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Biobalde e o entendimento

avançado das leis da compostagem


e dos processos de fermentação
Compostagem Fermentação
Processo de decomposição Processo de transformação da
realizado por bactérias matéria em vinagre ou álcool,
aeróbias “do bem” que presente nos iogurtes,
necessitam de ar, umidade, cervejas, pães e outros,
calor (cerca de 60 graus), realizado por leveduras e
nitrogênio (matéria úmida) e outros microorganismos do
carbono (matéria seca). bem, presentes inclusive na
nossa flora intestinal. Requer
ambiente anaeróbio (sem
contato com oxigênio) e o
calor acima de 40 graus pode
matar esses microorganismos.
Você já fez iogurte?

Se já fez, já deve ter entendido que


trata-se simplesmente de um processo
de reprodução de microorganismos
numa temperatura ideal.
Foto: produção de
biofertilizante
anaeróbio no Núcleo
Moeda EcoVIDA
São Miguel

Note que o ar (oxigênio) pode sair, mas não entra no processo.


O que sai são os tradicionais gases que se formam nos processos
de fermentação. É por isso por exemplo que o pão fica fofinho.
Foto: Livro “Unidade
da Vida”, de
Agricultura Natural

Os japoneses
descobriram que os
processos de
fermentação podiam
ser usados para
produzir solos mais
fortes e férteis.
Foto:
Microorganismos
Eficientes (EM).
Produto disponível
para venda na
Internet.

No nosso caso, ele


vai servir
como um
acelerador de
compostagem.
Uma vez que você tenha o seu EM
pronto (comprado ou feito), você não
precisa fazê-lo de novo toda vez que
acabar (assim como o iogurte). Basta
separar uma parte dele para jogar de
novo numa base de líquido, açúcar
(ou, melhor ainda, melado ou
rapadura ralada) e/ou leite.
FAÇA VOCÊ MESMO SEU E.M.:

 Para saber se você está no caminho certo, o


cheiro do EM se assemelha ao do vinagre. Se
estiver com cheiro de podre, alguma coisa deu
errado.

 Ele pode ser usado diluído não apenas como


adubo e acelerador da compostagem, mas
também para desentupir pias, limpar fossas e
caixas de gordura, como produto de limpeza
para equilibrar ambientes doentes em geral
(por exemplo, quintais, casas de animais, etc)
Como fazer o seu EM:

1º passo: coleta dos microorganismos


- Escolha uma matinha especial pra você para deixar
os recipientes com arroz.
- Enterre superficialmente, cobrindo com as folhas
que ficam sobre o solo
Depois de 15 dias....
- Retorne ao local, abra
o material (não tem
problema pôr a mão):
ele deve estar todo
colorido de branco,
verde, vermelho e
amarelo.

- Descarte as partes
pretas.
2º passo: reproduza os
microorganismos (faça
seu iogurte da terra)
- Jogue o material colorido num
balde de 20 litros ou em 3 ou 4
garrafas de 2 Litros. E complete
com água. (As medidas precisas
da receita estão disponibilizadas
em apostila na seção
bibliografia)
- Acrescente o alimento para os
microorganismos se
multiplicarem: leite, melado,
rapadura ou áçúcar.
- Tampe os recipientes que
estiver usando e não deixe
espaço para entrar ar.
- Como o processo vai liberar
oxigênio, você vai precisar
abrir todo dia para o gás
sair.
- Mexer levemente também
ajuda o açúcar a se
misturar melhor na água e
alimentar mais os
microorganismos
Depois de 10 dias...

- Coar o material e cheirar o líquido formado: se


estiver com um cheiro avinagrado, deu certo!

- Guarde o líquido para usar. Vale por muiiito


tempo.... Principalmente se você acrescentar
açúcar ou melado de vez em quando
E agora, como usar os
microorganismos eficientes na
compostagem doméstica?

Como eles não aguentam altas


temperaturas, necessariamente eles são
melhor aproveitados se misturados ao
minhocário ou a compostagem feita em
locais sombreados. O resultado é a
aceleração da compostagem.
Biobalde: tecnologia eficaz para quem não
quer ter minhocas e quer evitar atrair moscas
e insetos.

Para fazer a compostagem no biobalde, você vai misturar o EM


na matéria seca (carbono, palha ou serragem). Isso é o que os
japoneses chamam de bokashi.
Então, para fazer o
“bokashi”...

Arrume bastante
matéria seca e misture
o EM nela. Como fazer
isso?
1 litro de EM é líquido
suficiente para misturar em 7
quilos de material seco. O
ponto: ao apertar o material
ele forma bolinho, mas não
sai água entre seus dedos
A partir daí, você tem duas opções:

- Deixar o material em um local aberto, sombreado e


- .
ventilado e mexer todos os dias. Cobrir com lona se
estiver pegando chuva.

- Deixar o material em um balde bem fechado e sem


contato com ar durante 15 a 20 dias. Para garantir que
não vai haver entrada de ar e nem ficar umidade
sobrando, forre o balde com plástico e despeje o
material dentro do plástico, cubra a parte final do
plástico com matéria seca para absorver alguma
umidade que estiver sobrando. Feche o plástico e o
balde bem vedado. (Fonte: Neco Torquato. Blog:
mungo-verde)
Bokashi pronto. Agora o biobalde:
Assim como na
compostagem
tradicional, no
biobalde vamos
intercalar camadas:

Uma camada de resíduo orgânico


da sua cozinha (não exagerar com
comida cozida e carne, não por
fezes de animais)
Uma camada do bokashi (material
seco inoculado com EM)
Apertar um pouco
Fechar bem o balde e abri-lo no máximo uma vez por dia
colocando o lixo orgânico todo de uma vez e espalhando
uniformente sobre a camada anterior. Por que abrir pouco?
Porque o ideal é que não ocorra entrada de ar.

Repita o processo por 5 dias ou até o balde encher, fechando


com uma camada mais generosa da camada de matéria seca
(bokashi). Fechar e deixar descansar, só abrindo para
recolher o líquido gerado.

Use depois de 10 dias, enterrando em um canteiro que esteja


preparando. O material vai estar com uma aparência de
picles. Ou em 6 semanas, já decomposto, como terra forte
para plantar, misturada com terra mais “fraca”.
Encare essa compostagem como uma pesquisa de algo muito
novo no Brasil. Isso já é comercializado nos Estados Unidos,
mas por aqui é praticamente inédito.

Anote os resultados e vá desenvolvendo aos poucos esse


trabalho.

Lembre-se:

“Use soluções pequenas e lentas”.


“Observe e interaja”
Princípios da permacultura.
Referência bibliográfica:

- Blog Mungo Verde. Neco Torquato


- Unidade da Vida. Edson Hiroshi.

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