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credito/

AÇÃO REVISIONAL DE CARTÃO DE CRÉDITO / 25 de novembro de 2020

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA


CÍVEL DA COMARCA DE ___________________

(NOME DO AUTOR), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob


nº (nº do CPF) e portador do RG nº (nº do RG), residente e domiciliado à (endereço
completo, com cidade, estado e CEP), com endereço eletrônico (e-mail) e telefone
(nº do telefone), por intermédio do seu advogado, (nome do advogado), inscrito na
OAB/(UF) sob n° (nº da OAB), com domicílio profissional na cidade de (nome da
Cidade), (endereço completo), que recebe intimações pelo e-mail (e-mail do
advogado) e telefone (telefone do advogado),  vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE CARTÃO DE CRÉDITO com PEDIDO DE TUTELA


ANTECIPADA DE URGÊNCIA (indicar o pedido de tutela antecipada, se houver),
em face de

(NOME DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA), instituição financeira de direito privado,


inscrita no CNPJ sob o nº (nº do CNPJ), estabelecida na (endereço completo), com
endereço eletrônico (e-mail) e telefone (nº do telefone), pelos motivos e
fundamentos a seguir alinhados:

DOS FATOS

 
O Autor celebrou com a instituição financeira Ré contrato de abertura de cartão de
crédito, sendo, portanto, o título do (descrever a nomenclatura e a bandeira do
cartão de crédito), desde (indicar a data em que contratou a modalidade de
crédito).

Impera mencionar que o limite disponibilizado para compras foi no valor de R$


(indicar valor do limite do cartão) (indicar valor do limite do cartão por extenso).

Ocorre que, tendo utilizado o limite contratado, em face da notória abusividade dos
encargos financeiros, tanto em relação à taxa de juros remuneratórios, que se
demonstrou superior a média praticada pelas demais instituições do Sistema
Financeiro Nacional, quanto em relação aos acréscimos moratórios (mencionar aqui
o fator de ilegalidade identificada, por exemplo, cumulação de correção monetária
com comissão de permanência), a dívida tornou-se verdadeiramente
desproporcional ao “quantum” tomado e notoriamente “impagável”.

Destarte, inconformado com a situação, busca o Autor a revisão judicial do contrato


de cartão de crédito, afastando as cláusulas arbitrárias e ilegais, para que o Juízo
assegure o equilíbrio na relação consumerista em tela, como única forma de Justiça.

DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS

DA INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Inicialmente, oportuno que se pontue que a relação em debate possui natureza


consumeirista, consoante, aliás, já restou definido pelo Superior Tribunal de Justiça,
em sua súmula nº 297, a qual destaca que o Código de Defesa do Consumidor é
aplicável as Instituições Financeiras.

Outrossim, consoante está expresso no artigo 3º, § 2º da Lei 8.078/90 – Código de


Defesa do Consumidor, os Bancos e suas Empresas Financiadoras são considerados
fornecedores, sujeitos, portanto, as normas de proteção contratual.

Logo, resta imperativo que seja considerado em favor do Autor todas as


prerrogativas previstas no CDC, como a noção de hipossuficiência, a inversão do
ônus da prova e principalmente, as normas que estabelecem os limites para o
contrato de adesão.

 
DA POSSIBILIDADE DA REVISÃO JUDICIAL DO CONTRATO

A revisão de um contrato é plenamente possível para afastar as cláusulas nulas de


pleno direito, que coloquem o consumidor em um cenário de desvantagem
exagerada, incompatível com a boa-fé e a equidade, conforme encontra-se
disposto no artigo 51, inciso IV, do CDC.

Ademais, vejamos a previsão do artigo 122 do Código Civil:

“São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou
aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de
todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das
partes”. – Grifo nosso.

Ora Excelência, trata-se de um contrato com cláusulas leoninas, em manifesto


descompasso com o aquilo que clama a nossa legislação, já que (indicar as
cláusulas e condições abusivas existentes no contrato), devendo, por conseguinte,
receber a devida revisão judicial, assegurando ao Autor a efetividade do
procedimento jurisdicional.

DO CONTRATO DE ADESÃO E AS CLÁUSULAS CONTRATUAIS NULAS[1]

DA ABUSIVIDADE NA APLICAÇÃO DA TAXA DE JUROS

Conquanto o Superior Tribunal de Justiça tenha editado a Súmula nº 382, que


estabelece que a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por
si só, não indica abusividade, é cediço que a interpretação das cláusulas contratuais
que fixaram juros notoriamente abusivos deve ocorrer nos moldes do que disciplina
o Código de Defesa do Consumidor, sendo afastada toda aquela que ofereça
flagrante e exclusiva vantagem ao fornecedor.

(Descrever as cláusulas referentes à incidência de juros presentes no contrato).


Levando-se em conta que deve ser adotado como norte a taxa média de juros de
mercado, sendo essa o resultado de um cálculo efetuado pelo Banco Central, no
que se refere ao negócio em exame, temos que o instrumento adotou juros
abusivos, que superam a avaliação de mercado na época de sua assinatura.

(Descrever a taxa média de juros e fazer um comparativo com a adotada no


contrato).

Assim, a taxa deve ser revisada, nos moldes do que define ao artigo 6º, inciso V, do
Código de Defesa do Consumidor.

DA APLICAÇÃO DE JUROS CAPITALIZADOS[2]

DA TUTELA ANTECIPADA[3]

Sabidamente, consoante está expresso na Súmula nº 380 do STJ, o ajuizamento da


ação revisional não é suficiente para o afastamento da mora contratual, tornando-
se indispensável que se demonstre as abusividades presentes no instrumento,
capazes de conferir verossimilhança às alegações do Autor.

(Desenvolver cada uma das condições para o deferimento da tutela antecipada,


conforme orienta as teses firmadas pelo STJ: temas 31, 32, 33, 34 e 35)[4].

Resta notória a comprovação da probabilidade do direito do Autor por meio


(descrever a prova que acompanha a ação e faz prova das alegações do Autor).

Pelo exposto, temos que no caso do Autor houve manifesta afronta ao


entendimento do Tribunal Superior, devendo, portanto, ser deferida a tutela de
urgência, no intuito de afastar a mora contratual, ordenando que a Ré se abstenha
de realizar a inscrição do mesmo no cadastro de inadimplentes.

Outrossim, requer que se interrompam as eventuais medidas constritivas que


estejam em andamento.

DOS PEDIDOS

 
Diante ao exposto, requer a Vossa Excelência:

1. a) a concessão, inaudita altera parte, da tutela antecipada, para o fim de


impedir que a Ré se abstenha a realizar a inscrição do Autor no cadastro de
negativados (SPC, Banco Central e Serasa).

1. b) seja julgada totalmente procedente a presente demanda, determinando a


revisão do contrato de cartão de crédito em comento, declarando nulas as
cláusulas contratuais ilegais ou abusivas abaixo relacionadas, posto que
colocam a parte Autora em notória desvantagem em relação a parte Ré:

(Alinhar aqui cada cláusula que entende abusiva ou ilegal, requerendo, de forma
pontual, o acolhimento da pretendia revisão).

I–

II –

1. c) seja determinada a citação da Ré, na pessoa do seu representante legal,


para, querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão.

1. d) o aprazamento da audiência de conciliação, nos termos do artigo 319,


inciso VII, do CPC.

1. e) A condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios, nos termos da segunda parte do §2º, do artigo 85 do CPC.

Por fim, requer o benefício da gratuidade de Justiça, com fulcro na Lei nº. 1.060/50,
por não possuir o Autor condições de arcar com as custas processuais e os
honorários advocatícios, sem prejuízo de seu próprio sustento, conforme
declaração de hipossuficiência econômica em acoste (incluir esse pedido apenas se
o Autor for pessoa pobre, nos termos da Lei).
 

Protesta pela inversão do ônus da prova, com base no artigo 6º, inciso VIII do CDC,
bem como provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
especialmente pelos documentos colacionados, depoimento pessoal das partes,
oitivas de testemunhas, sem prejuízo de quaisquer outros que se fizerem
necessários no curso da instrução processual.

Dá-se a causa, para efeitos fiscais e legais, o valor de R$ ____ (escrever o valor por
extenso).

Termos em que, pede e espera deferimento.

(cidade), (data)

___________________________________

Nome do advogado(a) por extenso

(nº da OAB)/(UF da OAB)

[1] Indicar para o Juízo cada uma das cláusulas abusivas existentes no contrato,
seguindo aquilo que dispõe o artigo 51 e seguintes do CPD.

[2] A Súmula nº 121 do STF destaca que é vedada a capitalização de juros, ainda
que expressamente convencionada, que é a aplicação de juros sobre juros.

[3] Este tópico deverá estar presente nas hipóteses em que a demora no deslinde
do feito possa acarretar em dano ou risco ao resultado útil do feito, como, por
exemplo, na hipótese do Autor estar negativado ou em risco de ser negativado em
decorrência do suposto inadimplemento contratual ou, ainda, do risco da perda do
automóvel ou ruína patrimonial. Caso o pedido de tutela antecipada seja realizado,
esse deve estar expresso nos pedidos.

[4] a) que haja ação proposta pelo devedor contestando a existência integral ou
parcial do débito; b) que haja efetiva demonstração de que a contestação da
cobrança indevida se funda na aparência do bom direito e em jurisprudência
consolidada do STF ou do STJ; c) que, sendo a contestação apenas de parte do
débito, deposite, ou preste caução idônea, ao prudente arbítrio do magistrado, o
valor referente à parte tida por incontroversa.

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