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AO JUÍZO DA ____ª VARA DE FAMÍLIA DO TERMO JUDICIÁRIO DA COMARCA DA ILHA DE SÃO

LUÍS – ESTADO DO MARANHÃO

Assistência Judiciária Gratuita (Art. 98, CPC)


Cômputo do prazo em dobro (Art. 186, §3º, CPC)

JEILSON MICHAEL MACIEL LEITE, brasileiro, casado, profissão..., portador da Carteira de Iden
tidade nº xxxxxxx-x, inscrito no CPF sob nº xxxxxxxx (doc. x), residente e domiciliado na Rua xxxx, Bair
ro xxxx, São Luís - MA, CEP xxxxx-xxx, neste ato representado pelo Núcleo de Prática Jurídica do Cent
ro Universitário Estácio – São Luís, consoante mandado procuratório anexo (doc. x), em especial à Dra.
Amanda Ferreria Marques, OAB/MA nºxxxx, advogada outorgada, vem à presença de Vossa
Excelência, requerer

DIVÓRCIO LITIGIOSO

Em face de XXX, portadora da Carteira de Identidade nº xxxxxxx-x, inscrita no CPF sob nº


xxxxxxxx (doc. x), residente e domiciliada na Rua xxxx, Bairro xxxx, Cidade - Estado, CEP xxxxx-xxx ,
com fulcro na Emenda Constitucional nº 66 de 13 de julho de 2010 (Lei de Divórcio), artigo 226, §6º da
Constituição Federal e artigo 1.571, IV, do Código Civil, pelas razões de fato e de direito a seguir
aduzidas:

I - DA EXPOSIÇÃO FÁTICA

As partes constituíram casamento civil, pelo regime de comunhão parcial de bens, em 13


de junho de 2001, conforme certidão de casamento (doc. xx).
Adveio desta união três filhas, quais sejam: nome 01, nome 02 e nome 03. Todas maiores
com capacidade civil plena.
Na constância do matrimônio, não constituíram bens a partilhar. Ressalta-se que ambos
possuem renda suficiente para manutenção e subsistência própria, dispensando reciprocamente
pensão alimentícia.
O autor encontra-se separado de fato da requerida há mais de 9 (nove) anos. Inclusive, as
partes vivem em união estável com terceiros. No entanto, permanecem constando nos registros
públicos como casados.

Em virtude disso, o cônjuge varão, querendo atualizar seu estado civil, vale dizer, constar
nos registros públicos como divorciado, tentou há anos dar início ao processo de divórcio concensual.
Contudo, na época, a tentativa de dissolução da sociedade conjugal, em comum acordo, não prosperou
por negativa do cônjuge virago.

Diante do exposto, só cabe ao autor optar pelo divórcio litigioso, nos moldes a seguir
delineados.

II - PRELIMINARES

1) DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

O autor não possui recursos suficientes para pagar as custas, as despesas processuais e
os honorários advocatícios, sendo pessoa pobre na acepção jurídica do termo, conforme declaração de
hipossuficiência (doc. xx). Dessa forma, possui direito à gratuidade da justiça.
De acordo com o art. 99, §3º do Novo Código de Processo Civil, “presume-se verdadeira a
alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural”. Ademais, também vale
ressaltar que, conforme §2º do art. 99 do NCPC, ao magistrado somente cabe indeferir o pedido se
houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade.
Assim, requer a concessão do benefício da gratuidade judiciária com base nos arts. 98 e
seguintes do NCPC e no art. 5º, LXXIV da Constituição Federal.

2) DO CÔMPUTO DO PRAZO EM DOBRO

Em consideração a assistência prestada às partes pelo NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA


DA FACULDADE ESTÁCIO – SÃO LUÍS (MA), requer-se as mesmas prerrogativas da Defensoria
Pública relativas ao prazo em dobro para todas as suas manifestações consoantes o §3º do art. 186 do
NCPC.

Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as


suas manifestações processuais [...] §3º O disposto no caput aplica-se aos
escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na
forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em
razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.

3) DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO

Opta-se pela dispensa da audiência de mediação e conciliação, conforme artigo 319, VII,
do CPC.

III – DO DIREITO

1 – DO DIVÓRCIO LITIGIOSO

Através do divórcio se coloca fim ao casamento válido, encerrando também a sociedade


conjugal, sendo o divórcio litigioso aquele em que um dos cônjuges se recusa a realizá-lo por meio
consensual. 
Nesse sentido, enfatiza-se o previsto na Emenda Constitucional nº 66 / 2010:

“Não mais é possível a interferência estatal na autonomia de vontade privada,


principalmente no Direito de Família, proporcionando a dissolução do casamento pelo
divórcio imediato, independentemente de culpa, motivação ou da prévia separação
judicial”.

Desse modo, independente das circunstâncias de cada parte, existindo a vontade real e
expressa do divórcio por um dos cônjuges, deve ser concedido. Em outras palavras, ninguém pode ser
compelido a permanecer e a ostentar status que não mais condiz com sua atual realidade.
Portanto, pelo simples interesse do requernte, em virtude dos fatos acima relatados, faz-
se necessária a declaração imediata do divórcio.
Com isso, uma vez atendidos os requisitos exigidos por lei para dissolução do vínculo
conjugal, o autor requer a dissolução do casamento.

1.1 DA INEXISTÊNCIA DE BENS

As partes não adquiriram bens comuns na constância do casamento, sejam de natureza


imóvel ou móvel, não havendo nenhum objeto de partilha.

1.2 DA INEXISTÊNCIA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA RECÍPROCA

Não se faz necessária a fixação de alimentos entre os cônjuges, na medida em que se


encontram separados de fato há mais de 9 anos e nunca precisaram de apoio financeiro
reciprocamente. Desta feita, inexiste qualquer dever de prestação de pensão alimentícia ou qualquer
outro vínculo de caráter material e/ou obrigacional por qualquer das partes.

1.3 DOS ALIMENTOS PARA OS FILHOS

Tendo em vista as filhas já serem maiores e com capacidade plena para a vida civil, não
se faz necessária a fixação de alimentos.
1.4 DA ALTERAÇÃO DE NOME

O cônjuge virago poderá voltará a usar seu nome de solteira, consoante permissivo legal
do §2º do art. 1.571 do Código Civil:

Art. 1.571 - A sociedade conjugal termina: § 2º Dissolvido o casamento pelo


divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de
casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de
separação judicial.

Destarte, uma vez observada tal prerrogativa, faz-se necessário expedir mandado ao
Cartório de Registro Civil da xx Zona da Comarca de São Luís – MA, situado à Rua xxx, competente
para averbação no registro civil da Certidão de Casamento.

IV - DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, restando evidente e cristalino o direito que fundamentam este
pleito, no mérito, pugnam a Vossa Excelência pela HOMOLOGAÇÃO DA PRESENTE AÇÃO DE
DIVÓRCIO LITIGIOSO em todos os seus termos, e concomitantemente se digne em:
a) CONCEDER justiça gratuita, segurada pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV,
artigo 98, NCPC e Lei Federal 1060/50, tendo em vista que não pode arcar com as despesas
processuais, sem prejuízo de seu sustento;
b) CONFERIR cômputo do prazo em dobro para manifestações processuais, nos termos
do artigo 186, §3º, CPC;
c) DETERMINAR a citação da requerida para, querendo, contestar a ação no prazo legal,
se assim entender conveniente, sob pena de revelia ou confissão ficta prevista no artigo 344 a 346, do
CPC, em caso do não comparecimento, concedendo ao final, a procedência integral dos pedidos;
d) DISPENSAR a audiência de mediação / conciliação.
e) JULGAR PROCEDENTE OS PEDIDOS DESSA EXORDIAL, DECLARANDO EXTINTO
DEFINITIVAMENTE O VÍNCULO CONJUGAL mediante sentença que decrete a conversão da
separação em divórcio, de logo renunciando ao prazo recursal;
f) DETERMINAR à expedição do mandato de averbação, para o Cartório de Registro
Civil da xxx Zona da Comarca de São Luís – MA, situado à Rua xxx, para que faça a averbação
necessária na certidão de casamento lavrada sob o número 0300010155 2001 2 000350100015882 14;
g) DEFERIR o protesto e juntada de todos os documentos ora anexados à presente para
a comprovação dos fatos ora alegados e por eventuais outros que se fizerem necessários à
homologação desta.

V - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito admitidos, em
especial pela produção de prova documental, testemunhal e pericial, além da juntada de novos
documentos e demais meios que se fizerem necessários.

VI - VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 1.350,00 (um mil, trezentos e cinquenta reais).

Termos em que
Pede deferimento.

São Luís (MA), 25 de maio de 2021.


Jeilson Michael Maciel Leite
CPF: xxx.xxx.xxx-xx
Cônjuge Varão

Dra. Amanda Ferreira Marques


Advogada
OAB/MA nº xxxx

Estagiários (AF02)

Carlos Henrique Pereira de Araújo


Cristina Maria Oliveira da Silva Sousa
Isadora Santos Vale
Wenderson Araújo
ROL DE DOCUMENTOS

Doc. 01 – RG e CPF

Doc. 02 (Esposo) – Comprovante de Residência

Doc. 03 (Esposa) – RG e CPF

Doc. 04 (Esposa) – Comprovante de Residência

Doc. 05 – Procuração

Doc. 06 – Declaração de Hipossuficiência

Doc. 07– Certidão de Casamento

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