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CORREIO POPULAR B9

Campinas, domingo, 20 de março de 2011

Economia
Editora: Lalá Ruiz. lala@rac.com.br - Editora assistente: Ana Carolina Martins
+ mundo
César Rodrigues/AAN

O empreiteiro
Geter Fulvio da
Silva Andrade
veio de Minas
Gerais

OPORTUNIDADE ||| PROFISSIONAL

Construção
‘importa’
mão de obra
Entre 30% e 40% dos trabalhadores
dos canteiros de obras vieram
de outras regiões e Estados
Adriana Leite periência no setor, mas há
DA AGÊNCIA ANHANGUERA operários que nunca ti-
aleite@rac.com.br nham pisado em uma obra.
O presidente da Habi-
As mãos calejadas pelo traba- camp, Francisco de Oliveira
lho pesado são as ferramentas Lima Filho, afirma que a es-
mais preciosas que milhares cassez na cadeia produtiva
de operários da construção ci- da construção civil vai des-
vil, vindos de outros Estados, de o canteiro até funções
dispõem para vencer em São mais especializadas. “Esse
Paulo. A escassez de mão de problema acaba abrindo a
obra local e a busca pela redu- possibilidade para trabalha-
ção de custos geram uma “im- dores de outras partes do
portação” de profissionais co- País virem trabalhar na re-
mo pedreiros, ajudantes e pin- gião.” Ele acredita que de
tores, trazidos de outras re- 30% a 40% dos trabalhado-
giões brasileiras. Atraídos por res dos canteiros foram “im-
salários melhores e carteira as- portados” de municípios
sinada, eles representam de paulistas e outros Estados.
30% a 40% dos trabalhadores
nos canteiros da região. Condições precárias
O diretor do Sindicato dos
Setor é visto como o Trabalhadores na Constru-
ção Civil de Campinas e Re-
novo Eldorado pelos gião, Antônio Gomes, refor-
operários “de fora” ça que há um fluxo grande
de trabalhadores de diferen-
A Associação Regional da tes regiões do País e cidades
Habitação (Habicamp) estima do Interior na região. “Há
que exista um déficit de 6 mil uma falta de profissionais
postos de trabalho na cadeia no mercado de São Paulo e
produtiva da construção civil, vários trabalhadores estão
em uma região que abrange deixando a família no Nor-
mais de 80 municípios próxi- te, Nordeste e Minas Gerais
mos a Campinas. A falta de tra- para ganhar a vida aqui. O
balhadores é uma das grandes problema é que muitos es-
preocupações dos empresá- tão sendo trazidos em con-
rios do setor. O contingente dições ruins. Eles viajam
empregado em companhias em transportes irregulares e
do segmento, segundo dados são alocados em moradias
da Regional do Sindicato da totalmente inadequadas.
Indústria da Construção Civil Há uma precarização das
do Estado de São Paulo (Sin- condições de moradia e tra-
dusCon-SP), é de 74 mil pes- balho.”
soas. O número se refere a O diretor regional do Sin-
uma área composta por 79 ci- dusCon-SP, Luiz Amoroso,
dades que envolve a região de discorda da visão de que
Campinas. não há mão de obra sufi-
A projeção da direção da ciente para atender à de-
entidade é de que de 70% a manda. Ele afirma que o
80% dessa mão de obra problema está na baixa qua-
atuem colocando, literalmen- lificação. “Nós ainda não
te, a mão na massa. O piso sa- atingimos um patamar de
larial de um pedreiro em Cam- falta de mão de obra. Existe
pinas é de R$ 990,00. Além essa preocupação, mas esse
dos vencimentos, há outros fato ainda não aconteceu.”
benefícios como cesta básica Ele diz que a expansão
e vale-transporte. Mas, um do setor impulsionou a cria-
profissional qualificado e com ção de pequenas empresas
experiência, pode receber de que, para reduzir custos,
R$ 3 mil a R$ 4 mil, segundo o buscam pessoas em outros
Sindicato dos Trabalhadores Estados. “O objetivo é dimi-
na Construção Civil de Campi- nuir gastos pagando salá-
nas e Região. Se encontrar rios menores. Outra ação to-
mão de obra é um problema, mada por algumas dessas
contratar profissionais qualifi- empresas é colocar os traba-
cados e que conheçam bem o lhadores em péssimos aloja-
trabalho nas obras demanda mentos e sem todas as ga-
tempo e muita procura. rantias trabalhistas. O Minis-
Se há alguns anos o destino tério Público do Trabalho
de muitos migrantes nordesti- fez várias autuações na re-
nos e de outras regiões do Bra- gião nos últimos meses. O
sil eram as lavouras paulistas, fato acaba prejudicando to-
a construção civil agora é o no- da a cadeia produtiva”, la-
vo “eldorado”, no qual muitos menta. Ele acentua que as
deles veem a chance de me- contratantes que terceiri-
lhorar de vida. O perfil dos tra- zam parte da obra respon-
balhadores é de pessoas com dem solidariamente por
baixa escolaridade; entre 18 problemas que aconteçam
anos e 45 anos; e com paren- com os trabalhadores das
tes ou amigos que também contratadas.
vieram explorar o mercado de
trabalho paulista. Parte tem ex- LEIA MAIS NAS PÁGINAS B12 E B13

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