Esta obra não tem a pretensão de esgotar o assunto, muito pelo contrário, reconhecemos
que a Bibliologia é muito mais ampla do que o exposto abaixo; todavia o nosso alvo são
aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de se aprofundarem no assunto, mas querem
ter uma base sólida; e para os que já foram mais adiante uma oportunidade para relembrar ou
atualizar-se.
Está em vigor a Lei 9.610, de 19/02/98, que legisla sobre Direitos Autorais, que diz que se
constitui crime reproduzir por xerocópia ou outros meios, obras intelectuais sem a
Autorização por Escrito do autor.
BIBLIOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO . . . . . . 04
I. A BÍBLIA . . . . . . 05
II. A BÍBLIA COMO LIVRO . . . . 08
III. A PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA . . 17
IV. A BÍBLIA EM SEQÜÊNCIA HISTÓRICA . . 33
V. CRONOLOGIA BÍBLICA . . . . 40
VI. A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS . . 48
VII. HERMENÊUTICA BÍBLICA . . . . 57
VIII. BIBLIOGRAFIA . . . . . . 60
Edição 2007
HUMANIZA CURSOS 3
HUMANIZA CURSOS INTRODUÇÃO À BIBLIOLOGIA
INTRODUÇÃO
Este Estudo traz uma visão panorâmica sobre a Bíblia, bem como histórica dos fatos mais
famosos. Com ele você vai entender cronologia dos fatos, como ela chegou até nós, como
podemos entendé-la e por fim sua inspiração divina.
O estudante da bíblia terá a sua disposição neste livro de estudo o maior conteúdo sobre
as escrituras já sintetizado de forma objetiva e dinâmica para facilitar seu entendimento com
clareza dos temas aqui abordados.
A Bíblia é um livro por excelência, porém o seu estudo é simples e ao mesmo tempo
fantástico; cada palavra ou texto tem um significado, um valor matemático, porque nos
alfabetos originais, aramaico, hebraico e grego, cada letra tem seu valor numérico, de sorte
que as palavras podem ser somadas matematicamente.
A Bíblia também é riquíssima em linguagem simbólica, tanto no Antigo Testamento
quanto no Novo, vejamos os mais importantes:
Água: Palavra de Deus – regeneração:
Ef 5.26 “...para a santificar , purificando-a ...”
Águia: Renovo do crente: Is 40.31.
Âncora: Esperança, Segurança: Hb 6.19.
Batismo: Morte do pecador para o mundo:
Rm 6.3,4 “... ou não sabeis ... fomos batizados na sua morte? ...”
Besta: Sistema de governo do AntiCristo: Ap 13.1,11 – a Besta que sobe do mar é o
AntiCristo e a besta que sobe da terra é o falso profeta. Compare Ap 13 com Dn 7.
- Leopardo: é a Grécia, fala de rapidez (Dt 7.6).
- O Urso: é a Pérsia, força no seus pés (Pv 28.15).
- O Leão: é a Babilônia – soberba, na sua boca (Ap 13.5).
I - A BÍBLIA
1 - O QUE É A BÍBLIA?
- É a revelação de Deus no seu relacionamento com a humanidade - Seu autor é o
próprio Deus.
A palavra BÍBLIA em português deriva da palavra grega “biblion”, “rolo” ou “livro” - os
livros antigos tinham a forma de rolos. Jr 36.2
O vocábulo “Bíblia” não se acha nas Sagradas Escrituras, consta apenas na capa. A
origem do vocábulo vem do grego; é derivado do nome que os gregos davam à folha (casca)
de papiro, no século XI a. C., preparada para a escrita - “biblos”; um rolo de papiro de
tamanho pequeno era “biblion” e vários destes formavam uma “Bíblia” - que significa
“coleção de livros”.
Os primeiros a usarem a palavra “Bíblia” para designar as Escrituras foram os discípulos
de Cristo, no século II d.C.
- Seu intérprete é o Espírito Santo, o Tema central é JESUS CRISTO.
- Crer nestes pontos é de vital importância para o estudo da Bíblia, pois nossa atitude em
relação a ela demonstra nossa crença no Deus da Bíblia.
- Lendo-a, conhecendo o seu autor - Deus; desta maneira o Senhor pelo seu Espírito a
revelará: Lc 24.45; 1Co 2.10,12,13. Ninguém pode melhor explicar um livro do que o seu
próprio autor. A Bíblia interpreta-se a si mesma.
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1 - OS LIVROS ANTIGOS
A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolos (Jr 36.2). Eram feitos
de papiro ou pergaminho:
- O papiro é uma planta aquática que cresce junto a rios, lagos e banhados, no Oriente,
cuja a entrecasca servia para escrever.(Ela existe no Sudão, Galiléia Superior e no vale de
Sarom).
- O pergaminho é pele de animais, cortida e polida, utilizada na escrita. É material gráfico
melhor que o papiro, é de uso mais recente que o papiro (2 Tm 4.13).
A Bíblia foi escrita originalmente em forma de rolo, sendo cada um dos livros um rolo.
2 - SUA ESTRUTURA
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A DIVISÃO DA BÍBLIA
ANTIGO TESTAMENTO
Livro: Autor: Tema: Referência a Vs Chave
Cristo
LEI OU PENTATEUCO: 5 Livros
Gênesis Moisés O Começo Semente da Mulher Gn 3.15
Êxodo Moisés Israel Redimido O Cordeiro Pascoal Ex 12.5-13
Levítico Moisés Santidade ao Senhor Sacrifício Expiatório Lv 4.14-21
Números Moisés Peregrinação A Rocha Ferida Nm 20.7-13
Deuteron. Moisés/Jos Repetição da Lei O Profeta Dt 18.15
ué
HISTORIA: 12 Livros
Josué Josué A Conquista da Terra Grande Capitão Js 5.14
Juízes Samuel Derrota e Livramento O Libertador Jz 3.9
Rute Samuel O Parente Remidor Remidor Divino Rt 3.12
1 Desc/Samuel Teocracia a Monarquia O Rei Esperado 1 Sm 8.15
Samue
l
2 Desc/Samuel O Reinado de Davi O Rei Esperado 2 Sm 8.15
Samue
l
1 Reis Desconhecido O Reino é Dividido O Rei Prometido 1 Rs 4.34
2 Reis Desconhecido Israel e Judá Cativos O Rei Prometido 2 Rs
1 Desconhecido Genealogia e História O Rei Prometido 1 Cr 3.10
Crônic
as
2 Desconhecido A Grandeza de Judá O Rei Prometido 2 Cr
Crônic
as
Esdras Esdras Volta do Remanescente Ensinador Divino Ed 7.10
Neemi Neemias Restauração de Jerusal. O Edificador Ne 2.18-20
as
Ester Desconhecido A Providência de Deus Nosso Advogado Et 4.14
POESIA: 5 Livros
Jó Desc/Moisés Prob. do Sofrimento Redentor que Vive Jó 19.25
Salmo Salmistas Louvor Socorro e Alegria Sl 46.1
s
Provér Salomão Sabedoria A Sabedoria de Pv 8.22-36
bios Deus
Eclesia Salomão Raciocínio Humano O Pregador Ec 12.10
stes Perfeito
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Maiores: 5 livros
Isaías Isaías O Messias de Israel O Messias Prometido Is 42
Jeremias Jeremias Advertência e Juízo O Renovo Justo Jr 23.5
Lamentações Jeremias Lam. sob. Jerusalém Consolador de Israel Lm 1.2
Ezequiel Ezequiel Julgamento e Glória O Filho do Homem Ez 2.3
Daniel Daniel Plano Deus/H. Mundo O Quarto Homem Dn 3.25
Menores: 12 livros
Oséias Oséias Amor Redentor O Esposo Os 2.16
Joel Joel Dia do Senhor O Juiz das Nações Jl 3.12
Amós Amós Julgamento do Pecado O Deus do Fogo Am 5.6
Obadias Obadias Condenação de Edon O Nosso Salvador Ob 21
Jonas Jonas Misericórdia Deus Ressurreição e Vida Jn 2.910
Miquéias Miquéias Juízo e Reino Ajuntador de Israel Mq 2.13
Naum Naum Tempo de Angústias Fortaleza na Angústia Na 1.7
Habacuque Habacuque Da Dúvida a Fé O Puro de Olhos Hc 1.13
Sofonias Sofonias O Dia do Senhor O Senhor Zeloso So 3.17
Ageu Ageu Reconstrução Templo Desejado das Nações Ag 2.6,7
Zacarias Zacarias Advento do Messias O Renovo Zc 6.12
Malaquias Malaquias Formalismo O Sol da Justiça Ml 4.2a
b) PROFETAS:
Primeiros Profetas: Josué, Juízes, Samuel e Reis;
Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Os 12 Profetas Menores;
c) ESCRITOS:
Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó;
Os Cincos Rolos: Cântares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester;
Livros Históricos: Daniel, Esdras - Neemias e Cronicas.
NOVO TESTAMENTO
Livro: Autor: Tema: Referência a Cristo Vs Chave
BIOGRAFIA: Os 4 Evangelhos
Mateus Mateus O Rei O Messias Mt 2.6
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HISTORIA: 1 livro
Atos Lucas Missões no 1º O Cristo Ressurgido At 2.24
Século
Epístolas Individuais:
1 Timóteo Paulo Ordem A Nossa Esperança 1 Tm 1.1
Eclesiástica
2 Timóteo Paulo Conservando a O Nosso General 2 Tm 2.1
Verdade
Tito Paulo A Ordem na O Nosso Salvador Tt 3.6
Igreja
Filemon Paulo O Amor O Doador do Bem Fm 6
Exemplificado
Epístolas Universais:
Tiago Tiago Prática da Vida O Legislador Tg 4.12
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Cristã
1 Pedro Pedro Sofrimento e O Fundamento da Fé 1 Pe 2.6
Glória
2 Pedro Pedro Últimos Dias O Nosso Senhor 2 Pe 1.2
1 João João Comunhão O Cristo 1 Jo 5.1
2 João João Mandamento O Filho do Pai 2 Jo 3
de Cristo
3 João João Andando na A Verdade 3 Jo 4
Verdade
Judas Judas Salvação Julgador v. 23
PROFECIA: 1 Livro
Apocalipse João Consumação O Alfa e o Ômega Ap 22.13
3 - O CÂNON NA BÍBLIA
b) O Cânon do NT, teve a sua formação em um período mais curto, aproximadamente 100
anos. Iniciando-se cerca do ano 52 d.C. e terminando antes do ano 100 d.C.
- As Epístolas de Paulo, foram escritas entre os anos 52 d.C. a 67 d.C., sendo os primeiros
escritos do NT.
- Os Evangelhos, a princípio foram propagados oralmente, e só depois foram escritos. Os
Sinópticos, foram escritos entre os anos 60 a 65 d.C., João em 85 d.C.
- Atos dos Apóstolos foi escrito por volta do ano 63 d.C.
- As Epístolas de Hebreus a Judas, foram escritas entre 68 a 90 d.C.
- Apocalipse, foi escrito em 96 d.C. durante o reinado do Imperador Domiciano.
A data do reconhecimento e fixação do Cânon do NT, ocorreu no III Concílio de
Cartago, em 397 d.C., sendo reconhecidos todos os livros tal qual temos na Bíblia.
4 - OS LIVROS APÓCRIFOS
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A Bíblia foi inspirada, escrita, traduzida e preservada, tudo pela providência de Deus, para
que ela chegasse as nossas mãos, para nossa felicidade eterna.
1 - LÍNGUAS ORIGINAIS
a) O HEBRAICO, AT, o idioma oficial de Israel, faz parte das línguas semíticas, que
formavam ramo lingüístico dividido em grupos, entre estes o grupo Cananeu do qual fazia
parte o Hebraico.
É chamado também no AT de “Língua da Canaã, “Língua Judaica”
(Is 19,18 “Naquele tempo, haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão
a língua de Canaã e farão juramento ao SENHOR dos Exércitos; e uma se
chamará Cidade da Destruição.”; 2 Rs 18,26,28; Is 36.13 “Rabsaqué, pois, se
pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do
grande rei, do rei da Assíria.”).
A escrita hebraica nos tempos antigos só empregava consoantes. Após o século VI, foram
acrescentados sinais vocálicos para perpetuar a pronúncia tradicional. Esses sinais são
chamados “massoretas” que quer dizer tradição. Qualquer texto bíblico posterior ao século
VI é chamado “massorético” porque contém sinais vocálicos. Além do texto massorético,
há outro texto das Escrituras. O Pentateuco Samaritano, que empregava os antigos
caracteres hebraicos.
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b) O ARAMAICO
(“7 E, nos dias de Artaxerxes, escreveu Bislão, Mitredate, Tabeel e os outros
da sua companhia a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta estava escrita em
caracteres aramaicos e na língua siríaca.8 Escreveram, pois, Reum, o
chanceler, e Sinsai, o escrivão, uma carta contra Jerusalém, ao rei
Artaxerxes, nesta maneira.” Ed 4.8 a 6.18; Dn 2.4 a 7.28; Jr 10.11) é um
idioma semítico falada desde 2.000 a.C. em Arã ou Síria: (Arã é hebreu, Síria
é grego).
No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se língua popular dos judeus e nações vizinhas.
Por volta do ano 1000 a.C. o aramaico era língua internacional do comércio nas rotas
comerciais do Oriente.
O hebraico foi absorvido pelo aramaico, mas continuou sendo a língua oficial do culto
divino, no templo, nas sinagogas, dos rolos sagrados e dos rabinos eruditos. Havia
escolas de rabinos em Jerusalém, Tiberíades e outros centros.
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Devido os hebreus terem adotado o aramaico como língua, este passou a chamar-se
hebraico. Portanto, quando o NT menciona o hebraico, trata-se do aramaico.
c) O GREGO, nesta língua foi escrito todo o NT, apesar que alguns pensam que Mateus foi
escrito em aramaico. O Grego faz parte do grupo de línguas arianas. Das línguas bíblicas é a
que mais se conhece devido ser a mais próxima a nossa.
O grego no NT, não é o grego clássico dos filósofos. É o idioma popular chamado
KOINÉ - Este dialeto formou-se a partir da conquista de Alexandre em 336 a.C.
Até no Egito o grego se impôs, pois neste país a Bíblia foi traduzida do hebraico para o
grego - a chamada Septuaginta. Nos dias de Jesus, os judeus entendiam quase tão bem
o grego como o aramaico.
2 - OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA
Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura escritos à mão. O texto bíblico foi
preservado e transmitido mediante os seus manuscritos. Abreviatura MS (singular), MSS ou
Mss (plural). Há cerca de 4.000 MSS da Bíblia preparados entre os séculos II e XV.
a) Material gráfico dos MSS: Papiro e Pergaminho e Linho.
b) Formato dos MSS: Rolo: podia ser de papiro ou pergaminho, preso a dois cabos de
madeira e Códice: é um MS em forma de livro, feito de pergaminho. As folhas tem em média
65 cm por 55 cm. Começou a ser usado no século II.
c) A caligrafia dos MSS: Unciais e Cursivos.
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e) MSS originais da Bíblia: saído das mãos dos escritores não há nenhum conhecido. (é
provável que se houvesse talvez os homens quisessem adorar).
A falta de MSS originais provém do seguinte:
1 - O costume dos judeus do enterrar todos os MSS estragados pelo uso para evitar
mutilação ou interpolação espúria;
2 - Os Reis idólatras de Israel podem ter destruído muitos (Jr 36.20-26);
3 - Antioco Epifanio, rei da Síria (175 a.C.) dominou sobre a Palestina e decidiu exterminar
a religião judaica, e destruiu todas as cópias que encontrou da Bíblia; e
4 - O Imperador Romano Diocleciano 9284-305 d.C.) mandou vasculhar a império para
destruir todos os escritos sagrados. Ele chegou a pensar que tivesse conseguido. Pois
cunhou uma moeda comemorando essa “vitória”.
1) MSS em hebraico:
Códice dos primeiros e últimos profetas - 895 d.C. para Moses Ben Asher (Cairo);
Códice do pentateuco - 900 d.C. para um filho de Moses, Arão (Museu Britânico);
Códice petrogradiano - 916 d.C. para últimos Profetas (está em Leningrado);
Códice alepo - 930 d.C. p/ Shelomon Ben Bayaa (veio da Síria para Israel);
O Rolo 19 a 1008 d.C. p/ Samuel Ben Jacob (todo AT, em Leningrado - Rússia);
2) MSS do AT e do NT em Grego:
Códice Vaticano - 325 d.C., toda a Bíblia MS Uncial - O AT é cópia da Septuaginta,
na Biblioteca do Vaticano (chamado também “B”);
Códice Sinaítico ou “Alefe” - 340 d.C., descoberto 1844 no Mosteiro de Sta.
Cantarina no Monte Sinai. É Uncial, no Museu Britânico;
Códice Alexandrino ou “A” - 425 d.C., é MS Uncial, foi escrito em Alexandria, no
Museu Britânico;
Códice Efraemi ou “C”- 345 d.C., é MM palimpsesto. Está no Museu de Paris;
Códice Bezae ou “D”- data do Século VI, contém os Evangelhos, na Inglaterra; e
Códice Claromontanus ou “D2” - Século VI, Epístolas Paulinas, Museu Louvre Paris.
3 - A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento a evangelização do mundo. Pois
depois da confusão das línguas em Babel estas se multiplicaram e hoje existem milhares de
idiomas em todo o mundo.
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a) Versões Semíticas:
1 - O Pentateuco Samaritano, é o texto hebraico do Pentateuco escrito em caracteres
hebraicos antigos ou em samaritano. Existem muitas cópias.
2 - Os Targuns, são paráfrases ou interpretações, em aramaico do AT. Os principais são:
O da Lei feito por Ôrquelos, amigo de Gamaliel no século II d.C.; ou dos Profetas e
Livros Históricos, por Jonatha Ben Uziel.
b) Versões Gregas;
1 - A Septuaginta ou versão LXX Tradução feita por 72 eruditos judeus por ordem de
Pitolomeu Pluladelpho rei do Egito 9285/246 a.C.) na ilha de Faros, na cidade de
Alexandria no Egito. O nome 70 é por causa dos 72 tradutores e logicamente
Septuaginta.
Foi a Setpuaginta um dos meios que Deus usou na preparação dos povos e nações
para o advento do Evangelho que seria proclamado por Jesus e seus discípulos;
Foi ela a primeira tradução completa do original hebraico;
Não há nenhum exemplar original da versão dos Setenta; somente cópias, a mais antiga
data de 325 d.C. (o MS Vaticano ou B).
3 - A Versão de Teodocião, feita 160 d.C. (uma revisão dos LXX) só o AT.
c) Versões Síriacas:
1 - A Peshito, foi feita diretamente do hebraico pela igreja sírica de Edessa. Começou a ser
feita quando ainda viviam os apóstolos no séc. II. Deu origem a outras versões: a árabe,
a armênia, a pérsia. (Velho e Novo Testamento)
2 - A Versão Filoxênia, feita em 508 d.C. por Filoxeno, (N. Testamento).
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d) Versões Latinas:
O latim era língua falada pelos romanos, e foi implantado no mundo à medida que os
romanos realizavam suas conquistas. Nos Tempos de Jesus ela já tinha sua influência. Pois
na cruz de Jesus ela foi usada.
1 - A antiga versão latina: foi na África do Norte, em Cartago, 170 d.C.;
2 - A Ítala, ou Vetus Ïtala, uma versão da antiga versão latina - séc. II;
3 - A Revisão de Jerônimo, é uma revisão da antiga versão latina, 382 d.C.; e
4 - A Vulgata Latina, é uma versão da Bíblia por Jerônimo em 387-405 d.C. Jerônimo
baseou-se na Héplaxa de Orígenes. Em assuntos bíblicos, Jerônimo foi o homem mais
sábio do seu tempo.
A Vulgata foi a base de inúmeras outras traduções para outras línguas. Foi a Bíblia de
quase toda a Europa por mais de 1000 anos. Foi decretada como a Bíblia oficial da Igreja
Romana em 8 de abril de 1592 no Concílio de Trento.
f) Versões Européias:
No século XII começaram as traduções nas línguas européias tais como: francês
(1487), italiano (1432), alemão (1534), sueco (1541), holandês (1560), espanhol (1602),
finlandês (1642), dinamarquês (1550), e outras.
g) Versões Inglesas:
1 - A Versão Autorizada do Rei Tiago, (1611) feita por 52 teólogos ingleses. É a versão
favorita dos povos de língua inglesa.
2 - A Versão Revisada, (1881-1885) feita por um grupo de sábios ingleses e americanos.
3 - A Versão Revisada Americana. É uma réplica americana da anterior.
4 - A Versão Padrão Revisada, (1496 - NT e 1952 AT).
h) A Versão Alemã:
Lutero preparou e traduziu dos originais.
i) Versão em Espanhol:
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j) Versões em Português:
1 - A Versão de Almeida, João Ferreira de, traduziu o NT em 1670, que foi publicado
em 1681 em Amsterdam, Holanda. Traduziu o AT até Ezequiel 48.21, quando faleceu em
1691. Missionários seus amigos completaram a tradução. Almeida fez a sua tradução do
grego e do hebraico, utilizou também as versões holandesas (1637) e espanhola (de Valera,
1602).
O texto de Almeida foi revisado em 1894, e 1925. Em 1951 a Imprensa Bíblica Brasileira
publicou a “Edição Revisada e Corrigida” - ARC.
2 - Versão de Matos Soares, publicada em 1946, ele era padre brasileiro, traduziu da
Vulgata. Nota-se preconceitos e tendências nesta versão.
É a Bíblia usada pelos Católicos brasileiros.
3 - Versão na Linguagem de Hoje, publicada em 1988 (toda a Bíblia) pela Sociedade
Bíblica do Brasil. (versão muito polêmica)
4 - Tradução brasileira (1910- 1917) por uma comissão de eruditos evangélicos
brasileiros nomeada pela SBA e SBBE. - Essa tradução é muito fiel ao original. É tradução
literal.
5 - Versão de Rhoden, só NT, era padre brasileiro (SC)
6 - Versão de Figueiredo, padre, traduziu da Vulgata (1781-1790), publicada em 1821
pela SBBE.
HUMANIZA CURSOS 18
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1 - ÉPOCA PRÉ-ABRAÂMICA
Esta época, de Gn 1 a 11 (da criação de Adão a chamada de Abraão (Pai de uma grande
nação) - 4000-2000 a.C.), abrange dois períodos históricos:
a) O Período Antediluviano:
Gênesis cap. 1 a 5, de Adão ao Dilúvio: 4004-2348 a.C., cerca de 1.656 anos. Contém o
relato da origem de todas as coisas, criação do homem, queda do homem, o primeiro
assassinato, degradação moral do homem, a chamada de Noé e construção da arca.
b) Do Dilúvio a Abraão:
Gênesis cap. 6 a 11, de 2348-1921 a.C., cerca de 427 anos. Contém o relato do dilúvio,
a origem das nações, o pecado de Cão e a Chamada de Abraão.
2 - ÉPOCA DE ISRAEL
A história bíblica está dividida em 9 períodos onde Israel é o centro.
a) Período Patriarcal:
De gênesis cap. 12 a 50, de 1921-1635 a.C., vai de Abraão (Abrão – pai grande) a
morte de José no Egito. Contém o relato da chamada de Abraão, peregrinação, entrada na
terra prometida, ida para o Egito, governo e morte de José.
HUMANIZA CURSOS 19
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b) Israel no Egito:
Descrito em Êxodo cap. 1 a 12, 1635-1491 a.C., vai da morte de José ao Êxodo.
Contém o tempo da escravidão no Egito, chamada de Moisés, o Êxodo.
c) Israel no deserto:
Descrito nos cap. 13 de Êx. a 34 de Dt., 1491-1451 a.C., cerca de 40 anos. Contém o
relato das peregrinações no deserto, dos últimos acampamentos de Israel em Sitim, nas
planícies de Moabe, morte de Moisés e início da liderança de Josué.
d) A conquista de Canaã:
Descrito no livro de Josué, 1451-1444 a.C., cerca de 7 anos, este é o primeiro período
de Israel em sua própria terra. Contém o relato da travessia do Jordão, tomada de Jericó,
morte de Josué e etc. É importante notar que Josué morre sem que a posse da terra esteja
totalmente concluída, porém faz antes de sua morte a recomendação para que o povo
continue a conquista da terra.
e) Os Juízes:
Do livro de Juízes ao 1 Sm 9., 1425-1095 a.C., cerca de 300 anos. Contém a biografia
divina do povo (Jz 2.10), os altos e baixos do povo espiritualmente e materialmente. Nesse
período se destacam vários juizes, entre eles: Sansão, pela beleza de sua história; Débora ,
por ser mulher; e Samuel por ter sido o maior deles e último dos juízes.
f) A Monarquia:
Compreende os reinados de Saul, Davi e Salomão. É o período áureo e esplendoroso de
Israel. A capital do reino no tempo de Saul era Gibeá: 1 Sm 10.26; no Tempo de Davi e
Salomão foi Jerusalém. (a primeira capital de Davi foi Hebrom: 2 Sm 5.4,5).
No reinado de Salomão foi construído o Templo de Deus; sua planta foi feita por Davi, que
foi impedido por Deus de iniciar sua construção.
g) O Reino dividido:
Este período vai da divisão do reino aos cativeiros dos reinos do Norte e do Sul.
A divisão do Norte chamou-se Israel (nas profecias chamada de Efraim e Samaria):
capital Samaria
10 tribos
1º rei foi Jeroboão
culto oficial: ao bezerro de ouro importada do Egito
também afundou-se no baalismo).
HUMANIZA CURSOS 20
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capital Jerusalém
2 tribos
1º rei foi Roboão
culto oficial: a Jeová
procuraram a baalins.
i) Período interbíblico:
Vai de 430 a.C., ou seja: ao início da era cristã. Fica situado entre Malaquias e Mateus.
Cerca de 400 anos. Nesse período foram escritos os livros apócrifos do Antigo Testamento,
entre 270 a 50 a.C. Malaquias deve ter ministrado de 432 a 430 a.C., quando teria sido
encerrado o Antigo Testamento. Este período está profeticamente descrito em Dn 11.
Tem início sob o domínio persa (100 anos), passa pelo grego, um período de pouco
mais 100 anos que esteve independente (irmãos Macabeus) e termina durante o Romano.
Nesse período surgiram as seguintes seitas religiosas (com influência política):
3 - ÉPOCA DO CRISTIANISMO
É a história da Igreja propriamente dita. Constitui matéria à parte; por isso não é
estudada aqui. A época do Cristianismo começa com o nascimento de Jesus no ano 5 a.C. C,
HUMANIZA CURSOS 21
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e se estende paralelamente ao texto bíblico, até os últimos dias de João, o apóstolo (cerca de
100 d.C.) e, fora dele (do texto bíblico), até os tempos atuais.
A época do Cristianismo nos dias do NOVO TESTAMENTO tem três períodos:
a) da vida de Cristo: vistos nos Evangelhos - 5 a.C. a 29 d.C.;
b) da Igreja em Jerusalém: visto em Atos até o cap. 12-29 a 47 d.C.;
c) da Igreja missionária: visto em Atos, a partir do cap. 13 e Epístolas - vai de 47 a 96 d.C.
Os Evangelhos e as Epístolas foram escritos nesse período.
Após os dias do Novo Testamento, a época do Cristianismo pode ser estudado dentro
dos quatros períodos da história secular:
a) Período Romano:
Vai até a queda de Roma, em 476 d.C. Nesse ano, Odoacro, rei dos godos, invadiu
Roma. Das ruínas do Império Romano surgiu o império papal, que governou o mundo por
mais de 1.000 anos: 476-1500 d.C.
b) Período Medieval:
Vai da queda de Roma, ao fim do Império Romano do Oriente: 476-1453. Nesse ano, os
turcos (otomanos) tomaram Constantinopla, então capital do Império Romano do Oriente. A
divisão do império em dois, dera-se em 395 d.C. Em Roma ficara a sede de um, e em
Constantinopla a do outro. A tomada de Constantinopla é um marco na história, pois logo
após inicia-se com toda força o período medieval.
c) Período Moderno:
Do fim do Império Romano do Oriente, à Revolução Francesa: 1453-1789.
d) Período Contemporâneo:
A partir de 1789 aos nossos dias.
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V - CRONOLOGIA BÍBLICA
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As datas que aparecem nas margens de certas edições da Bíblia não pertencem ao texto
original. Foram calculadas principalmente pelo arcebispo Ussher (1580-1656), em 1650. É
conhecida por “Cronologia Aceita”. Esssas datas foram inseridas na Bíblia pela primeira vez
em 1701.
1 - O Dia Natural:
a) O Dia:
O período em que há luz, Dia, entre os judeus e os romanos era dividido em 12 horas
(Jo 11.9), no Novo Testamento. A hora 1ª era às 6 da manhã; a hora 6ª às 12 de hoje. Leia
Mt 20.6; Jo 4.6; At 10.3,9. A terceira, a sexta e a nona hora eram dedicadas a oração e
adoração (At 3.1; 10.3,9). Antes da hora 3ª, os judeus não comiam nem bebiam (At 2.15).
No Antigo Testamento o dia era dividido em 3 períodos: manhã, das 6 às 10; o calor do
dia, das 10 às 14, e o frescor do dia, das 14 às 18.
O dia civil era contado de um pôr-do-sol a outro (Lv 23.32). Para os romanos o dia civil
ia de uma meia-noite a outra. João, em seu Evangelho, emprega o calendário romano; os
demais evangelistas usam o judaico.
b) A Noite:
Já a Noite, no Antigo Testamento era dividida em 3 vigílias, de 4 horas cada. A
primeira, das 6 às 10; a da meia-noite, das 10 às 2 da manhã; a da manhã, das 2 às 6 da
manhã (Ex 14.24; Jz 7.19; Lm 2.19).
No Novo Testamento, a noite tinha 4 vigílias de 3 horas, conforme o sistema romano.
A primeira chamava-se tarde e ia das 6 às 9; a segunda, meia-noite, das 9 às 12; a terceira,
cantar do galo, das 12 às 3 da madrugada; a quarta, manhã, das 3 às 6 da manhã (Mc 6.48;
13.35; Lc 12.38).
Nosso sistema sexagesimal (horas divididas em 60 minutos, e estes em 60
segundos) vem dos sumérios. Não era seguido entre os israelitas.
2 - a Semana:
Em hebraico o termo semana significa simplesmente sete, sem indicar dias ou anos.
Nossa palavra semana vem do latim septimana que literalmente significa setenário, isto é,
que contém sete. Os dias para os judeus não tinham nomes e sim números, exceto o sexto
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3 - os Meses:
Eram lunares, devido à observação das fases da lua. Tinham 29 a 30 dias,
alternadamente. Antes do cativeiro babilônico, os meses eram designados por números,
exceto o primeiro que se chamava Abibe (espiga de trigo). Após o exílio, passou a chamar-se
Nisã, palavra assíria para princípio, abertura (Ex 12.2; 13.4). Após o cativeiro, todos os meses
passaram a ter nomes:
4 - os Anos:
Tinham 12 meses de 29 e 30 dias, alternadamente, perfazendo 354 dias. Os judeus
tinham dois diferentes anos: o sagrado e o civil.
sagrado iniciava-se no mês de abibe, que corresponde ao fim de março ou princípio de
abril, na lua cheia, após o equinócio da primavera; e
ano civil iniciava-se no sétimo mês do sagrado (tisri ou etanim), final de setembro ou
princípio de outubro.
Havia também o ano sabático a cada 7 anos, para descanso do solo; e o ano do
Jubileu, a cada 49 anos, para libertação humana em geral.
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6 - Período do Reino Unido ou Monarquia: Saul, Davi e Salomão: 120 anos, 1Sm 11 a
2Cr 9
9 - Período Interbíblico: cerca de 400 anos (de Neemias ao início da Era Cristã).
1 - A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina:
2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21. É devido a essa inspiração que ela é chamada a Palavra de Deus. E os
que seguem ao Senhor Jesus não têm dúvidas quanto a ser ela inspirada.
O que vem a ser inspiração divina? - Para melhor compreensão, vejamos primeiro o
que é inspiração. No sentido fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela
inspiração que temos fôlego para falar.
Quando estamos falando, o ar é expelido dos pulmões, é o que chamamos de
expiração. Pois bem, Deus, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou
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neles o seu Espírito! Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural do Espirito Santo
como um sopro sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e a transmitir a
mensagem sem erro.
a) Teorias Falsas:
Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas, que o estudante não deve
ignorar. Umas são muito antigas, outras modernas, e ainda outras estão surgindo por aí
afora. Veja algumas:
1 - Teoria da inspiração natural - humana: ensina que ela foi escrita por homens dotados
de gênio e de força intelectual especial, como foram também, Sócrates, Shakespeare,
Camões, Rui Barbosa e muitos outros. Leia: 2Sm 23.2 com At 1.16; Jr 1.9.
2 - Teoria da inspiração divina comum: ensina que a inspiração dos escritores da Bíblia
é a mesma que hoje nos vem quando oramos, pregamos, e etc. Isto é errado, pois a
inspiração comum que o Espírito nos concede:
a - admite gradação, isto é, o Espírito pode conceder maior ou menor conhecimento
e percepção espiritual ao crente; e
b - a inspiração comum pode ser permanente 1 Jo 2.27, enquanto que a dos
escritores da Bíblia era temporária.
3 - Teoria da inspiração parcial: ensina que partes são inspiradas, outras não. Afirma que
a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas que apenas contém a Palavra de Deus.
2Tm 3.16 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,
para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça,...”
5 - Teoria da inspiração das idéias: ensina que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas
não as suas palavras... Afirma que as palavras ficaram a cargo dos escritores. Ora, o
que é palavra na definição mais sumária? não é a expressão do pensamento? Tente
o leitor agora mesmo formar uma idéia sem palavras... Impossível!
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A existência da Bíblia até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre. Há
nela 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos. Pontos
a considerar:
a) Os escritores: foram homens de todas as atividades da vida.
b) As condições: também não houve uniformidade de ambiente na composição dos livros
da Bíblia.
c) Circunstâncias: as circunstâncias em que os 66 livros foram escritos também são as
mais diversas.
d) A razão dessa harmonia e unidade: se a Bíblia fosse um livro puramente humano, sua
composição seria inexplicável, uma grande anarquia.
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Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; crêem que Ele fez e faz milagre; crêem em
sua ressurreição e ascensão, mas... não crêem na Bíblia! Tais pessoas precisam saber a
atitude e a posição de Jesus quanto à Bíblia. Ele:
Leu-a: Lc 4.16-20
“16 E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado,
segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. 17 E foi-lhe
dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que
estava escrito: 18 O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19 a
apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os
oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. 20 E, cerrando o livro e
tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga
estavam fitos nele.”;
Ensinou-a: Lc 24.27
“E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele
se achava em todas as Escrituras.”;
Chamou-a de Palavra de Deus: Mc 7.13
“invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós
ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.”; e
Cumpriu-a: Lc 24.44
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco:
convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de
Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.”;
Quanto ao Novo Testamento, em Jo 14.26, o Senhor Jesus, antecipadamente , pôs o
selo de sua aprovação divina, ao declarar:
“O Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo
quanto vos tenho dito”.
Na alma de cada pessoa que aceita a Jesus como Salvador, o Espírito Santo põe a
certeza quanto à autoridade e veracidade da Bíblia. É automático. Não é preciso ninguém
ensinar isso; quem de fato aceita a Jesus, aceita também a Bíblia como Palavra de Deus,
sem argumentar.
Em Jo 7.17, Jesus mostra como podemos ter dentro de nós o testemunho do Espírito
Santo sobre a autoria divina da Bíblia. Leia Rm 8.16
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“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.”.
O mundo hoje é melhor devido à influência da Bíblia. Pessoas e nações inteiras são
abençoadas quando tomam a Bíblia como regra de fé e prática.
Alguém pode tentar contestar a Bíblia, seu conteúdo, sua história; porém inegável a
transformação causada na vida das pessoas.
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Através do mundo inteiro, qualquer crente ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como
se esta fora escrita diretamente para si. Todas as raças consideram a Bíblia como possessão
sua. Ninguém tem a Bíblia como livro dos outros, isto prova que ela procede de Deus.
8 - A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA
Se a Bíblia fosse um livro originado do homem, ela não poria a descoberto os muitos
pecados deles; ele dá toda a glória a Deus e mostra a fraqueza humana: Jó 27; Sl 50.21,22
“21 Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que era como tu; mas eu
te argüirei, e, em sua ordem, tudo porei diante dos teus olhos. 22 Ouvi, pois,
isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que vos não faça em pedaços,
sem haver quem vos livre.”.
1. A REGRA FUNDAMENTAL
A Escritura é explicada pela Escritura. A Bíblia interpreta a própria Bíblia..
2. PRIMEIRA REGRA
Enquanto for possível, é necessário tomar as palavras no seu sentido usual e
ordinário..
3. SEGUNDA REGRA
É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da
frase..
Esta regra tem importância especial quando se trata de determinar se as palavras
devem ser tomadas em sentido literal ou figurado. Para não incorrer em erros, convém,
também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor, e tomar as palavras no sentido
que o conjunto do versículo indica.
4. TERCEIRA REGRA
É necessário tomar as palavras no sentido que indica o contexto, isto é, os versos que
precedem e seguem o texto que se estuda.
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5. QUARTA REGRA
É preciso tomar em consideração o desígnio ou objetivo do livro ou passagem em que
ocorrem as palavras ou expressões obscuras..
6. QUINTA REGRA
É indispensável consultar as passagens paralelas explicando as coisas espirituais
pelas espirituais (I Cor 2:13). (I Cor 2:13).
7. SEXTA REGRA
Um texto não pode significar aquilo que nunca poderia ter significado para seu autor
ou seus leitores.
8. SÉTIMA REGRA
Sempre quando compartilhamos de circunstâncias comparáveis (isto é, situações de
vida específicas semelhantes) com o âmbito do período quando foi escrita, a Palavra
de Deus para nós é a mesma que Sua Palavra para eles.
2 - A EXEGESE BÍBLICA
EXEGESE
É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original
que foi pretendido. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários
originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da
Bíblia.
a. contexto histórico: a época e a cultura do autor e dos seus leitores: fatores
geográficos, topográficos e políticos, a ocasião da produção do livro. A questão mais
importante do contexto histórico tem a ver com a ocasião e o propósito de cada livro.
b. contexto literário: as palavras somente fazem sentido dentro das frases, e estas
em relação às frases anteriores e posteriores. Devemos procurar descobrir a linha de
pensamento do autor. O que o autor está dizendo e por que o diz exatamente aqui?
VIII - BIBLIOGRAFIA
1. SILVA, Pr. Antonio Gilberto da. A Bíblia: o livro, a história e a mensagem, RJ: CPAD, 82.
2. OLSON, N. Lawrence – Plano Divino Através dos Séculos.
3. PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida, Miami, USA, 78.
4. SILVA, Pr. Antonio Gilberto da. Através da Bíblia, RJ: CPAD, 94.
5. JOHNSON, Bernhard. Seminário de Evangelismo Pessoal. RJ – 91.
6. THOMPSON, Bíblia de Referência. Edição Contemporânea, RJ: Ed. VIDA, 95.
Agradeço ao Senhor Jesus por poder abençoar vidas através desta pequena obra.
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