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anual da AIM
26 - 29 maio
Edição online
01 programa
Links e
02 informações
úteis
03 livro de
resumos
26 maio 27 maio 28 maio 29 maio
Abertura
10h00
Oficial
painel painel
painel
17h30-19h15 C F
I
Apresentação e
19h30-20h30 Lançamento de
Prémios AIM
Livros
01
pro
gra
ma
26
quarta-feira
quarta-feira
Mise-en-regard: A centralidade do
olhar no cinema de Céline Sciamma |
Daniel Oliveira Silva e Cybelle Mendes
(UBI, Portugal) 12h15
Dial M for Murch | Rui Ribeiro
(LabCom-UBI, Portugal)
-
12h30
A2 | GT Cultura Visual Digital (I) Pausa
Sala Zoom
Moderação: Marta Pinho Alves
-
A instabilidade do universo diegético:
cânone, reboot e subversão nos
franchises cinematográficos
contemporâneos | Francisco Merino
(LabCom-UBI, Portugal)
quarta-feira
Cinema e educação no
empoderamento de periferias:
desenho e análise de um panorama
ibero-americano | Pedro Alves
(CITAR-UCP, Portugal) / Mario Barro
Hernández (UNAM, México)
Possibilidades reflexiva e
emancipatória na análise das
representações da cultura escolar
no cinema | Rita Márcia Furtado (UFG,
Brasil)
27
quinta-feira
27 de maio
E2 | Espectatorialidade A cartografia da
Sala Zoom resistência brasileira em 15h30
Bacurau | Lorena
Moderação: Tainá Xavier
- Figueiredo (UnB, Brasil) / -
Dimensões da
espectatorialidade e
Fernanda Alves de Sá (UnB,
Brasil) 17h15
encarnações fílmicas no Conferência plenária
Cinema de Fluxo O Autor na periferia:
Sala Zoom
contemporâneo | Patrícia percepções acerca de O
Moderação: Mariana Liz
Black (NOVA, Portugal) Som ao Redor e
-
Inferninho | Gabriela
Susana de Sousa Dias
Um olhar impune: A Coutinho (UFPB, Brasil)
(Realizadora e Professora
violência escopofílica do
na Universidade de Lisboa,
espectador No Quarto da O profissional e o amador
Portugal)
Vanda | Ana Clara Pietroski no cinema brasileiro de
(NOVA, Portugal) baixo orçamento: Do arquivo oculto ao
atualizações pela arquivo exposto, da visão
(In)visibilidades de uma Economia da Dádiva | humana à visão não-
emergência: As imagens Miriam de Souza Rossini humana
de telejornais brasileiros (UFRGS, Brasil) / Rafael
na construção social das Sbeghen Hoff (UFAM /
desigualdades durante a UFRR, Brasil)
cobertura da epidemia de
Zika | Marina Saraiva,
Inesita Soares de Araújo e
17h15
Raquel Aguiar (Fiocruz,
Brasil) 14h15 -
Roots, The Next - 17h30
Pausa
Generations: a
representação da
15h30
experiência afro- Pausa para almoço
americana pós-guerra civil
na televisão | Edson Pedro
17h30
da Silva (USP, Brasil) -
19h15
E3 | GT Cinemas Pós- -
Coloniais e Periféricos (II) F1 | GT Outros Filmes (II):
Sala Zoom Descolonizar as Imagens
Moderação: Paulo Cunha Sala Zoom
- Moderação: Thais Blank
Encurtando o -
Antropoceno: Cura e Cronótopos em Transe:
refúgio em Bacurau | Olhares descolonizadores do
Liliane Leroux (UERJ, outubro equatoriano | Jorge
Brasil) / Michelle Sales Flores Velasco (Paris 3, França
(UFRJ, Brasil / CEIS20-UC, / UArtes, Equador)
Portugal)
27 de maio
sexta-feira
28 de maio
H2 | GT Paisagem e
Cinema (II)
Audiovisual e
apropriação: quando a 17h15
Sala Zoom
Moderação: Júlia Vilhena
estética elabora a
economia | Leandro
-
- Mendonça (UFF, Brasil) 17h30
Paisagem mutante: Pausa
Figurações da Ceilândia Apropriação e
nos filmes de Adirley transbordamento: do
Queirós | Aline B. Portugal documentário à instalação
imersiva | Lais Lara (UFF,
(UFRJ, Brasil)
Brasil) 17h30
Cinema na rua: Corpos
políticos e
-
performatividades na
cidade do Rio de Janeiro |
14h15 19h15
Tatiane Mendes (UERJ,
Brasil)
- -
I1 | GT Cinema, Música,
15h30 Som e Linguagem (II)
Sala Zoom
Paisagens interrogativas Pausa para almoço
de Brígida Baltar | Moderação: Carlos Ruiz
Fernanda Bastos (ECO- -
UFRJ, Brasil) Uma matula para uma voz:
a pluralidade vocal de
Grace Passô em Vaga
Se eu fosse uma
paisagem: Reflexões 15h30 Carne | Maria Altberg (PUC-
Rio, Brasil)
sobre arquivos familiares
| Ana Costa Ribeiro (UERJ,
-
Brasil) 17h15 As imagens e os sons
(memórias) imaginadas:
H3 | GT Cinemas em subjetividades propostas
Conferência plenária pela palavra lida e ouvida
Português (II)
Sala Zoom | Fernando Morais da Costa
Sala Zoom
Moderação: Filipa Rosário (UFF, Brasil)
Moderação: Jorge Luiz Cruz
-
-
Lucia Tralli O timbre do ciborgue:
Videodança e corpo
(Universidade Americana de som e música na
expandido: as propostas
Roma, Itália) construção de
cênicas de Analivia
identidades
Cordeiro | Beatriz Cerbino Studying Fandom (des)humanizadas no
(UFF, Brasil) Practices: a Gendered Re- cinema de ficção
Orientation científica ciberpunk |
António Lopes Ribeiro: a
André Malhado (CESEM-
câmara do poder do
NOVA, Portugal)
cinema português | Afrânio
Mendes Catani (USP,
Brasil)
28 de maio
I3 | Cinema Português
Contemporâneo
Sala Zoom
Moderação: Iván Villarmea
Álvarez
-
Becoming Portuguese.
New Europes for Old in
Miguel Gomes’s Arabian
Nights | Hilary Owen
(University of Oxford /
University of Manchester,
Reino Unido)
29
sábado
29 de maio
10h30 J2 | Linguagem
Audiovisual
Fascinación, resistencia y
dignidad: la rostrificación a
- Sala Zoom
Moderação: Elisabete
ultranza en la obra de Ciprì
y Maresco | Joan Jordi
12h15 Marques Miralles (Tecnocampus-UPF,
Espanha)
- -
J1 | GT O Cinema e as A língua da poesia no
cinema: reflexão a partir de Censura ao cinema no
Outras Artes (I)
Pier Paolo Pasolini, espaço ibérico durante as
Sala Zoom
Tzvetan Todorov e Robert ditaduras | Ana Bela Morais
Moderação: Liliana Rosa
Bresson | Dária Salgado (CEC-ULisboa, Portugal)
-
Gesamtkunstwerk: A (CAUC, Portugal)
reunião das artes como
gesto de criação em Cinema experimental:
Ludwig: Requiem para um
Rei Virgem | Fátima Chinita
“tradição e talento
individual” | Ana Isabel
12h15
(ESTC-IPL / LabCom, Soares (CIAC-UAlg, Portugal) -
Portugal)
Narrativas audiovisuales de 12h30
As cabanas de Varda. lo cotidiano en primera Pausa
Produção de presença, persona | Jesús Ramé
sentido e López (URJC, Espanha)
arquissemelhanças numa
Webocumentário: da
perspectiva arqueológica
das mídias | Denise Costa playlist ao cânone | 12h30
Lopes (PUC-Rio, Brasil) Manuela Penafria (LabCom-
UBI, Portugal) -
Errâncias trágicas pelas
Cosmococas: o corpo
14h15
J3 | Teoria e História do
como linguagem nos quasi-
Cinema L1 | GT O Cinema e as
cinemas de Hélio Oiticica e
Neville d’Almeida | Gabriela Sala Zoom Outras Artes (II)
Freitas (UnB, Brasil) e Leonel Moderação: Sérgio Dias Sala Zoom
Antunes (UFRJ, Brasil) Branco Moderação: Diego Paleólogo
- -
Pinturas de luz itinerante: A ilusão óptica e o Em busca do gesto
uma abordagem a partir da movimento aparente dos perdido: o dispositivo do
poética híbrida do VJ dispositivos recreativos do tableau vivant nas imagens
Suave | Daniela Pinheiro século XIX | Maria Mire híbridas contemporâneas |
(LabCom-UBI, Portugal) (Ar.Co, Portugal) Nina Velasco e Cruz (UFPE,
Brasil)
A mise-en-scène da
sombra: modalidades Bill Viola: The Passions |
plásticas e efeitos André Arçari e Angela
dramáticos | Luís Nogueira Grando (LabArtes-UFES,
(LabCom-UBI, Portugal) / Brasil)
Fernando Cabral (LabCom-
UBI, Portugal)
29 de maio
L3 | GT Cinema e
15h30
Materialidades -
Sala Zoom
Moderação: Ana Bela Morais 17h15
- -
O desenho como estudo Assembleia-Geral
formal sobre o &
enquadramento: dois casos Encerramento do
de estudo na direção de arte
Encontro
do cinema português |
Caterina Cucinotta (ICH-NOVA,
Portugal)
02
LINK
S
& inf
maç r o
ú ões
teis
links & informações úteis
- Programa -
Mesa-Redonda
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C1 | Cinema e Educação
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C2 | Cinema Brasileiro Contemporâneo
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E1 | Documentário
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E2 | Espectatorialidade
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E3 | GT Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos (II)
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links & informações úteis
Conferência Plenária
Conferência Plenária
Lucia Tralli
Studying Fandom Practices: a Gendered Re-Orientation
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links & informações úteis
Livro
d
e
resu
mos
CP
CP
Conferência Plenária
Susana de Sousa Dias
Numa época em que as imagens já não são Susana de Sousa Dias é doutorada em
apenas objectos no mundo, mas matéria- Belas Artes (Audiovisuais) e Mestre em
prima do mesmo, esta comunicação Estética e Filosofia da Arte, tem o curso
interroga dois movimentos contemporâneos de Cinema (Imagem) da Escola Superior
com grande impacto na realização de de Teatro e Cinema.O seu trabalho
documentários: a criação de imagens cada explora a dialética da história e da
vez mais distanciadas do sensorium humano memória, questionando regimes
e a crescente disponibilização de objectos estabelecidos de visibilidade e
audiovisuais através da internet — alguns audibilidade com foco no arquivo. Os
anteriormente de difícil acesso, como os seus filmes foram exibidos em festivais e
depositados nos arquivos institucionais, exposições, como Berlinale, IDFA,
outros cuja função é serem imediatamente BAFICI, Documenta 14 (Keimena),
expostos_online. Berkeley Art Museum e Pacific Film
Partindo da experiência de realização de Archive, etc. Recebeu o Grand Prix
Fordlândia Malaise e da concomitante Cinéma du Réel e o Prémio FIPRESCI,
utilização de imagens de drone e imagens entre outros. Em 2012 criou um coletivo
do início do século XX disponibilizadas feminino que dirigiu o Festival
online, reflecte-se sobre as implicações Internacional de Cinema Doclisboa por
éticas e epistémicas das escolhas estéticas, duas edições, criando novas secções
formais e narrativas, e do papel da como Cinema de Urgência e Passagens
montagem na problematização das próprias (Documentário e Arte Contemporânea). É
imagens. professora da Universidade de Lisboa.
-
CP
Conferência Plenária
Lucia Tralli
Studying Fandom Practices: a Gendered
Re-Orientation
Lucia Tralli
(Universidade Americana de Roma, Itália)
-
How can the theories developed in the field Lucia Tralli is a gender and media studies
of gender studies help conceptualize scholar. Her main research focuses are
research topics in fandom studies? Is it grassroots media practices; the re-use of
possible to re-orient our point of view media images in audio-visual
towards fandom practices applying a productions; popular culture; celebrity
gendered_perspective? culture, and intersectionality in the
In the last years, we have witnessed a media. She has published papers and
growing interest in fan practices and their chapters on fandom, media and gender
progressive inclusion and acceptance within on several international academic
mainstream discourses about media. journals and books, and her first book on
Nevertheless, some practices - and their fan vidding as a gendered practice has
histories - have benefitted more public been accepted for publication by
recognition and praise whether others, Meltemi. She is currently Research
usually female-oriented, have not profited Fellow at the University of Naples
from the same open acknowledgment and Federico II, within a PRIN project on
have been scrutinized and silenced. Italian actresses and writing, and Adjunct
Focusing on the history of women-led fan Professor at AUR - The American
practice, vidding, and on some of the University of Rome, where she teaches
communities that had created and fostered Media and Gender and Introduction to
the first decades of this grassroots video- Visual Culture. She has extensively
remixing practice, we will explore how it is collaborated with Home Movies - Italian
possible to analyze these practices Amateur Film Archive in Bologna for
borrowing some concepts stemming from more than fifteen years, where she is
gender and queer theories. The objects at curating and organizing cultural projects
the center of these fields inhabit a space on the valorization of archival film
where identities, creative practices, politics, heritage. In 2020, she completed her
resistances and compliances, pleasures, and found-footage documentary, For Better or
desires are all inextricably connected. For Worse. Conversations with Sara (co-
From the history of women's fan practices to authored with Sara Iommi), about
"fangirls" peculiar affection towards specific women’s marriage imaginary in Italy.
media products, from remix as a gendered
technology to building and taking care of
virtual communities, we will focus on how a
gendered re-orientation of fan studies can
help to understand better the histories and
practices of a significant segment of media,
their fans.
-
A 26 maio
10h30 — 12h15
GT Teoria dos Cineastas (I)
A1
Percursos criativos na obra A poética de Woody Allen em relação a
cinematográfica de Manuel Mozos Federico Fellini: o diálogo intertextual
Eduardo Tulio Baggio entre Stardust Memories e 8½
(UNESPAR, Brasil)
-
Alexandre Silva Wolf
(UTP/FAE, Brasil)
Manuel Mozos nasceu em 1959, portanto,
-
era uma criança pequena quando estrearam
É uma prática bem conhecida usar o texto
o curta A Almadraba Atuneira (António
de outro, na práxis da construção de filmes
Campos, 1961) e os longas Dom Roberto
e roteiros, em busca de uma poética fílmica
(José Ernesto de Sousa, 1962) e Os Verdes
própria, que é frequentemente caracterizada
Anos (Paulo Rocha, 1963), considerados
nos estudos cinematográficos como
filmes pioneiros do Novo Cinema Português.
intertextualidade. É claro a partir desses
Como afirma Ana Catarina Pereira, Mozos
estudos que a presença desses intertextos
tem um lugar especial em uma “geração do
não deve ser entendida como mera
meio, situada entre os realizadores que
repetição, pois a partir de novos contextos,
consagraram o Novo Cinema Português e
o novo texto ganha significado original. Essa
os cineastas da geração mais recente”
possibilidade é baseada no dialogismo de
(PEREIRA, 2013:15). O objetivo da
Bakthin, que entende que todo homem
comunicação é, a partir da abordagem da
constrói sua linguagem a partir de diálogos
Teoria dos Cineastas e tendo em conta a
de outro e com outro. Kristeva cunhou a
condição do cineasta de integrar a “geração
palavra "intertextualidade", quando as
do meio”, identificar em sua obra de
vozes interagem em um texto, não tendo a
realizador cinematográfico os principais
voz do autor como a única. Woody Allen
percursos criativos. Para isso, será
tem um vasto trabalho que oferece muitas
considerada ainda a condição de um
possibilidades de análise. A pluralidade de
cineasta herdeiro dos cinemanovistas, que,
seu discurso nos permite pensar em seu
em alguns casos, foram seus professores
trabalho como um exemplo de
e/ou realizadores em filmes nos quais
intertextualidade aplicada ao cinema. Seus
trabalhou, seja como montador, assistente
filmes constroem uma rede significativa,
de montagem, anotador, etc. A hipótese é
composta de anúncios, lembranças,
de que a obra de Mozos apresente quatro
correspondências, deslocamentos e saltos
linhagens criativas principais: 1) A das
que fazem de sua narrativa um tecido de
ficções com protagonistas masculinos
fios cruzados, nos quais seus elementos
tipicamente lisboetas; 2) A dos
podem pertencer a muitos circuitos. Em
documentários voltados ao próprio cinema;
Stardust Memories (1980), Allen dialoga
3) A dos documentários sobre
intensamente com a obra 8½ (1965), de
personalidades da cultura portuguesa; 4) A
Federico Fellini. Este trabalho pretende
dos documentários a partir de imagens de
apresentar e analisar os diálogos
arquivo. Alguns dos filmes do cineasta
intertextuais do primeiro diretor com o
percorrem mais de uma dessas linhagens e
segundo, identificando o trabalho resultante
isso também será observado, bem como as
como um produto poético original.
possíveis influências formativas no campo
do cinema para a definição desses
percursos.
GT Teoria dos Cineastas (I)
A1
B 26 maio
12h30 — 14h15
B1
GT Teoria dos Cineastas (II)
D1
Entre arquivos e histórias: quando o Inês: cinema, arquivo e resistência
cinema vira personagem Thaís Blank
Theresa Medeiros e Christina Ferraz Musse (FGV-CPDOC, Brasil)
(UFJF, Brasil) Patrícia Machado
- (PUC-Rio, Brasil)
-
Cine São Paulo (2017) é um documentário Esta comunicação se debruça sobre o filme
brasileiro dirigido por Ricardo Martensen e Inês (1974, 19min), dirigido pela atriz e
Felipe Tomazelli. O filme conta a luta de um cineasta Delphine Seryg. Pouco conhecido e
homem para salvar o prédio centenário do nunca exibido no Brasil, o filme aborda a
antigo cinema de rua, numa pequena cidade prisão da militante Inês Etinne Romeu, que
do interior paulista. Na construção narrativa capturada em 1971 em São Paulo e
condenada à prisão perpétua, seria
do documentário, Seu Chico cede ao Cine
transferida no ano seguinte para o presídio de
São Paulo o protagonismo da história, através
Bangu no Rio de Janeiro, onde ficaria até
dos relatos sobre a história da sua família com 1979. Única sobrevivente do centro de tortura
o cinema. Destacamos, no variado acervo conhecido como Casa da Morte, Inês foi uma
utilizado na produção do filme, as narrativas testemunha chave no esclarecimento dos
pessoais de Seu Chico, bem como seus crimes cometidos pelo Estado brasileiro
arquivos pessoais em vídeo e registros da durante o período da Ditadura Militar. Ainda
família, que, cedidos aos diretores, ajudaram na década de 1970, quando Inês estava na
a rememorar a história do cinema, agora em prisão, a violência que sofreu foi encenada
ruínas. O uso de imagens de arquivos e por uma atriz no filme de Delphine Seyrig,
fragmentos de filmes antigos em depositado hoje no Centre Audiovisuel
documentários sobre os cinemas de rua é Simone de Beauvoir. Trabalhando com a
noção de “arquivos cruzados” (LINDEPERG,
recorrente, sobretudo quando a narrativa faz
2013), propomos resgatar o contexto de
uso dos relatos daqueles que foram parte da
produção do filme, os documentos usados
audiência desses locais. O exercício de
como fonte de informação e os modos como
rememoração torna-se estruturante quando essa história até então invisível foi narrada e
os entrevistados relatam suas idas aos montada. Para compreender o interesse por
cinemas, evocando lembranças dos filmes essa temática naquele momento,
que marcaram determinado momentos de apontaremos também a relação da
suas vidas. Assim como Cine São Paulo, realizadora com os movimentos do cinema
podemos citar outros exemplos de militante e feminista do período.
documentários brasileiros que seguem essa
mesma estrutura, como Cine Paissandu:
Histórias de uma Geração (2013), de Christian
Jafas e o curta-metragem Cine Vaz Lobo
(2016), do coletivo carioca Subúrbio em
Transe. Diante do exposto, esta comunicação
tem como objetivo discutir o uso de imagens
de arquivos pessoais na estrutura de
documentários com essa temática.
D1 GT Outros Filmes (I): Sobrevivência e Resistência das Imagens
D2
Contributos da APP RTP Arquivos para a Entre filme, textos e contextos: um estudo
preservação da história da televisão de recepção sobre Os Mucker
portuguesa e do cinema português Amanda Rosasco Mazzini
Carlos Canelas (JLU, Alemanha)
(IPG, Portugal) -
-
Nesta comunicação procuramos abordar Durante a ditadura militar brasileira, foi
alguns contributos da APP RTP Arquivos para lançado o filme Os Mucker (Jorge Bodanzky e
a preservação da história da televisão Wolf Gauer, 1978), que retrata ficcionalmente
portuguesa e do cinema português. Deste a tragédia ocorrida na década de 1870 no sul
modo, serão assinalados e, posteriormente, do Brasil envolvendo uma seita religiosa
analisados diversos arquivos audiovisuais formada por camponeses. O grupo desafiou
disponibilizados pela referida APP, cuja as autoridades e seu massacre é pouco
aplicação foi lançada em março de 2019, que lembrado na história do país. Os jornais da
constituem marcos importantes da história da época expressaram diversas interpretações
televisão portuguesa e do cinema português. sobre o filme, incluindo uma curiosa de
A título de exemplo, no caso do cinema Glauber Rocha, que acreditava que o filme era
produzido em Portugal, evidenciam-se de extrema direita por ter sido co-produzido
diversos conteúdos audiovisuais, como pelo Instituto Goethe, o qual, na opinião do
sejam: entrevistas a realizadores portugueses; cineasta, estava a serviço da Cia (“Folha de
apresentação do panorama do cinema S.Paulo”, 27 de janeiro de 1979). Ao que
português em determinados períodos; parece, o conteúdo do filme, de contestação
abordagem aos métodos de produção de e de narração de histórias marginalizadas,
filmes vigentes em certas épocas; entre competiu com outros fatores externos ao
outros conteúdos audiovisuais relacionados filme durante a recepção. Assim, o interesse
com o cinema português. dessa proposta é guiado pela seguinte
pergunta: como a recepção de Os Mucker
está relacionada com o seu contexto histórico
e político? Para tanto, a metodologia envolve
a coleta e análise de textos sobre o filme que
foram publicados na imprensa brasileira em
1978-1979 e estão disponíveis hoje na
Hemeroteca Digital brasileira. Os métodos de
Janet Staiger em Interpreting Films (1992)
serão levados em consideração para análise.
A relevância dessa pesquisa se encontra na
possibilidade de analisar como contextos
políticos contribuem para a recepção fílmica,
mesmo quando o filme não se dirige
diretamente a eles.
D2 Recepção e Cultura Mediática
D3
O sinuoso percurso geopolítico de Éramos em Bando: criação artística
Queimada coletiva em tempos de pandemia
Rui Lopes Júlia Vilhena Rodrigues
(IHC-NOVA, Portugal) (CEIS20-UC, Portugal)
- -
Esta apresentação refletirá sobre as A partir da obra Éramos em Bando, criada
intersecções e apropriações políticas do pela companhia de teatro Grupo Galpão, em
cinema através do caso de Queimada (1969), parceria com o cineasta Pablo Lobato,
drama histórico sobre uma revolta de propõe-se refletir sobre a experiência artística
escravos nas Antilhas realizado por Gillo em tempos de confinamento. Dialogando com
Pontecorvo como um misto de filme militante outros trabalhos, discutiremos nessa
e épico de aventuras. Concebido como uma comunicação novas modalidades de
parábola do envolvimento dos EUA no percepção e de criação coletiva em tempos
Vietname e reciclando o argumento de um de pandemia, buscando perceber nelas “as
spaghetti western sobre a revolução mexicana forças (instáveis, em devir) das pequenas
(Robé 2014), Queimada confrontou-se com impressões, das atmosferas onde nada de
conflitos na rodagem na Colômbia e com a preciso é ainda dado, onde o pensamento
pressão da ditadura de Franco para que o apenas se ensaia, se deslocando levemente
enredo deixasse de ter lugar numa colónia da experiência” (Gonçalves, 2014).
espanhola, como inicialmente previsto. Da Discutiremos como a sensorialidade e o afeto
decisão de alterar a localização para uma determinaram uma virada epistemológica na
colónia portuguesa fictícia resultou uma arte e na estética contemporânea dos anos
inesperada dramatização das lutas de 2000 e vêm permitindo ao espectador novos
libertação que então decorriam em Angola, modos de fruição e interação. Veremos como
Moçambique e Guiné-Bissau, o que é os pequenos blocos de espaço-tempo,
especialmente notável pois embora Portugal – fragmentos efêmeros de gestos e sensações,
incluindo o seu espaço imperial – tenha arrancados do espaço íntimo da casa
marcado presença em dezenas de produções funcionam como lampejos de poesia e
europeias ao longo dos anos 60 e 70, as resistência em meio ao caos. No lugar de
guerras coloniais não tiveram praticamente narrativas cinematográficas convencionais,
expressão na ficção cinematográfica do que obedecem a uma lógica linear e causal,
período. No Brasil (onde chegou a ser visualizamos nessas obras contemporâneas
proibido), Queimada foi mobilizado para uma lógica do sensível, que divisam outros
evocar a história de escravatura desse país, modos de explorar as potências do tempo e
tendo-se também tornado num objeto de da imagem. Obras como essa do Grupo
análise recorrente no campo de estudos pós- Galpão nos levam a refletir também sobre as
coloniais (Davis 2000, Martin 2009). fronteiras e o que se passa entre os campos e
Examinaremos assim o modo como este caso as linguagens artísticas, dando a ver a
capta a tensão entre a economia política da potência poética de um cinema expandido,
produção, a semiautonomia do texto colocando em diálogo imagem, poesia e
audiovisual e a subjetividade da sua receção. performance.
D3 GT Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos (I)
A relação entre quem filma e quem é filmado Esta comunicação vai analisar personagens
no cinema documental é um dos elementos femininas no documentário brasileiro dos
definidores na obra fílmica final, com um poder anos 1960 e 1970. A personagem feminina
influenciador que se estende desde a sua na primeira década quase sempre assume
criação à recepção e fruição por parte do papel secundário, vindo a ter maior destaque
espectador. Diferentes fatores podem a partir da década seguinte – mas de que
influenciar de forma determinante essa relação filmes e diretoras/diretores estamos falando?
com o Outro (tempo, aparato, poder, ética, Quais os contextos das duas décadas? Que
género, convicções, cultura, língua, etc.). interferência o feminismo provoca na
Quando o realizador opta por conhecer e dar a elaboração da personagem feminina? São
conhecer os antípodas das suas convicções essas questões que pretendemos discutir.
poderemos estar perante não simplesmente de Em praticamente todos os documentários
um exercício auto-performático de brasileiros dos anos 1960 não se veem
relativização e tolerância, mas sim no assumir personagens femininas relevantes, salvo
do cinema, enquanto ferramenta de criação e raríssimas exceções. É a partir dos anos
posição no mundo, que olha para o outro lado 1970 que as mulheres vão dirigir mais
daquilo que se crê por válido, para, através da documentários no Brasil. O aumento é
diferença, poder realizar uma reflexão mais exponencial, passando de 11 para cerca de
profunda sobre valores e certezas assumidas, 180. E, junto com esse aumento da
reforçando-as ou não. Para esta comunicação produção feminina, se verifica um interesse,
partir-se-á do exemplo do filme documental Of meticuloso por vezes, pelo sujeito-mulher. O
Fathers and Sons (2017) de Talal Derki, que esta comunicação propõe é sistematizar
realizador infiltrado nas fileiras e relações os contextos em que essas obras foram
familiares do Estado Islâmico na Síria, produzidas e, relacionando a questões de
analisando de que forma a ética, as raça e classe, verificar como as personagens
convicções, o tempo e as condições de femininas foram abordadas em filmes dos
produção foram elementos decisivos para este anos 1960 (feminismo apenas latente) e de
trabalho. Problematizando a relação meados dos 1970 (recrudescimento dos
estabelecida entre um realizador que procura o lemas feministas).
Outro que se define por contrário a si, e
valorizando os fatores que intervêm nessa
relação, olhar-se-á para a forma como as
ferramentas fílmicas e cinematográficas
poderão ser elemento primordial para uma
mediação do autor na construção da obra.
E2
Espectatorialidade
Durante once días de manifestaciones contra Performance, through the emphasis on the
el gobierno en Ecuador, los medios de human body does provide an opportunity to
comunicación tradicionales implementaron address the object-subject problem.
un “cerco mediático” que minimizaba la Certainly, these artists use their bodies that
magnitud de los acontecimientos que tenían are transformed into an instrument – and are
lugar en las calles. Durante la revuelta, then reduced to the status of a thing, one
solamente era posible ver lo que sucedía a might say. However, the bodies transcend
través de transmisiones en vivo a través de their objectification, which is transformed into
las redes sociales. Estas transmisiones eran a "new emancipated source material” (K.
lo suficientemente profesionales como para Battista). Based on this reflection, I would like
transmitir durante muchas horas sin to show a corpus where the traditional view
interrupción. ¿Quiénes estaban detrás de of the female body is reified through the
esas cámaras en medio de disputa? Esta presence of an animal that serves as a third
ponencia analiza el papel de los medios de eye. Far from being anecdotal, this presence
comunicación comunitarios y alternativos en puts the spectator at a distance in front of
las revueltas de octubre en Ecuador. Nos the physical gestures established in the
interesa conocer la contribución de la visual space. It’s the physically mobile
tecnología a la comunicación en sociedades presence of Kitch the cat in Carolee
fragmentadas social, política y Schneemann's famous Fuses (1968) where
económicamente, pero con un alto grado de the director films the love-making act with a
conectividad, como es la ecuatoriana. El modesty that moves it from the intimate to
papel que jugó la red en el enlace entre los the universal field of perception. But it’s also
movimientos espontáneos de jóvenes Marina Abramovic who confesses to a
urbanos, como el feminista, y los donkey the shocking anecdotes of her
movimientos ya instituidos como los existence in Confession (2010). Finally, it’s
movimientos de trabajadores y el movimiento Laurie Anderson's tribute to her deceased
indígena fue clave. Para esto, se analizará dog in Heart of Dog (2016). We look at
una serie de entrevistas a los protagonistas animals and animals look at us: a double
de este fenómeno, teniendo como hipótesis sense of a gaze and the need for a clear-
que las revueltas no estaban basadas en sighted and critical gaze, which is free from
acciones coordinadas, sino que simplemente prejudice and a certain anthropocentrism. In
se trataba de una confluencia de actos what way does the presence of the animal
similares que coincidían en el tiempo gracias within the performative gesture become a
al cruce de información en las mismas subversive and destructive strategy to fight
plataformas. Los medios de comunicación against women's objectification?
comunitarios que transmitían en directo por
internet y las redes sociales.
F1 GT Outros Filmes (II): Descolonizar as Imagens
F2
Correntezas de Sereias e Ofélias: Elena, Transições na montagem audiovisual: a
os ritos de passagem e a imagem de si elipse em longas-metragens brasileiros de
como busca Kleber Mendonça Filho
Márcio Andrade Vinicius Augusto Carvalho
(UERJ, Brasil) (ESPM Rio, Brasil)
- -
F3
Viagem solitária: um estudo sobre Filmando cosmologias: cinema e política
liberdade feminina no cinema de ficção em Los silencios
contemporâneo Fabio Camarneiro
(UFES, Brasil)
Carlos Eduardo Fialho
-
(UFF, Brasil)
Tatiana Miranda
(IBGE, Brasil)
-
Essa pesquisa analisa indícios da liberdade e A trama de Los silencios, longa-metragem de
autonomia feminina na contemporaneidade Beatriz Seigner, se passa em algum ponto no
através de viagens solitárias de mulheres. centro da América do Sul, entre Brasil,
Analisamos três filmes de ficção recentes na Colômbia e Bolívia. Em meio à paisagem
busca desses indícios: Comer, Rezar, Amar amazônica, o filme aproxima temporalidades
(Ryan Murphy; 2010), Livre (Jean-Marc distintas — presente e passado, mas
Vallée; 2014) e Juanita (Cark Johnson; 2019). também vida e morte —, a partir de dois
Comer, Rezar, Amar (2010) e Livre (2014) são personagens exilados (mãe e filho) que
filmes sobre mulheres que tentam resgatar buscam meios de sobrevivência ao mesmo
suas identidades através de viagens tempo em que procuram seus familiares (pai
solitárias, após passarem por experiências e filha), desaparecidos após um protesto.
pessoais de forte impacto emocional. Juanita Assim, Los silencios lida com a invisibilidade
(2019) narra a história de uma mulher negra, (dos parentes desaparecidos) e o
de meia idade, em busca da independência, silenciamento (dos que restaram) e, para
novos relacionamentos e o sentido da vida potencializar essa estratégia, cria um
através de uma viagem solitária. Os três rompimento entre o mundo dos vivos e o dos
filmes serão analisados através do método mortos. Trata-se de uma outra cosmogonia,
de leitura da narrativa e narração fílmica, mais próxima daquela dos povos originários
buscando indícios que nos conduza à do continente, em que o tempo histórico é
compreensão do termo “liberdade feminina” subvertido, e percebido não mais como linha
nas obras em questão. O feminismo reta, mas como uma espiral. Além disso, o
contemporâneo — chamado de 4ª onda — filme de Seigner dialoga com um dos traços
possui como pauta a luta por direitos iguais e estilísticos do cinema indígena brasileiro,
a autonomia da mulher. As mulheres como apontado por André Brasil e Bernard
retratadas nos filmes selecionados não são Belisário: o corpo-câmera, que se relaciona
ativistas do movimento feminista, elas se “não apenas com os objetos e fenômenos
inserem nesse contexto de 4ª onda porque visíveis, mas também com (...) agências
perseguem e vivenciam sua liberdade invisíveis”. (BRASIL; BELISÁRIO, 2016, p.
viajando sozinhas por um mundo ainda hostil 604) Ao fim, a forma fílmica de Los silencios
às mulheres. Pesquisar e analisar essas parece elaborar, a partir das características
experiências através do cinema permite aqui apontadas, uma espécie de “pedagogia
compreender os lugares do olhar feminino da resistência”, tocando em temas urgentes
sobre a liberdade e construção da identidade para uma América Latina que tem vivido
feminina na contemporaneidade. períodos de intensa efervescência social e
política.
F3 Mulheres no Cinema Contemporâneo
Embora o cinema de Patricio Guzmán quase Em 1916 o crítico literário russo Victor
sempre se proponha a realizar um exercício de Shklovsky publicou "Art as Device" que se
memória sobre os traumas causados pela constituiu na época como o verdadeiro
ditadura militar de Pinochet, a radical mudança manifesto do movimento formalista russo. No
estética em seus últimos filmes Nostalgia de la referido texto, Shklovsky desenvolveu um
luz (2010), El botón de nácar (2015) e La conceito que designou como "Ostranenie"
cordillera de los sueños (2019) abriu espaço (Estranhamento), o qual se tornou crucial nos
para uma maior subjetividade e estudos literários, e que posteriormente
experimentação poética. Nesta última trilogia, adquiriu relevância na investigação
a partir da inserção de imagens simbólicas e cinematográfica e nas artes visuais. Tal não é
de vastas paisagens da geografia chilena, o alheio ao facto de, no contexto da época,
diretor convida a refletir de forma mais "Art as Device" ter tido como ponto de
universal as relações de passado e presente. partida a narrativa literária oriunda da
Essa forma ensaística que entrelaça estética e tradição russa , por outro lado, ter
ética através de uma visão poética, embora rapidamente sido apreendido pelo
tematize a perda de sentido através da emergência do discurso cinematográfico e
representação dos traumáticos fatos pelos vários movimentos avant-guarde. Na
históricos, presta-se ao mesmo tempo como sua essência, o conceito de estranhamento
campo de experimentação para a construção em Shklovsky convoca-nos para a fruição da
de sentido. Essa comunicação abordará a obra de arte através de um processo de
ruptura estética ocorrida nesta última trilogia, "desautomatização" da percepção e de
procurando identificar de que maneira a tornar estranho o que aparentemente parece
escolha da paisagem como dispositivo ser vulgar. Proponho como objecto desta
condutor da narrativa contribui para uma maior comunicação a leitura de algumas obras de
imersão, contemplação e reflexão sobre os James Benning, nomeadamente 13 Lakes,
temas políticos abordados pelo diretor. Two Cabins e L.Cohen à luz deste conceito.
Benning, cineasta americano com mais de
40 anos de carreira, caracteriza-se pela
utilização da paisagem americana como
background para uma incursão de carácter
político e poético. Através da utilização da
longa duração dos planos e do som como
criador do fora de campo, pretendo analisar
esses dois aspectos da sua cinematografia à
luz do conceito de Shklovsky.
G3
GT Cinemas em Português (I)
A partir dos filmes A Cidade É Uma Só? O objetivo do trabalho é entender o cinema
(2012), Branco Sai, Preto Fica (2014) e Era na rua em sua relação com a cidade como
Uma Vez Brasília (2017), todos de Adirley um espaço político criado a partir de
Queirós, interessa-nos pensar de que forma exibições que ocorrem no Rio de Janeiro.
a paisagem da Ceilândia varia entre esses Para tal, analisamos experiências de cinema
trabalhos, entendendo o cinema como um que ocorrem em meio à praça Tobias
dispositivo que não apenas representa os Barreto, no bairro carioca de Vila Isabel. As
espaços que filma, mas os inventa. Ceilândia atividades são iniciativa do coletivo de arte
é uma cidade-satélite de Brasília, capital do Cinevila, que desde 2016 ocupa a praça para
Brasil, cujo plano urbanístico que a construiu criar espaços de projeção fílmica e debate.
— conhecido como Plano Piloto — fez da Como contexto específico cabe analisar três
região tábula-rasa e expulsou os antigos sessões específicas do Cinevila: as minas
moradores da região. Assim nasce a CEI- narram, Mulheres daqui e acolá e Sessão
lândia, cidade que carrega no nome a Elas com os filmes Olmo e a Gaivota (Petra
exclusão que a instaura, pois CEI é a sigla Costa, 2014), Corpo Manifesto (Carol
para Campanha de Erradicação de Invasões, Araujo,2016), Baronesa (Juliana Antunes,
projeto que empurrou os habitantes para fora 2017), e o documentário Das Nuvens para
do Plano Piloto. A paisagem da Ceilândia é Baixo (Marco Antônio Gonçalves e Eliska
uma questão central para Adirley que, a cada Altmann, 2015) . Além disso, as sessões de
filme, reinventa esse espaço, seja cinema na rua contam com a exposição de
acompanhando os percursos cotidianos dos fotos de Viviane Laprovita e Ana Clara Tito,
personagens pelas ruas de terra, seja através que criam camadas diversas de significação
da memória do espaço marcada por muitas do feminino, nas falas, na escuta atenta e no
violências, seja como cenário de ficção compartilhar de emoções e sentido. Qual é a
científica e viagens no tempo. Ao multiplicar potência da comunhão de diferentes
as figurações da paisagem da Ceilândia, linguagens no espaço da rua, em meio à
Adirley reivindica-o como um espaço vivo, cidade? Dialogamos com o ideário de Judith
cuja resistência ao projeto urbanístico de Butler (2018) para compreender a reunião de
Brasília se dá através da fabulação e da corpos no espaço urbano como
construção de possíveis. solidariedades provisórias, “uma forma
imprevista de performatividade política que
coloca a vida possível de ser vivida” (2018:
24), oferecendo outras percepções de
espaço e tempo, deslocamentos de sujeitos
e sentidos que nos cabe investigar.
H2
GT Paisagem e Cinema (II)
Por ter uma sensibilidade apurada para os O trabalho pretende analisar 18 rolos em
encantos do mundo, a artista visual Brígida 8mm de arquivos familiares da autora,
Baltar não precisa partir em expedições filmados entre 1953 e 1960 por seu avô, que
“wanderlust” para desfrutar do contato com fazem parte do material bruto do longa-
a natureza. Ao contrário, para ela basta olhar metragem Termodielétrico, em
em volta para perceber e revelar a nossa desenvolvimento. Através de articulações
imersão e o nosso pertencimento à natureza, entre Paisagem e Arquivo, pretende-se
da qual tanto insistimos em nos separar. questionar como as relações estabelecidas
Baltar não busca o paraíso idílico, ela cria o pelo avô da realizadora com as paisagens
seu paraíso particular com a natureza que se que filmava nos anos 50 repercutem na
oferece na vizinhança e no caminho, seja forma em que ela se relaciona com as
subindo em uma árvore à beira de uma via paisagens na prática do cinema
expressa da cidade para ler um livro mais contemporâneo. Nesse contexto, os
perto das flores rosadas, seja abrindo uma espectadores são convidados a recordar as
janela alternativa em sua casa para ver paisagens que compõem nossos
melhor a árvore do quintal, seja coletando, imaginários, herdados por nossas tradições.
em potes de vidro, a neblina e o orvalho da A pergunta “se eu fosse uma paisagem” tem
serra. Nesta comunicação investigamos a a intenção de nos levar a refletir sobre as
relação intensa que essa artista estabelece relações que nossas famílias e nossas
com a natureza, principalmente, a partir dos culturas tiveram com os espaços, por
vídeos Há um Lugar em uma Paisagem? e determinado período de tempo. Nesse
Algumas Perguntas, nos quais, por meio de sentido, a análise de arquivos familiares
um recorte no espaço, ou seja, da invenção pode revelar tanto as semelhanças quanto as
de uma paisagem, ela cria também um diferenças nos modos de percepção das
recorte de tempo, uma pausa para a paisagens através das gerações. A
contemplação – cada vez mais rara em comunicação terá a forma de uma
tempos funcionais, organizados pela performance poética, com a projeção dos
produtividade. Da contemplação, surgem as filmes em 8mm passando ininterruptamente
questões filosóficas – estéticas e existenciais enquanto se enuncia a fala. Assim, busca-se
– que ela divide com o espectador, ao inserir os espectadores numa experiência
mesmo tempo em que lhe oferece a cinematográfica expandida, onde a
possibilidade de estancar o fluxo das apreensão das imagens se une à escuta,
urgências para admirar uma porção de como em alguns experimentos dos Pré e dos
natureza. Pós-Cinemas. Se a artista pretende
identificar os estratos de paisagem que a
compõem, o público poderá fazer o mesmo
ao refletir sobre paisagens de suas próprias
memórias familiares.
H3
GT Cinemas em Português (II)
Esta comunicação tem como foco o trabalho António Lopes Ribeiro (1908-1995), diretor e
desenvolvido para vídeo pela artista produtor português, foi homem de mil
brasileira Analivia Cordeiro. Pioneira de instrumentos no cinema, tendo também
propostas feitas para vídeo, especificamente trabalhado no rádio, na televisão e na crítica,
na relação entre tecnologia, dança e imagem além de escrever, traduzir e desenhar. Dirigiu
em movimento, seu trabalho M3x3 (1973) mais de uma centena de curtas e pelo
inaugura a produção de videodança no menos 10 longas (documentário e ficção).
Brasil. Este marco é fundamental pois Notabilizou-se pela produção de
evidenciou uma arte que só existe a partir do documentários oficiais, que enalteciam o
diálogo entre o movimento da câmera e o do Estado Novo. Pioneiro da televisão em
corpo. Com o advento de novas tecnologias Portugal apresentou, de 1957 a 1974, o
e de novos recursos visuais, a relação programa O Museu do Cinema, dedicado à
espaço-temporal das obras de dança difusão do cinema mudo. A presente
transformou-se, ganhando não apenas outro comunicação pretende acompanhar a
tipo de duração, como também a trajetória de António Lopes Ribeiro,
possibilidade de reconfiguração da cena e detalhando seu pioneirismo no cinema
do próprio corpo. A partir das propostas português, sua atuação como produtor com
artísticas de Analivia Cordeiro, como as estúdios próprios, suas direções de curtas e
apresentadas em M3x3 e em Carne III (2009), longas, bem como seus altos e baixos na
algumas questões surgem para se refletir atividade a qual se dedicou por décadas. A
acerca da produção da imagem em pesquisa se insere em projeto mais amplo,
movimento e da dança: É possível pensar em que venho desenvolvendo há cerca de uma
um corpo para além de sua materialidade dezena de anos, concentrada em
orgânica? Um corpo feito de luz e pixels? A comediantes e diretores brasileiros e
dança criada para a tela precisa guardar portugueses que atuaram nas décadas de
proximidade com seu entendimento mais 30, 40, 50, 60 e parte dos anos 70 do século
tradicional? Trata-se de pensar o corpo em passado.
movimento, qualquer que seja este corpo,
em relação à câmera, assim como o
movimento da própria câmera, de maneira
mais ampla e democrática. José Gil (2004),
ao se referir à dança contemporânea, aponta
que sua propriedade está em propor uma
“semântica, cujo nexo apresenta sentidos e
não significações”, o que nos auxilia ao
pensar nas novas experiências estéticas
produzidas na videodança.
H3
GT Cinemas em Português (II)
No filme Vaga Carne (2019), dirigido (em Pretendemos tencionar as relações entre
parceria com Ricardo Alves Jr.) e memória, subjetividade e a construção de
protagonizado por Grace Passô, sons e imagens cinematográficas em
acompanhamos a jornada de uma voz que narrativas em primeira pessoa sobre o
tem o poder de transitar por diferentes passado. Para tanto, traremos as análises de
matérias. Novos e inesperados afetos são dois filmes, Blue (Derek Jarman, 1993) e a
adaptação de livro homônimo, Quase
conhecidos quando essa voz se vê presa a
Memória (Ruy Guerra, 2018). Ambos trazem
determinado corpo feminino. A colagem
narrações em primeira pessoa como
imperfeita entre a voz protagonista e o corpo ferramenta narrativa central, e nos convidam
ocupado traz um elemento de tensão que faz a partilhar, como espectadores, da
parte da história do cinema sonoro: o jogo subjetividade de seus narradores. As
entre dissimular e escancarar uma relações que se estabelecem entre telas,
descostura entre corpo e voz (seja por representações e espectador são instâncias
defeito técnico ou por opção estética). de trocas subjetivas, entre o arcabouço
Partindo da narrativa do filme, pretende-se referencial do espectador e as memórias dos
ainda investigar a potência da palavra personagens, sugeridas e representadas
enquanto voz que expressa singularidades. pelo cinema. A tela cinematográfica, assim
como a própria imagem, serão pensadas
aqui como representação das memórias
narradas, seja pelas suas presenças, seja
pelas suas ausências. As memórias dos
personagens são diferentemente propostas
nos filmes, da mesma forma que as
subjetividades de recepção que elas
agenciam. As ferramentas cinematográficas
em uso nestas narrativas serão fundamentais
para a fruição do processo espectatorial. A
relação entre memória contada e a
espectatorialidade subjetiva da narrativa
através da representação sua
cinematográfica possível: tela, projeção,
som, imagem. Diferentes formas de contar
narrativas de um passado lembrado que
produzem diferentes formas de
espectatorialidade da memória, resultando
em processos de recepção profundamente
subjetivos.
I1
GT Cinema, Música, Som e Linguagem (II)
I3
Becoming Portuguese. New Europes for Intermedialidade e afeto: estratégias de
Old in Miguel Gomes’s Arabian Nights engajamento na trilogia d’As Mil e Uma
Hilary Owen Noites
(University of Oxford / University of Manchester, Thalita Cruz Bastos
Reino Unido) (UFF, Brasil)
- -
This paper explores the way in which Miguel A produção audiovisual contemporânea tem
Gomes’s 2015 film trilogy, As Mil e Uma buscado formas diferentes de tratar do
Noites/Arabian Nights, criticizes and resists visível e do enunciável, mudando as relações
the specific effects of EU transnational com o representável e consequentemente
austerity politics in Portugal, without suas formas de percepção. Nesse contexto a
recourse to reactionary nationalist intermedialidade se configura como um
formulations. Through his epic, six-hour conceito importante para elucidar as
series of Brechtian episodes which disclose relações existentes entre a produção de
the near universal impoverishment of the afeto e a narrativa fílmica. O percurso
Portuguese people, Gomes makes the lived proposto por esse texto parte das reflexões
experience of austerity stand in for the sobre “políticas da impureza” desenvolvidas
collectivity of the ‘nation’, such that any por Lúcia Nagib, atravessando o conceito de
manichean opposition of ‘national’ and dissenso apresentado por Jacques Rancière.
‘transnational’ remains contingent and As problematizações realizadas por Ágnes
deferred, while economics and class politics Pethö sobre intermedialidade nos auxiliam na
prevail. One of the principal cinematic means conexão entre intermedialidade, performance
by which he achieves this deferral is by e afeto. Através da análise da trilogia d’As Mil
playing with heterotopic spaces and e Uma Noites (2015), do cineasta português
heterochronic temporalities, exploiting to Miguel Gomes, é possível desenhar a
maximum effect the ‘Chinese box’ structure conexão existente entre dissenso e produção
of his Arabian Nights frame tale. In this de afeto, produzindo eventos afetivos-
process, Gomes’s ‘Portugal’ emerges as a expressivos na tessitura narrativa e
shifting, dynamic austerity signifier, a kind of desencadeando as potencialidades de
Foucauldian ‘crisis heterotopia within’ that engajamento sensório-sentimental na relação
can simultaneously metonymize broader, do espectador com a obra de arte. Através
transnational crisis experiences across desse percurso busca-se elucidar as
Europe. Aiming his films as much at his proximidades entre intensidades narrativas e
trans-European audiences and funders, as at as formas dissensuais, existentes em obras
his own countrymen, Gomes uses this críticas como a trilogia de Miguel Gomes. O
‘Portugal in crisis’, I will argue, as an attempt, engajamento sensório-sentimental
to suspend and de-articulate the capitalist desencadeado por essas obras está
leviathans of neoliberal ‘Europeanness’, and relacionado às potencialidades de produção
to gesture in the direction of new forms of de afeto que emergem do dissenso.
communitarian transnationalism that might
emerge from below..
I3 Cinema Português Contemporâneo
J3
A ilusão óptica e o movimento aparente A mise-en-scène da sombra: modalidades
dos dispositivos recreativos do século XIX plásticas e efeitos dramáticos
Maria Mire Luís Nogueira e Fernando Cabral
(Ar.Co, Portugal) (LabCom-UBI, Portugal)
- -
L1
Em busca do gesto perdido: o dispositivo Bill Viola: The Passions
do tableau vivant nas imagens híbridas André Arçari e Angela Grando
contemporâneas (LabArtes-UFES, Brasil)
-
Nina Velasco e Cruz
(UFPE, Brasil)
-
Parto da percepção de que há uma “vontade O artista norte-americano Bill Viola (1951-) é
de movimento” generalizada nas imagens referencial para a imagem em movimento.
fotográficas/estáticas (gifs, boomerangs e Desde idos dos anos 1970 ele explora
vídeos de curtíssima duração como os características intrínsecas do meio, estando
stories do Instagram são o sintoma mais no círculo dos primeiros. Inicialmente, esta
visível desse fenômeno), assim como uma comunicação expõe questões sobre a
progressiva estaticidade das imagens em produção de Viola no que tange o modo
movimento (o slow cinema, o uso de câmera como a percepção videográfica constitui sua
lentíssima e as tomadas em pontos fixos no obra. Em seguida, são enfatizadas
cinema contemporâneo atestam essa problemáticas que surgem na pesquisa do
tendência). Esse fenômeno pode ser artista a partir da série The Passions (2000-).
investigado a partir do uso recorrente e Tal produção filmada marca tanto a inserção
atualizado da prática do tableau vivant nas do tempo na imagem, quanto a imagem em
imagens técnicas contemporâneas. A movimento, ou seja, no tempo atual. Viola
questão que levanto para esse artigo deriva reconhece um potencial valor em imagens
da percepção desse fenômeno articulado à do passado, como em pinturas pré-
questão do lugar do “gesto” na cultura renascentistas, góticas, flamencas e tardo-
contemporânea. Se partirmos do medievais, estudando-as e reincorporando-
pressuposto de que a mecanização as para compor seu corpo de obras. O poder
progressiva da modernidade, expressa cinemático de The Passions concentra-se na
também na produção de imagens técnicas, busca de uma natureza passional e uma
resultou no sentimento da perda do gesto, qualidade expressiva, historicamente
de que maneira a imagem em movimento presentes em imagens do passado. Nesse
pode vir a restituí-lo, como nos sugere sentido, consideramos a estrutura
Agamben? E como as atuais imagens associativa das imagens dialógicas presente
híbridas contemporâneas, entendidas como no Bilderatlas Mnemosyne (1922- 1929), do
entre-imagens (BELLOUR, 1997), reatualizam teórico alemão Aby Warburg (1866-1929),
essa questão? Iremos nos deter em bem como os desdobramentos da pesquisa
exemplos de algumas obras da artista warburguiana analisada pelo francês Didi-
Barbara Wagner, especialmente na série Huberman (1953-) e seu discípulo Philippe-
intitulada Faz Que Vai. Alain Michaud (1961-), este que por sua vez
interpreta o atlas enquanto uma elaboração
com traços cinemáticos. Para Michaud, os
painéis que compõe o atlas funcionam não
como quadros, mas como telas onde são
reproduzidos, na simultaneidade, fenômenos
que o cinema produz na sucessão.
L1
GT O Cinema e as Outras Artes (II)
Tomamos como objecto a obra do artista O que é o poder e como é que podemos
Francis Alÿs em especial o vídeo Reel/Unreel relacionar o poder e a violência? O poder e a
(Kabul, Afghanistan 2011, 19:32 min.) para violência são dois conceitos que caminham
ensaiar uma reflexão sobre gestos muitas vezes lado a lado, contudo, Hannah
cotidianos, inscrição e bio-poder. Em Arendt (1970) chama a atenção para as
Reel/Unreel um grupo de crianças brinca diferenças que os separam “O poder e a
guiando bobinas de filme entre as ruas de violência são contrários; quando um deles
Kabul. Bobinam e desbobinam metros de governa absolutamente, o outro está
película por um percurso acidentado. É ausente. A violência surge onde o poder se
real/irreal o gesto com que o artista encontra ameaçado, mas abandonado ao
imagina/regista, em que conduz e é seu curso próprio acaba no desaparecimento
conduzido pelas brincadeiras das crianças, a do poder.” (Arendt, 2014: 60). Visto isto, esta
cidade e o cinema. O jogo infantil, comunicação tem como principal objectivo
envolvendo ou não um grupo, aparece em analisar e abordar algumas questões
estreita relação com gestos ancestrais: relacionadas com a representação do poder
esconder, arrastar, puxar… correr, imobilizar. e da violência no cinema, em particular o
Esses gestos são executados em cinema de Michael Haneke, através das
circunstâncias variadas e repetidos em seguintes etapas: num primeiro momento,
diferentes trabalhos de Francis Alÿs, convocando os conceitos “poder” e
sugerem modos de inscrição estética no “violência” sob o ponto de vista da filósofa
cotidiano, afirmando a sua presença física Hannah Arendt; num segundo momento,
numa linha, um som, um reflexo. Na obra de enunciando, caracterizando e aplicando
Alÿs concretiza-se um arquivo de gestos alguns aspectos dos conceitos “poder” e
banais em relação com poderes que “violência” a um corpus de filmes do
perpassam cidades como Kabul, Jerusalém, cineasta Michael Haneke suficientemente
Londres ou a Cidade do México. Os gestos representativo para detectar tendências ou
do artista, ou das crianças, ou dos cidadãos padrões neste assunto, nomeadamente os
implicados na obra, retornam na sua filmes Benny’s Video (1992) e Brincadeiras
simplicidade em espaços e tempos que os Perigosas (1997). Finalmente, queremos
re-significam e possuem uma dimensão analisar como é que a representação do
estética que interessa compreender na sua poder e o poder da representação nos filmes
articulação ética e (bio)política. de Michael Haneke se coaduna com a
responsabilidade ética.
L2
Da Responsabilidade do Poder
à Responsabilidade Ética
L3
O desenho como estudo formal sobre o O figurino antes da figurinista: Uma
enquadramento: dois casos de estudo na proposta para a reflexão crítica e autoria
direção de arte do cinema português na produção de figurino no cinema
Caterina Cucinotta brasileiro e no cinema português
(ICH-NOVA, Portugal) Nívea Faria Souza
- (UNESA, Brasil)
-
15.07.2021
+ info
www.aim.org.pt/aniki
v1n1 – 01.2014 v1n2 – 07.2014 v2n1 – 02.2015
Dossiê ‘Cinefilia Digital’ Dossiê ‘Arte e Cinema’ Dossiê ‘Cinema Expandido’
Editor: Tiago Baptista Editor: Carolin Overhoff Ferreira Editor: Susana Viegas
grupos
de trabalho
Cultura Visual Digital O Cinema e as Outras Artes
Responsáveis: Marta Pinho Alves; Luís Responsáveis: Liliana Rosa; Victa Carvalho;
Nogueira. Diego Paleólogo.
Narrativas Audiovisuais
Responsáveis: Fátima Chinita; Maria
Guilhermina Castro; Jorge Palinhos.
Comissão Científica
Ana Bela Morais (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), Carlos Natálio
(Faculdade de Ciências Sociais e Humana da Universidade Nova de Lisboa), Claudio
Bezerra (Universidade Católica de Pernambuco), Eduardo Baggio (Universidade
Estadual do Paraná), Elisabete Marques (Faculdade de Letras da Universidade do
Porto), Iván Villarmea (University of Santiago de Compostela), Mariana Liz (Instituto
de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), Marina Tedesco (Universidade
Federal Fluminense),Marta Pinho Alves (Escola Superior de Educação - Instituto
Politécnico de Setúbal), Ricardo Nunes (Escola Superior de Educação - Instituto
Politécnico de Setúbal), Sérgio Bordalo e Sá (Faculdade de Motricidade Humana da
Universidade de Lisboa), Wiliam Pianco (Investigador Independente)
Comissão Organizadora
AIM: Carlos Natálio, Catarina Maia, Elisabete Marques, Filipa Rosário, Francisco
Merino, Iván Villarmea Álvarez, Marta Pinho Alves.
Edição
AIM
Maio de 2021
ISBN
978-989-54365-3-8
aim.org.pt
aim.org.pt