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DINÂMICA, AÇÕES
E SEGURANÇA DAS
ESTRUTURAS
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2019
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2
DINÂMICA, AÇÕES E SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 4
3
Apresentação da disciplina
4
ações atuam nas estruturas de forma diferente e podem até causar
efeitos não comuns. Esse processo de entendimento da estrutura
passa por compreender como funciona a estrutura, ou seja, entender o
comportamento estrutural básico.
5
Análise dinâmica de estruturas
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
6
1. Introdução
7
Os carregamentos podem atuar em uma estrutura de forma que
seja possível qualificar/separar esses carregamentos como estáticos
ou dinâmicos. A importância nessa “separação” dos carregamentos
pode ser exemplificada da seguinte maneira: uma peça submetida a
uma carga aplicada gradativamente, em que essa carga permanecerá
constante ao longo do tempo, terá um comportamento diferente de
uma peça em que a carga seja aplicada repentinamente, por repetidas
vezes ou que tenha a sua magnitude variando com o tempo.
8
O carregamento dinâmico pode ser gerado em função da utilização
humana em uma determinada estrutura, quando pulamos ou dançamos
sobre uma laje, ou em função de equipamentos móveis, como é o
caso de pontes rolantes e automóveis, ou quando há instalação de
equipamentos fixos, mas que geram movimentações, como é o caso de
diversos equipamentos industriais que geram vibrações e/ou impactos
em determinada atividade produtiva, por exemplo. Os carregamentos
dinâmicos também podem ser observados quando da ocorrência de
ações naturais, como sismos (terremotos), ventos (que movimentam
uma passarela, um viaduto) e ondas marítimas.
9
Figura 2 – Colapso da Ponte Tacoma Narrows em novembro de 1940
Após seu colapso, nova estrutura foi construída, com estudos mais
aprofundados nas causas, e a ponte em Tacoma pode ser observada
com suas onfigurações atuais na Figura 3.
10
10
Figura 3 – Ponte Tacoma Narrows atualmente
Fonte: gregobagel/iStock.com.
11
na utilização das mesmas. Em uma estrutura que vibra ou balança
muito, as pessoas que a utilizam certamente sentirão os efeitos
desconfortáveis dessa situação. E não somente as pessoas, mas também
diversos equipamentos ou elementos construtivos podem sofrer as
consequências desses carregamentos dinâmicos, uma vez que fissuras e
desplacamentos de revestimentos são comuns em situações do tipo.
12
12
• efeito sísmico (terremotos) nas estruturas;
ASSIMILE
Para Soriano (2014, p. 14), a dinâmica pode ser definida
como: “a parte da mecânica clássica que trata do
movimento de partículas, sistemas de partículas e corpos
rígidos sob ação de forças”.
13
Como os elementos de uma estrutura são elementos que possuem
massa, sob ação de uma aceleração, forças de inércia surgirão nessas
massas. A presença de forças de inércia gera o fenômeno da vibração,
que é um importante componente a ser considerado na maioria dos
projetos (ALVES FILHO, 2008).
Assim, ao analisar ou projetar uma estrutura, é necessário ter uma ideia
bastante clara da natureza e intensidade das cargas aplicadas nela.
É de fundamental importância, então, estabelecer a distinção entre
Carregamentos Estáticos e Dinâmicos. Além disso, o Carregamento
Dinâmico apresenta diversas particularidades que afetam a Resposta
Estrutural do componente. (ALVES FILHO, 2008, p. 21).
14
14
Gráfico 1 – Exemplo de gráfico força × tempo
15
Os carregamentos aleatórios, que também são conhecidos como
carregamentos randômicos, geram na estrutura uma metodologia
de análise da estrutura que não mais é denominada de análise
determinística conforme anteriormente, mas sim uma análise
probabilística, em que agora é inserida a variável de probabilidade de
ocorrência e intensidade desses carregamentos.
16
16
Na Figura 4, visualizamos as diversas curvas que definem as velocidades
básicas do vento de acordo com a ABNT NBR 6123 (ABNT, 1988).
Percebe-se que, de acordo com tal norma, probabilisticamente, os
ventos na região sul e sudeste do país possuem maior intensidade do
que em outras regiões territoriais.
17
1.3 Graus de liberdade
18
18
de parâmetros de coordenadas, ou seja, de graus de liberdade. Um
problema específico pode ser resolvido por meio de um modelo discreto
com a intenção de se facilitar a análise e desenvolver a atenção apenas
sobre os fenômenos que se pretende analisar.
19
No modelo da Figura 6, temos 8 nós capazes de representar o
comportamento da barra toda. Conhecendo-se os deslocamentos em
cada nó, é possível traçar uma curva (entre os nós) que represente
o deslocamento da barra de acordo com a carga F aplicada. Nessa
barra engastada, cada ponto (nó) está posicionado a uma posição de
coordenada x em relação ao Ponto A (face esquerda) da barra.
20
20
2. Considerações finais
TEORIA EM PRÁTICA
Com relação ao estudo da dinâmica, o profissional que
pretende calcular uma estrutura de uma edificação para
uso industrial, em que haverá uma mesa vibratória com
diferentes níveis de intensidade como um dos elementos
principais do funcionamento daquela indústria, deverá
ter em mente se os esforços que esse maquinário produz
21
são de relevância ou não no momento do cálculo dessa
edificação. Você, como responsável pelo cálculo dessa
edificação, considera que esse equipamento e seus
esforços devem ser considerados nos cálculos? Quais os
efeitos que devem ser considerados ou que poderiam
ser desconsiderados nessa análise? Em caso dos efeitos
deverem ser considerados, o que se pode fazer para
minimizar tais efeitos?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
22
22
na determinação dos seus valores são os
carregamentos considerados:
a. Carregamentos estáticos.
b. Carregamentos determinísticos.
c. Carregamento básicos.
d. Carregamentos aleatórios.
e. Carregamentos repetitivos.
Referências bibliográficas
ALVES FILHO, A. n a base da tecnologia. Análise Dinâmica. 2. ed. São Paulo: Érica, 2008.
23
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6123: forças devidas
ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.
. NBR 8681: ações e segurança nas estruturas – Procedimento. Rio de
Janeiro, 2003.
. NBR 15421: projeto de estruturas resistentes a sismos – Procedimento. Rio
de Janeiro, 2006.
BRASIL, R. M. L. R. F.; SILVA, M. A. da. Introdução à dinâmicas das estruturas: para
engenharia civil. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2015.
LEET, K. M.; UANG, C.; GILBERT, A. M. Fundamentos da análise estrutural.
Tradução de: João Eduardo Nóbrega Tortello. 3. ed. Porto Alegre: Amgh, 2010.
LIMA, S. S.; SANTOS, S. H. C. Análise dinâmica das estruturas. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna, 2009.
SORIANO, H. L. Introdução à dinâmicas das estruturas. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2014.
SUSSEKIND, J. C. Curso de análise estrutural: vol. 1 – Estrutura isostáticas. 6. ed.
Porto Alegre/ Rio de Janeiro: Globo, 1981.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Assim como definido por Soriano (2014, p. 14), a dinâmica
pode ser definida como “a parte da mecânica clássica que trata
do movimento de partículas, sistemas de partículas e corpos
rígidos sob ação de forças”. Sendo assim, quando se estudam os
movimentos dos corpos sob a ação de forças externas, estamos
estudando dinâmica, que é diferente do estudo estático das
estruturas, em que não há a consideração do movimento ao
longo do tempo nas diversas partes dos elementos estruturais
ou de uma estrutura como um todo.
Questão 2 – Resposta D
Numa análise dinâmica, temos os métodos de análise
determinísticos e probabilísticos.
24
24
Na análise determinística, as ações são definidas, sejam por
meio de equações que as simulam ao longo do tempo ou
gráficos já calculados com os valores das ações ao longo do
tempo. Desse modo, é possível determinar os efeitos que essas
ações gerarão ao longo da estrutura.
Na análise probabilística, as ações são de difícil definição. Os
valores em cada instante, além de diferentes, não são possíveis
de mensuração exata. Para essas situações, os carregamentos
são definidos como carregamentos aleatórios ou randômicos.
Exemplos desses carregamentos são os terremotos ou ondas
marítimas. Sua mensuração se dá por meio de ampla análise
de suas ocorrências e definem-se valores baseados nas
probabilidades, de maneira estatística.
Questão 3 – Resposta E
Carregamento dinâmicos são aqueles em que a intensidade, a
direção e a posição variam ao longo do tempo. Consequentemente,
as respostas da estrutura, em relação ao deslocamento, velocidade
e aceleração, também variam ao longo do tempo.
Dessa forma, podemos concluir que os carregamentos de peso
próprio de uma estrutura, as cargas de paredes e as cargas de
revestimento de um piso não são cargas que variam ao longo do
tempo, seja em intensidade, posição e direção. O peso próprio de
uma estrutura é considerado uma carga permanente, assim como
as cargas de parede e de revestimentos, justamente por não terem
variabilidade em relação a intensidade, posição e direção.
Sendo assim, dentre as alternativas disponíveis, a única que
não possui nenhum carregamento com essas características
é a alternativa que contempla “sismos, tráfego de veículos e
bases vibratórias sobre uma laje”, pois estes podem variar ao
longo do tempo, seja com relação a magnitude/intensidade,
direção e/ou posição.
25
Sistemas com um grau de liberdade
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
26
26
1. Introdução
27
Em contrapartida, se as cargas não são as consideradas estáticas,
mas sim dinâmicas, em que a aplicação das cargas ocorre de maneira
a causar impactos, vibrações, oscilações e demais efeitos dinâmicos
nas estruturas, podem surgir situações indesejadas, como esforços
maiores que os determinados anteriormente no modelo estático.
Solicitações maiores, desconforto aos usuários (em função de vibrações
e movimentações nas estruturas), funcionamento prejudicado de
equipamentos sobre a estrutura (maquinários, portas e janelas, por
exemplo) e até mesmo o efeito de fadiga do material, de seus elementos
e ligações dos componentes são situações correntes.
Dinâmica Estática
Sistema de equações diferenciais ordinárias Sistema de equações algébricas
,
Mü + Cu + Ku = f(t) Ku = f
Fonte: adaptado de Brasil e Silva (2015).
28
28
Onde:
M = matriz de massa da estrutura;
C = matriz de amortecimento;
K = matriz de rigidez;
ü = vetor de aceleração;
,
u = vetor de velocidade;
u = vetor de deslocamento;
f = forças externas.
1.1.1 Vibrações
Vibrações ou oscilações são efeitos que estão presentes nas mais diversas
áreas da vida humana, seja na fala, por meio da vibração das cordas
vocais, na música, por meio da vibração nos instrumentos musicais, a
vibração do pulmão no respirar, na oscilação que ocorre nos braços
e pernas ao caminharmos ou corrermos. Também está presente na
utilização de diversos equipamentos mecânicos no decorrer do dia a dia.
29
menor durabilidade aos equipamentos e as estruturas como um todo,
devido ao possível efeito de fadiga ou ao desconforto na utilização de
determinada estrutura ou equipamento, pois podem gerar trepidações,
excesso de ruído e perda de eficiência dos elementos. Também é
possível associar a diminuição da durabilidade causada pelas vibrações
com as estruturas mais esbeltas. Estruturas mais robustas tendem a
sofrer menos com esses efeitos.
30
30
Figura 7 – Criança em um balanço
31
Figura 8 – Pêndulo balançando
Fonte: corbac40/iStock.com.
32
32
No caso real, a magnitude dessa oscilação vai diminuindo
gradativamente devido à resistência do ar no ambiente
(amortecimento) e, após um certo tempo, o sistema para. Pode-se
dizer que, no movimento oscilatório, a energia cinética existente no
conjunto é dissipada a cada ciclo devido ao amortecimento gerado
pelo ar que está em volta do sistema.
33
Figura 10 – Pêndulo de torção
As vibrações forçadas, por sua vez, são aquelas que resultam da ação
de forças externas e que geralmente são forças repetitivas. Esse efeito
externo persiste durante todo o tempo em que a movimentação
vibratória existir. A exemplo de vibração forçada, têm-se as oscilações
34
34
que ocorrem em maquinários que vibram devido a sua movimentação
inerente ao processo de funcionamento dessas máquinas. Essas
vibrações geradas por forças externas são também as responsáveis pela
ocorrência de ressonância nas estruturas, que pode levar uma estrutura
a ter graves problemas. Algumas falhas estruturais de edifícios, pontes,
turbinas e asas de aviões foram atribuídas à existência de ressonância.
Esse também é o motivo da baixa durabilidade em estruturas que
sofrem com esse efeito, como, por exemplo, arquibancadas de estádios
de futebol, onde, com o passar do tempo, a estrutura pode sofrer de
fadiga do material e/ou suas ligações, gerando enfraquecimento nas
junções dos elementos e seus componentes.
35
1.1.4 Demais conceitos
36
36
ASSIMILE
37
Onde:
M = matriz de massa da estrutura;
C = matriz de amortecimento;
K = matriz de rigidez;
ü = vetor de aceleração;
,
u = vetor de velocidade;
u = vetor de deslocamento;
f = forças externas.
Eq. 3
Eq. 4
38
38
Eq. 5
Eq. 6
39
apresentam amortecimentos subcríticos (subamortecido), ou seja,
o amortecimento é menor que o amortecimento crítico (ξ < 1). Esse
fator é definido por Lima e Santos (2009, p. 12) como a relação entre o
coeficiente de amortecimento real, c, e o coeficiente de amortecimento
crítico ccr , e que pode ser expresso pela Eq. 8:
Eq. 8
Eq. 10
Eq. 11
Eq. 12
40
40
Eq. 13
41
diversas formas, sendo as forças harmônicas e as forças periódicas
as que representam a maioria dos casos dos sistemas físicos reais.
A resposta do conjunto se dá em função da força que é aplicada, ou
seja, uma força harmônica provoca vibrações harmônicas e uma força
periódica provoca vibrações periódicas.
3. Considerações importantes
42
42
sistemas menos requintados, simplistas, que podem ter, sem perda
de segurança, seu modelo considerado como de apenas um grau
de liberdade. Para modelos mais específicos e estruturas de massas
contínuas, a adoção de número de graus de liberdade maior que um
torna a análise mais dispendiosa, porém, mais completa.
TEORIA EM PRÁTICA
43
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Quando nos referimos a uma estrutura de um grau de
liberdade, estamos nos referindo a:
44
44
3. O estudo das vibrações é um importante campo da
engenharia de estruturas, que visa compreender
melhor o comportamento dos sistemas estruturais em
função de alguns fenômenos que as acometem. Qual a
definição de vibração?
Referências bibliográficas
45
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Uma estrutura de um grau de liberdade é aquela em que apenas
uma componente é necessária para se definir a posição de uma
massa. Essa componente pode ser um ângulo ou uma coordenada
cartesiana. Exemplo de um sistema com um grau de liberdade é o
sistema de um pêndulo fixado por um fio. Nesse caso, é possível
definir a posição do pêndulo por meio do ângulo ou de suas
coordenadas cartesianas.
Questão 2 – Resposta C
Numa onda vibratória, o período é o tempo que se passa até
que determinado movimento se repita. É o tempo que passa
do momento em que a onda atingiu seu ponto máximo (ou
mínimo) de inflexão (crista ou vale) até a onda voltar a atingir
um próximo ponto máximo (ou mínimo) de inflexão (próxima
crista ou próximo vale).
Questão 3 – Resposta B
A vibração ou oscilação pode ser entendida por qualquer
movimento repetitivo em um determinado intervalo de tempo
e seu estudo visa compreender os movimentos oscilatórios dos
corpos e as respectivas forças a eles associadas.
46
46
Sistemas com vários graus de
liberdade
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
47
1. Introdução
48
48
representam a barra e formam o que chamamos também de modelo
discreto, ou seja, uma configuração geométrica definida por um número
finito (conhecido) de parâmetros, facilitando a análise. Esse número
finito de parâmetros são os diversos graus de liberdade de um sistema.
49
simplicidade da análise, sistemas contínuos são frequentemente
aproximados como sistemas com vários graus de liberdade”. Nesse
caso, o que se quer dizer é que sistemas contínuos são “simplificados”
por meio do conceito de modelos discretos, com vários (porém
discretos) graus de liberdade.
50
50
Para a consideração da substituição de um elemento de volume em
um elemento composto por barras e nós, é necessária a idealização
de barras posicionadas exatamente no eixo geométrico dos
elementos, que possuem momento de inércia de acordo com a seção
do elemento e o módulo de elasticidade em função do material da
estrutura. Dessa forma, um sistema de análise estrutural se dá por
meio da configuração da estrutura real em um modelo composto
por pontos nodais e elementos de barras (que ligam os nós) com
características iguais às da estrutura real.
51
Outra forma de simplificar um modelo contínuo em um modelo com
vários graus de liberdade é a utilização do Método dos Elementos Finitos
(MEF), que visa substituir a geometria total da peça em uma grande
quantidade de pequenos elementos (elemento de malha) da seção, em
que é realizada dentro de cada elemento (malha) a solução do sistema
para se ter o equilíbrio local. Para cada elemento, são solucionadas as
equações de equilíbrio locais e se faz a interação dos elementos entre
si e o meio externo por meio dos nós que compõem a malha (pontos
de intersecções dos triângulos). Na Figura 15, a peça demonstrada
é discretizada com uma malha triangular (as malhas podem ocorrer
também em formato retangular). Essa malha pode ter seus nós
enumerados assim como os elementos de barras que ligam esses nós
com a finalidade de organizar e facilitar o entendimento do sistema.
52
52
Filho (2008, p. 143), é preciso entender o que ocorre em cada nó, ou,
mais apropriadamente, em cada grau de liberdade da estrutura, para
então entender o comportamento dinâmico do conjunto todo.
Onde:
M = matriz de massa da estrutura;
C = matriz de amortecimento;
53
K = matriz de rigidez;
ü = vetor de aceleração;
,
u = vetor de velocidade;
u = vetor de deslocamento;
f = forças externas. Eq. 16
54
54
Para o exemplo, consideremos as barras na vertical que representam
os pilares e as barras horizontais que representam as vigas dos
pavimentos como sem deformação axial e estas vigas com imensa
inércia à flexão (ou seja, as vigas não se flexionarão). As massas estão
aplicadas também no nível de cada pavimento e são representadas
por m1, m2 e m3. Em função das cargas aplicadas, variações dos
deslocamentos no tempo também ocorrem, sendo representado por
u1, u2 e u3, os coeficientes C1, C2 e C3 de amortecimento são gerados
pela resistência que a estrutura do pórtico proporciona e a rigidez dos
andares são representados por K1, K2 e K3.
55
, ,
[M1 ü1] + [(C1 + C2) u1 – C2 u2] + [(K1 + K2) u1 – K2 u2] = f1(t) Eq. 17
Eq. 18
,
Quando não houver amortecimento no sistema, a parcela Cu não existe,
porém com a consideração de forças externas atuando, temos um
“sistema de vibrações forçadas não amortecidas”, tornando a resolução
possível por meio da Eq. 19:
56
56
Eq. 19
Eq. 20
Eq. 21
57
Perceba que as matrizes que representam a solução para o problema
são quadradas, com ordem n, onde n é o número de graus de liberdade
que o sistema possui. Se no caso do exemplo da Figura 16 houvesse um
número n maior de graus de liberdade, esse número n seria o fator de
ordem da matriz, o que tornaria a complexidade do problema um tanto
quanto maior também.
ASSIMILE
As vibrações livres são aquelas em que há o impulso inicial
que gera o movimento oscilatório do sistema, mas que
essa força (impulso) não permanece durante o movimento
oscilatório (ausência de força externa), por exemplo, o
impulso em um pêndulo. No caso das vibrações forçadas,
uma força externa é aplicada gerando o movimento
oscilatório, como, por exemplo, em maquinários que vibram
repetitivamente quando estão em funcionamento.
3. Aplicações
58
58
durante algum período e amortecida, pois a estrutura da edificação tem a
função de resistir aos esforços e dissipar a vibração de modo a fazer com
que os efeitos sejam minimizados e danos estruturais sejam evitados.
59
A zona 0 apresenta o menor perigo sísmico, e a zona 4, o maior. Para a
zona 4 (extremo oeste da região norte do Brasil), por exemplo, a referida
norma propõe que seja adotada uma aceleração horizontal no cálculo
de estruturas da ordem de 15% da aceleração da gravidade.
4. Considerações finais
60
60
sua composição, sendo necessário a adoção de modelos mais
precisos do que os meramente simplistas com apenas um grau
de liberdade. A análise dinâmica também pode ser justificada
por meio da necessidade de análise sísmica, que é obrigatória
em algumas regiões do Brasil e em outros lugares do mundo,
conforme os códigos normativos de cada localidade.
TEORIA EM PRÁTICA
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
61
c. Que possui travamento em todas as direções e apenas
uma delas é livre.
62
62
c. Ocorrência de sismos em uma edificação de múltiplos
pavimentos.
Referências bibliográficas
63
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Uma estrutura de vários graus de liberdades são estruturas que
possuem um número maior de coordenadas necessárias para sua
representação. Esse número maior de coordenadas necessárias
faz com que a estrutura possua um maior refinamento na sua
discretização, gerando um resultado mais preciso. É importante
ressaltar que, quanto maior o número de graus de liberdade, mais
complexa é a análise e maior o tempo de processamento no caso
de uma análise computacional.
Questão 2 – Resposta D
As estruturas reais são caracterizadas por modelos contínuos em
virtude das infinitas seções que compõem um conjunto estrutural.
O que ocorre é que, por simplificação e viabilidade de cálculo,
“adaptamos” os modelos contínuos em modelos discretos com
vários graus de liberdade, mas as estruturas reais são compostas
de modelos contínuos.
Questão 3 – Resposta C
As vibrações forçadas em modelos de vários graus de liberdade
podem ser exemplificadas pelas forças de aceleração geradas na
ocorrência de sismos em edificações de múltiplos pavimentos,
caracterizada, respectivamente, pelas vibrações forçadas das
acelerações do sismo e no modelo de vários graus de liberdade
em que uma edificação comumente é representada.
A aplicação de quaisquer esforços estáticos, como, por
exemplo, as cargas de revestimentos, não fazem parte de uma
análise dinâmica e o exemplo de pêndulo e/ou balanço são
representados por modelos de um grau de liberdade, com isso,
a resposta correta de fato é a alternativa C.
64
64
Comportamentos estruturais
básicos
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
65
1. Introdução
66
66
corpos de materiais sólidos definidos de acordo com sua geometria
e maneira de transferência de esforços. Com relação aos sistemas
estruturais, temos os seguintes:
Fonte: PeopleImages/iStock.com.
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Estruturas sujeitas a esforços de tração sofrem as deformações de
alongamento. O causador da deformação é o fenômeno da tensão, que
é representado pela distribuição de uma força sobre uma área. Quando
a força é aplicada de maneira perpendicular a um corpo com superfície
plana, há a tensão normal.
• Cabos
68
68
Figura 20 – Ponte Akashi-Kaikyo – Japão
Fonte: TAGSTOCK1/iStock.com.
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Um fenômeno particular que ocorre em estruturas comprimidas é
que, diferentemente do que ocorre na tração, a peça pode perder
estabilidade antes que haja a ruptura do material componente, ou
seja, antes de a peça romper por compressão, pode haver a perda de
estabilidade. Esse fenômeno recebe o nome de flambagem, que é a
flexão transversal devido à compressão axial. A exemplo de estruturas
comprimidas, temos os arcos e os pilares. O fenômeno da flambagem é
mais usual nos pilares do que nos arcos.
• Arcos
Fonte: SeanPavonePhoto/iStock.com.
70
70
• Pilares
Os pilares são elementos lineares de eixo reto, dispostos na vertical,
sujeitos preponderantemente a esforços de compressão. No geral,
são elementos que transmitem as cargas das lajes e/ou vigas até os
elementos de fundação de uma estrutura. Eles recebem as cargas dos
pavimentos, acumulando essas cargas andar a andar, de modo que, ao
chegarem à fundação, estão altamente carregados. Também podem
estar submetidos a esforços de flexão.
71
como os pilares. Esse fenômeno depende diretamente
da robustez da seção, do comprimento da peça, da força
de compressão e do módulo de elasticidade do material.
Quanto menor a robustez, ou maior o comprimento, ou
maior a carga ou menor módulo de elasticidade, maior será
a probabilidade de flambagem no elemento estrutural.
1.2.3 Treliças
Fonte: landbysea/iStock.com.
72
72
Nas estruturas de treliças, é usual a aplicação das cargas apenas nos
nós, para se evitar que apareçam esforços diferentes de compressão
e tração nas barras (como, por exemplo, esforços de flexão). É usual
também adotar para as treliças padrões triangulares, conforme
demonstrado na Figura 22, por serem geometricamente mais estáveis
que os padrões retangulares.
73
• Lajes
• Vigas e pórticos
74
74
Figura 24 – Pórtico formado por pilares e vigas metálicas
Fonte: Andaleks3/iStock.com.
• Grelhas
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1.3.1 Elementos lineares
76
76
Figura 25 – Modelo real x modelo unifilar
2. Comportamento estrutural
77
diretamente para a estabilidade do conjunto. No geral, em uma
edificação, temos os elementos estruturais (lajes, vigas, pilares, entre
outros), os elementos de vedação (alvenarias, portas, janelas, etc) e os
elementos de proteção (pintura, revestimentos, acabamentos, etc).
• Deformações
Um fenômeno pertinente para entender o que ocorre com os elementos
estruturais trata do regime de deformação a que uma estrutura está
sujeita. Deformação é a alteração da forma que o elemento possui
78
78
quando submetido a solicitações. Há uma tendência dos elementos (ou
dos corpos) de retornarem a seu estado original em função da força de
atração que ocorre entre as partículas de um corpo.
• Ductilidade
Nas estruturas usuais, há preferência pelo uso de sistema que
possua características dúcteis, ou seja, que possua capacidade de
se deformar. Essa situação é o que se deseja, por exemplo, em
uma estrura de concreto armado, que quanto mais dúctil for, mais
aviso gerará ao usuário em alguma situação de perigo. Elementos
estruturais que possuem modo de ruptura frágil são elementos
indesejáveis, pois impossibilitam a visualização dos diversos avisos
que a estrutura tende a dar caso seja dúctil.
79
Quando uma peça estrutural apresenta ductilidade razoável, pode-se
afirmar que esse elemento possui boa resistência plástica, pois consegue
se deformar antes de chegar à ruptura. Essa boa resistência plástica
é aumentanda tanto quanto se aumenta o grau de hiperestaticidade
da estrutura, uma vez que é possível considerar, de maneira indireta,
a redistribuição dos esforços na estrutura, ou seja, quando parte da
estrutura se deforma, tendo ela uma quantidade grande de vínculos,
parte dos esforços não mais suportados pelos elementos migram para
outras partes da estrutura ou apoios.
• Deflexões (deslocamentos)
Quando há uma estrutura e esta é carregada, seus elementos que estão
tensionados acabam se deformando. Em uma treliça, por exemplo, as
barras comprimidas encurtam e as barras tracionadas se alongam. No caso
de vigas, estas sofrem flexão e, no caso de um cabo, este fica estirado.
80
80
ASSIMILE
O grau de estaticidade está ligado ao número de vínculos
que uma estrutura possui. Esses vínculos podem ser
de 1º, 2º ou 3º gênero, a depender do número de graus
restringidos. O apoio de 1º gênero restringe um grau de
liberdade e é conhecido como apoio móvel. O apoio de 2º
gênero restringe dois graus de liberdades e é conhecido
como apoio fixo. O apoio de 3º gênero restringe três graus
de liberdades e é conhecido como engaste.
2.2.1 Lajes
81
São elementos de superfície, que trabalham à flexão e caracterizadas
por possuírem pequena espessura em planta. Justamente pela pequena
espessura em relação ao vão, acabam sofrendo deslocamentos que
muitas vezes são excessivos e, por esse motivo, devem ser analisadas a
rigor quanto a este quesito.
2.2.2 Vigas
2.2.3 Pilares
82
82
2.3 Comportamento não linear
Desse modo, Pinto e Ramalho (2002) afirmam que se deve lançar mão
de uma análise que considere a estrutura na sua configuração final
de equilíbrio determinada pela não linearidade física (NLF) e pela não
linearidade geométrica (NLG).
83
2.3.1 Não linearidade física (NLF)
84
84
Nessa situação, com o prédio ainda deslocado, os carregamentos verticais
continuam a atuar, porém agora em condições diferentes das iniciais. O
carregamento vertical atuando na estrutura já deslocada fará com que
esforços adicionais sejam acrescidos ao conjunto. Se a estrutura não
estiver preparada para isso, ela poderá entrar em colapso. Esses esforços
adicionais serão maiores quão menor for a rigidez da estrutura.
3. Considerações finais
TEORIA EM PRÁTICA
Você foi contratado para realizar o laudo técnico de análise
de uma estrutura de dois andares que vai ter sua utilização
alterada, ou seja, uma edificação residencial passará a
85
atuar de maneira comercial como uma loja de calçados,
com alta incidência de pessoas no pavimento inferior e
com o pavimento superior sendo utilizado para estoque
de materiais diversos e de produtos para comercialização.
Com base nos assuntos tratados nesta aula, você deve
avaliar o que esse acréscimo de carga pode gerar
nessa estrutura, pensando nos elementos que poderão
apresentar problemas e que, consequentemente, deverão
ser analisados com maior rigor.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Quando definimos um sistema estrutural composto
por barras ligadas entre si sujeitas a solicitações
estritamente de tração e compressão, estamos tratando
de qual sistema?
a. Sistema estrutural tipo arco.
86
86
c. De sistemas estruturais compostos por barras e
cabos e que são responsáveis pela estabilidade
local da estrutura.
Referências bibliográficas
87
BOTELHO, M. H. C.; MARCHETTI, O. Concreto armado eu te amo. 7. ed. São Paulo:
Blucher, 2013.
HIBBELER, R. C. Análise das estruturas. Tradução de: Jorge Ritter. 8. ed. São Paulo:
Pearson, 2013.
KASSIMALI, A. Análise Estrutural. Tradução de: Noveritis do Brasil. 5. ed. São Paulo:
Cengage, 2015.
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Questão 2 – Resposta D
88
88
Questão 3 – Resposta B
Os elementos de superfície são os elementos que possuem duas
dimensões com a mesma ordem de grandeza entre si e que são
bem maiores que a outra dimensão (sua espessura). Exemplos de
elementos desse tipo são as lajes e as placas.
89
Ações, solicitações e resistência
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
90
90
1. Introdução
91
Figura 26 – Evolução da segurança ao longo do tempo
92
92
A essa necessidade, modelos de cálculos foram sendo criados, baseados
em diversas teorias que, ao longo do tempo, se provaram necessárias de
atualização ou maior fundamentação. Um método determinístico criado
na metade do século XIX e largamente empregado até a maioria do
século XX foi o método conhecido como cálculo das tensões admissíveis.
93
Ao longo do tempo, a utilização desse método recebeu grande
quantidade de críticas por conta de a segurança da estrutura estar
relacionada às tensões e não diretamente aos carregamentos
aplicados em situações de uso. Percebeu-se que essa metodologia
fornecia pouca informação sobre a capacidade resistente da estrutura.
Diferentes estruturas, de diferentes materiais não se comportam
exatamente igual, pois não é possível admitir que ocorre linearidade no
comportamento dos elementos perante tensões, deformações, esforços
e ações (CARNEVALE, 2012).
94
94
Na análise das estruturas, os estados limites podem ser divididos em
estados limites de serviços e estados limites últimos. Essa diferenciação
proporciona uma análise mais abrangente das situações possíveis em
uma estrutura, ou seja, se a estrutura suporta os esforços em segurança
(estado limite último) e se responde satisfatoriamente às solicitações
impostas (estado limite de serviço).
O método dos estados limites permite um processo mais racional para
o dimensionamento, pois envolve a identificação de todos os modos de
colapso ou situações em que a estrutura deixaria de atender aos requisitos
para os quais foi projetada, e a determinação de níveis satisfatórios de
segurança para cada estado limite (ATAÍDE; CORRÊA, 2006, p. 112).
95
2. Ações nas estruturas
A norma brasileira que trata das ações e sua classificação é a NBR 8.681:
ações e segurança nas estruturas – Procedimento, cuja versão de 2003 foi
corrigida em 2004 (ABNT, 2004). Essa norma serve de referência para
as demais normas nacionais que tratam do cálculo de estruturas de
madeira, metálica e de concreto armado, por exemplo.
96
96
2.1.1 Ações permanentes diretas
97
Outro carregamento variável direto importante é o caso das cargas
de construção, que por vezes são maiores que as cargas de utilização
da estrutura quando esta estiver finalizada. Para exemplo de carga
de construção, podem-se citar os carregamentos gerados pelos
escoramentos de pavimentos superiores ou então os carregamentos
devido ao armazenamento de material que será utilizado na obra.
98
98
3. Segurança nas estruturas
Onde:
Rd = resistência de cálculo;
Sd = solicitação de cálculo.
99
3.1 Valores das ações
γf = γf1 x γf 2 x γf 3 Eq. 23
Onde:
100
100
A aplicação do coeficiente de segurança γf nas solicitações de acordo
com a (ABNT, 2004) para obtenção do esforço de cálculo para as ações
normais é demonstrado na Eq. 24:
Fd = Fk x γf Eq. 24
Onde:
Fd = esforço normal de cálculo para as ações normais;
Fk = esforço normal característico para as ações normais;
γf = coeficiente de majoração dos esforços.
Onde:
Md = momento fletor de cálculo para as ações normais;
Mk = momento fletor característico para as ações normais;
γf = coeficiente de majoração dos esforços.
Onde:
Vd = esforço cortante de cálculo para as ações normais;
Vk = esforço cortante característico para as ações normais;
γf = coeficiente de majoração dos esforços.
101
mais controlados admitem coeficientes de ponderação menores e
processos menos controlados exigem coeficientes maiores”. Uma
estrutura que será executada em concreto pré-moldado ou estrutura
metálica tende a ter um controle mais rigoroso (controlado), dessa
forma, é possível adotar coeficientes menores.
102
102
3.3 Resistências características e de cálculo
Eq. 27
Onde:
fd = resistência de cálculo;
fk = resistência característica;
γm = coeficiente de ponderação das resistências.
103
O coeficiente que pondera (minora) a resistência dos materiais indicado
na NBR 8.681 (ABNT, 2004) é dado pela Eq. 28:
γm = γm1 x γm2 x γm3 Eq. 28
Onde:
γm1 = leva em conta a variabilidade da resistência efetiva;
γm2 = considera as diferenças entre a resistência efetiva do material da
estrutura e a resistência medida convencionalmente em corpos de prova
padronizados;
γm3 = considera as incertezas existentes na determinação das
solicitações resistentes, seja em decorrência dos métodos construtivos,
seja em virtude do método do cálculo empregado.
ASSIMILE
A NBR 8.681 (ABNT, 2003 versão corrigida 2004) indica os
requisitos necessários para a verificação da segurança
nas estruturas, por meio da introdução de coeficientes de
ponderação dos esforços e das resistências dos materiais.
Porém, é importante deixar claro que, para cada material,
outros coeficientes específicos podem ser adotados, de
acordo com sua norma específica.
4. Considerações finais
• A engenharia de estruturas busca prever todos os esforços que
podem acometer as edificações, porém, diversos fatores não
podem ser controlados de modo absoluto, em virtude da grande
variabilidade de incertezas que ocorrem. Dessa forma, admitir
que o cálculo estrutural deve ser baseado em fatores puramente
determinísticos não gera a solução mais confiável ou econômica.
104
104
• Com isso, outros métodos mais racionais foram elaborados,
de modo que o fator probabilidade pudesse ser levado em
consideração. Aliado a essa questão, o fator conforto em serviço
da estrutura perante o usuário também deve ser avaliado e, com
isso, o surgimento do método dos estados limites foi ganhando
espaço, e hoje é a metodologia que rege o cálculo das estruturas.
TEORIA EM PRÁTICA
Ao ser contratado para trabalhar em um escritório de
cálculo de estruturas, seu superior solicitou que você fizesse
a separação de todas as cargas atuantes em uma estrutura
de concreto armado que será utilizada em um prédio
de uso estritamente comercial. Nesse caso, você deve
realizar a separação das cargas em permanentes, variáveis
e excepcionais que atuam sobre a mesma. É importante
saber que nessa edificação será adotado piso elevado, para
que todas as instalações elétricas possam passar por baixo,
e também será adotado o uso de forro, para esconder as
instalações hidráulicas.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
105
a. Ações permanentes, flexíveis e diretas.
106
106
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta D
As cargas são definidas de acordo com sua variabilidade ao longo
do tempo, sendo assim, podem ser permanentes (que pouco
ou nada variam ao longo do tempo na estrutura), variáveis (que
ocorrem com variações significativas ao longo do tempo na
estrutura) e as excepcionais (que podem ocorrer com duração
extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência).
107
Questão 2 – Resposta C
Primeiramente, o modelo das tensões admissíveis foi o que norteou
os cálculos estruturais, fazendo com que fosse calculado o valor
direto da resistência do material e comparado com o valor da
solicitação. Por não levar em consideração outros fatores, como a
probabilidade de ocorrência, diversidade do material e situações de
serviço (fissuras, deformações, deslocamentos, entre outros), outro
modelo foi idealizado, sendo chamado de método dos estados
limites, que visava suprir e levar em consideração o que não era
considerado no método das tensões admissíveis.
Questão 3 – Resposta A
O carregamento de peso próprio possui características de não se
alterar significativamente ao longo do tempo em uma estrutura
(inclusive, na maioria dos materiais, se mantém constante), desse
modo, é considerado uma carga permanente, e por se tratar de
uma carga que é aplicada diretamente na estrutura e que também
gera esforços diretamente na estrutura, é considerada uma carga
direta, ou seja, uma carga permanente direta.
108
108
Combinações de ações de
serviço nas estruturas
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
109
1. Introdução a estados limites
Nesse contexto, a NBR 8.681 (ABNT, 2004) diz que os estados limites
considerados nos projetos de estruturas dependem dos tipos de
materiais de construção adotados e devem ser especificados pelas
normas referentes ao projeto de estruturas de acordo com cada material.
A consideração de um estado limite ou outro e os limites que devem
ser atendidos devem, portanto, respeitar as normas específicas de cada
material, por exemplo, um projeto de estrutura de concreto deve atender
110
110
às limitações pertinentes na norma referente a esse material. Na Tabela
4, são apresentadas algumas das normas pertinentes a cada material
adotado como material estrutural de construção.
111
Os estados limites de serviço ocorrem devido a ações que são estudadas
por meio de combinações com três diferentes ordens de grandeza de
permanência nas estruturas e são chamdas de combinações quase
permanentes, combinações frequentes e combinações raras (ABNT, 2004).
2. Combinações de ações
112
112
imaginar uma edificação com diversos carregamentos, onde alguns
são mais importantes que os outros, seja em função da intensidade
(possuem maior magnitude) ou de ocorrência (ocorrem com maior
frequência que os outros).
113
Dessa forma, a metodologia de cálculo dos estados limites lança mão
do fator probabilidade, que é o que as combinações visam abordar. A
probabilidade de ocorrência de determinado carregamento leva em
consideração a sua magnitude e o tempo (duração, frequência, tempo
de retorno) em que ocorrem.
ASSIMILE
A NBR 8.681 (ABNT, 2004) define carregamentos especiais
como: “Os carregamentos especiais são transitórios,
com duração muito pequena em relação ao período de
114
114
referência da estrutura”. Desse modo, um carregamento
de construção é definido como especial, pois atua apenas
durante a construção da estrutura. Um exemplo disso
são os carregamentos de armazenagem de material
durante uma obra.
115
2.2.3 Combinações raras
116
116
combinações de serviço, os valores dos coeficientes ponderadores
definidos pela NBR 8.681 (ABNT, 2004) são menores que os coeficientes
adotados nas combinações últimas, que visam o dimensionamento
estrutural, ou seja, consideram as ações últimas.
117
Tabela 5 – Valores dos fatores de combinação
e redução para ações variáveis
Ações Ψ0 Ψ1 Ψ23), 4)
Vento
Temperatura
118
118
3.1 Cálculo das combinações quase permanentes
Onde:
Fd,uti = valor de cálculo das ações de serviço (ou utilização);
Fgk = valor característico das ações permanentes;
ψ 2 = fator de redução dos valores quase permanentes das ações variáveis;
Fqk = valor característico da ação variável.
Onde:
Fd,uti = valor de cálculo das ações de serviço (ou utilização);
Fgk = valor característico das ações permanentes;
ψ 1 = fator de redução dos valores frequentes das ações variáveis;
Fq1k = valor característico da ação variável principal;
ψ 2 = fator de redução dos valores quase permanentes das ações variáveis;
Fqk = valor característico das demais ações variáveis.
119
Já o que se pretende nessa formulação é que todas as ações permanentes
continuem sendo adotadas, mas agora as ações variáveis são separadas
entre a ação variável principal com fator redutor de valor frequente ψ1 e
as demais ações variáveis (secundárias) sejam adotadas com fator redutor
de valor quase permanente ψ2. Assim sendo, nessa combinação há a
necessidade de se definir uma ação variável como sendo a principal e as
demais ações variáveis são definidas como secundárias.
Onde:
Fd,uti = valor de cálculo das ações de serviço (ou utilização);
Fgk = valor característico das ações permanentes;
ψ 1 = fator de redução dos valores frequentes das ações variáveis;
Fq1k = valor característico da ação variável principal;
Fqk = valor característico das demais ações variáveis.
120
120
levam em consideração a questão de que uma ação mais forte possui
menos probabilidade de ocorrer e que as ações menos intensas (menor
magnitude) possuem maior probabilidade de ocorrer nas estruturas.
4. Exemplo de aplicação
121
Tabela 7 – Cargas variáveis diretas sobre a laje
Carregamento Valor do carregamento (kN/m²)
Utilização: laboratório 3,00
Equipamento de uso esporádico 1,00
Acúmulo de resíduos 1,50
Fonte: elaborado pelo autor.
122
122
são dispostos separadamente, sendo necessário eleger um deles como
carregamento principal da combinação. Nesse caso, o carregamento de
utilização tipo laboratório será admitido como o principal, pelo motivo
de este possuir o maior valor de carga e os demais carregamentos serão
tomados como valores de carregamentos variáveis secundários.
Fd,uti = (2,75 + 0,80 + 2,15) + [(0,6 · 3,00)] + [(0,4 · 1,00) + (0,4 . 1,50)]
Fd,uti = (5,70) + [2,80]
Fd,uti = 8,50kN / m2
123
4.4 Comentários
5. Considerações finais
124
124
• As combinações em serviço também, por vezes, são deixadas de
lado por muitos profissionais da área de cálculo estrutural. Não é
incomum encontrar edificações que não tiveram seu desempenho
avaliado durante a fase de projeto. Cuidado maior é dado ao
dimensionamento (em atendimento ao estado limite último) e as
verificações (atendimento ao estado limite de serviço) acabam
não sendo realizadas em muitas situações. Essa situação limita
o atendimento aos requisitos de qualidade das estruturas, pois
não basta ter segurança, a edificação deve oferecer satisfatório
desempenho e durabilidade.
TEORIA EM PRÁTICA
Umas das tarefas mais específicas do profissional
responsável pelo cálculo de uma estrutura é a definição
correta dos coeficientes majoradores e redutores em
função do tipo de análise que se está realizando. Se você
fosse contratado para realizar a composição da carga
de uma estrutura residencial e quisesse realizar uma
verificação quanto ao deslocamento que pode ocorrer
nessa estrutura e, na sequência, faria a verificação com
relação à formação de fissuras, quais as definições deveriam
ser adotadas, assim como os coeficientes e combinações
considerados? Detalhe cada uma das situações separando
os carregamentos possíveis.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
125
a. Normais, de construção e raras.
c. Combinações excepcionais.
d. Combinações frequentes.
e. Combinações repetitivas.
126
126
c. Desempenho funcional, durabilidade e economia.
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
As combinações utilizadas na verificação do desempenho
das estruturas por meio dos estados limites de serviço são as
combinações quase permanentes, frequentes e raras.
127
As combinações normais, especiais ou de construção e as
excepcionais são combinações referentes ao estado limite último e
são usadas quando do dimensionamento das estruturas.
Questão 2 – Resposta D
Para uma verificação do desempenho de uma estrutura, então
devem ser considerados os estados limites de serviços. Dentre
as combinações desses estados limites de serviço, temos
as combinações quase permanentes, frequentes e raras. As
combinações que tratam das ocasiões de permanência por um
tempo de pelo menos 5% da vida da construção ou que se repetem
muitas vezes durante o período de vida da construção são as
combinações frequentes.
Questão 3 – Resposta D
Para que uma estrutura possua boa capacidadede de atendimento
às suas necessidades construtivas, é necessário que ela atenda a
três requisitos de qualidade. Eswes requisitos visam o atendimento
aos estados limites últimos e de serviços e são descritos como:
capacidade resistente, desempenho em serviço e durabilidade.
O atendimento ao ELU é satisfeito quando a estrutura possui boa
capacidade resistente, isso é, segurança à ruptura. O atendimento
ao ELS é feito ao se proporcionar bom desempenho em serviço
da estrutura, que é se manter em condições plenas de utilização.
Já a durabilidade é a capacidade da estrutura de se manter
resistente quanto às influencias ambientais, como as intempéries
e outros agentes degradantes aos materiais componentes e à
estrutura como um todo.
128
128
Combinações de ações
últimas nas estruturas
Autor: Thiago Drozdowski Priosta
Objetivos
129
1. Estados limites
130
130
Observa-se, portanto, a existência dos estados limites últimos e de
serviço, que são adotados separadamente nas normas, em função do
que se pretende analisar em uma estrutura.
131
1.2 Estado limite último (ELU)
132
132
ASSIMILE
Os valores de cálculo adotados nos projetos de estruturas
são aqueles em que já estão considerados os coeficientes
ponderadores, sejam eles os de ação ou de resistência.
Os coeficientes de ponderação das ações majoram os
esforços atuantes nas estruturas e os coeficientes de
ponderação das resistências minoram os valores das
resistências dos materiais. Quando os valores não estão
com os coeficientes de ponderação aplicados, estes
recebem o nome de valores característicos.
Onde:
Fd = valor de cálculo das ações últimas normais;
133
γg = coeficiente de ponderação das ações permanentes;
Fgk = valor característico das ações permanentes;
γq = coeficiente de ponderação das ações variáveis;
Fq1k = valor característico da ação variável considerada como ação
principal para a combinação;
ψ 0 = fator redutor de combinação que leva em consideração que é baixa
a probabilidade de ocorrência simultânea de duas ou mais ações
variáveis de naturezas diferentes;
Fqk = valor característico das demais ações variáveis.
134
134
Eq. 32
Onde:
Fd = valor de cálculo das ações últimas especiais ou de construção;
γg = coeficiente de ponderação das ações permanentes;
Fgk = valor característico das ações permanentes;
γq = coeficiente de ponderação das ações variáveis;
Fq1k = valor característico da ação variável admitida como principal para a
situação transitória considerada;
ψ 0 = fator redutor de combinação efetivo de cada uma das demais
variáveis que podem agir concomitantemente com a ação principal
durante a situação transitória;
Fqk = valor característico das demais ações variáveis.
135
No cálculo das combinações últimas excepcionais, a ação variável
excepcional deve ser considerada com seu valor integral (sem coeficiente
majorador dos esforços e sem coeficiente redutor de combinação) e as
demais ações variáveis são consideradas com seu valor combinado com
o fator redutor de combinação ψ0. A combinação adotada é definida na
NBR 8.681 (ABNT, 2004) e está representada pela Eq. 33:
Eq. 33
Onde:
Fd = valor de cálculo das ações últimas excepcionais;
γg = coeficiente de ponderação das ações permanentes;
Fgk = valor característico das ações permanentes;
Fq,excep = valor característico da ação variável excepcional para a situação
transitória considerada;
γq = coeficiente de ponderação das ações variáveis;
ψ 0 = fator redutor de combinação efetivo de cada uma das demais
variáveis que podem agir concomitantemente com a ação principal,
durante a situação transitória;
Fqk = valor característico das demais ações variáveis.
136
136
[…] o índice do coeficiente γ f pode ser alterado para identificar a ação
considerada, resultando os símbolos γ g, γ q, γ p e γ E, respectivamente para
as ações permanentes, para as ações diretas variáveis, para a protensão e
para os efeitos de deformações impostas (ações indiretas).
É por essa razão que, nas Eq. 31, 31 e 33, os coeficientes de ponderação
das ações permanentes e das ações variáveis são tomados,
respectivamente, por γg e γq.
Para o caso da verificação da estrutura, que ocorre por meio dos estados
limites de serviço, os coeficientes de ponderação são tomados como
igual a 1, conforme a NBR 8.681 (ABNT, 2004) define no item 4.2.3.2:
“Quando se consideram estados limites de utilização, os coeficientes de
ponderação das ações são tomados com valor γ f = 1,0 [...].”
137
Peso próprio de estruturas metálicas 1,15 1,0
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,20 1,0
Peso próprio de estruturas
1,25 1,0
Especial ou moldadas no local
de Elementos construtivos industrializados1) 1,25 1,0
construção Elementos construtivos industrializados
1,30 1,0
com adições in loco
Elementos construtivos em
1,40 1,0
geral e equipamentos2)
Peso próprio de estruturas metálicas 1,10 1,0
Peso próprio de estruturas pré-moldadas 1,15 1,0
Peso próprio de estruturas
1,15 1,0
moldadas no local
Excepcional Elementos construtivos industrializados1) 1,15 1,0
Elementos construtivos industrializados
1,20 1,0
com adições in loco
Elementos construtivos em
1,30 1,0
geral e equipamentos2)
1) Por exemplo: paredes e fachadas pré-moldadas, gesso acartonado.
2) Por exemplo: paredes de alvenaria e seus revestimentos, contrapisos.
Fonte: adaptado da NBR 8.681 (ABNT, 2004).
138
138
Grandes pontes 1) 1,20 1,0
Especial ou
Edificações tipo 1 e pontes em geral 2) 1,25 1,0
de construção
Edificações tipo 2 3) 1,30 1,0
139
Tabela 10 – Valores dos coeficientes de ponderação das
ações variáveis consideradas separadamente
Coeficiente de
Combinação Tipo de ação
ponderação
Ações truncadas 1) 1,2
140
140
Durante o dimensionamento das estruturas no estado limite último,
as ações devem ser definidas e, a critério do projetista, serem
consideradas agrupadas ou separadas. No geral, para a maioria dos
casos de estruturas usuais, é comum no meio técnico a utilização dos
carregamentos permanentes e variáveis de maneira agrupada, atitude
esta que simplifica o cálculo, pois há a necessidade apenas de se separar
o que é carregamento permanente de carregamento variável e definir
qual das cargas variáveis será a considerada principal, especial ou
excepcional, de acordo com a combinação a ser realizada.
141
Os coeficientes que tratam dos valores de combinação e de redução das
ações variáveis para o cálculo e verificação das estruturas são descritos
pela NBR 8.681 (ABNT, 2004) e estão apresentados na Tabela 12.
Ações Ψ0 Ψ1 Ψ2 3), 4)
Vento
Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0
Temperatura
Variações uniformes de temperatura
0,6 0,5 0,3
em relação à média anual local
142
142
Pela Tabela 12, você pode perceber que há uma diferenciação entre
edificações residenciais e comerciais, que são a maioria dos casos no
cálculo de estruturas usuais. Para cada caso de utilização da edificação
(residencial, comercial, arquivo, biblioteca, etc), um fator de combinação
diferente é adotado.
5. Exemplo de aplicação
143
Para o cálculo dos esforços nessa estrutura, será realizada a
composição dos carregamentos de acordo com a combinação normal
de utilização, alterando-se as diferentes cargas variáveis possíveis
como sendo a principal.
144
144
5.1.2 Ação variável principal: arquivo esporádico
5.2 Comentários
145
Na ocorrência de situações especiais ou excepcionais de carregamento,
outras combinações deveriam ser verificadas. Para este exemplo, foi
adotada apenas a combinação normal de utilização, mas que mesmo
dentro apenas da combinação normal, outras duas foram verificadas,
devido à troca da ação variável considerada em cada caso.
6. Considerações finais
146
146
TEORIA EM PRÁTICA
O cálculo estrutural é realizado a partir das premissas de
que os carregamentos possuem probabilidades maiores
ou menores de ocorrência, tanto em intensidade como
em combinação com outras ações que podem acometer
as estruturas. Nesse contexto, com o que foi visualizado
nesta aula e também baseado na interpretação pessoal,
o aluno deverá apontar quais os itens mais importantes
para o dimensionamento e a verificação de uma estrutura
real. Com relação às diversas combinações possíveis,
aponte os itens mais importantes de acordo com o
que se pretende avaliar na estrutura, por exemplo, em
um dimensionamento, o que se deve considerar como
combinação e, no caso de uma verificação, o que é
necessário avaliar?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
147
2. O carregamento considerado como aquele que pode
gerar risco de ocorrência de estado limite já na fase de
construção da edificação é definido como?
a. Carregamento especial.
d. Carregamento de construção.
e. Carregamento pré-uso.
Referências bibliográficas
148
148
. NBR 8681: ações e segurança nas estruturas – Procedimento. Rio de Janeiro,
2003, versão corrigida 2004.
. NBR 8800: projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.
CASTRO, L. A. de. Análise da segurança no projeto de estruturas: método dos
estados limites. 1997. 119 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola
de Engenharia de São Carlos, Escola de Engenharia de São Carlos – USP, São
Carlos, 1997.
SÁLES, J. J. de; MUNAIAR NETO, J.; MALITE, M. Segurança nas estruturas. 2. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier Editora, 2015.
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
As combinações utilizadas no dimensionamento das estruturas
por meio dos estados limites últimos são as combinações normais,
especiais ou de construção e raras.
As combinações quase permanentes, frequentes e raras são
combinações referentes ao estado limite de serviço e são usadas
para a verificação das estruturas e não seu dimensionamento.
Questão 2 – Resposta D
O carregamento de construção é aquele que pode gerar risco
de ocorrência de algum estado limite já na fase de obra da
edificação e deve ser considerado quando houver chance de
existir alguma situação do tipo, como, por exemplo, no caso de
armazenamento de material muito pesado ou em quantidade
excessiva sobre a estrutura.
Os demais itens não são pertinentes ao carregamento de construção.
Questão 3 – Resposta C
Esses coeficientes de ponderação são em função das ações
permanentes, variáveis e excepcionais.
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Diretas e indiretas são os tipos de ações atuantes e não fazem
parte do escopo dos coeficientes de ponderação e, portanto, não
fazem parte desta questão.
Quase permanentes, frequentes e raras são as combinações
dos estados limites de serviço e, portanto, não fazem parte do
escopo desta questão.
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