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Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Nova de Lisboa

Índice

Página
• Objectivo 2
• Introdução teórica 2
• Material utilizado 4
• Procedimento exprimental 4
• Registos e Observações 4
• Conclusão 5
• Bibliografia 6

Trabalho realizado para a cadeira de Ciências de Materiais - Crescimento de dendrites de Prata


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Objectivo

O objectivo deste trabalho é a observação através de uma lupa binocular


a deposição de dendrites de prata sobre uma placa de cobre.
Pretende-se também confrontar o processo redox com o outro processo
de formação de dendrites, a solidificação.

Introdução Teórica

Existem dois processos distintos para a formação de dendrites:

o por solidificação

Uma liga metálica em fase liquida, sujeita a um


arrefecimento, vai apresentar cristais formados por camadas
sucessivas em que as camadas exteriores apresentam menor
ponto de fusão.
Ao observar esta liga ao microscópio ela mostra, mediante
diferentes tonalidades, as zonas em que cada cristal é formado,
permitindo, por vezes, determinar quais as direcções de
crescimento durante a solidificação. Este crescimento não é
homogéneo (resultaria da formação de cristais globulares) mas
sim segundo direcções preferenciais de acordo com os gradientes
térmicos mais significativos. Daqui resulta uma série de
ramificações em que, por razões termodinamicamente favoráveis,
os braços primários ramificam-se em braços secundários e por
sua vez em braços terciários e assim sucessivamente levando á
formação de dendrites.
Neste processo de ramificação os braços adjacentes
entrelaçam-se de modo que o crescimento dos cristais é limitado
pelos outros.
Até à solidificação total é possível observar a cristalização
do líquido restante. Surge assim uma estrutura policristalina em
que cada cristal resulta de um determinado núcleo. Cada um dos
cristais constituintes deste policristal é denominado de grão,
sendo as interfaces entre os diferentes grãos, o limite de grão.
Geralmente estes grãos têm um contorno altamente irregular e
afastado da estrutura cristalina.

o Reacções REDOX

Devido às delimitações laboratoriais não nos foi possível


observar a formação de dendrites por solidificação metálica.

Através de uma reacção redox e por analogia visual,


pudemos observar o crescimento dendrítico durante o qual se
verifica uma deposição de cristais de prata (Ag) sobre uma placa
de cobre (Cu). A reacção pode ser descrita da seguinte forma: os

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iões de Ag+ em solução aquosa provenientes do nitrato de prata


(AgNO3) em contacto com placa vão originar uma permuta
electrónica expressa da seguinte forma:

Cu (s) Cu2+ (aq) + 2e- Eº = -0,35 V

2 x (Ag+(aq) + e- Ag (s) ) Eº = +0,81 V

2 Ag+ (aq) + Cu(s) 2 Ag (s) )+ Cu2+ (aq) Eº = +0,46 V

O facto de Eº > 0 e atendendo ao facto de G = -nF Eº


ser negativo, podemos verificar que a reacção é
temodinâmicamente favorável, sendo por isso espontânea.
A deposição de prata numa superfície de cobre deve-se
assim à redução de iões Ag+ e oxidação do Cu sólido, resultando
assim na formação de dendrites de prata. Este fenómeno pode
ser comprovado utilizando um diagrama de estado versus
equivalente volt para a reacção,

Diagrama de estados de Oxidação

1
Equivalente - Volt

Ag+
0,5
Ag,Cu
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5
-0,5
Cu2+

-1
Estado de Oxidação

Como se pode observar pelo gráfico a espécie Cu2+ está


abaixo da linha que une o Cu e Ag+ assim como o Ag está no
ponto de valor mais baixo que une o Cu e a Ag+, logo associando
estas duas analogias podemos concluir que o Cu2+ e a Ag são
termodinamicamente mais estáveis que o Cu e a Ag+ devido aos
menores valores de eq-volt.

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Material necessário

- um pedaço de lixa
- um pedaço de algodão e álcool
- um pequeno bocado de uma chapa de cobre
- solução aquosa de nitrato de prata (4 g de nitrato de prata dissolvido em
30 cm3 de água destilada)
- uma pipeta
- um vidro de petri
- uma lupa binocular

Procedimento experimental

Efectuado de acordo com o protocolo do trabalho.

Registo e Observações

A placa de cobre apresenta, à vista desarmada e após o lixamento,


pequenos riscos e imperfeições que se confirmam na observação com a lupa
binocular.
Após a adição de algumas gotas de nitrato de prata verifica-se de
imediato o início da deposição da prata com a formação das dendrites nas
arestas da placa. Passados alguns minutos as dendrites estavam maiores
(observáveis a olho nu) e com a lupa binocular verifica-se que estavam
bastante ramificadas e que se sobrepunham umas às outras, facilmente se
notava as ramificações sucessivas no braço primário.
O efeito fotográfico (resultado da oxidação da prata) foi visível após
alguns minutos, notado com o enegrecimento das dendrites.

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Conclusão

Após a realização deste trabalho, observamos o crescimento dendrítico


que ocorre em virtude de uma reacção redox, através da deposição de prata
sobre a placa de cobre, que pode ser explicada com a seguinte relação:

E= Eº - (RT/nF) ln ([Cu2+] / [Ag+])


sendo:
E-variação do potencial de redução
Eº -variação do potencial normal padrão
R-constante dos gases perfeitos
T-temperatura
n-número de electrões trocados
F-constante de Faraday

Sabe-se que inicialmente o cobre se encontra na sua totalidade no


estado sólido e o prata no estado aquoso. Ao longo da reacção dá-se uma
troca de electrões, de acordo com a reacção indicada na introdução teórica, de
modo que a concentração de iões cobre em solução vai aumentar, e
conseqüentemente a concentração de iões prata irá diminuir. Depositando-se
prata sólida sobre a placa de cobre.
Assim, a razão [Cu2+] / [Ag+], vai aumentando ao longo do tempo. Pela
análise da expressão, verifica-se que o valor da variação do potencial de
redução irá diminuir, explicando então a elevada velocidade de reacção no
início, seguindo-se uma diminuição da velocidade até se atingir o equilíbrio,
cessando a reacção.
Observou-se um maior depósito de prata nas extremidades da placa de
cobre, pois as arestas e as irregularidades da placa de cobre são locais
preferenciais de nucleação. Assim vai haver uma maior exposição dos átomos
de cobre, em que se favorece a troca de electrões.

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Bibliografia

• Smith, William F. : Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais, 3º


Edição McGraw-Hill
• Protocolos das aulas práticas
• Moura, João: acetatos das aulas teóricas de Química Inorgânica, FCT/UNL

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