da TOPE
1 – INTRODUÇÃO
Nesse sentido, visando por esse viés de que o sentido se origina apenas
na materialização verbal, não buscando sentido no extralinguístico, mostra que
o contexto é gerado pelo próprio enunciado. Dessa maneira, correspondendo à
construção de valores referentes a determinadas situações.
Consoante à Vogüé (2000, p.31), a partir de “ocorrências nocionais” é
que o valor de um enunciado é composto, tais ocorrências referenciam-se às
diferentes noções aos itens lexicais postos nos enunciados. Elas são
constituídas pela relação com as noções em que elas representam, ou seja,
pelas ocorrências e suas formas linguísticas variadas. Dessa forma, há um jogo
de noções, que é o valor referencial, entre a forma linguística e o que compõe o
enunciado no momento da enunciação.
No texto Situations, contexte, valeus référentielle de Franckel (2006),
expõe que o enunciado apenas se torna sólido e passível de interpretação se
houver uma sequência de noções em um dos possíveis contextos desse
enunciado. Ainda partindo do autor francês “[...] do esmo modo que o valor
referencial [...] é indissociável [..] do referente efetivo, do mesmo modo a
situação, o contexto e mais geralmente o que nós chamamos cenário são
sempre ao mesmo tempo da ordem do dado e da ordem do construído.”
(FRANCKEL, 2006, p.62)
Para tanto, esse tal cenário, apresentado por Franckel (2006) e
mencionado por Vogüé (2011), se diferencia completamente de um sistema de
organização simplista por conta do seu caráter dinamicista, trabalhando a
integração entre as formas linguísticas e as operações necessárias a elas.
Logo, esse cenário ou propriamente contexto, não é selecionado, muito menos
aparece de maneira aleatória, uma vez que toda e qualquer unidade linguística
nos permite inúmeras construções possíveis.
Grosso modo, uma mesma noção, ou uma mesma sequência que
comporta formas linguísticas podem se encaminhar por enunciados distintos.
Como por exemplo, na sentença “Ouvi certo barulho”, manipulada por nós,
fazendo com que o termo possa admitir pelos menos 02 caminhos diferentes:
a) Pode-se pensar na situação de que A estava sozinha em casa e
então ouviu um barulho estranho.
b) Outra situação seria que A já tem conhecimento sobre que tipo de
barulho ouviu, então fala para B com uma entonação diferente
que ouviu “certo” barulho, ou seja, aquele barulho que B também
já conhece.
À vista disso, fica claro que a TOPE propõe que as unidades linguísticas
possuem um sentido construído, pois fundamenta-se na interação e
envolvimento das unidades com o Cotexto e o Contexto. Dito isso, não é um,
nem o outro que estabelece os sentidos, e sim, que o primeiro, por meio da
indução, leva os sentidos das unidades aos enunciados.
A seguir, trataremos de outros conceitos essenciais para a compreensão
das nossas análises, tais como: Noção, Domínio, Tipo e Atrator.
4 – QLT E QNT
5 – EXTRAÇÃO E FLEXAGEM
8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
https://www.corpusdoportugues.org/now/