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TIPO DE PROVA: 2.

º TESTE de AVALIAÇÃO MISTA DATA: 08/06/2015

ANO LETIVO: 2014/2015 2.º SEMESTRE

1.º CICLO EM DIREITO – 4.º ANO

UNIDADE CURRICULAR: CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO 1

Duração da prova: 180 MINUTOS

OBSERVAÇÕES:
1. Não é permitido que seja utilizado, nem sequer esteja ativo, qualquer equipamento
eletrónico, designadamente tablets, telemóveis, MP3/MP4, calculadoras, gravadores.
2. Só é permitida a consulta de legislação que não contenha qualquer espécie de
anotação ou comentário.
3. Durante a prova não é permitido ao aluno sair da sala – Se o fizer a prova será
considerada terminada.

METODOLOGIA PARA CÁLCULO DA NOTA:


Para a sua determinação ter-se-á em atenção a seguinte ponderação:
1. 10% - Clareza e correção narrativa, ortográfica e gramatical;
2. 10% - Estruturação lógica e adequada entre a factualidade expositiva e as normas e/ou
doutrinas citadas;
3. 40% - Correta indicação dos normativos legais e/ou doutrinas;
4. 40% - Adequada e coerente descrição narrativa e intrinsecamente ligada entre si.

Indicar as questões e a respetiva cotação

Pontuação 20 valores – A ponderação para a nota final é de 48% com a NOTA MÍNIMA
OBRIGATÓRIA de 8 valores

ENUNCIADO

JOSÉ PEDRO era um empresário de sucesso, pelo menos na autoavaliação que fazia quando
estava entre pares.

Há já muitos anos de era sócio de uma sociedade de “Export & Import, Ld.ª” na qual detinha a
maioria relativa do capital, aliás todo o restante capital estava distribuído pela sua família.

Isto não o impedia de também exercer naquela sociedade a gerência, a par da BERNARDETE,
figura esta que quase nunca se via por aquelas paragens.

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Um dia destes estava a jantar com um grupo de amigos, com quem habitualmente se reunia às
sextas-feiras para uma troca de galhardetes e outras tropelias quejandas, ou como entre si
diziam, “coisas de bons amigos”, quando todos do grupo repararam que o ZÉ, era assim que
era tratado desde que andara na escola com eles, estava cabisbaixo, com ar acabrunhado, ou
como lhe disse o Gustavo:
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− Ó ZÉ parece que hoje todos te devem e ninguém te paga. Olha que aqui o pessoal anda
com tão pouco no bolso que nem para mandar tocar um artista de rua chega.

Mal tinha acabado de ouvir isto riposta logo o JOSÉ PEDRO:

− Se vós soubésseis como anda a minha sociedade iam pedir para me dar;

− Tinha que ter pago até ontem 310.000,00€ de IRC do ano de 2013 e ela não tem na caixa
nem um tostão;

− Aliás a caixa está em negativos, e quanto a bens, poucos ou quase nenhuns tem;

− Se isto continua assim ainda vou eu ter que pagar aquela dívida com o meu património
pessoal. Sim, porque estou mesmo a ver a finanças virem ainda em cima de mim.

A velha raposa do grupo, o ALBERTO, que tinha estado pacientemente a ouvi-lo, vira-se para o
ZÉ e, com o ar mais calmo que alguma vez tinha demonstrado disse-lhe:

− Vou recomendar-te o meu advogado, que de impostos não conheço quem o bata, que te
resolve isso tudo, e até no fim ainda te poe as finanças a dar-te algum;

Riso geral no grupo …

Na segunda-feira, logo de manhã, lá estava o JOSÉ PEDRO no escritório do Dr. SANCHES com
uma notificação das finanças, e mal o Dr. lhe perguntou o que o trazia por lá, ripostou de
imediato:

− Senhor Dr. as finanças notificaram a minha sociedade, da qual sou sócio-gerente há mais
de 20 anos, para pagar até à passada sexta-feira o IRC do ano de 2013, no valor de
310.000,00€, e por isso queria que me dissesse algumas coisas para saber o que vai ser da
minha vida:

− Primeiro. Naquela liquidação as finanças não consideraram uma despesa que a sociedade
fez com um congresso que fez e que lhe custou 120.000,00€; Queria que me dissesse se é
possível levar este caso a tribunal e fazer as finanças aceitarem este custo, e se o for, como

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é que decorre esse processo todo e quais são as consequências para a empresa. Diga-me
também se tenho ou não que pagar já essa dívida no caso de ir para tribunal; (7 valores)

− Segundo. Por aquilo que ontem ouvi dizer, a sociedade agora pode fazer oposição ao
processo de execução fiscal. Queria que me dissesse até quando o pode fazer e quais são
os fundamentos que há, isto para ver se conseguimos encaixar aí alguma coisa que me
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venha a lembrar. E mais, queria que me dissesse se tenho ainda possibilidade de fazer
pagamento em prestações, ou até mesmo em dar uma caminheta velha que tenho e que
já não utilizo para pagar essa dívida. Explique-me tudo bem direitinho; (8 valores)

− Terceiro. E por fim ainda queria que me explicasse outra coisa. Faz hoje quinze dias que
pedi uma certidão nas finanças para que me certificassem se a empresa tem, ou não,
prédios. Hoje, quando vinha para aqui, passei por lá e disseram-me que não estava
passada e que não sabiam quando a iriam passar. Aliás sugeriram-me que fosse passando
por ali até estar pronta. Então isto é assim? Se houver alguma maneira de os meter já em
tribunal para os obrigar a passar já a certidão quero que o faça já. (5 valores)

Imagine-se que era o Dr. SANCHES, e explique a este cliente, que de impostos pelos vistos
nada sabe, quais seriam as respostas que lhe daria.

FIM

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