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..

Análise de Circuitos
e1n Corrente Alternada
Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Albuquerque, RÔmulo Oliveira, 1954-


A313a Análise de circuitos em correntes alternada / Ró-
mulo Oliveira Albuquerque. -- São Paulo : Érica,
1989.

1. Circuitos elétricos - Análise 2. Correntes


elétricas alternadas I. Título.

CDD-621.3192
88-2396 -621.31913

fndices para catálago sistemático:


1. Análise de circuitos Engenharia elétrica
621.3192
2. Correntes alternadas Engenharia elétrica
621.31913
Eng. 0 Romulo Oliveira Albuquerque

Análise de Circ11itos
em Corrente Alternada

Ano: 1993 92 91 90 89
Edição: I 0 9 8 7 6 5 4 3 2 1

LIVROS ÉRICA EDITORA L TDA.


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DEDICATÓRIA

Dedico esta obra aos meus pais José e Maria e aos meus irmãos
Cleveland, Vinicius, Arécia e Heráclito (em memória).
PREFÁCIO

Este livro surgiu após muita reflexão a respeito de como


tratar o assunto Análise de Circuito em Corrente Alternada. que
pode ser feita graficame nte, através da representa ção dos fasQ
res de tensão e corrente ou consideran do- se a representa ção de·
tensão, corrente e impedância por números complexos. A maioria
dos livros sobre o assunto conside ra apenas uma das forma s de
abordagem, não consideran do a o utra. Consideram os importante s
as duas , sendo que a r epresentaç ão fasorial permite-no s enxergar
melhor a relação das fases de tensão e corrente, porém é limitª
da na resolução de ci rcu itos mais complicad os. A análise, usa~
do números complexos, permite resolver com mais facilidade os
circuitos com várias malhas, porém, a análise de um circuito pQ
de se tornar apenas um exercício da matemática , se perdermos a
relação existe n te ent r e um núm ero complexo e o fasor represent ª
tivo de corrente ou tensão.
Alguns dos exercícios resolvidos por análise fasorial são
resolvidos pelo outro método, dando condições ao leitor de avª
liá-los.

O Autor
SUMÁRIO

1. Grandezas Senoidais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1. 2 Diagrama Fasorial .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1. 3 Valor Eficaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . 14

2. Eletromagnetismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • 22
2. 1 Magnetismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 Campo Magnético de uma Corrente Elétrica ... 23
2. 2 .1 Campo de um Condutor Retilíneo . . . . . . . . . . . . . . 23
2. 2. 2 Campo de uma Espira Circular . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2.3 Campo Magnético de um Solenóide . . . . . . . . . . . . 24
2.3 Força Eletromotriz Induzida . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4 Transformador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3. Circuito em e.A. - Análise Fasorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

3. 1 Indutor e Indutância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.2 Circuito em C . A. com Indutância Pura . . . . . . . 33
3.3 Circuito RL Série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4 Fator de Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.5 Circuito RL Paralelo .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.6 Capacitor - Capacitância ..... .. . . . . . . . . . . . . 49
3.7 Circuito C.A. com Capacitância Pura . . . . . . . . 52
3.8 Circuito RC Série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.9 Circuito RC Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.10 Circuito RLC Série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3 .10 .1 Largura de Faixa - Fator de Qualidade ..... . 65
3 .11 Circuito RLC Paralelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.12 Correção do Fator de Potência . . . . . . . . . . . . . . 73
3.13 Circuitos Mistos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

4. Circuitos em e.A. - Análise com Números Complexos . . . . . . . 90

4.1 Números Complexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90


4.2 Operações com Números Complexos . . . . . . . . . . . . 92
4. 2. 1 Soma e Subtração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4. 2. 2 Multiplicação e Divisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4.3 Impedância Complexa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
4. 3 .1 Circuitos RL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
4. 3. 2 Circuitos RC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
4.3.3 Circuitos Mistos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

5. Circuitos Trifásicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104

5. 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
5.2 Sistema Trifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
5 . 2 .1 Ligação Estrela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 07
5. 2. 2 Ligação em Triângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
5.3 Potência em Sistemas Trifásicos . . . . . . . . . . . . 115
AP~NDICE A - Decibel 121

AP~NDICE B - Filtros 124

AP~NDICE C - Diferenciador e Integrador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129

AP~NDICE D - Instrumentos de Medida de Ponteiro . . . . . . . . . . . . 131

A.l Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131


A.2 Instrumentos de Bobina Móvel . . . . . . . . . . . . . . . 132
A.3 Instrumento de Ferro Móvel . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
A.4 Instrumento Eletrodinamométricos . . . . . . . . . . . 133
A.5 Térmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 4
A.5.1 Fio Aquecido .. ... . .. ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
A.5.2 Termopar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
A.6 Amperímetro . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
A. 7 Alicate Amperométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
A.8 Voltímetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
A. 9 Wattímetro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
CAP. 1
GRANDEZAS SENOIDAIS
1.1 Introdução

Uma corrente contínua tem sempre o mesmo sentido e inten


sidade, uma corrente alternada muda tanto de valor como de senti
do. Dependendo de como se dá essa variação no tempo, teremos os
diversos tipos de cdrrente alternada: senoidal, quadrada, trian
gular, etc.

i(mA) ilmAI
10 \O

1
1
1
1
t
: : : :
1 1 1 1
~
1
- 10 - - J. __ l. -10 ____ L __ _:_ ___ 1 ___ l __ ..i.
-IC~ •.

(a) (b) (e)


onda quadrada Onda Triangular Onda Senoidal

Figura 1.1

De todas as correntes alternadas existentes, a mais i~


portante é a senoidal e por isso mesmo faremos uma revisão dos
principais conceitos relativos a grandezas senoidais.
Consideremos uma circunferência de raio Vm e um vetor
OA, que gira com rotação constante no sentido contrário ao dos
ponteiros do relógio. A ponta do vetor descreve uma circunferên
eia, e o ângulo formado entre o eixo horizontal e a direção do
vetor , 0 , varia com o tempo.
O ângulo por unidade de tempo
representa a velocidade angular
ou frequência angular, que r~
presentaremos pela letra grega
w (Ômega) .

w = _g_ ou a = w. t ( 1)
t

Sendo a expresso em rd (radiª


Figura 1.2 nos), tem s(segundos), w em
rd/s (radiano por segundo) .
Uma volta completa é 2 n rd ou 360° . O tempo que o vetor
OA leva para completar uma volta é chamado de período (T), logo
para a= 2n rd, t = T substituindo na equação (1):
w ( 2)
T

O número de voltas (ciclos) completados por segundo é


chamado de frequência (f), sendo f expresso em ciclos/sou Hertz
(Hz).
1 ciclo/s = lHz

11
Para sabermos qual a relação em frequência e período, pQ
demos montar uma regra de três:
de ciclos tempo (s)
1 T
f 1
portanto f . T 1 ou f = .!. e T .!. ( 3)
T f
substituindo em (2) resulta:
w = 2n f ( 4)

seja b a projeção do vetor OA no eixo vertical . Da trigonometria


obtemos:
b = Vm . sena = Vm . senwt = Vm . sen 2n.f.t (5)
Podemos verificar que a projeção de OA no eixo vertical, b,
segue uma lei senoidal .
(l o ... b Vm . senOº = o
(l
90° ... b Vm . sen90° = Vm
(l
= 180º• b Vm . senl80° o
(l = 270º-> b Vm.sen270º -Vm
(l = 360°. b Vm.sen360º o
Graficamente:
b
Vm

-Vm

1.2 Diagrama Fasorial

Chamamos de fasor a um vetor girante. Na figura 1.2, OA


é um fasor pois gira com velocidade an9ular w. Um fasor pode ser
usado para representar uma grandeza senoidal . Na figura 1.3, quan
do o ângulo a varia, a projeção do vetor OA no eixo vertical, mo2
trará uma sucessão de valores instantâneos da grandeza senoidal .
O lado esquerdo da figura 1.3, é chamado de diagrama fasorial e
o lado direito é a onda senoidal correspondente .

........
~ ~...:--- - - -- --· -- -- - -- ------ -- ---
---~--
m
:'

270°
Figura 1. 3

12
O diagrama fasorial é importante, pois nos permite somar
grandezas senoidais sem usar a equação ou a fo r ma de onda .
Se o vetor no instante t = O forma um ângulo 0 com o ei
xo horizontal, o valor instantâneo da grandeza será dada por :
b = Vm sen ( wt + 0) (6)

O ângulo 0 (letra grega fi) é chamado ângulo de fase ini


cial. O diagrama fasorial correspondente e a sua forma de onda
estão indicados na figura 1.4 .

Figura 1. 4
Suponha dois vetores de amplitudes Vm1 e Vm 2 e tendo a
mesma fase. o diagrama fasorial e as formas de onda estão indi
cados na figura 1 . 5 .

Figura 1.5

A equação das duas grandezas senoida i s é :

b = Vm 1 sen wt b 2 = Vm 2 . sen wt
Na figura 1 . 5, os dois vetores estão em fase . Se os dois
vetores estiverem defasados de um ângulo 0, as suas formas de on
da também estarão defasadas do mesmo ângulo 0 .
Na figura 1 . 6, as duas formas de onda estão defásadas de
90º (estão em quadratura), sendo que b 1 está adiantada em rel~
çao a b z .
b
'' b2
'
- - - 1---
:' / ~; --:.!- -- - ----------
,,·-' : ......... .... o<.= wt
:' ', '1
'
---r--- -.J. - - - - -
'
''
Figura 1.6

13
As equaçoes das duas grandezas sao :

b1 = Vm 1 . senwt b2 = Vm 2 sen ( wt - ~)
2
O ângulo de fase inicial de b 2 é - .1!. (observe que pod~
ria ser também 1!!...) . 2
' 2 . .
Os calculos em circuitos e . a às vezes o evoluem somas
e subtrações de grandezas senoidais (tensões, correntes ).
Considerem os duas grandezas senoidais cujas equações
sao:
b 1 = Vm 1 . sen ( wt + 0 ) b 2 = Vm 2 • sen ( wt + 0?)
A sua soma se r a:
b = b1 + b2 = Vm1-sen (wt + 01) + Vm2.sen (wt + 0 2)
Para obter a soma poderíamos usar certas propriedad es da
trigonome tria, ao invés disso façamos uso do diagrama fasorial .

o<.=w1

(a) (b)
Figura 1. 7

Usando as regras para adição de vetores (regra do paral~


lograma), obtemos o vetor resultante , que terá amplitude Vm e fª
se 0.
Da figura l.7a tiramos:

Vm1 sen 0 1
Vm2 sen 0 2
X = X1 + X2 YI + Y2
x2 + y2 ou ~ + y2

tg0 _L_
X

1 .3 Va l o r Eficaz

Considerem os que no circuito da figura 1 . 8, a tensão ª


plicada é senoidal.

14
v = Vm.senwt
Pela 10 Lei de OHM o valor instantª-
neo da corrente será:
i = V
Vm.senwt
= Im.sen wt
R R

Figura 1. B onde Im Vm
-R-

A potência instantânea entregue à carga sera dada por:


p = V • i

A figura 1.9 mostra os gráficos de v, i e p.


Podemos notar que a potência é uma grandeza pulsante.

v,1,p P

wt

Figura 1.9

Define-se valor eficaz de uma tensão alternada ao valor


de uma tensão contí nua que produz mesma dissipação de potência,
que a tensão alternada em questão, num mesmo resistor.

(a} (b}

v = Vm.senwt
i Im . se nwt

Figura 1.10

Na figura 1.10, a dissipação de potência é a mesma nos


dois casos, logo dizemos que o valor da tensão contínua, na figg
ra l.lOb, é igual ao valor eficaz da tensão alternada na figura
l. lOa.
No caso de uma tensão alternada, senoidal, pode-se prQ
var (através da matemática s uperior} que :

15
ou VEF = 0,707 . Vm ( 7)

obs.: Por vezes encontramos o valor eficaz denotado por VRMS


(RMS = Root - Means - Square =valor quadrático médio) .

É claro que o mesmo vale para a corrente:


IEF = Im = VEF
'J2' R
No caso de um circuito puramente resistivo, a potência
dissipada pode ser calculada pelas mesmas equações já vistas em
circuitos e . e . , somente lembrando que os valores de tensão e
cor rente são eficazes.
2
P = VEF . IEF , p = VEF e
2
p = R . IEF (8)
R
Em uma grandeza senoidal, a quantidade Vm é chamada de
valor de pico e portanto 2Vm é chamado de pico-a-pico (Vpp) .
V
Vm

-Vm

Da figura 1.9 observamos que a tensão e a corrente estão


em fase, logo o diagrama fasorial correspondente será:

Os comprimentos dos vetores representam os valores efi


cazes da tensão e corrente ou valores de pico.

Exercícios Resolvidos

1 - O valor de pico de uma tensão senoidal é 5V e a sua


frequência é lKHz, pede-se:
a) sua expressão matemática
b) valor eficaz e período
c) desenhar o gráfico de v(t)

Solução :
a) Vm = Vp = SV f = lKHz = 10 3 Hz
A expressão matemática genérica de uma tensão senoidal e:
v = Vm . senwt = Vm. sen 2rr . f . t

16
logo: v = 5sen . 2n . 10 3 . t (v)

b)
Vm 5 3,53v .1 _l_ lms
VEF \[2' = \[2' = T
f 10 3

c) v(V)
5

- 5

2 - Supondo que a tensão do exercício 1 é aplicada a um


resistor de lO íl . Qual a potência dissipada?
Solução: 2

p VEF = (3,53)> = 1 24 W
R 10 '
3 - Dado o gráfico de uma corrente em função do tempo,
pede-se:
a) frequência e período
b) valor de pico-a-pico (Ipp) e valor eficaz (IEF)
c) potência dissipada ao passar em um resistor de lK íl.
d) expressão matemática

i(mA)
10

- 10 ---------

Solução:
a) Do gráfico tiramos T 200µs ~ 200 x l0- 6 s
f = .1 l 5000Hz 5KHz
T 2oox10- 5
b) Im = lOmA Ipp 2xlm = 2xl0 2 0mA
lEF = Im = lO = 7 07mA
V2' V2' '
c) P R.l~F = 10 3 X (7,07xl0- 3 )
2

50 x 10- 3 w = 50mW

d) i(t) Im.sen.2n.f.t = lOsen n .10 4 .t (mA)

4 - As expressões matemáticas de duas tensões sao: v1


10.senwt (v) v2 = 10 . sen(wt + .1!) (v)
Pede-se: 2
a) representar as duas tensões no diagrama fasoria1·
b) desenhar as suas formas de onda
c) obtenha a soma v1 + v 2

17
Solução: b)

a) v(VJ

----------- ------ -0
V2 'Ir '\ w

2
w.t.

-10

c) Usando regra de soma de vetores

=V(lo)2 + (10)
21
=V20õ' = 10 V2'v
considerando as amplitudes do vetor igual ao valor de pico.
A fase de v será: tg(I) Vi 10
V2 =lo = 1
11
45° = -4

V = 10.\[2.sen( wt + ~)
4
5 - Dadas as tensões: Vi= 15.sen(wt + ~) e V 2 10.sen
(wt - 11 ), obter: 2
2 a) Vi + V2
b) Vi - V2

Solução :
a) representemos as duas tensões no diagrama fasorial

v,
(15V)

V2
(IOVJ

Como neste caso, os vetores têm mesma direção mas senti


dos opostos, o vetor resultante da soma é igual ao módulo do
maior, menos o módulo do menor, no sentido do maior.

18
11
V= Vj + Vz 5. sen ( wt + 2)
b) Para obtermos v 1 - v 2 devemos efetuar a operação v 1 + ( -v 2)

V1 V1+{-Vzl

-Vz 11
2

v = v +(-v ) = 25.sen(wt + ~)
1 2 2

Esses dois exemplos servem para nos mostrar que a soma


de tensões com fases diferentes deve ser feita, considerando-se
o módulo do vetor e a fase.

6 - Dadas as tensões : v1 20.sen(wt + ~) (v) e V z 40.


sen(wt + ~) (v), obter:

a) v3 = v1 + vz
b) desenhar as formas de onda de v1,v2 e v3

Solução:

a)

VJ 20v v2 40v (Yalores de pico)

Xl V! cos _i:r_ 20 X 0,5 = lOv


3
Y1 Vj sen 2:. 20 X 0,866 17,3v
3

v2 . cos ..!!. 40 X 0,866 = 34,6v


6

Y2 v2 . sen A 40 x 0,5 20v


6

X x1 + x2 10 + 34,6 44,6v
y Y1 + Y2 17,3 + 20 37,3v

(37,3~
1
v3 =\./x 2 + y 2
= \j(44,6) 2
+ 58,lv

19
tg~ X
X
= l.L..l.
44, 6
= o ' 836 39, 9 - 4 0°

V3 58,l . sen(wt + 40) (v)

b)

58 .I V

Exer cícios Propostos

1 - Uma tensão senoidal tem frequência 60Hz e VEF=llOv,


pede-se:
a) período e frequência angular
b) expressão matemática
c) valor da potência dissipada em uma resistência de lOOíl.

2 - Dado o gráfico de uma corrente em função do tempo,


pede-se:
a) período e frequência
b) valor de pico-a-pico e valor eficaz
c) expressão de i(t)
i( mAl
50 ---

5
t msl

-50

3 - Um chuveiro tem as características 2400W/220v (Efi


cazes), pede-se:
a) tensão de pico e corrente eficaz no chuveiro
b) corrente de pico no chuveiro

4 - Dada a forma de onda, dar a sua expressao em função


do tempo .
a) b)
v(V) v(V)
5 5

O(= w.t

-5 - - - - - - - - - - - - - - -

20
5 - Dadas as expressoes de duas tensões V 1 10.sen(wt +
'.:.) (v) e v2 10.sen(wt + 11) (v) pede-se:
4
a) Vj + v 2
b) Vj - v2

6 - Uma tensão alternada senoidal é aplicada a uma resi~


tência de lOO n , dissipando 0,25w, calcular:
a) valor eficaz da tensão e valor de pico
b) valor eficaz da corrente e seu valor de pico-a-pico .

Solução dos Exercícios Propostos

1) a) T = 16,66ms w = 377 rd/s


b) v(t) = 155.sen 377. t (v)
c) p 12lw

2) a) T 4ms f = 250 Hz
b) Ipp = lOOmA IEF = 35,46mA
c) i(t) = 50.sen 1570.t(mA)

3) a) IEF = 10,9A Vp = 310,2V


b) Ip = 15,34A

4) a) v(t) 5. cos (w t + 120°) (v)


b) v(t) = 5 .cos (w t + 90°) (v)

5) a) Vl + V2 7,65 sen(wt + 112, 5) (v)


b) Vl - Vz 18,47 sen(wt + 22,5°) (v)

6) a) VEF 5v Vp 7v
b) IEF 50mA Ip 70mA

21
CAP. 2
ELETROMAGNETISMO
2 . 1 Magne tismo

Campo magnético : É toda regi~o do espaço na qual uma agQ


lha iman t ada fica sob a ação de uma força magnética .
Um ímã é uma substância, encontrada na natureza, que
cria ao seu redor um campo magnético.
Todo í mã tem duas regiões, onde o campo magnético é
mais intenso , c ha madas de pólos : pólo norte e pólo sul .
Pólos de mesmo nome se repelem e pólos de -nomes dife r en
tes se atraem.
Os pólos de um ímã sao ~ n separáveis . Se voce parti r um
ímã, você obterá dois ou t ros Ímas .
<E-- ------:;.
IN si Is N
<E-- ------7
js N I IN s
-----7 ~
jN s 1 IN s
(a)
(b)
Figura 2.1

Assim como o campo g r avitacional é caracterizado em cª


da ponto pelo vetor aceleração da gravidade (g), o campo magn~
t_ico é caracterizado em cada ponto pelo v e tor induçã o magnétic a
(B).
A fim de que possamos visualizar o campo magnético, dg
vemos conceituar o que é linha de campo ou l i nh a d e i nduç ã o.
As linhas de campo, além de permitir ver a forma do c a~
po, também nos dá uma idéia da sua intensidade . Quan t o maior o
número de linhas por unidade de volume, mais intenso é o campo .
Para que você represente um campo magnético através de
suas linhas de campo, você deve se lembrar de algumas regra s :
a) As linha s de campo são orien t adas: saem pelo pólo n o~
te e e ntram pelo pólo sul .
b) Em cada ponto, p vetor indução magnética é tang e nt e
à l inha de campo que passa pelo ponto .
e) Duas linhas de ca mpo não podem se c r uzar .
d) As linhas de campo são perpendiculares à superfície
do ima .

Na figura 2 . 2, voce tem alguns e x emplos de í mã e a forma


do seu campo magnético .

22
(a) (b) (e)

Figura 2.2

As linhas de campo podem ser visuali z adas na prática se


colocarmos limalha de ferro ao redor do ímã . As limalhas de fe~
ro tenderão a se orientar ao longo das linhas de campo .

2.2 Campo Magné t ico de uma Cor rente Elé trica

Colocando-se uma bússola nas proximidades de um fio que


conduz uma corrente elétrica a agulha sofrerá um desvio, indican
do a existência de um campo magnético criado pela corrente .
Verificamos que, quanto mais intensa for a corrente,
maior será o desvio da agulha (a intensidade do campo depende
da intensidade da corrente) .
Se o sentido da corr e n te for invertido, o desvio sof r ido
pela agulha também se inve r te (a orientação do campo magnético
depende do sentido da corre n te) .
2 . 2 .1 Campo d e um Cond u t o r Re t i l í n eo

As linhas de campo são circ~nferências concêntricas com


o fio.

Figura 2.3

Para determinar o sentido das linhas de campo, usamos a

23
regra da mão direita .
"Segurando o fio com a mão direita , com o polegar no
sentido da corrente, os outros dedos indicarão o sentido d a s li
nhas de campo" .

2 .2.2 Ca mpo d e uma Es pira Circular

Obs . : Para representar uma cor r ente saindo do plano do papel , usª
remos f.) e para representar a corrente entrando no plano
do papel, usaremos ~ .
No caso de uma espi r a circular, as linhas de campo têm a
forma indicada na figura 2 . 4

l/if\
\i-~
(a) (b)

Figura 2. 4

Na figura 2 . 4a, o observador, olhando para a espira, "vê"


as linhas de campo entrando no plano da espira pelo lado em
que se encontra, logo olha para o pólo sul da espira . Na fig u ra
2 . 4b, podemos compreender melhor o q u e foi dito . Com a corre n te
no sentido indicado, as linhas de campo entram no plano do pª
pel, logo o observador "vê" um pól o s u l na parte de cima da fQ
lha e o polo norte do ou t ro l ado da folha .
O que aconteceria na f i g ur a 2 . 4 , se o sentido da corre~
te fosse i n vertido?

2.2.3 Campo Magnético de um Solenóide

Um solenóide ou bobi na consiste de um fio enrolado em


forma de hélice, formando espiras iguais, uma ao lado da outra e
igualmente espaçadas .

(a) ~b) (c)

Figura 2.5

24
Observe na figura 2.Sb, que as linhas de campo se aju~
tam de forma tal, que nenhuma das regras é contrariada . Veja ta~
bém que o campo é mais intenso no eixo do solenÓide . A intensi
dade do campo depe nde das dimensões da bobina (número de espiras
e compri mento), do material de que é feito o núcleo (ar, ferro)
e da inte n sidade da corrente .
Se o núcleo for de ferro, o campo será mais intenso (a
concentração de linhas no interior da bobina é maior) do que se
o núcleo for de ar.

Eletroímã

Um eletroímã é uma bobina enrolada num núcleo de ferro


doce (isto aumenta a intensidade do campo) . Quando fazemos pa~

sar uma corrente , o ferro se imanta. Cessada a corrente, cessa


a imantação.
Uma aplicação de um eletroímã é na construção de um guirr
daste eletromagnético.

-
I I=O

MATERIAL
FERROSO

Figura 2.6

2 .3 Força Eletromotriz Induzida

Toda vez que o fluxo de indução magnética através de uma


espirar variar, uma te n são será induzida na espira.
Chamamos de f.e.m induzida, a toda tensão gerada pela v~
riação do fluxo magnético em um circuito.
O fluxo de indução magnética (0), através de uma supe~
fÍcie de área S, é definido como sendo:
:q) 0 = B.S . cosa

25
B intensidade do vetor indução magnética
s área da superfície
a ângulo fo r mado entre a perpendicula~ à superfície e o vetor
indução magnética.

Observe que o fluxo é máximo quando a Oº -+ 0 B. S e


que é nulo quando a= 90° .
normal
-----"~--B

1.__ _.J--_.:.;
n,::;
ormo 1

e(= Oº
\
-----1~----
s
0máx 0 = o
Da equação que dá o fluxo, podemos verificar que o fluxo
também pode variar se a intensidade de B variar .
Na prática, podemos ter os seguintes casos de variação
do fluxo magnético, induzindo uma tensão.

a) Aproximando ou afastando um ímã ou um eletroímã de uma espira


ligada a um amperímetro, este dará uma indicação num sentido
quando aproximamos e no outro sentido quando afastamos .

Com o ímã parado não haverá indução de corrente (não há variª


çao de fluxo de indução) .

b) Ao invés de movimentarmos o ímã ou o eletroímã, se a ~spira


se movimentar (aproximando, afastando ou girando), tambem s~
ra induzida uma tensão . Este é o princípio de funcionamento
de um gerador de tensão .

c) Se variarmos a corrente em um solenóide, a intensidade do


campo ao seu redor também variará . Se colocarmos uma espira
nas proximidades do solenÓide, o fluxo de indução, através do
espira variará induzindo uma tensão .
Este é o princípio de funcionamento de um transformador .

26
R -+ Aumentando .... I -+ diminuindo

Lei de Lenz: "O sentido da corrente induzida é tal, que· el<: ori
gina um campo magnético que se oporá à variaçao do
fluxo magnético que a produziu".

Consideremos um ímã se aproximando de uma espira, sendo


o pólo norte o mais próximo da espira.

Se o ima está se aproximando, e o pólo mais próximo da


espira é o pólo norte, na face da espira voltada para o ímã deve
ser induzido um pólo norte, de forma a se opor ao movimento (aprQ
ximação), portanto o sentido (de acordo com a regra da mão direi
ta) da corrente é como está indicado.
Se o ímã se afastar, o pólo induzido na face superior dQ
verá ser um pólo su l, desta forma se opondo ao movimento . A COL
rente terá sentido oposto.

I
::::---.....
s
----
2.4 Transformador

É um disposiLivo que permite modificar uma tensão alteL


nada, aumentando-a ou diminuindo-a.
Consiste, essencia lmente , de duas bobinas isoladas, elQ
tricamente, montadas em um mesmo núcleo de ferro (concentra as
linhas de campo) .

27
(a) (b)

Figura 2. 7

A bobina que recebe a tensão a ser transformada (Up), r~


cebe o nome de primário e a outra que fornece a tensão tranâ
formada (Us) é chamada de secundár i o.
A corrente alternada, passando no primário, origina um
fluxo magnético alternado (o B é que varia) no núcleo de ferro .
Este fluxo variável atravessa o secundário, induzindo uma tensão
alternada no secundário.
O núcleo é de ferro laminado para diminuir as perdas cag
sadas pelas correntes de Foucault, e para aumentar o acoplamento
entre as duas bobinas .
Em um transformado r ideal, vale a relação:
Ps = Pp
(10)
potência do secundário
potência do primário

Em um transformado r real PS < Pp


A dissipação de potência ocorre por efeito Joule nos con
dutores dos enrolamentos e no núcleo do transformado r.
Consideremos o transformado r ideal, logo vale:
Up Ip = Us Is
sendo Np número de espiras do primário
Ns numero de espiras do secundário

valem as seguintes relações:

~ ~ ou Us =
Ns
Up ( 11)
Us Ns Np

IS ~ Ip ( 12)
Ns

28
Um transformador só pode ser usado com corrente alterna
da, uma vez que nenhuma tensão será induzida no secundário, se
nao houver variação do fluxo de indução magnética.
Se uma tensão contínua é aplicada ao primário, uma ten
são será induzida no secundário, somente no instante do fechamen
to ou abertura do circuito primário, pois é somente nestes ins
tantes que a intensidade do campo magnético (portanto o fluxo)
varia .
Uma das principais vantagens de um transformador, além
de transformar uma tensão, é acoplar dois circuitos, sem i nt erli
gá-los eletricamente.

Exercícios Resolvidos

1 - Esboçar as linhas de campo no caso de dois ímãs em


forma de barra, colocados um de frente para o outro.

si
Solução:
Os dois ímãs se repelirão, o mesmo ocorrendo com as suas
linhas de campo

N s s N

observe_que a configuração do campo é tal que, duas linhas de


campo nao se cruzam.
2 - Um transformador ideal tem 200 espiras no primário e
800 espiras no secundário. Aplicando-se uma tensão de lOV (efi
caz) no primário, pede-se calcular:
a) tensão induzida no secundário .
b) corrente no primário e no secundário se um resistor
de lOOíl for ligado ao secundário.

Solução:
a)

Up= IOV

Us 800 10 40V
200

29
b) Is = RUs = 40V 0,4A
lOOíl
Up.Ip = Us.Is

Ip = Us.Is 40.0,4
l,6A
Up 10

Exercícios Propostos

1 - Qual o sentido da corrente induzida na espira?

2 - Um ímã entra em uma bobina como indicado na figura .


Qual a polaridade da tensão induzida?

3 - Um transformador tem 500 espiras no primário e llOV


de tensão primária, se a tensão no secundário deve ser 12V, qual
o número de espiras do secundário?
4 - Por que é usado núcleo de ferro laminado em um tran~
formador?

5 - Por que o transformador nao funciona em e.e.?


6 - Qual deve ser a relação de espiras de um transform~
dor abaixador de llOV para 24? Qual a corrente no primário se
o secundário fornece lA?

30
Resolução dos Exercícios Propostos

1) Observador olhando de cima : I sentido horário

2) Ponto B com potencial maior que ponto A


3) Ns = 54,5 espiras

4) Para diminuir as perdas

5) O fluxo de indução magnética é constante.

6) !!12 = 4 6 Ip = 0,22A
Ns '

31
CAP. 3
CIRCUITO EM C.A. ANÁLISE
FASORIAL
3.1 Indutor e Indutânc ia

Genericame nt e, c hamamos de indutor ou bobina a um fio


enrolado em forma de hélice sobre um núcleo, o qual pode ser de
ar, ou não. A figura 3.1 mostra a simbologia adotada para ind~
tores.

~li =3 ,,"
11

;
li

Núcleo de ar Núcleo de ferro Núcleo de ferrite


(a) (b) (b)

Figura 3.1

Quando a c h ave no circuito da figura 3.2 é fechada, uma


corre n te elétrica começa a circular no circuito (I) . Esta COL
rente orig ina um campo mag nético c u jas linhas de ca mpo cortam as
espiras s ub sequentes, induzindo nelas uma f.e.m . Esta tensão in
duzida chamamos de f.e.m. auto-induzid a. De acordo com a lei de
Lenz, esta tensão induzida deverá se opor à causa que a origi
nou (variação de I) . Como resultado desta oposição , temos que
a corrente no circuito levará um certo te mpo para ati ngir o se u
valor de regime (imposto pelas resistências Ôhmicas do circuito) .

!(A)
2

? t (ms)

(a) (b) e f. e. m induzida

Figura 3. 2

Se após a corrente ter atingido o seu valor máximo (2A),


abrirmos a chave, a corrente I tenderá a diminuir .
A variação do campo magnético novamente induzirá uma
f.e . m. de auto-indução com polaridade tal, que originará uma COL
re nt e I' que tenderá a se opor à diminuição de I .
Desta forma, se a chave foi aberta no instante t = t',
ainda haverá corrente por um certo tempo.
32
!(A)
2

t(ms)
2

(a) t t '= lms (b) e f.e.m induzida

Figura 3 . 3

Concluímos que um indutor se opõe a uma variação de co~


rente.
Observe a polaridade da f.e.m induzida na figura 3.3b.
A tensão induzida se soma com a tensão da fonte, de forma que en
tre os terminais da chave aberta, a tensão será E+ e. Se a f.e.m
induzida for suficientemente alta, pode aparecer um arco entre
os contatos da chave, o que será perigoso para o operador.
Se na figura 3.2b, colocarmos um núcleo de ferro na bobi
na (observe que na figura 3.2b o símbolo é de indutor com núcleo
de ar) e repetirmos a experiência, verificaremos que a oposição
oferecida pelo indutor à variação de corrente será maior. O tem
po que levará para que a corrente atinja o seu valor de regime
será maior.
!(A)
2 --------~-.;..-...--~~-

2 3 t(ms)

(a) (b)

Figura 3.4
Quanào colocamos um núcleo de ferro na bobina, nos alt~
ramos a sua indutância (L), no caso, aumentamos .
Toda bobina ou indutor possui uma indutância. A iQdutân
eia só depende das dimensões da bobina (número de espiras, com
primentos, diâmetro do núcleo) e do material de que é feito o n~
cleo.
A indutância de uma bobina é uma medida do quanto de
energia pode ser armazenada em um campo magnético.
A unidade de indutância é chamada de Henry (H).

3.2 Circuito em C.A com Indutância Pura

Como foi visto anteriormente, como na figura 3.2b, quan


do aplicamos uma tensão a uma bobina, a corrente levará um certo
tempo até atingir o seu valor de regime. Existe pois, uma defª
sagem entre a tensão aplicada e a corrente que percorre o ind.\!,
tor.

33
No caso da tensão aplicada ser senoidal, a corrente (tam
bém senoidal) estará 90° atrasada em relação à tensão.
Como já vimos, um indutor oferece uma oposição a uma v~
riação de corrente. A medida desta oposição é dada pela reatân
eia indutiva (XL) do circuito.
A reatância indutiva depende da indutância do indutor
e da frequência da corrente, sendo dada pela fórmula:
XL = w • L = 2 11. f . L ( 12)
onde L indutância da bobina em Henry
f frequência da e.a em Hz
XL reatância da bobina em íl

-i

l wt

VG= valor eficaz


de Vg•
I = valor eficaz
(a) (b) de i
Figura 3.5 (e)

A primeira Lei de OHM é válida em um circuito C.A. Neste


caso, a resistência elétrica é substituída pela reatância ind~
tiva.
(13)

Em um circuito puramente indutivo (sem resistências), nao


há dissipação de energia.
Na figura 3.6, está representado o gráfico da potência
instantânea em função do tempo.
Vg.i.p

p(t) v(t) . i(t)


p(t) • potência instantânea

Figura 3.6
Durante o primeiro quarto de ciclo, o circuito absorve
energia, a qual e usada para aumentar a energia do campo magn~

34
tico (a potência é positiva, e a energia é representada pela área
entre a curva p e o eixo t).
No segundo quarto de ciclo, a corrente diminui. A f . e.m
de auto-indução tenderá a se opor a essa diminuição.
A bobina comporta-se como um gerador, devolvendo a eneL
gia (que estava armazenada no campo magnético) ao circuito (agQ
ra a potência é negativa).
A sequência se repete no segundo meio ciclo . Desta foL
ma, a potência é continuamente trocada entre o campo magnético
e o circuito, não havendo perdas.
A mesma conclusão pode ser obtida a partir da fórmula:
p = VEF . IEF . cos~ ( 14)
VEF tensão eficaz do circuito
IEF corrente eficaz do circuito
P potência real ou potência ativa
~ ângulo de defasagem entre tensão e corrente

No caso ~ = 90° .... p VEF·IEF . O = O


Exercícios Resolvidos

1 - Uma bobina tem O,lH de indutância, sendo ligada a


uma tensão de llOV, 60Hz. Determinar:
a) reatância da bobina
b) valor eficaz da corrente no circuito
c) desenhar os gráficos de v e i

Solução:
a) XL = 2rr .f.L = 2 X 3,14 X 60 X 0,1 37,7 íl
llOV
b) IEF = VEF
XL
= 2,9A
37,7 íl

c ) Vm = VEF x\(2 = 155, 5V IEF . "\f2' = 4, lA


Vg . i

2 - Em que frequência, uma bobina de indutância 20mH t~


ra reatân c ia de lOO íl?
So lu ç ão:
20mH
10 0 íl

35
2 TT . f.L ou f ~ 100 ;!! 796 Hz
2 TT.L 6,28x20xl o - 3

3 - Em um circuito a l i mentado com 1 1 0V/60Hz, quer - se que


a corrente se j a limitad a a l OOmA. Qual d eve se r o va lo r da ind~
tância a que dev e se coloca r n este ci rc uito?
Solução: In = l OOmA

l lOV
60Hz L

Im _ lOOmA VEF ll OV
lEF ="\ff'- 70, 7 mA XL l, 55 íl
~ lEF 70, 7mA
logo 1 ,55 6,28 60 L

L 1 55 o, 0041H 4 , lmH
6,28 X 60

3 .3 Circuito RL Sé rie

Circuitos na prát i ca possuem a mbos resistência e indutân


eia, isto significa que a corrente ao percorrer tal circui t o en
contrará dois tipos de oposição: a ofe r ecida pela resistência e
a oposição da f . e.m de auto - i n dução (reatância indutiva) .
Ainda mais, em um circuito contendo resistência e indg
tância, a corrente continua atrasada em relação à tensão , só que
de um ângulo menor que 90º (não se esqueça que a resistência ten
de a colocar VG e I em fase, enquanto a indutância tende a defE
sá-las de 90°).
No circuito da figura 3 . 7, a r esistência R representa
todas as resistências ao longo do caminho da cor re nte (inclusive
a resistência Ôhmica do fio da bobina) .

VR~
1----~

(a) (b)
Figura 3. 7
Na figura 3.7b, diagrama fasorial, observe o atraso de
90° da corrente no indutor (que é a mesma na resistência) em
relação à tensão (VL)· Como a corrente na resistência está em fª
se com a tensão VR, as duas são representadas no mesmo eixo .
Observe na figura 3 . 7b, que a obtenção da tensão do gerE
dor é por soma vetorial .

36
Do triângulo retângulo tiramos:
VG z = VR z + VL z ( 15)

ou VG =\} VR 2
+ VL
2

Figura 3.8
2
Na relação (15), dividindo ambos os membros por I
VG2
I2
VR2
I2
+
VL2
I2
ou (~Gr =
(~Rr + GLr
onde: VR
r R = resistência Ôhmica do circuito
VL
XL = reatância indutiva da bobina
I
VG z = impedância do circuito
1
A impedância é o efeito combinado de uma resistência com
uma indutância.
Desta forma, podemos escrever :
z2 = Rz + XL2 ( 16)
ou z =VR 2
+ XL 2

O mesmo resultado seria obtido se tivéssemos dividido e~


da lado do triângulo por I.

~~} VR
~ ldvL
VR
-l ~ A]xL R
-1-

(a) (b) (e)


Figura 3 . 9

O ângulo de defasagem entre V e I, ~. pode ser cale~


lado por:
VL XL
tg 4> = ( 17)
VR R

ou cos<j> _lL (18)


z
Exercícios Resolvidos

1 - Determine a tensão que deve ser aplicada a uma bob~


na, a fim de produzir uma corrente de 5A, se a resistência da
bobina é 6íl e a sua reatância indutiva é 8 íl . Qual o valor da in
dutância se a frequência é 60Hz? Qual a impedância do circuito?

37
Solução:
--
!=5A

VR = R.I = 6 . 5 = 30V VL = XL . I = 8 . 5 = 40V


V ~ +~
1 1
2 2
= -V 30 + 40 = V900+1600 =""\fiSOô =50V
XL = 2n.f .L
8 = 6,28 . 60 . L + L = ~ = 0,021H ou L = 2lmH
~+ XL
1 1
Z 2
= -V6 2 + 8 2 = -v36 + 64 = \jlOO = 10 íl

----
I=5A

'"''lVºZ'IOfi
2 - Uma bobina quando ligada a uma fonte e . e de 12V con
some 3A, e consome 4A quando ligada a uma fonte de 20V/60Hz. cai
cular:
a) resistência da bobina
b) reatância indutiva e indutância
e) impedância do circuito
d) ângulo de defasagem entre V e I
e) potência dissipada no circuito
f) desenhe o diagrama fasorial
Solução :
a) Quando a bobina é ligada a uma fonte e.e so existe o efeito
de resistência (a reatância é nula).

R 4 11

b) Quando a bobina é ligada a uma fonte C.A além da resistên


eia, soma-se o efeito da reatância, isto é, a fonte C.A "vê"
uma impedância.

38
20V
60Hz

z __:!___
l
_1_Qy_ = 5 íl
4A
20V
60Hz

LJ z

por outro lado sabemos que


1
Z =\) R 2 + XL 2 ou

~ 3
L
2 TT. f - 8mH
376,8

e) já calculado z = 5 íl

d) Da figura 3 . 9c

~XL cos ij> __B_ _4_


0,8
z 5

ij> = are cos 0,8 - 37°


R

e) A potência dissipada no circuito é a potência dissipada na


resistência, sendo chamada de potência r eal .
P = VEF lEF . COS<j> = 20. 4 .cos37° = 20.4 . 0,8 = 64W
Evidentemente, não precisamos decorar a fó r mula acima para
calcular a potênc i a diss i pada em R, bastaria usar uma das
fórmulas .
p R.1 2 ; p Y.: ou p = V l
R
onde V e l sao a tensão e corrente na resistência .
logo p R. 1 2 4(4) 2 64W
VR R. l 4 4 16V
p V l 16 4 = 64W

f) O diagrama fasorial é o diagrama da figura 3.8


16V XL . l = 3 . 4 = 12V
20V 37°

1 ') w
1
1
1
1
1
ij>= 37º l
1

39
As expressoes matemáticas da tensão e corrente no ci.r_
cuito sao :
V 20 .\(21 . sen (wt + 37°) (V)
i 4 .\[2'. sen (wt) (A)

observe que poderiam ser também

V 20 .\(21 . sen (wt) (V)


i 4 .\[2' . sen (wt - 37°) (A)

3 .4 Fator d e Potên cia

Se na figura 3 . 8, mu l tiplicarmos os lados do triângulo


por I, obteremos um triângulo cujos lados r epresentam potência .

Figura 3.10

A base do triângulo e a potê nc ia real , P, ou potê n c ia ~


tiva.
p = VR . I = V. I.cosij>

sendo P dado em watts (W)


A hipotenusa do tr i ângulo é chamada de potê ncia aparen
te, PAp
PAp = V I (19)

sendo PAp dado em volt-ampere (V.A)


A altura do triângulo é a potên c ia reativa , Pr. No caso,
potência reativa indutiva, Pri·
Pri = VL I = V I senij> (20)
Pr é dado em volt-ampere, porém no símbolo colocamos
um Índice, indicando que a potência é r eativa (V.Ar) .
Do triângulo de potência tiramos a relação entre as três
potências
PAp2 = p> + Pr2 ( 21)

ou PAp =~+ Pr 2
A relação entre a potência real (P) e a potência aparen
te (P~p) é c~am~da de f~tor de p o tên cia iF - ~) . No caso mais
geral, a potencia real e menor que a potencia aparente, desta
forma, o fator de potência é menos que a unidade .

40
Do triângulo de potência tiramos que:

_L = cos<P (22) <P + (fi)


PAp
por isso as vezes, simplesmente chamamos o fator de potência de
"cosseno fi".

Exercícios Resolvidos

1 - Com relação ao circuito pede-se:


a) leitura dos aparelhos
b) potência real entregue ao circuito
c) potência aparente e reativa
d) fator de potência
e) faça o diagrama fasorial do circuito

120V
60Hz

Solução:
a) A impedância do circuito sera
2 2
z =\)(18) + (24) =\/324 + 576 ='J900' 3on

120V z= 30..n.

I = 4A corrente no amperímetro A

V1 18 4 72V
V2 24 4 96V

b) p = VR . I 72.4 = 288W
c) Pr = VL.I = 96.4 = 384 V.Ari
obs.: r + reativa
i + indutiva
21 1
2
PAp =IÍPr 2 + P =\)(384) 2
+ (288) =\}230.400
PAp = 480 V.A

41
Desta forma, de toda a potência entregue pelo gerador
C.A à carga, somente uma parte é rea l mente consumida (288W). A
outra parte (reativa) não é usada para realizar trabalho útil,
sendo constantemente trocada entre gerador e carga.
Um wattômetro (aparelho que mede potência) conectado no
circuito mediria 288W.
Disso tudo, tiramos uma conclusão importantíssima: Se
aumentarmos a potencia reativa, sem aumento da potência real, e~
taremos aumentando a potência aparente (o que aumenta I) sem
conseguir energia transformada adicional.
Observe que aumentar PAp sem aumentar P, implica numa di
rninuição do cos~. A concessionária de força e luz controla o
cos~ do usuário, e para tanto estipula que o mínimo valor para
cos~ é 0,85. Por isso é importante que o usuário controle o F.P
de sua instalação, principalmente quando houver variação da ca~
ga (entrada de motores, eletroímãs ou outros elementos induti
vos) .
Quando o F.P cair abaixo de 0,8, é possível fazer a co~
reçao introduzindo-se capacitores (capítulo 3 .1 2) .

d) F. P = cos .p - p - 288 = 0,6


- PAp - 480
e) ~ are cos0,6 = 53º

I= 4 A VR= 72V

2 - Um gerador de 120V entrega a urna carga uma potência


aparente de 24KVA. Determinar a corrente consumida nos seguin
tes casos:
a) cos ~ 1
b) cos~ 0,8
e) cos ~ O, 5
Solução:
a) A corrente consumida pela carga sera:

I
= PAp 24000 200 A
V = ~ =

No caso do cos ~ = 1 + ~=Oº, o circuito é puramente


resistivo (tensão e corrente em fase).
A potência real consumida é:
P = V.I.cos~= 120 x 200 x 1 24 000W
nao existe potência reativa .

b) cos~ = 0,8 , neste caso, a potência rea l sera:


P = 120 X 200 X 0,8 = 19200W

42
Agora, o gerador fornece menos potência Útil, embora a
corre nte consumida seja a mesma 200A. Se quisermos obter a me~
ma potência real do item a, porém com cos~ = 0,8, deveremos ag
mentar a corre nte.

c) cos~ = 0,5
P = 120 X 200 X 0,5 = 12000W

Se quisermos obter a mesma potência real do ítem a, com


F . P = 0,5, a corrente deveria ser 400A . A instalação deve então
ser redimensionada. Por isso é importante manter o F.P o mais
próximo possível de 1.
3 - A potência consumida (potência real) de uma instala
ção é lKW. Se a tensão é 220V, calcu le a potência aparente e a
cor rent e consumida se:
a) F.P 0,9
b) F.P = 0,6

Solução:
a) Com F.P = 0,9
p ~ .... 1000 5,05A
= Vxlxcos I
220 X 0,9

b) Com F.P = 0,6

= 1000
I = 7,5A
220 X 0,6
Desta forma, com a mesma potência consumida, mais COL
rente é solicitada pela carga.
t por esta razão que a tarifa paga pelo consumo em C . A,
leva em conta tanto a potência real como a potência reativa, e
as respectivas energias podem ser calculadas pelas equações:
T p . t (KW .h) ( 23)

Pr . t (KVArh) (24)

Exercícios Propostos

1 - Com relação ao circuito pede-se calcular:


a) imped.ância
b) tensão do gerador
c) F.P do circuito
d) desenhar diagrama fasorial
e) potência real e potência aparente
f) desenhar o diagrama (triângulo) de potência do ciL
cuito

43
2 - Um motor C.A, que pode ser representado por uma r~
sistência em série com uma indutância, é ligado em 220V, consg
mindo uma corrente de lOA. O F.P é 0,9, determinar:
a) potência aparente
b) potência real
c) potência reativa

3 - No circuito, calcular:
a) impedância e corrente
b) frequência do gerador
c) F.P do circuito
R=IOO.O.

IOV
f L= IOOmH

4 - Quando uma bobina é ligada a uma fonte e.e de 50V,


consome uma corrente de 2,5A. Quando a mesma bobina é conectg_
da a uma fonte C.A de 110V/60Hz, consome uma corrente de 4,4A.
Calcular:
a) impedância
b) resistência e reatância indutiva da bobina
c) F.P da bobina e indutância

5 - A corrente, tensão e F.P em uma instalação são lOA,


220V e 0,8 respectivamente. Calcular:
a) potência aparente
b) potência real
c) potência reativa
d) resistência e reatância indutiva

6 - Calcule a corrente consumida por um motor monofási


co, sabendo-se que a potência real é ZKW, a tensão é llOV e o
F.P é 0,8.

7 - Um gerador de 5V/lKHz é ligado a um circuito RL s~


rie. A corrente no circuito é lmA e a tensão no indutor é 3V.
Determinar:
a) indutância do indutor
b) tensão do resistor
c) impedância
d) fator de potência
e) diagramas de tensão e potência

44
3 . 5 Cir c u ito RL Para l e l o

Figura 3.11

Na figura 3.11, temos que VR VG, o diagrama f2_


sorial correspondente é

Figura 3 . 12

No diagrama da figura 3 . 12, veja que a corrente no indu


tor IL, está atrasada de 90° em relação à tensão, VL. Ao contrª
rio do circuito RL série, neste desenhamos o diagrama de corren
te (obs.: A fase de 'k:;é escolhida arbitrariamente).

Figura 3 . 13

Do tri â ngulo de correntes tiramos


12 = IR2 + IL2 (25)

ou I ="\f IR 2 + IL 2

Se dividirmos, na figura 3.13, os lados do triângulo


por VG , obtere mos o triângulo de admitâncias.

*~~
==> L_JvG ~~
lL I
VG XL
(a) (b) ( c)
Fi g ur a 3.14

45
Da figura 3.14c tiramos:

..!.._ ..!.._ + _l_


z2 R2 XL2

daí tiramos:

z (26)
\jR2 + XL2
O ângulo de defasagem entre \(;e I pode ser calculado
por:
.!
cos 4' R _z_ (27)
.! R
z
1
XL _R_
ou tg 4' (28)
.! XL
R

Exercícios Resolvidos

1 - No circuito, determinar:
a) impedância
b) correntes I, IR e IL
c) potência aparente, potência real e potência reativa
d) fator de potência do circuito
e) desenhar o diagrama fasorial

Solução:
a) z = R · XL 80 60 4800 48 íl
21
=\jR 2 + XL =-\/eo 2 + 60 21

b)

I = 120V = 2,5A
48íl
VR 120V
IR l, 5A
R 80 íl

VL 120V 2A
lL
XL 60 íl

46
c) PAp VG I = 120 2,5 = 300 V.A
p VR IR 120 1 , 5 = 180W

Pr VL IL 120 2 = 240 V.Ari

d) F.P cos <j> ~ 48 0,6


R 80
<j> 53°

e) Diagrama fasorial

IR VG
(l , 5A)
'Iw
37°

IL (2A)

2 - Calcule a tensão aplicada em um circui to RL paralg


lo que consome uma corrente de l OmA, sendo R = l,2Kíl e XL =l,6K .
Solução:

12.16 =~
z 0,96K
\)0,2) 2
+ (1,6)
21
\[t:1
VG = Z . I = 0,96Kíl x lOmA = 9,6V

3 - Um gerador de 5V/lKHz é ligado a um circuito RL pª


ralelo . Sabendo-se que a corrente consumida é 5mA e a corrente
na resistência é 4mA, pede-se determ i nar:
a) corrente no indutor
b) valor da indutância
c) impedância no circuito
d) ângulo de defasagem e n tre ten são e corrente (F . P)

Solução :

a) t4mA
5V
IKH z R

47
Pod e mos determinar IL com o auxílio do diagrama fasori
alou usando diretamente a equaçao (23).
I 2 IR2 + IL2 .... IL =\) I 2 - IR2 ' = \) 52 - 42
1
= 3mA

b ) Como IL 3mA VL _2.Y.


.... XL l, 66K íl
lL 3mA
e XL 6,28 . f.L + L 1 66 10 3 0,053H
6,28 5 10 3
ou L 53mH
c) z =
VG sv lK íl
I SmA
VG
d) IR >------~ l(5mA)
(4mA)

lL=(3mA)

cos "= IR 4mA = O 8 - " 4> e 37 º


"r SmA ' -v

Exercícios Propostos

1 - No circuito, determinar:
a) impedância
b) corrente no indutor e no resistor
c) valor da indutância
d) fator de potência
e) expressão matemática da corrente no circuito (i) , no
indutor (iL) e no resistor (iR)

5V R R 300 íl
60Hz
XL 400 íl

2 - Dado o circuito, pede-se:

48
a) valor da tensão do gerador (VG)
b) valor de IR e valor de R
c) potência aparente e real
d) fator de potência

3 - Em um circuito RL paralelo, a defasagem entre tensão


e corrente é 60º. Sabendo-se que a tensão aplicada é lOV e que a
corrente consumida é lOOmA, determinar o valor da resistência e
da indutância se f = lOOOHz.

3.6 Capacitor - Capacitância

Um capacitor é um dispositivo que consiste de duas plª


cas condutoras (chamadas de armaduras), separadas por um matg
rial isolante (dielétrico). Um capacitor serve para armazenar
cargas.
A capacidade que tem um capacitor para armazenar cargas
depende da sua capacitância (C). A capacitância por sua vez, dg
pende da área das placas, da espessura do dielétrico e do matg
rial de que é feito o dielétrico.

CAPACITOR
TERMINAL
ARMADURAS

I
T
SIMBOLO

(b)

(a)

Figura 3.15

No caso de um capacitor de placas planas e paralelas, a


sua capacitância sera dada por:

e = ~ (29)
d

E:= constante dielétrica


s área de uma das placas (são iguais) em m2
d = espessura do dielétrico em m

A capacitância C será dada em Farads (F).


Quando ligamos um capacitor a um gerador, o capacitor
quire uma carga Q.
ªª

49
Figura 3.16

A placa superior fica com uma carga Q (falta de elé


trons), enquanto a placa inferior ficará com uma carga -Q (excei
so de elétrons).
O número de elétrons, em excesso em uma placa, é igual
ao número de elétrons faltantes na outra placa.
A relação entre capacitância, carga adquirida é tensão
aplicada é dada pela fórmula:
e -%- (30)

Q u . e

A carga adquirida é diretamente proporcional à capaci


tância e a tensão aplicada.
Por exemplo se e = lµF = io-Gp e U = lV a carga do
capacitar será de:
Q = i.10-6 = lµC
Quando ligamos um capacitar a uma fonte de tensão atr-ª-
vés de uma resistência R, a tensão no capacitar levará um certo
tempo até atingir o valor da tensão da fonte.

~~
R
''º
E

-1 J' ~
E
Fm
-l~ T vc
( e

(a) (b)

V~ R

~VC
E

-11 e- rr> E

~
T Te Vc=E

(c) (d)

Figura 3.17

Considerando o capacitar inicialwente descarregado . No


instante em que a chave é fechada (t =O), toda a tensão da fon

50
te está aplicada na resistência.
t = O ~ VR (t=O) + VC (t=O) = E (2Q Lei de Kirchhoff)
como Vc (t=O) o (capacitor inicialmente descarregado)

VR (t=O) E logo I(t=O) = ~


R

Não existe uma corrente passando através do capacitor,


e sim uma movimentação de cargas de uma placa para a outra atrª
vés do circuito . No caso, vamos ter um deslocamento de ca r gas
positivas, indo da placa inferior para a placa ~uperior (na reª
lidade elétrons deslocando-se).
Com a chegada de cargas no capacitor, aumenta a sua ten
são e consequentemente diminui a tensão na resistência.
Depois de algum tempo, a tensão no capacitor será igual
à tensão da fonte .
O comportamento dinâmico das tensões no circuito e da
corrente, pode ser melhor entendido através dos gráficos.
V
E --------------------

0,63.E

t =0
(a) (b)
Figura 3 . 18

Observe no gráfico da figura 3.18b , que a soma Vc+VR =E,


isto e, à medida que VR diminui, Vc cresce na mesma proporção .
Uma medida da velocidade de crescimento da tensão no
capacitor nos é dada pela constante de tempo do circuito (T), d~
finida como sendo :
T= R .C (31)
Fisicamente, a constante de tempo significa que passando
um tempo igual a uma constante de tempo, a tensão no capac itor
atingiu 63% da tensão da fonte .
Da figura 3 .1 0 podemos também verificar que ex i ste uma
defasagem entre a tensão no capacitor e a corrente (quando uma
é máxima a outra é mínima e vice-versa).
A expressão que relaciona a tensão no capacitor com o
tempo é dada por:
Vc(t) = E - E.e
-k = E(l -
-t
eR"C (32)

A expressão da tensão no resistor é dada por:


_.!___
VR ( t) = E . e RC ( 3 3)

51
Estas expressões são chamadas de exponenciais, e a sua
representação gráfica é dada na figura 3 . 18b.
Na expressão (32), consideremos o tempo dado em con2
tantes de tempo e calculemos a tensão em função de E .

t o 0,5 RC RC 2RC 4RC SRC lORC


Vc(t) o 0 ,393E 0,632E 0,865E 0,981.E 0,993E = 1. E

colocando num gráfico, resulta:

Vc(r)
tE
~
0 .9E ,_/'

O.BE /
V

0 .7 E
/
0.63E ··-
O.GE
--,V
O.SE
/
/
0.4E

0.3 E
/
0 .2E /
O.tE
/
t(RC)
o 0 .5 2 3 4 5 6

Figur a 3.19

Do g ráfico anterior foi concluído que podemos considerar


o capacitor totalmente carregado do ponto de vista prático, pa2
sado um t empo igual a t = 4T (Vc = 0,98E) .

3. 7 Ci r cuito C. A com Capaci tânc i a Pura

Caso a tensã o aplicada no capacitor seja senoidal, a COL


rente no circuito também será senoidal e defasada de 90° em rel~
ção à tensão. No caso, a tensão estará 90° atrasada em r elação
à corrente.
Voltamos a insistir que não há passagem de corrente (caL
gas) pelo capac itor, mas estas ci rculam pelo circuito, de forma
que um amperímetro C.A colocado no circuito indicará uma COL
rente.

52
~----1AI----

e
+ + +

semiciclo positivo semiciclo negativo

Figura 3.20

Um capacitor em um circuito C . A oferece uma oposição à


passagem da corrente, sendo esta oposição medida pela reatância
do capacitor (Xc) .
A reatância do capacitor depende da capacitância (C) e
da frequência do gerador, sendo dada por:

Xc = 1 (34)
2n.f .C
sendo e em Farads (F)
f em Hertz (Hz)
Xc em Ohms ( íl )

+
----
i V, Í

e wt

(a) (b)

Ic
90°

Vc

(c) Diagrama Fasorial

Figura 3.21
A primeira lei de OHM para este caso e:
I _V_
Xc

53
V tensão eficaz
I corrente eficaz

Em um circuito puramente capacitivo, nao há consumo de


potência .
A potência real é dada pela fórmula:
P = V . I . cos <f>

ângulo formado entre tensão e corrente, no caso


cos 90° = O, portanto P = O.
Este mesmo resultado pode ser mostrado graficamente.
p v.i p = potência instantânea
v = tensão instantânea i = corrente instantânea

v,i.p p p

wt

Figura 3.22

Durante o primeiro quarto de ciclo, o capacitar armazg


na energia elétrica nas suas armaduras. No segundo quarto do ci
elo, o capacitar devolve a energia ao circuito .

Exercícios Resolvidos

1 - Calcular a reatância de um capacitar de 5µF nas fr~


quências de 60Hz e 400Hz.

Solução:
f 60Hz Xc 1 1
"' 5 30 íl
2n.f .C 6,28 . 60.5.10- 6

f 400Hz Xc 1
6,28 . 400.5.10- 6
= 80 íl
2 - Um capacitor de 5µF é ligado a uma tensão de llOV/
60Hz. Qual a intensidade da corrente no circuito?
Solução:
Xc 530íl I =_V_ llOV 0,2A
Xc 530 íl

3 - Em que frequência um capacitor de lOOnF apresenta uma


reatância de lOOíl?

54
Solução:
1 1
Xc 100 -+ f
6,28 .f.C 6, 28.100.100.10- 9

f = 15.923Hz

3.8 Circuito RC Série

No circuito da figura 3.23a, a tensão aplicada VG é a


soma vetorial da tensão no resistor VR, a qual está em fase com
a corrente, com a tensão no capacitor Vc.

VR~
--- l

(a) (b)

Figura 3.23

O diagrama fasorial correspondente e:

,vG" w
1
I
I
I
I
I

wt
VR 1

90-tl
Vc

(a) (b)

Figura 3.24

As expressões matemáticas sao:

VC Vmc senwt
i Im . sen ( wt + 90)
VR VmR sen ( wt + 90)
Vg Vm sen ( wt + 90 - tf>)

55
Os triângulos de tensão, impedância e potência sao :

2] ~ Vc
VR

Vc
-1-
vf z~J.I
Vc.I
(a) (b) (e)

Figura 3.25

Da figura 3 . 25a tiramos·

vG2 = vR2 + Vc2 (35)

ou VG =\)vR2 + Vc2

cos 4' = VR
V

Da figura 3.25b tiramos


VG z impedância do circuito
!
VR R resistência
!
Vc reatância capacitiva
! Xc
z2 R2 + Xc2 (36)

cos 4' R tg4'= ~


z R

Do triângulo de potência obtemos:

PAp VG.I potência aparente (V.A)


p VR .I potência real (Watts)
p VG. I .cos 4'
Pr Vc I = potência reativa (V.Are>

Exercícios Resolvidos

1 - No circuito, determinar:
a) impedância
b) corrente, VR e Vc
c) valor da capacitânc ia

56
VR~

IOV
(VG) ----
I

t=IOOHz

Solução :

R I = 4 . 2 = 8V

Vc Xc I = 3 . 2 = 6V

c) Xc 3íl 1
6, 28 .100 .e

e 1 = 530 JJF
6,28.100 . 3

2 - Para o circuito determinar :


a) impedância e corrente
b) tensão e m R e em e
c) ângulo de defasagem
d) expressões matemáticas da corren te e da tensão
e) diagrama fasor i al
R=601l

C=47µF

Solução:

a) Xc 1 1 - 56 íl
21T . f. e 6' 28. 60. 4 7 . 10 - 6

z =VR2 + Xc 2 = 'V60 2 + 56 2 82 Õ
VG llOV
I
z 82íl
l,34A

b) VR ~ I = 60 1,34 = 80,5V
Vc Xc I = 56 1,34 = 75V

57
c) cos 4> = -1L _§Q_=0,73 _,. 4>= 43°
z 82
d) Com referência à figura 3 . 24, cons iderando que no instante
t = O, os fasores que representam a tensão e a corr ente estão
como mostra a figura, teremos:

i 1 ,34 .\[2' sen ( wt + 90) (A)


Vg 110 .\[2'. sen ( wt + 90 - <j>)

Vg 110 .-y2. sen ( wt + 47) (V)


VG= (llOV)
e)
VR
(80.5V)
"I w1

Vc=(75V)

3 - Dispõe-se de uma lâmpada 110V/60W e deseja-se usá-


la em uma rede de 220V/60Hz . Uma maneira de fazer isso é colocar
em série com a lâmpada um capacitor. Qual deve ser o valo r de~
te capacitor?
Solução:

O capacitor deve apresentar uma reatância de forma que


a tensão na lâmpada seja exatamente llOV e para tanto a tensão
no capacitor deverá ser:

21
Vc =\}220 2 - 110 = 190V
A corrente no circuito é igual à corrente na lâmpada.

I _ I = 60W 0,545A
- L llOV
logo a reatância do capacitor deve ser
Xc = Vc 190V 348 Q
r 0,545

e o valor do capacitor será

e 1 1 7,6 i.F
6,28.f.Xc 6,28 . 60 . 348

58
Ex ercícios Pr opostos

1 - Um resistor de lOOíl e capacitor de lµF são ligados


a uma fonte de tensão de 5V/lKHz. Pede-se calcular:
a) corre n te no circui to
b) tensão no capacitor e na resistência
e) ângulo de defasagem

2 - A defasagem entre tensão e corrente num circuito RC


série é 60°. Determinar o valor da resistência e da capacitân
eia, sabendo-se que a impedância vale 200íl e a frequência é
60Hz.

3 - Em um circuito RC série, a tensão no capacitor e 80V


e no resistor 80V . Sabendo-se que a corrente no circuito vale
200mA, com f = 60Hz, determinar:
a) tensão no gerador
b) as expressões matemáticas da corrente, tensão no ger~
dor e tensão no capacitar
e) diagrama fasorial
d) defasagem entre tensão e corrente

obs . : Os valores de tensão dados são eficazes

4 - No circuito, deseja-se que o F.P seja igual a o, 8.


Qual deve ser o valor de C?
R= 15011.

llOV e
60Hz

5 - No c ircuito, espera-se que a tensão no capacitar s~


ja a metade da tensão no resistor. Determinar:
a) tensão no resistor e capacitar
b) valor de e
e) defasagem entre tensão e corrente
R =2011.

llOV
60 Hz
e

59
6 - Em um circuito RC série, o fator de potência é 0,85.
A corrente consumida é 8A. A tensão de alimentação é 110V/60Hz.
Calcular:
a) potência aparente
b) potência real
c) potência reativa

3.9 Circuito RC Paralelo

Em um circuito RC paralelo, a tensão é a mesma nos dois


componentes.

~rc
R e

Figura 3.25

O diagrama fasorial correspondente será:

rc
l ---- wt

(a) ( b)
Figura 3.26

As expressoes matemáticas das corrente e da tensão sao:

Vg Vm sen wt

i Im sen ( wt + cp)
iR IRm sen wt
ic Icm sen ( wt + 90)

Os triângulos de corrente, impedância e potência sao


respectivamente

60
Lllc
(a) (b) (c)

Figura 3.27

Da figura 3.27a tiramos:

I2 ( 37)

Da figura 3.27b tiramos:

L .l Ic .L IR .l
VG z V Xc VG R

.L _l_ .L
+ e resolvendo obtemos
z> Xc 2 R,
Xc R
z
~ + R2'

D·a figura 3.27c

PAp VG I = potência aparente (em V.A)


p <j> VG IR VG I cos <j> = potência real (em W)

Pr VG Ic VG I sen q, = potência reativa (em V.Are>

O ângulo de defasagem ( <j>) pode ser calculado em qualquer


caso por:
IR
cos <j>
I
ou cos <j> ou cos <j> = _L
PAp

Exercícios Res olvidos

1 - No circuito, determinar:
a) impedância
b) corrente fornecida pelo gerador, corrente no resistor
e no capacitar
c) ângulo de defasagem
d) diagrama fasorial
e) potência aparente, real e reativa

61
---
1

(VG)
llOV R= 150.0. C=IOµF
60Hz

Solução:
Xc.R
a) z
\}xc 2 + R2 '
Xc = l
6,28.60 . 10.10-6
= 265íl
z 265 . 1 50
"' l 30íl
\[(26s> 2 + (150) 2
b)

(VG)
--- I

llOV z = 130Il
60Hz

VG llOV VG llOV
I 0 ,84A IR 0,73A
z 130íl R 150 íl

Ic =\) I2 - IR 2 =\j(0,84) 2
1
(o' 73) 2 = 0,41A

e) cos<j> IR 0,73A ....


0,87 <P 29º
I 0 ,84A

d)
l------~1)~(0,84A)
IC
(0,41A)

IR VG
(0,73A)

e) PAp VG I 110 0 , 84 = 92 ,4 V . A
p VG I cos<P 92 ,4 0,87 8Ó,4W

Pr VG I sen<P 92 ,4 0,48 44,8 V . Are

Exercício s Propostos

1 - No circuito , determinar :
a) impedância
b) ângulo de defasagem
e) corrente total, no resistor e capacitor

62
---
Ic

R=IK xc=5Kfl.

2 - Em um circuito RC paralelo, o ângulo de defasagem é


45°. Sabendo-se que a impedância do circuito é 200íl, determinar:
a) valor de R
b) valor de C se f = SKHz
3 - Em um circuito RC paralelo, a corrente consumi da é
4mA. Sabendo-se que a corrente no capacitar é 3mA e que o valor
da resistência é lOK, pede-se calcular :
a) corrente na resistência
b) tensão total aplicada
e) ângulo de defasagem
d) valor de C se a frequência de operaçao é 60Hz

3 . 1 0 Ci rcu ito RLC Série

A figura 3 . 28 mostra um circuito, contendo uma resistên


eia, uma indutância e uma capacitância em série. A tensão to t al
aplicada é a soma vetorial da tensão na resistência, da tensão
na indutância e da tensão na capacitância .
Na construção do diagrama fasorial, a tensão na resistên
eia éstá em fase com a corrente . A tensão na indutância está
adiantada de 90° em relação à corrente, e a tensão na capacitân
eia está atrasada de 90° em relação à corrente.

(a) (b)
Figura 3.28

Na figura 3.28b, observe que VL e Vc estão defasadas de


180º. Para somar as três tensões, primeiramente somamos VL com
Vc-
Como VL e Vc estão defasados de 180°, a soma vetorial
de VL com Vc é simplesmente a subtração VL - Vc (aqui considerS!_
mos VL > Vc) .

63
A partir do diagrama da figura 3.28b, obtemos o diagr-ª-
ma de tensões na figura 3.29a e o diagrama de impedância da
figura 3 . 29b .

vc

(a) (b)

Figura 3.29

Da figura 3 .29a tiramos:

VG =\)vR2 + (VL - Vc)2 (39)

Na figura 3.29b:

VG = z = impedância
I
VR resistência do circuito R
I

VL - Vc VL Vc
I I
- I
XL - Xc

XL reatância indutiva
Xc reatância capacitiva

Logo, podemos escrever :

z ~+ (XL - Xc)2 (40)


Da equação (40) quando XL = Xc a impedância do circuito
será igual a R, o circuito comporta-se como um circuito puramen
te resistivo, e portanto a tensão aplicada e a corrente estarão
em fase. Esta situação é conhecida como ressonância.
A ressonância ocorre em uma frequência fo na qual XL=Xc,
isto é :
WO • L _l_ ou _l_
lllo·C L.C

e finalmente
- 1 ( 41)
wo-~

64
sendo que w0 = 2n. f 0
fo = 1
2n\(L:C'

Uma forma de visualizarmos o que acontece no circuito


quando a frequência varia, é desenhar o gráfico da impedância
em função da frequência e o gráfico da corrente em função da
frequência .

Z = \J R 2
+ (X L - Xc) 2 I Y.
z
V
\)R 2 + ( XL - Xc) 2'

z I
V
R

R -------

fo to
(a) (b)

Figura 3.30

Da figura 3.30 tiramos algumas conclusões :

Na frequência de ressonância f 0 , o circuito é puramente resi~


tivo Z = R. A corrente será máxima valendo V/R .
- Abaixo da frequência de ressonância a impedância aumenta . Como
Xc > XL, a impedância é capacitiva, a corrente estará adiantª
da em relação à tensão aplicada . Observe que para frequência
zero (C.C), a impedância é infinita, sendo nula a corrente .
Acima da frequência de ressonância, XL > Xc, o circuito e
indutivo, a corrente estará atrasada em relação à tensão . Quan
to maior for a frequência, maior a impedância e menor a co~
rente .

3.10.1 Largura de Faixa - Fator de Qualidade

Na figura 3.30b, define-se largura de faixa (L . F) como


sendo:
L . F = fcs - fci (42)
fcs frequência de corte superior
fci frequência de corte inferior

As frequências de corte, sao frequências nas quais a


corrente cai para um valor igual a 70,7% da corrente máxima.

65
fci fo fcs

Figura 3.31

A largura de faixa depende da qualidade da bobina. Uma


bobina ideal tem resistência Ôhmica do fio nula. Na prática, o
fio da bobina apresenta uma resistencia RB. Define-se fator de
qualidade da bobina como sendo:
Q = XLo ( 43)
RB

XLo = 2rr.f 0 .L = reatância da bobina na frequência de ressonância


RB = resistência Ôhmica do fio da bobina
O fator de qualidade do circuito é dado por:

(44)

RT = resistência Ôhmica total do circuito


XLo = 2rr.fo.L
A largura de faixa do circuito está relacionada com o
fator de qualidade através da expressão:

L . F fo (45)
Q'
Donde concluímos que, quanto maior o fator de qualid~
de do circuito, menor a largura de faixa (mais aguda é a curva
da figura 3 . 31).

Exercícios Resolvidos

1 - Com relação ao circuito pede-se:


a) frequência de ressonância
b) valor da corrente na frequência de ressonância
c) defasagem do circuito na ressonância
d) se f 20KHz, calcular a corrente e a defasagem
e) se f = lOKHz, calcular a corrente e a defasagem

66
L- R= 15011
1--- - - ,

15V
1

C: IOOnF

Solução :
a ) fo = 1 1
3 7 1 15. 923 Hz
2rr-yr::c' 6 ' 28-V10- • 10-

b) Na ressonância XL 2rr . f 0 . L = 6,28 15923 . lo- 3 100 íl


1 100 íl
15923 . 10- 7
6,28

a impedancia do circuito sera :

Z =~ + ( XL - Xc) 2
= R = 150 íl

logo, a cor rente valerá:

I = I máx = i 5v O, lA lOOmA
150 íl

c) Como na ressonância, o circuito é puramente re sis tivo, sendo


a defasagem entre a tensão e a corrente zero.

d) se [ = 20KHz

6,28 2 10 4 io- 3
XL 125,6 íl

Xc 1 79' 6 íl
6,28 2 10 4 10- 7

--,
z =\[R2 + (XL - Xc) 2 =\}(150) 2 + (125,6 - 79,6) 2 :! 15 7 íl

z - 15 7 íl = 15 Vlogo I 95 , 5 mA
15 7 íl
Da figura 3 .29b tiramos :

cos<f> = ~ = 150 0 ,95 5 + 4> 1 7°


z 157
o circuito é indutivo .

e) se f = lOK ll z
4 10- 3
XL 6 , 28 10 62' 8 íl

Xc 1 1 59 ' 2 íl
6,28 10 4 10- 7

67
A impedância do circuito nesta frequência sera:

z =V(lso>2 + (159 , 2 - 62,8) 2 = 1 78 íl


I lSV 84mA
178íl
_JL ___l2Q_
cos<I> = z 178
0,842 -+ cj> 32°

o circu ito é capacitivo .


No caso em que f = 20KHz, a tensão está adiantada de 17°
em relação a corrente .
No caso em que f = lOKHz, a tensão está atrasada de 32°
em relação a corrente .

2 - Em um circuito RLC série, a tensão no resistor é


6V, no capacitor é 20V e no indutor é 12V. Se a corrente consQ
mida é O,OlA, pede-se:
a) tensão total aplicada
b) impedância do circuito
c) desenhe o diagrama fasorial
d) ângulo de defasagem

Solução:

a) --
1=O.OIA R

(
VC =20V
e

VG =\)VR 2 + (VL - Vc) 21


=~ + (12 - 20)-;-i
2 1
=\ ) 3 6 + ( - 8) = \j 3 6 + 64 1 ov

z VG --1.QY_
b) lOOOíl
I 0,0lA
c)

VL = 12V

VR-6V !
1
cj>:

1
1
----- VG
Vc =20V

68
d) tgl
ª6
1,33 <P - 53°

Exercícios Propostos

1 - A bobina de sintonia de um rádio tem indutância de


200µH. Calcule quais os limites que deve ter um capacitor vari~
vel, para que o circuito entre em ressonância na faixa de 540KHz
a 1300KHz.

2 - Em um circuito RLC série, C 50pF, L 50\JH, R=lOOíl.


Calcular:
a) frequência de ressonância
b) corrente no circuito se f f 0 /2, sabendo-se que
V = lOV

3 Num circuito RLC série, a defasagem é 60º, circuito


capacitivo. Sendo a impedância igual a 200íl e Xc = 2XL, deteK
minar:
a) valor de R
b) valor da reatância capacitiva
c) valor da reatância indutiva

3.11 Circuito RLC Paralelo

No circuito da figura 3.32, a tensão aplicada e a mesma


em todos os componentes.

---
I

Figura 3 . 32

O diagrama faso rial do circuito e:

ic

IR V VG

(a) (b)

Figura 3.33

69
Da figura 3.33b obtemos:

(46)

Se dividirmos os lados do triângulo de corrente na figura 3.33b


por VG obteremos:

L IR
v
Figura 3.34

Na figura 3.34:
_ l_ _l_
z R

.L _l_
Xc XL

portanto na figura 3.34, escrevemos:

_l_
z2
desenvolvendo a expressão acima chegamos a :

z (47)

Na equação (46), se XL = Xc, podemos observar que resui


tará para a impedância:
Z R
Assim como no circuito RLC série, a frequência na qual
isto ocorre e chamada de frequência de ressonância, valendo :
wo = l_
__ fo =
1
L.C 21'\{L":C'
O comportamento da impedância e da corrente em função da
frequência é dado pelos gráficos da figura 3.35.

70
z r
R -------

V
R

to lo

(a) (b)

Figura 3.35

Na frequência zero (e . e), o indutor somporta-se como


um curto-circuito, desta forma a impedância e zero, e a corrente
tende para infinito (é claro que na prática existe a resistência
Ôhmica da bobina) . À medida que a frequência aumenta, a impedân
eia aumenta. Na frequência de ressonância, o valor da impedância
é máximo e igual à R, a corrente é mínima, valendo ~G .
Aumentando muito a frequência, a reatância do capacitar
diminui, tendendo para zero, enquanto a corrente aumenta muito .

Exercícios Resolvidos

1 - Num circuito RLC paralelo, R = lK íl, XL = 200 íl e


Xc SOOíl . A tensão aplicada é lOV, pede-se determinar :
a) corrente em cada componente
b) corrente total
e) impedância do circuito
d) defasagem entre tensão e corrente

Solução:

a)
(VG)
trc
Xc = 500.0.
IOV
f

IR = lOV lOmA I _ lOV 20mA -- lOV 50 mA


lK e - SOOíl I L 20Q"íl =

21
2
50) ='\/10 2 +( - 30)

I 31,6mA

e) Z ~ lOV 0,316K 316 íl


I 31,6mA

71
d)

rc= 20mA
VG IR= IOmA
IR= IOmA

lL -Ic =30mA I= 31,6mA

cosq> = _lQ_ o, 316 _,. 71, 5°


31,6

2 - Sabendo-se que o circuito é capacitivo, determinar :


a) valor de IR
b) tensão aplicada
c) valor de Ic
d) valor de XL e ângulo de defasagem
5A 3A

Solução :
a) No circuito, a corrente de 3A é o resultado da soma vetorial
de Ic com IL. Sabendo - se que o circuito é capacitivo Ic > IL
ou ainda Ic - IL = 3A.

l
Tiramos IR
------ (5A)
IR =\} 52 - 32 4A
Ic-IL
(3A)
4>
IR VG

b) VG R IR = 5 4 = 20V
c) Ic ~ 20V
SA
Xc ~
d) I c - IL = 3A -+ IL = 2A
VG 20V lOíl
XL
---rL ---V:-
cos 4> -2.!L 4A 0,8 _,. 4>"' 37°
I SA

72
Exercícios Propostos

1 - No circutio, pede-se determinar:


a) corrente em todos os componentes
b) corrente total
c) impedância
d) ângulo de defasagem

xc = en.
R=sn

2 - Em um circuito RLC paralelo, R = SK C = lnF. Cale!!


lar:
a) valor de L para que o circuito ressoe em 100 KHz
b) com o valor de L calculado em ª' calcule a impedância
do circuito na frequência de SOKHz e a defasagem

3 - No circuito, determinar:
a) R, XL, Xc, z, I
b) represente o diagrama fasorial
c) ângulo de defasagem

3.12 Correção do Fator de Potência

Antes de mostrarmos como corrigir o F.P de uma instalª


ção, vejamos o porquê desta necessidade.
Consideremos que uma instalação consome uma potência de
120KVA, quando a tensão de alimentação é 600V . A corrente de dli
mentação será :
I = PAp = 120.000 = 200A
VG 600
No caso de carga puramente resistiva (aquecedores, lâm
padas, etc), toda a potência consumida será potência real, e o
F.P será igual a 1.
A potência real será
P = VG . I . cos <P = 600 . 200 . 1 120KW

73
No caso de circuito contendo resistência e i ndutância e
sendo o F.P = 0,5, a potência real será :
p VG . I . cos .P = 600 200 . 0,5 = 60KW
A potência real diminui com a diminuição do F.P, enquan
to a potência reativa aumenta. Se quizermos manter a mesma PQ
tência real, com um F.P menor, a potência aparente deve aumentar
para
PAp = _P_ = 120 . 000 240KVA.
cos <P o, 5
enquanto a corrente consumida aumentará para:
I = _P_ 240.000 = 4 00A
VG 600
Neste caso, algumas alterações devem ser processadas.
Se houver transformado r, no caso de F.P 0,5, o transformado r
deve ser bem maior .
Como a corrente aumenta (dobra), há necessidade de tro
cara fiação por outra mais grossa, evitando as perdas (R.! 2 ) e
a queda de tensão na linha.
Com tudo isso, concluímos que é importante controlar o
F.P de uma instalação, procurando sempre manter o mais próximo
possível de 1.
A diminuição do F.P de uma instalação se deve a vários
fatores, entre os quais citamos:
a) Motores C . A operando em vazio ou com pequena carga.
b) Transformado res operando em vazio .
c) Reatores de lâmpadas fluorescente s.

A melhoria do F.P pode ser feita de várias formas. Aqui


só considerarem os uma, o uso de capacitores.
O uso de capacitores oferece algumas vantagens em rel2
çao aos outros métodos, tais como: pequeno tamanho não tem PªI
tes móveis e desta forma, é mais fácil de operar e é mais segg
ro e por Último, dissipa pouca potência.
Como já foi visto, em um circuito C.A, um capacitor tem
a propriedade de adiantar a corrente em relação à tensão. Como
um indutor atrasa a corrente em relação à tensão, a colocação de
um capacitor pode compensar esse atraso. O ângulo de fase pode
ser reduzido a zero. Por razões econômicas e práticas, basta man
ter o F.P acima de 0,85.
O valor do capacitor, que corrige o F . P, pode ser cal
culado como se segue.
Consideremos uma impedância Z indutiva, cujo ângulo de
fase é <P 1 , e queremos diminuir esse ângulo para <P •
A figura 3.36 mostra o circuito sem correção e o seu
diagrama fasorial.

74
0

(a) (b)

Figura 3 .36
A colocaçã o do capacito r em paralelo com a carga, reduz
o ângulo de fase de 4>i para 4>, o que equivale a dizer que o F . P
aumenta.
i__
D
Ic \
\

e z \
e
o \IR

(a)

(b)

Figura 3.37
Observe que a colocaçã o do capacito r não deve alterar a
potência real (ativa) do circuito , só a potência aparente . Por
v~
isso mesmo que a colocaçã o do capacito r deve ser tal, que o
lor da corrente IR responsá vel pela parcela na potência real nao
mude. O valor desta corrente é dado pelo vetor OC.
OC = I 1 . cos 4> 1 = OA . cos 4> 1

Da formula de potência real P VG . I . cos 4> tiramos:

cos ~1
_P_
OC = I 1 •
VG
A corre n te total, no circuito corrigid o, e a soma vetQ
rial (regra do paralelog rama) de Ic com I l·
Dos triângul os OAC e OBC tiramos:
AC oc
BC oc
Ainda nos diagrama s, temos que:

AB = OD AC - BC oc tg 4> 1 - oc . tg 4> oc. ( t94>1 -tgq,)

Como OC _P_ e AB = OD = Ic
VG
_P_ ( tg 4>1 - tg qi)
Ic
VG

75
Por outro lado Ic = VG . w . C, comparando as duas e~
pressões obtemos:

c = P . ( tg cp 1 - tg cp)
w • VG 2

Exercícios Resolvidos

1 - Um motor consome uma potência de lOKW a 600V com um


F.P = 0,6. Calcule a capacitância do capacitor que aumenta o F.P
para 0,9, sendo a frequência 60Hz .
Solução :

cos<P1 0 ,6 .... <Pi - 53° .... tgcfii 1, 33


coscfi 0,9 .... 4' "' 25° .... tg 4' 0,48

p lOKW w 377 rd/s VG 600V

c _P_ . (tgcfii - tgcfi) 10.000 (l,33 - 0,48)


w. VG2 377.(600) 2

c 62,6 µF

2 - Uma carga tem uma potência real (ativa) de 11.000W ,


consumindo uma corrente de SOA com um ângulo de defasagem de 60°
(indutivo). Calcular:
a) valor da capacitância que dá um F.P = 0,85
b) corrente total consumida após a correção
c) potência aparente após a correção

Solução:
a) sit u ação antes da correção

-
I1 =SOA

IR VG

P = 11.000 = VG 50 . cos60 + VG = 440V


coscfi = 0,85 + 4' = 31º (novo ângulo de defasagem)

76
apos a correçao:

-
I I1 =SOA

~
Ic

(VG)
440V

No diagrama fasorial, temos que a soma vetorial de I 1


com Ic deve ser igual a I.
I ' componente reativa da corrente I 1.
1
I~ I 1 . sen60° = 50 . 0,866 = 43,3A
IR componente real (ativa) da corrente na carga
IR I 1 . cos 60° = 50 . 0,5 = 25A

A corrente real na carga deve ser a mesma antes e apos


a correção.
A corrente fornecida pelo gerador agora é I, com novo
ângulo de defasagem ( cp = 31°).

I ___!E_ = 25 A = 29 lA
cos<j> 0,85 '
observe que a corrente fornecida pelo gerador diminui de SOA p~
ra 29,lA, sem diminuir a potência real .
A componente reativa da corrente fornecida pelo gerador
é I', valendo:
I' = I . sen<j>= 29,1. 0,515 = 15A
Ainda do diagrama tiramos:
I I'1 - I' 43,3 - 15 = 28,3A

Como VG . w • C e 28 3 170,6 µF
440 . 377
evidentemente poderíamos ter usado a fórmula direta
p V. IR
e = (tg <P1 - tg <j>) = ( tg <PI - tg <j>)
w.VG 2 w.vG2

e _!B.__ ( tg<P1 - tg<P) 25 (tg60° - tg31°)


w·VG 377 440

C = 170,6 µF

b) A corrente total consumida pelo circuito, apos a correção, s~


ra:
I = 29,lA

77
c) A potência aparente, apos a correçao, sera :
PAp = VG . I = 440 . 29,1 = 12.804 V. A

antes tínhamos: PAp = 440 . 50 = 22.000 V.A

Exercícios Propostos

1 - Uma instalação elétrica tem as características lOKVA/


220V ecos~ = 0,5 indutivo . Pede-se calcular:
a) corrente total consumida
b) potência real (ativa)
c) potência reativa
d) valor do capacitor que aumenta o F .P para 0,85
e) valor total da corrente consumida após a correção
f) potência aparente e potência reativa após a correção

2 - No circuito, pede-se determinar:


a) corrente total (I)
b) impedância
c) ângulo de defasagem entre tensão e corrente
1-. .!.'._

R=lüfl
Xc= 25fl

3 - No circuito, calcular:
a) valor de Rv para o qual o F.P é igual a 0,85. Valor
de IR, IL e IT para essa condição
b) qual o valor do F.P se Rv = Oíl? há necessidade da
correção do F.P (F.P > 0,85)? se há, qual deve ser o
valor do capacitor?
c) se Rv = lOOn, há necessidade de correção do F.P? se
há , qual deve ser o valor de e para que F.P > 0,85?

220V
- 1 Ir

60Hz
j L=200mH

lL

IR
j
4 - Uma instalação elétrica alimentada por um gerador de
220V/60Hz tem uma potência de 20KVA. Calcule a potência real con
sumida pela instalação para os seguintes valores de F .P.: 1;0,8;
0,6; 0,4 e 0,2.

78
5 - As características de um motor monofásico sao:
U 120V; I = lOA; F.P = 0,8. Calcular:
a) sua resistência
b) sua reatância indutiva
c) impedância do seu enrolamento

6 - A corrente, a tensão e a resistência de uma bobina


sao respectivamente de lOA, 220V/60Hz e 10 n. Calcular:
a) potência real
b) potência aparente
c) potência reativa
d) impedância
e) fator de potência
f) valor do capacitor que corrige o F.P para 0,85 (se
F.P em~ for menor que 0,85)

3.13 Circuitos Mistos

Na figura 3.38, temos a associação paralela de dois ci~


cuitos RL série.
A impedância de cada ramo será:
2
Z1 =\ÍR + (wL1>2

Z2 ="\) R 2
+ ( wL 2 ) 2

A corrente em cada ramo valerá:

O ângulo de fase entre tensão e corrente em cada ramo,


poderá ser calculado por:
R 2
cos<1>1 = -RZ -
1
1
e cos <1>2
~

A figura 3.38b mostra o diagrama fasorial do circuito.


Como a tensão aplicada nos ramos é a mesma, consideremos que o
ângulo inicial de fase da tensão é 90°. Como em cada ramo temos
uma indutância, a corrente estará atrasada em relação à tensão
aplicada. Sejam <1>1 e <1>2 os ângulos de fase, com <1>2 > h .
A corrente total consumida pelo circuito (I) pode ser
obtida, somando-se vetorialmente I 1 com I 2 (regra do paralelQ
grama).

79
- I
VG

VG
f
11 i R1
12i R2
ly
L1 L2 Iyl '12

(a) Ix 2
-lix .. I
(b)
Figura 3. 38

Da figura 3 . 38b tiramos:

Ix 1 I 1 sen 4> 1 Iy 1 I cos 4>1

1 x2 I 2 sen 4>2 Iy 2 I 2 cos 4>2

Ix Ix 1 + Ix 2 Iy Iy 1 + Iy 2

I =Vrx2 + Iy 2 cos 4>= _!y_


I
A impedância do circuito na figura 3 . 38, pode ser cal,
culado por:
z = ..Y.SL
I
Exemplo: Na figura 3.38a, são dados f = 60Hz , L 1 = 0,02H, ~ 100,
Lz = 30mH, R 2 = 8rl, VG = llOV, f = 60Hz. Calcular:
a) corrente em cada ramo
b) corrente total consumida
e) ângulo de fase do circuito
d) impedância do circuito
e) potência aparente, real e reativa
f) o circuito pode ser substituído por uma re sistência
(R) em série com uma indutância (L) . Quais os valQ
res de R e L?

Solução:
a) Cálculo da impedância de cada ramo
w = 2ir . f = 2ir.60 = 377 rd/s

z1 =\/(10)2 + (377 º· 02) 2 1 1 2,52Q


I 1 ~= llOV
8,78A
z1 12,52 n
R 1 -1Q__ = 0,798
cos 4>1 = -+ 4>1 37º
z1 12,52

Z2 =\)8 2 + (377 . 0,03) 21 13. 85 n

80
I 2 = ....Ysi_ llOV 7,94A
Z2 13,85
R2 _8_
cos IP2 =
Z2
o, 577 -+ IP2 ~
54°
13,85

b) Ix1= I 1 sen IP 1 8,78 0,60 = 5,28A


Iy1= I 1 cos IP! 8,78 0,798 7A
Ix 2= I2 sen IP 2 7,94 0,816 6,48A
Iy2= I2 cos IP2 7,94 0,577 4,58A
Ix Ix 1 + Ix 2 5,28 + 6,48 = ll,76A
Iy Iy 1 + Iy 2 7 + 4,58 = ll,58A

I =\}Ix2 + Iy 2 1 =\J(ll,76 ) 2 + (11,58) 21


= 16,5A

c) cos IP= _2y_ 11,58


= 0,7 -+ IP - 45,57°
I 16,5

d) z ~ llOV = 6,66íl
I 16,5A

e) PAp VG I 110 16,5 = 1815 V.A


p VG I cos IP 1815 0,7 = 1270W
Pri VG I sen IP 1815 0,714 = 1296 V . Ari

f)
-
16.5A

Rt
16,5A
--- VR ( R
+ +
8,78A 7,94A VL ( L

O circuito equivale nte tem o seguinte diagrama fasorial :

vG.senlP 110 . o, 714


78,54V

78 , 54V
4' 76 íl
16,54A
VR

XL w L -+ L = 4,76 = 0,0126H 126mH


377
VR VG cos IP = 110 0,7 77V

R ~ _IDL 4' 66 íl
I 16,SA

81
Na figura 3.39, a associação é de um RC série em paralg
lo com um RL série. A análise é feita de maneira análoga ao ci~
cuito da figura 3.38.
A impedância de cada ramo é

Z2 =VR22 + (-1-) 2
w.C 2

e a corrente em cada ramo vale

o_ângulo de fase entre a tensão VG e a corrente em cada


ramo, sera:

cos 'h

A figura 3.39b mostra o diagrama fasorial, onde o angQ


lo de fase da tensão é 90°.
No caso do ramo l, a corrente está atrasada de um angQ
lo 4>1 em relação à tensão, pois tem uma indutância. No ramo 2,
como existe um capacitor, a corrente estará adiantada de um ângQ
lo 4>2 em relação à tensão .

---
I

VG
f
I1 i Iy
t
lyl
I1

L1 C2

(a) (b)

Figura 3 . 39

Da figura 3.39a tiramos:

Ix 1 I1 sen 4> 1 Iy 1 I 1 cos 4>1

Ix 2 I2 sen 4> 2 Iy 2 I 2 cos 4>2


Ix Ix1 - Ix 2 Iy Iy 1 + Iy 2
I =\} Ix2 + Iy 2 cos cp = _!y_
I

Exemplo:
Na figura 3.39a, são dados R 1 = 4n XL1 3 n, Rz 3 íl,
Xc 2 = 4 íl , VG = llOV f = 60Hz, calcular:
a) valores de I 1 e I 2
b) valor de I
c) fator je potência do circuito

82
d) impedância no circuito
e) potência aparente, real e reativa

Solução:
a) Z1 =\/R1 2 + XL1 2 =V 42 + 32 50

Z2 =\)R2 2 + Xc2 2 =\}32 + 42 50


VG llOV
I1
Zl sn 22A

VG llOV 22A
I2 50
Z2

b) I =\/Ix2 + Iy 2

cos <1>1 ~ i 0,8 + <j> 1 36,86°


z1 5

R2 1. 0,6 + <1>2 53,13°


cos <1>2
Z2 5

Ix1 <j> I 1 sen <1>1 22 0,6 13,2A

Iy 1 I 1 cos <1>1 22 0,8 17,6A

Ix 2 I2 sen <1> 2 22 0,8 17,6A

Iy 2 I2 cos <1>2 22 0,6 13,2A


Ix = Ix 1 - Ix 2 = 13,2 - 17,6 = -4,4A

Isto significa que I está adiantada em relação à tensão (a


projeção de I no eixo horizontal está do lado esquerdo do ei
xo vertical).

Iy = Iy 1 + Iy 2 = 17,6 + 13,2 = 30,8A


21
I =\)(4,4) 2 + (30,8) 31,llA

e) cos <j> = .!Y = 1.Q...JL 0,989 (capacitivo) + <j> = 8, 13°


I 31,11

d) z VG llOV 3, 53 n
=
! 31, llA

e) PAp VG I 110 31,11 = 3.422 V.A


p VG I cos <j> = 3.422 0,989 = 3 . 387 w
Pr VG I sen <I> = 3 . 422 0,141 = 483,9 V.Are

83
Exercícios Propostos

1 - Com relação ao circuito, pede-se calcular:


a) I l' I 2 e IT
b) desenhar o diagrama fasorial
c) a impedância total e o F.P do circuito
d) se o F.P for menor que 0,85, calcular o capacitar que
eleva o F.P para 0,85.

220V
60Hz

2 - No circuito, calcular:
a) valor de I l• I 2 e IT
b) tensão em cada componente
c) impedância do circuito e ângulo de defasagem
d) potência real, aparente e reativa do circuito

xc: 4011.
220.Cl.
60Hz

3 - Dado o circuito, calcular:


a) IR, IL, Ic e IT
b) ângulo de defasagem
c) potência real, aparente
d) impedância
e) recalcule os ítens Q, ~ e Q se retirarmos C.

llOV
60Hz R rei e

84
Solução dos Exercícios Propostos

Item 3.4
VG (ISOV)
l) a) z = 36íl d)
b) VG = 180V
e) 4' = 56 , 2°
p ](5A)
e) = 500W
PAp = 900VA
f)

746 VAri

2) a) PAp = 2,2 KVA


b) p = 1980W
e) Pr = 959 VAri

3) a) z = 166,7íl I 60mA
b) f = 212 Hz
e) cos 4' = 0,6

4) a) z 2 5 íl
b) R 20 íl XL 15 íl
e) F.P 0,8

5) a) PAp 2,2 KVA


b) p = 1760W
e) Pr = 1,32 KVA
d) R = 17,6íl XL 13,2 íl

6) I = 22,7A

7) a) L = 477 mH
b) VR = 4V
e) z = 5K íl
d) F.P = 0,8
e) Vl(3V)
VG(5V)

85
Item 3 . 5

1) a) z = 240íl
b) IL = 12,5mA IR 16,66mA
e) L = l,06H
d) F.P = 0,8
e) i(t) = 29,36 sen ( Wt + 53,13°) (mA)
iL(t)= 17,62 senwt (mA)
iR(t) = 23,5 sen ( wt + 90°) (mA)

2) a) VG 3, 14V
b) IR 300mA R = 10, 46 íl
e) PAp l, 13VA p = 0,942W
d) F.P 0,83

3) R = 200íl L 18,4mH

Item 3 . 8

1) a) I = 26,6mA
b) VR = 2,66V vc 4,23V
e) 'I' = 57,8°

2) R = lOOíl e 15, 3 µF

3) a) VG 112,8V
b) VG 159 sen wt Vc = 112, 8 sen (wt - 45,2°)
i 282 sen(wt + 44,8º)
e)

'
''
''
''
' VG
/
/
/
/
/
/

Vc \

d) 4> = 44,8°

4) e = 23, 57µ F

5) a) VR = 98 ,38V vc 49,19V
b) e 265µ F
e) 4> 26,5°
86
6) a) PAp = 880VA
b) p = 748W
e) Pr = 463 VArc

Item 3.9

1) a) z 98011
b) 4> 11,3°
e) I 10,2mA IR lOmA Ic 2mA

2) a) R 282, 811
b) e = 9, 38 UF

3) a) IR 2,64mA
b) VG 26,4V
e) 4> 48,7°
d) e = O, 3 µF

Item 3.10

1) Cmin = 75pF Cmáx 434pF

2) a) fo = 3,18 MHz
b) I 6,6mA

3) a) R 100 11
b) Xc 346 íl
e) XL 173 íl

Item 3.11

1) a) IR 4A IL SA Ic 25A
b) IT 3,12A
e) z 6' 4 íl
d) 4> - 38°

2) a) L 2,SmH
b) z 1020 11

3) a) z 28,2 !1 R 44 íl XL 22 íl Xc 5 Síl

87
b)

lc(4A)

Il (IOA)

c) • = 50,2°

Item 3.12

1) a) I 4 5, 4 5A
b) p5000W
c) Pr = 8 . 666 VAri
d) e 305µF
e) I 26, 77A
f) PAp = 5 . 889VA Pr 3.101 VAri
2) a) I 11, 22A
b) z 19,6A
c) <I> 11,3°

3) a) Rv = 26,72 n , IR= 4,71A' IL = 2,92A, IT 5,54A


b) cos<I> 0,966 não há necessidade de correção
c) cos <I> 0,532 há necessidade de correção com e 21, 5µF

4) cos <I> 1 + p 20KW


cos <I> 0,8 + p 16KW
cos <I> 0,6 + p = 12KW
cos <I> 0,4 + p 8KW
cos <I> 0,2 + p 4KW

5) a) R 9' 6 íl
b) XL = 7' 2 íl
c) z 12 íl

6) a) p lKW d) z = 22 n
b) PAp 2,2KVA e) F.P = 0,45
c) Pri l,96KVA f) e = 74, 5 µF

88
Item 3 . 13

1) a) I1 2, 71A 5,64A 8,33A

b)
220V

c) ZT 26,4íl F.P cos 4> 0,292


d)

220V
Z'(cos4>'= 0.85)
60Hz
220V e
60Hz

e 78,SµF

2) a) I 1 3,48A I 2 = 5, 33A IT 6,14A


b) VL 69,6V VR1 208,8V
Vc 213,2V VR2 53,3V

c) z 35,8íl 4> 41,6° (capacitivo)


d) p 1010W PAp 1350VA Pr = 897VArc

3) a) IR 0,55A IL = 0,58A Ic = 0,414A


IT 0,57A
b) 4> 15,2°
c) p 60,SW PAp = 62,7VA
d) z l 93íl
e) 4> 46,7° ' p 60,3W PAp 88VA z 137,S íl

89
CAP. 4
CIRCUITOS EM C.A. ANÁLISE COM
NÚMEROS COMPLEXOS
A análise de circuitos feita nos capítulos anteriores ,
consideran do tensão, corrente e impedâ n cia como um fasor, permi
te uma solução gráfica. Através dos n úmeros complexos e suas
propriedad es é possível fazer a mesma análise .

4 . 1 Números Complexos

Chamamos de número imaginário puro a todo número do tipo


~, \.[=4 ', ~5, \Í-10. Sej~ ='-f-1, os números anteriores PQ
dem ser reescritos:~= j2,\j-25·= j5,~ = j\[Tü:
Da definição de j segue que: j 2 = -1, j 3 = j 2 . j = (-l)j,
j 4 = j 2 .j 2 = 1, etc .
Um número complexo genérico é um numero do tipo: Z= x+jy
onde x e y são reais .
Exemplos: z 1 = 4 + j5, Zz = -2+j3, Z3 = -4-j3, Z4= 4 - j3,
Z5 = j4, ZG = 4.
Um números complexo pode ser representa do através de
eixos coordenado s .
lmoginório
i 5--- -"1Zi
j4 :
i3 :
j2 :
jl :z
-6-5-,4-3-2- 1 0123fl56 Reol
- JI '
: -i2 :
~ - --- -i3----•z4
Z3 _j4
_j5

Figura 4.1

A forma de representa r um número complexo vista anterior


mente (Z = x + jy), é chamada forma cartesiana ou retangular .
Seja um número complexo z = x + jy, representa do no pl~
no cartesiano .
O segmento 1JZ = r é o módu lo do número complexo e e é o
a r g ume nto de z.

-----,
z + y>

e are tg y_
X

Figura 4.2

90
Na figura 4 . 2, podemos escrever: Z = r(cos9 + jsen9) que
e a forma trigonométri ca . Uma maneira de representar um número
complexo, muito usada na solução de circuitos, é a forma polar:
Z r ~

Exemplo 1:
Representar os números Z1 = 3 + j4, Z2 3 - j4, z 3 j5
z 4 = 10, z 5 = -10, ZG = -j5 na forma polar.
lm Im
j4 Z1
3
R
1

r1
1
1 02
1
1
e1
1
1
'2
R
3 -J4 z2
----,
r l =\/ti 2 + 32 = 5 r 2 = \Í( 4) 2
+ 32 5

81 are tg j - 53° 92 - -53°

zl 5 ~ Z2 5 -53°

lm lm

Z3 j5
r3=5
93=90º
r4 Z4
R ~~~~+-~~---.1----~-----R
10

Z3 5~ 8 .. 10
z"

lm

Z5
~~-+-.....L~~~----'~~~~ R

-10 r5 r5 85

-is Z6

rs 10 85 180° rs 5 95 -90°

10 ~0° ZG 5 -90º

Exemplo 2 :

Transformar os números Z1 = 10 ~ . Z2 5 1 30° - e


Z
3
= 4 L -20° para a forma retangular.
-

91
yl Z1 y l 10 sen45º 7,07

X l 10 cos45º 7,07
zl 7,07 + j7,07
•1

-------- Zz
y 2 5 sen30° 2' 5
Y2
5 i1
1 X2 5 cos30° 4,33
30º 1

•2 z2 4,33 + j2,5

y 3 4 sen (-20º) -1,37

X 3 4 cos ( -20°) 3,76

Z3 3,76 - j l, 37

4.2 Operações com Números Complexos

4.2.1 Soma e Subtração

Para somar ou subtrair dois números complexos, somam- se


ou subtrai-se em separado, as partes real e imaginária.

Exemplo 3:
SejamZ 1 =4+j3 e z2 =5+j4

z3 (4+5) + j(3+4) 9 + j7
z I; (4-5) + j(3-4) -1 - jl
z5 (5-4) + J(4-3) 1 + jl

4 .2 .2 Multiplicação e Divisão

Para multiplicar ou dividir dois numeros a maneira mais


simples é usando a forma polar .
Exemplo 4 :
Sejam Z 1 3 + j4 = 5 ~ e z 2 = 3 + j3 = 3\[2~
z3 j5 5 ~
z I; z1 z2 = 5 ~. 31{2~ = i51{2L9a~
isto e, multiplicam-se os módulos e somam-se os argumentos.

z5 z1 • Z3 = 5 ~ . 5 ~ = 25
z I; 15 '{2' ~
z6 5~
Z2 3\[2' ~
92
na di v i são, di vide m-se os mó dulos e s ubt r aem-se os ar gu me n tos .
2i 5
5~
~ = 1 1-
~--
37º

Exercícios Propostos

1 - Converter para a for ma polar :


a) 2 -20 + jlO
b) 2 100 + jl50
c) 2 500 - j300

2 - Converter para a fo r ma ca r tesiana :


a) 2 5 OOO l.12..'.'.__
b) 2 = 250 l-60°

3 - Dados os numeres complexos: z 1 4 - j 1 ~' z 2= 15 1 30 o '


3 + j 5' efetuar :
a) Z1 + 22
b) Z3 - z2
c) Z1 23
d) ~
21

e) 21 + 22
Z3

4 . 3 Impedância Complexa

4.3.1 Circuitos RL

Consideremos o circuito RL série do capí t ulo 3 . 3 e o seu


diagrama fasorial .

(a) (b)
Figura 4 . 3

Como vimos, um número complexo tem u m módulo e um argg


mento (ângulo), um fasor também tem um módulo e uma fase (ângg
l o) . Isso sugere que elementos de circuito , tensões e correntes
possam se r representados na forma de n úmeros complexos . Por exem
1210 , a tensão no indutor VL = lv.yJ 190°, a ten são no resisto~
VR = lvRI ~ e a corrente i = III ~ (o ponto em cima sig
nifica uma grandeza com módulo e fase) .

93
Como é válida a 1 <! Lei de OHM em C.A, para o indutor tg
remos:
~ lvLI ~
XL
í
lxLI ~
1I1 ~
como lxLI = wL a reatância indutiva é representada como um numg
ro complexo puro.
XL = jwL
De maneira análoga para o resistor
lvRI ~
~
lvRI
R = VR
r- ~ 1I1 1I1
lvRI
= R
1I1
isto e, um resistor é uma impedância com parte imaginária nula.
A impedância do circuito RL série na sua representação
complexa é:
wL
z R + jwL are tg r 1z1
Exemplo 5:

Dar as expressoes da corrente e calcular o ângulo de dg


fasagem:
R = 4íl.
Dados: vg 20V2 . senwt (V)

VG 20~
xL =3.n.
nos cálculos usamos o valor efi
caz (VG)

z 4 + jJ = 5 ~
I VG 20 ~ = 4 1 _..,3..,7º
z z 5 ~ ~

i 4 :{2'. sen( wt-37°) (A)

O diagrama fasorial correspondente e:

94
Observe que as expressões da tensão do gerador e da co~
rente poderiam ser:
vg 20 .\[2 . sen(wt + 37º) (V)
i 4 ."\[2' . senw t (A)

O diagrama fasorial e:

O que importa é que num caso ou no outro, a corrente e~


tá 37° atrasada com relação à tensão.
Exemplo 6 :

Determina r a impedância e a corre nte do circuito :

- l

Solução:

i R // XL onde R = 80 ~
R XL 80 ~ 60~
z
R + XL 80 + j60

z 48 L2l..:
I

compare esses resultados com os do primeiro exercício resolvi


do do capítulo 3.5.

4.3.2 Circuitos RC

Da mesma forma que fizemos com os circuitos RL, os ci~

cuitos RC também podem ser representa dos na forma complexa. Con


sideremos um circuito RC série e seu diagrama fasorial, figura
4.4.

95
1
vG ~w
1
1
1
1


(a) (b)
Figura <:.4

Na figura 4.4b, temos que:

i = Jrl ~ Vc = lvcl

Como Xc lvcl ~ -90°


lrl~
onde i Xc i = -
1
w.C
-

~ogo, a reatânci a de um capacito r represen tada na forma complexa


e:
l1:c = -j _l_
w.C
se multiplic armos o numerado r e o denomina dor, da Última expre2
são, por j e lembrand o que j 2 = -1, teremos a outra forma co~
plexa da reatânci a capaciti va .
Xc = _l_
j wC

O resistor como já foi visto, na forma complexa nao tem


parte imaginár ia.
Lembre-s e que o diagrama fasorial da figura 4 . 4b gira
com velocida de angular w e que a posição em que foram coloc~
dos os fasores é pura conveniê ncia, eles poderiam ser represent~
dos como na figura 4 . 5.

Figura 4.5

O que importa é que, num caso ou no outro, a corrente


no circuito está adiantad a em relação à tensão (VG).
A tensão VG, que também pode ser represen tada na forma
complexa , é obtida somando- se VR com Vc, isto é:
VG = VR + Vc
96
se dividirmos esta expressao por I, resulta:
vc
+ --
!

onde VG i impedância complexa do circuito


Í

VR
R resistência do circuito
I

vc - j L _l_ reatância do capacitor


Í wC jwC

desta forma, a impedância do circuito valerá :


z = R - j L = R+ _ l _
wC jwC
Exemplo 7:
Com relação ao circuito, pede-se :
a) impedância complexa
b) expressão matemática da corrente
c) desenhe o diagrama fasorial
R=4Il.

Xc = 3.0. z

Solução:

a) i = 4 - j3 5~

-j3 z

10 ~
b) I
5 l -37°
i 2 . \[2'. sen (wt + 37°)

97
c) H2Al

'
''
37° ''
VG(IOV)

I = 3 1 -90° . 2 ~ = 6 ~

Exemplo 8:
No circuito, determinar:
a) impedância complexa
b) expressão matemática da corrente do gerador
c) desenhar o diagrama fasorial

11o[Q:_
60Hz
R e z

Solução:

a) lxcl = - -
1
wC 377 .
1
i o- s = 265 Q
z R // Xc
150 ~ . 265 39750 ~
jl50 - j265 304,5 ~

z 130,5 -30°

110~
~
b)
VG
---.-- 0,84
IG
z 130, 5 1 -30°

ig 0,84 .\[2. sen ( wt + 30°) (A)

c)
~w
I c(0.41A) --- - - - - - -- - , lG(0 ,84A)

VG=(llOV)

1R (0,73A)

98
4.3.3 Circuitos Mistos

Na resolução de um circuito com mais de uma malha, é que


aparece a vantagem da resolução, usando números complexos.

Exemplo 9 :
Para o circuito determinar:
a) impedância complexa
b) corrente do gerador e em cada ramo
c) diagrama fasorial

.!Q__
R1 5on XL J 20 n

!
11 Rz
R2 50n XL 2 80íl

XLz vg 110 .\(2. senwt (v)

VG 110 ~
Sol ução:
a) ~ h
110~-v
11 t Z1
i2t
Z2 z

z ZJ 50 + j20 53,3 121,8º

Z2 50 + j80 = 94,3 ~
z 53' 3 12 1 ,8° 94,3~ 5026 / 19' 8° 5026 179, 8º
(50+j20) + (50+j80) 100 + jlOO 141 ~
z 35,6 3 4, 8°

b) lG VG 110 ~ = 3,091-34,8°
z 35,6 1 34, 8°

ig 3,09 .\(2. sen (wt - 34,8) (A)

~ 110~ 2,06 1-21,8º


II
i1 53 ,3 l 2 1, 8º
il 2,06 .\(2. sen ( wt 21,8°) (A)

~ 110 ~
Í2
i2 94,3 ~
= 1, 16 ~
99
c)

------' lG= (3 ,09M


\
\

Exemplo 10 :
No circuito, determinar :
a) ~mpe9ânc~a do circuito
b) Iç;, I1 , I2
c) diagrama fasorial

----IG
VG 110 ~
R l 4Q XL l 3 n
Xc1 R2 3íl Xc 2 4íl

Solução:
a) ---
IG ~

VG
i1 ~ Z1 i2~ z2 VG z

Z1 4 + j3 5 136 , 8°

Z2 3 j4 5 1-53,1°

z Zl z2 5 1 36' 8º 5 1-53,lº 25 1 -1 6, 3º
Z1 l i Z2
zl + Z2 (4+j3) + (3-j4) 7 - j .1
25 l - 16,3º
z 3,53 1 -8, 2° = 3,49 - j0,5 ( n)
7,07 1 -8,1°

b) ÍG
VG 110 ~
31, 11 198,2° (A)
i 3,53 1-8,2°

I l ~G 110 ~= 22 153, 2° (A)


Z1 5 j36,8°

i 1 22 .'[2 . sen ( wt + 53,2) (A)

~G =
110 ~= 22 (A)
I z 1143,1°
Zz 5 l -53,1 °
i 22 ·V2' . sen ( wt + 143,1°) (A)
100
c) 1G=(31,llA) VG:(llOV)
'

Exemplo 11:
Determinar no circuito, a impedância e todas as corren.
tes.

'---.------=ii 1'3
-j5

j!O

Obs.: valores em ohms

Solução: Zt = 10+ j5

Z1 11,2 l 26,5°
Z3= i5 Z2 9,4 ~
Z3 5~

Z2 / / Z3
9,4~ . 5~ 47 ~
8 - j5 + j5 8

z.. 5,87 ~ 3,11 + j4,98

z Z1 + Zti = (10 + j5) + (3,11 + j4,98)

z 13,11 + j9,98 16,47 37,2°

101
110 ~
I l 6,68 /-37,2° (A)
l
16,47 37' 2°

v<+ z'+ i l = 5,87 ~ 6,68 1-37,2° 39,2 20,8°


i; 4 39,2 1 20, 8°
I 2 4, 17 152, 8º (A)
i2 9,4 l - 32°

v <+ 39,2 120,8°


I 3 7,84 l-69,2° (A)
z3 5 ~

Exercícios Propostos

1 - No circuito, determinar I i, I z, I 3 e a potência di.§.


sipada.

-jlO

valores em ohms

2 - Determinar VG no circuito.

valores em ohms

3 - No circuito, determinar I 1 e VG

5 1-50° (A)

valores em ohms

102
4 - Dar a expressao de vx(t) no circuito .

vg = 141 . sen (wt + 116,6°) (V)


valores em ohms
5 - Determinar a potência dissipada nas resistências do
exercício 4.

Solução dos Exercícios Propostos

Item 4.2

1) a) z 22,3 1-63,4°
b) z 180,3 1 56, 3°
c) z 583,1 1-31 o

2) a) z 1294 + j4829
b) z 125 - j216

3) a) 17 - j2,5 d) 0,54 1127,2°


b) -10 -j2,5 e) 2,95 1-50,6°
c) 62,8 1-9 ,2°

Item 4.3.3

1) í l 4,9 78,7° (A)

I 2 0,49 1-11,3° (A)

I 3 0,69 123,7°
p 48W

2) VG 300 - j l97 358 1-33,3° (V)

3) I l 7,29 1-24,3° (A) VG = 90,36 1-24,5° (V)

4) VX 31,44 sen ( wt + 116,6°) (V)

5) p = 600W

103
CAP. 5
CIRCUITOS TRIFÁSICOS
5 . 1 I n trodução

De uma forma genérica, em um sistema polifásico existem


duas ou mais tensões de mesma frequência mas com fases diferen
tes. O sistema polifásico é simétrico se as tensões são iguais
e defasadas entre si por um ângulo 2n/n, onde n é o número de
fases.
Se cada tensão ou fase atuar independentemente das o~
tras, dizemos que o sistema é não interlig ado. A grande desvantª
gem do sistema é que usa um número muito grande de fios (2n),
por exemplo no caso de um sistema trifásico seis fios deveriam
ser usados. Num sistema polifásico interligado, as fases indivi
duais são interligados eletricamente .
Em relação a um sistema monofásico, o sistema polifásico
apresenta algumas vantagens:
a) A mesma potência elétrica pode ser transmitida, usando fios
de bitola menor (mais finos). É claro que a vantagem só apª
rece quando a potência for alta, por isso mesmo em sistemas
de pequena potência (residências por exemplo) a linha monof~
sica é preferida.
b) Com um sistema polifásico pode ser produzido um campo magn~
tico girante, usado no acionamento de máquinas síncronas .

5 . 2 Sistema Trifásico

A figura 5 . 1 mostra o princípio de funcionamento de um


gerador monofásico . A espira (enrolamento na prática) girando no
campo magnético sob a ação de uma força externa (turbina, motor
diesel, etc) faz aparecer uma tensão induzida nos terminais da
espiras, a qual está ligada a anéis coletores . Através de escQ
vas é feita a ligação entre o circuito externo e a espira.

s
Fi g ura 5.la

104
Figura 5.lb

A f . e.m obtida nos terminais da espira é dada por :


e = VM . senw.t
onde VM (tensão de pico) é proporcional a B (campo magnético),
í (comprimento do condutor) e v (velocidade tangenc i al do con
dutor), w é a velocidade angular (rd/s) da espira .
Para gerar a mesma f . e . m, ao invés da espira girar num
campo magnético estacionário, pode-se ter um campo girante e a
espira fixa, figura 5.2, o efeito é o mesmo .

CARGA

Figura 5.2

105
Num gerador trifásico, são três os enrolamen tos com uma
separação de 120° entre eles. As tensões induzidas serão também
defasadas de 120°. A figura 5.3 mostra esquematic amente um gerª
dor trifásico. No estator, estão os três enrolamen tos com um meâ
mo número de espiras e separados fisicament e de 120°. Os pontos
A, B e C representa m uma das extremidad es e os pontos X, Y e Z
respectiva mente a outra extremidad e.

z y

X y z

wt

B e

Figura 5.3

Podemos observar que, nesse caso o campo magnético é gi


rante e os enrolamen tos (I, II, I II ) onde são obtidas as tensões
(e 1 , e 2 , e 3 ) são fixos.
O enrolamen to que produz o campo magnético é energizado
a partir d e uma fonte e . e independe nte, ou a partir da retifica
ção da própria tensão obtida do gerador (auto-exc itação). A co~
rente vai para o enrolamen to através de anéis coletore s . Sejam
e 1 , e 2 e e 3 as tensões induzidas respectiva mente nos enrolamen
tos I, II e III. As suas expressões matemática s serão:
senwt
s en ( wt - 120°)
sen (wt - 240°)
O gráfico e a representa ção vetorial das três ten s ões sao
dada s na figura 5.4.

106
II m

wl

Figura 5.4
Se cada fase do gerador é conectada a circuitos separ~
dos, teremos um sistema trifásico não interligado, o qual nece2
sita de seis fios para as ligações com a carga trifásica .
A ~

z t
y
---
12
~,, CARGA

e
B ----
Figura 5. 5
--
13

Está claro que tal sistema nao é econômico, não sendo


usado na prática. Os métodos de se interligar as fases em um si2
tema trifásico são dois: a ligação estrela (Y) e a ligação em
triângulo (li).

5 . 2 . 1 Ligação Estre l a

Nesta ligação, todos os finais dos enrolamentos sao in


terligados, formando um ponto chamado de neutro (O) o qual é li
gado ao neutro da carga. O sistema assim obtido tem quatro fios
de ligação . Comparando com o circuito da figura 5 . 5, observamos
que neste são necessários três fios para retorno, enquanto na
ligação estrela um Único fio é usado para retorno .

107
A
-
IA= It

----
Ic

Figura 5.6
A corrente no fio neutro é igual à soma vetorial das três
correntes de fase (IA, IB e Ic) isto é: ÍN = ÍA + ÍB + íc
O ponto em cima da letra indicadora da corrente signifi
ca que a grandeza em questão é vetorial (tem módulo e fase) .
As tensões medidas entre os terminais do gerador (pontos
A, B e C) e o neutro (O) são chamadas de tensão de fase (VA, VB
ou Vc), genericamente Vf.
As tensões medidas entre os terminais são chamadas de
tensão d e linha (VAB• VBC• VcA), genericamente V ~ . Na figura
5 . 6, as setas das tensões dão a orientação positiva (arbitrária)
logo podemos escrever:

VBC Vc

As três expressões acima signif i cam que em cada instante


a tensão de linha (VAB• VBc, VcA) é igual à diferença entre os
valores instantâneos das respectivas tensões de fase.
Colocando isso num diagrama vetorial:
A

Vc= Vt V9=Vt

30º 30°
e 8
e B Vt = Vsc

VBC
IA
(a) (b)

Ic

Figura 5. 7 ( c)

108
Com auxílio da figura 5 . 7b , podemos determinar a relação
existente entre tens'io de fase (Vf} e tensão de linha (V 9) . De
acordo com a trigonometria, no triângulo COB ternos:
Vg, Vf se n 120°
ou V R, Vf
senl20º sen30º se n 30°

senl20º = V3' sen 30° .l


2 2

resultando:

Vt =V3 Vf (48)
na ligação estrela bala nceada .
Na figura 5. 7c, <1>1 . <1>2 e <f>3 são res p ectivamente os angg
los de defasagem entre te n são e corrente nas fases 1, 2 e 3 . No
caso de carga balanceada <1>1 = <112 = <f>3 = <j> •
Na figura 5 . 6, a corrente que perco r re cada fase é chama
da de cor rente d e fase, designaremos genericamente por If . À co~
rente, passando na linha que liga o gerador com a carga, charn2_
remos de corre nte d e linha , genericamente Ig, .
De acordo com a figura 5 . 6 em uma ligação em estrela
Ig, = lf .
A carga será balanceada qua ndo Z1, Z2 e Z3 forem iguais
em módulo e fase . Se po r e x e mp l o Z 1 = R 1 = 50 íl, Z 2 = wL 2 = 50 íl e
Z3 l/wC3 = SOíl o módu l o será i gual mas as fases serão diferen
tes, a carga será desbalanceada .
Em um sistema balanceado, a corrente no fio neutro e ng
la, isto pode ser demonstrado lembrando que I N = iA + iB + ic e
que
Vf
Ic z

Figura 5.8
No instante t 1 Ic = O. O valor de I A é igual ao de IB
mas com fase oposta, desta forma um anula o outro. No instante
t3 temos situação análoga . No instante t2 a fase A está no rnáxi
mo valor positivo . No mesmo instante as correntes nas fases B e
C são iguais e negativas e sornadas resulta um valor igual a IA .
Novamente, a corrente total no neutro é zero . Se repetirmos o
mesmo raciocínio para qualquer instante, obteremos o mesmo resu_l
tado. Concluímos que, se a carga for balanceada não haverá nece~
sidade do fio neutro.

109
A importância do fio de retorno é melhor compreendida
considerando os seguintes exemplos :

Exemplo 1:
Seja uma carga trifásica em Y nao balanceada com
Rs = 2on e Rc 30íl sem fio de retorno.

A A

No caso de carga balanceada (RA = Rs = Rc) VA'


Vo =O (não há necessidade do fio de retorno). No caso de carga
desbalanceada V~ # VA + Vo # O (VA = VA + Vo, Vs = V~ + Vo e
Vc =V~+ VQ) . O diagrama vetorial a seguir representa uma carga
desbalanceada . A A

e B
carga balanceada carga desbalanceada

No caso de RA =O, o ponto neutro (O') coincidirá com o


ponto A. A tensão nas outras duas fases cresce rá \(3' vezes (se rá
igual de linha) . o': A
..-~~~~~~~~~~-,A

qvc· O'

N
R9
V9'

e 8

llO
No caso de RA igual a infinito (circuito aberto) as rg
sistências Rs e Rc serão conectadas em série entre B e e, o pon
to neutro (O') coincidirá com o ponto D.

Vo

e B
~.

_ _ _ _ __i_-=-- B
C vc· o'= o

Desta forma, se RA variar de zero a infinito, o ponto


neutro da carga (O') se 9esl9cará de A até D.
Como as tensões VA, Vs e vc
representam as tensões na
carga, concluímos que elas serão diferentes num sistema não b~
lanceado sem fio de retorno, sendo proporcional à resistência da
respectiva fase.
O problema torna-se de particular importância em instal~
ções industriais com um número muito grande de lâmpadas. Quanto
maior o número de lâmpadas ligadas a uma determinada fase, menor
a sua resistência equivalente, portanto menor a tensão da fase.
As lâmpadas brilharão menos .
O problema pode ser solucionado colocando um fio neutro,
garantindo que a tensão da fase será constante .

5.2.2 Ligação em Triângulo

A figura 5.9 mostra outra maneira se ligar o gerador


trifásico com cada gerador independente do outro . Novamente, tg
mos o problema do número excessivo de fios .

111
z A

e X C' Y'
X'

Figura 5. 9

A figura 5.10 mostra um sistema t rifásico ligado em tri


ângulo ou delta. Do circuito tiramos as seguintes relações:
Vt Vf
Vt tensão de linha
Vf tensão de fase

ÍA I 2 - I l ' IB = I 3 - I 2 Ic I l - I 3

A ---
IA= it

V?# ~8

---
B
r e B
"-..._ _ /
V9ç

-- ---
Ic =It
19= I t
13

Figura ::,.10

O diagrama vetorial das correntes e tensões está repr~


sentado na figura 5 . 11.

112
(b)

(a)
Figura 5. 11
Na figura 5. l la, ~ , <li2 e "'3 são os ângulos de defasagem
en~re a tensão e a corrente em cada fase. No caso de carga balan
ceada
<P = <ti, I 1 = I 2 = I 3 = If
e Ic = I 9.
A relação entre a corrente de fase (If) e a corre nte de
linha (Ii) pode ser determinado no triângulo da figura 5.llb, de
maneira análoga ao que foi feito com a tensão de linha e tensão
de fase na ligação em estrela, re sultando :
It =VJ'. If (49)

Exercícios Resolvidos

1 - Determinar a corrente no fio neutro no circuito .


A
-- lA

12~

e 12~ B

---
19

113
Solução:
Como as cargas são resistivas, as correntes de lin ha e2
tarão defasadas de 120°, valendo:
IA = 120V = 12A, lOA, Ic = 120V 6A
lOíl 20 n

y
l9(IOA)
lBy

ly ln (5,3A)
IA (12A)
(3.46A)

I,(4A) X

Isx 10 cos60º = SA, Isy 10 sen60° = 8,66A

Icx 6 cos60º = 3A, Icy 6 sen60º = 5,2A

I Ay o, IAx = IA 12A

Ix 12 - ( 5 + 3) Iy 8,66 - 5,2
4A 3,46A

iN iA + ís + ic =\[(3:46) 2 + 42 = 5,3A
..
2 - A tensão de linha ~plicada a um motor cujos enrolª
mentos têm 20 íl de impedância e 220V. Calcule as correntes de
linha e as correntes de fase se o motor é ligado em triângulo.
Solução:
I-.L._ Vf 220V llA
If z 20Q

220Vl Vf V '1,

IR, =-fJ. If =\./3. 11 = 19A

Observe que apesar do motor ser projetado para uma ten


sao de 220V quando ligado em triângulo, ele pode ser ligado a
uma tensão de linha de 380V, se os seus enrolamentos forem ligª
dos em estrela.

114
Como na ligação estrela
Vf = Vt = 380V = 220V e If = llA
\[3 \j3'
os enrolamentos trabalharão nas mesmas cond i ções quando ligados
em triângulo .
Por tudo o que foi visto anteriormente , é que a maio r ia
dos motores permitem o acesso aos seis terminais dos enrol am err
tos . Assim , se na placa do mo t or estiver escrito 220/380V, sig
nifica que os enrolamentos devem ser ligados em triângulo se a
tensão de linha é 220V e ligados em estrela pa r a 380V .

X Y Z X y z
0 >----0 - ---<0

B e A B e A
A B e

5 . 3 Potência em Sistemas Trifásicos

Como já foi visto no capí t ulo 3 . 4, a potência real (a ti


va) num circuito monofásico é dada por :
P = Vf . I f . cos<P (W)
onde Vf e If são respect i vamente a tensão e a corrente de f ase
e <P o ângulo de fase entre eles .
No caso de um sis t ema trifásico balanceado, a po t ência
de cada fase e a mesma, desta forma a potência to t al das três
fases e :
P = 3 . Vf. I f . coscp (W) (50)

No caso de ligação estrela If Vf Vt substi


It e
tuindo na expressao (50) resulta : V31
P=\f3 . vt . I t cos cj> (W) ( 51)

No caso de ligação triângulo Vt e I t sub.§.


Vf If =
tituindo na expressão (50) resulta : VJ1
( 52)

11 5
A potência é a mesma nas duas ligações .
A potência aparente das três fases é :

(53)

ou em função da tensão e corrente de linha para ambas as ligações .


(54)

De maneira análoga, a potência reativa da carga trifási


ca é dada por :

Pr =\[3. v9. • 19. . sen<P (V.A) (55)


para qualquer uma das ligações.

Ex ercícios Reso lvi d os

1 - Calcule a potência dissipada na carga trifásica.

220V

220;;;;;,

Solução:

p =VJ1 . V 9. • I 9. • cos cj> + cos cp 1

V 9. Vf .\[31 = 220 -~ = 381V

I l I f 220V = 22A
10 íl
p =\[3' . 381 . 22 = 14.520 w
2 - Um motor trifásico tem uma potência de 5KW quando
ligado a uma tensão de linha de 220V. Calcule a corrente de li
nha se o fator de potência é 0,85.
Solução:
P = 5000W V l = 220V

5000 =VJ' 220 . I g_ • O, 85

I g_ = 15, 43A

11 6
3 - Um aquecedor trifásico é constituído de três resi.§.
tências de 20n ligadas em estrela. Calcule a corrente de linha
e a potência total se a tensão de linha é 220V .
lL.._

220V 220V

Solução:
V .e, = 220V cos 4> 1

Vf - 220 127V 127V 6, 35A


-VJ' I .e,
20 n

p =\{31 . V .e, • I .e, • cos 4> ='fJ'. 220 6,35 . 1 = 2419W

4 - Os enrolamentos de um motor têm resistência 8 n e


reatância indutiva 6n . Calcule a potência real e aparente se o
motor é ligado em estrela e a tensão de linha é 220V .
Solução:
___ !t=It

220V 220V

z =-V R2 + XL 2 '=-V(8)2 + (6)2 io n


Vf = ..Y_J,_ 220V = 127V
\f3' -vr
If I .e, = ~
z
127V
ion
12,7A

117
cos <P = _ R_ _8_ 0, 8
z 10

p =v . V 9. I 9. coscp =\{). 220 12,7 0,8 3871W

PAp =\./ 3' . v 9. J 9., =\{). 220 12,7 = 4,8 KVA

5 - Calcule a potência real das três fases no circuito .

120V

120V

Soluç ão:
Z1 = \ R1 2- + XL12 =V 82 + 52' 9,43 n
Vf _ l20V
If1 = Zl - 9 , 43 íl = 12, 72A

cos t 1 = ~ = - 8- = O 85
z1 9. 43 '

P1 = Vf1 If1 . cos4>1 120 . 12,72 . 0,85 1297W


Z2 =V4°2 ;--sz'= 6,4íl
I[ 7 = l20V = 18,74A
6' 4 íl
COS ~z = - 4 - = 0 625
't' 6, 4 '

P2 = 120 18 , 74 0,625 1405W

Z3 = V32 +4i"' = 5 íl
l20V
If 3 = = 24A
5n

COS <j:3 = _3_ 0,6


5
P3 120 24 0,6 = 1728W

p P1 + P z + P3 = 1297 + 1405 + 1728 4430W

118
6 - O circuito mostra o secundário de um transformador,
ligado em triângulo com uma tensão de linha de 127V. A carga é
constituída de um motor trifásico de 5KW e fator de potência
0,85, de três motores monofásicos de 2KW e F.P = 0,8 cada um
ligado a uma fase. Determinar:
a) corrente total de linha
b) potência real, aparente e reativa da instalação
c) fator de potência da instalação
lt____

!"" 127V
M

!127V

Solução :
Motor trifásico: _P_ 5000 PAp 5882 VA,
cos 4> 0,85
4> 31, 8°

Pr = PAp . sen 4> 5882 0,526 = 3098 VAr;

Motores monofásicos: PAp = 2000 = 2500 VA


0,8

como os motores monofáscos são iguais, PAp = 7500 V.A


4> = 31,78°

Pr = 7500 0,526 3950 VAri


A potência total real e:

PT = 5000 + 3 2000 llOOOW

A potência total reativa e:

PrT = 3098 + 3950 = 7048 VAri

A potência aparente total e:


2'
PApT =\{;f + PrT 13KVA

A corrente de linha vale:

=\[3'. -+ 13000
=\[3' 59,5A
PAp Vi I 9.. I 9..
. 127
11000
PT = PApT cos 4> cos 4>
13000
0,846

119
Exercícios Propostos

1 - A tensão de linha de um sistema trifásico ligado em


estrela é 220V. Cada fase tem 20 lâmpadas de lOOW. Calcule a
corrente em cada fase.

2 - Um aquecedor trif.ásico tem uma potência de 9KW quan


do ligado em triângulo. Sabendo-se que a tensão de linha é 220V,
calcule a corrente de linha .

3 - Um wattômetro ligado a uma carga trifásica, consti


tuída só de lâmpadas, dá uma indicação de 13,2KW . A carga é equi
librada e em triângulo com uma tensão de linha de 220V . SabendQ
se que cada lâmpada consome 0,5A, qual o número total de lâmpª
das?

4 - Um motor trifásico conectado a uma tensão de linha


de 220V conscme lOA. O fator de potência de motor é 0,85, tendo
85% de eficiência. Calcule a potência mecânica (em H. P) no eixo
do motor.
Obs .: n% PMEC 1 H.P = 750 W
PELÉ x 100

5 - Na ~laca de um gerador trifásico, lê-se 127V/40A.


Qual o número maximo de lâmpadas incandescentes que pode ser li
gado ao gerador, sabendo-se que as lâmpadas estão ligadas em
triângulo e que cada lâmpada consome 0,5A?

Solução dos Exercícios Propostos

1) lf I Q = 15,75A
2) I 9 23,62A
3) n = 120 lâmpadas
4) PMEC = 3,67 H.P
5) n = 138 lâmpadas (46 por fase)

120
APÊNDICE A
DECIBEL
O conceito de decibel (dB) está ligado aos nossos senti
dos, em especial à audição. O ouvido humano não responde de fo~
ma linear mas logarilmicamente aos estímulos (potência sonora)
que lhe são impostos, isto é, uma variação na potência de lW p~
ra 2W não dobra a sensação sonora. Para que a sensação sonora
dobre a potência associada deve ser multiplicada por dez.
O bel (B) relaciona dois níveis de potência P 1 e P 2,
através da expressão:
Ap = log !'...?_ (B)
P1

se P 2 = lOP 1, Ap = 18 significa que P 2 está 1 bel acima de P 1.


Como o bel e uma unidade muito grande, usamos o decibel (dB):
Pz (dB)
Ap 10.log
PJ

logo se P2 = 1000. PJ Ap = 30dB significando que P2 está


30dB acima de PJ . Se tivéssemos P2 = 0,001 PJ. Ap = -30db, signi
ficando também uma diferença de 30dB entre P2 e PJ, só que nesse
caso P2 é menor que PJ.
O ganho de potência pode ser referenciado a um determi
nado nível, por exemplo se esse nível é lmW, costuma-se usar a
notação dBm se a impedância associada à potência P 2 é 600 íl.
Consideremos um quadripolo com resistência de entrada
Ri, ligado a uma carga RL .

V;

Pi potência de entrada
P0 potência de saída
V.,
Ap log Po
~ Pi _J._
e Po
10 p·J.
2
Vo
10 log l<L 10
Vi'
Ri


Ap + 10 . log ----±. 20 . log Vo +lOlogRi
RL Vi RL

121
O ganho de tensão do quadrípolo é:

Av = Vo ou em decibéis Av (dB) 20 . log Vo


Vi Vi
observe que se Ri = RL
Ap (dB) = Av (dB)

Exercícios Resolvidos

1 - Um quadrípolo tem um ganho de tensão de lOdB, se a


tensão de ent rada é lV, qual a tensão de saída?

Solução :
Av(dB) 20 . log Vo 10 20 . log Vo
Vi Vi

log ~ = 0,5 3, 162


Vo = 3 ,1 62V

2 - No exercício anterior, considere que Ri lK Q e


RL = lOOn, qual o ganho de potência em dB?
Solução:
Ap(dB) 20 log Vo + 10
Vi

Ap(dB) 10 + 10 log 1000 20dB


100
ou então Pi = Vi 2 = _1_2_ lmW
Ri 1000

Po (3,162) 2
100 mW
100

Ap (dB) 10 log Po 10 log lOO 20dB


Pi 1

3 - Dar o ganho de potência em dB se a relação entre P2


e P1 for igual a 1/16, 1 /8, 1/4, 1/2, 1, 2, 4, 8 , 16.
Solução: P2/P 1 10 . log P 2/P 1
1/16 -12 dB
1/8 - 9 dB
1/4 - 6 dB
1 /2 - 3 dB
1 o dB
2 3 dB
4 6 dB
8 9 dB
16 12 dB

1 22
Os rPsultados obtidos permitem concluir que, se o ganho
de potência variar de um fator igual a 2, o ganho de potência em
dB varia de 3dB .

4 - Dar o ganho de potência em dB se a relação P2/P1 for


1/100, 1/10, l, 10, 100, 1000.
Soluçã o :
Novamente colocamos a resposta em forma de tabela:

P 2 /P1 10.log P2/P1


0,01 -20 dB
o, 1 -10 dB
1 o
10 10
100 20
1 0 00 30

Concluímos que se o ganho de potência variar de um fator


igual a 10, o ganho em dB varia de lOdB.

123
.....
APENDICE B
FILTROS
Filtros são c irc uito s que deixam passar só s inai s de d~
terminadas frequência s, atenuando as outras.
De acordo com as frequência s que desejamos deixar pa~
sa r, podemos ter os segui nt es tipos de filtros:
a) filtro passa altas (F .P.A)
b) filtro passa baixas (F .P.B )
c) filtro passa faixa (F .P.F )
d) filtro rejeita fa ixa (F.R.F)

A seg uir mostramos a curva de r esposta em f requência de


cada filtro no caso ideal.

a) F .P.A b) F.P.B

r----1
c) F.P . F
fc i
• f r
d) F.R.F
fcs
- f

te;

fci
fcs

frequência de corte inferior


f ci fcs - f

fcs frequência de corte superior

Av Vo ganho de tensão
v·1

Na prática, é impossíve l se obter um filtro que apr esen


te uma mudança tão brusca no ga nho, o que existe é uma mudança
com uma determinad a atenuação com a frequê ncia .
Dos filtros anteriorme nte citados, est udaremos mais em
detalhe os dois primeiros .

124
Fi ltro Pa s sa Altas

O circuito já foi estudado no capít u lo 3 . 8 , é um circui


to RC série .
A impedâ ncia do circuito é i g u a l a :
z =°\jR2 + Xc2 t
a tensão na saída do circuito será igual a :

Vo = R . I = R .

l ogo Vo R 1
Vi + __l__ l. .\)R2 + 1
-VR2 (wc)2 R (WC) 2

1 se WC L frequê ncia de corte


\jl + 1
( wRC) 2
RC

1
Av

Analisem os o que acontece com o módulo de Av (também tem


f e se) quando w varia .

Se w + O (tende para zero) wc + ® (infinito ) logo Av + O


w
Se w << c (muito menor que wc), o que s i gnifica na prática
q ue w é pelo menos dez vezes menor que wc .

Vo 1 1 = _l_ - L
w = o. 1 wC +
l{;Q;' 10
~~r
Vi \)1 + 100
\)1 + (o,

Vo 1
w = 0,01 WC +
= _l_
Vi
\j 1 +(o,~~wcJ 100

125
Vo
r,
Se w = WC 1 - 1
-\[i' 0,707
~~
Vi
Vi + (

Se ~· >> WC , w lOwc Vo 1 1
"' 1
~ (~f
Vi ------i
--vl + 0,01
lOwc
Concluím os que ac i ma da frequênc i a de cor te nao há atg
nuaçao do sinal de entrada (Vi) .
Abaixo da frequênc ia de corte , o sinal de ent r ada é atg
nuado, e esta atenuaçã o segue um determin ado pad r ão ( h á uma atg
nuaçao de 10 vezes toda vez que a frequênc ia diminui de 10 vezes) .
Os gráficos a seguir, mostram a curva de resposta real
e a aproxima ção por trechos de retas (assínto tas) que é mais usª
da por ser mais simples de desenhar .
Vo\Vi Vo\Vi
~ ~ Wç llC
100 10 WC 100 lã"" u:c w
1 w
0 , 707 :
1
0 ,1 0,1 ·---1''
0,~I 0 ,01
'

Nos gráficos , as escalas do ganho e da f r equência nao sao


lineares .
Os gráficos podem ser represen tados com o ga n ho de ten
sao em dB .

Av(dD) 20 . log 1
2 1
WC
\}1 +
w
-~:s:_ Vc
w
100 ·• 0 , 0 1 -+ Av(dB) 20 . log 0,01 -40dB
Vi

w = wç Vo o, 1 -+ Av(dB) 20 . l og o' 1 - 20dB


10 Vi

w Vo 0 , 707-+
Wç Av(dB) 20 . log 0,707= -3dB
Vi

Vo .... Av(dB)
w >> WC -+ 1 20 . log 1 OdB
Vi

1 26
1
'1
1
1 1
-20 ----+----
'1
1

:
-40 - - -

Dos gráficos acima observam os que:

a) A escala do ganho de tensão é linear mas a escala de frequên


eia é logarítm ica, desta forma o gráfico deve ser feito em
papel monolog .
b) Na frequênc ia de corte, o ganho de tensão é -JdB (o sinal n~
gativo indica atenuaçã o). Em termos de potência , isso signi
fica uma diminuiç ão da potência pela metade.
e) Abaixo da frequênc ia de corte, o ganho diminui a taxa de 20dB
por década (-20dB/d éc . )
obs.: uma década correspo nde a uma separaçã o entre duas frg
quências por um fator igual a dez .
d) Se usarmos a aprox ima ção por trechos de ret a, o maior erro
cometido será JdB, na frequênc ia de corte .

Filtro Passa Baixas

O circuito é um RC série, tendo i mpedânci a igua l a :

z =\)R2 + Xc2'

A tensão de saída do circuito é:

1 Vi Vi
Vo Xc I
w. c \fR2 + Xc2' ...;<WCR) 2+11

Vo 1
Av

~~r
Vi
+ 1

1 27
.L frequê ncia de corte
RC

Façam os a mesma anális e que foi feita para o F .


P . A.

w = o + Av 1 1
\)(~cr + 1

w = o, 1 WC + Av 1 - 1
\}(º' ~~cr + 1

r
1 1
w WC + Av = = -\121 = 0,707
\/(~~ + 1

w lOwc + Av 1 _l_ .L
2 -
\jlOw c + 1 \[1011 10
wc

w = 100 . WC +
Av 1 1 _l_
=
\}(lº~~cr
1
+ 1 \}1000 1 100

Os gráfic os a segui r, repres entam a curva real e a apr.Q.


ximaçã o por trecho s de retas.
Av(Vo\V i)
Av(V~Vi)
wc
1 IO WC 10111: i<XJ"C w IO Wc ICUX: IOCUC
0,707 ----------- ''\ w

0 ,1 ------ ----- 0,1

0 ,01 --- ------- - - --- --- 0 ,01

Av(d8) AvldB)
~ WC
o 10 WC 10 UC IOOWC WC IOWC IOOWC
w IO w
-3 ----- --- \

-20 ------- ------- -20

-40
-40 - - - - - - - - - - ---- --

Av (dB) =
vc:r
20 . log --=====l====::::::-

+
1

1 28
APÊNDICE C
DIFERENCIADOR E INTEGRADOR
Diferenciador

Um diferenciador é basicamente um filtro passa altas, o~


rando com frequência muito abaixo da frequência de corte.

e
e.,. f •
A Vi

l
1

r" E
R

Vamos supor que na entrada (Vi) é aplicada uma onda qu~


drada de período T. A onda quadrada é obtida a partir de uma eh~
ve mecânica que fica um tempo T/2 na posição A e T/2 na posi
ção B.
Os gráficos a seguir, representam a tensão de entrada
(Vi), tensão no capacitar (Vc) e tensão no resistor (VR), consi
derando que a constante de tempo do circuito T = RC <<< T .

19 Semiperíodo

Jn:· -+
• '
Vc,-r_-".
+1-

29 Semiperíodo

r.+CJ
1 Vc~ Vc =E
1
. . . -1- -
1
1
1
1

' 1,,
-E

2E

-2E

129
Durante o 12 semiperíodo , como o capacitor está inicial
mente descarregado, carregar-se-á com a tensão da fonte, E, rª
pidamente (a constante de tempo é pequena).
Quando começar o 22 semiperíodo, o capacitor já estará
carregado com E, a tensão da fonte somar-se - á com a tensão no
capacitor, a tensão no resistor será igual a -2E. O capacitor ca~
regar-se-á com outra polaridade até -E. No começo do 32 semip~
ríodo, a tensão da fonte se soma com a tensão no capacitor, dan
do a tensão no resistor (2E).
O 12 semiperÍodo é transitório, somente a partir do 22
semiperÍodo o circuito entra em regime permanente.

I ntegr ador

É também um circuito RC série, operando numa frequência


muito maior que a frequência de corte, no qual a tensão de sai
da é obtida no capacitor.

T
E

-E --- -

Vamos supor que o sinal de entrada é uma onda quadrada


de frequência muito maior que a frequência de corte do circuito,
o que significa T = RC >>> T
Quanto maior for a constante de tempo ( T = RC) em relª
ção ao período, mais a forma de onda no capacitor se aproxima de
uma onda triangular (maior é a linearidade) .

..'

Vc

130
APÊNDICE D
INSTRUMENTOS DE MEDIDA DE
PONTEIRO
A.l Introdução

Um instrumento de medida de ponteiro consiste basicamerr


te de uma parte fixa e de uma parte móvel .
A energia necessá ria para movimentar a parte móvel, pode
ser obtida a partir de alguns dos efeitos da co rr ente e létrica
(magnético, térmico) sendo proporcional à quantidade elétrica
sob medida. O ponteiro é a pa rt e do instrumento que apontando p~
ra uma escala , dá o valór da grandeza física que está sendo m~
dida . É preso ao eixo da parte móvel , sendo feito em geral de
alumínio. A extremidade indicadora pode ter o formato de seta ou
de gume de faca . O balanceamento do ponteiro é feito por contr~
pesos colocados na extremidade inferior. A mola em espiral tem
dupla finalidade: funciona como um eleme nt o que dá um momento
resistor de deflexão e pode servir como condutor de corrente err
tre a bobina móvel e o circuito externo . Por uma r azão o u outra
(temperatura, deformação) , a força r esta uradora da mola pode m~
dar, desta forma o ponteiro do instrumento pode não indicar zero
com ele desligado . Para fazer essa compensação existe o parafuso
de ajuste de zero . A figura A . la mostra simplifi cadamente o si~
tema móvel de um instrumento de ponteiro e a figura A.lb, o det~
lhe das extremidades do eixo .

Mancai de rubi ou safira

Con t ro pesos

(b)

Figura A.1

13 1
Os instrumentos elétricos sao classifica dos de acordo
com:

1 - Grand e za a ser me dida (tensão, corre n te , re si stência , potên


eia, frequência, fato r de potência , energ i a , fase) .
2 - Tipo d e corre nte (e.e, C.A, c.c/C . A)
3 - Princípio d e operação (bobina móvel , ferro móvel, elet rodin~
mométrico, ind ução, térmicos, ele tr ostático s ) .
4 - Pr ecisão em Pe r cen tagem do f undo d e e s cala

A. 2 I n s t r um e ntos d e Bo bina Mó v el

O seu p r incípio de operação é baseado na interação dos


campos magnéticos de um ímã permanente e de uma bob ina móvel .
Como mostra a figura A. 2, a bobina é montada em um eixo, encai
xado em dois p i vôs . Molas espirais colocadas nas ext r emidades
do eixo, exercem forças de torção opostas sobre a bobina . Quando
a bobina é percorrida por uma corrente, aparecem forças magnéti
cas que fazem a bobina girar e consequentemente o ponteiro . O
deslocamento angular do ponteiro é propo r cional à intensidade da
corrente na bobina .

ponteiro
- - -+--1---t

Figura A. 2
Obs erve que, se o sentido da corrente na bobina for in
vertido, o ponteiro defletirá no sentido oposto, por isso deve-
se ter cuidado ao usar o aparelho, ver i ficando-se antes a polari
dade da corrente.
Em medidas de C.A, esta precisa primeiramente ser retifi
cada. É o instrumento mais usado por causa da sua sensibilidade,
precisão e grande linearidade .

13 2
A.3 Instrumento de Ferro Móvel (~)
Esses instrumentos funcionam baseados na interação do
campo magnético de urna bobina fixa com urna peça de material feL
rornagnético. A figura A. 3a mostra o princípio de operação de um
instrumento de ferro móvel do tipo atração. Quando a bobina e
percorrida por uma corrente (e.e ou C . A), o campo magnético da
bobina imantará a peça de ferro com polaridade tal que ela sera
atraída .
Esse deslocamento, que é proporcional à intensidade da
corrente, também desloca o ponteiro.

ferro
móvel
~o,lo pon teiro

l~. ~
~ ~;oofao
. - - -' '" ' ' '

(a) (b)

Figura A.3
A figura A.3b mostra o aspecto de um instrumento de feL
ro móvel tipo r~pulsão . As duas placas de ferro são envolvidas
pelo campo magnético da bobina, uma é fixa e a outra está pres~
ao eixo o qual desloca o ponteiro. Como elas estão muito prQ
ximas, serão imantadas com mesma polaridade se repelindo em con
sequência.
Esses instrumentos apresentam como vantagens, o fato de
poderem ser usados tanto em e.e como em C. A, apresentam grande
robustez, são relativamente baratos e suportam grandes sobrecaL
gas.
Como desvantagens, apresentam escala não linear, pouca
precisão e consomem mais potência que o de bobina móvel.

A.4 Instrumento Eletrodinamomét ricos ( ~ )

O princípio de operação é baseado na interação dos ca~


pos magnéticos de uma bobina fixa e de urna bobina móvel. A bobi
na fixa é constituída de duas metades, sendo ligada em série com
a bobina móvel através de um resistor. A corre n te vai para a bQ
bina móvel através das molas espirais. Quando as duas bobinas
são energizadas, haverá interação dos seus campos magnéticos, r~
sultando um torque que tende a colocar a direção do campo magn~
tico da bobina móvel na mesma direção do da bobina fixa .

133
Bobina móvel

Figura A.4

O campo magnético em cada bobina é proporcional à inten


sidade da corrente, desta forma o torque produzido é proporciQ
nal ao quadrado da corrente , por isso a escala e nao linear .
Uma inversão do sentido da corrente em ambas as bobinas,
inverte a polaridade nas duas bobinas e desta maneira as con
dições de repulsão não se alteram e o ponteiro deflete no mesmo
sentido . Por esta razão, o aparelho pode ser usado tanto em e . e
como emC . A. Apesar de poder ser usado para medir tensão e cor
rente, a sua principal aplicação é na construção do wattímetro .

A. 5 Té rmicos

A.5. 1 Fio Aquecid o <'f >


O seu princípio de funcionamento é baseado na dilatação
de um fio que conduz uma corrente . A quantidade de calor é prQ
porcional ao quadrado da corrente, por isso a escala desse ins
trumento não é linear . Outra desvantagem desse instrumento ~
a influência que a temperatu r a ambiente exerce nas leituras .

fio de pla tina

:\1
polia

Figura A.5

A. 5. 2 Termopar (~ )
Um termopar é constituído de dois metais diferentes , uni
dos em uma e x tremidade por meio de solda . Se esta ext r em i dade
for aquecida , na outra ext r emidade aparece uma f.e . m a qual pode
ser medida, usando-se um instrumento de bobina móvel .

. 13 4
Tf temperatur a da junção fria
Tq temperatur a da junção quente

Figura A. 6

A corrente a ser medida passa num aquecedor, elevando a


temperatur a da junção quente.
A diferença de temperatur a entre as duas junções faz
aparecer uma f.e.m que é medida com um instrumen to de bobina mQ
vel . Como a f.e.m gerada é muito pequena, o instrumen to de bQ
bina móvel deve ser muito sensível . A potência dissipada em c~
lor é proporcion al ao quadrado da corrente, portanto a escala
do aparelho é quadrática (comprimid a no início).

A.6 Amperímet ro
Para simplifica r a análise vamos supor que o galvanômg
tro é de bobina móvel. Do instrument o precisamos conhecer a cor
rente de fundo de escala (lGM) e a resistênci a da bobina (RG).

lGM. ~ d.
--~
(a )

--
IGM

(b)

Figura A. 7

Vamos supor que desejamos um instrumen to que tenha furr


do de escala lT (IT > lGM). Para que a corrente no galvanôme tro
seja igual a lGM quando está sendo medido lT, devemos colocar
em paralelo com a bobina, um resistor chamado de "shunt" (Rs).

135
~
Ir-IGM
- - R5
LLJ
+

Figura A.8
---
Ir

Exemplo:

Seja um galvanômetro com fundo de escala 200µA e 150íl de


resistência interna. Qual o valor do "shunt" que permita medir
corrente até 20mA?
Solução:

0.2mA
20mA
---- <>-~----j

20mA

150 . 0,2mA = Rs . 19,8mA


Rs = ]Q__ = 1 515
19' 8 '
devendo ser construído com esta precisão.

A. 7 Alicate A.mpe r o métrico

São usados na medida de altas correntes (centenas de m~


lhares de amperes). A figura A.9 mostra um transformado r de
corrente, usado para reduzir a corrente a valores suficienteme n
te baixos, permitindo a medida com alguns dos instrumentos vi2
tos. É constituído de um primário com um pequeno número de espi
ras e de um secundário com muitas espiras. O primário é ligado
em série com a corrente a ser medida, e no secundário é coloc~
do o aparelho de medida de corrente.

136
---------
i

Núcleo

Figura A.9

O ~licate amperométrico é essencialmente um transformª


dor de corrente com um núcleo em forma de garra que se abre, en
volvendo o fio no qual passa a corrente que está sendo medida.
O fio funciona como o primário e no secundário está o instrumen
to. A figura A.10 mo stra o aspecto de um alicate amperométrico .

Figura A.1 0

obs .: a corrente que está sendo medida com o alicate amperométri


co deve ser alternada.

A. 8 Voltímetro

Um voltímetro é construído a partir de um galvanômetro,


ligado em série a um resistor limitador chamado multiplicador .

Figura 3.lla

1 37
~
LLJ
+

Ur
Figura 3.llb

Exemplo:
Construir um voltímetro com lOV de fundo de escala, a
partir de um galvanômetro com 200µA de fundo de escala e 150 íl
de resistência interna .

200µA
+
e

IOV

RM ± 150 50 . 000 íl

RM 49 . 850 íl

A.9 Wattímetro

Um wattímetro é construído a partir de um instrumento el~


trodinamométrico , no qual a bobina fixa, feita de poucas espi
ras, é ligada em série com a carga (é chamada de bobina de cor
rente ou bobina série) e a bobina móvel, com um grande número de
espiras, é ligada em paralelo (bobina de tensão) . Ligada em s~
rie com a bobina de tensão, uma resistência cuja finalidade é di
minuir as perdas na bobina de tensão .
A interação do campo magnético das duas bobinas produz
um torque proporcional à intensidade da corrente nas duas bobi
nas:

Se a resistência multiplicadora for muito maior que a


reatância da bobina, a corrente na bobina móvel será proporciQ
nal à tensão do circuito, desta forma o torque será proporcional
à potência do circuito.

138
Alguns cuidados devem ser tomados . Em circuitos e.e . , é
importante observar a polaridade .
O wattímetro tem um fundo de escala de potência em watts,
mas devemos respeitar os limites de tensão e corrente das bobi
nas. Por exemplo se a máxima tensão é lOOV e a máxima corrente é
5A, a máxima potência será SOOW. O que pode acontecer é que, na
medida de potência em circuitos de baixo F.P, a medição de pQ
tência estar dentro dos limites mas os valores de tensão ou COK
rente estarem fora dos limites . Se usarmos o wattímetro com os
limites dados anteriorm ente, num circuito de F.P = 0,5 com uma
tensão de 80V medindo JOOW, a corrente no circuito será 7,SA o
que e maior que o limite de corrente .

12

!u
(a) (b)

--
12 B.C
B.T
bobina de corrente
bobina de tensão

u1 RL

(e)

Figura A. 12

Em circuitos de alta tensão e alta corrente, a medida


de potência é feita com auxílio de transforma dores de tensão e
de corrente . A potência do circuito será dada por:

p Kc Kv Pw
p potência do circuito
Pw potência lida no wattímetro

Kc relação de transforma ção do transforma dor de corrente


Kv relação de transforma ção do transforma dor de tensão

1-39
CARGA

T.T

T.C transformador de corrente


T.T transformador de tensão
Figura A.13

Em circuitos trifásicos balanceados, a potência é medi


da com um wattímetro ligado como na figura A.14 . A potência tQ.
tal da carga é três vezes a potência indicada no wattímetro .
01

02

(a) (b)

Figura A. 14

No caso de circuito desbalanceado, em cada fase é colQ.


cado um wattímetro, a potência na carga é a soma das potências
medidas nos três wattímetros.

140
01

02 --~.......;

03..-~--~wL--1-----------t-----

Figura A.15

141
BIBLIO GRAFI A

- Circu itos Elétri cos - Yaro Burian Jr. - Almeid a Neves Edito res
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José Rober to Cardo so - Livra ria Ciênc ia e Tecno
Ltda - 1980 - São Paulo.
of Eletri cal Engin eering - M. Kuzne tsov - Peace
- Funda mental
Publis hers - Moscou .

143
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APARECIDA - SP

,

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ldeali - Sistema Operacio nal C P/ M - 80
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Capuano/Marino - Laboratório de Eletricidade e Eletrô nica
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