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Aluno(a): Data:

Professor(a): Igor Justino Rodrigues Série: 2º Série “A” e “B”

Unidade Escolar: Colégio Estadual Virgílio do Vale Etapa: Ensino Médio

Componente Curricular: História Objetivo(s):


Explorar a história por trás da escravidão na África,
Objetivo de Conhecimento: África: Escravidão suas motivações e pontos decisivos.
Habilidade(s): Analisar o contexto da escravidão Vídeo de apoio:
na África, seus impactos nos povos e costumes. https://www.youtube.com/watch?v=i1G5cT5VxvM
Dica de Leitura:
https://www.historiadomundo.com.br/idade-
moderna/escravidao-na-africa-antes-e-depois-das-
rotas-atlanticas.htm
Observações/Orientações:
Faça a leitura do conteúdo abaixo, assista o vídeo caso tenha acesso a internet e responda as atividades
propostas.
Conteúdo:

Escravidão na África
O estudo do processo de escravização dos povos africanos é
essencial para que se compreenda a história atual
de desigualdade no planeta. Revela uma longa história de
exploração e subjugação de populações fragilizadas por
outras, mais equipadas. Demonstra também que a
desestruturação econômica e cultural tem efeitos
desastrosos de longa duração.
Do ponto de vista econômico, a escravidão foi uma forma
eficiente de acumulação primitiva. No que diz respeito às
pessoas, foi uma violência irreparável, que pressupõe, dentre outros fatores, a existência de povos muito
pobres, mão de obra excedente que possa ser explorada em benefício de uma minoria. Assim, parte do atual
contexto socioeconômico da África de miséria e exclusão é consequência de fatos passados. Muitos analistas
comparavam a escravidão africana em menor escala associada a servidão linhageira com as economias
orientais.
Escravidão na África: uma antiga forma de exploração
A escravidão esteve presente no continente africano muito antes do
início do comércio de escravos com europeus na costa atlântica.
Desde por volta de 700, "prisioneiros capturados nas guerras santas
que expandiram Islã da Arábia pelo norte da África e através da
região do Golfo Pérsico" eram vendidos e usados como escravos.
Durante os três impérios medievais do norte da África (séculos X a
XV), o comércio de escravos foi largamente praticado.
Lovejoy apresenta o conceito de modo de produção escravista (de
E. Terray) como fundamental para uma compreensão mais completa

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do funcionamento político, econômico e social da África - e também das colônias portuguesas nas Américas.
Segundo sua definição, o modo de produção baseado na escravidão é aquele em que predominam a mão de
obra escrava em setores essenciais da economia; a condição de escravo no mais baixo nível da hierarquia
social; e a consolidação de uma infraestrutura política e comercial que garanta a manutenção desse tipo de
exploração.

A escravização dos africanos por interesses


Hoje, a escravidão nos choca sob qualquer forma que ela se apresente, todavia, a escravidão africana
divergiu profundamente de escravidão racista nas Américas. Por exemplo, a Carta de Curucã Fuga,
a Constituição do Império do Mali veementemente proíbe maus-tratos ao escravo em seu artigo 20. Além
disso, muitos dos povos africanos adotaram o Islã que, por sua vez, prescreve aos religiosos tratar os escravos
“generosamente” (ihsan) (IV, 36) e considera a alforria como um gesto merecedor e uma obra de
beneficência (II, 117; XC, 13).

Muitos escravos puderam, assim, alcançar posições de poder e influência. No Egito temos o exemplo de Abul
Misque Cafur, originalmente escravo de origem etíope que se tornou regente do Egito. Em Marrocos,
destaca-se o político Ibn Marjan (d. 1728), um eunuco negro encarregado da tesouraria, bem como dos
servos negros no palácio durante a vida do Mulai Ismail.
No Império do Mali, Mansa Sacura (r. 1285–1300), escravo de nascimento, foi libertado e tornou-se um
general do exército de Sundiata Queita posteriormente nomeando-se o sexto imperador do império
mande. Segundo as crônicas árabes, os regimentos negros, chamados ‘abid al-shira’ (escravos comprados),
tornaram-se um importante elemento dos exércitos fatímidas. Eles conquistaram um papel principal no
reinado do califa fatímida Almostancir do Cairo (r. 1036–1094), graças ao indefectível apoio que lhes foi
conferido pela mãe do califa, escrava sudanesa de muito caráter. No apogeu de sua potência, eles eram
50 000. Escravos negros também alcançaram destaque na Índia, tendo sido Malik Ambar o mais notável
deles sendo referido como o guru da guerrilha Marata.

Na África Ocidental, o jonya (do termo mande jon, que significa cativo) era um escravo ligado a uma
linhagem. Nas sociedades em que reinou esse sistema, ele pertencia a uma categoria sociopolítica integrada
a classe dominante; era então cidadão exclusivo do Estado e pertencia a seu aparelho político. Enquanto
sistema e categoria social,o jonya desempenhou um papel considerável e original nos Estados e impérios
de Gana, Tacrur, Mali, Canem, Axânti e Iorubá.
Os soberanos sudaneses também importavam escravos. Ibne Batuta nos relatou que quando o imperador
do Mali sentava no trono em praça pública, atrás dele postavam-se cerca de 30 mercenários mamelucos,
comprados para ele no Cairo.
Também havia os worossos que eram escravos "nascidos no meio" descendentes dos jons (escravos
capturados ou comprados) sendo que ambas as classes de escravos tinham direito de trabalhar em seu

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próprio benefício por determinado período. Era possível para eles juntar sua própria propriedade pessoal
havendo, inclusive, o termo 'jon ma jon' para definir o escravo pertencente a outro escravo.
O comércio de escravos foi muito importante no Império Songai. Os escravos eram muitas vezes usados
como soldados, e foi muito honrado e digno de confiança. Escravos palacianos eram
chamados Arbi. Arbis trabalhavam como músicos, artesãos, ceramistas, e muitos outros trabalhos artísticos.
Os escravos também trabalhavam em fazendas para produzir alimentos que apoiava moradores locais. Em
muitas sociedades africanas, havia muito pouca diferença entre os camponeses livres e os camponeses
vassalos feudais. A maioria dos escravos vivia em suas próprias casas en famille. Logo, o mestre era obrigado
a prover seu escravo com alguma extensão territorial cultivável na qual ele poderia trabalhar por conta
própria, e lhe era permitido um ou dois dias livres na semana onde ele poderia trabalhar em sua própria
fazenda ou em qualquer outra ocupação remunerada, ao invés de trabalhar na fazenda gandu de seu senhor.

Muitas tribos rivais faziam prisioneiros em conflitos e vendiam-nos para árabes e europeus. Existia, também,
a escravidão por dívidas. De fato, este foi um dos elementos-chave responsáveis pela mercantilização dos
povos africanos.
Nas razias, quando as comunidades eram invadidas, as pessoas eram capturadas por grupos armados e,
depois de serem levadas até entrepostos no litoral africano, eram trocadas com os traficantes por
mercadorias. Os navios negreiros saíam do Brasil provisionados com alimentos para a viagem, além dos
gêneros utilizados para a troca, como aguardente de cana, armas dos mais variados tipos, gêneros
manufaturados e alimentos.
Atividades:
1) Após a leitura do texto sugerido, qual a sua visão da escravidão sofrida pelos povos da África?

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2) Na África Ocidental, o que significava o termo jonya?


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3) Complete a frase:
a) Os navios _______________ saíam do _______________ provisionados com alimentos para a
viagem, além dos gêneros utilizados para a troca, como ______________________________, armas
dos mais variados tipos, gêneros manufaturados e _______________.

“Se você acredita que é capaz


de realizar seus objetivos, nenhum
obstáculo irá atrapalhar!”

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