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MINIMIZANDO AS PERDAS POR FURTOS UTILIZANDO O RFID NO

MERCADO DE VAREJO.

Alex Moraes1
Leonardo Vinci Jr. 2
Luís Ataide 3

Resumo. Pesquisas atuais demonstram que as perdas por furtos no mercado de


varejo representam um percentual financeiro considerável para as empresas. Grande
parte das empresas mantém área específica de prevenção de perdas com diversas
medidas para minimizar os riscos, mas isso não é o suficiente. Por conta disso, grandes
empresas do mercado estão pesquisando tecnologias para suprir essa necessidade e o
Radio Frequency Identification (RFID) surge como uma solução. O RFID é uma
tecnologia sem fio (wireless) destinada à coleta de dados que utiliza a radio frequência
como meio de comunicação, com a vantagem de não necessitar de contato para realizar
a coleta dos dados. Acredita–se que com a implantação dos projetos pilotos já existentes
esses problemas desapareçam com o tempo. Esses fatores demonstram que a
tecnologia estará presente em um futuro próximo nas grandes empresas para minimizar
a perda por furtos no mercado de varejo.

Palavras-chave: Perdas. Varejo. RFID.

Abstract. Current research demonstrates that the losses for robberies in the retail
market represent considerable a financial percentage for the companies. Great part of
the companies keeps specific area of prevention of losses with diverse measured to
minimize the risks, but this is not the sufficient. On account of this, great companies of
the market are searching technologies to supply this necessity and Radio Frequency
Identification (RFID) appears as a solution. The RFID is a technology wireless destined to
the collection of data that uses the radio frequency as media, with the advantage not to
need contact to carry through the collection of the data. However the RFID presents
some problems that need to be treated so that the use is full. We believe that with the
implantation of the projects existing pilots already these problems disappear with the
time. These factors demonstrate that the technology will be present in a next future in the
great companies to minimize the loss for robberies in the retail market.

Keywords: Losses. Retail. RFID.

1
Alex Leite, Pós-Graduando em Gestão de Tecnologia da Informação na FIAP. Experiência de 10
anos em TI na área de análise e desenvolvimento de sistemas. Atualmente é supervisor de TI da
Lafis Consultoria prestando serviços para Itaú, Bradesco, Banespa, Microsoft, Terra, Abril etc.
Microsoft Certified Application Developer (MCAD). Graduado em Processamento de Dados pela
FAAP. alexmoraes@uol.com.br.
2
Leonardo Vinci Junior, Pós-Graduando em Gestão de Tecnologia da Informação na FIAP.
Coordenador de Equipe de Suporte Técnico e Supervisor de Estágio pelo CIEE, Case Solution em
Implantação de Outsourcing de Impressão, Membro de Implantação de Sistemas de Qualidade,
Graduado em Tecnologia da Informática, trabalha hoje como Consultor de TI na empresa Suez
Ambiental. vincijunior@uol.com.br.
3
Luís Ataide, Pós-Graduando em Gestão de Tecnologia da Informação na FIAP, experiência de 3
anos em análise de sistemas, 3 anos em arquitetura de TI, Graduado em Engenharia Eletrônica,
Arquiteto de TI do Banco Itaú. ataide.luis@gmail.com.
2

É de conhecimento público, através de nosso dia a dia, e de diversas pesquisas


realizadas em cima deste assunto, que atualmente o mercado de varejo sofre com
inúmeras perdas por furtos em seu setor. Diante disto este artigo tem o objetivo de
realizar uma pesquisa sobre este assunto e apresentar uma possível hipótese de
como minimizar as perdas por furtos através da utilização de uma nova tendência
tecnológica que é o RFID. Para isto será realizado um levantamento de literatura em
sites especializados, livros, revistas e congressos buscando informações sobre as
perdas por furtos no setor de varejo, sobre as características e um breve histórico do
RFID e como ele tem sido utilizado nos dias de hoje.

Dado o contexto acima o artigo apresenta o seguinte problema principal: Como


minimizar as perdas por furtos no mercado de varejo utilizando o RFID?

A hipótese levantada para este problema é que através da utilização do RFID no


mercado de varejo seja possível reduzir bastante o risco e o número de perdas por
furtos dadas às dificuldades que esta tecnologia irá apresentar àqueles que praticam
tais atos e ao controle efetivo obtido após sua implementação.

Esta pesquisa se delimita a estudar as perdas por furtos somente no mercado de


varejo. Ainda não existe nenhuma empresa que tenha implantado o RFID e tenha
medido o uso desta tecnologia para o problema proposto, portanto não se pode
afirmar a sua eficácia. Por outro lado o fato de não existir nenhum case real sobre
isto justifica a importância que esta pesquisa tem para este setor.

Este artigo está estruturado de uma forma simples divido em capítulos para expor ao
leitor de forma prática o conteúdo apresentado. O primeiro capítulo irá demonstrar a
importância que as perdas por furtos representam para mercado de varejo, já o
segundo irá descrever um breve histórico do RFID, enquanto o terceiro capítulo irá
abordar as suas características e o seu funcionamento. Já o quarto capítulo irá
demonstrar como as perdas por furtos poderão ser minimizadas através da
utilização do RFID. Por fim na última parte será apresentada a conclusão final da
pesquisa.
3

1. PERDAS POR FURTOS NAS EMPRESAS


Pesquisas atuais feitas pelo Programa de Administração de Varejo (PROVAR),
demonstram que no mercado do varejo no Brasil o prejuízo referente a vários tipos
de furtos é de 44% no total das perdas, ou seja, R$ 1,87 bilhões. A maior perda é
causada pelos furtos interno4 (40%) e os furtos externos5 correspondem a uma
parcela menor (29%), conforme demonstra o gráfico abaixo.

40 % furtos internos
29 %furtos externos
11 %perda identificada
8 %erros adm´s
2 %assaltos

Gráfico 1 – Perfil das Perdas. Fonte: Provar (2004).

O PROVAR é o único órgão que tem feito às pesquisas necessárias para que o
mercado saiba exatamente o índice das perdas e dessa maneira as empresas
possam atuar com investimentos e atitudes mais precisas para minimizá-las.

Segundo a pesquisadora Cecília Leote (apud CUSTOS, 2004) ”o varejista que não
se preocupa em evitar perdas pode se transformar em um administrador de quebras,
furtos e avarias”. Com relação às perdas por furtos de uma forma geral sabe-se que,
45,8% das empresas mantêm área específica de prevenção de perdas; 70,4%
dispõem de circuito interno de TV e 59,3% fazem investigação prévia para
contratação de empregados. Tudo isso mostra como as empresas estão se
preocupando com a prevenção de perdas. Nos Estados Unidos, a maior
porcentagem de perdas também é de furto interno, 49%, e o externo, 32%. Segundo
pesquisa de uma Universidade da Flórida (apud PRADO, 2004), as perdas no
mercado de varejo no mercado mundial chegam à US$ 31 bilhões. Os Estados

4
Furtos internos – são aqueles executados por funcionários e/ou prestadores de serviços.
5
Furtos externos – são aqueles executados por clientes e/ou não funcionários.
4

Unidos investem cerca de US$ 5 milhões em prevenção de perdas, com ênfase em


recursos humanos.

No Brasil, as empresas já não discutem se a tecnologia veio para ficar, e sim quanto
tempo irá demorar para que haja RFID em toda a cadeia de abastecimento. Mas
poucas já usam a tecnologia no dia-a-dia, como a Unilever, que lançou em 2004 o
projeto Smart Tags e com ele espera aumentar a produtividade em 12% nos centros
de distribuição, e um projeto-piloto com aplicação em mais de 1000 paletes,
realizado durante seis meses, que alcançou um índice de 97%, considerado
satisfatório em comparação a testes realizados no exterior, esse projeto foi
conduzido pelo Grupo Pão de Açúcar, Gillette, Procter & Gamble, Chemp e
Accenture.

2. RFID
Para uma melhor compreensão da tecnologia adotada nos projetos descritos e que
surgi como uma possível solução para as perdas com furtos, segue breve histórico e
definição da tecnologia que segundo a Teleco (2006) o RFID, ou Identificação por
Radiofreqüência, é uma tecnologia sem fio (wireless) destinada à coleta de dados.
Tal qual o código de barras, o RFID faz parte do grupo de tecnologias de
Identificação e Captura de Dados Automáticos.

A grande vantagem do RFID é que a leitura das informações é realizada sem a


necessidade de contato direto, devido à utilização de ondas de rádio para a
transmissão dos dados.

A primeira patente de uma etiqueta ativa de RFID foi requerida em 23 de janeiro de


1973 por Mario W. Cardullo, a criação dessa etiqueta foi possível devido à evolução
da tecnologia e circuitos eletrônicos (WIKIPÉDIA, 2006).

2.1. A evolução tecnológica


Como muitas outras tecnologias, a identificação por rádio frequência começou a ser
utilizada durante a segunda guerra mundial. Com a utilização dos radares,
descoberto pelo físico escocês Sir Robert Alexander Watson-Watt em 1935, os
alemães, ingleses, japoneses e americanos, eram capazes de identificar os aviões
5

com antecedência, mas não eram capazes de distinguir os aviões inimigos dos
aliados. Os alemães descobriram que quando os pilotos giravam seus aviões à
caminho da base, o sinal de rádio que retornava ao radar era modificado, assim
sendo possível identificar que eram aviões amigos.

Com essa descoberta os ingleses iniciaram um projeto secreto liderado pelo Sir
Robert Alexander Watson-Watt (1892 – 1973) e desenvolveram o IFF (Identify
Friend or Foe), primeiro identificador ativo de amigo ou inimigo. Assim instalaram
nos aviões transmissores que ao receber o sinal do radar transmitiam um sinal de
resposta que o identificava como avião amigo (WIKIPÉDIA, 2006).

Figural 1: Watson-Watt com o primeiro radar desenvolvido (THE HISTORY, 2006).

2.2. Áreas de aplicação


O potencial de aplicação de sistemas RFID é enorme, tanto no setor da indústria,
como no comércio e nos serviços, onde haja dados a serem coletados. As principais
áreas de aplicação dos sistemas RFID que atualmente podem ser identificadas são:

 Transporte e logística
 Fabricação e processamento
 Segurança
 Marcação de animal
 Acompanhamento postal
 Bagagem de aviões
 Controle de acesso a veículos
6

 Gerenciamento de catracas de estradas


 Coleta de dados de medições de consumo de energia entre outras.

3. CARACTERÍSTICAS E FUNCIONAMENTO DO RFID


Para compreender a capacidade dos sistemas de RFID é necessário considerar
suas partes constituintes. É também necessário compreender as especificações de
fluxo de dados do sistema, que influenciarão na escolha adequada do sistema para
determinadas aplicações.

3.1. Arquitetura
Os sistemas RFID são compostos basicamente pelos seguintes elementos:

 Transceptor (leitor ou programador)

 Antena ou bobina;

 Transponder (RF tag, ou simplesmente tag).

Figura 2: Diagrama geral de um sistema de Identificação por Rádio (TELECO, 2006).

3.2. Sistema
O sistema de RFID é basicamente composto pela etiqueta RF (transponder) e o
leitor (transceptor) que é o responsável pela integração da etiqueta RFID com
sistemas de controle e processamento das informações.

3.3. Etiqueta
A etiqueta é composta por um chip que contém as informações gravadas e a antena
utilizada para receber e transmitir os dados.
7

São classificadas em 2 tipos:

 Ativas: a etiqueta possui uma bateria que mantém o circuito energizado e


transmitindo as informações armazenadas.

 Passivas: a etiqueta não possui energização e é ativada através das ondas


de rádio recebidas do transceptor.

3.4. Funcionamento:
 Etiqueta passiva ou ativa: micro-chip é conectado à antena

 Alcance: varia de alguns centímetros a centenas de metros

 Leitor: filtra e armazena os dados

▫ Ondas de rádio são emitidas pelo leitor

▫ Ondas moduladas são refletidas de volta pelo micro-chip

▫ As ondas são convertidas em dados digitais

 Processamento: os dados capturados são transmitidos para o sistema


computacional que os processas conforme a lógica do negócio.

4. MINIMIZANDO PERDAS E FURTOS COM RFID

Hoje tem-se em sua grande maioria a ocultação de produtos dentro da porcentagem


dos furtos externos, isto ocorre quando o mal feitor em questão coloca dentro
principalmente de caixas de leite e de cervejas outros produtos de valores
consideráveis para que no momento da passagem pelo caixa, este por sua vez
entrega uma única unidade do produto para que o mesmo multiplique pela
quantidade total da caixa, sem saber é lógico que existem mais produtos dentro da
mesma.
8

Figura 3: Truques para ocultar mercadorias. (TRUQUES, 2004).

Depois que pesquisadores da Universidade do Arizona (Estados Unidos)


descobriram as etiquetas de RFID, esta etiqueta que se comunica com o caixa
automaticamente, através de ondas de rádio, como explicado anteriormente. Basta
que o cliente se aproxime do caixa para que todos os bens no carrinho sejam
computados e seja-lhe apresentada a conta, sem a necessidade de sequer tocar nas
mercadorias, marcando assim o fim dos caixas de supermercados com esteiras
rolantes e demais apetrechos. Claro que com isso eliminar-se-ia completamente as
possibilidades de furtos desta forma, além de outras mais. Por isso, algumas
empresas já estão deixando de utilizar o código de barras para implementar novas
tecnologias como a em questão da nossa pesquisa. Tudo indica que daqui a alguns
poucos anos será vivenciado uma revolução nesta área, segundo Ivan Moura
Campos, doutor em ciência da computação pela Universidade da Califórnia, Los
Angeles, diretor executivo da Fundação Para Desenvolvimento da Pesquisa-Fundep
(apud MARIA, 2005), daqui há dez anos, lojas e supermercados estarão utilizando
identificadores RFID que se comunicam via rádio com o PC local e terão obviamente
conexão com a internet. Outro grande problema está quando trata-se da cadeia de
abastecimentos e armazenamento, como por exemplo, os paletes6 com várias caixas
contendo vários produtos, se alguém tira um único produto de uma caixa de um

6
Palete é uma plataforma disposta horizontalmente para carregamento, constituída de vigas ou
blocos com a(s) face(s) sobre os apoios, cuja altura é compatível com a introdução de garfos de
empilhadeira ou de outros sistemas de movimentação. Permite o arranjo e o agrupamento de
materiais, possibilitando a movimentação, estocagem e transporte como uma única carga.
9

destes paletes, isto fica praticamente invisível até que os paletes sejam separados e
desfeitos. O RFID consegue através de pontos de passagem da mercadoria pelo
estoque ou entre armazéns identificar todos os produtos e rapidamente identificar
falta de algum produto de um ponto a outro nesta cadeia.

5. OS PROBLEMAS COM O RFID


Apesar de ser uma tecnologia com vários pontos positivos o RFID ainda tem vários
problemas que dificultam a sua utilização hoje em dia. Isso faz com que as
empresas de uma forma geral não estejam tão adiantadas como deveriam segundo
as estimativas iniciais. Os principais pontos negativos relacionados ao RFID são:

 O alto custo de implementação é um dos principais pontos negativos para


as empresas. Existem dois pontos em relação ao custo:
O primeiro é o preço do chip em si que pode ser encontrado hoje por volta de
R$ 0,20. Apesar de parecer barato de uma forma geral se for empregado para
um produto acima de R$ 5,00 não onera muito, já se for para um sabonete,
por exemplo, de R$ 0,40 ele representa um alto valor. O segundo ponto é
relacionado a toda a tecnologia necessária para um sistema como esse
funcionar. Precisam ser adquiridos alguns equipamentos como os
transmissores e receptores, precisam ser desenvolvidos softwares integrados
a um eventual Enterprise Resource Planning (ERP) já existente na empresa
ou mesmo novos softwares, treinamento e capacitação dos funcionários,
enfim uma série de mudanças que exigem um alto investimento de capital.
 O RFID ainda é pouco utilizado pelo mercado de uma forma geral, isso faz
com que o sistema não entre em funcionamento, já que mesmo com grandes
empresas varejistas (por exemplo, o Wal-Mart) investindo e apostando na
tecnologia de nada adianta se todos os seus fornecedores também não
aderirem.
 As empresas ainda têm muitas incertezas quanto ao retorno do
investimento. Hoje em dia para qualquer projeto por menor que seja (este não
é o caso, diga-se de passagem) precisa provar o quanto ele vale a pena. Está
mais do que em prática pelo mercado aquela sigla famosa: ROI (Return On
Investiment) em que todos os Chief Executive Officers (CEO), Chief
10

Information Officers (CIO) querem saber de verdade se o dinheiro aplicado


trará um retorno bem rentável para a empresa, caso contrário o projeto não
será desenvolvido.
 Existem algumas implicações éticas relativas ao uso do RFID. Pode-se dizer
que a principal delas é a questão da privacidade, pois as etiquetas poderiam
ser colocadas em roupas, relógios, celulares etc. onde a privacidade do
consumidor seria colocada em risco e seriam praticamente participantes de
um Big Brother, onde todas as lojas com seus respectivos leitores saberiam a
que roupa e o que eles querem e devem vender de acordo com o perfil do
cliente.
 Devido aos poucos cases em funcionamento ainda depara-se com uma
grande falta de padronização sobre o RFID. Existe realmente uma falta de
regulamentação em diversas normas e aplicações quanto ao RFID. As
empresas sem preparo que se aventurarem hoje poderão por tudo a perder já
que poderão desenvolver sistemas proprietários com um determinado modelo
que não serão compatíveis com os modelos de seus parceiros perdendo todo
o investimento empregado. Outro problema abordado neste item é a falta de
padronização das freqüências de rádio que sem dúvida nenhuma pode
acarretar diversos problemas para a utilização desta tecnologia.

6. CASES
Apesar de poucas empresas estarem utilizando o RFID hoje em dia, existem
algumas de grande porte com cases pioneiros que estão ditando as regras quanto à
sua utilização. Acredita-se que por serem empresas de grande porte e com um
projeto muito bem estruturado elas irão puxar a fila e fazer com que o mercado aos
poucos sinta a real necessidade de implantar um sistema com RFID.

Além disso, segundo o IDC (apud IBM, 2006), os investimentos estão girando na
casa de 91,5 milhões de dólares para este ano e alcançarão 1,3 bilhões de dólares
em 2008. O ECR (2006) aponta que 89% farão investimentos a partir de 2005 e que
por volta de três anos a utilização seja real.

Dentre os principais cases atuais pode-se citar:


11

 Wal-Mart. Com certeza uma das empresas multinacionais pioneira na


implantação de sistemas RFID. Há alguns anos o Wal-Mart vem investimento
pesado no RFID como uma solução tecnológica que segundo eles trará um
alto retorno financeiro. Para isso ele está implantando novos sistemas
internamente e praticamente obrigando todos os seus fornecedores a
adotarem este sistema. Talvez este último ponto tenha sido o grande
empecilho encontrado pelo Wal-Mart já que o prazo dado, até o final de 2005,
foi inviável para todos os fornecedores.
 Unilever. Uma das pioneiras na América Latina a Unilever com um projeto
batizado de Smart Tags foi iniciado em maio de 2004. Atualmente depois de
ser avaliado com sucesso os primeiros pilotos ela faz a integração deste
sistema com o ERP SAP 7 interligando assim toda a área de logística.
 Grupo Pão de Açúcar, Gillette, Procter & Gamble, CHEP. Este é o
primeiro teste no Brasil que já foi finalizado e agradou as empresas
participantes. Este projeto piloto foi realizado com as empresas citadas acima
e com a renomada consultoria Accenture e trouxe principalmente as
informações necessárias ao entendimento e compreensão dessa tecnologia
em toda a cadeia de suprimento. Segundo Eduardo Santos, gerente sênior da
Accenture (apud GRUPO, 2006):
Aplicamos ao projeto piloto, a mesma metodologia que utilizamos em
experiências com RFID pelo mundo. Além disso, supervisionamos a
montagem e o funcionamento dos portais instalados nos Centros de
Distribuição.

CONCLUSÃO
Sem dúvida nenhuma, o RFID estará presente em alguns anos na maioria das
grandes empresas reduzindo sensivelmente as perdas por furtos no mercado de
varejo, tanto os furtos externos como os internos. Em supermercado, por exemplo,
bastará que o cliente se aproxime do caixa para que todas as mercadorias do
carrinho sejam computados e apresentada a conta, eliminando o furto por ocultação
de produtos.

Tudo isto é uma questão de tempo para a tecnologia superar todos os problemas
que ela enfrenta nos dias de hoje. Esses problemas serão e já estão sendo
7
ERP SAP – Sistema de Gestão Empresarial da empresa alemão SAP (Systems Applications and Products in
Data Processing).
12

superados de maneira gradativa principalmente pela adoção e aposta da tecnologia


por parte das empresas.

Conforme citado anteriormente, os investimentos em pesquisas e implantação do


RFID, para esse ano e os próximos, apontam que o mercado reconhece o potencial
dessa tecnologia como solução para minimizar as perdas com furtos e também em
outros processos, portanto, as empresas que não investirem nessa solução poderão
ficar defasadas em relação aos concorrentes.

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