Você está na página 1de 62

Mulheres de

Atos

Sheila Vianna
Mulheres de Atos
1ª Edição em Português – Maio, 2021
Somente em formato digital – Download Gratuito

Revisão e capa: Sheila Vianna


Diagramação: Eduardo Morello (@dsjsolucoes)

Fica proibida a reprodução total ou parcial da presente


obra sob quaisquer de suas formas, gráfica ou audio-
visual, sem autorização prévia e escrita da autora.

Contato: (13) 3224-4979 – ouvidoria@vidasrecicladas.org

Textos bíblicos: Nova Versão Transformadora (NVT)


e Almeida Revista e Atualizada (ARA)

Para contribuir com o projeto


Casa das Anas – Santos:

Banco do Brasil
Agência 3554-8 / Conta Corrente 21708-5
Chave PIX: 08706506000122

Para saber mais:


www.vidasrecicladas.org
Dedicatória
Dedico este livro a todas as mulheres
e meninas que desejam manifestar
o Reino de Deus por meio de
ATOS DE JUSTIÇA,
amor e misericórdia.
Sumário
1. Maria, a mãe de Jesus
9
Fiel até depois do fim da missão

2. Safira
A falsa discípula 16
3. Dorcas
A serva das aflitas 21
4. Maria, a mãe de Marcos
A escudeira de oração 27
5. Mulheres religiosas
32
e influentes contra o evangelho
O movimento feminista
6. Lídia
A empreendedora hospitaleira 37
7. A jovem adivinhadora
A perversão dos dons 41
8. Dâmaris
A intelectual que creu 46
9. Priscila
A líder corajosa 51
10. Diana dos efésios
O culto à Rainha do céu
55
Conclusão 60
Introdução
No tempo em que vivemos, após milhares
de anos de toda a civilização distorcendo o
papel da mulher e muitas vezes usando – de
forma cínica – a Palavra de Deus para isso,
mais do que nunca precisamos saber como
Jesus tratou as mulheres em Seu tempo
na terra como homem:

• Jesus empoderou as mulheres (Lucas 8.1-3)


• Jesus celebrou as mulheres (Mateus 26.6-13)
• Jesus protegeu as mulheres (João 8.1-11)
• Jesus honrou as mulheres (Lucas 10.38-42)
• Jesus valorizou as mulheres (Lucas 13.10-17)
• Jesus ensinou as mulheres (João 4.6-29)
• Jesus confiou nas mulheres (João 20.11-18)

Jesus, o perfeito modelo de homem, res-


peita as mulheres e as trata com equidade:
8

“Pois todos vocês são filhos de Deus


por meio da fé em Cristo Jesus.

Todos que foram unidos com Cristo no


batismo se revestiram de Cristo.

Não há mais judeu nem


gentio, escravo nem

livre, homem nem mulher,

pois todos vocês são um

em Cristo Jesus.”
Gálatas 3:26-28

Por falta de conhecimento, muitas mulhe-


res acusam o Evangelho de ser machista e
não se dão conta de que as mulheres tiveram
um papel fundamental na igreja primitiva.
Os atos dessas mulheres são didáticos para
nós, pois nos ensinam na prática, sobre situ-
ações que tocam o mundo feminino até hoje.
O livro de Atos não contém apenas os atos dos
apóstolos, mas também os atos de mulheres
daquele tempo.

Que essa leitura desperte em você alinha-


mentos, ajustes, arrependimento, dons ador-
mecidos e um desejo ardente de praticar atos
de justiça no contexto onde você está inserida.
Maria,
a mãe de Jesus

Fiel até depois


do fim da missão
10

“Vocês receberão poder quando o


Espírito Santo descer sobre vocês,
e serão minhas testemunhas em

toda parte: em Jerusalém, em toda a


Judeia, em Samaria e nos lugares mais
distantes da terra”.

Depois de ter dito isso, foi elevado


numa nuvem, e os discípulos não con-

seguiram mais vê-lo.

Continuaram a olhar atentamente


para o céu, até que dois homens vesti-

dos de branco apareceram de repente

no meio deles e disseram: “Homens


da Galileia, por que estão aí parados,

olhando para o céu? Esse Jesus, que

foi elevado do meio de vocês ao céu,

voltará do mesmo modo como o viram

subir!”.Então voltaram do monte das


Oliveiras para Jerusalém, cerca de
um quilômetro de distância.

Quando chegaram, subiram à sala no


andar superior da casa onde esta-

vam hospedados. Estavam ali Pedro,

João, Tiago, André, Filipe, Tomé,


Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de
Alfeu, Simão, o zelote, e Judas, filho
11

deTiago. Todos eles se reuniam em


oração com um só propósito, acom-

panhados de algumas mulheres e

também de Maria, mãe de Jesus, e os


irmãos dele.”

Atos 1:8-14

Maria é uma personagem pouco pregada, se


considerarmos sua importância. Muitos, ao per-
ceberem a distorção criada – não por ela ou por
Jesus, mas pelas pessoas – por meio da idolatria,
passam a demonizar e rejeitar essa figura tão
preciosa, não só no contexto da primeira vinda
de Jesus, mas também da igreja primitiva.

Maria, todos sabem, fez o papel do que


seria hoje uma “barriga de aluguel”. Carre-
gou um filho em seu ventre que não era dela,
não tinha seu DNA e nem de seu esposo, mas
era o Filho de Deus.

Sua vida demonstra, desde o princípio,


quando recebeu o chamado de ser a geni-
tora do Filho de Deus, extrema humildade,
devoção e temor ao Senhor, como vemos no
seu cântico em Lucas cap.1:
12

“Minha alma exalta ao Senhor!


Como meu espírito se alegra em
Deus, meu Salvador!
Pois ele observou sua humilde serva,
e, de agora em diante, todas as

gerações me chamarão abençoada.

Pois o Poderoso é santo,


e fez grandes coisas por mim.

Demonstra misericórdia a todos que


o temem, geração após geração.

Seu braço poderoso fez coisas


tremendas! Dispersou os orgulhosos

e os arrogantes.

Derrubou príncipes de seus tronos e


exaltou os humildes.

Encheu de coisas boas os famintos e


despediu de mãos vazias os ricos.

Ajudou seu servo Israel e


lembrou-se de ser misericordioso.

Pois assim prometeu a nossos


antepassados, a Abraão e a seus

descendentes para sempre”.

Lucas 1:46-55

Você consegue imaginar quão difícil foi a


missão dessa mulher?
13

Com certeza sim, se você tiver a perspectiva


de uma mãe segundo o propósito de Deus.

Hoje em dia tenho observado muitas (muitas


mesmo!) mulheres com o desejo obsessivo de
“ser mãe” para satisfazer um sonho pessoal.
Quando conseguem, o filho se torna um ídolo,
não uma pessoa com alvo e propósito próprios.

A motivação correta da maternidade deve-


ria ser gerar uma vida que tenha um propó-
sito. Independente de qual seja o propósito, o
papel da mãe é pavimentar a vida do filho para
que ele encontre sua identidade, o porquê da
sua existência, seu caráter seja formado com
integridade, saiba que é amado e por isso, se
sinta seguro e chegue no alvo que Deus tem
para sua vida.

Maternidade é sobre isso! Assim como


Jesus não era de Maria, mas de Deus, nossos
filhos não são “nossos”, e sim são confiados
a nós com a enorme responsabilidade de
conduzí-los ao alvo para o qual nasceram.
Maria fez isso muito bem.
14

Deixou Jesus ser quem Deus Pai queria


que Ele fosse. Até a cruz. Imagine a dor ao
ver alguém que você amamentou, cuidou,
ensinou, amou, morrendo na sua frente da
forma mais lenta e cruel! Entretanto, não
lemos em nenhum lugar que Maria, ao con-
trário de alguns discípulos, tenha tentado
interferir no processo e no alvo de Jesus.

Ela cumpriu sua missão. O Filho de Deus


chegou no Seu alvo e ela certamente foi
muito importante no processo. Ficou até o
fim, na cruz; depois da crucificação ficou no
sepultamento; depois da ressurreição ficou
até a subida de Jesus ao Céu.

Maria poderia ter entendido que sua


missão acabou ali; que foi fiel, mas estava
cansada. Que Deus entenderia, e que o
melhor a fazer era se aposentar. Mas não é
isso que lemos! Mesmo depois da sua missão
pessoal cumprida, Maria permaneceu envol-
vida ativamente na continuidade do que Deus
estava fazendo.

Não precisamos ser protagonistas pra per-


15

manecer queimando de paixão e de vontade de


receber o novo de Deus! Maria ficou em Jeru-
salém, esperando junto com os demais irmãos,
para receber o poder do Espírito Santo.

Meu Deus! Como isso nos ensina! A mulher


que foi usada por Deus dentro do Seu maior
propósito, não se conformou em parar após
cumprir sua missão pessoal. Naquele dia de
Pentecostes, quando servos e servas foram
cheios do Espírito Santo, Maria estava lá,
orando e pronta para receber a promessa.

Muitas mulheres se sentem inutilizadas


depois de cumprirem determinadas missões,
mas a verdade é que enquanto estivermos
vivas, haverá algo novo de Deus pra nós!

Permanecer fiel até depois do


que parece ser o fim, é a lição que
aprendemos com os atos de Maria,
a mãe de Jesus Cristo homem.


Safira

A falsa discípula
17

“Havia, porém, um homem chamado


Ananias que, com sua esposa, Safira,
vendeu uma propriedade. Levou apenas

parte do dinheiro aos apóstolos, mas, com

aprovação da esposa, afirmou que aquele

era o valor total e ficou com o resto.”

Atos 5:1,2

“Cerca de três horas depois, sua


esposa entrou, sem saber o que havia

acontecido. Pedro lhe perguntou:

“Foi esse o valor que você e seu


marido receberam pelo terreno?”.

Ela respondeu: “Sim, foi esse o


valor”. Então Pedro disse: “Como

vocês puderam conspirar para pôr à

prova o Espírito do Senhor? Veja,


os jovens que sepultaram seu marido

estão logo ali, perto da porta, e

também levarão você”. No mesmo


instante, ela caiu no chão e morreu.

Quando os jovens entraram e viram


que ela estava morta, levaram seu

corpo para fora e a sepultaram ao

lado do marido.”

Atos 5:7-10
18

Essa mulher é exemplo e referencial do


que NÃO fazer.

No meio de uma igreja fervorosa, cheia


do amor e do poder de Deus, essa mulher
junto com seu marido, ousou tentar enga-
nar a todos, com aparência de obediência e
generosidade.

Eu costumo dizer que não se sabe quem


teve a brilhante ideia de mentir e representar
o papel de “ofertantes generosos” – se foi Safi
ou Nani – mas isso não tem muita relevância,
pois a bíblia mostra claramente que houve
concordância na fraude, e que Safira teve
a sua chance de falar a verdade, ou seja, não
foi incluída no pecado do esposo.

Muitas mulheres sob a desculpa da “submis-


são cega” são coniventes e coautoras de pecados
de pais e maridos, mas aqui fica muito claro
que a responsabilidade do pecado é individual,
e o limite da submissão é a Palavra de Deus
e não de homens. Após a morte de Ananias,
Safira foi chamada individualmente e perdeu
a chance de sair perdoada e viva.
19

O espírito de religiosidade matou a vida


dessa mulher e uma nova geração se levan-
tou para removê-la e enterrá-la. Tenho tido o
privilégio de cuidar de muitas adolescentes e
não tenho dúvida em afirmar que Deus está
levantando uma nova geração que não
respeita a hipocrisia para limpar a Sua
Igreja desse espírito maldito!

“Ó Deus, tu não tens prazer algum


na maldade e não toleras

o pecado dos perversos.

Os orgulhosos não terão


lugar em tua presença,

pois odeias todos que

praticam o mal.

Tu destróis os mentirosos;
o Senhor detesta assassinos

e enganadores.

Por causa do teu


grande amor entrarei

em tua casa; adorarei em

teu templo com

profunda reverência.”

Salmos 5:4-7
20

Não queira parecer uma discípula,


nem uma serva, nem uma
adoradora, seja uma!
Deus não aceita fraudes ou
pirataria na Sua família.

Essa é a lição que aprendemos


com os atos de Safira,
mulher de Ananias.


3
Dorcas

A serva das aflitas


22

“Havia em Jope uma discípula


chamada Tabita (que em grego é

Dorcas). Sempre fazia o bem às


pessoas e ajudava os pobres.

Por esse tempo, ficou doente e


morreu. Seu corpo foi lavado para o

sepultamento e colocado numa sala no

andar superior.

Quando os discípulos souberam que


Pedro estava perto de Lida, enviaram
dois homens para lhe suplicar: “Por

favor, venha o mais rápido possível!”.

Então Pedro voltou com eles e,


assim que chegou, foi levado para a

sala do andar superior.

O cômodo estava cheio de viúvas


que choravam e lhe

mostravam os vestidos e outras roupas

que Dorcas havia feito para elas.”

Atos 9:36-39

Em meu último livro “Influência x Con-


trole” Dorcas é mencionada como exemplo do
espírito de serviço, mas aqui gostaria de ir
mais a fundo no tipo de serviço prestado e
no público-alvo do seu serviço: as viúvas.
23

A bíblia fala muito sobre viúvas e a maioria


das vezes essa palavra não faz muito sentido
pra nós, mas contextualizando, podemos
dizer que viúvas são mulheres em situação
vulnerável. Dorcas servia especificamente
outras mulheres que estavam em condição de
aflição, pois o texto diz que ela fazia roupas
para elas terem o que vestir.

Num tempo onde se fala tanto dos direitos


da mulher de forma muitas vezes distorcida
(sexo livre, aborto, etc.), quando deixamos a
indiferença de lado fica muito fácil perceber
que NUNCA houve tantas viúvas como hoje!
Muitas mulheres estão esperando que
outras mulheres como Dorcas se levan-
tem para cuidar delas, cobrindo suas vidas
com dignidade e justiça: idosas, jovens, com
ou sem filhos, em situação de violência, de
abandono ou de rua.

Provérbios 31 é muito conhecido por


falar da mulher virtuosa, mas geralmente
só lemos a partir do versículo 10, sendo que
os 2 versículos anteriores é que montam o
cenário onde a mulher virtuosa emerge:
24

“Fale em favor daqueles que não


podem se defender; garanta justiça

para os que estão aflitos.

Sim, fale em favor dos pobres e


desamparados, e providencie que

recebam justiça. Quem encontrará

uma mulher virtuosa?

Ela é mais preciosa que rubis.”


Provérbios 31:8-10

Desde 2014, tenho tido a oportunidade


de servir mulheres vulneráveis ao lado de
muitas outras mulheres, no projeto Casa das
Anas. Seja falando em favor delas, garantindo
segurança e acolhimento na sua aflição ou
providenciando que recebam vestes de justiça:
temos visto muitas histórias sendo mudadas!
Verdadeiras viúvas que estavam desalenta-
das, arrebentadas, feridas no corpo, na alma
e no espírito, recebendo cobertura por meio de
outras mulheres.

Todas as pessoas que trabalham direta-


mente na Casa das Anas SÃO MULHERES.
A primeira vez que falei sobre Dorcas foi em
2014, quando inauguramos a primeira uni-
25

dade na cidade de Santos. Hoje são 3 unida-


des, e outros projetos paralelos que oferecem
a estas mulheres ferramentas, dignidade e
esperança de viver algo novo.

Muitas pessoas acham lindo quando falamos


em servir mulheres vulneráveis, mas acham
que não têm condições pra isso. Saiba que para
ser uma Dorcas na vida de uma viúva você
não precisa ter uma ONG ou muitos recursos
financeiros, apenas amor e disposição!

Você pode alcançar mulheres aflitas


de várias maneiras: ouvindo, visitando, ofer-
tando, abençoando com seus talentos e dons.
Valorize e dê o que você tem, em vez de evitar
o serviço exaltando o que você não tem!

Temos advogadas prestando assistência


jurídica para elas, dentistas cuidando dos seus
dentes, professoras de educação física treinando,
artesãs e costureiras ensinando empreende-
dorismo, profissionais de beleza cuidando e
ensinando o ofício, nutricionistas e cozinheiras
ensinando culinária, médicas ofertando consul-
tas, pedagogas ensinando a ler, diversos profis-
26

sionais servindo, instruindo e cuidando dessas


mulheres com aquilo que têm para dar!

“É imensa a minha alegria no


Senhor, meu Deus!
Pois ele me vestiu com roupas de
salvação e pôs sobre mim

um manto de justiça.

Sou como o noivo com suas vestes


de casamento, como a noiva

com suas joias.”

Isaías 61:10

Se você está vestida com roupas de


salvação e coberta por um manto de
justiça, sirva as viúvas que
estiverem ao seu alcance!

Essa é a lição que Dorcas, a discípula,


nos ensina com seus atos.

4
Maria, a mãe
de Marcos

A escudeira de oração
28

“Por essa época, o rei Herodes


Agripa começou a perseguir
violentamente algumas

pessoas da igreja.

Mandou matar à espada Tiago,


irmão de João.

Quando Herodes viu quanto isso


agradava os judeus,

também prendeu Pedro

durante a celebração da

Festa dos Pães sem Fermento.


Depois, lançou-o na cadeia,
sob a guarda de quatro escoltas,

cada uma com quatro soldados.

A intenção de Herodes era


apresentar Pedro aos judeus para

julgamento público depois da Páscoa.

Enquanto Pedro estava no cárcere,


a igreja orava fervorosamente

a Deus por ele.”


Atos 12:1-5

Aqui encontramos outra Maria, mãe de


Marcos, que escreveu o segundo evangelho.
Essa passagem ocorre num momento em
que a igreja passava por uma intensa perse-
29

guição, mas o Espírito Santo já havia selado


e separado um grupo que daria cobertura
de oração aos apóstolos para que a obra de
Deus não parasse.

Os cristãos eram perseguidos, presos e tor-


turados. O espírito de medo estava liberado.
Acredito que muitas mulheres deixaram de se
envolver com o grupo da igreja perseguida, por
medo de retaliação.

No entanto, Maria mãe de Marcos fez o


contrário, ela abriu a sua casa para ser um
QG de intercessão em favor de Pedro que
estava preso:

“Por fim, Pedro caiu em si.


‘É verdade mesmo!’, disse ele. ‘O
Senhor enviou seu anjo para me
salvar daquilo que Herodes e os

judeus planejavam me fazer!’

Quando Pedro se deu conta disso,


foi à casa de Maria, mãe de João

Marcos, onde muitos estavam


reunidos para orar.”

Atos 12:11,12
30

Estamos muito próximos a um tempo onde


a igreja sofrerá uma perseguição sem prece-
dentes; em muitos lugares como o Oriente
Médio e a Ásia isto já acontece. Quando esse
tempo chegar a nós no Brasil, qual será a
nossa posição? Vamos nos esconder, virar
as costas e preservar nossa segurança pes-
soal, ou vamos juntas até o fim com nossos
irmãos pela causa do Evangelho? Seremos as
traidoras, as delatoras ou as que escondem
e abrigam os irmãos, para que o fogo não se
apague e os milagres continuem acontecendo
através da oração intercessória?

A oração intercessória é aquela cujo


motivo da oração não somos nós, não são
as nossas causas, as nossas lutas, mas as
causas de Deus e as vidas de outros. Muitas
vezes quando olho para a igreja cheia, me
pergunto quem serão aqueles com quem
realmente poderemos contar quando a per-
seguição apertar; quem serão os que estarão
nas trincheiras da guerra orando e nos dando
cobertura para que a obra de Deus não pare,
independente da oposição...
31

“Procurei alguém que


reconstruísse o muro que guarda

a terra, que se pusesse na brecha

para que eu não a destruísse, mas

não encontrei ninguém.”

Ezequiel 22:30

Que o Senhor nos encontre nesse


lugar, na brecha, orando, quando a
nossa hora chegar!
No tempo da perseguição,
Deus busca intercessoras.
Os atos de Maria, mãe de Marcos
nos mostram alguém que
foi encontrada.


Mulheres

5
Religiosas e
influentes
contra o evangelho

O movimento feminista
33

5
“Então os judeus, instigando as
mulheres religiosas influentes e as

autoridades da cidade, provocaram

uma multidão contra Paulo e Barnabé

e os expulsaram dali.”

Atos 13:50

É preciso ficar claro que nenhuma colocação


feita aqui tem o intuito de acusar quem quer
que seja, por duas razões muito simples: res-
peito é bom e eu também gosto e, já estive do
outro lado. Com vinte e poucos anos eu tinha a
mesma linha de raciocínio feminista, que hoje
entendo pela Palavra de Deus ser incompatível
com a identidade feminina desenhada por Ele,
de forma perfeita.

É inegável que o feminismo é uma res-


posta inflamada às feridas históricas
geradas pelos inúmeros pecados de abuso,
abandono, traição, violência, rejeição que,
reincidindo de geração em geração, culmina-
ram num exército de mulheres que busca uma
igualdade baseada nos males que sofreram
dos homens por tanto tempo:
34

“Se fomos traídas, temos o direito de trair;


se homens são promíscuos, temos o direito de
ser; se homens rejeitam os filhos que fazem
por aí, também temos o direito de rejeitar; se
homens bebem até cair, nós também vamos
beber; se homens não cuidam de filhos, nós
também não queremos cuidar, vamos tercei-
rizar; se eles consomem pornografia, também
queremos consumir!”. Esse é o discurso unís-
sono de corações feridos, unidos pelo
sofisma da “retaliação reparadora”.

O movimento legítimo pelo direito ao voto


feminino que começou no final do século 19,
foi absorvendo pautas ideológicas e hoje –
embora não seja religião – é caracterizado por
um “envolvimento religioso” de suas adeptas.
O adjetivo “feminista” define muita mulher
hoje em dia.

Dentro do contexto dos nossos dias, temos


visto muitas mulheres influentes se asso-
ciarem com autoridades políticas e enti-
dades com pautas que vão frontalmente
contra o evangelho, e precisamos estar
atentas quanto a isso:
35

“Entre tais pessoas há aqueles que


se infiltram na casa alheia e

conquistam a confiança de mulheres

vulneráveis, carregadas de pecados e

controladas por todo tipo de desejo,

mulheres que estão sempre em busca

de novos ensinos, mas jamais

conseguem entender a verdade.”

2 Timóteo 3:6,7

O que aconteceu em Atos 13, quando mulhe-


res religiosas e influentes promoveram a ira de
uma multidão contra Paulo e Barnabé, a ponto
de expulsá-los do lugar onde estavam, também
está acontecendo nos nossos dias. É importante
reconhecer quem são essas influenciadoras
e como têm incitado multidões na educação,
cultura, música, artes, moda, coaching, medi-
tação, etc., propagando conselhos e ensinos
totalmente contra a cultura do Reino de Deus
e seus pregadores.

O discurso de respeito exigido pelas femi-


nistas infelizmente é seletivo, e só se aplica
quando o respeito é a elas mesmas; para quem
discorda, a tolerância não cabe. Mulheres
36

conscientes e inteligentes precisam discernir


e ter um posicionamento claro quanto a essas
pautas, afinal nossa luta não é contra pessoas,
mas contra principados e potestades, ou seja,
uma luta espiritual (Efésios 6.12).

A esposa do primeiro Adão – a mulher¹ –


se levanta nos nossos dias contra a esposa do
Segundo Adão²: a Igreja³.

Creio de todo meu coração que Deus levan-


tará em sua Igreja mulheres espirituais e
influentes para ganhar muitas mulheres pre-
ciosas que, por causa de feridas, estão presas
em sofismas e com raciocínios contra Deus!
Você crê comigo?

Os atos das mulheres religiosas


e influentes nos ensinam que nem
toda formadora de opinião deve
exercer influência sobre nós, temos
que ser aptas a discernir e filtrar
tudo que vemos e ouvimos!

1 - Gn 2.22
2 - 1 Co 15.47
3 - Ap 21.9
6
Lídia
A empreendedora hospitaleira
38

“Dali, alcançamos Filipos, cidade


importante dessa região da

Macedônia e colônia romana, e ali


permanecemos vários dias.

No sábado, saímos da cidade e fomos


à margem do rio, onde esperávamos

encontrar um lugar de oração.

Sentamo-nos e começamos a
conversar com algumas

mulheres ali reunidas.

Uma delas era uma mulher


temente a Deus chamada Lídia, da

cidade de Tiatira, comerciante

de tecido de púrpura. Enquanto

ela nos ouvia, o Senhor lhe abriu

o coração, e ela aceitou aquilo que

Paulo estava dizendo.


Foi batizada, junto com sua família,
e pediu que nos hospedássemos em

sua casa. “Se concordam que creio


de fato no Senhor, venham ficar em

minha casa”, disse ela, e insistiu

até que aceitamos.”

Atos 16:12-15
39

Este trecho de Atos tem um registro impor-


tante: a primeira reunião de mulheres
oficialmente relatada no Novo Testamento.
É fantástico ver como somos privilegiadas nos
nossos dias em ter tantas reuniões, congres-
sos, estrutura para ajuntamentos de mulhe-
res, olhar pra bíblia e ver o embrião de tudo
isso, na beira de um rio!

O empreendedorismo feminino também


está em alta, temos visto Deus levantando
muitas mulheres no ambiente de negócios,
comércio e serviços. Isso é maravilhoso e
bíblico! Lídia era comerciante de púrpura, o
que naquela época significava ser uma mulher
muito rica.

Há algum tempo eu li algo que me tocou


muito, acerca do que fazemos com os nossos
ganhos, pois não é a quantia que ganhamos
e sim o que fazemos com ela que vai dizer se
somos prósperas ou não. A pessoa próspera é
aquela que lucra e, com seus ganhos, serve
outros. Muitas pessoas se perdem ao prosperar,
porque em vez de servir, passam a acumular e
se tornam consumistas, avarentas e altivas.
40

Lídia era próspera, pois seu coração não


estava na sua condição financeira. A prova
disso é que ela estava numa reunião de oração,
buscando a Deus, quando foi alcançada pelo
Evangelho. Imediatamente, ela recebeu a
Palavra, se batizou e decidiu servir Paulo
hospedando-o em sua própria casa.

Se há uma coisa que era abundante na


igreja primitiva e falta na igreja de hoje é
a hospitalidade! A mordomia aos outros
com os recursos que temos é o verdadeiro
propósito da prosperidade.

Os atos de Lídia nos mostram


o que fazer quando Deus nos
abençoa com recursos e meios:
prosperidade é servir
e não acumular!

7
A jovem
adivinhadora

A perversão dos dons


42

“Certo dia, enquanto íamos ao lugar


de oração, veio ao nosso encontro

uma escrava possuída por um

espírito pelo qual ela

predizia o futuro.

Com suas adivinhações, ganhava


muito dinheiro para seus senhores.

Ela seguia Paulo e a nós, gritando:


“Estes homens são servos do Deus
Altíssimo e vieram anunciar como
vocês podem ser salvos!”.

Isso continuou por vários dias, até


que Paulo, indignado, se voltou e

disse ao espírito dentro da jovem:

“Eu ordeno em nome de Jesus


Cristo que saia dela”. E, no mesmo
instante, o espírito a deixou.”

Atos 16:16-18

Ainda na cidade de Filipos, Paulo encontrou


uma jovem possuída por um espírito de adivi-
nhação. Ela era escrava de pessoas que lucra-
vam com aquele falso dom, ou dom pervertido.

Paulo, cheio do Espírito Santo, discerniu


que as declarações daquela moça não eram
43

fruto de um dom de profecia, e sim de pos-


sessão demoníaca, por isso ele repreendeu o
demônio para que a jovem fosse liberta.

Há muitas mulheres talentosas que são


escravas de espíritos malignos e pessoas que
usam suas vidas para satisfação de outros;
e muitas outras mulheres que, por falta de
discernimento, invejam esse “aparente dom”
sem perceber que por trás dele existe uma
mulher escravizada e definhando.

Podemos olhar para vários exemplos


no mundo da moda, das artes, da música,
mulheres com aparente sucesso e fama, que
de repente aparecem destruídas, mortas
por violência doméstica, suicídio ou abuso
de drogas. Mulheres que possuíam um dom
nato e talentos, mas, sob a escravidão do
pecado, se tornaram meros objetos de entre-
tenimento para pessoas. Posso citar vários
exemplos como: a atriz Marilyn Monroe, as
cantoras Amy Winehouse e Whitney Hous-
ton, a estilista Kate Spade, entre tantas
outras. Pesquise e descubra o que aconteceu
com cada uma dessas mulheres!
44

Todas nós temos talentos e dons, e o obje-


tivo de satanás é fazer com que esses dons
sejam pervertidos e operem para os propósi-
tos dele. Dons de influenciar, de adorar,
de liderar e de criar estão em nós! Pre-
cisamos submetê-los à Palavra de Deus para
que sejam redimidos e usados para edificar
pessoas e não para destruição!

Mesmo depois da libertação demoníaca,


creio que aquela jovem precisou de cura da
alma, de um discipulado intensivo para lidar
com as fortalezas da mente e com as conse-
quências da libertação, afinal ela ganhava
dinheiro com aquilo.

Mulheres que escaparam dessa armadi-


lha e foram restauradas por Deus precisam
se preocupar em resgatar e cuidar daquelas
que estão presas ou recém libertas. Elas
precisam de conselho e discipulado para que
suas mentes sejam renovadas, e todo padrão
de comportamento que remete ao pecado
seja quebrado. Ao perceber que uma mulher
precisa de libertação e restauração, não basta
orarmos e expulsar demônios, precisamos
45

estender a mão, ajudá-la a recomeçar e a fluir


nos dons que tem, segundo a Palavra de Deus.

Os atos da jovem adivinhadora


nos mostram que
dons pervertidos aprisionam
vidas no engano e no pecado.

8
Dâmaris

A intelectual que creu


47

8
“Quando ouviram Paulo falar
da ressurreição dos mortos,

alguns riram com desprezo.

Outros, porém, disseram:


“Queremos ouvir mais sobre isso em
outra ocasião”.

Então Paulo se retirou do conselho,


mas alguns se juntaram a ele

e creram. Entre eles estavam


Dionísio, membro do conselho,
uma mulher chamada Dâmaris, e

alguns outros.”

Atos 17:32-34

Esse trecho conta um dos momentos mais


difíceis para Paulo, o evangelista: pregar em
Atenas, o centro de cultura humanista mais
importante da antiguidade. Paulo tinha conte-
údo e a intrepidez do Espírito, e não se deteve,
pregando para os intelectuais gregos.

O humanismo e o antropocentrismo sempre


estiveram em alta e hoje não é diferente. Essa
é a filosofia onde as pessoas, suas vontades,
desejos e aparências, são o centro. Até no meio
cristão escutamos aberrações, pregações que
48

apontam para o homem e sua felicidade pes-


soal, e não para Jesus e a cruz pessoal de cada
discípulo.

O humanismo é hedonista, ou seja, prima


pelo prazer da pessoa e não se importa em
ferir a Deus e Sua Palavra. Os gregos, como
muitos religiosos de hoje, eram supersticio-
sos, mas não tementes ao Deus verdadeiro.

Como Paulo diz em 1 Co 1.18:

“A mensagem da cruz é
loucura para os que se

encaminham para a destruição,

mas para nós que estamos sendo

salvos ela é o poder de Deus.”

Isso nunca foi tão atual, principalmente


quando falamos de pessoas instruídas e cultas,
cheias de sabedoria humana. Por isso mesmo
Paulo menciona que o próprio Deus diz:

“ ‘Destruirei a sabedoria dos sábios


e rejeitarei a inteligência

dos inteligentes’.
49

Diante disso, onde ficam os sábios,


os eruditos e os argumentadores

desta era?Deus fez a sabedoria


deste mundo parecer loucura.

Visto que Deus, em sua sabedoria,


providenciou que o mundo não o

conhecesse por meio de sabedoria

humana, usou a loucura de nossa

pregação para salvar os que creem.”

1 Coríntios 1:19-21

É difícil pregar o evangelho para pessoas


cheias de sabedoria humana, porém não é
impossível. Dâmaris é uma prova de que
mesmo no meio intelectual, acadêmico, de
professores, doutores e filósofos, há gente
com um vazio, procurando algo mais do que
a letra e o conhecimento humano.

Não podemos nos deter, nem nos inti-


midar e deixar de apresentar a loucura do
evangelho para as mulheres como Dâmaris!
Muitos zombaram, riram e desprezaram a
pregação do Evangelho, mas uma mulher
que pertencia àquela cultura, creu.
50

É justamente nesses ambientes onde


Deus libera o espírito da profecia, as pala-
vras de conhecimento e sabedoria, para que
por meio do poder de Deus, e não de pala-
vras persuasivas, nós possamos fazer Jesus
conhecido em todo lugar.

Os atos de Dâmaris a grega, nos


mostram que mulheres
intelectuais também devem
ser alvo da nossa pregação.
A loucura do Evangelho sempre
prevalece sobre a sabedoria humana!

9
Priscila

A líder corajosa
52

“Deem minhas saudações a Priscila


e Áquila, meus colaboradores no

serviço de Cristo Jesus.

Certa vez, eles arriscaram a vida por


mim. Sou grato a eles, e também o

são todas as igrejas dos gentios.

Saúdem a igreja que se reúne na


casa deles”

Romanos 16:3-5

Paulo conheceu este casal em Corinto


(Atos 18.2), quando fugia da perseguição aos
cristãos em Roma. A partir dali, passaram a
ser cooperadores do ministério de Paulo e a
trabalhar com ele fazendo tendas.

Priscila sempre aparece junto com Áquila


na missão. Paulo reconhece que esta mulher
expôs sua própria vida, se arriscando por ele.
Ela foi uma importante líder e discipula-
dora da igreja primitiva, abrindo sua casa
para a igreja se reunir (1 Co 16.19).

Desde que começou a pandemia da


COVID-19, entendemos que precisamos nos
preparar para tempos cada vez mais difíceis,
53

e que a igreja como instituição, reunida num


imóvel, talvez dentro de algum tempo nem
exista mais. Na China e em muitos lugares
da Índia que visitei, já é assim. A igreja só
continua se reunindo porque famílias abrem
suas casas para isso acontecer, do contrário
não haveria mais congregação.

Consegue imaginar a importância disso?


O imóvel que chamamos de templo pode
estar fechado, mas a Igreja continua funcio-
nando, viva, acolhendo, discipulando e trei-
nando, por meio de casas abertas e mulheres
como Priscila. Enfatizo a importância de
Priscila porque sabemos que o homem provê
a casa, mas a mulher é quem faz da casa
um ambiente familiar. A igreja é susten-
tada por esse ambiente familiar e não por
uma estrutura de imóvel.

A mulher tem um lugar importantíssimo


na liderança da igreja, pra cuidar de todas
as mulheres, pastoreando, aconselhando e
treinando, para que cuidem de outras:
54

“Semelhantemente, as mulheres mais


velhas devem viver de modo digno.

Não devem ser caluniadoras, nem


beber vinho em excesso; antes, devem

ensinar o que é bom. Devem instruir

as mulheres mais jovens a amar o

marido e os filhos, a viver com sabe-

doria e pureza, a trabalhar no lar,

a fazer o bem e a ser submissas ao

marido. Assim, não envergonharão a


palavra de Deus.”

Tito 2:3-5

Priscila foi uma mestra do bem no seu


tempo. Uma das minhas principais orações é
que eu seja uma mestra do bem e levante outras
para isso também! Líderes que trabalham ardu-
amente, se desgastam pelo Evangelho, arriscam
suas vidas, e abrem suas casas para que a igreja
continue avançando.

Os atos de Priscila
apontam para a importância da
liderança feminina
na igreja.

Diana dos
efésios
O culto à Rainha do céu
56

“Mas, como vocês viram e ouviram,


esse sujeito, Paulo, convenceu

muita gente de que deuses feitos

por mãos humanas não são deuses de

verdade. Fez isso não apenas aqui


em Éfeso, mas em toda a província.

Claro que não me refiro apenas à


perda do respeito público por nossa

atividade. Também me
preocupa que o templo da grande

deusa Diana perca sua influência e


que esta deusa magnífica, adorada

em toda a província da Ásia e ao

redor do mundo, seja destituída de

seu grande prestígio!”.

Ao ouvir isso, ficaram furiosos


e começaram a gritar: “Grande é

Diana dos efésios!”.”


Atos 19:26-28

No meio de um grande avivamento, sempre


surge a oposição e o contra-ataque das trevas
por meio da adoração à Rainha dos céus. A
mesma entidade aparece desde a antiguidade
com os mais diferentes nomes em todas as
culturas: Ísis, Semíramis, Afrodite, Ártemis,
57

Rainha do céu, Patchamama, Asera, deusa-


-mãe e aqui no texto, Diana. Na nossa geração
as formas mais comuns de representação desta
entidade são as “nossas senhoras”4, veneradas
em muitos lugares, e também a Mulher Mara-
vilha5 na cultura pop.

O “culto ao feminino” sempre esteve inti-


mamente ligado ao ocultismo, à feitiçaria, ao
sacrifício de crianças (aborto), à manipulação,
e à afronta a Deus. Uma das suas principais
características é a sensualidade, a prostituição
como forma de culto, e atos bizarros, que ainda
crescem no nosso tempo como: placentofagia,
derramar sangue menstrual na terra consa-
grando para a deusa-mãe, dentre outros.

É fato que a esmagadora maioria das mulhe-


res entra nesse esquema de idolatria e ocultismo
sem a menor noção do que está fazendo. Passam
a seguir mulheres que, na prática, discipulam
suas vidas nesse engano sensual e místico. No
entanto, sabemos que satanás é legalista, e não
se importa se essas mulheres têm ou não conhe-
cimento do que estão fazendo. Simplesmente a
cada novo ato e invocação, vínculos são feitos
4 - Fátima, Aparecida, Guadalupe, Nazaré, Navegantes, etc.
5 - Para saber mais sobre esta, recomendo o livro Mulher Maravilhada,
da Pra. Ana Paula Fernandes - @pra_ana.paula
58

com as trevas e espíritos malignos têm livre


acesso sobre essas vidas!

Me lembro de uma mulher que veio até nós


saindo desse meio há muitos anos, com a vida
destruída. Depois de algum tempo conseguimos
ministrar sua vida, e naquele dia, uma pessoa
que me auxiliava no aconselhamento ouviu
claramente algo – como o som de um exército
– reivindicando a vida daquela mulher. Ela nos
contou que discipulava um grupo de 12 mulhe-
res no ocultismo, e tinha muito medo da reta-
liação. Ministramos a vida dela, conduzindo-a a
renunciar os vínculos feitos, e enfatizando que
maior é o Deus que estava nela, do que essas
entidades malditas. Porém a advertimos que,
a casa que agora tinha sido limpa precisava ser
cheia de Deus e da Sua Palavra, do contrário, o
seu estado ficaria sete vezes pior que o primeiro
(Mateus 12.43-45).

Infelizmente, alguns anos depois, ela foi


envolvida por um falso ensino, deixou de
congregar, e voltou a ter uma vida sem temor
de Deus. Em pouco tempo, soubemos que ela
faleceu, falando coisas desconectas e aposta-
59

tada da fé em Cristo Jesus.

Muitas de nós tivemos no passado envol-


vimento – mesmo que inconsciente – com
práticas que fortaleceram esse esquema de
prisão espiritual nas nossas vidas, através da
sensualidade, fornicação, abortos, adultério,
feitiçaria e manipulação. Não podemos agora,
conscientes, alimentar esse esquema:

“...para que Satanás não tenha


vantagem sobre nós, pois

conhecemos seus planos malignos.”

2 Coríntios 2:11

Definitivamente a luz não tem comunhão


com as trevas. O estar em Cristo vai muito
além do “estar numa igreja”. O Senhor nos
chama para nos salvar e nos despojar de todo
resquício de pensamento e comportamento que
adore à Rainha dos Céus. Fomos chamadas
para prestar a Deus um culto racional,
e nos apresentarmos como sacrifícios
vivos, santos e do tipo que Ele considera
agradável! (Romanos 12.1)
Conclusão
O livro de Atos é rico em nos mostrar na
igreja primitiva, modelos que provocam em nós,
as mulheres da Igreja dos últimos dias, refle-
xões sobre: nosso valor, prioridades, desafios e
armadilhas a serem enfrentadas.

Que o Espírito do Senhor encontre em você


disposição e disponibilidade para que, cheia
da Sua presença, você possa ser uma mulher
repleta de atos de justiça, brilhando no meio
das trevas da nossa geração!

“Portanto, sejam cuidadosas em seu


modo de vida. Não vivam como

insensatas, mas como sábias.

Aproveitem ao máximo todas as


oportunidades nestes dias maus.

Não ajam de forma impensada, mas


procurem entender a vontade do Senhor.”

Efésios 5:15-17
Contribua com este projeto que atua na
restauração de mulheres:

Banco do Brasil

Agência 3554-8
Conta Corrente 21708-5

Chave PIX: 08706506000122

Para saber mais:


www.vidasrecicladas.org
62

A autora

Além do ministério pastoral na igreja local,


tem como prioridade a chamada missionária,
especialmente em países do Oriente. Tem
investido anualmente parte de seu tempo e
recursos em missões de batalhas espirituais,
humanitárias e de apoio a igrejas. Com esse
intuito, visitou países como China, Iraque,
Nepal e Índia, que hoje é o alvo principal
de sua chamada missionária. É autora de
nove livros e pastora da Igreja Bola de Neve
em Santos desde 2003, juntamente com seu
esposo Pr. Eric Vianna, e seus filhos Maria e
Daniel. Atualmente é embaixadora da ONG
Vidas Recicladas, que atua em prol de crian-
ças, adolescentes e adultos vulneráveis.

É formada em Administração de Empre-


sas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-
SP) e em Teologia pela Latin University of
Theology (EUA).

© 2021 - Todos os direitos reservados

Você também pode gostar