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Aula 1

Contextualizando a figura

do tutor: a EaD no Brasil

Cristiane Brasileiro
Ana Amélia Brasileiro
Curso de Extensão Tutoria: Teoria e Prática LANTE-UFF 2

META
Apresentar um panorama evolutivo da EaD e seus elementos fundamentais, indicando o papel
estratégico do tutor para a sua efetividade.

OBJETIVOS

Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1. definir o que é a Educação a Distância e indicar suas particularidades;

2. sintetizar a evolução da EaD a partir de mudanças tecnológicas;

3. traçar um breve e atualizado panorama da expansão e da legislação da EaD no Brasil;

3. descrever os papéis do tutor na EaD e sua importância estratégica;

4. discutir criticamente as relações da EaD com as novas tecnologias.


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Introdução: luzes de uma explosão

Se nos dispomos a abordar a figura cada vez mais notável do tutor no nosso imaginário
recente, está claro que precisamos falar do contexto por excelência no qual ele tem
atuado: a Educação a Distância, que chamaremos daqui por diante de EaD.

Isto considerado, vamos prestar atenção a um dado básico e impressionante: há apenas


20 anos, havia menos de 2.000 alunos inscritos em cursos de EaD no Brasil – e em 2019
já eram sejam quase 2 milhões só no Ensino Superior, e perto de 9 milhões no total de
matriculados1. É como se estivéssemos diante da explosão de uma daquelas estrelas
supernovas.

Por esse dado, já podemos começar a ter alguma ideia da revolução que temos vivido
nessa área, e da importância que ela tem tido quando pensamos na expansão do acesso
à educação superior no Brasil. Mas não só: enquanto isso acontece, é a própria definição
do que entendemos por coisas como “educação”, “professor” e “aluno" que está em
jogo. A partir do surgimento do quadro de pandemia que ainda estamos vivendo neste
agosto de 2020, então, estas questões estão obviamente na ordem do dia.

1
https://noticias.r7.com/educacao/ensino-a-distancia-tem-9-milhoes-de-estudantes-e-cresce-
no-brasil-26112019
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E é nesse jogo maior que se insere a figura emergente do tutor. Afinal, entre todos os
profissionais que trabalham com EAD no Brasil, ele tem sido de longe o mais contratado.
Segundo o Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil 2015, produzido
pela ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância (2015, p.8), a maioria dos
profissionais atuantes na EAD são tutores. Foram contados 29.380 tutores no período
pesquisado, enquanto o número de conteudistas, por exemplo, foi de apenas 4.504, e
o número de assistentes em tecnologias da informação foi de 1.458 pessoas.

Considerando, então, esse quadro mais geral, está claro que vale a pena prestarmos
muita atenção no cenário em que esse novo profissional emergiu e se especializou,
assim como nos desafios variados e nem tão óbvios que tem enfrentado.

Para começarmos a nos localizar melhor nessa discussão, pensemos numa definição
inicial e bem conhecida de EaD: trata-se de um processo de ensino-aprendizagem
mediado por tecnologias no qual professores e alunos estão separados espacial e/ou
temporalmente (MORAN: 1994; 2002).

É evidente que, dentro desse conceito cabem múltiplos modelos de EaD. Na verdade,
há uma grande variedade de modelos em educação a distância – dos cursos mais
simples e livres, baseados unicamente em vídeo-aulas expositivas e sem preocupação
com a avaliação do aluno, aos grandes e complexos cursos de graduação oferecidos
por renomadas instituições de ensino superior, públicas ou privadas, credenciadas e
regulamentadas pelo MEC e legislação específica, sujeitas a reavaliações periódicas.

Para nos ajudar a entender essa variedade de modelos, vejamos um pouco como a
educação a distância se transformou ao longo da história, dependendo das tecnologias
empregadas, dos públicos e objetivos sociais, econômicos e políticos do acesso à
educação.

Um pouco de história
Quando tentamos organizar um quadro mais amplo da evolução histórica da EaD, é
quase inevitável nos depararmos com o quadro traçado por Michael Moore e Greg
Kearsley (2010), que identificam cinco “gerações” que teriam marcado a evolução da
EaD nos Estados Unidos (e que servem de referência para o mundo industrializado),
levando em conta as principais tecnologias de comunicação utilizadas para vencer as
distâncias. Na visão deles, essas transformações tecnológicas tiveram um papel chave
nessa história porque se ligaram intimamente às mudanças nas formas de interação
que foram se estabelecendo entre alunos, professores, tutores e recursos didáticos.
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Vamos então, ao quadro evolutivo que foi traçado:

1) A primeira geração da EaD teria sido marcada pelo ensino por correspondência,
no qual os materiais didáticos na forma de textos impressos eram enviados pelos
correios e oferecido por professores particulares, para um número restrito de alunos.
Logo em seguida, esse método educacional passa a ser oferecido por instituições
maiores, como as Universidades, com capacidade de massificar o ensino a distância.

Segundo Nunes (2009), os primeiros registros da utilização do novo método de ensinar


a distância datam de 1728, na cidade de Boston. Apesar desse marco americano, as
primeiras experiências com EAD no século XIX apresentam uma concentração maior na
Europa, com o oferecimento de cursos por correspondência na Suécia, Reino Unido e
Espanha, além dos Estados Unidos. Essa
primeira geração buscava atingir alunos
adultos com menos oportunidades de
acesso à educação formal e possibilidade
de se deslocar para os centros de estudo,
especialmente a população feminina. Pela
primeira vez, esse perfil populacional
(trabalhadores braçais, proletários,
trabalhadores rurais, mineradores, donas
de casa etc.) poderia obter instrução de
um professor a distância, o que
proporcionou um fundamento social
importante para a EAD desde os seus
primórdios. No ensino por
correspondência, a limitação de interatividade é um ponto a ser destacado – tratava-se
de uma educação individualizada, baseado em livros, apostilas, guias de estudos e
autoavaliação.

2) A segunda geração teria sido marcada


pelo surgimento e a popularização do rádio no
início do século XX e pelo desenvolvimento da
televisão e sua massificação. Tais meios de
comunicação de massa passam a ser usados
para divulgar conhecimentos, combinando as
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dimensões oral e visual na transmissão de informações aos alunos a distância. Essa


geração é conhecida como a primeira multimídia, na medida em que combinava o uso
de recursos de áudio e vídeo com material didático impresso. Aqui também temos
pouca ou nenhuma interação entre professores e alunos, exceto quando relacionada a
um curso por correspondência, com atendimento pessoal mas muito esporádico, e
eventuais contatos via ligação telefônica.

3) A terceira geração é conhecida como a geração das universidades abertas,


inaugurada em 1969 com a British Open University na Inglaterra. Os governos de países
industrializados como a Alemanha e Espanha, além da Inglaterra, se viram diante da
necessidade de requalificar, de forma rápida, uma
grande população de trabalhadores que
precisariam se adaptar às novas tecnologias de
produção. Assim, a criação de grandes
universidades públicas a distância, com a
capacidade de atender milhares de estudantes – em
grande parte, adultos trabalhadores –, foi vista
como a solução mais eficiente para dar conta dessa
demanda econômica e social.

Essa nova forma de fazer EaD é resultante de


técnicas mais modernas de instrução e teorização
da educação, levando em conta diversas
experiências com a organização da tecnologia e de
recursos humanos. Nessa geração, as tecnologias
combinavam guias de estudo impressos, orientação por correspondência, transmissão
por rádio e televisão, audiotapes gravados, conferências por telefone, kits para
experiência em casa e recursos de uma biblioteca local, bem como apoio e orientação
para o aluno, discussões em grupos de estudos locais e o uso de laboratórios das
universidades durante as férias.

Não obstante, o modelo de EaD dessas megainstituições costuma ser criticado na


medida em que, apesar de suas inovações, reproduziria um modo fordista de produção
no próprio processo pedagógico, mais parecidas com "fábricas de ensinar". Segundo
Preti (2001, p.32), a partir de Filocre (1999):

Os programas e cursos passaram a ser oferecidos de forma padronizada, mediante


processos industrializados de ensino, disponibilizando os materiais didáticos e todo o
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suporte da instituição para milhares de estudantes ao mesmo tempo, tendo como


características comuns: máxima centralização, máximo controle do processo
pedagógico (meios, materiais e passos), máxima reprodutibilidade, máxima
confiabilidade (método objetivo e padronizado), máxima abrangência e máxima rapidez
na difusão. Ofereciam "pacotes" curriculares, separando os processos de concepção e
execução. Eram instituições que, em sua maioria com uma visão neotecnicista,
mercantilista e empresarial de educação, comungavam os princípios de organização,
planejamento, eficiência e produtividade.

4) A quarta geração é a primeira baseada no uso da internet e é caracterizada


pelo uso de teleconferência por áudio, vídeo e computador. Esse modelo foi pensado
normalmente para o uso de grupos, especialmente para treinamento corporativo
(diferentemente do padrão mais individualizado e solitário dos modelos por
correspondência ou da
universidade aberta, onde a
maior parte dos estudos
ocorria em casa). Aqui
temos a primeira
experiência educacional a
distância com a
possibilidade de interação
em tempo real de alunos
com alunos e instrutores a
distância. Neste caso, a tutoria ocorre por atendimento síncrono (ou seja, a informação
trocada entre alunos e tutores é transmitida e recebida praticamente ao mesmo tempo)
ou por atendimento assíncrono (as informações do emissor e do receptor não são
trocadas exatamente ao mesmo tempo).

5) A quinta geração, por sua vez, é caracterizada pelas aulas virtuais on-line com
base na internet. A educação a distância, de fato, teve enorme impulso com o
surgimento e desenvolvimento da rede mundial de computadores (World Wide Web),
passando mesmo por um processo sem precedentes de massificação – agora é possível
atender às mais diversas e amplas demandas de qualificação de mão-de-obra adulta,
aliada à redução considerável de gastos nas áreas de serviços educacionais. O ideal de
que o conhecimento poderia estar disponível a todos, a qualquer momento, estaria
mais próximo da realidade.
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Nas últimas décadas, assim, vimos serem desenvolvidos avançados sistemas de


educação virtual, baseados em métodos construtivistas de aprendizado em colaboração,
que fazem a convergência entre texto, áudio e vídeo em uma única plataforma de
comunicação, favorecendo as interações síncronas e assíncronas entre colegas, tutores,
professores, recursos didáticos e, ainda, entre coordenadores e equipes técnicas e
administrativas. E é desse modelo, certamente, que o nosso curso mais de aproxima.

Importante notar, neste ponto, que essa EaD atual, baseada em sofisticadas tecnologias
de informação e comunicação, não se
resume a elas, e cada vez mais advoga uma
pedagogia baseada na interatividade, na
construção do conhecimento
compartilhado e em comunidades de
aprendizagem. Nessa linha, o aluno
aprenderia de forma mais autônoma,
reflexiva, crítica, desenvolveria uma postura
investigativa e colaborativa com seus pares
e o professor atuaria mais como um
orientador, instigador, mediador, facilitador
do processo de ensino-aprendizagem.

Essa, de fato, é uma perspectiva sobre a EaD muito difundida – embora talvez seja mais
um ideal a ser buscado do que uma realidade plenamente experimentada. Como nos
alerta Preti (2001), infelizmente ainda é muito comum encontrarmos uma certa
contradição entre o que se tem pregado nos projetos políticos pedagógicos dos cursos
a distância e a forma como os cursos são de fato organizados. Nesses casos, o que se
tem observado é um uso superficial das possibilidades das práticas construtivistas nos
ambientes virtuais de aprendizagem, com predominância persistente da mera
transferência do modelo da sala de aula presencial tradicional para os espaços virtuais.

Para saber mais sobre a história da EAD, sugerimos o artigo Educação a distância:
conceitos e história no Brasil e no mundo, de Lucineia Alves, disponível para
download em nossa plataforma.
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Considerando, então, esse quadro evolutivo mais amplo de experiências e gerações, já


fica claro que os crescentes avanços das novas tecnologias da informação e da
comunicação têm impactado diretamente a educação a distância. Continua em aberto,
no entanto, uma questão intrigante: as novas ferramentas têm de fato nos ajudado a
superar ou a aprofundar o modelo industrial e tecnocrático de educação?

Caminhando lado a lado com essa questão, cresce a nossa consciência de que ainda
que percorrer um bom caminho para que a promessa de qualidade na educação a
distância, com todo seu potencial inovador de oferta e construção de conhecimentos,
possa realmente se cumprir.

A popularização da EaD no Brasil

Podemos dizer que a educação a distância é uma


educação que independe de distâncias.

De fato, a EaD, historicamente, tem promovido o


acesso à educação a jovens e adultos que, pelas
mais diversas razões, não poderiam cursar o
ensino presencial regular. Seja pela
impossibilidade de deslocamento físico, pelas
grades de horário rígidas das aulas presenciais,
seja pela falta de tempo e recursos, milhares de
pessoas, antes alijadas das possibilidades de fazer
um bacharelado, uma licenciatura ou mesmo uma
pós-graduação, hoje têm ao seu alcance uma
variedade considerável de cursos a distância, muitos deles gratuitos. A EaD, portanto, é
interessante não apenas por ser fisicamente mais acessível do que a educação
presencial, mas também por ter características intrínsecas e realmente muito atraentes
para determinados perfis de estudantes. Por exemplo: dada a sua flexibilidade, na EaD,
os alunos podem administrar melhor seu tempo e seu ritmo de estudos, gerenciando
mais autonomamente seu processo de aprendizagem. O aluno pode construir o seu
conhecimento no tempo e local que lhe são adequados, não comprometendo tão
drasticamente suas outras responsabilidades e compromissos de trabalho e vida
pessoal. E você... Já tinha pensado nisso?
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Incontestavelmente, seja como for, já parece que a educação a distância surge como
uma forma poderosa de disseminar o acesso ao ensino superior no território nacional,
sobretudo a partir das últimas décadas, com os avanços tecnológicos nas áreas da
informática, das mídias digitais, do desenvolvimento de plataformas de educação e da
melhoria e expansão do acesso à banda larga no Brasil.

Para termos a dimensão mais detalhada da expansão da EaD no Brasil, entre os anos
de 2003 a 2013, o número de alunos ingressantes no ensino superior (nas modalidades
presencial e a distância) passou de cerca de 1,5 milhões de alunos em 2003, para
aproximadamente 3,11 milhões em 2014, segundo dados INEP2. Nessa curva de
crescimento geral dos ingressantes no ensino superior, para ingressantes na modalidade
a distância, havia um número próximo de zero em 2003. Em 2014, no entanto, os
ingressantes no ensino superior a distância já somaram 727.738 alunos, 23,4% dos
ingressantes totais no ensino superior daquele ano (3.110.848 alunos)3. Ou seja, de 10
alunos que entraram numa graduação em 2014, 2,3 optaram pelo ensino a distância.

O Censo da Educação Superior 2014, realizado pelo INEP/MEC4, registrou 1.365 cursos
superiores na modalidade a distância no país. Desse total, 43,6% são licenciaturas, 35,1%
são tecnológicos e 21,2% são bacharelados. A maioria dos cursos faz parte da rede
privada, responsável por 68,7% do total, predominantemente tecnológicos (48,2%). Na
rede pública (entre instituições federais, estaduais e municipais) a maior demanda é
pela licenciatura.

Em 2014 houve, ainda, um aumento de 78,5% de novas vagas (num total de 8.181.369
vagas no ensino superior), sendo a rede particular a responsável por alavancar o total
de ofertas: de 10 vagas novas, 7 estavam em IES privadas. Do total de novas vagas,
3.042.977 (37,2%) são para a modalidade a distância; desse total, 70.044 estão na rede
pública e 2.972.933 estão na rede privada. Do total de vagas oferecidas em 2014 pela
rede pública, 91,2% estão no ensino presencial e apenas 8,8% correspondem às vagas
para EaD. Na rede privada, a proporção é de 59,2% de vagas presenciais e 40,8% de

2 É importante sublinhar que o país, apesar dos esforços recentes de expansão da educação superior e a efetiva
ampliação das vagas, ainda apresenta baixo índice de acesso à educação superior. Há no Brasil uma demanda enorme,
ainda não contemplada, de estudantes – e profissionais formados – em potencial. Em termos de políticas públicas,
na última década, houve investimento inédito nas instituições públicas de ensino superior por meio do programa de
expansão das universidades e institutos federais (REUNI) pelo Governo Federal, tendo em vista a Meta 12 prevista no
Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 13.005, de 2014, que visaria aumentar a frequência da população a cursos
superiores (33% da população jovem de 18 a 24 anos).
3 Tabela 4.4 – Número de Ingressos Total em Cursos de Graduação, por Modalidade de Ensino e Categoria

Administrativa, segundo o Grau Acadêmico – Brasil – 2003-2014.


4 Resumo Técnico do Censo da Educação Superior 2014.
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vagas a distância – e podemos perceber que essa tem sido, na verdade, uma tendência
fortíssima e crescente.

As IES públicas, não obstante, oferecem a maior parte das vagas de programas especiais
(68,3%), oriundas de políticas de fomento a demandas sociais, tais como o Parfor (Plano
Nacional de Formação de Professores), Pronera (Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária) e Procampo (Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura
em Educação do Campo).

A EaD tem sido incorporada, além disso, a políticas governamentais para a expansão
do ensino superior (o período de maior expansão foi entre 2006 e 2008) através de
programas como o ProUni (Programa
Universidade para Todos), na rede privada, e
a Universidade Aberta do Brasil, na rede
pública.

No Sistema UAB, cada disciplina oferecida por curso tem um


professor-autor que desenvolve o trabalho pedagógico com os
tutores, de acordo com o número de polos e de alunos por
disciplina. O tutor a distância acompanha o processo de
aprendizagem de um grupo de 25 (vinte e cinco) alunos a 35
(trinta e cinco) alunos, de forma a realizar um acompanhamento
mais individualizado do aluno em formação. Na UAB, assim, o
professor (docente de instituição de ensino superior) atua no desenvolvimento de
projetos e pesquisas relacionadas aos cursos e programas. Ele atua como o responsável
pedagógico pela disciplina, como no ensino presencial. O tutor, por sua vez, atua como
o mediador entre o aluno e o professor. Além disso, todo tutor do Sistema UAB deve
ter formação de nível superior e experiência mínima de um ano no magistério do ensino
básico ou superior, ter pós-graduação ou,
O documento Guia do Tutor da UAB:
ainda, estar vinculado a programas de pós-
Orientações Didático-pedagógicas
está disponível na íntegra para graduação – como é o caso, aliás, de
download em nossa plataforma. absolutamente todos os tutores que estão
atuando neste nosso curso!
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Considerando esse quadro mais exigente


Para saber mais sobre a EaD no Brasil
que já foi formado, no entanto, devemos
e o papel da UAB, sugerimos o artigo
Revisão Sistemática da Educação a chamar a atenção para um fato muito
Distância: Um estudo de Caso da EaD importante e recentíssimo: em maio deste
no Brasil, de Fernando Brenner et alli,
ano de 2017, portanto há apenas 4 meses,
disponível para download em nossa
plataforma. a educação a distância no Brasil ganhou
um novo marco legal com a publicação
do Decreto nº 9.057 (revogando o
Decreto 5.622 de 2005) e da Portaria Normativa 11/2017. A expectativa, segundo
analistas, é de que a nova legislação impulsione a expansão da modalidade EAD,
sobretudo no setor privado, com a facilitação de credenciamento de novos cursos e
polos, e o subsequente aumento da oferta de vagas para alunos e profissionais da
educação, assim como da concorrência entre as instituições de ensino. Certamente,
apenas o tempo dirá se a expansão quantitativa de cursos será acompanhada da
qualidade desejada, sobretudo em nível superior. Vejamos o que diz o decreto, no que
diz respeito à definição de EaD, em seu art 1º:

a modalidade educacional na qual a mediação didático-


pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorra com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com pessoal qualificado, com
políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação
compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades
educativas por estudantes e profissionais da educação que
estejam em lugares e tempos diversos.

Repare que a definição que acabamos de citar, de cunho legal, é bastante ampla em relação
à estrutura e ao funcionamento dos cursos a distância – as palavras “professor” e “tutor”
sequer são mencionadas, e se encaixariam apenas vagamente nas categorias “pessoal
qualificado” e “profissionais da educação”.

Por outro lado, antes, como vimos antes, os programas de


Para saber mais sobre o
cursos a distância podem apresentar os mais diversos
novo marco legal da EaD,
contornos e combinações de linguagens, bases educacionais sugerimos o documento
e ferramentas tecnológicas. No entanto, quanto mais A Nova Legislação para a
Modalidade de Ensino a
sofisticados, abrangentes e vinculados à promessa de uma
Distância no Brasil,
certificação e/ou diplomação ao final do curso (como são os disponível na íntegra
casos das graduações e pós-graduações), maior será a para download em nossa
plataforma.
necessidade de um corpo de profissionais em educação
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realmente competentes e atuantes. Assim, se o decreto não define mais nitidamente


quem são esses profissionais que “acompanham e avaliam” e “desenvolvem atividades
educativas” junto aos estudantes, o documento Referenciais de Qualidade para a
Educação Superior a Distância (RQESD)5 desenvolvido pelo Ministério da Educação em
2007 ainda deve ser considerado um importante guia para nortear a EaD no Brasil.

Recordemos, então: os Projetos Políticos Pedagógicos de curso na modalidade a


distância (regulamentados pelo MEC) devem compreender, segundo os RQESD, os
aspectos pedagógicos, os recursos humanos e a infraestrutura, numa perspectiva
sistêmica que dê conta de sua complexidade e extensão. Temos ainda, ali, a descrição
de três classes de profissionais envolvidas no processo educacional: o corpo docente
(vinculado à própria instituição, com formação e experiência na área de ensino e em
educação a distância), o corpo de tutores (que deve ter qualificação adequada ao
projeto do curso) e o corpo técnico-administrativo (integrado ao curso e que presta
suporte adequado, tanto na sede como nos polos).

Como podemos notar, nesse ponto, embora o tutor seja encarado como um professor
na sua prática (como discutiremos mais detidamente na Aula 2), os Referenciais fazem
uma diferenciação clara entre as funções do docente e do tutor. Vejamos mais de
perto quais seriam, afinal, essas diferenças...

Na perspectiva dos RQESD, o docente é visto como quem elabora os fundamentos


teóricos do curso e/ou disciplina, preparando todo o conteúdo curricular, os
procedimentos e atividades pedagógicas, definindo bibliografias, videografias,
iconografias e outras referências complementares; é ele quem identifica os objetivos
em relação a competências, habilidades e atitudes, quem elabora o material didático
específico para os programas a distância; é o docente que realiza a gestão acadêmica
do processo de ensino-aprendizagem. É o docente que, também, assume a função de
coordenação do curso, de cada disciplina e a coordenação do sistema de tutoria.

5 Os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância, embora não tenham a força de lei, são
parâmetros fundamentais para as instituições ao definir princípios, diretrizes e critérios mínimos para a boa
estruturação e funcionamento dos cursos nessa modalidade. Este documento é um norteador que subsidia os atos
legais do poder público em relação aos processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade
citada. As orientações contidas neste documento devem ter, também, função indutora em termos da concepção
teórico-metodológica da educação a distância e da organização de sistemas de EaD, buscando garantir a qualidade
e coibir processos de precarização do ensino superior a distância.
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Já os tutores são os profissionais que participam ativamente da prática pedagógica


junto aos alunos (a distância ou presencialmente, nos polos). Sua atuação, segundo os
Referenciais, contribuiria decisivamente para o desenvolvimento dos processos de
ensino e de aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto
pedagógico. Caberia ao tutor a distância, com pleno conhecimento do conteúdo das
disciplinas das quais participa e
dos recursos informáticos
necessários para a comunicação
com as turmas, mediar “o
processo pedagógico junto a
estudantes geograficamente
distantes”, esclarecer dúvidas, seja
através de fóruns na internet, ou
pelo telefone, por
videoconferência entre outros, “de acordo com o projeto pedagógico”, além de
“promover espaços de construção coletiva de conhecimento, selecionar material de
apoio e sustentação teórica aos conteúdos” e “participar dos processos avaliativos de
ensino-aprendizagem, junto com os docentes” (p.21). E caberia ainda ao tutor
presencial, que atenderia os estudantes nos polos, orientar as atividades dos estudantes
(individualmente ou em grupo), esclarecer dúvidas em relação à matéria e ao uso das
tecnologias necessárias ao curso e participar das atividades presenciais obrigatórias
(avaliações, aulas práticas e estágios supervisionados, quando for o caso).

Sendo assim, e apesar de esse documento salientar o papel do tutor como de


fundamental importância no processo educacional de cursos superiores a distância e
enfatizar a necessidade da tutoria para o “estabelecimento de uma educação a distância
de qualidade”, a descrição da função dos tutores ainda é bastante genérica e aberta a
definições específicas no interior de cada instituição. Podemos entender, então, que os
sistemas de tutoria estão inseridos em sistemas de EaD mais amplos e complexos, cujo
modelo irá variar de instituição para instituição, e por isso o tutor deverá obedecer a
organogramas específicos de trabalho que podem variar bastante entre si.

Não há, portanto, um modelo único de tutoria no contexto da EaD brasileira, e podemos
dizer mesmo que o papel do tutor, bem como sua figura profissional, ainda está em
construção. Não obstante, o que já podemos afirmar é que, para a educação a distância
funcionar minimamente e alcançar seus objetivos de aprendizagem junto aos alunos, a
figura do tutor é imprescindível, afinal são eles a face mais humana – ainda que
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virtualmente – na interlocução do aluno com o


Para saber mais sobre as
curso. Por isso mesmo, é o tutor quem tem o maior
diferentes atribuições exigidas do
poder de motivar, guiar, incentivar e encorajar cada tutor, sugerimos o artigo O
aluno, num nível mais pessoal, a se engajar no curso, PAPEL DO TUTOR NA EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA: O ESTADO DA
a querer evoluir e a atingir, inclusive, a aprovação ARTE, de Vanessa Battestin
final. Nunes, disponível para download
em nossa plataforma.
O papel estratégico do tutor na
EAD
Quando pensamos naquelas
famosas “gerações tecnológicas”
da EaD – do ensino por
correspondência aos cursos
estruturados em sofisticados
ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA) – é
importante frisar que elas não se
sucederam de forma linear, onde
um modelo teria suplantado o
outro, tornando-o de repente
completamente obsoleto e esquecido. Basta pensarmos que até hoje grande parte dos
materiais didáticos produzidos para cursos superiores das universidades públicas
brasileiras chegam aos estudantes em forma de apostilas e livros impressos, assim como
eram enviados, no século XIX, os materiais dos cursos por correspondência – afinal,
ainda aprendemos grandemente através da leitura de bons textos, e a população leitora,
hoje, é inclusive bem maior do que há cem anos.

Está claro, de todo modo, que hoje os estudantes têm acesso a um conjunto de recursos
multimídia impensável para o estudante dos primórdios da EAD (basta ter um
computador ou celular conectado à internet), e os meios visuais e orais (vídeos,
podcasts, imagens etc.) contribuem enormemente para o aprendizado. Para bem além
dessa constatação mais óbvia, no entanto, o que toda essa grande revolução
tecnológica na educação a distância tem nos mostrado é justamente que uma das
formas mais eficientes de promover a aprendizagem é através de modelos que
promovam a interatividade e o encorajamento contínuo do aluno para participar
ativamente do processo de ensino-aprendizagem.
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Em relação a esse ponto, devemos mesmo frisar: a mediação tecnológica não substitui
a mediação humana. E a eficiência de tecnologia, como produto humano que é, e ainda
mais no campo da educação, certamente passa por sua humanização. Mas afinal...
Como isso se relaciona ao trabalho do tutor?

Podemos dizer que, nos modelos de EaD mais praticados no país, há duas figuras
fundamentais para que o aluno alcance os seus objetivos de aprendizagem: o professor
e o tutor, cada um com funções próprias, mas interdependentes. E ambos estão
inseridos numa equipe de trabalho que, via de regra, é bem mais ampla e abarca
profissionais com diversas funções.

Vejamos como isso funciona: segundo Daniel Mill (2007), no Brasil predominam dois
tipos de modelos organizacionais para a EaD. O primeiro é mais simples e funciona
quase que totalmente pela Internet, sem apoio presencial ao aluno e sem oferecer
materiais complementares em outras mídias (material impresso, por exemplo). Já o
segundo é mais complexo, estruturado a partir de uma central que oferece os cursos
(a sede da instituição de ensino) e vários polos

Para saber mais sobre os diferentes para o apoio presencial do alunado, e a sua
modelos de Educação a Distância, estrutura organizacional pode ser bastante
sugerimos o artigo MODELOS
intrincada e hierarquizada. Em geral, esse
UTILIZADOS PELA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA: UMA SÍNTESE modelo é composto por um grupo que
CENTRADA NAS INSTITUIÇÕES DE coordena a unidade de EAD, um coordenador
ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS, de
para cada curso, um coordenador para cada
Fernando J. Spanhol, João Vianney V.
dos Santos e outros, disponível para disciplina, uma coordenação de tutoria, o grupo
download em nossa plataforma. de tutores (virtuais e presenciais), e ainda a
equipe de técnicos, apoio administrativo e
monitores.

No que concerne aos aspectos didático-pedagógicos, é importante que a gente tenha


isto em mente: bem antes de o curso começar, há uma fase de planejamento e de
desenvolvimento do curso, em que a equipe de criação (formada por professores-
conteudistas, designer instrucionais e gráficos, com o apoio de revisores,
diagramadores, técnicos em audiovisual etc.), desenvolve o programa do curso, define
os objetivos e os conteúdos, elabora os materiais didáticos e as atividades de cada
disciplina, escolhe a bibliografia e as mídias e, ainda, organiza esses recursos por meio
de tecnologia (em ambientes virtuais de aprendizagem). É só a partir desse ponto que
os alunos matriculados são distribuídos em grupos – e aí, enfim, cada grupo é colocado
Curso de Extensão Tutoria: Teoria e Prática LANTE-UFF 17

sob a responsabilidade de um tutor. Nesse sistema, os tutores virtuais ficam sob a


coordenação (e avaliação) de um professor que, em geral, preparou o material didático
e/ou tem autoridade acadêmica sobre o conteúdo (coordenador de disciplina).

Nessa estrutura, repare bem: o tutor é o primeiro interlocutor do aluno no curso; é ele
o responsável pelo seu acompanhamento permanente ao longo da disciplina e por
proporcionar a aprendizagem individualizada com base nos materiais elaborados pelo
professor. São os tutores que corrigem, avaliam e comentam as atividades realizadas
por cada aluno. Os alunos, assim, em geral não se relacionam diretamente com o
professor da disciplina e, nesses casos, é o tutor o responsável por mediar a relação
entre professores e alunos. Os tutores são, portanto, a imagem mais próxima, para o
aluno de EaD, do professor da educação presencial tradicional, com quem estamos
acostumados e encontrar em sala de aula.

Mas não é somente a distância física e


Para saber mais sobre as concepções temporal entre os professores, tutores e
gerais de tutoria, sugerimos o artigo O
alunos e o uso das tecnologias de
SISTEMA DE TUTORIA NA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA, de Gleyva Maria Simões de informação que definem e EaD – todo o
Oliveira, disponível para download em processo pedagógico também se transforma
nossa plataforma.
se a comparamos com a educação
tradicional presencial, sobretudo quando o
modelo a distância se alinha ao paradigma construtivista.

Na EaD, de fato, a “aula” não se definiria como a fala de um professor que apresenta
um conteúdo para a turma, que, por sua vez, ouve e anota passivamente a matéria a
ser entendida e memorizada. Na maioria das vezes, o que temos é o docente
responsável pela disciplina e/ou curso que fica nos bastidores – como coordenador de
disciplina, por exemplo – e tem parte significativa de seu trabalho realizado antes do
curso começar (naquela fase de planejamento, elaboração e organização dos
conteúdos, material didático, das atividades etc). Na EaD, então – ou ao menos em
grande parte dos seus modelos - a figura que chamamos de “professor” atua um
bocado mais como um autor e coordenador do que como um palestrante mais diário,
próximo e facilmente acessível.

Nesse novo contexto, portanto, a “aula” se dá, justamente, é na interação entre os


alunos, mediada pelos tutores (profissional praticamente desconhecido nas aulas
presenciais) - que, entre outras funções, buscam instigar a leitura dos materiais
disponíveis em torno do conteúdo do curso (artigos, material instrucional, capítulos de
Curso de Extensão Tutoria: Teoria e Prática LANTE-UFF 18

livros, vídeos etc.), enfatizando pontos importantes e ativando discussões que gerem,
entre os colegas, a construção coletiva e colaborativa do conhecimento relacionado aos
objetivos do curso e/ou disciplina.

Apesar de todas essas mudanças de paradigmas tão


Para saber mais sobre as principais
interessantes, no entanto, é bom que se diga que a
diferenças entre as atividades do tutor
EaD pode reproduzir toda sorte de pedagogias e aquelas atribuídas ao professor
tradicionais, mesmo com toda a máxima sofisticação convencional, sugerimos o artigo O
PAPEL DA TUTORIA EM AMBIENTES DE
tecnológica, enquanto que as aulas presenciais ainda
EAD, de Liliana Dias Machado e Eliane
podem, por sua vez, ser altamente inovadoras em de Castro Machado, disponível para
termos pedagógicos. Nesse sentido, não devemos download em nossa plataforma.

pensar a educação presencial e a distância como dois


polos contrários, em que o primeiro seria uma tenebrosa e já caduca representação do
tal “ensino tradicional”, tecnicista, positivista e transmissivo, enquanto que o segundo,
muito diferentemente, encarnaria o farol reluzente e indubitável da inovação
epistemológica em educação, das práticas construtivistas, democráticas, modernas e
livres, onde a tecnologia garantiria o acesso irrestrito e fácil ao conhecimento.

Na vida real, e olhando bem de perto, as coisas realmente são bem mais complexas do que
essa dicotomia fácil faria supor, e é justamente aí - na minha modesta opinião - que tem
residido boa parte da graça aventureira (e também dos desafios por vezes obscuros) de nos
lançarmos com vigor nesse terreno.

Conclusão: para além da tecnologia


Curso de Extensão Tutoria: Teoria e Prática LANTE-UFF 19

Como já está mais do que sabido, é certo que os avanços tecnológicos têm ampliado
significativamente as possibilidades do contexto educativo. Entretanto, nem sempre se
nota o seguinte: o uso de tecnologias de informação e comunicação (TIC) não é o que
determina a EaD, nem o acesso à informação garante automaticamente a aquisição do
conhecimento.

Nesse sentido, o que frisamos é que as tecnologias de informação e comunicação


funcionam apenas como mecanismos de mediação do processo de ensino-
aprendizagem e como suportes para o que de fato produz o processo educativo: a
interação comunicativa entre alunos, tutores/professores em torno do objeto de
conhecimento (os conceitos a serem construídos). Em síntese, é a forma como os alunos
são apresentados aos conteúdos, como são estimulados à análise, à problematização e
à reflexão pelo material pedagógico produzido pelo professor-autor e, sobretudo, pela
ação do tutor, o que mais poderosamente conta para a realização do processo de
aprendizagem.

Assim, a EaD está longe de significar “curso sem professor”, pois o que temos nessa
modalidade, muito mais exatamente, é a ampliação da função docente, que se distribui
(ao contrário de se extinguir) entre os diversos agentes desse processo: temos o
professor-autor que produz as propostas e os materiais didáticos dos cursos; temos o
material didático em si; temos os tutores que acompanham diariamente os alunos e se
tornam parceiros centrais para o aprendizado
acontecer; temos os colegas que se ajudam e
Para saber mais sobre a atuação
do tutor na EaD, sugerimos o aprendem colaborativamente; temos os especialistas
artigo A ATUAÇÃO DOS em tecnologias da aprendizagem que criam ambientes
TUTORES NOS CURSOS DE
inovadores e amigáveis.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, de
Rejane L.l Schlosser, disponível
para download em nossa Não obstante, entre todos esses profissionais e
plataforma. recursos articulados para garantir a aprendizagem,
podemos dizer que a relação educativa mais
fundamental que se estabelece na EaD é mesmo a
construída entre o aluno e o tutor. Afinal, é ele o profissional que mais diretamente
está envolvido com os alunos no curso e, portanto, também o que tem vivido mais
intensamente a pulsação concreta da EaD - tanto no que ela tem de mais problemático
quanto no que ela tem de mais original e promissor.
Curso de Extensão Tutoria: Teoria e Prática LANTE-UFF 20

Sobre a próxima aula:


Na Aula 2, vamos apresentar mais detidamente as competências, habilidades e
funções desejadas para o trabalho de tutoria, bem como os desafios reais da
profissão em termos de suas exigências e condições de trabalho. Para isso, usaremos
inclusive os dados coletados por uma tese de doutorado muito recente, e ainda um
vídeo com uma entrevista reveladora com um dos mais renomados nomes da EaD
no Brasil. Continue com a gente, então, e não perca a continuação desta nossa
primeira conversa!

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Educação. GUIA DO TUTOR UAB: Orientações Didático-


pedagógicas. Brasília, 2008.

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a distância. Secretaria de Educação a Distância: Brasília, 2007c. Disponível em:
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2015.

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Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-
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MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: uma visão integrada. São
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NUNES, Ivônio Barros. A História da EAD no mundo. In: LITTO, Frederic Michael,
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PRETI, Oreste. A formação do professor na modalidade a distância: (des)construindo


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