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Elemento Flexível de
Transmissão: Polias

1 – Tipos;
2 – Geometria das polias
3 – Dimensionamento.
Polias
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Definição:
- São elementos de máquinas que possibilitam a transmissão
por correias.
- Sua geometria e dimensões são definidas nas normas;
- Abordaremos as aplicações para correias em V e planas,

Normas:
- Polias de transmissão: ABNT NBR 6389/90;
- Polias acaneladas para transmissão com correias V - seção
A/B/C/D/E – Formas e Dimensões: ABNT NBR 8319.
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Materiais e Fabricação:
 Ferro fundido ou aço;
• recomenda: fofo ABNT FC 30 ou aço fofo ABNT Af 35.
 Materiais poliméricos, como plásticos, com alto coeficiente de atrito
e baixa densidade;
 Fabricadas por processo de fundição ou de usinagem e para grandes
diâmetros, soldadas;

Geometria:
 Polia com grandes diâmetros (> 500 mm): estrutura soldada
 Para pequenos diâmetros (até 300 mm) as polias podem ser
sólidas ou com furos para redução de peso.
Polias com grandes diâmetros devem utilizar hastes ou braços e
devem ser projetadas seguindo as recomendações das tabelas 1 e 2.
 As polias para correias planas devem ser projetadas com um
abaulamento em sua superfície, a fim de manter a correia centrada
durante o funcionamento. Pode se utilizar uma proteção lateral para
prevenir a fuga da correia (Fig.01)
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Tipos de Polias
Fundidas e ou
Usinadas
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Polias Estampadas
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Tipos de polias: Geometrias

Perfil Polias planas


(Fig.01)

As hastes são
normalmente
de seção elíptica,
variável ao longo
do comprimento
e com razão de
raios 0.4 ou 0.5.

Perfil da haste
a
h
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Tipos de polias: Geometrias


Tabela 01

Tabela 02
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Dimensões de polias para


correia trapezoidal (V)
de - diâmetro externo das polias
dd - diâmetro datum das polias
b - altura dos canais acima do diâmetro datum
h - profundidade dos canais abaixo do
diâmetro datum
Is - largura superior dos canais
ld - largura datum
α - ângulo dos canais
e - distância entre os centros de dois canais
f - distância entre o centro do último canal e
Conf. NBR 8319 a borda mais próxima da polia.
Tabela 03

Dimensões
em mm

Fonte:
Catálogo
Good Year
´pag.32 e 33
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Determinar os diâmetros das polias

Onde: D = diâmetro da polia maior [mm];


d = diâmetro da polia menor [mm];
npolia maior = rotação da polia maior [rpm];
npolia.menor = rotação da polia menor [rpm];
i = relação de transmissão [adimensional] do motor

Determinar o diâmetro maior


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3.10 – Esforços na transmissão


F ≡ força resultante [N];
F1 ≡ força motriz [N];
F2 ≡ força resistiva [N];
FT ≡ força tangencial [N];
e ≡ base dos logaritmos neperianos e= 2,71...
μ ≡ coeficiente de atrito (correia/polia)
αrad ≡ arco de contato [rad].

Torque nas polias:


(N.m)
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3.11 – Força tangencial (Ft)


 A força tangencial, que é constante na transmissão, pode ser determinada por meio
da polia menor ou da polia maior utilizando-se uma das equações seguintes:
F ≡ força resultante [N];
F1 ≡ força motriz [N];
F2 ≡ força resistiva [N];
FT ≡ força tangencial [N];
e ≡ base dos logaritmos neperianos e= 2,71..
μ ≡ coeficiente de atrito (correia/polia)
αrad ≡ arco de contato [rad].

Conforme Malconian – Elem Máquinas-pag.60


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Coeficiente de atrito (μ) – correia / polia

Tabela 04
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Observação:
a)- O perfil dos canais das polias em V
deve ter as medidas corretas para que Tabela 05
haja um alojamento adequado da correia
no canal.
A correia não deve ultrapassar a linha do
diâmetro externo da polia e nem tocar no
fundo da canal, o que anularia o efeito de
cunha.
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Polias Tensoras ou Estiradores


- Utilizadas para tensionar / tracionar a correia.
- Essas polias são livres sobre rolamentos (“loucas”) .
- Duas aplicações: Interna e externa a correia.

Polia tensora interna:


- O diâmetro deve ser maior ou igual ao da menor polia do acionamento.
- Sempre que possível, posicionar a polia no centro do acionamento, para não diminuir
muito o arco de contato entre a polia motora e a correia.
- Utilize sempre a polia tensora adequada à correia. (correia V com polia em V; correia
sincronizadora com polia sincronizadora e etc.)
- Alinhar corretamente a polia para não comprometer sua vida útil.
Polia tensora externa:
- O diâmetro deve ser pelo menos 50 % maior do que o da menor polia do
acionamento.
- Devem ser sempre lisas, pois atuarão nas costas da correia.
- Sempre que possível, posicionar a polia próxima à polia motora, para aumentar o
arco de contato.
- Alinhar corretamente a polia para não
comprometer sua vida útil.
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Associação de polias
• Polias escalonadas são utilizados como um variador de velocidade
em Máquinas.
• As polias são projetadas com vários diferentes diâmetros, que são
acoplados através de correia, plana ou em V, em qualquer posição,
obtendo-se assim, diversas rotações de saída.
• São projetados normalmente com 2 a 4 escalonamentos. O número
de escalonamentos é limitado apenas pelo espaço disponível.
• Para que o tensionamento na correia se mantenha a mesma em
todas as posições da correia, duas condições devem ser
satisfeitas:
(a) Distância entre centro das polias deve ser: C > 10.(D – d)
(b) como a correia é a mesma em todas as posições, então a
soma dos diâmetros correspondentes deve ser a mesma.
(D1 + d3) = (D2 + d2) = (D3 + d1) = .....
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Variador de velocidade com 4 polias


- Correia na posição I:

- Correia na posição II:

- Correia na posição III:

- Correia na posição IV:


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Sugestões de projeto de polias escalonadas


e mecanismo redutor
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Exercício resolvido:
• Uma polia de aço de diâmetro 2032 mm com 6 hastes de seção elíptica
com os eixos maior e menor na proporção 3:1 é usada para transmitir 260
kW (350 HP) do eixo de uma turbina hidráulica que gira a 200 rpm.
Considerando que a tensão admissível seja 21 MPa , encontre as
dimensões de cada eixo da elipse perto do cubo.
Resolução:
a) Cálculo do Momento torsor (Torque) Mt:
P – potência – watt
nm – rotação motor - rpm

b) Cálculo da Força
Mt = F . r
12.414.388,5 = F . 2032/2
F = 12.219 N

F - força total
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c) Cálculo da força F1 que atua em cada haste


 Considerando que em qualquer instante, apenas a metade do total das
hastes ajudam a resistir à força F total.
• Temos na polia um total de 6 hastes, assim sendo a Força F será dividida
igualmente em 3 hastes apenas.
• F1 = Ft / N° de hastes  12219 / 3
• F1 = 4073 N

d) Cálculo do Momento na haste:


- Cada haste é tratada como uma viga engastada suportando uma carga
concentrada de F1 na distancia r .
- Assim, o momento próximo ao cubo será: Mc = F1 . r = 4073 x 2032 / 2
Mc = 4.138.168 N.mm

e) Cálculo da tensão no cubo (flexão da barra):


σ – tensão de flexão atuante na haste (N/mm2);
M – momento fletor (tensão máxima) (N.mm)
J – momento de inércia (mm4)
c – distância mais afastada co centro (CG) W – Módulo de resistência (mm3)
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• Cálculo do Momento de Inércia (J) da forma elíptica:

 Os esforços ocorrem no eixo y, assim temos:


• Cálculo do Módulo de resistência (Wy)  Wy = Jy / x

Wy =   Wy = 0,0982.b2.h (I)
b=3.H
b = 3 . 61
Temos: b = 3.h (II)  Substituindo a eq.II na eq.I teremos: b = 183 mm
Wy = 0,0982 (3h)2 . h  0,0982.9.h2.h  Wy = 0,8838.h3
• Cálculo da tensão atuante (σat)  σat = (Mc / Wy) ≤ σadm

  h3 ≥ 222964  h ≥ 61 mm
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Bibliografia:
• Dobrovolski. V – Elementos de Máquinas – Domus I –
pag.251.
• Collins, J.A – Projeto Mecânico de Elementos de
Máquinas – 1ª edição
• Budynas, R.G e Nisbett, J.K – Elementos de Máquinas de
Shigley, Projeto de Engenharia Mecânica – 8ª edição.
• Niemann – Elementos de Máquinas – Vol.I – edição 1971
• Catálogo da Good Year – Cálculos e recomendações
para correias de transmissão de potência em “V”.

OBRIGADO

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