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AO JUÍZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CIVEIS DA COMARCA DE

RIO CLARO/SP

Processo 01/2020

JOANA, brasileira, viúva, do lar, portadora do RG n° 30.389.130-7


SSP/SP, inscrita no CPF sob o n° 027.845.188-62, residente e domiciliada na
Rua M-3 nº 586, bairro Vila Martins, na cidade de Rio Claro/SP, CEP 13503-
130; neste ato representada por sua advogada Dra. Flavia, regularmente
inscrita na OAB n°144.986, com escritório no SAJU - SERVIÇO DE
ASSISTENCIA JURÍDICA, vinculado ao Núcleo de Práticas Jurídica, do curso de
Direito das Faculdade Claretiano, e-mail: xuxu@claretianorc.com.br, localizado
na Rua 17 n° 1027, bairro Cidade Claret, na cidade de Rio Claro - SP, vem, a
presença de Vossa Excelência, como locadora, nos termos dos arts. 9º, III,
62, I e 59, § 1º, inciso IX, todos da Lei 8.245/1991 e demais dispositivos
aplicáveis à espécie, propor:

AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO COM PEDIDO DE


TUTELA PROVISÓRIA DE URGENCIA C/C COBRANÇAS DE
ALUGUÉIS

em face do locatário SILVIO, brasileiro, divorciado, autônomo, portador do


RG n° 18.784.419-6 SSP/SP, inscrito no CPF sob o n° 074.201.528-96,
residente e domiciliado na rua M-2 n° 617, bairro Vila Martins, na cidade de
Rio Claro - SP, CEP: 135505-050; e do fiador PAULO, brasileiro, casado,
autônomo, portador do RG nº 25.230.488-4, inscrito no CPF sob o nº
154.729.558-90, residente e domiciliado na Rua 1-A nº 1106, bairro Vila
Aparecida, na cidade de Rio Claro – SP, CEP 13504-009, pelos motivos de fato
e de direito abaixo expostos:
DOS FATOS

Por contrato escrito, a requerente locou ao primeiro requerido, Sr.


Silvio, o imóvel residencial situado na Rua M-2 nº 617, bairro Vila Martins,
na cidade de Rio Claro – SP, pelo prazo de 18 meses, com início em 23 de abril
de 2018 e término em 22 de outubro de 2019, cujo valor locatício era o de
R$ 400,00 (quatrocentos reais), com vencimento todo dia 10 (dez) de cada
mês, a serem pagos da seguinte forma: R$ 200,00 (duzentos reais) mensais
em espécie seria pago à requerente e R$ 200,00 (duzentos reais) seria
destinado ao locatário, como pagamento pelas benfeitorias úteis que
realizasse, conforme estipulado no item 1 do contrato de locação (contrato em
anexo), pelo prazo total do contrato. Ressalta-se que os encargos locatícios
estão garantidos por fiança prestada pelo segundo requerido, Sr. PAULO e pelo
fiador JOÃO, conforme consta do contrato.

Ocorre que o primeiro requerido se encontra inadimplente, desde


10 de junho de 2018, causando grave prejuízo financeiro à requerente, cujo
rendimento do aluguel é utilizado para seu sustento. Apesar da requerente, ter
tentado amigavelmente por várias vezes receber os aluguéis atrasados, todas
as tentativas foram infrutíferas, sendo que o débito até o presente momento
soma o valor de R$ 5.000,00, atualizados até o mês de março de 2019.
Vale ressaltar que os débitos foram reajustados de acordo com a
previsão contratual que estipula multa de 25% (vinte e cinco), além dos juros
moratórios de 1% (um) ao mês, correção monetária se o atraso for superior a
30 dias e 20% (vinte) de honorários advocatícios, conforme documento anexo.

Em razão do inadimplemento, no dia 07 de novembro de 2018, a


requerente notificou extrajudicialmente o requerido locatário (doc. em
anexo), através de correspondência com aviso de recebimento, informando-o
não mais ter o interesse em renovar o contrato de locação, concedendo-lhe o
prazo de 30 dias para desocupação do imóvel, o que não ocorreu até o
presente momento.
DO DIREITO

Conforme destaca o inciso I do art. 62 da Lei 8.245/1991, a ação


de despejo pode ser cumulada com cobrança de aluguéis em atraso, entre
outras dívidas:

Art. 62 Lei 8.245/1991. Nas ações de despejo


fundadas na falta de pagamento de aluguel e
acessórios da locação, de aluguel provisório, de
diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer
dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte:
I – o pedido de rescisão da locação poderá ser
cumulado com o pedido de cobrança dos
aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese,
citar-se-á o locatário para responder ao pedido de
rescisão e o locatário e os fiadores para responderem
ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com
a inicial, cálculo discriminado do valor do débito. (grifo
nosso)

No que tange às benfeitorias acordadas, de responsabilidade do


inquilino, conforme mencionado acima, temos que eram obrigações
compensatórias com o valor da locação, não autorizando o direito de retenção
nos termos da lei:

Art. 35 Lei 8.245/1991. Salvo expressa disposição


contratual em contrário, as benfeitorias necessárias
introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas
pelo locador, bem como as úteis, desde que
autorizadas, serão indenizáveis e permitem o
exercício do direito de retenção. (grifo nosso)

Assim, caracterizada está a mora do primeiro requerido. Dessa


feita e com base no que preceitua o art. 63, § 1º, b, da Lei do Inquilinato,
requer-se, desde já, seja expedido o mandado do despejo no prazo de 15 dias,
uma vez que admitida a tutela provisória de evidência nos termos legais
Art. 63 Lei 8.245/1991. Julgada procedente a ação
de despejo, o juiz determinará a expedição de
mandado de despejo, que conterá o prazo de 30
(trinta) dias para a desocupação voluntária,
ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes.
§ 1º O prazo será de quinze dias se:
b) o despejo houver sido decretado com fundamento
no art. 9o
No presente caso, ainda vale ressaltar que em razão de existir uma
garantia por fiança no contrato, o segundo requerido igualmente possui
responsabilidade solidária junto ao primeiro requerido, conforme disposição da
lei:

“Art. 818, do CC - Pelo contrato de fiança, uma


pessoa garante satisfazer ao credor uma
obrigação assumida pelo devedor, caso este não a
cumpra.”

“Art. 41 da Lei do Inquilinato - O seguro de fiança


locatícia abrangerá a totalidade das obrigações
do locatário. ”

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, considerando que as pretensões da requerida


encontra respaldo nos arts. 9º, incisos II e III e 62, ambos da Lei nº 8.245/91,
requer-se:

I. seja julgada procedente a lide, a fim de condenar os requeridos,


solidariamente, no pagamento do débito composto por aluguéis
vencidos e vincendos, acrescidos de multas, juros moratórios e
correção monetária, até o momento da efetiva desocupação do
imóvel, nos termos do art. 62, I, da Lei 8245/1991, além dos
honorários advocatícios, na atualidade no importe de R$ 5000,00;

II. Decretar a rescisão do contrato de locação entre a Requerente e o


Requerido, nos termos do artigo 62, inciso I, da Lei do Inquilinato,
com consequente despejo do requerido, fixando-lhe o prazo mínimo
legal para desocupação voluntária do imóvel, sob pena de despejo
forçado, inclusive com apoio de força policial, se for o caso;

III. Aproveita-se para manifestar-se pelo desinteresse pela audiência


de conciliação, pela natureza do litígio e também pelas tentativas
extrajudiciais de acordo para resolução pacífica da lide e sem obter
êxito, nos termos do art. 334, § 5º, do CPC;

IV. A citação dos requeridos, nos termos do art. 246, inciso I do CPC,
para que contestem a ação, se querendo, sob pena de revelia e
confissão;

V. Requer provar o alegado por todos os meios de provas


admitidas pelo direito, em especial pela juntada de documentos,
oitivas de testemunhas e depoimento pessoal da parte;

Por fim, seja concedida a justiça gratuita a requerente, uma vez


que sua situação econômica não lhe permite suportar as despesas e custas
processuais sem causar prejuízo a sua subsistência, corroborando segue em
anexo declaração de hipossuficiência, conforme disposto no art. 9 da Lei n°
1.060/50 c/c o que preceitua art. 98, § 3º, do CPC.

Atribui-se a causa o valor de R$ 5.000,00


Nestes termos,
pede deferimento.
Rio Claro, 12 de março de 2019.

Advogado
OAB/SP XXX.XXX

PROPOSTA: O ALUNADO DESENVOLVERÁ A DEFESA REPRESENTANDO OS


INTERESSES DO FIADOR PAULO.

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