Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1.1) Introdução
Entende-se por silvicultura, o ato de criar e desenvolver povoamentos
florestais, satisfazendo as necessidades de mercado.
A silvicultura brasileira pode ser considerada uma das mais ricas em todo o
planeta, tendo em vista a biodiversidade encontrada, as variações dos fatores
edafoclimáticos e a boa adaptação de materiais genéticos introduzidos.
Entretanto, todas estas vantagens podem também se manifestar como
verdadeiras armadilhas, quando o conjunto destes fatores não é devidamente
analisado na tomada de decisão.
Num país de extensões territoriais como as do Brasil, onde a variação climática
é muito grande, uma das tarefas mais difíceis é exatamente a escolha do
gênero e da espécie a serem cultivados.
Tomando como exemplo o gênero Eucalyptus, tem-se observado uma grande
variação de espécies: ao sul predomina espécies de maior tolerância ao frio,
como E. dunnii e nitens; já na região leste e centro oeste, a predominância
ocorre com o E. grandis, saligna e urophylla, ou híbridos destas espécies.
O sucesso de um empreendimento florestal depende estritamente de um bom
planejamento de projeto, levando-se em consideração os fatores acima
mencionados.
Fases do projeto:
• Elaboração de mapas
• Elaboração do projeto
1.3.6) Adubação
3.1.3) Topografia
O terreno deverá apresentar-se aplainado, recomendando-se um leve declive,
favorecendo o escoamento da água, mas sem que provoque danos por erosão.
Para áreas com elevada declividade, a alternativa mais plausível é a confecção
de patamares para a locação de canteiros. Os patamares devem ser levemente
inclinados e devem ter dispostas ao longo de sua extremidade manilhas em
forma de “U”, a fim de impedir o escoamento de água de chuvas fortes pelo
talude, provocando erosão. Além disto, é aconselhável seu revestimento com
gramíneas rasteiras.
A camada superficial removida deve ser reservada para aproveitamento na
produção de mudas. Este substrato é mais fértil, mas pode apresentar o
inconveniente de conter sementes de ervas. Neste caso, a fumigação deste
material pode ser recomendável ou uso o de herbicida em aplicação pré-
emergente.
3.1.4) Drenagem
Através da drenagem, provoca-se a infiltração da umidade gravitacional e a
retirada de água por meio de valetas que funcionam como drenos. Sua
localização mais usual é ao longo das estradas que circundam os blocos de
canteiros. Os tipos de canalizações passíveis de uso são:
- Vala Cega: composta de uma vala com pedras irregulares (a água corre
pelos espaços entre as pedras sendo possível o trânsito por cima da vala);
- Vala Revestida: composta de uma vala com revestimento de cimento, tijolos
ou outros materiais;
- Vala Comum: vala aberta ao longo do terreno (podendo ser vegetada ou
não). As dimensões das valetas variam conforme a necessidade de drenagem
aérea. Normalmente, a largura do fundo que é plano tem cerca de 40 a 60 cm e
a abertura de 70 a 80 cm. As paredes são inclinadas, na valeta aberta, para
evitar seu desmoronamento. A altura das valetas também é variável, oscilando
em torno de 90 cm.
Se a área for plana, a altura deve variar, com a profundidade maior para o lado
externo, conduzindo a água para fora do viveiro. Sendo a área levemente
inclinada, a profundidade da valeta pode ser uniforme.
3.1.5) Quebra-vento
Para a proteção do viveiro de propagação de plantas, em locais de vento
fortes, há necessidade de se plantarem árvores para formar uma cortina
(quebraventos), com o objetivo de minimizar a velocidade deles, podendo ser
usadas várias espécies: Eucalyptus, Pinus, Grevillea, Casuarina, Cupressus
etc. Deve-se escolher espécies adaptadas às condições do local e que não
sejam utilizadas para a produção de mudas no viveiro, tomando o cuidado para
que a árvore usada como quebra-vento não provoque sombra na área útil,
plantando-a, no mínimo, a uma distância equivalente à altura das árvores
maiores. Escolha sempre espécies que alcancem grandes alturas, para maior
eficiência. Ao plantar, escolha mudas de grande vigor e com o mesmo padrão
de crescimento; dessa forma, a chance de obter uma barreira homogênea, em
termos de altura, passa a ser maior. Para a formação mais rápida do quebra-
vento, algumas operações podem ser vantajosas, como: abertura de covas
maiores, adubação de arranque bem balanceada, adubações de cobertura
freqüentes e irrigação. O quebra-vento deve ser plantado no sentido
perpendicular à direção do vento dominante.
3.2.5) Semeadura
3.2.5.1.Quebra de dormência de Sementes
Este método consiste em restituir às sementes a umidade que elas perderam
durante o procedimento de sua retirada de frutos, cones ou secagem com fins
de adequação do teor de umidade para o armazenamento em câmara fria.
Para Pinus taeda, a quebra de dormência mais utilizada no País é a
estratificação, mantendo as sementes sempre úmidas, à temperatura de 2 a
5°C, por cerca de 60 dias.
3.2.5.2.Época de Semeadura
O plantio é realizado principalmente no período das chuvas, para atingir altos
índices de sobrevivência. Outros fatores importantes a serem considerados na
época do plantio são a rotação das espécies no viveiro e a resistência das
espécies.
3.2.5.3.Profundidade de Semeadura
A semeadura não deve ser superficial, pois as sementes recebem intenso calor
do sol, não absorvendo umidade em quantidade adequada à germinação.
Também não deve ser profunda, pelo fato de que o peso do substrato constitui
um fator físico inibidor da emergência de plântulas.
A profundidade ideal deverá variar com as dimensões e o vigor das sementes.
Geralmente a profundidade não deverá ultrapassar de duas a três vezes a
espessura da semente.
3.2.5.4.Cobertura de Canteiros
Na produção de mudas de essências florestais, são utilizados inúmeros tipos
de materiais na cobertura de sementeiras, visando proteger as sementes
contra a ação direta dos raios solares, da água das chuvas, das regas e,
também manter a umidade necessária à emergência das plântulas.
Esta cobertura pode ser feita com uma camada de terra peneirada, serragem,
sepilho, areia, acículas cortadas, casca de arroz, cavacos de plaina, esteiras de
taquara, ramos de arbustos e árvores, feno, panos de algodão, filó de juta,
ripados, palha, terriço de folhas, esterco, lonas, joio, materiais plásticos, cana
de açúcar, esteiras de bambu etc.
A cobertura do solo após a semeadura apresenta uma série de vantagens
dentre elas as seguintes:
a - conserva a umidade e reduz o secamento e encostamento do solo;
b - evita a falta de germinação devido a redução da temperatura do solo;
c - controla a temperatura do solo, evitando grandes variações;
d - evita que sementes leves sejam levadas pelo vento;
e - dificulta o ataque de pássaros e outros animais, etc.
3.2.5.5.Abrigo de Canteiros
Entende-se por abrigo uma proteção colocada a uma altura variável,
usualmente até 50 cm, sobre a superfície de canteiros. A finalidade da proteção
é estimular a percentagem de emergência, atuando contra baixas
temperaturas, no inverno, e também protegendo contra forte insolação e
intempéries com granizo e chuvas fortes no verão.
Podem ser utilizados ripados de taquara e folhas de palmeira, sendo mais
usual a tela de poliolefina (sombrite), que apresenta diferentes percentagens de
sombreamento. Para espécies como o palmito (Euterpe edulis), é muito
utilizado o sombrite de 50%; para o jacarandá da Bahia (Dalbergia nigra), é
recomendado sombreamento entre 30 ou 50%; para a cupiúba (Goupia glabra),
é recomendado o sombreamento de 30%.
3.2.4. Irrigação
A quantidade de água aplicada num viveiro varia com a capacidade de
retenção de água do solo, precipitação anual, temperatura do ar, umidade
relativa do ar, vento, espécie e idade das mudas. A irrigação excessiva tende
lixiviar os nutrientes solúveis, especialmente N e K, reduzir a aeração,
favorecer a ocorrência de doenças e fungos, dificultar o desenvolvimento das
raízes, tornar as mudas suculentas e pouco resistentes à seca e, finalmente,
resulta no uso desnecessário de água.
O canteiro deve ser mantido úmido até que as mudas tornem-se firmes. Uma
irrigação permanente e adequada concorrerá em muito para apressar uma
germinação uniforme. De preferência, devem-se aplicar irrigações leves e
freqüentes do que fortes e irregulares, e devem continuar até que as mudas
tenham raízes de 5-8 cm de comprimento e que tenham iniciado o
desenvolvimento de folhas secundárias.
A água capilar praticamente não se movimenta no solo e que o crescimento
contínuo das raízes é fator essencial à absorção de água e dos sais minerais
nela dissolvidos. A água e os sais minerais dissolvidos que se acham em áreas
não penetradas pelas raízes, ainda que a poucos centímetros delas, são
inaproveitáveis pelas plantas.
As plantinhas deverão receber regas abundantes, porém espaçadas para
permitir que o solo seque nos intervalos, até as proximidades do ponto de
murchamento. Nestas condições, as mudas, embora possam apresentar menor
crescimentos das partes aéreas, por ocasião do transplante, apresentarão um
sistema radicular bem desenvolvido, conferindo às mudinhas maior
probabilidade de sobrevivência após o transplante no campo, principalmente se
sobrevir um período de estiagem.
Para as sementeiras ou canteiros em germinação, as regas devem ser
freqüentes até as mudas atingirem uma altura aproximada de cinco centímetros
(folhas formadas), sendo os melhores horários pela manhã ou no período final
da tarde.
A irrigação no início das manhãs é recomendável em épocas e em locais frios,
para desmanchar o gelo formado por geadas. Regas ao final do dia contribuem
para que o substrato permaneça úmido por mais tempo, de modo que o
potencial hídrico das mudas mantenha-se com valores mais altos durante as
noites.
É recomendado que após a emergência ter alcançado seu ápice, o regime de
regas deva ser alterado, substituindo-se gradativamente a irrigação freqüente e
leve por outro regime de maiores intensidades e duração de rega. Substratos
com teores elevados de areia requerem maior freqüência que os de menores
teores.
Deve-se tomar cuidado com o excesso da irrigação, pois isto poderá acarretar
as seguintes conseqüências:
a) diminuição da circulação de ar no substrato
b) lixiviação das substâncias nutritivas
c) aumento da sensibilidade das mudas ao ataque de fungos
Os trabalhos de irrigação poderão ser feitos com a utilização de mangueiras,
regadores ou aspersores, dependendo das condições de cada viveiro.
3.2.5. Repicagem
A repicagem é o transplante de uma plântula de um local para outro no mesmo
viveiro. Comumente, aproveita-se a oportunidade para refugar as plântulas que
apresentam algum tipo de deformação ou baixo vigor. Esta operação é
executada manualmente no Brasil, de um recipiente onde há duas plântulas
para outro recipiente onde nenhuma semente germinou. Não há tradição no
país, do uso desta operação em viveiro de mudas de raiz nuas.
A repicagem não deve ser efetuada ao sol e deve seguir os seguintes
procedimentos:
(a) Após o umedecimento da sementeira, retira-se a muda com o auxílio de
uma lâmina, evitando ocasionar danos ao sistema radicular.
(b) Enquanto não ocorre o transplante para a embalagem, as mudas devem
ficar em recipiente com água e à sombra.
(c) Com o tarugo cônico, o trabalhador do viveiro realiza movimentos circulares,
após introduzi-lo no substrato que preenche a embalagem, formando um
orifício para acomodar a muda.
(d) Se necessário, as raízes devem ser podadas para reduzir o volume
radicular, facilitando a acomodação da muda no recipiente. Poderá ser utilizada
uma lâmina afiada ou uma tesoura.
(e) Coloca-se a muda no orifício do recipiente com substrato, cuidando-se para
evitar a formação de bolsa de ar.
3.2.7) Rustificação
A etapa de rustificação trata de preparar a muda fisiologicamente para o plantio
e as primeiras semanas que o sucedem.
Nesta etapa, as mudas deverão ser preparadas para ida ao campo, com
reserva nutricional disponível para o pronto crescimento e, ao mesmo tempo,
resistente ao estresse provocado pelas atividades de plantio (falta de água,
retirada dos tubetes e transporte).
Durante o processo de rustificação deve-se, portanto, considerar os seguintes
pontos:
1- Irrigação: A irrigação para rustificação das mudas deve ser paulatinamente
diminuída, permitindo um leve murchamento dos ápices, porém, sem
crestamento.
O processo de rustificação deve ocorrer num prazo de 10 a 15 dias no máximo,
e a freqüência deverá partir de duas até uma vez por dia.
2 – Adubação: Normalmente não há adubação neste período.
3 – Seleção das mudas: A muda, para que seja considerada apta para ser
levada ao campo, deve ser sadia e ter um grau de resistência que lhe permita
sobreviver às condições adversas do meio.
3.2.8) Seleção
Os principais critérios adotados para essa operação, em viveiros florestais, são
o crescimento em altura e a conformação das mudas, as quais não devem
apresentar bifurcação nem tortuosidade. Não há trabalhos científicos que
comprovem a validade de tais técnicas, nem as observações empíricas têm
demonstrado seu valor econômico. Mudas de diferentes tamanhos igualam-se
um ano depois de plantadas no campo, o que sugere a ocorrência de perdas
de ordem econômica, em conseqüência do aproveitamento de menos de 20%
do total de sementes germinadas. Por outro lado, se for comprovado que
mudas selecionadas no viveiro mantêm sua superioridade na idade adulta,
haverá grande economia de tempo nos programas de melhoramento florestal,
uma vez que árvores superiores poderiam ser selecionadas já na fase de
viveiro.
A seleção de mudas nos viveiros florestais é assunto que deve ser estudada
com maior atenção, a fim de evitar custos elevados, caso essa operação não
seja necessária.
5) MANEJO DE REFLORESTAMENTO
5.1) Conceitos
O termo “manejo” pode ser definido como sendo o tratamento dispensado a um
povoamento florestal, o qual interfere nas condições ambientais em prol do
desenvolvimento da floresta, ou também como sendo a administração de uma
empresa florestal.
Assim sendo, o manejo nada mais é do que a execução de operações durante
o crescimento e maturação da floresta com o objetivo de incrementar a
produtividade, melhorar a qualidade e agregar valores à matéria-prima.
A administração ou planejamento florestal deve considerar:
•A definição dos objetivos da empresa.
•O planejamento da produção de cada povoamento.
•O planejamento da produção total da empresa.
Ao se efetuar um planejamento florestal, a disponibilidade e a qualidade da
matéria-prima, bem como as operações a serem realizadas, principalmente a
idade da colheita, devem ser bem dimensionadas, pois para cada finalidade
emprega-se um manejo diferenciado. Um equívoco muito comum é a
implantação de reflorestamentos antes da definição do destino e uso final da
madeira.
Neste ou são executados manejos inadequados, comprometendo a
produtividade e a qualidade do produto, ou as práticas excedem aos objetivos
da produção, desperdiçando-se dinheiro sem o retorno esperado.
Todo manejo causa conseqüências no ecossistema. Interferências que
parecem mínimas podem trazer conseqüências de grande porte para o sistema
produtivo florestal. Medidas semelhantes de manejo, em regiões diferentes,
podem causar conseqüências também diferentes ou até contrárias ao seu
objetivo.
Os povoamentos florestais devem ser caracterizados sob a ótica da produção
atual, análise da produtividade potencial futura e determinação de medidas
mais convenientes para gerenciar e atingir a produção potencial.
5.6.2) Desbastes
Os desbastes são executados com diferentes finalidades, entre elas: o
aumento da produção volumétrica, a melhoria da qualidade do produto final e
para acelerar o retorno dos investimentos, diminuindo os riscos do projeto.
Os métodos de desbaste são:
- Seletivo: tem por objetivo a seleção e a proteção das melhores árvores pela
eliminação da competição com as árvores vizinhas. São classificados em:
- Sistemático: neste desbaste não se levam em consideração a classe da
copa nem a qualidade das árvores a serem retiradas. Normalmente são
retiradas linhas inteiras de árvores; sendo assim, o peso do desbaste
dependerá do número de linhas retiradas.
- Seletivo-sistemático: neste caso corta-se, a cada número fixo de linhas, uma
linha inteira e nas linhas que ficam faz-se um desbaste seletivo, de onde se
retiram as piores árvores (finas, bifurcadas, quebradas).
5.6.3) Podas
A poda, que também é designada por derrama, desrama ou derramagem, é a
supressão e o corte de galhos ou ramos ao longo do fuste, sendo uma
alternativa viável para obtenção de madeira e produtos de alta qualidade, sem
ocorrência de nós.
Nó é o ponto de inserção de um ramo no fuste da árvore. Nesse local as fibras
sofrem um desvio de direção, afetando o valor tecnológico da madeira pela sua
inserção, forma, sanidade e localização. Há vários tipos de nós, conseqüências
da não efetivação da poda, ou de podas bem ou mal conduzidas.
- Nó vivo: é aquele que faz parte da madeira em conseqüência de poda bem
conduzida. O corte do galho é rente à casca, permitindo uma boa cicatrização.
A madeira apresentará desenhos característicos que agregam beleza e valor
comercial.
- Nó soltadiço: nó aparentemente solto, mas que não é possível retirar com a
pressão dos dedos. Afeta negativamente a qualidade do produto.
- Nó morto ou solto: pode cair com a pressão dos dedos. Restringe o uso da
madeira para fins menos nobres.
A poda pode ser natural, ou seja, ao longo do tempo, conforme fatores
genéticos e densidade do plantio, os galhos secam e caem. A desrama natural,
geralmente, bastante eficiente em florestas de eucalipto.
A desrama natural pode ser acelerada pelo manejo da densidade do
povoamento, embora com sacrifício do crescimento em diâmetro. O processo
mais simples consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso o
que, além de manter os galhos inferiores pequenos, causa-lhes também a
morte. Geralmente, isso representa o melhor meio para condução de
povoamentos de eucalipto, pois não só estimula a desrama natural, como
também impede que os troncos se tornem curvos e engalhados. Já a poda
artificial vem a ser a operação de corte dos galhos, objetivando a produção de
“madeira limpa”, ou seja, isenta de nós, em rotação mais curta que a exigida
com desrama natural, e também para prevenir a formação de nós soltos,
produzindo madeira com nós firmes, mas não necessariamente limpa.
A poda artificial, além de evitar a ocorrência de nós que desvalorizam a
madeira, também apresenta as seguintes vantagens:
• Evitar a presença de nós na madeira.
• Beneficiar o controle e combate a incêndios.
• Facilitar os trabalhos de relascopia e manejo.
Há, entretanto, alguns danos causados pela poda artificial: em galhos muito
grossos, pode ocorrer a formação de bolsas de resina, prejudicando a
qualidade da madeira, e na poda de galhos verdes poderá ocorrer o ataque de
fungos e bactérias, causando o apodrecimento das pontas dos galhos.
Quando a finalidade da madeira a ser obtida for para laminados, faqueados e
serraria, a poda se torna necessária. Já para madeiras destinadas para
aglomerados e fábrica de papel e celulose, a poda é dispensada.
O DAP é o fator decisivo para determinar o momento adequado para a
execução da poda. É indicado podar as melhores árvores em diâmetro, que
possuam:
• Fuste sem bifurcações.
• Galhos finos.
• Copa bem desenvolvida.
• Ausência de doenças ou pragas.
É importante ressaltar que a parte mais valiosa da madeira (seu volume) está
concentrada na parte inferior do fuste. Portanto, a altura da poda deve ser de
no mínimo 5 metros e não mais que 10 metros do solo.
6.2) Plantio
É necessária a adoção de um conjunto de medidas silviculturais, como, por
exemplo, a época do plantio (primavera ou início do verão, conforme a
espécie), preparo do solo, adubação (fertilização mineral em doses
apropriadas) e tratos culturais destinados a favorecer o crescimento inicial das
plantas em campo.
Tomando-se como exemplo o preparo para fins de cultivo de eucalipto, este
tem apresentado uma ampla evolução nos últimos anos, passando desde o
preparo mais esmerado até o cultivo mínimo, muito difundido e utilizado
atualmente no setor florestal. Logicamente que, quando se generaliza o uso do
equipamento ou o grau de mecanização sem se levar em conta todas as
variáveis e peculiaridades de cada solo, clima e topografia, a probabilidade de
dispêndio de dinheiro sem necessidade e a degradação do solo são
praticamente inevitáveis.
As espécies de Eucalyptus são altamente sensíveis à competição de ervas
daninhas (até aproximadamente de 1 a 1 ano e meio) e também ao ataques de
6.2.2) Espaçamento
Visando a produção de madeira para laminação, serraria e fina para papel e
celulose, geralmente são utilizados os espaçamentos de 3,0 x 2,5 (1.333
árvores/ha) ou 3,0 x 2,0 (1.666 árvores/ha).
Com o advento dos plantios clonais, as empresas de celulose passaram a
adotar espaçamentos mais largos (como o de 3 m x 3 m), que suprem o maior
espaço aos genótipos idênticos.
Na mecanização e nas atividades de colheita, o aumento do espaçamento
torna-se uma necessidade visando condições mais adequadas à produção de
indivíduos com maiores dimensões, que levam a uma maior produtividade dos
equipamentos.
6.3.3) Replantio
O replantio deverá ser realizado num período de 30 dias após o plantio,
quando a sobrevivência deste é inferior a 90%.
6.4) Tratos Silviculturais
6.4.1) Poda ou Desrama
Esta operação visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras
desprovidas de nós. O controle do crescimento dos galhos, bem como sua
eliminação, é uma prática aplicada às principais espécies de madeira.
Os nós de galhos vivos causam menores prejuízos que os deixados por galhos
mortos.
Estes constituem sérios defeitos na madeira serrada.
Ocasionalmente, as árvores também são podadas para prevenir a ocorrência
de incêndios florestais e para favorecer acesso aos povoamentos, durante as
operações de desbastes, inventário e combate à formiga.
São dois os tipos de desrama:
- Desrama natural: é bastante eficiente em floresta de eucalipto, sendo que
nenhuma medida especial deve ser tomada a fim de promovê-la. O processo
mais simples consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso, o
que, além de manter os galhos inferiores pequenos, causa-lhes também a
morte.
- Desrama artificial: o objetivo mais tradicional desta prática é a produção de
madeira
limpa ou isenta de nós em rotação mais curta que a exigida com desrama
natural.
A desrama artificial pode ser feita também para prevenir os nós soltos,
produzindo desta forma madeira com nós firmes. Este esforço pode não
oferecer recompensas muito valiosas, porém envolve um período de espera
menor.
6.4.2) Desbaste
Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o
objetivo de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a
produção da madeira utilizável. Nesta operação, removem-se as árvores
excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do
povoamento num número limitado de árvores selecionadas.
Para determinar a intervenção, é preciso conhecer-se o incremento médio
anual e corrente da floresta. Quando o incremento do ano passar a ser menor
que o médio até a idade correspondente à ultima medição, tendendo portanto a
baixar a média geral da produção da floresta, este seria o ano para a sua
intervenção.
Esta análise é possível mediante a realização de inventários contínuos.
Nos desbastes, as vantagens em conseqüência da competição devem ser, pelo
menos em parte, preservadas. Assim, num programa de desbaste, para
rotações relativamente longas, o número de árvores deve ser reduzido
gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que seria
em condições naturais.
A seleção das árvores a serem desbastadas é caracterizada da seguinte
forma:
- Posição relativa e condições de copa (dominantes)
- Estado de sanidade e vigor das árvores
- Características de forma e qualidade do tronco
O principal efeito favorável do desbaste é estimular o crescimento em diâmetro
das árvores remanescentes.
A variação no diâmetro das árvores induzidas pelos desbastes é muito ampla.
Desbastes leves podem não causar efeito algum sobre o crescimento, embora
seja possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir uma produção
constituída de árvores com o dobro do diâmetro que, durante o mesmo tempo,
elas teriam sem desbastes.
Os desbastes também tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o
crescimento dos galhos. A única vantagem disso é que os galhos permanecem
vivos por mais tempo e, desse modo, reduz-se o número de nós soltos na
madeira.
6.5) Exploração
6.5.1) Idade de corte
A condução dos talhões de eucalipto geralmente é realizada para corte aos 7,
14, e 21 anos. São 3 ciclos de corte para uma mesma muda original. De acordo
com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte poderá ser menor (a cada 5 ou 6
anos).
Tudo está ligado ao objetivo da plantação de eucalipto (lenha, carvão, celulose,
mourões, poste, madeira de construção ou serraria).
6.6.5) Interplantio
Consiste no plantio de mudas ao lado do tronco de eucalipto que não tenha
brotação. Por isso, de 2 a 3 meses após o corte das árvores, efetua-se um
levantamento das cepas não brotadas. Identificam-se os locais para o plantio.
Plantam-se mudas bem desenvolvida com 6 a 8 meses de idade,
especialmente produzidas no viveiro. Deve-se abrir covas bem grandes,
durante a estação chuvosa, ao lado das cepas mortas. O ideal é efetuar
adubação de cova, a base de 150 gramas da fórmula 10:30: 10.
Doença: Geada
Causa:Frio intenso com ocorrência de geadas.
Ação na planta: Queima da folhagem do terço basal, ou terço basal-
intermediário ou de toda a copa.
Controle: Recomenda-se em áreas de ocorrência de geada o plantio de
espécies resistentes.
Doença: Fogo
Causa: Temperaturas elevadas.
Ação na planta: Tecidos da casca e câmbiosão mortos ou calcinados. Podem
ocorrer cancrostípicos quando acontece a calcinação. Nas árvores que não
morrem, ocorre a redução no ritmo de crescimento.
Controle: Controle de incêndios florestais.
Doença: Gomose
Causa: Resposta a uma agressão mecânica (estrangulamento por cipó, dano
por insetos, geada, fogo, seca e ventos, fatores edafoclimáticos adversos).
Ação na planta: Por trincas ocasionadas ou inchamento no tronco, há o
escorrimento anormal de uma substância marrom.
Controle: O seu controle depende de uma proteção a agressões mecânicas.
7.1.2) Semeadura
Para o Pinus podem ser empregados três tipos de semeadura:
Em sementeiras: as sementes são espalhadas diretamente em sementeiras,
sendo que, após a germinação, as plântulas sofrerão uma repicagem e serão
transferidas para os recipientes onde continuarão seus processos de formação.
Em canteiros de mudas embaladas: as sementes são semeadas diretamente
em recipientes, podendo ser utilizados tubetes especiais, sacos plásticos,
taquara, entre outros.
Em canteiros de mudas de raiz nua: a semeadura é realizada diretamente nos
canteiros, onde as mudas permanecem sob cuidados no local até o plantio
definitivo.
O método de raiz nua é indicado para locais onde ocorre boa distribuição
pluviométrica e temperaturas pouco elevadas, como no sul do Brasil. Esta
prática é realizada quando o plantio é mecanizado.
As mudas devem permanecer no viveiro até que atinjam uma altura entre 20 e
30 cm e um sistema radicular bem desenvolvido.
7.1.3) Substrato
Canteiros em raiz nua: em viveiros de raiz nua, o único substrato é o próprio
solo, que constitui o meio de desenvolvimento das raízes.
Canteiros com mudas em recipientes: o substrato mais utilizado é uma mistura
de materiais, devidamente decompostos. Os principais componentes desta
mistura são: turfa, cinza de caldeira, vermiculita, cascas de árvores e de arroz.
A adubação mineral é introduzida à mistura.
Inoculação de micorrizas em viveiros de Pinus spp.: A existência de uma
associação simbiótica entre determinados fungos e as raízes das espécies do
gênero Pinus é uma condição necessária para o sucesso do reflorestamento
com este gênero. Tal associação confere ao Pinus um sistema radicular com
maior área de absorção, permitindo suprimento maior e mais eficiente de
nutrientes às árvores.
O material obtido por meio do solo e/ou “litter” de antigos reflorestamentos de
pinus é incorporado ao solo do viveiro, geralmente antes da semeadura.
A distribuição do material com o inoculo é feita sobre o substrato contido nos
canteiros, com posterior incorporação mecânica ou manual no solo, até a
profundidade de 12 a 15 cm. A proporção de inoculo: o substrato para os
recipientes deve ser na faixa de 1:10.
Acículas contidas no chão de povoamentos florestais adultos, ainda não
decompostas, são utilizadas por algumas empresas para cobertura dos
canteiros, visando, além da proteção das sementes em germinação, a
introdução do inoculo micorrízico.
7.2) Plantio
7.2.1) Preparo do terreno
Como o preparo do terreno está ligado com as características da área onde
será realizado o plantio, geralmente as operações são realizadas na seguinte
ordem:
• Construção de estradas e aceiros
• Desmatamento e aproveitamento da madeira
• Enleiramento ou encoivaramento
• Queima das leiras
• Desenleiramento
• Combate à formiga
• Revolvimento do solo
• Sulcamento e/ou coveamento
As técnicas de cultivo mínimo e plantio consorciado têm sido adotados por
muitas empresas a fim de diminuir os danos ambientais.
7.2.2) Espaçamento
A escolha do espaçamento de plantio, na maioria dos planejamentos florestais,
tem sido fundamentada principalmente no uso final da madeira.
O espaçamento tem uma série de implicações do ponto de vista silvicultural,
tecnológico e econômico. Ele influencia as taxas de crescimento das plantas, a
qualidade das madeiras, a idade de corte, bem como as práticas de exploração
e manejo florestal e conseqüentemente os custos de produção.
A idade de corte e o espaçamento encontram-se também intimamente
relacionados, ou seja, os plantios em espaçamentos menores normalmente
exigem desbastes ou ciclos mais curtos de corte, pois a competição entre
plantas ocorre mais precocemente, antecipando a estagnação do crescimento.
A percentagem de árvores dominadas e mortas cresce com o avanço da idade,
causando um aumento da percentagem de falhas. Este fato ocorre com maior
intensidade e mais precocemente nos espaçamentos mais apertados. Um
número elevado de árvores dominadas pode refletir negativamente no volume
da madeira, estabilizando e até reduzindo o incremento médio anual.
Nos plantios de pinus, costumam ser utilizado o espaçamento de 3m x 2m e
2,5m x 2,5m.
7.2.3) Métodos de plantio
O plantio pode ser realizado através de dois métodos:
Plantio manual: consiste inicialmente no balizamentos e alinhamento, abertura
de covas, distribuição de mudas e plantio propriamente dito.
Plantio mecanizado: consiste de um trator que transporta as mudas e abre a
cova com um disco sulcador enquanto um operário distribui as mudas.
Ao mesmo tempo duas rodas convergentes fecham o sulco. As mudas mal
plantadas são arrumadas por um operário que segue a máquina, sendo este
processo utilizado para mudas de raiz nua.
7.2.5) Limpeza
A limpeza é realizada até que as plantas atinjam um porte suficiente para
dominar a vegetação invasora. Geralmente são feitas através de três métodos
principais:
• Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas ou coroamento e por
roçadas na entrelinha.
• Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas rotativas e roçadeiras.
• Limpeza química: utilização de herbicidas.
7.2.7) Replantio
O replantio deverá ser realizado num período de 30 dias após o plantio, quando
a sobrevivência deste é inferior a 90%.
7.2.8.2) Desbaste
Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o
objetivo de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a
produção da madeira utilizável. Nesta operação, removem-se as árvores
excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do
povoamento num número limitado de árvores selecionadas.
Para determinar a intervenção, é preciso conhecer o incremento médio anual e
corrente da floresta. Quando o incremento do ano passar a ser menor que o
médio até a idade correspondente à ultima medição, (diminuindo portanto a
média geral da produção da floresta), este seria o ano para a sua intervenção.
Esta análise é possível mediante a realização de inventários contínuos.
Nos desbastes, as vantagens em conseqüência da competição devem ser, pelo
menos em parte, preservadas. Assim, num programa de desbaste, para
rotações relativamente longas o número de árvores deve ser reduzido
gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que seria
em condições naturais.
A seleção das árvores a serem desbastadas é caracterizada da seguinte
forma:
• Posição relativa e condições de copa (dominantes)
• Estado de sanidade e vigor das árvores
• Características de forma e qualidade do tronco
O principal efeito favorável do desbaste é estimular o crescimento em diâmetro
das árvores remanescentes.
A variação no diâmetro das árvores induzidas pelos desbastes é muito ampla.
Desbastes leves podem não causar efeito algum sobre o crescimento, embora
seja possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir uma produção
constituída de árvores com o dobro do diâmetro que, durante o mesmo tempo,
elas teriam sem desbastes.
Os desbastes também tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o
crescimento dos galhos. A única vantagem disso é que os galhos permanecem
vivos por mais tempo e, desse modo, reduz-se o número de nós soltos na
madeira.
7.2.8.3) Exploração
A idade de corte refere-se ao tempo necessário para que uma floresta, ou parte
desta, cresça e produza ótima quantidade de madeira.
A definição técnica da idade de corte pode ser obtida em razão do crescimento
da floresta.
Para isto, deve haver um acompanhamento por meio de parcelas permanentes
representativas, em que, de ano em ano são medidos o diâmetro, a altura e o
volume das árvores.
Com isto, determina-se o incremento médio anual (IMA) do volume da floresta,
assim como o incremento corrente anual (ICA). Quando o incremento do ano
passar a ser menor que o médio até a idade correspondente à última medição,
tendendo, portanto, abaixar a média geral da floresta, este seria o ano para a
sua exploração.
Para fins industriais, as espécies do gênero Pinus geralmente são cortadas em
rotações que variam de 5 a 8 anos, por meio de cortes rasos ou parciais.
Doença:
Seca das pontas Fungo: Sphaeropsis sapinea
Características: A notoriedade de S. Spinea como patógeno de Pinus spp.
Deve-se, sobretudo, aos surtos de secas das pontas em plantações de Pinus
spp., previamente danificadas por chuvas de pedra durante verões chuvosos.
Ação na Planta: Anelamento de hastes de mudasApodrecimento de raízes de
árvores adultasCancros nas diversas alturas do fuste, sendo a penetração do
fungo através das feridas da desrama artificial, azulamento da madeira Seca
das pontas dos galhos ou da haste principal
Controle: Proceder as desramas dos povoamentos, proporcionando melhor
arejamento.Remover os órgãos desramados para evitar que se transformem
em futuras fontes de _noculo de S. Spinea.Evitar o estabelecimento de
plantações de Pinus spp., em áreas castigadas por chuvas de pedra ou por
outras adversidades climáticas que afetem a espécie plantada.Evitar os
estresses fisiológicos.
Doença:
Queima de acículas Fungo: Cylindrocladium pteridis
Características: Ataca mudas enviveiradas e plantas no campo até quatro anos
de idade.
Ação na Planta: Acículas com lesões de coloração amareloamarronzada,
medindo de 2 a 5 mm de comprimento causando mais tarde o seu anelamento.
Posteriormente, as acículas tornam-se marrons pardas e caem.
Controle: Controlar com fungicidas.
7.3.2) Pragas
7.3.2.1) Macaco prego (Cebus apella)
O macaco-prego é uma espécie nativa do Brasil que tem causado prejuízos
aos reflorestamentos de pinus do país. Este animal ataca o terço superior da
árvore de pinus, descascando o tronco e alimentando-se da seiva, que tem
sabor doce. À medida que a superfície exposta pelo descascamento aumenta,
aumenta também a dificuldade de recobrimento do xilema por novos
crescimentos da casca, levando a deterioração da madeira e, no caso de
anelamento, morte e queda da copa.
As árvores atacadas ficam mais suscetíveis ao ataque da vespa da madeira,
uma praga de pinus que causa ainda mais prejuízos.
Para o controle do ataque do macaco, são recomendadas medidas como a
abertura da floresta e limpeza da área, de forma que o ambiente torne-se
menos atrativo aos animais.
8) Colheita e Transporte
Entende-se por exploração florestal o conjunto de trabalhos executados para a
colheita da madeira, compreendendo o corte ou a derrubada, a extração, o
desgalhamento, o descascamento, o carregamento e o conseqüente
transporte.
Pela necessidade de um número significativo de pessoas na operação e pelo
alto custo, que chega a 70% dos custos da madeira no pátio das empresas, a
exploração e o transporte florestal tornam-se grandes beneficiados no processo
da evolução tecnológica.
Este avanço tecnológico ocorreu na década de 90, com a abertura das
importações em 1993. Como o Brasil representa o 6 o maior mercado produtor
de madeira do mundo, os revendedores de equipamentos investiram
significativamente no País.
8.1.2) Corte
Incluem-se na fase de corte as operações de derrubada, desgalhamento,
traçamento e preparo da madeira para arraste e empilhamento.
Os principais equipamentos utilizados são:
•motosseras
•tratores derrubadores empilhadores “feller buncher”
•tratores derrubadores com cabeçotes processadores “harvesters”
8.1.3) Extração
As operações de extração podem ser feitas por arraste, baldeação ou
suspensa.
Deve haver condições topográficas favoráveis e a utilização do transporte
direto, em que o próprio caminhão do transporte principal entra floresta
adentro.
Em terrenos pouco acidentados, um caminhão do tipo 4 x 4 “forwaders”, ou até
tratores agrícolas com carretas, atendem bem esta etapa da extração.
A extração pode ser dividida em extração mecanizada (com a utilização de
tratores) e não-mecanizada (com a utilização de animais como bois, da própria
gravidade, ou ainda utilizando-se rios).
Os meios de extração mais utilizados no Brasil são: manual, animal, guincho,
teleférico, trator agrícola modificado “mini-skidder”, trator florestal arrastador
“skidder”, trator agrícola com carreta e auto-carregável convencional
“forwarder”.
8.1.5) Descascamento
Tem-se por descascamento o ato da retirada do súber da árvore. Para se obter
energia da casca, foi intensificada os descascamentos nas fábricas.
O trabalho manual de descascamento tende a desaparecer, pois o trabalho é
pesado e de baixo rendimento; além disso, o mercado oferece bons
descascadores mecânicos.
Sendo:
•Descascador mecânico portátil do tipo anelar, para descascamento no local do
corte.
•Descascador mecânico de tambor rotativo, que é um equipamento de
instalação mais onerosa, porém de manutenção mais simples, destinado a
operar principalmente no interior das indústrias.
8.1.6) Carregamento
O carregamento está ligado ao transporte primário ou principal. O transporte
primário é feito no local do corte no interior do talhão até o estaleiro a beira da
estrada e o transporte principal é aquele que ocorre do estaleiro à beira da
estrada até o pátio da indústria. Podemos citar os seguintes sistemas de
carregamento:
Carregamento manual
•Gruas hidráulicas adaptadas a tratores agrícolas
•Carregadores frontais com máquinas a base de rodas
•Escavadeiras com garras
•Carregamento de acordo com o sistema de colheita de madeira empregado
•Carregamento do veículo na área de corte para baldeio
•Carregamento do veículo na área pré-determinada ou em pátios, para
transporte em longa distância
•Carregamento direto na área de corte para veículo que faz o transporte a
longa distância.
8.2) Transporte
Com o advento dos caminhões disponíveis no mercado, a exploração florestal
foi grandemente beneficiada com a introdução de caminhões 6 x 4 e 6 x 6,
devido ao fato de haver a necessidade da utilização de equipamentos que
disponham de grande potência e capacidade de carga.
O interesse dos revendedores e dos fabricantes de caminhões pelo ramo
florestal, alguns implementos foram desenvolvidos especialmente para atender
o transporte de madeira do talhão até a indústria consumidora.
O transporte de madeiras está atrelado às leis de transporte de cargas
vigentes no Brasil devendo obedecer as normas de carga máxima por eixo e
comprimento máximo dos implementos no caso de carretas. Para se obter um
transporte eficiente e com custo menor, deve-se otimizar o sistema todo, como
segue:
•Reconhecimento dos caminhos florestais a serem utilizados: escolher os que
apresentarem uma melhor relação entre distância e velocidade média.
•Realizar o processo de carregamento e descarregamento de maneira rápida e
precisa a fim de se reduzir o tempo de ciclo entre o carregamento no estaleiro e
o descarregamento na indústria.
•Utilizar o caminhão ou carreta com implemento adequado ao sistema de
colheita escolhido.
•Realizar um treinamento com o operador a fim de se obter o máximo de
produtividade sem danificar o caminhão.
• Eficiência
• Disponibilidade mecânica
• Custo por unidade volumétrica de madeira em atividades equivalentes
• Assistência técnica
• Disponibilidade de peças e manutenção
• Impacto ambiental e danos à floresta remanescente
• Treinamento e segurança.
Define-se a utilização de equipamentos partindo-se das condições em que se
encontram os povoamentos e os objetivos da colheita, devendo-se levar em
conta:
•o diâmetro médio das árvores
•o espaçamento entre linhas
•a declividade do terreno
•o tipo de solo
•a microtopografia
•as condições climáticas
•a destinação da madeira na indústria
A produtividade de um determinado equipamento é de fundamental importância
para o dimensionamento da frota, para realizar uma produção diária que
atenda às necessidades da indústria, sendo este assunto tratado em anexo.
O custo de produção por tonelada de madeira é de fundamental importância na
escolha dos equipamentos, sendo os custos fixos: os de rentabilidade do
investimento, o lucro que a empresa pretende obter e as condições em que a
empresa pretende recuperar os investimentos feitos. Os custos variáveis são:
gasto com equipamentos (pneus, lubrificantes, peças de reposição),
manutenção, salários dos operadores, encargos sociais, seguro, vigilância do
equipamento entre outros.
Os equipamentos devem estar sempre em ordem, de forma a atender em
tempo integral as necessidades da empresa. Estas são divididas em:
•Disponibilidade operacional: está ligado em grande parte ao operador e às
condições de operação, como o tempo para as refeições, descanso, higiene
pessoal, mas também se deve somatizar o tempo gasto no deslocamento da
máquina até a área de trabalho.
•Disponibilidade mecânica: tempo em que o equipamento está indisponível
para o trabalho em função da sua manutenção, preventiva ou corretiva. O
tempo de disponibilidade mecânica tende a aumentar com o aumento das
horas trabalhadas.
Bibliografia
ALFENAS, A. C.; ZAUZA, E.A.V.; MAFIA, R.G.; ASSIS, T.F. Clonagem e
doenças do eucalipto. Viçosa, MG: Editora UFV, 2004. 442p.
ASSIS, T. F. Melhoramento genético do eucalipto. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 12, n. 141, p. 36-46, 1986.
BORGES, R. de C. G. Propagação vegetativa de plantas. Viçosa, MG, UFV,
1978. 14p. (Notas de aula).
BARROS, N. F.; BRANDI, R. M. e ALFENAS, A. C. Aplicação de fertilizantes na
produção de mudas de Eucalyptus saligna Sm. Revista Brasil Florestal, Rio
de Janeiro, n.6, p. 25-9, 1975.
BARROS, N. F.; BRANDI, R. M. ; COUTO, L. e FONSECA, S. M. Aplicação de
fertilizantes minerais na formação de mudas de Eucalyptus grandis Maiden ex
Hook, através da água de irrigação. Revista Árvore, Viçosa, v.1, n.1, p.17-25,
1977.
BARROS, N. F.; BRANDI, R. M.; COUTO, L. e REZENDE, G. C. Efeitos de
recipientes na sobrevivência e no crescimento de mudas de Eucalyptus grandis
W. Hill ex Maiden, no viveiro e no campo. Revista Árvore, Viçosa, v.2, n.2,
p.141-51, 1978a.
BARROS, N. F.; GOMES, J. M.; NOVAIS, R. F,; NEVES, J. C. L. Níveis críticos
de cálcio e potássio no solo para o crescimento de mudas de Eucalyptus
grandis. Revista Árvore, v.2, n.2, p.141-151, 1978b.
BARROS, N.F.; NOVAES, R.F. Relação solo-eucalipto. Viçosa, MG: Editora
Folha de Viçosa, 1990. 330p.
BARROS, N.F.; NOVAES, R.F. Eucalipto. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES,
P.T.G.; ALVAREZ V., V.H. Recomendações para o uso de corretivos e
fertilizantes em Minas Gerais - 5a aproximação. Viçosa: CFSEMG, 1999.
p.303-305.
BARROS, N. F. Notas de aula de Silvicultura I. Viçosa, UFV, 1973. 78p.
BERTOLOTI, G.; GONÇALVES, A. N. Enraizamento de estacas :
especificações técnicas para construção do módulo de propagação.
Piracicaba, IPEF, 1980. 8p. (Circular Técnica, 94).
BRAGA, J. M.; COUTO, L.; NEVES, M. J. B. ; BRANDI, R. M. Comportamento
de mudas de Eucalyptus spp. em viveiro, em relação à aplicação de N, P, K e
diferentes fontes de fósforo. Revista Árvore, Viçosa, v.1, n.2, p.135-48, 1977.
BRANDI, R. M.; BARROS, N. F. Comparação de tipos de recipientes no plantio
de Eucalyptus spp. Revista Ceres, Viçosa, v.17, n.92, p.158-70, 1971.
BUCKMAN, H. O.; BRADY, N. C. Natureza e propriedades do solo. 2. ed. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 1968. 594p.
CAMPINHOS, JR. E.; IKEMORI, Y. K. Nova técnica para produção de mudas
de essências florestais. IPEF, Piracicaba, n.23, p. 47-52, 1983.
DEICHMANN, V. V. Noções sobre sementes e viveiros florestais. Curitiba:
Escola de Florestas, UFP, 1967. 196p.
DELLA LUCIA, T. M. de C. As formigas cortadeiras. Viçosa, Editora Folha de
Viçosa, 1993. 262 p.
GOMES, A. L. Propagação clonal: princípios e particularidades. Vila Real:
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 1987. 69p. (Série Didáctica,
Ciências Aplicadas, 1).
GOMES, J. M.; BRANDI, R. M.; COUTO, L. ; BARROS, N. F. Efeitos de
recipientes e substratos na produção de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill
ex Maiden. Revista Árvore, Viçosa, v.1, n.2, p.167-72, 1977.
GOMES, J. M.; COUTO, L.; PEREIRA, A. R. Uso de diferentes substratos na
produção de mudas de Eucalyptus grandis em tubetes e em bandejas de
isopor. Revista Árvore, Viçosa, v.9, n.1, p.58-86, 1985.
GOMES, J. M.; BRANDI, R. M.; CANO, M. A.; SOUZA, A. P. Efeitos do sal,
antitranspirante e poda no endurecimento à seca de mudas de Eucalyptus
grandis W. Hill ex Maiden. Revista Floresta, Curitiba, v.9, n.2, p.18-24, 1978.
GOMES, J. M.; NOVAIS, R. F.; SOUZA, A. L.; MACIEL, L. A. F. Métodos de
aplicação de nutrientes na produção de mudas de Eucalyptus grandis W.
Hill ex Maiden. Viçosa, MG: SIF, 1981. p. 9-22. (Boletim Técnico n.1).
GOMES, J. M.; RESENDE, G. C.; SOUZA, A. L.; NOVAIS, R. F. Métodos de
aplicação de adubos na formação de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex
Maiden. Revista Floresta, Curitiba, v.10, n.1, p.21-23, 1979.
GONÇALVES, J.L.M.; BENEDETTI, V. Nutrição e fertilização florestal.
Piracicaba: IPEF, 2000. 427p.
GONÇALVES, J.L.M.; STAPE, J.L. Conservação e cultivo de solos para
plantações florestais. Piracicaba, IPEF, 2002, 498p.
HARTMANN, H. T.; KESTER, D. E; DAVIES R., F.T.; GENEVE, R. L.. Plant
propagation: principles and practices. 6. ed. New Jersey: Prentice-Hall,
1997. 770p.
HAWLEY, R. C. ; SMITH, D. M. Silvicultura práctica. Barcelona, Omega,
1972. 544p.
HIGASHI, E.N.; SILVEIRA, R.L.V.A.; GONÇALVES, A.N. Nutrição e adubação
em minijardim clonal hidropônico de Eucalyptus. Circular Técnica IPEF,
Piracicaba, n.194, p.1-21, 2002.
LIMA, W. de P. O reflorestamento com eucalipto e seus impactos
ambientais. São Paulo, ARTPRESS, 1987. 114 p.
LOURES, E. G. Produção de composto no meio rural. Viçosa, MG, UFV,
Conselho de Extensão, 1983. 12 p. (Boletim Técnico). MALAVOLTA, E.; HAAG,
H. P.; MELLO, F. A. F. ; BRASIL SOBRINHO, M. O. C. Nutrição mineral e
adubação de plantas cultivadas. São Paulo: Pioneira, 1974, 727 p.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado
nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2. ed. Piracicaba: POTAFOS,
1997. 319p.
MATTOS, J. K. A. Vantagens e riscos da propagação vegetativa. O Cerrado,
Brasília, v.8, n.31, p.18-24, 1976.
NOVAIS, R. F.; GOMES, J. M.; ROCHA, D. ; BORGES, E. E. L. Calagem e
adubação mineral na produção de mudas de eucalipto (Eucalyptus grandis W.
Hill ex Maiden). I. Efeitos da calagem e dos nutrientes N, P e K. Revista
Árvore, Viçosa, v.3, n.2, p.121-34, 1979.
NOVAIS, R. F.; GOMES, J. M.; BORGES, E. E. L.; ROCHA, D. Calagem e
adubação mineral na produção de mudas de eucalipto (Eucalyptus grandis W.
Hill ex Maiden). II - Efeito da calagem, do N e do superfosfato simples. Revista
Árvore, Viçosa, v.4, n.1, p.1-13, 1980.
NOVAIS, R. F.; GOMES, J. M.; NASCIMENTO FILHO, M. B.; BORGES, E. E.
L. Calagem e adubação mineral na produção de mudas de eucalipto
(Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden). III - Efeitos da calagem, do superfosfato
simples e de um fertilizante. Revista Árvore, Viçosa, v.4, n.2, p.111-123, 1980.
NOVAIS, R. F.; REGO, A. K.; GOMES, J. M. Nível crítico de potássio no solo e
na planta para o crescimento de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex
Maiden de Eucalyptus cloeziana F. Muell. Revista Árvore, Viçosa, v.4, n.1,
p.14 - 23, 1980.
PAIVA, H.N.; GOMES, J.M. Viveiros florestais. 2. ed. Viçosa, MG: Editora
UFV, 2000. 69p.
PAIVA, H.N.; JACOVINE, L.A.G.; RIBEIRO, G.T.; TRINDADE, C. Cultivo de
eucalipto em propriedades rurais. Viçosa, MG: Editora Aprenda Fácil, 2001.
138p.
PAIVA, H. N. Aspectos silviculturais da cultura do eucalipto. Material
Didático. Curso Lato Sensu em Tecnologia de Celulose e Papel, n.p., 2004
(Não publicado).
RIBEIRO, G.T.; PAIVA, H.N.; JACOVINE, L.A.G.; TRINDADE, C. Produção de
mudas de eucalipto. Viçosa, MG: Editora Aprenda Fácil, 2001. 122p. SAAD,
O. Máquinas e técnicas de preparo inicial do solo. 4. ed. São Paulo, Nobel,
1989. 98 p.
SILVA, J de C. & CARVALHO, A.M.M.L. Produção de eucalipto para serraria
e móveis. 70ª Semana do Fazendeiro, Universidade Federal de Viçosa, 1999.
(Não publicado)
SIMÕES, J. W.; LEITE, N. B.; TANAKA, O. K. ; ODA, S. Fertilização parcelada
na produção de mudas de eucalipto. IPEF, Piracicaba, n.8, p.99-109, 1974.
STURION, J. A. Métodos de produção e técnicas de manejo que
influenciam o padrão de qualidade de mudas de essências florestais.
Curitiba: EMBRAPA/URPFCS, 1981. 18p. (EMBRAPA-URPFCS. Documentos,
3). TITON, M.; XAVIER, A.; REIS, G.G.; OTONI, W.C. Eficiência das minicepas
e microcepas na produção de propágulos de clones de Eucalyptus grandis.
Revista Árvore, Viçosa, MG, v.27, n.5, p.619-625, 2003.
TITON, M. Propagação clonal de Eucalyptus grandis por miniestaquia e
microestaquia. 2001. 65p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) -
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
VALE, F.R.; GUEDES, G.A.A.; GUILHERME, L.R.G. Manejo da fertilidade do
solo.
Lavras: UFLA/FAEPE, 1995. 206p. WENDLING, I. Propagação clonal de
híbridos de Eucalyptus spp. por miniestaquia. 1999. 70f. Dissertação
(Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
WENDLING, I. Miniestaquia e micropropagação seriada no
rejuvenescimento de clones de Eucalyptus grandis. 2002. 94f. Tese
(Doutorado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
WENDLING, I.; XAVIER, A.; PAIVA, H.N. Influência da miniestaquia seriada no
vigor de minicepas de clones de Eucalyptus grandis. Revista Árvore, Viçosa,
MG, v.27, n.5, p.611-618, 2003.
www.ambientebrasil.com.br – Acesso em julho 2004.
www.floretabrasil.com.br – Acesso em julho 2004.
XAVIER, A.; WENDLING, I. Miniestaquia na clonagem de Eucalyptus.
Viçosa, MG: SIF, 1998. 10p. (Informativo Técnico SIF, 11).