HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Apresentação..................................................................................................................4
Metodologia....................................................................................................................4
Conceito, Terminologia e Fundamentação dos Direitos Humanos. . ...................................6
1. A Dificuldade da Conceituação de Direitos Humanos....................................................6
2. Conceituação dos Direitos Humanos.. ........................................................................ 10
3. Estrutura dos Direitos Humanos............................................................................... 14
4. Fundamentação dos Direitos Humanos......................................................................17
4.1. Teoria Negativista................................................................................................... 18
4.2. Teoria Jusnaturalista.............................................................................................. 19
4.3. Teoria Positivista.................................................................................................... 21
5. Teorias Contemporâneas...........................................................................................24
5.1. Dignidade Humana..................................................................................................24
5.2. Razão.....................................................................................................................24
5.3. Autonomia.............................................................................................................24
5.4. Igualdade...............................................................................................................25
5.5. Necessidades.........................................................................................................25
5.6. Capacidades...........................................................................................................25
5.7. Consenso................................................................................................................25
6. Quais as Fontes dos Direitos Humanos?. . .................................................................. 27
6.1. Convenções Internacionais..................................................................................... 28
6.2. Princípios de Interpretação dos Tratados ou Convenções.......................................29
6.3. Costume Internacional...........................................................................................29
6.3. Princípios Gerais do Direito................................................................................... 30
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Apresentação
Metodologia
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Vejamos: na parte teórica, as aulas serão escritas de forma que você apenas se preocupe
em entender os conceitos apresentados. Sempre que possível, utilizarei exemplos, esquemas
e macetes para tornar as partes mais “decorebas” da matéria bem tranquilas e acessíveis.
Como a disciplina de direitos humanos, ao contrário de diversos outros ramos do Direito, não
é codificada, boa parte de seu conteúdo é formado por entendimentos, doutrina e jurisprudência.
Utilizaremos todos esses mecanismos, na medida em que seja necessário, para chegar-
mos a um grande nível de detalhamento.
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Nosso desafio inaugural ao estudar direitos humanos é conceituar o que seriam tais direi-
tos, e nós iremos conceituá-lo a partir da doutrina de grandes nomes. Mas antes de concei-
tuarmos, precisamos enfrentar uma grande controvérsia acerca do uso da expressão direitos
humanos:
Direitos humanos e direitos fundamentais são a mesma coisa? Dizem respeito ao mesmo
objeto? E mais, outras expressões como direitos fundamentais, direitos do homem, liberdades
públicas, liberdades fundamentais, direitos humanos fundamentais, direitos individuais, direi-
tos públicos subjetivos são sinônimas de direitos humanos?
Irei responder aos dois questionamentos, mas impende lembrar que o objeto de estudo
da nossa disciplina é bastante permeado por contingências políticas, ideológicas e históricas,
por isso existe uma variedade de terminologias.
Vamos lá. No tocante à dicotomia direitos humanos e Direitos Fundamentais, a doutrina
costuma reforçar que os direitos humanos são aqueles definidos em documentos internacio-
nais, ou seja, os direitos estabelecidos pelo Direito Internacional em tratados e demais nor-
mas internacionais sobre a matéria. De outro lado, os Direitos Fundamentais contemplariam
os direitos reconhecidos e positivados pelo Direito Constitucional de um Estado específico.
Desse modo, há pelo menos duas técnicas distintas por meio das quais se pode chegar à
diferenciação entre direitos humanos e Direitos Fundamentais: generalista e específica.
1) Generalista: analisa o conceito de direitos humanos sob a perspectiva material. Sob
essa ótica, não há separação – ao menos de forma rígida – entre as ordens jurídicas interna e
internacional. Assim, direitos humanos são todos os direitos essenciais à consecução de uma
vida digna, estejam eles previstos em Constituições nacionais ou em tratados internacionais.
2) Específica: trabalha com um conceito de direitos humanos formal. Considera-se como
integrante desse catálogo de direitos essenciais à consecução de uma vida digna somente
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Então, já vamos combinar uma coisa: você irá marcar CERTO se a questão da sua prova
disser que parcela importante da doutrina diferencia direitos humanos e Direitos Fundamen-
tais a partir da perspectiva de definição das duas espécies de direitos; sendo os primeiros
(direitos humanos) estabelecidos a partir da perspectiva externa, internacional; já os Direitos
Fundamentais partem de uma perspectiva interna, nacional.
1
Letra d.
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E você pode pensar... ah, que questão fácil! Lembre-se que a maior parte das provas são
compostas por questões médias e fáceis. Não podemos nos dar ao luxo de errá-las, ok?
Mas como nem tudo são flores da vida do concurseiro, não é incomum que no Direito In-
ternacional se utilize a expressão Direitos Fundamentais em normas internacionais.
Por exemplo, na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (redigida em 2000 e alte-
rada em 2007). Na outra ponta, o Direito Constitucional de um país pode adotar a expressão
“direitos humanos”, por exemplo na Constituição Federal de 1988 em algumas passagens.
Por que estou falando isso para você: a menos que a questão esteja exigindo esse tipo de
diferenciação técnica, não fique “procurando pelo em ovo”. Se a questão não exigir tal conhe-
cimento, o examinador pode ter utilizado as duas expressões como sinônimas.
Não é incomum também que sejam utilizadas como sinônimos. Porém, caso a questão
exija de você o domínio da diferenciação técnica entre as expressões, é possível indicar:
1. Direitos do homem e do cidadão: expressão que faz menção à Revolução Francesa de
1789, um grande marco na garantia de direitos, abrangendo direitos civis (tidos como direi-
tos do homem) e direitos políticos (tidos como direitos dos cidadãos). Atualmente, a própria
expressão Direitos Do Homem é bastante criticada sob a perspectiva da igualdade de gênero.
2. Direitos naturais: expressão que faz menção à doutrina jusnaturalista, que indica que
os direitos são inerentes ao ser humano, independentemente de qualquer norma positivada.
3. Direitos e liberdades públicas: faz menção aos direitos dos indivíduos contra a inter-
venção estatal.
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Letra d.
a) Errada. Existe grande controvérsia a depender da teoria doutrinária adotada. Vejamos os
demais itens.
b) Errada. Os direitos humanos têm por característica a abertura normativa, não estão dis-
postos em rol taxativo.
c) Errada. De fato, os Direitos Políticos são considerados direitos humanos, não se esgotando
no direito de votar e ser votado.
d) Certa. Exato!
e) Errada. Os direitos humanos têm por característica a historicidade.
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2
Para o professor espanhol Fernandéz, “os direitos humanos são exigências éticas ou valores e paralelamente normas
positivadas, pois sua ‘autêntica realização’ pressupõe que estejam incorporados ao ordenamento jurídico internacional.”
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Os direitos humanos são inerentes a todos os seres humanos, qualquer que seja a nacionalidade,
local de residência, sexo, origem nacional ou étnica, cor, religião, língua ou qualquer outro estatuto.
Todos têm igualmente direito aos direitos humanos, sem discriminação. Esses direitos estão todos
interligados, interdependentes e indivisíveis. Os direitos humanos universais são frequentemente
expressos e garantidos legalmente, na forma de tratados, no direito internacional consuetudinário,
nos princípios gerais e em outras fontes do direito internacional. O DIDH [direito internacional dos
direitos humanos] impõe aos governos a obrigação de agir de determinada forma ou de abster-se
de determinados atos a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades fundamen-
tais de indivíduos ou grupos3.
Ademais, cumpre reforçar que não há um rol predeterminado desse conjunto mínimo de
direitos essenciais a uma vida digna. As necessidades humanas variam e, de acordo com o
contexto histórico de uma época, novas demandas sociais são traduzidas juridicamente e
inseridas na lista dos direitos humanos.
Para o professor Fábio Konder Comparato, o conceito de dignidade parte da noção de
tratamento igualitário entre os cidadãos, independentemente de condições sociais, culturais
ou econômicas.
3
UNITED NATIONS. What are human rights? Disponível em http://www.ohchr.org/EN/Issues/Pages/WhatareHumanRights.aspx.
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a) o direito a ter direitos, uma prerrogativa básica que se qualifica como fator de viabilização
dos demais direitos e liberdades.
b) o automatismo na sociedade de direitos, bastando anunciar um direito para que a proteção
incida mecanicamente.
c) que os direitos humanos são um rol amplo e fechado, prescindindo de ponderação ou so-
pesamento dos valores envolvidos.
d) que a seara jurídica dos direitos humanos não é o mundo de conflitos, tampouco de esta-
belecimento de limites, preferências e prevalências.
e) que os direitos humanos somente podem ser implementados de maneira ativa e positivada
para a promoção da dignidade humana.
Letra a.
A doutrina assinala que uma sociedade pautada na defesa de direitos (sociedade inclusiva)
tem várias consequências. A primeira é o reconhecimento de que o primeiro direito de todo
indivíduo é o direito a ter direitos. Arendt e, no Brasil, Lafer sustentam que o primeiro direito
humano, do qual derivam todos os demais, é o direito a ter direitos.
É bastante comum, quando cobrada a teoria geral dos Direitos Humanos, a cobrança dos
principais documentos internacionais na evolução dos direitos humanos.
Então, abra o olho e já memorize os principais eventos e documentos internacionais que mar-
caram a evolução dos direitos humanos:
1. Magna Carta Libertatum de 1215 (Grande Carta das Liberdades ou Carta de João Sem Ter-
ra)4: trata-se de um documento histórico na luta de limites aos poderes soberanos. A carta
objetivava garantir direitos mínimos aos indivíduos, colocando limites ao poder absoluto de
4
Em latim, Magna Charta Libertatum vel concordia inter regem Johannem et barones.
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João Sem Terra, rei da Inglaterra. Uma das cláusulas mais importantes é a 39, que garantia
um embrião do devido processo legal:
Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou tornado fora-da-
-lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos alguém
contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra.
Ademais, a Magna Carta Libertatum também figura como o antecedente histórico do surgi-
mento do Constitucionalismo.
2. Petition of Rights (1628): neste documento, também inglês, houve a tentativa de reafir-
mação dos direitos mínimos, bem como a limitação do poder soberano. O documento foi um
marco na construção e consolidação dos direitos humanos. A doutrina indica que este docu-
mento constituiu a primeira manifestação da Teoria dos Freios e Contrapesos Constitucional
(check and balances). Ele teve por fonte a Carta Magna de 1215 e se fundou três diretrizes:
• “Nenhum tributo pode ser imposto sem o consentimento do Parlamento”;
• “Nenhum súdito pode ser encarcerado sem motivo fundado”;
• “Nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos, e Lei Marcial não pode
ser usada em tempo de paz”.
3. Habeas corpus Act (1679): tratava-se de uma lei para melhor garantir a liberdade do súdito
e visava garantir a proteção da liberdade de locomoção.
4. Bill of Rights (1689): A declaração de direitos de 1689, de origem também inglesa, estabe-
leceu limitações da Coroa perante o Parlamento. A cobrança de impostos passou a depender
do consentimento parlamentar. Este documento estabeleceu limites aos poderes do monarca,
além de ter reconhecido os direitos do Parlamento, incluindo regular deliberação parlamentar,
eleições livres e liberdade de expressão no Parlamento. Tratou-se, ainda, do primeiro docu-
mento oficial que garantiu a participação popular, por meio de representantes parlamentares,
na criação e cobrança de tributos, sob pena de ilegalidade. O documento vedava a instituição
de impostos excessivos e de punições cruéis e incomuns.
5. Declaração de Direitos da Virgínia (1776): declaração de direitos norte-americana, que
precedeu a Declaração de Independência norte-americana. Objetivava resguardar os direitos
inerentes à pessoa humana. A disposição do artigo inaugural é bastante elucidativa:
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Art. 1º Que todos os homens são, por natureza, igualmente livres e independentes, e têm certos
direitos inatos, dos quais, quando entram em estado de sociedade, não podem por qualquer acordo
privar nem despojar sua posteridade: tais são o direito de gozar a vida e a liberdade com os meios
de adquirir e possuir propriedades, de procurar obter a felicidade e a segurança.
Segundo lição do professor André Ramos de Carvalho, os direitos humanos têm estrutura
variada, podendo ser:
5
RAMOS. André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. Editora Saraiva. 6ª edição.
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Do ponto de vista subjetivo, a realização dos direitos humanos pode ser da incumbência
do Estado ou de um particular (eficácia horizontal dos direitos humanos, como veremos) ou
de ambos, como ocorre com o direito ao meio ambiente (art. 225 da CF/88, que prevê que a
proteção ambiental incumbe ao Estado e à coletividade).
Do ponto de vista objetivo, a conduta exigida para o cumprimento dos direitos humanos pode
ser ativa (comissiva, realizar determinada ação) ou passiva (omissiva, abster-se de realizar).
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É possível a combinação das duas perspectivas? Sim! O direito à vida acarreta tanto a con-
duta omissiva quanto comissiva por parte dos agentes públicos: de um lado, devem se abster
de matar (sem justa causa) e, de outro, tem o dever de proteção (de ação) para impedir que
outrem viole à vida.
A doutrina, em especial do professor André de Carvalho Ramos, assinala que uma socie-
dade pautada na defesa de direitos (sociedade inclusiva) tem várias consequências. A pri-
meira é o reconhecimento de que o primeiro direito de todo indivíduo é o “direito a ter direitos”.
A autora alemã Hannah Arendt e o brasileiro Celso Lafer sustentam que o primeiro direito
humano, do qual derivam todos os demais, é o direito a ter direitos. Aliás, isso tem tudo a ver
com a função institucional da Defensoria Pública: é uma instituição que objetiva salvaguardar
o direito a ter direitos, em especial da população vulnerável.
Qual proteção mais ampla: aquela prevista nos direitos humanos ou os direitos funda-
mentais?
No aspecto territorial, a proteção dos direitos humanos se revela mais ampla, na medida
em que ultrapassa as fronteiras do país e encontra mecanismos de monitoramento em ins-
tâncias e tribunais internacionais.
Por outro lado, no aspecto material, a proteção dos direitos fundamentais pode ser mais
ampla, principalmente em países de Constituição é prolixa.
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Ótimo. Vamos agora passar para um ponto que cai bastante em provas:
A discussão aqui diz respeito à identificação das razões que legitimam e que motivam o
reconhecimento dos direitos humanos.
Há, tradicionalmente, algumas teorias acerca do tema:
• Negativista;
• Jusnaturalista;
• Positivista;
• Contemporâneas.
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Obs.: O autor espanhol Peres Luño reforça que não é possível identificar o fundamento dos
direitos humanos porque tais direitos são consagrados a partir de juízos de valor.
Para tal autor, os direitos humanos são escolhas decorrentes de opções morais que,
por definição, não podem ser comprovadas ou justificadas. Para ele, diferentemente
do Direito Constitucional que busca seu fundamento de validade na força normativa
da Constituição, nos direitos humanos, por sua vez, não há esse elemento inequívoco
de fundamentação e legitimidade. Assim, o fato de os direitos humanos possuírem
uma estrutura aberta impede que se delimitem os seus fundamentos.
O ser humano possui direitos naturais, anteriores e superiores ao Estado, de origem divina
ou fruto da natureza humana. Assim, o jusnaturalismo é uma corrente do pensamento jurídico
que defende a existência de um conjunto de normas vinculantes anterior e superior ao siste-
ma de normas fixadas pelo Estado (direito posto).
Para a corrente Jusnaturalista, os direitos humanos seriam equivalentes aos direitos na-
turais, com uma estrutura metafísica, quer dizer, os direitos humanos encontram fundamento
na existência de um direito pré-existente ao direito produzido pelo homem. Tais direitos po-
dem ser oriundos de Deus (Escola de direito natural de razão divina) ou podem ser oriundos
da natureza inerente do ser humano (Escola de direito natural moderno).
Na seara dos direitos humanos, segundo o professor André Ramos, é possível identificar
uma visão jusnaturalista já na Antiguidade, simbolizada na peça de teatro Antígona de Sófo-
cles (421 a.C., parte da chamada Trilogia Tebana).
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Minha graduação foi na UnB e me lembro de que um dos textos que mais gostei foi essa
peça. O enredo narra a história de Antígona, protagonista, que se recusa a obedecer às ordens
do rei, afirmando que as leis dos homens não podem sobrepor-se às leis eternas dos deuses.
Na Idade Média, segundo o professor André Ramos, o jusnaturalismo é incentivado pela
visão religiosa de São Tomás de Aquino, para quem a lex humana deve obedecer a lex natu-
ralis, que era fruto da razão divina, mas perceptível aos homens. Também é importante men-
cionar a contribuição do pensador Hugo Grócio, considerado um dos fundadores do Direito
Internacional e iniciador da teoria do direito natural moderno. Ele sustentava, já no século XVI,
a existência de um conjunto de normas ideais, fruto da razão humana. Assim, os direitos posi-
tivados seriam, ontologicamente, limitáveis. Isso quer dizer, o direito dos legisladores huma-
nos só seria válido quando compatível com os mandamentos daquela lei imutável e eterna.
Assim, o fundamento de validade dos direitos humanos seria essa lei imanente.
A grande marca da corrente jusnaturalista é o seu cunho metafísico. Compreende-se os
direitos humanos a partir da existência de um direito preexistente ao direito produzido pelo
homem. Essa natureza intrínseca dos direitos humanos poderia ter dois fundamentos de va-
lidade: seria possível que tais direitos fossem oriundos de Deus (escola de direito natural de
razão divina) ou da natureza inerente do ser humano (escola de direito natural moderno).
Assim, a prevalência é do ser humano e a ele devem ser garantidos direitos básicos pela
simples condição humana, ainda que haja embate entre tais direitos e as leis estatais.
A título ilustrativo, a doutrina indica o direito de resistência como exemplo da corrente
jusnaturalista com os direitos postos pelo Estado, pois as Declarações de Direitos Virgínia
(1776) e a Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) reconheceram o direito hu-
mano de resistência à opressão.
Segundo a doutrina, a teoria jusnaturalista apresenta algumas fragilidades teóricas:
a) Não há possibilidade de comprovação empírica ou mesmo teórica dos direitos naturais;
b) Há uma grande dificuldade em explicar a imutabilidade dos direitos naturais em razão
da constante alteração do conteúdo de direitos essenciais ao indivíduo ao longo dos séculos
Nas palavras de André Ramos, impende reforçar que, a despeito de padecer de várias crí-
ticas, ainda hoje se utiliza a fundamentação jusnaturalista.
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Por exemplo: no Direito Internacional dos Direitos Humanos, a Declaração de Viena de 1993,
emitida ao final da 2ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Direitos Humanos,
dispôs, no parágrafo 1º da Parte I, que “os direitos humanos e as liberdades fundamentais
são direitos naturais de todos os seres humanos”.6
Até mesmo o Supremo Tribunal já se valeu da corrente jusnaturalista para reforçar o ca-
ráter imanente dos direitos humanos:
Obs.: Observação: em 2016, o STF em sede de repercussão geral, reforçou que a adminis-
tração pública deve descontar os dias de paralisação decorrentes do exercício do
direito de greve pelos servidores públicos, salvo se ficar demonstrado que a greve foi
provocada por conduta ilícita do Poder Público (STF, RE 693.456, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgamento em 27-10-2016).
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A Escola positivista, com forte influência ao longo dos séculos XIX e XX, traduziu a ideia
de um ordenamento jurídico produzido pelo homem, de modo coerente e hierarquizado. No
topo do sistema jurídico, existiria a Constituição, pressuposto de validade de todas as demais
normas do ordenamento. Os direitos humanos foram inseridos na Constituição, obtendo um
estatuto normativo superior.
Mas observe uma coisa: vimos que a corrente jusnaturalista parte da premissa de que to-
dos os indivíduos possuem direitos inerentes, contemplando uma visão de direitos universais
e intrínsecos à condição humana. Para a corrente positivista, tal concepção foi deixado de
lado, pois a ideia de “direitos inerentes” foi substituída pela ideia dos “direitos reconhecidos
e positivados pelo Estado”.
Há um outro ponto que merece sua atenção: perceba, na vertente original do século XIX
até meados do século XX, que a positivação dos direitos humanos é nacional. Quer dizer,
o positivismo é nacionalista, cumpre ao país normatizar a estrutura de direitos humanos.
Assim, os direitos devem ser prescritos em normas internas para serem exigíveis em face do
Estado ou de outros particulares.
Tenho certeza de que você já percebeu o grande risco dessa teoria: ela permite que o Es-
tado não proteja ou reconheça determinado direito ou categoria de direitos humanos. Tenho
certeza também de que você lembrou da terrível experiência nazista, que utilizou a própria
estrutura normativa estatal para legitimar práticas repugnantes.
O professor Fábio Konder Comparato, atentando para a fragilidade da positivação mera-
mente nacional, entende que a validade dos direitos humanos deve assentar-se em algo mais
profundo e permanente que a ordenação estatal, ainda que esta se baseie numa Constituição.
A predominância positivista nacionalista dos direitos humanos do século XIX e início do
século XX ficou desmoralizada após a barbárie nazista na Europa. Assim, o contexto social
propiciou o desenvolvimento do Direito Internacional dos direitos humanos preocupado com
a positivação internacionalista, com normas e tribunais internacionais aceitos pelos Estados
e com impacto direto na vida das sociedades locais.
Segundo lição de André Ramos, essa positivação internacionalista foi identificada por
Bobbio, que, em passagem memorável, detectou que:
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Os direitos humanos nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como direitos po-
sitivos particulares (quando cada Constituição incorpora Declaração de Direitos) para finalmente
encontrar a plena realização como direitos positivos universais”. Os direitos humanos representam
hoje a nova centralidade do Direito Constitucional e também do Direito Internacional.
No plano internacional, os direitos humanos sofreram uma ruptura ocasionada pelos re-
gimes totalitários nazifascistas na Europa na Segunda Guerra Mundial e, após, foram recons-
truídos com a internacionalização da matéria. Com isso, o Direito Internacional passou por
uma lenta mudança do seu eixo central voltado à perspectiva do Estado preocupado com a
governabilidade e com a manutenção de suas relações internacionais. Com a ascensão da
temática dos direitos humanos previstos em diversas normas internacionais, os direitos hu-
manos promoveram a entrada em cena da preocupação internacional referente à promoção
da dignidade humana em todos os seus aspectos. Para finalizar, esse novo papel dos direitos
humanos já foi reconhecido pelo próprio STF, o qual estabeleceu que
7
RAMOS. André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. Editora Saraiva. 6ª edição.
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Assim, especialmente tendo em vista a noção de centralidade dos direitos humanos, a teo-
ria positivista padece de severas críticas, pois aceitaria, sem maiores questionamentos, a não
observância das normas internacionais de direitos humanos, caso não houvesse a aceitação
ou a incorporação da norma pela ordem interna de um Estado.
5. Teorias Contemporâneas8
Modernamente foram elaboradas outras teorias que objetivam traçar o aporte legitimador
dos direitos humanos. Consoante os estudos de Anthony Langlois, podem ser apontadas sete
vertentes que conferem fundamentos teóricos aos direitos humanos hodiernamente:
5.2. Razão
Os direitos humanos retiram seu fundamento de validade a partir da razão, da capacidade
de comportamento racional. As supracitadas autoras, indicando a doutrina de Anthony Lan-
glois, indicam que “os seres humanos possuem exigências éticas em função de sua capaci-
dade de raciocinar, tais como de bem-estar e de liberdade, as quais são realizadas por meio
dos direitos humanos.”9
5.3. Autonomia
A razão de ser dos direitos humanos é permitir a fruição da capacidade de autodetermi-
nação pessoal, que possui profunda interface com a autonomia. A autonomia figura como a
capacidade de escolha pessoal em relação às demais pessoas.
8
ALBUQUERQUE, Aline. BARROSO, Alesia. Curso de Direitos Humanos. Editora Lumen Juris. 2018.
9
ALBUQUERQUE, Aline. BARROSO, Alesia. Curso de Direitos Humanos. Editora Lumen Juris. 2018.
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5.4. Igualdade
Segundo Dworkin, o liberalismo igualitário, que se ancora na ideia de igualdade, entende que o
estado deve tratar todos de forma equânime, rechaçando, assim, um sistema social alicerçado em
privilégios.10
5.5. Necessidades
A condição humana traz inerente uma série de necessidades, como segurança e subsis-
tência. Tais necessidades são universais, de modo que os direitos humanos têm o papel de
promover e garantir que tais necessidades sem sanadas.
5.6. Capacidades
Nas palavras das citadas autoras, Nussbaum e Sen, expoentes da perspectiva baseada
nas capacidades:
Assegurar um direito humano é muito mais do que colocá-lo no papel, pois implica o desenvolvi-
mento das capacidades para que o titular do direito o exerça efetivamente.11
5.7. Consenso
10
Idem.
11
Ibidem.
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À luz da teoria de Rawls, Donnelly alega que há um consenso sobreposto, de base política e que não
abarca teorias compreensivas, como as religiosas e filosóficas, que confere legitimidade e funda-
mento aos direitos humanos previstos na Declaração Universal de Direitos Humanos.12
12
Ibidem.
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Letra b.
a) Errada. Vimos que há corrente doutrinária que distingue doutrinariamente as referidas ex-
pressões.
b) Certa. O universalismo possui estreita relação com o jusnaturalismo.
c) Errada. Trata-se do conceito de direitos fundamentais.
d) Errada. Trata-se do conceito de direitos fundamentais.
e) Errada.
Segundo a doutrina, as fontes dos direitos humanos estão previstas, de maneira não
exaustiva, no art. 38.1 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, sendo elas:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras ex-
pressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) as decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes na-
ções como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
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Há uma ordem hierárquica ou sucessiva na aplicação das fontes dos direitos humanos? Não!
Agora, vamos passar a analisar cada uma das fontes de direitos humanos.
Significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Interna-
cional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer
que seja sua denominação específica.
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especial no tocante a força normativa. Adotando tal orientação, o Supremo Tribunal Federal
assentou que os tratados de direitos humanos são introjetados no ordenamento jurídico bra-
sileiro com status supralegal, em regra. Os demais tratados terão status legal, tão somente.
Trataremos acerca dessa questão oportunamente.
Ainda a respeito dos tratados, a Opinião Consultiva n. 2 da Corte Interamericana de Direi-
tos Humanos asseverou que:
[Os] tratados modernos sobre direitos humanos, em geral, e, em particular, a Convenção Ameri-
cana, não são tratados multilaterais do tipo tradicional, concluídos em função de um intercâmbio
recíproco de direitos, para o benefício mútuo dos Estados contratantes. Seu objeto e fim são a
proteção dos direitos fundamentais dos seres humanos, independentemente de sua nacionalidade,
tanto frente a seu próprio Estado como frente aos outros Estados contratantes. Ao aprovar esses
tratados sobre direitos humanos, os Estados se submetem a uma ordem geral dentro da qual eles,
pelo bem comum, assumem várias obrigações, não em relação aos outros Estados, mas sim em
relação aos indivíduos sob a sua jurisdição.
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Não se aplica às normas de jus cogens, também conhecidas como normas imperativas ou
cogentes. São exemplos de normas cogentes a proibição do genocídio, da tortura, da escra-
vidão e da discriminação racial.
Os princípios gerais do Direito são as normas de caráter mais genérico e abstrato que
incorporam as concepções fundamentais da maioria dos sistemas jurídicas mundiais, a citar
os princípios da proteção da dignidade da pessoa humana, o pacta sunt servanda, a boa-fé e
o devido processo legal.
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Obs.:
Eu confesso que vários alunos já me disseram que acham essa parte bem chata...
Alguém já deve ter dado alguns cochilos (rs). Então, ACOOOORDA e vamos prosseguir!
A premissa de tal teoria é a forma de interação do indivíduo com o Estado sob a ótica
dos direitos. Assim, a teoria do Status, desenvolvida no final do século XIX por Georg Jellinek
(1851-1911), relaciona-se com a posição do direito do indivíduo em face do Estado, com pre-
visão de mecanismos de garantia a serem invocados no ordenamento estatal.
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Segundo a doutrina de André Ramos, os direitos humanos devem ser traduzidos em nor-
mas jurídicas estatais para que possam ser garantidos e concretizados. Sua classificação,
então, é pautada13:
1) pelo reconhecimento do caráter positivo dos direitos, ou seja, direitos previstos e regu-
lados pelo Estado, contrapondo-se à tese de inerência ou de que seriam direitos natos. Quer
dizer, o autor repudia a noção de direitos humanos sob a perspectiva jusnaturalista.
2) pela afirmação da verticalidade, defendendo que os direitos são concretizados na re-
lação desigual entre indivíduo e Estado. Cumpre esclarecer: a teoria dos Status não abarca
os direitos humanos nas relações entre particulares (efeito horizontal dos direitos humanos,
como veremos) nem os direitos de titularidade difusa, transindividual, pois no momento his-
tórico que foi construída ainda não havia o avanço teórico nesse sentido.
Para Jellinek, o indivíduo pode ser encontrado em quatro situações diante do Estado.
1) Status passivo/subjectionis/sujeição: o indivíduo encontra-se em um estado de sub-
missão, que foi denominado status subjectionis ou status passivo. O indivíduo se encontra
em uma posição de subordinação em face do Estado, que detém atribuições e prerrogativas,
aptas a vincular o indivíduo e exigir determinadas condutas ou ainda impor limitações (proi-
bições) a suas ações. Surgem, então, deveres do indivíduo que devem contribuir para o atingi-
mento do bem comum. A preocupação de Jellinek é não desvincular os direitos dos indivíduos
da possibilidade do Estado impor deveres, a fim de assegurar o interesse de todos. Logo, para
Jellinek, o cumprimento desses deveres leva à implementação dos direitos de todos.
2) Status ativo/libertatis/defesa/negativo: na segunda situação, o indivíduo possui o “sta-
tus” negativo (status libertatis), que é o conjunto de limitações à ação do Estado voltado ao
respeito dos direitos do indivíduo. O indivíduo exige respeito e contenção do Estado, a fim de
assegurar o pleno exercício de seus direitos na vida privada. Nasce um espaço de liberdade
individual ao qual o Estado deve respeito, abstendo-se de qualquer interferência. Jellinek,
com isso, retrata a chamada dimensão subjetiva, liberal ou clássica dos direitos humanos,
na qual os direitos têm o condão de proteger seu titular (o indivíduo) contra a intervenção do
Estado. É a resistência do indivíduo contra o Estado. Ao Estado cabe a chamada prestação ou
13
RAMOS. André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. Editora Saraiva. 6ª edição.
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obrigação negativa: deve se abster de determinada conduta, como não matar indevidamente,
não confiscar, não prender sem o devido processo legal etc.
3) Status positivo/civitatis/prestacional: consiste no conjunto de pretensões do indiví-
duo para invocar a atuação do Estado em prol dos seus direitos. O indivíduo tem o poder de
provocar o Estado para que interfira e atenda seus pleitos. A liberdade do indivíduo adquire
agora uma faceta positiva, apta a exigir mais do que a simples abstenção do Estado (que era
a característica do “status” negativo), levando à proibição da omissão estatal. Sua função
original era exigir que o Estado protegesse a liberdade do indivíduo, evitando que sua omissão
gerasse violações, devendo realizar prestações positivas. Assim, para proteger a vida, o Esta-
do deveria organizar e manter um sistema eficiente de policiamento e segurança pública. Para
assegurar o devido processo legal, o Estado deveria organizar de modo eficiente os recursos
materiais e humanos do sistema de justiça. Porém, com a evolução das demandas e com o
surgimento de novos direitos, emergem direitos a prestações sociais, nos quais se cobra uma
ação prestacional do Estado para assegurar direitos referentes à igualdade material, como
direito à saúde, direito à educação etc.
4) Status ativo/activus/participativo: consiste no conjunto de prerrogativas e faculdades
que o indivíduo possui para participar da formação da vontade do Estado, refletindo no exer-
cício de direitos políticos e no direito de aceder aos cargos em órgãos públicos. O poder do
Estado é, em última análise, o poder do conjunto de indivíduos daquela comunidade política.
Consoante lição de André Ramos, o Supremo Tribunal Federal invocou o status ativo no caso
do direito de nomeação de aprovado em concurso público classificado entre o número dis-
ponível de vagas previsto no edital. Para o STF, a Administração Pública está vinculada às
normas do edital, ficando obrigada a preencher as vagas previstas para o certame dentro do
prazo de validade do concurso, salvo diante de excepcional justificativa. O candidato aprova-
do dentro do número de vagas tem um direito subjetivo à nomeação, que vincula diretamente
a Administração. Para o Ministro Gilmar Mendes:
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dãos, conforme a conhecida ‘teoria do status’ de Jellinek (RE 598.099/MS, rel. min.
Gilmar Mendes, j. 10-8-2011, DJE de 3-10-2011, com repercussão geral).
Na doutrina alemã, Häberle defendeu a ampliação do status ativo, para que se transformasse
em um status activus processualis, no qual o indivíduo possui o direito à participação no pro-
cedimento da tomada de decisão por parte do Poder Público. Não se trata de somente se ma-
nifestar, mas especialmente no direito de influenciar e ter sua posição levada em consideração
na adoção de determinada decisão, inclusive a dos Tribunais Constitucionais. O status activus
processualis é visto, por exemplo, na adoção do amicus curiae e da audiência pública no pro-
cesso do controle abstrato de constitucionalidade no Brasil (Leis n. 9.868/1999 e 9.862/1999).
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Como exemplos dos direitos de segunda geração estão: o direito à saúde, educação, previ-
dência social, habitação, entre outros, que demandam prestações positivas do Estado para
seu atendimento e são denominados direitos de igualdade.
Para a doutrina de André Ramos, os direitos humanos de segunda geração são frutos das
chamadas lutas sociais na Europa e Américas, sendo seus marcos a Constituição mexicana
de 1917 (que regulou o direito ao trabalho e à previdência social), a Constituição alemã de
Weimar de 1919 (que, em sua Parte II, estabeleceu os deveres do Estado na proteção dos
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Letra e.
a) Errada. São direitos de quarta geração os resultantes da globalização dos direitos huma-
nos, correspondendo aos direitos de participação democrática (democracia direta), direito
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b) Errada. O direito ao trabalho figura como direito de segunda geração ou dimensão. A paz
mundial figura como direito de quinta geração. Não há previsão da “indivisibilidade entre os
direitos” na doutrina.
c) Errada. São direitos de quarta geração os resultantes da globalização dos direitos huma-
d) Errada. São direitos de quarta geração os resultantes da globalização dos direitos huma-
ou até cinco gerações. Apesar das críticas doutrinárias, os concursos têm cobrado tais
categorias.
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Letra c.
Classificação dos direitos fundamentais:
Os direitos fundamentais podem ser classificados em:
• Direitos de 1ª geração (Liberdade): princípio da liberdade, ganhando o contorno de di-
reitos civis e políticos, impondo restrições à atuação do Estado. O direito clássico é o
direito de propriedade. São os direitos de liberdade (status negativo) e direitos políticos
(status ativo).
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A Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (CVDT) apresenta uma regra geral de
interpretação dos tratados, prevendo em seu art. 31.1 que todo tratado deve ser interpretado:
1) de boa-fé;
2) conforme o sentido comum atribuível aos seus termos (interpretação gramatical ou
semântica);
3) levando-se em conta o seu contexto (interpretação sistemática); e
4) à luz do seu objetivo e da sua finalidade (interpretação teleológica).
Não! Há meios suplementares de interpretação dos tratados como o recurso aos traba-
lhos preparatórios e às circunstâncias de sua conclusão, consoante o art. 32 da CVDT.
Para além da previsão na CVDT, há princípios ou métodos específicos para interpretação
dos tratados de direitos humanos que merecem atenção! Vamos aos principais princípios
interpretativos:
1. Princípio pro homine ou pro persona. O princípio pro homine ou pro persona – como
preferem alguns autores, para evitar uma distinção de gênero – decorre do regime objetivo
ou uniliteral dos tratados de direitos humanos, em que não vigora a lógica da reciprocidade
entre Estados, mas, sim, a proteção dos direitos da pessoa humana. Por isso, o princípio pro
persona indica que a interpretação dos tratados de direitos humanos deve sempre ter como
objetivo a proteção da pessoa. A interpretação pro homine implica reconhecer a superiorida-
de das normas de direitos humanos, e, em sua interpretação ao caso concreto, na exigência
de adoção da interpretação que dê posição mais favorável ao indivíduo.
1.1 Como consequência do princípio pro persona, tem-se o subprincípio da primazia da
norma mais favorável, seja ela um produto do direito nacional ou internacional.
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DIREITOS HUMANOS
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1.2 Outro subprincípio do princípio pro persona é o da máxima efetividade (também co-
nhecido por effet utile), segundo o qual, deparando-se com duas ou mais interpretações a
respeito de norma prevista em tratado de direitos humanos, o intérprete deve preferir a que
mais proteja e efetive os direitos humanos. O critério da máxima efetividade exige que a in-
terpretação de determinado direito conduza ao maior proveito do seu titular, com o menor
sacrifício imposto aos titulares dos demais direitos em colisão.
O subprincípio do effet utile conduz à aplicabilidade imediata, que prevê que os direitos hu-
manos incidem nos casos concretos, sem qualquer lapso temporal. A máxima efetividade
dos direitos humanos conduz à aplicabilidade integral desses direitos, uma vez que todos
seus comandos são vinculantes. Também implica a aplicabilidade direta, pela qual os direi-
tos humanos previstos na Constituição e nos tratados podem incidir diretamente nos casos
concretos.
Veja: o subprincípio da máxima efetiva ou do effet utile gera o dever de aplicar os direitos huma-
nos de maneira imediata (sem demora) e diretamente (sem necessidade de regulamentação).
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DIREITOS HUMANOS
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Para a doutrina, por esse critério, não importa a origem (pode ser uma norma internacional
ou nacional), mas o resultado: deve ser garantido o benefício ao indivíduo.
O problema é que não se trata de uma tarefa tão fácil. Assim, na tentativa de orientar a
questão, o doutrinador Ingo Sarlet defende que deve ser garantida a norma que mais promova
a dignidade da pessoa humana.
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DIREITOS HUMANOS
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Segundo ele, os tratados de direitos humanos devem ser interpretados de forma autôno-
ma, e não conforme o direito interno. Isso porque os tratados de direitos humanos são pro-
duzidos levando-se em conta distintas realidades nacionais, o que pode fazer com o que o
15
Letra d.
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DIREITOS HUMANOS
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resultado normativo alcance um sentido próprio, nem sempre em conformidade com o direito
interno de determinado país.
4. Princípio da interpretação evolutiva ou dinâmica. A forma de interpretação dos tratados
de direitos humanos deve acompanhar a evolução social e as adaptações do sistema jurídico
no momento de sua aplicação
É a partir da aplicação desse princípio que os tribunais internacionais dizem que os tratados
de direitos humanos são “instrumentos vivos”.
5. Teoria da margem de apreciação. PARA TUDO! Sim, você precisa parar tudo! Presta
muita atenção porque isso vai cair na sua prova! A teoria da margem de apreciação tem per-
tinência com a noção de subsidiariedade da jurisdição internacional.
Significa que existem determinadas questões devem ser discutidas e decididas em am-
biente doméstico, nacional, não podendo o juiz internacional apreciá-las.
Ontologicamente (quer dizer, pela sua própria natureza), os direitos previstos na Consti-
tuição e nos tratados internacionais são redigidos de maneira mais ampla, com uso frequente
de conceitos indeterminados.
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DIREITOS HUMANOS
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Por exemplo, o conceito de intimidade, devido processo legal ou mesmo ampla defesa, é bas-
tante abrangente e exige um exercício interpretativo (hermenêutico).
Obs.: Já coloque no seu vocabulário de direitos humanos estas duas expressões: ontolo-
gicamente e hermenêutica! Já estou te dando um bizu de prova oral (porque você vai
chegar lá!). ☺
O caráter aberto da Constituição Federal enseja o que se chama de força expansiva dos direi-
tos humanos.
Você sabe o que é isso?
Para o supracitado autor, é o fenômeno pelo qual os direitos humanos contaminam as mais
diversas facetas do ordenamento jurídico. Há uma eficácia irradiante dos direitos humanos
que devem ser aplicados a todas as relações sociais e não somente às relações entre o indi-
víduo e o Estado.
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DIREITOS HUMANOS
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Já do ponto de vista objetivo, para ele, as colisões podem envolver direitos idênticos ou
direitos de diferentes espécies. Canotilho, por sua vez, defende que a colisão autêntica (ou
própria) de direitos fundamentais se dá em caso de choque ou conflito no exercício de direi-
tos fundamentais de titulares diferentes. Já a colisão de direitos em sentido impróprio ocorre
quando há choque ou conflito no exercício de direitos fundamentais com outros bens prote-
gidos pela Constituição.
Na tentativa de compor os conflitos entre direitos, a doutrina, nas palavras de André Ra-
mos, construiu algumas fórmulas de superação de conflitos aparentes de direitos humanos:
• Teoria interna: a primeira fórmula de superação dos conflitos aparentes entre direitos
humanos é o uso da interpretação sistemática e finalística, que determinaria o verda-
deiro conteúdo dos direitos envolvidos e a adequação desse conteúdo à situação fática
analisada. Os conflitos, para essa teoria, devem ser superados pela determinação do
verdadeiro conteúdo interno dos direitos envolvidos. Assim, o conflito teria sido me-
ramente aparente: um dos direitos envolvidos não deve ser aplicado ao caso concreto
porque esse direito nunca realmente incidiu sobre a situação fática. Para o autor, a te-
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DIREITOS HUMANOS
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oria interna, então, defende a existência de limites internos a todo direito, quer estejam
traçados expressamente no texto da norma, quer sejam imanentes ou inerentes a de-
terminado direito, que faz com que não seja possível um direito colidir com outro.
Obs.: Para o autor, além desse limite imanente (ou interno) de cada direito, seria possível
que no próprio direito constasse um limite expresso ou aparente. Assim, o próprio
direito traria, em seu texto, a ressalva, ou seja, na construção do próprio direito que
o exclui da aplicação no caso concreto, por exemplo, a liberdade de expressão que
exclui o anonimato. A maior fragilidade da teoria interna está justamente na dificul-
dade do intérprete delimitar, com argumentos racionais, o conteúdo dos direitos em
análise, traçando seus limites, sem que ele seja também acusado de arbitrário.
Não se esqueça! A teoria dos limites internos dos direitos humanos defende que as restrições
a tais direitos devem estar expressamente autorizadas pela Constituição e pelos tratados de
direitos humanos ou, ainda, devem ser extraídas dos limites imanentes de cada direito. No
caso Ellwanger no Supremo Tribunal Federal, apesar de muitos votos terem feito referência à
proporcionalidade (aplicação da teoria externa), constou do acórdão passagem típica de uma
teoria interna, ao se defender que:
O direito à livre expressão não pode abrigar, em sua abrangência, manifestações de con-
teúdo imoral que implicam ilicitude penal. (...) O preceito fundamental de liberdade de
expressão não consagra o “direito à incitação ao racismo”, dado que um direito indivi-
dual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas, como sucede com os
delitos contra a honra (HC 82.424, Rel. p/ o ac. Min. Presidente Maurício Corrêa, julga-
mento em 17-9-2003, Plenário, DJ de 19-3-2004).
Teoria externa: nas palavras do retromencionado autor, tal teoria adota a separação entre
o conteúdo do direito e limites que lhe são impostos do exterior, oriundos de outros direitos.
Essa teoria visa à superação dos conflitos de direitos dividindo o processo de interpretação
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DIREITOS HUMANOS
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Você percebeu que, para essa teoria, há um procedimento de interpretação bifásico: os di-
reitos inicialmente protegidos (direitos prima facie) são identificados, mas só serão efeti-
vamente aplicados sobre a situação fática, caso não exista uma restrição justificável criada
externamente por outro direito.
Para o doutrinador André Ramos, são chamados casos difíceis (hard cases) aqueles nos
quais há conflitos de direitos redigidos de forma genérica e imprecisa, contendo valores mo-
rais contrastantes e sem consenso na comunidade sobre sua resolução; que a insuficiência
da teoria interna se apresenta, levando a inúmeros precedentes judiciais a utilizarem a teoria
externa (e a ponderação entre os bens e valores envolvidos).
Para ele, o critério da proporcionalidade, então, é chave mestra da teoria externa, pois ga-
rante racionalidade e controle da argumentação jurídica que será desenvolvida para estabe-
lecer os limites externos de um direito e afastá-lo da regência de determinada situação fática.
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Boaventura parte da ideia do multiculturalismo e dos valores que devem ser respeitados
de cada cultura. Assim, a teoria da hermenêutica diatópica lança olhos para o problema da
incompletude das culturas. É certo que não se pretende alcançar tal completude – que, diga-
-se de passagem, não é possível – mas o objetivo da teoria é maximizar a consciência dessa
incompletude por meio de um diálogo.
Por sua vez, Herrera Flores não nega que os direitos humanos possam alcançar a univer-
salidade, mas afirma que esse universalismo não pode ser de partida, e sim de chegada.
Mas o que seria isso?
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Conferência Mundial de Direitos Humanos da ONU, realizada em Teerã, em 1968, na qual ficou
disposto que:
É indispensável que a comunidade internacional cumpra sua obrigação solene de fomentar e in-
centivar o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos, sem distinção
nenhuma por motivos de raça, cor, sexo, idioma ou opiniões políticas ou de qualquer outra espécie.
17
Letra a.
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humanos são protegidos, não importando nenhuma outra qualidade adicional, como
nacionalidade, opção política, orientação sexual, credo, entre outras. Essas caracterís-
ticas conjuntas da unidade, indivisibilidade e interdependência foram ressaltadas nas
Conferências Mundiais de Direitos Humanos da ONU em Teerã (1958) e em Viena (1993).
• Indisponibilidade ou irrenunciabilidade. O titular não pode dispor do núcleo essencial
ou mínimo dos seus direitos humanos. A indisponibilidade ou irrenunciabilidade revela
a impossibilidade de o próprio ser humano – titular desses direitos – abrir mão de sua
condição humana e permitir a violação desses direitos.
Obs.:
Consoante à lição de André Ramos, faz-se indispensável gravar os direitos com cláusu-
las protetivas, contra a vontade do Estado e até mesmo contra a vontade de seu titular,
demonstrando a essencialidade desses direitos e sua inerência à condição humana.
Cumpre reforçar que, apesar de não se admitir a eliminação ou disposição dos direitos
humanos em abstrato, seu exercício pode ser facultativo, sujeito inclusive à negocia-
ção ou mesmo prazo fatal para seu exercício. Nas palavras dele, só assim é possível
compreender o disposto no art. 7º, VI (irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo); XIII (duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e
a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho); XIV (“jor-
nada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva”), e ainda o XXIX (ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho),
da Constituição de 1988.
Outra observação diz respeito à indisponibilidade dos direitos humanos para prote-
ger seu titular de tratamento humilhante, cruel e degradante. Esse limite à autonomia
quanto ao exercício dos direitos ocorreu no chamado Caso do Arremesso do Anão,
na França. No caso, ocorreu a proibição desse tipo de conduta (arremesso de anão)
oferecida por uma casa noturna em Morsang-sur-Orge (periferia de Paris, França).
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Houve intenso debate sobre a indisponibilidade dos direitos humanos, uma vez que o
próprio anão atacou a proibição, alegando ter dado consentimento a tal prática e uti-
lizar equipamento de segurança satisfatório e de ter direito ao trabalho. Tanto perante
o Conselho de Estado francês quanto perante o Comitê de Direitos Humanos do Pacto
Internacional de Direitos Civis e Políticos, confirmou-se a legitimidade da proibição da
prática do “arremesso de anão”.18
Obs.: Para o doutrinador André Ramos, a abertura pode ser de origem internacional ou
nacional. A abertura internacional é fruto do aumento do rol de direitos protegidos
resultante do Direito Internacional dos direitos humanos, quer por meio de novos
tratados, quer por meio da atividade dos tribunais internacionais. Já a abertura nacio-
nal é fruto do trabalho do Poder Constituinte Derivado (por exemplo, a inserção do
direito à moradia pela EC n. 26/2000 e do direito à alimentação pela EC n. 64/2010) e
fruto da atividade interpretativa ampliativa dos tribunais nacionais. O art. 5º, § 2º, da
Constituição prevê o princípio da não exaustividade dos direitos fundamentais, intro-
18
RAMOS. André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. Editora Saraiva. 6ª edição.
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19
RAMOS. André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. Editora Saraiva. 6ª edição.
20
Errado.
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Sim. Segundo o referido doutrinador, a proibição é fruto dos seguintes dispositivos cons-
titucionais:
1) Estado democrático de Direito (art. 1º, caput);
2) dignidade da pessoa humana (art. 1º, III);
21
RAMOS. André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. Editora Saraiva. 6ª edição.
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Cumpre reforçar que não há uma vedação absoluta a alterações de proteção de direitos
humanos. Contudo, a doutrina lista três condições para que eventual diminuição na proteção
normativa ou fática de um direito seja permitida:
1) que a justificativa para a diminuição do direito tenha fundamento na necessidade de
garantir e proteger outros direitos humanos;
2) que tal diminuição supere o crivo da proporcionalidade;
3) que seja preservado o núcleo essencial do direito envolvido.
Por exemplo, podem ser constitucionais as alterações nas regras da aposentadoria dos ser-
vidores públicos que façam frente ao crescimento da expectativa de vida.
O doutrinador André Ramos indica que, no Supremo Tribunal Federal, há várias manifes-
tações sobre a proibição do retrocesso, em diversas subespécies:
• 1) Vedação do Retrocesso Social. O Min. Celso de Mello sustentou que:
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23
Letra d.
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EXERCÍCIOS
Questão 1 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/PROCURADOR) A
doutrina, ao tratar da estrutura dos Direitos Humanos, estabelece que
a) direito-pretensão consiste na faculdade de agir que gera a ausência de direito de qualquer
outro ente ou pessoa.
b) direito-pretensão consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever
de prestar.
c) direito-liberdade implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada sujei-
ção do Estado ou de outra pessoa.
d) direito-liberdade consiste na autorização dada por uma norma a uma determinada pessoa,
impedindo que outra interfira de qualquer modo.
e) direito-poder consiste no reconhecimento de que os direitos humanos são direitos de todos.
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b) V, F, F, V.
c) V, V, F, V.
d) F, F, V, F.
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a) I e III.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
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a) No caso de colisão entre tais direitos, o direito individual dos usuários de drogas à saúde
estará sempre em posição hierárquica inferior ao direito humano dos demais cidadãos à se-
gurança pública.
b) Não é possível obrigar os Estados a efetivar o direito ao trabalho, na medida em que se trata
de um direito que depende de questões econômicas e não propriamente jurídicas.
c) O conceito de superioridade racial não é discriminatório, devido à existência de evidências
científicas que indicam que indivíduos de determinadas raças têm habilidades intelectuais
mais desenvolvidas.
d) O movimento feminista é exemplo de movimento social de fundo discriminatório, na medi-
da em que prioriza os direitos da mulher em detrimento dos direitos do homem.
e) Entre os objetivos da Lei Brasileira da Inclusão, inclui-se o de eliminar as barreiras am-
bientais que dificultem a interação entre as pessoas com deficiência e as estruturas urbanas,
promovendo a igualdade.
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As pessoas naturais que violam direitos humanos continuam a gozar da proteção prevista
nas normas que dispõem sobre direitos humanos.
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( ) O respeito por todas as culturas, incluindo as das pessoas pertencentes a minorias e as
dos povos indígenas.
( ) Os Estados têm o direito de adotar medidas e políticas para a proteção e promoção da
diversidade das expressões culturais em seus respectivos territórios.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) 3, 2, 4, 1.
b) 4, 2, 1, 3.
c) 1, 3, 2, 4.
d) 4, 1, 3, 2.
e) 4, 1, 2, 3.
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GABARITO
1. b 28. a
2. C 29. C
3. E 30. E
4. C
5. d
6. d
7. a
8. c
9. a
10. d
11. b
12. d
13. e
14. c
15. E
16. d
17. c
18. C
19. b
20. d
21. C
22. d
23. e
24. a
25. c
26. a
27. C
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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/PROCURADOR) A
doutrina, ao tratar da estrutura dos Direitos Humanos, estabelece que
a) direito-pretensão consiste na faculdade de agir que gera a ausência de direito de qualquer
outro ente ou pessoa.
b) direito-pretensão consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever
de prestar.
c) direito-liberdade implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada sujei-
ção do Estado ou de outra pessoa.
d) direito-liberdade consiste na autorização dada por uma norma a uma determinada pessoa,
impedindo que outra interfira de qualquer modo.
e) direito-poder consiste no reconhecimento de que os direitos humanos são direitos de todos.
Letra b.
Nas palavras do professor André Ramos de Carvalho, o direito-pretensão consiste na busca
de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever de prestar. Nesse sentido, determinada
pessoa tem direito a algo, se outrem (Estado ou mesmo outro particular) tem o dever de rea-
lizar uma conduta que não viole esse direito. Assim, nasce o “direito-pretensão”, por exemplo,
o direito à educação fundamental, que gera o dever do Estado de prestá-la gratuitamente
(art. 208, I, da CF/88).
Para o mesmo doutrinador, o direito-liberdade consiste na faculdade de agir que gera a au-
sência de direito de qualquer outro ente ou pessoa. Assim, uma pessoa tem a liberdade de
credo (art. 5º, VI, da CF/88), não possuindo o Estado (ou terceiros) nenhum direito (ausência
de direito) de exigir que essa pessoa tenha determinada religião.
Ainda seguindo a estrutura dos direitos humanos do professor André Ramos, o direito-poder
implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada sujeição do Estado ou
de outra pessoa. Assim, uma pessoa tem o poder de, ao ser presa, requerer a assistência da
família e de advogado, o que sujeita a autoridade pública a providenciar tais contatos (art. 5º,
LXIII, da CF/88).
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Finalmente, o direito-imunidade consiste na autorização dada por uma norma a uma deter-
minada pessoa, impedindo que outra interfira de qualquer modo. Assim, uma pessoa é imune
à prisão, a não ser em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar
(art. 5º, LVI, da CF/88), o que impede que outros agentes públicos (por exemplo, agentes poli-
ciais) possam alterar a posição da pessoa em relação à prisão.
Certo.
Segundo gabarito do Cespe, o fundamento moral dos direitos humanos na teoria haberma-
siana toma como base a conhecida definição do filósofo Immanuel Kant de que as pessoas
devem ser tratadas não como objetos, mas como fins em si mesmas. Consoante lição de An-
dré de Carvalho Ramos, Kant defendeu a existência da dignidade intrínseca a todo ser racio-
nal, que não tem preço ou equivalente. Justamente em virtude dessa dignidade, não se pode
tratar o ser humano como um meio, mas como um fim em si mesmo. Esse conceito kantiano
do valor superior e sem equivalente da dignidade humana será, depois, retomado no regime
jurídico dos direitos humanos contemporâneos, em especial no que tange à indisponibilidade
e à proibição de tratamento do homem como objeto.
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Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
recomendam aos países com baixo desenvolvimento econômico que priorizem direitos so-
ciais em vez de liberdades individuais.
Errado.
Consoante justificativa trazida pelo próprio Cespe, não há hierarquia entre direitos humanos.
Mesmo em contextos de pobreza, as liberdades individuais precisam ser asseguradas, até
para que as pessoas possam utilizar essa mesma liberdade para interferir no desenho das
políticas públicas que assegurarão os direitos sociais.
Certo.
Consoante fundamentação do Cespe, a afirmativa está em consonância com o sentido dos
direitos humanos. A relação é importante para deixar claro que a maioria não tem poderes
ilimitados sobre as minorias e que os direitos humanos são esse limite, conforme Habermas.
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DIREITOS HUMANOS
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cama. Até o momento, ninguém compareceu à Defensoria Pública afirmando ter sido prejudi-
cado e solicitando providências.
Analise as seguintes afirmativas a respeito da hipótese apresentada e assinale com V as ver-
dadeiras e com F as falsas.
( ) Em obediência ao princípio da subsidiariedade dos Direitos Humanos e devido ao fato
de que estes possuem eficácia indireta nas relações entre particulares, o conflito deverá
ser resolvido por intermédio das normas de Direito Privado, com ampla participação da
Defensoria na condição de custos vulnerabilis.
( ) Pelo princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse dos particulares,
é vedado a estes se estabelecerem em via pública, tendo o município o direito de apre-
ender todos os pertences que estiverem colocados no referido local.
( ) O defensor público, ao tomar conhecimento dos fatos através do noticiário, poderá ins-
taurar, de ofício, procedimento para apurar as violações e buscar a reparação dos danos
causados.
( ) Há, na hipótese apresentada, a colidência entre direitos fundamentais, o exercício da
atividade econômica e os direitos sociais, a ser resolvida pelos critérios cronológico,
hierárquico e da especialidade.
Assinale a sequência correta.
a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) V, V, F, V.
d) F, F, V, F.
Letra d.
Item 1: Falso. Segundo o princípio da subsidiariedade, a jurisdição internacional deve ser aciona-
da apenas se a jurisdição nacional não se mostrar apta a solucionar a contento provável violação
aos direitos essenciais do homem. Assim, em regra, o indivíduo precisa esgotar todos os recur-
sos disponíveis de sua jurisdição interna antes de socorrer ao intermédio da jurisdição interna-
cional. Porém, se os recursos internos não existirem; se não forem disponibilizados à presumida
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vítima ou de outra forma lhe for impedido o acesso e, por fim, se houver demora injustificada no
julgamento da causa, torna-se lícito o recurso direto à jurisdição internacional, diante da com-
provada falta de idoneidade dos tribunais nacionais em conferir proteção esperada.
Item II. Falso. A supremacia do interesse público não permite que os bens sejam recolhidos.
Somente seria possível o recolhimento dos bens se se tratasse de bens ilícitos, provenientes
de crime ou se houvesse alguma infração administrativa que justificasse o pronto recolhi-
mento de bens que causassem risco à coletividade. Caso contrário, não é possível a apre-
ensão. O direito de propriedade deve ser garantido a todas as pessoas, somente poder ser
flexibilizado se atendido o devido processo legal.
Item III. Verdadeiro. Cumpre ao defensor público averiguar a situação, tomando as medidas
cabíveis (tratativas administrativas, TAC ou ajuizamento de ação individual ou coletiva, a de-
pender do caso concreto).
Item IV. Falso. Havendo colidência de direitos de igual importância, deve-se aplicar a técnica
da ponderação, utilizando-se o princípio da razoabilidade e proporcionalidade. O administra-
dor deverá ponderar os interesses em jogo, uma vez que o particular deve ser reconhecido
como um ser social possuindo legítimas prerrogativas individuais.
Letra d.
Consoante à Teoria Geracional de Karel Vasak, os direitos humanos estão contemplados em três
gerações: primeira geração (liberdade), segunda geração (igualdade) e terceira geração (fraterni-
dade). Os direitos de primeira geração referem-se às LIBERDADES NEGATIVAS CLÁSSICAS, que
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Teoria Geral dos Direitos Humanos
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Letra a.
Declaração dos Direitos Humanos de Viena (1993).
Letra c.
Vamos relembrar o tema?
De maneira sintética, podemos dizer:
Direitos de primeira geração: direitos civis e políticos.
Direitos de segunda geração: sociais, econômicos e culturais.
Direitos de terceira geração: protege direitos de titularidade coletiva, como meio ambiente
e paz.
Direitos de quarta geração: Paulo Bonavides diz que é o direito à democracia, informação e
pluralismo político. Para Norberto Bobbio, é direito de quarta dimensão a engenharia genética
e o patrimônio genético.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
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Direitos de quinta geração: Paulo Bonavides diz que a paz seria um direito de quinta geração.
No entanto, há autores que defendem seriam de quinta geração os direitos advindos da rea-
lidade virtual.
Letra a.
Urge relembrar que os direitos humanos não se aplicam às pessoas jurídicas, tão somente às
pessoas físicas.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
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a) I e III.
b) I e II.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
Letra d.
Item I certo. Segundo a teoria do duplo controle, deve-se exigir que todo ato interno se confor-
me não só ao teor da jurisprudência do STF, mas também ao teor da jurisprudência interame-
ricana. Com isso, evita-se o antagonismo entre o STF e os órgãos internacionais de direitos
humanos, evitando a ruptura e estimulando a convergência em prol dos direitos humanos.
Item II. Certo. O Professor André de Carvalho Ramos trata a teoria do abuso do direito como
uma técnica de “limitação de direitos fundamentais” e um “reforço ao juízo de proporcionali-
dade das restrições necessárias em uma sociedade democrática”. A ideia é a de que nenhum
direito humano pode ser exercido com o objetivo de suprimir outros direitos humanos ou o
regime democrático. Sua aplicação é polêmica e se fundamenta sempre num juízo de ponde-
ração metodicamente concretizado pelo princípio da proporcionalidade (adequação, necessi-
dade e proporcionalidade em sentido estrito).
Item III. Errado. Ao contrário, a não tipicidade dos direitos humanos - quer dizer a inexistência
de um rol exaustivo, ensejando uma interpretação ampliativa para incorporar novos direitos)
- viabiliza a interpretação evolutiva - ideia segundo a qual os direitos humanos devem ser
interpretados à luz das condições sociais do presente.
Item IV. Certo. O caso substrato da questão diz respeito ao caso Gonzalez Lluy vs. Equador.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos concluiu que confluíram, de maneira intersec-
cional, múltiplos fatores de vulnerabilidade associados à condição de se tratar de criança,
mulher, pessoa em situação de pobreza e acometida do vírus da AIDS. A criança foi contami-
nada com o vírus em decorrência de uma transfusão inadequada de sangue.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra b.
Relembremos a estrutura dos Direitos Humanos, a partir da doutrina de André de Carvalho
Ramos:
Direito-pretensão: confere ao titular o direito a ter alguma coisa que é devido pelo Estado ou
até mesmo por outro particular. Assim, o Estado (ou esse outro particular) devem agir no sen-
tido de realizar uma conduta para conferir o direito.
Por exemplo, o direito à educação, que deve ser prestado pelo Estado.
Direito-liberdade: impõe a abstenção ao Estado ou a terceiros, no sentido de se ausentarem,
de não atuarem como agentes limitadores. Cita-se como exemplo a liberdade de credo.
Direito-poder: possibilita à pessoa exigir a sujeição do Estado ou de outra pessoa para que
esses direitos sejam observados.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra d.
a) Errada. Uma das características dos Direitos Humanos é a universalidade, que deve ser
compreendida que esses direitos se destinam a todas as pessoas sem qualquer tipo de dis-
criminação, pouco importando a etnia, orientação religiosa ou sexual.
b) Errada. A unidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos sinalizam que os
direitos humanos devem ser compreendidos como um conjunto, um bloco único, indivisível e
interdependente de direitos. Assim, resta superada a existência de hierarquia entre os direitos.
c) Errada. Outra característica dos direitos humanos é a irrenuncibilidade, que significa a não
faculdade de dispor sobre a proteção da dignidade humana, não sendo possível renunciar em
absoluto e permanentemente à dignidade inerente à condição humana.
d) Certa. Retomar os comentários do item A.
e) Errada. Os direitos humanos são de titularidade ampla, não se restringindo a grupos sociais
vulneráveis.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra e.
Previsão do art. 3º, inciso IV, da LBI. No tocante à letra a, não há aprioristicamente hierarquia
entre os dois direitos. Deve ser aferido no caso concreto, a partir da proporcionalidade qual
direito deve ceder espaço ao outro.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra c.
O erro do item I diz respeito a seres vivos. São apenas os seres humanos, pessoas naturais,
os titulares de direitos humanos.
Errado.
A doutrina majoritária critica, especialmente, a expressão gerações de direitos, sob o argu-
mento que exprimiria a ideia de sucessão de direitos humanos, sendo alguns antecedentes
aos demais. Contudo, tal noção revela-se equivocada. Daí que a doutrina prefere a expressão
de dimensões de direitos humanos, que também não é indene de críticas.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
direitos que vigem numa ordem jurídica concreta, sendo, por isso, garantidos e limitados no
espaço e no tempo, pois são assegurados na medida em que cada Estado os consagra.
d) Na visão majoritária da doutrina, a Declaração Universal dos Direitos Humanos não é um
tratado internacional, no sentido formal, e, apesar de orientar as relações sociais no âmbito da
proteção da dignidade da pessoa humana, não possui, em si, força vinculante.
e) Os direitos humanos de quarta geração ou dimensão são os direitos difusos relacionados
à sociedade atual, a exemplo do direito ambiental, frequentemente violados sob os mais di-
versos aspectos.
Letra d.
a) Errada. Dizem respeito a direitos de primeira geração.
b) Errada. A principal diferenciação, para a vertente doutrinária que promove tal distinção, diz
respeito à matriz normativa: os direitos humanos seriam aqueles cristalizados pelo Direito
Internacional, já os direitos fundamentais seriam os estabelecidos pelo direito nacional.
c) Errada. Tal conceito consagra os direitos fundamentais.
d) Certa. Para além da inegável importância histórica da Declaração, sob o ponto de vista for-
mal não possui efeito vinculante, tendo em vista não ter sido adotada sob a forma de tratado
ou convenção.
e) Errada. Os direitos difusos, a exemplo do direito ambiental, são de terceira geração/dimensão.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
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Letra c.
A professora Flávia Piovesan coloca na estrutura central dos direitos humanos o respeito e a
garantia da dignidade da pessoa humana, que figura como um meta-valor em nosso ordena-
mento jurídico.
Certo.
A condição de violador de direitos humanos não afasta a condição de humanidade. Assim,
mesmo réus de crimes graves devem ter preservados os direitos mínimos nas cartas inter-
nacionais. A título de exemplo, identifica-se a aplicação das Regras de Mandela, que são as
regras mínimas para tratamento dos presos, que estipulam uma matriz normativa mínima
para garantir a dignidade humana no cárcere.
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Karoline Leal
Letra b.
a) Certa.
b) Errada.
c) Certa. Previsão do art. 1º, inciso VI, do Estatuto da Igualdade Racial.
d) Certa. Previsão do art. 44 da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San
José).
e) Certa. Os direitos humanos não admitem o regresso, no sentido da diminuição do seu ca-
tálogo ou dos meios de proteção.
Certo.
Isso mesmo! O fato de todas as pessoas serem titulares de direitos não significa existência de
uma cidadania global no mundo contemporâneo. Assim, é possível a limitação ou restrição do
exercício de direitos por estrangeiros, por exemplo.
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Letra d.
A questão cobrou a literalidade da Convenção sobre Diversidade. Contudo, seria possível res-
ponder adequadamente à questão a partir do conceito de direitos humanos e de suas carac-
terísticas.
Convenção Sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais
Artigo 2:
1. Princípio do respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais. A diversidade cul-
tural somente poderá ser protegida e promovida se estiverem garantidos os direitos humanos
e as liberdades fundamentais, tais como a liberdade de expressão, informação e comunicação,
bem como a possibilidade dos indivíduos de escolherem expressões culturais. Ninguém poderá
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra e.
Após os horrores da Segunda Guerra Mundial, restou patente que deveriam ser respeitados
valores mínimos por todas as nações. Assim, a tutela de direitos humanos deveria ser inter-
nacionalizada, não cedendo espaço à voluntariedade nacional para salvaguardar tais direitos.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra a.
a) Certa. Ademais, é certo que algumas facetas do exercício dos direitos humanos são renun-
ciáveis. Porém o núcleo duro não pode ser renunciado.
b) Errada. Os direitos humanos de todas as gerações são imprescritíveis. Ocorre que as pre-
tensões financeiras (reparação financeira) são, em regra, prescritíveis. Mas são aspectos dis-
tintos: o direito em si é imprescritível, mas a reparação financeira, em regra, é prescritível.
c) Errada. A indivisibilidade dos direitos humanos sinaliza que eles devem ser lidos como um
bloco íntegro: todos os direitos humanos possuem a mesma proteção jurídica, uma vez que
são essenciais para uma vida digna. Assim, não há que se falar em hierarquia entre os direi-
tos, como se uns fossem superiores aos outros. Todos os direitos são exigíveis, por serem
todos importantes para a materialização da dignidade humana.
d) Errada. De maneira similar à característica da indivisibilidade, a interdependência ou in-
terrelação transmite a ideia de unicidade, não sendo possível garantir a proteção de maneira
fragmentada. É bastante comum que os autores indiquem como expressões correspondentes
indivisibilidade, interdependência ou interrelação.
e) Errada. Ao revés, indica a abertura dos direitos humanos, que estão em constante processo
evolutivo.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra c.
a) Isso mesmo! Os direitos humanos são aplicados independentemente de condição socioe-
conômica, orientação sexual, opção política, procedência nacional.
b) Perfeito!
c) A primeira parte da resposta está correta, pois são de fato inalienáveis. Porém, em determi-
nadas situações, é possível a limitação do exercício de tais direitos.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra a.
a) Certa. Isso mesmo. Os direitos de terceira geração compreendem os direitos transindivi-
duais.
b) Errada. Estaria certa se mencionasse apenas a Carta Magna de 1215. O tratado de Ver-
salhes não guarda pertinência com esse fato histórico. Ele versou sobre um tratado de paz
assinado pelas potências europeias responsável por encerrar oficialmente a Primeira Guerra
Mundial. Tem relação aos direitos de segunda geração.
c) Errada. Gente, me conta em que a doutrina é unânime? Sempre teremos vozes dissonantes.
Então, fique atento(a) a essas expressões “a doutrina unânime”! A doutrina pode ser majori-
tária, pode ser amplamente majoritária, mas unânime dificilmente. Ok? E já sabemos que há
diferença entre as duas expressões, doutrinariamente.
d) Errada. Os direitos de segunda geração não contemplam os direitos coletivos, apenas os
sociais, culturais e econômicos. A segunda informação não é verdadeira: a Constituição do
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Certo.
De fato, a doutrina promove a diferenciação entre direitos humanos e fundamentais a partir
da esfera de proteção externa ou interna. Assim, se previsto nos documentos internacionais
(tratados ou convenções), seriam direitos humanos; se previsto nas Constituições Nacionais
seriam direitos fundamentais.
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Letra a.
Os direitos humanos possuem a mesma proteção jurídica, não havendo hierarquia entre eles.
Indivisibilidade. Todos os direitos humanos possuem a mesma hierarquia e a dignidade hu-
mana somente é respeitada quando todos os direitos humanos são protegidos
Universalidade. A característica da universalidade indica que os direitos humanos constituem
uma categoria comum a todas as culturas.
Indisponibilidade ou irrenunciabilidade. O titular não pode dispor do núcleo essencial ou mí-
nimo dos seus direitos humanos.
Inalienabilidade. Os direitos humanos não são objetos de comércio. A inalienabilidade pugna
pela impossibilidade de se atribuir uma dimensão pecuniária desses direitos para fins de venda.
Imprescritibilidade. A pretensão de respeito aos direitos humanos é imprescritível, mas a pre-
tensão de reparação econômica do dano pode não ser.
Certo.
Exatamente isso!
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DIREITOS HUMANOS
Teoria Geral dos Direitos Humanos
Karoline Leal
Errado.
A questão somente está incorreta por conta da parte final, pois são possíveis limitações ra-
zoáveis e que não esfacelem o direito já consolidado. O exemplo claro desse efeito cliquet diz
respeito à aposentadoria. Não se pode extinguir tal direito, porém são legítimas alterações
que ampliam o tempo de contribuição.
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