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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

JUSTIFICAÇÃO

Fig. 1

1
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

JUSTIFICAÇÃO

2
2ª LEI DA TERMODINÂMICA
JUSTIFICAÇÃO

Fig. 2

Fig. 3

Fig. 4 3
2ª LEI DA TERMODINÂMICA
SENTIDO DE UM PROCESSO

A primeira lei da termodinâmica sendo uma lei de conservação aplicada a


um sistema e sua vizinhança, relaciona calor, trabalho e energia interna. A
energia interna é uma propriedade característica do estado de equilíbrio de
um sistema, isto é , uma variável de estado.

A SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA ESTABELECE O SENTIDO EM QUE UM


SISTEMA E SUA VIZINHANÇA PODEM EVOLUIR ESPONTANEAMENTE.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA
SENTIDO DE UM PROCESSO

Exemplos de sentido de evolução espontânea de um sistema e sua vizinhança

Arrefecimento de Uma xícara de café quente colocada dentro de


uma xícara de café um quarto frio, eventualmente, arrefece. Esse
processo satisfaz a primeira lei da
termodinâmica uma vez que a quantidade de
energia perdida pelo café é igual à quantidade
adquirida pelo ar circundante. O processo
inverso consistiria em tornar o café mais
quente num quarto frio como resultado da
transferência de calor a partir do ar ambiente.
Como se sabe, este processo nunca ocorreria.
No entanto, se isso acontecesse não violaria a
primeira lei da termodinâmica desde que a
quantidade de energia perdida pelo ar seja
Fig. 5 igual à quantidade absorvida pelo café. 5
2ª LEI DA TERMODINÂMICA
SENTIDO DE UM PROCESSO

O aquecimento de uma sala pela passagem de


corrente elétrica através de uma resistência
Fig. 6

Neste outro exemplo, a primeira lei determina que a quantidade de energia


elétrica fornecida à resistência do fio é igual à quantidade de energia
transferida para o ar ambiente na forma de calor.
Entretanto, o processo inverso não ocorre, ou seja, a transferência de calor
para os fios não gera uma quantidade equivalente de energia elétrica no fio.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA
SENTIDO DE UM PROCESSO

Transferência de calor para a água por meio do


movimento de rotação das pás .

Fig. 7

A rotação das pás com a queda da massa provoca agitação do um fluido


dentro de um recipiente isolado. Como resultado, a energia potencial da
massa diminui e a energia interna do líquido aumenta em conformidade
com o princípio de conservação de energia. No entanto, o processo inverso,
elevar a massa através da transferência de calor a partir do fluido para a as
pás, não ocorre na natureza, embora isso não violaria a primeira lei
da termodinâmica.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA
SENTIDO DE UM PROCESSO
Conclusões:

 Para que um processo seja reversível é necessário que não haja atrito, nem
transferência de energia como calor, nem diferença de pressão e de
temperatura entre o sistema e a sua vizinhança;

 Para que um processo seja reversível, algum trabalho terá que ser
realizado;

 Os processos naturais, geralmente, são irreversíveis;

 O facto da 1ª lei se verificar não é suficiente para que um processo ocorra.


Um processo termodinâmico não pode ocorrer a menos que satisfaça
tanto a primeira como a segunda lei da termodinâmica;

 O que determina a evolução de um sistema num dado sentido é a variação


da entropia – grandeza física cujo valor depende apenas do estado inicial e
final de um sistema.
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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - PROCESSOS REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS

Os processos irreversíveis – são aqueles que ocorrem numa determinada


direção e uma vez tendo ocorrido, estes processos não podem reverter-se
espontaneamente e restaurar o sistema ao seu estado inicial.

Fig. 8

Processo irreversível
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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - PROCESSOS REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS

Um processo reversível é definido como um processo que pode ser invertido


sem deixar qualquer vestígio sobre o meio envolvente (Figs. 9 e 10). Ou seja,
tanto o sistema e o ambiente são devolvidos ao seu estado inicial no final do
processo inverso. Isso só é possível se o calor líquido e o trabalho líquido
trocado entre o sistema e a vizinhança for zero para o conjunto (original
e inverso) do processo.

Fig. 9 - Expansão e compressão de


um gás em situação de semi-
equilíbrio

Fig. 10 - Pêndulo sem atrito

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - PROCESSOS REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS

Um sistema pode ser restaurado ao seu estado inicial seguindo um


processo, independentemente do facto de o processo ser reversível ou
irreversível. Mas, para processos reversíveis, esta restauração é feita sem
qualquer alteração líquida na vizinhança, enquanto que, para processos
irreversíveis a vizinhança geralmente realizar algum trabalho sobre o
sistema e, portanto, não retorna ao seu estado original.

Processos reversíveis realmente não ocorrem na natureza. Eles são apenas


idealizações de processos reais. Processos reversíveis podem ser
aproximados pelos dispositivos reais, mas, nunca podem ser alcançados.
Isto é, todos os processos que ocorrem na natureza são irreversíveis.

Existem duas razões que justifiquem o uso de processos reversíveis:

 são fáceis de analisar, uma vez que um sistema passa através de uma
série de equilíbrio durante um processo reversível;

 eles servem como modelos idealizados para processos reais com os


quais podem ser comparados.
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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - IRREVERSIBILIDADES

Irreversibilidades são fatores que fazem com que um processo seja


irreversível.
Exemplo: fricção, expansão descontrolada, a mistura de dois fluidos, o
calor transferido através de uma diferença de temperatura finita,
resistência elétrica, deformação inelástica de sólidos e certas reações
químicas.

A presença de qualquer destes efeitos torna um processo irreversível. Um


processo reversível não envolve estes fatores.

O atrito é uma forma familiar de irreversibilidade associada com corpos em


movimento. Quando dois corpos em contacto sejam forçados a mover-se
um em relação ao outro (um pistão num cilindro, por exemplo), desenvolve-
se uma força de atrito que se opõe ao movimento na interface destes dois
corpos e um pouco de trabalho é necessário para superar essa força de
atrito. A energia fornecida como trabalho é, eventualmente, convertida em
calor durante o processo e é transferida entre os corpos em contacto.
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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - PROCESSOS REVERSÍVEIS INTERNAMENTE E
EXTERNAMENTE

Um processo é chamado internamente reversível se não ocorrer


irreversibilidade dentro dos limites do sistema durante o processo. Durante
um processo internamente reversível o sistema atravessa uma série de
estados de equilíbrio e quando o processo é invertido, o sistema passa por
exatamente os mesmos estados de equilíbrio enquanto retorna ao seu
estado inicial. Isto é, os caminhos do processo direto e inverso para um
processo internamente reversível coincidem.

Um processo é chamado externamente reversível se não ocorrer


irreversibilidade fora dos limites do sistema durante o processo. A
transferência de calor entre um sistema e um reservatório é um processo
reversível se a superfície externa do sistema estiver à temperatura do
reservatório.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - PROCESSOS REVERSÍVEIS INTERNAMENTE E
EXTERNAMENTE

Um processo é considerado totalmente reversível ou simplesmente


reversível, se não envolver irreversibilidades dentro do sistema e seus
arredores .

Um processo totalmente reversível não envolve a transferência de calor


através de uma diferença finita de temperatura. Não se verifica atrito ou
outros efeitos dissipativos.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - APLICAÇÕES

A segunda lei da termodinâmica é utilizada para:

 proporcionar os meios necessários para determinar a qualidade, bem


como, o grau de degradação de energia durante o processo;

 para determinar os limites teóricos para o desempenho de sistemas de


engenharia comumente utilizados, tais como motores e refrigeradores de
calor, bem como a previsão do grau de realização de reações químicas.

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ENUNCIADOS DA 2ª LEI DA TERMODINÂMICA

PRINCÍPIO DE KELVIN-PLANCK

 Nenhum aparelho pode funcionar de


tal maneira que o seu único efeito (no
sistema e vizinhança) é converter o calor
absorvido pelo sistema completamente
no trabalho por ele realizado (Fig. 11)

O enunciado de Kelvin da segunda lei da


termodinâmica, envolve processos
cíclicos (processos em que o estado final
do sistema é o mesmo que o estado
inicial)
Fig. 11

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ENUNCIADOS DA 2ª LEI DA TERMODINÂMICA

PRINCÍPIO DE CLAUSIUS

 O calor não pode fluir


espontaneamente de um objeto
a uma temperatura mais baixa
para outro à temperatura mais
alta se nada mais acontecer
(Fig. 12)

A segunda lei da termodinâ-


mica determina que qualquer
processo macroscópico pode
ocorrer de forma espontânea.
O critério é que a entropia do
universo não pode diminuir.
Fig. 12

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - CICLOS TERMODINÂMICOS

Um ciclo termodinâmico é qualquer processo termodinâmico que se inicia e que


termina no mesmo estado termodinâmico. Por exemplo:

no caso de um gás ideal.

Um ciclo reversível é um ciclo cujo percurso termodinâmico é reversível.

Exemplos:

Fig. 13 - Máquinas térmicas Fig. 14 - Máquina frigorífica ou bomba de calor


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2ª LEI DA TERMODINÂMICA
MÁQUINAS TÉRMICAS, REFREGERADORES E BOMBAS DE CALOR

ALGUMAS DEFINIÇÕES

1. RESERVATÓRIOS DE ENERGIA TÉRMICA - corpos que podem fornecer


ou absorver quantidades finitas de calor sem sofrer qualquer mudança
de temperatura.

Os reservatórios de energia térmica (ou simplesmente


reservatórios) são corpos cuja capacidade de energia térmica é
grande em relação à quantidade de energia que fornece ou
absorve.

Na prática, as grandes massas de água, tais como os oceanos,


lagos e rios, assim como o ar atmosférico podem ser modelados
com precisão como reservatórios de energia térmica por causa da
sua grande capacidade térmica de armazenamento de energia ou
massas.
19
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

2. FONTES E RECEPTORES DE CALOR

Um reservatório que fornece energia


na forma de calor, é chamado de
FONTE e um que absorve energia sob
a forma de calor é designado de
RECEPTOR/DISSIPADOR (Fig. 15).
Os reservatórios de energia térmica
são muitas vezes referidos como
reservatórios de calor uma vez que
eles fornecem ou absorvem a energia
na forma de calor.
Fig. 15

20
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

3. MÁQUINA TÉRMICA é qualquer


dispositivo que transforma calor
parcialmente em trabalho ou em
energia mecânica.

Máquinas Térmicas diferem


consideravelmente umas das outras, mas
todas elas apresentam as seguintes
caracterizadas:

1. recebem calor de uma fonte de alta


temperatura (a energia solar, a
fornalha a óleo, reator nuclear, etc.);
2. convertem parte desse calor em
trabalhar (geralmente sob a forma de
rotação de um eixo);
3. rejeitam o calor restante para um
dissipador a uma temperatura mais
baixa ( atmosfera, rios, etc.) Fig. 16
4. operam em um ciclo. 21
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - MÁQUINA TÉRMICA (EXEMPLO)

Máquina Térmica e outros dispositivos cíclicos envolvem geralmente um fluido


de e para o qual o calor é transferido enquanto se realiza o ciclo. Este fluido é
chamado FLUIDO DE TRABALHO.
O termo máquina térmica é frequentemente usado num sentido mais amplo
incluindo dispositivos produtores de trabalho que não operam em um ciclo
termodinâmico.
Motores que envolvem a combustão
interna, tais como turbinas a gás e
motores de automóveis fazem parte
desta categoria. Estes dispositivos
operam num ciclo mecânico, mas
não num ciclo termodinâmico já que
o fluido de trabalho (os gases de
combustão) não passam por um ciclo
completo. Fig. 17
Em vez de serem arrefecidos à temperatura inicial, os gases de escape são eliminados e
substituídos por mistura de ar e combustível fresco no final do ciclo.

22
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - MÁQUINA TÉRMICA (EXEMPLO)

O dispositivo produtor de trabalho que melhor se enquadra na definição de


máquina térmica é uma central a vapor que é um motor de combustão externa.
Ou seja, a combustão ocorre fora do motor, e a energia térmica libertada
durante o processo é transferida para o vapor na forma de calor.

Qe – quantidade de calor fornecida ao


vapor na caldeira a partir de uma fonte
(forno) de alta temperatura

Qs – quantidade de calor dissipado no


condensador de vapor de água a uma
baixa temperatura (atmosfera, um rio, etc)

Ws – quantidade de trabalho realizado


pelo vapor que se expande na turbina

We – quantidade de trabalho necessária


para comprimir a água à pressão da
caldeira
Fig. 18 - Esquema básico de uma Central de Energia a
Nota: As quantidades Qe, Qs, Ws e We > 0 Vapor
23
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - MÁQUINA TÉRMICA (EXEMPLO)

O trabalho líquido de saída desta central é a


diferença entre o trabalho total de saída da
central e o trabalho total de entrada (fig. 19):

Eq. 1

O trabalho líquido pode também ser Fig. 19 - Uma porção do trabalho da saída da
máquina térmica é consumida internamente
determinado apenas a partir dos dados de para manter a operação contínua.
transferência de calor.
Os quatro componentes da central a vapor envolvem fluxo de massa e, portanto, eles
devem ser tratados como sistemas abertos. Estes componentes, em conjunto com os
tubos de ligação, no entanto, contêm sempre o mesmo fluido (não contando o vapor
que pode vazar para fora, é claro). Nenhuma massa entra ou sai deste sistema
combinado o qual é indicado pela área sombreada na figura 18; assim, pode ser
analisado como um sistema fechado.
Recorde-se que para um sistema fechado executando um processo cíclico, a variação da
energia interna ΔU é zero, e, por conseguinte, o trabalho líquido de saída do sistema é,
também, igual à transferência líquida de calor para o sistema.

Eq. 2 24
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - EFICIÊNCIA TÉRMICA

Na Eq. 2, Qs representa a quantidade de


calor perdido, a fim de completar o ciclo.
Mas Qs nunca é zero, assim, o trabalho
líquido de saída de uma máquina térmica é
sempre menor do que a quantidade de calor
que entrada. Ou seja, apenas uma parte do
calor transferido para a máquina é
convertida em trabalho. A fração de calor
que entra e que é convertida em trabalho
líquido de saída é uma medida da
performance de uma máquina térmica e
chama-se eficiência térmica.

Para motores de calor, o resultado desejado


é a produção de trabalho líquido, e a
quantidade de calor necessária é o calor
fornecido ao fluido de trabalho.
Fig. 20 - Eficiência de uma
máquina térmica

25
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - EFICIÊNCIA TÉRMICA

Eficiência Térmica de uma máquina térmica

Sabendo que,

Vem,

Dispositivos cíclicos de interesse prático, tais como motores de calor, frigoríficos e


bombas de calor operam entre um meio de alta temperatura (ou reservatório) em TH
e um meio de baixa temperatura (ou reservatório) à temperatura TL. Para uniformizar
o tratamento de motores térmicos, frigoríficos e bombas de calor, definem-se as
grandezas:

QH - Quantidade de calor transferida entre o dispositivo cíclico e o meio ambiente à


alta temperatura TH

QL - Quantidade de calor transferida entre o dispositivo cíclico e o meio ambiente à


baixa temperatura TL
26
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - EFICIÊNCIA TÉRMICA

Portanto,

e ou

Nota: A eficiência
térmica de um
motor térmico é
sempre menor do
que a unidade
uma vez que tanto
QL e QH são
definidas como
quantidades
positivas.

Fig. 22
Fig. 21 27
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - EFICIÊNCIA TÉRMICA

A eficiência térmica é uma medida de quão eficazmente um


motor térmico converte o calor que recebe em trabalho.

Os motores térmicos são construídos com a finalidade de converter calor em


trabalho. A melhoria da eficiência destes dispositivos significa diminuir o
consumo de combustível e a poluição.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

4 – REFRIGERADORES

A experiência mostra que o calor é transferido no sentido da diminuição da


temperatura, isto é, de meios à temperatura mais elevada para meios à
temperatura mais baixa. Este processo de transferência de calor ocorre na
natureza sem a necessidade de quaisquer dispositivos. O processo inverso, no
entanto, não pode ocorrer por si só.

A transferência de calor a partir de um meio à temperatura baixa para um


meio à alta temperatura exige dispositivos especiais chamados
refrigeradores.

Os refrigeradores bem como motores de calor, são dispositivos cíclicos. O


fluido de trabalho usado no ciclo de refrigeração é chamado refrigerante. O
ciclo de refrigeração mais frequentemente utilizado é o ciclo de refrigeração
por compressão de vapor, que envolve quatro componentes principais: um
compressor, um condensador, uma válvula de expansão e um vaporizador,
conforme a figura 24.
29
Ciclo de refrigeração por compressão de vapor

Fig. 23

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - REFRIGERADORES

Princípio de Funcionamento

O refrigerante entra no compressor na


forma de vapor e é comprimido à
pressão do condensador. Ele deixa o
compressor a uma temperatura
relativamente elevada e arrefece-se e
condensa-se à medida que flui através
das bobinas do condensador perdendo
calor para o meio ambiente. Em
seguida, entra num tubo capilar onde a
sua pressão e temperatura diminuem
drasticamente devido ao efeito de
estrangulamento. O refrigerante de
baixa temperatura, em seguida, entra
no vaporizador onde se evapora por Fig. 24 - Componentes básicos de um
absorção de calor a partir do espaço sistema de refrigeração e condições
refrigerado. O ciclo completa-se, o normais de funcionamento.
refrigerante sai do vaporizador e
reentra no compressor. 31
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - REFRIGERADORES

Em um frigorífico doméstico, o congelador


onde o calor é absorvido pelo refrigerante
serve de vaporizador, e as bobinas
normalmente atrás do frigorífico onde o
calor é dissipado para o ar da cozinha serve
como condensador.
A figura 25, mostra um esquema de um
frigorífico. Neste esquema, QL é a
quantidade de calor removido a partir do
espaço refrigerado à temperatura TL, QH é
a quantidade de calor que se perde para o
ambiente aquecido à temperatura TH, e
WLíquido,e, é a entrada líquida de trabalho
para o frigorífico.

Note-se que QL e QH representam


grandezas positivas.
Fig. 25

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - REFRIGERADORES
COEFICIENTE DE PERFORMANCE

A eficiência de um refrigerador é expressa em termos do coeficiente de


performance (COPR). O objetivo de um refrigerador é remover o calor (QL)
do espaço refrigerado. Para atingir esse objetivo, isto requer um trabalho
de input WLíquido,e

O COP de um frigorífico pode ser expresso como:

COP pode ser expresso na forma de taxa, Substituindo, QL por e WLíquido,e por

O princípio de conservação do energia para um dispositivo cíclico exige que:

Então, a relação COP torna-se:

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - REFRIGERADORES
COEFICIENTE DE PERFORMANCE

Note-se que o valor de COP pode ser maior do que a unidade. Isto é, a
quantidade de calor removida a partir do espaço refrigerado pode ser
maior do que a quantidade de trabalho de entrada. Isto entra em
contradição com o rendimento térmico que nunca pode ser superior a
1.
De facto, uma das razões para exprimir a eficácia de um refrigerador
por um outro termo - COEFICIENTE DE PERFORMANCE é o desejo de
evitar a estranheza de ter eficiência maior do que a unidade.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

5 –BOMBAS DE CALOR

Outro dispositivo que transfere o calor de um meio de baixa temperatura


para um de alta temperatura é uma bomba de calor (Figura 24).
Refrigeradores e bombas de calor funcionam no mesmo ciclo, mas têm
objetivos diferentes.

O objetivo de um refrigerador é manter o espaço refrigerado a uma


temperatura baixa através da remoção de calor do mesmo. Descarregar esse
calor ao ambiente a uma temperatura mais elevada é meramente uma parte
essencial da operação, não é o propósito.

O objetivo de uma bomba de calor, no entanto, é o de manter um espaço


aquecido a uma temperatura elevada. Isto é conseguido através da absorção
de calor a partir de uma fonte de baixa temperatura, tal como água ou ar frio
no exterior de um edifício no inverno e fornecer esse calor ao meio à
temperatura mais elevada tal como o interior de um casa.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - BOMBAS DE CALOR

Figura 26 - Trabalho fornecido por uma bomba de


calor usada para extrair energia do ar livre frio e
utilizá-la para aquecer o interior de uma casa.
A medida do desempenho de uma bomba de calor
também é expressa em termos do coeficiente de
performance COP definido como:

que pode ser expresso como:

COPBC e COPR relacionam-se pela expressão:

Para valores fixos de QL e QH


Fig. 26
36
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - BOMBAS DE CALOR

A relação indica que o coeficiente de performance de uma


bomba de calor é sempre maior do que a unidade desde que COPR seja uma
quantidade positiva. Isto é, uma bomba de calor funciona, na pior das hipóteses,
como uma resistência de aquecimento, fornecendo mais energia para uma casa
como a que consome.
Na realidade, parte do QH é perdida para o ar exterior através da tubagem e de
outros dispositivos e COPBC pode ser menor do que a unidade quando a temperatura
do ar exterior é demasiado baixa. Quando isto acontece, o sistema normalmente
muda para o modo de aquecimento da resistência.
A maioria das bombas de calor em operação hoje em dia tem um COP sazonalmente
médio de 2 a 3. As bombas de calor mais utilizadas usam o ar exterior frio como a
fonte de calor no Inverno. São chamadas bombas de calor ar-fonte. A COP dessas
bombas de calor é cerca de 3,0 em condições de projeto. Bombas de calor ar-fonte
não são apropriadas para climas frios, pois, a sua eficiência cai consideravelmente
quando as temperaturas estão abaixo do ponto de congelamento. Nesses casos, as
bombas de energia geotérmica (também chamadas terra-fonte) que utilizam a terra
como a fonte de calor podem ser usadas. Bombas de calor geotérmicas exigem o
enterro de tubos no chão de 1 a 2 m de profundidade. Tais bombas de calor são mais
caras para instalar, mas, elas também são mais eficientes (até 45 por cento mais
eficientes do que as bombas de calor ar-fonte). A COP das bombas de calor terra-
fonte é de cerca de 4.0. 37
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

MÁQUINAS DE MOVIMENTO PERPÉTUO

Um processo não pode ocorrer a menos que satisfaça a primeira e segunda


leis da termodinâmica. Qualquer dispositivo que viole ambas as lei é
chamado de MÁQUINA DE MOVIMENTO PERPÉTUO, e, apesar de várias
tentativas, não se conhece nenhuma máquina de movimento perpétuo a
trabalhar.

Um dispositivo que viola a primeira lei da termodinâmica (através da criação


de energia) é chamado uma máquina de movimento perpétuo de primeira
classe (PMM1) e um dispositivo que viola a segunda lei da termodinâmica é
chamado de máquina de movimento perpétuo de segunda classe (PMM2).

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA
MÁQUINAS DE MOVIMENTO PERPÉTUO DE PRIMEIRA CLASSE

Figura 27 - Máquina de movimento perpétuo de primeira classe

39
2ª LEI DA TERMODINÂMICA
MÁQUINAS DE MOVIMENTO PERPÉTUO DE PRIMEIRA CLASSE

Considere uma central a vapor (figura 27). Propõe-se aquecer o vapor de


água por meio de resistência de aquecimento colocadas no interior da
caldeira, em vez da energia fornecida a partir de combustíveis fósseis ou
nuclear. Parte da energia gerada pela central é usada para alimentar as
resistências, assim como a bomba. O resto da energia elétrica é fornecida à
rede elétrica sob a forma de trabalho. O inventor pretende que, uma vez
iniciado o sistema, a central produz eletricidade por tempo indeterminado
sem necessidade de introdução de qualquer energia a partir do exterior.

Esta é uma invenção que poderia resolver o problema de energia do mundo


se funcionasse, é claro. Mas, um exame cuidadoso da presente invenção
revela que o sistema delimitado pela área sombreada está continuamente
fornecendo energia para fora a uma taxa de , sem receber
qualquer energia. Isto é, este sistema está a criar energia a uma taxa de,
, o que é claramente uma violação da primeira lei. Portanto,
este aparelho nada mais é do que uma PMM1.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA
MÁQUINAS DE MOVIMENTO PERPÉTUO DE SEGUNDA CLASSE

Agora vamos considerar uma outra ideia nova. Imaginemos que o inventor
convencido de que a energia não pode ser criada, ele propõe a seguinte
modificação que melhora significativamente a eficiência térmica da central
sem violar a primeira lei. Consciente de que mais do que metade do calor
transferido para o vapor na caldeira é dissipado no condensador para o
ambiente, o inventor sugere que se retire o componente dissipador de calor e,
desta forma, o envio do vapor para a bomba, faz-se assim que deixar a
turbina, (fig. 28). Dessa forma, todo o calor transferido para o vapor na
caldeira seria convertido em trabalho, e assim, a central teria uma eficiência
teórica de 100 por cento. O inventor percebe, porém, que algumas perdas de
calor por fricção entre os componentes móveis são inevitáveis​​ e que estes
efeitos prejudicam um pouco a eficiência, mas, ainda espera que a eficiência
não seja inferior a 80 por cento (em oposição a 40 por cento em centrais
elétricas mais eficientes) para um sistema cuidadosamente projetado.
No entanto, este dispositivo é uma PMM2 uma vez que funciona em um ciclo
e realiza um trabalho líquido durante a troca de calor com um único
reservatório (caldeira). Esta máquina satisfaz a primeira lei, mas viola a
segunda lei e, portanto, não funciona.
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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

MÁQUINAS DE MOVIMENTO PERPÉTUO DE SEGUNDA CLASSE

Figura 28 - Máquina de movimento perpétuo de segunda classe

42
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

O CICLO DE CARNOT

Nicolas Léonard Sadi Carnot (1796–1832)


publicou o trabalho Réflexions sur la puissance
motrice du feu (1824) em que idealizou uma
máquina térmica cujo rendimento dependia
apenas das temperaturas das respectivas fontes
quente e fria.

Carnot considerou que o rendimento desse ciclo


ideal era independente do fluido usado, embora
não tenha derivado a expressão exacta do
rendimento.

O motor de calor teórico que opera sobre o ciclo


Nicolas Léonard Sadi Carnot
de Carnot é chamado o motor térmico de Carnot.

O Ciclo de Carnot é composto por quatro processos reversíveis – duas


isotérmicas e duas adiabáticas – e podem ser ambos executados num
sistema fechada ou num sistema de fluxo estacionário.
43
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

O CICLO DE CARNOT

Considere-se um sistema fechado, que consiste de um gás contido num


dispositivo de êmbolo-cilindro adiabático. Os quatro processos reversíveis
(figuras 29) que compõem o ciclo de Carnot são:

 Expansão isotérmica reversível


 Expansão adiabática reversível
 Compressão isotérmica reversível
 Compressão adiabática reversível

44
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

CICLO DE CARNOT

Fig. 29 b)
Fig. 29 a)

Fig. 29 c)
45
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

EXPANSÃO ISOTÉRMICA REVERSÍVEL

(Processo 1-2, TH = constante). Inicialmente (estado 1), a temperatura


do gás é TH e a cabeça do cilindro está em contato com uma fonte à
temperatura TH. O gás expande-se, lentamente, realizando trabalho
sobre o meio envolvente. À medida que o gás se expande, a
temperatura do mesmo tende a diminuir. Mas, logo que a temperatura
diminui de uma quantidade infinitesimal dT, algum calor é transferido
do reservatório para o gás, elevando a temperatura do gás para TH.
Assim, a temperatura do gás é mantida constante em TH. Desde que a
diferença de temperatura entre o gás e o reservatório não exceda um
valor diferencial dT, o processo de transferência de calor é reversível. O
processo continua até que o pistão atinge a posição 2. A quantidade de
calor total transferida para o gás durante este processo é QH.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

EXPANSÃO ADIABÁTICA REVERSÍVEL

(Processo 2-3, a temperatura diminui de TH a TL). No estado 2, o


reservatório que estava em contacto com a cabeça do cilindro é
removido e substituído por um sistema isolado de modo que o sistema
torna-se adiabático. O gás continua a expandir-se lentamente, realizando
trabalho sobre o meio ambiente até que sua temperatura diminua de TH
para TL (estado 3). Assume-se que o êmbolo está sujeito a atrito e que o
processo encontra-se no estado de semi-equilibrio, de modo que o
processo é reversível assim como adiabático.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

COMPRESSÃO ISOTÉRMICA REVERSÍVEL

(Processo 3-4, TL = constante). No estado 3, a cabeça do cilindro deixa de


estar isolado visto que é colocada em contato com um reservatório à
temperatura TL. Ora, o pistão é empurrado para dentro por uma força
externa realizando trabalho sobre o gás. À medida que o gás é comprimido,
a sua temperatura tende a aumentar. Mas assim que atinge um aumento
de uma quantidade infinitesimal dT, o calor é transferido do gás para o
reservatório fazendo com que a temperatura do gás diminua para TL.
Assim, a temperatura do gás permanece constante em TL. Desde que a
diferença de temperatura entre o gás e o reservatório não exceda uma
quantidade infinitesimal dT, o processo de transferência de calor é
reversível. Ele continua até que o êmbolo alcance o estado 4. A quantidade
de calor perdida pelo gás durante este processo é QL.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

COMPRESSÃO ADIABÁTICA REVERSÍVEL

(Processo 4-1, a temperatura sobe de TL a TH). O estado 4 é tal que,


quando o reservatório de baixa temperatura é removido, a cabeça do
cilindro volta a ser isolado e o gás é comprimido de forma reversível
de volta ao seu estado inicial (estado 1). A temperatura sobe de TL
para TH durante este processo de compressão adiabático reversível ,
o que completa o ciclo.

49
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

DIGRAMA pV PARA O CICLO DE CARNOT

Tratando-se de um diagrama PV, a área sob a curva representa o


trabalhar de fronteira para os processos internamente reversíveis.
A área sob a curva 1-2-3 é o trabalho realizado pelo gás durante parte da
expansão do ciclo; a área sob a curva 3-4-1 é o trabalho realizado sobre o gás
durante parte do ciclo de compressão. A área delimitada pelo caminho do
ciclo (área 1-2-3-4-1) é a diferença entre estes dois trabalhos e representa
o trabalho líquido feito durante o ciclo.

Nota:

Sendo o ciclo de Carnot um ciclo reversível, é o mais eficiente operando


entre duas temperatura limites especificadas. Mesmo que o ciclo de Carnot
não possa ser realizado na prática, a eficiência dos ciclos reais pode ser
melhorada pela tentativa de aproximação ao ciclo de Carnot.
50
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

DIGRAMA pV PARA O CICLO DE CARNOT

Fig. 30
51
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

DIGRAMA pV PARA O CICLO DE CARNOT

Fig. 31
52
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - RENDIMENTO DO CICLO DE CARNOT

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - RENDIMENTO DO CICLO DE CARNOT

O rendimento de uma máquina


térmica é,

𝑸𝑳
que em termos absolutos é, 𝜼=𝟏−
𝑸𝑯

54
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - RENDIMENTO DO CICLO DE CARNOT

55
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - RENDIMENTO DO CICLO DE CARNOT

56
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - RENDIMENTO DO CICLO DE CARNOT

Eficiência de uma máquina térmica de Carnot, ou


qualquer máquina térmica reversível (valor ideal).

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - COEFICIENTE DE DESEMPENHO

REFRIGERADOR E BOMBA DE CALOR DE CARNOT

Um refrigerador ou uma bomba de calor que opera no ciclo de Carnot


reversível chama-se um refrigerador de Carnot ou uma bomba de calor de
Carnot.
O coeficiente de desempenho de todo o refrigerador ou bomba de calor,
reversível ou irreversível, é dada pela equação:

onde QL é a quantidade de calor absorvida a partir do meio a baixa


temperatura e QH é a quantidade de calor dissipada para o meio à
temperatura mais elevada.
Os COPs de todos os refrigeradores ou bombas de calor reversíveis podem
ser determinados pela expressão:

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA - COEFICIENTE DE DESEMPENHO

REFRIGERADORES E BOMBAS DE CALOR DE CARNOT

Estes são os maiores coeficientes de performance que um refrigerador ou


uma bomba de calor operando entre os limites de temperatura TL e TH
pode ter. Todos os refrigeradores ou bombas de calor reais operando entre
essas temperaturas limites (TL e TH) têm coeficientes de performance
menores.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA

PRINCÍPIOS DE CARNOT

Figura 32 60
2ª LEI DA TERMODINÂMICA - PRINCÍPIOS DE CARNOT

A segunda lei da termodinâmica estabelece limites sobre o


funcionamento cíclico dos dispositivos como expresso pelos princípios de
Kelvin-Planck e Clausius. Uma máquina térmica não pode funcionar
através da troca de calor com um único reservatório e um refrigerador
não pode operar sem uma entrada líquida de energia a partir de uma
fonte externa.

Conclusão:

PRINCÍPIOS DE CARNOT (Figura 32)

 A eficiência de uma máquina térmica irreversível é sempre menor do


que a eficiência de uma máquina térmica reversível operando entre os
mesmos dois reservatórios.

 A eficiência de todas as máquinas térmicas reversíveis que operam


entre os mesmos dois reservatórios é a mesma.

61
2ª LEI DA TERMODINÂMICA – DEMONSTRAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE CARNOT

Esses dois pricípios podem ser comprovadas demonstrando que a


violação de qualquer um desses pricípios resulta na violação da
segunda lei da termodinâmica.

Para provar o primeiro princípio, considere duas máquinas térmicas, uma


reversível e outra irreversível, operando entre os mesmos reservatórios,
conforme mostrado na Fig. 33.

A cada máquina é fornecida a mesma quantidade de calor 𝑄𝐻 . O trabalho


produzido pela máquina reversível é 𝑊𝑟𝑒𝑣 e o trabalho produzido pela
máquina irreversível é 𝑊𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 .

Violando o primeiro princípio de Carnot, assumimos que a máquina


irreversível é mais eficiente que a máquina reversível (ou seja, η𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 >
η𝑟𝑒𝑣 ) e, portanto, produz mais trabalho que a máquina reversível. De
seguida, reverte-se o funcionameno da máquina térmica reversível de
modo a passar a funcionar como um refrigerador. Este refrigerador
receberá uma entrada de trabalho 𝑊𝑟𝑒𝑣 e rejeitará calor no reservatório
de alta temperatura.
62
2ª LEI DA TERMODINÂMICA – DEMONSTRAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE CARNOT

Como o refrigerador está rejeitando calor na quantidade de 𝑄𝐻 no


reservatório de alta temperatura e o motor de calor irreversível está
recebendo a mesma quantidade de calor desse reservatório, a troca
líquida de calor para esse reservatório é zero. Assim, poderia ser
eliminado fazendo com que o refrigerador descarregasse QH diretamente
no motor de calor irreversível.

Agora, considerando um sistema combinado constituido pelo


refrigerador e a máquina térmica irreversível, temos uma máquina que
produz um trabalho líquido 𝑊𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 − 𝑊𝑟𝑒𝑣 enquanto trocam calor com
um único reservatório - uma violação do princípio de Kelvin-Planck da
segunda lei da termodinâmica. Portanto, a suposição inicial de que
η𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 > η𝑟𝑒𝑣 está incorreta. Conclui-se daí que nenhuma máquina
térmica pode ser mais eficiente do que uma máquina térmica reversível
operando entre os mesmos reservatórios.

63
2ª LEI DA TERMODINÂMICA – DEMONSTRAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE CARNOT

𝑄𝐻 − 𝑄𝐻 = 𝑊𝑟𝑒𝑣 − 𝑊𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 + 𝑄𝐿,𝑟𝑒𝑣 − 𝑄𝐿, 𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣


<=> 0 = 𝑊𝑟𝑒𝑣 − 𝑊𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 + 𝑄𝐿,𝑟𝑒𝑣 − 𝑄𝐿, 𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣
<=> 𝑄𝐿,𝑟𝑒𝑣 − 𝑄𝐿, 𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 = 𝑊𝑖𝑟𝑟𝑒𝑣 − 𝑊𝑟𝑒𝑣

Fig. 33 – Demonstração do primeiro princípio de Carnot 64


2ª LEI DA TERMODINÂMICA – DEMONSTRAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE CARNOT

O segundo princípio de Carnot também pode ser provado de maneira


semelhante. Desta vez, vamos substituir a máquina irreversível por outra
máquina reversível que seja mais eficiente e, portanto, forneça mais
trabalho que a primeira máquina reversível (Fig. 34). Seguindo o mesmo
raciocínio, acabamos tendo uma máquina que produz uma quantidade
líquida de trabalho enquanto troca calor com um único reservatório, o
que é uma violação da segunda lei. Portanto, concluímos que nenhuma
máquina térmica reversível pode ser mais eficiente do que uma máquina
reversível operando entre os mesmos dois reservatórios,
independentemente de como o ciclo é concluído ou do tipo de fluido de
trabalho usado.

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2ª LEI DA TERMODINÂMICA – DEMONSTRAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE CARNOT

𝑄𝐻 − 𝑄𝐻 = 𝑊𝑟𝑒𝑣 − 𝑊𝑟𝑒𝑣2 + 𝑄𝐿,𝑟𝑒𝑣 − 𝑄𝐿, 𝑟𝑒𝑣2


<=> 0 = 𝑊𝑟𝑒𝑣 − 𝑊𝑟𝑒𝑣2 + 𝑄𝐿,𝑟𝑒𝑣 − 𝑄𝐿, 𝑟𝑒𝑣2
<=> 𝑄𝐿,𝑟𝑒𝑣 − 𝑄𝐿, 𝑟𝑒𝑣2 = 𝑊𝑟𝑒𝑣2 − 𝑊𝑟𝑒𝑣

Fig. 34
66

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