteira, por
Dessa forma, o divisor 3x2y, que é um monômio irá dividir cada
exemplo:
um deles, veja:
x2y
3x – 2y
x + y5 + ab

Didatismo e Conhecimento 30
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Assim, transformamos a divisão de polinômio por monômio 2) Resposta “36x4”.
em três divisões de monômio por monômio. Portanto, para concluir Solução:
essa divisão é preciso dividir coeficiente por coeficiente e parte Área: (6x²)² = (6)² . (x)² = 36x4
literal por parte literal. Logo, a área é expressa por 36x4.

3) Resposta “7x + 3y”.


Solução:
7 cadernos a x reais cada um: 7x reais
3 cadernos a y reais cada um: 3y reais.
Portanto, a quantia que Noêmia gastará na compra dos
Portanto, cadernos é expressa por:
7x + 3y → uma expressão algébrica que indica a adição de
monômios.

Exercícios 4) Resposta “2,3x – 1,65xy + 0,8y”.


Solução:
1. Um Caderno custa y reais. Gláucia comprou 4 cadernos, 0,3x – 5xy + 1,8y + 2x – y + 3,4xy =
Cristina comprou 6, e Karina comprou 3. Qual é o monômio que = 0,3x + 2x – 5xy + 3,4xy + 1,8y – y = → propriedade
expressa a quantia que as três gastaram juntas? comutativa
= 2,3x – 1,65xy + 0,8y → reduzindo os termos semelhantes
2. Suponha que a medida do lado de um quadrado seja Então: 2,3x – 1,65xy + 0,8y é a forma reduzida do polinômio
expressa por 6x², em que x representa um número real positivo. dado.
Qual o monômio que vai expressar a área desse quadrado?
5) Resposta “5x + 2xy – 4y”.
3. Um caderno de 200 folhas custa x reais, e um caderno de
100 folhas custa y reais. Se Noêmia comprar 7 cadernos de 200 Solução: 1˚ Modo:
folhas e 3 cadernos de 100 folhas, qual é a expressão algébrica que (7x – 2xy – 5y) + (–2x + 4xy + y) =
irá expressar a quantia que ela irá gastar? = 7x – 2xy – 5y – 2x + 4xy + y =
= 7x – 2x – 2xy + 4xy – 5y + y =
4. Escreve de forma reduzida o polinômio: 0,3x – 5xy + 1,8y = 5x + 2xy – 4y
+ 2x – y + 3,4xy. 2˚ Modo:
7x – 2xy – 5y
5. Calcule de dois modos (7x – 2xy – 5y) + (-2x + 4xy + y) – 2x + 4xy + y
-------------------------
6. Determine P1 + P2 – P3, dados os Polinômios: 5x + 2xy – 4y
P1 = 3x² + x²y² - 7y²
P2 = 2x² + 8x²y² + 3y² 6) Resposta “–3x² + 2x²y² + 5y²”.
P3 = 5x² + 7x²y² - 9y²
Solução:
7. Qual é o polinômio P que, adicionado ao polinômio 2y5 – (3x² + x²y² - 7y²) + (x² + 8x²y² + 3y²) – (5x² + 7x²y² - 9y²) =
3y4 + y² – 5y + 3, dá como resultado o polinômio 3y5 – 2y4 – 2y3 = 3x² + x²y² – 7y² – x² + 8x²y² + 3y² – 5x² – 7x²y² + 9y² =
+ 2y² – 4y + 1? = 3x² – x² – 5x² + x²y² + 8x²y² – 7x²y² – 7y² + 3y² + 9y² =
= –3x² + 2x²y² + 5y²
8. Qual é a forma mais simples de se escrever o polinômio
expresso por: 2x(3a – 2x) + a(2x – a) – 3x(a + x)? Logo, P1 + P2 – P3 = –3x² + 2x²y² + 5y².
9. Qual a maneira para se calcular a multiplicação do seguinte 7) Resposta “y5 + y4 – 2y3 + y² + y – 2”.
polinômio: (2x + y)(3x – 2y)?
Solução:
10. Calcule: (12a5b² – 20a4b³ + 48a³b4) (4ab).
P + (2y5 – 3y4 + y² – 5y + 3) = (3y5 – 2y4 – 2y3 + 2y² – 4y +
1). Daí:
Respostas
P = (3y5 – 2y4 – 2y3 + 2y² – 4y + 1) – (2y5 – 3y4 + y² – 5y + 3) =
1) Resposta “13y reais”. = 3y5 – 2y4 – 2y3 + 2y² – 4y + 1 – 2y5 + 3y4 – y² + 5y – 3 =
Solução: 4y + 6y + 3y = = 3y5 – 2y5 – 2y4 + 3y4 – 2y3 + 2y² – y² – 4y + 5y + 1 – 3 =
= (4 + 6 + 3)y = = y5 + y4 – 2y3 + y² + y – 2.
= 13y
Logo, as três juntas gastaram 13y reais. Logo, o polinômio P procurado é y5 + y4 – 2y3 + y² + y – 2.

Didatismo e Conhecimento 31
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
8)Resposta “5ax – 7x² – a²”. Diferença de Quadrados
Solução:
2x(3a – 2x) + a(2x – a) – 3x(a + x) = Utilizamos a fatoração pelo método de diferença de quadrados
= 6ax – 4x² + 2ax – a² – 3ax – 3x² = sempre que dispusermos da diferença entre dois monômios cujas
= 6ax + 2ax – 3ax – 4x² – 3x² – a² = literais tenham expoentes pares. A fatoração algébrica de tais
= 5ax – 7x² – a² expressões é obtida com os seguintes passos:

9) Resposta “6x² – xy – 2y²”. - Extraímos as raízes quadradas dos fatores numéricos de cada
Solução: Nesse caso podemos resolve de duas maneiras: monômio;
1˚ Maneira: (2x + y)(3x – 2y) = - Dividimos por dois os expoentes das literais;
= 2x . 3x – 2x . 2y + y . 3x – y . 2y = - Escrevemos a expressão como produto da soma pela
= 6x² – 4xy + 3xy – 2y² = diferença dos novos monômios assim obtidos.
= 6x² – xy – 2y²
Por exemplo, a expressão a2 – b2 seria fatorada da seguinte
2˚ Maneira: forma:
3x – 2y a2 – b2 = (a = b) (a – b)
x 2x + y
------------------- Trinômio Quadrado Perfeito
6x² – 4xy
+ 3xy – 2y² Uma expressão algébrica pode ser identificada como trinômio
--------------------- quadrado perfeito sempre que resultar do quadrado da soma ou
6x² – xy – 2y² diferença entre dois monômios.
Por exemplo, o trinômio x4 + 4x2 + 4 é quadrado perfeito, uma
10) Resposta “3a4b – 5a³b² + 12a²b³”. vez que corresponde a (x2 + 2)2.
Solução: São, portanto, trinômios quadrados perfeitos todas as
(12a5b² – 20a4b³ + 48a³b4) (4ab) = expressões da forma a2 ± 2ab + b2, fatoráveis nas formas seguintes:
= (12a5b² 4ab) – (20a4b³ 4ab) + (48a³b4 4ab) =
= 3a4b – 5a³b² + 12a²b³ a2 + 2ab + b2 = (a + b)2
a2 - 2ab + b2 = (a - b)2
Fatoração
Trinômio Quadrado da Forma ax2 + bx + c
Fatorar uma expressão algébrica é modificar sua forma de
soma algébrica para produto; fatorar uma expressão é obter outra Supondo sejam x1 e x2 as raízes reais do trinômio, ax2 + bx +
expressão que: c (a ≠ 0), dizemos que:
ax2 + bx + c = a (x – x1)(x – x2)
- Seja equivalente à expressão dada;
- Esteja na forma de produto. Na maioria dos casos, o resultado Lembre-se de que as raízes de uma equação de segundo grau
de uma fatoração é um produto notável. podem ser calculadas através da fórmula de Bhaskara: ( x = -b +- √
Δ
, onde ∆ = b2 – 4ac) 2.a
Há diversas técnicas de fatoração, supondo a, b, x e y
expressões não fatoráveis. Soma e Diferença de Cubos

Fator Comum Se efetuarmos o produto do binômio a + b pelo trinômio a² –


ab + b², obtemos o seguinte desenvolvimento:
Devemos reconhecer o fator comum, seja ele numérico, literal
ou misto; em seguida colocamos em evidência esse fator comum, (a + b) (a2 – ab + b2) = a3 – a2b + ab2 + a2b – ab2 + b3
simplificamos a expressão deixando em parênteses a soma (a + b)(a2 - ab + b2) = a3 + b3
algébrica. Observe os exemplos abaixo:
ax + ay = a (x + y) Analogamente, se calcularmos o produto de a – b por a2 + ab
12x2y + 4 xy3 = 4xy (3x + y2) + b2, obtemos a3 – b3.

Agrupamento O que acabamos de desenvolver foram produtos notáveis


que nos permitem concluir que, para fatorarmos uma soma ou
Devemos dispor os termos do polinômio de modo que diferença de cubos, basta-nos inverter o processo anteriormente
formem dois ou mais grupos entre os quais haja um fator comum, demonstrado.
em seguida, colocar o fator comum em evidência. Observe:
ax + ay + bx + by = a3 + b3 = (a + b)(a2 - ab + b2)
= a (x + y) +b (x + y) = a3 - b3 = (a - b)(a2 + ab + b2)
= (a + b) (x + y) =

Didatismo e Conhecimento 32
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Exercícios 5) Solução:
x² – 6x = 0
1. Fatore o seguinte polinômio: 10ax + 15bx x(x – 6) = 0 → colocando o fator x em evidência

2. Fatore o polinômio y5 – 2y4 + y³


Lembre-se: se a . b = 0, então a = 0 e b = 0. Portanto, na forma
fatorada temos:
3. Qual é a forma fatorada do polinômio 8a4b² - 20a³b5?

4. Fatorar o polinômio x(m + n) – y(m + n) x = 0 (1ª raiz) ou


x – 6 = 0 → x = 6 (2ª raiz)
5. Resolva a equação x² – 6x = 0, no conjunto R. Logo, S = {0, 6}.

6. Verifique se o trinômio 9x² – 12xy + 4y² é quadrado perfeito. 6) Solução: Existem dois termos quadrados 9x² e 4y²

7. Verifique se 16b² – 24b + 25 é quadrado perfeito.


√9x2 = 3x e
√2y2 = 2y
8. Qual é a forma fatorada do polinômio a4b + ab4?

9. Fatorar x3 – 4x² + 4x 2 . 3x . 2y = 12xy → termo restante do trinômio dado.

10. Considere o polinômio a3 – ax². Procure fatorá-lo de Logo, 9x² – 12xy + 4y² é quadrado perfeito.
maneira completa, ou seja, efetuando todas as fatorações possíveis.
Fatorando o polinômio temos:
Respostas 9x² – 12xy + 4y² = (3x – 2y)(3x – 2y) = (3x – 2y)²
1) Solução: Podemos notar que o fator comum é 5x.
7) Solução: Existem dois termos quadrados: 16b² e 25.
10ax + 15bx = √16b2 = 4b e
= 5x(2a + 3b) √25 = 5

(10ax : 5x) (15bx : 5x) 2 . 4b . 5 = 40b → Não corresponde ao termo restante do


trinômio.
Logo, a forma fatorada do polinômio dado é 5x(2a + 3b).
Logo, 16b² – 24b + 25 não é um trinômio de quadrado perfeito.
2) Solução: Podemos notar que o fator comum é y3.
y5 – 2y4 + y³ =
= y3(y² – 2y + 1) 8) Solução:
(y3 : y3) a4b + ab4 =
= ab(a3 + b3) =
(y5 : y3) (2y4 : y3) = ab(a + b)(a² – ab + b²).
Logo, a forma fatorada do polinômio dado é y3(y² – 2y + 1).
9) Solução:
3) Solução: O fator comum é: 4a3b². x3 – 4x² + 4x =
8a4b² - 20a³b5 = = x(x² – 4x + 4) =
= 4a3b² (2a – 5b3) = x(x – 2)².
(20a³b5 : 4a3b²)
10) Solução: Primeiro, como existe um fator comum,
(8a b² : 4a b²)
4 3 colocamos em evidência:
Logo, a forma do polinômio dado é 4a3b²(2a – 5b³). a3 – ax² = a(a² – x²)

4) Solução: O fator comum é: (m + n). Porém, a fatoração não está completa, pois o fator (a² – x²)
x(m + n) – y(m + n) = representa uma diferença de dois quadrados e, portanto, pode ser
= (m + n)(x – y) fatorado novamente:
[y(m + n)] : (m + n) a3 – ax² = a(a² – x²) = a(a + x)(a – x).
[x (m + n)] : (m + n)

Logo, a forma fatorada do polinômio dado é (m + n)(x – y).

Didatismo e Conhecimento 33
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
-40x = +9(-1)
5.6. EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES. 40x = 9
5.6.1. EQUAÇÕES DO 1º E DO 2ª GRAUS. x = 9/40
5.6.2. RAÍZES DE PRODUTOS DE x = 0,225
POLINÔMIOS DO 1º E 2ª GRAUS.
5.6.3. DESIGUALDADES DE 1º E 2ª GRAUS. Há também um processo prático, bastante usado, que se baseia
DESIGUALDADES PRODUTO E nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
QUOCIENTE. INTERPRETAÇÃO GEOMÉ- - Se a + b = c, conclui-se que a = c + b.
TRICA. 5.6.4. SISTEMAS DE EQUAÇÕES DE
1º E 2ª GRAUS. INTERPRETAÇÃO GEOMÉ- Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no lado
TRICA. 5.6.5. RAÍZES DE PRODUTOS DE esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no lado
POLINÔMIOS DO 1º E 2ª GRAUS. direito da igualdade.
- Se a . b = c, conclui-se que a = c + b, desde que b ≠ 0.
Na primeira igualdade, o número b aparece multiplicando no
lado esquerdo; na segunda, ele aparece dividindo no lado direito
Veja estas equações, nas quais há apenas uma incógnita: da igualdade.
3x – 2 = 16 (equação de 1º grau) O processo prático pode ser formulado assim:
- Para isolar a incógnita, coloque todos os termos com
2y3 – 5y = 11 (equação de 3º grau) incógnita de um lado da igualdade e os demais termos do outro
lado.
2
1 – 3x + =x+ 1 (equação de 1º grau) - Sempre que mudar um termo de lado, inverta a operação.
5 2
O método que usamos para resolver a equação de 1º grau é Exemplo
isolando a incógnita, isto é, deixar a incógnita sozinha em um dos 5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
lados da igualdade. Para conseguir isso, há dois recursos: Resolução da equação = - , usando o
2 3 3
- inverter operações; processo prático.
- efetuar a mesma operação nos dois lados da igualdade.
Procedimento e justificativa: Iniciamos da forma habitual,
Exemplo1 multiplicando os dois lados pelo mmc (2;3) = 6. A seguir, passamos
Resolução da equação 3x – 2 = 16, invertendo operações. a efetuar os cálculos indicados. Neste ponto, passamos a usar o
processo prático, colocando termos com a incógnita à esquerda e
Procedimento e justificativa: Se 3x – 2 dá 16, conclui-se que números à direita, invertendo operações.
3x dá 16 + 2, isto é, 18 (invertemos a subtração). Se 3x é igual a 18,
é claro que x é igual a 18 : 3, ou seja, 6 (invertemos a multiplicação Registro
por 3).
5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
- =
2 3 3
Registro
6. 5(x+2) - 6. (x+2) . (x-3) = 6. x
2

3x – 2 = 16 2 3 3
3x = 16 + 2 15(x + 2) – 2(x + 2)(x – 3) = – 2x2
3x = 18 15x + 30 – 2(x2 – 3x + 2x – 6) = – 2x2
18 15x + 30 – 2(x2 – x – 6) = – 2x2
x=
x = 63 15x + 30 – 2x2 + 2x + 12 = – 2x2
17x – 2x2 + 42 = – 2x2
Exemplo 2 17x – 2x2 + 2x2 = – 42
2 1 17x = – 42
Resolução da equação 1 – 3x + =x+ , efetuando a 42
5 2 x=-
mesma operação nos dois lados da igualdade. 17
Procedimento e justificativa: Multiplicamos os dois lados Note que, de início, essa última equação aparentava ser de
x2
da equação por mmc (2;5) = 10. Dessa forma, são eliminados 2º grau por causa do termo - no seu lado direito. Entretanto,
3 que foi reduzida a uma equação
depois das simplificações, vimos
os denominadores. Fazemos as simplificações e os cálculos
necessários e isolamos x, sempre efetuando a mesma operação nos de 1º grau (17x = – 42).
dois lados da igualdade. No registro, as operações feitas nos dois
lados da igualdade são indicadas com as setas curvas verticais.
Exercícios
Registro
1 – 3x + 2/5 = x + 1 /2 x-1 x+3 x-4
10 – 30x + 4 = 10x + 5 1. Resolva a seguinte equação: - = 2x -
2 4 3
-30x - 10x = 5 - 10 - 4

Didatismo e Conhecimento 34
PROGRAMA DE MATEMÁTICA

3x + 1 4x + 2 2x – 10x – 15x + 8x = -5 – 4 + 50 – 15 + 6
x - 3 2x + 3
2. Resolva: - -5= - 10x – 25x = 56 – 24
5 2 2 5
(-1) -15x = 32
3. Calcule: -32
a) -3x – 5 = 25 x=
15
b) 2x - 1 = 3
2 3) Solução:
c) 3x + 24 = -5x
a) -3x – 5 = 25
4. Existem três números inteiros consecutivos com soma igual -3x = 25 + 5
a 393. Que números são esses? (-1) -3x = 30
3x = -30
5. Determine um número real “a” para que as expressões (3a
- 30
+ 6)/ 8 e (2a + 10)/6 sejam iguais. x= = -10
3
6. Determine o valor da incógnita x: b) 2x - 1 = 3
a) 2x – 8 = 10 2
b) 3 – 7.(1-2x) = 5 – (x+9) 2(2x) - 1 = 6
2
7. Verifique se três é raiz de 5x – 3 = 2x + 6. 4x – 1 = 6
4x = 6 + 1
8. Verifique se -2 é raiz de x² – 3x = x – 6. 4x = 7
7
9. Quando o número x na equação ( k – 3 ).x + ( 2k – 5 ).4 + x=
4
4k = 0 vale 3, qual será o valor de K?
c) 3x + 24 = -5x
10. Resolva as equações a seguir: 3x + 5x = -24
a)18x - 43 = 65 8x = -24
b) 23x - 16 = 14 - 17x - 24
c) 10y - 5 (1 + y) = 3 (2y - 2) - 20 x= = -3
8
Respostas 4) Resposta “130; 131 e 132”.
Solução:
-31 x + (x + 1) + (x + 2) = 393
1) Resposta “ x = ”
17 3x + 3 = 393
Solução: 3x = 390
x = 130
x-1 x+3 x-4 Então, os números procurados são: 130, 131 e 132.
- = 2x -
2 4 3
5) Resposta “22”.
6(x - 1) - 3(x + 3) = 24x - 4(x - 4) Solução:
12 (3a + 6) / 8 = (2a + 10) / 6
6x – 6 – 3x – 9 = 24x – 4x + 16 6 (3a + 6) = 8 (2a + 10)
6x – 3x – 24x + 4x = 16 + 9 + 6 18a + 36 = 16a + 80
10 x – 27x = 31 2a =  44
(-1) - 17x = 31 a = 44/2 = 22
x = -31
17 6) Solução:
a) 2x – 8 = 10
-32 2x = 10 + 8
2) Resposta “ x = ”
15 2x = 18
Solução: x = 9  →  V = {9}
b) 3 – 7.(1-2x) = 5 – (x+9)
x - 3 2x + 3 3x - 1 4x + 2 3 –7 + 14x = 5 – x – 9
- -5= -
5 2 2 5 14x + x = 5 – 9 – 3 + 7
2(x - 3) - 5(2x - 3) - 50 = 5(3x - 1) - 2(4x + 2) 15x= 0
10 x = 0  →  V= {0}
2x – 6 – 10x + 15 – 50 = 15x – 5 – 8x – 4

Didatismo e Conhecimento 35
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
7) Resposta “Verdadeira”. - Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se
Solução: diz incompleta.
5x – 3 = 2x + 6
5.3 – 3 = 2.3 + 6 Exemplos
15 – 3 = 6 + 6 x2 – 81 = 0 é uma equação incompleta (a = 1, b = 0 e c = – 81).
12 = 12 → verdadeira 10t2 +2t = 0 é uma equação incompleta (a = 10, b = 2 e c = 0).
Então 3 é raiz de 5x – 3 = 2x + 6 5y2 = 0 é uma equação incompleta (a = 5, b = 0 e c = 0).

8) Resposta “Errada”. Todas essas equações estão escritas na forma ax2 + bx + c


Solução: = 0, que é denominada forma normal ou forma reduzida de uma
x2 – 3x = x – 6 equação do 2º grau com uma incógnita.
(-2)2 – 3. (-2) = - 2 - 6 Há, porém, algumas equações do 2º grau que não estão escritas
4+6=-2–6 na forma ax2 + bx + c = 0; por meio de transformações convenientes,
10 = -8 em que aplicamos o princípio aditivo e o multiplicativo, podemos
Então, -2 não é raiz de x2 – 3x = x – 6 reduzi-las a essa forma.
29
9) Resposta “ k = ” Exemplo: Pelo princípio aditivo.
15
Solução: 2x2 – 7x + 4 = 1 – x2
(k – 3).3 + (2k – 5).4 + 4k = 0 2x2 – 7x + 4 – 1 + x2 = 0
3k – 9 + 8k – 20 + 4k = 0 2x2 + x2 – 7x + 4 – 1 = 0
3k + 8k + 4k = 9 + 20 3x2 – 7x + 3 = 0
15k = 29
Exemplo: Pelo princípio multiplicativo.
k = 29
15 2 1 x
- =
x 2 x-4
10) Resposta 4.(x - 4) - x(x - 4) 2x2
=
a) 18x = 65 + 43 2x(x - 4) 2x(x - 4)
18x = 108 4(x – 4) – x(x – 4) = 2x2
x = 108/18 4x – 16 – x2 + 4x = 2x2
x = 6 – x2 + 8x – 16 = 2x2
– x2 – 2x2 + 8x – 16 = 0
b) 23x = 14 - 17x + 16 – 3x2 + 8x – 16 = 0
23x + 17x = 30
40x = 30 Resolução das equações incompletas do 2º grau com uma
x = 30/40 = ¾ incógnita.
- A equação é da forma ax2 + bx = 0.
c) 10y - 5 - 5y = 6y - 6 -20 x2 + 9 = 0 ⇒ colocamos x em evidência
5y - 6y = -26 + 5 x . (x – 9) = 0
-y = -21 x=0 ou x–9=0
y = 21 x=9
Logo, S = {0, 9} e os números 0 e 9 são as raízes da equação.
Equação do 2º Grau
- A equação é da forma ax2 + c = 0.
Denomina-se equação do 2º grau na incógnita x toda equação
da forma ax2 + bx + c = 0, em que a, b, c são números reais e a ≠ 0. x2 – 16 = 0 ⇒ Fatoramos o primeiro membro, que é uma
Nas equações de 2º grau com uma incógnita, os números reais diferença de dois quadrados.
expressos por a, b, c são chamados coeficientes da equação: (x + 4) . (x – 4) = 0
- a é sempre o coeficiente do termo em x2. x+4=0 x–4=0
- b é sempre o coeficiente do termo em x. x=–4 x=4
- c é sempre o coeficiente ou termo independente. Logo, S = {–4, 4}.
Equação completa e incompleta: Fórmula de Bhaskara
- Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa.
Usando o processo de Bhaskara e partindo da equação escrita
Exemplos na sua forma normal, foi possível chegar a uma fórmula que vai
5x2 – 8x + 3 = 0 é uma equação completa (a = 5, b = – 8, c = 3). nos permitir determinar o conjunto solução de qualquer equação
y2 + 12y + 20 = 0 é uma equação completa (a = 1, b = 12, c do 2º grau de maneira mais simples.
= 20).

Didatismo e Conhecimento 36
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Essa fórmula é chamada fórmula resolutiva ou fórmula de Exercícios
Bhaskara.
-b + √
Δ 1. Se x2 = – 4x, então:
x= -
2.a a) x = 2 ou x = 1
b) x = 3 ou x = – 1
Nesta fórmula, o fato de x ser ou não número real vai depender c) x = 0 ou x = 2
do discriminante r; temos então, três casos a estudar. d) x = 0 ou x = – 4
e) x = 4 ou x = – 1
1º caso: Δ é um número real positivo ( Δ > 0).
Neste caso, √ Δ é um número real, e existem dois valores reais 2. As raízes reais da equação 1,5x2 + 0,1x = 0,6 são:
diferentes para a incógnita x, sendo costume representar esses
valores por x’ e x”, que constituem as raízes da equação. a) 2 e 1
-b + √
Δ -b + √Δ 5
x= - x’ =
2.a 2.a b) 3 e 2
-b - √Δ 5 3
x’’ =
2.a c) - 3 e - 2
5 5
2º caso: Δ é zero ( Δ = 0). d) - 2 e 2
5 3
Δ é igual a zero e ocorre:
Neste caso, √ e) 3 e - 2
5 3
Δ x = -b +- √
-b +- √ 0 -b
0 -b +- √
x= = = = 2a
2.a 2.a 2.a
3. As raízes da equação x3 – 2x2 – 3x = 0 são:
Observamos, então, a existência de um único valor real para a) –2, 0 e 1
a incógnita x, embora seja costume dizer que a equação tem duas b) –1, 2 e 3
raízes reais e iguais, ou seja: c) – 3, 0 e 1
-b d) – 1, 0 e 3
x’ = x” = e) – 3, 0 e 2
2a
4. Verifique se o número 5 é raiz da equação x2 + 6x = 0.
3º caso: Δ é um número real negativo ( Δ < 0).
5. Determine o valor de m na equação x2 + (m + 1)x – 12 = 0
Neste caso, √Δ não é um número real, pois não há no conjunto para que as raízes sejam simétricas.
dos números reais a raiz quadrada de um número negativo.
Dizemos então, que não há valores reais para a incógnita x, ou
6. Determine o valor de p na equação x2 – (2p + 5)x – 1 = 0
seja, a equação não tem raízes reais.
para que as raízes sejam simétricas.
A existência ou não de raízes reais e o fato de elas serem
duas ou uma única dependem, exclusivamente, do discriminante
7. (U. Caxias do Sul-RS) Se uma das raízes da equação 2x2 –
Δ= b2 – 4.a.c; daí o nome que se dá a essa expressão.
3px + 40 = 0 é 8, então o valor de p é:
Na equação ax2 + bx + c = 0 a) 5
- Δ = b2 – 4.a.c 13
- Quando Δ ≥ 0, a equação tem raízes reais. b)
3
- Quando Δ < 0, a equação não tem raízes reais.
- Δ > 0 (duas raízes diferentes). c) 7
- Δ = 0 (uma única raiz). d) –5
e) –7
Exemplo: Resolver a equação x2 + 2x – 8 = 0 no conjunto R.
8. O número de soluções reais da equação: -6x 2 + 4x = -4,
2 2
temos: a = 1, b = 2 e c = – 8
Δ= b2 – 4.a.c = (2)2 – 4 . (1) . (–8) = 4 + 32 = 36 > 0 com x ≠ 0 e x ≠ 3 é: 2x - 3x
a) 0 2
Como Δ > 0, a equação tem duas raízes reais diferentes, dadas b) 1
por: c) -2
+ 36
Δ -(2) - √ -2 + d) 3
-b +- √
x= = = -6 e) 4
2.a 2.(1) 2
-2 + 6 4 -2 - 6 -8
x’ = = =2 x” = = = -4 9. O(s) valor(es) de B na equação x2 – Bx + 4 = 0 para que o
2 2 2 2
discriminante seja igual a 65 é(são):
Então: S = {-4, 2}.

Didatismo e Conhecimento 37
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
a) 0 Ou x2 + 6x = 0
b) 9 x (x + 6) = 0
c) –9 x=0 ou x+6=0
d) –9 ou 9 x=-6
e) 16
5) Resposta “-1”.
10. Um valor de b, para que a equação 2x2 + bx + 2 = 0 tenha Solução:
duas raízes reais e iguais é: -(m + 1) c -12
a) 2 S = -b = =-m-1 P= = = -12
a 1 a 1
b) 3
c) 4
d) 5 -m-1=0
m = -1
e) 6
Respostas
6) Resposta “ -5/2”.
Solução:
1. Resposta “D”.
x2 – (2p + 5)x – 1 = 0 (-1)
Solução: -x2 +(2p + 5)x + 1 = 0
x2 = – 4x
x2 + 4x = 0
x (x + 4) = 0 -b -(2p + 5) c 1
S= = = 2p + 5 P= = = -1
x=0 x+4=0 a -1 a -1
x = -4 2p + 5 = 0
2p = -5
2) Resposta “E”. p = - 5/2
Solução:
1,5x2 + 0,1x = 0,6 7) Resposta “C”
1,5x2 + 0,1x - 0,6 = 0 (x10) Solução:
15x2 +1x - 6 = 0 2x2 – 3px + 40 = 0
Δ = b2 – 4.a.c 282 – 3p8 + 40 = 0
Δ = 12 – 4 . 15 . – 6 2.64 – 24p + 40 = 0
Δ = 1 + 360 128 – 24p + 40 = 0
Δ = 361 -24p = - 168 (-1)
p = 168/24
-1 +- √
361 -1 +- 19 18 3 -20 2 p=7
x= = = = ou =-
2.15 30 30 5 30 3
8) Resposta “C”.
Solução:
3) Resposta “D”.
-6x2 + 4x3 x(-6x + 4x2)
= = -4
Solução 2x - 3x
2 x(2x - 3)
x3 – 2x2 – 3x = 0
-8x + 12 = -6x + 4x2
x (x2 – 2x – 3) = 0
4x2 + 2x - 12 = 0
x=0 x2 – 2x – 3 = 0
Δ = b – 4.a.c
2 Δ = b2 – 4.a.c
Δ = -22 – 4 . 1 . – 3 Δ = 22 – 4 . 4 . -12
Δ = 4 + 12 Δ = 4 + 192
Δ = 16 Δ = 196
-(-2) +- √16 2 +- 4 6 -2 -2 +- √196 -2 +- 14 3
x= = = = 3 ou = -1 12 -16
2.1 2 2 2 x= = = ou = -2
2.4 8 8 2 8
9) Resposta “D”.
4) Resposta “Não”.
Solução:
Solução: x2 – Bx + 4 = 0
b2 – 4.a.c
-b -6 c 0 b2 – 4 . 1 . 4
S= = = -6 P= = =0
a 1 a 1 b2 – 16 = 65
Raízes: {-6,0} b2= 65 + 16

Didatismo e Conhecimento 38
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
b = √81 Uma desigualdade não muda de sentido quando multiplicamos
b=9 ou dividimos seus dois membros por um mesmo número positivo.
b = -B
B = ±9 Mudou de sentido
 
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . (–2) < 3 . (–2), isto é: –16 < –6
10) Resposta “C”.
Solução:
 
Multiplicamos os dois membros por –2
2x2 + Bx + 2 = 0
b2 – 4.a.c Uma desigualdade muda de sentido quando multiplicamos ou
b2 – 4 . 2 . 2 dividimos seus dois membros por um mesmo número negativo.
b2 - 16 Resolver uma inequação é determinar o seu conjunto verdade
b2 = 16 a partir de um conjunto universo dado.
b = √16
b=4 Vejamos, através do exemplo, a resolução de inequações do 1º grau.
a) x < 5, sendo U = N
Inequação do 1º Grau

Inequação é toda sentença aberta expressa por uma


desigualdade.

As inequações x + 5 > 12 e 2x – 4 ≤ x + 2 são do 1º grau, isto Os números naturais que tornam a desigualdade verdadeira
é, aquelas em que a variável x aparece com expoente 1. são: 0, 1, 2, 3 ou 4. Então V = {0, 1, 2, 3, 4}.
A expressão à esquerda do sinal de desigualdade chama-se b) x < 5, sendo U = Z
primeiro membro da inequação. A expressão à direita do sinal de
desigualdade chama-se segundo membro da inequação.

Na inequação x + 5 > 12, por exemplo, observamos que:

A variável é x; Todo número inteiro menor que 5 satisfaz a desigualdade.


O primeiro membro é x + 5; Logo, V = {..., –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4}.
O segundo membro é 12.
c) x < 5, sendo U = Q
Na inequação 2x – 4 ≤ x + 2:
Todo número racional menor que 5 é solução da inequação
A variável é x; dada. Como não é possível representar os infinitos números
O primeiro membro é 2x – 4; racionais menores que 5 nomeando seus elementos, nós o faremos
O segundo membro é x + 2. por meio da propriedade que caracteriza seus elementos. Assim:

Propriedades da desigualdade V = {x ∊ Q / x <5}

Propriedade Aditiva: Resolução prática de inequações do 1º grau:

Mesmo sentido A resolução de inequações do 1º grau é feita procedendo


  de maneira semelhante à resolução de equações, ou seja,
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 + 2 > 3 + 2, isto é: 10 > 5. transformando cada inequação em outra inequação equivalente
  mais simples, até se obter o conjunto verdade.
Somamos +2 aos dois membros da desigualdade
Exemplo
Uma desigualdade não muda de sentido quando adicionamos
ou subtraímos um mesmo número aos seus dois membros. Resolver a inequação 4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5, sendo U = Q.
4(x – 2) ≤ 2 (3x + 1) + 5
Propriedade Multiplicativa: 4x – 8 ≤ 6x + 2 + 5 aplicamos a propriedade distributiva
4x – 6x ≤ 2 + 5 + 8 aplicamos a propriedade aditiva
Mesmo sentido
–2x ≤ 15 reduzimos os termos semelhantes
 
Exemplo: Se 8 > 3, então 8 . 2 > 3 . 2, isto é: 16 > 6.
 
Multiplicando os dois membros por –1, devemos mudar o
Multiplicamos os dois membros por 2 sentido da desigualdade.
2x ≥ –15

Didatismo e Conhecimento 39
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
1
Dividindo os dois membros por 2, obtemos: 2x ≥ − 15 ⇒ x ≥ − 15 Da inequação x >
3
, podemos dizer que todos os números
2 2 2 1
⎧ 15 ⎫ racionais maiores que formam o conjunto solução de inequação
Logo, V = ⎨ x ∈Q | x ≥ − ⎬ 3
⎩ 2⎭
dada, que é representada por:
Vamos determinar o conjunto verdade caso tivéssemos U = Z. ⎧ 1⎫
S= ⎨ x ∈Q / x > ⎬
15 ⎩ 3⎭
Sendo − = −7,5 , vamos indicá-lo na reta numerada:
2
⎧ 3⎫
2) Resposta “S = ⎨ x ∈Q / x > ⎬ ”.
Solução: ⎩ 2⎭
x 1 2x − 3x 10x 5 − 4.(2 + 3x)
≥ − → ≤ =
2 4 5 20 20
Logo, V = {–7, –6, –5, –4, ...} ou V = {x ∊ Z| x ≥ –7}.
10x ≤ 5 – 4 .(2 – 3x)
Exercícios 10x ≤ 5 – 8 + 12x
10x – 12 x ≤ -3
1. Resolver a inequação 7x + 6 > 4x + 7, sendo U = Q. -2x ≤ -3 (-1)
2x ≥ 3
x≥ 3
x 1 2x − 3x 2
2. Resolver a inequação ≤ − , sendo U = Q.
2 4 5
3
3. Verificar se os números racionais −9 e 6 fazem parte do Todo número racional maior ou igual a faz parte do
conjunto solução da inequação 5x − 3 . (x + 6) > x – 14. conjunto solução da inequação dada, ou seja: 2
⎧ 3⎫
S= ⎨ x ∈Q / x > ⎬
4. Resolva as seguintes inequações, em R. ⎩ 2⎭
a) 2x + 1 ≤ x + 6
b) 2 - 3x ≥ x + 14
3) Resposta “6 faz parte; -9 não faz parte”.
5. Calcule as seguintes inequações, em R. Solução:
a) 2(x + 3) > 3 (1 - x) 5x − 3 . (x + 6) > x – 14
b) 3(1 - 2x) < 2(x + 1) + x - 7 5x – 3x – 18 > x – 14
c) x/3 - (x+1)/2 < (1 - x) / 4 2x – x > -18 + 14
x>4
6. Resolva as seguintes inequações, em R.
a) (x + 3) > (-x-1) Fazendo agora a verificação:
b) [1 - 2*(x-1)] < 2 - Para o número −9, temos: x > 4 → − 9 > 4 (sentença falsa)
c) 6x + 3 < 3x + 18 - Para o número 6, temos: x > 4 → 6 > 4 (sentença verdadeira)
Então, o número 6 faz parte do conjunto solução da inequação,
7. Calcule as seguintes inequações, em R. enquanto o número −9 não faz parte desse conjunto.
a) 8(x + 3) > 12 (1 - x)
b) (x + 10) > (-x +6) 4) Solução:
a) 2x - x + 1 ≤ x - x + 6
8. Resolva a inequação: 2 – 4x ≥ x + 17 x+1≤6
x≤5
9. Calcule a inequação 3(x + 4) < 4(2 –x).
b) 2 - 3x - x ≥ x - x + 14
10. Quais os valores de x que tornam a inequação  2 - 4x ≥ 14
-2x +4 > 0 verdadeira? -4x ≥ 12
-x≥3
Respostas x ≤ -3

⎧ 1⎫ 5) Solução:
1) Resposta “S= ⎨ x ∈Q / x > ⎬ ”.
Solução: ⎩ 3⎭ a) 2x + 6 > 3 - 3x
7x + 6 > 4x + 7 2x - 2x + 6 > 3 - 3x - 2x
7x – 4x > 7 – 6 6 - 3 > -5x
3x > 1 3 > - 5x
x> 1 -x < 3/5
3 x > -3/5 

Didatismo e Conhecimento 40
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
b) 3 - 6x < 2x + 2 + x - 7 10) Solução:
-6x - 3x < -8 -2x > -4
-9x < -8 -2x > -4 (-1)
9x > 8 2x < 4
x > 8/9 x< 2
O número 2 não é a solução da inequação dada, mais sim qual-
c) Primeiro devemos achar um mesmo denominador. quer valor menor que 2.
4x 6.(x + 1) 3.(1− x) Verifique a solução:
− <
12 12 12 Para x = 1
4x − 6x − 6 3 − 3x -2x +4 > 0
−< -2.(1) +4 > 0
12 12 -2 + 4 > 0
-2x - 6 < 3 - 3x 2 > 0 (verdadeiro)
x<9 Observe, então, que o valor de x menor que 2 é a solução para
inequação.
6) Solução:
a) x + 3 > -x - 1 Inequação do 2º Grau
2x > -4
x > -4/2 Chamamos inequação do 2º grau às sentenças:
x > -2
ax2 + bx + c > 0
b) 1 - 2x + 2 < 2 ax2 + bx + c ≥ 0
- 2x < 2 - 1 - 2 ax2 + bx + c < 0
- 2x < -1 ax2 + bx + c ≤ 0
2x > 1
x > 1/2 Onde a, b, c, são números reais conhecidos, a ≠ 0, e x é a
incógnita.
c) 6x - 3x < 18 - 3
3x < 15
x < 15/3 Estudo da variação de sinal da função do 2º grau:
x<5 - Não é necessário que tenhamos a posição exata do vértice,
basta que ele esteja do lado certo do eixo x;
7) Solução: - Não é preciso estabelecer o ponto de intersecção do gráfico
a) 8x + 24 > 12 - 12x da função com o eixo y e considerando que as imagens acima do
20x > 12 - 24 eixo x são positivas e abaixo do eixo negativas, podemos dispensar
20x > -12
a colocação do eixo y.
x > -12/20
x > -3/5 Para estabelecer a variação de sinal de uma função do 2º grau,
basta conhecer a posição da concavidade da parábola, voltada para
b) x + x > 6 - 10 cima ou para baixo, e a existência e quantidade de raízes que ela
2x > -4 apresenta.
x > -4/2 Consideremos a função f(x) = ax2 + bx + c com a ≠ 0.
x > -2

8) Resposta “x ≤ -3”.
Solução:
2 – 4x – x ≥ x – x + 17
2 – 5x ≥ 17
-5x ≥ 17 – 2
-5x ≥ 15
5x ≤ -15
x ≤ -3

9) Resposta “x > -7/4”.


Solução:
3x + 12 < 8 – 4x
3x – 3x + 12 < 8 – 4x – 3x
12 < 8 – 7x
12 – 8 < – 7x
4 < – 7x
-x > 7/4
x > -7/4

Didatismo e Conhecimento 41
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Finalmente, tomamos como solução para inequação as regiões 2) Solução: Sabemos que são duas as raízes, agora basta
do eixo x que atenderem às exigências da desigualdade. testarmos.

Exemplo (-2)2 – 2.(-2) - 8 = 0   (-2)2 + 4 - 8   4 + 4 - 8 = 0 (achamos


uma das raízes)
Resolver a inequação x2 – 6x + 8 ≥ 0. 02 – 2.0 - 8 = 0  0 - 0 - 8  0
- Fazemos y = x2 – 6x + 8. 12 – 2.1 - 8 = 0  1 - 2 - 8   0
- Estudamos a variação de sinal da função y. 42 – 2.4 - 8 = 0  16 - 8 - 8 = 0 (achamos a outra raiz)

3) Solução:
(-3)² - 7.(-3) - 2c = 0
9 +21 - 2c = 0
30 = 2c
- Tomamos, como solução da inequação, os valores de x para c = 15
os quais y > 0:
S = {x ∈ R| x < 2 ou x > 4}
4) Resposta “S = {x Є R / –7/3 < x < –1}”.
Observação: Quando o universo para as soluções não é Solução:
fornecido, fazemos com que ele seja o conjunto R dos reais.

Exercícios

1. Identifique os coeficientes de cada equação e diga se ela


é completa ou não:
a) 5x2 - 3x - 2 = 0
b) 3x2  + 55 = 0

2. Dentre os números -2, 0, 1, 4, quais deles são raízes da


equação x2-2x-8= 0?

3. O número -3 é a raíz da equação x2 - 7x - 2c = 0. Nessas


condições, determine o valor do coeficiente c:

4. Resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.


S = {x Є R / –7/3 < x < –1} 
5. Determine a solução da inequação –2x² – x + 1 ≤ 0.

6. Calcule a solução da inequação x² – 6x + 9 > 0. 5) Resposta “S = {x Є R / x < –1 ou x > 1/2} ”.


7. Determine a solução da inequação x² – 4x ≥ 0. Solução:

8. Resolva a inequação -x² + 4 ≥ 0.

9. Identifique os coeficientes de cada equação e diga se ela


é completa ou não:
a) x2 - 6x = 0
b) x2 - 10x + 25 = 0

10. Para que os valores de x a expressão x² – 2x é maior


que –15?

Respostas

1) Solução:

a) a = 5; b = -3; c = -2
Equação completa

b) a = 3; b = 0; c = 55
Equação incompleta S = {x Є R / x < –1 ou x > 1/2} 

Didatismo e Conhecimento 42
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
6) Resposta “S = {x Є R / x < 3 e x > 3}”. Sistema de Equações
Solução:
Definição

Observe o raciocínio: João e José são colegas. Ao passarem por


uma livraria, João resolveu comprar 2 cadernos e 3 livros e pagou por
eles R$ 15,40, no total dos produtos. José gastou R$ 9,20 na compra
de 2 livros e 1 caderno. Os dois ficaram satisfeitos e foram para casa.
No dia seguinte, encontram um outro colega e falaram sobre
suas compras, porém não se lembrava do preço unitário de dos
livros. Sabiam, apenas que todos os livros, como todos os cadernos,
tinham o mesmo preço.
Bom, diante deste problema, será que existe algum modo de
S = {x Є R / x < 3 e x > 3}  descobrir o preço de cada livro ou caderno com as informações
7) Resposta “S = {x Є R / x ≤ 0 ou x ≥ 4}”. que temos ? Será visto mais à frente.
Solução: Um sistema de equação do primeiro grau com duas incógnitas x
e y, pode ser definido como um conjunto formado por duas equações
do primeiro grau. Lembrando que equação do primeiro grau é aquela
que em todas as incógnitas estão elevadas à potência 1.

Observações gerais

Em tutoriais anteriores, já estudamos sobre equações do


primeiro grau com duas incógnitas, como exemplo: X + y = 7 x – y
= 30 x + 2y = 9 x – 3y = 15
S = {x Є R / x ≤ 0 ou x ≥ 4} Foi visto também que as equações do 1º grau com duas
variáveis admitem infinitas soluções:
8) Resposta “S = {x Є R/ -2 ≤ x ≤ 2}”.
Solução: X+y=6x–y=7
-x² + 4 = 0.
x² – 4 = 0.
x1 = 2
x2 = -2

Vendo a tabela acima de soluções das duas equações, é


possível checar que o par (4;2), isto é, x = 4 e y = 2, é a solução
S = {x Є R/ -2 ≤ x ≤ 2} para as duas equações.
9) Solução: Assim, é possível dizer que as equações
a) a = 1; b = -6; c = 0
Equação incompleta X+y=6
X–y=7
b) a = 1; b = -10; c = 25
Equação completa
Formam um sistema de equações do 1º grau.
10) Solução:
x² – 2x > 15 Exemplos de sistemas:
x² – 2x – 15 > 0

Calculamos o Zero: -3 +5

x² – 2x – 15 = 0
x = -3 ou x = +5 ∑ Observe este símbolo. A matemática convencionou
neste caso para indicar que duas ou mais equações formam um
sistema.

Didatismo e Conhecimento 43
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Resolução de sistemas Assim, o par (3,1) torna-se a solução verdadeira do sistema.

Resolver um sistema significa encontrar um par de valores das - Método da adição


incógnitas X e Y que faça verdadeira as equações que fazem parte
do sistema. Este método de resolução de sistema do 1º grau consiste
apenas em somas os termos das equações fornecidas.
Exemplos:
a) O par (4,3 ) pode ser a solução do sistema Observe:
x–y=2 x – y = -2
x+y=6 3x + y = 5

Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta Neste caso de resolução, somam-se as equações dadas:
substituir os valores em ambas as equações:
x-y=2x+y=6 x – y = -2
4–3=14+3=7 3x + y = 5 +
1 ≠ 2 (falso) 7 ≠ 6 (falso) 4x = 3
x = 3/4
A resposta então é falsa. O par (4,3) não é a solução do sistema
de equações acima. Veja nos cálculos que quando somamos as duas equações o
b) O par (5,3 ) pode ser a solução do sistema termo “Y” se anula. Isto tem que ocorrer para que possamos achar
x–y=2 o valor de “X”.
x+y=8 Agora, e quando ocorrer de somarmos as equações e os valores
de “x” ou “y” não se anularem para ficar somente uma incógnita ?
Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta
substituir os valores em ambas as equações: Neste caso, é possível usar uma técnica de cálculo de
x-y=2x+y=8 multiplicação pelo valor excludente negativo.
5–3=25+3=8
2 = 2 (verdadeiro 8 = 8 (verdadeiro) Ex.:
3x + 2y = 4
A resposta então é verdadeira. O par (5,3) é a solução do 2x + 3y = 1
sistema de equações acima.
Ao somarmos os termos acima, temos:
Métodos para solução de sistemas do 1º grau.
- Método de substituição 5x + 5y = 5, então para anularmos o “x” e encontramos o valor
de “y”, fazemos o seguinte:
Esse método de resolução de um sistema de 1º grau estabelece » multiplica-se a 1ª equação por +2
que “extrair” o valor de uma incógnita é substituir esse valor na » multiplica-se a 2ª equação por – 3
outra equação.
Vamos calcular então:
Observe: 3x + 2y = 4 ( x +2)
x–y=2 2x + 3y = 1 ( x -3)
x+y=4 6x +4y = 8
-6x - 9y = -3 +
Vamos escolher uma das equações para “extrair” o valor de -5y = 5
uma das incógnitas, ou seja, estabelecer o valor de acordo com a y = -1
outra incógnita, desta forma:
x – y = 2 ---> x = 2 + y Substituindo:
2x + 3y = 1
Agora iremos substituir o “X” encontrado acima, na “X” da 2x + 3.(-1) = 1
segunda equação do sistema: 2x = 1 + 3
x=2
x+y=4
(2 + y ) + y = 4 Verificando:
2 + 2y = 4 ----> 2y = 4 -2 -----> 2y = 2 ----> y = 1 3x + 2y = 4 ---> 3.(2) + 2(-1) = 4 -----> 6 – 2 = 4
2x + 3y = 1 ---> 2.(2) + 3(-1) = 1 ------> 4 – 3 = 1
Temos que: x = 2 + y, então
x=2+1
x=3

Didatismo e Conhecimento 44
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Observação: Em uma equação linear com 2 incógnitas, o
5.7. SISTEMAS LINEARES: RESOLUÇÃO E conjunto solução pode ser representado graficamente pelos pontos
DISCUSSÃO DE SISTEMAS LINEARES de uma reta do plano cartesiano.

Assim, por exemplo, na equação


2x + y = 2
O estudo dos sistemas de equações lineares é de fundamental
importância em Matemática e nas ciências em geral. Você Algumas soluções são (1, 0), (2, -2), (3, -4), (4, -6), (0, 2),
provavelmente já resolveu sistemas do primeiro grau, mais (-1,4), etc.
precisamente aqueles com duas equações e duas incógnitas. Representando todos os pares ordenados que são soluções da
Vamos ampliar esse conhecimento desenvolvendo métodos equação dada, temos:
que permitam resolver, quando possível, sistemas de equações
do primeiro grau com qualquer número de equações e incógnitas.
Esses métodos nos permitirão não só resolver sistemas, mas
também classificá-los quanto ao número de soluções.

Equações Lineares
Equação linear é toda equação do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3+...anxn
= b, onde a1, a2, a3,.., an e b são números reais e x1, x2, x3,.., xn são
as incógnitas.
Os números reais a1, a2, a3,.., an são chamados de coeficientes
e b é o termo independente.

Exemplos
- São equações lineares:
x1 - 5x2 + 3x3 = 3 Equação Linear Homogênea
2x – y 2z = 1 Uma equação linear é chamada homogênea quando o seu
0x + 0y + 0z = 2 termo independente for nulo.
0x + 0y + 0z = 0
- Não são equações lineares: Exemplo
x3-2y+z = 3 2x1 + 3x2 - 4x3 + 5x4 - x5 = 0
(x3 é o impedimento)
2x1 – 3x1x2 + x3 = -1 Observação: Toda equação homogênea admite como solução
(-3x1x2 é o impedimento) o conjunto ordenado de “zeros” que chamamos solução nula ou
2x1 – 3 3 + x3 = 0 solução trivial.
x2
3 Exemplo
(x é o impedimento)
2 (0, 0, 0) é solução de 3x + y - z – 0
Observação: Uma equação é linear quando os expoentes das
incógnitas forem iguais a l e em cada termo da equação existir uma Equações Lineares Especiais
única incógnita. Dada a equação:
a1x1 + a2x2 +a3x3+...anxn = b, temos:
Solução de ama Equação Linear
Uma solução de uma equação linear a1xl +a2x2 +a3x3+...anxn - Se a1 = a2 = a3 =...= na = b = 0, ficamos com:
= b, é um conjunto ordenado de números reais α1, α2, α3,..., αn 0x1 + 0x2 +0x3 +...+0xn, e, neste caso, qualquer seqüências (α1,
para o qual a sentença a1{α1) + a2{αa2) + a3(α3) +... + an(αn) = b é α2, α3,..., αn) será solução da equação dada.
verdadeira. - Se a1 = a2 = a3 =... = an = 0 e b ≠ 0, ficamos com:
0x1 +0x2 + 0x3 +...+0xn= b ≠0, e, neste caso, não existe
Exemplos seqüências de reais (α1, α2, α3,...,αn) que seja solução da equação
dada.
- A terna (2, 3, 1) é solução da equação:
x1 – 2x2 + 3x3 = -1 pois:
Sistema Linear 2 x 2
(2) – 2.((3) + 3.(1) = -1
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o conjunto de equações
- A quadra (5, 2, 7, 4) é solução da equação:
lineares a duas incógnitas, consideradas simultaneamente.
0x1 - 0x2 + 0x3 + 0x4 = 0 pois:
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:
0.(5) + 0.(2) + 0.(7) + 0.(4) = 0
a1 x + b1 y = c1

Conjunto Solução a2 + b2 y = c2
Chamamos de conjunto solução de uma equação linear o
Um par (α1, α2) é solução do sistema linear 2 x 2 se, e somente
conjunto formado por todas as suas soluções.
se, for solução das duas equações do sistema.

Didatismo e Conhecimento 45
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Exemplo Resolvendo o sistema pelo método da substituição temos:
(3, 4) é solução do sistema
8 − 2x
 x − y = −1 Da equação (I), obtemos y = , que substituímos na
 3
equação (II).
2 x + y = 10
pois é solução de suas 2 equações: - 4 x - 6 .  8 − 2 x  = - 1 6  - 4 x - 2 ( 8 - 2 x ) = - 1 6
 3/ 
(3)-(4) = -l e 2.(3) + (4) = 10
-4x-16+4x=-16  -16=-16
Resolução de um Sistema 2 x 2 - 16= -16 é uma igualdade verdadeira e existem infinitos pares
Resolver um sistema linear 2 x 2 significa obter o conjunto ordenados que são soluções do sistema.
solução do sistema.
5  8
Os dois métodos mais utilizados para a resolução de um Entre outros, (1, 2), (4, 0),  ,1 e  0,  são soluções do
sistema linear 2x2 são o método da substituição e o método da sistema. 2   3
adição. Sendo a, um número real qualquer, dizemos que
Para exemplificar, vamos resolver o sistema 2 x 2 abaixo
 8 − 2α 
usando os dois métodos citados. α ,
3 
 é solução do sistema.

2x + 3y = 8 8 − 2α
 (Obtemos substituindo x =α na equação (I)).
3
x - y = - 1
D - Sistema Linear 2 x 2 com nenhuma solução
1. Método da Substituição: Quando duas equações lineares têm os mesmos coeficientes,
2x + 3y = 8 (I) porém os termos independentes são diferentes, dizemos que não
 existe solução comum para as duas equações, pois substituindo uma
x - y = - 1 (II)
na outra, obtemos uma igualdade sempre falsa.
Da equação (II), obtemos x = y -1, que substituímos na
equação (I) Exemplo
2(y- 1) +3y = 8  5y = 10  y = 2 2x+3y=6(I) e 2x+3y=5(II)

Fazendo y = 2 na equação (I), por exemplo, obtemos: Substituindo 2x+3y da equação (I) na equação (II) obtemos:
Assim: S = {(1,2)} 6=5 que é uma igualdade falsa. Se num sistema 2x2 existir
um número real que, multiplicado por uma das equações, resulta
2. Método da Adição: uma equação com os mesmos coeficientes da outra equação do
2x + 3y = 8 (I) sistema, porém com termos independentes diferentes, dizemos
 que não existe par ordenado que seja solução do sistema.
x - y = - 1 (II)
Exemplo
Multiplicamos a equação II por 3 e a adicionamos, membro a  x + 2 y = 5( I )
membro, com a equação I. 
2 x + 4 y = 7( II )
 2x + 3y = 8
 3 x − 3 y = −3

 Multiplicando-se equação (I) por 2 obtemos:
5x = 5 ⇒ x = 5 = 1
 5 2x+4y=10

Fazendo x = 1 na equação (I), por exemplo, obtemos: Que tem os mesmo coeficientes da equação (II), porém os
Assim: S = {(1,2)} termos independentes são diferentes.
Se tentarmos resolver o sistema dado pelo método de
Sistema Linear 2 x 2 com infinitas soluções substituição, obtemos uma igualdade que é sempre falsa,
Quando uma equação de um sistema linear 2 x 2 puder ser independente das incógnitas.
obtida multiplicando-se a outra por um número real, ao tentarmos
resolver esse sistema, chegamos numa igualdade que é sempre  x + 2 y = 5( I )
verdadeira, independente das incógnitas. Nesse caso, existem 
2 x + 4 y = 7( II )
infinitos pares ordenados que são soluções do sistema. 5− x 

Da equação (I), obtemos ,  y = 2  que substituímos na
 
Exemplo equação (II)
2 x + 3 y = 8( I ) 5 − x
 2x- 4.   =7  2x+2(5-x)=7
− 4 x − 6 y = −16( II )  2/ 

Note que multiplicando-se a equação (I) por (-2) obtemos a 2x+10-2x=7  10=7
equação (II).

Didatismo e Conhecimento 46
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
10=7 é uma igualdade falsa e não existe par ordenado que
seja solução do sistema. a a12 a13  a1n 
 11 
Classificação  
De acordo com o número de soluções, um sistema linear 2x2 a
 21 a 22 a 23  a 2n 

pode ser classificado em:  


• Sistema Impossíveis ou Incompatíveis: são os sistemas A = a31 a32 a33  a3n 
que não possuem solução alguma.  
• Sistemas Possíveis ou compatíveis: são os sistemas que ..................................... 
apresentam pelo menos uma solução.  
am1 am 2 am 3  amn 
• Sistemas Possíveis Determinados: se possuem uma úni-
ca solução.  
• Sistemas Possíveis Indeterminados: se possuem infinitas Exemplo
soluções.
No sistema:
Sistema Linear m x n

Chamamos de sistema linear M x n ao conjunto de m equações x − y + 2z = 1
a n incógnitas, consideradas simultaneamente, que podem ser 
escrito na forma: x + z=0

− x + y = 5
a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 + ... + a1n xn = b1 
a x + a x + a x + ... + a x = b
 21 1 22 2 23 3 2n n 2

a x + a x + a x + ... + a x = b A matriz incompleta é:


 31 1 32 2 33 3 3n n 3
.........................................................
  
am1 x1 + am 2 x2 + am 3 x3 + ... + amn xn = bm  1 −1 2 
 
A= 1 0 1
Onde:  
 
 − 1 1 0
X1, x2, x3,…,xn são as incógnitas;  
aij, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ n, são os coeficientes das incógnitas; Forma Matricial
bi, com 1 ≤ i ≤ m, são os termos independentes.
Consideremos o sistema linear M x n:
Exemplos
1. a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 +  + a1n xn = b1
 x − 2 y + 3z = 5 
 a21 x1 + a22 x2 + a23 x3 +  + a2 n xn = b2
x + y − z + 2 
(sistema 2 x 3) a31 x1 + a32 x2 + a33 x3 +  + a3n xn = b3
........................................................
2.

am1 x1 + am 2 x2 + am 3 x3 +  + amn xn = bm
 x1 + 3 x2 − 2 x3 + x4 = 0 

 x1 + 2 x2 − 3 x3 + x4 = 2
x − x + x + x = 5 Sendo A a Matriz incompleta do sistema chamamos,
 1 2 3 4 respectivamente, as matrizes
(sistema 3 x 4)  x1   
3.   b1 
x + 2 y = 1  x2  b2 
 

x − y = 4 X =  x3  e B = b3 
2 x − 3 y = 0    
    
(sistema 3 x 2)    
 xn  bm 
Matriz Incompleta de matriz incógnita e matriz termos independentes.
Chamamos de matriz incompleta do sistema linear a matriz
formada pelos coeficientes das incógnitas. E dizemos que a forma matricial do sistema é A.X=B, ou seja:

Didatismo e Conhecimento 47
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Resolução
a11 a12 a13  a1n     
   x1  b1  Isolando a incógnita x na equação (I) e substituindo nas
a   x2  b2  equações (II) e (III), temos:
a a  a 2n     
 21 22 23

   x3  b3  x + 2y – z = -1 → x = -2y + z - 1
a31 a32 a33  a3n     
     
...................................      Na equação (II)
   xn  bm  2(-2y + z - 1) – y + z = 5 →5y + 3z = 7 (IV)
am1 am 2 am 3  amn 
 
Na equação (III)
Sistemas Lineares – Escalonamento (I) (-2y + z - 1) + 3y - 2z = -4 → y – z = -3 (V)

Resolução de um Sistema por Substituição Tomando agora o sistema formado pelas equações (IV) e (V):
Resolvemos um sistema linear m x n por substituição, do
mesmo modo que fazemos num sistema linear 2 x 2. Assim, − 5 y + 3 z = 7 ( IV )
observemos os exemplos a seguir. 

 y − z = −3 (V )
Exemplos 
- Resolver o sistema pelo método da substituição.
Isolando a incógnita y na equação (V) e substituindo na
 x + 2 y − z = −1 ( I ) equação (IV), temos:


2 x − y + z = 5 ( II ) y – z = -3 → y = z - 3
 -5(z - 3) + 3z = 7 → z = 4
 x + 3 y − 2 z = −4( III )

Substituindo z = 4 na equação (V)
Resolução y – 4 = -3 → y = 1
Isolando a incógnita x na equação (I) e substituindo nas
equações (II) e (III), temos: Substituindo y = 1 e z = 4 na equação (I)
x + 2y – z - 1→ x = -2y + z - 1 x + 2(1) - (4) = -1 → x = 1
Na equação (II)
2(-2y + z - 1) – y + z = 5 → -5y + 3z = 7 (IV) Assim:
Na equação (III) S={(1, 1, 4)}
(-2y + z - 1) + 3y - 2z = -4 → y – z = -3 (V)
Tomando agora o sistema formado pelas equações (IV) e (V): 2º) Resolver o sistema pelo método da substituição:
− 5 y + 3 z = 7 ( IV )
 x + 3 y − z = 1 (I )
 
 y − z = −3 (V ) 
  y + 2 z = 10 ( II )

Isolando a incógnita y na equação (V) e substituindo na  3 z = 12 ( III )

equação (IV), temos:
y – z = -3 → y = z - 3 Resolução
-5 (z - 3) + 3z = 7→ z = 4 Na equação (III), obtemos:
3z = 12 → z = 4
Substituindo z = 4 na equação (V) Substituindo z = 4 na equação (II), obtemos:
y – 4 = -3 → y = 1 y + 2 . 4 = 10 → y = 2
Substituindo y = 1 e z = 4 na equação (I) Substituindo z = 4 e y = 2 na equação (I), obtemos:
x + 2 (1) - (4) = -1 →x = 1 x + 3 . 2 – 4 = 1 → x = -1
Assim: Assim:
S={(1, 1, 4)} S{(-1, 2, 4)}
2º) Resolver o sistema pelo método da substituição: Observação: Podemos observar que a resolução de sistemas
x + 3 y − z = 1 (I ) pelo método da substituição pode ser demasiadamente longa e

 trabalhosa, quando os sistemas não apresentam alguma forma
 y + 2 z = 10 ( II ) simplificada como no primeiro exemplo. No entanto, quando

 3 z = 12 ( III ) o sistema apresenta a forma simples do segundo exemplo, que
 denominamos “forma escalonada”, a resolução pelo método da
substituição é rápida e fácil.

Didatismo e Conhecimento 48
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Veremos, a seguir, como transformar um sistema linear m x Como D ≠ 0, os sistemas deste tipo são possíveis e determinados
n qualquer em um sistema equivalente na “forma escalonada”. e, para obtermos a solução única, partimos da n-ésima equação
que nos dá o valor de xn; por substituição nas equações anteriores,
Sistemas Lineares Escalonados obtemos sucessivamente os valores de xn-1,xn-2,…,x3,x2 e x1.
Dizemos que um sistema linear é um sistema escalonado
quando: Exemplo
- Em cada equação existe pelo menos um coeficiente não-nulo;
- O número de coeficiente nulos, antes do primeiro coeficiente Resolver o sistema:
não-nulo, cresce “da esquerda para a direita, de equação para
equação”. 2 x + y − z + t = 5( I )

 y + z + 3t = 9( II )
Exemplos 
 2 z − t = 0( III )

2 x + y − z = 3 
1º)   3t = 6( IV )
 2 y + 3 z = 2


x + 2 y − 3z = 4 Resolução
2º) 

 y + 2z = 3 Na equação (IV), temos:
 3t = 6 → t = 2
 z =1 Substituindo t = 2 na equação (III), temos:

2z – 2 = 0 → z = 1
Substituindo t = 2 e z = 1 na equação (II), temos:
x+ y+ z+t =5
3º)  y + 1 +3 . 2 = 9 → y = 2
 y−t =2 Substituindo t = 2, z = 1 e y = 2, na equação (I), temos:

2x + 2 – 1 + 2 = 5 → x = 1
Assim:
 2 x1 + 3 x2 − x3 + x4 = 1
 S {(1, 2, 1, 2)}

4º)  x 2 + x3 − x 4 = 0 Tipo: número de equações menor que o número de incógnitas.
 Para resolvermos os sistemas lineares deste tipo, devemos
 3 x4 = 5
 transformá-los em sistemas do 1º tipo, do seguinte modo:
Existem dois tipos de sistemas escalonados: • As incógnitas que não aparecem no inicio de nenhuma
das equações do sistema, chamadas variáveis livres, devem ser
Tipo: número de equações igual ao número de incógnitas. “passadas” para os segundos membros das equações. Obtemos, as-
sim, um sistema em que consideramos incógnitas apenas as equa-
a11 x1 + a12 x2 + a13 x 3 +  + a1n xn = b1 ções que “sobraram” nos primeiros membros.

 a22 x2 + a23 x3 +  + a2 n xn = b2 • Atribuímos às variáveis livres valores literais, na verdade
 “valores variáveis”, e resolvemos o sistema por substituição.

 a33 x33 +  + a3n xn = b3
 Exemplo
...................................................
 Resolver o sistema:
 ann xn = bn
 x + y + 2 z = 1
 2y − z = 2
Notamos que os sistemas deste tipo podem ser analisados 
pelo método de Cramer, pois são sistemas n x n. Assim, sendo D o
determinante da matriz dos coeficientes (incompleta), temos: Resolução

A variável z é uma “variável livre” no sistema.


a11a12 a13  a1n Então:
0 a22 a23  a2 n
 x + y = 1 − 2 z
 2y = 2 + z
D = 0 0 a33  a3n = D = a11 .a22 .a33 ..ann ≠ 0 

................. Fazendo z = α, temos:


 x + y = 1 − 2α
0 0 0 ann
 2y = 2 +α


Didatismo e Conhecimento 49
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
2 +α Exemplo
2y = 2 + α → y =
2 x + 2 y = 3  x + 2 y = 3
Substituindo y = 2 + α na 1ª equação, temos: ( S ) ~ ( S1 )
2 3 x − y = 1 6 x − 2 y = 3
2 +α
x+ = 1 − 2α
2 Multiplicamos a 2ª equação de S por 2, para obtermos S1.
Agora para continuar fazemos o mmc de 2, e teremos: - Adicionar a uma equação uma outra equação do sistema,
previamente multiplicada por um número real não-nulo.

Exemplo

x + 3 y = 5  x + 3 y = 5
(S ) =  ~ ( S1 )
2 x + y = 3  − 5 y = −7

Multiplicamos a 1ª equação do S por -2 e a adicionamos à 2ª


equação para obtermos s1.
Assim:
Para transformarmos um sistema linear (S) em outro,
 5α 2 + α   equivalente e escalonado (S1), seguimos os seguintes passos.
S =  , ,α ,α ∈ R 
 2 2   - Usando os recursos das três primeiras transformações
elementares, devemos obter um sistema em que a 1ª equação tem
a 1ª incógnita com o coeficiente igual a 1.
Observações: Para cada valor real atribuído a α, encontramos - Usando a quarta transformação elementar, devemos “zerar”
uma solução do sistema, o que permite concluir que o sistema é todos os coeficientes da 1ª incógnita em todas as equações restantes.
possível e indeterminado. - “Abandonamos”a 1ª equação e repetimos os dois primeiros
- A quantidade de variáveis livres que um sistema apresenta passos com as equações restantes, e assim por diante, até a
é chamada de grau de liberdade ou grau de indeterminação do penúltima equação do sistema.
sistema.
Sistema Lineares – Escalonamento (II) Exemplos
Escalonamento de um Sistema
Todo sistema linear possível pode ser transformado num 1º) Escalonar e classificar o sistema:
sistema linear escalonado equivalente, através das transformações
elementares a seguir. 2 x + y + z = 5
- Trocar a ordem em que as equações aparecem no sistema. 
Exemplo 3 x − y 2 z = −2
x + 2 y − z = 1

x + 3 y = 2 2 x − y = 5
(S ) =  ~ ( S1 )
2 x − y = 5 x + 3 y = 2 Resolução

x + 2 y − z = 1  x + 2y − z =1 
- Inverter a ordem em que as incógnitas aparecem nas   x + 2 y − z = 1
  
equações. 3 x − y − 2 z = −2 ~ 3 x − y − 2 z = −2 ← −3 ~ − 7 y + z = −5
  
2 x + y + z = 5  2x + y + z = 5  − 3 y + 3z = 3 : −3
← −2 
Exemplo 

  
x + 2 y + z = 5 2 y + z + x = 5  x + 2 y − z = 1
 
 x + 2 y − z = −1 x + 2 y − z = 1 
(S ) =  x + 2 z = 1 ~ ( S1 ) 2z + x = 1  
~  y − z = −1 ~  y − z = −1
− 7 y + z = 5 
   y − z = −1 
  − 6 z = −12

 3x = 5 
 3x = 5 − 7 y + z = −5 ←7

O sistema obtido está escalonado e é do 1º tipo (nº de equações


igual ao nº de incógnitas), portanto, é um sistema possível e
- Multiplicar (ou dividir) uma equação por um número real determinado.
não-nulo.

Didatismo e Conhecimento 50
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
2º) Escalonar e classificar o sistema: Observação

3 x + y − z = 3 Dado um sistema linear, sempre podemos “tentar” o seu


 escalonamento. Caso ele seja impossível, isto ficará evidente pela
2 x − y + 3 z = 5 presença de uma equação que não é satisfeita por valores reais
8 x + y + z = 11 (exemplo: 0x + 0y = 3). No entanto, se o sistema é possível, nós
 sempre conseguimos um sistema escalonado equivalente, que terá
nº de equações igual ao nº de incógnitas (possível e determinado),
Resolução ou então o nº de equações será menor que o nº de incógnitas
(possível e indeterminado).
 y + 3x − z = 3  Este tratamento dado a um sistema linear para a sua resolução
3x + y − z = 3   y + 3x − z = 3 é chamado de método de eliminação de Gauss.
 
2 x − y + 3 z = 5 ~ − y + 2 x + 3 z = 5 ←1 ~  5 x + 2 z = 8
8 x + y + z = 11 
 Sistemas Lineares – Discussão (I)
  y + 8 x + z = 11 ← −1
  5 x + 2 z = 8(*)
 Discutir um sistema linear é determinar; quando ele é:
• Possível e determinado (solução única);
• Possível e indeterminado (infinitas soluções);
 y + 3 x − z = 3 • Impossível (nenhuma solução), em função de um ou
~  5x + 2 z = 8 mais parâmetros presentes no sistema.
 Estudaremos as técnicas de discussão de sistemas com o
auxilio de exemplos.
O sistema obtido está escalonado e é do 2º tipo (nº de equações
menor que o nº de incógnitas), portanto, é um sistema possível e Sistemas com Número de Equações Igual ao Número de
indeterminado. Incógnitas
Quando o sistema linear apresenta nº de equações igual ao nº
(*) A terceira equação foi eliminada do sistema, visto que ela de incógnitas, para discutirmos o sistema, inicialmente calculamos
o determinante D da matriz dos coeficientes (incompleta), e:
é equivalente à segunda equação. Se nós não tivéssemos percebido
1º) Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
essa equivalência, no passo seguinte obteríamos na terceira 2º) Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
equação: 0x+0z=0, que é uma equação satisfeita para todos os impossível.
valores reais de x e z. Para identificarmos se o sistema é possível, indeterminado ou
impossível, devemos conseguir um sistema escalonado equivalente
3º) Escalonar e classificar o sistema: pelo método de eliminação de Gauss.

 Exemplos
2 x + 5 y + z = 5 01 – Discutir, em função de a, o sistema:

 x + 2y − z = 3
 x + 3 y = 5
4 x + 9 y − z = 8 
2 x + ay = 1

Resolução Resolução
1 3
D= = a−6
  x + 2y − z = 3 2 a
2 x + 5 y + z = 5 ~  ~
 
 x + 2y − z = 3 2 x + 5 y + z = 5 ← −2 D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
 
4 x + 9 y − z = 8 4 x + 9 y − z = 8 ← −4
 Assim, para a≠6, o sistema é possível e determinado.
Para a≠6, temos:
  x + 3 y = 5
x + 2 y − z = 3  x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~


~ x + 2 y − z = 3  ← −2 0 x + 0 y = −9
y + 3 z = −1 
  y + 3 z = −1
  que é um sistema impossível.
 y + 3 z = −4 ← −1  0 y + 0 z = −3 ← −1
 
Assim, temos:
a≠6  SPD (Sistema possível e determinado)
O sistema obtido é impossível, pois a terceira equação nunca a=6  SI (Sistema impossível)
será verificada para valores reais de y e z. 02 – Discutir, em função de a, o sistema:

Didatismo e Conhecimento 51
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
x + y − z = 1 Se –k + k2=0, ou seja, k=0 ou k=1, o sistema é possível e
 indeterminado.
2 x + 3 y + az = 3
 x + ay + 3 z = 2 Se –K+k2≠0, ou seja, k≠0 ou k≠1, o sistema é impossível.


Resolução Para m=-1, temos:

1 1−1
− x + y = K  x − y = K 2  x − y = k 2

D2 3 1 = 9 + a − 2a + 3 − 6 − a 2
 x − y = k2 ~  ~ Ox + Oy = k 2 + k
 − x + y = K ←1 
1 a 3
Se k2+k=0, ou seja, k=0 k=-1, o sistema é possível e
D=0  -a2-a+6=0  a=-3 ou a=2 indeterminado.
Se k2+k≠0, ou seja, k≠0 k≠-1, o sistema é indeterminado.
Assim, para a≠-3 e a≠2, o sistema é possível e determinado.
Assim, temos:
Para a=-3, temos:
m ≠ +1 e m ≠ −1, ∀ k ∈ R ⇒ SPD
 x + y − z =1  
 x + y − z = 1 x + y − z = 1
   m = +1 e k = 0 ou k = 1 
2 x + 3 y − 3 z = 3 ← −2 ~  y − z =1 ~  y − z =1

   
 x − 3 y + 3z = 2

← −1 − 4 y + 4 z = 1

←4  y + z = 5 sistema impossível
 ou  ⇒ SPI
m = −1 e k = 0 ou k = −1

Para a=2, temos:
m = +1 e k ≠ 0 ou k ≠ 1 

 
 x + y − z =1  ou  ⇒ SI
x + y − z = 1 x + y − z = 1
m = −1 e k ≠ 0 ou k ≠ −1

  
2 x + 3 y + 2 z = 3 ← −2 ~  y + 4z = 1 ~
  
y + 4z = 1 sistema possível in det er min ado 
 x + 2 y + 3 z = 2 ← −1  y + 4z = 1
 

Assim, temos: Sistemas com Número de Equações Diferente do Número


de Incógnitas
a≠-3 e a ≠ 2  SPD Quando o sistema linear apresenta número de equações
a=-3  SI diferente do número de incógnitas, para discuti-lo, devemos obter
a=2  SPI um sistema escalonado equivalente pelo método de eliminar de
Gauss.
03 – Discutir, em função de m e k, o sistema:
Exemplos
mx + y = k 01 – Discutir, em função de m, o sistema:

 x + my = k
2
x + y = 3

2x + 3y = 8

 x − my = 3
Resolução 
m 1  x+ y =3
Resolução
D= = m2 −1 
1 m  x + y = 3
2 z + 3 y = 8 → −2 ~

2 zx +− 3my y ==83 → →−−21 ~

D=0  m2-1=0  m=+1 ou m=-1  x − my = 3 → −1
Assim, para m≠+1 e m≠-1, o sistema é possível e determinado. 
Para m=1, temos:  x+ y =3 x + y = 3
 
 x+ y =3 ~  xy += y2 = 3
~  y=2 
 x + y = K x + y = K  ~ 0y y==22 + 2m
x + y = K 2 ~ ~ (−1 − m)yy == 20 →1+ m
← −1 2 0 y = 2 + 2m
 0 x + 0 y = − K + K  
2+2m=0 (− m) y = 0
1 − m=-1 →1+ m

Didatismo e Conhecimento 52
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Assim, temos: Discussão e Resolução
m≠-1  SI
m=-1  SPD Lembre-se que: todo sistema linear homogêneo tem ao
menos a solução trivial, portanto será sempre possível.
02 – Discutir, em função de k, o sistema:
Vejamos alguns exemplos:
 x + 2y − z = 5
 01 – Classifique e resolva o sistema:
2 x + 5 y + 3 z = 12

3 x + 7 y − 2 z = 17 3 x + y + z = 0
 
x + 5 y − z = 0
5 x + 12 y + kz = 29 x + 2 y − z = 0

Resolução:
Resolução
 x + 2y − z = 5

x + 2 y − z = 5 x + 2 y − z = 5 3 1 1
 
2 x + 5 y + 3 z = 12 ← −2  y+z =2 y+z =2
  
 ~
y + 5 z = 2 ← −1
~ D = 1 5 − 1 = −12
3 x + 7 y − 2 z = 17 ← −3   4z = 0 ÷4
  
5 x + 12 y + kz = 29 ← −5  2 y + (5 + K ) z = 4 ← −2 (3 + K ) z = 0 1 2 −1


Como D≠0, o sistema é possível e determinado admitindo só
x + 2 y − z = 5 x + 2 y − z = 5 a solução trivial, logo:
  
 y+z =2  y+z =2 x + 2 y − z = 5
   02 – Classifique e resolva o sistema:
~ ~ ~ y+z =2
 z = 0 −3− K  z=0 
   z=0
 (3 + K ) z = 0  0z = 0   a + b + 2c = 0

a − 3b − 2c = 0
Assim, para ∀k ∈ R , o sistema é possível e determinado. 2 a − b + c = 0

Sistemas Lineares – Discussão (II) Resolução
1 1 2
Sistema Linear Homogêneo
Já sabemos que sistema linear homogêneo é todo sistema D = 1− 3 − 2 = 0
cujas equações têm todos os termos independentes iguais a zero.
2 −1 1
São homogêneos os sistemas:
Como D=0, o sistema homogêneo é indeterminado.
Fazendo o escalonamento temos:
3 x + 4 y = 0
01   a + b + 2c = 0  a + b + 2c = 0
 a + b + 2c = 0
x − 2 y = 0 


 
a − 3b + −2c = 0 ~ 0 − 4b − 4c = 0 ~ 0 + b + 4c = 0
  0 + 0 + 0 = 0
x + 2 y + 2z = 0 2a − b + c = 0 0 − 3b − 3c = 0 

02 3 x − y + z = 0
5 x + 3 y − 7 z = 0 Teremos, então:

a + b + 2c = 0
Observe que a dupla (0,0) é solução do sistema 01 e a terna
 b+c =0
(0,0,0) é solução do sistema 02. 
Todo sistema linear homogêneo admite como solução uma
seqüência de zero, chamada solução nula ou solução trivial.
Observamos também que todo sistema homogênea é sempre Fazendo c=t, teremos:
possível podendo, eventualmente, apresentar outras soluções além =-c  b=-t
da solução trivial, que são chamadas soluções próprias. a-t+2t=0  a=-t

Didatismo e Conhecimento 53
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Portanto: São equivalentes, então o valor de a2 + b2 é igual a:
S = {(− t ,−t , t ), t ∈ R} a) 1
b) 4
Note que variando t obteremos várias soluções, inclusive a c) 5
trivial para t=0. d) 9
e) 10

03 – Determine K de modo que o sistema abaixo tenha solução 9. Resolva o seguinte sistema usando a regra de Cramer:
diferente da trivial. x + 3y - 2z = 3
x + y + z = 0 2x - y + z = 12
 4x + 3y - 5z = 6
 x − ky + z = 0 2 x − y = 7
kx − y − z = 0 10. Resolver o sistema  .

 x + 5 y = −2
Resolução Respostas
O sistema é homogêneo e, para apresentar soluções diferentes
da trivial, devemos ter D=0 1) Resposta “S= {(1, 2)}”.
1 1 1 Solução: Calculemos inicialmente D, Dx e Dy:

D = 1− k 1 = k 2 + 2k + 1 = (k + 1) 2 = 0 ⇒ k = −1 2 3
D= = −4 − 9 = −13
k −1−1 3 −2

Resposta: k=-1 8 3
Dx = = −16 + 3 = 13
Exercícios
−1 −2
2 x + 3 y = 8
1. Resolver e classificar o sistema: 
3 x − 2 y = −1 2 8
Dy = = −2 − 24 = −26
2. Determinar m real, para que o sistema seja possível e 3 −1

2 x + 3 y = 5
determinado:  Como D =-13 ≠ 0, o sistema é possível e determinado e:
 x + my = 2
3 x − y + z = 5 Dx − 13 D − 26
 x= = =1 e y = y = =2
3. Resolver e classificar o sistema:  x + 3 y = 7 D − 13 D − 13
2 x + y − 2 z = −4 Assim: S= {(1, 2)} e o sistema são possíveis e determinados.

4. Determinar m real para que o sistema seja possível e  3
2) Resposta “ m ∈ R / m ≠  ”.
x + 2 y + z = 5  2

determinado. 2 x − y + 2 z = 5 Solução: Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0, em
3 x + y + mz + 0 que:

2 3
5. Se o terno ordenado (2, 5, p) é solução da equação linear
D= = 2m − 3
6x - 7y + 2z = 5, qual o valor de p?
1 m
6. Escreva a solução genérica para a equação linear 5x - 2y
+ z = 14, sabendo que o terno ordenado ( , , ) é solução. 3
Assim: 2m -3 ≠ 0 → m ≠
7.  Determine o valor de m de modo que o sistema de 2
equações abaixo,  Então, os valores reais de m, para que o sistema seja possível
2x - my = 10 e determinado, são dados pelos elementos do conjunto:
3x + 5y = 8, seja impossível.
 3
8. Se os sistemas: m ∈ R / m ≠ 
S 1: x + y = 1 e S2: ax – by = 5  2
X – 2y = -5 ay – bx = -1

Didatismo e Conhecimento 54
PROGRAMA DE MATEMÁTICA

3) Resposta “ S = {(1, 2, 4)}”. 6) Solução:


Solução: Calculemos inicialmente D, Dx, Dy e Dz Podemos escrever: 5 α- 2 β + γ = 14. Daí, tiramos: γ = 14 - 5
α + 2 β. Portanto, a solução genérica será o terno ordenado (α,β,
3 −1 1 14 - 5 α + 2 β).
D=1 3 0 = −18 + 0 + 1 − 6 − 0 − 2 = −25 Observe que se arbitrando os valores para α e β, a terceira
variável ficará determinada em função desses valores.
2 1− 2 Por exemplo, fazendo-se α = 1, β= 3, teremos:
γ = 14 - 5 α+ 2 β = 14 – 5 . 1 + 2 . 3 = 15,
5 −1 1 ou seja, o terno (1, 3, 15) é solução, e assim, sucessivamente.
Dx = 7 3 0 = −30 + 0 + 7 + 12 − 0 − 14 = −25
Verificamos, pois que existem infinitas soluções para a equa-
2 1− 2 ção linear dada, sendo o terno ordenado (α, β, 14 - 5 α + 2β) a
solução genérica.
3 5 1

Dy = 1 7 0 = −42 + 0 − 4 − 14 − 0 + 10 = −50 7) Solução:


Teremos, expressando x em função de m, na primeira equação:
2−4−2 x = (10 + my) / 2

3 −1 5 Substituindo o valor de x na segunda equação, vem:


3[(10+my) / 2] + 5y = 8
Dz = 1 3 7 = −36 − 14 + 5 − 30 − 21 − 4 = −100

2 1− 4 Multiplicando ambos os membros por 2, desenvolvendo e


simplificando, vem:
3(10+my) + 10y = 16
Como D= -25 ≠ 0, o sistema é possível e determinado e: 30 + 3my + 10y = 16
D − 25 D
x= x = = 1; y = D y = − 50 = 2; z = z = 100 = 4 (3m + 10)y = -14
D − 25 D − 25 D − 25 y = -14 / (3m + 10)

Ora, para que não exista o valor de y e, em consequência não


Assim: S = {(1, 2, 4)} e o sistema são possíveis e determinados. exista o valor de x, deveremos ter o denominador igual a zero, já
que , como sabemos, não existe divisão por zero.
4) Resposta “ {m ∈ R / m ≠ 3} ”. Portanto, 3m + 10 = 0, de onde se conclui m = -10/3, para que
o sistema seja impossível, ou seja, não possua solução.
Solução: Segundo a regra de Cramer, devemos ter D ≠ 0.
Assim: 8) Resposta “E”.
Solução: Como os sistemas são equivalentes, eles possuem a
1 2 1
mesma solução. Vamos resolver o sistema:
D = 2 −1 2 = − m + 12 + 2 + 3 − 2 − 4m S 1: x + y = 1
x - 2y = -5
3 1 m
Subtraindo membro a membro, vem: x - x + y - (-2y) = 1 - (-5).
Logo, 3y = 6 \ y = 2.
D = -5m + 15 Portanto, como x + y = 1, vem, substituindo: x + 2 = 1 \ x = -1.
Assim: -5m + 15 ≠ 0 → m ≠ 3 O conjunto solução é, portanto S = {(-1, 2)}.
Então, os valores reais de m, para que o sistema seja possível e
determinado, são dados pelos elementos do conjunto: Como os sistemas são equivalentes, a solução acima é tam-
bém solução do sistema S2.
{m ∈ R / m ≠ 3} Logo, substituindo em S2 os valores de x e y encontrados para
o sistema S1, vem:
5) Resposta “14”. a(-1) - b(2) = 5 → - a - 2b = 5
Solução: a(2) - b (-1) = -1 → 2 a + b = -1
Teremos por simples substituição, observando que x = 2, y =
5 e z = p, 6 . 2 – 7 . 5 + 2 . p = 5. Multiplicando ambos os membros da primeira equação por
2, fica:
Logo, 12 - 35 + 2p = 5. -2 a - 4b = 10
Somando membro a membro esta equação obtida com a se-
Daí vem imediatamente que 2p = 28 e, portanto, p = 14. gunda equação, fica:
-3b = 9 \ b = - 3

Didatismo e Conhecimento 55
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Substituindo o valor encontrado para b na equação em ver-
melho acima (poderia ser também na outra equação em azul), te- 5.8. ANÁLISE COMBINATÓRIA
remos: 5.8.1. O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA
CONTAGEM. 5.8.2. COMBINAÇÕES,
2 a + (-3) = -1 \ a = 1. ARRANJOS E PERMUTAÇÕES COM E SEM
Portanto, a2 + b2 = 12 + (-3)2 = 1 + 9 = 10. REPETIÇÕES.
9) Resposta “S = {(5, 2, 4)}”.
Solução: Teremos:
Análise Combinatória é um conjunto de procedimentos
que possibilita a construção de grupos diferentes formados
por um número finito de elementos de um conjunto sob certas
circunstâncias.
Na maior parte das vezes, tomaremos conjuntos Z com m
elementos e os grupos formados com elementos de Z terão p
elementos, isto é, p será a taxa do agrupamento, com p ≤ m.
Arranjos, Permutações ou Combinações, são os três tipos
principais de agrupamentos, sendo que eles podem ser simples,
com repetição ou circulares. Apresentaremos alguns detalhes de
tais agrupamentos.
Observação: É comum encontrarmos na literatura termos
como: arranjar, combinar ou permutar, mas todo o cuidado é pouco
com os mesmos, que às vezes são utilizados em concursos em uma
forma dúbia!

Arranjos

Portanto, pela regra de Cramer, teremos: São agrupamentos formados com p elementos, (p < m) de
x1 = D x1 / D = 120 / 24 = 5 forma que os p elementos sejam distintos entre si pela ordem ou
x2 = D x2 / D = 48 / 24 = 2 pela espécie. Os arranjos podem ser simples ou com repetição.
x3 = D x3 / D = 96 / 24 = 4
Arranjo simples: Não ocorre a repetição de qualquer elemento
Logo, o conjunto solução do sistema dado é S = {(5, 2, 4)}. em cada grupo de p elementos.

10) Solução: Fórmula: As(m,p) =

2 − 1 Cálculo para o exemplo: As(4,2) =


A=  ⇒ det A = 1
1 5 
Exemplo: Seja Z = {A, B, C, D}, m = 4 e p = 2. Os arranjos
 7 − 1 simples desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 12 grupos que
A1 =   ⇒ det A1 = 3
− 2 5  não podem ter a repetição de qualquer elemento mas que podem
aparecer na ordem trocada. Todos os agrupamentos estão no
2 7  conjunto:
A2 =   ⇒ det A2 = −1
1 − 2  As = {AB, AC, AD, BA, BC, BD, CA, CB, CD, DA, DB, DC}
Arranjo com repetição: Todos os elementos podem aparecer
repetidos em cada grupo de p elementos.
det A1 3 Fórmula: Ar(m,p) = mp.
x= = = 3
det A 1 Cálculo para o exemplo: Ar(4,2) = 42=16.

det A2 − 1 Exemplo: Seja C = {A, B, C, D}, m = 4 e p = 2. Os arranjos


y= = = −1
det A 1 com repetição desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 16 grupos
que onde aparecem elementos repetidos em cada grupo. Todos os
Resposta: S = {(3,−1)} agrupamentos estão no conjunto:
Ar = {AA, AB, AC, AD, BA, BB, BC, BD, CA, CB, CC, CD,
DA, DB, DC, DD}

Arranjo condicional: Todos os elementos aparecem em cada


grupo de p elementos, mas existe uma condição que deve ser
satisfeita acerca de alguns elementos.

Didatismo e Conhecimento 56
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Fórmula: N=A(m1,p1).A(m-m1,p-p1) Pr= {AAARRT, AAATRR, AAARTR, AARRTA, AARTTA,
Cálculo para o exemplo: AATRRA, AARRTA, ARAART, ARARAT, ARARTA, ARAATR,
N=A(3,2).A(7-3,4-2)=A(3,2).A(4,2)=6×12=72. ARAART, ARAATR, ATAARA, ATARAR}

Exemplo: Quantos arranjos com 4 elementos do conjunto Permutação circular: Situação que ocorre quando temos
{A,B,C,D,E,F,G}, começam com duas letras escolhidas no grupos com m elementos distintos formando uma circunferência
subconjunto {A,B,C}? de círculo.
Aqui temos um total de m = 7 letras, a taxa é p = 4, o Fórmula: Pc(m) = (m-1)!
subconjunto escolhido tem m1 = 3 elementos e a taxa que este Cálculo para o exemplo: P(4) = 3! = 6
subconjunto será formado é p1 = 2. Com as letras A, B e C, tomadas
2 a 2, temos 6 grupos que estão no conjunto: Exemplo: Seja um conjunto com 4 pessoas K = {A, B, C, D}.
PABC = {AB, BA, AC, CA, BC, CB} De quantos modos distintos estas pessoas poderão sentar-se junto a
Com as letras D, E, F e G tomadas 2 a 2, temos 12 grupos que uma mesa circular (pode ser retangular) para realizar o jantar sem
estão no conjunto:
que haja repetição das posições?
PDEFG = {DE, DF, DG, ED, EF, EG, FD, FE, FG, GD, GE, GF}
Se considerássemos todas as permutações simples possíveis
com estas 4 pessoas, teríamos 24 grupos, apresentados no conjunto:
Usando a regra do produto, teremos 72 possibilidades obtidas
pela junção de um elemento do conjunto PABC com um elemento
do conjunto PDEFG. Um típico arranjo para esta situação é CAFG. Pc= {ABCD, ABDC, ACBD, ACDB, ADBC, ADCB, BACD,
BADC, BCAD, BCDA, BDAC, BDCA, CABD, CADB, CBAD,
Permutações CBDA, CDAB, CDBA, DABC, DACB, DBAC, DBCA, DCAB,
DCBA}
Quando formamos agrupamentos com m elementos, de
forma que os m elementos sejam distintos entre si pela ordem. As Acontece que junto a uma mesa “circular” temos que:
permutações podem ser simples, com repetição ou circulares. ABCD=BCDA=CDAB=DABC
Permutação simples: São agrupamentos com todos os m ABDC=BDCA=DCAB=CABD
elementos distintos. ACBD=CBDA=BDAC=DACB
Fórmula: Ps(m) = m!. ACDB=CDBA=DBAC=BACD
Cálculo para o exemplo: Ps(3) = 3! = 6. ADBC=DBCA=BCAD=CADB
ADCB=DCBA=CBAD=BADC
Exemplo: Seja C = {A, B, C} e m = 3. As permutações
simples desses 3 elementos são 6 agrupamentos que não podem Existem somente 6 grupos distintos, dados por:
ter a repetição de qualquer elemento em cada grupo mas podem Pc= {ABCD, ABDC, ACBD, ACDB, ADBC, ADCB}
aparecer na ordem trocada. Todos os agrupamentos estão no
conjunto: Combinações
Ps = {ABC, ACB, BAC, BCA, CAB, CBA}
Quando formamos agrupamentos com p elementos, (p < m)
de forma que os p elementos sejam distintos entre si apenas pela
Permutação com repetição: Dentre os m elementos do conjunto
espécie.
C = {x1, x2, x3,..., xn}, faremos a suposição que existem m1 iguais
a x1, m2 iguais a x2, m3 iguais a x3, ... , mn iguais a xn, de modo que
Combinação simples: Não ocorre a repetição de qualquer
m1 + m2 + m3 +... + mn = m.
elemento em cada grupo de p elementos.
Fórmula: Se m = m1 + m2 + m3 +... + mn, então
Fórmula: C(m,p) =
Pr(m) = C(m,m1).C(m-m1,m2).C(m-m1-m2,m3) ... C(mn,mn)
Anagrama: Um anagrama é uma (outra) palavra construída
Cálculo para o exemplo: C(4,2) =
com as mesmas letras da palavra original trocadas de posição.
Cálculo para o exemplo: m1 = 4, m2 = 2, m3 = 1, m4 = 1 e m =
Exemplo: Seja C = {A, B, C, D}, m = 4 e p = 2. As combinações
6, logo:
simples desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 6 grupos que não
podem ter a repetição de qualquer elemento nem podem aparecer
Pr(6) = C(6,4).C(6-4,2).C(6-4-1,1) = C(6,4).C(2,2).C(1,1) = 15.
na ordem trocada. Todos os agrupamentos estão no conjunto:
Cs= {AB, AC, AD, BC, BD, CD}
Exemplo: Quantos anagramas podemos formar com as 6 letras
da palavra ARARAT. A letra A ocorre 3 vezes, a letra R ocorre
Combinação com repetição: Todos os elementos podem
2 vezes e a letra T ocorre 1 vez. As permutações com repetição
desses 3 elementos do conjunto C = {A, R, T} em agrupamentos aparecer repetidos em cada grupo até p vezes.
de 6 elementos são 15 grupos que contêm a repetição de todos os Fórmula: Cr(m,p) = C(m + p - 1, p)
elementos de C aparecendo também na ordem trocada. Todos os Cálculo para o exemplo: Cr(4,2) = C(4 + 2 - 1, 2) = C(5,2) =
agrupamentos estão no conjunto:

Didatismo e Conhecimento 57
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Exemplo: Seja C = {A, B, C, D}, m = 4 e p = 2. As combinações Número de Arranjos simples
com repetição desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 10 grupos
que têm todas as repetições possíveis de elementos em grupos de Seja C um conjunto com m elementos. De quantas maneiras
2 elementos não podendo aparecer o mesmo grupo com a ordem diferentes poderemos escolher p elementos (p < m) deste
trocada. De um modo geral neste caso, todos os agrupamentos com conjunto? Cada uma dessas escolhas será chamada um arranjo de
2 elementos formam um conjunto com 16 elementos: m elementos tomados p a p. Construiremos uma sequência com os
m elementos de C.
Cr= {AA, AB, AC, AD, BA, BB, BC, BD, CA, CB, CC, CD, c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
DA, DB, DC, DD}
Cada vez que um elemento for retirado, indicaremos esta
Mas para obter as combinações com repetição, deveremos operação com a mudança da cor do elemento para a cor vermelha.
excluir deste conjunto os 6 grupos que já apareceram antes, pois Para escolher o primeiro elemento do conjunto C que possui
AB = BA, AC = CA, AD = DA, BC = CB, BD = DB e CD = DC, m elementos, temos m possibilidades. Vamos supor que a escolha
assim as combinações com repetição dos elementos de C tomados tenha caído sobre o m-ésimo elemento de C.
2 a 2, são: c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm

Cr= {AA, AB, AC, AD, BB, BC, BD, CC, CD, DD} Para escolher o segundo elemento, devemos observar o que
sobrou no conjunto e constatamos que agora existem apenas m - 1
Regras gerais sobre a Análise Combinatória elementos. Suponhamos que tenha sido retirado o último elemento
dentre os que sobraram no conjunto C. O elemento retirado na
Problemas de Análise Combinatória normalmente são muito segunda fase é o (m-1)-ésimo.
difíceis, mas eles podem ser resolvidos através de duas regras c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
básicas: a regra da soma e a regra do produto.
Regra da soma: A regra da soma nos diz que se um elemento Após a segunda retirada, sobraram m - 2 possibilidades
pode ser escolhido de m formas e outro elemento podem ser para a próxima retirada. Do que sobrou, se retirarmos o terceiro
escolhidos de n formas, então a escolha de um ou outro elemento elemento como sendo o de ordem (m-2), teremos algo que pode
se realizará de m + n formas, desde que tais escolhas sejam ser visualizado como:
independentes, isto é, nenhuma das escolhas de um elemento pode c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
coincidir com uma escolha do outro.
Regra do Produto: A regra do produto diz que se um elemento Se continuarmos o processo de retirada, cada vez teremos 1
H pode ser escolhido de m formas diferentes e se depois de cada elemento a menos do que na fase anterior. Para retirar o p-ésimo
elemento restará m – p + 1 possibilidades de escolha.
uma dessas escolhas, outro elemento M pode ser escolhido de n
Para saber o número total de arranjos possíveis de m elementos
formas diferentes, a escolha do par (H, M) nesta ordem poderá ser tomados p a p, basta multiplicar os números que aparecem na
realizada de m.n formas. segunda coluna da tabela abaixo:
Exemplo: Consideremos duas retas paralelas ou concorrentes
sem que os pontos sob análise estejam em ambas, sendo que a
Retirada Número de possibilidades
primeira r contem m pontos distintos marcados por r1, r2, r3, ..., rm
1 m
e a segunda s contem n outros pontos distintos marcados por s1,
2 m-1
s2, s3, ..., sn. De quantas maneiras podemos traçar segmentos de
3 m-2
retas com uma extremidade numa reta e a outra extremidade na
outra reta? ... ...
p m-p+1
Nº.de arranjos m(m-1)(m-2)...(m-p+1)

Denotaremos o número de arranjos de m elementos tomados p


a p, por A(m,p) e a expressão para seu cálculo será dada por:
A(m,p) = m(m – 1)(m – 2)...(m – p + 1)
Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso alfabeto. Quais
e quantas são as possibilidades de dispor estas 5 vogais em grupos
de 2 elementos diferentes? O conjunto solução é:
{AE, AI, AO, AU, EA, EI, EO, EU, IA, IE, IO, IU, OA, OE,
É fácil ver isto ligando r1 a todos os pontos de s e assim OI, OU, UA, UE, UI, UO}
teremos n segmentos, depois ligando r2 a todos os pontos de s e A solução numérica é A(5,2) = 5 x 4 = 20.
assim teremos n segmentos, e continuamos até o último ponto Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso alfabeto. Quais
para obter também n segmentos. Como existem m pontos em r e n e quantas são as possibilidades de dispor estas 5 vogais em grupos
pontos em s, teremos m.n segmentos possíveis. de 2 elementos (não necessariamente diferentes)?

Didatismo e Conhecimento 58
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Sugestão: Construir uma reta com as 5 vogais e outra reta Exemplo: Quantos anagramas são possíveis com as letras da
paralela à anterior com as 5 vogais, usar a regra do produto para palavra AMOR? O número de arranjos é P(4) = 24 e o conjunto
concluir que há 5 x 5 = 25 possibilidades. solução é:
O conjunto solução é:
Exemplo: Quantas placas de carros podem existir no atual P = {AMOR, AMRO, AROM, ARMO, AORM, AOMR,
sistema brasileiro de trânsito que permite 3 letras iniciais e 4 MARO, MAOR, MROA, MRAO, MORA, MOAR, OAMR,
algarismos no final? OARM, ORMA, ORAM, OMAR, OMRA, RAMO, RAOM,
XYZ-1234 RMOA, RMAO, ROAM, ROMA}

Sugestão: Considere que existem 26 letras em nosso alfabeto Número de Combinações simples
que podem ser dispostas 3 a 3 e 10 algarismos que podem ser
dispostos 4 a 4 e em seguida utilize a regra do produto. Seja C um conjunto com m elementos distintos. No estudo
de arranjos, já vimos antes que é possível escolher p elementos
Número de Permutações simples de A, mas quando realizamos tais escolhas pode acontecer que
duas coleções com p elementos tenham os mesmos elementos em
Este é um caso particular de arranjo em que p = m. Para ordens trocadas. Uma situação típica é a escolha de um casal (H,
obter o número de permutações com m elementos distintos de um M). Quando se fala casal, não tem importância a ordem da posição
conjunto C, basta escolher os m elementos em uma determinada (H, M) ou (M, H), assim não há a necessidade de escolher duas
ordem. A tabela de arranjos com todas as linhas até a ordem p = m, vezes as mesmas pessoas para formar o referido casal. Para evitar
permitirá obter o número de permutações de m elementos: a repetição de elementos em grupos com a mesma quantidade p de
Retirada Número de possibilidades elementos, introduziremos o conceito de combinação.
1 m Diremos que uma coleção de p elementos de um conjunto C
2 m-1 com m elementos é uma combinação de m elementos tomados p a
... ... p, se as coleções com p elementos não tem os mesmos elementos
p m-p+1
que já apareceram em outras coleções com o mesmo número p de
elementos.
... ...
Aqui temos outra situação particular de arranjo, mas não
m-2 3
pode acontecer a repetição do mesmo grupo de elementos em uma
m-1 2 ordem diferente.
m 1 Isto significa que dentre todos os A(m,p) arranjos com p
Nº.de m(m-1)(m-2)... elementos, existem p! desses arranjos com os mesmos elementos,
permutações (m-p+1)...4.3.2.1 assim, para obter a combinação de m elementos tomados p a p,
deveremos dividir o número A(m,p) por m! para obter apenas
Denotaremos o número de permutações de m elementos, por o número de arranjos que contem conjuntos distintos, ou seja:
P(m) e a expressão para seu cálculo será dada por: C(m,p) =
P(m) = m(m-1)(m-2) ... (m-p+1) ... 3 . 2 . 1
Como A(m,p) = m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)
Em função da forma como construímos o processo, podemos
escrever: A(m,m) = P(m) então: C(m,p) = que pode
Como o uso de permutações é muito intenso em Matemática ser reescrito:
e nas ciências em geral, costuma-se simplificar a permutação de m
elementos e escrever simplesmente: P(m) = m!
Este símbolo de exclamação posto junto ao número m é lido C(m,p) =
como: fatorial de m, onde m é um número natural.
Embora zero não seja um número natural no sentido que tenha
tido origem nas coisas da natureza, procura-se dar sentido para a Multiplicando o numerador e o denominador desta fração por
definição de fatorial de m de uma forma mais ampla, incluindo m (m-p)(m-p-1)(m-p-2)...3.2.1 que é o mesmo que multiplicar por
= 0 e para isto podemos escrever: 0! = 1 (m-p)!, o numerador da fração ficará:
Em contextos mais avançados, existe a função gama que
generaliza o conceito de fatorial de um número real, excluindo os (m-p)(m-p-1)(m-p-2)...3.2.1 e o denominador ficará: p! (m-p)!
inteiros negativos e com estas informações pode-se demonstrar
que 0! = 1. Assim, a expressão simplificada para a combinação de m
O fatorial de um número inteiro não negativo pode ser definido elementos tomados p a p, será uma das seguintes:
de uma forma recursiva através da função P = P(m) ou com o uso
do sinal de exclamação: (m+1)! = (m+1).m!,  0! = 1
Exemplo: De quantos modos podemos colocar juntos 3 livros
A, B e C diferentes em uma estante? O número de arranjos é P(3)
= 6 e o conjunto solução é: P = {ABC, ACB, BAC, BCA, CAB,
CBA}

Didatismo e Conhecimento 59
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Número de arranjos com repetição Generalizando isto, podemos mostrar que:
Crep(m,p) = C(m + p – 1,p)
Seja C um conjunto com m elementos distintos e considere p
elementos escolhidos neste conjunto em uma ordem determinada. Propriedades das combinações
Cada uma de tais escolhas é denominada um arranjo com
repetição de m elementos tomados p a p. Acontece que existem m O segundo número, indicado logo acima por p é conhecido
possibilidades para a colocação de cada elemento, logo, o número como a taxa que define a quantidade de elementos de cada escolha.
total de arranjos com repetição de m elementos escolhidos p a p é Taxas complementares
dado por mp. Indicamos isto por: C(m,p) = C(m, m – p)
Arep(m,p) = mp
Exemplo: C(12,10) = C(12,2) = 66.
Número de permutações com repetição
Relação do triângulo de Pascal
Consideremos 3 bolas vermelhas, 2 bolas azuis e 5 bolas
C(m,p) = C(m – 1,p) + C(m – 1,p – 1)
amarelas. Coloque estas bolas em uma ordem determinada.
Iremos obter o número de permutações com repetição dessas
bolas. Tomemos 10 compartimentos numerados onde serão Exemplo: C(12,10) = C(11,10) + C(11,9) = 605
colocadas as bolas. Primeiro coloque as 3 bolas vermelhas em
3 compartimentos, o que dá C(10, 3) possibilidades. Agora Exercícios
coloque as 2 bolas azuis nos compartimentos restantes para obter
C(10 – 3, 2) possibilidades e finalmente coloque as 5 bolas 1. Quantos são os números de 4 algarismos que podemos
amarelas. As possibilidades são C(10 – 3 – 2, 5). formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?
O número total de possibilidades pode ser calculado como:
2. Quantos são os números de 4 algarismos DISTINTOS
que podemos formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?

3. Calcule 12!.
10!
Tal metodologia pode ser generalizada.
4. Calcular o número de arranjos simples de 10 elementos
Número de combinações com repetição tomados 4 a 4.

Considere m elementos distintos e ordenados. Escolha p 5. Quantos números de três algarismos distintos podem
elementos um após o outro e ordene estes elementos na mesma formar com os elementos do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6}?
ordem que os elementos dados. O resultado é chamado uma
combinação com repetição de m elementos tomados p a p.
6. Quantos números naturais de 4 algarismos distintos po-
Denotamos o número destas combinações por Crep(m,p). Aqui a
demos escrever, usando os algarismos 1, 3, 5 e 7? Qual a posi-
taxa p poderá ser maior do que o número m de elementos.
Seja o conjunto A = (a, b, c, d, e) e p = 6. As coleções (a, ção ocupada pelo número 7 153?
a, b, d, d, d), (b, b, b, c, d, e) e (c, c, c, c, c, c) são exemplos de
combinações com repetição de 5 elementos escolhidos 6 a 6. 7. Quantos times de futebol de salão podem formar com 10
Podemos representar tais combinações por meio de símbolos jogadores capazes de jogar em qualquer posição?
# e vazios Ø onde cada ponto # é repetido (e colocado junto)
tantas vezes quantas vezes aparece uma escolha do mesmo tipo, 8. Calcule
enquanto o vazio Ø serve para separar os objetos em função das
suas diferenças 9. Na direção de uma empresa existem 5 brasileiros e 4 ale-
mães. Quantas comissões de 3 pessoas podemos formar, tendo
(a, a, b, d, d, d) equivale a ##Ø#ØØ###Ø cada uma delas:
(b, b, b, c, d, e) equivale a Ø###Ø#Ø#Ø# a) 2 brasileiros e 1 alemão?
(c, c, c, c, c, c) equivale a ØØ######ØØ b) Pelo menos 1 alemão?

Cada símbolo possui 10 lugares com exatamente 6# e 4Ø. 10. Quantos números pares podem obter permutando os
algarismos do número 83 137 683?
Para cada combinação existe uma correspondência biunívoca com
um símbolo e reciprocamente. Podemos construir um símbolo Respostas
pondo exatamente 6 pontos em 10 lugares. Após isto, os espaços
vazios são preenchidos com barras. Isto pode ser feito de C(10, 6) 1) Resposta “9000”.
modos. Assim: Solução: Os Algarismos são escritos em 4 posições:

Crep(5,6) = C(5 + 6 – 1,6)

Didatismo e Conhecimento 60
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
O Algarismo das unidades de milhar não pode ser 0; logo, essa Temos P3 = 3! = 6 números que começam com 1.
posição só pode ser preenchida com um dos 9 algarismos restan-
tes, isto é, temos 9 possibilidades para a posição. Com relação à 3
posição das centenas, das dezenas e das unidades, qualquer dos 10
algarismos pode ocupá-la, pois pode haver repetição.
Temos P3 = 3! = 6 números que começam com 3.
Logo, temos 10 possibilidades para a posição das centenas, 10
para as dezenas e 10 para as unidades. Substituindo teremos:
5

Temos P3 = 3! = 6 números que começam com 5.


9 10 10 10
Aplicando a regra do produto: 9 . 10 . 10 . 10 = 9000.
Portanto, temos 9000 possibilidades. 7 1 5 3

2) Resposta “4536”. É o segundo número da sequência que começa com 71.


Solução: O Algarismo das unidades de milhar não pode ser 0;
portanto, temos 9 possibilidades para a posição. Como 3 . P3 + 2 = 20, o número 7 153 ocupa a 20ª posição.
Para a posição das centenas, pode ser o 0 ou qualquer dos 8
restantes, (não pode haver repetições), portanto, temos 9 possibili- 7) Resposta “252 times”.
dades para essa posição. Para a posição das dezenas temos 8 pos- Solução: Cada time deve ter 5 jogadores e, mudando a ordem
sibilidades e para a posição das unidades temos 7 possibilidades. destes, o time continua o mesmo.
Esquematizando, teremos: Logo, devemos calcular o número de combinações:

C10,5 =

9 9 8 7 Portanto, podemos formar 252 times.

Aplicando então a regra do produto, teremos: 9 . 9 . 8 . 7 = 8) Resposta “16”.


4536.
Logo, teremos 4536 possibilidades. Solução: =

3) Resposta “132”. 9) a - Resposta “40”.


Solução: Substituindo 12! Por 10! . 11 . 12, temos: Solução: Podemos ter C5,2 grupos distintos de 2 brasileiros e
C4,1 grupos distintos de 1 alemão.
Portanto, o numero de comissões com 2 brasileiros e 1 alemão
é:
4) Resposta “5040”. C5,2 . C4,1 = 40.
Solução: b - Resposta “74”.
Solução: As possibilidades são: 1 alemão e 2 brasileiros, ou 2
A10,4 alemães e 1 brasileiros, ou 3 alemães e nenhum brasileiro.

Logo, o número de comissões é:


5) Resposta “120”.
Solução: Como 123 ≠ 132, por exemplo, devemos calcular os C4,1 . C5,2 + C4,2 . C5,1 + C4,3 = 40 + 30 + 4 = 74.
arranjos de 6 elementos 3 a 3 .
A6,3 = 6 . 5. 4 = 120.
10) Resposta “1 260”.
6) Resposta “20ª posição”. Solução: Só devemos considerar os números que terminem
Solução: Como queremos o total de números de 4 algarismos em 8 ou 6. Os terminados em 6 são da forma:
e temos exatamente 4 algarismos para formá-los, basta permutá-
-los e teremos o número procurado. 6
Portanto, a solução é: P4 = 4! = 24.
Para saber a posição ocupada por 7 153, basta colocar os nú- As demais posições deverão ser preenchidas pelos algarismos
meros em ordem crescente: restantes: 8, 3, 1, 7, 8 e 3. O total das permutações possíveis é:

Didatismo e Conhecimento 61
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Os terminados em 8 são da forma: Foi em 1812 que Pierre Laplace (1749 – 1827) deu forma
a uma estrutura de raciocínio e a um conjunto de definições no
8 seu livro Teoria analítica da probabilidade. A teoria moderna das
probabilidades hoje constitui a base de um dos ramos de maior
As demais posições deverão ser preenchidas pelos algarismos aplicação nas ciências, a Estatística.
restantes: 8, 3, 1, 7, 6 e 3. O total das permutações possíveis é:
Experimentos Aleatórios

Os experimentos cujos resultados podem ser previsto, isto


é, podem ser determinados antes mesmo de sua realização, são
chamados experimentos determinísticos.
Logo, a quantidade total de números pares é 420 + 840 = 1 260. Por exemplo, é possível prever a temperatura em que a água
entrará em ebulição desde que conhecidas as condições em que o
experimento se realiza.
Alguns experimentos, contudo, não são assim previsíveis.
5.9. PROBABILIDADE Por mais que sejam mantidas as mesmas condições, não podemos
5.9.1. EVENTOS COMPLEMENTARES, prever qual será o resultado ao lançarmos uma moeda. Esses são
INDEPENDENTES, MUTUAMENTE chamados experimentos aleatórios (em latim alea = sorte).
EXCLUSIVOS. 5.9.2. CÁLCULOS
PROBABILÍSTICOS. Experimentos aleatórios: São aqueles, que repetidos em
condições idênticas, não produzem sem o mesmo resultado.
A teoria das probabilidades estuda a forma de estabelecermos
as possibilidades de ocorrência num experimento aleatório.
Os cálculos hebreus sobre a posição dos astros, realizados Ben
Ezra no século XII com a finalidade de fazer previsões astrológicas Espaço Amostral e Eventos
podem ser considerados como os primeiros passos rumo à teoria
das probabilidades. O Livros dos jogos de azar, de Girolamo Vamos estudar experimentos aleatórios com resultados
Cardano (1501-1576) publicado em torno de 1550 é o primeiro equiprováveis (mesma chance de ocorrência) e em número
manual organizado que traz algumas noções de probabilidade. determinado, isto é, finito. Desta forma definimos:
Nesse livro, Cardano, que era um jogador, além de matemático, Espaço amostral: É o conjunto de todos os resultados possíveis
astrólogo e médico desenvolve cálculos de expectativas acerca de de um experimento aleatório. Indicaremos o espaço amostral por U.
jogos dados e também dá conselhos sobre como trapacear no jogo. Evento: É qualquer subconjunto do espaço amostral.
No entanto o estudo sistemático das probabilidades começou
realmente em 1654 quando um jogador francês, o Chevalier Exemplo
de Méré escreveu a Blaise Pascal (1623-1662) fazendo várias
perguntas sobre o jogo de dados ou de azar. Uma das perguntas Lançaremos três moedas e observamos as faces que ficaram
era: Dois jogadores igualmente hábeis querem interromper sua voltadas para cima. Representar:
partida. Sabendo-se que o montante das apostas e situação do jogo a) O espaço amostral do experimento;
(quantas partidas cada um ganhou), como deverá ser repartido o b) O evento A: chances de sair faces iguais;
dinheiro? c) O evento B: sair exatamente uma face “cara”;
Pascal extremamente religioso não era jogador escreveu a outro d) O evento C: chances de sair, pelo menos, uma face “cara”.
matemático francês Pierre Fermat (1601-1665) sobre as perguntas
feitas por Chevalier de Méré. A partir dessa correspondência, Pascal Resolução
e Fermat aprofundaram estudos conjuntos sobre probabilidade e
apesar de não terem publicado seus estudos chegaram a definir a) U = {(Ca, Ca, Ca), (Ca, Ca, Co), (Ca, Co, Ca), (Ca, Co, Co),
conceitos como expectativa, chance e média, além de estabelecer (Co, Ca, Ca), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca), (Co, Co, Co)}
técnicas de contagem e estatísticas de incidência de casos num b) A = {(Ca, Ca, Ca), (Co, Co, Co)}
dado fenômeno. Também no século XVII, mas precisamente em c) B = {(Ca, Co, Co), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca)}
1657, o holandês Christian Hiygens (1629 – 1695) publicou seu d) C = {(Ca, Ca, Ca), (Ca, Ca, Co), (Ca, Co, Ca), (Co, Ca, Ca),
livro O raciocínio nos jogos de dados, onde apresentou importantes (Ca, Co, Co), (Co, Ca, Co), (Co, Co, Ca)}
contribuições ao estudo das probabilidades. Observação: Os números de elementos do espaço amostral e
O suíço Jacques Bernouilli (1654 – 1705) na mesma época dos eventos de um experimento aleatório são calculados com a
deu uma grande contribuição aos estudos das probabilidades ao análise combinatória.
propor um teorema onde afirmava que a probabilidade de um
evento ocorrer tente a um valor constante quando o número de Tipos de Eventos
ensaios desse evento tende ao infinito.
Depois de Bernouilli, Abraham De Moivre (1667 – 1751) Consideremos o experimento aleatório: lançamento de um
publicou o livro A doutrina do azar onde também faz análise dos dado comum e observação do número representado na face voltada
jogos que contribuíram para o estudo das probabilidades. para cima.

Didatismo e Conhecimento 62
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
O espaço amostral será: Exemplo
U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Analisemos os diversos tipos de eventos que podemos definir Evento A: Ocorrência de um número primo
neste experimento. A = {2, 3, 5}
Evento Elementar: Qualquer subconjunto unitário de U.
Evento Ā: Ocorrência de um numero não primo
Exemplo Ā = U – A = {1, 4,6}
Ocorrência de um número múltiplo de 5.
A = {5} Observação: No caso do exemplo, podemos dizer que o evento
Ā é a não-ocorrência de um número primo.
Evento Certo: É o próprio espaço amostral U.
Probabilidade Estatística e Probabilidade Teórica
Exemplo
Ocorrência de um divisor de 60. Imaginamos a seguinte situação: em uma turma do segundo
B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} colegial, existem 25 garotas e 10 garotos e um brinde foi sorteado
para um dos membros da turma. Temos que adivinhar o sexo do
Evento Impossível: É o conjunto vazio (∅). contemplado.
Intuitivamente, “sabemos” que é “mais fácil” ter sido sorteada
Exemplo uma garota que um garoto, no entanto não podemos afirmar com
Ocorrência de múltiplo de 8. certeza o sexo do contemplado. A “chance” de uma garota ter
C = { } =∅ sido sorteada pode ser traduzida por um numero que chamamos
probabilidade.
Evento União: É a reunião de dois eventos. Uma observação que pode ser feita é que a teoria das
probabilidades é uma maneira matemática de lidar com a incerteza.
O cálculo da probabilidade de um evento acontecer, muitas
Exemplo
vezes, é feito experimentalmente, e essa probabilidade é chamada
Evento A: Ocorrência de um número primo
de experimental ou estatística.
A = {2, 3, 5}
Exemplo
Evento B: Ocorrência de um número ímpar
B = {1, 3, 5}
A probabilidade de uma pessoa morrer aos 25 anos é obtida
∩ através do levantamento e do tratamento adequado de um grande
Evento A B: Ocorrência de um número primo ou ímpar
∩ número de casos.
A B = {1, 2, 3, 5} No entanto, para calcularmos a probabilidade de ao jogarmos
dois dados obtermos, nas faces voltadas para cima, dois números
Evento Intersecção: É a intersecção de dois eventos. iguais, não precisamos realizar o experimento, ela pode ser
conseguida a partir de uma analise teórica do espaço amostral e do
Exemplo evento, e neste caso chamamos de probabilidade teórica.
Evento A: Ocorrência de um número primo No 2º grau, não desenvolvemos estudos da probabilidade
A = {2, 3, 5} estatística, que será estudada na maioria dos cursos de 3º grau.

Evento B: Ocorrência de um número ímpar Probabilidade Teórica de um Evento


B = {1, 3, 5}
Se num fenômeno aleatório, o número de elementos do espaço
Evento A ∩ B: Ocorrência de um número primo ou ímpar amostral é n(U) e o número de elementos do evento A é n(A), então
A ∩ B = {3, 5} a probabilidade de ocorrer o evento A é o número P(A) tal que:

Evento Mutuamente Exclusivo: Dois eventos E1 e E2 de um n(A)


espaço amostral U são chamados mutuamente exclusivos quando P(A) =
n(U)
E1 ∩ E2 = ∅
Outra forma de definir a probabilidade de ocorrer o evento A é:
Exemplo
Evento A: Ocorrência de um número par Número de casos favoráveis a A
P(A) =
A = {2, 4, 6} Número de casos possíveis
Evento B: Ocorrência de um número ímpar
B = {1, 3, 5} Exemplos
A e B são eventos mutuamente exclusivos, pois A ∩ B = ∅
- Retirando-se uma carta de um baralho normal de 52 cartas,
Evento Complementar: É o evento Ē = U – E. qual é a probabilidade de que a carta retirada seja um rei?

Didatismo e Conhecimento 63
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
b) Evento B: ocorrer número múltiplo de três.
B = {123, 132, 213, 231, 312, 321}
n(B) 6
P(B) = = 1
n(U) 6
(evento certo)

c) Evento C: ocorrer número múltiplo de cinco.


C={}
n(C) 0
P(C) = = 0
Resolução n(U) 6
(evento impossível)
Número de resultados favoráveis
P(E) =
Número de resultados possíveis Observação: Através da teoria determinamos que, em um
4 1 lançamento de um dado “não viciado”, a probabilidade de que
P(E) = = se obtenha o número 3 é 1/6, isto não significa que, sempre que
52 13 forem feitos seis lançamentos de um dado, certamente ocorrerá em
um deles, e apenas um, resultado 2. Na prática, o que se verifica
- Em um lançamento de dois dados, um preto e outro branco, é que, considerado um grande número de lançamentos, a razão
qual é a probabilidade de que os dois números obtidos sejam entre o número de vezes que ocorre o resultado 2 e o número de
iguais? lançamentos efetuados se aproxima de 1/6.

Propriedade das Probabilidades


P1) A probabilidade do evento impossível é 0. (P(∅)= 0)

n(∅) 0
P(∅)= = = 0
n(U) n(U)

P2) A probabilidade do evento certo é 1. (P(U ∅)= 1)


Resolução
n(U)
U = {(1,1), (1,2), (1,3), ..., (6,4), (6,5), (6,6)} P(U) = = 1
n(U)
n(U) = 6 . 6 = 36
U = {(1,1), (2,2), (3,3), (4,4), (5,5), (6,6)} P3) Sendo A um evento de um espaço amostral U, a
n(E) = 6 probabilidade de A é um número racional entre 0 e 1, inclusive.
n(E) 6 1 (0≤ P(A) ≤ 1).
Assim, P(E) = = =
n(U) 36 6
0 n(A) n(U)
0≤ n(A) 0≤ n(U) => ≤ ≤
- Dentre as seis permutações dos números 1, 2, e 3, uma é n(U) n(U) n(U)
escolhida ao acaso. Considerando o número de três algarismos
n(A)
assim escolhido, determine a probabilidade de ele: Como P(A) = temos:
a) Ser par; n(U)
b) Ser múltiplo de três;
c) Ser múltiplo de cinco. 0≤ P(A) ≤ 1

Resolução P4) Sendo A um evento e Ā seu complementar, então P(A) +


P(Ā) = 1.
U
O espaço amostral é:
U = {123, 132, 213, 231, 312, 321} Ā
A
a) Evento A: ocorrer número par.
A = {132, 312}
n(U) = n(A) + n(Ā)

n(A) 2 1
P(A) = = = n(U) n(A) n(Ā)
n(U) 6 3 = +
n(U) n(U) n(U)

Didatismo e Conhecimento 64
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Assim, P(A) + P(Ā) = 1 Assim:
Observação: É comum expressarmos a probabilidade de um ∩ n(A) n(B) n(A∩ B)
evento na forma de porcentagem. Assim, se P(A) = 0,82, por n(A B) = + -
exemplo, podemos dizer que P(A) = 82%. n(U) n(U) n(U) n(U)

Exemplo Ou seja: P (A B) = P(A) + P(B) – P(A∩ B)
Os 900 números de três algarismos estão colocados em
900 envelopes iguais. Um dos envelopes é sorteado. Qual a Podemos enunciar essa conclusão assim: A probabilidade
probabilidade de ele conter um número que tenha, pelo menos, de ocorrer o evento A ou o evento B é dada pela soma da
dois algarismos iguais? probabilidade de ocorrer A com a probabilidade de ocorrer B,
menos a probabilidade de ocorrer os dois eventos (A e B).
Resolução Caso particular: se os eventos A e B são mutuamente
Sendo A o evento: ocorrer um número com pelo menos dois exclusivos, isto é, A ∩ B = ∅, P(A ∩ B) = 0 a formula acima se

algarismos iguais. É mais fácil calcular P(Ā), a probabilidade do reduz a: P(A B) = PA + PB
evento complementar de A. Assim,
U Exemplo

Ā De um baralho comum de 52 cartas, uma carta é retirada


A aleatoriamente. Qual a probabilidade de sair um valete ou uma
carta de paus.

Números com Resolução


algarismos distintos Sendo:
Números com
pelo menos dois Evento A: “a carta e um valete”
algarismos repetidos
4
P(A) =
52
Evento B: “a carta de paus”
13
P(B) =
52

Evento A ∩ B: “a carta é um valete de paus”


1
P(A∩ B) =
52

Evento A B: “a carta é um valete ou é de paus”

P( A B) = P(A) +P(B) – P(A ∩ B)
Propriedade do Evento União
∩ 4 + 13 - 1 = 16 = 4
Dados dois eventos∩A e B de um espaço amostral U, dizemos P(A B) =
52 52 52 52 13
que ocorrer o evento A (evento união) é ocorrer pelo menos um
dos eventos A ou B. Probabilidades num Espaço Amostral não Equiprovável

No espaço amostral equiprovável todos os resultados possíveis


têm a mesma chance de ocorrência e por isso que nos problemas
com dados e moedas estudados anteriormente sempre tomamos o
cuidado de especificar que os dados e moedas eram “honestos” ou
“não viciados”.

Como estudar as probabilidades com dados ou moedas


“viciados”?
A fórmula que usamos até agora

∩ ∩
n(A B) = n(A) + n(B) – n(A B) Número de resultados favoráveis de E
P(E) =
Número de resultados possíveis

Didatismo e Conhecimento 65
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Não é válida, pois não importa apenas a quantidade de resul- Na medida em que conhecemos a informação de que ocorreu
tados favoráveis já que esses resultados não têm necessariamente a o evento B, este passa a ser o espaço amostral do experimento,
mesma “chance” de ocorrência. pois todos os resultados agora possíveis pertencem a A. assim,
Consideramos um experimento, com espaço amostral U = {a1, a probabilidade de ocorrer o evento A, dado que o evento B já
a2..., a n}. Chamando de p(a1), p(a2),..., p(an) as probabilidades de ocorreu, será:
ocorrência dos resultados a1, a2,..., na, respectivamente temos que: n(A ∩ B)
P(A/B) =
n(B)
- p(a1) + p(a2) +...+ p (an) =1
- 0 ≤ p(a1) ≤ 1, para i = 1, 2, ..., n Exemplo
Numa turma de 50 alunos do colégio, 15 são homens e 35 são
Desta forma para calcularmos a probabilidade do evento A = mulheres.
{a1, a2,..., am}(m≤n), fazemos: Sabe-se que 10 homens e 15 mulheres foram aprovados num
exame de seleção. Uma pessoa é sorteada ao acaso.
P(A) = p(a1) + p(a2) +...+ p(am) Qual a probabilidade de:
a) Ela ser do sexo feminino se foi aprovada no exame?
b) Ela ter sido aprovada no exame se é do sexo masculino?
Exemplo
Resolução
Consideramos um experimento com espaço amostral U = {a, O quando abaixo resume os dados do problema:
b, c} sendo p(a), p(b), p(c) as possibilidades dos resultados a, b e
c de modo que
Foi Não foi
1 1 Total
p(a) = ep(b) = Aprovado Aprovado
3 2 Homem 10 5 15
calcule : Mulher 15 20 35
Total 25 25 50
a) p(c)
a) Sendo:
b) a probabilidade do evento A ={a,c} Evento A: “a pessoa sorteada foi aprovada”.
Evento B: “a pessoa sorteada é mulher”.
Resolução
n (A ∩ B) 15 3
a) p(a) + p(b) + p(c) = 1 P(B/A) = = =
n (A) 25 5
1 1
+ +p(c) = 1
3 2 b) Sendo:
Evento A: “a pessoa sorteada foi aprovada”.
1 1 6–2 – 3 1 Evento B: “a pessoa sorteada é homem”.
p(c) = 1 - - = =
3 2 6 6
b) P(A) = p(a) + p(c)
n (A ∩ C) 10 2
1 1 2+1 3 P(A/C) = = =
P(A) = + = = n (C) 15 3
3 6 6 6
1 Probabilidade do Evento Intersecção
Assim,P(A) =
2 Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, dizemos
que ocorrer o evento A ∩ B (evento intersecção) é ocorrer
Probabilidade Condicional simultaneamente os eventos A e B.
Para calcular a probabilidade de ocorrer A ∩ B, vamos utilizar
Consideremos num experimento aleatório de espaço amostral a fórmula da probabilidade condicional.
U os eventos A e B, com A ∩ B ≠ ∅, conforme o diagrama abaixo: n (A ∩ B) ,
P(A/B) =
n (B)

Dividido por n(U), temos:


n (A ∩ B)
P (A ∩ B)
n (U)
P(A/B) = =
n (B)
P (B)
n (U)

Didatismo e Conhecimento 66
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Assim: P(A∩ B) = P (B) . P (A/B) (I) Exemplo de Eventos Dependentes
Na extração de duas cartas de um baralho se antes de extrair a
Podemos também usar a fórmula de P (B/A), assim: segunda carta não for feita a reposição da segunda, o resultado da
n (A ∩ B) primeira influencia o resultado da segunda, pois o espaço amostral
n (A ∩ B) P (A ∩ B) passa a ter 51 elementos.
n (U)
P(B/A) = = =
n (A)
n (A) P (A) Exemplo
n (U) Sejam A e B dois eventos independentes tais que:
Então: P(A∩ B) = P (A) . P (B/A) (II)
1 ∩ 1
P(A) = eP(A B)=
A partir das fórmulas (I) e (II), citadas anteriormente, 4 3
concluímos:
Calcule P (B).
Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, a
probabilidade de eles ocorrerem simultaneamente é dada pelo Resolução
produto da probabilidade de um deles pela probabilidade do outro, ∩
dado que ocorreu o primeiro. P(A B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B)

Exemplo Como A e B são independentes


Consideremos uma urna contendo 5 bolas numeradas de 1 a 5.
qual a probabilidade de retirarmos a bola 1 e, sem sua reposição, P (A Ç B) = P(A) . P(B)
a bola 2? ∩
:. P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
Resolução
A probabilidade de sair a bola 1 na primeira retirada é P (A) ou seja:
= 1/5 1 1 1
Restando 4 bolas na urna, a probabilidade de ocorrer a bola = +P(B - P (B)
3 4 4
na segunda, tendo ocorrido a bola 1 na primeira é: P (A/B) = 1/4
4 = 3 + 12 P (B) – 3 P (B)
Como devem ocorrer os dois eventos, temos:
1
1 1 1 9 P (B) = 1 => P (B) =
P (A ∩ B) =P (A) . P(B/A) = = = 9
5 4 20
Exercícios
Eventos Independentes
Dados dois eventos A e B de um espaço amostral U, dizemos
1. Uma bola será retirada de uma sacola contendo 5 bolas
que eles são independentes se a ocorrência de um deles não
verdes e 7 bolas amarelas. Qual a probabilidade desta bola ser
modificar a probabilidade de ocorrência do outro.
verde?
A e B independentes <=> P (B/A) = P(B) e P (A/B) = PA
2. Três moedas são lançadas ao mesmo tempo. Qual é a
Quando A e B são eventos independentes.
probabilidade de as três moedas caírem com a mesma face para
P (A ∩ B) = P(A) . P(B)
cima?
Então se P (A ∩ B) ≠ P(A) . P(B), dizemos que os eventos
3. Um casal pretende ter filhos. Sabe-se que a cada mês
são dependentes.
a probabilidade da mulher engravidar é de 20%. Qual é a
probabilidade dela vir a engravidar somente no quarto mês de
Exemplos de Eventos Independentes
tentativas?
- No lançamento simultâneo de dois dados, o resultado de um
4. Um credor está à sua procura. A probabilidade dele encontrá-
deles não influi no resultado do outro.
lo em casa é 0,4. Se ele fizer 5 tentativas, qual a probabilidade do
- No lançamento sucessivo de dois dados, o resultado de um
credor lhe encontrar uma vez em casa?
deles não influi no resultado do outro.
- Na extração de duas cartas de um baralho se antes de extrair
5. Em uma caixa há 2 fichas amarelas, 5 fichas azuis e 7 fichas
a segunda carta for feita a reposição da primeira, o resultado da verdes. Se retirarmos uma única ficha, qual a probabilidade dela
primeira não influi no resultado da segunda. ser verde ou amarela?

Didatismo e Conhecimento 67
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
6. Uma moeda é viciada, de forma que as  caras  são três 3) Resposta “10,24%”.
vezes mais prováveis de aparecer do que as coroas. Determine a Solução: Sabemos que a probabilidade da mulher engravidar
probabilidade de num lançamento sair coroa. em um mês é de 20%, que na forma decimal é igual a 0,2. A pro-
babilidade dela não conseguir engravidar é igual a 1 - 0,2, ou seja,
7. Três estudantes A, B e C estão em uma competição de é igual a 0,8.
natação. A e B têm as mesmas chances de vencer e, cada um, tem Este exercício trata de eventos consecutivos e independentes
duas vezes mais chances de vencer do que C. Pede-se calcular a (pelo menos enquanto ela não engravida), então a probabilidade de
probabilidades de A ou C vencer. que todos eles ocorram, é dado pelo produto de todas as probabi-
lidades individuais. Como a mulher só deve engravidar no quarto
mês, então a probabilidade dos três meses anteriores deve ser igual
8. Um dado é viciado, de modo que cada número par tem duas
à probabilidade dela não engravidar no mês, logo:
vezes mais chances de aparecer num lançamento, que qualquer
número ímpar. Determine a probabilidade de num lançamento
aparecer um número primo. 0,1024 multiplicado por 100% é igual a 10,24%.
Então, a probabilidade de a mulher vir a engravidar somente
9. Um cartão é retirado aleatoriamente de um conjunto de 50 no quarto mês é de 10,24%.
cartões numerados de 1 a 50. Determine a probabilidade do cartão
retirado ser de um número primo. 4) Resposta “0,2592”.
Solução: Ou o credor vai a sua casa e o encontra, ou ele vai e
10. De uma sacola contendo 15 bolas numeradas de 1 a 15 não o encontra como em cada tentativa estamos tratando de um su-
retira-se uma bola. Qual é a probabilidade desta bola ser divisível cesso  ou de um  fracasso  e não há outra possibilidade, além do
por 3 ou divisível por 4? fato de a probabilidade ser a mesma em todas as tentativas, vamos
resolver o problema utilizando o termo geral do Binômio de New-
Respostas ton:

1) Resposta “

Solução: Neste exercício o espaço amostral possui 12 elemen- n é o número de tentativas de encontrá-lo, portanto n = 5.
k é o número de tentativas nas quais ele o encontra, portanto k
tos, que é o número total de bolas, portanto a probabilidade de ser
= 1.
retirada uma bola verde está na razão de 5 para 12.
p é a probabilidade de você ser encontrado, logo p = 0,4.
Sendo S o espaço amostral e E o evento da retirada de uma q é a probabilidade de você não ser encontrado, logo q = 1 -
bola verde, matematicamente podemos representar a resolução as- 0,4, ou seja, q = 0,6.
sim:
Substituindo tais valores na fórmula temos:

Logo, A probabilidade desta bola ser verde é 5/12.

2) Resposta “25%”. O número binomial   é assim resolvido:


Solução: Através do princípio fundamental da contagem po-
demos determinar o número total de agrupamentos ao lançarmos
três moedas.
Como cada moeda pode produzir dois resultados distintos, três Então temos:
moedas irão produzir 2 . 2 . 2 resultados distintos, ou seja, poderão
produzir 8 resultados distintos. Este é o nosso espaço amostral.
Dentre as 8 possibilidades do espaço amostral, o evento que
Assim, a probabilidade de o credor o encontrar uma vez em
representa todas as moedas com a mesma face para cima possui
casa é igual 0,2592.
apenas 2 possibilidades, ou tudo cara ou tudo coroa, então a proba-
bilidade será dada por:
5) Resposta “ ”.

Solução: Na parte teórica vimos que a probabilidade da união


de dois eventos pode ser calculada através da fórmula e no caso
da intersecção dos eventos ser vazia, isto é, não haver elemen-
tos em comum aos dois eventos, podemos simplesmente utilizar 
Portanto, a probabilidade das três moedas caírem com a mes- .
ma face para cima é igual a 1/4, ou 0,25, ou ainda 25%.

Didatismo e Conhecimento 68
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Ao somarmos a quantidade de fichas obtemos a quantidade 14. Seja p(A) = k. Então, p(B) = k e p(C) = k/2.
Esta quantidade é o número total de elementos do espaço amostral. Temos: p(A) + p(B) + p(C) = 1.
Neste exercício os eventos obter ficha verde e obter ficha ama- Isto é explicado pelo fato de que a probabilidade de A vencer
rela são mutuamente exclusivos, pois a ocorrência de um impede ou B vencer ou C vencer é igual a 1. (evento certo).
a ocorrência do outro, não há elementos que fazem parte dos dois Assim, substituindo, vem:
eventos. Não há bolas verdes que são também amarelas. Neste k + k + k/2 = 1 \ k = 2/5.
caso então podemos utilizar a fórmula: Portanto, p(A) = k = 2/5, p(B) = 2/5 e p(C) = 2/10 = 1/5.
A probabilidade de A ou C vencer será a soma dessas probabi-
lidades, ou seja, 2/5 + 1/5 = 3/5.
Note que esta fórmula nada mais é que a soma da probabilida-
de de cada um dos eventos. 8) Resposta “ ”. 
O evento de se obter ficha verde possui 7 elementos e o espaço
amostral possui 14 elementos, que é o número total de fichas, então Solução: Pelo enunciado, podemos escrever:
a probabilidade do evento obter ficha verde ocorrer é igual a 7/14: p(2) = p(4) = p(6) = 2 . p(1) = 2 . p(3) = 2 . p(5).
Seja p(2) = k. Poderemos escrever:
p(2) + p(4) + p(6) + p(1) + p(3) + p(5) = 1, ou seja: a soma das
probabilidades dos eventos elementares é igual a 1.
Analogamente, a probabilidade do evento obter ficha amarela,
que possui 2 elementos, é igual a 2/14: Então, substituindo, vem:
k + k + k + k/2 + k/2 + k/2 = 1 \ k = 2/9.

Observe que poderíamos ter simplificado as probabilidades, Assim, temos:


quando então 7/14 passaria a 1/2 e 2/14 a 1/7, no entanto isto não foi feito, p(2) = p(4) = p(6) = 2/9
já que para somarmos as duas probabilidades precisamos que elas p(1) = p(3) = p(5) = 2/18 = 1/9.
tenham um denominador comum:
O evento sair número primo corresponde a sair o 2, ou o 3 ou
o 5.
Este exercício foi resolvido através da fórmula da probabili-
dade da união de dois eventos para que você tivesse um exemplo Logo, p(2) + p(3) + p(5) = 2/9 + 1/9 + 1/9 = 4/9.
da utilização da mesma e pudesse aprender quando utilizá-la, mas
se você prestar atenção ao enunciado, poderá ver que poderíamos 9) Resposta “
tê-lo resolvido de outra forma, que em alguns casos pode tornar a
resolução mais rápida. Vejamos: Solução: Os números primos de 1 a 50 são:
Note que a probabilidade de se obter ficha azul é 5 em 14, ou 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43 e 47, portanto,
seja, 5/14. Então a probabilidade de não se obter ficha azul é 9 em 14, 15 números primos.
pois:
Temos, portanto, 15 chances de escolher um número primo
num total de 50 possibilidades.
Portanto, a probabilidade pedida será igual a p = 15/50 = 3/10.
O 1 que aparece na expressão acima se refere à probabilidade
do espaço amostral. 10) Resposta “

Note que utilizamos o conceito de evento complementar, pois


se não tivermos uma ficha azul, só poderemos ter uma ficha ver- Solução: Vamos representar por E3 o evento da ocorrência das
de ou uma ficha amarela, pois não há outra opção. bolas divisíveis por 3:

6) Resposta “25%”. E3 = { 3, 6, 9, 12, 15 }


Solução: Seja k a probabilidade de sair coroa. Pelo enunciado,
a probabilidade de sair cara é igual a 3k. E por E4  vamos representar o evento da ocorrência das bolas
A soma destas probabilidades tem de ser igual a 1. divisíveis por 4:
E4 = { 4, 8, 12 }
Logo, k + 3k = 1 \ k = 1/4.
Portanto, a resposta é 1/4 = 0,25 = 25%. O espaço amostral é:
7) Resposta “ S = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 }

Solução: Sejam p(A), p(B) e p(C), as probabilidades indivi- A probabilidade de sair uma bola divisível por 3 é:
duais de A, B, C, vencerem.
Pelos dados do enunciado, temos:
p(A) = p(B) = 2 . p(C).

Didatismo e Conhecimento 69
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
A probabilidade de sair uma bola divisível por 4 é:

Como estamos interessados em uma ocorrência ou em outra,


devemos  somar  as probabilidades, mas como explicado no tópi-
co união de dois eventos, devemos subtrair a probabilidade da in-
tersecção, pois tais eventos não são mutuamente exclusivos. Como
podemos ver, o número 12 está contido tanto em E3 quanto em E4, Os matemáticos consideram que os pontos são tão pequenos
ou seja: que não chegam a ter tamanho algum. Para representar um ponto
fazemos uma marca bem pequena no papel e para nomeá-lo usa-
mos uma letra maiúscula: A, B, C, etc.
Considere agora a face superior do cubo e a face que vemos
A probabilidade da intersecção é: à direita. Estas faces têm em comum o segmento de reta AB, com
extremidades nos pontos A e B.

Portanto:

Logo, a probabilidade desta bola ser divisível por 3 ou divisí- O segmento AB (“tem começo e fim”)
vel por 4 é 7/15.
Nas próximas figuras, indicamos a semi-reta AB, de origem A, e
a semi-reta BA, de origem B.
5.10. GEOMETRIA PLANA
5.10.1. ELEMENTOS PRIMITIVOS,
SEMIRRETAS, SEMIPLANOS,
SEGMENTOS E ÂNGULOS. 5.10.2. RETAS
PERPENDICULARES E RETAS PARALELAS.
5.10.3. TEOREMA DE TALES. 5.10.4. TRIÂN-
GULOS. CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA
DE TRIÂNGULOS. 5.10.5. QUADRILÁTEROS. A semi-reta AB A semi-reta BA
5.10.6. CIRCUNFERÊNCIA E DISCO. ÂNGU- (sua origem é A e (sua origem é B e
LOS NA CIRCUNFERÊNCIA. 5.10.7. RELA- “ela não tem fim”) “ela não tem fim”)
ÇÕES MÉTRICAS E TRIGONOMÉTRICAS
EM TRIÂNGULOS RETÂNGULOS.
5.10.8. TEOREMA DE PITÁGORAS.
A seguir, indicamos a reta AB.
5.10.9. ÁREAS DE TRIÂNGULOS, PARALE-
LOGRAMOS, TRAPÉZIOS E DISCOS.

A Geometria é a parte da matemática que estuda as figuras e


suas propriedades. A geometria estuda figuras abstratas, de uma
perfeição não existente na realidade. Apesar disso, podemos ter
uma boa idéia das figuras geométricas, observando objetos reais,
como o aro da cesta de basquete que sugere uma circunferência, A reta AB
as portas e janelas que sugerem retângulos e o dado que sugere (“não tem começo nem fim”)
um cubo.
Os matemáticos consideram que as retas não têm largura. Para no-
As Figuras Básicas meá-las, além de notações como AB, é muito comum o uso de letras mi-
núsculas: r, s, t, etc. Prolongando indefinidamente uma face de um cubo
Aproveitaremos o cubo, figura bastante conhecida de todos, em todas as direções, como indica a próxima figura, temos um plano.
para mencionar três figuras básicas da geometria: o ponto, a reta
e o plano.
No cubo seguinte, três faces são visíveis, e três não. As três
faces visíveis têm em comum apenas o ponto A.

Didatismo e Conhecimento 70
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
O plano α

Os planos não têm espessura. Para nomeá-los, usamos le-


tras gregas, principalmente as três primeiras α (alfa), β (beta) e γ
(gama). Veremos que a área do campo de futebol é 70 unidades de
área.
Perímetro A unidade de medida da área é: m² (metros quadrados), cm²
(centímetros quadrados), e outros.
Entendendo o que é perímetro. Se tivermos uma figura do tipo:
Imagine uma sala de aula de 5m de largura por 8m de com-
primento.
Quantos metros lineares serão necessários para colocar rodapé
nesta sala, sabendo que a porta mede 1m de largura e que nela não
se coloca rodapé?

Sua área será um valor aproximado. Cada é uma unida-


de, então a área aproximada dessa figura será de 4 unidades.
A conta que faríamos seria somar todos os lados da sala, me- No estudo da matemática calculamos áreas de figuras planas e
nos 1m da largura da porta, ou seja: para cada figura há uma fórmula pra calcular a sua área.
P = (5 + 5 + 8 + 8) – 1
P = 26 – 1 Área do Retângulo
P = 25 Existe dois tipos de retângulos: com lados todos iguais (qua-
drado) e com os lados diferentes.

No cálculo de qualquer retângulo podemos seguir o raciocí-


nio:

Colocaríamos 25m de rodapé.


A soma de todos os lados da planta baixa se chama Perímetro.
Portanto, Perímetro é a soma dos lados de uma figura plana.

Área
Área é a medida de uma superfície. Pegamos um retângulo e colocamos em uma malha quadriculada
A área do campo de futebol é a medida de sua superfície (gra- onde cada quadrado tem dimensões de 1 cm. Se contarmos, veremos
mado). que há 24 quadrados de 1 cm de dimensões no retângulo. Como sa-
Se pegarmos outro campo de futebol e colocarmos em uma
bemos que a área é a medida da superfície de uma figuras podemos
malha quadriculada, a sua área será equivalente à quantidade de
dizer que 24 quadrados de 1 cm de dimensões é a área do retângulo.
quadradinho. Se cada quadrado for uma unidade de área:

Didatismo e Conhecimento 71
PROGRAMA DE MATEMÁTICA

Um trapézio é formado por uma base maior (B), por uma base
menor (b) e por uma altura (h).
O retângulo acima tem as mesmas dimensões que o outro, só Para fazermos o cálculo da área do trapézio é preciso dividi-lo
que representado de forma diferente. O cálculo da área do retângu- em dois triângulos, veja como:
lo pode ficar também da seguinte forma: Primeiro: completamos as alturas no trapézio:

A = 6 . 4 A = 24 cm²

Podemos concluir que a área de qualquer retângulo é:

Segundo: o dividimos em dois triângulos:

A=b.h

Quadrado
É um tipo de retângulo específico, pois tem todos os lados A área desse trapézio pode ser calculada somando as áreas dos
iguais. Sua área também é calculada com o produto da base pela dois triângulos (∆CFD e ∆CEF).
altura. Mas podemos resumir essa fórmula: Antes de fazer o cálculo da área de cada triângulo separada-
mente observamos que eles possuem bases diferentes e alturas
iguais.

Cálculo da área do ∆CEF:


A∆1 = B . h
2
Cálculo da área do ∆CFD:
Como todos os lados são iguais, podemos dizer que base é A∆2 = b . h
igual a e a altura igual a , então, substituindo na fórmula A = b .
h, temos:
2
Somando as duas áreas encontradas, teremos o cálculo da
área de um trapézio qualquer:
A= .
AT = A∆1 + A∆2
A= ² AT = B . h + b . h
2 2
Área do Trapézio
AT = B . h + b . h → colocar a altura (h) em evi-
A área do trapézio está relacionada com a área do triângulo 2
que é calculada utilizando a seguinte fórmula:
dência, pois é um termo comum aos dois fatores.
A = b . h (b = base e h = altura).
AT = h (B + b)
2 2
Portanto, no cálculo da área de um trapézio qualquer utiliza-
Observe o desenho de um trapézio e os seus elementos mais mos a seguinte fórmula:
importantes (elementos utilizados no cálculo da sua área): A = h (B + b)
2

Didatismo e Conhecimento 72
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
h = altura Com o valor da altura, basta substituir na fórmula
B = base maior do trapézio A = h (B + b) o valor da base e da altura.
b = base menor do trapézio 2
A = 4 . 2√3
Área do Triângulo 2
Observe o retângulo abaixo, ele está dividido ao meio pela A = 2 . 2√3
diagonal: A = 4 √3 cm2

Exercícios

1. Um retângulo de base 7cm e altura 4cm qual o perímetro e


A área do retângulo é A = b. h, a medida da área de cada me- a área respectivamente:
tade será a área do retângulo dividida por dois. Cada parte dividida a) 28 – 22
do retângulo é um triângulo, assim podemos concluir que a área b) 11 – 22
do triangulo será: c) 22 – 11
A=b.h d) 22 – 28
2 e) 24 – 28
Mas como veremos a altura no triângulo? A altura deve ser
sempre perpendicular à base do triângulo. 2. Um paralelogramo de altura 4 cm e base 2cm tem área igual a:
a) 12 cm²
b) 8 cm²
c) 16 cm²
d) 16 cm
e) 12 cm
No triângulo retângulo é fácil ver a altura, pois é o próprio lado
3. Um losango tem 4 lados qual o perímetro de um losango
do triângulo, e forma com a base um ângulo de 90° (ângulo reto).
de lado 8 cm:
a) 16
b) 24
c) 32
d) 40
e) 48
Quando a altura não coincide com o lado do triângulo, deve-
mos traçar uma reta perpendicular à base (formando um ângulo de 4. Um quadrado de lado 3 cm tem um volume igual a:
90º com a base) que será a altura do triângulo. a) 27cm³
Exemplo: Observe o triângulo eqüilátero (todos os lados b) 9cm³
iguais). Calcule a sua área. c) 28cm³
d) 18cm³
e) 6cm³

5. Numa praça, os canteiros retangulares são cobertos com


relva e estão cercados por lajes quadradas de 1 m de lado, como
se vê na figura. Quantas lajes vão cercar o relvado de 3 m por 5m?
Como o valor da altura não está indicado, devemos calcular o seu
valor, para isso utilizaremos o teorema de Pitágoras no triângulo:

(A) 20
(B) 18
42 = h2 + 22 (C) 16
16 = h2 + 4 (D) 14
16 – 4 = h²
12 = h² 6. Sobre os polígonos A e E, é verdade que eles têm:
h = √12
h = 2√3 cm

Didatismo e Conhecimento 73
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
(A)  12
(B)  14
(C)  17
(D)  41

Gabarito: 01-D / 02-B / 03-C / 04-A / 05-A / 06-B / 07-D /


08-C / 09-C / 10-A

A definição dos entes primitivos ponto, reta e plano é quase


(A)  áreas e perímetros iguais.
impossível, o que se sabe muito bem e aqui será o mais importante
(B)  perímetros iguais e áreas diferentes.
é sua representação geométrica e espacial.
(C)  áreas iguais e perímetros diferentes.
(D)  áreas diferentes e perímetros diferentes.
Representação, (notação)
7. A área do polígono de maior área é igual a:
→ Pontos serão representados por letras latinas maiúsculas;
ex: A, B, C,…
→ Retas serão representados por letras latinas minúsculas; ex:
a, b, c,…
→ Planos serão representados por letras gregas minúsculas;
ex: β,∞,α,...

Representação gráfica
(A)  15
(B)  18
(C)  21
(D)  24

8. Se a área de um polígono é 15 T, mudando a unidade para


L, ela será:
Postulados primitivos da geometria, qualquer postulado ou
axioma é aceito sem que seja necessária a prova, contanto que não
exista a contraprova.

- Numa reta bem como fora dela há infinitos pontos distintos.


- Dois pontos determinam uma única reta (uma e somente uma
reta).

(A)  30
(B)  10
(C) 7,5
(D)  5
- Pontos colineares pertencem à mesma reta.
9. Um terreno retangular tem uma área de 450 m2. O compri-
mento do terreno é 25 m. Qual é o perímetro do terreno?
(A)  18 m.
(B)  43 m.
(C)  86 m.
(D)  94 m.
- Três pontos determinam um único plano.
10. Qual é a área da figura em centímetros quadrados?

- Se uma reta contém dois pontos de um plano, esta reta está


contida neste plano.

Didatismo e Conhecimento 74
PROGRAMA DE MATEMÁTICA

- Duas retas são concorrentes se tiverem apenas um ponto em


comum. Planos concorrentes no espaço R3 são planos cuja interseção
é uma reta.
Planos paralelos no espaço R3 são planos que não tem inter-
seção.
Quando dois planos são concorrentes, dizemos que tais planos
formam um diedro e o ângulo formado entre estes dois planos é
Observe que . Sendo que H está contido na reta denominado ângulo diedral. Para obter este ângulo diedral, basta
r e na reta s. tomar o ângulo formado por quaisquer duas retas perpendiculares
aos planos concorrentes.
Um plano é um subconjunto do espaço R3 de tal modo que
quaisquer dois pontos desse conjunto podem ser ligados por um
segmento de reta inteiramente contida no conjunto.
Um plano no espaço R3 pode ser determinado por qualquer
uma das situações:

- Três pontos não colineares (não pertencentes à mesma reta);


- Um ponto e uma reta que não contem o ponto; Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um ângulo
- Um ponto e um segmento de reta que não contem o ponto; reto (90 graus).
- Duas retas paralelas que não se sobrepõe; Razão entre Segmentos de Reta
- Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe;
- Duas retas concorrentes; Segmento de reta é o conjunto de todos os pontos de uma reta
- Dois segmentos de reta concorrentes. que estão limitados por dois pontos que são as extremidades do
segmento, sendo um deles o ponto inicial e o outro o ponto final.
Duas retas (segmentos de reta) no espaço R3 podem ser: para- Denotamos um segmento por duas letras como, por exemplo, AB,
lelas, concorrentes ou reversas. sendo A o início e B o final do segmento.
Duas retas são ditas reversas quando uma não tem interseção
com a outra e elas não são paralelas. Pode-se pensar de uma reta Exemplo
r desenhada no chão de uma casa e uma reta s desenhada no teto
dessa mesma casa. AB é um segmento de reta que denotamos por AB.

A _____________ B

Não é possível dividir um segmento de reta por outro, mas é


possível realizar a divisão entre as medidas dos dois segmentos.

Consideremos os segmentos AB e CD, indicados:


Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R3, se ela in-
A ________ B m(AB) = 2cm
tersecta o plano em um ponto P e todo segmento de reta contido no
C ______________ D m(CD) = 5 cm
plano que tem P como uma de suas extremidades é perpendicular
à reta.
A razão entre os segmentos AB e CD, denotado aqui por, AB/
CD, é definida como a razão entre as medidas desses segmentos,
isto é: AB/CD = 2/5

Segmentos Proporcionais

Uma reta r é paralela a um plano no espaço R3, se existe uma Proporção é a igualdade entre duas razões equivalentes. De
reta s inteiramente contida no plano que é paralela à reta dada. forma semelhante aos que já estudamos com números racionais, é
Seja P um ponto localizado fora de um plano. A distância do possível estabelecer a proporcionalidade entre segmentos de reta,
ponto ao plano é a medida do segmento de reta perpendicular ao através das medidas desse segmentos.
plano em que uma extremidade é o ponto P e a outra extremidade é Vamos considerar primeiramente um caso particular com qua-
o ponto que é a interseção entre o plano e o segmento. tro segmentos de reta:
Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula.

Didatismo e Conhecimento 75
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
m(AB) = m(PQ) =4 Exemplo
A______B P__________Q
2cm cm
Consideremos a figura ao lado com um feixe de retas parale-
m(CD) = m(RS) =
C__________D R___________________S las, sendo as medidas dos segmentos indicadas em centímetros.
3cm 6cm

A razão entre os segmentos AB e CD e a razão entre os seg-


mentos PQ e RS, são dadas por frações equivalentes, isto é: AB/
CD = 2/3; PQ/RS = 4/6 e como 2/3 = 4/6, segue a existência de
uma proporção entre esses quatro segmentos de reta. Isto nos con-
duz à definição de segmentos proporcionais.
Diremos que quatro segmentos de reta, AB, BC, CD e DE,
nesta ordem, são proporcionais se: AB/BC = CD/DE Assim:
Os segmentos AB e DE são os segmentos extremos e os seg-
mentos BC e CD são os segmentos meios. BC/AB = EF/DE
A proporcionalidade acima é garantida pelo fato que existe AB/DE = BC/EF
uma proporção entre os números reais que representam as medidas DE/AB = EF/BC
dos segmentos: Observamos que uma proporção pode ser formulada de várias
maneiras. Se um dos segmentos do feixe de paralelas for desco-
Propriedade Fundamental das proporções: Numa propor- nhecido, a sua dimensão pode ser determinada com o uso de razões
ção de segmentos, o produto das medidas dos segmentos meios é proporcionais.
igual ao produto das medidas dos segmentos extremos. m(AB) ·
m(DE) = m(BC) · m(CD)

Feixe de Retas Paralelas

Um conjunto de três ou mais retas paralelas num plano é cha-


mado feixe de retas paralelas. A reta que intercepta as retas do
feixe é chamada de reta transversal. As retas A, B, C e D que apa-
recem no desenho anexado, formam um feixe de retas paralelas
enquanto que as retas S e T são retas transversais. Exercício

Nos exercícios de 1 a 3, utilize Teorema de Tales para deter-


minar o que se pede a respeito da situação ilustrada pela imagem
a seguir:

Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas determina so-


bre duas transversais quaisquer, segmentos proporcionais. A figura
abaixo representa uma situação onde aparece um feixe de três retas
paralelas cortadas por duas retas transversais.

As retas DE e BC são paralelas.


Exercício 1: Considerando a figura acima, determine o com-
primento do segmento AD , supondo que DB = 5cm, EC =
10cm e AE = 8cm.
Identificamos na sequência algumas proporções:
Exercício 2: Determine AD e DB , supondo que na figura ao
AB/BC = DE/EF lado AB = 26cm, AE = 8cm e EC = 5cm
BC/AB = EF/DE
AB/DE = BC/EF Exercício 3: Determine AD e DB, supondo que AB = 27cm,
DE/AB = EF/BC
AE = 10cm e AC = 18cm

Didatismo e Conhecimento 76
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Do exercício 4 até o exercício 7, utilize Teorema de Tales para
determinar o que se pede a respeito da situação ilustrada pela se-
guinte imagem:

1. Vértices: A,B,C.
2. Lados: AB,BC e AC.
3. Ângulos internos: a, b e c.

Altura: É um segmento de reta traçada a partir de um vértice


de forma a encontrar o lado oposto ao vértice formando um ângulo
reto. BH é uma altura do triângulo.

As retas AD, BE e CF são paralelas.

Exercício 4: Determine AB , supondo que BC = 10cm, DE


= 18cm e EF =20cm

Exercício 5: Determine AB e BC supondo que AC = 30cm, Mediana: É o segmento que une um vértice ao ponto médio
do lado oposto. BM é uma mediana.
DE = 8cm e EF = 7cm.

Exercício 6: Determine a medida de AB , supondo que AC =


20cm, DF = 30cm e que EF é 4cm maior que BC .

Exercício 7: Determine AC supondo que DE = 12cm, EF


= 8cm e que AB é 3cm maior que BC . Bissetriz: É a semi-reta que divide um ângulo em duas partes
iguais. O ângulo B está dividido ao meio e neste caso Ê = Ô.
Exercício 8: Considere um triângulo Δ ABC tal que AB = 5,
BC = 6 e CA = 7. Desenhe sobre o segmento BC um ponto M
tal que BM . A reta paralela a AC que passa por M encontra BA
no ponto N. Calcule BN , AN e MN .

Respostas:
Ângulo Interno: É formado por dois lados do triângulo. Todo
01- AD=4cm triângulo possui três ângulos internos.
02- 8 e 18 respectivamente.
03- 15 e 12 respectivamente.
04- 09cm
05- 16 e 14 respectivamente.
06- 12cm
07- 15cm
08- 10/3 , 5/3 e 14/3 respectivamente.

Triângulos
Ângulo Externo: É formado por um dos lados do triângulo e
Triângulo é um polígono de três lados. É o polígono que pos- pelo prolongamento do lado adjacente (ao lado).
sui o menor número de lados. Talvez seja o polígono mais impor-
tante que existe. Todo triângulo possui alguns elementos e os prin- Classificação dos triângulos quanto ao número de lados
cipais são: vértices, lados, ângulos, alturas, medianas e bissetrizes.
Triângulo Equilátero: Os três lados têm medidas iguais.
Apresentaremos agora alguns objetos com detalhes sobre os m(AB) = m(BC) = m(CA)
mesmos.

Didatismo e Conhecimento 77
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Medidas dos Ângulos de um Triângulo

Ângulos Internos: Consideremos o triângulo ABC. Poderemos


identificar com as letras a, b e c as medidas dos ângulos internos
desse triângulo. Em alguns locais escrevemos as letras maiúsculas
A, B e C para representar os ângulos.

Triângulo Isóscele: Os três lados têm medidas iguais. m(AB)


= m(BC) = m(CA)

A soma dos ângulos internos de qualquer triângulo é sempre


igual a 180 graus, isto é: a + b + c = 180º

Exemplo
Triângulo Escaleno: Todos os três lados têm medidas dife- Considerando o triângulo abaixo, podemos escrever que: 70º
rentes. + 60º + x = 180º e dessa forma, obtemos x = 180º - 70º - 60º = 50º.

Classificação dos triângulos quanto às medidas dos Ângulos Externos: Consideremos o triângulo ABC. Como ob-
ângulos servamos no desenho, em anexo, as letras minúsculas representam
os ângulos internos e as respectivas letras maiúsculas os ângulos
Triângulo Acutângulo: Todos os ângulos internos são agu- externos.
dos, isto é, as medidas dos ângulos são menores do que 90º.

Todo ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos dois


Triângulo Obtusângulo: Um ângulo interno é obtuso, isto é, ângulos internos não adjacentes a esse ângulo externo. Assim: A =
possui um ângulo com medida maior do que 90º. b+c, B = a+c, C = a+b

Exemplo

No triângulo desenhado: x=50º+80º=130º.

Triângulo Retângulo: Possui um ângulo interno reto (90


graus).

Congruência de Triângulos

A idéia de congruência: Duas figuras planas são congruen-


tes quando têm a mesma forma e as mesmas dimensões, isto é, o
mesmo tamanho.

Didatismo e Conhecimento 78
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Para escrever que dois triângulos ABC e DEF são congruen-
tes, usaremos a notação: ABC ~ DEF

Para os triângulos das figuras abaixo, existe a congruência en-


tre os lados, tal que:
AB ~ RS, BC ~ ST, CA ~ T e entre os ângulos: A ~ R , B ~ S
,C~T

LAAo (Lado, Ângulo, Ângulo oposto): Conhecido um lado,


um ângulo e um ângulo oposto ao lado.
Dois triângulos são congruentes quando têm um lado, um ân-
gulo, um ângulo adjacente e um ângulo oposto a esse lado respec-
tivamente congruente.

Se o triângulo ABC é congruente ao triângulo RST, escreve-


mos: ABC ~ RST

Dois triângulos são congruentes, se os seus elementos corres-


pondentes são ordenadamente congruentes, isto é, os três lados e
os três ângulos de cada triângulo têm respectivamente as mesmas Semelhança de Triângulos
medidas.
Para verificar se um triângulo é congruente a outro, não é ne- A idéia de semelhança: Duas figuras são semelhantes quando
cessário saber a medida de todos os seis elementos, basta conhece- têm a mesma forma, mas não necessariamente o mesmo tamanho.
rem três elementos, entre os quais esteja presente pelo menos um Se duas figuras R e S são semelhantes, denotamos: R~S.
lado. Para facilitar o estudo, indicaremos os lados correspondentes
congruentes marcados com símbolos gráficos iguais. Exemplo

Casos de Congruência de Triângulos As ampliações e as reduções fotográficas são figuras seme-


lhantes. Para os triângulos:
LLL (Lado, Lado, Lado): Os três lados são conhecidos.
Dois triângulos são congruentes quando têm, respectivamen-
te, os três lados congruentes. Observe que os elementos congruen-
tes têm a mesma marca.

os três ângulos são respectivamente congruentes, isto é: A~R,


B~S, C~T
Observação: Dados dois triângulos semelhantes, tais triân-
gulos possuem lados proporcionais e ângulos congruentes. Se um
LAL (Lado, Ângulo, Lado): Dados dois lados e um ângulo lado do primeiro triângulo é proporcional a um lado do outro triân-
Dois triângulos são congruentes quando têm dois lados con- gulo, então estes dois lados são ditos homólogos. Nos triângulos
gruentes e os ângulos formados por eles também são congruentes. acima, todos os lados proporcionais são homólogos.
Realmente:
AB~RS   pois   m(AB)/m(RS) = 2
BC~ST   pois   m(BC)/m(ST) = 2
AC~RT   pois   m(AC)/m(RT) = 2

Como as razões acima são todas iguais a 2, este valor comum


é chamado razão de semelhança entre os triângulos. Podemos con-
cluir que o triângulo ABC é semelhante ao triângulo RST.
ALA (Ângulo, Lado, Ângulo): Dados dois ângulos e um lado Dois triângulos são semelhantes se, têm os 3 ângulos e os 3
Dois triângulos são congruentes quando têm um lado e dois lados correspondentes proporcionais, mas existem alguns casos
ângulos adjacentes a esse lado, respectivamente, congruentes. interessantes a analisar.

Didatismo e Conhecimento 79
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Casos de Semelhança de Triângulos Exercícios

Dois ângulos congruentes: Se dois triângulos tem dois ân- 1. Neste triângulo ABC, vamos calcular a, h, m e n:
gulos correspondentes congruentes, então os triângulos são seme-
lhantes.

2. Determine os valores literais indicados na figura:

Se A~D e C~F então: ABC~DEF

Dois lados congruentes: Se dois triângulos tem dois lados


correspondentes proporcionais e os ângulos formados por esses la-
dos também são congruentes, então os triângulos são semelhantes.

3. Determine os valores literais indicados na figura:

Como m(AB) / m(EF) = m(BC) / m(FG) = 2


Então ABC ~ EFG

Exemplo 4. Determine os valores literais indicados na figura:


Na figura abaixo, observamos que um triângulo pode ser “ro-
dado” sobre o outro para gerar dois triângulos semelhantes e o
valor de x será igual a 8.

Realmente, x pode ser determinado a partir da semelhança de


triângulos. 5. Determine os valores literais indicados na figura:

Três lados proporcionais: Se dois triângulos têm os três la-


dos correspondentes proporcionais, então os triângulos são seme-
lhantes.

Didatismo e Conhecimento 80
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
6. Determine a altura de um triângulo equilátero de lado l.

Respostas
1) Solução:
a² = b² + c² → a² = 6² + 8² → a² = 100 → a = 10
7. Determine x nas figuras.
b.c = a.h → 8.6 = 10.h → h = 48/10 = 4,8
c² = a.m → 6² = 10.m → m = 36/10 = 3,6
b² = a.n → 8² = 10.n → n = 64/10 = 6,4

2) Solução:
13² = 12² + x²
169 = 144 + x²
x² = 25
x=5
5.12 = 13.y
y = 60/13
3) Solução:
8. Determine a diagonal de um quadrado de lado l. 52 = 32 + x2
25 = 9 + x2
x2 = 16
x = √16 = 4
32 = 5m
9
m=
5
4 2 = 5n
16
n=
5
9 16
h = x
2

5 5
9. Calcule o perímetro do triângulo retângulo ABC da figura, 144
sabendo que o segmento BC é igual a 10 m e cos α = 3/5 h =
2

25
144
h=
25
12
h=
5

4) Solução:
AC = 10 → e ← AB = 24
(O é o centro da circunferência)
Solução:
(BC)2 = 10 2 + 24 2
(BC)2 = 100 + 576
10. Calcule a altura de um triângulo equilátero que tem  10 (BC)2 = 676
cm de lado.
BC = 676 = 26
26
x= = 13
2

Didatismo e Conhecimento 81
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
5) Solução: 10) Solução:
d2 = 52 + 42
d2 = 25 + 16
d2 = 41
d = √41

6) Solução:
2
⎛ 1⎞
l 2 = h2 ⎜ ⎟
⎝ 2⎠
12
l 2 = h2 +
4
12
h =l −
2 2
10 2 = 5 2 + h 2
4
4l 2
− l2 h 2 = 100 − 25
h2 =
4 h 2 = 75
3l 2
h =
2
h = 75 = 5 2.3 = 5 3cm
4
3l 2 l 3
h= = Ângulos
4 2
Ângulo: Do latim - angulu (canto, esquina), do grego - gonas;
7) Solução: O triângulo ABC é equilátero. reunião de duas semi-retas de mesma origem não colineares.

l 3
x=
2
8 3
x= =4 3
2

8) Solução:
d2 = l2 + 12
d2 = 2l2
d = √2l2
d = 1√2
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.
9) Solução:

x
cos α =
10
3 x
=
5 10
5x = 30
30
x= =6
5
10 2 = 6 2 + y 2
Ângulo Central:
100 = 36 + y2
y 2 = 100 − 36 - Da circunferência: é o ângulo cujo vértice é o centro da cir-
cunferência;
y 2 = 64 ⇒ y = 64 = 8 - Do polígono: é o ângulo, cujo vértice é o centro do polígono
P = 10 + 6 + 8 = 24m regular e cujos lados passam por vértices consecutivos do polígono.

Didatismo e Conhecimento 82
PROGRAMA DE MATEMÁTICA

Ângulos Complementares: Dois ângulos são complementa-


Ângulo Circunscrito: É o ângulo, cujo vértice não pertence à 0
res se a soma das suas medidas é 90 .
circunferência e os lados são tangentes à ela.

Ângulo Inscrito: É o ângulo cujo vértice pertence a uma cir-


cunferência e seus lados são secantes a ela.

Ângulos Congruentes: São ângulos que possuem a mesma


medida.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.


Ângulos Opostos pelo Vértice: Dois ângulos são opostos
pelo vértice se os lados de um são as respectivas semi-retas opos-
tas aos lados do outro.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
Ângulos Replementares: Dois ângulos são ditos replementa-
0
res se a soma das suas medidas é 360 .

Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apóiam em retas perpendiculares.

Didatismo e Conhecimento 83
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Ângulos Suplementares: Dois ângulos são ditos suplementa- c)
res se a soma das suas medidas de dois ângulos é 180º.

2. As retas a e b são paralelas. Quanto mede o ângulo î?


Poligonal: Linha quebrada, formada por vários segmentos
formando ângulos.

Grado: (gr.): Do latim - gradu; dividindo a circunferência em 3. Obtenha as medidas dos ângulos assinalados:
400 partes iguais, a cada arco unitário que corresponde a 1/400 da
circunferência denominamos de grado. a)
Grau: (º): Do latim - gradu; dividindo a circunferência em
360 partes iguais, cada arco unitário que corresponde a 1/360 da
circunferência denominamos de grau.

Exercícios

1. As retas f e g são paralelas (f // g). Determine a medida do


ângulo â, nos seguintes casos:

a)
b)

c)
b)

Didatismo e Conhecimento 84
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
d) 10. Determine o valor de a na figura seguinte:

Respostas

4. Usando uma equação, determine a medida de cada ângulo 1) Resposta


do triângulo: a) 55˚
b) 74˚
c) 33˚

2) Resposta “130”.
Solução: Imagine uma linha cortando o ângulo î, formando
uma linha paralela às retas “a” e “b”.
Fica então decomposto nos ângulos ê e ô.

a) Quanto mede a soma dos ângulos de um quadrado?

5. Dois ângulos são complementares tais que o triplo de um


deles é igual ao dobro do outro. Determine o suplemento do menor.

6. A metade de um ângulo menos a quinta parte de seu com-


plemento mede 38 graus. Qual é esse angulo?
Sendo assim, ê = 80° e ô = 50°, pois o ângulo ô é igual ao
7. Cinco semi-retas  partem de um  mesmo ponto V, forman- complemento de 130° na reta b.
do cinco ângulos que cobrem todo o plano e são proporcionais aos
números 2, 3, 4, 5 e 6. Calcule o maior dos ângulos. Logo, î = 80° + 50° = 130°.

8. Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do ângulo y, mais 3) Solução:


a metade do ângulo z. Calcule y. a) 160° - 3x = x + 100°        
160° - 100° = x + 3x    
60° = 4x     
x = 60°/4    
x = 15°  

Então 15°+100° = 115° e 160°-3*15° = 115°

b) 6x + 15° + 2x + 5º = 180°


6x + 2x = 180° -15° - 5°
8x = 160°
x = 160°/8
9. Observe a figura abaixo e determine o valor de m e n. x = 20°
Então, 6*20°+15° = 135° e 2*20°+5° = 45°

c) Sabemos que a figura tem 90°.


Então x + (x + 10°) + (x + 20°) + (x + 20°) = 90°
4x + 50° = 90°
4x = 40°
x = 40°/4
x = 10°

Didatismo e Conhecimento 85
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
d) Sabemos que os ângulos laranja + verde formam 180°, pois Então: 20x = 360º → x = 360°/20
são exatamente a metade de um círculo. x = 18°
Então, 138° + x = 180° Agora sabemos que o maior é 6x, então 6 . 18° = 108°.
x = 180° - 138°
x = 42° 8) Resposta “135˚”.
Logo, o ângulo x mede 42°.
Solução: Na figura, o ângulo x mede a sexta parte do ângulo
4) Solução: Sabemos que a soma dos ângulos do triângulo é y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.
180°.
Então, 6x + 4x + 2x = 180° Então vale lembrar que:
12x = 180° x + y = 180 então y = 180 – x.
x = 180°/12
x = 15° E também como x e z são opostos pelo vértice, x = z
Os ângulos são: 30° 60° e 90°.
E de acordo com a figura: o ângulo x mede a sexta parte do
a) Um quadrado tem quatro ângulos de 90º, e, portanto a soma ângulo y, mais a metade do ângulo z. Calcule y.
deles vale 360º.
x = y/6 + z/2
5) Resposta “144˚”.
Agora vamos substituir lembrando que y = 180 - x e x = z
Solução:
Então:
- dois ângulos são complementares, então a + b = 90º
- o triplo de um é igual ao dobro do outro, então 3a = 2b
x = 180° - x/6 + x/2 agora resolvendo fatoração:
É um sistema de equações do 1º grau. Se fizermos a = 2b/3, 6x = 180°- x + 3x | 6x = 180° + 2x
substituímos na primeira equação: 6x – 2x = 180°
4x = 180°
2b/3 + b = 90 x=180°/4
5b/3 = 90 x=45º
b = 3/5 * 90
b = 54 → a = 90 – 54 = 36º Agora achar y, sabendo que y = 180° - x
y=180º - 45°
Como a é o menor ângulo, o suplemento de 36 é 180-36 = y=135°.
144º.
9) Resposta “11º; 159º”.
6) Resposta “80˚”. Solução:
Solução: (a metade de um ângulo) menos seu a [quinta parte] 3m - 12º e m + 10º, são ângulos opostos pelo vértice logo são
de seu [complemento] mede 38º. iguais.

[a/2] – [1/5] [(90-a)] = 38 3m - 12º = m + 10º


a/2 – 90/5 + a/5 = 38 3m - m = 10º + 12º
a/2 + a/5 = 38 + 90/5 2m = 22º
7a/10 = 38 + 18 m = 22º/2
a = 10/7 * 56 m = 11º
a = 80º m + 10º e n são ângulos suplementares logo a soma entre eles
é igual a 180º.
7) Resposta “180˚”.
(m + 10º) + n = 180º
Solução: Seja x a constante de proporcionalidade, temos para
os ângulos: a, b, c, d, e…, a seguinte proporção com os números 2,
(11º + 10º) + n = 180º
3, 4, 5 e 6:
21º + n = 180º
a/2 = x → a = 2x
b/3 = x → b = 3x n = 180º - 21º
c/4 = x → c = 4x n = 159º
d/5 = x → d = 5x
e/6 = x → e = 6x Resposta: m = 11º e n = 159º.
Assim as semi-retas: a + b + c + d + e = 2x + 3x + 4x + 5x +
6x = 360º 10) Resposta “45˚”.
É um ângulo oposto pelo vértice, logo, são ângulos iguais.
Agora a soma das retas: 20x

Didatismo e Conhecimento 86
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Teorema de Pitágoras
25 = 16 + 9 52 = 42 + 32
O teorema de Pitágoras  
Dizem que Pitágoras, filósofo e matemático grego que viveu
na cidade de Samos no século VI a. C., teve a intuição do seu Nessas condições, confirma-se a relação: a área do quadrado
famoso teorema observando um mosaico como o da ilustração a construído sobre a hipotenusa é igual à somadas áreas dos
seguir quadrados construídos sobre os dois catetos.
Muito utilizada, essa relação métrica é um dos mais
importantes teoremas da matemática.

Teorema de Pitágoras
Em todo triângulo retângulo, o quadrado da medida da
hipotenusa é igual à soma dos quadrados da medida dos catetos.

Observando o quadro, podemos estabelecer a seguinte tabela:

Triângulo Triângulo Triângulo


ABC A`B`C` A``B``C``
Área do quadrado 4 8 16
construído sobre Demonstrando o teorema de Pitágoras
a hipotenusa
Existem inúmeras maneiras de demonstrar o teorema de
Área do quadrado 2 4 8 Pitágoras. Veremos uma delas, baseada no cálculo de áreas de
construído sobre figuras geométricas planas.
um cateto Consideremos o triângulo retângulo da figura.
Área do quadrado 2 4 9
construído sobre
o outro cateto

Como 4 = 2 + 2,8 = 4 + 4,16 = 8 + 8, Pitágoras observou que:


A área do quadrado construído sobre a hipotenusa é igual à
soma das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos.

A descoberta feita por Pitágoras estava restrita a um triângulo


particular: o triângulo retângulo isósceles. a = medida da hipotenusa
Estudos realizados posteriormente permitiram provar que a b = medida de um cateto
relação métrica descoberta por Pitágoras era válida para todos os c = medida do outro cateto
triângulos retângulos.
Observe, agora, os quadrados MNPQ e DEFG, que têm a
Com base no triângulo retângulo utilizado nas construções mesma área, pois o lado de cada quadrado mede (b+c).
egípcias e construindo quadrados sobre os lados desse triângulo,
podemos obter as seguintes figuras:
= 1 unidade de comprimento
= 1 unidade de área

- Área do quadrado MNPQ = área do quadrado RSVT + (área


do triângulo RNS) . 4

Didatismo e Conhecimento 87
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
- Área do quadrado DEFG = área do quadrado IELJ + área do
quadrado GHJK + (área do retângulo DIJH).2
- Área do quadrado RSVT = a2
b.c
- Área do triângulo RNS=
2
- Área do quadrado IELJ=c 2

- Área do quadrado GHJK=b2


- Área do retângulo DIJK=b.c

Como os quadrados MNPQ e DEFG têm áreas iguais,


podemos escrever: d= medida da diagonal
l= medida do lado
⎛ bc ⎞ 2 2 2
a2+ ⎜ . 4 =c +b + (bc) . 2
⎝ 2 ⎟⎠ Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retângulo
a + 2bc = c + b + 2bc ABC, temos:
d = 2l 2
2 2 2
d2=l2+l2
d =2 l
2 2 d=l 2
Cancelando 2bc, temos:
a2 = b2 + c2
Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero
A demonstração algébrica do teorema de Pitágoras será feita
mais adiante. Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma
relação importante entre a medida h da altura e a medida l do lado
Pense & Descubra de um triângulo equilátero.

Um terreno tem a forma de um triângulo retângulo e tem rente


para três ruas: Rua 1, Rua 2 e Rua 3, conforme nos mostra a figura.
Calcule, em metros, o comprimento a da frente do terreno voltada
para a rua 1.

l= medida do lado
h= medida da altura

No triângulo equilátero, a altura e a mediana coincidem. Logo,


H é ponto médio do lado BC . ^
No triângulo retângulo AHC, H é ângulo reto. De acordo
De acordo com os dados do problema, temos b = 96 m e c = com o teorema de Pitágoras, podemos escrever:
2
180 m.
l
2
l2 3l 3l 2 l 3
l =h +   → h2=l2-
2 2
→ h 2= → h= → h=
Aplicando o teorema de Pitágoras: 2 4 4 4 2
a2 = b2 + c2 a2 = 41616
a2 = (96)2 + (180)2 a = 41616
a2 = 9216 + 32400 a = 204
Exercícios
Então, a frente do terreno para a rua 1 tem 204 m de
comprimento. 1. Sendo a,vb e c as medidas dos comprimentos dos lados
de um triângulo, indica, justificando, aqueles que são retân-
gulos:
Teorema de Pitágoras no quadrado a) a = 6; b = 7 e c = 13;
b) a = 6; b = 10 e c = 8.
Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma
relação importante entre a medida d da diagonal e a medida l do 2. Calcula o valor de x em cada um dos triângulos retân-
lado de um quadrado. gulos:

Didatismo e Conhecimento 88
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
a) 6. Qual é a distância percorrida pelo berlinde.

    
b)

7. Calcule a área da seguinte figura.

3. A figura representa um barco à vela.

8. Calcule a área da seguinte figura.

Determina, de acordo com os dados da figura, os valores


de x e y.

4. O Pedro e o João estão a andar de balance, como indica


a figura:
9. Calcule o valor do segmento desconhecido no triângulo
retângulo a seguir.

A altura máxima a que pode subir cada um dos amigos é


de 60 cm. Qual o comprimento do balance? 10. Calcule o valor do cateto no triângulo retângulo abai-
xo:
5. Qual era a altura do poste?

Didatismo e Conhecimento 89
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Respostas Então vem:
1,8 m = 180 cm
1) Solução: “Se num triângulo as medidas dos seus lados ve-
rificarem o Teorema de Pitágoras então pode-se concluir que o h 2 = 180 2 + 60 2
triângulo é retângulo”. ⇔ h2 = 32400 + 3600
Então teremos que verificar para cada alínea se as medidas dos
⇔ h2 = 36000
lados dos triângulos satisfazem ou não o Teorema de Pitágoras.
⇔ h = 36000
a) ⇔ h ≅ 190
132 = 7 2 + 6 2
⇔ 169 = 49 + 36 Logo, o comprimento do balance é de 1,9 m.
⇔ 169 = 85Falso
5) Solução:
b) x 2 = 4 2 + 32
10 2 = 8 2 + 6 2
⇔ x 2 = 16 + 9
⇔ 100 = 49 + 36
⇔ x 2 = 25
⇔ 100 = 100Verdadeiro
⇔ x = 25
⇔x=5
2) Solução:
a) h= 4+5=9
x 2 = 12 2 + 5 2
Logo, a altura do poste era de 9 m.
⇔ x 2 = 144 + 25
⇔ x 2 = 169 6) Solução:
h 2 = 25 2 + 60
⇔ x = 169
⇔ h 2 = 625 + 3600
⇔ x = 13
⇔ h 2 = 4225

b) ⇔ h = 4225
7,5 = 4,5 + x
2 2 ⇔ h = 65
d = 65 + 200 = 265
⇔ 56,25 = 20,25 + x 2
⇔ x 2 = 56,25 − 20,25 Portanto, a distância percorrida pelo berlinde é de: 265 cm =
⇔ x = 36
2 2,65 m.

⇔ x = 36 7) Solução:
⇔x=6
10 2 = h 2 + 5 2
3) Solução: ⇔ 100 = h 2 + 25 22 + 12
A= ×9
⇔ h = 100 − 25
2 2
a= x+y 34
⇔ h 2 = 75 ⇔A= ×9
2 2 = 1,2 2 + y 2 6,5 2 = 4,2 2 + a 2 2
⇔ x = 75 ⇔ A = 17 × 9
⇔ 4 = 1, 44 + y 2 ⇔ 42,25 = 17,64 + a 2 ⇔ x ≅ 9(0c.d.) ⇔ A = 153
⇔ y 2 = 4 − 1, 44 ⇔ a 2 = 42,25 − 17,64
⇔ y 2 = 2,56 ⇔ a 2 = 24,61 8) Solução:
15 2 = h 2 + 122
⇔ y = 2,56 ⇔ a = 24,61
⇔ 225 = h 2 + 144
⇔ y = 1,6 ⇔a≅5
⇔ h 2 = 225 − 144
x = a - y = 5 - 1,6 = 3,4 ⇔ x = 81
⇔x=9
4) Solução: Pode-se aplicar o Teorema de Pitágoras, pois a
linha a tracejado forma um ângulo de 90 graus com a “linha” A = 12 × 9
do chão. ⇔ A = 108

Didatismo e Conhecimento 90
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
9) Solução:
x² = 9² + 12²
x² = 81 + 144 
x² = 225 
√x² = √225
x = 15 

10) Solução:
x² + 20² = 25² 
x² + 400 = 625 
x² = 625 – 400 
x² = 225 
√x² = √225  Para identificar os ângulos, entre as retas r e s, podemos usar
x = 15 a nomenclatura:

Retas Paralelas - ângulo de s para r (sentido anti-horário)


As retas paralelas são consideradas paralelas se forem - ângulo de r para s (sentido anti-horário)
coplanares com interseções vazia ou são coincidentes. Vejamos:  Cálculo do ângulo  = θr – θs, então:

Logo que mr = tg θr e ms = tg θs, temos:

Ângulos formados por duas retas paralelas com uma


transversal

Lembre-se: Retas paralelas são retas que estão no mesmo


plano e não possuem ponto em comum.
Paralelismo 
Vamos observar a figura abaixo:
Se dissermos que duas retas são paralelas a uma terceira, elas
assim serão consideradas paralelas entre si. Vejamos a figura:

Ângulos colaterais internos: (colaterais = mesmo lado)

Ângulo entre duas retas

Considere as retas concorrentes r e s (não-verticais) no plano


cartesiano, com declividades mr e ms, respectivamente:

A soma dos ângulos 4 e 5 é igual a 180°. 

Didatismo e Conhecimento 91
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Ângulos alternos externos:

A soma dos ângulos 3 e 6 é igual a 180° Os ângulos 1 e 7 são congruentes (iguais)

Ângulos colaterais externos:

Os ângulos 2 e 8 são congruentes (iguais)


soma dos ângulos 2 e 7 é igual a 180°
Ângulos correspondentes: são ângulos que ocupam uma
mesma posição na reta transversal, um na região interna e o outro
na região externa.

A soma dos ângulos 1 e 8 é igual a 180°

Ângulos alternos internos: (alternos = lados diferentes)


Os ângulos 1 e 5 são congruentes (iguais)

Os ângulos 4 e 6 são congruentes (iguais)


Os ângulos 2 e 6 são congruentes (iguais)

Os ângulos 3 e 5 são congruentes (iguais) Os ângulos 3 e 7 são congruentes (iguais)

Didatismo e Conhecimento 92
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
3. Sendo m // n, determine o valor de a em graus na figura
seguinte: (// Paralelas)

os ângulos 4 e 8 são congruentes (iguais)

Exercícios Resolvidos

1.  Determine o valor de x nas figuras abaixo:


Os ângulos são concorrentes, logo são ângulos iguais.
3b - 11° = 2b + 6°
3b - 2b = 6° + 11°
b = 17°

Os ângulos são suplementares, logo a soma entre eles é igual


a 180°.
a + (2b + 6°) = 180°
a + 2b + 6° = 180°
a + 2(17°) + 6° = 180°(substituímos b por 17°)
São ângulos correspondentes a + 34° + 6° = 180°
a + 40° = 180°
a = 180° - 40°
a = 140°

Quadrilátero

Quadriláteros e a sua classificação

Quadrilátero é um polígono com quatro lados e os principais


quadriláteros são: quadrado, retângulo, losango, trapézio e trape-
x + 20° = 180° zóide.
x = 180° - 20°
x = 160°

O ângulo x é igual ao ângulo que se forma abaixo do ângulo


de 20°, logo a soma dos dois é igual a 180°.

2.  Determine m, n e r na figura abaixo:

No quadrilátero acima, observamos alguns elementos geomé-


tricos:
- Os vértices são os pontos: A, B, C e D.
- Os ângulos internos são A, B, C e D.
- Os lados são os segmentos AB, BC, CD e DA.
m = 84°   São ângulos opostos pelo vértice. Observação: Ao unir os vértices opostos de um quadrilátero
r = 84°    São ângulos correspondentes. qualquer, obtemos sempre dois triângulos e como a soma das me-
r + n = 180°   São ângulos suplementares a soma é igual a 180° didas dos ângulos internos de um triângulo é 180 graus, concluí-
84° + n = 180° (substituímos r por 84°) mos que a soma dos ângulos internos de um quadrilátero é igual
n = 180° - 84° a 360 graus.
n = 96°

Didatismo e Conhecimento 93
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Exercícios

1. Determine a medida dos ângulos indicados:

a)

Classificação dos Quadriláteros

Paralelogramo: É o quadrilátero que tem lados opostos para-


lelos. Num paralelogramo, os ângulos opostos são congruentes. Os
paralelogramos mais importantes recebem nomes especiais: b)
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

c)
Trapézio: É o quadrilátero que tem apenas dois lados opos-
tos paralelos. Alguns elementos gráficos de um trapézio (parecido
com aquele de um circo).

2. As medidas dos ângulos internos de um quadrilátero são:


x + 17°; x + 37°; x + 45° e x + 13°. Determine as medidas desses
ângulos.
- AB é paralelo a CD
- BC é não é paralelo a AD 3. No paralelogramo abaixo, determine as medidas de x e y.
- AB é a base maior
- DC é a base menor

Os trapézios recebem nomes de acordo com os triângulos que


têm características semelhantes. Um trapézio pode ser:

- Retângulo: dois ângulos retos


- Isósceles: lados não paralelos congruentes
- Escaleno: lados não paralelos diferentes

4. A figura abaixo é um losango. Determine o valor de x e


y, a medida da diagonal AC , da diagonal BD e o perímetro do
triângulo BMC.

Didatismo e Conhecimento 94
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Respostas

1) Solução:
a) x + 105° + 98º + 87º = 360º
x + 290° = 360°
x = 360° - 290°
x = 70º
b) x + 80° + 82° = 180°
x + 162° = 180°
x = 180º - 162º
5. No retângulo abaixo, determine as medidas de x e y indi- x = 18°
cadas:
18º + 90º + y + 90º = 360°
y + 198° = 360°
y = 360º - 198°
y = 162º

c) 3a / 2 + 2a + a / 2 + a = 360º
(3a + 4a + a + 2a) / 2 = 720° /2
10a = 720º
a = 720° / 10
a =  72°
 
6. Determine as medidas dos ângulos do trapézio da figura 72° + b + 90° = 180°
abaixo: b + 162° = 180°
b = 180° - 162°
b = 18°.

2) Solução:
x + 17° + x + 37° + x + 45° + x + 13° = 360°
4x + 112° = 360°
4x = 360° - 112°
x = 248° / 4
x = 62°

7. A figura abaixo é um trapézio isósceles, onde a, b, c repre- Então, os ângulos são:


sentam medidas dos ângulos internos desse trapézio. Determine a x + 17° = 79°
medida de a, b, c. x + 37° = 99°
x + 45° = 107º
x + 13° = 75°.

3) Solução:
9y + 16° = 7y + 40°
9y = 7y + 40° - 16°
9y = 7y + 24°
9y - 7y = 24°
2y = 24°
y = 24º /2
y = 12°
8. Sabendo que x é a medida da base maior, y é a medida da Então:
base menor, 5,5 cm é a medida da base média de um trapézio e que x + (7 * 12° + 40°) = 180°
x - y = 5 cm, determine as medidas de x e y. x = 180º - 124°
x = 56°
9. Seja um paralelogramo com as medidas da base e da altura
respectivamente, indicadas por b e h. Se construirmos um outro 4) Solução:
paralelogramo que tem o dobro da base e o dobro da altura do x = 15
outro paralelogramo, qual será relação entre as áreas dos parale- y = 20
logramos? AC = 20 + 20 = 40
10. É possível obter a área de um losango cujo lado mede 10 BD = 15 + 15 = 30
cm? BMC = 15 + 20 + 25 = 60.

Didatismo e Conhecimento 95
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
5) Solução:
12 x + 2° + 5 x + 3° = 90° 5.11. GEOMETRIA SÓLIDA
17 x + 5° = 90° 5.11.1. PRISMAS, PIRÂMIDES, CILINDROS,
17 x = 90° - 5° CONES E ESFERAS.
17 x = 85° 5.11.2. ÁREAS E VOLUMES.
x = 85° / 17° = 5° 5.11.3. SEÇÕES.
y = 5x + 3°
y = 5 (5°) + 3°
y = 28°

6) Solução: Para explicar o cálculo do volume de figuras geométricas, po-


x + 27° + 90° = 180° demos pedir que visualizem a seguinte figura:
x + 117° = 180°
x = 180° - 117°
x = 63°

y + 34° + 90° = 180°


y + 124° = 180°
y = 180° - 124°
y = 56°

As medidas dos ângulos são: a) A  figura representa a planificação de um prisma reto;


63° ; 56° ; 90° + 27° = 117° ; 90 + 34° = 124°. b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
base pela altura do sólido, isto é
7) Solução:
c = 117° V = Ab x a
a + 117° = 180°
a = 180° - 117° c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;
a = 63° d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
b = 63° forma que o volume de um prisma reto.
Os formulários seguintes, das figuras geométricas são para
8) Solução: calcular da mesma forma que as acima apresentadas:
⎧x + y ⎫
⎪ = 5,5 ⎪ Figuras Geométricas:
⎨ 2 ⎬
⎪⎩ x − y = 5 ⎪⎭
x+y
= 5,5
2
x + y = 11
x + y = 11
x-y=5
__________

2x + 0 = 16
2x = 16/2
x=8

x + y = 11 
8 + y = 11
y = 11 – 8
y=3

9) Solução:
A2 = (2b)(2h) = 4 bh = 4 A1

10) Solução:
Não, pois os ângulos entre os lados de dois losangos, podem
ser diferentes.

Didatismo e Conhecimento 96
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
O conceito de cone

Considere uma região plana limitada por uma curva suave


(sem quinas), fechada e um ponto P fora desse plano. Chamamos
de cone ao sólido formado pela reunião de todos os segmentos de Observações sobre um cone circular reto
reta que têm uma extremidade em P e a outra num ponto qualquer 1. Um cone circular reto é chamado cone de revolução por
da região. ser obtido pela rotação (revolução) de um triângulo retângulo em
torno de um de seus catetos
Elementos do cone 2. A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do
- Base: A base do cone é a região plana contida no interior da cone com um plano que contem o eixo do cone. No caso acima, a
curva, inclusive a própria curva. seção meridiana é a região triangular limitada pelo triângulo isós-
- Vértice: O vértice do cone é o ponto P. celes VAB.
- Eixo: Quando a base do cone é uma região que possui cen- 3. Em um cone circular reto, todas as geratrizes são congruen-
tro, o eixo é o segmento de reta que passa pelo vértice P e pelo tes entre si. Se g é a medida de cada geratriz então, pelo Teorema
centro da base. de Pitágoras, temos: g2 = h2 + R2
- Geratriz: Qualquer segmento que tenha uma extremidade 4. A Área Lateral de um cone circular reto pode ser obtida em
no vértice do cone e a outra na curva que envolve a base. função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):ALat
- Altura: Distância do vértice do cone ao plano da base. = Pi R g
- Superfície lateral: A superfície lateral do cone é a reunião 5. A Área total de um cone circular reto pode ser obtida em
de todos os segmentos de reta que tem uma extremidade em P e a função de g (medida da geratriz) e R (raio da base do cone):
outra na curva que envolve a base. ATotal = Pi R g + Pi R2
- Superfície do cone: A superfície do cone é a reunião da su-
perfície lateral com a base do cone que é o círculo.
- Seção meridiana: A seção meridiana de um cone é uma re-
gião triangular obtida pela interseção do cone com um plano que
contem o eixo do mesmo.

Classificação do cone

Cones Equiláteros

Quando observamos a posição relativa do eixo em relação à


base, os cones podem ser classificados como retos ou oblíquos.
Um cone é dito reto quando o eixo é perpendicular ao plano da Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção
base e é oblíquo quando não é um cone reto. Ao lado apresenta- meridiana é uma região triangular equilátera e neste caso a medida
mos um cone oblíquo. da geratriz é igual à medida do diâmetro da base.
Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais impor- A área da base do cone é dada por:
tantes são os cones retos. Em função das bases, os cones recebem ABase=Pi R2
nomes especiais. Por exemplo, um cone é dito circular se a base é
um círculo e é dito elíptico se a base é uma região elíptica. Pelo Teorema de Pitágoras temos:
(2R)2 = h2 + R2
h2 = 4R2 - R2 = 3R2

Didatismo e Conhecimento 97
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Assim: A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos e algu-
h=R mas fórmulas para cálculos de áreas na esfera e volumes em um
Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto da área sólido esférico.
da base pela altura, então:
A superfície esférica
V = (1/3) Pi R3 A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pontos do
Como a área lateral pode ser obtida por: espaço que estão localizados a uma mesma distância denominada
ALat = Pi R g = Pi R 2R = 2 Pi R2 raio de um ponto fixo chamado centro.
então a área total será dada por: Uma notação para a esfera com raio unitário centrada na ori-
ATotal = 3 Pi R2 gem de R³ é:
S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 }
O conceito de esfera
Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R4 é dada por:
S³ = { (w,x,y,z) em R4: w² + x² + y² + z² = 1 }
A esfera no espaço R³ é uma superfície muito importante em
função de suas aplicações a problemas da vida. Do ponto de vista
Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera?
matemático, a esfera no espaço R³ é confundida com o sólido geo-
Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada como a
métrico (disco esférico) envolvido pela mesma, razão pela quais película fina que envolve um sólido esférico. Em uma melancia
muitas pessoas calculam o volume da esfera. Na maioria dos livros esférica, a esfera poderia ser considerada a película verde (casca)
elementares sobre Geometria, a esfera é tratada como se fosse um que envolve a fruta.
sólido, herança da Geometria Euclidiana. É comum encontrarmos na literatura básica a definição de es-
Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos falar pa- fera como sendo o sólido esférico, no entanto não se devem con-
lavras que sejam entendidas pela coletividade. De um ponto de fundir estes conceitos. Se houver interesse em aprofundar os estu-
vista mais cuidadoso, a esfera no espaço R³ é um objeto matemá- dos desses detalhes, deve-se tomar algum bom livro de Geometria
tico parametrizado por duas dimensões, o que significa que pode- Diferencial que é a área da Matemática que trata do detalhamento
mos obter medidas de área e de comprimento, mas o volume tem de tais situações.
medida nula. Há outras esferas, cada uma definida no seu respec-
tivo espaço n-dimensional. Um caso interessante é a esfera na reta
unidimensional:
So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}
Por exemplo, a esfera
S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio unitário
centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos

Um problema fundamental para empresas que armazenam lí-


quidos em tanques esféricos, cilíndricos ou esféricos e cilíndricos O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do espaço
é a necessidade de realizar cálculos de volumes de regiões esfé- que estão localizados na casca e dentro da esfera. Do ponto de
ricas a partir do conhecimento da altura do líquido colocado na vista prático, o disco esférico pode ser pensado como a reunião
mesma. Por exemplo, quando um tanque é esférico, ele possui um da película fina que envolve o sólido esférico com a região sólida
orifício na parte superior (pólo Norte) por onde é introduzida verti- dentro da esfera. Em uma melancia esférica, o disco esférico pode
calmente uma vara com indicadores de medidas. Ao retirar a vara, ser visto como toda a fruta.
observa-se o nível de líquido que fica impregnado na vara e esta Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
medida corresponde à altura de líquido contido na região esférica. esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera é dada por:
Este não é um problema trivial, como observaremos pelos cálculos x² + y² + z² = R²
realizados na sequência. e a relação matemática que define o disco esférico é o conjun-
to que contém a casca reunido com o interior, isto é:

x² + y² + z² < R²
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da
esfera pelo ponto (xo,yo,zo), a equação da esfera é dada por:

(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R²


e a relação matemática que define o disco esférico é o conjun-
to que contém a casca reunido com o interior, isto é, o conjunto de
todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que:

Didatismo e Conhecimento 98
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² < R²
Da forma como está definida, a esfera centrada na origem
pode ser construída no espaço euclidiano R³ de modo que o centro
da mesma venha a coincidir com a origem do sistema cartesiano
R³, logo podemos fazer passar os eixos OX, OY e OZ, pelo ponto
(0,0,0).

De um ponto de vista prático, consideremos uma melancia


esférica. Com uma faca, cortamos uma “calota esférica” superior
e uma “calota esférica” inferior. O que sobra da melancia é uma
região sólida envolvida pela zona esférica, algumas vezes denomi-
nada zona esférica.
Consideremos uma “calota esférica” com altura h1 e raio da
base r1 e retiremos desta calota uma outra “calota esférica” com
altura h2 e raio da base r2, de tal modo que os planos das bases de
Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0, obtere-
mos duas superfícies semelhantes: o hemisfério Norte (“boca para ambas sejam paralelos. A região sólida determinada pela calota
baixo”) que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota maior menos a calota menor recebe o nome de segmento esférico
z é não negativa e o hemisfério Sul (“boca para cima”) que é o com bases paralelas.
conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z não é positiva.
Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano vertical
que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano x=0, teremos uma cir-
cunferência maximal C da esfera que é uma circunferência contida
na esfera cuja medida do raio coincide com a medida do raio da es-
fera, construída no plano YZ e a equação desta circunferência será:
x=0, y² + z² = R2
sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos pontos
No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido como para
de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem infinitas circunferên-
a superfície, “calota esférica” para o sólido envolvido pela calota
cias maximais em uma esfera.
esférica, a letra maiúscula R para entender o raio da esfera sobre
Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno do eixo
a qual estamos realizando os cálculos, V será o volume, A(lateral)
OZ, obteremos a esfera através da rotação e por este motivo, a será a área lateral e A(total) será a área total.
esfera é uma superfície de revolução.
Se tomarmos um arco contido na circunferência maximal Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos
cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q) tal que p²+q²=R²
e rodarmos este arco em torno do eixo OZ, obteremos uma super-
fície denominada calota esférica. Objeto Relações e fórmulas
Volume = (4/3) Pi R³
Esfera
A(total) = 4 Pi R²
R² = h (2R-h)
Calota esférica (altura h, raio A(lateral) = 2 Pi R h
da base r) A(total) = Pi h (4R-h)
V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
Segmento esférico (altura h, A(lateral) = 2 Pi R h
raios das bases r1>r²) A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²)
Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica para repre- Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6
sentar tanto a superfície como o sólido geométrico envolvido pela
calota esférica. Para evitar confusões, usarei “calota esférica” com Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do Cálculo
aspas para o sólido e sem aspas para a superfície. Diferencial e Integral, mas nós nos limitaremos a apresentar um
A partir da rotação, construiremos duas calotas em uma esfe- processo matemático para a obtenção da fórmula do cálculo do
ra, de modo que as extremidades dos arcos sejam (0,0,R) e (0,p,q) volume da “calota esférica” em função da altura da mesma.
com p²+q²=R² no primeiro caso (calota Norte) e no segundo caso
Volume de uma calota no hemisfério Sul
(calota Sul) as extremidades dos arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com
Consideremos a esfera centrada no ponto (0,0,R) com raio R.
r²+s²=R² e retirarmos estas duas calotas da esfera, teremos uma
superfície de revolução denominada zona esférica.

Didatismo e Conhecimento 99
PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Após alguns cálculos obtemos:
VC(h) = Pi (h-R) [R² -(h-R)²] - (2/3)Pi[(R-h)³ - R³]
e assim temos a fórmula para o cálculo do volume da calota
esférica no hemisfério Sul com a altura h no intervalo [0,R], dada
por:
VC(h) = Pi h²(3R-h)/3

Volume de uma calota no hemisfério Norte


Se o nível do líquido mostra que a altura h já ultrapassou o
raio R da região esférica, então a altura h está no intervalo [R,2R]

A equação desta esfera será dada por:


x² + y² + (z-R)² = R²

A altura da calota será indicada pela letra h e o plano que


coincide com o nível do líquido (cota) será indicado por z=h. A
interseção entre a esfera e este plano é dado pela circunferência
x² + y² = R² - (h-R)²

Obteremos o volume da calota esférica com a altura h menor


ou igual ao raio R da esfera, isto é, h pertence ao intervalo [0,R]
e neste caso poderemos explicitar o valor de z em função de x e y Lançaremos mão de uma propriedade de simetria da esfera
para obter:
que nos diz que o volume da calota superior assim como da calota
z = R − R 2 − (x 2 + y 2 ) inferior somente depende do raio R da esfera e da altura h e não da
posição relativa ocupada.
Para simplificar as operações algébricas, usaremos a letra r Aproveitaremos o resultado do cálculo utilizado para a calota
para indicar: do hemisfério Sul. Tomaremos a altura tal que: h=2R-d, onde d é
r² = R² - (h-R)² = h(2R-h) a altura da região que não contém o líquido. Como o volume desta
A região circular S de integração será descrita por x²+y²<R² calota vazia é dado por:
ou em coordenadas polares através de:
0<m<R, 0<t<2Pi VC(d) = Pi d²(3R-d)/3
A integral dupla que representa o volume da calota em função
da altura h é dada por: e como h=2R-d, então para h no intervalo [R,2R], poderemos
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − z)dxdy escrever o volume da calota vazia em função de h:
VC(h) = Pi (2R-h)²(R+h)/3
ou seja
Vc(h) = ∫ ∫ s (h − R + R 2 − (x 2 + y 2 ))dxdy Para obter o volume ocupado pelo líquido, em função da altu-
Escrita em Coordenadas Polares, esta integral fica na forma: ra, basta tomar o volume total da região esférica e retirar o volume
2x R da calota vazia, para obter:
Vc(h) = ∫ ∫ (h − R +
t=0 m=0
R 2 − m 2 )mdmdt V(h) = 4Pi R³/3 - Pi (2R-h)²(R+h)/3
que pode ser simplificada para:
V(h) = Pi h²(3R-h)/3
Após realizar a integral na variável t, podemos separá-la em
duas integrais: Independentemente do fato que a altura h esteja no intervalo
R R
[0,R] ou [R,2R] ou de uma forma geral em [0,2R], o cálculo do
Vc(h) = 2π { ∫ (h − R)m dm + ∫ R − m mdm} 2 2

0 0
volume ocupado pelo líquido é dado por:
V(h) = Pi h²(3R-h)/3
ou seja:
R

Vc(h) = π {(h − R)R 2 − ∫ R 2 − m 2 (−2m)dm} Poliedro


0

Com a mudança de variável u=R²-m² e du=(-2m)dm podere- Poliedro é um sólido limitado externamente por planos no es-
mos reescrever: paço R³. As regiões planas que limitam este sólido são as faces do
R2 poliedro. As interseções das faces são as arestas do poliedro. As
Vc(h) = π {(h − R)R 2 + ∫ u du} interseções das arestas são os vértices do poliedro. Cada face é
u=0
uma região poligonal contendo n lados.

Didatismo e Conhecimento 100


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos diedrais forma- Seções de um prisma
dos por planos adjacentes têm medidas menores do que 180 graus. Seção transversal
Outra definição: Dados quaisquer dois pontos de um poliedro con- É a região poligonal obtida pela interseção do prisma com um
vexo, o segmento que tem esses pontos como extremidades, deve- plano paralelo às bases, sendo que esta região poligonal é con-
rá estar inteiramente contido no poliedro. gruente a cada uma das bases.

Seção reta (seção normal)


Poliedros Regulares
É uma seção determinada por um plano perpendicular às ares-
Um poliedro é regular se todas as suas faces são regiões poli- tas laterais.
gonais regulares com n lados, o que significa que o mesmo número
de arestas se encontram em cada vértice. Princípio de Cavaliere
Consideremos um plano P sobre o qual estão apoiados dois
Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro sólidos com a mesma altura. Se todo plano paralelo ao plano dado
interceptar os sólidos com seções de áreas iguais, então os volu-
mes dos sólidos também serão iguais.

Prisma regular
É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais regulares.
Exemplos:
Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja base é um
triângulo equilátero.
Áreas e Volumes Um prisma quadrangular regular é um prisma reto cuja base
é um quadrado.
Poliedro regular Área Volume
Planificação do prisma
Tetraedro a2 R[3] (1/12) a³ R[2]
Hexaedro 6 a2 a³
Octaedro 2 a2 R[3] (1/3) a³ R[2]
Dodecaedro 3a2 R{25+10·R[5]} (1/4) a³ (15+7·R[5])
Icosaedro 5a2 R[3] (5/12) a³ (3+R[5])

Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de z>0.

Prisma
Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas,
no qual as bases se situam em planos paralelos. Quanto à inclina-
ção das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos. Um prisma é um sólido formado por todos os pontos do espa-
ço localizados dentro dos planos que contêm as faces laterais e os
Prisma reto planos das bases. As faces laterais e as bases formam a envoltória
As arestas laterais têm o mesmo comprimento. deste sólido. Esta envoltória é uma “superfície” que pode ser pla-
As arestas laterais são perpendiculares ao plano da base. nificada no plano cartesiano.
As faces laterais são retangulares. Tal planificação se realiza como se cortássemos com uma te-
soura esta envoltória exatamente sobre as arestas para obter uma
Prisma oblíquo região plana formada por áreas congruentes às faces laterais e às
As arestas laterais têm o mesmo comprimento. bases.
As arestas laterais são oblíquas ao plano da base. A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas lateral
As faces laterais não são retangulares. e total.

Bases: regiões poligonais Volume de um prisma


congruentes O volume de um prisma é dado por:
Altura: distância entre
as bases Vprisma = Abase . h
Arestas laterais
paralelas: mesmas Área lateral de um prisma reto com base poligonal regular
medidas
Faces laterais: A área lateral de um prisma reto que tem por base uma região
paralelogramos poligonal regular de n lados é dada pela soma das áreas das fa-
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo ces laterais. Como neste caso todas as áreas das faces laterais são
iguais, basta tomar a área lateral como:

Didatismo e Conhecimento 101


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
- Área lateral É a medida da superfície lateral do cilindro.
- Área total É a medida da superfície total do cilindro.
- Seção meridiana de um cilindro É uma região poligonal
obtida pela interseção de um plano vertical que passa pelo centro
do cilindro com o cilindro.

Classificação dos cilindros circulares


Cilindro circular oblíquo Apresenta as geratrizes oblíquas
em relação aos planos das bases.
Cilindros Cilindro circular reto As geratrizes são perpendiculares aos
planos das bases. Este tipo de cilindro é também chamado de ci-
lindro de revolução, pois é gerado pela rotação de um retângulo.
Cilindro eqüilátero É um cilindro de revolução cuja seção
meridiana é um quadrado.

Volume de um “cilindro”

Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área da base


pela altura.
Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de raio r.
V = Abase × h
Tomemos também um segmento de reta PQ que não seja paralelo
Se a base é um círculo de raio r, então:
ao plano P e nem esteja contido neste plano P.
V = r2 h
Um cilindro circular é a reunião de todos os segmentos con-
gruentes e paralelos a PQ com uma extremidade no círculo.
Áreas lateral e total de um cilindro circular reto
Observamos que um cilindro é uma superfície no espaço R3,
mas muitas vezes vale a pena considerar o cilindro com a região Quando temos um cilindro circular reto, a área lateral é dada
sólida contida dentro do cilindro. Quando nos referirmos ao cilin- por:
Alat = 2 r h
dro como um sólido usaremos aspas, isto é, “cilindro” e quando
onde r é o raio da base e h é a altura do cilindro.
for à superfície, simplesmente escreveremos cilindro.
Atot = Alat + 2 Abase
A reta que contém o segmento PQ é denominada geratriz e a
Atot = 2 r h + 2 r2
curva que fica no plano do “chão” é a diretriz.
Atot = 2 r(h+r)

Exercícios

1. Dado o cilindro circular equilátero (h = 2r), calcular a área


lateral e a área total.

2. Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e altura


3cm. Calcular a área lateral, área total e o seu volume.
3. As áreas das bases de um cone circular reto e de um prisma
Em função da inclinação do segmento PQ em relação ao plano quadrangular reto são iguais. O prisma tem altura 12 cm e volume
do “chão”, o cilindro será chamado reto ou oblíquo, respectiva- igual ao dobro do volume do cone. Determinar a altura do cone.
mente, se o segmento PQ for perpendicular ou oblíquo ao plano
que contém a curva diretriz. 4. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro de uma
lata cilíndrica de mesma base, mesmo raio R e mesma altura h da
Objetos geométricos em um “cilindro” casquinha. Qual é o volume do espaço (vazio) compreendido entre
Num cilindro, podemos identificar vários elementos: a lata e a casquinha de sorvete?
- Base É a região plana contendo a curva diretriz e todo o seu
interior. Num cilindro existem duas bases. Respostas
- Eixo É o segmento de reta que liga os centros das bases do
“cilindro”.
1) Solução: No cilindro equilátero, a área lateral e a área total
- Altura A altura de um cilindro é a distância entre os dois
é dada por:
planos paralelos que contêm as bases do “cilindro”.
- Superfície Lateral É o conjunto de todos os pontos do espa-
ço, que não estejam nas bases, obtidos pelo deslocamento paralelo Alat = 2 r. 2r = 4 r2
da geratriz sempre apoiada sobre a curva diretriz. Atot = Alat + 2 Abase
- Superfície Total É o conjunto de todos os pontos da superfí- Atot = 4 r2 + 2 r2 = 6 r2
cie lateral reunido com os pontos das bases do cilindro. V = Abase h = r2. 2r = 2 r3

Didatismo e Conhecimento 102


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
2) Solução: Cálculo da Área lateral Alat = 2 r h = 2 2.3 = Assim, sendo C(a, b) o centro e P(x, y) um ponto qualquer da
12 cm2 circunferência, a distância de C a P(dCP) é o raio dessa circunfe-
Cálculo da Área total Atot = Alat + 2 Abase Atot = 12 + 2 22 = rência. Então:
12 + 8 = 20 cm2
Cálculo do Volume V = Abase × h = r2 × h V = 22 × 3 =
× 4 × 3 = 12 cm33

3) Solução:
hprisma = 12
Abase do prisma = Abase do cone = A
Vprisma = 2 Vcone
A hprisma = 2(A h)/3
12 = 2.h/3
h =18 cm

4) Solução:

V = Vcilindro - Vcone 2
V = Abase h - (1/3) Abase h dcp = (X P − XC )2 + (YP − YC ) ⇒ (x − a)2 − (y − b)2 = r
V = Pi R2 h - (1/3) Pi R2 h ⇒ (x − a)2 + (y − b)2 = r 2
V = (2/3) Pi R2 h cm3
Portanto, (x - a)2 + (y - b)2 =r2 é a equação reduzida da cir-
cunferência e permite determinar os elementos essenciais para a
5.12. GEOMETRIA ANALÍTICA construção da circunferência: as coordenadas do centro e o raio.
5.12.1. Distância entre dois pontos.
5.12.2. Coordenadas do ponto Médio Observação: Quando o centro da circunferência estiver na ori-
5.12.3. Estudo analítico da reta. gem (C(0,0)), a equação da circunferência será x2 + y2 = r2.
5.12.4. Gráfico da função de 2ª grau.
5.12.5. Distância entre ponto e reta. Equação Geral
5.12.6. Estudo analítico da circunferência.
Reta tangente Desenvolvendo a equação reduzida, obtemos a equação geral
5.12.7. Elipse, hipérbole e parábola da circunferência:
5.12.8. Área do triângulo. Condição de
alinhamento de três pontos (x − a)2 + (y − b)2 = r 2 ⇒ x 2 − 2ax + a 2 + y 2 − 2by + b 2 = r 2
5.12.9. Baricentro.
⇒ x 2 + y 2 − 2ax − 2by + a 2 + b 2 − r 2 = 0

Como exemplo, vamos determinar a equação geral da circun-


Equações da circunferência ferência de centro C(2, -3) e raio r = 4.

Equação reduzida A equação reduzida da circunferência é:


Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano ( x - 2 )2 +( y + 3 )2 = 16
equidistantes de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado
centro da circunferência: Desenvolvendo os quadrados dos binômios, temos:

x 2 − 4x + 4 + y 2 + 6y + 9 − 16 = 0 ⇒ x 2 + y 2 − 4x + 6y − 3 = 0

Determinação do centro e do raio da circunferência, dada


a equação geral

Dada a equação geral de uma circunferência, utilizamos o pro-


cesso de fatoração de trinômio quadrado perfeito para transformá-
-la na equação reduzida e, assim, determinamos o centro e o raio
da circunferência.

Didatismo e Conhecimento 103


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Para tanto, a equação geral deve obedecer a duas condições:
- Os coeficientes dos termos x2 e y2 devem ser iguais a 1;
CP > r ⇒ (X p − Xc )2 + (Y p − Yc )2 > r
- Não deve existir o termo xy. ⇒ (m − a)2 + (n − b)2 > r
Então, vamos determinar o centro e o raio da circunferência ⇒ (m − a)2 + (n − b)2 > r
cuja equação geral é x2 + y2 - 6x + 2y - 6 = 0. ⇒ (m − a)2 + (n − b)2 − r 2 > 0

Observando a equação, vemos que ela obedece às duas con-


b) P pertence à circunferência
dições.
Assim:

1º passo: agrupamos os termos em x e os termos em y e isola-


mos o termo independente
x2 - 6x + _ + y2 + 2y + _ = 6

2º passo: determinamos os termos que completam os quadra-


dos perfeitos nas variáveis x e y, somando a ambos os membros as
parcelas correspondentes

CP = r ⇒ (m − a)2 + (n − b)2 = r 2
3º passo: fatoramos os trinômios quadrados perfeitos ⇒ (m − a)2 + (n − b)2 − r 2 = 0
( x - 3 ) 2 + ( y + 1 ) 2 = 16
c) P é inferior à circunferência
4º passo: obtida a equação reduzida, determinamos o centro
e o raio

Posição de um ponto em relação a uma circunferência

Em relação à circunferência de equação ( x - a )2 + ( y - b )2 =


r2, o ponto P(m, n) pode ocupar as seguintes posições:
a) P é exterior à circunferência

CP = r ⇒ (m − a)2 + (n − b)2 < r 2


⇒ (m − a)2 + (n − b)2 − r 2 < 0

Assim, para determinar a posição de um ponto P(m, n) em


relação a uma circunferência, basta substituir as coordenadas de P
na expressão (x - a)2 + (y - b)2 - r2:

- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 > 0, então P é exterior à circunfe-


rência;
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 =    0, então P pertence à circunfe-
rência;
- se ( m - a)2 + ( n - b)2 - r2 < 0, então P é interior à circunfe-
rência.

Didatismo e Conhecimento 104


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Posição de uma reta em relação a uma circunferência

Dadas uma reta s: Ax + Bx + C = 0 e uma circunferência


de equação ( x - a)2 + ( y - b)2 = r2, vamos examinar as posições
relativas entre s e :

s ∩ α = ∅ ⇒ s − é − exterior − a → α
s ∩ α = {T } ⇒ s − é − tan gente − a → α
s ∩ α = { s1 , s2 } ⇒ s − é − sec ante − a → α

Também podemos determinar a posição de uma reta em rela-


ção a uma circunferência calculando a distância da reta ao centro
da circunferência. Assim, dadas a reta s: Ax + By + C = 0 e a
circunferência :
(x - a)2 + ( y - b )2 = r2, temos:

| Aa + Bb + C |
dcs =
A2 + B2
Condições de tangência entre reta e circunferência
Assim:
Dados uma circunferência e um ponto P(x, y) do plano,
temos:

a) se P pertence à circunferência, então existe uma única reta


tangente à circunferência por P

s é solução única

b) se P é exterior à circunferência, então existem duas retas


tangentes a ela por P

Didatismo e Conhecimento 105


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Pontos interiores de um círculo e exteriores a um círculo

Pontos interiores: Os pontos interiores de um círculo são os


pontos do círculo que não estão na circunferência.

r e t são soluções

c) se P é interior à circunferência, então não existe reta tan-


gente à circunferência passando pelo ponto P
Pontos exteriores: Os pontos exteriores a um círculo são os
pontos localizados fora do círculo.

Raio, Corda e Diâmetro

Raio: Raio de uma circunferência (ou de um círculo) é um


segmento de reta com uma extremidade no centro da circunferên-
cia e a outra extremidade num ponto qualquer da circunferência.
Na figura, os segmentos de reta OA, OB e OC são raios.
Corda: Corda de uma circunferência é um segmento de reta
A Importância da Circunferência cujas extremidades pertencem à circunferência. Na figura, os seg-
mentos de reta AC e DE são cordas.
A circunferência possui características não comumente en- Diâmetro: Diâmetro de uma circunferência (ou de um círcu-
contradas em outras figuras planas, como o fato de ser a única figu- lo) é uma corda que passa pelo centro da circunferência. Observa-
ra plana que pode ser rodada em torno de um ponto sem modificar mos que o diâmetro é a maior corda da circunferência. Na figura, o
sua posição aparente. É também a única figura que é simétrica em segmento de reta AC é um diâmetro.
relação a um número infinito de eixos de simetria. A circunferên-
cia é importante em praticamente todas as áreas do conhecimento
como nas Engenharias, Matemática, Física, Química, Biologia,
Arquitetura, Astronomia, Artes e também é muito utilizado na in-
dústria e bastante utilizada nas residências das pessoas.

Circunferência: A circunferência é o lugar geométrico de to-


dos os pontos de um plano que estão localizados a uma mesma
distância r de um ponto fixo denominado o centro da circunfe-
rência. Esta talvez seja a curva mais importante no contexto das
aplicações. Posições relativas de uma reta e uma circunferência

Reta secante: Uma reta é secante a uma circunferência se


essa reta intercepta a circunferência em dois pontos quaisquer, po-
demos dizer também que é a reta que contém uma corda.
Reta tangente: Uma reta tangente a uma circunferência é
uma reta que intercepta a circunferência em um único ponto P.
Este ponto é conhecido como ponto de tangência ou ponto de con-
tato. Na figura ao lado, o ponto P é o ponto de tangência e a reta
que passa pelos pontos E e F é uma reta tangente à circunferência.

Círculo: (ou disco) é o conjunto de todos os pontos de um


plano cuja distância a um ponto fixo O é menor ou igual que uma
distância r dada. Quando a distância é nula, o círculo se reduz a um
ponto. O círculo é a reunião da circunferência com o conjunto de
pontos localizados dentro da mesma. No gráfico acima, a circun-
ferência é a linha de cor verde-escuro que envolve a região verde,
enquanto o círculo é toda a região pintada de verde reunida com a
circunferência.

Didatismo e Conhecimento 106


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Observações: Raios e diâmetros são nomes de segmentos de Seja OP um raio de uma circunferência, onde O é o centro e P
retas, mas às vezes são também usados como os comprimentos um ponto da circunferência. Toda reta perpendicular ao raio OP é
desses segmentos. Por exemplo, podemos dizer que ON é o raio da tangente à circunferência no ponto de tangência P.
circunferência, mas é usual dizer que o raio ON da circunferência
mede 10 cm ou que o raio ON tem 10 cm. Toda reta tangente a uma circunferência é perpendicular ao
raio no ponto de tangência.

Posições relativas de duas circunferências

Reta tangente comum: Uma reta que é tangente a duas cir-


cunferências ao mesmo tempo é denominada uma tangente co-
mum. Há duas possíveis retas tangentes comuns: a interna e a
externa.

- Tangentes e secantes são nomes de retas, mas também são


usados para denotar segmentos de retas ou semi-retas. Por exem-
plo, “A tangente PQ” pode significar a reta tangente à circunferên-
cia que passa pelos pontos P e Q mas também pode ser o segmento
de reta tangente à circunferência que liga os pontos P e Q. Do
mesmo modo, a “secante AC” pode significar a reta que contém a
corda BC e também pode ser o segmento de reta ligando o ponto
A ao ponto C.
Propriedades das secantes e tangentes

Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O, in- Ao traçar uma reta ligando os centros de duas circunferên-
tercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B e se M é o cias no plano, esta reta separa o plano em dois semi-planos. Se os
ponto médio da corda AB, então o segmento de reta OM é perpen- pontos de tangência, um em cada circunferência, estão no mesmo
dicular à reta secante s. semi-plano, temos uma reta tangente comum externa. Se os pontos
de tangência, um em cada circunferência, estão em semi-planos
diferentes, temos uma reta tangente comum interna.

Circunferências internas: Uma circunferência C1 é interna


a uma circunferência C2, se todos os pontos do círculo C1 estão
contidos no círculo C2. Uma circunferência é externa à outra se
todos os seus pontos são pontos externos à outra.

Circunferências concêntricas: Duas ou mais circunferências


Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O, in- com o mesmo centro, mas com raios diferentes são circunferências
tercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B, a perpen- concêntricas.
dicular à reta s que passa pelo centro O da circunferência, passa Circunferências tangentes: Duas circunferências que estão
também pelo ponto médio da corda AB. no mesmo plano, são tangentes uma à outra, se elas são tangentes
à mesma reta no mesmo ponto de tangência.

Didatismo e Conhecimento 107


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
As circunferências são tangentes externas uma à outra se os
seus centros estão em lados opostos da reta tangente comum e elas
são tangentes internas uma à outra se os seus centros estão do mes-
mo lado da reta tangente comum.

Circunferências secantes: são aquelas que possuem somente


dois pontos distintos em comum.
Arco menor: É um arco que reúne dois pontos da circunfe-
rência que não são extremos de um diâmetro e todos os pontos
da circunferência que estão dentro do ângulo central cujos lados
contém os dois pontos. Na figura, a linha vermelha indica o arco
menor AB ou arco menor ACB.

Arco maior: É um arco que liga dois pontos da circunferência


Segmentos tangentes: Se AP e BP são segmentos de reta tan- que não são extremos de um diâmetro e todos os pontos da circun-
gentes à circunferência nos ponto A e B, então esses segmentos AP ferência que estão fora do ângulo central cujos lados contêm os
e BP são congruentes. dois pontos. Na figura a parte azul é o arco maior, o ponto D está
no arco maior ADB enquanto o ponto C não está no arco maior,
Polígonos circunscritos mas está no arco menor AB, assim é frequentemente usado três
letras para representar o arco maior.
Polígono circunscrito a uma circunferência é o que possui
seus lados tangentes à circunferência. Ao mesmo tempo, dizemos
que esta circunferência está inscrita no polígono.

Semicircunferência: É um arco obtido pela reunião dos pon-


tos extremos de um diâmetro com todos os pontos da circunferên-
cia que estão em um dos lados do diâmetro. O arco RTS é uma
semicircunferência da circunferência de centro P e o arco RUS é
Propriedade dos quadriláteros circunscritos: Se um qua- outra.
drilátero é circunscrito a uma circunferência, a soma de dois lados
opostos é igual a soma dos outros dois lados.

Arco de circunferência e ângulo central

Seja a circunferência de centro O traçada ao lado. Pela defini-


ção de circunferência temos que OP = OQ = OR =... e isto indica
que os raios de uma circunferência são segmentos congruentes.

Observações: Em uma circunferência dada, temos que:


- A medida do arco menor é a medida do ângulo central cor-
respondente a m(AÔB) e a medida do arco maior é 360 graus me-
nos a medida do arco menor m(AÔB).

Circunferências congruentes: São circunferências que pos-


suem raios congruentes. Aqui a palavra raio refere-se ao segmento
de reta e não a um número.

Ângulo central: Em uma circunferência, o ângulo central é - A medida da semicircunferência é 180 graus ou Pi radianos.
aquele cujo vértice coincide com o centro da circunferência. Na - Em circunferências congruentes ou em uma simples circun-
figura, o ângulo a é um ângulo central. Se numa circunferência de ferência, arcos que possuem medidas iguais são arcos congruentes.
centro O, um ângulo central determina um arco AB, dizemos que - Em uma circunferência, se um ponto E está entre os pontos
AB é o arco correspondente ao ângulo AÔB. D e F, que são extremidades de um arco menor, então:

Didatismo e Conhecimento 108


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
- Um diâmetro que é perpendicular a uma corda é bissetor da
corda e também de seus dois arcos. (Situação 2).
- Em uma mesma circunferência ou em circunferências con-
gruentes, cordas que possuem a mesma distância do centro são
congruentes. (Situação 3).
m(DE)+m(EF)=m(DF).

- Se o ponto E está entre os pontos D e F, extremidades de um


arco maior: m(DE)+m(EF)=m(DEF).

Polígonos inscritos na circunferência

Um polígono é inscrito em uma circunferência se cada vértice


do polígono é um ponto da circunferência e neste caso dizemos
- Apenas esta última relação faz sentido para as duas últimas
que a circunferência é circunscrita ao polígono.
figuras apresentadas.

Propriedades de arcos e corda

Uma corda de uma circunferência é um segmento de reta que


une dois pontos da circunferência. Se os extremos de uma corda
não são extremos de um diâmetro eles são extremos de dois arcos
de circunferência sendo um deles um arco menor e o outro um
arco maior. Quando não for especificada, a expressão arco de uma
corda se referirá ao arco menor e quanto ao arco maior sempre Propriedade dos quadriláteros inscritos: Se um quadrilá-
teremos que especificar. tero está inscrito em uma circunferência então os ângulos opostos
são suplementares, isto é a soma dos ângulos opostos é 180 graus
e a soma de todos os quatro ângulos é 360 graus.

Observações: Se um ponto X está em um arco AB e o arco


AX é congruente ao arco XB, o ponto X é o ponto médio do arco
AB. Além disso, qualquer segmento de reta que contém o ponto X
é um segmento bissetor do arco AB. O ponto médio do arco não é Â + Î = 180 graus
o centro do arco, o centro do arco é o centro da circunferência que Ê + Ô = 180 graus
contém o arco. Â + Ê + Î + Ô = 360 graus
- Para obter a distância de um ponto O a uma reta r, traçamos
uma reta perpendicular à reta dada passando pelo ponto O. O ponto Ângulos inscritos
T obtido pela interseção dessas duas retas é o ponto que determina-
rá um extremo do segmento OT cuja medida representa a distância Ângulo inscrito: relativo a uma circunferência é um ângulo
entre o ponto e a reta. com o vértice na circunferência e os lados secantes a ela. Na figura
à esquerda abaixo, o ângulo AVB é inscrito e AB é o arco corres-
pondente.

- Em uma mesma circunferência ou em circunferências con-


gruentes, cordas congruentes possuem arcos congruentes e arcos
congruentes possuem cordas congruentes. (Situação 1).

Didatismo e Conhecimento 109


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Medida do ângulo inscrito: A medida de um ângulo inscrito Observação: Todo ângulo inscrito no arco capaz AB, com la-
em uma circunferência é igual à metade da respectiva medida do dos passando pelos pontos A e B são congruentes e isto significa
ângulo central, ou seja, a metade de seu arco correspondente, isto que, o segmento de reta AB é sempre visto sob o mesmo ângulo
é: m = n/2 = (1/2) m(AB) de visão se o vértice deste ângulo está localizado no arco capaz.
Ângulo reto inscrito na circunferência: O arco correspondente Na figura abaixo à esquerda, os ângulos que passam por A e B e
a um ângulo reto inscrito em uma circunferência é a semi-circunfe- têm vértices em V1, V2, V3,..., são todos congruentes (a mesma
rência. Se um triângulo inscrito numa semi-circunferência tem um medida).
lado igual ao diâmetro, então ele é um triângulo retângulo e esse
diâmetro é a hipotenusa do triângulo.

Na figura acima à direita, o arco capaz relativo ao ângulo se-


mi-inscrito m de vértice em A é o arco AVB. Se n é ângulo central
então a medida de m é o dobro da medida de n, isto é: m(arco AB)
Ângulo semi-inscrito e arco capaz = 2 medida(m) = medida(n)

Ângulo semi-inscrito: Ângulo semi-inscrito ou ângulo de Exercícios


segmento é um ângulo que possui um dos lados tangente à cir-
cunferência, o outro lado secante à circunferência e o vértice na 1. Dado um hexágono regular com área 48 R[3] cm2. Calcular
circunferência. Este ângulo determina um arco (menor) sobre a a razão entre as áreas dos círculos inscrito e circunscrito. Escreva a
circunferência. No gráfico ao lado, a reta secante passa pelos pon- equação da circunferência cujo extremos do diâmetro é dado pelos
tos A e B e o arco correspondente ao ângulo semi-inscrito BAC é pontos A(2,–1) e B(6,3).
o arco AXB onde X é um ponto sobre o arco.
2. Dada uma equação reduzida de uma circunferência (x -
1)2 + (y + 4)2 = 9, dizer qual a origem e o raio da circunferência:

3. Para a circunferência de equação x2 + y2 - 6x ? 2y +6 = 0,


observar posição relativa dos seguintes pontos
a) P(2, 1)
b) Q(5, 1)

4. Examinar a posição relativa entre a reta r: 2x + y ? 2 = 0 e a


circunferência l: (x ? 1)2 + (y ? 5)2 = 5

Observação: A medida do ângulo semi-inscrito é a metade da 5. Obter as equações das tangentes à circunferência l: x2 + y2 =
medida do arco interceptado. Na figura, a medida do ângulo BÂC 9, que sejam paralelas à reta s: 2x + y ? 1 = 0.
é igual a metade da medida do arco AXB.
6. A projeção de uma corda sobre o diâmetro que passa por
Arco capaz: Dado um segmento AB e um ângulo k, pergunta- uma de suas extremidades é 36 cm. Calcule o comprimento da
-se: Qual é o lugar geométrico de todos os pontos do plano que corda, sabendo que o raio da circunferência é 50 cm.
contém os vértices dos ângulos cujos lados passam pelos pontos
A e B sendo todos os ângulos congruentes ao ângulo k? Este lugar 7. Se um ponto P da circunferência trigonométrica correspon-
geométrico é um arco de circunferência denominado arco capaz. de a um número x real, qual é a forma dos outros números que
também correspondem a esse mesmo ponto?

8. Quantas voltas serão dadas na circunferência trigonométri-


25π
ca para se representar os números e -12?
12
9. Qual o comprimento do arco descrito pelo ponteiro dos mi-
nutos de um relógio cujo mostrador tem 5 cm de diâmetro, após
ter passado 1 hora?

Didatismo e Conhecimento 110


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
10. Calcule qual a medida em graus do ângulo formado pelos C=2×3,14×50
ponteiros do relógio às 15h 15min.   C=6,28×50
C=31,4.
Respostas
7) Solução: Dado um número real  x, fica determinado um
1) Solução: ponto P da circunferência trigonométrica, de modo que o compri-
Como os pontos A e B são os extremos do diâmetro, o ponto mento do arco AP, bem como a medida em radianos do arco AP, é
médio entre eles é o centro da circunferência. Encontrando então x. Qualquer outro número real que difira do número x, por um nú-
o centro temos h = (2 + 6) / 2 = 8 / 2 = 4 e k = (–1 + 3) / 2 = 2 / 2 mero inteiro de vezes 2π , irá corresponder a esse mesmo ponto P.
= 1 e daí, o centro é o ponto C(4,1). A distância entre o centro e Assim, a forma dos outros números que também correspon-
qualquer um dos pontos A ou B é o raio. dem a esse mesmo ponto é x + 2kπ , k ∈Z .
Logo, R = dCB = (6 − 4)2 + (3 − 1)2 = 2 2 +2 2 = 4 + 4 = 8
Então a equação é dada por: x2 + y2 – 2.4.x – 2.1.y + 42 + 12 – 8) Solução: Dado o número real 25 π , temos:
√8 2 = 0 ou x2 + y2 – 8x – 2y + 9 = 0. 25 π 12
π = 2π +
12 12
2) Solução: Basta compararmos a equação dada com a equa-
ção genérica reduzida de uma circunferência: Portanto, para representá-lo será necessário dar uma volta in-
x0 = 1 teira e mais um doze avos de meia volta, no sentido positivo de
y0 = -4 percurso, isto é, no sentido anti-horário.
r2 = 9 → r = 3 Por outro lado, dado o número real -12, temos:
Assim a origem está no ponto (1, -4) e ela possui um raio de 3.
−12 −6
= ≅ −1,91 , ou seja, será dada, aproximadamente, uma
3) Solução: 2π π
a) 22 + 12 ? 6.2 ? 2.1 +6 = -3 <0 volta inteira e mais 0,91 de volta no sentido horário, já que o nú-
P é interno à circunferência mero dado é negativo.

b) 52 + 12 ? 6.5 ? 2.1 +6 = 0 9) Solução: Como o diâmetro do relógio é de 5 cm, temos que
Q Pertence à circunferência. o raio é 2,5 cm.
Após 1 hora, o ponteiro dos minutos descreve um ângulo de
4) Solução: Procuraremos as eventuais interseções entre elas, uma volta no relógio, ou seja, o arco descrito é um arco de uma
isolando o y da reta e jogando na equação da circunferência teremos: volta.
y  = 2 ? 2x Assim, o comprimento desse arco é C = 2π .2,5 ≅ 15, 70cm
x2 + (2 ? 2x)2 ? 2x ? 10 . (2 ? 2x) + 21 =0
10) Solução: Sabemos que, a cada hora, o ponteiro das horas
x2 + 2x +1 =0
se desloca 30o. E, portanto, em 15 minutos, ele se desloca 7o30’.
Já o ponteiro dos minutos se desloca 90o em 15 minutos Logo,
Nesta equação temos discriminante (delta) nulo e única solu- o ângulo entre os dois ponteiros é de 7o30’, às 15h e 15min.
ção x = -1, o que leva a um único y, que é 4, assim a reta tangencia
a circunferência.

5) Solução:
Nestes casos é aconselhável que a equação da reta esteja como
de fato está, na sua forma geral, pois as tangentes t, sendo pa-
ralelas a s, manterão o coeficiente angular e poderemos escrever
suas equações como 2x + y + c = 0 , bastando, então, encontrar os
valores de c:

As tangentes distam r = 3 do centro (0,0):


dC,t = |c|/05 = 3
c =± 305
Portanto t1 : 2x + y + 305 = 0 e t2 : 2x + y - 305= 0.
Podemos representar uma reta r do plano cartesiano por meio
6) Solução: Para Achar o comprimento de uma circunferência de uma equação. Essa equação pode ser obtida a partir de um ponto
tem que usar essa fórmula C=2.π.r A(xA, yA) e do coeficiente angular m dessa reta.
Sendo π (pi) = 3,14 Considere uma reta r não-vertical, de coeficiente angular
m, que passa pelo ponto A(xA, yA). Vamos obter a equação dessa
r = Raio
reta, tomando um ponto P(x, y) tal que P ≠ A.

Didatismo e Conhecimento 111


PROGRAMA DE MATEMÁTICA

y - q = m(x - 0)
y - q = mx
y = mx + q

A equação fundamenta da reta é: Toda equação na forma y = mx + q é chamada equação


y - yA reduzida da reta, em que m é o coeficiente angular e q a ordenada
m = x - xA ⇒ y - yA = M(x - xA) do ponto n qual a reta cruza o eixo Oy. A equação reduzida pode
ser obtida diretamente da equação geral ax + by + c = 0:

Equação geral da reta ax + by + c = 0 → by = -ax - c

Toda reta r do plano cartesiano pode ser expressa por uma Onde:
equação do tipo: -a c
y= b x- b
ax + by + c = 0
-a
m=
b
Em que:
c
• a, b, e c são números reais; q=-
b
• a e b não são simultaneamente nulos.
Podemos obter a equação geral de uma reta r conhecendo
dois pontos não coincidentes de r: Equação segmentária da reta

A(xa, ya) e B(xb, ya) Considere uma reta r que cruza os eixos cartesianos nos
pontos (0, q) e (p, 0).
Para isso, usa-se a condição de alinhamento de A e B com
um ponto genérico P(x,y) de r.

x y 1

xa ya 1 = 0 → ax + by + c = 0

xb yb 1

Vamos escrever a equação da reta r:

x y 1

0 q 1 = 0 → qx + py - pq → qx + py = pq

p 0 1

Dividindo essa equação por pq, obtemos a equação


Equação reduzida da reta segmentária da reta:
x y
Vamos determinar a equação da reta r que passa por Q(0,q), e = =1
tem coeficiente angular m = tg(α): p q

Didatismo e Conhecimento 112


PROGRAMA DE MATEMÁTICA

5.13. FUNÇÕES
5.13.1. CONCEITO, OPERAÇÕES, VALOR
NUMÉRICO E COMPOSIÇÃO DE FUNÇÕES.
5.13.2. FUNÇÃO REAL DE VARIÁVEL REAL.
GRÁFICOS. 5.13.3. FUNÇÕES DE 1º E 2ª
GRAUS. 5.13.4. MÁXIMO E MÍNIMO DA
FUNÇÃO DE 2ª GRAU. 5.13.5. FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS. 5.13.6. FUNÇÃO MO- f: A → B
DULAR. INCLUI ESTUDO E DEFINIÇÃO DE y = f(x) = x + 1
MÓDULO. EQUAÇÕES
Tipos de Função

Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio


Dados dois conjuntos A e B, não-vazios, função é uma relação apresentam imagens também distintas no contradomínio.
binária de A em B de tal maneira que todo elemento x, pertencente
ao conjunto A, tem para si um único correspondente y, pertencente
ao conjunto B, que é chamado de imagem de x.

Reconhecemos, graficamente, uma função injetora quando,


uma reta horizontal, qualquer que seja interceptar o gráfico da
função, uma única vez.
Notemos que, para uma relação binária dos conjuntos A e B,
nesta ordem, representarem uma função é preciso que:

- Todo elemento do conjunto A tenha algum correspondente


(imagem) no conjunto B;
- Para cada elemento do conjunto A exista um único
correspondente (imagem) no conjunto B.
Assim como em relação, usamos para as funções, que são
relações especiais, a seguinte linguagem:
f(x) é injetora g(x) não é injetora
Domínio: Conjunto dos elementos que possuem imagem. (interceptou o gráfico mais
Portanto, todo o conjunto A, ou seja, D = A. de uma vez)

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio


Contradomínio: Conjunto dos elementos que se colocam
forem imagens de pelo menos um elemento do domínio.
à disposição para serem ou não imagem dos elementos de A.
Portanto, todo conjunto B, ou seja, CD = B.

Conjunto Imagem: Subconjunto do conjunto B formado por


todos os elementos que são imagens dos elementos do conjunto A,
ou seja, no exemplo anterior: Im = {a, b, c}.

Exemplo
Consideremos os conjuntos A = {0, 1, 2, 3, 5} e B = {0, 1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8}. Reconhecemos, graficamente, uma função sobrejetora
quando, qualquer que seja a reta horizontal que interceptar o eixo
Vamos definir a função f de A em B com f(x) = x + 1. no contradomínio, interceptar, também, pelo menos uma vez o
Tomamos um elemento do conjunto A, representado por gráfico da função.
x, substituímos este elemento na sentença f(x), efetuamos as
operações indicadas e o resultado será a imagem do elemento x,
representada por y.

Didatismo e Conhecimento 113


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Função constante: A função f(x), num determinado intervalo,
é constante se, para quaisquer x1 < x2, tivermos f(x1) = f(x2).

f(x) é sobrejetora g(x) não é sobrejetora


(não interceptou o gráfico)

Bijetora: Quando apresentar as características de função


injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos
distintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos
Gráficos de uma Função
do contradomínio são imagens de pelo menos um elemento do
A apresentação de uma função por meio de seu gráfico é muito
domínio.
importante, não só na Matemática como nos diversos ramos dos
estudos científicos.

Exemplo
Consideremos a função real f(x) = 2x – 1. Vamos construir
uma tabela fornecendo valores para x e, por meio da sentença f(x),
obteremos as imagens y correspondentes.

x y = 2x – 1
Função crescente: A função f(x), num determinado intervalo, –2 –5
é crescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencentes a este intervalo,
–1 –3
com x1<x2, tivermos f(x1)<f(x2).
0 –1
1 1
2 3
3 5

Transportados os pares ordenados para o plano cartesiano,


vamos obter o gráfico correspondente à função f(x).

x1<x2 → f(x1)<f(x2)

Função decrescente: Função f(x), num determinado intervalo,


é decrescente se, para quaisquer x1 e x2 pertencente a este intervalo,
com x1 < x2, tivermos f(x1)>f(x2).

x1<x2 → f(x1)>f(x2)

Didatismo e Conhecimento 114


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Exemplo para a > 0 Zeros da Função do 1º grau:
Consideremos f(x) = 2x – 1.
Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau y = ax + b o valor
x f(x) de x que anula a função, isto é, o valor de x para que y seja igual
-1 -3 à zero.
0 -1 Assim, para achar o zero da função y = ax + b, basta resolver
a equação ax + b = 0.
1 1
2 3 Exemplo

Determinar o zero da função:


y = 2x – 4.
2x – 4 = 0
2x = 4

x= 4
2
x=2

Exemplo para a < 0 O zero da função y = 2x – 4 é 2.


Consideremos f(x) = –x + 1.
No plano cartesiano, o zero da função do 1º grau é representado
x f(x)
pela abscissa do ponto onde a reta corta o eixo x.
-1 2
0 1 x y (x,y)
1 0 1 -2 (1, -2)
2 -1 3 2 (3,2)

Observe que a reta y = 2x – 4 intercepta o eixo x no ponto


(2,0), ou seja, no ponto de abscissa 2, que é o zero da função.
Conhecido o zero de uma função do 1º grau e lembrando
a inclinação que a reta pode ter, podemos esboçar o gráfico da
Consideremos a função f(x) = ax + b com a ≠ 0, em que x0 é a função.
raiz da função f(x).
Estudo do sinal da função do 1º grau:
a>0 a<0 Estudar o sinal da função do 1º grau y = ax + b é determinar os
valores reais de x para que:
- A função se anule (y = 0);
- A função seja positiva (y > 0);
- A função seja negativa (y < 0).

Exemplo

Estudar o sinal da função y = 2x – 4 (a = 2 > 0).

x>x0⇒f(x)>0 x>x0⇒f(x)<0 a) Qual o valor de x que anula a função?


y=0
x=x0⇒f(x)=0 x=x0⇒f(x)=0
2x – 4 = 0
x<x0⇒f(x)<0 x<x0⇒f(x)>0 2x = 4
4
Conclusão: O gráfico de uma função do 1º grau é uma reta x=
2
crescente para a > 0 e uma reta decrescente para a < 0. x=2

Didatismo e Conhecimento 115


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
A função se anula para x = 2. Portanto, quando tivermos para outra equipe a informação de
b) Quais valores de x tornam positiva a função? que a sua situação é (2, -8) entenderemos, que esta equipe apresenta
y>0 2 pontos ganhos e saldo de gols -8. Note que é importante a ordem
2x – 4 > 0 em que se apresenta este par de números, pois a situação (3, 5)
2x > 4 é totalmente diferente da situação (5,3). Fica, assim, estabelecida
x> 4 a idéia de par ordenado: um par de valores cuja ordem de
2 apresentação é importante.
x>2 Observações: (a, b) = (c, d) se, e somente se, a = c e b = d
(a, b) = (b, a) se, o somente se, a = b
A função é positiva para todo x real maior que 2.
Produto Cartesiano
c) Quais valores de x tornam negativa a função? Dados dois conjuntos A e B, chamamos de produto cartesiano
A x B ao conjunto de todos os possíveis pares ordenados, de tal
y<0 maneira que o 1º elemento pertença ao 1º conjunto (A) e o 2º
2x – 4 < 0 elemento pertença ao 2º conjunto (B).
2x < 4
4 A x B= {(x,y) / x ∈ A e y ∈ B}
x<
2
x<2 Quando o produto cartesiano for efetuado entre o conjunto
A e o conjunto A, podemos representar A x A = A2. Vejamos, por
A função é negativa para todo x real menor que 2. meio de o exemplo a seguir, as formas de apresentação do produto
Podemos também estudar o sinal da função por meio de seu cartesiano.
gráfico:
Exemplo

Sejam A = {1, 4, 9} e B = {2, 3}. Podemos efetuar o produto


cartesiano A x B, também chamado A cartesiano B, e apresentá-lo
de várias formas.

a) Listagem dos elementos


Apresentamos o produto cartesiano por meio da listagem,
quando escrevemos todos os pares ordenados que constituam o
conjunto. Assim, no exemplo dado, teremos:
A e B = {(1, 2),(1, 3),(4, 2),(4, 3),(9, 2),(9, 3)}

Vamos aproveitar os mesmo conjuntos A e B e efetuar o


produto B e A (B cartesiano A): B x A = {(2, 1),(2, 4),(2, 9),(3,
1),(3, 4),(3, 9)}.
- Para x = 2 temos y = 0;
- Para x > 2 temos y > 0; Observando A x B e B x A, podemos notar que o produto
- Para x < 2 temos y < 0. cartesiano não tem o privilégio da propriedade comutativa, ou seja,
A x B é diferente de B x A. Só teremos a igualdade A x B = B x A
Relação Binária quando A e B forem conjuntos iguais.
Observação: Considerando que para cada elemento do
Par Ordenado conjunto A o número de pares ordenados obtidos é igual ao número
Quando representamos o conjunto (a, b) ou (b, a) estamos, de elementos do conjunto B, teremos: n(A x B) = n(A) x n(B).
na verdade, representando o mesmo conjunto. Porém, em alguns
casos, é conveniente distinguir a ordem dos elementos. b) Diagrama de flechas
Para isso, usamos a idéia de par ordenado. A princípio, Apresentamos o produto cartesiano por meio do diagrama
trataremos o par ordenado como um conceito primitivo e vamos
de flechas, quando representamos cada um dos conjuntos no
utilizar um exemplo para melhor entendê-lo. Consideremos
um campeonato de futebol e que desejamos apresentar, de cada diagrama de Euler-Venn, e os pares ordenados por “flechas” que
equipe, o total de pontos ganhos e o saldo de gols. Assim, para uma partem do 1º elemento do par ordenado (no 1º conjunto) e chegam
equipe com 12 pontos ganhos e saldo de gols igual a 18, podemos ao 2º elemento do par ordenado (no 2º conjunto).
fazer a indicação (12, 18), já tendo combinado, previamente, que Considerando os conjuntos A e B do nosso exemplo, o produto
o primeiro número se refere ao número de pontos ganhos, e o cartesiano A x B fica assim representado no diagrama de flechas:
segundo número, ao saldo de gols.

Didatismo e Conhecimento 116


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Exemplos
Determine o domínio das seguintes funções reais.
- f(x)=3x2 + 7x – 8
D=R

- f(x)=√x+7
x – 7 ≥ 0→ x ≥ 7
D = {x∈R/x ≥ 7}
3
- f(x)= √x+1
c) Plano cartesiano D=R
Apresentamos o produto cartesiano, no plano cartesiano,
quando representamos o 1º conjunto num eixo horizontal, e o Observação: Devemos notar que, para raiz de índice impar,
2º conjunto num eixo vertical de mesma origem e, por meio de o radicando pode assumir qualquer valor real, inclusive o valor
pontos, marcamos os elementos desses conjuntos. Em cada um dos negativo.
3
pontos que representam os elementos passamos retas (horizontais - f(x)=
ou verticais). Nos cruzamentos dessas retas, teremos pontos que √x+8
estarão representando, no plano cartesiano, cada um dos pares x + 8 > 0 → x > -8
ordenados do conjunto A cartesiano B (B x A). D = {x∈R/x > -8}

- f(x)= √x+5
x-8
x–5≥0→x≥5
x–8≥0→x≠8
D = {x∈R/x ≥ 5 e x ≠ 8}

Exercícios

1. Determine o domínio das funções reais apresentadas


abaixo.
a) f(x) = 3x2 + 7x – 8
3
Domínio de uma Função Real b) f(x)=
3x-6
Para uma função de R em R, ou seja, com elementos no c) f(x)= √x+2
conjunto dos números reais e imagens também no conjunto dos
números reais, será necessária, apenas, a apresentação da sentença 3
d) f(x)= √2x+1
que faz a “ligação” entre o elemento e a sua imagem.
Porém, para algumas sentenças, alguns valores reais não 4x
apresentam imagem real. e) f(x)=
√7x+5
Por exemplo, na função f(x) = √(x-1) , o número real 0 não
apresenta imagem real e, portanto, f(x) características de função,
precisamos limitar o conjunto de partida, eliminando do conjunto 2. Um número mais a sua metade é igual a 150. Qual é esse
dos números reais os elementos que, para essa sentença, não número?
apresentam imagem. Nesse caso, bastaria estabelecermos como
domínio da função f(x) o conjunto D = {x∈R/x ≥ 1}. 3. Considere a função f, de domínio N, definida por f(1) = 4
Para determinarmos o domínio de uma função, portanto, basta e f(x+1) = 3f(x)-2. O valor de f(0) é:
garantirmos que as operações indicadas na sentença são possíveis a) 0
de serem executadas. Dessa forma, apenas algumas situações nos b) 1
causam preocupação e elas serão estudadas a seguir. c) 2
2n
d) 3
1ª y= √f(x) f(x)≥(n∈N*) e) 4

4. Sejam f e g funções definidas em R por f(x)=2x-1 e


2ª y= 1 ⇒ f(x)≠0 g(x)=x-3. O valor de g(f(3)) é:
f(x(
a) -1
Vejamos alguns exemplos de determinação de domínio de b) 1
c) 2
uma função real.
d) 3
e) 4

Didatismo e Conhecimento 117


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
5. Numa loja, o salário fixo mensal de um vendedor é 500 3. Resposta “C”.
reais. Além disso, ele recebe de comissão 50 reais por produto Solução : Com a função dada f(x + 1) = 3f(x) – 2 substituímos
vendido. o valor de x por x = 0:
a) Escreva uma equação que expresse o ganho mensal y f(0 + 1) = 3f (0) – 2
desse vendedor, em função do número x de produto vendido. f(1) = 3f(0) - 2
b) Quanto ele ganhará no final do mês se vendeu 4 pro- É dito que f(1) = 4, portanto:
dutos?
4 = 3f(0) - 2
c) Quantos produtos ele vendeu se no final do mês recebeu
1000 reais? Isolando f(0):
4+2 = 3f(0)
6. Considere a função dada pela equação y = x + 1, deter- 6 = 3f(0)
mine a raiz desta função. f(0) = 6/3 = 2.

7. Determine a raiz da função y = - x + 1 e esboce o gráfico. 4) Resposta “E”.


Solução: Começamos encontrando f(3):
8. Determine o intervalo das seguintes funções para que f(3) = 2.(3) + 1, ou seja, f(3) = 7
f(x) > 0 e f(x) < 0. Se está pedindo g[f(3)] então está pedindo g(7):
a) y = f(x) = x + 1 g(7) = 7 - 3 = 4
b) y = f(x) = -x + 1
Logo, a resposta certa, letra “E”.
9. Determine o conjunto imagem da função:
D(f) = {1, 2, 3} 5) Solução
y = f(x) = x + 1 a) y = salário fixo + comissão
y = 500 + 50x
10. Determine o conjunto imagem da função:
D(f) = {1, 3, 5} b) y = 500 + 50x , onde x = 4
y = f(x) = x² y = 500 + 50 . 4 = 500 + 200 = 700
Respostas c) y = 500 + 50x , onde y = 1000
1000 = 500 + 50x  
1) Solução: 50x = 1000 – 500
a) D = R 50x = 500
x = 10.
b) 3x – 6 ≠ 0
x≠2
D = R –{2} 6) Solução: Basta determinar o valor de x para termos y = 0
x+1=0
c) x + 2 ≥ 0 x = -1
x ≥ -2
D = {x ∈ R/ x ≥ -2} Dizemos que -1 é a raiz ou zero da função.

d) D = R

Devemos observar que o radicando deve ser maior ou igual a


zero para raízes de índice par.

e) Temos uma raiz de índice par no denominado, assim:

7x + 5 > 0
x > - 7/5
D = {x ∈ R/ x > -5/7}.

2) Resposta “100”.
Solução:
n + n/2 = 150 Note que o gráfico da função y = x + 1, interceptará (cortará)
2n/2 + n/2 = 300/2 o eixo x em -1, que é a raiz da função.
2n + n = 300
3n = 300 7) Solução: Fazendo y = 0, temos:
n = 300/3 0 = -x + 1
n = 100. x=1

Didatismo e Conhecimento 118


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Gráfico: Representação gráfica da Função do 2º grau

Exemplo

Se a função f de R em R definida pela equação y = x2 – 2x


– 3. Atribuindo à variável x qualquer valor real, obteremos em
correspondência os valores de y:

Para x = –2 temos y = (–2)2 – 2(–2) –3 = 4 + 4 – 3 = 5


Para x = –1 temos y = (–1)2 – 2(–1) –3 = 1 + 2 – 3 = 0
Para x = 0 temos y = (0)2 – 2(0) –3 = – 3
Para x = 1 temos y = (1)2 – 2(1) –3 = 1 – 2 – 3 = –4
Para x = 2 temos y = (2)2 – 2(2) –3 = 4 – 4 – 3 = –3
Para x = 3 temos y = (3)2 – 2(3) –3 = 9 – 6 – 3 = 0
Note que o gráfico da função y = -x + 1, interceptará (cortará) Para x = 4 temos y = (4)2 – 2(4) –3 = 16 – 8 – 3 = 5
o eixo x em 1, que é a raiz da função.

8) Solução:
a) y = f(x) = x + 1
x+1>0
x > -1
Logo, f(x) será maior que 0 quando x > -1
x+1<0
x < -1
Logo, f(x) será menor que 0 quando x < -1

b) y = f(x) = -x + 1
* -x + 1 > 0
-x > -1
x<1
Logo, f(x) será maior que 0 quando x < 1

-x + 1 < 0
-x < -1
x y (x,y)
x>1
Logo, f(x) será menor que 0 quando x > 1 –2 5 (–2,5)
(*ao multiplicar por -1, inverte-se o sinal da desigualdade). –1 0 (–1,0)
0 –3 (0, –3)
9) Solução:
f(1) = 1 + 1 = 2 1 –4 (1, –4)
f(2) = 2 + 1 = 3 2 –3 (2, –3)
f(3) = 3 + 1 = 4
3 0 (3,0)
Logo: Im(f) = {2, 3, 4}.
4 5 (4,5)
10) Solução:
f(1) = 1² = 1 O gráfico da função de 2º grau é uma curva aberta chamada
f(3) = 3² = 9 parábola.
f(5) = 5² = 25 O ponto V indicado na figura chama-se vértice da parábola.
Logo: Im(f) = {1, 9, 25}
Concavidade da Parábola
Função do 2º Grau No caso das funções do 2º grau, a parábola pode ter sua
concavidade voltada para cima (a > 0) ou voltada para baixo (a
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática toda função < 0).
f de R em R definida por um polinômio do 2º grau da forma f(x) =
ax2 + bx + c ou y = ax2 + bx + c , com a, b e c reais e a ≠ 0.
Exemplo
- y = x2 – 5x + 4, sendo a = 1, b = –5 e c = 4
- y = x2 – 9, sendo a = 1, b = 0 e c = –9
- y = x2, sendo a = 1, b = 0 e c = 0

Didatismo e Conhecimento 119


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Zeros da Função do 2º grau

As raízes ou zeros da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c são


os valores de x reais tais que f(x) = 0 e, portanto, as soluções da
equação do 2º grau.

ax2 + bx + c = 0

A resolução de uma equação do 2º grau é feita com o auxílio


a>0 a<0 da chamada “fórmula de Bhaskara”.
-b +- √
Δ
Podemos por meio do gráfico de uma função, reconhecer o x=
2.a Onde Δ = b2 – 4.a.c
seu domínio e o conjunto imagem.
As raízes (quando são reais), o vértice e a intersecção com o
Consideremos a função f(x) definida por A = [a, b] em R.
eixo y são fundamentais para traçarmos um esboço do gráfico de
uma função do 2º grau.

f(x) = ax2 + bx + c com a ≠ 0

Δ>0 Δ=0 Δ<0

a>0

Domínio: Projeção ortogonal do gráfico da função no eixo x. a<0


Assim, D = [a, b] = A

Coordenadas do vértice da parábola

A parábola que representa graficamente a função do 2º grau


apresenta como eixo de simetria uma reta vertical que intercepta o
gráfico num ponto chamado de vértice.

As coordenadas do vértice são:


-b -Δ
xv = e xv =
2a 4a
Conjunto Imagem: Projeção ortogonal do gráfico da função
no eixo y. Assim, Im = [c, d].    

Vértice (V)

O Conjunto Imagem de uma função do 2º grau está associado


ao seu ponto extremo, ou seja, à ordenada do vértice (yv).

Didatismo e Conhecimento 120


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Coordenadas do vértice:
-(-4)
xv = -b = = 4 =2 V (2, –1)
2a 2(1) 2
yV = (2)2 – 4(2) + 3 = 4 – 8 + 3 = –1

Tabela:
Para x = 0 temos y = (0)2 – 4(0) + 3 = 0 – 0 + 3 = 3
Para x = 1 temos y = (1)2 – 4(1) + 3 = 1 – 4 + 3 = 0
Para x = 3 temos y = (3)2 – 4(3) + 3 = 9 – 12 + 3 = 0
Exemplo Para x = 4 temos y = (4)2 – 4(4) + 3 = 16 – 16 + 3 = 3

Vamos determinar as coordenadas do vértice da parábola da x y (x,y)


seguinte função quadrática: y = x2 – 8x + 15.
0 3 (0,3)
Cálculo da abscissa do vértice: 1 0 (1,0)
2 –1 (2,–1)Vértice
-(-8)
xv= -b = = 8 =4 3 0 (3,0)
2a 2(1) 2
4 3 (4,3)
Cálculo da ordenada do vértice:
Substituindo x por 4 na função dada: Gráfico:

yV = (4)2 – 8(4) + 15 = 16 – 32 + 15 = –1

Logo, o ponto V, vértice dessa parábola, é dado por V (4, –1).

Valor máximo e valor mínimo da função do 2º grau

- Se a > 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada


mínima. Nesse caso, o vértice é chamado ponto de mínimo e a
ordenada do vértice é chamada valor mínimo da função;
- Se a < 0, o vértice é o ponto da parábola que tem ordenada
máxima. Nesse caso, o vértice é ponto de máximo e a ordenada do
vértice é chamada valor máximo da função.

Estudos do sinal da função do 2º grau


Estudar o sinal de uma função quadrática é determinar os
valores reais de x que tornam a função positiva, negativa ou nula.

Exemplo
y = x2 – 6x + 8

Zeros da função: Esboço do Gráfico


y = x2 – 6x + 8
Δ = (–6)2 – 4(1)(8)
Construção do gráfico da função do 2º grau Δ = 36 – 32 = 4
- Determinamos as coordenadas do vértice; √Δ= √4 = 2
- Atribuímos a x valores menores e maiores que xv e calculamos
os correspondentes valores de y;
- Construímos assim uma tabela de valores; Estudo do Sinal:
- Marcamos os pontos obtidos no sistema cartesiano;
- Traçamos a curva.
6+2 8 Para x < 2 ou x > 4 temos y > 0
6±2 = =4
Exemplo x= 2 2 Para x = 2 ou x = 4 temos y = 0
2
y = x2 – 4x + 3 6−2 4
= =2 Para 2 < x < 4 temos y < 0
2 2

Didatismo e Conhecimento 121


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Exercícios A raízes encontradas são 3 e -7, mas como o número de filhos
de uma pessoa não pode ser negativo, descartamos então a raiz -7.
1. O triplo do quadrado do número de filhos de Pedro é igual a Portanto, Pedro tem 3 filhos.
63 menos 12 vezes o número de filhos. Quantos filhos Pedro tem?
2) Resposta “80cm; 120 cm”.
2. Uma tela retangular com área de 9600 cm2  tem de largura Solução: Se chamarmos de x altura da tela, temos que 1,5x será
uma vez e meia a sua altura. Quais são as dimensões desta tela? a sua largura. Sabemos que a área de uma figura geométrica retan-
gular
3. O quadrado da minha idade menos a idade que eu tinha 20
é calculada multiplicando-se a medida da sua largura, pela
anos atrás e igual a 2000. Quantos anos eu tenho agora?
medida da sua altura. Escrevendo o enunciado na forma de uma
4. Comprei 4 lanches a um certo valor unitário. De outro tipo sentença matemática temos:
de lanche, com o mesmo preço unitário, a quantidade comprada x . 1,5x = 9600
foi igual ao valor unitário de cada lanche. Paguei com duas notas Que pode ser expressa como:
de cem reais e recebi R$ 8,00 de troco. Qual o preço unitário de 1,5x2 - 9600 = 0
cada produto? Note que temos uma equação do 2° grau incompleta, que
como já vimos terá duas raízes reais opostas, situação que ocorre
5. O produto da idade de Pedro pela idade de Paulo é igual a sempre que o coeficiente b é igual a zero. Vamos aos cálculos:
374. Pedro é 5 anos mais velho que Paulo. Quantos anos tem cada
um deles? 9600
1,5x2 - 9600 = 0 ⇒ 1,5x2 = 9600 ⇒ x2 =
1,5
6. Há dois números cujo triplo do quadrado é a igual 15 vezes ⇒ x = ±√6400 ⇒ x = ±80
estes números. Quais números são estes?
As raízes reais encontradas são -80 e 80, no entanto como uma
7. Quais são as raízes da equação x2 - 14x + 48 = 0?
tela não pode ter dimensões negativas, devemos desconsiderar a
8. O dobro do quadrado da nota final de Pedrinho é zero. Qual raiz -80.
é a sua nota final? Como 1,5x representa a largura da tela, temos então que ela
será de 1,5 . 80 = 120.
9. Solucione a equação biquadrada: -x4 + 113x2 - 3136 = 0. Portanto, esta tela tem as dimensões de 80cm de altura, por
120cm de largura.
10. Encontre as raízes da equação biquadrada: x4 - 20x2 - 576
= 0. 3) Resposta “45”.
Respostas Solução: Denominando  x  a minha idade atual, a partir do
enunciado podemos montar a seguinte equação:
1) Resposta “3”. x2 - (x - 20) = 2000
Solução: Sendo  x  o número de filhos de Pedro, temos que Ou ainda:
3x2  equivale ao  triplo do quadrado do número de filhos e que x2 - (x - 20) = 2000 ⇒ x2 - x + 20 = 2000 ⇒ x2 - x - 1980 =0
63 - 12x equivale a 63 menos 12 vezes o número de filhos. Mon-
tando a sentença matemática temos:
A solução desta equação do 2° grau completa nós dará a res-
3x2 = 63 - 12x
posta deste problema. Vejamos:
Que pode ser expressa como: -(-1) ± √(-1)2 - 4 . 1 . (-1980)
3x2 + 12x - 63 = 0 x2 - x - 1980 = ⇒ x =
2.1
1 ± √7921
Temos agora uma sentença matemática reduzida à for- ⇒x=
2
ma ax2 + bx + c = 0, que é denominada equação do 2° grau. Vamos 1 + 89
x1 = ⇒ x1 = 45
então encontrar as raízes da equação, que será a solução do nosso 2
1 ± 89
problema: ⇒x= ⇒ 1 - 89
Primeiramente calculemos o valor de Δ: 2 x2 = ⇒ x2 = -44
2
Δ = b2 - 4.a.c = 122 - 4 . 3 .(-63) = 144 + 756 = 900

Como Δ é maior que zero, de antemão sabemos que a equação As raízes reais da equação são -44 e 45. Como eu não posso
possui duas raízes reais distintas. Vamos calculá-las: ter -44 anos, é óbvio que só posso ter 45 anos.
Logo, agora eu tenho 45 anos.
3x2 + 12 - 63 = 0 ⇒ x = -12 ± √Δ ⇒
2.3
-12 + √900 18 4) Resposta “12”.
x1 = ⇒x1 = -12 ± 30 ⇒ x1 = ⇒ x1 = 3 Solução: O enunciado nos diz que os dois tipos de lanche têm
6 6 6
o mesmo valor unitário. Vamos denominá-lo então de x.
-12 - √900 -42
x2 = ⇒x1 = -12 - 30 ⇒ x2 = ⇒ x2 = -7 Ainda segundo o enunciado, de um dos produtos eu com-
6 6 6 prei 4 unidades e do outro eu comprei x unidades.

Didatismo e Conhecimento 122


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Sabendo-se que recebi  R$  8,00  de troco ao pa- Como apenas o coeficiente c é igual a zero, sabemos que esta
gar R$ 200,00 pela mercadoria, temos as informações necessárias equação possui duas raízes reais. Uma é igual azero  e a outra é
para montarmos a seguinte equação: dada pelo oposto do coeficiente b dividido pelo coeficiente a. Re-
4 . x + x . x + 8 = 200 sumindo podemos dizer que:
Ou então:
4.x + x . x + 8 = 200 ⇒ 4x + x2 + 8 = 200 ⇒ x2 + 4x - 192=0 x1 = 0
ax + bx = 0 ⇒
2
b
Como x representa o valor unitário de cada lanche, vamos so- x2 = -
a
lucionar a equação para descobrimos que valor é este:
Temos então:
-4 ± √42 - 4 . 1 . (-192)
x2 + 4x - 192 = 0 ⇒ x = b -15
2.1 x=- ⇒x= ⇒x=5
-4 ± √784 a 3
⇒x=
2
-4 + 28
x1 = ⇒ x1 = 12 7) Resposta “6; 8”.
2
-4 ± 28
⇒x= ⇒ -4 - 89
2 x2 = ⇒ x2 = -16 Solução: Podemos resolver esta equação simplesmente res-
2
pondendo esta pergunta:
As raízes reais da equação são -16 e 12. Como o preço não Quais são os dois números que somados totalizam 14 e que
pode ser negativo, a raiz igual -16 deve ser descartada. multiplicados resultam em 48?
Assim, o preço unitário de cada produto é de R$ 12,00. Sem qualquer esforço chegamos a 6 e 8, pois 6 + 8 = 14 e 6
. 8 = 48.
5) Resposta “22; 17”. Segundo as relações de Albert Girard, que você encontra em
Solução: Se chamarmos de x a idade de Pedro, teremos que x detalhes em outra página deste site, estas são as raízes da referida
- 5 será a idade de Paulo. Como o produto das idades é igual a 374, equação.
temos que x . (x - 5) = 374. Para simples conferência, vamos solucioná-la também através
Esta sentença matemática também pode ser expressa como: da fórmula de Bhaskara:
x.(x - 5) = 374 ⇒ x2 - 5x = 374 ⇒ x2 - 5x - 374 = 0 -(-14) ± √(-14)2 - 4 . 1 . 48
x2 - 14x + 48 = 0 ⇒ x =
2.1
Primeiramente para obtermos a idade de Pedro, vamos solu- ⇒ x = 14 ± √4
cionar a equação: 2
14 ± 2
-(-5) ± √(-5)2 - 4 . 1 . (-374) ⇒x =
x2 - 5x - 374 = 0 ⇒ 2
2.1
5 ± √1521 14 + 2
⇒x= x1 = ⇒ x1 = 8
2 5 + 39 2
x1 = ⇒ x1 = 22 ⇒
2 14 - 2
5 ± 39 x2 = ⇒ x2 = 6
⇒x= ⇒ 5 - 39 2
2 x2 = ⇒ x2 = -17
2

8) Resposta “0”.
As raízes reais encontradas são -17 e 22, por ser negativa, a Solução: Sendo x a nota final, matematicamente temos:
raiz -17 deve ser descartada.
2x2 = 0
Logo a idade de Pedro é de 22 anos.
Como Pedro é 5 anos mais velho que Paulo, Paulo tem en-
tão 17 anos. Podemos identificar esta sentença matemática como sen-
Logo, Pedro tem 22 anos e Paulo tem 17 anos. do uma equação do segundo grau incompleta, cujos coeficien-
tes b e c são iguais a zero.
6) Resposta “0; 5”. Conforme já estudamos este tipo de equação sempre terá
Solução: Em notação matemática, definindo a incógnita como raiz real o número zero. Apenas para verificação vejamos:
como x, podemos escrever esta sentença da seguinte forma:
3x2 = 15x 0
2x2 = 0 ⇒ x2 = ⇒ x2 = 0 ⇒ x ±√0 ⇒ x =0
Ou ainda como: 2
3x2 - 15x = 0 9) Resposta “-8; -7; 7 e 8”.
Solução: Substituindo na equação x4 por y2 e também x2 e y te-
A  fórmula geral de resolução  ou  fórmula de Bhaskara pode mos:
ser utilizada na resolução desta equação, mas por se tratar de uma -y2 + 113y - 3136 = 0
equação incompleta, podemos solucioná-la de outra forma.

Didatismo e Conhecimento 123


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Resolvendo teremos: Para y1 temos:
−113 ± 113 − 4.(−1).(−3136)
2
-y2 + 113y - 3136 = 0 ⇒ y = x1 = √36 ⇒ x1= 6
2 + (−1) x2 = 36 ⇒ x = ±√36 ⇒
x2 = -√36 ⇒ x2= -6
−113 + 225 -113 + 15
y1 = ⇒ y1 =
−2 -2 Para  y2, como não existe raiz quadrada real de um número

−113 − 225 negativo, o valor de -16 não será considerado.
y2 = ⇒ y2 = -113 - 15
−2 -2
Desta forma, as raízes da equação biquadrada x4 - 20x2 - 576 =
0 são somente: -6 e 6.
-98
y1 = ⇒ y1 = 49
-2
⇒ 5.14. PROGRESSÕES, LIMITES E DERIVA-
DAS. 5.14.1. PROGRESSÕES ARITMÉTICA E
y2 = -128 ⇒ y2 = 64 GEOMÉTRICA. 5.14.2. NOÇÃO INTUITIVA
-2
DO LIMITE DE UMA FUNÇÃO.
5.14.3. CÁLCULO DE LIMITES DE
Substituindo os valores de y na expressão x2 = y temos: FUNÇÃO POLINOMIAL, TRIGONOMÉ-
TRICA E EXPONENCIAL. 5.14.4. LIMITES
Para y1 temos: ENVOLVENDO INFINITO. 5.14.5. NOÇÃO
x1 = √49 ⇒ x1 = 7 INTUITIVA DA CONTINUIDADE DE UMA
x2 = 49 ⇒ x ±√49 ⇒ FUNÇÃO REAL. 5.14.6. DERIVADAS E PRIN-
x2 = - √49 ⇒ x2 = -7 CIPAIS APLICAÇÕES.

Para y2 temos:
x3 = √64 ⇒ x3 = 8
Podemos, no nosso dia-a-dia, estabelecer diversas sequências
x = 64 ⇒ x ±√64 ⇒
2 como, por exemplo, a sucessão de cidades que temos numa viagem
x4 = - √64 ⇒ x4 = -8 de automóvel entre Brasília e São Paulo ou a sucessão das datas de
aniversário dos alunos de uma determinada escola.
Podemos, também, adotar para essas sequências uma ordem
Assim sendo, as raízes da equação biquadrada -x4  + 113x2  -
numérica, ou seja, adotando a1 para o 1º termo, a2 para o 2º termo
3136 = 0 são: -8, -7, 7 e 8. até an para o n-ésimo termo. Dizemos que o termo an é também
chamado termo geral das sequências, em que n é um número
10) Resposta “-6; 6”. natural diferente de zero. Evidentemente, daremos atenção ao
estudo das sequências numéricas.
Solução: Iremos substituir x4 por y2 e x2 e y, obtendo uma equa- As sequências podem ser finitas, quando apresentam um
ção do segundo grau: último termo, ou, infinitas, quando não apresentam um último
y2 - 20y - 576 = 0 termo. As sequências infinitas são indicadas por reticências no
final.
Ao resolvermos a mesma temos:
Exemplos:
−20 ± (−20)2 − 4.1.(−576) - Sequência dos números primos positivos: (2, 3, 5, 7, 11, 13,
y2 - 20y - 576 = 0 ⇒
2.3 17, 19, ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 2;
a2 = 3; a3 = 5; a4 = 7; a5 = 11; a6 = 13 etc.
- Sequência dos números ímpares positivos: (1, 3, 5, 7, 9, 11,
20 + 2704 20 + 52 72 ...). Notemos que esta é uma sequência infinita com a1 = 1; a2 = 3;
y1= ⇒y1= ⇒y1= ⇒y1=36
2 2 2 a3 = 5; a4 = 7; a5 = 9; a6 = 11 etc.
- Sequência dos algarismos do sistema decimal de numeração:
(0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9). Notemos que esta é uma sequência finita
20 − 2704 20 − 52 −32
com a1 = 0; a2 = 1; a3 = 2; a4 = 3; a5 = 4; a6 = 5; a7 = 6; a8 = 7; a9 =
y2= ⇒y2= ⇒y2= 2 ⇒y2=-16
2 2 8; a10 = 9.

1. Igualdade
Substituindo os valores de y na expressão x2  = y obtemos as As sequências são apresentadas com os seus termos
raízes da equação biquadrada: entre parênteses colocados de forma ordenada. Sucessões que
apresentarem os mesmos termos em ordem diferente serão
consideradas sucessões diferentes.

Didatismo e Conhecimento 124


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Duas sequências só poderão ser consideradas iguais se, e a2 = 2 . a1 – 4 a a2 = 2 . 3 – 4 a a2 = 2
somente se, apresentarem os mesmos termos, na mesma ordem. a3 = 2 . a2 – 4 a a3 = 2 . 2 - 4 a a3 = 0
a4 = 2 . a3 – 4 a a4 = 2 . 0 - 4 a a4 = -4
Exemplo a5 = 2 . a4 – 4 a a5 = 2 .(-4) – 4 a a5 = -12
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à sequência
(5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z = 15; e t = 17. - Determinar o termo a5 de uma sequência em que:
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3, 2, 1) são a1 = 12 e an+ 1 = an – 2, em que n € N*.
diferentes, pois, embora apresentem os mesmos elementos, eles
estão em ordem diferente. a2 = a1 – 2 → a2 = 12 – 2 → a2=10
a3 = a2 – 2 → a3 = 10 – 2 → a3 = 8
2. Formula Termo Geral a4 = a3 – 2 → a4 = 8 – 2 → a4 = 6
Podemos apresentar uma sequência através de uma determina a5 = a4 – 2 → a5 = 6 – 2 → a5 = 4
o valor de cada termo an em função do valor de n, ou seja,
dependendo da posição do termo. Esta formula que determina o Observação 1
valor do termo an e chamada formula do termo geral da sucessão.
Devemos observar que a apresentação de uma sequência
Exemplos através do termo geral é mais pratica, visto que podemos
- Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo determinar um termo no “meio” da sequência sem a necessidade
termo geral e igual a: de determinarmos os termos intermediários, como ocorre na
an = n – 2n,com n € N* a apresentação da sequência através da lei de recorrências.
Teremos: Observação 2
A1 = 12 – 2 . 1 a a1 = 1
A2 = 22 – 2 . 2 a a2 = 0 Algumas sequências não podem, pela sua forma
A3 = 32 – 2 . 3 a a3 = 3
“desorganizada” de se apresentarem, ser definidas nem pela lei das
A4 = 42 – 4 . 2 a a4 = 8
recorrências, nem pela formula do termo geral. Um exemplo de
A5 = 55 – 5 . 2 a a5 = 15
uma sequência como esta é a sucessão de números naturais primos
que já “destruiu” todas as tentativas de se encontrar uma formula
- Determinar os cinco primeiros termos da seqüência cujo
geral para seus termos.
termo geral é igual a:
an = 3 . n + 2, com n € N*.
4. Artifícios de Resolução
a1 = 3 . 1 + 2 a a1 = 5
a2 = 3 . 2 + 2 a a2 = 8
Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
a3 = 3 . 3 + 2 a a3 = 11
a4 = 3 . 4 + 2 a a4 = 14 elementos da PA, é possível, através de artifícios de resolução,
a5 = 3 . 5 + 2 a a5 = 17 tornar o procedimento mais simples:
PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r.
- Determinar os termos a12 e a23 da sequência cujo termo geral PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r), razão
é igual a: igual a 2r.
an = 45 – 4 + n, com n € N*. PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r),
razão igual a r.
Teremos:
a12 = 45 – 4 . 12 a a12 = -3 Exemplo
a23 = 45 – 4 . 23 a a23 = -47 - Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a 15, o
produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.
3. Lei de Recorrências
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos o valor Teremos:
do primeiro termo e um “caminho” (uma formula) que permite Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c = 15, teremos:
a determinação de cada termo conhecendo-se o seu antecedente. (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.
Essa forma de apresentação de uma sucessão é dita de recorrências.
Assim, um dos números, o termo médio da PA, já é conhecido.
Exemplos Dessa forma a sequência passa a ser:
- Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência em (5 – r), 5 e ( 5 + r ), cujo produto é igual a 105, ou seja:
que:
a1 = 3 e an+1 = 2 . an - 4, em que n € N*. (5 – r) .5 . (5 + r) = 105 → 52 – r2 = 21
r2 = 4 → 2 ou r = -2.
Teremos: Sendo a PA crescente, ficaremos apenas com r= 2.
a1 = 3 Finalmente, teremos a = 3, b = 5 e c= 7.

Didatismo e Conhecimento 125


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5. Propriedades Portanto numa PA com n termos, em que n é um numero
ímpar, o termo médios (am) é a media aritmética dos extremos. Am
P1: para três termos consecutivos de uma PA, o termo médio é = a1 + an
a media aritmética dos outros dois termos. 2

Exemplo 7. Soma dos n Primeiros Termos de uma PA

Vamos considerar três termos consecutivos de uma PA: an-1, an Vamos considerar a PA (a1, a2, a3,…,an-2, an-1,an ) e representar
e an+1. Podemos afirmar que: por Sn a soma dos seus n termos, ou seja:
I - an = an-1 + r Sn = a1 + a2 + a3 + …+ an-2 + an-1 + an
II - an = an+ 1 –r (igualdade I)

Fazendo I + II, obteremos: Podemos escrever também:


2an = an-1 + r + an +1 - r Sn = an + an-1 + an-2 + ...+ a3 + a2 + a1
2an = an -1+ an + 1 (igualdade II)

Logo: an = an-1 + an+1 Somando-se I e II, temos:


2 2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + …+ (an-2 + a3) + (an-1
+ a2) + (an + a1)
Portanto, para três termos consecutivos de uma PA o termo
médio é a media aritmética dos outros dois termos. Considerando que todas estas parcelas, colocadas entre
parênteses, são formadas por termos equidistantes dos extremos
6. Termos Equidistantes dos Extremos e que a soma destes termos é igual à soma dos extremos, temos:

Numa sequência finita, dizemos que dois termos são 2Sn = (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) + (a1 + an) +
equidistantes dos extremos se a quantidade de termos que +… + (a1 + an) → 2Sn = ( a1 + an) . n
precederem o primeiro deles for igual à quantidade de termos que
sucederem ao outro termo. Assim, na sucessão: E, assim, finalmente:
(a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos: Sn = (a1 + an) . n
2
a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos;
a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos; Exemplo
a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos.
- Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2 , 5,
Notemos que sempre que dois termos são eqüudistantes 8,...).
dos extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de n + 1.
Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos ap e ak são Dados: a1 = 2
equidistantes dos extremos, então: p + k = n+1. r=5–2=3

Propriedade Calculo de a60:


A60 = a1 + 59r → a60 = 2 + 59 . 3
Numa PA com n termos, a soma de dois termos equidistantes a60 = 2 + 177
dos extremos é igual à soma destes extremos. a60 = 179

Exemplo Calculo da soma:


Sn = (a1 + an) n → S60 = (a1 + a60) . 60
Sejam, numa PA de n termos, ap e ak termos equidistantes dos 2 2
extremos.
S60 = (2 + 179) . 60
Teremos, então: 2
I - ap = a1 + (p – 1) . r a ap = a1 + p . r – r
II - ak = a1 + (k – 1) . r a ak = a1 + k . r – r S60 = 5430
Fazendo I + II, teremos:
Ap + ak = a1 + p . r – r + a1 + k . r – r Resposta: 5430
Ap + ak = a1 + a1 + (p + k – 1 – 1) . r
Progressão Geométrica (PG)
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com:
ap + ak = a1 + a1 + (n + 1 – 1) . r PG é uma sequência numérica onde cada termo, a partir do
ap + ak = a1 + a1 + (n – 1) . r segundo, é o anterior multiplicado por uma constante q chamada
ap + ak = a1 + an razão da PG.

Didatismo e Conhecimento 126


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an+1 = an . q . .
Com a1 conhecido e n € N* . .
an= a1 . qn-1
Exemplos
- (3, 6, 12, 24, 48,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 3 e Exemplos
razão q = 2. - Numa PG de primeiro termo a1 = 2 e razão q = 3, temos o
termo geral na igual a:
- (-36, -18, -9, , ,...) é uma PG de primeiro termo a1= an = a1 . qn-1 → an = 2 . 3n-1
-36 e razão q = .
Assim, se quisermos determinar o termo a5 desta PG, faremos:
- (15, 5, , ,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 15 e razão A5 = 2 . 34 → a5 = 162
q=.
- (-2, -6, -18, -54, ...) é uma PG de primeiro termo a1 = -2 e - Numa PG de termo a1 = 15 e razão q = , temos o termo geral
razão q = 3. na igual a:
- (1, -3, 9, -27, 81, -243, ...) é uma PG de primeiro termo a1 = an = a1 . qn-1 → an = 15 . n-1
1 e razão q = -3.
- (5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 5 e Assim, se quisermos determinar o termo a6 desta PG, faremos:
razão q = 1.
- (7, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 7 e A6 = 15 . → a6 =
razão q = 0.
- (0, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 0 e razão - Numa PG de primeiro termo a1 = 1 e razão = -3 temos o
q qualquer. termo geral na igual a:
an = a1 . qn-1 → an = 1 . (-3)n-1
Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta efetuar
o quociente entre dois termos consecutivos: o posterior dividido Assim, se quisermos determinar o termo a4 desta PG, faremos:
pelo anterior. A4 = 1 . (-3)3 → a4 = -27

q = an+1 (an ≠0) Artifícios de Resolução


an Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
elementos da PG, é possível através de alguns elementos de
Classificação resolução, tornar o procedimento mais simples.
PG com três termos:
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto a; aq
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto PG com quatro termos:
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrario ao ; ; aq; aq3
do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre PG com cinco termos:
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
A PG constante é também chamada de PG estacionaria. ; ; a; aq; aq2
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0.
Exemplo
Formula do Termo Geral Considere uma PG crescente formada de três números.
A definição de PG está sendo apresentada por meio de uma Determine esta PG sabendo que a soma destes números é 13 e o
lei de recorrências, e nos já aprendemos nos módulos anteriores produto é 27.
que a formula do termo geral é mais pratica. Por isso, estaremos, Vamos considerar a PG em questão formada pelos termos a, b
neste item, procurando estabelecer, a partir da lei de recorrências, e c, onde a = e c = b . q.
a fórmula do termo geral da progressão geométrica. Assim,

Vamos considerar uma PG de primeiro termo a1 e razão q. . b . bq = 27 → b3 = 27 → b = 3.


Assim, teremos:
a2 = a1 . q
a3 = a2 . q = a1 . q2 Temos:
a4 = a3 . q = a1 . q3
a5 = a4 . q = a1 . q4 + 3 +3q = 13 → 3q2 – 10q + 3 = 0 a
. .

Didatismo e Conhecimento 127


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Sn = a1 + a2 + a3 + ...+an-2 + an-1 + an
q = 3 ou q = ( igualdade I)
Podemos escrever, multiplicando-se, membro a membro, a
Sendo a PG crescente, consideramos apenas q = 3. E, assim, a igualdade ( I ) por q:
nossa PG é dada pelos números: 1, 3 e 9. q . Sn = q . a1 + q . a2 + q . a3 + ...+ q . an-2 +
+ q . an-1 + q . an
Propriedades
P1: Para três termos consecutivos de uma PG, o quadrado do Utilizando a formula do termo geral da PG, ou seja, an = a1 .
termo médio é igual ao produto dos outros dois. qn-1, teremos:
q . Sn = a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an + a1 . qn
Exemplo (igualdade II)
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PG: an-1, an
e an+1. Podemos afirmar que: Subtraindo-se a equação I da equação II, teremos:
q . Sn – Sn = a1 . qn – a1 → sn . (q – 1) =
I – an = an-1 . q e = a1 . (qn – 1)
II – an = an+1
q E assim: Sn= a1 . (qn – 1)
q–1
Fazendo I . II, obteremos:
Se tivéssemos efetuado a subtração das equações em ordem
(an)2 = (an-1 . q). ( an+1 ) a (an )2 = an-1 . an+1 inversa, a fórmula da soma dos termos da PG ficaria:
q
Sn = a1 . (1 – qn)
Logo: (an)2 = an-1 . an+1 1–q
Observação: Se a PG for positive, o termo médio será a media Evidentemente que por qualquer um dos “caminhos” o
geométrica dos outros dois: resultado final é o mesmo. É somente uma questão de forma de
an = √an-1 . an+1 apresentação.
P2: Numa PG, com n termos, o produto de dois termos Observação: Para q = 1, teremos sn = n . a1
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos.
Série Convergente – PG Convergente
Exemplo Dada a sequência ( a1, a2, a3, a4, a5,..., an-2, an-1, an), chamamos
Sejam, numa PG de n termos, ap e ak dois termos equidistantes de serie a sequência S1, S2, S3, S4, S5,..., Sn-2, sn-1, sn,tal que:
dos extremos. S1 = a1
S2 = a1 + a2
Teremos, então: S3 = a1 + a2 + a3
I – ap = a1 . qp-1 S4 = a1 + a2 + a3 + a4
II – ak = a1 . qk-1 S5 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5
.
Multiplicando I por II, ficaremos com: .
ap . ak = a1 . qp-1 . a1 . qk-1 .
ap . ak = a1 . a1 . qp-1+k-1 Sn-2 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2
Sn-1 = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1
Considerando que p + k = n + 1, ficamos com: Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + ...+ an-2 + an-1 + an
ap . ak = a1 . an
Vamos observar como exemplo, numa PG com primeiro
Portanto, numa PG, com n termos, o produto de dois termos termo a1 = 4 e razão q = , à série que ela vai gerar.
equidistantes dos extremos é igual ao produto destes extremos. Os termos que vão determinar a progressão geométrica são:
Observação: Numa PG positiva, com n termos, onde n é (4, 2, 1, , 1, 1, 1, 1, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, , , , ...)
um numero impar, o termo médio (am) é a media geométrica dos
extremos ou de 2 termos equidistantes dos extremos. E, portanto, a série correspondente será:
am = √a1 . an S1 = 4
S2 = 4 + 2 = 6
Soma dos termos de uma PG S3 = 4 + 2 + 1 = 7
Soma dos n Primeiros Termos de uma PG S4 = 4 + 2 + 1 + = = 7, 5
Vamos considerar a PG (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an), com q S5 = 4 + 2 + 1 + + = = 7, 75
diferente de 1 e representar por Sn a soma dos seus n termos, ou S6 = 4 + 2 + 1 + + + = = 7, 875
seja: S7 = 4 + 2 + 1 + + + + = = 7, 9375

Didatismo e Conhecimento 128


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S8 = 4 + 2 + 1 + + + + + = = 7, 96875 Temos: perímetro do 1º triangulo = 30
S9 = 4 + 2 + 1 + + + + + + = = 7, 984375 perímetro do 2º triangulo = 15
S10 = 4 + 2 + 1 + + + + + + + = = 7, 9921875 perímetro do 3º triangulo =

Devemos notar que a cada novo termo calculado, na PG, o seu Logo, devemos calcular a soma dos termos da PG infinita 30,
valor numérico cada vez mais se aproxima de zero. Dizemos que 15, ,... na qual a1 = 30 e q =.
esta é uma progressão geométrica convergente.
Por outro lado, na serie, é cada vez menor a parcela que se S = a1 → s = = 60.
acrescenta. Desta forma, o ultimo termos da serie vai tendendo
a um valor que parece ser o limite para a série em estudo. No
exemplo numérico, estudado anteriormente, nota-se claramente
que este valor limite é o numero 8. Exercícios
Bem, vamos dar a esta discussão um caráter matemático.
É claro que, para a PG ser convergente, é necessário que cada 1. Uma progressão aritmética e uma progressão geométrica
termo seja, um valor absoluto, inferior ao anterior a ele. Assim, têm, ambas, o primeiro termo igual a 4, sendo que os seus tercei-
temos que: ros termos são estritamente positivos e coincidem. Sabe-se ainda
que o segundo termo da progressão aritmética excede o segundo
PG convergente → | q | < 1 termo da progressão geométrica em 2. Então, o terceiro termo das
ou progressões é:
PG convergente → -1 < 1 a) 10
b) 12
Resta estabelecermos o limite da serie, que é o Sn para quando c) 14
n tende ao infinito, ou seja, estabelecermos a soma dos infinitos d) 16
termos da PG convergente. e) 18
Vamos partir da soma dos n primeiros termos da PG:
2. O valor de n que torna a sequência (2 + 3n; –5n; 1 – 4n) uma
Sn = a1 . (1 – qn) progressão aritmética pertence ao intervalo:
1–q a) [– 2, –1]
b) [– 1, 0]
Estando q entre os números -1e 1 e, sendo n um expoente que c) [0, 1]
tende a um valor muito grande, pois estamos somando os infinitos d) [1, 2]
termos desta PG, é fácil deduzir que qn vai apresentando um e) [2, 3]
valor cada vez mais próximo de zero. Para valores extremamente
grandes de n não constitui erro considerar que qn é igual a zero. E, 3. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …) obe-
assim, teremos: decem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a N*, é o
S = a1 termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é igual a:
1–q a) 58
b) 59
Observação: Quando a PG é não singular (sequência com c) 60
termos não nulos) e a razão q é de tal forma que q | ≥ 1, a serie é d) 61
divergente. Séries divergentes não apresentam soma finita. e) 62

Exemplos 4. A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3;


- A medida do lado de um triângulo equilátero é 10. Unindo- 0,9; 0,09; 0,009; …) é:
se os pontos médios de seus lados, obtém-se o segundo triângulo a) 3,1
equilátero. Unindo-se os pontos médios dos lados deste novo b) 3,9
triangulo equilátero, obtém-se um terceiro, e assim por diante, c) 3,99
indefinidamente. Calcule a soma dos perímetros de todos esses d) 3, 999
triângulos. e) 4
Solução:
5. A soma dos vinte primeiros termos de uma progressão arit-
mética é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com o décimo
quinto termo, vale:
a) 3,0
b) 1,0
c) 1,5
d) -1,5
e) -3,0

Didatismo e Conhecimento 129


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6. Os números que expressam os ângulos de um quadrilátero, Para concluir calculamos a3 e g3:
estão em progressão geométrica de razão 2. Um desses ângulos a3 = a1 + 2r → a3 = 4 + 12 = 16
mede: g3 = g1.q2 → g3 = 4.4 = 16
a) 28°
b) 32° 2) Resposta “B”.
c) 36° Solução: Para que a sequência se torne uma PA de razão r é
d) 48° necessário que seus três termos satisfaçam as igualdades (aplica-
e) 50° ção da definição de PA):
(1) -5n = 2 + 3n + r
7. Sabe-se que S = 9 + 99 + 999 + 9999 + ... + 999...9 onde a (2) 1 – 4n = -5n + r
última parcela contém n algarismos. Nestas condições, o valor de
10n+1 - 9(S + n) é: Determinando o valor de r em (1) e substituindo em (2):
a) 1 (1) → r = -5n – 2 – 3n = -8n – 2
b) 10 (2) → 1 – 4n = -5n – 8n – 2 → 1 – 4n = -13n – 2
c) 100 → 13n – 4n = -2 – 1 → 9n = -3 → n = -3/9 = -1/3
d) -1
e) -10 Ou seja, -1 < n < 0 e, portanto, a resposta correta é a b.

8. Se a soma dos três primeiros termos de uma PG decrescente 3) Resposta “B”.


é 39 e o seu produto é 729, então sendo a, b e c os três primeiros Solução: Primeiro, observe que os termos ímpares da sequên-
termos, pede-se calcular o valor de a2 + b2 + c2. cia é uma PA de razão 1 e primeiro termo 10 - (10; 11; 12; 13; …).
Da mesma forma os termos pares é uma PA de razão 1 e primeiro
termo igual a 8 - (8; 9; 10; 11; …).
9. O limite da expressão   onde x é po-
sitivo, quando o número de radicais aumenta indefinidamente é Assim, as duas PA têm como termo geral o seguinte formato:
igual a: (1) ai = a1 + (i - 1).1 = a1 + i – 1
a) 1/x
b) x Para determinar a30 + a55 precisamos estabelecer a regra geral
c) 2x de formação da sequência, que está intrinsecamente relacionada às
d) n.x duas progressões da seguinte forma:
e) 1978x - Se n (índice da sucessão) é impar temos que n = 2i - 1, ou
seja, i = (n + 1)/2;
10. Quantos números inteiros existem, de 1000 a 10000, que - Se n é par temos n = 2i ou i = n/2.
não são divisíveis nem por 5 nem por 7 ?
Daqui e de (1) obtemos que:
Respostas an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar
an = 8 + (n/2) - 1 se n é par
1) Resposta “D”.
Solução: Logo:
Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de razão q. a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e
Temos como condições iniciais: a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37
1 - a1 = g1 = 4
2 - a3 > 0, g3 > 0 e a3 = g3 E, portanto:
3 - a2 = g2 + 2 a30 + a55 = 22 + 37 = 59.
Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos ter-
mos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte sistema de 4) Resposta “E”.
equações: Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1
4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q2 → 4 + 2r = 4q2 a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 10 - 1 =
5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2 0,1. Assim:
S = 3 + S1
Expressando, a partir da equação (5), o valor de r em função Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma
de q e substituindo r em (4) vem: PG infinita para obter S1:
5 - r = 4q + 2 – 4 → r = 4q – 2 S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
4 - 4 + 2(4q – 2) = 4q2 → 4 + 8q – 4 = 4q2 → 4q2 – 8q = 0
→ q(4q – 8) = 0 → q = 0 ou 4q – 8 = 0 → q = 2 5) Resposta “D”.
Solução: Aplicando a fórmula da soma dos 20 primeiros ter-
Como g3 > 0,  q  não pode ser zero e então  q = 2. Para ob-
mos da PA:
ter r basta substituir q na equação (5):
S20 = 20(a1 + a20)/2 = -15
r = 4q – 2 → r = 8 – 2 = 6

Didatismo e Conhecimento 130


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Na PA finita de 20 termos, o sexto e o décimo quinto são equi- Portanto a PG é do tipo: 9/q, 9, 9q
distantes dos extremos, uma vez que: É dado que a soma dos 3 termos vale 39, logo:
15 + 6 = 20 + 1 = 21 9/q + 9 + 9q = 39 de onde vem: 9/q + 9q – 30 = 0
E, portanto:
a6 + a15 = a1 + a20 Multiplicando ambos os membros por q, fica: 9 + 9q2 – 30q = 0
Dividindo por 3 e ordenando, fica: 3q2  – 10q + 3 = 0, que é
Substituindo este valor na primeira igualdade vem: uma equação do segundo grau.
20(a6 + a15)/2 = -15 → 10(a6 + a15) = -15 → a6 + a15 = -15/10 Resolvendo a equação do segundo grau acima encontraremos
= -1,5. q = 3 ou q = 1/3.
Como é dito que a PG é decrescente, devemos considerar ape-
6) Resposta “D”. nas o valor 
Solução: Seja x o menor ângulo interno do quadrilátero em q = 1/3, já que para q = 3, a PG seria crescente.
questão. Como os ângulos estão em Progressão Geométrica de ra-
zão 2, podemos escrever a PG de 4 termos: Portanto, a PG é: 9/q, 9, 9q, ou substituindo o valor de q vem:
(x, 2x, 4x, 8x). 27, 9, 3.
Ora, a soma dos ângulos internos de um quadrilátero vale O problema pede a soma dos quadrados, logo:
360º. a2 + b2 + c2 = 272 + 92 + 32 = 729 + 81 + 9 = 819.

Logo, 9) Resposta “B”.


x + 2x + 4x + 8x = 360º Solução: Observe que a expressão dada pode ser escrita como:
15.x = 360º
x1/2. x1/4 . x1/8 . x1/16 . ... = x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ...
Portanto,  x = 24º. Os ângulos do quadrilátero são, portan-
to: 24º, 48º, 96º e 192º. O expoente é a soma dos termos de uma PG infinita de primei-
ro termo a1 = 1 /2 e razão q = 1 /2.
O problema pede um dos ângulos. Logo, alternativa D.
Logo, a soma valerá:
7) Resposta “B”.
S = a1 / (1 – q) = (1 /2) / 1 – (1 /2) = 1
Solução: Observe que podemos escrever a soma S como:
Então, x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... = x1 = x
S = (10 – 1) + (100 – 1) + (1000 – 1) + (10000 – 1) + ... +
(10n – 1)
10) Resposta “6171”.
S = (10 – 1) + (102 – 1) + (103 – 1) + (104 – 1) + ... + (10n – 1)
Solução: Dados:
Como existem n parcelas, observe que o número (– 1) é soma-
M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000.
do n vezes, resultando em n(-1) = - n. M(7) = 1001, 1008, ..., 9996.
M(35) = 1015, 1050, ... , 9975.
Logo, poderemos escrever: M(1) = 1, 2, ..., 10000.
S = (10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n ) – n
Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r → 10000 = 1000
Vamos calcular a soma Sn = 10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n, que + (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801.
é uma PG de primeiro termo a1 = 10, razão q = 10 e último termo Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 = 1001 +
an = 10n. (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286.
Teremos: Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975 = 1015
Sn = (an.q – a1) / (q –1) = (10n . 10 – 10) / (10 – 1) = (10n+1 – 10) / 9 + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257.
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 = 1000
Substituindo em S, vem: + (n - 1).1 → n = 9001.
S = [(10n+1 – 10) / 9] – n
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns
Deseja-se calcular o valor de 10n+1 - 9(S + n) de 5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de 5
Temos que S + n = [(10n+1 – 10) / 9] – n + n = (10n+1 – 10) / 9 e no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma vez tal
conjunto de múltiplos).
Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica: Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35).
10n+1 – 9(S + n) = 10n+1 – 9(10n+1 – 10) / 9 = 10n+1 – (10n+1 – 10) = 10. Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171

8) Resposta “819”.
Solução: Sendo q a razão da PG, poderemos escrever a sua
forma genérica: (x/q, x, xq).
Como o produto dos 3 termos vale 729, vem:
x/q . x . xq = 729 de onde concluímos que: x3 = 729 = 36 = 33 .
33 = 93 , logo, x = 9.

Didatismo e Conhecimento 131


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Seno, Co-seno e Tangente de um Ângulo Agudo
5.15. TRIGONOMETRIA
5.15.1. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS. A fig. 2 ilustra um triângulo retângulo conhecido como triân-
5.15.2. IDENTIDADES FUNDAMENTAIS. gulo pitagórico, classificação devida ao fato de que, segundo a tra-
5.15.3. ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE ARCOS. dição grega, através dele Pitágoras enunciou seu Teorema.
5.15.4. ARCOS CÔNGRUOS. ARCOS NOTÁ-
VEIS. 5.15.5. EQUAÇÕES TRIGONOMÉ-
TRICAS SIMPLES. 5.15.6. APLICAÇÃO DA
TRIGONOMETRIA AO CÁLCULO DE ELE-
MENTOS DE UM TRIÂNGULO. 5.15.7. LEI
DOS SENOS E DOS COSSENOS.

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Definiremos algumas relações e números obtidos a partir dos De fato, as medidas de seus lados (3, 4 e 5 unidades de com-
lados de triângulos retângulos. Antes, porém, precisamos rever al- primento) satisfazem a sentença 52 = 32 + 42.
gumas de suas propriedades. Apesar de nos apoiarmos particularmente no triângulo pitagó-
A fig. 1 apresenta um triângulo onde um de seus ângulos inter- rico, as relações que iremos definir são válidas para todo e qual-
π quer triângulo retângulo. Apenas queremos, dessa forma, obter
nos é reto (de medida 90º ou rad), o que nos permite classificá-
2 alguns resultados que serão comparados adiante.
-lo como um triângulo retângulo. Definimos seno, co-seno e tangente de um ângulo agudo de
um triângulo retângulo pelas relações apresentadas no quadro a
seguir:

Seno do ângulo = cateto ⋅ oposto ⋅ ao ⋅ ângulo


hipotenusa

Co-seno do ângulo = cateto ⋅ adjacente ⋅ ao ⋅ ângulo


hipotenusa
Lembremo-nos de que, qualquer que seja o triângulo, a soma cateto ⋅ oposto ⋅ ao ⋅ ângulo
dos seus três ângulos internos vale 180º. Logo, a respeito do triân- Tangente do ângulo =
gulo ABC apresentado, dizemos que:
cateto ⋅ adjacente ⋅ ao ⋅ ângulo

α + β + 90 = 180 ⇒ α + β = 90


A partir dessas definições, o cálculo de seno, co-seno e tangen-
Com isso, podemos concluir: te do ângulo α, por exemplo, nos fornecerão os seguintes valores:
- Que os ângulos α e β são complementares, isto é, são ângulos
cujas medidas somam 90º;
- Uma vez que são complementares ambos terão medida in- sen α = 3 = 0,6
ferior a 90º. 5
cos α = 4 = 0,8
Portanto, dizemos que todo triângulo retângulo tem um ângu- 5
lo interno reto e dois agudos, complementares entre si. 3
De acordo com a figura, reconhecemos nos lados b e c os ca- tg α = = 0,75
tetos do triângulo retângulo e em a sua hipotenusa. 4

Lembremo-nos de que a hipotenusa será sempre o lado opos- Ao que acabamos de ver, aliemos um conhecimento adquirido
to ao ângulo reto em, ainda, o lado maior do triângulo. Podemos da Geometria. Ela nos ensina que dois triângulos de lados propor-
relacioná-los através do Teorema de Pitágoras, o qual enuncia que cionais são semelhantes.
o quadrado sobre a hipotenusa de um triângulo retângulo é igual Se multiplicarmos, então, os comprimentos dos lados de nos-
à soma dos quadrados sobre os catetos (sic) ou, em linguajar mo- so triângulo pitagórico semelhante, com os novos lados (6, ,8 e 10)
derno, “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da igualmente satisfazendo o Teorema de Pitágoras.
hipotenusa de um triângulo retângulo”.
Aplicado ao nosso triângulo, e escrito em linguagem matemá- Na fig. 3, apresentamos o resultado dessa operação, em que
tica, o teorema seria expresso como segue: mostramos o triângulo ABC, já conhecido na fig. 1 e A1BC1.
a2 = b2 + c2

Didatismo e Conhecimento 132


PROGRAMA DE MATEMÁTICA

Observemos que os ângulos α e β permanecem sendo os ângu-


los agudos internos do triângulo recém-construído.
Seno, Co-seno, Tangente e Co-tangente de Ângulos Com-
Lançando Mao das medidas dos novos lados A1 B, BC 1eA1C1
plementares
(respectivamente 8, 10 e 6 unidades de comprimento), calculemos,
para o ângulo α, os valores de seno, co-seno e tangente:
Já foi visto que em todo triângulo retângulo os ângulos agudos
8 são complementares.
sen α = = 0,6
10
cos α = 8 = 0,8
10
6
tg α = = 0,75
8
Nosso intuito, na repetição dessas operações, é mostrar que,
não importando se o triângulo PE maior ou menor, as relações defi-
nidas como seno, co-seno e tangente têm, individualmente, valores
constantes, desde que calculados para os mesmo ângulos.
Em outras palavras, seno, co-seno e tangente são funções ape-
nas dos ângulos internos do triângulo, e não de seus lados.
α + β = 90
Outras Razões Trigonométricas – Co-tangente, Secante e
Co-secante Sabemos ainda que:

Além das razões com que trabalhamos até aqui, são definidas
a co-tangente, secante e co-secante de um ângulo agudo de triân- b c
gulo retângulo através de relações entre seus lados, como defini- sen α = sen β =
mos no quadro a seguir:
a a
c b
cos α = cos β =
cot do ângulo = cateto ⋅ adjacente ⋅ ao ⋅ ângulo a a
cateto ⋅ oposto ⋅ ao ⋅ ângulo b c
tg α = tg β =
sec do ângulo = hipotenusa c b
cateto ⋅ adjacente ⋅ ao ⋅ ângulo c b
hipotenusa cotg α = cotg β =
cosec do ângulo = b c
cateto ⋅ oposto ⋅ ao ⋅ ângulo

Por exemplo, para um triângulo retângulo de lados 3, 4 e 5 Verifica-se facilmente que:


unidades de comprimento, como exibido na fig. 6, teríamos, para
o ângulo α, sen α = cos β; cos α = sen β;
tg α = cotg β; cotg α = tg β.
cotg α = 4 Exemplo
3
sec α = 5 Um triângulo retângulo tem catetos cujas medidas são 5 cm
4
cosec α = 5
e 12 cm. Determine o valor de seno, co-seno e tangente dos seus
ângulos agudos.
3

Didatismo e Conhecimento 133


PROGRAMA DE MATEMÁTICA

Resolução
Primeiramente, vamos calcular os comprimentos da diagonal
do quadrado (identificado na figura 4 por d) e a altura h, do triân-
Para respondermos ao que se pede, necessitaremos do com-
gulo equilátero (figura 5).
primento da hipotenusa do triângulo. Aplicando o Teorema de Pi-
Uma vez que as regiões sombreadas nas figuras são triângulos
tágoras, temos que:
retângulos, podemos aplicar o teorema de Pitágoras para cada um
deles.
a2 = b2 + c2 → a2 = 52 + 122 = 169
Para o meio-quadrado, temos que:
Logo, a = 13 cm. Assim, obtemos para seno, co-seno e tangen-
te dos ângulos da Figura, os seguintes valores:
D2 =a2 + a2 → d2 = 2 . a2

5 12 5 ∴d = a 2
senα = ¥ conα = ¥ tgα =
13 13 12
12 5 12 Quanto ao triângulo equilátero, podemos escrever o seguinte:
senβ = ¥ conβ = ¥ tgβ =
13 13 5 ⎛ 1⎞
2
l2
l 2 = ⎜ ⎟ + h2 ⇒ h2 = l 2 − ⇒ h2 =
3l 2
⇒∴ h =
l 3
⎝ 2⎠ 4 4 2
Ângulos Notáveis Sabemos, agora, que o triângulo hachurado no interior do
Seno, Co-seno e Tangente dos Ângulos Notáveis quadrado tem catetos de medida a e hipotenusa a 2 . Para o ou-
1 l 3
Uma vez definidos os conceitos de seno, co-seno e tangente tro triângulo sombreado, teremos catetos e medidas e , en-
2 2
de ângulos agudos internos a um triângulo retângulo, passaremos
a determinar seus valores para ângulos de grande utilização em quanto sua hipotenusa tem comprimento l.
diversas atividades profissionais e encontrados facilmente em si- Passemos, agora, ao cálculo de seno, co-seno e tangente dos
tuações cotidianas. ângulos de 30om 45o e 60o.
Por exemplo, na Mecânica, demonstra-se que o ângulo de lan-
çamento, tomado com relação à horizontal, para o qual se obtém Seno, Co-seno e Tangente de 30o e 60o.
o máximo alcance com uma mesma velocidade de tiro, é de 45o;
uma colméia é constituída, interiormente, de hexágonos regulares, Tomando por base o triângulo equilátero da figura 5, e conhe-
que por sua vez, são divisíveis, cada um, em seis triângulos equilá- cendo as medidas de seus lados, temos:
teros, cujos ângulos internos medem 60o; facilmente encontram-se
coberturas de casas, de regiões tropicais, onde não há neve, com l
ângulo de inclinação definido nos 30o, etc.
2 1 1 1
sen 30 = = . =
o
Vamos selecionar, portanto, figuras planas em que possamos
l 2 l 2
delimitar ângulo com as medidas citadas (30o, 45o e 60o). Para isso,
passaremos a trabalhar com o quadrado e o triângulo equilátero. l 3
cos 30 = = 2 = 3
oh
Observemos, na figura 4 e na figura 5, que a diagonal de um l l 2
quadrado divide ângulos internos opostos, que são retos, em duas
partes de 45 + o+, e que o segmento que define a bissetriz (e altura) l l
de um ângulo interno do triângulo equilátero permite-nos reconhe- tg 30o= 2 l 2 1 3 3
cer, em qualquer das metades em que este é dividido, ângulos de = 2 = . . =
h l 3 2 l 3= 3 3 3
medidas 30o e 60o.
2

Didatismo e Conhecimento 134


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
2 2x 2 + 4
l 3 Por exemplo, a igualdade x + = é uma identidade
x 2x
sen 60 = = 2 = 3
o h
em x, pois é verdadeira para todo x real, desde q x≠0 (divisão por
l 1 2
zero é indeterminado ou inexistente).
l
cos 60 = = l .1 = 1
2o

l 2 l 2
l 3
tg 60o= h 3 2
= 2 = . = 3
l l 2 1
2 2

Seno, Co-seno e Tangente de 45o


Vamos verificar agora como se relacionam as razões trigono-
métricas que já estudamos. Para isso, faremos uso do triângulo
A partir do quadrado representado na figura 4, de lado a e ABC apresentado na figura A, retângulo em A.
diagonal a 2 , podemos calcular: Aplicando as medidas de seus lados no teorema de Pitágoras,
obtemos a seguinte igualdade:
a a 1 2 2
sen 45o= = = . = b2 + c2 = a2
d a 2 2 2 2
a a 1 2 2 Dividindo os seus membros por a2, não alteraremos a igualda-
cos 45o= = = . = de. Assim, teremos:
d a 2 2 2 2
2 2
a b2 c2 a2 ⎛ b⎞ ⎛ c⎞
tg 45 o = = 1 + = ⇒⎜ ⎟ +⎜ ⎟ =1
a a2 a2 a2 ⎝ a⎠ ⎝ a⎠
Os resultados que obtivemos nos permitem definir, a seguir,
Observemos que as frações entre parênteses podem definir,
uma tabela de valores de seno, co-seno e tangente dos ângulos
com relação ao nosso triângulo, que:
notáveis, que nos será extremamente útil.
sen2α + cos2α = 1 e cos2β + sen2 β = 1
30o 45o 60o
sen Podemos afirma, portanto, que a soma dos quadrados de seno
1 2 3 e co-seno de um ângulo x é igual à unidade, ou seja:
2 2 2
Sen2x + cos2x = 1
cos
3 2 1
Expliquemos o significado da partícula co, que inicia o nome
2 2 2 das relações co-seno, cotangente e co-secante. Ela foi introduzida
por Edmund Gunter, em 1620, querendo indicar a razão trigono-
tg métrica do complemento. Por exemplo, co-seno de 22o tem valor
3 1
3
idêntico ao seno de 68o (complementar de 22o)
3 Assim, as relações co-seno, co-tangente e co-secante de um
ângulo indicam, respectivamente, seno, tangente e secante do
Identidades Trigonométricas complemento desse ângulo.
É comum a necessidade de obtermos uma razão trigonométri- Assim, indicando seno, tangente e secante simplesmente pelo
ca, para um ângulo, a partir de outra razão cujo valor seja conheci- nome de razão, podemos dizer que:
do, ou mesmo simplificar expressões extensas envolvendo várias
relações trigonométricas para um mesmo ângulo. co-razão x = razão (90o –x)
Nesses casos, as identidades trigonométricas que iremos de-
duzir neste tópico são ferramentas de grande aplicabilidade. Facilmente podemos concluir, com base no triângulo apresen-
Antes de demonstrá-las, é necessário que definamos o que tado na figura A, que:
vem a ser uma identidade.
Identidade em uma ou mais variáveis é toda igualdade ver- sen α=cos β sen β=cos α
dadeira para quaisquer valores a elas atribuídos, desde que verifi- tg α=cotg β tg β=cotg α
quem as condições de existência de expressão. sec α=cossec β sec β=cossec α

Didatismo e Conhecimento 135


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Façamos outro desenvolvimento. Tomemos um dos ângulos
agudos do triângulo ABC, da figura A. Por exemplo, α. Dividindo-
-se sen α por cos α, obtemos:
b
sen α a b a b
= = . = = tg α
cos β c a c c
a
De forma análoga, o leitor obterá o mesmo resultado se tomar
o ângulo β. Dizemos, portanto, que, para um ângulo x, tal que cós
x ≠ 0, 3. As raízes da equação x² - 14x + 48 = 0 expressam em cen-
tímetros as medidas dos catetos de um triângulo retângulo. De-
sen x
tg x = termine a medida da hipotenusa e o perímetro desse triângulo.
cos x
4. Seja o triângulo ABC, mostrado na figura, onde a = 20,
Podemos observar, também, que a razão b , que representa tg
c b = 10 2 e B = 30. Calcular o raio do círculo circunscrito e o
α, se invertida (passando a c ), vem a constituir cotg α. Em virtude ângulo C.
b
disso, e aproveitando a identidade enunciada anteriormente, pode-
mos dizer que, para todo ângulo x de seno não-nulo:
1 cos x
cotg x = =
tg x sen x

Tais inversões ocorrem também e se tratando das relações


seno, co-seno, secante e co-secante. Vejamos que: 5. Os lados adjacentes de um paralelogramo medem
1388m e 2526m e o ângulo formado entre estes lados mede
⎧ a ⎧ c 54,42º. Determinar o comprimento da maior diagonal desse
⎪⎪ sen α = b E ⎪⎪cos α = a quadrilátero.
⎨ ⎨
⎪cos ec α = a ⎪sec α = a
⎪⎩ b ⎪⎩ c

Teríamos encontrado inversões semelhantes se utilizássemos


o ângulo β.
Dizemos, assim, que, para um dado ângulo x,

sec x = 1 6. Os lados de um triângulo são 3, 4 e 6. O cosseno do


cox x maior ângulo interno desse triângulo vale:
a) 11 / 24
cosec x = 1 b) - 11 / 24
sen x c) 3 / 8
d) - 3 / 8
Desde que seja respeitada a condição de os denominadores e) - 3 / 10
dos segundos membros dessas identidades não serem nulos.
7. Se x e y são dois arcos complementares, então podemos
Exercícios afirmar que A = (cosx - cosy)2 + (senx + seny)2 é igual a:
a) 0
1. Sabe-se que, em qualquer triângulo retângulo, a medida b) ½
da mediana relativa à hipotenusa é igual à metade da medida c) 3/2
da hipotenusa. Se um triângulo retângulo tem catetos medindo d) 1
5cm e 2cm, calcule a representação decimal da medida da me- e) 2
diana relativa a hipotenusa nesse triângulo.
8. Calcule sen 2x sabendo-se que tg x + cotg x = 3.
2. Um quadrado e um triângulo equilátero têm o mesmo
perímetro. Sendo h a medida da altura do triângulo e d a medida da 9. Qual o domínio e o conjunto imagem da função y = arc-
diagonal do quadrado. Determine o valor da razão h/d. sen 4x?

Didatismo e Conhecimento 136


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
10. Calcule o triplo do quadrado do coseno de um arco h 2 = 62 + 82
cujo quadrado da tangente vale 2.
h 2 = 36 + 64
Respostas h 2 = 100
1) Solução: h = 100
h2 = 52 + 22 h = 10cm
h 2 = 25 + 4 P = 6 + 8 + 10 = 24cm
h 2 = 29
h = 29 4) Solução:
Pela Lei dos senos, b = 2R . sen(B), logo 10 2 = 2R . sen(30)
29 5, 38
mediana = = = 2,69 e desse modo R = 10 2 .
2 2
Como a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a
180º, calcularemos o ângulo A.
2) Solução: Pela Lei dos Senos, b . sem (A) = a . sen(B), de onde segue que
4L 2 = 3L1 10 2 . sem(A) = 20 . sen(30), assim, sem (A) = 2
3 2
L2 = L 1
4 Como A é um dos ângulos do triângulo então A = 45º ou A = 135º.
d 2 = L2 2 +L2 2 Como B = 30°, da relação A + B + C = 180º, segue que A + C
= 150° e temos duas possibilidades:
d 2 = 2L2 2
1. A = 45º e C = 105º
d = L2 2 2. A = 135º e C = 15º.
3
d = L1 2
4 5) Solução:
⎛L ⎞
2 No triângulo ABC, A + C = 54,42º, então: B = 180º - 54,42º
L1 2 = ⎜ 1 ⎟ + h 2 = 125,58º
⎝ 2⎠
A lei dos cossenos:
L1 2 b² = a² + c² - 2ac cos(B)
h 2 = L1 2 −
4
4L1 2 −L1 2 garante que:
h =
2

4 b² = (1388)² + (2526)² - 2(1388)(2526) cos(125,58º)


3L1 2
h =
2

4 Assim, b = 3519,5433 e então garantimos que a maior dia-


3L1 2 gonal do paralelogramo mede aproximadamente 3519,54 metros.
h=
4
6) Resposta “B”.
L1 3 Solução: Sabemos que num triângulo, ao maior lado opõe-se o
h=
2 maior ângulo. Logo, o maior ângulo será aquele oposto ao lado de
L1 3 medida 6. Teremos então, aplicando a lei dos cossenos:
h L 3 4 4 3 2 4 6 6
= 2 = 1 × = × = = 62 = 32 + 42 - 2 . 3 . 4 . cos b \ 36 - 9 - 16 = - 24 . cos b \ cos b =
d 3L1 2 2 3L1 2 6 2 2 12 3 - 11 / 24 e, portanto, a alternativa correta é a letra B.
4
Lembrete: TC - Teorema dos cossenos: Em todo triângulo, o
3) Solução: quadrado de um lado é igual à soma dos quadrados dos outros dois,
x2 − 14x + 48 = 0 menos o dobro do produto desses lados pelo cosseno do angulo
que eles formam.
14 ± (−14)2 − 4.148
x=
2.1 7) Resposta “E”.
14 ± 196 − 192 Solução: Desenvolvendo os quadrados, vem:
x= A = cos2 x - 2 . cosx . cosy + cos2 y + sen2 x + 2 . senx . seny
2
+ sen2 y
14 + 2
x=
2 Organizando convenientemente a expressão, vem:
14 + 2 A = (cos2 x + sen2 x) + (sen2 y + cos2 y) - 2 . cosx . cosy + 2 .
x1 = =8
2 senx . seny
14 − 2 A = 1 + 1 - 2 . cosx . cosy + 2 . senx . seny
x2 = =6 A = 2 - 2 . cosx . cosy + 2 . senx . seny
2

Didatismo e Conhecimento 137


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Como os arcos são complementares, isto significa que x + y = A medida do segmento OB coincide com a ordenada y’ do
90º \ y = 90º - x.  ponto M e é definida como o seno do arco AM que corresponde ao
Substituindo, vem: ângulo a, denotado por sen(AM) ou sen(a).
A = 2 - 2 . cosx . cos(90º - x) + 2 . senx . sen(90º - x)
Mas, cos(90º - x) = senx e sen(90º - x) = cosx, pois sabemos
que o seno de um arco é igual ao cosseno do seu complemento e o
cosseno de um arco é igual ao seno do seu complemento.
Logo, substituindo, fica:
A = 2 - 2 . cosx . senx + 2 . senx . cosx
A = 2 + (2senxcosx - 2senxcosx) = 2 + 0 = 2 , e portanto a
alternativa correta é a letra E.
Como temos várias determinações para o mesmo ângulo, es-
8) Solução: creveremos sen(AM)=sen(a)=sen(a+2k )=y’
Escrevendo a tgx e cotgx em função de senx e cosx , vem:
senx cos x sen 2 x + cos 2 x 1 Para simplificar os enunciados e definições seguintes, escre-
+ = 3∴ = 3∴ =3
cos x senx senx cos x senxconx veremos sen(x) para denotar o seno do arco de medida x radianos.

Daí, vem: 1 = 3 . senx . cosx \ senx . cosx = 1 / 3. Ora, sabe- Cosseno: O cosseno do arco AM correspondente ao ângulo a,
mos que sen 2x = 2 . senx . cosx e portanto senx . cosx = (sen 2x) denotado por cos(AM) ou cos(a), é a medida do segmento 0C, que
/ 2 , que substituindo vem: coincide com a abscissa x’ do ponto M.
(sen 2x) / 2 = 1 / 3 e, portanto, sen 2x = 2 / 3.

9. Solução:
Podemos escrever: 4x = seny. Daí, vem:
Para x: -1 £ 4x £ 1 Þ -1/4 £ x £ 1/4. Portanto, Domínio = D =
[-1/4, 1/4].
Para y: Da definição vista acima, deveremos ter
-p /2 £ y £ p /2.
Resposta:  D = [-1/4, 1/4] e Im = [-p /2, p /2].
Como antes, existem várias determinações para este ângulo,
10) Solução: razão pela qual, escrevemos cos(AM) = cos(a) = cos(a+2k ) = x’
Seja x o arco. Teremos:
tg2x = 2 Tangente
Desejamos calcular 3.cos2x, ou seja, o triplo do quadrado do Seja a reta t tangente à circunferência trigonométrica no ponto
coseno do arco. A=(1,0). Tal reta é perpendicular ao eixo OX. A reta que passa pelo
Sabemos da Trigonometria que: 1 + tg2x = sec2x
ponto M e pelo centro da circunferência intersecta a reta tangente
t no ponto T=(1,t’). A ordenada deste ponto T, é definida como a
Portanto, substituindo, vem: 1 + 2 = sec2x = 3
tangente do arco AM correspondente ao ângulo a.
Como sabemos que:
secx = 1/cosx , quadrando ambos os membros vem:
sec2x = 1/ cos2x \ cos2x = 1/sec2x = 1/3 \ 3cos2x = 3(1/3) = 1

Portanto, o triplo do quadrado do coseno do arco cuja tangente


vale 2, é igual à unidade.
Resposta: 1
Dada uma circunferência trigonométrica contendo o ponto
A=(1,0) e um número real x, existe sempre um arco orientado AM
sobre esta circunferência, cuja medida algébrica corresponde a x Assim a tangente do ângulo a é dada pelas suas várias deter-
radianos. minações: tan(AM) = tan(a) = tan(a+k ) = µ(AT) = t’
Seno: No plano cartesiano, consideremos uma circunferência Podemos escrever M=(cos(a),sen(a)) e T=(1,tan(a)), para cada
trigonométrica, de centro em (0,0) e raio unitário. Seja M=(x’,y’) ângulo a do primeiro quadrante. O seno, o cosseno e a tangente de
um ponto desta circunferência, localizado no primeiro quadrante, ângulos do primeiro quadrante são todos positivos.
este ponto determina um arco AM que corresponde ao ângulo cen- Um caso particular importante é quando o ponto M está sobre
tral a. A projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo OX determina o eixo horizontal OX. Neste caso: cos(0)=1, sen(0)=0 e tan(0)=0
um ponto C=(x’,0) e a projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo Ampliaremos estas noções para ângulos nos outros quadrantes
OY determina outro ponto B=(0,y’).

Didatismo e Conhecimento 138


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Ângulos no segundo quadrante Quando o ângulo mede 3 /2, a tangente não está definida
pois a reta OP não intercepta a reta t, estas são paralelas. Quando
Se na circunferência trigonométrica, tomamos o ponto M no a=3 /2, temos: cos(3 /2)=0,   sin(3 /2)=-1
segundo quadrante, então o ângulo a entre o eixo OX e o seg-
mento OM pertence ao intervalo /2<a< . Do mesmo modo que Simetria em relação ao eixo OX
no primeiro quadrante, o cosseno está relacionado com a abscissa
do ponto M e o seno com a ordenada deste ponto. Como o ponto Em uma circunferência trigonométrica, se M é um ponto no
M=(x,y) possui abscissa negativa e ordenada positiva, o sinal do primeiro quadrante e M’ o simétrico de M em relação ao eixo OX,
seno do ângulo a no segundo quadrante é positivo, o cosseno do estes pontos M e M’ possuem a mesma abscissa e as ordenadas
ângulo a é negativo e a tangente do ângulo a é negativa. possuem sinais opostos.

Outro caso particular importante é quando o ponto M está so-


bre o eixo vertical OY e neste caso: cos( /2)=0    e    sen( /2)=1
A tangente não está definida, pois a reta OM não intercepta a Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo corres-
reta t, pois elas são paralelas. pondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao arco AM’,
obtemos:
Ângulos no terceiro quadrante sen(a) = -sen(b)
cos(a) = cos(b)
O ponto M=(x,y) está localizado no terceiro quadrante, o que tan(a) = -tan(b)
significa que o ângulo pertence ao intervalo: <a<3 /2. Este
ponto M=(x,y) é simétrico ao ponto M’=(-x,-y) do primeiro qua- Simetria em relação ao eixo OY
drante, em relação à origem do sistema, indicando que tanto a sua
abscissa como a sua ordenada são negativos. O seno e o cosseno Seja M um ponto da circunferência trigonométrica localizado
de um ângulo no terceiro quadrante são negativos e a tangente é no primeiro quadrante, e seja M’ simétrico a M em relação ao eixo
positiva. OY, estes pontos M e M’ possuem a mesma ordenada e as abscissa
são simétricas.

Em particular, se a= radianos, temos que cos( )=-1,    sen( Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo corres-
)=0    e    tan( )=0 pondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao arco AM’.
Desse modo:
Ângulos no quarto quadrante sen(a) = sen(b)
cos(a) = -cos(b)
O ponto M está no quarto quadrante, 3 /2<a< 2 . O seno tan(a) = -tan(b)
de ângulos no quarto quadrante é negativo, o cosseno é positivo e
a tangente é negativa. Simetria em relação à origem

Seja M um ponto da circunferência trigonométrica localiza-


do no primeiro quadrante, e seja M’ simétrico de M em relação a
origem, estes pontos M e M’ possuem ordenadas e abscissas si-
métricas.

Didatismo e Conhecimento 139


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Se M é um ponto da circunferência trigonométrica, cujas
coordenadas são indicadas por (cos(a),sen(a)) e a distância deste
ponto até a origem (0,0) é igual a 1. Utilizando a fórmula da dis-
tância, aplicada a estes pontos, d(M,0)=[(cos(a)-0)²+(sen(a)-0)²]1/2,
de onde segue que 1=cos²(a)+sin²(a).

Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo corres-


pondente ao arco AM e b o ângulo correspondente ao arco AM’.
Desse modo:
sen(a) = -sen(b)
cos(a) = -cos(b)
tan(a) = tan(b)

Senos e cossenos de alguns ângulos notáveis Segunda relação fundamental

Uma maneira de obter o valor do seno e cosseno de alguns Outra relação fundamental na trigonometria, muitas vezes to-
ângulos que aparecem com muita frequência em exercícios e apli- mada como a definição da função tangente, é dada por:
cações, sem necessidade de memorização, é através de simples
observação no círculo trigonométrico. sen(a)
tan(a) =
cos(a)

Deve ficar claro, que este quociente somente fará sentido


quando o denominador não se anular.
Se a=0, a= ou a=2 , temos que sen(a)=0, implicando que
tan(a)=0, mas se a= /2 ou a=3 /2, segue que cos(a)=0 e a divi-
são acima não tem sentido, assim a relação tan(a)=sen(a)/cos(a)
não é verdadeira para estes últimos valores de a.
Para a 0, a ,a 2 ,a /2 e a 3 /2, considere
novamente a circunferência trigonométrica na figura seguinte.
Primeira relação fundamental

Uma identidade fundamental na trigonometria, que realiza um


papel muito importante em todas as áreas da Matemática e também
das aplicações é: sin²(a) + cos²(a) = 1 que é verdadeira para todo
ângulo a.
Necessitaremos do conceito de distância entre dois pontos no
plano cartesiano, que nada mais é do que a relação de Pitágoras.
Sejam dois pontos, A=(x’,y’) e B=(x”,y”).

Os triângulos OMN e OTA são semelhantes, logo:


AT OA
=
MN ON

Como AT=|tan(a)|, MN=|sen(a)|, OA=1 e ON=|cos(a)|, para


todo ângulo a, 0<a<2 com a /2 e a 3 /2 temos
sen(a)
tan(a) =
cos(a)

Definimos a distância entre A e B, denotando-a por d(A,B), Forma polar dos números complexos
como:
Um número complexo não nulo z=x+yi, pode ser representa-
do pela sua forma polar:

Didatismo e Conhecimento 140


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
z = r [cos(c) + i sen(c)] Seno, cosseno e tangente da soma e da diferença

onde r=|z|=R[x²+y²], i²=-1 e c é o argumento (ângulo formado Na circunferência trigonométrica, sejam os ângulos a e b com
entre o segmento Oz e o eixo OX) do número complexo z. 0£a£2 e 0£b£2 , a>b, então;

sen(a+b) = sen(a)cos(b) + cos(a)sen(b)


cos(a+b) = cos(a)cos(b) - sen(a)sen(b)

Dividindo a expressão de cima pela de baixo, obtemos:

sen(a)cos(b) + cos(a)sen(b)
tan(a + b) =
A multiplicação de dois números complexos na forma polar: cos(a)cos(b) − sen(a)sen(b)
A = |A| [cos(a)+isen(a)]
B = |B| [cos(b)+isen(b)] Dividindo todos os quatro termos da fração por cos(a)cos(b),
segue a fórmula:
é dada pela Fórmula de De Moivre:
AB = |A||B| [cos(a+b)+isen(a+b)]
Isto é, para multiplicar dois números complexos em suas for- tan(a) + tan(b)
mas trigonométricas, devemos multiplicar os seus módulos e so- tan(a + b) =
1− tan(a)tan(b)
mar os seus argumentos.
Se os números complexos A e B são unitários então |A|=1 e
|B|=1, e nesse caso Como
A = cos(a) + i sen(a)
B = cos(b) + i sen(b) sen(a-b) = sen(a)cos(b) - cos(a)sen(b)
cos(a-b) = cos(a)cos(b) + sen(a)sen(b)
Multiplicando A e B, obtemos podemos dividir a expressão de cima pela de baixo, para ob-
AB = cos(a+b) + i sen(a+b) ter:
Existe uma importantíssima relação matemática, atribuída a
Euler (lê-se “óiler”), garantindo que para todo número complexo z tan(a) − tan(b)
tan(a − b) =
e também para todo número real z: 1+ tan(a)tan(b)
eiz = cos(z) + i sen(z)
Tal relação, normalmente é demonstrada em um curso de Cál-
culo Diferencial, e, ela permite uma outra forma para representar
números complexos unitários A e B, como:
5.16. ESTATÍSTICA 5.16.1. DADOS,
TABELAS, REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS.
A = eia = cos(a) + i sen(a)
5.16.2. POLÍGONOS DE FREQUÊNCIA.
B = eib = cos(b) + i sen(b) 5.16.3. MÉDIA E PROPRIEDADES.
onde a é o argumento de A e b é o argumento de B. Assim, 5.16.4. MEDIANA E MODA.
ei(a+b) = cos(a+b)+isen(a+b)

Por outro lado ei(a+b) = eia . eib = [cos(a)+isen(a)] [cos(b)+isen(b)]


e desse modo ei(a+b) = cos(a)cos(b) - sen(a)sen(b) + i [cos(a) Conceitos Básicos
sen(b) + cos(b)sen(a)]
A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em alguns
Para que dois números complexos sejam iguais, suas partes casos, indispensável para tomadas de decisão em diversos campos:
reais e imaginárias devem ser iguais, logo científico, econômico, social, político…
cos(a+b) = cos(a)cos(b) - sen(a)sen(b) Todavia, antes de chegarmos à parte de interpretação para to-
sen(a+b) = cos(a)sen(b) + cos(b)sen(a) madas de decisão, há que proceder a um indispensável trabalho
de recolha e organização de dados, sendo a recolha feita através
Para a diferença de arcos, substituímos b por -b nas fórmulas de recenseamentos (ou censos ou levantamentos estatísticos) ou
da soma sondagens.
cos(a+(-b)) = cos(a)cos(-b) - sen(a)sen(-b) Existem indícios que há 300 mil anos a.C. já se faziam censos
sen(a+(-b)) = cos(a)sen(-b) + cos(-b)sen(a) na China, Babilônia e no Egito. Censos estes que se destinavam à
taxação de impostos.
Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem
para obter
a partir de dados. No nosso quotidiano, precisamos tomar deci-
cos(a-b) = cos(a)cos(b) + sen(a)sen(b)
sões, muitas vezes decisões rápidas.
sen(a-b) = cos(b)sen(a) - cos(a)sen(b)

Didatismo e Conhecimento 141


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
- Amostragem: Amostragem aleatória simples (com reposi-
ção, sem reposição) - Amostragem estratificada - Amostragem por
conglomerados - Amostragem sistemática - estimador razão - es-
timador regressão.
- Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto - De
Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial - Binomial
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que auxiliam
negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Snedecor.
o processo de tomada de decisão através da análise dos dados que - Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de correla-
possuímos. ção de Pearson - Coeficiente de correlação de postos de Spearman
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, tem - Coeficiente de correlação tau de Kendall).
significância estatística, se for improvável que tenha ocorrido por Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear - Regres-
acaso (que em estatística e probabilidade é tratado pelo conceito de são logística - Método dos mínimos quadrados - Modelos Lineares
chance), caso uma determinada hipótese nula seja verdadeira, mas Generalizados - Modelos para Dados Longitudinais.
não sendo improvável caso a hipótese base seja falsa. A expressão - Análise Multivariada: Distribuição normal multivariada -
teste de significância foi cunhada por Ronald Fisher. Componentes principais - Análise fatorial - Análise discriminan-
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base em fre- te - Análise de “Cluster” (Análise de agrupamento) - Análise de
quência estatística, a significância de um teste é a probabilidade Correspondência.
máxima de rejeitar acidentalmente uma hipótese nula verdadeira - Séries Temporais: Modelos para séries temporais - Tendên-
(uma decisão conhecida como erro de tipo I). O nível de signi- cia e sazonalidade - Modelos de suavização exponencial - ARIMA
ficância de um resultado é também chamado de α e não deve ser - Modelos sazonais.
confundido com o valor p (p-value).
Panorama Geral:
Por exemplo, podemos escolher um nível de significância de,
digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um parâmetro (por Variáveis: São características que são medidas, controladas
exemplo a média) de modo que a probabilidade de ela exceder ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos,
esse valor, dada a verdade da hipótese nulo, ser 5%. Se o valor principalmente no papel que a elas é dado em uma pesquisa e na
estatístico calculado (ou seja, o nível de 5% de significância ante- forma como podem ser medidas.
riormente escolhido) exceder o valor crítico, então é significante
“ao nível de 5%”. Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experimental”: A
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) é me- maioria das pesquisas empíricas pertencem claramente a uma des-
nor, o valor é menos provavelmente um extremo em relação ao va- sas duas categorias gerais: em uma pesquisa correlacional (Levan-
lor crítico. Deste modo, um resultado que é “significante ao nível tamento) o pesquisador não influencia (ou tenta não influenciar)
de 1%” é mais significante do que um resultado que é significante nenhuma variável, mas apenas as mede e procura por relações
“ao nível de 5%”. No entanto, um teste ao nível de 1% é mais sus- (correlações) entre elas, como pressão sangüínea e nível de coles-
ceptível de padecer do erro de tipo II do que um teste de 5% e por terol. Em uma pesquisa experimental (Experimento) o pesquisador
isso terá menos poder estatístico. manipula algumas variáveis e então mede os efeitos desta manipu-
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá tentar ma- lação em outras variáveis; por exemplo, aumentar artificialmente
ximizar o poder de uma dada significância, mas ultimamente tem a pressão sangüínea e registrar o nível de colesterol. A análise dos
de reconhecer que o melhor resultado que se pode obter é um com- dados em uma pesquisa experimental também calcula “correla-
ções” entre variáveis, especificamente entre aquelas manipuladas
promisso entre significância e poder, em outras palavras, entre os
e as que foram afetadas pela manipulação. Entretanto, os dados ex-
erros de tipo I e tipo II. perimentais podem demonstrar conclusivamente relações causais
É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são filoso- (causa e efeito) entre variáveis. Por exemplo, se o pesquisador des-
ficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman-Pearson. Esta cobrir que sempre que muda a variável A então a variável B tam-
confusão é infelizmente propagada por muitos livros de estatística. bém muda, então ele poderá concluir que A “influencia” B. Dados
de uma pesquisa correlacional podem ser apenas “interpretados”
Divisão da Estatística: em termos causais com base em outras teorias (não estatísticas)
que o pesquisador conheça, mas não podem ser conclusivamente
- Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométrica, Har- provar causalidade.
mônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância - Desvio padrão
- Coeficiente de variação. Variáveis dependentes e variáveis independentes: Variá-
- Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Significância - veis independentes são aquelas que são manipuladas enquanto
Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa - Erro de tipo I - Erro que variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas. Esta
de tipo II - Teste T - Teste Z - Distribuição t de Student - Normali- distinção confunde muitas pessoas que dizem que “todas variáveis
zação - Valor p - Análise de variância. dependem de alguma coisa”. Entretanto, uma vez que se esteja
- Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste Qui- acostumado a esta distinção ela se torna indispensável. Os termos
-quadrado (uma amostra, duas amostras independentes, k amostras variável dependente e independente aplicam-se principalmente à
pesquisa experimental, onde algumas variáveis são manipuladas,
independentes) - Teste Kolmogorov-Smirnov (uma amostra, duas
e, neste sentido, são “independentes” dos padrões de reação ini-
amostras independentes) - Teste de McNemar - Teste dos Sinais -
cial, intenções e características dos sujeitos da pesquisa (unidades
Teste de Wilcoxon - Teste de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste
experimentais).Espera-se que outras variáveis sejam “dependen-
Q de Cochran - Teste de Kruskal-Wallis - Teste de Friedman.
- Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência - Ka- tes” da manipulação ou das condições experimentais. Ou seja, elas
plan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional hazards dependem “do que os sujeitos farão” em resposta. Contrariando
models. um pouco a natureza da distinção, esses termos também são usa-

Didatismo e Conhecimento 142


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
dos em estudos em que não se manipulam variáveis independen- bastante direta, bem como nas pesquisas experimentais. Por exem-
tes, literalmente falando, mas apenas se designam sujeitos a “gru- plo, o experimento já mencionado de comparar WCC em homens e
pos experimentais” baseados em propriedades pré-existentes dos mulheres pode ser descrito como procura de uma correlação entre
próprios sujeitos. Por exemplo, se em uma pesquisa compara-se a 2 variáveis: sexo e WCC. A Estatística nada mais faz do que auxi-
contagem de células brancas (White Cell Count em inglês, WCC) liar na avaliação de relações entre variáveis.
de homens e mulheres, sexo pode ser chamada de variável inde-
pendente e WCC de variável dependente. Aspectos básicos da relação entre variáveis: As duas pro-
priedades formais mais elementares de qualquer relação entre va-
Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em “quão bem” riáveis são a magnitude (“tamanho”) e a confiabilidade da relação.
elas podem ser medidas, isto é, em quanta informação seu nível - Magnitude é muito mais fácil de entender e medir do que
de mensuração pode prover. Há obviamente algum erro em cada a confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em nossa amos-
medida, o que determina o “montante de informação” que se pode tra tem um WCC maior do que o de qualquer mulher da amostra,
obter, mas basicamente o fator que determina a quantidade de in- poderia-se dizer que a magnitude da relação entre as duas variáveis
formação que uma variável pode prover é o seu tipo de nível de (sexo e WCC) é muito alta em nossa amostra. Em outras palavras,
mensuração. Sob este prisma as variáveis são classificadas como poderia-se prever uma baseada na outra (ao menos na amostra em
nominais, ordinais e intervalares. questão).
- Variáveis nominais permitem apenas classificação qualita- - Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, mas
tiva. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em termos de quais extremamente importante. Relaciona-se à “representatividade” do
itens pertencem a diferentes categorias, mas não se pode quantifi- resultado encontrado em uma amostra específica de toda a popu-
car nem mesmo ordenar tais categorias. Por exemplo, pode-se di- lação. Em outras palavras, diz quão provável será encontrar uma
zer que 2 indivíduos são diferentes em termos da variável A (sexo, relação similar se o experimento fosse feito com outras amostras
por exemplo), mas não se pode dizer qual deles “tem mais” da retiradas da mesma população, lembrando que o maior interesse
qualidade representada pela variável. Exemplos típicos de variá- está na população. O interesse na amostra reside na informação
veis nominais são sexo, raça, cidade, etc. que ela pode prover sobre a população. Se o estudo atender certos
- Variáveis ordinais permitem ordenar os itens medidos em critérios específicos (que serão mencionados posteriormente) en-
termos de qual tem menos e qual tem mais da qualidade represen- tão a confiabilidade de uma relação observada entre variáveis na
tada pela variável, mas ainda não permitem que se diga “o quanto amostra pode ser estimada quantitativamente e representada usan-
mais”. Um exemplo típico de uma variável ordinal é o status só- do uma medida padrão (chamada tecnicamente de nível-p ou nível
cio-econômico das famílias residentes em uma localidade: sabe-se de significância estatística).
que média-alta é mais “alta” do que média, mas não se pode dizer,
por exemplo, que é 18% mais alta. A própria distinção entre men- Significância Estatística (nível-p): A significância estatística
suração nominal, ordinal e intervalar representa um bom exemplo de um resultado é uma medida estimada do grau em que este resul-
de uma variável ordinal: pode-se dizer que uma medida nominal tado é “verdadeiro” (no sentido de que seja realmente o que ocorre
provê menos informação do que uma medida ordinal, mas não se na população, ou seja no sentido de “representatividade da popula-
pode dizer “quanto menos” ou como esta diferença se compara à ção”). Mais tecnicamente, o valor do nível-p representa um índice
diferença entre mensuração ordinal e intervalar. decrescente da confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto
- Variáveis intervalares permitem não apenas ordenar em pos- o nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada entre
tos os itens que estão sendo medidos, mas também quantificar e as variáveis na amostra é um indicador confiável da relação entre
comparar o tamanho das diferenças entre eles. Por exemplo, tem- as respectivas variáveis na população. Especificamente, o nível-p
peratura, medida em graus Celsius constitui uma variável interva- representa a probabilidade de erro envolvida em aceitar o resultado
lar. Pode-se dizer que a temperatura de 40C é maior do que 30C e observado como válido, isto é, como “representativo da popula-
que um aumento de 20C para 40C é duas vezes maior do que um ção”. Por exemplo, um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% de
aumento de 30C para 40C. probabilidade de que a relação entre as variáveis, encontrada na
amostra, seja um “acaso feliz”. Em outras palavras, assumindo que
Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis quaisquer não haja relação entre aquelas variáveis na população, e o experi-
estão relacionadas se em uma amostra de observações os valores mento de interesse seja repetido várias vezes, poderia-se esperar
dessas variáveis são distribuídos de forma consistente. Em outras que em aproximadamente 20 realizações do experimento haveria
palavras, as variáveis estão relacionadas se seus valores corres- apenas uma em que a relação entre as variáveis em questão seria
pondem sistematicamente uns aos outros para aquela amostra de igual ou mais forte do que a que foi observada naquela amostra
observações. Por exemplo, sexo e WCC seriam relacionados se a anterior. Em muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costu-
maioria dos homens tivesse alta WCC e a maioria das mulheres meiramente tratado como um “limite aceitável” de erro.
baixa WCC, ou vice-versa; altura é relacionada ao peso porque
tipicamente indivíduos altos são mais pesados do que indivíduos Como determinar que um resultado é “realmente” signifi-
baixos; Q.I. está relacionado ao número de erros em um teste se cante: Não há meio de evitar arbitrariedade na decisão final de qual
pessoas com Q.I.’s mais altos cometem menos erros. nível de significância será tratado como realmente “significante”.
Ou seja, a seleção de um nível de significância acima do qual os
Importância das relações entre variáveis: Geralmente o ob- resultados serão rejeitados como inválidos é arbitrária. Na prática,
jetivo principal de toda pesquisa ou análise científica é encontrar a decisão final depende usualmente de: se o resultado foi previsto a
relações entre variáveis. A filosofia da ciência ensina que não há priori ou apenas a posteriori no curso de muitas análises e compa-
outro meio de representar “significado” exceto em termos de rela- rações efetuadas no conjunto de dados; no total de evidências con-
ções entre quantidades ou qualidades, e ambos os casos envolvem sistentes do conjunto de dados; e nas “tradições” existentes na área
relações entre variáveis. Assim, o avanço da ciência sempre tem particular de pesquisa. Tipicamente, em muitas ciências resultados
que envolver a descoberta de novas relações entre variáveis. Em que atingem nível-p 0,05 são considerados estatisticamente signi-
pesquisas correlacionais a medida destas relações é feita de forma ficantes, mas este nível ainda envolve uma probabilidade de erro

Didatismo e Conhecimento 143


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razoável (5%). Resultados com um nível-p 0,01 são comumente cada par de amostras (supor ainda que o experimento será repetido
considerados estatisticamente significantes, e com nível-p 0,005 várias vezes). Na maioria dos experimento os resultados das dife-
ou nível-p 0,001 são freqüentemente chamados “altamente” signi- renças serão próximos de zero. Contudo, de vez em quando, um
ficantes. Estas classificações, porém, são convenções arbitrárias e par de amostra apresentará uma diferença entre homens e mulhe-
apenas informalmente baseadas em experiência geral de pesquisa. res consideravelmente diferente de zero. Com que freqüência isso
Uma conseqüência óbvia é que um resultado considerado signifi- acontece? Quanto menor a amostra em cada experimento maior a
cante a 0,05, por exemplo, pode não sê-lo a 0,01. probabilidade de obter esses resultados errôneos, que, neste caso,
indicariam a existência de uma relação entre sexo e WCC obtida
Significância estatística e o número de análises realizadas: de uma população em que tal relação não existe. Observe-se mais
Desnecessário dizer quanto mais análises sejam realizadas em um um exemplo (“razão meninos para meninas”, Nisbett et al., 1987):
conjunto de dados, mais os resultados atingirão “por acaso” o nível Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a cada dia
de significância convencionado. Por exemplo, ao calcular corre- e no outro apenas 12. Em média a razão de meninos para meninas
lações entre dez variáveis (45 diferentes coeficientes de correla- nascidos a cada dia em cada hospital é de 50/50. Contudo, certo
ção), seria razoável esperar encontrar por acaso que cerca de dois dia, em um dos hospitais nasceram duas vezes mais meninas do
(um em cada 20) coeficientes de correlação são significantes ao que meninos. Em que hospital isso provavelmente aconteceu? A
nível-p 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam totalmente resposta é óbvia para um estatístico, mas não tão óbvia para os
aleatórios, e aquelas variáveis não se correlacionem na população. leigos: é muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no hos-
Alguns métodos estatísticos que envolvem muitas comparações, pital menor. A razão para isso é que a probabilidade de um desvio
e portanto uma boa chance para tais erros, incluem alguma “cor- aleatório da média da população aumenta com a diminuição do
reção” ou ajuste para o número total de comparações. Entretanto, tamanho da amostra (e diminui com o aumento do tamanho da
muitos métodos estatísticos (especialmente análises exploratórias amostra).
simples de dados) não oferecem nenhum remédio direto para este
problema. Cabe então ao pesquisador avaliar cuidadosamente a Por que pequenas relações podem ser provadas como
confiabilidade de descobertas não esperadas. significantes apenas por grandes amostras: Os exemplos dos
parágrafos anteriores indicam que se um relacionamento entre as
Força X Confiabilidade de uma relação entre variáveis: variáveis em questão (na população) é pequeno, então não há meio
Foi dito anteriormente que força (magnitude) e confiabilidade são de identificar tal relação em um estudo a não ser que a amostra seja
dois aspectos diferentes dos relacionamentos entre variáveis. Con- correspondentemente grande. Mesmo que a amostra seja de fato
tudo, eles não são totalmente independentes. Em geral, em uma “perfeitamente representativa” da população o efeito não será esta-
amostra de um certo tamanho quanto maior a magnitude da relação tisticamente significante se a amostra for pequena. Analogamente,
entre variáveis, mais confiável a relação. se a relação em questão é muito grande na população então poderá
Assumindo que não há relação entre as variáveis na popula- ser constatada como altamente significante mesmo em um estudo
ção, o resultado mais provável deveria ser também não encontrar baseado em uma pequena amostra. Mais um exemplo:
relação entre as mesmas variáveis na amostra da pesquisa. Assim, Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que quan-
quanto mais forte a relação encontrada na amostra menos provável do lançada é ligeiramente mais provável que ocorram caras do que
é a não existência da relação correspondente na população. En- coroas (por exemplo uma proporção 60% para 40%). Então dez
tão a magnitude e a significância de uma relação aparentam estar lançamentos não seriam suficientes para convencer alguém de que
fortemente relacionadas, e seria possível calcular a significância a a moeda é viciada, mesmo que o resultado obtido (6 caras e 4 co-
partir da magnitude e vice-versa. Entretanto, isso é válido apenas roas) seja perfeitamente representativo do viesamento da moeda.
se o tamanho da amostra é mantido constante, porque uma relação Entretanto, dez lançamentos não são suficientes para provar nada?
de certa força poderia ser tanto altamente significante ou não sig- Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os dez lança-
nificante de todo dependendo do tamanho da amostra. mentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se que a moeda
seja tão viciada que não importe como venha a ser lançada o resul-
Por que a significância de uma relação entre variáveis de- tado será cara. Se tal moeda fosse lançada dez vezes, e cada lança-
pende do tamanho da amostra: Se há muito poucas observações mento produzisse caras, muitas pessoas considerariam isso prova
então há também poucas possibilidades de combinação dos valo- suficiente de que há “algo errado” com a moeda. Em outras pala-
res das variáveis, e então a probabilidade de obter por acaso uma vras, seria considerada prova convincente de que a população teó-
combinação desses valores que indique uma forte relação é relati- rica de um número infinito de lançamentos desta moeda teria mais
vamente alta. Considere-se o seguinte exemplo: caras do que coroas. Assim, se a relação é grande, então poderá ser
Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; WCC: considerada significante mesmo em uma pequena amostra.
alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra (2 homens e 2
mulheres). A probabilidade de se encontrar, puramente por aca- Pode uma “relação inexistente” ser um resultado signifi-
so, uma relação de 100% entre as duas variáveis pode ser tão alta cante: Quanto menor a relação entre as variáveis maior o tama-
quanto 1/8. Explicando, há uma chance em oito de que os dois nho de amostra necessário para prová-la significante. Por exem-
homens tenham alta WCC e que as duas mulheres tenham baixa plo, imagine-se quantos lançamentos seriam necessários para
WCC, ou vice-versa, mesmo que tal relação não exista na popula- provar que uma moeda é viciada se seu viesamento for de apenas
ção. Agora considere-se a probabilidade de obter tal resultado por 0,000001 %! Então, o tamanho mínimo de amostra necessário
acaso se a amostra consistisse de 100 sujeitos: a probabilidade de cresce na mesma proporção em que a magnitude do efeito a ser
obter aquele resultado por acaso seria praticamente zero. demonstrado decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se
Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma popu- de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo aproxima-
lação teórica em que a média de WCC em homens e mulheres é -se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não há relação entre
exatamente a mesma. Supondo um experimento em que se reti- duas variáveis o tamanho da amostra precisa quase ser igual ao
ram pares de amostras (homens e mulheres) de um certo tamanho tamanho da população, que teoricamente é considerado infinita-
da população e calcula-se a diferença entre a média de WCC em mente grande. A significância estatística representa a probabilida-

Didatismo e Conhecimento 144


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de de que um resultado similar seja obtido se toda a população Como é calculado o nível de significância estatístico: As-
fosse testada. Assim, qualquer coisa que fosse encontrada após suma-se que já tenha sido calculada uma medida da relação en-
testar toda a população seria, por definição, significante ao mais tre duas variáveis (como explicado acima). A próxima questão é
alto nível possível, e isso também inclui todos os resultados de “quão significante é esta relação”? Por exemplo, 40% da variação
“relação inexistente”. global ser explicada pela relação entre duas variáveis é suficiente
Como medir a magnitude (força) das relações entre variá- para considerar a relação significante? “Depende”. Especificamen-
veis: Há muitas medidas da magnitude do relacionamento entre te, a significância depende principalmente do tamanho da amos-
variáveis que foram desenvolvidas por estatísticos: a escolha de tra. Como já foi explicado, em amostras muito grandes mesmo
uma medida específica em dadas circunstâncias depende do núme- relações muito pequenas entre variáveis serão significantes, en-
ro de variáveis envolvidas, níveis de mensuração usados, natureza quanto que em amostras muito pequenas mesmo relações muito
das relações, etc. Quase todas, porém, seguem um princípio geral: grandes não poderão ser consideradas confiáveis (significantes).
elas procuram avaliar a relação comparando-a de alguma forma Assim, para determinar o nível de significância estatística torna-
com a “máxima relação imaginável” entre aquelas variáveis espe- -se necessária uma função que represente o relacionamento entre
cíficas. Tecnicamente, um modo comum de realizar tais avaliações “magnitude” e “significância” das relações entre duas variáveis,
é observar quão diferenciados são os valores das variáveis, e então dependendo do tamanho da amostra. Tal função diria exatamente
calcular qual parte desta “diferença global disponível” seria detec- “quão provável é obter uma relação de dada magnitude (ou maior)
tada na ocasião se aquela diferença fosse “comum” (fosse apenas de uma amostra de dado tamanho, assumindo que não há tal re-
devida à relação entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis lação entre aquelas variáveis na população”. Em outras palavras,
em questão. Falando menos tecnicamente, compara-se “o que é aquela função forneceria o nível de significância (nível-p), e isso
comum naquelas variáveis” com “o que potencialmente poderia permitiria conhecer a probabilidade de erro envolvida em rejei-
haver em comum se as variáveis fossem perfeitamente relaciona- tar a idéia de que a relação em questão não existe na população.
Esta hipótese “alternativa” (de que não há relação na população) é
das”. Outro exemplo:
usualmente chamada de hipótese nula. Seria ideal se a função de
Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 em
probabilidade fosse linear, e por exemplo, apenas tivesse diferen-
homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer que, em mé-
tes inclinações para diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente,
dia, o desvio de cada valor da média de ambos (101) contém uma a função é mais complexa, e não é sempre exatamente a mesma.
componente devida ao sexo do sujeito, e o tamanho desta com- Entretanto, em muitos casos, sua forma é conhecida e isso pode ser
ponente é 1. Este valor, em certo sentido, representa uma medida usado para determinar os níveis de significância para os resultados
da relação entre sexo e WCC. Contudo, este valor é uma medida obtidos em amostras de certo tamanho. Muitas daquelas funções
muito pobre, porque não diz quão relativamente grande é aquela são relacionadas a um tipo geral de função que é chamada de nor-
componente em relação à “diferença global” dos valores de WCC. mal (ou gaussiana).
Há duas possibilidades extremas: S
- Se todos os valore de WCC de homens são exatamente iguais Por que a distribuição normal é importante: A “distribui-
a 100 e os das mulheres iguais a 102 então todos os desvios da mé- ção normal” é importante porque em muitos casos ela se apro-
dia conjunta na amostra seriam inteiramente causados pelo sexo. xima bem da função introduzida no item anterior. A distribuição
Poderia-se dizer que nesta amostra sexo é perfeitamente correla- de muitas estatísticas de teste é normal ou segue alguma forma
cionado a WCC, ou seja, 100% das diferenças observadas entre os que pode ser derivada da distribuição normal. Neste sentido, fi-
sujeitos relativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo. losoficamente, a distribuição normal representa uma das elemen-
- Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de 0 a tares “verdades acerca da natureza geral da realidade”, verificada
1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de homens empiricamente, e seu status pode ser comparado a uma das leis
e mulheres encontrada no estudo seria uma parte tão pequena na fundamentais das ciências naturais. A forma exata da distribuição
diferença global dos valores que muito provavelmente seria con- normal (a característica “curva do sino”) é definida por uma fun-
siderada desprezível. Por exemplo, um sujeito a mais que fosse ção que tem apenas dois parâmetros: média e desvio padrão.
considerado poderia mudar, ou mesmo reverter, a direção da dife- Uma propriedade característica da distribuição normal é que
rença. Portanto, toda boa medida das relações entre variáveis tem 68% de todas as suas observações caem dentro de um intervalo de
que levar em conta a diferenciação global dos valores individuais 1 desvio padrão da média, um intervalo de 2 desvios padrões inclui
na amostra e avaliar a relação em termos (relativos) de quanto des- 95% dos valores, e 99% das observações caem dentro de um inter-
ta diferenciação se deve à relação em questão. valo de 3 desvios padrões da média. Em outras palavras, em uma
distribuição normal as observações que tem um valor padronizado
“Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como o ob- de menos do que -2 ou mais do que +2 tem uma freqüência rela-
jetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar relações entre tiva de 5% ou menos (valor padronizado significa que um valor é
variáveis, muitos desses testes seguem o princípio exposto no item expresso em termos de sua diferença em relação à média, dividida
anterior. Tecnicamente, eles representam uma razão de alguma pelo desvio padrão).
medida da diferenciação comum nas variáveis em análise (devido
à sua relação) pela diferenciação global daquelas variáveis. Por Ilustração de como a distribuição normal é usada em ra-
exemplo, teria-se uma razão da parte da diferenciação global dos ciocínio estatístico (indução): Retomando o exemplo já discuti-
valores de WCC que podem se dever ao sexo pela diferenciação do, onde pares de amostras de homens e mulheres foram retirados
global dos valores de WCC. Esta razão é usualmente chamada de de uma população em que o valor médio de WCC em homens e
razão da variação explicada pela variação total. Em estatística o mulheres era exatamente o mesmo. Embora o resultado mais pro-
termo variação explicada não implica necessariamente que tal va- vável para tais experimentos (um par de amostras por experimen-
riação é “compreendida conceitualmente”. O termo é usado apenas to) é que a diferença entre a WCC média em homens e mulheres
para denotar a variação comum às variáveis em questão, ou seja, a em cada par seja próxima de zero, de vez em quando um par de
parte da variação de uma variável que é “explicada” pelos valores amostras apresentará uma diferença substancialmente diferente de
específicos da outra variável e vice-versa. zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se o tamanho da amostra

Didatismo e Conhecimento 145


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é grande o bastante, os resultados de tais repetições são “normal-
mente distribuídos”, e assim, conhecendo a forma da curva normal Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata que
pode-se calcular precisamente a probabilidade de obter “por aca- visa fornecer subsídios ao analista para coletar, organizar, resumir,
so” resultados representando vários níveis de desvio da hipotética analisar e apresentar dados. Trata de parâmetros extraídos da popu-
média populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão lação, tais como média ou desvio padrão. A estatística fornece-nos
pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de significân- as técnicas para extrair informação de dados, os quais são muitas
cia estatística, então pode-se concluir que o resultado obtido pro- vezes incompletos, na medida em que nos dão informação útil so-
duz uma melhor aproximação do que está acontecendo na popula- bre o problema em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatística
ção do que a “hipótese nula”. Lembrando ainda que a hipótese nula extrair informação dos dados para obter uma melhor compreensão
foi considerada apenas por “razões técnicas” como uma referência das situações que representam. Quando se aborda uma problemá-
contra a qual o resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado.
tica envolvendo métodos estatísticos, estes devem ser utilizados
mesmo antes de se recolher a amostra, isto é, deve-se planejar a
Todos os testes estatísticos são normalmente distribuídos:
Não todos, mas muitos são ou baseados na distribuição normal di- experiência que nos vai permitir recolher os dados, de modo que,
retamente ou em distribuições a ela relacionadas, e que podem ser posteriormente, se possa extrair o máximo de informação relevan-
derivadas da normal, como as distribuições t, F ou Chi-quadrado te para o problema em estudo, ou seja, para a população de onde os
(Qui-quadrado). Tipicamente, estes testes requerem que as variá- dados provêm. Quando de posse dos dados, procura-se agrupá-los
veis analisadas sejam normalmente distribuídas na população, ou e reduzi-los, sob forma de amostra, deixando de lado a aleatorie-
seja, que elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas va- dade presente. Seguidamente o objetivo do estudo estatístico pode
riáveis observadas realmente são normalmente distribuídas, o que ser o de estimar uma quantidade ou testar uma hipótese, utilizan-
é outra razão por que a distribuição normal representa uma “ca- do-se técnicas estatísticas convenientes, as quais realçam toda a
racterística geral” da realidade empírica. O problema pode surgir potencialidade da Estatística, na medida em que vão permitir tirar
quando se tenta usar um teste baseado na distribuição normal para conclusões acerca de uma população, baseando-se numa pequena
analisar dados de variáveis que não são normalmente distribuídas. amostra, dando-nos ainda uma medida do erro cometido.
Em tais casos há duas opções. Primeiramente, pode-se usar algum Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não precisamos
teste “não paramétrico” alternativo (ou teste “livre de distribui- comer todos os tipos de saladas, de sobremesas e de carnes dispo-
ção”); mas isso é freqüentemente inconveniente porque tais testes níveis, para conseguirmos chegar a conclusão de que a comida é
são tipicamente menos poderosos e menos flexíveis em termos de boa qualidade. Basta que seja provado um tipo de cada opção
dos tipos de conclusões que eles podem proporcionar. Alternati- para concluirmos que estamos sendo bem servidos e que a comida
vamente, em muitos casos ainda se pode usar um teste baseado na
está dentro dos padrões.
distribuição normal se apenas houver certeza de que o tamanho
das amostras é suficientemente grande. Esta última opção é basea-
da em um princípio extremamente importante que é largamente Tipos de gráficos: Os dados podem então ser representados
responsável pela popularidade dos testes baseados na distribuição de várias formas:
normal. Nominalmente, quanto mais o tamanho da amostra au- Diagramas de Barras
mente, mais a forma da distribuição amostral (a distribuição de
uma estatística da amostra) da média aproxima-se da forma da
normal, mesmo que a distribuição da variável em questão não seja
normal. Este princípio é chamado de Teorema Central do Limite.

Como se conhece as consequências de violar a suposição


de normalidade: Embora muitas das declarações feitas anterior-
mente possam ser provadas matematicamente, algumas não têm
provas teóricas e podem demonstradas apenas empiricamente via
experimentos Monte Carlo (simulações usando geração aleatória
de números). Nestes experimentos grandes números de amostras
são geradas por um computador seguindo especificações pré-de-
signadas e os resultados de tais amostras são analisados usando
uma grande variedade de testes. Este é o modo empírico de avaliar
o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a que se expõe o
pesquisador quando certas suposições teóricas dos testes usados
não são verificadas nos dados sob análise. Especificamente, os es- Diagramas Circulares
tudos de Monte Carlo foram usados extensivamente com testes
baseados na distribuição normal para determinar quão sensíveis
eles eram à violações da suposição de que as variáveis analisadas
tinham distribuição normal na população. A conclusão geral destes
estudos é que as conseqüências de tais violações são menos seve-
ras do que se tinha pensado a princípio. Embora estas conclusões
não devam desencorajar ninguém de se preocupar com a suposição
de normalidade, elas aumentaram a popularidade geral dos testes
estatísticos dependentes da distribuição normal em todas as áreas
de pesquisa.

Didatismo e Conhecimento 146


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Histogramas

Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras, re-


presentamos os valores da variável no eixo das abscissas e suas
as frequências ou porcentagens no eixo das ordenadas. Para cada
valor da variável desenhamos uma barra com altura corresponden-
do à sua freqüência ou porcentagem. Este tipo de gráfico é interes-
Pictogramas sante para as variáveis qualitativas ordinais ou quantitativas dis-
cretas, pois permite investigar a presença de tendência nos dados.
Exemplo:
1ª (10)
2ª (8)
3ª (4)
4ª (5)
5ª (4)
= 1 unidade

Tabela de Frequências: Como o nome indica, conterá os va-


lores da variável e suas respectivas contagens, as quais são deno-
minadas frequências absolutas ou simplesmente, frequências. No
caso de variáveis qualitativas ou quantitativas discretas, a tabela
de freqüência consiste em listar os valores possíveis da variável, Diagrama Circular: Para construir um diagrama circular ou
numéricos ou não, e fazer a contagem na tabela de dados brutos gráfico de pizza, repartimos um disco em setores circulares corres-
do número de suas ocorrências. A frequência do valor i será repre- pondentes às porcentagens de cada valor (calculadas multiplican-
sentada por ni, a frequência total por n e a freqüência relativa por do-se a frequência relativa por 100). Este tipo de gráfico adapta-se
fi = ni/n. muito bem para as variáveis qualitativas nominais. Exemplo:
Para variáveis cujos valores possuem ordenação natural (qua-
litativas ordinais e quantitativas em geral), faz sentido incluirmos
também uma coluna contendo as frequências acumuladas f ac, ob-
tidas pela soma das frequências de todos os valores da variável,
menores ou iguais ao valor considerado.
No caso das variáveis quantitativas contínuas, que podem as-
sumir infinitos valores diferentes, é inviável construir a tabela de
frequência nos mesmos moldes do caso anterior, pois obteríamos
praticamente os valores originais da tabela de dados brutos. Para
resolver este problema, determinamos classes ou faixas de valores
e contamos o número de ocorrências em cada faixa. Por ex., no
caso da variável peso de adultos, poderíamos adotar as seguintes
faixas: 30 |— 40 kg, 40 |— 50 kg, 50 |— 60, 60 |— 70, e assim por
diante. Apesar de não adotarmos nenhuma regra formal para esta- Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos
belecer as faixas, procuraremos utilizar, em geral, de 5 a 8 faixas com base nas faixas de valores da variável e com área igual à fre-
com mesma amplitude. quência relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada
Eventualmente, faixas de tamanho desigual podem ser con- retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente
venientes para representar valores nas extremidades da tabela. densidade definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa.
Exemplo: Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na
construção do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, con-
sequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferentes
são utilizadas nas faixas. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 147


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Construção das Distribuições de Frequência

Distribuição de Frequência: Quando da análise de dados, é


comum procurar conferir certa ordem aos números tornando-os
visualmente mais amigáveis. O procedimento mais comum é o de
divisão por classes ou categorias, verificando-se o número de indi-
víduos pertencentes a cada classe.
- Determina-se o menor e o maior valor para o conjunto.
- Definir o limite inferior da primeira classe (Li) que deve ser
igual ou ligeiramente inferior ao menor valor das observações:
- Definir o limite superior da última classe (Ls) que deve ser
igual ou ligeiramente superior ao maior valor das observações.
Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para apresentar - Definir o número de classes (K), que será calculado usando
observações medidas ao longo do tempo, enfatizando sua tendên-
cia ou periodicidade. Exemplo: . Obrigatoriamente deve estar compreendido entre 5 a 20. 
- Conhecido o número de classes define-se a amplitude de
cada classe: 
- Com o conhecimento da amplitude de cada classe, define-se
os limites para cada classe (inferior e superior)

Exemplo:

5,1 5,3 5,3 5,6 5,8 5,9 6 6,1 6,2 6,2


6,3 6,3 6,3 6,4 6,4 6,4 6,5 6,5 6,6 6,7
6,7 6,8 6,8 6,9 6,9 7 7,1 7,1 7,2 7,2
7,3 7,4 7,5 7,5 7,6 7,6 7,6 7,7 7,7 7,8
7,8 7,9 7,9 8 8 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5
Polígono de Frequência: 8,5 8,6 8,7 8,8 8,9 8,9 9 9,1 9,2 9,4
Semelhante ao histograma, mas construído a partir dos pontos 9,4 9,5 9,5 9,6 9,8 9 9 10 10,2 10,2
médios das classes. Exemplo:
10,4 10,6 10,8 10,9 11,2 11,5 11,8 12,3 12,7 14,9

Regras para elaboração de uma distribuição de frequências:


- Determina-se o menor e o maior valor para o conjunto:
Valor mínimo: 5,1
Valor máximo: 14,9
- Definir o limite inferior da primeira classe (Li) que deve ser
igual ou ligeiramente inferior ao menor valor das observações: LI: 5,1
Gráfico de Ogiva:
Apresenta uma distribuição de frequências acumuladas, utili- - Definir o limite superior da última classe (Ls) que deve ser
za uma poligonal ascendente utilizando os pontos extremos. igual ou ligeiramente superior ao maior valor das observações:
LS:15

- Definir o número de classes (K), que será calculado usando

. Obrigatoriamente deve estar compreendido entre 5 a


20. Neste caso, K é igual a 8,94, aproximadamente, 8.

- Conhecido o número de classes define-se a amplitude de

cada classe:  
No exemplo, será igual a: 1,23.

- Com o conhecimento da amplitude de cada classe, define-se


os limites para cada classe (inferior e superior), onde limite Infe-
rior será 5,1 e o limite superior será 15 + 1,23.

Didatismo e Conhecimento 148


PROGRAMA DE MATEMÁTICA

Intervalo de Frequência Frequência Frequência 68,26% => 1 desvio


Classe Absoluta Acumulada Relativa 95,44% => 2 desvios
99,73% => 3 desvios
05,10 a 06,33 13 13 16,25%
06,34 a 07,57 21 34 26,25% Na figura acima, tem as barras na vertical representando os
07,58 a 08,81 22 56 27,50% desvios padrões. Quanto mais afastado do centro da curva normal,
mais área compreendida abaixo da curva haverá. A um desvio pa-
08,82 a 10,05 15 71 18,75% drão, temos 68,26% das observações contidas. A dois desvios pa-
10,06 a 11,29 4 75 5,00% drões, possuímos 95,44% dos dados compreendidos e finalmente a
11,30 a 12,53 3 78 3,75% três desvios, temos 99,73%. Podemos concluir que quanto maior a
variabilidade dos dados em relação à média, maior a probabilidade
12,54 a 13,77 1 79 1,25% de encontrarmos o valor que buscamos embaixo da normal.
13,78 a 15,01 1 80 1,25% Propriedade 1: “f(x) é simétrica em relação à origem, x = mé-
80 100% dia = 0;
Propriedade 2: “f(x) possui um máximo para z=0, e nesse caso
Distribuições Simétricas: A distribuição das frequências sua ordenada vale 0,39;
faz-se de forma aproximadamente simétrica, relativamente a uma Propriedade3: “f(x) tende a zero quando x tende para + infi-
classe média. nito ou - infinito;
Propriedade4: “f(x) tem dois pontos de inflexão cujas
abscissas valem média + DP e média - DP, ou quando z
tem dois pontos de inflexão cujas abscissas valem +1 e -1.
Para se obter a probabilidade sob a curva normal, utilizamos a ta-
Caso especial de uma distribuição simétrica: Quando dize- bela de faixa central. Exemplo:
mos que os dados obedecem a uma distribuição normal, estamos
tratando de dados que distribuem-se em forma de sino. As alturas de grupo de crianças são tidas como normais em
sua distribuição, com desvio padrão em 0,30m e média em 1,60.
Distribuições Assimétricas: A distribuição das frequências Qual a probabilidade de um aluno medir (1) entre 1,50 e 1,80, (2)
apresenta valores menores num dos lados: mais de 1,75 e menos de 1,48?
(1)
z1= (1,50-1,60)/0,30=-0,33
z2= (1,80-1,60)/0,30= 0,67
Então, z1 (0,1293) + z2 (0,2486) = 37,79%

Distribuições com “caudas” longas: Observamos que nas (2)


extremidades há uma grande concentração de dados em relação z1= (1,75-1,60)/0,30=0,30
aos concentrados na região central da distribuição. 0,500-0,1915 = 30,85%

(3)
Z1= (1,48-1,50)/0,30 =-0,4
0,500-0,1554 = 34,46%

Distribuição Normal: A distribuição normal é a mas im- Médias


portante distribuição estatística, considerando a questão práti-
ca e teórica. Já vimos que esse tipo de distribuição apresenta-se Noção Geral de Média
em formato de sino, unimodal, simétrica em relação a sua média.
Considerando a probabilidade de ocorrência, a área sob sua curva Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e
soma 100%. Isso quer dizer que a probabilidade de uma observa- efetue uma certa operação com todos os elementos de A.
ção assumir um valor entre dois pontos quaisquer é igual à área Se for possível substituir cada um dos elementos do conjunto A
compreendida entre esses dois pontos. por um número x de modo que o resultado da operação citada seja
o mesmo diz-se, por definição, que x será a média dos elementos
de A relativa a essa operação.

Média Aritmética

Definição

A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à


adição é chamada média aritmética.

Didatismo e Conhecimento 149


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Cálculo da média aritmética Conclusão

Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto A média aritmética ponderada dos n elementos do conjunto
numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição: numérico A é a soma dos produtos de cada elemento multiplicado
pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos.

Exemplo
n parcelas
Calcular a média aritmética ponderada dos números 35, 20 e
e, portanto,
10 com pesos 2, 3, e 5, respectivamente.

Resolução

Se x for a média aritmética ponderada, então:


Conclusão

A média aritmética dos n elementos do conjunto numérico A é


a soma de todos os seus elementos, dividida por n. A média aritmética ponderada é 18.

Exemplo Observação: A palavra média, sem especificar se é aritmética,


deve ser entendida como média aritmética.
Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6, 9, e 13.
Exercícios
Resolução
1. Determine a média aritmética entre 2 e 8.
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto (3, 4, 6,
9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividida por 5. Assim: 2. Determine a média aritmética entre 3, 5 e 10.

3. Qual é a média aritmética simples dos números 11, 7, 13


e 9?

4. A média aritmética simples de 4 números pares distintos,


pertences ao conjunto dos números inteiros não nulos é igual a
A média aritmética é 7. 44. Qual é o maior valor que um desses números pode ter?

Média Aritmética Ponderada 5. Calcule a média aritmética simples em cada um dos seguin-
tes casos:
Definição a) 15; 48; 36
b) 80; 71; 95; 100
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à c) 59; 84; 37; 62; 10
adição e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é d) 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9
chamada média aritmética ponderada.
6. Qual é a média aritmética ponderada dos números 10, 14, 18
Cálculo da média aritmética ponderada
e 30 sabendo-se que os seus pesos são respectivamente 1, 2, 3 e 5?
Se x for a média aritmética ponderada dos elementos do
conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com “pesos” P1; P2; P3; 7. Calcular a média ponderada entre 3, 6 e 8 para os respecti-
...; Pn, respectivamente, então, por definição: vos pesos 5 , 3 e 2.

P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x = 8. Numa turma de 8ª série 10 alunos possuem 14 anos, 12


= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn alunos possuem 15 anos e oito deles 16 anos de idade. Qual será
(P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x = a idade média dessa turma?
= P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto,
9. Determine a média salarial de uma empresa, cuja folha de
pagamento é assim discriminada:

Profissionais → Quantidade → Salário


Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então: Serventes → 20 profissionais → R$ 320,00
que é a média aritmética simples. Técnicos → 10 profissionais → R$ 840,00
Engenheiros → 5 profissionais → R$ 1.600,00

Didatismo e Conhecimento 150


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
10. Calcule a média ponderada entre 5, 10 e 15 para os respec-
tivos pesos 10, 5 e 20.

Respostas Logo, a média aritmética ponderada é 22.

1) Resposta “5”. 7) Resposta “4,9”.


Solução: Solução:
M.A. ( 2 e 8 ) = 2 + 8 / 2 = 10 / 2 = 5 → M.A. ( 2 e 8 ) = 5.

2) Resposta “6”.
Solução: 8) Resposta “
M.A. ( 3, 5 e 10 ) = 3 + 5 + 10 / 3 = 18 / 3 = 6 → M.A. ( 3, 5 Solução:
e 10 ) = 6.

3) Resposta “10”.
Solução: Para resolver esse exercício basta fazer a soma dos 9) Resposta “
números e dividi-los por quatro, que é a quantidade de números, Solução: Estamos diante de um problema de média aritmética
portanto: ponderada, onde as quantidades de profissionais serão os pesos. E
com isso calcularemos a média ponderada entre R$ 320,00 , R$
840,00 e R$ 1 600,00 e seus respectivos pesos 20 , 10 e 5. Portanto:
Logo, a média aritmética é 10.

4) Resposta “164”.
Solução: Quando falamos de média aritmética simples, ao di-
minuirmos um dos valores que a compõe, precisamos aumentar 10) Resposta “11,42”.
a mesma quantidade em outro valor, ou distribuí-la entre vários Solução:
outros valores, de sorte que a soma total não se altere, se quisermos
obter a mesma média.
Neste exercício, três dos elementos devem ter o menor valor
possível, de sorte que o quarto elemento tenha o maior valor dentre Média Geométrica
eles, tal que a média aritmética seja igual a 44. Este será o maior
valor que o quarto elemento poderá assumir. Este tipo de média é calculado multiplicando-se todos os valo-
Em função do enunciado, os três menores valores inteiros, pa- res e extraindo-se a raiz de índice n deste produto.
res, distintos e não nulos são:2, 4 e 6. Identificando como x este Digamos que tenhamos os números 4, 6 e 9, para obtermos o
quarto valor, vamos montar a seguinte equação: valor médio geométrico deste conjunto, multiplicamos os elemen-
tos e obtemos o produto 216.
Pegamos então este produto e extraímos a sua raiz cúbica,
Solucionando-a temos: chegando ao valor médio 6.
Logo, o maior valor que um desses números pode ter é 164. Extraímos a raiz cúbica, pois o conjunto é composto de 3 ele-
mentos. Se fossem n elementos, extrairíamos a raiz de índice n.
5) Solução:
a) (15 + 48 + 36)/3 = Neste exemplo teríamos a seguinte solução:
99/3 = 33

b) (80 + 71 + 95 + 100)/4=
346/4 = 86,5 Utilidades da Média Geométrica

c) (59 + 84 + 37 + 62 + 10)/5= Progressão Geométrica


= 252/5
= 50,4 Uma das utilizações deste tipo de média é na definição de uma
progressão geométrica que diz que em toda PG., qualquer termo
d) (1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)/9= é média geométrica entre o seu antecedente e o seu consequente:
45/9 =
=5
Tomemos como exemplo três termos consecutivos de uma
6) Resposta “22”. PG.: 7, 21 e 63.
Solução: Neste caso a solução consiste em multiplicarmos Temos então que o termo 21 é média geométrica dos termos
cada número pelo seu respectivo peso e somarmos todos estes pro- 7 e 63.
dutos. Este total deve ser então dividido pela soma total dos pesos:

Didatismo e Conhecimento 151


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Vejamos: A média geométrica de um conjunto de números é sempre
menor ou igual à  média aritmética  dos membros desse conjunto
(as duas médias são iguais se e somente se todos os membros do
conjunto são iguais). Isso permite a definição da média aritmética
Variações Percentuais em Sequência geométrica, uma mistura das duas que sempre tem um valor inter-
mediário às duas.
Outra utilização para este tipo de média é quando estamos tra- A média geométrica é também a média aritmética harmôni-
balhando com variações percentuais em sequência. ca no sentido que, se duas sequências (an) e (hn) são definidas:

Exemplo

Digamos que uma categoria de operários tenha um aumento E


salarial de  20%  após um mês,  12%  após dois meses e  7%  após
três meses. Qual o percentual médio mensal de aumento desta ca- então an  e hn  convergem
tegoria?
para a média geométrica de x e y.
Sabemos que para acumularmos um aumento
de  20%,  12%  e  7%  sobre o valor de um salário, devemos Cálculo da Media Geométrica Triangular
multiplicá-lo sucessivamente por  1,2,  1,12  e 1,07  que são os
fatores correspondentes a tais percentuais. Bom primeiro observamos o mapa e somamos as áreas dos
A partir dai podemos calcular a média geométrica destes quadrados catetos e dividimos pela hipotenusa e no final pegamos
fatores: a soma dos ângulos subtraindo o que esta entre os catetos e dividi-
mos por PI(3,1415...) assim descobrimos a media geométrica dos
triângulos.
Exemplo
Como sabemos, um fator de  1, 128741  corresponde a  12,
8741% de aumento. A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
Este é o valor percentual médio mensal do aumento salarial, dada por:
ou seja, se aplicarmos três vezes consecutivas o percentual  12,
8741%, no final teremos o mesmo resultado que se tivéssemos G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013
aplicado os percentuais 20%, 12% e 7%.
Aplicação Prática
Digamos que o salário desta categoria de operários seja
de R$ 1.000,00, aplicando-se os sucessivos aumentos temos: Dentre todos os retângulos com a área igual a 64 cm², qual
é o retângulo cujo perímetro é o menor possível, isto é, o mais
Salário +% Salário Salário +% Salário
econômico? A resposta a este tipo de questão é dada pela média
Inicial Informado final inicial médio final
geométrica entre as medidas do comprimento a e da largura b, uma
vez que a.b = 64.
R$ R$ R$ R$
20% 12, 8417
1.000,00 1.200,00 1.000,00 1.128,74
A média geométrica G entre a e b fornece a medida desejada.
R$ R$ R$ R$ G = R[a × b] = R[64] = 8
12% 12, 8417
1.200,00 1.334,00 1.287,74 1.274,06
R$ R$ R$ R$ Resposta
7% 12, 8417
1.334,00 1.438,00 1.274,06 1.438,08
É o retângulo cujo comprimento mede 8 cm e é lógico que
Observe que o resultado final de R$ 1.438,08 é o mesmo nos a altura também mede 8 cm, logo só pode ser um quadrado! O
dois casos. Se tivéssemos utilizado a média aritmética no lugar da perímetro neste caso é p = 32 cm. Em qualquer outra situação em
média geométrica, os valores finais seriam distintos, pois a média que as medidas dos comprimentos forem diferentes das alturas,
aritmética de 13% resultaria em um salário final de R$ 1.442,90, teremos perímetros maiores do que 32 cm.
ligeiramente maior como já era esperado, já que o percentual
de 13% utilizado é ligeiramente maior que os 12, 8417% da média Interpretação gráfica
geométrica.
A média geométrica entre dois segmentos de reta pode ser
Cálculo da Média Geométrica obtida geometricamente de uma forma bastante simples.
Em uma fórmula: a média geométrica de a1, a2, ..., an é
Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um segmento de reta
que contenha a junção dos segmentos AB e BC, de forma que eles
formem segmentos consecutivos sobre a mesma reta.

Didatismo e Conhecimento 152


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
4) Resposta””.
Solução: Se a média geométrica entre 3 números é 4, pode-
mos escrever:

Se multiplicarmos um deles por m, a nova média será:


Dessa junção aparecerá um novo segmento AC. Obtenha o
ponto médio O deste segmento e com um compasso centrado em
O e raio OA, trace uma semi-circunferência começando em A e e como x . y . z = 64 → 64 . m = 216 →
terminando em C. O segmento vertical traçado para cima a partir
de B encontrará o ponto D na semi-circunferência. A medida do 5) Resposta “8”.
segmento BD corresponde à média geométrica das medidas dos Solução: Se dispusermos de uma calculadora científica, este
segmentos AB e BC. exercício pode ser solucionado multiplicando-se todos os números
Exercícios e extraindo-se do produto final, a raiz de índice cinco, pois se tra-
tam de cinco números:
1. Determine a média proporcional ou geométrica entre 2 e 8.

2. Determine a média geométrica entre 1, 2 e 4.


Se não dispusermos de uma calculadora científica esta solução
3. Determine a média geométrica entre dois números sabendo ficaria meio inviável, pois como iríamos extrair tal raiz, isto sem
que a média aritmética e a média harmônica entre eles são, respec- contar na dificuldade em realizarmos as multiplicações?
tivamente, iguais a 4 e 9.
4. A média geométrica entre 3 números é 4. Quanto devo Repare que todos os números são potência de 2, podemos en-
multiplicar um desses números para que a média aumente 2 uni- tão escrever:
dades ?

5. Qual é a média geométrica dos números 2, 4, 8, 16 e 32?


Como dentro do radical temos um produto de potências de
6. Dados dois números quaisquer, a média aritmética simples mesma base, somando-se os expoentes temos:
e a média geométrica deles são respectivamente 20 e 20,5. Quais
são estes dois números?
Finalmente dividindo-se o índice e o expoente por 5 e resol-
7. A média geométrica entre dois números é igual a 6. Se a eles vendo a potência resultante:
juntarmos o número 48, qual será a média geométrica entre estes
três números?
Logo, a média geométrica deste conjunto é 8.
8. Calcule a média geométrica entre 4 e 9.
6) Resposta “16, 25”.
9. Calcule a média geométrica entre 3, 3, 9 e 81 Solução: Chamemos de  a e b  estes dois números. A média
aritmética deles pode ser expressa como:
10. Calcule a média geométrica entre 1, 1, 1, 32 e 234.

Respostas
Já média geométrica pode ser expressa como:
1) Resposta “4”.
Solução:
Vamos isolar a na primeira equação:
2) Resposta “2”.
Solução:

Observação: O termo média proporcional deve ser, apenas,


utilizado para a média geométrica entre dois números.

3) Resposta “6”. Agora para que possamos solucionar a segunda equação, é ne-
Solução: Aplicando a relação: g2 = a.h, teremos: cessário que fiquemos com apenas uma variável na mesma. Para
g2 = 4.9 → g2 = 36 → g = 6 → MG. (4, 9) = 6. conseguirmos isto iremos substituir a por 41 - b:

Didatismo e Conhecimento 153


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Note que para facilitar a extração da raiz cúbica, realizamos
a decomposição dos números 36 e 48 em fatores primos. Acesse
a página decomposição de um número natural em fatores primos
para maiores informações sobre este assunto.

Logo, ao juntarmos o número 48 aos dois números iniciais, a


média geométrica passará a ser 12.

8) Resposta “6”.
Solução: G = 2 4.9 = 6

Note que acabamos obtendo uma equação do segundo grau: 9) Resposta “9”.
Solução: G = 4 3.3.9.81 = 9

10) Resposta “6”.


Solucionando a mesma temos: Solução: G = 5 1.1.1.32.243 = 6

Mediana: é o valor que tem tantos dados antes dele, como


depois dele. Para se medir a mediana, os valores devem estar por
ordem crescente ou decrescente. No caso do número de dados ser
ímpar, existe um e só um valor central que é a mediana. Se o nú-
mero de dados é par, toma-se a média aritmética dos dois valores
centrais para a mediana.

É uma medida de localização do centro da distribuição dos da-


O número b pode assumir, portanto os valores 16 e 25. É de dos, definida do seguinte modo: Ordenados os elementos da amos-
se esperar, portanto que quando b for igual a 16, que a seja igual tra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a divi-
a 25 e quando b for igual a 25, que a seja igual a 16. Vamos con- de ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou
ferir. iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à mediana. 

Sabemos que  , portanto atribuindo a b um de Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de
seus possíveis valores, iremos encontrar o valor de a. ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar, a mediana é o
elemento médio.  Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois
Para b = 16 temos: elementos médios.

A mediana, m, é uma medida de localização do centro da dis-


tribuição dos dados, definida do seguinte modo:
Para b = 25 temos: Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor
(pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50%
dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os
outros 50% são maiores ou iguais à mediana.
Logo, os dois números são 16, 25.
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de
7) Resposta “12”. ordenada a amostra de n elementos:
Solução: Se chamarmos de P o produto destes dois números, - Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
a partir do que foi dito no enunciado podemos montar a seguinte - Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos
médios.
equação:
Se se representarem os elementos da amostra ordenada com
a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma expressão para o
Elevando ambos os membros desta equação ao quadrado, ire- cálculo da mediana será:
mos obter o valor numérico do produto destes dois números:

Agora que sabemos que o produto de um número pelo outro


é igual 36, resta-nos multiplicá-lo por 48 e extraímos a raiz cúbica
deste novo produto para encontrarmos a média desejada:

Didatismo e Conhecimento 154


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consideremos o
seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve as seguintes notas:
10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e a mediana da amostra
anterior são respectivamente.

=10.75 e =11

Como medida de localização, a mediana é mais resistente do


que a média, pois não é tão sensível aos dados.
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana coin-
Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída por uma cidem.
de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser igual a 11, enquanto - A mediana não é tão sensível, como a média, às observações
que a média subiria para 11.75. que são muito maiores ou muito menores do que as restantes (ou-
tliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as observações.
Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual destas me-
didas de localização é preferível, dependendo do contexto em que
estão a ser utilizadas.
Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma determi-
Média e Mediana: Se se representarmos os elementos da nada empresa, distribuem-se de acordo com a seguinte tabela de
amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn: “n” frequências:
então uma expressão para o cálculo da mediana será:
Salário (em euros) 75 100 145 200 400 1700
Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
que a média, pois não é tão sensível aos dados. Frequência absoluta 23 58 50 20 7 2
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana coin- Frequência acumulada 23 81 131 151 158 160
cidem.
- A mediana não é tão sensível, como a média, às observações Calcular a média e a mediana  e comentar os resultados ob-
que são muito maiores ou muito menores do que as restantes (ou- tidos.
tliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as observa- Resolução: = = (75.23+100.58+...+400.7+1700.2)/160 =
ções. 156,10
A média ao contrário da mediana, é uma medida muito in- Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de ordem 80
fluenciada por valores “muito grandes” ou “muito pequenos”, e 81 = 100 euros.
mesmo que estes valores surjam em pequeno número na amostra.
Estes valores são os responsáveis pela má utilização da média em Comentário: O fato de termos obtido uma média de 156,10 e
muitas situações em que teria mais significado utilizar a mediana. uma mediana de 100, é reflexo do fato de existirem alguns, embora
A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição dos da- poucos, salários muito altos, relativamente aos restantes. Repare-
dos: -se que, numa perspectiva social, a mediana é uma característica
- for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se da me- mais importante do que a média. Na realidade 50% dos traba-
diana. lhadores têm salário menor ou igual a 100 €, embora a média de
- for enviesada para a direita (alguns valores grandes como 156,10 € não transmita essa ideia.
“outliers”), a média tende a ser maior que a mediana.
- for enviesada para a esquerda (alguns valores pequenos Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a distribuição
como “outliers”), a média tende a ser inferior à mediana. dos dados é simétrica ou aproximadamente simétrica, as medidas
de localização do centro da amostra (média e mediana) coincidem
ou são muito semelhantes. O mesmo não se passa quando a distri-
buição dos dados é assimétrica, fato que se prende com a pouca
resistência da média.

Representando as distribuições dos dados (esta observação é


válida para as representações gráficas na forma de diagramas de
barras ou de histograma) na forma de uma mancha, temos, de um
modo geral:

Dado um histograma é fácil obter a posição da mediana, pois


esta está na posição em que passando uma linha vertical por esse
ponto o histograma fica dividido em duas partes com áreas iguais.

Didatismo e Conhecimento 155


PROGRAMA DE MATEMÁTICA
Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distribuição, ou
seja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior frequência. Define- ANOTAÇÕES
-se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os
dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequên-
cia se os dados são contínuos. Assim, da representação gráfica dos
dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou
a classe modal. Esta medida é especialmente útil para reduzir a in-
formação de um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob —————————————————————————
a forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular —————————————————————————
a média e por vezes a mediana.
—————————————————————————
Para um conjunto de dados, define-se moda como sendo: o
valor que surge com mais frequência  se os dados são discretos, —————————————————————————
ou, o intervalo de classe com maior frequência se os dados são
—————————————————————————
contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se
imediatamente o valor que representa a moda ou a classe modal. —————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————

Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de —————————————————————————


um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob a forma de
—————————————————————————
nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média
e por vezes a mediana (se não forem susceptíveis de ordenação). —————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
ANOTAÇÕES —————————————————————————
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Didatismo e Conhecimento 156


PROGRAMA DE MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 157


PROGRAMA DE MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 158

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