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RESENHA

Por
Kátia Gally Calabrez

ELLMERICH, Luis, História da Música. (4ª. Edição). São Paulo: Fermata do Brasil, 1973.
ISBN 000-00-0000-000-0.

O autor ELLMERICH, é professor de música no ensino estadual e municipal de São


Paulo, pianista e compositor, além de jornalista e crítico musical.
Na Antiguidade: Egito, bem antes da era cristã, as atividades musicais eram de
caráter religioso, militar e social; os instrumentos musicais eram: crotalo, sistro, tambores,
cítara, harpa, trígono; provavelmente se baseavam na escala pentatônica. Hebreus
usavam a música para fins de guerra, religiosos, festas e lamentações; os instrumentos
eram: tof, tambor alongado, seliselim, prato metálico (timbal), shalil, nekeb, hasosrah,
keren, shofar, kinor, harpa, cítara triangular, nebel, alamth, aulos, azor cheminith, kerene,
salpinge, saltério, sinfonia, ngabe. Síria originou a cítara. Fenícia originou as castanholas.
Arabes absorveram as músicas e instrumentos dos persas e outros povos conquistados;
oitava dividida em 17 intervalos; instrumentos: nai, samr e argul, flautas de diversos
tamanhos, sukara, magruba, flauta dupla, el-oud, espécie de bandolim, tamburra, kanum,
rebab. Hindus, escala musical contendo 22 intervalos por oitava, chamados sruti;
instrumentos: matalam, dool talan, tabla, basaree, flauta nasal, carna, flauta rudimentar
sem orifícios, vina, taitanti-vina (sitar), ravanastron. Laos, preservou a cultura Indu,
instrumentos nacionais: khen. China, em 2637 a.C., forma a doutrina sobre a arte dos
sons, o princípio da oitava e da tônica, o tom fundamental. A aristocracia Chinesa não
dispensava a educação musical, em 140-87 a.C. inaugurou a Academia de Música;
sistema musical baseado na escala pentatônica; instrumentos: tan-tan e gong, yang-chin,
ti-chi, kuant-tse, shen, er-rhu, kau-rhu e dirhu, pi-pa, san-sien, iang-chin, iuan e kin.
Na mitologia Grega, a palavra música significa a arte das musas. Na Grécia, o
sistema musical, bastante desenvolvido, baseava-se em sete escalas, chamados modos.
A Pitágoras (século VI – V a.C.) atribui-se a descoberta da relação da matemática e a
música. O ensino da música era obrigatório, para fins práticos e morais. Os principais
cantos gregos, chamados nomos eram: treno (ritual fúnebre), pean (hino da alegria e
agradecimentos), ditirambo (consagrado a dionysos). Os instrumentos eram: tambor,
tímpano, címbalo, sistro, e triangulo, aulos, diaulo, sirinx, liras, cítaras, salteron, trígono,
sambuca, lirofenix, magadis.
Os romanos não alcançaram grande desenvolvimento nas artes em virtude de sua
tendência para a guerra e constante preocupação nas lutas de conquistas; seu
florescimento artístico começa com a subjugação da Grécia em 146 a.C. A partir do
imperador Nero (54-68), a arte musical toma impulso. Os romanos naturalmente,
conheciam a maioria dos instrumentos dos povos orientais, mas usavam a lira e a cítara,
a tíbia, a fístula, tuba, cornu, buccina, lituu.
Os cantos dos primeiros cristãos derivam de melodias hebraicas, gregas e
romanas; a partir de 313, ano em que o Imperador Constantino concedeu liberdade aos
cristãos, progredindo o canto religiosos. Santo Ambrósio (374 a 397) é o primeiro a
organizar o canto em sua diocese. Santo Agostino propagou o salmo ambrosiano e
redigiu o tratado “De Música”, importante para a teoria do canto de Igreja. São Gregório
Magno (590 a 604) estendeu a toda a Igreja; coordenou os cantos litúrgicos, hinos e
responsórios no Antifonário; fundou a primeira escola de canto (Schola Cantorum); e o
canto cristão passou a ser chamado de Canto Gregoriano e suas principais características
são monodia (canto a uma voz), diatonismo, ritmo livre e texto em latim, em português
conhecida como cantochão, ou seja, canto plano, por ser melodia monótona e de pouca
extensão vocal.
A música na Idade Média e na Renascença. As Trevas da Idade Média, período de
estagnação nas ciências e nas artes. Como manifestação da música profana surge a
canção, cultivadas pelos nobres em seus castelos e pelo povo nas ruas, festas e feiras. A
difusão da canção, a partir do século XI é atribuída aos trovadores (cantores ambulantes
de origem nobres, acompanhados por músicos, os menestréis e jograis, que eram
pessoas de baixa categoria social, que além de tocar harpa ou viola, exibiam-se como
dançarinos, acrobatas). Fundaram as primeiras confrarias junto às igrejas (espécie de
associação de músicos profissionais), no ano de 1288 em Viena; tomando São Nicolau
como patrono. O teatro teve caráter Sacro, com participação de música vocal e
instrumental, tratando de episódios da Bíblia. Nos primeiros 10 séculos da música
religiosa, sua forma sempre foi monódica. O acompanhamento ao órgão origina a música
simultânea a várias vozes, tornando-a polifônica no século X. da simultaneidade de
diversas melodias e da diversidade dos movimentos surge o contraponto, tornando-se
uma forma de música erudita na Idade Média. A polifonia origina o movimento ARS
NOVA, notável progresso na criação musical.
A Renascença, libertando o homem das severas normas da vida. Surgiu Lutero na
Alemanha, um dos reformadores; era músico e compositor; a Reforma protestante que
afastou muitos povos da Europa do catolicismo, ensejou a contra-reforma, no Concilio
deTrento que não mais admitia o canto gregorianos, contanto que a música fosse simples
e o texto bem compreensível. O motete que era uma peça para várias vozes em latim
referentes a fatos ou festas religiosas. Antífona, inicialmente canto dos salmos e hino,
alternando as duas partes do coro, mais tarde coro e povo.
A origem da Ópera está nos antigos melodramas; o oratório foi uma manifestação
de melodrama, de caráter religioso. As músicas empregadas ao início eram a várias
vozes e de estilo popular (canções e vilanelas). Com o correr dos tempos a poesia dessas
peças ganhou sentido narrativo e dramático, mas sempre, com enredo religioso. No
começo cantava todo o coro, depois surgiu o canto monódico e já em forma
representativa, porém sem cena; em contraste com o melodrama profano. O Oratório
chegou ao pleno desenvolvimento no século XVII. O gênero intermediário entre o oratório
e futura Ópera é a Cantata, que se caracterizava com um lirismo subjetivo, podendo ser
sacra ou profana, contendo solos e coros e o seu acompanhamento é mais amplo,
numeroso e desenvolvido.
No fim da Renascença já existiam as seguintes formas de músicas profanas:
vilanela ou fratola (canção italiana leve, brejeira ou cômica), canzoneta ou canção (texto
mais elevado, geralmente em duas partes, espécie de pequeno poema lírico, bem curto
com assuntos agradáveis, se juntando uma melodia para ser cantado em família).
Madrigal, cantado à três ou mais vozes, sobre pequena poesia italiana de estilo idico ou
amoroso.
O Romantismo na arte musical significa o abandono às regras e à disciplina do
classicismo, a expressão, numa linguagem tumultuosa, sem ordem e medida, procura
traduzir os sentimentos do compositor. Na música romântica o autor descreve a placidez
da vida tranquila, seus sonhos e melancolias, suas paixões e ideias revolucionárias. A
tendência descritiva na música romântica surge nos poemas sinfônicos.
Na Música Contemporânea o conceito de unidade tonal, elemento básico da forma
clássica é substituído pela bitonalidade, pela politonalidade e pela atonalidade. A
harmonia livra-se das regras fundamentais e o ritmo apresenta-se sem a simetria habitual
(polirritimia).

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