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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

- FATEC SP –

Blocos de
Estacas com
Cargas
Centradas
DISCIPLINA: ESTRUTURAS II

DEPARTAMENTO: EDIFÍCIOS

PROFESSOR: JOSÉ NAGIB MIZIARA FILHO

2013
Faculdade de Tecnologia de São Paulo
Departamento de Edifícios
Estruturas II

Índice Geral

1. Introdução

2. Cálculo de blocos de estacas (cargas centradas)

2.1. Método de bielas

2.2. Esquemas resistentes

2.3. Ensaios de Blévot

3. Blocos de estacas – Resumo Ensaios de Blévot

4. Tabela de estacas

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Estruturas II

1. Introdução
Os blocos de estacas têm, em geral, dimensões tais que a eles não
se aplicam mais as hipóteses admitidas para o cálculo de esforços em
barras, da resistência dos materiais. Calculam-se os mesmos
admitindo-se no seu interior um esquema resistente de TRELIÇA
ESPACIAL.

Este processo inspirou-se no proposto por LEBELLE para o cálculo de


sapatas diretas e é descrito a seguir, tendo por roteiro o trabalho de
BLÉVOT, que também realizou pesquisas experimentais relativas à
precisão do método e aos detalhes construtivos que convém
empregar.

2. Cálculo de blocos de estacas (cargas centradas)


2.1. Método das bielas
É um processo aproximado e empregado com frequência no
dimensionamento de blocos. O método consiste em admitir no
interior do bloco, uma treliça espacial constituída de:

a) Barras tracionadas, situadas no plano médio das


armaduras; este plano é horizontal e se localiza logo
acima do plano de arrasamento das estacas;

b) Barras comprimidas, inclinadas, chamadas bielas.

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As bielas têm suas extremidades de um lado na intersecção do eixo


das estacas com o plano das armaduras, do outro lado em ponto
conveniente do pilar, que é suporto sempre de seção quadrada de
lado “a”. Se o pilar for de seção retangular, admitir para “a” a menor
dimensão do mesmo.

As forças de compressão das bielas são resistidas pelo concreto, as


de tração, que atuam nas barras horizontais, são resistidas por
armaduras colocadas na posição do eixo dessas barras.

Calculados os esforços nas barras da treliça, pode-se:

a) Determinar a seção necessária das armaduras;

b) Verificar a tensão de compressão nas bielas nos pontos críticos,


que são os das seções situadas junto ao pilar e à estaca.

2.2. Esquemas resistentes


A seguir vamos mostrar, de acordo com o métodos das bielas, os
esquemas resistentes (treliças) e os esforços nas barras, para os
principais blocos regulares.

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a) Bloco de 2 estacas:

 Inclinação das bielas

 Esforços

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b) Bloco de 3 estacas

 Inclinação das bielas

 Esforços

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Se as barras tracionadas forem os lados do triângulo vem:

Z’  força de tração, segundo


os lados do triângulo.

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c) Bloco de 4 estacas

 Inclinação das bielas

 Esforços

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Se as barras tracionadas forem os lados do quadrado, vem:

Z’  Força de tração, segundo


os lados do quadrado.

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d) Bloco de 5 estacas

Se as estacas estiverem dispostas nos vértices e no centro do quadrado,


procede-se como no caso anterior (c), substituindo-se nos cálculos P por
4/5 P.

Se as estacas estiverem dispostas nos vértices de um pentágono


regular, vem:

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 Inclinação das bielas

 Esforços

O valor de Z, anteriormente calculado, refere-se as barras tracionadas


na posição da figura abaixo. A força de tração Z pode ainda ser
decomposta, segundo os esquemas (a) e (b), a seguir.

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Caso (a) – Armadura segundo os lados

Para dispormos a armadura segundo os lados do pentágono, decompõe-


se Z nas direções Z’ indicada acima e calcula-se a mesma segundo a
fórmula abaixo:

Caso (b) – Armadura em estrela

As forças de tração Z” valem:

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e) Bloco de 6 estacas

 Inclinação das bielas

 Esforços

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Se as barras forem os lados do hexágono, vem:

Z’  força de tração, segundo os lados do hexágono.

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f) Bloco de 7 estacas

Se as estacas estiverem dispostas nos vértices


e no centro do hexágono, procede-se como no
caso anterior (e), substituindo-se nos cálculos P
por 6/7 P.

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2.3. Ensaios de Blévot

 Recomendações para o dimensionamento


 Bloco de 2 estacas

Altura do bloco

40° ≤ θ ≤ 60°

De preferência

45° ≤ θ ≤ 55°

 Armadura necessária

(Força de tração calculada pelo


método das bielas x 1,15)

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 Tensões máximas de compressão do concreto

σc, biela, lim, pilar = estaca = 0,85 fck


É necessário verificar-se:

Tensão na biela junto ao pilar 

Tensão na biela junto à estaca 

Ac = Área da seção do pilar

A’c = Área da seção da estaca

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 Detalhes da armação

 A’s = 1/5 As (pode chegar até 1/8 As nos blocos de estacas


moldadas “in loco”, de grande diâmetro.

Ø2 ≥ 12,5 mm

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DETALHE “A”

r > 7Ø

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TABELA DE ESTACAS

Tipo de Ø (cm) Carga de Espaça Distancia Distancia Comprim Pr. Adm. Tipo de Obs
estaca trabalho mento de divisa do bloco ento Na estaca Solo
(t) (cm) (cm) (cm) máximo (kg/cm²)
(m)
D = 15 10 40 30 20 10-15 51 Se
D= 20 15 45 30 20 10-15 46 acima do
Madeira Submerso
D = 30 30 50 30 20 10-15 43 N.A,
com
proteção
Pré 20x20 20 50 20 20 10 50 Qualquer
Moldada 25x25 30 65 30 25 12-14 48
Quadrada 30x30 40 75 30 25 10 45
35x35 60 85 30 30 18 48
Strauss D = 20 12 60 15 20 12 38 Areia
D = 30 28 90 20 25 15 39 Silte
D = 50 80 150 35 35 20 41 Argila

Simplex D=40 50 120 60 30 20 40 Areia


Duplex D=52-54 100 130 60 40 20 45 Silte
Argila

Franki D = 40 70 130 60 35 20 55 Areia


D = 52 130 150 80 35 20 61 “Argila
D = 60 170 170 80 40 20 60 Dura”
Estudar Agressividade

Pré D = 25-17 20 65 25 8 76 Qualquer


Exceto Argila Muito Mole

Moldada D = 25-11 30 65 25 12 76
sem D = 40-28 50 100 30 12 COM 78
anelar EMENDA
Brocas D = 15 7 3-6 40 Solo
D = 25 10 3-6 25 Coesivo
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Aço 1000 Areia


Comp. Ou
Rocha
BLOCOS DE ESTACAS – RESUMO – ENSAIOS DE BLÉVOT
N° Esquema dmin Compressão na biela Detalhes da armadura
Est
2

0,5 (l-a/2)

1ºTIPO 2ºTIPO mais usado

0,58 (l-a/2)

Z1(segundo os lados)

Segundo os lados (+ Z2(segundo as medianas)


malha de As/5 em cada
direção)
4 1ºTIPO mais usado 2ºTIPO

0,71(l-a/2)
Z1 (segundo os lados)
Z1 (segundo os lados)
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Z2 (cada direção
Z2 (segundo as diagonais)
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Blocos de Estacas – Resumo – Ensaios de Blévot

Compressão na
NºEst Esquema d (mm) Detalhes da armadura
biela

A armadura tem a
0,71 (l-
mesma disposição dos
a/2)
5 blocos com 4 estacas,
substituindo-se P por
4/5 P.

Neste caso não há


necessidade de se
0,85 (l-
5 a/3,4)
verificar, desde que
d ≥ dmin
(Ø ≤ 55º)

Z(segundo os lados)

Z’=Z/4

Neste caso não há A armadura tem a


necessidade de se mesma disposição dos
0,85 (l-
6 a/3,4)
verificar, desde que blocos com 5 estacas,
d ≥ dmin substituindo-se P por
(Ø ≤ 55º) 5/6 P.

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Estruturas II

Neste caso não há


necessidade de se
6 (l-a/4) verificar, desde que
d ≥ dmin
(Ø ≤ 55º)
Z1(segundo os lados)

Z2(segundo as diagonais)

Neste caso não há A armadura tem a


necessidade de se mesma disposição dos
7 (l-a/4) verificar, desde que blocos com 6 estacas,
d ≥ dmin substituindo-se P por
(Ø ≤ 55º) 6/7 P.

OBS: VALORES DE α PARA AS


ESTACAS

3 ESTACAS, 2º TIPO: 0,7 ≤ α ≤ 0,8

4 ESTACAS, 1º TIPO: 0,7 ≤ α ≤ 0,85

4 ESTACAS, 2º TIPO: 0,5 ≤ α ≤ 0,7

6 ESTACAS: 0,4 ≤ α ≤ 0,6

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