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PRODUÇÃO DA CATEGORIA.
Resumo
Abstract
The present text results from the revision of the production about
the work of the social worker in private companies. The revision
undertaken included the most recent production in magazine
and category conferences and indicates the more general
tendencies of the working conditions and the demands
presented to the professional. The evidenced trends show how
the profession has been impacted by the productive
restructuring in this occupational space.
.
1
Assistente Social. Mestre. Universidade Federal de ouro Preto – UFOP.
alessandra.rsouz@gmail.com
2
Estudante. Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. eliza.chaves26@gmail.com
I. INTRODUÇÃO
II. DESENVOLVIMENTO
3
A referida pesquisa é desenvolvida com apoio da FAPEMIG e busca analisar como tem ocorrido a inserção dos
assistentes sociais em empresas privadas da região denominada Inconfidentes .
A referida crise tem como principal determinação a estagnação das taxas de lucro e
expressa num movimento convergente em que a crise de superprodução é administrada
mediante expansão do credito para financiar tanto os déficits dos países hegemônicos como
a integração funcional dos países periféricos ao processo de internacionalização do capital.
De acordo com Netto, no que toca às exigências imediatas do grande capital, o projeto
neoliberal restaurador viu se resumido no tríplice mote da “flexibilização” (da produção, das
relações de trabalho), da “desregulamentação” (das relações comerciais e dos circuitos
financeiros) e da “privatização” (do patrimônio estatal). Se esta última transferiu ao grande
capital parcelas expressivas de riquezas públicas, especial mas não exclusivamente nos
países periféricos, a “desregulamentação” liquidou as proteções comercial alfandegárias dos
Estados mais débeis e ofereceu ao capital financeiro a mais radical liberdade de movimento,
propiciando, entre outras consequências, os ataques especulativos contra economias
nacionais. Quanto à “flexibilização”, embora dirigida principalmente para liquidar direitos
laborais conquistados a duras penas pelos vendedores da força de trabalho, ela também
afetou padrões de produção consolidados na vigência do taylorismo fordista.
No Brasil, a década de 1980 é marcada pela redemocratização com o fim do regime militar.
Trata se de um contexto em que a classe trabalhadora experimenta um massivo processo
de organização política, a exemplo da fundação de partidos, sindicatos, comissões de
fábrica, entre outras representações, imprimindo formas combativas na sua relação com o
capital. Coincide com este cenário de alterações no âmbito das empresas no Brasil a
expansão do mercado de trabalho do assistente Social.
Do ponto de vista da profissão, o serviço social ao longo da década de 1980 é marcado por
um processo de renovação e de ruptura com o conservadorismo. Essa ruptura resultou no
interior da direção hegemônica da categoria profissional na incorporação do pensamento
crítico, organicamente articulado às necessidades sociais das classes subalternas, pautado
em bases teóricas metodológicas, éticas e prático operativas assentadas na teoria social de
Marx, capazes de compreender a realidade na trama das relações sociais contraditórias,
determinada por condições históricas objetivas. (Netto, 1990, Iamamoto, 1998)
Conforme indicam os estudos de Mota (1985), naquela década havia como uma
particularidade da intervenção do assistente social na empresa uma ação voltada tanto à
preservação da força de trabalho dos empregados como a necessidade de mediar
conflitos/comportamentos que surgiam na relação entre capital e trabalho. A requisição
profissional, portanto, atenderia, tanto às necessidades do capital – contratante dos serviços
profissionais – como as do trabalho, pela via de uma intervenção voltada a considerar as
necessidades básicas dos trabalhadores e de suas famílias.
Ao final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990, parte do setor industrial
brasileiro já tinha realizado os ajustes e reformas organizacionais como parte das
estratégias de integração econômica à dinâmica capitalista mundial. Mas, é no trânsito da
década de 1990 para os anos 2000 com a vitória do projeto neoliberal que vamos assistir
profundas mudanças que reorganizam o processo de produção de mercadorias e realização
do lucro.
Nesse cenário, são evidenciados um extensivo programa de privatizações, fusões
empresariais, drástico enxugamento de postos de trabalho que redefiniram a composição do
mercado, intenso processo de concentração e descentralização de capitais e introdução de
métodos “participativos”, em decorrência das imposições de competitividade das empresas
transnacionais que instalaram suas subsidiárias no Brasil. De acordo com Antunes
A revista Serviço Social & Sociedade foi escolhida tendo em vista o reconhecimento
de sua abrangência e longo tempo de existência (aproximadamente trinta anos). Para efeito
dessa pesquisa definimos como recorte o período recente compreendido entre os anos de
2010 até abril de 2016 totalizando 25 edições. A pesquisa foi desenvolvida através da busca
em todas as edições pelos descritores “empresa privada”, “assistente social” e “empresa
privada” que deveriam constar nos títulos dos artigos. A busca resultou na identificação de
apenas quatro artigos que publicados em setembro de 2010, maio de 2011, junho de 2013 e
abril de 2015. A revisão dos artigos indicou importantes elementos acerca das condições de
trabalho do assistente social e das novas configurações assumidas nas empresas privadas
que buscaremos apresentar e problematizar.
O primeiro texto identificado, publicado na revista n.103, intitulado “O Serviço Social
e a “responsabilidade social das empresas”: o debate da categoria profissional na Revista
Serviço Social & Sociedade e nos CBAS” (Menezes, 2010) tem como objetivo analisar a
chamada “responsabilidade social das empresas” (RSE). A autora destaca que as empresas
tem incorporado a RSE concebendo a como uma alternativa para agregar valor à sua marca
e que esta tem se constituído como um novo campo de atuação para os profissionais
assistentes sociais sendo assim necessário conhecer quais são seus principais objetivos. A
RSE facilita a ampliação dos níveis de acumulação adotando, de forma ideológica, os
discursos de defesa dos direitos, da cidadania e de solidariedade e parceria para se
enfrentar a “Questão Social”.
Menezes em suas analises busca verificar o debate da categoria profissional sobre
a responsabilidade social nas empresas e ressalta que o profissional ainda que ocupe este
espaço, deve compreender sua natureza e objetivo:
Mas não deve também nutrir ilusões quanto à possibilidade de as práticas sociais
das empresas serem a solução para o pauperismo em que se encontra grande
parcela da população e nem deve se enganar, acreditando que o mercado está
comprometido realmente com a superação da desigualdade social. (MENEZES,
2010: 525 e 526)
À partir da identificação de que a RSE nas empresas é uma área que tem inserido
assistentes sociais, é importante que se tenha nitidez acerca de seus objetivos e sua
incapacidade no enfrentamento da questão social e ainda que se tenha compreensão de
como a responsabilidade social se situa na logica do capital como uma estratégia de
marketing e de isenção de impostos.
O segundo artigo, publicado por Raichelis em 2011, na revista n.107, sob o título “O
Assistente Social como trabalhador assalariado: desafios frente às violações de seus
direitos” tem como finalidade problematizar algumas das dimensões do processo de
precarização do trabalho do assistente social no contexto das transformações e redefinições
do trabalho na contemporaneidade. Ou seja, a autora tem o objetivo de analisar o processo
de precarização do trabalho do assistente social no contexto mais geral. Suas reflexões
indicam a importância de compreendermos que o Assistente Social como trabalhador
assalariado também sofre os impactos decorrentes do processo da reestruturação produtiva
do capital que conforme já apontamos anteriormente, tem como características principais a
superexploração do trabalho dada principalmente a redução do quantitativo de
trabalhadores, o alto índice de adoecimento e a imposição da incorporação de novas
tecnologias. Segundo a autora:
III. CONCLUSÃO
Este trabalho teve o objetivo de realizar uma revisão sobre a produção teórica que trata
do trabalho dos assistentes sociais dentro das empresas privadas, e pode indicar o
crescimento e a diversificação da demanda pelo profissional neste espaço desde os anos
1980. Contudo algumas indagações foram construídas ressaltando que tanto na revista
Serviço Social & Sociedade quanto nos trabalhos publicados nos anais dos Congressos
CBAS e ENPESS há ainda uma produção pequena em termos quantitativos, mas que
apresenta importantes elementos a serem problematizados pela categoria. Tais elementos
se referem principalmente às novas demandas das empresas e dos trabalhadores nesta
área de atuação, a incorporação de tecnologias e os impactos da reestruturação produtiva
para os trabalhadores de forma geral e os contornos que atinge para a categoria dos
assistentes sociais. A produção analisada indicou que novas demandas como a
responsabilidade social atendimento 24 horas para situações de emergência, consultoria,
captação de recursos públicos tem sido postos como requisições aos profissionais de forma
conjugada com a histórica demanda pelo trabalho profissional de acompanhamento e
orientação às situações que interferem na produtividade do trabalhador. Acreditamos que é
importante diferenciar o que são requisições da instituição do que são as demandas ao
trabalho do assistente social e neste sentido a analise da produção nos indicou a
necessidade de aprofundar as reflexões sobre tais demandas.
Outro aspecto importante evidenciado pela revisão se refere às condições de
trabalho. Foi possível identificar uma tendência à terceirização da contratação do trabalho
do Assistente Social e do desenvolvimento do trabalho em estruturas externas à empresa
como, por exemplo, a partir de central telefônica ou a partir de atendimento móvel em
sistemas de Call Center. 24 horas. Assim, os profissionais, considerados consultores
externos para as empresas clientes, não as integram legal e administrativamente em seus
quadros e compreendemos ser necessário refletir sobre a precarização nas condições de
trabalho decorrentes dessa forma de inserção no trabalho.
Por fim, é importante ressaltar que a produção indicou uma ampliação da inserção
profissional nesse espaço e assim, consideramos ser fundamental conhecer tanto em
termos quantitativos quanto no que tange às demandas e às respostas profissionais nesta
área através de outros estudos.
REFERÊNCIAS
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