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1)SILVICULTURA

1.1) Introdução
Entende-se por silvicultura, o ato de criar e desenvolver povoamentos
florestais, satisfazendo as necessidades de mercado.
A silvicultura brasileira pode ser considerada uma das mais ricas em todo o
planeta, tendo em vista a biodiversidade encontrada, as variações dos fatores
edafoclimáticos e a boa adaptação de materiais genéticos introduzidos.
Entretanto, todas estas vantagens podem também se manifestar como
verdadeiras armadilhas, quando o conjunto destes fatores não é devidamente
analisado na tomada de decisão.
Num país de extensões territoriais como as do Brasil, onde a variação climática
é muito grande, uma das tarefas mais difíceis é exatamente a escolha do
gênero e da espécie a serem cultivados.
Tomando como exemplo o gênero Eucalyptus, tem-se observado uma grande
variação de espécies: ao sul predomina espécies de maior tolerância ao frio,
como E. dunnii e nitens; já na região leste e centro oeste, a predominância
ocorre com o E. grandis, saligna e urophylla, ou híbridos destas espécies.
O sucesso de um empreendimento florestal depende estritamente de um bom
planejamento de projeto, levando-se em consideração os fatores acima
mencionados.
Fases do projeto:
• Elaboração de mapas
• Elaboração do projeto

1.2) Elaboração de mapas

A elaboração de mapas do projeto silvicultural é o primeiro passo a ser


seguido, devendo conter a área total do projeto, área útil de plantio, locações
de reservas legais, aceiros e estradas, entre outros.

A locação de estradas e carreadores é de fundamental importância, uma vez


que estes influenciarão nos custos de implantação, colheita, índice de
aproveitamento de área e custos de conservação de solos, que transcorrem
por todo o período do projeto.
Esta etapa exige dos técnicos um acompanhamento minucioso em campo,
para adequações em termos de obstáculos naturais, declividade do terreno e
outras variáveis que podem influenciar nos custos da implantação florestal.

1.3) Elaboração do projeto

A elaboração de um projeto florestal merece a participação de técnicos de


formações multidisciplinares, para contemplar todos os aspectos cujas
influências definirão o sucesso do empreendimento.

Um projeto bem elaborado deve contemplar o início e o término do


estabelecimento do plantio, as definições das operações a serem executadas,
materiais genéticos e, por fim, um cronograma de atividades e orçamento bem
definido.

1.3.1) Definição do Material Genético

Este é o fator de maior importância em todo o projeto florestal, tendo como


base à complexidade dos fatores ambientais, descritos anteriormente e que
devem ser contemplados. Uma falha nesta fase pode comprometer todo o
sucesso do empreendimento e o futuro abastecimento de matéria-prima, que,
por sua vez, poderá comprometer a performance e talvez a sobrevivência da
própria indústria.

A escolha do material genético está intimamente ligada à finalidade do produto


final a que se destina a madeira. Além disso, deve-se preocupar com a
implantação de espécies/procedências ou clones produtivos e adaptados à
região a que se destina, assegurando-se, assim, de possíveis perdas
econômicas futuras, pelo uso de um material genético inapropriado. Uma
escolha errada pode até mesmo inviabilizar o empreendimento. Alguns
aspectos a serem considerados são resultados experimentais, plantios
comerciais, dados de literatura, indicação de pesquisadores experientes e
disponibilidade de sementes ou clones. Sempre que possível, as sementes ou
clones devem ser provenientes de locais com características climáticas,
edáficas e geográficas semelhantes à área em que se pretende plantar.
Sementes melhoradas, mesmo com custo superior, devem ser preferidas, pois
proporcionam plantios mais homogêneos e produtivos. Clones com
características de produção e qualidade da madeira são preferidos, em relação
às sementes.

1.3.2) Produção de Mudas

Nas últimas décadas, a produção de mudas tem passado por profundas e


significativas evoluções. Há pouco tempo, a formação de mudas era
essencialmente realizada através de sementes e em recipientes de sacos
plásticos ou outros de qualidade ainda inferiores a este. Mais precisamente na
década de oitenta, foram introduzidas alternativas consideradas até então
revolucionárias no sistema de produção de mudas, principalmente as de
eucalipto.

As principais inovações foram ocasionadas através de uma série de


automações nos viveiros florestais brasileiros, entre elas, a produção de mudas
em série através de viveiros modulados e compartimentalizados, em que cada
fase do crescimento ficou bem definida.
A automação dos viveiros possibilitou também a utilização de outros
recipientes, como os tubetes, resultando numa expressiva redução de custos,
rendimentos operacionais, além da grande melhoria na qualidade das mudas,
principalmente sob o aspecto de formação do sistema radicular e aspectos
fitossanitários, por possibilitar suas disposições a níveis mais elevados em
relação ao solo. Também na década de oitenta, sementes com alto grau de
melhoramento genético, tiveram suas contribuições no aumento da qualidade
dos povoamentos florestais. Ainda neste período, o processo da propagação
vegetativa, micropropagação e cultura de tecidos foram os destaques entre os
fatores que mais contribuíram para o incremento da produtividade.
A definição de um ou outro sistema de produção de mudas e a escolha do
material genético mais ou menos evoluído afetará substancialmente os custos
do projeto.

1.3.3) Preparo da Área

O início das operações de implantação de um projeto florestal apresenta


inúmeras variáveis, dependendo da espécie a ser cultivada e principalmente
das condições do relevo, solo e clima.

A abertura de carreadores e estradas normalmente é o início do processo,


vindo em seguida o desmatamento (ou limpeza da vegetação), o qual pode ser
representado pela vegetação nativa ou restos da cultura vegetal da própria
espécie em cultivo.
A execução desta atividade requer máquinas pesadas, roçadas mecânicas,
manuais ou químicas, dependendo do grau de infestação da vegetação ou do
grau de mecanização que se pretende adotar.

1.3.4) Controle de Formigas

As formigas cortadeiras são as principais pragas no estabelecimento de um


povoamento florestal, com potencialidade de danos significativos inclusive
durante os anos de crescimento da floresta.
Após a limpeza de vegetação, enleiramento, roçadas ou trituração de resíduos
florestais, recomenda-se à espera de aproximadamente 30 dias para que o
combate às formigas seja iniciado, tempo suficiente para que os formigueiros
se restabeleçam e retornem às suas atividades normais.
Normalmente nas áreas propensas às infestações de formigas, ocorrem
diversas espécies e até gêneros diferentes, o que exige diferentes métodos,
processos e produtos para seu eficiente controle.
As formigas consideradas potencialmente mais críticas em termos de danos à
silvicultura brasileira, e que ocorrem em quase todos os estados, são as do
gênero.
Atta, comumente conhecidas como saúvas, e as Acromyrmex. Vários métodos
e produtos para o controle são normalmente utilizados, muito embora os
controles manuais com inseticidas granulados, atualmente à base de
sulfluramidas, são os mais empregados e recomendados, devido ao menor
dano ao meio ambiente e pela maior disponibilidade no mercado, o que os
tornam mais competitivos em termos de custos e porque sua distribuição no
campo torna-se bastante prática e com alto rendimento operacional, fazendo
com que seu custo seja viabilizado.
Outros produtos como os termonebulizáveis, são também empregados em
larga escala e com bastante sucesso em algumas regiões, principalmente onde
a infestação com espécies de saúva é muito elevada. Os custos, rendimento e
eficiência do controle, são largamente variável em função do grau de
infestação, sistema operacional e produto utilizado; por isso é fundamental um
bom planejamento técnico florestal.

1.3.5) Preparo do Solo

Nesta operação incidem o preparo do solo propriamente dito e as operações de


sua conservação. O preparo tem por objetivo potencializar as condições
ambientais para o máximo aproveitamento de todos os recursos disponíveis ao
crescimento das mudas.
O preparo do solo com ênfase à conservação é feito com intuito da
preservação contra erosões, perda de nutrientes e retenção da água e matéria
orgânica, fundamentais e indispensáveis para a perpetuação da produtividade
florestal. Nesse caso, tanto o preparo quanto o plantio deverão ser efetuados
preferencialmente em curvas de nível.
Uma ampla variedade de máquinas e equipamentos é utilizada na efetivação
desta operação, normalmente máquinas mais pesadas são as preferidas em
solos mais argilosos e agregados, e máquinas mais leves ou de menor
potência para solos arenosos e com baixa estruturação.
Os custos desta operação são dependentes diretos do tipo de máquina a ser
usada e do grau de preparo necessário. Preparos manuais também podem ser
executados em situações nas quais a viabilização de máquinas fica
comprometida.

1.3.6) Adubação

A primeira adubação, também chamada de adubação de plantio, normalmente


é realizada concomitantemente ao preparo do solo ou sulcamento. No
passado, as adubações em eucalipto com os elementos N, P e K e
formulações próximas de 10:20:10 eram quase que unanimidades nas
empresas florestais, mesmo sabendo que muitas delas eram localizadas em
condições completamente distintas. Contudo, com o passar dos anos e a
introdução de materiais clonais com comportamento e necessidades
nutricionais diferenciados, houve a necessidade de definição de novas
formulações, combinações e dosagens, considerando as interrelações entre
ambiente e material genético.
Para a contemplação destas inter-relações, tem-se utilizado um conceito
bastante moderno, denominado de unidades de manejo químico (U.M.Q.).
Atualmente, na maioria das empresas florestais, as unidades de U.M.Q.
contemplam não somente as adubações à base dos nutrientes N, P, K, Ca e
Mg, como também leva em consideração as necessidades de diferentes
micronutrientes, como B, Zn, Cu e Mn, principalmente.
Outras adubações também empregadas são as denominadas de adubações
orgânicas, através do uso de resíduos industriais, como cinza de caldeiras de
biomassa, resíduos de clarificadores, lodo de estações de tratamento de
efluente e, em casos peculiares, resíduos do tratamento de lixo urbano.

1.3.7) Tratos Culturais

Durante a fase de formação do povoamento florestal são feitas tantas capinas


e roçadas quantas necessárias, sendo que a intensidade desses tratos
culturais varia em função da espécie daninha, sua agressividade e nível de
infestação, bem como da essência florestal implantada, cujo desempenho
inicial depende do espaçamento, da fertilização e das técnicas de implantação.
Uma adequada escolha da espécie, uma adubação acertada, a utilização de
um adequado sistema de preparo de solo, a escolha certa de um espaçamento,
bem como o plantio de mudas com elevado grau de qualidade, fazem com que
haja melhor desenvolvimento da floresta em formação e, conseqüentemente,
reduzem o número de tratos culturais necessários.
Normalmente, fazem-se 2 a 3 capinas no primeiro ano, 1 capina e 1 roçada no
segundo ano e 1 roçada no terceiro ano, quando então a floresta entra na fase
de custeio. As capinas podem ser manuais, mecanizadas ou químicas.
Em áreas acidentadas deve-se procurar capinar a linha de plantio e roçar a
entrelinha, para ajudar na conservação do solo. Nestes locais pode-se ainda
fazer uso de herbicidas.
O trato cultural mecanizado pode ser feito utilizando-se grades leves ou
roçadeiras. O uso de herbicidas na manutenção florestal, tem-se tornado uma
rotina.
Com eles, evita-se o uso excessivo de máquinas e o revolvimento do solo,
diminuindo, com isso, a erosão e compactação do mesmo. Podem ser usados
herbicidas pré e pós-emergentes. Normalmente, usam-se herbicidas pré-
emergentes aplicados na linha de plantio, logo após o mesmo, quando a área
está limpa. A dosagem depende do tipo de planta indesejável que se quer
controlar e do produto.
Para o uso de herbicidas pós-emergentes há necessidade de tomar
precauções para diminuir ou evitar as derivas. Têm-se utilizado protetores de
derivas em equipamentos costais e em barras para aplicação tratorizada. O
aplicador de produtos químicos deve seguir as recomendações do fabricante,
em termos de utilização de EPIs.
Tipos de Tratos Culturais:
• Coroamento: deve-se fazer logo após o plantio: ao redor da muda, faz-se a
limpeza.
• Capina: raspa-se a parte superficial do solo (plantas rasteiras são eliminadas).
• Roçadas: corta-se a vegetação mais alta.
• Gradeação: faz-se entre as linhas de plantio; é uma limpeza superficial.
•Herbicidas: o controle das ervas daninhas é normalmente executado com
utilização de herbicidas, podendo ser de pré ou pós-emergência.
Os de pósemergência mais usados são à base de gliphosate e os de pré são
os conhecidos como oxifluorfen. Também outros meios são amplamente
adotados nesta operação, como as roçadas, gradagens e limpezas manuais.

1.3.8) Tratos Silviculturais

Visam uma melhoria das condições de crescimento de indivíduos isolados ou


alterações das condições ambientais em povoamentos para melhorar a
estabilidade biológica.
São funções dos Tratos Silviculturais:
•Proteção: evitar o ataque de insetos e danos físicos e proteção a temperaturas
extremas.
•Seleção: eliminar fenótipos desfavoráveis; selecionam-se as melhores árvores
em crescimento e desenvolvimento.
•Educação:controla o ambiente com intervenções rigorosas e criteriosas:
retirada de galhos, controle de densidade.
•Acessórias: melhoria visual do povoamento, melhoria do sítio.
Tipos de Tratos Silviculturais:
•Poda (desrama): é a retirada de galhos de uma árvore item por objetivo a
produção da madeira de melhor qualidade, a melhoria no acesso à floresta e a
redução de risco de incêndios.
• Desbaste: são cortes parciais feitos em povoamentos imaturos, com objetivo
de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a produção
de madeira utilizável.
Proteção florestal:
Dois aspectos na proteção são vitais no desenvolvimento de um projeto
florestal:
• o controle de pragas
• o controle de incêndios florestais

2) O MELHORAMENTO GENÉTICO FLORESTAL


2.1) Conceito
O melhoramento genético é uma ciência utilizada em plantas e animais para a
obtenção de indivíduos ou populações com características desejáveis, a partir
do conhecimento do controle genético destas características e de sua
variabilidade.
O melhoramento genético foi iniciado no Brasil em 1903, com a introdução do
gênero Eucalyptus por Navarro de Andrade para a produção de dormentes
para estradas de ferro.
Em sua forma mais comum, o melhoramento florestal se dá através da seleção
de indivíduos superiores, identificados em plantações comerciais, os quais
podem ser vegetativamente multiplicados, ou restabelecidos em um
delineamento adequado para a comprovação de sua superioridade genética,
para a produção de sementes ou para a propagação comercial.
Esta comprovação de que os indivíduos selecionados (que formarão os futuros
plantios comerciais ou produzirão sementes para este fim) são geneticamente
superiores pode ser realizada através da implantação de testes de progênies
ou de testes clonais.
2.2) Métodos
Na área florestal, existem três importantes formas de multiplicação vegetativa
dos indivíduos selecionados:
• Estaquia (método de propagação vegetativa por enraizamento de estacas): A
estaquia é uma das principais técnicas de propagação vegetativa de clones
selecionados que visam atender aos objetivos da silvicultura clonal, dada a sua
aplicabilidade operacional e levando-se em conta o custo de produção
competitivo em relação às demais técnicas de propagação assexuada. É o
processo de propagação que consiste em destacar de uma planta-matriz um
órgão, ramo, uma folha ou raiz e colocá-los em meio adequado para
enraizamento e desenvolvimento da parte aérea.
• Enxertia (união de partes de indivíduos através de seus tecidos, de modo que
a união seja seguida de crescimento vegetativo): enxertia é a arte de unir
partes de uma planta em outra que lhe sirva de suporte e de estabelecimento
de comunicação com o sistema radicular, de tal forma que as duas partes de
plantas diferentes passam a constituir uma só, embora genotipicamente cada
uma delas mantenha a sua individualidade.
• Micropropagação (cultura de tecidos): A propagação de espécies florestais,
principalmente de eucalipto, por meio da cultura de tecidos ainda apresenta
problemas, alguns de solução imediata e ou que exigirão um trabalho de
pesquisa de médio ou longo prazo. A cultura de tecidos consiste, na realidade,
no cultivo de órgãos, tecidos ou células vegetais em meio nutritivo apropriado,
em ambiente asséptico. Baseia-se no fato, amplamente aceito, de que qualquer
célula do organismo vegetal é totipotente, isto é, encerra em seu núcleo toda
informação genética necessária à regeneração de uma planta completa;
estando, portanto, apta a dar origem, por si só, a uma nova planta, quando
submetida a condições apropriadas. As plantas lenhosas, em geral,
apresentam certas dificuldades para regeneração “in vitro”, em virtude de
causas ainda obscuras. Todavia, as conquistas neste sentido, nos últimos
anos, permitem antever com otimismo a plena utilização da técnica. A escolha
do método depende da finalidade da multiplicação e da fisiologia da espécie
com a qual se está trabalhando.
2.2.1) Interação Genótipo x Ambiente
Um fator relevante quando se fala em melhoramento florestal é a interação
“genótipo x ambiente”. Um mesmo genótipo (por exemplo, estacas de uma
mesma matriz) pode apresentar comportamento inverso em dois ou mais
ambiente. Este fenômeno é conhecido como interação genótipo x ambiente e é
indesejável em um programa de melhoramento envolvendo mais de um local. A
conseqüência negativa deste fenômeno é justamente o erro que pode estar
embutido na indicação de um determinado material para ambientes diferentes.

3) VIVEIROS E PRODUÇÃO DE MUDAS


3.1) Viveiros florestais
3.1.1) Localização e caracterização
Entende-se por viveiro florestal um determinado local onde são concentradas
todas as atividades de produção de mudas florestais. Para a escolha do local
onde será instalado o viveiro, deve-se levar em consideração os seguintes
aspectos:
- Facilidade de acesso
É necessário que o acesso possibilite o fácil trânsito de caminhões, sendo que
todas as estradas deverão ser transitáveis mesmo em época de chuva. Os
custos de transporte, principalmente de mudas produzidas em recipientes, são
minimizados quando os viveiros situam-se a uma pequena distância da área de
plantio. Longos trechos de estrada podem trazer danos à qualidade fisiológica
das mudas e ocasionar perda de umidade do substrato.
- Suprimento de água
Durante todo o período, após a semeadura, há necessidade de abundância de
água para irrigação. Poderão ser utilizadas águas de rios, lagos e de origem
subterrânea, devendo ser evitada a introdução de algas ou sementes de ervas.
A água deve ter menos de 200 partes por milhão (ppm) de silte e cálcio e
menos de 10 ppm de sódio e 0,5 ppm de boro.
Qualidade: A água utilizada nos viveiros deve ser preferencialmente potável,
tratada pelos métodos tradicionais (filtrada e tratada com produtos à base de
cloro ou, preferencialmente, com ozônio) ou captada em poços artesianos ou
semi-artesianos.
A água de poços artesianos apresenta propriedades químicas relativamente
estáveis, enquanto a água oriunda de mananciais a céu aberto (rios, represas,
lagoas etc) pode sofrer alterações ao longo do ano e até mesmo durante o dia,
principalmente no pH. Além disso, o risco de contaminação microbiológica e
por resíduos químicos e orgânicos é maior na água de mananciais a céu
aberto. Vale lembrar que miniestacas são mais sensíveis a estresses biológicos
e abióticos, especialmente nos primeiros 15 dias após o estaqueamento. Por
isso, cuidados de higiene, incluindo a qualidade da água, são essenciais para o
sucesso do enraizamento. Mesmo usando poços artesianos, é necessário
efetuar rotineiramente a análise química da água para averiguar possíveis
limitações, principalmente em relação ao pH e às altas concentrações de
determinados elementos, como fé, Al, Na, e Ca, entre outros, os quais podem
interferir negativamente no enraizamento.
Como as exigências da planta, especialmente por micronutrientes, apresentam
limites relativamente estreitos no preparo de soluções nutritivas, deve-se
descontar a concentração de sais presentes na água, para evitar o
desequilíbrio nutricional.
É importante instalar filtros apropriados na entrada do sistema de irrigação e,
independente da origem da água, sempre fazer o seu armazenamento em
reservatórios cobertos, para evitar a contaminação com sementes de plantas
daninhas e algas, que aparentemente não causam problemas no
enraizamento, mas contribuem para o entupimento dos bicos aspersores de
irrigação e dos orifícios das mangueiras de gotejamento.
- Área livre de Ervas Daninhas
Deverá existir contínua vigilância e erradicação das ervas daninhas efetuada
imediatamente após o seu aparecimento, quer sejam perenes ou anuais.
- Facilidade de obtenção da Mão de Obra
É indispensável que alguns funcionários morem nas imediações ou na própria
área. A vigilância quanto ao aparecimento de doenças precisa ser permanente.
Existem doenças cuja virulência pode ser tão intensa que provocam enormes
danos em pouco tempo, principalmente em mudas recém-formadas.
- Declividade da área
A declividade deve ser de 2%, no máximo, para não correr danos por erosão. É
importante salientar que os canteiros devem ser instalados em nível,
perpendiculares à movimentação da água. Áreas planas contribuem para o
acúmulo de água da chuva, principalmente quando o percentual de argila for
maior que o indicado.
- Área do Viveiro
O viveiro possui dois tipos de áreas:
- Áreas produtivas: é a soma das áreas de canteiros e sementeiras, em que
se desenvolvem as atividades de produção.
- Áreas não produtivas: constitui-se dos caminhos, estradas e áreas
construídas.
A extensão do viveiro será determinada em função de alguns fatores:
1.Quantidade de mudas para o plantio e replantio
2.Densidade de mudas/m2 (em função da espécie)
3.Espécie e seu período de rotação
4.Dimensões dos canteiros
5.Dimensões dos passeios (ou caminhos)
6.Dimensão das estradas (ou ruas)
7.Dimensão das instalações
8.Adoção, ou não, de área para adubação verde (no caso de viveiros em raiz
nua)
A distribuição dos canteiros, caminhos, construções e principalmente o acesso
devem visar a melhor circulação e utilização da estrutura do viveiro.
- Luz
Deve-se levar em consideração a necessidade de luz solar, evitando na
locação do viveiro uma área inconveniente. O viveiro deve ser instalado em
local totalmente ensolarado. Se houver necessidade de sombra, pode-se lançar
mão de abrigos, como o sombrite. Em alguns casos, o sombreamento é
necessário em certos períodos. As espécies umbrófilas exigem proteção contra
a luz solar. Os raios solares concorrem para a rustificação dos tecidos,
tornando as mudas mais robustas e resistentes.
Em relação à exposição solar, deve-se colocar o comprimento dos canteiros
voltado para a face norte, acompanhando-os ao longo de sua extensão.
Contudo, tal medida para locação dos canteiros deve ser tomada, apenas se
for possível, pois existem outros critérios prioritários.
3.1.2) Tipos de viveiros
Considerando a duração, os viveiros podem ser classificados em:
- Viveiros Provisórios: temporários ou volantes, são aqueles que visam uma
produção restrita; localizam-se próximos às áreas de plantio e possuem
instalações de baixo custo.
- Viveiros Permanentes: centrais ou fixos são aqueles que geralmente
ocupam uma maior superfícies, fornecem mudas para uma ampla região,
possuem instalações definitivas com excelente localização. Requerem
planejamento mais acurado; as instalações são também permanentes e de
maiores dimensões.
Com referência à proteção do sistema radicial, os viveiros são classificados
em:
- Viveiros com mudas em raiz nua: as mudas em raiz nua são as que não
possuem proteção do sistema radicial no momento de plantio. A semeadura é
feita diretamente nos canteiros e as mudas são retiradas para o plantio, tendo-
se apenas o cuidado de se evitar insolação direta ou, até mesmo, vento no
sistema radicial. O solo onde se desenvolvem as raízes permanece no viveiro.
Após a retirada, são ordenadas em grupos, com material úmido envolvendo as
raízes, antes da expedição para o plantio. Este tipo de viveiro é muito difundido
no sul do Brasil para Pinus spp.
- Viveiro com mudas em recipientes: apresentam o sistema radicial envolto
por uma proteção que é um substrato que o recipiente contém. Evidentemente,
o substrato vai para o campo e é colocado nas covas, com as mudas,
protegendo as raízes.

3.1.3) Topografia
O terreno deverá apresentar-se aplainado, recomendando-se um leve declive,
favorecendo o escoamento da água, mas sem que provoque danos por erosão.
Para áreas com elevada declividade, a alternativa mais plausível é a confecção
de patamares para a locação de canteiros. Os patamares devem ser levemente
inclinados e devem ter dispostas ao longo de sua extremidade manilhas em
forma de “U”, a fim de impedir o escoamento de água de chuvas fortes pelo
talude, provocando erosão. Além disto, é aconselhável seu revestimento com
gramíneas rasteiras.
A camada superficial removida deve ser reservada para aproveitamento na
produção de mudas. Este substrato é mais fértil, mas pode apresentar o
inconveniente de conter sementes de ervas. Neste caso, a fumigação deste
material pode ser recomendável ou uso o de herbicida em aplicação pré-
emergente.

3.1.4) Drenagem
Através da drenagem, provoca-se a infiltração da umidade gravitacional e a
retirada de água por meio de valetas que funcionam como drenos. Sua
localização mais usual é ao longo das estradas que circundam os blocos de
canteiros. Os tipos de canalizações passíveis de uso são:
- Vala Cega: composta de uma vala com pedras irregulares (a água corre
pelos espaços entre as pedras sendo possível o trânsito por cima da vala);
- Vala Revestida: composta de uma vala com revestimento de cimento, tijolos
ou outros materiais;
- Vala Comum: vala aberta ao longo do terreno (podendo ser vegetada ou
não). As dimensões das valetas variam conforme a necessidade de drenagem
aérea. Normalmente, a largura do fundo que é plano tem cerca de 40 a 60 cm e
a abertura de 70 a 80 cm. As paredes são inclinadas, na valeta aberta, para
evitar seu desmoronamento. A altura das valetas também é variável, oscilando
em torno de 90 cm.
Se a área for plana, a altura deve variar, com a profundidade maior para o lado
externo, conduzindo a água para fora do viveiro. Sendo a área levemente
inclinada, a profundidade da valeta pode ser uniforme.

3.1.5) Quebra-vento
Para a proteção do viveiro de propagação de plantas, em locais de vento
fortes, há necessidade de se plantarem árvores para formar uma cortina
(quebraventos), com o objetivo de minimizar a velocidade deles, podendo ser
usadas várias espécies: Eucalyptus, Pinus, Grevillea, Casuarina, Cupressus
etc. Deve-se escolher espécies adaptadas às condições do local e que não
sejam utilizadas para a produção de mudas no viveiro, tomando o cuidado para
que a árvore usada como quebra-vento não provoque sombra na área útil,
plantando-a, no mínimo, a uma distância equivalente à altura das árvores
maiores. Escolha sempre espécies que alcancem grandes alturas, para maior
eficiência. Ao plantar, escolha mudas de grande vigor e com o mesmo padrão
de crescimento; dessa forma, a chance de obter uma barreira homogênea, em
termos de altura, passa a ser maior. Para a formação mais rápida do quebra-
vento, algumas operações podem ser vantajosas, como: abertura de covas
maiores, adubação de arranque bem balanceada, adubações de cobertura
freqüentes e irrigação. O quebra-vento deve ser plantado no sentido
perpendicular à direção do vento dominante.

3.1.6) Administração e controle


Para um melhor desempenho do viveiro, devem-se adotar alguns
procedimentos administrativos, sendo os mais importantes:
1. Planejamento da produção visando cobrir todas as fases do processo, em
que devem ser considerados o número de mudas a serem produzidas, as
espécies e as épocas mais adequadas para a produção.
2. Estoque de insumos e demais materiais necessários para a produção, tais
como embalagens, ferramentas e outros.
3. Disponibilidade de sementes necessárias ou locais definidos para coleta ou
compra.
4. Supervisão dos trabalhos distribuindo atribuições e obrigações ao pessoal.
5. Acompanhamentos periódicos através de relatórios em que figurem
informações sobre as espécies produzidas, atividades produtivas com seus
rendimentos e custos atualizados da produção.
Para facilitar a administração e o manejo dos viveiros, são necessárias as
seguintes instalações:
1.casa do viveirista
2.escritório
3.depósito para equipamento e ferramentas
4.depósito para produtos químicos
5.abrigo aberto nas laterais (para atividades que não podem ser executadas
sob chuva).
3.2) Produção de mudas
3.2.1) Produção de mudas sexuadamente
A produção de mudas de espécies florestais tem sido feita tanto pelo método
sexuado quanto pelo assexuado. O primeiro se refere à produção de mudas
por meio de sementes e o segundo, por meio de propagação vegetativa.
Atualmente, algumas empresas estão investindo em cultura de tecidos
(micropropagação), já com alguns resultados considerados bons.
No início das atividades do reflorestamento incentivado, um dos principais
problemas foi o suprimento de sementes de boa qualidade, em razão da
inexistência, na época, de pomares de produção de sementes no Brasil. Como
resultado, as mudas eram obtidas de sementes de qualidade aquém das
desejáveis, uma vez que a importação de material de boa qualidade e em
grande quantidade era difícil. Além disso, desconhecia-se o comportamento de
espécies nas diferentes regiões ecológicas. O plantio de mudas a partir de
sementes de má qualidade genética e de espécies e procedências não
indicadas resultou na formação de povoamentos de baixa produtividade,
levando os empresários florestais a buscar alternativas mais viáveis,
incrementando a propagação vegetativa. Hoje, conhecendo-se o
comportamento das espécies e das procedências, principalmente de
Eucalyptus e de Pinus, nas várias regiões ecológicas, e com a existência de
pomares produtores de sementes de boa qualidade, é viável a produção de
mudas por meio de sementes para a formação de povoamentos de alta
produtividade. No entanto, o método assexuado vem, a cada dia, ganhando
seu espaço, devido aos excelentes resultados obtidos.
Canteiros e sementeiras
São vários os tipos de canteiros utilizados para a produção de mudas florestais:
- Canteiro para raiz nua: dentre os tipos de canteiro utilizados para a
produção de mudas em raiz nua, os mais utilizados são os diretamente no solo
e os canteiros com anteparos laterais. A proteção lateral pode ser feita com
vários materiais, dependendo da disponibilidade de recursos e da facilidade de
obtenção, podendo vir a ser utilizados: madeira, bambu, tijolos, concreto, etc.
- Canteiros para embalagens: devem apresentar uma largura que permita o
manuseio das mudas centrais (±1 metro de largura), o comprimento pode variar
sendo os mais adotados os de 10 a 20 metros. A instalação deve posicionar-se
longitudinalmente no sentido leste-oeste para permitir uma insolação uniforme.
O terreno deve ter um rebaixamento para o acomodamento das embalagens.
Outra possibilidade é a utilização do solo como bordadura, ou ainda a
montagem de molduras com materiais diversos, como tijolo, madeira, arame,
taquara e concreto.
- Sementeiras: é o local onde as sementes são postas para germinarem e
posteriormente serem transplantadas para as embalagens (repicagem). Pode
apresentar-se em duas formas: fixas ou móveis. As fixas são sementeiras
instaladas em locais definitivos, geralmente visando produção de um número
grande de mudas.
As móveis são sementeiras montadas em recipientes com drenagem e volume
compatível com as necessidades; podem ser feitas de madeira, plástico ou
metal; e tem a facilidade de serem transportáveis. Devido a esta característica,
a sementeira não pode ser muito grande, o que limita o número de mudas a
serem produzidas. A instalação de canteiros e sementeiras é acompanhada da
necessidade da instalação de um abrigo para a proteção das mudas recém
repicadas ou plântulas. Deve-se deixar um intervalo entre os canteiros ou
sementeiras que permita o desenvolvimento das atividades de produção.
Recipientes
A produção de mudas de espécies florestais em recipientes é o sistema mais
utilizado, principalmente por permitir melhor qualidade, devido a um controle
mais seguro da nutrição e proteção das raízes contra danos mecânicos e a
desidratação, além de propiciar um manejo mais adequado tanto no viveiro
quanto no transporte e no plantio.
1.Funções vitais dos recipientes:
a) Biológica: propiciar suporte de nutrição das mudas, proteger as raízes de
danos mecânicos e da desidratação, moldá-las em forma favorável para o
desenvolvimento das mudas, assim como maximizar a taxa de sobrevivência e
o crescimento inicial após o plantio.
b) Operacional: facilitar o manuseio no viveiro e no plantio.
2.Classificação dos recipientes:
a) Tubete de plástico rígido: Este recipiente é levemente cônico, de seção
circular ou quadrada, existindo várias dimensões no mercado. Os de seção
circular são providos de frisos longitudinais internos, em número de quatro ou
seis, direcionando as raízes laterais para baixo, ao fundo do recipiente, onde
existe um orifício para o escoamento do excesso de água e saída de raízes,
promovendo sua poda naturalmente pelo contato com o ar.
Nos tubetes de seção quadrada, as arestas internas do encontro das paredes
também direcionam as raízes laterais para baixo. A sua configuração evita o
crescimento das raízes em forma de espiral.
Os tubetes são acondicionados em suporte de isopor ou de plástico, providos
de orifícios onde se inserem os recipientes. Atualmente os de isopor não são
mais utilizados, principalmente por serem facilmente degradados e de difícil
armazenamento. Tais suportes, conhecidos mais usualmente por nome de
bandejas, são dispostos a uma altura de aproximadamente 80 cm do solo.
Outras possibilidades são o uso de placas de plástico rígido com orifícios, que
são colocados sobre fios estendidos ou de telas de arame presas em armações
de metalon, formando uma bandeja maior, também a uma altura aproximada
de 80 cm.
A mudança gradativa do uso dos sacos plásticos para os tubetes de plástico
rígidos vem ocorrendo a alguns anos, trazendo, como uma das vantagens, a
mecanização das operações de produção de mudas.
Na produção de mudas foram testados vários modelos de tubetes, sendo o
mais utilizado o de seção circular, com quatro ou seis estrias internas, com
capacidade volumétrica de 50 cm3. A introdução deste sistema revolucionou ou
tradicionais viveiros, trazendo grandes avanços no processo de produção;
outros tamanhos de tubetes são adequados de acordo com as diferentes
espécies florestais.
As principais melhorias trazidas pelo tubete foram a redução de mão-de-obra,
dada a possibilidade de mecanização; a facilidade operacional do processo; e a
possibilidade de melhores condições de trabalho.
Os tubetes têm ainda as seguintes vantagens: uso em qualquer condição
climática, inclusive em casa de vegetação; redução da utilização de tratores
com carreta e de caminhões na área do viveiro; economia no transporte das
mudas para o campo; e maior rendimento na distribuição e no plantio.
Para se beneficiarem deste novo sistema, as empresas florestais investiram no
desenvolvimento de novos produtos, como: mesas de tela galvanizadas para
suporte dos tubetes; bandejas de plástico rígido; e máquinas para enchimento
dos recipientes, permitindo maior mecanização das operações de produção,
assim como na investigação de substratos orgânicos provenientes de resíduos
florestais e agroindustriais. Além disso, houve inovações nos sistemas de
transporte de mudas para o campo e no plantio.
A alteração mais expressiva ocorrida foi a forma organizacional do processo
produtivo, passando de processo estático, em que as bandejas ou telas com as
mudas permaneciam no mesmo local, em todas as fases de produção, para o
processo dinâmico, em que as mudas são deslocadas do lugar por causa de
seu crescimento e de suas exigências fisiológicas, obtendo melhor uso de
irrigação, da fertilização, do controle fitossanitário e da rustificação das mudas.
A sobrevivência das mudas produzidas em recipientes de tamanhos reduzidos
e abertos no fundo, como é o caso dos tubetes plásticos, depende da aplicação
de doses elevadas de nutrientes, de forma a compensar suas perdas por
lixiviação. Existem perdas de água e nutrientes da irrigação entre os tubetes,
pois as mudas são colocadas nas telas ou nas bandejas, intercalando-se linhas
com e sem recipientes ou, em uma mesma linha, alternando os tubetes,
perdendo em média 80% da água de irrigação, durante e logo após a sua
aplicação; as regras devem ser freqüentes, principalmente em regiões mais
quentes.
Em viveiros que usam tubetes, o custo de implantação é considerado elevado,
em comparação aos de saco plástico. Tubetes, telas ou bandejas
correspondem a 30% do custo de investimento da instalação de viveiros e a
estrutura de canteiros equivale a 25%. Este investimento justifica a
necessidade de manuseio e armazenamento adequados dos materiais
plásticos, pois as suas reposições aumentam o custo de produção de mudas.
É necessária uma área para armazenamento dos tubetes, das telas ou das
bandejas, quando estes materiais não estão sendo utilizados para a produção
de mudas. As bandejas plásticas têm sido mais empregadas que as de isopor,
pela durabilidade e pelo menor espaço para armazenamento.
Na produção de mudas de Eucalyptus grandis, a estruturação do sistema
radicular nos tubetes, utilizando como substrato o composto orgânico, foi
melhor em comparação com a das mudas produzidas em sacos plásticos, onde
se usou a terra de subsolo.
As vantagens dos tubetes justificam a sua grande utilização nas empresas
florestais, que necessitam produzir grandes quantidades de mudas em menor
tempo, com relativo baixo custo e no padrão de qualidade exigido.
A mecanização do processo de produção de mudas é uma exigência
econômica e o futuro da produção de mudas de espécies florestais faz com
que a utilização do tubete de plástico rígido ou a substituição por outro produto
equivalente seja biodegradável.
b) Sacos plásticos: este recipiente já foi o mais utilizado no Brasil para
produção de mudas de Eucalyptus spp. e outras espécies florestais. Constitui-
se em uma sacola de polietileno de dimensões variadas. Seu uso começou a
ser difundido desde o momento em que a demanda de madeira teve aumento
considerável, provocando o uso de grandes áreas para os reflorestamentos e
conseqüente aumento na procura por mudas de espécies florestais. Teve sua
ascensão com a lei dos incentivos fiscais, em que a demanda por mudas foi
bastante intensificada.
Deve ser provido de furos na sua porção inferior, para o arejamento e o
escoamento do excesso de umidade, e preferencialmente sanfonados.
A principal vantagem do saco plástico é o baixo preço, não requerendo mãode-
obra especializada. Nos dias de hoje ainda é usado em viveiros menores, por
causa do preço e da disponibilidade, tendo como principais desvantagens o
enovelamento do sistema radicular, o que notadamente provoca um alto índice
de morte após o plantio; a terra tem que estar seca para seu enchimento, o que
limita os períodos de operação ou torna caro, caso queira realizá-lo a qualquer
tempo; o seu enchimento é manual, que, mesmo com maiores cuidados, traz
problema de ergonomia; a operação de plantio é onerada pela necessidade de
retirada da embalagem, devido a sua dificílima decomposição; a não retirada
do recipiente no momento do plantio promove o enovelamento no campo,
gerando povoamentos com pequena taxa de sobrevivência e baixa
produtividade, com crescimentos
heterogêneos entre árvores; a utilização de grandes áreas no viveiro; e o alto
custo de transporte do viveiro para o campo.
Com a utilização dos sacos plásticos, deve-se ficar atento para que não seja
ultrapassado o período normal
3. Vantagens do uso dos recipientes:
a) proteção das raízes
b) a época do plantio pode ser ampliada
c) melhor desenvolvimento inicial das mudas
d) melhor controle sobre a quantidade de sementes
4.Desvantagens do uso de recipientes
a) maior peso para o transporte
b) são mais difíceis de serem manuseados
c) exigem trabalho mais intensivo
d) custos mais elevados de produção
5.Características físicas do recipiente
a) Forma: deve evitar o crescimento das raízes em forma espiral, estrangulada,
como também a dobra da raiz
b) Material: não deve desintegrar-se durante a fase de produção de mudas
c) Dimensões: a altura e o diâmetro do recipiente deve variar conforme as
características da espécie e respectivo tempo no viveiro.
6.Tipos de recipientes mais usados no Brasil
No passado, o torrão paulista (mistura de solo argiloso, solo arenoso e esterco
curtido) foi muito utilizado para espécies de Eucalyptus spp.
Sabe-se que o tipo de recipiente influencia o desenvolvimento das mudas de
essências florestais. Assim vários trabalhos têm sido feitos com o intuito de se
estabelecer qual o melhor tipo.
Vários são os tipos de recipientes existentes no mercado, mas os sacos
plásticos têm sido os mais usados, em face de sua maior disponibilidade e do
menor preço. Além disso, manuseá-los nos viveiros é bastante simples e
propicia elevado rendimento, no caso de produção de mudas em grande
escala. Os rendimentos da produção de mudas, usando diferentes tipos de
recipientes, têm sido bastante estudado. De acordo com esses estudos, o saco
plástico tem superado os demais recipientes, apresentando, porém,
desvantagens, como o enovelamento do sistema radicular, a utilização de
grandes áreas no viveiro, o alto custo no transporte das mudas para o campo
(por causa do volume e do peso) e o baixo rendimento na operação de plantio
(em razão da necessidade de retirar a embalagem).
No que diz respeito à dimensão dos sacos plásticos para a produção de mudas
de eucaliptos, os resultados mostram que são melhores aqueles com 5,0 cm de
diâmetro por 12,0 cm de altura, quando cheios.
Várias pesquisas têm sido feitas, visando minimizar as desvantagens das
principais embalagens existentes no mercado, principalmente as do saco
plástico, mas os resultados não têm sido satisfatórios. Assim, a atual tendência
é a substituição dos sacos plásticos por tubetes de plástico rígido. Esses
recipientes são bastante simples e o seu uso está sendo implementado em
muitas empresas florestais. Os tubetes apresentam algumas vantagens em
comparação com os sacos plásticos, a saber: menor diâmetro (ocupando
menor área no viveiro), menor peso, maior possibilidade de mecanização das
operações de produção de mudas; redução considerável no custo de
transporte e distribuição de mudas no campo, no plantio etc.
Semeadura Direta nos Recipientes
Uma das principais inovações introduzidas na produção de mudas em grande
escala foi a utilização da semeadura direta nos recipientes. Esse procedimento
tem sido o mais utilizado na maioria das empresas florestais. As vantagens
desse método são: eliminação da necessidade de confecção dos canteiros
para semeadura e posterior repicagem; dispensa dos aparatos para
sombreamento das mudas recém-repicadas; redução do prazo para produção
das mudas; produção de mudas mais vigorosas; diminuição das perdas de
mudas por doenças; produção de mudas com o sistema radicular de melhor
conformação; e, finalmente, produção de mudas a um menor custo.
Nesse processo, as embalagens devem estar encanteiradas ou colocadas em
bandejas ou telas, no caso dos tubetes. A semeadura é efetuada diretamente
nelas por meio de "seringas", quando se tratar de sementes pequenas, ou
manualmente, no caso de sementes maiores. Para o uso de tubetes, existe um
sistema automatizado de semeadura. Dependendo do tamanho da semente,
logo após a semeadura pode-se peneirar uma fina camada do substrato
utilizado, sobre as sementes, colocando, a seguir, uma cobertura morta. Essa
cobertura tem, dentre outras, a finalidade de proteger as sementes contra a
incidência direta dos raios solares e dos pingos d'água e conservar a umidade
da camada superficial, resultando em maior percentual de germinação das
sementes. O tipo de cobertura morta a ser colocada dependerá principalmente
de sua disponibilidade na região onde as mudas estão sendo produzidas.
Entretanto, as mais utilizadas têm sido casca de arroz, serragem e capim
picado, que não deve estar em fase de decomposição e, preferencialmente,
estar desinfestado.
Substrato e preenchimento dos recipientes
A principal função do substrato é sustentar a planta e fornecer-lhe nutriente. É
composto de uma parte sólida (partículas minerais e orgânicas), contendo
poros que são ocupados por água e ar. O desenvolvimento e a eficiência do
sistema radicular são muito influenciados pela aeração do solo, que depende
da quantidade e do tamanho das partículas que definem a sua textura.
Na escolha de um meio de crescimento devem-se considerar as suas
características físicas e químicas, o comportamento da espécie a ser
propagada e os aspectos econômicos do processo.
O substrato ideal para a produção de mudas de espécies florestais é aquele
que apresenta uniformidade em sua composição, baixa densidade, porosidade,
boa capacidade de campo e troca catiônica, boa capacidade de retenção de
água, aeração e drenagem e isenção de pragas, organismos patogênicos e
ervas daninhas. “Capacidade de Campo: (1) quantidade de água contida no solo, após ter
sido drenado o excesso de água gravitacional e após ter diminuído muito a velocidade do
movimento descendente da água; (2) retenção específica é um termo mais geral empregado
nos estudos de água subterrânea. A retenção específica é geralmente dada como uma
percentagem de volume, ao passo que a capacidade de campo é dada como percentagem de
peso”. Capacidade de Troca Catiônica (CTC): capacidade do complexo coloidal do solo para
adsorver cátions, expressa em Cmolc.kg –1”

O crescimento e a eficiência do sistema radicular são muito influenciados pela


aeração do solo, porque o crescimento é um processo que requer energia,
obtida das células das raízes, que, por meio de respiração, retiram o oxigênio
do ar retido nos interstícios existentes nas partículas sólidas do substrato.
A deficiência do oxigênio no substrato causa, muitas vezes, a paralisação do
crescimento radicular, com injúrias ou morte deste. Essa deficiência pode ser
induzida por inundação, baixa drenagem ou compactação do substrato.
Dentre os substratos que podem ser utilizados na produção de mudas de
espécies florestais, destacam-se a vermiculita, o composto orgânico, o esterco
bovino, a moinha de carvão, a terra de subsolo, a serragem, o bagaço de cana,
as acículas de Pinus e a turfa.
O substrato mais utilizado no preenchimento das embalagens plásticas tem
sido a terra de subsolo isenta de sementes de ervas daninhas e
microorganismos patogênicos. Essa característica elimina a necessidade de se
proceder à sua desinfestação, concorrendo para diminuir os custos de
produção das mudas.
Geralmente, o subsolo contém níveis mais baixos de nutrientes, que podem,
entretanto, ser elevados facilmente aos teores desejados, por meio de
fertilização mineral. Quanto às propriedades físicas, o substrato deverá ser, de
preferência, argilo-arenoso, a fim de que, retirado o saco plástico, no plantio, o
bloco com a muda não se desintegre facilmente, ocasionando perdas de
mudas no campo.
Antes de ser colocada dentro dos sacos plásticos, a terra geralmente é
passada em peneiras de 1,00 m de largura, 2,0 m de comprimento e malhas de
1,50 cm. Para facilitar essa operação, as peneiras são instaladas em cavaletes,
com inclinação em torno de 45°. Para que a operação de preenchimento das
embalagens apresente bom rendimento, é imprescindível que a terra peneirada
esteja bem seca. Nessa etapa, as moegas atingem, para cada operador,
rendimento em torno de 9.000 embalagens por dia, número que, manualmente,
não ultrapassa 3.000.
Durante o transporte das embalagens já preenchidas nas moegas para o local
de encanteiramento, e mesmo por ocasião do próprio encanteiramento, é muito
comum a perda parcial do substrato. Conseqüentemente, o volume de terra do
saco plástico, na maioria das vezes, deve ser completado. A não observância
de tal procedimento resulta no fato de que, efetuada a irrigação dos canteiros,
as bordas dos sacos plásticos tendem a dobrar-se e permanecer nessa
posição, impedindo a germinação das sementes. Esse problema é corrigido
pela colocação manual de terra em cada embalagem, até que o volume total
tenha sido completado. Na maioria das vezes, o volume supera o desejado,
verificando-se, então, a necessidade de nivelar a terra até a altura de mais ou
menos 0,5 cm abaixo da borda superior da embalagem, evitando, assim, que
as sementes caiam por causa da irrigação ou mesmo germinem na lateral, o
que não é desejável.
O enchimento dos tubetes é feito através de um sistema semimecanizado, que
se inicia com a colocação dos tubetes nas bandejas e toda a operação de
enchimento e compactação é feita de forma mecanizada.
A produção de mudas florestais, principalmente de eucaliptos, por meio da
semeadura direta em tubetes, tendo a vermiculita como substrato, apresenta
algumas vantagens, mas não se consegue superar alguns problemas
relacionados principalmente com a nutrição das mudas e com a consistência
do substrato em torno das raízes. Para evitar perdas, as mudas deverão ir ao
campo nos tubetes, encarecendo o processo. Há vários outros substratos mais
adequados a esse método de produção de mudas, mostrando algumas
vantagens em relação à vermiculita, como:
a) apresentam maiores teores de nutrientes;
b) têm maior capacidade de retenção de nutrientes aplicados por meio de
fertilizantes químicos;
c) ocorrem em grande quantidade na natureza ou podem ser produzidos no
próprioviveiro;
d) mostram maior consistência, com o sistema radicular bem agregado ao
substrato.
Apesar de a vermiculita apresentar algumas vantagens na melhoria da
qualidade dos solos e até na produção de mudas, estudos foram feitos,
comparando vários substratos, dentre eles a vermiculita, na produção de
mudas de espécies florestais.
Pesquisas têm demonstrado que, na produção de mudas de espécies
florestais, a vermiculita possui uma série de desvantagens, quando comparada
com os outros substratos. As misturas de vermiculita com 10% de esterco
bovino ou composto orgânico ou com 10% e 20% de terra de subsolo
resultarem em mudas de maior crescimento em altura. Porém, com esses
tratamentos as mudas não se apresentaram com o sistema radicular bem
agregado ao substrato, além de mostrar sintomas de deficiência de boro e
zinco.
A mistura de vermiculita e composto orgânico, na proporção de 60:40,
proporciona ótimo crescimento em altura, porém as mudas demonstram
sintomas de deficiências minerais, e o sistema radicular não fica bem agregado
ao substrato.
Em trabalhos realizados, a mistura do composto orgânico com 20% de moinha
de carvão (com granulometria entre 1 e 3 mm) foi o melhor substrato e é o
recomendado para produção de mudas. O composto orgânico foi constituído de
esterco bovino e capimgordura.
Na prática, o preenchimento dos tubetes tem sido feito com mistura de
substratos primários e secundários. O substrato primário trata-se de algum
material orgânico, que pode ser composto orgânico, húmus de minhoca, casca
de eucalipto ou pinus decomposta, etc, enquanto o substrato secundário trata-
se de vermiculita, casca de arroz carbonizada, cinza de caldeira de biomassa,
etc. A mistura tem o objetivo de agregar característica positiva dos substratos,
amenizando as características negativas.
Deve-se proceder a uma análise do solo que vai ser utilizado como substrato,
para ser constatada a necessidade de adubação e correção, obtendo-se,
assim, resultados satisfatórios no viveiro. Considera-se que toda a adubação e
correção excessiva, além de anti-econômica, torna-se prejudicial devido ao
tempo para o efeito. Quanto à adubação, pode-se considerar que seja efetuada
posteriormente, em época oportuna, inclusive com o adicionamento de matéria
orgânica.
Atualmente, podem ser encontrados no comércio vários tipos de substratos já
preparados e prontos para o uso, facilitando a produção de mudas de espécies
florestais.
Adubação Mineral
A necessidade de se proceder à adubação mineral na produção de mudas
resultou da utilização de terra de subsolo (em vez de terriço) e do aumento
progressivo das áreas reflorestadoras anualmente pelas empresas florestais,
bem como da inexistência de fontes seguras de esterco ou matéria orgânica
próxima dos viveiros.
A utilização de matéria orgânica em viveiros florestais apresenta algumas
desvantagens em relação à terra de subsolo, quais sejam infestação por ervas
daninhas e ocorrência de doenças causadas por agentes patogênicos.
Portanto, a adubação mineral é um tópico que merece atenção nessa
discussão sobre produção de mudas.
O efeito dos nutrientes, principalmente N, P e K, no crescimento de mudas de
eucaliptos tem despertado a atenção dos pesquisadores florestais. Vários
trabalhos de pesquisa têm sido feitos no sentido de se conhecer a melhor
dosagem de adubos para a produção de mudas de espécies florestais.
Os resultados dos experimentos em viveiros têm demonstrado que, para
Eucalyptus spp., a fertilização potássica é praticamente desnecessária na
maioria dos solos, tanto pelos efeitos sobre o crescimento das mudas, quanto
pela sua resistência à seca, quando levadas ao campo. O nível crítico de
potássio para o eucalipto está em torno de 10 mg dm -3, quantidade encontrada
na maioria dos solos utilizados. A aplicação de nitrogênio promove, de maneira
geral, na produção de mudas, aumentos significativos no crescimento em
altura; entretanto, doses mais elevadas podem apresentar resultados inversos
aos esperados. A adubação fosfatada, de modo geral, resulta em maior
crescimento das mudas.
O emprego de fertilizantes minerais na produção de mudas é, portanto, prática
usual nos viveiros florestais. Funciona também como valiosa ferramenta para
controlar o tamanho e o vigor das mudas, para que a empresa florestal possa
ajustar seu cronograma de plantio às condições climáticas peculiares da
região.
Uma formulação baseada em pesquisas realizadas na década de 70, e ainda
utilizada por algumas empresas tem sido NPK (4-14-8), aplicada em mistura
com terra, na quantidade de 4 a 8 kg por m3 de terra de subsolo. Entretanto,
trabalhos mais recentes mostram que mudas de eucalipto exigem
relativamente baixo teor de potássio, indicando, provavelmente, que a
aplicação de formulações completas de NPK no viveiro não se justifica para
boa parte dos subsolos utilizados.
A aplicação de fertilizantes sem análise prévia do subsolo utilizado no
preenchimento das embalagens pode resultar em produção de mudas de
qualidade inferior, em conseqüência da falta ou excesso de fertilizantes.
Portanto, para evitar desperdício de fertilizantes e para obter mudas com as
características desejadas pelas empresas florestais, é imprescindível a análise
do substrato. Ela será a base para a recomendação de uma fórmula e de
dosagens adequadas para a produção de mudas. Entretanto, pelo fato de as
técnicas atualmente disponíveis para a determinação dos níveis de nutrientes
nos solos terem sido desenvolvidas para culturas agrícolas, é necessário que
novos métodos sejam desenvolvidos especificamente para essências florestais,
para possibilitarem melhor interpretação dos resultados da análise e
posteriores recomendações para fertilização.
Outro aspecto que requer estudos são as exigências nutricionais de muitas
espécies de essências florestais, principalmente no que diz respeito aos níveis
críticos dos macronutrientes.
A aplicação de fertilizantes, visando à produção de mudas, na maioria das
vezes é executada mediante a incorporação do adubo à terra, antes da
operação de preenchimento das embalagens. Geralmente, essa prática produz
bom resultado; entretanto, em razão da dificuldade de homogeneizar de
maneira adequada a mistura solo-adubo, a ocorrência de diferenças de
crescimento das mudas de uma embalagem para a outra não pode ser
descartada, verificando-se a necessidade de posterior movimentação e
classificação, readubando as menores, o que aumenta os custos de produção.
A aplicação do adubo na água de irrigação deverá ser parcelada, sendo a
metade da dosagem antes da semeadura e metade após o raleio. Com isso, as
mudas têm melhor crescimento, maior uniformidade e menor custo, porque o
rendimento da aplicação na água de irrigação é maior que o da mistura com o
solo, além de diminuir significativamente a quantidade de adubo aplicada.
No caso do uso dos tubetes, pelo fato de que há necessidade de máquinas
para a mistura de substratos, tem sido usado fertilizante misturado ao
substrato, com boa homogeneidade. Assim é comum o uso de fertilizantes de
liberação controlada, compostos de vários nutrientes essenciais às plantas.
Estes nutrientes são encapsulados e apresentam liberação lenta, sendo melhor
aproveitados pelas mudas.
Organismos benéficos ao substrato
Rizobactérias e Rizobacterização do substrato No solo ou no substrato de
crescimento de plantas, existe normalmente um grande número de
microorganismos, incluindo bactérias, fungos, actinomicetos, protozoários e
algas. Entretanto, as bactérias são as mais abundantes, dado o seu rápido
crescimento e a habilidade de utilizar uma ampla gama de compostos como
fonte de carbono e nitrogênio. Este fato, aliado ao suprimento constante de
compostos orgânicos, fornecidos pelas raízes, possibilita a ocorrência de uma
ampla e diversificada população bacteriana na rizosfera.
A rizosfera é uma região onde ocorrem interações entre o solo, os
microorganismos e as plantas. Em virtude da presença de exudatos
radiculares, a rizosfera é uma região intensa atividade microbiana, onde
predominam bactérias de vida livre ou associada aos tecidos das plantas. Tais
bactérias podem ser benéficas, neutras ou deletérias às plantas hospedeiras,
sendo as primeiras designadas de “Plant Growth-Promoting Rhizobacteria –
PGPR”. Este termo foi utilizado inicialmente para descrever isolado de
ocorrência natural de bactérias de vida livre no solo, sendo a maioria
pertencente aos gêneros Pseudomonas e Bacillus, que apresentam a
capacidade de colonizar as raízes de plantas e estimular o seu crescimento.
Atualmente, há outros gêneros que apresentam efeitos de PGPR, como
Azobacter, Arthrobacter, Clostridium, Hydrogenophaga, Enterobacter, Serratia
e Azospirillum.
Apesar dos efeitos de estímulo ao crescimento de planta mediado por
rizobactérias tenham sido bem estudados na área agronômica, no setor
florestal ainda são muito pouco exploradas, embora constitua uma tecnologia
altamente promissora, podendo propiciar ganhos de 15 a 30% e, em casos
especiais, até mesmo dobrar a biomassa produzida.
Os mecanismos envolvidos na promoção de crescimento mediado por
rizobactérias ainda não são totalmente esclarecidos. No entanto, entre eles se
incluem a síntese ou alteração nos níveis de fitohormônios, como ácido
indolacético, ácido giberélico, citocininas e etileno, a fixação assimbiótica de
N2, o antagonismo contra fitopatógenos e ácido cianídrico (HCN), bem como a
solubilização de fosfato mineral e outros nutrientes. Ademais, algumas
rizobactérias descritas como PGPR podem promover o crescimento
indiretamente, por favorecerem a micorrização, a nodulação e a fixação
simbiótica de N2. Por exemplo, a co-inoculação de rizobactérias de
Bradyrhizobium japonicum em sementes de soja aumentou a massa e o
número de nódulos, dependendo do isolado empregado.
Estudos recentes, conduzidos no Laboratório de Patologia Florestal da UFV,
em cooperação com as principais empresas eucaliptocultoras nacionais, têm
mostrado que isolados de rizobactérias selecionados quando aplicados em
minijardim, proporcionam maior produção e predisposição dos brotos do
enraizamento. Além disso, certos isolados incorporados ao substrato podem
estimular o enraizamento de estacas e miniestacas de eucalipto, promovendo
incremento na biomassa e qualidade do sistema radicular, cujos ganhos nos
índices de enraizamento podem ultrapassar 100%, dependendo do clone e do
isolado de rizobactéria. Concomitantemente aos ganhos em enraizamento,
obtêm-se também maior incremento na biomassa aérea, inclusive para mudas
seminais.
No biocontrole, alguns isolados têm efeito positivo para ferrugem (Puccinia
psidii), via indução de resistência sistêmica e outros no controle da podridão de
miniestacas (Botrytis cinerea, Cylindrocladium spp e Rhizoctonia spp.),
anelamento da haste e mancha foliar causada por Quambalaria eucalipti, via
antibiose direta. O produto biológico Rizolyptus®, contendo rizobactérias
benéficas ao enraizamento, crescimento de mudas e controle de doenças,
encontra-se em fase de formulação para sua disponibilização no mercado.
Micorrizas
Principalmente no caso de coníferas, há necessidade de presença de
micorrizas, na maioria fungos específicos para uma ou mais espécies.
Em viveiros novos, há necessidade de se proceder a inoculação no solo
previamente, cuidando para não serem introduzidas bactérias, insetos, outros
fungos, etc.
A inoculação poderá ser realizada utilizando-se solo de locais (reflorestamentos
ou florestas naturais) onde ocorra a espécie a ser produzida.
Conforme as características morfológicas e anatômicas, as raízes micorrízicas
dividem-se em dois grupos:
1.Ectomicorrizas:
O fungo coloniza a superfície das raízes curtas, formando um manto espesso
ao seu redor. Podem ser vistas a olho nu, pois muitas formações são brancas
ou apresentam um colorido brilhante. Os esporos das ectomicorrizas são
transportados de formas diversas, sendo o vento o principal meio de
propagação.
Dentre as espécies que apresentam este tipo de associação, estão Pinus spp.
e Eucalyptus spp.
2.Endomicorrizas:
não provocam diferenciação morfológica nas raízes, não podendo ser
identificadas a olho nu. Sua presença é detectada por técnicas de mudança de
coloração de tecidos e exames microscópicos. Dentre as espécies que
apresentam este tipo de associação, estão: Eucalyptus spp. e muitas espécies
de culturas agronômicas, forrageiras, frutíferas, ornamentais.
As espécies dos Cerrados, da Floresta Amazônica, da Floresta Atlântica e da
Floresta com Araucária apresentam associação essencialmente
endomicorrízica.
Vantagens do uso das simbioses
1.Aumento da área de absorção das raízes
2.Aumento da absorção de nutrientes, especialmente de fósforo
3.Aumento da longevidade de raízes infeccionadas
4.Maior resistência a extremos valores ácidos de pH
5.Maior proteção à infecção patogênica
6.Maior resistência à seca das mudas e às altas temperaturas do substrato
7.Maior poder de absorção de umidade

3.2.5) Semeadura
3.2.5.1.Quebra de dormência de Sementes
Este método consiste em restituir às sementes a umidade que elas perderam
durante o procedimento de sua retirada de frutos, cones ou secagem com fins
de adequação do teor de umidade para o armazenamento em câmara fria.
Para Pinus taeda, a quebra de dormência mais utilizada no País é a
estratificação, mantendo as sementes sempre úmidas, à temperatura de 2 a
5°C, por cerca de 60 dias.

3.2.5.2.Época de Semeadura
O plantio é realizado principalmente no período das chuvas, para atingir altos
índices de sobrevivência. Outros fatores importantes a serem considerados na
época do plantio são a rotação das espécies no viveiro e a resistência das
espécies.

3.2.5.3.Profundidade de Semeadura
A semeadura não deve ser superficial, pois as sementes recebem intenso calor
do sol, não absorvendo umidade em quantidade adequada à germinação.
Também não deve ser profunda, pelo fato de que o peso do substrato constitui
um fator físico inibidor da emergência de plântulas.
A profundidade ideal deverá variar com as dimensões e o vigor das sementes.
Geralmente a profundidade não deverá ultrapassar de duas a três vezes a
espessura da semente.

3.2.5.4.Cobertura de Canteiros
Na produção de mudas de essências florestais, são utilizados inúmeros tipos
de materiais na cobertura de sementeiras, visando proteger as sementes
contra a ação direta dos raios solares, da água das chuvas, das regas e,
também manter a umidade necessária à emergência das plântulas.
Esta cobertura pode ser feita com uma camada de terra peneirada, serragem,
sepilho, areia, acículas cortadas, casca de arroz, cavacos de plaina, esteiras de
taquara, ramos de arbustos e árvores, feno, panos de algodão, filó de juta,
ripados, palha, terriço de folhas, esterco, lonas, joio, materiais plásticos, cana
de açúcar, esteiras de bambu etc.
A cobertura do solo após a semeadura apresenta uma série de vantagens
dentre elas as seguintes:
a - conserva a umidade e reduz o secamento e encostamento do solo;
b - evita a falta de germinação devido a redução da temperatura do solo;
c - controla a temperatura do solo, evitando grandes variações;
d - evita que sementes leves sejam levadas pelo vento;
e - dificulta o ataque de pássaros e outros animais, etc.

3.2.5.5.Abrigo de Canteiros
Entende-se por abrigo uma proteção colocada a uma altura variável,
usualmente até 50 cm, sobre a superfície de canteiros. A finalidade da proteção
é estimular a percentagem de emergência, atuando contra baixas
temperaturas, no inverno, e também protegendo contra forte insolação e
intempéries com granizo e chuvas fortes no verão.
Podem ser utilizados ripados de taquara e folhas de palmeira, sendo mais
usual a tela de poliolefina (sombrite), que apresenta diferentes percentagens de
sombreamento. Para espécies como o palmito (Euterpe edulis), é muito
utilizado o sombrite de 50%; para o jacarandá da Bahia (Dalbergia nigra), é
recomendado sombreamento entre 30 ou 50%; para a cupiúba (Goupia glabra),
é recomendado o sombreamento de 30%.

3.2.4. Irrigação
A quantidade de água aplicada num viveiro varia com a capacidade de
retenção de água do solo, precipitação anual, temperatura do ar, umidade
relativa do ar, vento, espécie e idade das mudas. A irrigação excessiva tende
lixiviar os nutrientes solúveis, especialmente N e K, reduzir a aeração,
favorecer a ocorrência de doenças e fungos, dificultar o desenvolvimento das
raízes, tornar as mudas suculentas e pouco resistentes à seca e, finalmente,
resulta no uso desnecessário de água.
O canteiro deve ser mantido úmido até que as mudas tornem-se firmes. Uma
irrigação permanente e adequada concorrerá em muito para apressar uma
germinação uniforme. De preferência, devem-se aplicar irrigações leves e
freqüentes do que fortes e irregulares, e devem continuar até que as mudas
tenham raízes de 5-8 cm de comprimento e que tenham iniciado o
desenvolvimento de folhas secundárias.
A água capilar praticamente não se movimenta no solo e que o crescimento
contínuo das raízes é fator essencial à absorção de água e dos sais minerais
nela dissolvidos. A água e os sais minerais dissolvidos que se acham em áreas
não penetradas pelas raízes, ainda que a poucos centímetros delas, são
inaproveitáveis pelas plantas.
As plantinhas deverão receber regas abundantes, porém espaçadas para
permitir que o solo seque nos intervalos, até as proximidades do ponto de
murchamento. Nestas condições, as mudas, embora possam apresentar menor
crescimentos das partes aéreas, por ocasião do transplante, apresentarão um
sistema radicular bem desenvolvido, conferindo às mudinhas maior
probabilidade de sobrevivência após o transplante no campo, principalmente se
sobrevir um período de estiagem.
Para as sementeiras ou canteiros em germinação, as regas devem ser
freqüentes até as mudas atingirem uma altura aproximada de cinco centímetros
(folhas formadas), sendo os melhores horários pela manhã ou no período final
da tarde.
A irrigação no início das manhãs é recomendável em épocas e em locais frios,
para desmanchar o gelo formado por geadas. Regas ao final do dia contribuem
para que o substrato permaneça úmido por mais tempo, de modo que o
potencial hídrico das mudas mantenha-se com valores mais altos durante as
noites.
É recomendado que após a emergência ter alcançado seu ápice, o regime de
regas deva ser alterado, substituindo-se gradativamente a irrigação freqüente e
leve por outro regime de maiores intensidades e duração de rega. Substratos
com teores elevados de areia requerem maior freqüência que os de menores
teores.
Deve-se tomar cuidado com o excesso da irrigação, pois isto poderá acarretar
as seguintes conseqüências:
a) diminuição da circulação de ar no substrato
b) lixiviação das substâncias nutritivas
c) aumento da sensibilidade das mudas ao ataque de fungos
Os trabalhos de irrigação poderão ser feitos com a utilização de mangueiras,
regadores ou aspersores, dependendo das condições de cada viveiro.

3.2.5. Repicagem
A repicagem é o transplante de uma plântula de um local para outro no mesmo
viveiro. Comumente, aproveita-se a oportunidade para refugar as plântulas que
apresentam algum tipo de deformação ou baixo vigor. Esta operação é
executada manualmente no Brasil, de um recipiente onde há duas plântulas
para outro recipiente onde nenhuma semente germinou. Não há tradição no
país, do uso desta operação em viveiro de mudas de raiz nuas.
A repicagem não deve ser efetuada ao sol e deve seguir os seguintes
procedimentos:
(a) Após o umedecimento da sementeira, retira-se a muda com o auxílio de
uma lâmina, evitando ocasionar danos ao sistema radicular.
(b) Enquanto não ocorre o transplante para a embalagem, as mudas devem
ficar em recipiente com água e à sombra.
(c) Com o tarugo cônico, o trabalhador do viveiro realiza movimentos circulares,
após introduzi-lo no substrato que preenche a embalagem, formando um
orifício para acomodar a muda.
(d) Se necessário, as raízes devem ser podadas para reduzir o volume
radicular, facilitando a acomodação da muda no recipiente. Poderá ser utilizada
uma lâmina afiada ou uma tesoura.
(e) Coloca-se a muda no orifício do recipiente com substrato, cuidando-se para
evitar a formação de bolsa de ar.

3.2.6) Raleios, Mondas e Danças


É prática comum, em viveiros florestais, colocar mais de uma semente por
recipiente, visando assegurar a presença de pelo menos uma muda em cada
embalagem. Portanto, grande parte dos recipientes apresentará mais de uma
muda, sendo necessária a realização de raleios, deixando apenas a muda mais
vigorosa e de melhor forma. Geralmente, tal operação é conduzida quando as
mudas apresentam de dois a três pares de folhas definitivas, adotando-se
como critério para a eliminação das mudas excedentes o índice de crescimento
em altura e a conformação do caulículo. Não há, ainda, nenhuma base
científica para o uso da altura na seleção das mudas por ocasião do raleio,
uma vez que mudas altas, médias e baixas de Eucalyptus grandis, quando
levadas, concomitantemente, ao campo, não apresentaram diferenças
significativas em crescimento em altura, um ano após a data do plantio.
Eliminar as mudas menores por ocasião do raleio resulta numa perda de cerca
de 75% do total das sementes germinadas. Se fosse comprovada a correlação
entre o crescimento em altura e a carga genética das mudas (posterior
crescimento no campo), seria possível, então, promover a melhoria do padrão
dos povoamentos florestais, já na operação de raleio no viveiro.
Mesmo utilizando terra de subsolo, a germinação de sementes de ervas
daninhas sempre ocorre paralelamente à de sementes das espécies florestais.
Para eliminá-las, procede-se à monda, ou capina, executada manualmente,
tantas vezes quantas necessárias. Essa operação será mais bem conduzida
após a irrigação dos canteiros, pois facilitará a remoção das ervas daninhas,
ocasionando menor dano ao sistema radicular das mudas.
A movimentação, ou dança, das embalagens é feita sempre que necessário,
com a finalidade de efetuar a poda das raízes que porventura tiverem
extravasado as embalagens e penetrado no solo. Além disso, essa operação
promove a rustificação das mudas, resultando na redução da mortalidade por
ocasião do plantio.
As mudas produzidas em tubetes, dispensam esta movimentação, ou dança,
das embalagens.

3.2.7) Rustificação
A etapa de rustificação trata de preparar a muda fisiologicamente para o plantio
e as primeiras semanas que o sucedem.
Nesta etapa, as mudas deverão ser preparadas para ida ao campo, com
reserva nutricional disponível para o pronto crescimento e, ao mesmo tempo,
resistente ao estresse provocado pelas atividades de plantio (falta de água,
retirada dos tubetes e transporte).
Durante o processo de rustificação deve-se, portanto, considerar os seguintes
pontos:
1- Irrigação: A irrigação para rustificação das mudas deve ser paulatinamente
diminuída, permitindo um leve murchamento dos ápices, porém, sem
crestamento.
O processo de rustificação deve ocorrer num prazo de 10 a 15 dias no máximo,
e a freqüência deverá partir de duas até uma vez por dia.
2 – Adubação: Normalmente não há adubação neste período.
3 – Seleção das mudas: A muda, para que seja considerada apta para ser
levada ao campo, deve ser sadia e ter um grau de resistência que lhe permita
sobreviver às condições adversas do meio.

3.2.8) Seleção
Os principais critérios adotados para essa operação, em viveiros florestais, são
o crescimento em altura e a conformação das mudas, as quais não devem
apresentar bifurcação nem tortuosidade. Não há trabalhos científicos que
comprovem a validade de tais técnicas, nem as observações empíricas têm
demonstrado seu valor econômico. Mudas de diferentes tamanhos igualam-se
um ano depois de plantadas no campo, o que sugere a ocorrência de perdas
de ordem econômica, em conseqüência do aproveitamento de menos de 20%
do total de sementes germinadas. Por outro lado, se for comprovado que
mudas selecionadas no viveiro mantêm sua superioridade na idade adulta,
haverá grande economia de tempo nos programas de melhoramento florestal,
uma vez que árvores superiores poderiam ser selecionadas já na fase de
viveiro.
A seleção de mudas nos viveiros florestais é assunto que deve ser estudada
com maior atenção, a fim de evitar custos elevados, caso essa operação não
seja necessária.

3.2.9) Avaliação da qualidade das mudas


Vários parâmetros são utilizados para avaliar a qualidade das mudas de
espécies florestais e dentre eles destacam-se: altura da parte aérea, sistema
radicular, diâmetro do coleto, proporção entre as partes aérea e radicular,
proporção entre o diâmetro do coleto e a altura da parte aérea, pesos de
matéria seca e verde das partes aérea e radicular, rigidez da parte aérea,
aspectos nutricionais etc.
Muitos desses parâmetros têm sido testados por meio da avaliação da
sobrevivência e do crescimento da muda no campo, e os resultados têm sido
muito variáveis, mesmo com mudas consideradas de alto padrão de qualidade
morfológica e plantadas em sítios favoráveis. Nenhum parâmetro deve ser
usado como critério único para classificação de mudas. Na realidade, há
dependência entre os parâmetros mencionados. Esses parâmetros sofrem
acentuada influência das técnicas de produção de mudas empregadas no
viveiro, principalmente nos aspectos densidade, poda de raízes, fertilidade do
solo e disponibilidade hídrica nos tecidos das mudas.
A deficiência hídrica do solo afeta mais o crescimento em diâmetro que o
crescimento em altura. Isso porque o diâmetro parece ser mais dependente da
fotossíntese que o crescimento em altura.
As raízes desenvolvem melhor em solos mais férteis; entretanto, nesses solos
o crescimento da parte aérea é ainda mais estimulado, resultando numa razão
raiz/parte aérea menor que a encontrada em solos mais pobres.
As características nas quais as empresas florestais se fundamentam, para
classificação da qualidade das mudas de eucaliptos, são baseadas na
avaliação das plantas pertencentes à unidade amostral, na qual são
considerados os parâmetros:
altura média (entre 15 e 30 cm), diâmetro do coleto (2 mm), sistema radicular
(desenvolvimento, formação e agregação), rigidez da haste (amadurecimento
das plantas), número de pares de folhas (mínimo de três), aspecto nutricional
(sintomas de deficiência) e resistência a pragas e doenças (sanidade).

3.2.6) Pragas e Doenças


Pragas:
As pragas mais comuns e que ocasionam danos elevados em viveiro, se não
controladas, são a lagarta-rosca e os grilos.
As lagartas-rosca alimentam-se do coleto das mudas, cortando-as após a
germinação e até certo crescimento em altura (entre 5 e 10 cm), ocasião em
que passam a se alimentar das folhas. É uma praga de hábito noturno, ficando,
durante o dia, abrigada entre e, ou, sob os recipientes ou levemente enterradas
no substrato.
São facilmente identificadas, quando enterradas no substrato, devido à
formação de terra solta na superfície. As lagartas, quando tocadas, enrolam-se,
rapidamente, como se estivessem mortas, daí o seu nome. Auxilia muito o
controle desta praga não deixar espaços entre os recipientes, no caso de sacos
plásticos.
Os grilos cortam as mudas à altura do coleto, à semelhança da lagarta-rosca.
Possuem o hábito noturno, permanecendo durante o dia, entre e, ou, sob as
embalagens e vegetação, nas proximidades do viveiro. São identificados
devido à coloração escura de seu corpo e, quando presentes na área, são
observados com a remoção de alguns recipientes. São muito ágeis, não
deixando tocas facilmente.
O controle de grilos é facilitado não deixando espaços vazios entre os
recipientes e mantendo a área ao redor do viveiro livre de vegetação.
Algumas pragas são ocasionais, podendo ou não ocorrer. Destas, as mais
comuns são as formigas, besouros, outras lagartas e paquinhas. Das formigas,
as saúvas e as quenquéns são facilmente reconhecidas, porém outras podem,
eventualmente, ocorrer, principalmente as formigas lava-pés, dos gêneros
Solenopsis e Pogonomyrmex, que carregam as sementes depositadas nos
recipientes para seus ninhos, os quais se localizam nos passeios, nas beiradas
dos recipientes etc. Os besouros mais comuns são as vaquinhas e o besouro
de limeira.
São desfolhadores, vivem nas folhas, possuem hábito noturno e são de fácil
reconhecimento. Outras lagartas, além da lagarta-rosca, podem ocorrer; no
entanto,
são de hábito diurno, desfolhadoras, desenvolvem-se sobre as folhas e são de
fácil reconhecimento. As mais comuns são do gênero Heliotis e Elasmopalpus.
As paquinhas são comuns em viveiros de produção de mudas de raiz nua; no
entanto, nos que usam recipientes quase nunca ocorrem. Outras pragas como
cochonilhas, trips, etc., vivem na parte aérea das plantas, sendo pouco móveis
e de fácil reconhecimento.
O controle de pragas é feito por meio de produtos químicos, agrotóxicos, que
devem ser prescritos por um responsável técnico, podendo a aplicação ser feita
com regador ou com pulverizador costal, dependendo do produto e do inseto
praga
Doenças:
As doenças em viveiros estão associadas principalmente a quatro fatores:
água, sombreamento, substrato e material propagativo. Devido às suas
características, o viveiro reúne condições de umidade, sombreamento e
proximidade das mudas que favorecem a instalação, o desenvolvimento e a
disseminação de doenças fúngicas.
Para o controle de doenças, podem ser utilizadas as seguintes medidas:
1.Medidas preventivas são tomadas antes do aparecimento das doenças e
estão associadas às técnicas de manejo do viveiro, que têm por finalidade a
melhoria das condições ambientais do viveiro.
2.As medidas curativas são tomadas após diagnosticado o aparecimento dos
sintomas da doença. A utilização de fungicidas torna-se indispensável.
As práticas adotadas para o controle de doenças são:
a) Melhoria das condições ambientais do viveiro: controle da irrigação,
semeadura, drenagem, insolação e adubação.
b) Desinfestação de substrato e recipiente: geralmente são utilizados produtos
que tenham como princípio ativo o brometo de metila.
c) Identificação dos agentes patógenos: é muito comum a ocorrência de
doenças associadas aos fungos dos genêros: Cylindrocladium spp,
Rhizoctonia spp., Pythium spp., Fusarium spp., Phytophtora spp.
d) Aplicação de fungicidas: geralmente utilizam-se 2 gramas de fungicida para
1 litro de água com intervalo de três dias entre as aplicações. Dentre alguns
fungicidas utilizados, estão: Benomyl, Benlate e Captan 50.
e) Descarte de mudas atacadas: mudas que estejam contaminadas deverão
ser descartadas para evitar a contaminação das mudas vizinhas.

3.2.7. Qualidade das mudas


Um viveiro florestal deve sempre visar a produção de mudas sadias e
vigorosas para posterior utilização em plantios. Elas devem apresentar:
1.sistema radicular desenvolvido
2.raiz principal sem defeitos
3.parte aérea bem formada
4.caule ereto e não bifurcado
5.ramos laterais uniformemente distribuídos
6.folhas com coloração e formação normais
7.isenção de doenças

4) PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE EUCALIPTO


4.1) Introdução
A propagação de plantas é realizada de duas diferentes formas, ou seja, sexual
e assexual ou vegetativa. A propagação por sementes é um processo sexual,
pois envolve a união do gameta masculino, grão de pólen, com o gameta
feminino, óvulo, para formar a semente.
A propagação vegetativa ou assexual é de grande importância quando se
características consideradas superiores, que se perdem quando propagadas
por sementes.
Cada planta, individualmente produzida por meio vegetativo, é, na maioria das
vezes, geneticamente idêntica à planta-mãe, constituindo, assim, o motivo
maior de sua aplicação.
Dentre os inúmeros meios de propagação vegetativa de plantas, o que mais
interessa à multiplicação dos eucaliptos é a estaquia e a miniestaquia, pois é,
ainda, a técnica de maior viabilidade econômica para o estabelecimento de
plantios clonais, permitindo a multiplicação de genótipos selecionados, em
curto período de tempo.

4.2) Seleção e resgate de matrizes no campo


A primeira etapa da produção de mudas clonais envolve a seleção da matriz à
idade de corte. Entretanto, sabe-se que as melhores fontes de indivíduos para
clonagem são obtidas a partir de plantios de origem híbrida, selecionados em
parcelas experimentais ou talhões comerciais.
A seleção da matriz é baseada em características fenotípicas de interesse para
o aumento da produtividade florestal e a melhoria da qualidade da madeira
como matéria-prima fabril.
De modo geral, no processo de seleção de matrizes consideram-se
características como resistência a enfermidades, forma retilínea e ausência de
outras anormalidades no fuste, capacidade de desrama natural, densidade
básica da madeira, teor de lignina e de extrativos etc.
Obviamente, os critérios de seleção variam de acordo com o uso da madeira.
As matrizes selecionadas e multiplicadas assexuadamente passam a constituir
os clones. Esse processo é também conhecido como resgate do material
superior. Para tanto, o primeiro passo após a seleção da matriz à idade de
corte, aproximadamente sete anos para celulose é a promoção do seu
rejuvenescimento para se obterem brotos fisiologicamente aptos ao
enraizamento (juvenis). A forma mais simples de reversão à juvenilidade em
árvores adultas de eucalipto é a indução de brotos basais.
O processo normalmente empregado para estimular a emissão de brotos
juvenis envolve o abate das árvores. O corte é feito com motosserra, devendo
se tomar o cuidado para evitar danos à casca da cepa remanescente, o que
pode afetar a emissão de brotações. As brotações emitidas na cepa possuem
características morfológicas e fisiológicas de plantas juvenis, o que é
fundamental para a recuperação da competência ao enraizamento e para
assegurar a manifestação de todo o potencial genético da árvore selecionada.
Outra técnica de resgate de matrizes e que, na maioria das vezes surte bons
resultados, é o anelamento do caule. Em plantas no campo, faz-se uma incisão
de cerca de 1-2 cm de espessura em torno da circunferência do caule, na base
da árvore, a cerca de 10-15 cm de altura do solo. Para essa operação, pode-se
usar um facão devidamente afiado e, com o auxílio de um martelo, faz-se
cuidadosamente o anelamento em uma profundidade suficiente para romper a
casca, mas sem, contudo, danificar o lenho. Após aproximadamente 20 dias, é
possível observar brotações emitidas abaixo da incisão. Cuidados especiais
devem ser tomados para o combate a formigas, pois brotações são altamente
atrativas para o seu ataque.
A capacidade de brotação da matriz pode variar de acordo com o genótipo da
planta, a época do ano, a luminosidade e a espessura e profundidade de corte.
Em geral espera-se melhor resposta ao anelamento no período de primavera e
no verão, quando as plantas apresentam maior atividade metabólica.
Existe também a possibilidade de resgate de matrizes no campo pelo uso do
fogo. Ao contrário do anelamento e diante os riscos de incêndios na floresta, o
uso do fogo requer maior cuidado e tempo em sua execução, mas também
oferece bons resultados. O desenvolvimento desse método baseou-se em
observações de campo, onde é comum o lançamento de brotações ao longo do
caule de plantas de eucalipto, nos plantios em que houve incêndio. Tal método
é baseado no princípio da degradação de auxinas pelo calor, de modo a
desequilibrar a relação auxinas/citocininas, o que promove a emissão de
brotações na região do coleto.
Esta característica foi desenvolvida durante a própria evolução do gênero
Eucalyptus, que anualmente é submetido a incêndios em sua área de
ocorrência natural, tendo desenvolvido a capacidade de responder
prontamente à ação do fogo, emitindo brotações. Para sua execução, folhas e
galhos secos de eucalipto amontoados na base do tronco são protegidos com
um abafador metálico em formato de dois semicírculos justapostos e unidos,
contendo uma abertura lateral tipo fornalha, por onde acende o fogo.
O tempo de tratamento varia de 10-20 minutos em temperatura aproximada de
70oC, de acordo com a espessura da casca da espécie.
Após 45-50 dias, as brotações são coletadas, condicionadas em baldes ou
caixas com água e, dependendo da distância de transporte e das condições
ambientais, pulverizadas, periodicamente, com água para evitar perda de
turgescência. Preferencialmente, a coleta deve ser feita nas primeiras horas do
dia para diminuir a perda de água pelas brotações e o transporte, realizado em
veículo fechado e refrigerado.
Quando cuidado, às vezes não considerado, é evitar o amassamento das
folhas durante o transporte, pois os ferimentos ou injúrias mecânicas nas folhas
constituem porta de entrada para fungos durante a fase de enraizamento. Em
seguida, as brotações são levadas ao galpão do viveiro para o preparo de
estacas, de aproximadamente 8-12 cm de comprimento, contendo um par de
folhas secionadas transversalmente ao meio, com os objetivos de reduzir a
área de transpiração e evitar o efeito “guarda-chuva”.
Ao contrário do que ocorre com várias espécies de plantas frutíferas, estaca de
eucalipto sem folhas dificilmente enraíza.
A auxina produzidas nas folhas e gemas apicais é necessária ao enraizamento,
e os carboidratos resultantes da atividade fotossintética contribuem para a
rizogênese.
Após o preparo, as estacas são tratadas com ácido indolbutírico (AIB), para
indução do enraizamento adventício.
Depois de estaqueado em substrato próprio, as estacas permanecem em
casas de enraizamento, dotada de sistema de irrigação intermitente.
A água é nebulizada mediante o uso de bicos do tipo nevoeiro, afim e manter a
superfície foliar úmida, mas sem acúmulo excessivo de água nas folhas e no
substrato.
Após 25-30 dias, as mudas são transferidas para áreas de aclimatação à
sombra, dotadas de sombrite 50%, onde permanecem por cerca de 5-10 dias
e, a seguir, são mantidas em canteiros a céu aberto, para crescimento e
rustificação, por mais 40-50 dias. Decorrido esse período, efetuam-se a
seleção e toalete das mudas, tornando-as prontas para o plantio e o teste
clonal.

4.3) Bases fisiológicas da iniciação de raízes nas estacas e miniestacas


4.3.1) Substâncias de crescimento nas plantas
Para a formação de raízes adventícias em estacas e miniestacas, é necessária
a presença de certos níveis de substâncias de crescimento natural na planta,
sendo umas mais favoráveis que outras. Há vários grupos de tais substâncias,
dentre eles as auxinas, as citocininas e as giberelinas. As auxinas são as de
maior interesse no enraizamento de estacas e miniestacas. Além dos grupos
citados, é provável que haja outras substâncias, de ocorrência natural, que
desempenham alguma função na formação de raízes adventícias.
A auxina de presença natural é sintetizada principalmente nas gemas apicais e
nas folhas jovens e, de maneira geral, move-se através da planta, do ápice
para a base.
Dentre os compostos com atividades auxinícas têm-se: ácido indolacético,
ácido indolbutírico, ácido naftalenoacético e o ácido 2-4 diclorofenoxiacético,
comprovadamente indutores de enraizamento.
As citocininas são substâncias que estimulam a divisão celular e, quando em
níveis relativamente altos, há formação de gemas, no entanto inibem a
formação de raízes.
As substâncias reguladoras de crescimento das plantas, que formam o grupo
das giberelinas, parecem não ser necessárias para a formação de raízes
adventícias em estacas e miniestacas. Ao contrário, os testes realizados em
diferentes espécies de plantas mostram uma inibição do enraizamento.
É possível que o efeito inibitório das giberelinas no enraizamento de estacas e
miniestacas seja causado pelo estímulo ao crescimento vegetativo, que
compete com a formação da raiz.

4.3.2). Efeito de folhas e gemas


É de grande importância no enraizamento de estacas e miniestacas, em virtude
da produção de auxinas e de outras substâncias que atuam no enraizamento.
Há muitas provas experimentais de que a presença de folhas em estacas e
miniestacas exercem forte influência estimuladora da formação de raízes. Os
carboidratos, resultantes da atividade fotossintética das folhas, também
contribuem para a formação de raízes, embora os efeitos estimuladores de
folhas e gemas se devam, principalmente, à produção de auxina.
As estacas e miniestacas de eucalipto devem possuir no mínimo duas gemas e
duas folhas, caso contrário o enraizamento será prejudicado. Estacas e
miniestacas desfolhadas não chegam a enraizar.

4.3.3) Inibidores endógenos de enraizamento


As estacas e miniestacas de algumas plantas de difícil enraizamento, como os
eucaliptos, não chegam a formar raízes, em virtude da presença natural de
inibidores químicos. Em algumas plantas estes inibidores podem ser lixiviados,
colocando-se as estacas em água corrente, aumentando assim a capacidade
de enraizamento. Segundo os mesmos autores, a maior ou menor capacidade
de enraizar vai depender do balanço entre as substâncias promotoras e
inibidoras do enraizamento, que, de modo geral, é muito variável entre as
espécies.

4.4) Fatores que afetam a propagação por estacas e miniestacas


Dentre os vários fatores de que depende o enraizamento de estacas e
miniestacas, destacam-se os fatores internos (estado fisiológico, tipo de
propágulo, idade, época de coleta, etc.) e os fatores externos, que podem ser
mais bem controlados pelo homem (substrato, temperatura, insolação,
umidade).

4.4.1) Fatores Internos


4.4.1.1) Condição fisiológica da planta-mãe
Há consideráveis evidências de que a nutrição da planta-mãe exerce forte
influência sobre o desenvolvimento de raízes e ramos.
Estacas colhidas de uma mesma matriz e submetidas aos mesmos tratamentos
respondem diferentemente quanto à taxa de enraizamento, em diferentes
épocas do ano. Isto está diretamente ligado ao teor de carboidratos
armazenado na matriz.
O teor de carboidratos na planta-mãe deve ser alto e o de nitrogênio, baixo. O
teor de fósforo e de potássio tem efeito menor sobre o enraizamento de
estacas e miniestacas.
Os fatores que determinam a condição fisiológica são, ainda, relativamente
desconhecidos, muito embora sejam fundamentais, principalmente no domínio
da enzimologia para o controle do processo. Sabe-se, no entanto, que elevado
nível de reservas com uma elevada relação C/N favorece o enraizamento,
desconhecendose, todavia, o metabolismo dos hidratos de carbono.
As reservas parecem ser indispensáveis à sobrevivência do propágulo até o
enraizamento e posterior desenvolvimento. Mesmo nos casos em que há
retenção das folhas por parte do propágulo, as reservas a um nível conveniente
não só facilitam a emissão de raízes, como incrementam a fotossíntese.
Acrescente-se que boa parte desta se transfere para a base da estaca ou da
miniestaca, contribuindo para formação de primórdios radiculares .
Em plantas com difícil capacidade para enraizar podem-se usar tratamentos
para alterar artificialmente as condições fisiológicas da planta-mãe ou de partes
delas, como, por exemplo, o anelamento dos ramos. O anelamento provoca
aumento no nível de auxinas naturais acima do corte e uma diminuição abaixo.
Em eucalipto, testes mostram que a fertilização feita antes da colheita das
estacas tem efeito altamente significativo nos índices de enraizamento de
várias espécies, além de aumentar a velocidade de formação de raízes.

4.4.1.2) Idade da Planta-mãe


Em plantas que se propagam facilmente por estacas ou miniestacas, a idade
da planta-mãe tem pouca importância, porém, em plantas difíceis de enraizar,
este pode ser um fator relevante. Em geral, estacas tomadas de plantas jovens
(crescimento juvenil) enraízam com maior facilidade que estacas tomadas de
ramos mais velhos (crescimento adulto).
A idade fisiológica não coincide precisamente com a cronológica, uma vez que
a idade em que determinada espécie conserva a capacidade rizogência é muito
variável.
De qualquer forma, pode-se dizer que quanto mais juvenil for o material, maior
será o sucesso do enraizamento, quer expresso em percentagem, quer pela
rapidez de formação e, ainda, pela qualidade das próprias raízes, bem como
pela capacidade de crescimento da nova planta.
Em espécies de difícil enraizamento, como eucaliptos, é útil induzir as plantas
adultas a um estágio juvenil, feito por meio do corte da árvore e aproveitamento
da brotação das cepas para o enraizamento. O problema apresentado por
material adulto é o aparecimento ou a produção de substâncias inibidoras do
enraizamento.

4.4.1.3) Fatores externos


Umidade:
É fator de grande importância para o sucesso de um programa de propagação
vegetativa por meio de enraizamento de estacas e miniestacas.
A presença de folhas nas estacas e nas miniestacas é um forte estímulo para a
formação de raízes, no entanto, a perda de água pela transpiração pode levar
as estacas a morrerem antes que se formem as raízes. Portanto, alto grau de
umidade relativa do ar é necessário para evitar o ressecamento das estacas e
miniestacas.
Em espécies que enraízam com facilidade, a rápida formação de raízes permite
que a absorção de água compense a quantidade perdida pela transpiração,
porém, em espécies que enraízam mais lentamente, deve-se reduzir a níveis
bem baixos a transpiração pelas folhas, até que se formem as raízes. Para
contornar o problema da transpiração, deve-se manter a umidade relativa do ar
na região das estacas ou miniestacas em torno de 80 a 100 %, conservando-se
assim a turgescência dos tecidos.
Pode-se obter esta umidade relativa com o uso de um sistema de nebulização,
ou umificador de ambiente, que proporciona a formação de uma fina película
de água na superfície da folha, reduzindo, assim, a transpiração e mantendo
uma temperatura relativamente constante na superfície das folhas das estacas.
A qualidade da água e seu pH, em torno de neutro, são de suma importância
para o sucesso do enraizamento. O uso de água poluída pode acarretar danos,
principalmente pelo ataque de fungos.
Dependendo das condições climáticas locais, há necessidade do uso de
estruturas de propagação, que podem variar desde as casas de sombra às
estufas, passando por módulos mistos.
Temperatura:
A temperatura tem importante função regulatória no metabolismo das estacas e
miniestacas. Esta deve ser de tal forma, na base das estacas e miniestacas,
que forneça condições para que haja indução, desenvolvimento e crescimento
das raízes, como também para a manutenção e sobrevivência das folhas,
gemas e ramos.
A flutuação de temperatura é prejudicial à sobrevivência das estacas e
miniestacas e, conseqüentemente, para o seu enraizamento. Normalmente, é
usados o controle térmico por meio de aquecedores de ambiente ou de
resistências, e cabos elétricos para o aquecimento do substrato. Os mesmos
autores recomendam, em condições tropicais e subtropicais, manter a
temperatura do ambiente variando de 25 a 30 0C e, no substrato, de 21 a 26 0C,
para o enraizamento de estacas e miniestacas de eucalipto.
Um diferencial de temperatura entre o substrato e o ar ambiente é vantajoso.
A temperatura do substrato deve ser mais elevada, pois proporciona maior
atividade na base da estaca, reduzindo, simultaneamente, a respiração e a
perda de água pela parte aérea, prolongando, assim, o seu bom estado
fisiológico.
Este, talvez, seja o maior problema enfrentado pelos silvicultores brasileiros,
pois ao trabalhar com as estacas em recipientes, torna-se extremamente difícil
manter uma maior temperatura no substrato, em comparação com o ar
ambiente.
Sistemas de aquecimento para estufas existem no mercado, no entanto, todos
apresentam problemas e, mesmo que apresentem resultados satisfatórios, não
são capazes de aquecer o substrato sem aquecer o ambiente.
Luz:
A luminosidade fornecida às estacas e miniestacas durante o período de
enraizamento é de fundamental importância na emissão de raízes. No entanto,
devese atentar para o excesso de luz, que, no caso brasileiro, precisa ser
reduzida. Neste caso há necessidade de estruturas de sombreamento, que
podem ser ripados ou casas cobertas com sombrite (50 % de sombra), para
evitar a insolação excessiva das estacas e miniestacas.
Substrato:
O substrato, no qual são colocadas as estacas e miniestacas, influi no sucesso
do enraizamento e é função direta do sistema de irrigação a ser empregado.
O substrato para enraizamento apresenta três funções, ou seja, sustentar as
estacas durante o período de enraizamento, proporcionar umidade e permitir
aeração em suas bases. O oxigênio é indispensável para atender à respiração
resultante dos processos de calejamento e emissão de raízes.
Há diferentes tipos de substrato que podem ser usados de forma isolada ou em
mistura com outros. Para se conhecer qual a melhor mistura para enraizamento
é aconselhável experimentá-la de acordo com as condições ambientais que se
vai trabalhar.
Os elementos mais freqüentemente usados são: vermiculita, turfa, serragem,
casca de arroz carbonizada, moinha de carvão, terriço e diversas misturas
destes constituintes. Não há consenso quanto ao melhor, e tal fato deve-se à
espécie e às condições em que se trabalha.

4.6) Tratamento das estacas e miniestacas


4.6.1) Estímulo hormonal
O objetivo de tratar estacas e miniestacas com reguladores de crescimento
(hormônios) é aumentar a porcentagem de estacas e miniestacas que formam
raízes, acelerar a formação destas, aumentar o número e a qualidade das
raízes formadas em cada estaca, bem como aumentar a uniformidade de
enraizamento.
Para espécies que apresentam fácil enraizamento não se justificam o gasto e o
trabalho de se fazer tratamento hormonal das estacas e miniestacas, porém,
para espécies difíceis de enraizar, estes tratamentos favorecem muito o
enraizamento.
Os valores destes hormônios na propagação por estacas e miniestacas já
estão bem estabelecidos, com inúmeros trabalhos de pesquisa realizados em
quase todas as espécies vegetais de interesse econômico, embora não se
conheça bem a natureza do seu efeito.
O incremento do enraizamento, segundo alguns estudiosos, parece estar mais
ligada à resposta fisiológica que desperta na estaca, que ao resultado direto
enquanto produto químico.
Dentre os reguladores de crescimento mais utilizados no enraizamento de
estacas e miniestacas temos o ácido indolacético (AIA), ácido indolbutírico
(AIB), o ácido naftalenoacético (ANA) e o 2-4 diclorofenoxiacético (2-4 D).
Destes, parecem ser o AIA e o AIB os mais eficientes no enraizamento, ao
passo que o 2-4 D, em altas concentrações, pode tornar-se tóxico para
algumas plantas.
Às vezes as misturas de substâncias estimuladoras de enraizamento são mais
eficazes que os compostos isolados. Uma mistura de duas substâncias, em
algumas espécies, pode ser mais eficiente no enraizamento com maior
porcentagem de estacas e miniestacas enraizadas e mais raízes por estacas
que quando se usam substâncias separadas. Julga-se conveniente, às vezes,
recorrer a mais de um produto para explorar o efeito de sinergismo. Estas
substâncias podem ser aplicadas por dois processos distintos: imersão em
solução e aplicação em pó.
No caso de aplicação por imersão, as bases das estacas e miniestacas são
colocadas na solução de concentração variada por um certo período de tempo
(24 ou 48 horas) e, em seguida, levadas para o leito de enraizamento. Na
aplicação em pó, as bases das estacas são envolvidas pelo pó (hormônio e
talco) e, em seguida, também levadas para o leito de enraizamento.
A aplicação em pó apresenta algumas vantagens por ser fácil de usar e de
manter por um período maior o contato das estacas e miniestacas com
hormônio, porém, pode ser difícil de obter resultados mais uniformes, em razão
da quantidade variável de substâncias que se adere às estacas e miniestacas.
Isto é determinado em parte pelo teor de umidade da base das estacas e
miniestacas e pela textura de sua casca.
Em eucaliptos, o AIB tem apresentado mais eficiência na promoção de raízes
adventícias nas estacas, embora a mistura de AIB e AIA também apresentem
bons resultados. A concentração deste(s) hormônio(s) varia com a espécie e o
local, mas, normalmente, tem se situado entre 1.000 e 8.000 ppm.
Em miniestacas e microestacas, com alto grau de rejuvenescimento, muitas
vezes, torna-se desnecessário o uso de substâncias promotoras de
enraizamento.

4.6.2) Tratamentos com fungicidas


Durante o período de enraizamento, as estacas, miniestacas e microestacas
estão expostas ao ataque de diversos fungos. Os tratamentos com fungicidas
devem proporcionar certa proteção, resultando maior sobrevivência e qualidade
das raízes.
Porém, não se sabe se essa qualidade resulta da proteção dada ao ataque de
fungos ou do estímulo direto do fungicida para a iniciação de raízes ou se
ambos os fatores se combinam.
No caso de eucalipto, as estacas são tratadas com fungicidas logo após serem
preparadas, quando são suas bases mergulhadas em solução de Benlate (ou
outro fungicida) na concentração de 0,2%. No momento de aplicação do
hormônio, a base da estaca é novamente tratada com fungicida, desta vez o
Captan (ou outro fungicida), na concentração de 2%. Dentro da casa de
vegetação, ou seja, durante o período de enraizamento, aplicações preventivas
de fungicidas devem ser feitas semanalmente, de preferência com alternância
de produtos não sistêmicos, para evitar o aparecimento de resistência por parte
dos fungos.
Em miniestacas e microestacas, que são produzidas em condições mais
assépticas, com maior velocidade de enraizamento, muitas vezes não há
necessidade do uso de fungicidas durante o processo de enraizamento.

4.6.3) Fertilização mineral


O enraizamento de estacas, miniestacas e microestacas de diversas espécies
tem sido estimulado pela aplicação de compostos nitrogenados. O boro
estimula a produção de raízes nas estacas e miniestacas, sendo provável que
esse efeito seja mais de estímulo ao crescimento das raízes que de iniciação
das mesmas.
O método de fertilização mais utilizado pelas empresas que trabalham com
eucalipto consiste na aplicação de fertilizantes de liberação controlada, adubos
encapsulados, de liberação lenta dos nutrientes, misturados ao substrato.

4.7) Obtenção das brotações


O objetivo do enraizamento de estacas, miniestacas e microestacas é propagar
plantas que sejam superiores em características desejáveis, tais como:
volume, resistência a pragas e doenças, qualidade do fuste, quantidade de
casca, densidade da madeira, rendimento e qualidade da celulose, capacidade
de regenerar por brotação de cepas e taxa de enraizamento, dentre outros
parâmetros que variam de acordo com a finalidade da madeira produzida.
Uma vez selecionada a árvore ela é então cortada, com a finalidade de
produzir brotos. Esses brotos são colhidos em idades jovens para obter-se
sucesso no enraizamento. As brotações podem ser colhidas no campo, caso
de árvores selecionadas em plantios comerciais, ou no jardim clonal, que é
uma segunda etapa.
O jardim clonal é resultado do plantio de clones já selecionados, normalmente
com espaçamentos diferenciados, podendo-se citar o 3,0 x 1,0; o 3,0 x 0,50; o
2,0 x 1,0; o 1,5 x 1,5; o 1,0 x 1,0, chegando-se até 0,30 x 0,30 metros, quando
se trata de plantios em condições mais adequadas (canteiros). Nos
espaçamentos maiores, os cortes são, geralmente, realizados com idades mais
avançadas, entre 9 e 12 meses, já nos mais reduzidos, em torno de 3 meses,
quando então aguarda-se a brotação.
Tratando-se de áreas produtoras de estacas, é necessário fazer um tratamento
especial, incluindo adubações balanceadas, irrigações e, se for o caso, controle
preventivo de pragas e doenças.
A colheita é feita com tesouras de poda, devendo-se ter o cuidado de deixar
um broto na cepa, em caso de jardim clonal, para evitar a morte da mesma.
Sempre que possível, procurar realizar a colheita de brotações nas primeiras
horas da manhã, período de menor temperatura e insolação, reduzindo-se as
perdas de água por transpiração da brotação.
As miniestacas são produzidas em mini-jardins clonais. A diferença entre o
jardim clonal e o mini-jardim clonal refere-se ao local em que os clones são
cultivados para a produção de estacas ou miniestacas. No jardim clonal, os
clones são plantados diretamente no solo, ao passo que no mini-jardim clonal,
os clones são cultivados em tubetes, de modo a obter brotações que serão
cortadas e transformadas em miniestacas. Às plantas doadoras de miniestacas
denomina-se minicepas. Os tratamentos, em termos de fertilização, proteção e
colheita das miniestacas, seguem os mesmos passos preconizados para a
obtenção das estacas.
São ainda usadas as microestacas, sendo que estas diferem das miniestacas
apenas no fato de que as plantas doadoras são produzidas em laboratório.
Este tipo de estacas está cada dia mais comum nos viveiros, pelo fato de que
os clones apresentam o processo de envelhecimento, necessitando ser
rejuvenescidos em laboratório, formando assim as denominadas microcepas,
cultivadas em tubetes, formando o microjardim clonal.

4.8) Transporte das brotações


Após a coleta dos brotos, os mesmos devem ser acondicionados em
recipientes contendo água ou então devem ser feitas pulverizações com água
sobre os mesmos, para manter a sua turgescência. Assim que os brotos são
colhidos deve-se transportá-los para o viveiro, protegendo-os contra ventos e
luz solar direta, quando houver necessidade de transporte a maiores
distâncias. Quando chegar ao viveiro, as brotações devem ser mantidas em
locais sombreados e receberem sistematicamente água pulverizada. No caso
de minijardim ou microjardim clonal as estacas são colhidas durante todo o dia,
acondicionadas em caixas de isopor e levadas para o estaqueamento.

4.9) Preparo das estacas


No viveiro, as brotações devem ser tratadas imediatamente, evitando demora,
transformando-as em estacas com, no mínimo, um par de folhas. Estas folhas
devem ser cortadas ao meio, para evitar o excesso de transpiração. Assim que
as estacas estejam preparadas, as mesmas devem ser tratadas com fungicidas
e hormônios e logo em seguida colocadas nos recipientes e conduzidas para a
casa de vegetação ou estufa.
As miniestacas e microestacas apresentam tamanhos menores, quando
comparadas com as estacas, desta forma elas apresentam um comprimento
em torno de 2 a 5 cm e contêm, também, um par de folhas, cortadas ao meio,
com o mesmo objetivo das estacas, sendo que estas estacas são preparadas
pela própria equipe que as coletam.

4.10) Desenvolvimento das mudas


As estacas permanecem na casa de vegetação por um período que varia entre
20 e 45 dias, ao passo que as miniestacas e microestacas, normalmente,
permanecem menos tempo na casa de vegetação, algo em torno de 15 a 20
dias, dependendo da região, da época do ano e da espécie trabalhada.
Durante este período devem ser feitas limpezas diárias na casa de vegetação,
visando a retirada de folhas caídas, bem das estacas mortas.
Quando as estacas, miniestacas e microestacas estiverem enraizadas, as
mesmas são levadas para a casa de aclimatação, onde permanecem por um
período de 15 a 30 dias. Após este período, as mudas são transferidas para um
local de pleno sol, onde completam seu desenvolvimento e recebem os
tratamentos finais antes de serem levadas ao campo. Nesta fase, normalmente
são feitas duas adubações de cobertura, de acordo com as necessidades das
mudas.
Durante o período em que as mudas permanecem a pleno sol devem ser feitas
as toaletes, operações que objetivam retirar folhas velhas e ramificações
laterais, quando, então, as mudas ficam com apenas folhas novas e haste
única.
Deve-se aproveitar, durante estas operações e separar as mudas por classes
de tamanho, para que recebam tratamentos diferenciados, em termos de
fertilizações.
Antes de serem levadas ao campo, as mudas devem ser rustificadas, o que se
consegue pela suspensão das adubações e/ou pela redução da irrigação.
Normalmente, as mudas produzidas por enraizamento de estacas estão aptas
a serem plantadas quando atingem 70 a 90 dias de idade.

5) MANEJO DE REFLORESTAMENTO
5.1) Conceitos
O termo “manejo” pode ser definido como sendo o tratamento dispensado a um
povoamento florestal, o qual interfere nas condições ambientais em prol do
desenvolvimento da floresta, ou também como sendo a administração de uma
empresa florestal.
Assim sendo, o manejo nada mais é do que a execução de operações durante
o crescimento e maturação da floresta com o objetivo de incrementar a
produtividade, melhorar a qualidade e agregar valores à matéria-prima.
A administração ou planejamento florestal deve considerar:
•A definição dos objetivos da empresa.
•O planejamento da produção de cada povoamento.
•O planejamento da produção total da empresa.
Ao se efetuar um planejamento florestal, a disponibilidade e a qualidade da
matéria-prima, bem como as operações a serem realizadas, principalmente a
idade da colheita, devem ser bem dimensionadas, pois para cada finalidade
emprega-se um manejo diferenciado. Um equívoco muito comum é a
implantação de reflorestamentos antes da definição do destino e uso final da
madeira.
Neste ou são executados manejos inadequados, comprometendo a
produtividade e a qualidade do produto, ou as práticas excedem aos objetivos
da produção, desperdiçando-se dinheiro sem o retorno esperado.
Todo manejo causa conseqüências no ecossistema. Interferências que
parecem mínimas podem trazer conseqüências de grande porte para o sistema
produtivo florestal. Medidas semelhantes de manejo, em regiões diferentes,
podem causar conseqüências também diferentes ou até contrárias ao seu
objetivo.
Os povoamentos florestais devem ser caracterizados sob a ótica da produção
atual, análise da produtividade potencial futura e determinação de medidas
mais convenientes para gerenciar e atingir a produção potencial.

5.2) Planejamento Estratégico


Esta é a principal função do gerente florestal ou empresário que dirige uma
empresa do ramo.
No setor florestal, o gerente de planejamento tem uma posição estratégica,
pois dele depende, a princípio, o abastecimento atual e futuro da indústria, com
um produto de longo tempo de obtenção e que está sujeito a várias
interferências ambientais.
O planejador florestal deve definir a área a ser plantada, o tempo de maturação
da madeira ou idade de colheita, a percentagem de abastecimento próprio ou
de terceiros, a oferta, a localização e os preços de mercado, para então poder
traçar, com segurança, sua própria estratégia e definir o custo da matériaprima
a ser empregada na fábrica.

5.3) Material Genético


Em função dos fatores solo, clima e da destinação da matéria prima, as
espécies, bem como o grau de melhoramento genético destas espécies, são
fundamentais na agregação da qualidade e valor do produto final
industrializado.
Deve ser observado que determinadas espécies selvagens ou pouco
melhoradas apresentam utilizações bastante genéricas e pouco rentáveis,
enquanto que espécies melhoradas poderão ter aplicações mais específicas,
para usos mais nobres e, portanto, com maiores retornos financeiros. Exemplo
típico são as espécies de eucalipto, que, quando empregadas sem grau de
melhoramento, apresentam restrições de uso. Entretanto, quando
determinadas características são melhoradas, a qualidade da madeira
produzida permite uma infinidade de aplicações.
5.4) Espaçamentos
O espaçamento, ou densidade de plantio é provavelmente uma das principais
técnicas de manejo que visa à qualidade e a produtividade da matéria-prima.
Deve ser definido em função dos objetivos do plantio, considerando-se que a
influência do espaçamento é mais expressiva no crescimento em diâmetro do
que em altura. O planejamento da densidade de plantio também deve visar a
obtenção do máximo de retorno por área. Se, por um lado, a densidade for
muito baixa, as árvores não aproveitarão todos os recursos como água,
nutrientes e luz disponíveis e, por conseqüência, haverá menor produção por
unidade de área; mas por outro lado, se a densidade de plantio for muito
elevada, tais recursos não serão suficientes para atender a demanda do
povoamento, o que também repercutirá no decréscimo de volume e na própria
qualidade das árvores. Normalmente os plantios são executados com
espaçamentos variando entre 3x2 e 3x3 metros, os quais favorecem os tratos
culturais mecânicos. Empresas integradas destinam a madeira dos primeiros
desbastes para energia ou celulose, e as árvores remanescentes do
povoamento, com porte mais expressivo, são utilizadas para a fabricação de
serrados ou para a laminação.

5.5) Características dos Espaçamentos:


Espaçamentos maiores (densidade baixa)
• Produção em volume individual
• Menor custo de implantação
• Maior número de tratos culturais
• Maior conicidade de fuste
• Desbastes tardios
Espaçamentos menores (densidade alta)
• Produção em volume por hectare
• Rápido fechamento do dossel (menor número de tratos culturais)
• Menor conicidade do fuste
Quanto à forma dos espaçamentos, os quadrados ou retangulares são os mais
indicados e praticados, podendo ser bastante apertados para produção de
madeira para fins energéticos, ou mais amplos, quando se deseja matéria
prima para fins de fabricação de papel e celulose ou serraria e laminados.
5.6) Operações do Manejo
A produção de um maciço florestal depende dos fatores genéticos das
espécies e sementes utilizadas, da capacidade do sítio e das técnicas de
manejo adotadas. Após o plantio, a produção florestal pode ser influenciada
pelos fatores:
1. Melhoramento das condições ambientais, como adubações controle de
pragas e competição por ervas daninhas.
2. Diminuição da população original, através de desbastes, disponibilizando
melhores condições de luz, nutrientes e água às plantas.
3. Aprimoramento da qualidade das árvores, através da poda.

5.6.1) Tratos Culturais


Existem dois problemas imediatos após o plantio: a mortalidade das mudas e o
crescimento extremamente lento ou crescimento travado.
Algumas semanas após o plantio faz-se uma estimativa sobre o número das
mudas que estão mortas. Por exemplo, em um plantio onde uma em cada 5
mudas está morta, significa que há uma porcentagem de sobrevivência de 80%
ou uma mortalidade de 20%. Se a mortalidade das plantas apresenta-se muito
alta, é preciso efetuar o replantio nos espaços livres. É necessário tomar
cuidado com a demora do replantio, pois certos atrasos podem causar às
mudas replantadas desvantagens permanentes em crescimento e
desenvolvimento.
São vários os fatores que influenciam a sobrevivência das mudas no início do
plantio:
• A habilidade dos operários durante o plantio, a firmeza do solo ao redor das
raízes e a profundidade das covas.
• As condições meteorológicas após o plantio.
• A qualidade das sementes, mudas com raízes nuas ou mudas em
embalagem.
• Condições desfavoráveis do solo, como superfície alagada ou erosão.
• Ataque de formigas, cupins ou fungos.
• Competição de ervas daninhas.
• Danos causados por animais (criação intensiva, etc.).
As mudas destinadas ao replantio devem ser de boa qualidade, um pouco
maior que o normal e com raízes bem desenvolvidas.
O crescimento lento e deficiente, mesmo sem a ocorrência de pragas, pode
ocorrer em qualquer período. Normalmente acontece antes do fechamento do
dossel. Como aspectos visíveis: a má formação das acículas ou folhas e um
crescimento anual de 1 ou 2 cm; contudo, existem vários fatores podem causar
esta deficiência em crescimento e desenvolvimento:
• Seleção errada das espécies.
• Deficiência de nutrientes.
• Drenagem insuficiente do solo ou lixiviação excessiva.
• Problemas no solo, como compactação, erosão.
• Deficiência ou ausência da associação micorrízicas.
• Capinas insuficientes, criação intensiva de animais, e outras.
Através de uma correta adubação, pode-se conseguir melhorar as condições
dos solos empobrecidos ou compactados, enriquecer os solos, favorecer o
crescimento das mudas, aumentar a resistência das plantas contra fungos,
insetos e doenças. A adubação é recomendada, conforme os resultados das
análises de solo realizadas em laboratório e de acordo com as exigências da
espécie selecionada.

5.6.1.1) Importância dos Nutrientes mais utilizados na Adubação em


Plantios Florestais:
Nutriente Importância
Nitrogênio (N) É o elemento mais importante para a elaboração de
substâncias no interior da célula e na clorofila, sendo portanto
fundamental para os processos vitais da planta.
Fósforo (P) Mantém o crescimento das raízes, da inflorescência e das
sementes, favorece o processo de lignificação e é importante para a
atividade da microflora e microfauna do solo.
Potássio (K) Influencia a atividade das enzimas, regula o balanço de
água das plantas e é componente indispensável para a constituição
da celulose e do processo de lignificação.
Cálcio (Ca) Atua como regulador dos nutrientes das plantas, protege
a formação da clorofila, tem importância como elemento da estrutura
das plantas e é um bom desacidificador do solo.
Magnésio (Mg) Atua na formação das clorofilas e conseqüentemente
tem influência na fotossíntese.
Em relação à limpeza do terreno, para evitar a competição de água, luz e
nutrientes pelo mato e por ervas daninhas, há o método manual, através de
coroamentos e roçado; o mecânico, através de gradeação superficial, e o
químico, através da aplicação de herbicidas.
Sempre que houver a competição por mato ou ervas daninhas, independente
da época, deve-se fazer a limpeza. Principalmente na época de crescimento
(primavera), o plantio deve estar isento destes problemas para facilitar e
estimular um bom desenvolvimento, sem a competição.

5.6.2) Desbastes
Os desbastes são executados com diferentes finalidades, entre elas: o
aumento da produção volumétrica, a melhoria da qualidade do produto final e
para acelerar o retorno dos investimentos, diminuindo os riscos do projeto.
Os métodos de desbaste são:
- Seletivo: tem por objetivo a seleção e a proteção das melhores árvores pela
eliminação da competição com as árvores vizinhas. São classificados em:
- Sistemático: neste desbaste não se levam em consideração a classe da
copa nem a qualidade das árvores a serem retiradas. Normalmente são
retiradas linhas inteiras de árvores; sendo assim, o peso do desbaste
dependerá do número de linhas retiradas.
- Seletivo-sistemático: neste caso corta-se, a cada número fixo de linhas, uma
linha inteira e nas linhas que ficam faz-se um desbaste seletivo, de onde se
retiram as piores árvores (finas, bifurcadas, quebradas).

5.6.3) Podas
A poda, que também é designada por derrama, desrama ou derramagem, é a
supressão e o corte de galhos ou ramos ao longo do fuste, sendo uma
alternativa viável para obtenção de madeira e produtos de alta qualidade, sem
ocorrência de nós.
Nó é o ponto de inserção de um ramo no fuste da árvore. Nesse local as fibras
sofrem um desvio de direção, afetando o valor tecnológico da madeira pela sua
inserção, forma, sanidade e localização. Há vários tipos de nós, conseqüências
da não efetivação da poda, ou de podas bem ou mal conduzidas.
- Nó vivo: é aquele que faz parte da madeira em conseqüência de poda bem
conduzida. O corte do galho é rente à casca, permitindo uma boa cicatrização.
A madeira apresentará desenhos característicos que agregam beleza e valor
comercial.
- Nó soltadiço: nó aparentemente solto, mas que não é possível retirar com a
pressão dos dedos. Afeta negativamente a qualidade do produto.
- Nó morto ou solto: pode cair com a pressão dos dedos. Restringe o uso da
madeira para fins menos nobres.
A poda pode ser natural, ou seja, ao longo do tempo, conforme fatores
genéticos e densidade do plantio, os galhos secam e caem. A desrama natural,
geralmente, bastante eficiente em florestas de eucalipto.
A desrama natural pode ser acelerada pelo manejo da densidade do
povoamento, embora com sacrifício do crescimento em diâmetro. O processo
mais simples consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso o
que, além de manter os galhos inferiores pequenos, causa-lhes também a
morte. Geralmente, isso representa o melhor meio para condução de
povoamentos de eucalipto, pois não só estimula a desrama natural, como
também impede que os troncos se tornem curvos e engalhados. Já a poda
artificial vem a ser a operação de corte dos galhos, objetivando a produção de
“madeira limpa”, ou seja, isenta de nós, em rotação mais curta que a exigida
com desrama natural, e também para prevenir a formação de nós soltos,
produzindo madeira com nós firmes, mas não necessariamente limpa.
A poda artificial, além de evitar a ocorrência de nós que desvalorizam a
madeira, também apresenta as seguintes vantagens:
• Evitar a presença de nós na madeira.
• Beneficiar o controle e combate a incêndios.
• Facilitar os trabalhos de relascopia e manejo.
Há, entretanto, alguns danos causados pela poda artificial: em galhos muito
grossos, pode ocorrer a formação de bolsas de resina, prejudicando a
qualidade da madeira, e na poda de galhos verdes poderá ocorrer o ataque de
fungos e bactérias, causando o apodrecimento das pontas dos galhos.
Quando a finalidade da madeira a ser obtida for para laminados, faqueados e
serraria, a poda se torna necessária. Já para madeiras destinadas para
aglomerados e fábrica de papel e celulose, a poda é dispensada.
O DAP é o fator decisivo para determinar o momento adequado para a
execução da poda. É indicado podar as melhores árvores em diâmetro, que
possuam:
• Fuste sem bifurcações.
• Galhos finos.
• Copa bem desenvolvida.
• Ausência de doenças ou pragas.
É importante ressaltar que a parte mais valiosa da madeira (seu volume) está
concentrada na parte inferior do fuste. Portanto, a altura da poda deve ser de
no mínimo 5 metros e não mais que 10 metros do solo.

5.6.3.1) Tipos de poda


- Poda seca: os galhos mortos e secos são eliminados. Pode ser realizada em
qualquer período do ano.
- Poda verde: os galhos vivos, na maior parte da área com sombra da copa
viva, são eliminados. É importante ressaltar que esta poda, realizada
fortemente, pode provocar perdas de crescimento na altura e no diâmetro da
árvore; por isso, deve atingir no máximo, um terço da copa viva. A melhor
época para proceder esta poda é a de menor crescimento vegetativo, em que a
cicatrização é mais rápida.

5.6.3.2) Procedimento da Poda


Em função dos tipos de equipamentos (poda manual ou com máquinas), uma
árvore
sempre deverá ser podada no sentido horário, com o intuito de ter o corte mais
perto possível da casca. O corte deve ser em um único golpe, para não
arrebentar o resto do galho.
5.7) Proteção Florestal
5.7.1) Pragas e Doenças
As pragas que representam a maior importância econômica são: as formigas
cortadeiras em primeira instância, que ocorrem e devem ser controladas
durante toda a fase do projeto; em segunda, no caso de plantios de eucalipto,
pode-se considerar os cupins, na fase mais juvenil, e as lagartas, como a
Thyrinteina arnobia na fase mais adulta, principalmente.
Outra praga comum e causadora de sérios problemas é causada pelo fungo
Puccina psidii Winter (ferrugem do eucalipto). A primeira ocorrência da
ferrugem, causando danos, aconteceu no Espírito Santo, nos anos 70, em
plantios de Eucalyptus grandis, com idade inferior a dez anos. Além de ocorrer
em mudas de viveiro, a ferrugem pode atingir também plantas jovens no campo
até os dois anos de idade, reduzindo a produtividade da cultura e podendo
levar à morte os indivíduos mais delibitados.
Em relação aos plantios de pinus, o macaco-prego (Cebus apella), vem
causando danos consideráveis. O macaco-prego ocorre em praticamente em
toda a América do Sul, a leste dos Andes, apresentando uma grande
adaptabilidade às condições ambientais e uma grande diversidade
comportamental. Tem o hábito de arrancar a casca das árvores para alimentar-
se da seiva, que tem sabor doce.
Ao romper a casca, a árvore fica sem proteção e a circulação da seiva é
interrompida.
A árvore fica extremamente debilitada e suscetível ao ataque da vespa-da-
madeira, que, em termos de danos econômicos, é uma das principais pragas.
Outra praga que vem causando danos é o pulgão (Cinara pinivora e Cinara
atlantica) que hoje, ocorre em várias regiões de Santa Catarina, Paraná e São
Paulo.
O controle de formigas cortadeiras pode ser desenvolvido como citado
anteriormente, e para o controle de lagartas tem se usado muito o lagartecida
biológico, que tem como agente a bactéria Bacillus thuringiensis, cujos nomes
comerciais são o Dipel e o Bac control.
5.7.2) Incêndios Florestais
Entende-se por incêndio florestal todo fogo sem controle sobre qualquer
vegetação, podendo ser provocado pelo homem (intencionalmente ou por
negligência), ou por fonte natural (raio).
Anualmente, após as geadas, ocorre a estação seca, por um período crítico
que se estende do mês de julho até meados de outubro. Neste período a
vegetação torna suscetível a incêndios.
Os incêndios florestais, casuais ou propositados, são causadores de grandes
prejuízos, tanto no meio ambiente quanto ao próprio homem e a suas
atividades econômicas.
As causas dos incêndios podem variar bastante de região para região.
No Brasil, há 8 grupos de causas: raios, queimadas para limpeza, operações
florestais, fogos de recreação, o ocasionado por fumantes, por incendiários,
estradas de ferro e diversos.
Os incêndios, devido principalmente às condições meteorológicas, não ocorrem
com a mesma freqüência durante todos os meses do ano. Pode haver também
uma variação das épocas de maior ocorrência de incêndios entre as regiões do
país, devido às condições climáticas ou às diferenças nos níveis de atividades
agrícolas e florestais. Da mesma maneira, os incêndios não se distribuem
uniformemente através das áreas florestais. Existem locais onde as ocorrências
de incêndios é mais freqüente, como por exemplo, próximos a vilas de
acampamentos, margens de rodovias, estradas de ferro, proximidades de
áreas agrícolas e pastagens.
A proteção das florestas, bem como a de povoamentos florestais, torna-se
eficiente quando existe um planejamento prévio das atitudes e atividades a
serem tomadas ou implementadas nas diferentes situações que podem
apresentar.
Quanto ao controle de incêndios florestais, o processo preventivo tem se
mostrado como o de maior eficiência, através de aceiros manuais e mecânicos,
gradagens internas ao povoamento e um bom sistema de vigilância; este, muito
praticado entre empresas florestais vizinhas, num sistema de cooperativismo.
6. SILVICULTURA DO EUCALIPTO (EUCALYPTUS SPP)
Eucalipto é uma planta originária da Austrália, onde existem mais de 600
espécies. A partir do início deste século, o eucalipto teve seu plantio
intensificado no Brasil, sendo usado durante algum tempo nas ferrovias, como
dormentes e lenha para as marias-fumaças e mais tarde como poste para
eletrificação das linhas.
No final dos anos 20, as siderúrgicas mineiras começaram a aproveitar a
madeira do eucalipto, transformando-o em carvão vegetal utilizado no processo
de fabricação de ferro-gusa. A partir daí, novas aplicações foram
desenvolvidas. Hoje se encontra muito disseminado, desde o nível do mar até
2.000 metros de altitude, em solos extremamente pobres, em solos ricos, secos
e alagados.
Atualmente, do eucalipto, tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se óleos
essenciais empregados em produtos de limpeza e alimentícios, em perfumes e
até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O
tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas,
esteios para minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis.
Sua fibra é utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose.

6.1) Produção de Mudas


A produção de mudas pode ser de duas maneiras: sexuada (com o uso de
sementes) ou assexuada (por propagação vegetativa).
Quando sexuada, deve-se considerar a disponibilidade de semente e de
recipiente. A semente pode ser obtida de árvores existentes na região ou
compradas em locais especializados e os recipientes devem ser sacos
plásticos, apropriados ou comuns, previamente furados. Para a implantação de
reflorestamento de eucalipto, é muito importante a escolha da espécie que se
adapte ao local e aos objetivos pretendidos, como por exemplo:
- Para lenha e carvão: espécies que dêem grande quantidade de lenha em
prazo curto (Eucalyptus grandis, Eucalyptus urophylla, Corymbia torelliana)
- Para papel e celulose: espécies que apresentem cerne branco e macio
(Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus urophylla)
- Para postes, moirões, dormentes e estacas: espécies com cerne duro (para
resistir ao tempo), (Corymbia citriodora, Eucalyptus robusta, Eucalyptus
globulus)
- Para serrarias: espécies de madeira firme, em que não ocorram rachaduras
(Eucalyptus dunnii, Eucalyptus viminalis, Eucalyptus grandis)

6.2) Plantio
É necessária a adoção de um conjunto de medidas silviculturais, como, por
exemplo, a época do plantio (primavera ou início do verão, conforme a
espécie), preparo do solo, adubação (fertilização mineral em doses
apropriadas) e tratos culturais destinados a favorecer o crescimento inicial das
plantas em campo.
Tomando-se como exemplo o preparo para fins de cultivo de eucalipto, este
tem apresentado uma ampla evolução nos últimos anos, passando desde o
preparo mais esmerado até o cultivo mínimo, muito difundido e utilizado
atualmente no setor florestal. Logicamente que, quando se generaliza o uso do
equipamento ou o grau de mecanização sem se levar em conta todas as
variáveis e peculiaridades de cada solo, clima e topografia, a probabilidade de
dispêndio de dinheiro sem necessidade e a degradação do solo são
praticamente inevitáveis.
As espécies de Eucalyptus são altamente sensíveis à competição de ervas
daninhas (até aproximadamente de 1 a 1 ano e meio) e também ao ataques de

6.2.1) Preparo do terreno


O preparo do terreno está relacionado com as características da área onde
será realizado o plantio. O preparo do solo para o plantio deve ser feito de
maneira a propiciar maior disponibilidade de água para a cultura, visto que o
regime hídrico do solo é um fator essencial para o crescimento da maioria das
espécies de eucalipto.
Geralmente as operações são realizadas na seguinte ordem:
- construção de estradas e aceiros
- desmatamento e aproveitamento da madeira
- enleiramento ou encoivaramento
- queima das leiras
- desenleiramento
- combate à formiga
- revolvimento do solo
- sulcamento e/ou coveamento
As técnicas de cultivo mínimo e plantio consorciado têm sido adotadas por
muitas empresas a fim de diminuir os danos ambientais.

6.2.2) Espaçamento
Visando a produção de madeira para laminação, serraria e fina para papel e
celulose, geralmente são utilizados os espaçamentos de 3,0 x 2,5 (1.333
árvores/ha) ou 3,0 x 2,0 (1.666 árvores/ha).
Com o advento dos plantios clonais, as empresas de celulose passaram a
adotar espaçamentos mais largos (como o de 3 m x 3 m), que suprem o maior
espaço aos genótipos idênticos.
Na mecanização e nas atividades de colheita, o aumento do espaçamento
torna-se uma necessidade visando condições mais adequadas à produção de
indivíduos com maiores dimensões, que levam a uma maior produtividade dos
equipamentos.

6.2.3) Métodos de Plantio


O plantio pode ser realizado através de dois métodos:
- Plantio manual: consiste inicialmente de balizamentos e alinhamento, abertura
de covas, distribuição de mudas e plantio propriamente dito.
- Plantio mecanizado: consiste de um trator que transporta as mudas e abre a
cova com um disco sulcador enquanto um operário distribui as mudas. Ao
mesmo tempo, duas rodas convergentes fecham o sulco. As mudas mal
plantadas são arrumadas por um operário que segue a máquina, sendo este
processo utilizado para mudas de raiz nua ou em tubetes.

6.3) Tratos Culturais


6.3.1) Limpeza
A limpeza é realizada até que as plantas atinjam um porte suficiente para
dominar a vegetação invasora e geralmente são feitas através de três métodos
principais:
- Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas ou de coroamento e por
roçadas na entrelinha.
- Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas rotativas e roçadeiras.
- Limpeza química: utilização de herbicidas.

6.3.2) Combate às formigas


O combate às formigas cortadeiras deve ser executado antes, durante e após o
plantio. Existem três fases de combate: combate inicial, repasse e ronda. O
combate inicial deve ser realizado após a limpeza da área, porém antes do
revolvimento do solo. O repasse é feito 60 dias após o combate inicial, de
preferência antes do plantio. Faz-se a ronda durante a operação de plantio e
alguns dias após o mesmo. Durante a fase de crescimento da floresta devem
ser feitas rondas sempre que necessário. Neste sentido é feito o
monitoramento da infestação de formigas cortadeiras. Deve ser feito o combate
em toda a área a ser plantada, nas reservas legais e permanentes e numa
faixa de 200 metros de largura ao redor, variando de acordo com o índice de
infestação e as espécies de formigas existentes.
Podem ser usados pós-secos, líquidos termonebulizáveis e iscas granuladas,
seguindo a dosagem e a forma de aplicação recomendada pelo fabricante. Dos
produtos citados acima, os mais usados são as iscas granuladas, por sua
facilidade de manuseio, maior rendimento operacional (quando em áreas
limpas) e baixa toxicidade ao meio ambiente. A sua limitação de uso está nos
períodos chuvosos, podendo, neste caso, serem distribuídas em embalagens
impermeáveis, denominadas de porta-iscas, que são distribuídos
sistematicamente em toda a área a ser combatida.
As espécies mais comuns na região Sul são as dos gêneros Atta e
Acromyrmex, geralmente combatidas com iscas granuladas distribuídas nos
caminhos e olheiros.

6.3.3) Replantio
O replantio deverá ser realizado num período de 30 dias após o plantio,
quando a sobrevivência deste é inferior a 90%.
6.4) Tratos Silviculturais
6.4.1) Poda ou Desrama
Esta operação visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras
desprovidas de nós. O controle do crescimento dos galhos, bem como sua
eliminação, é uma prática aplicada às principais espécies de madeira.
Os nós de galhos vivos causam menores prejuízos que os deixados por galhos
mortos.
Estes constituem sérios defeitos na madeira serrada.
Ocasionalmente, as árvores também são podadas para prevenir a ocorrência
de incêndios florestais e para favorecer acesso aos povoamentos, durante as
operações de desbastes, inventário e combate à formiga.
São dois os tipos de desrama:
- Desrama natural: é bastante eficiente em floresta de eucalipto, sendo que
nenhuma medida especial deve ser tomada a fim de promovê-la. O processo
mais simples consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso, o
que, além de manter os galhos inferiores pequenos, causa-lhes também a
morte.
- Desrama artificial: o objetivo mais tradicional desta prática é a produção de
madeira
limpa ou isenta de nós em rotação mais curta que a exigida com desrama
natural.
A desrama artificial pode ser feita também para prevenir os nós soltos,
produzindo desta forma madeira com nós firmes. Este esforço pode não
oferecer recompensas muito valiosas, porém envolve um período de espera
menor.

6.4.2) Desbaste
Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o
objetivo de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a
produção da madeira utilizável. Nesta operação, removem-se as árvores
excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do
povoamento num número limitado de árvores selecionadas.
Para determinar a intervenção, é preciso conhecer-se o incremento médio
anual e corrente da floresta. Quando o incremento do ano passar a ser menor
que o médio até a idade correspondente à ultima medição, tendendo portanto a
baixar a média geral da produção da floresta, este seria o ano para a sua
intervenção.
Esta análise é possível mediante a realização de inventários contínuos.
Nos desbastes, as vantagens em conseqüência da competição devem ser, pelo
menos em parte, preservadas. Assim, num programa de desbaste, para
rotações relativamente longas, o número de árvores deve ser reduzido
gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que seria
em condições naturais.
A seleção das árvores a serem desbastadas é caracterizada da seguinte
forma:
- Posição relativa e condições de copa (dominantes)
- Estado de sanidade e vigor das árvores
- Características de forma e qualidade do tronco
O principal efeito favorável do desbaste é estimular o crescimento em diâmetro
das árvores remanescentes.
A variação no diâmetro das árvores induzidas pelos desbastes é muito ampla.
Desbastes leves podem não causar efeito algum sobre o crescimento, embora
seja possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir uma produção
constituída de árvores com o dobro do diâmetro que, durante o mesmo tempo,
elas teriam sem desbastes.
Os desbastes também tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o
crescimento dos galhos. A única vantagem disso é que os galhos permanecem
vivos por mais tempo e, desse modo, reduz-se o número de nós soltos na
madeira.

6.4.3) Métodos de desbaste


- Desbaste sistemático: Aplicados em povoamentos altamente uniformes, onde
as árvores ainda não se diferenciaram em classes de copas. Aplica-se em
povoamentos jovens não desbastados anteriormente. É mais simples e mais
barato.
Permite mecanizar a retirada das árvores.
- Desbaste seletivo: Implica na escolha de indivíduos segundo algumas
características, previamente estabelecidas, variadas de acordo com o propósito
a que se destina a produção. As árvores removidas são sempre as inferiores,
dominadas ou defeituosas. Este método é mais complicado, porém permite
melhor resultado na produção e na qualidade da madeira grossa.

6.5) Exploração
6.5.1) Idade de corte
A condução dos talhões de eucalipto geralmente é realizada para corte aos 7,
14, e 21 anos. São 3 ciclos de corte para uma mesma muda original. De acordo
com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte poderá ser menor (a cada 5 ou 6
anos).
Tudo está ligado ao objetivo da plantação de eucalipto (lenha, carvão, celulose,
mourões, poste, madeira de construção ou serraria).

6.5.2) Limpeza da área para corte


Quando o povoamento de eucalipto de um talhão atinge a idade para o
primeiro corte, deve-se efetuar a limpeza do local. A eliminação do mato ralo e
da capoeira existentes na área do eucalipto facilita os trabalhos de corte e
retirada de madeira. Depois da limpeza da área, mas antes de se efetuar o
corte das árvores, deve-se proceder a uma vistoria para controle das formigas,
pois estas são muito danosas e impedem a rebrota das cepas de eucalipto.

6.5.3) Capacidade de rebrota das cepas de eucalipto


A rebrota do eucalipto é variável conforme a espécie. As espécies E. saligna,
E. urophylla, C. citriodora apresentam boa rebrota; já as espécies E. grandis e
E. pilularis apresentam má brotação.

6.5.4) Época de corte


A capacidade de rebrota das cepas de eucalipto varia conforme a época.
Geralmente a sobrevivência dos brotos é maior quando se cortam as árvores
na época chuvosa (primavera).
6.5.5) Altura de Corte
A altura de corte em relação ao terreno define a percentagem de sobrevivência
das brotações. Deve-se cortar bem próximo do solo, deixando-se o mínimo de
madeira na cepa da árvore. O corte deverá ser chanfrado ou em bisel.
As espécies com boa brotação devem ser cortadas a uma altura média de 5 cm
acima do solo.
As espécies com baixa capacidade de rebrota deverão ser cortadas a uma
altura de 10 a 15 cm da superfície do solo. Poderá ser feito a machado ou com
motosserra.

6.5.6) Diâmetro das cepas


O vigor das brotações do eucalipto está ligado com o diâmetro das cepas. O
número de brotos aumenta a medida que o diâmetro das cepas aumenta.

6.6) Manejo da Brotação


6.6.1) Limpeza das Cepas
Consiste em limpar-se ao redor das cepas de eucalipto, retirando-se a galhada,
folhas, casca, evitando o abafamento da brotação.
Deve-se evitar que a madeira cortada seja empilhada sobre as cepas.
A entrada de caminhão para retirada da madeira pode prejudicar as brotações.
Não deve ser utilizado o fogo para limpeza da área, pois este é inimigo das
brotações do eucalipto.

6.6.3) Desbrota das cepas


Quando os brotos apresentarem de 2,5 a 3 m de altura, ou seja, após 10 a 12
meses do corte das árvores, efetua-se a desbrota. Isso deve ser feito no
período quente e chuvoso, para garantir o crescimento da brotação. Conforme
o tamanho da cepa, deixa-se a seguinte quantidade de brotos:
- Cepas menores que 8 cm: apenas um broto.
- Cepas maiores que 8 cm: de 2 a 3 brotos.
6.6.4) Adubação para brotação
Na véspera do corte das árvores, aplica-se de 100 a 150 gramas de
fertilizantes por cepa, da fórmula 10:30: 10. A aplicação é feita nas entrelinhas
do eucalipto, em sulco ou a lanço. As cepas têm melhor brotação.

6.6.5) Interplantio
Consiste no plantio de mudas ao lado do tronco de eucalipto que não tenha
brotação. Por isso, de 2 a 3 meses após o corte das árvores, efetua-se um
levantamento das cepas não brotadas. Identificam-se os locais para o plantio.
Plantam-se mudas bem desenvolvida com 6 a 8 meses de idade,
especialmente produzidas no viveiro. Deve-se abrir covas bem grandes,
durante a estação chuvosa, ao lado das cepas mortas. O ideal é efetuar
adubação de cova, a base de 150 gramas da fórmula 10:30: 10.

6.7) Pragas e doença


Doença: Escaldadurado caule.
Causa: A insolação do período da tarde incide na areia e atinge, por reflexão,
porções basais no tronco, danificando as árvores pelo efeito provocado por
temperaturas excessivamente elevadas.
Ação na planta: A maioria das árvores afetadas permanece viva e reage a
essas lesões por calejamento, formando cancros típicos. A área danificada é
invadida por parasitas fracos que aumentam a lesão.
Controle: Recobrir o solo ao redor do tronco com a vegetação capinada; ou
recomenda-se nestas áreas espécies que possuam casca espessa.

Doença: Geada
Causa:Frio intenso com ocorrência de geadas.
Ação na planta: Queima da folhagem do terço basal, ou terço basal-
intermediário ou de toda a copa.
Controle: Recomenda-se em áreas de ocorrência de geada o plantio de
espécies resistentes.

Doença: Afogamento do coleto


Causa: Plantios e tratos culturais mal conduzidos, ou enxurradas.
Ação na planta: Aterramento de parte do caule das mudas ou plantas jovens.
Em plantas tolerantes, ocorre hipertrofiamento na porção do caule aterrada e
produção de novas raízes; em plantas intolerantes, as raízes iniciais vão
morrendo, as plantas ficam debilitadas e há o aparecimento de lesões
necróticas causadas por patógenos fracos (Fusarium sp. E Cylyndrocladium
Controle: Plantios e tratos culturais bem feitos em áreas sujeitas a enxurradas;
construção de terraços para contenção da água.

Doença: Fitotoxidade em mudas


Causa: Em viveiros e casas de vegetação, a aplicação de adubos, defensivos,
acaricidas e inseticidas.
Ação na planta: Necroses ou manchas amareladas e esbranquiçadas nas
superfícies dos limbos.
Controle: Controle na aplicação de inseticidas, herbicidas, etc.

Doença: Fogo
Causa: Temperaturas elevadas.
Ação na planta: Tecidos da casca e câmbiosão mortos ou calcinados. Podem
ocorrer cancrostípicos quando acontece a calcinação. Nas árvores que não
morrem, ocorre a redução no ritmo de crescimento.
Controle: Controle de incêndios florestais.

Doença: Gomose
Causa: Resposta a uma agressão mecânica (estrangulamento por cipó, dano
por insetos, geada, fogo, seca e ventos, fatores edafoclimáticos adversos).
Ação na planta: Por trincas ocasionadas ou inchamento no tronco, há o
escorrimento anormal de uma substância marrom.
Controle: O seu controle depende de uma proteção a agressões mecânicas.

Doença: Pau-preto (gomose mais intensa)


Causa: Reação da planta a fatores adversos do ambiente.
Ação na planta: Gomose generalizada, coloração preta da superfície da casca
de árvores adultas, resultante da exsudação de goma em vários pontos do
tronco. Não causam a morte.
Controle: Evitado com o plantio de plantas resistentes a fatores
adversos.

6.1) Principais doenças abióticas do Eucalipto


Ainda como doenças abióticas pode-se citar:

6.1.2) Déficit hídrico em eucalipto


A falta de água acarreta distúrbios fisiológicos no eucalipto, em viveiros a falta
de irrigação pode levar as mudas à murcha permanente.
Sintomas
Em eucaliptos de 0,5 a 1,5 anos, há seca dos ponteiros, de galhos, e da haste
principal; a necrose é em forma de V invertido em folhas ainda fixas; folhas
com sintomas de deficiência mineral (clorose marrom pálida); necroses
irregulares (trips); cancros pequenos; fendas e rugosidade na haste principal.
Eucaliptos com mais de 1,5 anos, são pouco afetados pelo déficit hídrico, com
exceção do Eucalyptus grandis. Em eucaliptos com mais de 5 anos, não se
apresentam sintomas externos.
Lesões foliares em forma de “V” invertido constituem os sintomas marcadores
de falta d’água, após a planta ter passado por um período de murcha
temporária. Tais lesões geralmente se iniciam no ápice do limbo e progridem
em direção à nervura principal, em conseqüência da perda de água por
transpiração, sem haver reposição em tempo hábil e em quantidade
necessárias para manter o potencial hídrico da planta. Se a falta d’água
persistir, a planta sofre murcha permanente, as folhas adquirem tonalidade
palha e a planta toda seca. No campo, a seca ou morte de árvores pode
ocorrer em reboleiras ou em plantas esparsas pelo talhão. Até os três anos de
idade, as plantas podem apresentar sintomas foliares de “V” invertido,
encarquilhamento foliar e seca de ponteiros de galhos e da haste principal no
terço superior ou em toda planta. Já, a partir do quarto ano, normalmente se
observam secamento da copa, trincamentos de casca e exudação de goma na
base do tronco. Plantas sob déficit hídrico, com sintomas de arroxeamento e
queima foliar em face à deficiência de nutrientes, principalmente fósforo e
potássio.
- Solos encharcáveis: Devido à retenção de água ou ao levantamento do
lençol freático, ocorre a deficiência de oxigênio para as raízes e
microorganismos, elevando a concentração de gás carbônico.
Sintomas
Plantas raquíticas que morrem prematuras. Ocorre a seca dos ponteiros em
galhos e na haste principal em árvores tolerantes. Há o lançamento de folhas
anormais em árvores adultas e vários sintomas de deficiência de minerais.
Excesso de folhas nos talhões, principalmente após o primeiro corte.
Em condições de umidade do ar excessivamente elevada, ocorre a extrusão de
células do mesófilo e, em conseqüência a formação de edemas foliares, como
resultado formam “bolhas” inicialmente branco-esverdeada e, após a exposição
ao meio ambiente, adquirem coloração ferrugínea e textura corticosa.
Em viveiros, o excesso de umidade no substrato pode alterar o
desenvolvimento normal de raízes e induzir um desequilíbrio na absorção de
nutrientes, ocorrendo toxidade por ferro e manganês. O excesso de umidade
no substrato causa uma condição de anaerobiose, podendo as mudas
apresentar encarquilhamento e clorose, geotropismo negativo das raízes e
queima e secamento do ápice, reduzindo, conseqüentemente, o crescimento
da planta. O encharcamento excessivo do substrato pode ser diagnosticado,
mediante a compressão manual e observação do escorrimento abundante de
água entre os dedos.
No campo, a má drenagem do solo e, ou, afloramento do lençol freático induz
sintomas de clorose, arroxeamento e secamento da copa das plantas afetadas,
culminando com a morte da planta.
- Seca de ponteiros do eucalipto
Ocorre em regiões encharcadas, e onde a drenagem é insatisfatória ou onde o
lençol freático é muito alto.
Sintomas
Lesões na extremidade da haste principal e dos pontos de inserção dos seus
galhos e ramos; tais lesões podem causar anelamento e cancro.
Esta doença é caracterizada pela inserção dos galhos com a haste principal, e
pela inserção dos ramos e pecíolos.
Causas
Devido à ocorrência de um distúrbio fisiológico nas árvores de eucalipto,
aparecem como conseqüência a inserção dos galhos com a haste principal, e a
inserção dos ramos e pecíolos, predispondo as árvores ao ataque de fungos
parasitas facultativos.
Controle
Plantio de procedências ou clones de eucalipto tolerantes à doença.
Principais doenças abióticas do Eucalipto
Doença Características Ação Controle
Tombamento de mudas (damping off)
Fungo:
Cylindrocladium scoparium
Rhizoctomia
solani
Pythiriumsp.
Fusariumsp.
Ocorre em locais que
apresentam as
características:
Elevada umidade de solo e
do ar decorrentes de
irrigação e chuvas muito
freqüentes.
Viveiros instalados em
área sombreada e solos de
má drenagem
Elevada densidade de
mudas por área.
Adubações orgânicas ou
nitrogenadas em excesso.
Na pré emergência parte
das sementes não
germinam.
Anelamento do coleto.
Lesão escura nas hastes.
Queda das hastes.
Anelamento das hastes,
com as mudas
murchando, morrendo e
secando em pé.
Técnicas especiais de
produção de mudas e por
meios químicos.
Produção em tubetes deve
receber prioridade em relação
à semeadura direta em sacos
plásticos.
Fumigação do substrato com
Brometo de Metila.
Em semeadura direta,
recomendam-se desbastes na
fase em que as mudas tem de
4 a 7 cm de altura.
Efetuar vistorias 2 vezes por
semana (base e haste).
Podridão de
estacas
Fungo:
Cylindrocladium
sp.
Rhizoctonia sp.
Ocorre em locais que
apresentam:
Elevada temperatura.
Umidade excessiva.
Material vegetal
debilitado.
Lesão escura que se
alastra da base para o
ápice da estaca.
Fumigação do substrato com
brometo de metila, suspensão
dos recipientes para evitar
contaminação vinda do chão.
Oidium
Fungo:
Oidium sp.
Ocorrem freqüentemente
em época de estiagem.
Geralmente ataca em
viveiros e em casa de
vegetação, mas não
costuma causar muita
preocupação.
Manchas isoladas ou em
toda planta, com
aparência de talco.
Folhas com visível
encanoamento.
Estrangulamento e
deformação dos limbos
mais novos.
Morte dos rebentos
foliares.
Pulverizações quinzenais de 35
gramas de Benomil/100 litros
de água ou semanais de 250 g
de enxofre molhável/100 litros
de água.
No campo, as medidas de
controle são dispensadas, uma
vez que só são atacadas as
folhas jovens de C. Citriodora.
Ferrugem do
eucalipto
Fungo:
Puccinia psidii
Ocorrem em locais com
umidade elevada e
temperaturas baixas ou
moderadas.
Minúsculas pontuações
verde claras ou vermelho
amareladas, com
posterior
desenvolvimento de
urédias, seguidas de
coloração amarelo-gemade-
ovo.
Raramente mata as
plantas, exceto quando
ataca com severidade
brotações novas após o
corte raso.
Evitar plantios de espécies
suscetíveis à doença.
Pulverizações semanais com
fungicidas.
Seleção de espécies,
procedências de clones
ausentes de doença e que
precocemente atingissem o
crescimento em altura e
desrama natural nos dois
primeiros anos de vida.
Cancro
Fungo:
Cryphonectria
cubensis
Geralmente ocorre em
regiões com temperatura
maior que 23oC e
precipitação anual maior
ou igual a 1.200 mm,
sendo uma doença típica
de regiões tropicais.
Mortes esporádicas e
lesões basais em plantas
jovens.
As plantas respondem à
doença formando uma
nova casca, resistente,
abaixo da infectada
(sapatas). A casca se
desgarra do tronco sob a
forma de tiras.
Cancro típico, que se
caracteriza por uma lesão
margeada por calos,
resultando em lesão
profunda, matando o
câmbio.
Quebra das árvores pelo
vento à altura das lesões.
Na resistência
interprocedência, o
reflorestamento deve ser feito
com procedências
moderadamente ou altamente
resistentes. Na resistência
intraprocedência, são feitas
plantações adultas
pesadamente infectadas de
modo natural.
Recomenda-se a utilização do
maior número de clones
possíveis nas plantações
clonais, evitando estreitar
demasiadamente a base
genética.
Fungo:
Corticium
salmonicolor
Ocorre em ambientes com
precipitação anual de
1200 a 1500 mm.
Ataca plantas
fisiologicamente
debilitadas e que se
encontram inadaptadas
ecologicamente.
Formação de um denso
micélio cor-de-rosa, que
representa a
sintomatologia típica da
doença.
Os orgãos atacados se
ressecam e perdem a
sintomatologia
característica da doença,
resultando em áreas
necrosadas, escuras e
com calos.
Calda bordaleza.
Utilização de espécies
resistentes à doença E.
Deglupta e E. torreliana
Estromas negros
Fungo:
Interferem negativamente
na qualidade da celulose
produzida, isenta de
sujeira, pois os
É caracterizado pela
presença de estromas
negros em crostas
irregularmente elíticas,
Após o abate das árvores,
consumir a matéria-prima o
mais rápido.
O local de estocagem deverá
Hypoxylon
mummularium
Hypoxylon
stygium
constituintes químicos do
processo Kraft não
conseguem dissolver os
estômatos negros.
de marrons a negras,
superfícies rugosas.
ser bem drenado, limpo e
capinado, e a estocagem, no
máximo de tempo de 2 meses.
Manejar o pátio de forma que
se utilize a madeira com no
máximo 3 meses de
estocagem.
Limpar o pátio de forma a
diminuir a quantidade de
inóculos iniciais de fungo.

Outra doença biótica do eucalipto é a mancha da folha, a qual apresenta as


seguintes características conforme o fungo que a ataca:
- Culindrocladium sp. e Coniella fragarie: inicialmente apresentam colônias
esverdeadas e, posteriormente, azuladas. Ocorrem em clima tropical em
épocas chuvosas, atacando principalmente as espécies E. dunnii, E. grandis,
E. Saligna.
Provoca perdas da fotossíntese (local transparente).
- Phaeoseptoria eucalypti: inicialmente ocorrem manchas marrons arroxeadas
agrupadas por todo limbo; posteriormente salpiques negros pela folha, até que
esta fique completamente necrosada. O controle é realizado com pulverizações
químicas com Mancozeb.
-Aulographina eucalypti: ocorrem manchas de marrons a pretas circulares,
coriáceas, pontuações negras e calosidade. Ocorre em regiões quentes,
atacando principalmente as espécies E. saligna, E. globulus, E. viminalis. Não
há controle.
-Altenaria tenuissima: inicialmente manchas marrons avermelhadas e
irregularmente circulares, contornadas por halo marrom vermelho, no centro
amarelo claro, ocorrendo de 1 a 20 manchas por folha. Ocorre em regiões
quentes, atacando principalmente as espécies E. alba, E. grandis, E. globulus.
O controle é realizado através de adequado suprimento de macro e
micronutrientes e pulverização com
Mancozeb.
-Trimmatostroma excentricum: manchas marrons escuras, coriáceas e várias
por folha. Em C. Citriodora
-Micosphaerella sp: manchas marrons claras, coriáceas e salpicadas de negro,
no viveiro e em campo, irregularmente circular. E. grandis, E. camaldulensis.
-Cercospora sp: ocorre em mudas passadas, maduras, manchas retangulares
e irregulares. E. grandis e E. dunnii.

7. SILVICULTURA DO PINUS (PINUS SPP)


As espécies do gênero Pinus são amplamente utilizadas em reflorestamentos
no Brasil, devido principalmente ao seu rápido crescimento. A madeira do pinus
é usada em construções leves ou pesadas, na produção de laminados,
compensados, chapas de fibras e de partículas, na produção de celulose e
papel, entre outros. O P. elliottii também é muito utilizado para a extração de
resina. O pinus também pode ser utilizado na implantação de quebra ventos.

7.1) Produção de Muda


7.1.1) Sementes
As sementes podem ser obtidas das árvores existentes na região ou
compradas em locais especializados. Para maiores informações sobre a
obtenção de sementes de qualidade, ver Melhoramento Florestal.

7.1.2) Semeadura
Para o Pinus podem ser empregados três tipos de semeadura:
Em sementeiras: as sementes são espalhadas diretamente em sementeiras,
sendo que, após a germinação, as plântulas sofrerão uma repicagem e serão
transferidas para os recipientes onde continuarão seus processos de formação.
Em canteiros de mudas embaladas: as sementes são semeadas diretamente
em recipientes, podendo ser utilizados tubetes especiais, sacos plásticos,
taquara, entre outros.
Em canteiros de mudas de raiz nua: a semeadura é realizada diretamente nos
canteiros, onde as mudas permanecem sob cuidados no local até o plantio
definitivo.
O método de raiz nua é indicado para locais onde ocorre boa distribuição
pluviométrica e temperaturas pouco elevadas, como no sul do Brasil. Esta
prática é realizada quando o plantio é mecanizado.
As mudas devem permanecer no viveiro até que atinjam uma altura entre 20 e
30 cm e um sistema radicular bem desenvolvido.

7.1.3) Substrato
Canteiros em raiz nua: em viveiros de raiz nua, o único substrato é o próprio
solo, que constitui o meio de desenvolvimento das raízes.
Canteiros com mudas em recipientes: o substrato mais utilizado é uma mistura
de materiais, devidamente decompostos. Os principais componentes desta
mistura são: turfa, cinza de caldeira, vermiculita, cascas de árvores e de arroz.
A adubação mineral é introduzida à mistura.
Inoculação de micorrizas em viveiros de Pinus spp.: A existência de uma
associação simbiótica entre determinados fungos e as raízes das espécies do
gênero Pinus é uma condição necessária para o sucesso do reflorestamento
com este gênero. Tal associação confere ao Pinus um sistema radicular com
maior área de absorção, permitindo suprimento maior e mais eficiente de
nutrientes às árvores.
O material obtido por meio do solo e/ou “litter” de antigos reflorestamentos de
pinus é incorporado ao solo do viveiro, geralmente antes da semeadura.
A distribuição do material com o inoculo é feita sobre o substrato contido nos
canteiros, com posterior incorporação mecânica ou manual no solo, até a
profundidade de 12 a 15 cm. A proporção de inoculo: o substrato para os
recipientes deve ser na faixa de 1:10.
Acículas contidas no chão de povoamentos florestais adultos, ainda não
decompostas, são utilizadas por algumas empresas para cobertura dos
canteiros, visando, além da proteção das sementes em germinação, a
introdução do inoculo micorrízico.
7.2) Plantio
7.2.1) Preparo do terreno
Como o preparo do terreno está ligado com as características da área onde
será realizado o plantio, geralmente as operações são realizadas na seguinte
ordem:
• Construção de estradas e aceiros
• Desmatamento e aproveitamento da madeira
• Enleiramento ou encoivaramento
• Queima das leiras
• Desenleiramento

• Combate à formiga
• Revolvimento do solo
• Sulcamento e/ou coveamento
As técnicas de cultivo mínimo e plantio consorciado têm sido adotados por
muitas empresas a fim de diminuir os danos ambientais.

7.2.2) Espaçamento
A escolha do espaçamento de plantio, na maioria dos planejamentos florestais,
tem sido fundamentada principalmente no uso final da madeira.
O espaçamento tem uma série de implicações do ponto de vista silvicultural,
tecnológico e econômico. Ele influencia as taxas de crescimento das plantas, a
qualidade das madeiras, a idade de corte, bem como as práticas de exploração
e manejo florestal e conseqüentemente os custos de produção.
A idade de corte e o espaçamento encontram-se também intimamente
relacionados, ou seja, os plantios em espaçamentos menores normalmente
exigem desbastes ou ciclos mais curtos de corte, pois a competição entre
plantas ocorre mais precocemente, antecipando a estagnação do crescimento.
A percentagem de árvores dominadas e mortas cresce com o avanço da idade,
causando um aumento da percentagem de falhas. Este fato ocorre com maior
intensidade e mais precocemente nos espaçamentos mais apertados. Um
número elevado de árvores dominadas pode refletir negativamente no volume
da madeira, estabilizando e até reduzindo o incremento médio anual.
Nos plantios de pinus, costumam ser utilizado o espaçamento de 3m x 2m e
2,5m x 2,5m.
7.2.3) Métodos de plantio
O plantio pode ser realizado através de dois métodos:
Plantio manual: consiste inicialmente no balizamentos e alinhamento, abertura
de covas, distribuição de mudas e plantio propriamente dito.
Plantio mecanizado: consiste de um trator que transporta as mudas e abre a
cova com um disco sulcador enquanto um operário distribui as mudas.
Ao mesmo tempo duas rodas convergentes fecham o sulco. As mudas mal
plantadas são arrumadas por um operário que segue a máquina, sendo este
processo utilizado para mudas de raiz nua.

7.2.4) Tratos Culturais


Os tratos culturais visam a manutenção dos povoamentos, sendo realizados
após o plantio até o fechamento do dossel de copas. Estes tratos têm como
objetivo reduzir a concorrência por nutrientes, a luz e a umidade impostas às
plantas pela vegetação invasora.
Para o gênero Pinus, estes tratos estendem-se normalmente até os dois ou
três anos, com variação para as diferentes espécies do gênero e sob diferentes
condições de clima e até de solo.

7.2.5) Limpeza
A limpeza é realizada até que as plantas atinjam um porte suficiente para
dominar a vegetação invasora. Geralmente são feitas através de três métodos
principais:
• Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas ou coroamento e por
roçadas na entrelinha.
• Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas rotativas e roçadeiras.
• Limpeza química: utilização de herbicidas.

7.2.6) Combate a formigas


A prevenção ao ataque das formigas cortadeiras deve ser realizado
constantemente, através da vigilância e do combate na fase de preparo do
solo, na qual a localização e o próprio combate são facilitados.
As espécies mais comuns na região Sul são as dos gêneros Atta e
Acromyrmex, geralmente combatidas com iscas granuladas distribuídas nos
caminhos e olheiros.

7.2.7) Replantio
O replantio deverá ser realizado num período de 30 dias após o plantio, quando
a sobrevivência deste é inferior a 90%.

7.2.8) Tratos Silviculturais


7.2.8.1) Poda ou Desrama
Esta operação visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras
desprovidas de nós. O controle do crescimento dos galhos, bem como sua
eliminação, é uma prática aplicada às principais espécies de madeira. Os nós
de galhos vivos causam menores prejuízos que os deixados por galhos mortos,
sendo que estes constituem sérios defeitos na madeira serrada.
Ocasionalmente as árvores também são podadas para prevenir a ocorrência de
incêndios florestais e para favorecer acesso aos povoamentos durante as
operações de desbaste, inventário e combate à formiga.

7.2.8.2) Desbaste
Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o
objetivo de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a
produção da madeira utilizável. Nesta operação, removem-se as árvores
excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do
povoamento num número limitado de árvores selecionadas.
Para determinar a intervenção, é preciso conhecer o incremento médio anual e
corrente da floresta. Quando o incremento do ano passar a ser menor que o
médio até a idade correspondente à ultima medição, (diminuindo portanto a
média geral da produção da floresta), este seria o ano para a sua intervenção.
Esta análise é possível mediante a realização de inventários contínuos.
Nos desbastes, as vantagens em conseqüência da competição devem ser, pelo
menos em parte, preservadas. Assim, num programa de desbaste, para
rotações relativamente longas o número de árvores deve ser reduzido
gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que seria
em condições naturais.
A seleção das árvores a serem desbastadas é caracterizada da seguinte
forma:
• Posição relativa e condições de copa (dominantes)
• Estado de sanidade e vigor das árvores
• Características de forma e qualidade do tronco
O principal efeito favorável do desbaste é estimular o crescimento em diâmetro
das árvores remanescentes.
A variação no diâmetro das árvores induzidas pelos desbastes é muito ampla.
Desbastes leves podem não causar efeito algum sobre o crescimento, embora
seja possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir uma produção
constituída de árvores com o dobro do diâmetro que, durante o mesmo tempo,
elas teriam sem desbastes.
Os desbastes também tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o
crescimento dos galhos. A única vantagem disso é que os galhos permanecem
vivos por mais tempo e, desse modo, reduz-se o número de nós soltos na
madeira.

7.2.8. 2.1)Métodos de desbaste


a) Desbaste sistemático: aplicados em povoamentos altamente uniformes,
onde as árvores ainda não se diferenciaram em classes de copas, e se aplica
em povoamentos jovens não desbastados anteriormente. É mais simples e
mais barato.
Permite mecanizar a retirada das árvores.
b) Desbaste seletivo: implica na escolha de indivíduos segundo algumas
características, previamente estabelecidas, variadas de acordo com o propósito
a que se destina a produção. As árvores removidas são sempre as inferiores,
dominadas ou defeituosas. Este método é mais complicado, porém permite
melhor resultado na produção e qualidade da madeira grossa.
c) Desbaste seletivo sistemático: este tipo de desbaste, além de favorecer as
melhores árvores, retirando-se a concorrência de árvores ruins, pode ainda
com a retirada de uma linha inteira, aumentar o volume retirado no desbaste e,
com isto, compensar os custos, aumentando-se a renda. Esta prática é
utilizada em algumas empresas do Sul do Brasil em plantios de Pinus spp.

7.2.8.3) Exploração
A idade de corte refere-se ao tempo necessário para que uma floresta, ou parte
desta, cresça e produza ótima quantidade de madeira.
A definição técnica da idade de corte pode ser obtida em razão do crescimento
da floresta.
Para isto, deve haver um acompanhamento por meio de parcelas permanentes
representativas, em que, de ano em ano são medidos o diâmetro, a altura e o
volume das árvores.
Com isto, determina-se o incremento médio anual (IMA) do volume da floresta,
assim como o incremento corrente anual (ICA). Quando o incremento do ano
passar a ser menor que o médio até a idade correspondente à última medição,
tendendo, portanto, abaixar a média geral da floresta, este seria o ano para a
sua exploração.
Para fins industriais, as espécies do gênero Pinus geralmente são cortadas em
rotações que variam de 5 a 8 anos, por meio de cortes rasos ou parciais.

7.3) Pragas e doenças


7.3.1) Doenças
Doença:
Tombamento ou damping-off Fungo: Rhizothoctonia solani Fusarium
monoliforme Fusarium centricosum Pythium debaryanum
Características: Ocorre nas seguintes condições:Elevada umidade, irigação e
chuvas freqüentesEm
solos com má drenagemElevada densidade de mudasAdubação nitrogenada
em excesso
Ação na Planta: Lesão fúngica na base da mudaNa pré-emergência parte das
sementes não germinamAnelamento do colo das mudasQueda das hastes
Controle: Usar preventivo de fungicidas no primeiro mês de produção de
mudas.Evitar umidade excessiva no substrato.Promover arejamento satisfatório
das mudas por meio de espaçamento adequado.
Doença:
Asfixia de mudas Fungo: Telephora terrestris Telephora caryophyllea
Telephora fimbriata
Características: Excessivo enovelamento de raízesExaustão dos nutrientes do
substratoIrrigação insuficiente das
plantasInterrupção do fluxo de água e sais minerais
Ação na Planta: As mudas têm-se mostrado amarelecidas e até mortas.
Notam-se basidiocarpos marrons de escuros a negros, típicos do fungo
basidiomiceto do gênero telphora, firmemente aderidos ou envolvendo as
porções basais dos seus caules.
Controle: Aplicar a de calda bordaleza.Aumentar o espaçamento.Promover a
ventilação.

Doença:
Seca das pontas Fungo: Sphaeropsis sapinea
Características: A notoriedade de S. Spinea como patógeno de Pinus spp.
Deve-se, sobretudo, aos surtos de secas das pontas em plantações de Pinus
spp., previamente danificadas por chuvas de pedra durante verões chuvosos.
Ação na Planta: Anelamento de hastes de mudasApodrecimento de raízes de
árvores adultasCancros nas diversas alturas do fuste, sendo a penetração do
fungo através das feridas da desrama artificial, azulamento da madeira Seca
das pontas dos galhos ou da haste principal
Controle: Proceder as desramas dos povoamentos, proporcionando melhor
arejamento.Remover os órgãos desramados para evitar que se transformem
em futuras fontes de _noculo de S. Spinea.Evitar o estabelecimento de
plantações de Pinus spp., em áreas castigadas por chuvas de pedra ou por
outras adversidades climáticas que afetem a espécie plantada.Evitar os
estresses fisiológicos.

Doença:
Queima de acículas Fungo: Cylindrocladium pteridis
Características: Ataca mudas enviveiradas e plantas no campo até quatro anos
de idade.
Ação na Planta: Acículas com lesões de coloração amareloamarronzada,
medindo de 2 a 5 mm de comprimento causando mais tarde o seu anelamento.
Posteriormente, as acículas tornam-se marrons pardas e caem.
Controle: Controlar com fungicidas.

Doença: Queima de Acícula ou Queima de Dotistroma Fungo: Dothistroma


septospora
Características: Doença atrelada à Pinus radiata, espécie que mostrou-se não
adaptável ao Brasil.É considerada doençamodelo na Patologia Florestal, em
vista dos estudos na sub-área de epidemologia e controle químico em campo.
Ação na Planta: Manifesta-se em plantas em campo depois dos 6 – 8 meses,
e é severa até os 10 anos de idade.A doença começa nas acículas basais do
tronco e progride, de modo ascendente, na copa.O principal dano é a perda de
incremento das árvores atacadas que está relacionada com a intensidade de
doença refletida pela percentagem de copa queimada ou desfolhada.A partir de
80% de folhagem afetada, a planta tem paralização de crescimento ou morre.
Controle: Utilizar espécies resistentes à doençaControlar com fungicidas
cúpricos

Doença: Amareliose Fungo: Armillaria mellea


Características: Geralmente ocorre na primeira rotação, em plantações de
pinus estabelecidas em áreas onde havia floresta natural ou reflorestamento
com espécies florestais folhosas com reconhecida capacidade multiplicadora
de _noculo do patógeno em regiões úmidas, com temperatura moderada.A
doença pode ser transmitida de uma árvore para outra através do contato
radicular.
Ação na Planta: Apodrecimento de raízes e de porções basais do tronco,
levando há maioria das vezes à morte.As árvores inicialmente exibem
crescimento vagaroso, tornam-se amarelecidas e apresentam exsudação de
resina na base do tronco e nas raízes.Queda acumulada de acículas,
secamento de terminais de galhos e finalmente morte.
Controle: Limpar a área a ser recém desmatada e arada para o plantio de
pinus, recolhendose os restos de raízes, tocos, troncos e galhos da vegetação
anterior, apodrecidos ou não e queimá-los ou destinados à carbonização.Abrir
trincheiras ou valas, isolando árvores atacadas para que a doença não atinja as
árvores vizinhas pelo contato das raízes.Evitar o plantio de espécies
suceptíveis à doença.

Doença: Podridão de Raízes Fungo: Cylindrocladium clavatum


Características: A doença geralmente ocorre a partir de 1 ano de idade.A
mortalidade ocorre tanto em plantas esparsas ou em reboleiras.
Ação na Planta:
Controle:

7.3.2) Pragas
7.3.2.1) Macaco prego (Cebus apella)
O macaco-prego é uma espécie nativa do Brasil que tem causado prejuízos
aos reflorestamentos de pinus do país. Este animal ataca o terço superior da
árvore de pinus, descascando o tronco e alimentando-se da seiva, que tem
sabor doce. À medida que a superfície exposta pelo descascamento aumenta,
aumenta também a dificuldade de recobrimento do xilema por novos
crescimentos da casca, levando a deterioração da madeira e, no caso de
anelamento, morte e queda da copa.
As árvores atacadas ficam mais suscetíveis ao ataque da vespa da madeira,
uma praga de pinus que causa ainda mais prejuízos.
Para o controle do ataque do macaco, são recomendadas medidas como a
abertura da floresta e limpeza da área, de forma que o ambiente torne-se
menos atrativo aos animais.

7.3.2.2) Vespa da Madeira (Sirex noctilio)


7.3.2.2.1) A Praga da Vespa da Madeira em Reflorestamento de Pinus sp.
Atualmente, há cerca de seis milhões de hectares de plantações florestais no
Brasil, dos quais dois milhões com diferentes espécies do gênero Pinus. As
espécies de Pinus, na América do Sul, permaneceram por muito tempo isentas
de pragas e doenças. Entretanto, a partir dos anos 80, várias espécies de
insetos e fungos foram introduzidas no Continente, provocando sérios danos a
reflorestamentos implantados com essas espécies.
Assim, várias pragas ameaçam a viabilidade futura dos plantios de Pinus e
também a diversidade arbórea como um componente de programas de
reflorestamentos sul americanos. Entre elas está a vespa da madeira, Sirex
noctilio: ordem Hymenoptera, sub-ordem Symphyta, família Siricidae,
subfamília Siricinae, gênero Sirex Linnaeus, 1761. Este inseto está associado a
um fungo, Amylostereum areolatum, o qual é tóxico para certas espécies de
Pinus.
Inseto nativo da Europa Central, Oriente Próximo e norte da África, o Sirex
noctilio, nos locais de origem, são consideradas como praga secundária em
troncos de Pinus. Entretanto, quando introduzida na Nova Zelândia, Tasmânia
e Austrália, causou danos em grandes áreas reflorestadas, notadamente nos
plantios de Pinus não desbastados e superestocados (mais de 1.600 a 1.700
plantas/ha), com idade entre 15 a 20 anos, conseqüência de um manejo
inadequado ou pela falta de mercado para a madeira no início do século.
Assim, foram iniciados na Nova Zelândia e Austrália os programas de controle
biológico da praga, desenvolvendo - se estudos sobre seleção de hospedeiros
ou gêneros específicos de parasitóides da
área de origem da vespa-da-madeira.
Na América do Sul, o Sirex noctilio foi registrado pela primeira vez, em 1980,
no Uruguai, e em 1988 foi constatada no sul do Brasil. Durante o primeiro
encontro de Grupo de Trabalho Permanente em Sanidade Vegetal, ocorrido em
1992, no Brasil, os países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile e Uruguai),
identificaram S. noctilio como praga que oferecia ameaça às plantações de
Pinus na América Latina.
A praga inicialmente constatada em povoamentos de Pinus taeda no Rio
Grande do Sul já em 1989 foi observada em Santa Catarina, e em 1994 foi
diagnosticada no Paraná. Atualmente, a S. noctilio está presente em
aproximadamente 250.000 hectares de Pinus spp., em cerca de 60 municípios
dos três estados do Sul do Brasil. No Paraná, a Secretaria de Estado da
Agricultura e do Abastecimento – (SEAB, 07/00), editou o mapeamento dos
municípios com a incidência da vespa da madeira.
Estima-se que as perdas causadas pela praga atinjam U$ 5 milhões/ano na
sua área de distribuição nos estados do RS, SC e PR.
7.3.2.2.2) A Biologia e Ecologia do Sirex noctilio
A maioria dos insetos adultos emerge, no Brasil, de novembro a abril, com
picos de emergência nos meses de novembro e dezembro. Os machos
começam emergir antes das fêmeas. A proporção entre machos e fêmeas é de
1,5 macho para 1,0 fêmea.
Após o período inicial de vôo, as fêmeas perfuram o tronco das árvores com
seu ovipositor e colocam seus ovos no alburno. Em cada local de oviposição,
esses insetos podem perfurar até 4 (quatro) galerias. As fêmeas maiores
colocam de 300 a 500 ovos, em aproximadamente 10 dias. No Brasil, foi
observado que o número médio de ovos nos ovários das fêmeas dissecadas
varia de 20 a 430, com média de 226 ovos. Durante as posturas, as fêmeas
introduzem esporos (artrosporos) de um fungo simbionte, Amylostereum
areolatum, e uma secreção mucosa fitotóxica, que são os causadores da
toxicidade e da conseqüente morte das plantas. O fungo, que serve de fonte de
nutrientes para as larvas da praga, é responsável pela morte da árvore e pela
podridão na madeira.
Além disso, a qualidade da madeira é afetada pela atividade das larvas que
constroem galerias, pela penetração de agentes secundários que danificam a
madeira, limitando seu uso ou tornando-a imprópria para o mercado. Após a
morte da árvore, a madeira é degradada rapidamente e sua utilização deve ser
feita no máximo seis meses após ter sido atacada.
Os plantios mais susceptíveis ao ataque de S. noctilio geralmente têm entre 10
e 25 anos de idade e estão sob estresse. Povoamentos sem desbastes são
mais susceptíveis ao ataque do inseto do que os desbastados.
Os sintomas de ataque começam a aparecer logo após os picos populacionais
do inseto (novembro e dezembro), sendo mais visíveis após a revoada, a partir
do mês de março.
As características externas mais visíveis que denotam a presença de S. noctilio
são: progressivo amarelecimento da copa que depois se torna marrom
avermelhada, esmorecimento da folhagem, perda das acículas, respingos de
resina na casca (em função da perfuração para oviposição) e orifícios de
emergência de adultos.
Os sintomas internos são: manchas marrons ao longo do câmbio, devido ao
fungo, e galerias feitas por larvas.
7.3.2.2.3) Controle Biológico de Sirex noctilio
Experiências bem sucedidas onde a praga foi introduzida demonstram que o
controle biológico associado a medidas de prevenção é o método mais eficaz e
econômico para o combate de Sirex, principalmente por tratar-se de uma praga
exótica, introduzida sem o seu complexo de inimigos naturais. Para a
implantação de um programa semelhante, no Brasil, foram introduzidos o
nematóide Deladenus siricidicola e os parasitóides Ibalia leucospoides, Rhyssa
persuasoria e Megarhyssa nortoni, visando proporcionar uma maior
estabilidade da praga com o seu ecossistema.
O nematóide Deladenus siricidicola age por esterilização das fêmeas do Sirex
noctilio. Apresenta dois ciclos de vida: um de vida livre, alimentando-se do
mesmo fungo simbionte da vespa da madeira e outro de vida parasitária,
dentro de larvas, pupas e adultos de S. noctilio. Pelo fato de apresentar o ciclo
de vida livre alimentando-se do fungo Amylostereum areolatum, pode
facilmente ser criado em laboratório e liberado em campo, através de sua
aplicação em árvores atacadas por S. noctilio, podendo atingir níveis de
parasitismo próximos a 100%.
AIbalia leucospoides é um endoparasitóide de ovos e larvas da vespa da
madeira dentro da árvore enquanto que a Rhyssa persuasoria e a Megarhyssa
nortoni, pelo fato de apresentarem um longo ovipositor, atacam larvas da vespa
em estágios mais avançados de desenvolvimento.
Quanto à dispersão destes parasitóides, a Ibalia leucospoides pode
dispersarse rapidamente a longas distância (até 80 km) e, quando atinge áreas
novas, reproduze-se intensamente. Foi observado também que a I.
leucospoides é mais eficiente em locais secos. Rhyssa spp. e Megarhyssa spp.
podem se dispersar por todas as áreas infestadas por Sirex, de 7 a 18 km,
respectivamente, do ponto de liberação.
O complexo de parasitóides (Ibalia + Rhyssinae) pode eliminar até 70% da
população de S. noctilio em determinados locais. Entretanto, observou-se que,
usualmente, não atingem mais do que 40% da população, percentual este
insuficiente para evitar que os ataques da vespa da madeira atinjam níveis
elevados, mas que são importantes para manter o equilíbrio
ecossistema/praga.
7.3.2.2.4 Medidas de Prevenção e Controle
Medidas de Prevenção e Controle através de operações silviculturais: Um
manejo florestal adequado, consorciado com medidas preventivas evitam o
alastramento da praga.
Sanidade florestal: restos de desbastes devem ser eliminados ou queimados
para que não sirvam de criadouro da praga.
Tratamento quarentário: secar toda madeira de Pinus, por 48 horas (mínimo)
a uma temperatura de 60ºC. As toras que não tenham sido secas em estufa,
não devem sair da região infectada.
Instalação de árvores-armadilha: procedimento simples. Em quatro grupos
de cinco árvores (cada 100 ha) é aplicado o herbicida Dicamba, a fim de se
detectar pontos estratégicos e probabilidades de ataques.
Inoculação de nematóides: o nematóide (Deladenus siricidicola), esteriliza as
fêmeas da vespa controlando em média 70% da população da praga.
Parasitóides: Ibalia leucospoides, Megarhyssa nortoni e Rhissa persuasoria;
espécies que matam as larvas da vespa-da-madeira.
Medidas de monitoramento instalação de árvores-armadilha
A utilização de árvores-armadilha, através do estressamento das árvores, é
uma técnica muito eficiente e utilizada principalmente para detectar a presença
de Sirex sp em níveis populacionais baixos proporcionar pontos para a
liberação de inimigos naturais. Além disso, a detecção nos estágios iniciais e
de colonização de Sirex noctilio permite o conhecimento da necessidade de
realizarem-se desbastes antes que a praga atinja níveis de dano.
A manutenção de um sistema de árvores-armadilha pode aumentar
significativamente a eficácia do controle biológico da vespa da madeira.
A Embrapa Florestas recomenda:
• O processo de instalação de árvores-armadilha deverá ser efetuado
anualmente, visto que há um progressivo decréscimo na atratividade à Sirex
noctilio, de um ano para outro.
• As árvores armadilhas devem ser instaladas no período de 15 de agosto a 30
de setembro.
A instalação das árvores-armadilha deve se dar em grupos de cinco árvores,
de preferência com DAP entre 10 e 20 cm, variando a distância entre grupos,
de acordo com o local onde a praga se encontra, tais como:
• em áreas onde o Sirex está presente, bem como em áreas distantes até 10
km do foco, instalar grupos de cinco árvores a cada 500 m;
• a uma distância de 11 a 50 km do foco, os grupos de árvores-armadilha
deverão ser espaçados a cada 1.000 m;
• acima de 50 km do foco, principalmente em áreas de fronteiras, os grupos
deverão ser distanciados a cada 10 km;
• em áreas onde o inseto está a mais de 200 km, a vigilância florestal é a
técnica mais adequada.
Os grupos de árvores-armadilha deverão ser revisados entre janeiro e maio,
para verificar-se a presença do ataque do inseto.
Assim que a Sirex noctilio for detectada na região, o número de grupos de
árvores-armadilha deve ser aumentado e estes devem ser instalados em
plantações susceptíveis, próximas as serrarias, nas principais rotas de
transporte de madeira e nas bordas de dispersão natural da praga. Também
recomenda-se que, nas áreas infestadas, realize-se a amostragem seqüencial,
como forma de efetivar um monitoramento mais detalhado.
Uma vez detectada a praga, nas árvores atacadas deve ser aplicado o
nematóide Deladenus siricidicola. Após o estabelecimento dos agentes de
controle biológico na região e do declínio da população de S. noctilio, os grupos
de árvoresarmadilha devem ser instalados para monitorar a presença da praga
e de seus inimigos naturais. (Resolução 0215/96 – SEAB).

7.3.2.2.5) Medidas de controle biológico


Após a detecção de árvores atacadas, é necessário o início do processo de
controle biológico pela aplicação do nematóide Deladenus siricidicola.
A Embrapa Florestas, através do laboratório de Entomologia, tem mantido a
criação massal deste inimigo natural, assim como sua distribuição para
inoculação no campo.
Algumas características desse processo:
• Os nematóides são distribuídos na forma de doses de 20 ml, contendo cada
uma cerca de um milhão de nematóides. Com cada dose, é possível tratar
aproximadamente 10 árvores, pois em cada árvore são inoculados em torno de
100.000 nematóides.
• Ao serem recebidas pelos produtores, ou pelo técnico inoculador, as doses
devem ser mantidas em geladeira, à temperatura entre 5º e 8ºC. Cada dose
tem validade de 7 dias.
• A temperatura ambiente, durante a inoculação, deverá estar entre 7º e 20ºC,
pois temperaturas superiores ou inferiores tendem a provocar a morte dos
nematóides.
O inoculo deve ser armazenado e transportado em caixas de isopor com gelo,
à temperatura entre 5º a 15º C, não devendo nunca ser congelado.
• Outro cuidado técnico muito importante para o sucesso da aplicação de
nematóides é a atenção que deve ser dispensada para com o estado de
conservação do martelo vazador.

7.3.2.2.6) Ações Preventivas de Longo Prazo


As árvores resistentes a S. noctilio são aquelas que se mantêm - se sem
danos, apresentando crescimento vigoroso em bons sítios e talhões bem
manejados. Um controle mais efetivo de pragas pode ser obtido, a longo prazo,
pela aplicação de práticas silviculturais, criando razoável resistência floresta
inseto.
Assim, as perdas devidas a insetos podem ser reduzidas.

7.3.2.2.7) Medidas Quarentenárias e Recomendações


A Sirex noctilio pode dispersar-se naturalmente de 30 a 50 km por ano.
Contudo, o transporte de madeira das áreas atacadas para áreas onde ainda
não tenha sido detectada a sua presença aumenta a probabilidade de
dispersão.
É provável que a S. noctilio foi introduzido no Brasil, vindo do Uruguai. Em
função disso, a fiscalização das áreas afetadas e a proibição do transporte de
madeira de áreas atacadas para outras são fundamentais para impedir o rápido
avanço da praga.
S. noctilio é essencialmente uma praga oportunista. Portanto, a prevenção
contra danos, é um problema de manejo, que pode ser aliviado pela vigilância
dos plantios e pela aplicação de tratos silviculturais adequados.
Como tratamento curativo, além da realização de desbastes fitossanitários, é
fundamental a utilização de agentes de controle biológico.
7.3.3) Pulgão do Pinus:
Os pulgões-do-pinus, Cinara pinivora e C. atlantica, foram registrados em
plantios de Pinus spp., no Brasil, em 1996 e 1998, respectivamente, estando
atualmente amplamente distribuídos pelos estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Originários dos Estados
Unidos e Canadá encontraram no Brasil condições ideais para seu
desenvolvimento e dispersão, em função da ausência de inimigos naturais
específicos, alimento disponível em abundância e pouca resistência ambiental.
Os pulgões são facilmente transportados para novas áreas através de mudas,
sendo que há registros, em diversos países, de espécies que foram
introduzidas em áreas onde plantações de pinus e outras coníferas haviam sido
estabelecidas, e tornaram-se pragas.
Eles atacam as plantações debilitando árvores, podendo inclusive levá-las à
morte.
O pulgão alimenta-se da seiva da planta e, ao sugá-la, pode também injetar
saliva tóxica. Os danos que têm sido observados são: amarelecimento e queda
das acículas (folhas), deformação do tronco em árvores jovens, retardo do
crescimento, superbrotação, bifurcação e, em alguns casos, morte da planta.
Uma outra conseqüência é que, 90% do que o pulgão consome é eliminado em
forma de “honey-dew”, um tipo de secreção açucarada. Esta secreção favorece
o desenvolvimento de um fungo, a fumagina, que dificulta a fotossíntese,
respiração e transpiração da planta. O ataque deste pulgão já foi detectado
desde mudas no viveiro até em plantios com mais de 20 anos.
Algumas características fizeram com que estes insetos tenham se tornado
praga, tais como:
a) alta fecundidade: a cada 12 dias, uma nova fêmea adulta do pulgão é
formada e dá origem, durante sua vida (que dura normalmente 30 dias), a
cerca de 40 ninfas (forma jovem do pulgão), aumentando incrivelmente a
população da praga no campo;
b) polimorfismo dos indivíduos, com a presença de formas ápteras (sem asas)
e aladas (com asas).
Na maior parte da sua vida os afídeos são ápteros e deslocam-se muito pouco
nas plantas, mas tornam-se alados para a dispersão em condições adversas;
c) forma de reprodução, que pode ocorrer exclusivamente por partenogenia (só
ocorrem fêmeas, que dão origem a novas fêmeas), geralmente em regiões
tropicais e subtropicais. Em regiões de clima temperado, ocorre a alternância
da reprodução partenogenética, e sexuada, dando origem, no final do outono e
início do inverno, a machos e fêmeas ovíparas, que colocam ovos, para
passarem o inverno.
Em função dos riscos ambientais e custos associados ao controle químico de
pragas em ecossistemas florestais, o controle destes pulgões, no Brasil, deverá
ser baseado, principalmente, em métodos biológicos, mecânicos e
silviculturais, utilizados de forma integrada, para comporem um “Programa de
Manejo Integrado de Pulgões em Pinus” (MIP), que deverá envolver,
essencialmente: (1) monitoramento, através da utilização de armadilhas e
inspeções terrestres; (2) controle silvicultural, com a utilização de sementes e
mudas de boa qualidade e procedência garantida; escolha de sítios para o
plantio; realização de tratos silviculturais emergenciais; manutenção da
cobertura vegetal, visando proporcionar um ambiente favorável ao
desenvolvimento de fungos entomopatogênicos e abrigo a inimigos naturais (3)
controle biológico, com a utilização de inimigos naturais específicos; (4)
resistência de plantas e (5) controle químico, o qual seria recomendado apenas
para prevenir explosões populacionais em plantações de alto valor comercial,
como bancos clonais e pomares de semente. Entretanto, esta alternativa
necessita ser investigada, pois não existem testes de eficiência de produtos e
nem registro para uso em Pinus, no Brasil.
Como parte do MIP, o controle biológico da praga é um dos aspectos mais
importantes. Como os afídeos passam grande parte do tempo alimentando-se
imóveis e em grupos ou colônias, eles são facilmente encontrados e atacados
por seus inimigos naturais.
O controle biológico clássico, que usa os inimigos naturais da área de origem
do hospedeiro, é um método atualmente popular e que tem sido utilizado com
sucesso no controle de pragas florestais introduzidas.
Assim, desde a constatação desta praga, no Brasil, a Embrapa Florestas já
acumulou conhecimento suficiente sobre a biologia, flutuação populacional e
alguns aspectos comportamentais e de ecologia, que estão auxiliando na
implantação de um “Programa de Manejo Integrado dos Pulgões do Pinus”. Um
dos objetivos deste programa, e que está sendo conduzido em parceria com a
Universidade Federal do Paraná, Funcema (Fundo Nacional de Controle à
Vespa-da-Madeira) e Universidade de Illinois, é controlar biologicamente estes
pulgões, pela introdução de pequenas vespas parasitóides, que atacam e
matam os pulgões. Estes insetos estão sendo coletados no sudeste dos
Estados Unidos e enviados ao Brasil.
Quando chegam aqui, vão para o “Quarentenário Costa Lima”, da Embrapa,
localizado em Jaguariúna, SP. Após a passagem pela quarentena eles são
enviados à Embrapa Florestas para criação e multiplicação em laboratório.
Posteriormente eles serão liberados em plantios de pinus atacados pela praga
para efetivarem o seu controle.

8) Colheita e Transporte
Entende-se por exploração florestal o conjunto de trabalhos executados para a
colheita da madeira, compreendendo o corte ou a derrubada, a extração, o
desgalhamento, o descascamento, o carregamento e o conseqüente
transporte.
Pela necessidade de um número significativo de pessoas na operação e pelo
alto custo, que chega a 70% dos custos da madeira no pátio das empresas, a
exploração e o transporte florestal tornam-se grandes beneficiados no processo
da evolução tecnológica.
Este avanço tecnológico ocorreu na década de 90, com a abertura das
importações em 1993. Como o Brasil representa o 6 o maior mercado produtor
de madeira do mundo, os revendedores de equipamentos investiram
significativamente no País.

8.1) Sistemas de colheita de madeira


Na colheita de madeira, o sistema é definido como toda a cadeia de produção,
todas as atividades parciais desde a derrubada até o transporte para o pátio da
indústria consumidora.
Desta forma, existem basicamente 4 sistemas de colheita no que se refere à
matéria prima:
• Sistema de toras longas: no local do corte faz-se o desgalhamento e o
destopo da árvore. É um sistema desenvolvido para terrenos acidentados. Este
sistema pode ser considerado um dos mais baratos quando mecanizado, com
alta eficiência mecânica dos equipamentos quando comparado ao sistema de
toras curtas e com o menor custo por tonelada de madeira posta no pátio.
• Sistema de toras curtas: neste sistema todos os trabalhos complementares
ao corte (desgalhamento, destopo, toragem e descascamento quando
necessários) são realizados no próprio local onde a árvore foi derrubada. As
toras produzidas são de 1 a 6 metros dependendo do uso do índice de
mecanização empregado.
Entre as vantagens deste sistema, estão a facilidade do deslocamento a
pequenas distâncias e a baixa agressão ao meio ambiente principalmente em
relação aos solos.
• Sistema de árvores inteiras: A utilização deste sistema implica na remoção
da árvore inteira para fora do talhão, como operação subseqüente ao corte. No
caso de uma futura utilização da biomassa para energia ou processo, o sistema
poderá ser muito utilizado, devido à concentração dos restos das árvores em
um determinado local.
• Sistema de árvores completas: Retira-se a árvore completa inclusive com
as raízes. Somente nos casos em que as raízes sejam de valor comercial
interessante, como exemplo: tocos e raízes com alta concentração de resina ou
consideradas medicinais.
• Sistema de cavaqueamento: A árvore é derrubada e processada no próprio
local, sendo levada em forma de cavacos para um pátio de estocagem ou
diretamente para a indústria.

8.1.2) Corte
Incluem-se na fase de corte as operações de derrubada, desgalhamento,
traçamento e preparo da madeira para arraste e empilhamento.
Os principais equipamentos utilizados são:
•motosseras
•tratores derrubadores empilhadores “feller buncher”
•tratores derrubadores com cabeçotes processadores “harvesters”
8.1.3) Extração
As operações de extração podem ser feitas por arraste, baldeação ou
suspensa.
Deve haver condições topográficas favoráveis e a utilização do transporte
direto, em que o próprio caminhão do transporte principal entra floresta
adentro.
Em terrenos pouco acidentados, um caminhão do tipo 4 x 4 “forwaders”, ou até
tratores agrícolas com carretas, atendem bem esta etapa da extração.
A extração pode ser dividida em extração mecanizada (com a utilização de
tratores) e não-mecanizada (com a utilização de animais como bois, da própria
gravidade, ou ainda utilizando-se rios).
Os meios de extração mais utilizados no Brasil são: manual, animal, guincho,
teleférico, trator agrícola modificado “mini-skidder”, trator florestal arrastador
“skidder”, trator agrícola com carreta e auto-carregável convencional
“forwarder”.

8.1.4) Desgalhamento e Traçamento


Ocorre o desgalhamento e a retirada dos galhos remanescentes ao corte da
árvore, o traçamento e a redução da fuste em toras menores. As maneiras
mais comuns de desgalhamento são: manual com machado e motosserra,
grade desgalhadora e motosserra, cabeçote de harvester, e desgalhador e
traçador mecânico.

8.1.5) Descascamento
Tem-se por descascamento o ato da retirada do súber da árvore. Para se obter
energia da casca, foi intensificada os descascamentos nas fábricas.
O trabalho manual de descascamento tende a desaparecer, pois o trabalho é
pesado e de baixo rendimento; além disso, o mercado oferece bons
descascadores mecânicos.
Sendo:
•Descascador mecânico portátil do tipo anelar, para descascamento no local do
corte.
•Descascador mecânico de tambor rotativo, que é um equipamento de
instalação mais onerosa, porém de manutenção mais simples, destinado a
operar principalmente no interior das indústrias.

8.1.6) Carregamento
O carregamento está ligado ao transporte primário ou principal. O transporte
primário é feito no local do corte no interior do talhão até o estaleiro a beira da
estrada e o transporte principal é aquele que ocorre do estaleiro à beira da
estrada até o pátio da indústria. Podemos citar os seguintes sistemas de
carregamento:
Carregamento manual
•Gruas hidráulicas adaptadas a tratores agrícolas
•Carregadores frontais com máquinas a base de rodas
•Escavadeiras com garras
•Carregamento de acordo com o sistema de colheita de madeira empregado
•Carregamento do veículo na área de corte para baldeio
•Carregamento do veículo na área pré-determinada ou em pátios, para
transporte em longa distância
•Carregamento direto na área de corte para veículo que faz o transporte a
longa distância.

8.2) Transporte
Com o advento dos caminhões disponíveis no mercado, a exploração florestal
foi grandemente beneficiada com a introdução de caminhões 6 x 4 e 6 x 6,
devido ao fato de haver a necessidade da utilização de equipamentos que
disponham de grande potência e capacidade de carga.
O interesse dos revendedores e dos fabricantes de caminhões pelo ramo
florestal, alguns implementos foram desenvolvidos especialmente para atender
o transporte de madeira do talhão até a indústria consumidora.
O transporte de madeiras está atrelado às leis de transporte de cargas
vigentes no Brasil devendo obedecer as normas de carga máxima por eixo e
comprimento máximo dos implementos no caso de carretas. Para se obter um
transporte eficiente e com custo menor, deve-se otimizar o sistema todo, como
segue:
•Reconhecimento dos caminhos florestais a serem utilizados: escolher os que
apresentarem uma melhor relação entre distância e velocidade média.
•Realizar o processo de carregamento e descarregamento de maneira rápida e
precisa a fim de se reduzir o tempo de ciclo entre o carregamento no estaleiro e
o descarregamento na indústria.
•Utilizar o caminhão ou carreta com implemento adequado ao sistema de
colheita escolhido.
•Realizar um treinamento com o operador a fim de se obter o máximo de
produtividade sem danificar o caminhão.

8.2.1) Utilização dos equipamentos


A definição dos índices de mecanização nas diferentes fases do sistema de
colheita de madeira se faz com a elaboração de relações de custo-benefício
entre os diferentes tipos de equipamentos e sistemas. As principais fontes de
análise para a elaboração da relação custo-benefício são:
• Condições climáticas
• Produtividade

• Eficiência

• Disponibilidade mecânica
• Custo por unidade volumétrica de madeira em atividades equivalentes
• Assistência técnica
• Disponibilidade de peças e manutenção
• Impacto ambiental e danos à floresta remanescente
• Treinamento e segurança.
Define-se a utilização de equipamentos partindo-se das condições em que se
encontram os povoamentos e os objetivos da colheita, devendo-se levar em
conta:
•o diâmetro médio das árvores
•o espaçamento entre linhas
•a declividade do terreno
•o tipo de solo
•a microtopografia
•as condições climáticas
•a destinação da madeira na indústria
A produtividade de um determinado equipamento é de fundamental importância
para o dimensionamento da frota, para realizar uma produção diária que
atenda às necessidades da indústria, sendo este assunto tratado em anexo.
O custo de produção por tonelada de madeira é de fundamental importância na
escolha dos equipamentos, sendo os custos fixos: os de rentabilidade do
investimento, o lucro que a empresa pretende obter e as condições em que a
empresa pretende recuperar os investimentos feitos. Os custos variáveis são:
gasto com equipamentos (pneus, lubrificantes, peças de reposição),
manutenção, salários dos operadores, encargos sociais, seguro, vigilância do
equipamento entre outros.
Os equipamentos devem estar sempre em ordem, de forma a atender em
tempo integral as necessidades da empresa. Estas são divididas em:
•Disponibilidade operacional: está ligado em grande parte ao operador e às
condições de operação, como o tempo para as refeições, descanso, higiene
pessoal, mas também se deve somatizar o tempo gasto no deslocamento da
máquina até a área de trabalho.
•Disponibilidade mecânica: tempo em que o equipamento está indisponível
para o trabalho em função da sua manutenção, preventiva ou corretiva. O
tempo de disponibilidade mecânica tende a aumentar com o aumento das
horas trabalhadas.

8.2.2) Danos ao povoamento remanescente


Este é um assunto de vital importância quando se pretende fazer uma
manutenção preventiva dos sítios de produção florestal. Os danos podem ser
evitados desde que seja feito o controle das atividades de colheita, de
conscientização e de treinamento de operadores.
Há a necessidade da quantificação das árvores remanescentes que ficarão
comprometidas, caso compactação do solo vá influenciar economicamente no
volume total de madeira esperada nos próximos desbastes ou no corte final.

8.3) Mecanização florestal mostra evolução


Em uma análise sobre o desenvolvimento tecnológico de máquinas e
equipamentos de colheita florestal no Brasil, nas últimas décadas, constata-se
uma evolução bem distinta em épocas que marcaram uma necessidade de
aumento de produtividade e otimização de custos. A partir do ano 2000 as
máquinas mais utilizadas pela maioria das empresas para corte e
processamento passaram a ser os novos modelos de cabeçotes e máquinas
base, além de cavaqueadores.
Para extração os novos modelos de Forwarders, Clambunks, skilines e track
skidder e para carregamento os novos modelos de gruas florestais com
joysticks e garras montadas em escavadeiras.
O principal objetivo da mecanização florestal é a obtenção do menor custo de
produção no processo de colheita florestal, que é composto por corte, extração
e transporte.
Entre os benefícios da mecanização estão: redução de mão de obra; facilidade
de gerenciamento do processo, aumento da produtividade, aumento da
qualidade, aumento da eficiência, redução dos custos operacionais, redução
dos impactos ambientais, possibilidade de operação 24 horas em condições
climáticas, redução dos acidentes de trabalho e melhores condições
ergonômicas para o trabalhador.
A tecnologia empregada nas máquinas atuais continua se desenvolvendo com
uma maior aplicação da mecatrônica, avanço na eletrônica e automação com a
introdução de novos sistemas de controle suportados por softwares e novas
unidades de monitoramento dos sistemas.
A absorção da alta tecnologia das máquinas pelos supervisores, mecânicos e
operadores, está diretamente ligada ao esforço realizado na capacitação
desses profissionais. Quando não é realizado este esforço a alta tecnologia se
torna ociosa.
O foco principal do momento é o treinamento, priorizando a capacitação dos
mecânicos e supervisores de operação e manutenção. O realinhamento do
foco é fundamental na criação de condições para enfrentar os avanços
tecnológicos impostos pelo mercado.
Nos anos recentes houve uma identificação das competências necessárias
para ser operador, incluindo a mobilização de conhecimentos, habilidades e
atitudes profissionais necessárias ao desempenho de atividades, segundo
padrões de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho. As
competências devem compreender aspectos como: capacidades técnicas,
organizativas sociais e metodológicas.
As capacidades técnicas permitem operar eficientemente objetos e variáveis
que interferem diretamente na criação do produto. Implicam o domínio de
conteúdos no âmbito do trabalho e de conhecimentos e habilidades.
Capacidades organizativas são as que permitem coordenar as diversas
atividades de trabalho, participar na organização do ambiente e administrar
racional e conjuntamente os aspectos técnicos, sociais e econômicos
implicados, bem como utilizar de forma adequada e segura os recursos
materiais e humanos colocados a disposição.
Sociais são as capacidades que permitem responder a relações e
procedimentos estabelecidos na organização do trabalho e integrar-se com
eficácia, em equipe horizontal ou vertical, cooperando com outras pessoas de
forma comunicativa e construtiva.
As capacidades metodológicas permitem à pessoas responder a situações
novas e imprevistas que se apresentam no trabalho, com relação a
procedimentos, seqüências, equipamentos e serviços, encontrar soluções
apropriadas e tomar decisões de forma autônoma.
Além disso, um dos requisitos importantes para operar o equipamento florestal
são as habilidades psicomotoras, de percepção sensorial e cognitiva.
Outros requisitos pessoais especiais importantes para operar o equipamento
de colheita florestal são: atenção concentrada, ritmo de trabalho, iniciativa,
capacidade de adaptação, inteligência não verbal, bom trato interpessoal,
flexibilidade de planejamento imediato, rapidez e exatidão de cálculo,
autoconfiança e outros.
Além das características o operador precisa ter conhecimentos como: sistemas
de colheita florestal, micro planejamento e preservação do meio ambiente.
Precisa entender os princípios da mecânica, da hidráulica, da eletricidade, da
eletrônica e da mecatrônica, bem como ter capacidade de realizar pequenos
reparos e diagnosticar problemas nessas áreas.
Na automação é necessário que saiba fazer ajustes, regulagens e
programação da máquina.
É ideal que tenha conhecimento em informática, logística, economia e finanças.
Estas referências, porém, devem ser usadas como estabelecimento de metas
progressivas ao colaborador, com o apoio da empresa.
A implantação desse conceito ainda é um desafio para a maioria das
empresas.
A competência do operador deve ser avaliada através do estabelecimento de
critérios de desempenho que considerem a produtividade e a produção,
envolvimento com a manutenção da máquina, atitude adequada com a
tecnologia da mecanização florestal.

8.4) Logística e manutenção


A gestão de manutenção e operação para equipamentos mecatrônicos deve
considerar, em primeiro lugar, a integração dos departamentos de manutenção
e operação.
Para articular os departamentos é preciso um planejamento prévio, seguindo
alguns critérios, entre eles a capacitação e treinamento dos envolvidos,
principalmente dos mecânicos, supervisores e operadores.
É preciso uma boa estrutura de campo com abastecimento ágil, um bom
estoque de peças, disponibilidade e rapidez de suprimento. São importantes
também a estrutura ferramental, o sistema de gestão de informações da
operação e a manutenção da colheita florestal e softwares de controle e
monitoramento.
No planejamento de gestão de manutenção e operação de máquinas de
colheita florestal todo o planejamento deve ser realizado supondo que a
máquina está quebrada na área de colheita de maior distância e difícil acesso.
O sucesso do processo de mecanização da colheita florestal é a alta eficiência
da máquina. A logística de peças de reposição é um fator determinante neste
processo.
O setor de logística deve contar com pessoas que possam administrar o
estoque de forma científica utilizando ponto de pedido, lote econômico de
ressuprimento, custo de ordem de compra, estoque de segurança, análise de
retorno do investimento em peças de reposição e outros.

8.5) Maquinário da última década.


Muitas empresas, principalmente as pequenas e médias ainda enfrentam
dificuldades para acompanhar os avanços tecnológicos, mas contam com
exemplos de empresas que superam essa fase com sucesso. De 1990 a 2000
a tecnologia mais usada pela maioria das empresas para corte e
processamento foi: feller bunchers de discos - Delimbers Slachers e Harvesters
de pneu e máquinas base de esteiras com cabeçotes processadores. Para
extração as Skidders e Forwarders e para o carregamento as gruas florestais
com Joysticks e Garras montadas em ascavadeiras.
Neste período ocorreu a fabricação dos Forwarders Valmet 636 e Harvester
601 no Brasil com componentes nacionais e importados. Com a abertura de
mercado pelo governo brasileiro ocorreu um acréscimo no número de
empresas que passaram a utilizar equipamentos importados de alta tecnologia
agregada na colheita florestal.
Foram adotados os sistemas de madeira longa, tree lenght system oriundos da
América do Norte e o sistema de madeira curta Cut-to lenght dos países
Escandinavos. As máquinas eram de alta tecnologia, e seus conjuntos grua,
motor, transmissão hidrostática, bombas hidráulicas de vazão variável,
comandos hidráulicos de alta sensibilidade, solenóides pilotados por joystick
hidráulicos e eletrônicos, válvulas proporcionais com características de curso e
corrente - força x corrente e controles de pressão e vazão.
As tecnologias dos cabeçotes processados eram os sistemas
computadorizados de controle monitorados por unidades eletrônicas, sensores
de comprimento, diâmetro de avanço do sabre. Os cabeçotes também
agregavam sistemas de monitoramentos de falhas (Trouble shooting) e de
medição de volume.
Neste cenário de evolução tecnológica os pesquisadores constataram que a
maioria dos operadores não absorveu a tecnologia, por causa da grande
velocidade da introdução das máquinas mecatrônicas de alta tecnologia no
mercado. Isso afetou o chamado sistema “homem-máquina”.
O desempenho das máquinas neste estágio necessitava da combinação
operativa entre homem e a máquina, com uma integração entre o operador e a
máquina para possibilitar todo o potencial de produtividade que a alta
tecnologia proporciona à máquina.
Até 1990, para corte e processamento, a maioria das empresas utilizam moto
serras, Feller Bunchers tipo triciclos de tesoura e de sabre com o auxílio de
grades para o desgalhamento. Para extração, os mais usados eram os tratores
agrícolas com pinças hidráulicas denominados Mini skidders e os tratores
autocarregáveis.
Para o carregamento, as gruas florestais montadas em tratores agrícolas eram
as mais usadas.
A grande diferença das máquinas utilizadas até 1990 em relação as da última
década é que as mais recentes necessitaram novas formas de trabalhar e
pensar, exigindo uma nova postura do homem, uma mudança cultural.

8.6) Gap tecnológico


A desproporção entre tecnologia e conhecimento chama-se Gap tecnológico,
problema que teve origem na década passada e ainda é comum nos dias
atuais.
As razões do Gap tecnológico são: velocidade do desenvolvimento tecnológico
das máquinas; velocidade do ciclo de mudança das máquinas de baixa
tecnologia para as de baixa tecnologia; máquinas não adaptadas às condições
operacionais brasileiras; sistema operacional com pouca informação sobre as
máquinas; treinamento da mão-de-obra com alto custo e grande tempo; baixo
nível de escolaridade e inexistência de centros de treinamentos adequados à
nova realidade entre outras.
As conseqüências do Gap tecnológico são: uma baixa na eficiência
operacional, na produtividade, na disponibilidade mecânica e na satisfação com
a mecanização. E, alta no custo de manutenção, no consumo de óleo diesel,
no custo operacional e na frustração com o processo de mecanização.
As características da operação com Gap tecnológico do processo de
mecanização florestal no Brasil demandaram uma mudança no perfil dos
operadores.
A partir desse período iniciaram experiências na tentativa de definição do perfil
do operador. Houveram várias formas bem como a promoção dos
operadores de baixa tecnologia, contratação de técnicos para operar as
máquinas, assessoria de psicólogos e outros. Foi constatado que uma das
variáveis do sucesso no processo de mecanização da colheita florestal é o
operador mantenedor (operador ideal).
Porém, a introdução no mercado nacional de equipamentos florestais com alta
tecnologia gerou o GAP tecnológico em toda a pirâmide dos envolvidos no
processo de colheita florestal, incluindo supervisores, gerentes e diretores.
A primeira tentativa de redução deste problema ocorreu no topo da pirâmide,
através de uma busca dos conhecimentos da aplicação destas máquinas por
parte dos diretores e gerentes. Esses profissionais começaram a participar de
seminários e feiras nacionais e internacionais, como também na visitação de
empresas fabricantes e usuárias de equipamentos.
Logo surgiu a decisão de focar o operador, copiando o modelo operador
mantenedor, em vigor nos países Escandinavos naquele período, acreditando
que os fornecedores de equipamentos seriam suficientes para oferecer e
realizar o suporte de assistência técnica. Foi constatado que os operadores
aprenderam a operar num curto prazo de tempo. Porém, não solucionou os
problemas de eficiência operacional e disponibilidade mecânica. Isso porque
não foi considerado que nos países escandinavos naquele período estavam na
terceira geração de operadores, sendo empresas familiares e 60% dos
operadores eram os próprios donos das máquinas.

8.7) Tendências Tecnológicas


Os fabricantes das máquinas usadas na colheita florestal no Brasil tendem a
dar continuidade de evolução e incorporação de sistemas de controle
suportados por softwares, além de avanços nos sistemas de auto diagnóstico
Devem apresentar melhorias também, na comunicação e nos controles com
novos sistemas de monitoramento das atividades das máquinas e nos sistemas
de transmissão de informações.
Estima-se uma evolução nos avanços tecnológicos da computação, da
eletrônica e de elementos de máquinas e hidráulica. Outra preocupação é a
integração das máquinas com a preservação do ambiente e a certificação. Para
isso, é preciso usar alguns cuidados como: óleo hidráulico biodegradável
(vegetais e sintéticos); alarmes preventivos contra incêndios; menores taxas de
emissão de
gases poluentes, menor compactação do solo; maior qualidade no povoamento
remanescente, menor altura do toco, menos erosão e outras.
O cuidado com a saúde do operador também é fundamental, evitando danos
ao trabalhador e desperdício para a empresa. Por isso, a ergonomia das
máquinas é um fator preventivo fundamental. Detalhes como a redução dos
ruídos, a melhoria da climatização e iluminação, maior segurança através do
monitoramento de situações inseguras, como operações em declividades,
tendem a decidir a escolha de uma máquina para colheita florestal.

8.8) Impactos ambientais na colheita florestal:


No intuito de propiciar melhor compreensão do assunto abordado, ou seja,
avaliar os impactos ambientais na fase de colheita florestal considerou-se
importante explicitar alguns conceitos.
Primeiramente no que vem a ser Meio Ambiente. Esse deve ser entendido
como o conjunto de condições e influências externas que afetam a visa e o
desenvolvimento de um organismo é, portanto, referenciado como forma de
vida – o organismo -, seja vegetal, animal ou microorganismo (fungo, bactérias,
vírus etc.). Tudo que o cerca e o influencia constitui-se o seu meio ambiente.
Tendo em vista a sua complexidade, meio ambiente é didaticamente
subdividido em três meios: físico, biótico e antrópico.
O meio físico representa a parte abiótica do meio ambiente, ou seja, as
condições e influências externas que não possuem formas de vida. Seus
compartimentos ambientais clássicos são o ar, o solo e a água, não se
considerando aqui os organismos que o povoam.
O biótico por sua vez, representa a “porção viva” essas condições e influências
externas, tendo como compartimentos ambientais clássicos a flora, a fauna e
os microorganismos.
O homem, enquanto primata, é obviamente um elemento ligado ao meio
biótico. No entanto, em trabalhos e caráter ambiental, é reconhecida a
existência de um meio específico para o homem, denominado meio antrópico.
Isso se justifica, uma vez considerada a sua capacidade transformadora do
meio ambiente, tanto sob o aspecto positivo quanto negativo, que distingue
radicalmente de outros organismos. Por ser um único elemento (organismo),
não se têm, de fato, compartimentos ambientais para esse meio. Os assuntos
abordados neste meio podem ser tratados em três variantes: social, econômica
e cultural.
8.8.1) Impactos da colheita florestal ao meio físico
AR:
- Depreciação da qualidade do ar em virtude da emissão de gases resultantes
da combustão, pelo uso de máquinas no corte e na extração florestal. Medidas
minimizadoras: aprimorar a qualidade dos combustíveis e a parte mecânica,
diminuindo o seu potencial poluidor, e implantar um sistema eficiente de
manutenção.
- Depreciação da qualidade do ar pelo aumento da concentração de
particulados (poeira), em razão do tráfego da máquina. Medida minimizadora:
aperfeiçoar o treinamento dos operários.
SOLO:
- Indução ao surgimento do processo de compactação do solo pelo tráfego das
máquinas e pelo peso das peças dispostas sobre ele. Medidas minimizadoras:
aperfeiçoar o treinamento dos operários e desenvolver máquinas mais leves
com melhor desempenho operacional.
- Indução ao surgimento do processo de erosão do solo, pelo desnudamento
da área, via corte das árvores, e pela incidência de sua compactação. Medidas
minimizadoras: usar, sempre que possível cortes seletivos, deixando um stand
remanescente, aperfeiçoar o treinamento dos operários e desenvolver
máquinas mais leves, com melhor desempenho operacional.
ÁGUA:
- Indução à depreciação da qualidade dos mananciais vizinhos, em face de
derramamentos de graxas, lubrificantes e combustíveis no solo, que acabam
aportando por meio dos escorrimentos superficial e subperficial. Medida
minimizadora: recolher o excesso de combustível derramado no solo e na
água.
- Indução à depreciação da qualidade da água pelo aumento de sua turbidez,
além do assoreamento dos mananciais vizinhos, em razão da incidência de
processos erosivos no solo, que carreiam os particulados. Medida
minimizadora: dragar os mananciais, quando for o caso.
- Indução à desregularização da vazão dos mananciais hídricos vizinhos, em
face de alterações no balanço hidrológico da área promovidas pelo
desnudamento e compactação do solo. Medidas minimizadoras: usar, sempre
que possível, a prática de cortes seletivos, deixando um stand remanescente, e
aperfeiçoar o treinamento dos operários, visando mitigar a compactação do
solo.

8.8.2) Impactos da colheita florestal ao meio biótico


FLORA:
- Danos à vegetação de sub-bosque, que representa uma parte da diversidade
florística sob posse do empreendedor florestal, pela roçada prévia e
concentração de trabalhos na área dos tocos. Medidas minimizadoras:
aperfeiçoar o treinamento dos operários com finalidade de roçarem o
estritamente necessário e circularem de forma criteriosa, e trabalhar, sempre
que possível, com cortes seletivos.
FAUNA:
- Redução e, ou, descaracterização de habitats pela interferência no sub
bosque dos plantios. Medidas minimizadoras: aperfeiçoar o treinamento dos
operários, a fim de roçarem o estritamente necessário e circularem de forma
criteriosa, e trabalhar, sempre que possível, com cortes seletivos.
- Indução ao stresse e afugentamento da fauna silvestre pelo ruído provocado
pelo barulho provocado pela máquina. Medidas minimizadoras: conscientizar
os operários quanto ao respeito à fauna silvestre, utilizar a máquina de modo
racional, evitando usos desnecessários; aperfeiçoá-las, para melhor controlar
os ruídos.
MICROORGANISMOS:
- Indução a alteração na microbiota do solo pela maior incidência de luz
proporcionada pelo abate das árvores, além de implicações advindas de
derramamentos de produtos poluentes (graxas, lubrificantes e combustíveis) e
também de fenômenos erosivos. Medidas minimizadoras: trabalhar, sempre
que possível, com cortes seletivos; aperfeiçoar o treinamento dos operários, a
fim de realizarem o abastecimento, a manutenção e os reparos da máquina de
forma criteriosa, em locais predeterminados; recolher o excesso de produtos
poluentes no solo; e aperfeiçoar o treinamento dos operários para minimizarem
a compactação do solo.
8.8.2) Impactos da colheita florestal ao meio antrópico
- Depreciação do aspecto cênico, em vista do abate das árvores. Medidas
minimizadoras: propiciar melhor distribuição dos cortes via exploração seletiva,
e manter fileiras de árvores em talhões próximos a aglomerados.

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