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Atordoado com a situação, tentando buscar na memória alguns fracassos seus,

Valdemir Zekone se sentia injustiçado.

Lia e relia a carta, como fazia com os jornais quando achava alguma notícia
absurda, como fez da vez que leu sobre seu amigo, Nástio Damé, condenado à semanas
de prisão. Mas onde estava o absurdo? Em lugar nenhum, a carta era só uma
formalidade.
Seus criados não entendiam o desespero, afinal, Láuria Zekone, antes de partir,
deixou claro que não mais voltaria. Valdemir se contorcia, coçava sua fina barba.
Aí estava o absurdo, pensava, um rico sofrendo porque uma qualquer se foi, que
abominável! De fato, no pensar dele, era aí onde residia o absurdo, nunca escondeu
que a riqueza era a solução para tudo que viandasse nesse mundo.

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