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TÓPICO 2

Estrutura atômica e ligações químicas

Professor: Felipe A. L. Sánchez


Estrutura atômica - Introdução
ESTRUTURA PROPRIEDADES
CIÊNCIA DOS MATERIAIS

ESTRUTURA ATÔMICA
ESTRUTURA CRISTALINA
MICROESTRUTURA

antes de entender fenômenos que determinam propriedades nos materiais a partir da


MICROESTRUTURA deve-se primeiramente entender a ESTRUTURA ATÔMICA (e ESTRUTURA
CRISTALINA) dos materiais porque estas definem algumas de suas propriedades
O que promove as ligações?
Quais são tipos de ligações existem?
O tipo de ligação interfere em quais propriedades do material?
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Estrutura atômica - Introdução
Ordem de grandeza da estrutura atômica  10-15 a 10-10 m

Propriedades

físicas,
ópticas,
elétricas e
térmicas

A estrutura eletrônica dos átomos determina a natureza das


ligações atômicas e define algumas propriedades dos materiais
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Estrutura atômica – Conceitos elementares
• Por que os elementos não se decompõem formando novos elementos?
• Por que as substâncias se decompõem formando novas substâncias?
• Por que o número de elementos é pequeno comparado ao número de
substâncias?

Surgimento de ....
TEORIAS

Dalton Thompson Rutherford Bohr Shrodinger

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Estrutura atômica – Conceitos elementares
• Teoria atômica de Dalton entre 1803-1808:
- átomo;
- igual em todas as suas propriedades;
- átomos de elementos possuem propriedades físicas e químicas diferentes;
- substância formada pela combinação de dois ou mais átomos;
-cada átomo guarda sua identidade química.

•Teoria atômica de Thomson 1887


-átomo de Dalton não explicava fenômenos elétricos
(raios catódicos = e-);
- modelo do “pudim de passas”:
(uma esfera positiva com e- na superfície);
- Eugene Goldstein supôs o próton
(destruindo a teoria de Thomson).
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Estrutura atômica – Conceitos elementares
• Teoria atômica de Rutherford 1911:
- Para saber o conteúdo de um caixote pode-se atirar nele, se a bala passar ele
está vazio, ou tem um material pouco consistente
- Partículas alfa contra uma fina lâmina de ouro (0,0001 cm - dez mil átomos) ...
a grande maioria das partículas atravessava a lâmina ou parte ricocheteava.

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Estrutura atômica – Conceitos elementares
• Teoria atômica de Rutherford 1911:
- o átomo não é maciço, mais espaços vazios;
- região central - núcleo - cargas positivas; MODELO
PLANETÁRIO
- eletrosfera - elétrons (1836 vezes mais leve);
- a relação entre partículas que passam e a as
que ricocheteiam: tamanho do átomo cerca de
10 mil vezes maior que o tamanho do núcleo.

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Estrutura atômica – Conceitos elementares
• Teoria atômica de Bohr 1911:
- Os elétrons que circundam o núcleo atômico existem em
órbitas que têm níveis de energia quantizados.
- A energia total do elétron (cinética e potencial) não
pode apresentar um valor qualquer e sim, valores
múltiplos de um quantum.
- Quando ocorre o salto de um elétron entre órbitas, a Os orbitais apresentam energia
diferença de energia é emitida (ou suprida) por um quantizada. Ocorre transmissão
simples quantum de luz (fóton), que tem energia de energia do átomo quando
exatamente igual à diferença de energia entre as órbitas um elétron pula de um orbital
em questão. mais afastado do núcleo, para
um mais próximo.
- As órbitas permitidas dependem de valores quantizados
(bem definidos) de momento angular orbital.

NOVIDADE DA TEORIA  quantização da energia dos elétrons


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Estrutura atômica – Conceitos elementares
Mecânica Quântica
A Mecânica Quântica é considerada como a teoria que melhor
descreve o comportamento de partículas subatômicas.

A principal característica da mecânica quântica é a


quantização das energias que um elétron pode ter.

Se um elétron variar a sua


energia, ele deve dar um salto
quântico para outro nível de
energia permitido. O elétron pode
saltar para um nível de energia
mais alto pela absorção de
energia radiante, ou para um nível
de energia mais baixo pela
emissão de energia radiante. Sequência de transição entre os diferentes níveis de energia de um átomo.
(Veja mais em http://cienciadosmateriais.org)
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Estrutura atômica – Conceitos elementares
• Teoria atômica de Shrodinger 1926:
- Dentro de um mesmo orbital existem subníveis de
energia;
- Existam regiões ao redor do núcleo do átomo, nas quais
a probabilidade de se encontrar um elétron é máxima,
regiões estas que recebem o nome de orbital.
- O movimento do elétron ao redor do núcleo atômico
foi descrito por intermédio de equações matemáticas
que relacionam a natureza da partícula, a carga, a
energia, e a massa do elétron.
-o elétron é uma partícula-onda que se movimenta no
espaço, mas estará com maior probabilidade no interior
de uma esfera concêntrica ao núcleo (orbital).
-Devido à sua velocidade, o elétron permanece dentro do
orbital, assemelhando-se a uma nuvem eletrônica.
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Estrutura atômica – Conceitos elementares

CONCEITUAR:
UNIDADE DE MASSA ATÔMICA (u.m.a.):definida como 12 avos da massa do carbono 12.
Há 6,02 x 1023 u.m.a. por grama
1 u.m.a./átomo (ou molécula) = 1g/mol
NÚMERO ATÔMICO (Z): é o nº de prótons no núcleo.
MASSA ATÔMICA: é a soma das massas dos prótons e nêutrons do núcleo de um átomo.
NÚMERO DE AVOGADRO (NA): no de átomos ou moléculas de um g.mol, e corresponde a 6,02 x 1023
mol-1.
ISÓTOPOS: nº atômicos iguais e diferentes massas
ISÓBAROS: nº de massa iguais e diferentes nº atômicos
ISÓTONOS: nº de nêutrons iguais e nº de massa e nº atômicos diferentes
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Estrutura atômica – Conceitos elementares
Exemplos de aplicação dos
conceitos atômicos

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Estrutura atômica – Conceitos elementares
Exemplos de aplicação dos
conceitos atômicos

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Estrutura eletrônica dos átomos
• componente do átomo com carga negativa de 1,6 x 10-19C;
ELÉTRONS • apresentam-se em órbitas;
• podem ser e- de valência, se na última camada;
• podem gerar cátions ou ânions.

OS E- MAIS AFASTADOS DO NÚCLEO DETERMINAM:


• propriedades químicas;
• natureza das ligações interatômicas;
• controlam tamanho do átomo, condutividade elétrica;
• influencia nas características óticas.

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Estrutura eletrônica dos átomos
Números quânticos

Significados de cada número quântico e os valores


que eles podem assumir.

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Estrutura eletrônica dos átomos
NÚMEROS QUÂNTICOS
NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL ( n ):
Representa os níveis principais de energia para o
elétron, pode ser imaginado como uma camada no
espaço onde a probabilidade de encontrar um
elétron com valor particular de n é muito alta.
Características direcionais dos orbitasi s, p e d

NÚMERO QUÂNTICO AZIMUTAL ( l ):


Especifica subníveis de energia dentro de um nível
de energia, também especifica uma subcamada
onde a probabilidade de se encontrar o elétron é
bastante elevada.

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Estrutura eletrônica dos átomos
NÚMEROS QUÂNTICOS

NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO (ml):


Especifica a orientação espacial de um orbital GENERICAMENTE
atômico e tem pouco efeito na energia do
elétron. Depende do valor de l.
ml = 2l + 1

NÚMERO QUÂNTICO DO SPIN DO ELÉTRON (ms):


VALORES PERMITIDOS
Especifica as duas condições permitidas para um
elétron girar em torno de seu próprio eixo. As + 1/2 e -1/2
direções são no sentido horário e anti-horário.

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Estrutura eletrônica dos átomos
NÚMEROS QUÂNTICOS
Exemplo da distribuição eletrônica do átomo de sódio, de número
atômico (Z) = 11, observa-se os elétrons nas camadas quânticas K, L e M.

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Estrutura eletrônica dos átomos
CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA DOS ELEMENTOS
Descreve o modo com o qual os elétrons estão arranjados nos orbitais do
átomo.
A configuração é escrita por meio de uma notação convencional: lista o n°
quântico principal, seguido pela letra do orbital, e o índice sobrescrito
acima da letra do orbital.
Exemplo de configuração eletrônica: Sr (Estrôncio) com Z = 38

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2

DIAGRAMA DE LINUS PAULING


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Estrutura eletrônica dos átomos
DIAGRAMA DE LINUS PAULING
Distribuição eletrônica de átomos neutros
Nível
1s2 Número
de
máximo
energia
de
elétrons
Subnível

Princípio de exclusão de Pauli:

apenas 2 e- podem ter os mesmos


números quânticos orbitais e estes não
são idênticos pois tem spins contrários
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Estrutura eletrônica dos átomos
DIAGRAMA DE LINUS PAULING

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Características dos elementos

Muitos elementos apresentam uma configuração eletrônica não estável.


Electron configuration
1s 1
1s 2 (stable)
2
1s 2s 1
1s 2 2s 2
1s 2 2s 2 2p 1
1s 2 2s 2 2p 2
...
1s 2 2s 2 2p 6 (stable)
1s 2 2s 2 2p 6 3s 1
1s 2 2s 2 2p 6 3s 2
1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 1
...
1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 (stable)
...
1s 2 2s 2 2p 6 3s 2 3p 6 3d 10 4s 2 4 6 (stable)

Por quê? Valência da última camada geralmente não está completa.


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Características dos elementos
VALÊNCIA
• A camada de valência é a camada mais afastada do núcleo.
•Está relacionada com a capacidade de um átomo em se combinar
quimicamente com outros elementos

Exemplo:
Mg: 1s2 2s2 2p6 3s2 Valência 2
Al: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 Valência 3
Ge: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p2 Valência 4

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Características dos elementos
VALÊNCIA

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Características dos elementos
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS

25 Química Aplicada aos Materiais de Construção Civil (2014/1) - Prof. Felipe A.L. Sánchez
Características dos elementos
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS

Colunas: valência similar

Elementos eletropositivos: Elementos eletronegativos:


Doam elétrons para tornar-se + iônico. Adquirem elétrons para tornar-se - iônico.

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Características dos elementos
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
Valores de eletronegatividade dos elementos, segundo a Tabela Periódica dos elementos.

Maior eletronegatividade
Menor eletronegatividade

Intervalo de 0.7 a 4.0 Valores maiores: tendência a adquirir elétrons


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Ligações em materiais sólidos
INTRODUÇÃO

Representação tetraédrica dos diferentes tipos de ligações que


ocorrem entre os materiais de engenharia.
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Ligações químicas em materiais sólidos
INTRODUÇÃO

Importância

• O tipo de ligação interatômica geralmente explica a


propriedade do material.
• Por exemplo, o carbono pode existir na forma de grafite que
é mole, escuro e “gorduroso” e na forma de diamante que é
extremamente duro e brilhante.
• Essa enorme disparidade nas propriedades começa pelo tipo
de ligação química do carbono em cada um dos casos.

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Ligações químicas em materiais sólidos
INTRODUÇÃO
Para um elemento adquirir a configuração estável de 8e- na última camada
ele pode:
(1) receber e- extras
formando íons + ou -
(2) ceder e-
(3) compartilhar e- associação entre átomos

Iônicas
Ligações Primárias Covalentes
Metálicas

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES IÔNICAS
 Os elétrons de valência são
transferidos entre átomos
IÔNICA produzindo íons;
 Forma-se com átomos de
diferentes eletronegatividades
(alta e baixa) ;
 A ligação iônica é dita não
direcional, a atração é mútua;
 A ligação é forte= 150-300
Kcal/mol (por isso o ponto de
fusão dos materiais com esse
tipo de ligação é geralmente
alto).

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES IÔNICAS
 Os íons são empilhados sistematicamente
para maximizar o número de íons com carga
oposta adjacente.
 No NaCl  seis Na+ cercam cada Cl-, e seis Cl-
cercam cada Na+.
 É resultado da atração coulombiana, ou seja,
A magnitude da força obedece a Lei de
Coulomb.

Forças atrativas
 r é a distância interatômica
 z1 e z2 são as valências dos 2 tipos de íons
 e é a carga do elétron (1,602x10-19 C)
 0 é a permissividade do vácuo (8,85x10-12 F/m)

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES IÔNICAS
Em resumo:
•Atração mútua de cargas + e -
•Envolve o tamanho de íons
•Elementos menos eletronegativos: cedem e-  cátions
•Elementos mais eletronegativos: recebem e-  ânions

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES IÔNICAS - PROPRIEDADES
• Os íons em um sólido iônico são ordenados na rede,
formando uma forte atração elétrica entre eles;
• Sais e óxidos metálicos são tipicamente compostos
iônicos;
• A forte ligação é responsável por:
- Elevada dureza (se frágil)
- Elevado pontos de fusão e ebulição
- Cristalinos sólidos a Tambiente
- Podem ser solúveis em água
• Os sólidos cristalinos não conduzem eletricidade, pois
os íons não estão livres para mover-se e transportar
corrente elétrica;
• Compostos iônicos fundidos ou dissolvidos em água
serão condutores de eletricidade, pois como partículas
iônicas estão livres.

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES COVALENTES
 Compartilhamento cooperativo de
elétrons de valência entre dois
COVALENTE átomos adjacentes;
 Forma-se com átomos de alta
eletronegatividade;
 A ligação covalente é direcional;
 A ligação covalente é forte (um
pouco menos que a iônica)= 125-
300 Kcal/mol;
 Esse tipo de ligação é comum em
compostos orgânicos, por exemplo
em materiais poliméricos (na
estrutura das cadeias moleculares),
Tipo de simetria em e em cerâmicos como o diamante e
ligações covalentes
o carbeto de silício
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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES COVALENTES
Em resumo:
•Usufruto de um par de elétrons comum
•Pode ser coordenada ou dativa
•Covalência entre ametais (Ex. F2, O2, Cl2)  baixo PF
•Covalência entre mais átomos (Ex. Diamante)  alto PF
Par de elétrons
não ligados

Metano Amônia
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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES COVALENTES
Compostos covalentes que formam unidades individuais são
denominados de MOLÉCULAS.
Molécula simples: pequeno grupo de átomos ligados por forças covalentes.

Propriedades:
- Podem ser líquidos ou sólidos(não cristalinos) a Tambiente;
- Insolúveis em água, mas solúveis em outros solventes;
- Isolantes ou mau condutores elétricos; Devido à ausência de
- Apresentam baixo ponto de fusão e ebulição; elétrons (ou íons) livres

forças entre átomos são fortes, mas as


forças entre moléculas são fracas e
facilmente quebradas no aquecimento
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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES COVALENTES

Macromolécula: moléculas grandes com um grande número de átomos ligados


covalentemente em uma estrutura contínua.

Propriedades:
- Em cerâmicos covalentes os sólidos apresentam alto ponto de fusão  os
elementos podem formar ligações simples com outros átomos, formando
uma estrutura muito estável.
- Ex: Diamante (C), Carbeto de silício (SiC), Nitreto de Boro (BN)
- Empilhamento de átomos altamenete organizado (cristalizam);
- Não conduzem eletricidade pois não possuem elétrons livres para se mover;
- Em polímeros as macromoléculas são compostas principalmente por H-C
(hidrocarbonetos), porém o que une as macromoléculas são ligações mais
fracas (secundárias) que não permitem a alta cristalização desses materiais
e consequentemente afetam suas propriedades.
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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES COVALENTES
Diamante  macromolécula
O carbono (C) tem distribuição eletrônica no estado fundamental: 1s2 2s2 2p2 e
assim pode formar 2 ligações covalentes ! Porém.... C forma quatro ligações
covalentes de mesma intensidade.
HIBRIDIZAÇÃO

1s 2s Dois orbitais 1s Quatro orbitais


2p equivalentes sp3
semipreenchidos
semipreenchidos
ARRANJO DOS ORBITAIS NO
ESTADO FUNDAMENTAL ARRANJO DOS ORBITAIS sp3
HIBRIDIZADAS
ENERGIA PARA LEVAR O ELÉTRON 2s PARA O ORBITAL 2p É COMPENSADA
PELA DIMINUIÇÃO DE ENERGIA QUE ACOMPANHA O PROCESSO DE LIGAÇÃO
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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES COVALENTES
Diamante  macromolécula
• C  centro de um tetraedro regular formado de outros quatro carbonos ;
• Estrutura contínua em cada cristal;
• Dureza do diamante  trincar um diamante significa quebrar milhões de ligações
covalentes ao mesmo tempo;

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES COVALENTES
Polímeros  macromolécula
• Formadas a partir da união de pequenas moléculas chamadas de monômeros que
se repetem ligadas entre si para formar uma macromolécula
• A “união” dessas macromoléculas se dá por forças de característica tipicamente
física por ação de forças eletrostáticas (forças fracas)  consequência: materiais
pouco densos, com baixo ponto de fusão, isolantes elétricos, e maus condutores de
calor.

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Ligações químicas em materiais sólidos
FRAÇÃO COVALENTE
• Poucos compostos exibem ligação iônica e covalente puras;
• A maioria das ligações iônicas tem um certo grau de ligação covalente e
vice–versa (transferem e compartilham elétrons);
• Depende da eletronegadividade dos átomos constituintes;
• Muitos cerâmicos e semicondutores são formados por metais e não-
metais, e são na verdade uma mistura de ligações iônicas e covalente;
• Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos
aumenta o caráter iônico..

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Ligações químicas em materiais sólidos
FRAÇÃO COVALENTE
onde E é a diferença nas eletronegatividades dos átomos
FC = exp (- 0,25 E2) Ex: SiO2 ESi= 1,8 EO= 3,5
Fração covalente  FC = 0,486= 48,6%

FI = 1 – FC FI: fração iônica

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES METÁLICAS  Forma-se com átomos de baixa
eletronegatividade (em torno de 3
METÁLICA elétrons de valência);
 Os elétrons de valência são divididos
por todos os átomos (não estão ligados
a nenhum átomo em particular) 
livres para conduzir;
 A ligação metálica não é direcional
porque os elétrons livres protegem o
átomo carregado positivamente das
forças repulsivas eletrostáticas
 A ligação metálica é forte (um pouco
menos que a iônica e covalente)= 20-
200 Kcal/mol

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES METÁLICAS
Elétrons externos dos átomos do metal estão
junção eletrônica
livres para mover-se entre os centros positivos.

Força elétrica de atração determinam propriedades


entre elétrons móveis e
imóveis ligação metálica.
Forte ligação resulta em:
materiais densos, fortes com
alto ponto de fusão e ebulição.

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Ligações químicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES METÁLICAS
Propriedades
-bons condutores de eletricidade:
elétrons livres são transportadores de carga e corrente elétrica, quando uma
ddp é aplicada na peça metálica.
-bons condutores de calor:
choques de elétrons livre, transferindo Ec .
-tem uma superfície “prateada” que pode ser facilmente manchada:
corrosão ou oxidação do ar e da água.
íons

mar de
elétrons

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Ligações físicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS
Dipolo Pontes de
permanente hidrogênio
Ligações ou Forças
de van der Waals
Dipolo
flutuante

•Existe em qualquer átomo ou molécula, mas sua presença pode ficar


obscurecida pela presença dos outros tipos de ligaçoes que são mais
fortes (de maior energia)
•Ficam evidentes em gases inertes que são estáveis
•Surgem da interação de dipolos atômicos

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Ligações físicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS
• Dipolos Flutuantes

• Dipolos Permanentes
-caso geral:

-ex: líquido HCl

-ex: polímero

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Ligações físicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS – Forças de van der Waals
 São ligações de natureza física;
 A polarização (formação de dipolos) devido a estrutura da ligação
produz forças atrativas e repulsivas entre átomos e moléculas ;
 A ligação de van der Waals não é direcional;
 A ligação é fraca< 10 Kcal/mol.

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Ligações físicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS – Forças de van der Waals
Dipolos Flutuantes ou Induzidos

Ocorre em moléculas com distribuição de


cargas elétricas simétricas (H2, N2, O2,...),
onde os e- e suas vibrações podem
distorcer esta simetria, ocorrendo um
dipolo elétrico.

Esquema representativo (a) átomo


eletricamente simétrico (b) um dipolo
atômico induzido

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Ligações físicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS – Forças de van der Waals
Dipolos Permanentes – moléculas polares

Moléculas assimétricas (NH3, CH3Cl) jamais


coincidem os centros de suas cargas
positivas e negativas, podendo interagir
eletrostaticamente com as adjacentes.
Moléculas polares

Esquema representativo da
molécula polar de HCl

na ausência de campo elétrico na presença de campo elétrico


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Ligações físicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS – Forças de van der Waals
Dipolos Permanentes – moléculas polares PONTES DE HIDROGÊNIO

É uma das mais fortes ligações  Nome deriva da ligação: H - centro de cargas
secundárias, e um caso especial positivas, atraindo o centro das cargas negativas
das moléculas adjacentes
de moléculas polares
(distribuição desigual da densidade de elétrons)

POLARIZAÇÃO
 Produção de forças de van der Waals entre as
moléculas  alinhamento de pólos negativos
com os positivos (ângulo de ligação 109,5o) ;
 moléculas formam uma estrutura quase
hexagonal ...
 H ligado a F, O e N

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Ligações físicas em materiais sólidos
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS – Forças de van der Waals
Dipolos Permanentes – moléculas polares PONTES DE HIDROGÊNIO

Íons de certas moléculas se dissolvem na água polaridade

Exemplo:o cloreto de sódio (forma


cristalina) e dissolvido em água.

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Ligações em materiais sólidos
LIGAÇÕES - RESUMO

IÔNICA COVALENTE METÁLICA SECUNDÁRIAS


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Comprimento, força e energia de ligação
COMPRIMENTO DA LIGAÇÃO

• A distância entre 2 átomos é


determinada pelo balanço das
forças atrativas e repulsivas;
• As forças atrativas variam com o
quadrado da distância entre os
2 átomos;
• As forças repulsivas variam
inversamente proporcional a
distância interatômica;
• Quando a soma das forças
atrativas e repulsivas é zero, a
distância entre os átomos está
em equilíbrio.
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Comprimento, força e energia de ligação
FORÇA DA LIGAÇÃO
É a soma das forças atrativas e repulsivas entre os átomos

Fatração= - Z1Z2e2 Frepulsão = - nb


40a2 an+1
Fresultante= - Z1Z2e2 - nb
40a2 an+1

No ponto de equilíbrio a soma das duas forças é zeroFresultante = 0


Quando os átomos se aproximam as forças de atração e repulsão
aumentam (mas as forças de repulsão aumentam bem mais)

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Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO
 Algumas vezes é mais conveniente
trabalhar com energia (potencial) do
que forças de ligações.
 1/an
 Matematicamente energia (E) e
força de ligações (F) estão
relacionadas por : E= F.dr
 A menor energia é o ponto de
equilíbrio  1/a
Eatração= Z1Z2e2 Erepulsão = nb
40a an
Eresultante= Z1Z2e2 + nb
40a an
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Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO
• Energia de ligação necessária para romper um mol de ligações
• Energia de atração (ou repulsão) líquida em função da distância de
separação entre dois átomos ou íons.

Comprimento das energias de ligação:


Ligação Kcal/mol Comprimento (nm)
C-C 88 0,154
C=C 162 0,13
CC 213 0,12
C-H 104 0,11
C-O 86 0,14
H-H 104 0,074

58
Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO
Analogia entre uma ligação
interatômica e molas para facilitar a
compreensão do comportamento
das ligações e sua relação com as
propriedades dos materiais.
A principal diferença é que, em uma
ligação interatômica, a constante da
mola é diferente quando estamos
comprimindo (k maior) ou esticando
(k menor)
F  k.X
Lei de Hooke
59
Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO
É a mínima energia necessária para formar ou romper uma ligação.
Estão relacionados com a energia de ligação propriedades como:
- módulo de elasticidade;
- coeficiente de expansão térmica;
- ponto de fusão;
- calor latente
- resistência mecânica

Energia de ligação x distância


interatômica na ligação do H–H
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Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO
Quanto mais profundo o poço de energia maior a temperatura de fusão do
material;
 Devido às forças de repulsão aumentarem muito mais com a aproximação
dos átomos a curva não é simétrica. Por isso, a maioria dos materiais tendem a
se expandir quando aquecidos.

61
Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO

• Quando energia é fornecida a um material, a vibração térmica faz


com que os átomos oscilem próximos ao estado de equilíbrio;
• Devido a assimetria da curva de energia de ligação x distância
interatômica, a distância média entre os átomos aumenta com o
aumento da temperatura;
• Então, quanto mais estreito o mínimo de potencial menor é o
coeficiente de expansão térmica do material.

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Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO

63
Comprimento, força e energia de ligação
ENERGIA DA LIGAÇÃO e PROPRIEDADES

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Ligações em materiais sólidos
LIGAÇÕES - RESUMO Tetraedro de Laing
triângulos de Arkel e Ketelaar
Materiais metálicos
Metais como alumínio ou ligas de bronze
Estrutura de cátions metálicos em um mar de elétrons
Condutor de eletricidade e calor no estado sólido e líquido
Possuem aparência lustrosa e podem ser dúcteis
Podem formar ligas uns com os outros Materiais de rede covalente
Rede de fortes ligações covalentes
Pontos de fusão muito altos >1500°C
Insolúveis e isolantes
Materiais iônicos
Sais iônicos como cloreto de sódio
rede de ânions e cátions eletrostaticamente atraídos
Usualmente solúveis em água
Isolantes quando sólidos
Condutores elétricos quando fundidos
Materiais Moleculares (van der Waals)
Condutores elétricos quando em solução aquosa
Materiais moleculares como CH4 / Pequenas moléculas
Pontos de fusão intermediários ~ 300 – 1000°C
Ligação intramolecular forte-dentro da molécula- ligação covalente
Ligação intermolecular fraca-entre moléculas- (van der Waals)
Baixo ponto de fusão e ebulição: líquidos e gases a 25°C
Isolantes

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Ligações em materiais sólidos
COMPARAÇÃO ENTRE O TIPO DE LIGAÇÃO E PROPRIEDADES ESPERADAS

Iônica Covalente Metálica Intermolecular

Intensidade moderada e
forte muito forte fraca
de ligação variável

baixa a moderada;
Dureza moderada a alta muito duro, frágil mole e plástico
dúctil e maleável

condução por transporte de bom condutor por


Condutivida isolante em sólido e isolantes no estado
íons, somente quando tramnsporte de
de elétrica líquido sólido e líquido
dissociado elétrons
Ponto de
moderado a alto baixo geralmente alto baixo
fusão
solúveis em
solúvel em solventes solubilidade muito
Solubilidade insolúveis solventes
polares baixa
orgânicos
gelo,sólidos
diamante, oxigênio, Cu, Ag, Au, outros
Exemplos muitos minerais orgânicos
moléculas orgânicas metais
(cristais)
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