Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sênior Farmacêutica
A Profissão Farmacêutica
Comitê Sênior
São Paulo
2015
Comitê
Sênior
A Profissão Farmacêutica Sumário
Expediente
Publicação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo Palavra da Diretoria..........................................................................................................................6
Setembro/2015
Apresentação .....................................................................................................................................7
DIRETORIA COMISSÃO TÉCNICA
Pedro Eduardo Menegasso Danielle Bachiega Lessa
presidente Dárcio Calligaris Breve histórico da profissão farmacêutica .........................................................................8
Deodato Rodrigues Alves
Raquel Rizzi
Lais Ruiz Gramorelli
vice-presidente
Márcia Rodriguez Vásquez Pauferro Breve histórico do CRF-SP ......................................................................................................................................14
Marcos Machado Ferreira Márcio Antônio da Fonseca e Silva
diretor-tesoureiro Nathália Christino Diniz Silva
Priscila N. C. Dejuste Roberto Pellegrini A Farmácia e seus ramos de atividade .............................................................................20
secretária-geral Salette Maria Krowzuk de Faria
Sebastião Paulo Patrocínio
ORGANIZAÇÃO Mensagem final ...............................................................................................................................34
COLABORAÇÃO
Comitê Sênior do CRF-SP Comissões Assessoras do CRF-SP
Márcio Antônio da Fonseca e Silva PROJETO GRÁFICO Fontes de consulta .......................................................................................................................35
coordenador Sandra Esher
Salette Maria Krowzuk de Faria DIAGRAMAÇÃO Endereços e telefones..................................................................................................................37
Sebastião Paulo Patrocínio
Bárbara Gabriela, Guilherme Mortale,
vice-coordenadores
Ana Laura Azevedo e Sandra Esher
REVISÃO ORTOGRÁFICA IMPRESSÃO
Allan Araújo Zaarour Coan Indústria Gráfica
TIRAGEM
1 mil exemplares
CDD-615.19
5
Palavra da Diretoria Apresentação
O Comitê Sênior foi criado pela Diretoria do Conselho Regional de A partir das reuniões mensais realizadas pelos membros do Comitê Sê-
Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) em maio de 2012. Este Comitê nior, surgiu a ideia de divulgar informações que pudessem auxiliar os far-
é composto por farmacêuticos aposentados e ainda bastante engajados nas macêuticos a escolher entre as diversas áreas de atuação regulamentadas
questões da categoria, que assessoram a Diretoria de forma voluntária. atualmente pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF).
As atividades do Comitê Sênior vêm ao encontro da política de respeito Assim, esta publicação reúne informações sobre as principais ativida-
praticada pelo CRF-SP para conhecer melhor as necessidades de todos os des farmacêuticas. Para fins didáticos, essas atividades foram agrupadas em
farmacêuticos, incluindo a crescente faixa acima dos 60 anos. Dessa forma, o 12 ramos, que contemplam atribuições privativas e não privativas do far-
Comitê tem como objetivo propor ações que contemplem as expectativas macêutico nos mais variados postos de trabalho. Além disso, este livreto
desse público, além de propiciar oportunidades de valorizar e compartilhar oferece um breve histórico da profissão farmacêutica e da trajetória do
os conhecimentos dos profissionais com mais experiência. CRF-SP para fomentar a reflexão sobre os caminhos já percorridos e os
desafios que se apresentam.
Uma das expectativas percebidas entre os idosos é, sem dúvida, a de
poder dar conselhos aos mais jovens. Neste caso, os farmacêuticos seniores Acreditamos que este material poderá ser útil para os estudantes que se
pretendem aconselhar aqueles que escolheram a mesma profissão, compar- deparam com a difícil decisão de escolher uma profissão, bem como os far-
tilhando seus sonhos, expectativas e visão de futuro, e ajudar quem almeja macêuticos que estão ingressando no mercado de trabalho ou que desejam
obter sucesso na carreira que está iniciando. mudar de área e encarar novos desafios profissionais.
Convidamos você, leitor(a), a ler este livreto e conhecer um pouco mais Desta forma, os farmacêuticos mais experientes desejam colaborar para
sobre os diversos ramos de atuação farmacêutica. que os profissionais do século XXI possam manter aceso o orgulho de ser
farmacêutico, assim como os colegas que já abraçaram a Farmácia há um
bom tempo, sem deixar que o avançar dos anos esmaecesse a chama da
paixão por exercer tão nobre profissão.
O Comitê Sênior
6 7
Breve histórico da profissão farmacêutica Século I d. C.
Século IV a. C.
• Hipócrates (460 no lucro e cujos produtos tinham qualidade duvidosa.
-370 a.C.): Médico gre- • Segundo as ordenações do Reino de Portugal, a distribuição de drogas
go, considerado o “Pai da era privativa de “boticários”, mas era fácil para qualquer pessoa obter a “carta
Medicina”. Foi responsá- de aprovação” e ser habilitada para o comércio de drogas e medicamentos.
vel por uma das primeiras explicações racionais para a Século XVIII d. C.
relação entre saúde e doença (teoria dos quatro hu- • 1774: Outorgado no Brasil o “Regimento 1774”, o qual proibia a distri-
mores corpóreos que equilibravam a saúde). buição de drogas e medicamentos por estabelecimentos não habilitados; criava
8 9
a figura do profissional responsável e a fiscalização sobre o estado de con- • 1969: Reforma universitária estabeleceu um currículo mínimo diferen-
servação das drogas e dos vegetais medicinais. Infelizmente, não foi cumprido. ciado para “Farmacêutico Bioquímico” e “Farmacêutico Industrial”.
• 1969: Assinatura do Decreto-Lei nº 1.005, que instituiu o código da
Século XIX d. C.
propriedade industrial.
• 1808: Com a vinda da família real, houve inúmeras mudanças de
Arquivo / CRF-SP
• No final da década de 1960, eram pro-
caráter político, econômico, social, cultural e educacional no Brasil colônia.
duzidos no país 98% dos medicamentos pres-
Em 18 de fevereiro de 1808, D. João VI instituiu os estudos médicos no
critos pela classe médica, basicamente por
Hospital Militar da Bahia, com ensino de anatomia, cirurgia e dos princí-
empresas multinacionais aqui instaladas.
pios elementares da matéria médica e farmacêutica.
• 1832: D. Pedro II institucionalizou o ensi- DÉCADA DE 70
• Desenvolvimento da primeira pílula anticon- • 1976: Sancionada a Lei nº 6.360, que dispõe sobre a vigilância sanitária
cepcional e início do tratamento medicamentoso da a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e
hipertensão arterial. correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos.
• 1960: Criação do CFF e dos CRFs. • 1977: Publicação do Decreto nº 79.094, que regulamenta a Lei
• 1963: Ministério da Educação (MEC) estabele- n°6.360/76.
ceu o primeiro currículo mínimo para os farmacêuticos.
DÉCADA DE 80
• 1967: Criação do Laboratório Farmacêutico
• Neste período, a assistência farmacêutica esteve profundamente rela-
da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
cionada à existência da Ceme.
• 1968: Criação da Fundação para o Remédio Popular (Furp).
10 11
• Foram anos marcados por um elevado índice de produção de medica- como agente de saúde, enquanto profissional capaz de oferecer produtos e
mentos essenciais, não só pelos laboratórios governamentais, mas também pelas serviços que contribuam para a melhora da saúde da sociedade. Nele, são
empresas privadas de capital nacional. mencionadas também as sete qualidades que o farmacêutico deve apresentar
• 1981: Publicação do Decreto n° 85.878, que estabeleceu normas para (conjunto conhecido como “farmacêutico sete estrelas”).1
execução da Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960, sobre o exercício da • 1998: Publicação da Portaria n° 344, que aprova o regulamento técni-
profissão de farmacêutico. co das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.
• 1982: Tomou-se conhecimento do vírus HIV causa- • 1999: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi constituída
Image Source/Latinstock
dor da AIDS por contato sexual, uso de drogas injetáveis ou como autarquia, sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde.
exposição a sangue e derivados. • 1999: Publicada a Lei no 9.787 que alterou a Lei nº 6.360, de 23 de
• 1988: Criação do Sistema Único de Saúde (SUS), de- setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabeleceu o
vido à promulgação da Constituição. O Estado tornou-se res- medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em
ponsável por promover e garantir a saúde para todos, asse- produtos farmacêuticos. Revogou o Decreto n° 793/93.
gurando a universalidade, integralidade e equidade no atendimento aos cidadãos. • 2000: Concedidos os primeiros registros de medicamentos genéricos.
farmaceutico-7-estrelas.html
Breve histórico do CRF-SP 1965
• Contratação dos dois primeiros fiscais do Conselho.
• Para divulgar a profissão, foi produzido o filme “O Brasil precisa de
Nos anos 1950, houve intensa mobilização da Comissão de Farma-
farmacêuticos”.
cêuticos, encabeçada pelo Dr. Aluísio Pimenta, reitor da Universidade
Federal de Minas Gerais e presidente da Associação Mineira de Farma- 1966
cêuticos, para a criação de um Órgão Regulador da Prática Profissional, • Multas previstas em legislações foram aplicadas, para indústrias e labo-
visto que a profissão farmacêutica era fiscalizada pelo Serviço de Fisca- ratórios que comercializavam com firmas leigas e ilegais.
lização do Exercício Profissional (SFEP), o qual sempre foi dirigido por 1967
um médico. • Parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e com
Desta forma, em 11 de novembro de 1960, foi publicada a Lei n° a Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade de São Paulo para
3.820 que criou o Conselho Federal de Farmácia (CFF). E em 05 de oferecer vagas de estágio a estudantes de Farmácia.
Julho de 1961, o CFF publicou a Resolução n° 2 que criou os 10 pri-
meiros Conselhos Regionais, cabendo ao de São Paulo, o número 8, 1969
denominado CRF-8. Ressalta-se que a primeira diretoria bem como os • Ampliação das Comissões de Ética, Assistência
conselheiros foram eleitos em Assembleia Geral, realizada na União dos Profissional e Tomada de Contas.
Farmacêuticos (Unifar). 1972
• Realização do I Congresso Paulista de Farma-
HISTÓRICO DO CRF-SP: LINHA DO TEMPO cêuticos.
1961 1973
• Elaboração do Regimento Interno e estruturação do • Ações para valorização da mulher, dispensando-se a necessidade de
setor administrativo para iniciar o recebimento de inscrições. autorização do marido para exercício da profissão farmacêutica.
1962 1975
• Aquisição da primeira sede própria na Rua Amaral Gurgel, no centro de • Modificação nas carteiras para diferenciar as categorias profissionais
São Paulo. inscritas perante o Conselho.
1963 1979
• Criação da Comissão de Ética Profissional, Comissão de Tomada de • Mudança da sede para a Rua Capote Valente.
Contas e Comissão de Assistência Profissional. 1980
• Balanço anual: 3.769 farmacêuticos e 3.743 estabelecimentos com ins- • Descentralização do CRF-8, com a instalação
crições aprovadas. da primeira seccional em Santos.
1964 1982
• Criação do Boletim Informativo, enviado mensalmente • Celebração de parceria entre a Associação
para todos os inscritos. Paulista de Farmacêuticos (APF) e o CRF-8, a qual
• Conselheiros se manifestaram contrários à criação criou o Serviço de Orientação de Saúde (SOS) para responder cartas
de um curso com apenas três anos de duração, denomi- contendo dúvidas técnicas enviadas por farmacêuticos.
nado de “farmacinha”, proposto pelo Conselho Federal da
Educação (CFE). 1985
• Parceria com o Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional (SFEP), • Implantação do Serviço de Orientação Farmacêutica (SOF), um aten-
comprometendo-se a intensificar a fiscalização nos estabelecimentos farma- dimento por telefone para tirar dúvidas e ajudar as pessoas a encontrar
cêuticos e fechar as farmácias flagradas sem responsável técnico. medicamentos que estavam em falta em farmácias e drogarias da cidade.
14 15
1989 2002
• 1ª Eleição do CRF-8 por pleito direto. • Criação do Departamento de Orientação Farmacêutica (DOF), que
atua de forma integrada com a fiscalização do CRF-SP com o objetivo de
1990
esclarecer os profissionais sobre assuntos relacionados ao seu âmbito de
• Nova denominação: o CRF-8 passou a se chamar CRF-SP.
atuação, manter um canal de comunicação com os farmacêuticos e diminuir
1993 o número de processos éticos instaurados.
• Criação da primeira Comissão Assessora do CRF-SP, a de Análises
2003
Clínicas e Toxicológicas, com o objetivo de discutir temas relacionados à
• CRF-SP firmou parcerias para realização de campanhas em saúde com
área e assessorar o Plenário e a Diretoria do CRF-SP.
entidades como: Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) do Brasil e Sociedade
1996 Brasileira de Diabetes (SBD).
• O Projeto de Lei no 4.385/94, que alteraria a Lei nº 5.991/73, pro-
2006
pondo a não obrigatoriedade da responsabilidade técnica das drogarias e
• Ampliação das ações de orientação: oferta de palestras sobre a respon-
dos ervanários pelo farmacêutico. O depu-
sabilidade técnica do farmacêutico.
tado Ivan Valente foi escolhido relator des-
• Início da campanha nacional “Farmácia Estabelecimento de Saúde”,
se PL e apresentou um substitutivo, o qual
apoiada pelo CRF-SP e diversas entidades. Esse projeto tem como finalidade
propunha a transformação das farmácias
transformar as farmácias e drogarias em verdadeiros estabelecimentos de
em estabelecimento de saúde e obrigava
saúde e auxiliar o Estado na implementação de políticas de orientação, pre-
o responsável técnico ser um farmacêutico.
venção e recuperação da saúde dos cidadãos.
CRF-SP e estudantes manifestaram apoio
ao Substitutivo Ivan Valente em Brasília.
1999
• Criação do Selo de Assistência Farmacêutica, concedido às farmácias
e drogarias que mantinham farmacêutico durante todo o horário de funcio-
namento, conforme determinações legais e
éticas.
2000
• Realização do 1º Encontro Paulista de
Farmacêuticos pelo CRF-SP.
2007
• Publicação da Lei Estadual nº 10.687:
• Em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São
instituiu a Semana de Assistência Farmacêu-
Paulo (Cremesp) e o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o CRF-SP
tica (SAF), que levava às escolas públicas e
lançou a cartilha “Medicamento: um direito essencial”.
privadas, de Ensino Fundamental II e Médio do Estado de São Paulo, informações
• Criação do Núcleo de Educação Permanente (NEP), que, em seu
sobre temas de relevância para a saúde pública, sintonizadas com a realidade dos
primeiro balanço anual, registrou a realização de 62 cursos, 13 capacitações
estudantes dessa faixa etária.
e mais de 2.800 participantes, entre farmacêuticos e acadêmicos, em todo
2001 o Estado.
• Primeira edição da SAF realizada na Escola Estadual de 1º e 2º graus
2008
Godofredo Furtado, em Pinheiros, na capital paulista. Desde então, todo ano,
• Criação do Grupo Técnico Farmácia Estabelecimento de Saúde para
o CRF-SP oferece capacitação para que farmacêuticos voluntários ministrem
definir estratégias de ação para implementação de serviços farmacêuticos
palestras nas escolas.
16 17
nos estabelecimentos e auxiliar o farmacêutico a transformar seu ambiente 2014
de trabalho em um verdadeiro estabelecimento de saúde. • XIII Encontro Paulista de Farmacêuticos,
com a presença do Paulo Storani, que minis-
2009
trou a palestra “Não peça para sair da Ética,
• Lançamento do Selo de Qualidade do Ensino Farma-
Farmácia ela deve ser o foco para o resultado!”
cêutico para valorizar a excelência do ensino nos cursos de não é um
simples • Criação do Grupo Técnico de Ações
Farmácia de todo o Estado. comércio
na Comunidade (GTAC) para implementar
• Lançamento do Primeiro Fascículo do “Projeto
estratégias, avaliar, padronizar e auxiliar no
Farmácia Estabelecimento de Saúde”: com propostas Sua vida
não tem
desenvolvimento de ações para a comunidade.
para promover a valorização do farmacêutico, o uso ra- preço
• Criação do Comitê de Relações Interinstitucionais com objetivo de
Projeto: Farmácia
Estabelecimento
de Saúde
18 19
A Farmácia e seus ramos de atividade
20 21
A acupuntura consiste, tradicionalmente, na inserção de agulhas para es- De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde
timular pontos de energia específicos no corpo. É uma prática famosa por do Ministério da Saúde (CNES), existem no Brasil 20.359 laboratórios de
tratar a dor por meio do estímulo para a liberação de peptídeos endógenos, Análises Clínicas e 7.866 Postos de Coleta (consulta ao site do CNES em
endorfinas e encefalinas. Além disso, é um tratamento rápido, eficaz, sem 24/06/2015). Trata-se de um mercado em franca expansão e bastante com-
efeitos colaterais e praticamente indolor. Dessa forma, a acupuntura visa a petitivo. Os conhecimentos técnicos, farmacológicos e bioquímicos garantem
restaurar, promover e equilibrar as funções energéticas dos tecidos e órgãos, o sucesso do farmacêutico nessa área, o qual deve estar preparado também
melhorando a circulação sanguínea, aumentando a imunidade, e trazendo para implementar controles de qualidade interno e externo e, inclusive, atuar
bem-estar físico e mental. Para atuar nesta área, o farmacêutico precisa fazer como empresário, o que demanda conhecimentos nas áreas administrativa
uma especialização lato sensu em Acupuntura. e mercadológica.
22 23
Todos os estabelecimentos públicos ou privados onde ocorre a dispensação
de medicamentos devem contar com a assistência de um farmacêutico respon-
sável técnico. Isso inclui não só farmácias, mas também clínicas, hospitais, postos
de saúde e unidades de pronto atendimento. A assistência farmacêutica visa à
promoção do uso racional de medicamentos e requer atuação do farmacêutico
integrada aos outros profissionais da saúde. Cabe ao farmacêutico não apenas
dispensar e manipular medicamentos, mas também orientar sobre o seu uso
A presença do farmacêutico responsável técnico nas empresas que arma-
correto e, em algumas situações, até prescrevê-los.2
zenam, distribuem e transportam medicamentos e insumos farmacêuticos nas
* Legenda: CAPS = Centro de Atenção Psicossocial; ESF = Estratégia Saúde da Família; NASF áreas de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados é extremamen-
= Núcleo de Apoio à Saúde da Família; UBS = Unidade Básica de Saúde; UPA = Unidade de te importante para a manutenção da segurança e integridade desses produtos.
Pronto Atendimento. Esse profissional deve trabalhar com base nas Boas Práticas de Distribuição e
2
Para fins didáticos, foram incluídos neste ramo apenas os serviços em que o farmacêutico rea- Transporte, fazendo com que sejam cumpridas as normas e procedimentos
liza atividades de assistência farmacêutica voltadas ao usuário, lembrando que ela é um conjunto
amplo de atividades, que também abrange as fases de pesquisa, produção e desenvolvimento de estabelecidos nas questões relacionadas à manutenção da identidade, qualida-
medicamentos, que serão tratados em outros “ramos” deste material. de, eficácia e segurança dos produtos que são levados ao usuário final.
24 25
FARMÁCIA
HOMEOPATIA
Orientação
Manipulação
Produção
Prescrição
A docência é amplo campo de atuação e tem como uma das princi- Na homeopatia, a doença é considerada expressão de um desequilíbrio
pais responsabilidades formar novos farmacêuticos. A curiosidade, a busca que afeta não apenas a esfera biológica do indivíduo; por isso, seu objetivo é
pelo aprimoramento constante, o desejo de compartilhar aprendizados, tratar a pessoa como um todo, sob um olhar holístico. O tratamento se baseia
a construção do conhecimento, a habilidade de comunicação, a capaci- na Lei dos Semelhantes, em que a cura é propiciada por uma substância capaz
dade do improviso e o querer estar entre os estudantes são algumas das de reproduzir os mesmos sintomas da doença. O preparo dos medicamentos
características necessárias para ser um professor. Além da docência, em homeopáticos deve ser realizado em uma farmácia homeopática, pois requer
muitas de suas atividades profissionais, o farmacêutico atua como educa- uma técnica especial de manipulação. Para assumir a responsabilidade técnica
dor seja na orientação de um paciente ou na realização de capacitações/ pelo estabelecimento, o farmacêutico deve possuir título de especialização lato
treinamentos para farmacêuticos ou outros profissionais. sensu ou ter realizado estágio na área durante a graduação.
26 27
A pesquisa científica tem a finalidade de gerar ou ampliar conhecimentos
A indústria é responsável pela pesquisa, desenvolvimento, produção, co- que possam beneficiar a sociedade. Para isso, requer objetivos e métodos
mercialização e distribuição de seus produtos. O farmacêutico nessa área bem definidos, além de contar com parâmetros de avaliação claramente es-
deve ser capaz de planejar e avaliar adequações de instalações físicas, equipa- tabelecidos. O farmacêutico reúne competências (principalmente em far-
mentos e utensílios, bem como as etapas dos processos de produção. Além macologia e toxicologia) que o qualificam a trabalhar em todas as fases da
disso, deve realizar seleção, aquisição, armazenamento e distribuição da mer- pesquisa – desde a pesquisa básica à aplicada, incluindo pesquisas in vitro, em
cadoria; desenvolver estudos e pesquisas de novos produtos farmacêuticos; e animais e em seres humanos. No caso da pesquisa clínica, compete ao far-
implantar, supervisionar e treinar sistemas de garantia e controle da qualida- macêutico armazenar, dispensar e controlar os produtos que estão em teste,
de. O campo de trabalho do farmacêutico neste ramo de atividade inclui as empenhando-se tanto para descobrir novas terapias quanto para garantir o
indústrias de farmoquímicos, alimentos, domissanitários, medicamentos para bem-estar dos voluntários que participam do processo, inclusive porque é
uso humano e veterinário, cosméticos e produtos para saúde. dever do farmacêutico garantir os preceitos de Boas Práticas Clínicas.
28 29
FARMÁCIA
REGULAÇÃO
E MERCADO
Análise de
Mercado
Legislação
Agências
Regulatórias
Agências
Internacionais
e Entidades
Profissionais
Conselhos
Profissionais
As plantas medicinais são utilizadas para tratar doenças desde a antiguidade, Não importa o ramo de atuação, todo farmacêutico tem obrigação de co-
mas só recentemente a fitoterapia recebeu reconhecimento científico. Atualmen- nhecer as normas que regulamentam suas atividades, como também participar
te algumas plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos são distribuídos pelo da sua elaboração e revisão, visando à criação de mecanismos que garantam a
Sistema Único de Saúde. Além disso, existe o projeto das farmácias vivas, que oferta de produtos e serviços seguros e eficazes. Para trabalhar como especia-
realiza desde o cultivo até a preparação e dispensação de plantas medicinais e fi- lista em assuntos regulatórios, o farmacêutico precisa conhecer a fundo a legisla-
toterápicos.Vale ressaltar que a responsabilidade técnica nas farmácias, ervanarias, ção farmacêutica bem como sanitária e demais normas jurídicas relacionadas. É
indústrias farmacêuticas, distribuidoras e demais estabelecimentos onde ocorre necessário dominar os procedimentos para autorização de funcionamento dos
a dispensação de plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos, é atividade estabelecimentos de saúde, responsabilização técnica e legal, registro de medi-
privativa do farmacêutico. Além disso, o profissional também pode atuar na edu- camentos e produtos para saúde, bem como os procedimentos para interdição,
cação, qualificação e na pesquisa e desenvolvimento de novos fitoterápicos. recolhimento de produtos, emissão de alertas sanitários, licitações, entre outros.
30 31
FARMÁCIA
RESÍDUOS
E GESTÃO
AMBIENTAL
Manejo dos
resíduos
Treinamento
Plano de
Gerenciamento
de Resíduos de
Serviços de
Saúde
Tratamento
e descarte
de resíduos
Todo serviço de saúde é responsável pelo descarte apropriado dos re- Na Vigilância Epidemiológica, o farmacêutico fornece informações técnicas
síduos gerados, em especial os resíduos químicos e biológicos, que podem atualizadas aos profissionais responsáveis por executar as ações de prevenção
prejudicar as pessoas e o meio ambiente. Vale dizer que o descarte inade- e controle de doenças e agravos à saúde. Já na Vigilância Sanitária, o objetivo é
quado de resíduos perigosos não configura apenas infração sanitária, mas controlar e garantir a qualidade de medicamentos, insumos farmacêuticos, pro-
também crime ambiental. O farmacêutico é um dos profissionais aptos a dutos para saúde e também dos serviços utilizados pela população. Por último,
elaborar, implantar e coordenar o Plano de Gerenciamento de Resíduos em compete ao órgão federal (Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa),
Serviços de Saúde (PGRSS) a fim de garantir procedimentos seguros, da estaduais (Centro de Vigilância Sanitária - CVS) e municipais (VISAs), no âmbito
geração ao descarte final dos resíduos. Além disso, esse profissional, em con- da sua jurisdição, a regulamentação, a fiscalização dos estabelecimentos que
junto com a equipe multiprofissional, também deve realizar o treinamento fabricam, manipulam, importam/exportam, distribuem, transportam, dispensam
dos funcionários para a correta implementação do PGRSS. ou comercializam produtos e serviços sob regime de Vigilância Sanitária.
32 33
Mensagem Final Fontes de Consulta
Finalizamos aqui este livreto, porém a história da profissão farmacêutica ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Decreto nº 793, de 5 de abril
certamente não termina aqui. É bem possível que muitos de nossos leitores de 1993. Brasília, 1993. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/ge-
venham a fazer parte de novos capítulos a serem acrescentados. nericos/legis/decretos/793.htm> Acesso em: 12 de dez., 2013.
BARROS, J. A. C. Pensando o processo saúde doença: a que responde o modelo
biomédico? Saúde e Sociedade, nº 11, v. 1, p. 67-84, 2002. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/sausoc/v11n1/08.pdf> Acesso em: 12 de dez., 2013.
“Um profissional que não conhece o significado da própria profissão, pouco CFF, Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 586, de 29 de agosto de
ou quase nada pode contribuir para a comunidade à qual pertence e não deixa 2013. Brasília, 2013. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/reso-
o mais leve rastro de sua passagem.” lucoes/586.pdf> Acesso em: 12 de dez., 2013.
Antonio Benedito de Oliveira
CFF, Conselho Federal de Farmácia. FIP escolhe 25 de setembro como Dia
Internacional dos Farmacêuticos. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.cff.
org.br/noticia.php?id=502> Acesso em: 12 de dez., 2013.
CRF-SC, Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina. A Odisseia Ga-
lênica. Santa Catarina, 2011. Disponível em: <http://www.crfsc.org.br/jl17/
hotsite/50anos/images/stories/pdf/hotsitecdf50anos_Galenica.pdf> Acesso
em: 12 de dez., 2013.
CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. A Trajetória
da Prática Farmacêutica. São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado
de São Paulo, 2008.
CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Cartilhas
das Comissões Assessoras. Disponível em: <http://portal.crfsp.org.br/publica-
coes-2/cartilhas-por-area.html> Acesso em: 24 jan. 2014.
CRF-SP, Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. 50 Anos. São
Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2011.
DIAS, J. P. S. A Farmácia e a História Uma introdução à História da Farmácia,
da Farmacologia e da Terapêutica. Faculdade de Farmácia da Universidade de
Lisboa. Lisboa, 2005. Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/lapnex/
arquivos/files/Farmacia-e-Historia.pdf> Acesso em: 12 de dez., 2013.
FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz. O Vírus da Aids, 20 anos depois. Rio de
Janeiro: 1996. Disponível em: <http://www.ioc.fiocruz.br/aids20anos/linhado-
tempo.html> Acesso em: 12 de dez., 2013.
MENEZES, R. F. Da história da farmácia e dos medicamentos. Disponível em:
<ttp://www.miniweb.com.br/ciencias/artigos/lm_historiafarmaciamed.pdf>
Acesso em: 12 de dez., 2013.
34 35
MONTEIRO, Denise. Brasil é citado como exemplo positivo da quebra de pa-
tente (notícia de 20 de fev. 2013). Disponível em: <http://www2.far.fiocruz.br/
Endereços: Sede, Subsedes e Seccionais
redesfito/v2/?p=4082> Acesso em: 12 de dez., 2013. www.crfsp.org.br
Araraquara: Rua Humaitá, 2046 - São Franca: Rua Padre Anchieta, 1888 - sala
Geraldo 13 - Centro
Tel.: (16) 3336-2735 / (16) 3336-6929 Tel./Fax: (16) 3721-7989
Avaré: Rua Rio de Janeiro, 2075 - Guarulhos: Rua Leonardo Vallardi, 215
Centro - Centro
Tel.: (14) 3733-3583 Tel.: (11) 2468-1501
Fax: (14) 3733-3617 Fax: (11) 2229-1312
36 37
Jundiaí: Avenida Pedro Soares de Santo André: Rua Luís Pinto Fláquer,
Camargo, 543, sala 33 - 3º andar - 123 - Centro
Anhangabaú Tel.: (11) 4437-1991
Tel.: (11) 4586-6065
Santos: Avenida Conselheiro Nébias,
Marília: Avenida Rio Claro, 203 – 730 - cj. 73 - Boqueirão
Cascata Tel.: (13) 3233-5566
Tel.: (14) 3422-4398 Fax: (13) 3221-6781
Mogi das Cruzes: Rua Dr. Deodato São João da Boa Vista: Rua Floriano
Wertheimer, 1605 - 9º andar - cj 92 - Peixoto, 11 - 2º andar - sala 03 -
Centro Centro
Tel.: (11) 4726-5484 Tel.: (19) 3631-0441
Osasco: Rua Ércole Ferre, 46 São José dos Campos: Rua Antonio
– salas 02 e 03 - Moraes Barros, 66 - Centro
Vila Osasco Tel.: (12) 3921-4644 / 3942-2792
Tel.: (11) 3682-2850 Fax: (12) 3921-4644
Fax: (11) 3685-9063
São José do Rio Preto: Rua Rubião Jr,
Piracicaba: Avenida Ulhoa Cintra, 32 2634 - Centro
- Centro Tel.: (17) 3234-4043 / 3234-4971
Tel.: (19) 3434-9591/ 3435-7093 Fax: (17) 3234-5027
Fax: (19) 3402-7992
Sorocaba: Rua Conde D’ Eu, 142 -
Presidente Prudente: Rua Claudinor Vergueiro
Sandoval, 407 - Tel.: (15) 3233-8130
Jardim Paulista
Tel.: (18) 3223-5893 Zona Leste: Rua Maciel Monteiro, 93
Fax: (18) 3916-1192 - Vila Santa Teresa (estação Artur Alvim
do Metrô)
Registro: Av. Clara Gionotti de Souza, Tel.: (11) 2361-9152
102 - sala 101- Centro Fax: (11) 2361-8542
Tel.: (13) 3822-1979
Zona Sul: Rua Américo Brasiliense,
Ribeirão Preto: Rua Dr. Soares 1490 - 6º Andar - Cj. 64 –
Romeu, 404 - Jd. São Luiz Santo Amaro
Tel.: (16) 3911-9016 Tel.: (11) 5181-2770
(16) 3911-5054 Fax: (11) 5181-2374
38
Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
Rua Capote Valente, 487 - Jardim América - São Paulo/SP - CEP 05409-001
Secretaria dos Colaboradores (Secol): 4o andar (cj. 41)
Fone: (11) 3067.1483 | E-mail: secol@crfsp.org.br | Portal: www.crfsp.org.br