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Serviço Público Federal

Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul

TRABALHO DE ENGENHARIA DE
TRANSPORTES II

Acadêmicos: Leonardo Yuri


Gabriel Rodrigues
Luiz Ishii
Gabriel Ferrazza

Professor: Daniel Anijar

Campo Grande
2019
1. Introdução
Ruas e avenidas são o meio mais comum de locomoção em uma cidade,
a circulação dos veículos de uma cidade e tendem com o passar do tempo o
aumentar os seus fluxos. Normalmente, num cruzamento entre duas ou mais
vias, existem veículos cujos movimentos não podem ser realizados
simultaneamente, pois são conflitantes entre si. Portanto, é necessário
estabelecer alguma norma de controle de direito de passagem, a fim de se
aumentar as condições de fluidez do cruzamento e reduzir os riscos de
acidentes, tanto entre veículos como veículos e pedestres.
Nas vias que apresentam baixos volumes de trafego, os conflitos entre
veículos são, na maioria dos casos, facilmente resolvidos pelos motoristas,
através de uma regra implícita de conduta.
No entanto, com o aumento do número de veículos, essa regra nem
sempre é obedecida, e a disputa pelo direito de passagem pode ser, as vezes,
motivo de acidentes. Para resolver este problema, estabeleceram-se as regras
de prioridade entre as proximidades de cruzamentos.
Porém, essa regra trouxe alguns problemas, pois dependendo do
volume de tráfego da via principal, os veículos na via secundaria sofrem uma
demora muito grande, tendo que esperar durante longo tempo para pode
atravessar o cruzamento. A fim de se superar esta dificuldade, procedeu-se
uma ordenação sequencial e cíclica de passagem no cruzamento que consiste
em dar um período especifico de tempo para realizar a travessia a uma
determinada corrente de trafego.
Normalmente, a autorização de movimento para os veículos de uma
corrente de tráfego é feita por meio de um equipamento instalado no
cruzamento e denominado semáforo.
O semáforo é o dispositivo de controle de tráfego que, através de
indicações luminosas transmitidas para motoristas e pedestres, alterna o direito
de passagem de veículos e/ou pedestres em interseções de duas ou mais vias.
Compões de focos luminosos afixados em grupos ao lado da via ou suspensos
sobre ela, através de elementos de sustentação.
O principal objetivo deste trabalho é realizar o dimensionamento de um
semáforo que atenda os padrões estabelecidos pelo DENATRAN. Tal semáforo
será dimensionado para o cruzamento da Rua Pedro Celestino com a Rua
Barão de Melgaço.
2. Localização
3. Análise do Fluxo na Via (Critérios a serem
atendidos)
Critério 1 – Volume veicular mínimo
De acordo com o critério 1, foi indicado ao cruzamento a colocação de
semáforo. O fluxo médio constatado em campo, representado na tabela 2,
supera os valores indicados nas vias principal e secundária da tabela 1 do
manual do Denatran.

Tabela 1

Tabela total do fluxo


Número de faixas por
aproximação veículos p/ H na preferencial veículos p/ H na secundária
Preferencial Secundaria Preferencial Secundaria
3 3 608,25 191,1
Tabela 2

Mesmo com o fluxo na secundária sendo abaixo do recomendado para


se colocar semáforo, o fluxo na principal está acima, indicando a colocação da
sinalização
Critério 2 – Interrupção de trafego contínuo

O critério 2 é baseado na dificuldade do fluxo da via secundaria


atravessar o fluxo principal ou se adentrar na mesma, a qual tem um volume
muito alto de trafego, ocasionando um atraso excessivo da via de menor
volume. Os volumes equivalentes estão na tabela 3, referente a tabela do
manual do Denatran:
Comparando a tabela 3 com a tabela 2, a qual se refere ao fluxo
constatado em campo, nota-se que não seria necessário a instalação do
semáforo pelo critério 2. Todavia a situação real é bem complicada, na via
secundaria, em horários de pico o congestionamento de carros aguardando
para cruzar o fluxo principal chega até a 15 veículos, levando um tempo

considerável até se dissipar. Pela avaliação fiel do critério não se instalaria,


contudo pela comodidade dos motoristas é indicado.

Critério 3 – Volumes conflitantes em intersecções de cinco ou


mais aproximações
Figura 1.

De acordo
com o terceiro
critério do Denatran, é necessário a instalação de um semáforo quando se tem
um cruzamento de cinco ou mais aproximações, como o da figura 1, somada a
um fluxo mínimo de 800 veículos por hora. Facilmente nota-se que o
cruzamento em questão tem apenas 2 aproximações, distante do critério 3,
consequentemente não é necessário a instalação de semáforo.

Critério 4 – Pedestres
Devido a um alto fluxo de pedestres, e o conflito pedestres x veículos,
pelo critério 4 pode ser necessário a instalação de semáforos. Os critérios
foram definidos a seguir:
Para o cruzamento em questão, analisando os parâmetros apresentados,
não seria necessário a instalação de semáforo pois o fluxo de pedestres é
baixo, em torno de 30z pessoas por hora, não justificando o investimento.

Critério 5 – Índice de acidentes


A ocorrência corriqueira de acidentes pode justificar a instalação de
semáforos, porém, segundo o manual do Denatran, seguindo os tópicos a
seguir:
a) Os acidentes registrados são do tipo corrigíveis por semáforos;
b) Todas as tentativas de diminui-los através de soluções menos custosas
e menos radicais, não atingiram o objetivo;
c) Ocorre um mínimo de 5 acidentes com vitimo por ano;

O grupo procurou notícias sobre acidentes de transito no cruzamento


analisado e não encontrou matéria ou artigo relatando algum ocorrido.
Consequentemente analisando o cruzamento sob os parâmetros do critério 5 a
indicação era de não instalação do semáforo.

Critério 6 – Melhoria do sistema progressivo


Nas vias com semáforos já existentes, um novo sistema com novos
semáforos é uma boa opção para otimizar o fluxo. Esse novo semáforo deve
ser justificado com um diagrama espaço-tempo da progressão.
Pode-se notar com clareza que esse critério não pode se enquadrar na
aproximação em questão pois o cruzamento não possui nenhum semáforo
existente.

Critério 7 – Controle de áreas congestionadas


Critério que avalie congestionamentos inevitáveis, se baseando nos
seguintes tópicos:
O cruzamento não possui entrelaçamentos complexos, nem grandes
filas, seguindo o critério 2, não é aconselhável a instalação de semáforos.

Critério 8 – Combinação de critérios


Esse critério se baseia quando há combinação de critérios, quando uma
porcentagem dos itens não foi totalmente concluída porem a combinação de
critérios possibilita a instalação, eles seguem as normas a seguir:

O cruzamento atende ao critério 1, 100% das exigências, porém não é


constatada a frequência de acidentes, consequentemente, declinando na
instalação de semáforo por esse critério.

Critério 9 – Situações locais especificas


Quando a visibilidade do fluxo que intercepta é debilitada, é
aconselhável a instalação de semáforos. Outro critério que não se aplica ao
cruzamento analisado, visto que não há obstáculos.

4. Dimensionamento
DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE AMARELO (ENTRE VERDES)

Sendo V= 50 km/h = 13,89 m/s


W=7,0 m (Largura da Rua Pedro Celestino)
L=6,1 m (comprimento médio do veículo)
a= 3,05 m/s² (aceleração máxima de segurança)
∂= 1s (tempo de reação do motorista)

W +L V
↊= ∂ + + = 4,26 s = ta
V 2. a

DETERMINAÇÃO DO FLUXO DE SATURAÇÃO

Pedro Celestino:
- S = 525 x L (L= largura da via)
S = 525 x 3 = 1575,00

-Barão de Melgaço: S = 525 x 3,2 = 1680,00

Unidade de S em Veq/ Htv (veículos equivalentes por hora de tempo verde)

VOLUME POR APROXIMAÇÃO (q)  (VEÍCULO/ HORA)


Pesos equivalentes de veículos:
Carretas: 3
Ônibus e caminhões: 2
Carros: 1
Motocicletas: 0,5

 PERÍODO DA MANHÃ(06:30 ATÉ 08:30):


Pedro Celestino
Pista a esquerda
0,5 . 110 = 55,00
1,0 . 351 = 351,00
2,0 . 1 = 2,00
∑ = 408,00

Pista ao meio
0,5 . 148 = 74,00
1,0 . 466 = 466,00
2,0 . 2 = 4,00
∑ = 544,00

Pista a direita
0,5 . 112 = 56,00
1,0 . 350 = 350,00
2,0 . 1 = 2,00
∑ = 408,00

Barão de Melgaço
Pista a esquerda
0,5 . 31 = 16,00
1,0 . 106 = 110,00
2,0 . 19 = 38,00
∑ = 164,00

Pista ao meio
0,5 . 25 = 13,00
1,0 . 112 = 115,00
2,0 . 11 = 22,00
∑ = 147,00

Pista a direita
0,5 . 83 = 42,00
1,0 . 326 = 293,00
2,0 . 0 = 0,00
∑ = 326,00

 PERÍODO DA TARDE(16:30 ATÉ 18:30):


Pedro Celestino
Pista a esquerda
0,5 . 199 = 100,00
1,0 . 659 = 659,00
2,0 . 2 = 4,00
∑ = 763,00

Pista ao meio
0,5 . 256 = 128,00
1,0 . 934 = 934,00
2,0 . 3 = 6,00
∑ = 1068,00

Pista a direita
0,5 . 206 = 103,00
1,0 . 755 = 755,00
2,0 . 3 = 6,00
∑ = 864,00

Barão de Melgaço
Pista a esquerda
0,5 . 31 = 16,00
1,0 . 110 = 110,00
2,0 . 19 = 38,00
∑ = 164,00

Pista ao meio
0,5 . 31 = 16,00
1,0 . 115 = 115,00
2,0 . 8 = 16,00
∑ = 147,00

Pista a direita
0,5 . 58 = 29,00
1,0 . 293 = 293,00
2,0 . 2 = 4,00
∑ = 326,00

Após o cálculo do fluxo de cada aproximação utilizando a média de cada


hora por período (6:30 até 7:30 e 7:30 até 08:30) e (16:30 até 17:30 e 17:30 até
18:30), adotaremos os maiores valores de fluxo para dimensionar o semáforo.

5. DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS
Aproximação 1: Pedro Celestino
Aproximação 2: Barão de Melgaço

Aproximação Volume(q) Fluxo de sat.(S)


1 1068 1575
2 326 1680

Período de entreverdes: t = 4,26 + 2,0 = 6,26

Taxa de ocupação (yi) para cada aproximação:


1068
y1= = 0,68
1575

326
y2= = 0,20
1680

Estágio 1: y1 é aproximação crítica


Estágio 2: y2 é aproximação crítica
∑= y1 + y2 = 0,88
Diagrama de tempos(s)

Fase 1 101.74 4.262 32 2

Fase 2 27.74 4.262 106 2

0 20 40 60 80 100 120 140 160

verde amarelo verm. Geral vermelho verm. Geral2

Tempo perdido em cada fase:

Li = (l-ts) + pi = (6,26 – 4,26) + 2,0 = 4,0 s


Logo o tempo perdido por ciclo (2 fases): L = 8s
Cálculo do tempo de ciclo ótimo:
1,5. L+5
n 1,5. 8+5
Cs = = = 142s
1−∑ yi 1−0,88
i=1

Cálculo do tempo de verde para cada aproximação


g1 = C – L = 142 – 8 = 134s

0,68
g1 = . 134 ≈ 104s
0,88

0,20
g2= . 134 ≈ 30 s
0,88

Tempos de luz verde: G = g + p – A


G1= 104 + 4 – 4,26 = 103,74 s
G2 = 30 + 4 – 4,26= 29,74 s
Sendo ts = 4,26s e tr = 2s,temos que :
G1= 101,74 s e G2= 27,74 s

Diagrama de tempos:

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