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Material Teórico
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
Revisão Técnica:
Prof. Me. Wellington Rodrigues Silva Souza
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Oliveira da Costa Santos
Provisões, Passivos Contingentes
e Ativos Contingentes (CPC 25)
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· O objetivo principal desta unidade consiste em compreender como
as provisões, passivos contingentes e ativos contingentes devem ser
mensurados, reconhecidos e contabilizados com base no CPC 25.
ORIENTAÇÕES
Caro(a) aluno(a),
Após os estudos de todos esses itens, você está preparado(a) para fazer
as atividades desta unidade. Lembre-se de não deixar para estudar e
fazer as atividades na última hora do vencimento dos prazos. Crie uma
rotina de estudos e seja disciplinado(a). Isso é fundamental para o seu
desenvolvimento profissional.
UNIDADE Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, convidamos você para emergir no Relatório
Financeiro da Natura Cosméticos S.A. de 2015
Explor
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Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes – CPC 25 – IAS 37
As definições abaixo foram extraídas na íntegra do Pronunciamento Técnico
CPC 25 e serão utilizadas neste material com os seguintes significados:
Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não
formalizada, que faça com que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista
senão liquidar essa obrigação.
Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da entidade
em que:
a) por via de padrão estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas
ou de declaração atual, suficientemente específicas, a entidade tenha indicado
a outras partes que aceitará certas responsabilidades; e
b) em consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras
partes de que cumprirá com essas responsabilidades.
Passivo contingente é:
a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência
será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos
futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou
b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é
reconhecida porque:
I. não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos seja exigida para liquidar a obrigação; ou
II. o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente
confiabilidade.
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UNIDADE Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
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b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são:
I. obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade
tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída
de recursos que incorporam benefícios econômicos, ou
II. obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento
deste Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja
necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios
econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma
estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação).
Introdução ao IAS 37
O objetivo da IAS 37, e do CPC 25, é definir critérios de reconhecimento e
bases de mensuração para provisões, contingências passivas e contingências ativas
e regras para divulgação de informações suficientes nas notas explicativas, com o
objetivo de permitir que os usuários das demonstrações entendam sua natureza,
época e valor.
Reconhecimento
Provisões
Para reconhecer uma provisão, é necessário que:
a) A entidade tenha uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como
resultado de um evento passado;
b) Seja provável que será necessário uma saída de recursos que incorporem
benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e
c) Possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
O termo provisão foi amplamente utilizado no Brasil como referência a qualquer obrigação
ou redução ao valor de um ativo, no qual sua mensuração decorra de alguma estimativa.
Entretanto, este termo refere-se apenas aos passivos com prazo ou valor incertos.
Obrigação presente
Para reconhecer uma obrigação presente é necessário que seja mais
provável que vá existir a obrigação do que não. Na maioria dos casos, fica
claro se há essa obrigação, caso contrário, é necessário que toda evidência
seja considerada para verificar se é mais provável que a obrigação vai existir ou
não. Uma obrigação envolve sempre outra parte a quem se deve a obrigação,
mesmo que não seja identificável.
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UNIDADE Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
Evento passado
Denominado fato gerador, é aquele que tem condições de criar uma obrigação.
As obrigações são criadas quando a entidade não tem alternativa, senão liquidar a
obrigação gerada. Isto ocorre:
d) Quando a liquidação da obrigação puder ser executada por lei; ou
e) No caso de uma obrigação presumida, quando o evento (que pode ser uma
ação da entidade) criar expectativas válidas para outras partes da entidade
que liquidará a obrigação.
Não são reconhecidas provisões que derivem de custos que precisam ser
incorridos para operar no futuro. Apenas obrigações provenientes de eventos
passados que aconteçam independentemente de ações futuras de uma entidade
serão reconhecidas como provisões.
Quando não é possível fazer uma estimativa confiável, o passivo deve ser
divulgado como um passivo contingente.
Passivos contingentes
A entidade não deve reconhecer um passivo contingente, deve apenas divulgá-lo
em nota explicativa.
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Passivos contingentes devem ser avaliados continuamente para verificar se esse
fluxo de saída de recursos que gera benefícios econômicos se tornou provável. Em
caso positivo, uma provisão deve ser reconhecida nas demonstrações financeiras
do período subsequente à mudança.
Ativos contingentes
A entidade não deve reconhecer um ativo contingente até que a realização de
ganho seja praticamente certa. Deve-se divulgar em notas explicativas quando for
provável a entrada de benefícios econômicos futuros.
Mensuração
Melhor estimativa
Uma provisão terá seu valor reconhecido como a melhor estimativa do gasto
necessário para liquidar a obrigação na data do balanço ou para transferir para uma
terceira parte. Frequentemente, é impossível ou incompensável liquidar ou transferir
a obrigação no final do período. Estimativas do resultado e efeito financeiro ficam a
julgamento da administração da entidade. A evidência considerada inclui qualquer
evidência adicional fornecida por eventos subsequentes ao período de relatório.
Riscos e incertezas
Riscos e incertezas são inevitáveis e importantes para se chegar à melhor
estimativa de uma provisão. Porém, a entidade deve ter cautela para o julgamento
sob condições de incerteza para que os ativos ou receitas não sejam subavaliados e
os passivos ou despesas sobreavaliados, pois um ajuste de risco pode aumentar o
valor pelo qual um passivo é mensurado.
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UNIDADE Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
Valor presente
Se o efeito do valor temporal do dinheiro for relevante, o valor de uma provisão
deverá ser o valor presente dos gastos esperados para liquidar a obrigação.
Eventos futuros
Os eventos futuros que possam afetar o valor necessário para liquidar uma
obrigação devem ser refletidos no valor de uma provisão quando houver evidência
objetiva suficiente de que eles ocorrerão. Eventos futuros esperados podem ser
importantes na mensuração de provisões.
Reembolsos
Quando a entidade espera que parte ou todo o desembolso necessário para
liquidar uma provisão será reembolsado, este só será reconhecido quando seu
recebimento for praticamente certo. A entidade deve tratar o reembolso como um
ativo separado e seu valor reconhecido não excederá o valor da provisão.
Vez ou outra pode ser esperado que outra entidade pague parte ou integralmente
os gastos para liquidar uma provisão. Esta parte pode reembolsar os valores pagos
pela entidade ou pagá-los diretamente.
Uso de provisões
A entidade deve usar uma provisão apenas para os gastos a que ela foi
originalmente designada. A definição de gastos contra esta provisão para os quais
ela não tenha sido reconhecida ocultaria o impacto de dois eventos diferentes.
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Aplicação das regras de reconhecimento
e mensuração
Perdas operacionais futuras
A entidade não deve reconhecer provisões para essas perdas. Elas indicam que
determinados ativos da operação podem ter problemas de recuperação.
Note-se que neste caso (perdas operacionais futuras) o fato gerador ainda não
ocorreu; por essa razão não existe reconhecimento de uma provisão. Entretanto,
é recomendável que a empresa proceda ao teste de redução ao valor recuperável
deste ativo, conforme preconizado pela IAS 36.
Contratos onerosos
A obrigação presente prevista num contrato oneroso deverá ser mensurada
como uma provisão.
Reestruturação
Eventos que podem ser definidos como reestruturação:
a) Venda ou encerramento de uma linha de negócios;
b) Fechamento de locais de negócios em um país ou região ou a realocação de
atividades comerciais de um país ou região para outro;
c) Mudanças na estrutura administrativa, por exemplo, a eliminação de um
nível de administração; e
d) Reorganizações fundamentais que possam ter um efeito relevante na
natureza e no foco de operação da entidade.
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UNIDADE Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
Obrigações não decorrem da venda de uma operação até que a entidade esteja
comprometida com a venda (caso haja um contrato).
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Custos que não são incluídos:
a) Retreinamento ou realocação de equipe contínua;
b) Marketing; ou
c) Investimento em novos sistemas através das redes de distribuição.
Divulgação
Para cada classe de provisão, a entidade divulgará:
a) O valor contábil no início e no final do período;
b) Provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;
c) Valores utilizados (ou seja, incorridos e lançados contra a provisão) durante
o período;
d) Valores não atualizados revertidos durante o período; e
e) O aumento durante o período no valor descontado resultante da passagem
de tempo e o efeito de qualquer mudança na taxa de desconto.
A não ser que a possibilidade de qualquer fluxo de saída seja remota, a entidade
deverá divulgar para cada classe de passivo contingente no final do período uma
descrição da natureza deste e, quando possível:
a) Uma estimativa de seu efeito financeiro;
b) Uma indicação das incertezas relacionadas ao valor ou época de qualquer
fluxo de saída; e
c) A possibilidade de qualquer reembolso.
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UNIDADE Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
Conforme estudamos, para que uma provisão seja contabilizada, é preciso que
seja provável a saída de caixa e o valor associado deve ser estimado confiavel-
mente. Os processos que atendem a estes requisitos são 1, 6 e 8, e juntos montam
R$ 236.000. A empresa deverá contabilizar:
31/12/x3
C – Provisões – 236.000
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Exemplo de Provisões pelo Método do Valor Esperado
Como visto no tópico “Melhor estimativa”, “quando a provisão envolver uma
grande quantidade de itens, a obrigação será estimada por meio da ponderação
de todos os possíveis resultados por suas probabilidades associadas (método do
valor esperado).
Isso significa que, neste caso, não deve ser provisionado o valor total a ser de-
sembolsado caso o evento que dê origem a este desembolso se concretize, mas
apenas o valor esperado de desembolso, sabendo-se que há chances reais do even-
to, ou parte dele, não se concretizar.
Para tornar mais claro este conceito, consideremos o seguinte cenário: a em-
presa Delta S/A dá aos seus clientes uma cobertura de garantia contra defei-
tos de fabricação pelo prazo de um ano após a compra dos produtos que co-
mercializa. O gasto total para reparar os produtos com defeitos de grau 1 é de
R$ 4.000.000,00. O gasto total para reparar os produtos com defeitos de grau 2
é de R$ 6.000.000,00. O gasto total para reparar produtos com defeitos de grau
3 é de R$ 8.000.000,00. A empresa tem expectativa de que 8% dos produtos
apresentem defeitos do grau 1; 5% dos produtos apresentem defeitos do grau 2 e
2% dos produtos apresentem defeitos do grau 3. A empresa adota o método do
valor esperado para constituir a sua provisão.
Podemos notar que, caso seja adotado o método do valor esperado, a provisão
não contempla o valor dos gastos totais de reparação e, sim, os gastos previstos
mediante a ponderação dos gastos totais pela probabilidade dos gastos ocorre-
rem. Ou seja, a provisão a ser efetuada considerando-se o método do valor espe-
rado é de R$ 780.000,00.
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UNIDADE Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (CPC 25)
Qual tratamento contábil deve ser adotado pela empresa para cada status, e o
seu respectivo valor?
Em síntese:
• Ativos contingentes divulgados em notas explicativas (provável) – processos I,
IV e V, que totalizam R$ 499.000;
• Ativos contingentes para os quais não há contabilização, tampouco divulgação
em notas explicativas – processo II e VI, que totalizam R$ 460.000;
• Ativos que deixaram de ser contingentes e, portanto, devem ser contabilizados
– processos III e VII, que totalizam R$ 450.000.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
Para que você tenha a oportunidade de aprofundar os seus estudos na disciplina
Tópicos de Contabilidade, acesse:
http://goo.gl/hlfYqq
Livros
Curso de contabilidade avançada em IFRS e CPC
ALMEIDA, M. C. São Paulo: Atlas, 2014. (e-book)
Contabilidade avançada e internacional
MULLER, A. N.; SCHERER, L. M. 3 ed. São Paulo : Saraiva, 2013. (e-book)
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Referências
CARVALHO, L. N.; LEMES, S.; COSTA, F. M. da (Colab.). Contabilidade
internacional: aplicação das IFRS 2005. São Paulo: Atlas, 2011.
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