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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (INSTITUTO AOCP) Em relação à Lei nº 5.553/1968,
que dispõe sobre a apresentação e uso de documen-
LEI Nº 5.553, DE 1968 E LEI Nº 12.037, tos de identificação pessoal, assinale a alternativa
incorreta.
DE 2009
a) A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pes-
A Lei nº 5.553/68 trata sobre o uso e a apresentação soa jurídica, de direito público ou de direito privado, é
de documentos que identifiquem a pessoa: lícito reter qualquer documento de identificação pes-
soal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a ou pública-forma, inclusive comprovante de quitação
nenhuma pessoa jurídica, de direito público ou de com o serviço militar, título de eleitor, carteira profis-
direito privado, é lícito reter qualquer documento sional, certidão de registro de nascimento, certidão de
de identificação pessoal, ainda que apresentado casamento, comprovante de naturalização e carteira
por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclu- de identidade de estrangeiro.
sive comprovante de quitação com o serviço mili- b) Quando à infração for praticada por preposto ou agen-
tar, título de eleitor, carteira profissional, certidão te de pessoa jurídica, considerar-se-à responsável
de registro de nascimento, certidão de casamento, quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção,
comprovante de naturalização e carteira de identi- a menos que haja, pelo executante, desobediência
dade de estrangeiro.
ou inobservância de ordens ou instruções expressas,
quando, então, será este o infrator.
c) Constitui contravenção penal, punível com pena de
Pela letra da lei, todas as pessoas, sejam elas físicas
prisão simples de 1 (um) a 3 (três) meses ou multa
ou jurídicas, de direito público ou de direito privado,
de NCR$ 0,50 (cinquenta centavos) a NCR$ 3,00 (três
não possuem o direito de reter documentos de identi- cruzeiros novos), a retenção de qualquer documento a
ficação pessoal (ex. RG). Quando, para a realização de que se refere esta Lei.
determinado ato, for exigida a apresentação de docu- d) Quando o documento de identidade for indispensável
mento de identificação, a pessoa que fizer a exigência para a entrada de pessoa em órgãos públicos ou parti-
fará extrair, no prazo de até 5 (cinco) dias, os dados culares, serão seus dados anotados no ato e devolvido
que interessarem devolvendo em seguida o documen- o documento imediatamente ao interessado.
to ao seu exibidor (art. 2). e) Quando, para a realização de determinado ato, for exi-
gida a apresentação de documento de identificação, a
pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de
5 dias
Apresentação do Documento Devolução até 25 (vinte e cinco) dias, os dados que interessarem
devolvendo em seguida o documento ao seu exibidor.
Qualquer intervenção diferente precisa de ordem
Quando, para a realização de determinado ato, for
judicial. Ex.: retenção do documento por mais tempo.
exigida a apresentação de documento de identifica-
ção, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no
Dica prazo de até 5 (cinco) dias, os dados que interessa-
rem devolvendo em seguida o documento ao seu exi-
Quando o documento de identidade for indispen-
bidor. Logo, a questão E é a incorreta, uma vez que
sável para a entrada de pessoa em órgãos públi- se refere a prazo diferente do trazido pela lei (art. 2).
cos ou particulares, serão seus dados anotados documento ao seu exibidor. Resposta: Letra E.
no ato e devolvido o documento imediatamente
ao interessado (art. 2, § 2º). 2. (VUNESP – 2018) Considerando o previsto na Lei n°
5.553/68 acerca da carteira de identidade, assinale a
Por fim, a lei determina que a retenção de docu- alternativa correta.
mento que vier a contrariar este ordenamento jurídi-
co configura uma contravenção penal: a) Quando o documento de identidade for indispensável
para a entrada de pessoa em órgãos públicos ou par-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
O aleitamento materno, cujos benefícios para as O acesso universal não derroga a necessidade de
crianças, ao menos até o sexto mês de vida, dispensam metodologia própria para o enfrentamento das diver-
comentários, deve ser estimulado por meio de campa- sas demandas e situações peculiares que estão sujei-
nhas de orientação: tos os recém-nascidos, de acordo com o artigo 11:
Art. 9º O poder público, as instituições e os empre- §1° A criança e o adolescente com deficiência serão
gadores propiciarão condições adequadas ao alei- atendidos, sem discriminação ou segregação, em
tamento materno, inclusive aos filhos de mães suas necessidades gerais de saúde e específicas de
submetidas a medida privativa de liberdade. habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei
§ 1° Os profissionais das unidades primárias de saú- nº 13.257, de 2016)
de desenvolverão ações sistemáticas, individuais §2° Incumbe ao poder público fornecer gratuita-
ou coletivas, visando ao planejamento, à implemen- mente, àqueles que necessitarem, medicamentos,
tação e à avaliação de ações de promoção, proteção órteses, próteses e outras tecnologias assistivas
e apoio ao aleitamento materno e à alimentação relativas ao tratamento, habilitação ou reabilita-
complementar saudável, de forma contínua. ção para crianças e adolescentes, de acordo com
§ 2° Os serviços de unidades de terapia intensiva as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
neonatal deverão dispor de banco de leite humano
específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
ou unidade de coleta de leite humano.
2016)
§3° Os profissionais que atuam no cuidado diário
A CLT prevê que os estabelecimentos em que tra- ou frequente de crianças na primeira infância rece-
balharem pelo menos 30 mulheres com mais de 16 berão formação específica e permanente para a
anos de idade, deverão ter local apropriado onde seja detecção de sinais de risco para o desenvolvimento
permitido às empregadas guardar sob vigilância os psíquico, bem como para o acompanhamento que
seus filhos no período de amamentação. se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Visando o crescimento sadio como direito de todos 2016)
os menores. No caso das presidiárias, essas também Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à
possuem o direito de amamentar. O caráter tutelar saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia
do ECA garante os direitos da criança que não podem intensiva e de cuidados intermediários, deverão
ser suprimidos pela situação em que se encontra sua proporcionar condições para a permanência em
genitora, como consequência da proteção integral aos tempo integral de um dos pais ou responsável, nos
mesmos. casos de internação de criança ou adolescente.
Ex.: Maria foi presa por roubo e está grávida. A
condição que coloca Maria como presidiária não Os estabelecimentos que atendam as gestantes
interfere no direito da criança, ao nascer, receber o deverão proporcionar condições para a permanência
leite materno. em tempo integral de um dos pais ou responsável,
Além disso o ECA, visando tutelar o recém-nascido, nos casos de internação de criança ou adolescente. Os
trouxe uma série de regras aos estabelecimentos de pais ou responsável poderão fiscalizar o atendimento
saúde que atendem gestantes: que está sendo dispensado ao seu filho e esse por sua
Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção vez se sentirá seguro facilitando sua recuperação.
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obri-
gados a (art. 10): Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante
I – manter registro das atividades desenvolvidas, e de maus-tratos contra criança ou adolescente
através de prontuários individuais, pelo prazo de serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
dezoito anos; Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de
II – identificar o recém-nascido mediante o regis- outras providências legais.
tro de sua impressão plantar e digital e da impres- § 1° As gestantes ou mães que manifestem interesse
são digital da mãe, sem prejuízo de outras formas em entregar seus filhos para adoção serão obriga-
normatizadas pela autoridade administrativa toriamente encaminhadas, sem constrangimento, à
competente; Justiça da Infância e da Juventude.
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e § 2° Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
terapêutica de anormalidades no metabolismo do entrada, os serviços de assistência social em seu com-
recém-nascido, bem como prestar orientação aos ponente especializado, o Centro de Referência Espe-
pais; cializado de Assistência Social (Creas) e os demais
IV – fornecer declaração de nascimento onde cons- órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança
tem necessariamente as intercorrências do parto e e do Adolescente deverão conferir máxima priorida-
do desenvolvimento do neonato; de ao atendimento das crianças na faixa etária da
V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao primeira infância com suspeita ou confirmação de
neonato a permanência junto à mãe. violência de qualquer natureza, formulando projeto
VI – acompanhar a prática do processo de ama- terapêutico singular que inclua intervenção em rede
4 mentação, prestando orientações quanto à técnica e, se necessário, acompanhamento domiciliar.
Não incumbe ao Conselho Tutelar a investigação O art. 17 trata do direito ao respeito que consiste
criminal acerca da efetiva ocorrência de maus-tratos. em três pilares:
A ocorrência deve ser encaminhada ao Ministério
Público que decidirá ou não pela propositura de ação z Inviolabilidade da Integridade Física;
judicial. z Inviolabilidade Psíquica;
A necessidade de encaminhamento da mãe à Jus- z Integridade Moral.
tiça tem o objetivo de coibir práticas ilegais, abusivas
e mesmo criminosas como a “adoção à brasileira” e a Esses valores abrangem a preservação da imagem,
entrega de filho com vista à adoção mediante paga ou da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e
promessa de recompensa. crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Além dos programas de assistência médica, de
acordo com o art. 14, o Sistema Único de Saúde pro- Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da
moverá programas de assistência odontológica para a criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qual-
prevenção das enfermidades que ordinariamente afe- quer tratamento desumano, violento, aterrorizan-
te, vexatório ou constrangedor.
tam a população infantil, e campanhas de educação
sanitária para pais, educadores e alunos.
Todo cidadão tem o dever de agir em sua defesa,
Ainda, em seus respectivos parágrafos:
diante de qualquer ameaça ou violação. A inércia,
§1° É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
em tais casos, pode mesmo levar à responsabilização
recomendados pelas autoridades sanitárias. daquele que se omitiu.
§2° O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção O direito à imagem reveste-se de duplo conteúdo:
à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma moral, porque direito de personalidade; patrimonial,
transversal, integral e intersetorial com as demais porque assentado no princípio segundo o qual a nin-
linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. guém é lícito locupletar-se à custa alheia.
§3° A atenção odontológica à criança terá função Em se tratando de direito à imagem, a obrigação da
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, reparação decorre do próprio uso indevido do direito
antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamen- personalíssimo, não havendo de cogitar-se da prova da
to pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no déci- existência de prejuízo ou dano, nem a consequência do
mo segundo anos de vida, com orientações sobre uso, se ofensivo ou não. Independe de prova do pre-
saúde bucal. juízo a indenização pela publicação não autorizada de
§4° A criança com necessidade de cuidados odonto- imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
lógicos especiais será atendida pelo Sistema Único
de Saúde. Art. 18-A A criança e o adolescente têm o direito de
§5° É obrigatória a aplicação a todas as crianças, ser educados e cuidados sem o uso de castigo
nos seus primeiros dezoito meses de vida, de proto- físico ou de tratamento cruel ou degradante,
colo ou outro instrumento construído com a finali- como formas de correção, disciplina, educação ou
dade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integran-
de acompanhamento da criança, de risco para o tes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos
seu desenvolvimento psíquico. agentes públicos executores de medidas socioedu-
cativas ou por qualquer pessoa encarregada de cui-
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade dar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à Vale apontar que ao descumprir, dolosa ou culposa-
liberdade, ao respeito e à dignidade como pes- mente, os deveres inerentes ao pátrio poder familiar ou
soas humanas em processo de desenvolvimento e decorrente de tutela ou guarda, fere assim determina-
como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais ção da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar.
garantidos na Constituição e nas leis. Para os fins do ECA, considera-se:
O princípio da dignidade da pessoa humana é uni- I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou
versalmente consagrado, sendo inerente a todo ser punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
humano, independentemente da idade, sexo, cor, raça criança ou o adolescente que resulte em:
e etnia. a) sofrimento físico; ou
No art. 16 podemos encontrar expresso o direito à b) lesão;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
A perda e a suspensão do poder familiar poderão O reconhecimento dos filhos tidos fora do casa-
ser decretadas judicialmente, em procedimento con- mento é irrevogável e pode ser feito a qualquer tem-
traditório, nos casos previstos na legislação civil, bem po, ou seja, antes ou depois de sua morte e nas formas
como na hipótese de descumprimento injustificado do art. 1.609 do Código Civil, no registro do nasci-
dos deveres e obrigações: mento, por escritura pública ou escrito particular,
a ser arquivado em cartório, por testamento, ainda
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais
não constitui motivo suficiente para a perda ou a sus- que incidentalmente manifestado e por manifestação
pensão do poder familiar. direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhe-
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autori- cimento não haja sido o objeto único e principal do
ze a decretação da medida, a criança ou o adolescente ato que o contém. 7
Da Família Substituta da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades
governamentais ou não-governamentais, sem autori-
A colocação em família substituta far-se-á median- zação judicial.
te guarda, tutela ou adoção, independentemente da
Além disso, importa saber que a colocação em
situação jurídica da criança ou adolescente.
família substituta estrangeira constitui medida excep-
Sempre que possível, a criança ou o adolescente
cional, somente admissível na modalidade de adoção
será previamente ouvido por equipe interprofis-
sional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
grau de compreensão sobre as implicações da medida, Da Guarda
e terá sua opinião devidamente considerada, confor-
me é apresentado no artigo 28: Confere à criança ou adolescente a condição de
dependente, para todos os fins e efeitos de direi-
z Tratando-se de maior de 12 anos de idade, será to, inclusive previdenciários. Obriga à prestação de
necessário seu consentimento, colhido em audiência. assistência material, moral e educacional à criança
z Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
grau de parentesco e a relação de afinidade ou de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. Pode ser deferi-
afetividade, a fim de evitar ou minorar as conse- da nos procedimentos de Tutela e adoção.
quências decorrentes da medida.
z Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
tutela ou guarda da mesma família substituta, res- material, moral e educacional à criança ou adoles-
salvada a comprovada existência de risco de abu- cente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se
so ou outra situação que justifique plenamente a a terceiros, inclusive aos pais.
excepcionalidade de solução diversa, procurando- § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de
-se, em qualquer caso, evitar o rompimento defini- fato, podendo ser deferida, liminar ou incidental-
tivo dos vínculos fraternais. mente, nos procedimentos de tutela e adoção, exce-
z A colocação da criança ou adolescente em família to no de adoção por estrangeiros.
substituta será precedida de sua preparação gra- § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora
dativa e acompanhamento posterior, realizados dos casos de tutela e adoção, para atender a situa-
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça ções peculiares ou suprir a falta eventual dos pais
da Infância e da Juventude, preferencialmente ou responsável, podendo ser deferido o direito de
com o apoio dos técnicos responsáveis pela execu- representação para a prática de atos determinados.
ção da política municipal de garantia do direito à § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
convivência familiar. condição de dependente, para todos os fins e efeitos
de direito, inclusive previdenciários.
Em se tratando de criança ou adolescente indíge- § 4º Salvo expressa e fundamentada determinação
na ou proveniente de comunidade remanescente de em contrário, da autoridade judiciária competente,
quilombo, é ainda obrigatório: ou quando a medida for aplicada em preparação
para adoção, o deferimento da guarda de criança
z I - que sejam consideradas e respeitadas sua identi- ou adolescente a terceiros não impede o exercício
dade social e cultural, os seus costumes e tradições, do direito de visitas pelos pais, assim como o dever
bem como suas instituições, desde que não sejam de prestar alimentos, que serão objeto de regula-
incompatíveis com os direitos fundamentais reco- mentação específica, a pedido do interessado ou do
nhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; Ministério Público.
z II - que a colocação familiar ocorra prioritariamen-
te no seio de sua comunidade ou junto a membros Para estimular que a criança e o adolescente sejam
da mesma etnia; inseridos em uma família substituta e não tenha que
z III - a intervenção e oitiva de representantes do ser levados para uma instituição de menores o Poder
órgão federal responsável pela política indigenis- Público está obrigado por lei a conceder incentivos fis-
ta, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e
cais e subsídios à família candidata a acolhe-lo.
de antropólogos, perante a equipe interprofissio-
E a guarda é em caráter definitivo e irrevogável?
nal ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
Não! A guarda poderá ser revogada a qualquer tem-
Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável po, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o
prestará compromisso de bem e fielmente desempe- Ministério Público.
nhar o encargo, mediante termo nos autos.
O ambiente familiar é de suma importância para Da Tutela
boa formação do menor. É nesse ambiente que a
criança e o adolescente vão moldar sua personalidade O objetivo precípuo da tutela é o de conferir pode-
e tornar-se aptos para o convívio social. Para que isso res necessários a um representante legal à criança ou
ocorra não se deferirá colocação em família substitu- adolescente para que possa protege-lo.
ta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompa-
tibilidade com a natureza da medida ou não ofereça Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei
ambiente familiar adequado. civil, a pessoa de até 18 anos incompletos.
Uma decisão judicial colocará o menor em deter- Parágrafo único: O deferimento da tutela pressu-
minada família substituta e somente outra decisão põe a prévia decretação da perda ou suspensão do
judicial poderá tirá-lo dessa família. Assim, a coloca- poder familiar e implica necessariamente o dever
8 ção em família substituta não admitirá transferência de guarda.
Os pais podem nomear em conjunto um tutor ao § 5º Nos casos do § 4o deste artigo, desde que
filho menor e fazer essa nomeação constar de um demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
documento idôneo como um testamento ou qualquer assegurada a guarda compartilhada, conforme
outro documento autêntico, essa é a dicção do art. previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de
1.729, parágrafo único do Código Civil. janeiro de 2002 - Código Civil.
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que,
após inequívoca manifestação de vontade, vier a
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
falecer no curso do procedimento, antes de prola-
documento autêntico, conforme previsto no parágra-
tada a sentença.
fo único do, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a
abertura da sucessão, ingressar com pedido destina-
Em regra, a adoção será deferida quando apre-
do ao controle judicial do ato, observando o procedi-
sentar reais vantagens para o adotando e fundar-se
mento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
em motivos legítimos e dependerá do consentimento
observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 dos pais ou do representante legal do adotando, salvo
desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa nos casos cujos pais sejam desconhecidos ou tenham
indicada na disposição de última vontade, se restar sido destituídos do poder familiar. Em se tratando de
comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando adotando maior de doze anos de idade, será também
e que não existe outra pessoa em melhores condi- necessário o seu consentimento.
ções de assumi-la. No caso de tutor ou curador, se houver interesse
em adotar seu pupilo ou curatelado, terá que primeiro
A destituição da tutela será decretada quando o prestar contas do seu exercício como tutor ou cura-
tutor for negligente, prevaricador ou incurso em inca- dor, saldar eventuais débitos do patrimônio do mes-
pacidade, ou quando deixar de cumprir injustificada- mo, a fim de que possa adota-los. Intenciona a lei que
mente os deveres de prestar total assistência ao menor. os objetivos da adoção não sejam desvirtuados pela
ganância do homem.
Da Adoção
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos
pais ou do representante legal do adotando.
A adoção é medida excepcional e irrevogável, à § 1º O consentimento será dispensado em relação à
qual se deve recorrer apenas quando esgotados os criança ou adolescente cujos pais sejam desconhe-
recursos de manutenção da criança ou adolescente na cidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.
família natural ou extensa. A adoção não poderá ser § 2º Em se tratando de adotando maior de doze
feita por procuração (documento legal que transfere a anos de idade, será também necessário o seu
alguém o poder de agir em seu nome). consentimento.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Muni-
os adotantes sejam casados civilmente ou mante- cípio de sua residência.
nham união estável, comprovada a estabilidade da § 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato
família. poderá constar nas certidões do registro.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis § 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do
anos mais velho do que o adotando. adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os determinar a modificação do prenome.
ex-companheiros podem adotar conjuntamente, con- §6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
tanto que acordem sobre a guarda e o regime de visi- adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observa-
tas e desde que o estágio de convivência tenha sido do o disposto nos §§ 1° e 2° do art. 28 desta Lei.
iniciado na constância do período de convivência e § 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trân-
que seja comprovada a existência de vínculos de afini- sito em julgado da sentença constitutiva, exceto na
dade e afetividade com aquele não detentor da guar- hipótese prevista no § 6° do art. 42 desta Lei, caso
da, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. em que terá força retroativa à data do óbito. 9
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros III - direito de contestar critérios avaliativos, poden-
a ele relacionados serão mantidos em arquivo, do recorrer às instâncias escolares superiores;
admitindo-se seu armazenamento em microfilme IV - direito de organização e participação em enti-
ou por outros meios, garantida a sua conservação dades estudantis;
para consulta a qualquer tempo. V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
adoção em que o adotando for criança ou adoles- estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma
cente com deficiência ou com doença crônica etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
§ 10º O prazo máximo para conclusão da ação de Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável ter ciência do processo pedagógico, bem como par-
uma única vez por igual período, mediante decisão ticipar da definição das propostas educacionais.
fundamentada da autoridade judiciária. Art. 53-A É dever da instituição de ensino, clubes
e agremiações recreativas e de estabelecimentos
Ademais, podemos verificar o disposto no artigo 48: congêneres assegurar medidas de conscientização,
prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua ori- de drogas ilícitas.
gem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao
processo no qual a medida foi aplicada e seus even-
tuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. Importante!
O art. 39, § 1° do ECA apresenta o princípio da irre- Atenção para o 53-A, incluído pela Lei 13.840/2019,
vogabilidade da adoção, que possui a finalidade de que diz: “É dever da instituição de ensino, clubes
criar um vínculo jurídico com a família biológica, opor- e agremiações recreativas e de estabelecimentos
tunidade em que não será restabelecido, nem mesmo congêneres assegurar medidas de conscienti-
que ocorra o falecimento dos pais adotivos. Com isso, zação, prevenção e enfrentamento ao uso ou
não existirá mais laços familiares com os pais naturais dependência de drogas ilícitas.”
encerrando o poder familiar, mesmo que não possa ser
recobrado com a morte dos pais adotivos.
No que tange aos interessados em adotar, deverá Com relação a esses direitos, cabe ao Estado, asse-
preencher alguns requisitos intrínsecos e extrínsecos, gurar à criança e ao adolescente, de acordo com o art.
entabulados na lei como os que constam nos arts. 165 54 do ECA:
e 174-A do ECA. Preenchidos os requisitos serão sub-
metidos a entrevistas pela equipe interprofissional I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
dos órgãos técnicos do juizado com a apreciação pelo inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
Ministério Público, sendo geralmente realizados por idade própria;
uma equipe de psicólogos. II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gra-
Portanto, os requisitos legais a preencher são os tuidade ao ensino médio;
que estão no art. 29, não podendo existir incompatibi- III - atendimento educacional especializado aos
lidade da medida, ou assim, deverá gostar de conviver portadores de deficiência, preferencialmente na
com crianças ou adolescente e ter um local apropriado rede regular de ensino;
para acolhimento da criança. Com isso, serão arguidos IV – atendimento em creche e pré-escola às crian-
ças de zero a cinco anos de idade;
quanto a seu passado, pretensões quanto ao futuro e
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
a afinidade envolvendo outros membros da família.
pesquisa e da criação artística, segundo a capaci-
Ademais, os candidatos a adotar, deverão ser pre-
dade de cada um;
parados por uma equipe de apoio à adoção, com a
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
finalidade de ensinar, e adequar sua convivência com condições do adolescente trabalhador;
a criança. Nesses encontros, irão ser realizadas pales- VII - atendimento no ensino fundamental, através de
tras, trocas de informações com outros participantes programas suplementares de material didático-es-
que já adotaram, tendo como escopo, a grande finali- colar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
dade de os preparar ao que está envolvido em colocar § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
uma criança na família substituta. direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao poder público ou sua oferta irregular importa res-
Lazer ponsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educan-
Os arts. 205 e 206 da CF/88 estabelecem que a edu- dos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e
cação, direito de todos e dever do Estado e da família, zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência
será promovida e incentivada com a colaboração da à escola.
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pes-
soa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua Os pais ou responsável têm a obrigação de matri-
qualificação para o trabalho. cular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensi-
educação, visando ao pleno desenvolvimento de no fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e os casos de:
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
I - igualdade de condições para o acesso e perma- II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão
nência na escola; escolar, esgotados os recursos escolares;
10 II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - elevados níveis de repetência.
Correspondente ao poder público, ele deverá esti- Tudo com o fito de assegurar-lhes o pleno desen-
mular as pesquisas, conhecimentos e propostas rela- volvimento de suas habilidades, distanciando-os
tivas a calendário, seriação, currículo, metodologia, assim do crime e da delinquência.
didática e avaliação, tendo como a finalidade de vistas Vale frisar que as normas relativas à prevenção de
à colocação de crianças e adolescentes excluídos do situações potencialmente lesivas aos interesses infan-
ensino fundamental obrigatório. to-juvenis são aplicáveis mesmo em relação a jovens
No que tange, o processo educacional deverá ser emancipados.
acatado os valores culturais, artísticos e históricos
próprios do contexto social da criança e do adolescen- Dos Produtos e Serviços
te, devendo proteger e garantir a estes a liberdade da
criação e o acesso às fontes de cultura. Conforme artigo 82: é proibida a hospedagem de
criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou esta-
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no belecimento congênere, salvo se autorizado ou acom-
Trabalho panhado pelos pais ou responsável.
Art. 90. § 2º Os recursos destinados à implemen- Conforme artigo 97, § 2º As pessoas jurídicas de
tação e manutenção dos programas relacionados direito público e as organizações não governamentais
neste artigo serão previstos nas dotações orçamen- responderão pelos danos que seus agentes causarem
tárias dos órgãos públicos encarregados das áreas às crianças e aos adolescentes, caracterizado o des-
de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre cumprimento dos princípios norteadores das ativida-
outros, observando-se o princípio da prioridade des de proteção específica.
absoluta à criança e ao adolescente preconizado
pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
pelo caput e parágrafo único do art. 4º desta Lei.
As medidas de proteção à criança e ao adolescen-
Os programas em execução serão reavaliados
te são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos
pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
nesta Lei forem ameaçados ou violados:
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, consti-
tuindo-se critérios para renovação da autorização de
z por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
funcionamento, conforme é disposto no artigo 90, § 3º:
z por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
z em razão de sua conduta.
Art. 90. § 3 o Os programas em execução serão
reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 Das Medidas Específicas de Proteção
(dois) anos, constituindo-se critérios para renova-
ção da autorização de funcionamento: As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
bem como às resoluções relativas à modalidade de substituídas a qualquer tempo.
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta
de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas
os níveis; que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvi- e comunitários.
do, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério A aplicação das medidas deve observar uma série
Público e pela Justiça da Infância e da Juventude; de princípios:
III - em se tratando de programas de acolhimento
institucional ou familiar, serão considerados os Art. 100. [...] Parágrafo único. São também princí-
índices de sucesso na reintegração familiar ou de pios que regem a aplicação das medidas:
adaptação à família substituta, conforme o caso. I - condição da criança e do adolescente como sujei-
tos de direitos: crianças e adolescentes são os titu-
Com isso entidades não-governamentais, apenas lares dos direitos previstos nesta e em outras Leis,
funcionarão depois de registradas no Conselho Muni- bem como na Constituição Federal;
cipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, a qual II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
será responsável pela comunicação ao registro ao aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respec- deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
tiva localidade. direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
Mas, nem toda entidade poderá ser cadastrada. III - responsabilidade primária e solidária do poder
Será negado o registro à entidade que: público: a plena efetivação dos direitos assegura-
dos a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta
z Não ofereça instalações físicas em condições ade-
expressamente ressalvados, é de responsabilidade
quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
primária e solidária das 3 (três) esferas de governo,
segurança;
sem prejuízo da municipalização do atendimento
z Não apresente plano de trabalho compatível com e da possibilidade da execução de programas por
os princípios desta Lei; entidades não governamentais;
z Esteja irregularmente constituída; IV - interesse superior da criança e do adolescen-
z Tenha em seus quadros pessoas inidôneas. te: a intervenção deve atender prioritariamente
z Não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções aos interesses e direitos da criança e do adolescen-
e deliberações relativas à modalidade de atendi- te, sem prejuízo da consideração que for devida a
mento prestado expedidas pelos Conselhos de Direi- outros interesses legítimos no âmbito da pluralida-
12 tos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. de dos interesses presentes no caso concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção § 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergen-
da criança e do adolescente deve ser efetuada no ciais para proteção de vítimas de violência ou abu-
respeito pela intimidade, direito à imagem e reser- so sexual e das providências a que alude o art. 130
va da sua vida privada; desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente
VI - intervenção precoce: a intervenção das auto- do convívio familiar é de competência exclusiva da
ridades competentes deve ser efetuada logo que a autoridade judiciária e importará na deflagração, a
situação de perigo seja conhecida; pedido do Ministério Público ou de quem tenha legí-
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exer- timo interesse, de procedimento judicial contencio-
cida exclusivamente pelas autoridades e instituições so, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
direitos e à proteção da criança e do adolescente; § 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser
VIII - proporcionalidade e atualidade: a interven- encaminhados às instituições que executam pro-
ção deve ser a necessária e adequada à situação de gramas de acolhimento institucional, governamen-
perigo em que a criança ou o adolescente se encon- tais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento,
tram no momento em que a decisão é tomada; expedida pela autoridade judiciária, na qual obri-
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve gatoriamente constará, dentre outros:
ser efetuada de modo que os pais assumam os seus I - sua identificação e a qualificação completa de
deveres para com a criança e o adolescente; seus pais ou de seu responsável, se conhecidos;
X - prevalência da família: na promoção de direitos II - o endereço de residência dos pais ou do respon-
e na proteção da criança e do adolescente deve ser sável, com pontos de referência;
dada prevalência às medidas que os mantenham ou III - os nomes de parentes ou de terceiros interessa-
dos em tê-los sob sua guarda;
reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração
isso não for possível, que promovam a sua integra-
ao convívio familiar.
ção em família adotiva;
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
ou do adolescente, a entidade responsável pelo pro-
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvi-
grama de acolhimento institucional ou familiar ela-
mento e capacidade de compreensão, seus pais ou
borará um plano individual de atendimento, visando
responsável devem ser informados dos seus direi-
à reintegração familiar, ressalvada a existência de
tos, dos motivos que determinaram a intervenção e
ordem escrita e fundamentada em contrário de auto-
da forma como esta se processa; ridade judiciária competente, caso em que também
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e deverá contemplar sua colocação em família subs-
o adolescente, em separado ou na companhia dos tituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, § 5 o O plano individual será elaborado sob a res-
bem como os seus pais ou responsável, têm direito ponsabilidade da equipe técnica do respectivo pro-
a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição grama de atendimento e levará em consideração a
da medida de promoção dos direitos e de proteção, opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos
sendo sua opinião devidamente considerada pela pais ou do responsável.
autoridade judiciária competente, observado o dis- § 6 o Constarão do plano individual, dentre outros:
posto nos §§ 1° e 2° do art. 28 desta Lei. I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
II - os compromissos assumidos pelos pais ou res-
Verificada qualquer das medidas, a autoridade ponsável; e
competente poderá determinar, dentre outras, as III - a previsão das atividades a serem desenvolvi-
seguintes medidas: das com a criança ou com o adolescente acolhido e
seus pais ou responsável, com vista na reintegração
Art. 101. (...) familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e
I - encaminhamento aos pais ou responsável, fundamentada determinação judicial, as providên-
mediante termo de responsabilidade; cias a serem tomadas para sua colocação em famí-
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; lia substituta, sob direta supervisão da autoridade
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabe- judiciária.
lecimento oficial de ensino fundamental; § 7o O acolhimento familiar ou institucional ocor-
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou rerá no local mais próximo à residência dos pais
comunitários de proteção, apoio e promoção da ou do responsável e, como parte do processo de
reintegração familiar, sempre que identificada a
família, da criança e do adolescente;
necessidade, a família de origem será incluída em
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
programas oficiais de orientação, de apoio e de pro-
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
moção social, sendo facilitado e estimulado o con-
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário
tato com a criança ou com o adolescente acolhido.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Das medidas pertinentes aos pais ou responsável No que tange aos procedimentos, aplicar-se-á sub-
sidiariamente as normas gerais previstas na legisla-
Os pais também são punidos sempre que os direi- ção processual pertinente.
tos reconhecidos da criança e do adolescente forem Conforme artigo 152, § 1º é assegurada, sob pena
ameaçados ou violados em razão de ação ou omissão de responsabilidade, prioridade absoluta na trami-
da sociedade ou do Estado, ou por falta, omissão ou tação dos processos e procedimentos previstos nesta
abuso dos pais ou responsável, em razão da conduta Lei, assim como na execução dos atos e diligências
do menor. A aplicação das medidas é de competência judiciais a eles referentes.
do Conselho Tutelar. Com relação aos prazos entabulados na Lei em
comento serão aplicáveis aos seus procedimentos, oca-
DO CONSELHO TUTELAR sião em que serão contados em dias corridos, excluído
o dia do começo e incluído o dia do vencimento, sendo
O Conselho Tutelar é órgão permanente e autô- proibido o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o
nomo, não jurisdicional, encarregado pela socieda- Ministério Público.
de de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança
e do adolescente. Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
Atenção para o artigo 132 que teve sua redação
pela Lei 13.824, de 2019: O procedimento para a perda ou a suspensão
do poder familiar terá início por provocação do Minis-
Art. 132. Em cada Município e em cada Região tério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
Administrativa do Distrito Federal haverá, no míni-
mo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante Da Destituição da Tutela
da administração pública local, composto de 5 (cin-
co) membros, escolhidos pela população local para Na destituição da tutela, observar-se-á o procedi-
mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução mento para a remoção de tutor previsto na lei proces-
por novos processos de escolha sual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
O artigo 136 do ECA apresenta o rol taxativo de atribui- São requisitos para a concessão de pedidos de colo-
ções do Conselho Tutelar no desempenho de suas funções cação em família substituta (art. 165):
administrativas e assistenciais. As decisões do Conselho
I - qualificação completa do requerente e de seu
Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa
judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse. anuência deste;
São impedidos de servir no mesmo Conselho mari- II - indicação de eventual parentesco do requerente
do e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e gen- e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança
ro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio ou adolescente, especificando se tem ou não paren-
16 e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado. te vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescen-
te e de seus pais, se conhecidos; Importante!
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nasci-
A infiltração de agentes de polícia na internet
mento, anexando, se possível, uma cópia da respec-
não será admitida se a prova puder ser obtida
tiva certidão;
por outros meios.
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Atendimento
Adolescente
O processo de apuração de irregularidades em enti-
O adolescente que for apreendido por força de dade governamental e não-governamental começará
ordem judicial será encaminhado à autoridade com a portaria da autoridade judiciária ou represen-
judiciária. tação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar,
Ademais, vejamos: onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
No caso da não liberação, a autoridade policial No caso de existir motivo grave, poderá (apresen-
deverá encaminhar, o adolescente ao representante tando uma faculdade e não um dever) a autoridade
do Ministério Público, levando consigo a cópia do auto judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar limi-
de apreensão ou boletim de ocorrência. narmente o afastamento provisório do dirigente da
Vale dispor que sendo impossível a apresentação entidade, mediante decisão fundamentada.
imediata, a autoridade policial deverá encaminhar o
adolescente à entidade de atendimento, que ocorrerá Dos Recursos
a apresentação ao representante do Ministério Públi-
co no prazo de vinte e quatro horas. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e
da Juventude, inclusive os relativos à execução das
Da infiltração de agentes de polícia para a medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recur-
investigação de crimes contra a dignidade sexual de sal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
de Processo Civil), com as seguintes adaptações:
criança e de adolescente
z Os recursos serão interpostos independentemen-
Art. 190-A A infiltração de agentes de polícia na
te de preparo, por tanto, não necessitará do reco-
internet com o fim de investigar os crimes previstos
nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D des-
lhimento das custas ou do valor para recorrer da
ta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B
sentença.
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 z Em todos os recursos, salvo nos embargos de decla-
(Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: ração, o prazo para o Ministério Público e para a
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) defesa será sempre de 10 (dez) dias, sendo vedado
I - será precedida de autorização judicial devida- o prazo em dobro.
mente circunstanciada e fundamentada, que esta-
belecerá os limites da infiltração para obtenção de No que corresponde aos embargos, poderão ser
prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela opostos para sanar uma obscuridade, omissão e/ou
Lei nº 13.441, de 2017) contradição.
II - dar-se-á mediante requerimento do Ministério
Público ou representação de delegado de polícia e z Os recursos terão preferência de julgamento e dis-
conterá a demonstração de sua necessidade, o alcan- pensarão revisor;
ce das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das z Antes de determinar a remessa dos autos à supe-
pessoas investigadas e, quando possível, os dados de rior instância, no caso de apelação, ou do instru-
conexão ou cadastrais que permitam a identificação mento, no caso de agravo, a autoridade judiciária
dessas pessoas (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) proferirá despacho fundamentado, mantendo ou
III - não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde z Mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) remeterá os autos ou o instrumento à superior ins-
dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a tância dentro de vinte e quatro horas, independente-
critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº mente de novo pedido do recorrente; se a reformar,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
No que tange ao Advogado, é importante destacar Ademais, vamos analisar o artigo 208, parágrafo 2:
que a criança ou o adolescente, seus pais ou responsá-
vel, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na § 2o A investigação do desaparecimento de crianças
solução da lide poderão (apresentando uma faculdade ou adolescentes será realizada imediatamente após
e não um dever) intervir nos procedimentos de que notificação aos órgãos competentes, que deverão
comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia
trata esta Lei, por meio de advogado, o qual será inti-
Rodoviária e companhias de transporte interesta-
mado para todos os atos, pessoalmente ou por publi-
duais e internacionais, fornecendo-lhes todos os
cação oficial, respeitado o segredo de justiça.
dados necessários à identificação do desaparecido.
Por outro lado, quando o interessado não tiver condi-
ções de contratar um advogado, a lei garante a assistência
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
judiciária, a qual será prestada pela Defensoria Pública.
Com relação aos crimes e das infrações adminis-
Art. 206. (...)
Parágrafo único. Será prestada assistência trativas que abrange as condutas criminosas prati-
judiciária integral e gratuita àqueles que dela cados contra a criança e o adolescente, por ação ou
necessitarem. omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei
Difusos e Coletivos as normas da Parte Geral do Código Penal e, quan-
to ao processo, as pertinentes ao Código de Proces-
so Penal.
Com base no artigo 208, regem-se pelas disposições
desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos
Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
direitos assegurados à criança e ao adolescente, refe-
incondicionada, ou seja, carecem de representação da
rentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
vítima ou de seu responsável legal.
Atenção para o artigo 227-A que foi incluído pela
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as
ações de responsabilidade por ofensa aos direitos Lei 18.869/2019:
assegurados à criança e ao adolescente, referentes
ao não oferecimento ou oferta irregular: Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista
I - do ensino obrigatório; no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº
II - de atendimento educacional especializado aos 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
portadores de deficiência; para os crimes previstos nesta Lei, praticados por
III - de atendimento em creche e pré-escola às crian- servidores públicos com abuso de autoridade, são
ças de zero a seis anos de idade; condicionados à ocorrência de reincidência.
(Revogado) Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou
III – de atendimento em creche e pré-escola às da função, nesse caso, independerá da pena aplica-
crianças de zero a cinco anos de idade; (Redação da na reincidência.
dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
IV - de ensino noturno regular, adequado às condi- Dos Crimes em Espécie
ções do educando;
V - de programas suplementares de oferta de mate- Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia,
rial didático-escolar, transporte e assistência à saú- vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
de do educando do ensino fundamental; explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
VI - de serviço de assistência social visando à adolescente:
proteção à família, à maternidade, à infância e à Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
adolescência, bem como ao amparo às crianças e multa.
adolescentes que dele necessitem; Art. 241-A Oferecer, trocar, disponibilizar, trans-
18 VII - de acesso às ações e serviços de saúde; mitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro forma de representação visual:
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfi- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
ca envolvendo criança ou adolescente: Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publi-
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem: ca ou divulga por qualquer meio, adquire, pos-
I – assegura os meios ou serviços para o armaze- sui ou armazena o material produzido na forma
namento das fotografias, cenas ou imagens de que do caput deste artigo.
trata o caput deste artigo; Art. 241-D Aliciar, assediar, instigar ou constran-
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede ger, por qualquer meio de comunicação, criança,
de computadores às fotografias, cenas ou imagens com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
de que trata o caput deste artigo. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 2° As condutas tipificadas nos incisos I e II do § Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
1 o deste artigo são puníveis quando o responsável I – facilita ou induz o acesso à criança de material
legal pela prestação do serviço, oficialmente noti- contendo cena de sexo explícito ou pornográfica
ficado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste
ilícito de que trata o caput deste artigo.
artigo com o fim de induzir criança a se exibir de
Art. 241-B Adquirir, possuir ou armazenar, por
forma pornográfica ou sexualmente explícita.
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
Art. 241-E Para efeito dos crimes previstos nesta
registro que contenha cena de sexo explícito ou por-
Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou porno-
nográfica envolvendo criança ou adolescente:
gráfica” compreende qualquer situação que envol-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
va criança ou adolescente em atividades sexuais
§ 1° A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços)
explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos
se de pequena quantidade o material a que se refere órgãos genitais de uma criança ou adolescente
o caput deste artigo para fins primordialmente sexuais.
§ 2° Não há crime se a posse ou o armazenamento Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
tem a finalidade de comunicar às autoridades com- ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-
petentes a ocorrência das condutas descritas nos lescente arma, munição ou explosivo:
arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
comunicação for feita por: Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou
I – agente público no exercício de suas funções; entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer for-
II – membro de entidade, legalmente constituída, ma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
que inclua, entre suas finalidades institucionais, o sem justa causa, outros produtos cujos componen-
recebimento, o processamento e o encaminhamen- tes possam causar dependência física ou psíquica:
to de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e mul-
III – representante legal e funcionários responsáveis ta, se o fato não constitui crime mais grave.
de provedor de acesso ou serviço prestado por meio Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
de rede de computadores, até o recebimento do mate- ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-
rial relativo à notícia feita à autoridade policial, ao lescente fogos de estampido ou de artifício, exceto
Ministério Público ou ao Poder Judiciário. aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
§ 3° As pessoas referidas no § 2° deste artigo deve- incapazes de provocar qualquer dano físico em
rão manter sob sigilo o material ilícito referido. caso de utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Quanto ao crime previsto no Art. 241-A (divulgação Art. 244-A Submeter criança ou adolescente, como
de imagem pornográfica de adolescente via WhatsApp tais definidos no caput do art. 2° desta Lei, à prosti-
tuição ou à exploração sexual:
e Facebook, a competência para julgamento, em regra,
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além
é da justiça estadual.
da perda de bens e valores utilizados na prática cri-
Todavia, será da Justiça Federal nas hipóteses em que minosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança
estiver evidenciada a internacionalidade da conduta. e do Adolescente da unidade da Federação (Estado
ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
Importante! § 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
gerente ou o responsável pelo local em que se veri-
Compete à Justiça Federal a condução do inqué- fique a submissão de criança ou adolescente às prá-
rito que investiga o cometimento do delito previs- ticas referidas no caput deste artigo.
to no art. 241-A do ECA nas hipóteses em que há § 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
8. (FCC - 2019) De acordo com a legislação, o Conse- a) colocação da criança ou do adolescente em família
lho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não substituta
jurisdicional, encarregado de zelar pelo cumprimento b) intervenção mínima
dos direitos da criança e do adolescente. Faz parte da c obrigação de reparar o dano
atribuição desse órgão d) internação da criança ou do adolescente em estabele-
cimento educacional
a) prestar assistência direta às crianças, aos adolescen-
tes e suas famílias. Na hipótese, será colocada em família substituta.
b) constituir-se como um programa de atendimento às Art. 101 Verificada qualquer das hipóteses previstas
crianças e aos adolescentes. no art. 98, a autoridade competente poderá determi-
c) configurar-se como executor da prestação direta de nar, dentre outras, as seguintes medidas:
serviços necessários à efetivação dos direitos da IX - colocação em família substituta. Resposta:
criança e do adolescente. Letra A. 21
z o
crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
LEI Nº 8.072, DE 1990 E SUAS uso proibido.
ALTERAÇÕES z o crime de comércio ilegal de armas de fogo.
z o
crime de tráfico internacional de arma de fogo,
Com o crescimento dos níveis de violência no País acessório ou munição
houve a necessidade de estabelecer regramentos para
agravar crimes que pela repercussão e maior reprova- � o crime de organização criminosa, quando dire-
ção social são considerados mais graves, por desperta- cionado à prática de crime hediondo ou equiparado.
rem na sociedade a sensação de repulsa e injustiça.
Neste sentido, em 25 de julho de 1990, foi publica- CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS
da a Lei de Crimes Hediondos. Antes de adentrar nos
crimes hediondos propriamente ditos, é necessário z Tortura
estabelecer distinção entre estes e os crimes equipara- z Tráfico ilícito de entorpecentes, exceto o privilegiado.
dos a hediondos. Mas, por que isto é importante para z Terrorismo
sua prova?
A verdade é que são hediondos todos os crimes Dica rápida: TTT.
que estão expressos na Lei de Crimes Hediondos,
contudo há crimes que a legislação equiparou para Foi exposto acima o rol de crimes hediondos e
todos os efeitos como hediondos, isto quer dizer não equiparados, mas como dito anteriormente, a Lei de
são propriamente hediondos, mas terão a incidência Crimes Hediondos veio para agravar os crimes de
desta lei. maior reprovação pela sociedade.
Com efeito, o artigo 2º da aludida lei trouxe algu-
CRIMES HEDIONDOS mas medidas, tais como: a impossibilidade da conces-
são de anistia – espécie de perdão geral concedido
pelo Congresso Nacional, através de lei e que exclui
z h
omicídio quando praticado em atividade típica
o próprio crime –, graça – espécie de perdão indivi-
de grupo de extermínio (Inciso I, do art. 1º, da Lei
dual requerido pelo Presidente da República, concedi-
z homicídios qualificados (§ 2º, do art. 121, do CP) do pelo juiz e que substitui apenas a condenação – e
z l esão corporal dolosa de natureza gravíssima e indulto – espécie de perdão coletivo requerido pelo
seguida de morte quando praticadas contra autori- Presidente da República, mas que pode ser concedido
dade ou agente de Segurança Pública, seu cônjuge, de ofício pelo juiz e que substitui apenas a condena-
companheiro ou parente consanguíneo até tercei- ção –, aplicação de fiança, início do cumprimento de
ro grau, em decorrência da condição de agente ou pena em regime fechado e, ainda, dispôs que a prisão
autoridade (art. 129, §§ 2º e 3º, do CP). temporária no caso destes crimes terá o prazo de 30,
z r oubo circunstanciado pela restrição de liberdade prorrogáveis por igual período.
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V). Atente-se ao fato de que o Supremo Tribunal Fede-
ral decretou a inconstitucionalidade do § 1º, do art.
z r oubo circunstanciado pelo emprego de arma de
2º, que dispunha sobre a fixação de regime inicial em
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I).
regime fechado. Determinando, em consonância com
z r oubo pelo emprego de arma de fogo de uso proibi- o princípio da individualização da pena, que o magis-
do ou restrito (art. 157, § 2º-B). trado deveria fixar o regime inicial em observância ao
z r oubo qualificado pelo resultado lesão corporal que dispõe o Código Penal e a Lei de Execução Penal.
grave ou morte (art. 157, § 3º). Outro assunto que merece destaque são as alte-
z e
xtorsão qualificada pela restrição da liberdade da rações recentes advindas do Pacote Anticrime (Lei
vítima (art. 158, § 3º). 13.964/2019), que revogou o § 2º, do art. 2º, da Lei de
Crimes Hediondos:
z e
xtorsão qualificada pela ocorrência de lesão cor-
poral (art. 158, § 3º). § 2º A progressão de regime, no caso dos condenados
z extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 3º). pelos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após
z e
xtorsão mediante sequestro e na forma qualifica- o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se
da (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 4º
z e
stupro simples e qualificado (art. 213, caput e §§ do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984
1º e 2º). (Lei de Execução Penal). (Redação dada pela Lei nº
z e
stupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 13.769, de 2018)
3º e 4º);
z epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). A forma de progressão de regime foi então regula-
da pela Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984):
z f alsificação, corrupção, adulteração ou alteração
de produto destinado a fins terapêuticos ou medi- Art. 112. A pena privativa de liberdade será exe-
cinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B). cutada em forma progressiva com a transferência
z f avorecimento da prostituição ou de outra forma para regime menos rigoroso, a ser determinada
de exploração sexual de criança ou adolescente ou pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º) I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado
for primário e o crime tiver sido cometido sem vio-
z f urto qualificado pelo emprego de explosivo ou
lência à pessoa ou grave ameaça;
de artefato análogo que cause perigo comum (art. II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for
155, § 4º-A). reincidente em crime cometido sem violência à pes-
22 z o crime de genocídio. soa ou grave ameaça;
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o ape- COMPETÊNCIAS
nado for primário e o crime tiver sido cometido
com violência à pessoa ou grave ameaça; Ademais, o Decreto entabulou algumas competên-
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado cias, sendo elas:
for reincidente em crime cometido com violência à
pessoa ou grave ameaça;
Art. 1º I - realizar o patrulhamento ostensivo, exe-
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado
for condenado pela prática de crime hediondo ou cutando operações relacionadas com a segurança
equiparado, se for primário; pública, com o objetivo de preservar a ordem, a
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o ape- incolumidade das pessoas, o patrimônio da União
nado for: e o de terceiros;
a) condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, com resultado morte, se for primário, Atenção, pois o patrulhamento abrange o policia-
vedado o livramento condicional;
mento, no entanto, o policial deverá estar fardado.
b) condenado por exercer o comando, individual
ou coletivo, de organização criminosa estruturada
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou Art. 1º II - exercer os poderes de autoridade de
c) condenado pela prática do crime de constituição polícia de trânsito, cumprindo e fazendo cumprir
de milícia privada; a legislação e demais normas pertinentes, inspe-
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apena- cionar e fiscalizar o trânsito, assim como efetuar
do for reincidente na prática de crime hediondo ou convênios específicos com outras organizações
equiparado;
similares;
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado
for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte, vedado o livramento condicional. Nesse caso, abrange que a Polícia Rodoviária Fede-
ral poderá proteger os direitos oriundo ao Código de
Observe que o inciso VIII, do artigo supracitado Trânsito Brasileiro, podendo estabelecer convênios
vedou expressamente o livramento condicional aos com demais órgãos para a proteção dos direitos basi-
condenados por crimes hediondos ou equiparados lares envolvendo o trânsito.
com resultado morte. Outra novidade importante que
afeta a Lei de Crimes Hediondos foi a alteração con- Art. 1º III - aplicar e arrecadar as multas impostas
solidada pelo Pacote Anticrime na Lei de Execução
por infrações de trânsito e os valores decorrentes
Penal, que deixou de considerar como hediondo ou
da prestação de serviços de estadia e remoção de
equiparado a figura do tráfico privilegiado, aquele em
que o agente que comete o crime é primário, goza de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de
bons antecedentes e não se dedica a atividades crimi- cargas excepcionais;
nosas, tampouco integra alguma organização crimi-
nosa (§ 4º, do art. 33, da Lei 11.343/06). Muitas vezes, a Polícia Rodoviária Federal poderá
Por fim, a Lei de Crimes Hediondos ainda positi- realizar alguns serviços, como por exemplo, escol-
vou uma norma estabelecendo que a União deverá tar um caminhão que esteja transportado uma peça
manter estabelecimentos penais de segurança máxi- gigante para uma usina.
ma destinados aos condenados de alta periculosidade.
Art. 1º IV - executar serviços de prevenção, aten-
dimento de acidentes e salvamento de vítimas nas
rodovias federais;
DECRETO Nº 1.655, DE 1995
Um exemplo tradicional é os acidentes causa-
O Decreto 1.655/1995 apresenta sua vertente de dos nas Rodovias Federais, devendo prevenir outros
estrutura central à disposição sobre a competência da
acidentes, realizar a sinalização, atender as pessoas
Polícia Rodoviária Federal.
Com base no artigo 1º, a Polícia Rodoviária Federal envolvidas no acidente e se possível salvar as vítimas.
é um órgão permanente, integrante da estrutura regi- Lembrem-se, estamos tratando de Rodovias
mental do Ministério da Justiça, no âmbito das rodo- Federais.
vias federais.
Portanto, a Polícia Rodoviária Federal faz parte da Art. 1º V - realizar perícias, levantamentos de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
1. (CESPE -2020) Com relação às competências institu- Conforme o artigo 1, inciso IV do Decreto 1.655/1995,
cionais, aos tipos de policiamento, aos indicadores de executar serviços de prevenção, atendimento de aci-
avaliação e demais atividades operacionais da PRF, jul- dentes e salvamento de vítimas nas rodovias fede-
24 gue o item a seguir. rais. Resposta: Certo.
5. (CESPE / CEBRASPE -2015) No que tange ao direito da Fazenda e aos extintos Ministérios da Justiça e da
administrativo, julgue o item que se segue. Segurança Pública:
Compete à PRF coordenar e executar medidas de
segurança, planejamento e escoltas nos deslocamen-
tos do presidente da República, quando isso se fizer RESPONSABILIDADES DO MINISTÉRIO DA
necessário. JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
DA NATUREZA E DA COMPETÊNCIA
O decreto 9.662/2019 aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e
das Funções de Confiança do Ministério da Justiça e Segurança Pública, remaneja cargos em comissão e funções
de confiança e transforma cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS e com isso
trouxe o anexo I, apresentando a organização e a competência dos órgãos.
Conforme artigo 1º. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, órgão da administração pública federal dire-
ta, tem como área de competência os seguintes assuntos:
Competência Assunto
� Judiciária;
� Nacional de arquivos;
Política � Organização e manutenção da polícia civil, polícia militar e corpo de bombeiros militar.
� Drogas de difusão de conhecimento sobre crimes e combate ao tráfico de drogas e crimes
conexos.
Nacionalidade, imigração
---------------------------------------
e estrangeiros;
� Consumidor;
Ouvidoria-geral
� Polícias federais
� À corrupção,
Prevenção e combate � À lavagem de dinheiro
� Financiamento ao terrorismo.
� A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estrutura-
do em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais
� Apurar infrações penais contra a ordem política e social.
Artigo 144, §1º e §2º da
� Infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional;
Constituição Federal
� Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas;
� Exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
� Exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
Planejamento, coorde-
nação e administração
---------------------------------------
da política penitenciária
nacional
Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Correspondentes aos órgãos colegiados, nos ter-
Jurídica Internacional; mos doinciso III, do artigo 2º, do anexo I, temos os
Departamento de Migrações; e seguintes órgãos:
Departamento de Promoção de Políticas de Justiça;
z Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos
z Secretaria Nacional do Consumidor: Direitos Difusos;
z Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Deli-
D epartamento de Proteção e Defesa do Consumidor; e tos contra a Propriedade Intelectual;
Departamento de Projetos e de Políticas de Direitos z Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas;
Coletivos e Difusos compete; z Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária;
z Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas: z Conselho Nacional de Segurança Pública;
z Conselho Gestor do Fundo Nacional de Segurança
D iretoria de Gestão de Ativos; e
Pública;
Diretoria de Políticas Públicas e Articulação
z Conselho Nacional de Imigração;
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Institucional;
z Conselho Nacional de Arquivos;
z Secretaria Nacional de Segurança Pública: z Conselho Nacional de Política Indigenista.
D iretoria de Políticas de Segurança Pública; E, por fim, o artigo 2º, inciso IV do anexo I, temos as
Diretoria de Gestão e Integração de Informações; e entidades vinculadas:
Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública;
z Conselho Administrativo de Defesa Econômica;
� Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança z Fundação Nacional do Índio - Funai.
Pública:
São diversos órgãos, mas lembre-se que a Polícia
D iretoria de Gestão; e Rodoviária Federal, encontra-se na classe dos órgãos
Diretoria de Ensino e Pesquisa; específicos singulares. 27
DAS COMPETÊNCIAS DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
A polícia rodoviária federal é um órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em car-
reira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
Importante!
O patrulhamento abrange o policiamento, no entanto, o policial deverá estar fardado.
Diretoria-Executiva
z Articulação e alinhamento das ações entre as Diretorias, Superintendências, Delegacias e instâncias colegia-
das, observada a estratégia da instituição.
z Elaboração, atualização, detalhamento, implementação e monitoramento do planejamento estratégico da
Polícia Rodoviária Federal.
z Governança corporativa, governança da aprendizagem e do conhecimento e gestão do conhecimento.
z Análise técnica, instrução processual, padronização de procedimentos internos e edição de atos norma-
tivos, de forma a subsidiar a deliberação posterior da Direção-Geral.
z Controle interno, orientação técnica e acompanhamento da elaboração da prestação de contas anual,
do relatório de gestão e das recomendações e das determinações oriundas do Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo Federal e dos órgãos de controle externo.
z Monitoramento do desempenho institucional, gestão de riscos e recomendação de medidas de qualifica-
ção da governança com caráter preventivo e corretivo.
z Articulação com outros órgãos e entidades com vistas ao intercâmbio de informações e à realização de
ações conjuntas e integradas, e promoção de criação de redes de aprendizagem interagências.
z Comunicação social e imagem institucional.
z Sistema de educação corporativa e cidadã, incluída a formação e a qualificação profissional, o ensino, a
pesquisa, a inovação e o desenvolvimento de pessoas e de lideranças.
z Promoção e disseminação da cultura da integridade, da ética, da transparência, e fortalecimento interno dos
sistemas de ouvidoria e de acesso à informação.
z Orientação e implementação das diretrizes nacionais para as redes de governança e gestão, de comunica-
ção institucional, de análise técnica e de educação corporativa.
A Diretoria de Administração e Logística, versa na competência de coordenar, planejar, dirigir e avaliar algu-
mas atividades, conforme é apresentado no artigo 49, anexo I.
Sendo elas:
Competência Assunto
Gestão, fiscalização e
Contratos administrativos
acompanhamento
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Correspondente à Diretoria de Operações, versa na competência de coordenar, planejar, dirigir e avaliar algu-
mas atividades.
Podemos localizar as competências no artigo 50 e seus respectivos incisos, sendo elas:
Diretoria de Inteligência
Competência Assunto
Organização e
Concurso público para a Polícia Rodoviária Federal
realização
Orientação e
Diretrizes nacionais para a rede de gestão de pessoas
implementação
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE / CEBRASPE - 2019) A respeito das principais ações da PRF em defesa do meio ambiente, julgue o item a seguir.
A fiscalização da emissão de gases poluentes dos veículos, de qualquer categoria, que trafeguem diariamente nas
rodovias do país, é atribuição da PRF.
Com relação a composição dos danos civis, será quando não existir aplicação de pena, correspondente
apresentada escrita e, homologada pelo Juiz, que fará a ausência do autor do fato, o Ministério Público rea-
sentença irrecorrível, além de possuir eficácia de títu- lizará a oferta ao Juiz, de imediato, além de denúncia
lo executivo judicial, podendo ser cobrado no juízo oral, se acaso não existir necessidade de diligências
civil competente. imprescindíveis.
No entanto, quando envolver ação penal pública
condicionada à representação ou ação penal de ini- Art. 77 [...]
ciativa privada, o acordo homologado acarretará a § 1º Para o oferecimento da denúncia, deverá ser
renúncia ao direito de queixa ou representação. elaborada com base no termo de ocorrência, tendo
No caso de não ocorrer a composição dos danos dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do
civis, será concedida de forma imediata ao ofendido exame do corpo de delito quando a materialidade
a oportunidade de exercer o direito de representação do crime estiver medida por prova equivalente ou
verbal, que deverá ser reduzida a termo. boletim médico. 33
No caso da complexidade ou circunstâncias do Dentre os pressupostos recursais é de suma impor-
caso não autorizarem a formulação da denúncia, o tância salientar que a apelação será interposta no
Ministério Público, terá o direito de requerer ao Juiz o prazo de dez dias, que iniciaram da data ciência da
encaminhamento das peças existentes. sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defen-
Já na ação penal de iniciativa do ofendido poderá sor, através de petição escrita, da qual constarão as
ser oferecida queixa oral, no entanto, caberá ao razões e o pedido do recorrente.
Juiz, a conduta de verificar se a complexidade e as Depois disso, o recorrido deverá ser intimado para
circunstâncias do caso determinam a adoção das oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
providências. Ademais, as partes serão intimadas da data da ses-
No caso de oferecimento da denúncia ou queixa, são de julgamento pela imprensa.
deverá ser reduzida a termo, entregando-se cópia ao
acusado, que na mesma ocasião ficará citado e cien- § 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios
tificado que houve a designação de dia e hora para fundamentos, a súmula do julgamento servirá de
a audiência de instrução e julgamento, oportunidade acórdão.
em que também tomarão ciência o ofendido, o Minis-
tério Público, o responsável civil e seus advogados, Ademais, a Lei trouxe o cabimento dos embar-
nos termos do art. 78. gos de declaração nos casos em que a sentença ou
Se ocorrer a ausência do acusado, será realizado o acórdão, apresentem obscuridade, contradição ou
a citado e cientificado por carta ou oficial de justi- omissão.
ça, da data da audiência de instrução e julgamento,
devendo apresentar suas testemunhas ou apresen-
tar requerimento para intimação, no mínimo cinco Importante!
dias antes de sua realização. Destaca-se que inexiste
Obscuridade: quando a sentença ou acórdão
a possibilidade de citação por edital nos juizados
não estejam claros suficientes. Exemplo: uma
especiais, conforme vimos anteriormente.
No caso de não estarem presentes o ofendido e o sentença que usa termos tão rebuscados e com
responsável civil, serão intimados para comparece- fundamentação confusa que não é possível
rem à audiência de instrução e julgamento. compreender se houve a condenação ou
Já no dia e hora designados para a audiência de absolvição do Réu.
instrução e julgamento, se na fase preliminar não Contradição: Usa preposições inconciliáveis,
tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação indo de encontro com a próprio entendimento.
e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, Exemplo: na fundamentação o Juiz absolve o
poderá dar-se na audiência de instrução e julgamento. Réu, mas do dispositivo o condena a pena de
multa, houve com isso uma contradição.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Omissão: Ocorreu a negativa da prestação juris-
Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva dicional, esquecendo de se manifestar sobre
de quem deva comparecer.
uma tese. Trarei um exemplo do processo civil
para facilitar sua compreensão: O indivíduo
Ocorrendo a abertura de audiência, será concedi-
ingressa com uma ação pedindo duas coisas, a)
da a palavra para o defensor, que deverá responder
danos morais e b) danos materiais, ocorre que
à acusação, após isso, o Juiz dirá se receberá ou não
denúncia ou queixa, em caso de haver o recebimento, na sentença o Juiz se posicionou apenas com
serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação relação aos danos materiais, portanto, houve
e defesa, sendo realizado o interrogatório a seguir o uma sentença omissa, faltando o debate sobre
acusado, se presente, passando-se imediatamente aos os danos morais.
debates orais e à prolação da sentença.
Com relação aos embargos de declaração serão
Art. 81 [...]
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência
opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco
de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar dias, contados da ciência da decisão.
ou excluir as que considerar excessivas, imperti-
nentes ou protelatórias. Art. 83 [...]
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o
Tudo o que acontecer na audiência deverá ser prazo para a interposição de recurso.
lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, con-
tendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em Eivado dos princípios da celeridade e informali-
audiência e a sentença. dade, poderão os erros materiais serem corrigidos de
ofício.
Art. 81 [...]
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, menciona- Da Execução
rá os elementos de convicção do Juiz.
Realizar-se-á através do pagamento na Secretaria
Caberá apelação no caso de decisão de rejeição do Juizado, o cumprimento da pena de multa.
da queixa ou denúncia, que poderá ser julgada por No caso de ser realizado o pagamento, o Juiz decla-
turma recursal, que será composta de três Juízes em rará extinta a punibilidade, e determinará que a con-
exercício no primeiro grau de jurisdição, sendo reuni- denação não fique constando nos registros criminais,
34 dos na sede do Juizado. no entanto, exceto para os fins de requisição judicial.
Quando não ser efetuado o pagamento de multa, Proibição de ausentar-se da comarca onde resi-
poderá ser feita a conversão em pena privativa da de, sem autorização do Juiz;
liberdade, ou restritiva de direitos. Compare cimento pessoal e obrigatório — ajuí-
zo, mensalmente, para informar e justificar
Art. 86. A execução das penas privativas de liber- suas atividades.
dade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada
com estas, será processada perante o órgão compe- Ademais, poderá o magistrado especificar outras
tente, nos termos da lei. condições a que fica subordinada a suspensão, mas
para isso, serão necessárias formas adequadas ao fato
Das Despesas Processuais e à situação pessoal do acusado.
Com relação à suspensão, ela será revogada se, no
Nos casos em que ocorrer a homologação do acor- curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado
do civil e aplicação de pena multa ou a pena restritiva por outro crime ou não efetuar, sem motivo justifica-
de direitos ou, as despesas processuais serão reduzi- do, a reparação do dano.
das, conforme dispuser lei estadual, portanto, cada
estado, será responsável por disciplinar essa regra, Art.89 [...]
vide art. 87. § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado
vier a ser processado, no curso do prazo, por con-
Das Disposições Finais travenção, ou descumprir qualquer outra condição
imposta.
Dependerá de representação a ação penal relativa
aos crimes de lesões culposas e lesões corporais leves, O Juiz declarará extinta a punibilidade, nos casos
além das hipóteses do Código Penal e da legislação de expirados os prazos sem revogação. Não correrá a
especial. prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
Os crimes de lesões corporais leves e culposas Tendo essa base, podemos adentrar na Doutrina
passaram a ser de ação penal pública condicionada a para tratar do ponto da suspensão condicional do
representação. Antes, com a vigência do Código Penal processo.
de 1940, os tipos de ação penal para esses delitos, eram Conforme o professor Renato Brasileiro:
de ação penal pública incondicionada. Com advento
da lei 9.099/1995, mudou para ação penal pública con- Cuida-se, a suspensão condicional do processo, pre-
dicionada à representação. vista no art.89 da lei 9.099/1995, de importante ins-
Cabe atentar que com o advento da lei 11.340/2006 tituto despenalizador por meio do qual se permite
a suspensão do processo por um período de prova
(Lei Maria da Penha), em seu artigo 41, essa mencio-
que pode variar de 2 a 4 anos, desde que observado
na para não se aplicar a lei 9.099/1995, ou seja, tem
o cumprimento de certas condições.
que ser aplicado o regramento anterior e os crimes
de lesões corporais leves e culposas voltaram a ser de
E, quais são os requisitos de admissibilidade da
ação penal pública incondicionada quando ocorrer
suspensão condicional do processo?
a violência doméstica, segundo o Supremo Tribunal
São ao todo, três requisitos:
Federal (STF).
Com relação a suspensão condicional do processo,
z Crimes com pena mínima cominada igual ou infe-
nos crimes em que a pena mínima cominada for igual
rior a 1 ano, abrangidos ou não pela lei nº 9.099 de
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o
1995, ressalvadas as hipóteses de violência domés-
Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá pro-
tica e familiar contra a mulher.
por a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou z Não estar sendo processado ou não ter sido conde-
não tenha sido condenado por outro crime, presentes nado por outro crime.
os demais requisitos que autorizariam a suspensão z Presença dos demais requisitos que autorizam a
condicional da pena, conforme dispõem o artigo 89. suspensão condicional da pena.
Um exemplo de crime que caiba a suspensão con-
dicional do processo é o crime de furto simples, cuja a Já com relação à suspensão condicional do pro-
pena mínima não ultrapassa 1 ano, conforme o artigo cesso em crimes de ação penal de iniciativa privada,
155 do Código Penal: prevalece o entendimento doutrinário de que pode
ocorrer a suspensão condicional do processo em cri-
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa mes de ação penal de iniciativa privada.
alheia móvel: No que tange à iniciativa de proposta de suspen-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. são condicional do processo, nos crimes de ação penal
pública a iniciativa de oferecer a suspensão condicio-
Sendo aceita a proposta pelo acusado e seu defen- nal do processo é do ministério público. Caso presente
sor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, os requisitos e o membro do ministério público não
poderá suspender o processo, submetendo o acusado ofereça a proposta o juiz deve aplicar por analogia
a período de prova, sob as seguintes condições, con- o art. 28 do CPP, encaminhando os autos para o pro-
forme artigo 89, § 1°: curador geral de justiça, a fim de que este ofereça ou
não a proposta. Já nos crimes de ação penal privada a
z Condições: iniciativa é do ofendido ou de seu representante legal.
Correspondente ao momento para aceitação da
Reparação do dano. salvo impossibilidade de proposta, a oportunidade processual correta para o
fazê-lo; oferecimento da proposta de suspensão condicional
Proibição de frequentar determinados lugares; do processo é imediatamente antes da designação da 35
audiência una de instrução e julgamento, caso afasta- E, por fim, temos o artigo 95, dispondo:
da a possibilidade de absolvição sumária do acusado.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios
criarão e instalarão os Juizados Especiais no prazo
Importante! de seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, conta-
A aceitação da proposta gera a suspensão con- do da publicação desta Lei, serão criados e instala-
dicional do processo, que é ato bilateral, que dos os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão
dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes
pressupõe a concordância clara e inequívoca do
nas áreas rurais ou nos locais de menor concentra-
acusado. ção populacional.
Nos casos em que esta Lei passa a exigir repre- ( ) CERTO ( ) ERRADO
sentação para a propositura da ação penal pública,
o ofendido ou seu representante legal será intimado Com base na súmula vinculante 35 do STF, a homo-
para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de logação da transação penal prevista no artigo 76
decadência. da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e,
E, por fim, aplicar-se-á os Códigos Penal e de Pro- descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação
cesso Penal de forma subsidiária, desde que, não anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a
forem incompatíveis com esta Lei. continuidade da persecução penal mediante ofereci-
mento de denúncia ou requisição de inquérito poli-
Das Disposições Finais Comuns cial. Resposta: Errado.
5. (CESPE – 2011) As disposições da Lei n. o 9.099/1995 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
aplicam-se no âmbito da justiça militar para o processo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
e julgamento das infrações penais militares de menor ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
potencial ofensivo. bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
( ) CERTO ( ) ERRADO
III - ninguém será submetido a tortura nem a trata-
mento desumano ou degradante; (...)
Com base no artigo 90-A, as disposições desta Lei XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. Respos- insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortu-
ta: Errado. ra, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 37
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, E, por fim, a tortura crime, previsto no inciso II,
por eles respondendo os mandantes, os executores alínea b, com o intuito de provocar ação ou omissão
e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (...) de natureza criminosa.
c) com seu comportamento anterior, criou o risco A condenação de agente público, poderá ser locali-
da ocorrência do resultado. zada no § 5º, do artigo 1º, da Lei 9.455/1997, apresen-
tando a seguinte redação:
Se o crime de tortura, resultar lesão corporal de
natureza grave ou gravíssima, qual será a pena? A
Art. 1º (...)
pena será de reclusão de quatro a dez anos, valendo
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo,
ressaltar que o crime de tortura que não precisa do
função ou emprego público e a interdição para seu
emprego de violência pode conter apenas o elemento
da grave ameaça. exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Se o crime de tortura resultar morte, qual será a
pena? A reclusão será de oito a dezesseis anos. O efeito da condenação é automático, significa
Veja na tabela o resumo dos prazos de acordo com dizer que o juiz não precisa motivar a decisão para
o tipo de tortura: que ocorra esse efeito. 39
Condenado pelo crime de tortura Temos outro julgado:
A Lei 9.455/1997, elenca que o condenado por cri- Decisão: Vistos. Trata-se de pedido de exten-
me de tortura, salvo a hipótese de que se omite em são apresentado por Ramon Roberto de Olivei-
face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá- ra nos autos do habeas corpus impetrado pela
-las ou apurá-la, iniciará o cumprimento da pena em Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo
regime fechado. em favor de Edmar Lopes Feliciano, buscando
Mas, o Supremo Tribunal Federal estipulou que igual fixação do regime inicial semiaberto para
não é obrigatório que o condenado por crime de tortu- o cumprimento da pena imposta ao paciente.
ra inicie o cumprimento da pena em regime fechado: Sustenta o requerente, em síntese, haver sido
processado e condenado à pena de um (1) ano
DIREITO PENAL. REGIME INICIAL DE CUMPRI- e oito (8) meses de reclusão, em regime inicial-
MENTO DE PENA NO CRIME DE TORTURA. mente fechado, por infração ao disposto no art.
Não é obrigatório que o condenado por crime de 33 da Lei nº 11.343/06, fazendo jus ao cumpri-
tortura inicie o cumprimento da pena no regime mento inicial em regime semiaberto. Examinado
prisional fechado. Dispõe o art. 1º, § 7º, da Lei os autos, decido. O pedido de extensão é manifes-
9.455/1997 – lei que define os crimes de tortura tamente incabível. Observo, de início, que não se
e dá outras providências – que “O condenado cuida o requerente de corréu no mesmo processo
por crime previsto nesta Lei, salvo a hipóte- a que alude o HC nº 111.840/ES, mas de pessoa
se do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em que, dizendo haver sido condenado por crime de
regime fechado”. Entretanto, cumpre ressaltar tráfico de entorpecentes, e apenado a pena cor-
que o Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840- poral inferior a quatro anos, faria jus ao cum-
ES (DJe 17.12.2013), afastou a obrigatoriedade primento de sua pena em regime inicial aberto,
do regime inicial fechado para os condenados razão pela qual inaplicável, à espécie, o disposto
por crimes hediondos e equiparados, devendo- no art. 580 do CPP, ensejando a situação, quan-
-se observar, para a fixação do regime inicial de do muito, a impetração perante Tribunal com-
cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o petente, de habeas autônomo, para o que não se
art. 59, ambos do CP. Assim, por ser equiparado presta a excêntrica petição (anexo de instrução
23). Ademais, além de totalmente desprovida de
a crime hediondo, nos termos do art. 2º, caput e
elementos mínimos a demonstrar a aventada
§ 1º, da Lei 8.072/1990, é evidente que essa inter-
condenação por tráfico, segundo informações
pretação também deve ser aplicada ao crime
prestadas pelo Juízo das Execuções Criminais da
de tortura, sendo o caso de se desconsiderar a
Comarca de Franco da Rocha/SP, o requerente
regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997,
encontra-se preso em razão da prática de crimes
que possui a mesma disposição da norma decla- de roubo qualificado, à pena de sete (7) anos,
rada inconstitucional. Cabe esclarecer que, um (1) mês e dezesseis (16) dias de reclusão, em
ao adotar essa posição, não se está a violar a regime inicial fechado, bem como em quinze (15)
Súmula Vinculante n.º 10, do STF, que assim dis- dias-multa. Ante o exposto, com fundamento no
põe: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao pedi-
art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribu- do, por ser flagrantemente inadmissível. Publi-
nal que, embora não declare expressamente a que-se. Arquive-se. Brasília, 21 de fevereiro de
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 2013. Ministro Dias Toffoli Relator Documento
do poder público, afasta sua incidência, no todo assinado digitalmente
ou em parte”. De fato, o entendimento adotado (STF - HC: 111840 ES, Relator: Min. DIAS TOF-
vai ao encontro daquele proferido pelo Plenário FOLI, Data de Julgamento: 21/02/2013, Data de
do STF, tornando-se desnecessário submeter tal Publicação: DJe-037 DIVULG 25/02/2013 PUBLIC
questão ao Órgão Especial desta Corte, nos ter- 26/02/2013)
mos do art. 481, parágrafo único, do CPC: “Os
órgãos fracionários dos tribunais não submete- Territorialidade
rão ao plenário, ou ao órgão especial, a argui-
ção de inconstitucionalidade, quando já houver O disposto na Lei 9.455/1997, aplica-se ainda quando
pronunciamento destes ou do plenário do Supre-
o crime não tenha sido cometido em território nacional,
mo Tribunal Federal sobre a questão”. Portanto,
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
seguindo a orientação adotada pela Suprema
em local sob jurisdição brasileira. Apresentado na dou-
Corte, deve-se utilizar, para a fixação do regime
inicial de cumprimento de pena, o disposto no trina como extraterritorialidade incondicionada.
art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP e as Súmulas
440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a propósi-
to, os mencionados verbetes sumulares: “Fixada EXERCÍCIOS COMENTADOS
a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabe-
lecimento de regime prisional mais gravoso do 1. (CESPE - 2020) No que se refere ao uso diferenciado
que o cabível em razão da sanção imposta, com da força, julgue o item a seguir.
base apenas na gravidade abstrata do delito.” Se um policial rodoviário federal, com o objetivo de
(Súmula 440 do STJ) e “A imposição do regime obter confissão de uma pessoa que tenha sido flagrada
de cumprimento mais severo do que a pena apli- cometendo infração, praticar intencionalmente algum
cada permitir exige motivação idônea.” (Súmula ato para causar sofrimento mental a essa pessoa, essa
719 do STF). Precedente citado: REsp 1.299.787- conduta poderá ser caracterizada como tortura.
PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC 286.925-RR,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014. ( ) CERTO ( ) ERRADO
(STJ - HC: 286925 RR 2014/0010114-2, Relator:
Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: Com base na alínea “a”, do inciso I, do artigo 1º, da
13/05/2014, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publi- Lei 9.455/1997, constitui crime de tortura a conduta
40 cação: DJe 21/05/2014) de constranger alguém com emprego de violência
ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
mental com o fim de obter informação, declaração ou LEI Nº 9.605, DE 1998 E SUAS
confissão da vítima ou de terceira pessoa. Resposta: ALTERAÇÕES
Certo.
Antes de iniciarmos a análise da referida legislação,
2. (CESPE - 2020) A respeito da Lei de Crimes de Tortura cabe apontar de imediato o seu fundamento constitu-
(Lei n.º 9.455/1997), julgue o próximo item. cional. Preceitua o artigo 225, caput, da Constituição
A Lei de Crimes de Tortura, ao prever sua incidência Federal de 1998: “Todos têm direito ao meio ambiente
mesmo sobre crimes que tenham sido cometidos fora ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
do território nacional, estabelece hipótese de extrater- e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
ritorialidade incondicionada. Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
( ) CERTO ( ) ERRADO No § 3º estipula-se: “As condutas e atividades con-
sideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infra-
O disposto na Lei 9.455/1997, aplica-se ainda quan- tores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
do o crime não tenha sido cometido em território administrativas, independentemente da obrigação de
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando- reparar os danos causados.”
-se o agente em local sob jurisdição brasileira. Apre- Conforme se depreende, a nossa Carta Magna
autorizou expressamente a responsabilização penal
sentado na doutrina como extraterritorialidade
da pessoa jurídica, sendo seguida nessa linha pela Lei
incondicionada. Resposta: Certo.
de crimes ambientais (LCA), vide seu artigo 3º:
3. (CESPE - 2018) Tendo como referência a legislação As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
penal extravagante e a jurisprudência das súmulas administrativa, civil e penalmente conforme o
dos tribunais superiores, julgue o item que se segue. disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja
A condenação pela prática de crime de tortura acarre- cometida por decisão de seu representante legal ou
tará a perda do cargo, função ou emprego público e a contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse
interdição para o seu exercício por prazo igual ao da ou benefício da sua entidade.
pena aplicada.
Surge, então, o primeiro ponto relevante da nossa
( ) CERTO ( ) ERRADO matéria. Vale dizer que há possibilidade de a Pessoa
Jurídica ser responsabilizada por um crime. É que até
A condenação acarretará a perda do cargo, função ou a edição da LCA, a norma contida no § 3º, do art. 225
emprego público e a interdição para seu exercício pelo (de eficácia limitada) carecia de integração infracons-
dobro do prazo da pena aplicada. Resposta: Errado. titucional, não possuindo, desta forma, condições de
produzir todos os seus efeitos. Entretanto, a partir da
promulgação da LCA a norma constitucional, agora já
4. (CESPE - 2018) Se, com o objetivo de obter confis-
integrada, complementada, passou a ter o condão de
são, determinado agente de polícia, por meio de gra-
gerar seus efeitos, isto é, a responsabilização penal
ve ameaça, constranger pessoa presa, causando-lhe
das pessoas jurídicas passou a ser possível, produ-
sofrimento psicológico:
zindo, desta forma, muita controvérsia na doutrina.
De imediato, inúmeros penalistas se posicionaram
a) e a vítima for adolescente, o crime será qualificado. contra a responsabilização penal das PJ, pois que essa
b) estará configurada uma causa de aumento de pena. hipótese não seria possível diante da teoria Finalista
c) a critério do juiz, a condenação poderá acarretar a per- do crime. É que, como você mesmo viu quando do
da do cargo. estudo da Teoria do Crime, para que alguém possa
d) provado o fato, a pena será de detenção. cometer um delito/crime, deve ter cometido um Fato
e) quem presenciar o crime e se omitir, incorrerá na mes- Típico, Ilícito e Culpável. Sendo que o Fato típico, por
ma pena do agente. sua vez, seria decomposto em: Conduta consciente e
voluntária (dolosa ou culposa), Resultado, Nexo Cau-
Considera-se aumento de pena, pois foi praticada por sal e Tipicidade (formal e material). Como se vê, a con-
agente público, tomem cuidado! Resposta: Letra B. duta deve ser consciente e voluntária, sendo que esses
requisitos seriam inerentes às pessoas. Consciência e
5. (CESPE - 2015) Com base na Lei Antitortura e na Lei vontade não se afinariam com as pessoas jurídicas,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
contra Abuso de Autoridade, julgue o item subsequente. pois estas seriam ficções criadas pelo direito (Teoria
Situação Hipotética: Um servidor público federal, no da ficção jurídica de Savigny) e não pessoas de fato.
exercício de atividade carcerária, colocou em perigo a Porém, caro aluno, essa não pode ser a nossa posi-
saúde física de preso em virtude de excesso na impo- ção. A banca CESPE já deixou claro em inúmeras ques-
sição da disciplina, com a mera intenção de aplicar tões que não está nem aí para esses argumentos. Em
medida educativa, sem lhe causar sofrimento. suma se atém à letra fria da lei, se alinhando aqueles
Assertiva: Nessa situação, o referido agente responde- que não veem qualquer empecilho à responsabiliza-
ção penal das pessoas jurídicas.
rá pelo crime de tortura.
Trata-se da Teoria Da Desconsideração Da Per- Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve
sonalidade Jurídica, matéria mais afeta ao direito atender, principalmente, à situação econômica do
Empresarial do que ao Penal. Para sua prova, bas- réu.
ta saber que a desconsideração acima visa atacar o
patrimônio dos sócios, sempre que a pessoa jurídica Nesse contexto, a CESPE já abordou o tema da
não puder ressarcir o prejuízo causado pelo crime seguinte forma:
ambiental, e que essa desconsideração se dará de for- Na fixação da pena por delitos ambientais, o juiz
ma episódica, isto é, a Pessoa Jurídica não deixará de deverá levar em conta, de forma preponderante, os
existir. Em outras palavras, sua autonomia existencial bons ou maus antecedentes ambientais do infrator e,
será desconsiderada apenas para alcançar o patrimô- apenas supletivamente, os outros antecedentes.
nio de seus sócios em um determinado procedimento A banca considerou correta a alternativa ao men-
judicial. Após, sua personalidade (distinta da de seus cionar antecedentes ambientais, ou seja, a banca quis
sócios) volta a ser considerada normalmente. se referir exatamente ao Art. 6º, II.
Antes de avançarmos, cabe um breve apontamento.
Da aplicação da pena O candidato não pode confundir as circunstâncias
judiciais (Art. 6º LCA e Art. 59, CP) com aquelas pre-
Art. 6º. Para imposição e gradação da penalidade, vistas mais a frente nos artigos 14 e 15 da LCA. Estas
a autoridade competente observará:
são circunstâncias legais. Devem ser consideradas
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da
pelo magistrado no segundo momento da aplicação da
infração e suas consequências para a saúde pública
e para o meio ambiente; pena (conforme o critério trifásico adotado pelo Códi-
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumpri- go Penal em seu artigo 69). As circunstâncias judiciais,
mento da legislação de interesse ambiental; ao contrário, deverão ser consideradas no primeiro
III - a situação econômica do infrator, no caso de momento da aplicação da pena.
multa.
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos Assim, por exemplo, se o juiz se encontra diante
antecedentes, à conduta social, à personalidade de um réu que possui maus antecedentes ambientais,
do agente, aos motivos, às circunstâncias e conse- por já ter cometido outras infrações desta natureza
quências do crime, bem como ao comportamento (inciso II, do art. 6º, LCA), não pode levar essa cir-
da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e cunstância em consideração no primeiro momento da
suficiente para reprovação e prevenção do crime:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
z Sursis ambiental: até 3 anos. Este artigo é uma decorrência natural do artigo 19,
z Sursis penal: até 2 anos. que trata da perícia realizada para apuração da mate-
rialidade do delito ambiental (extensão dos danos
Art. 17. A verificação da reparação a que se refe- causados ao meio ambiente). E em seu parágrafo úni-
re o § 2º do art. 78 do Código Penal será feita co versa sobre a formação do título executivo judi-
mediante laudo de reparação do dano ambiental, cial em decorrência da sentença penal condenatória.
e as condições a serem impostas pelo juiz deverão
relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo
Trata do sursis especial, no qual o autor do cri- com o disposto no art. 3º, são:
me deve respeitar as condições postas no Art. 78, § 2. I - multa;
Neste caso, reparado o dano pelo agente, dispensa-se II - restritivas de direitos;
o autor do fato de cumprir as condições previstas no III - prestação de serviços à comunidade.
Art. 78, § 1º.
Impõe a necessidade de ser feito o laudo pericial a Conforme salientei, quando da análise do artigo 8º,
comprovar a integral reparação do dano ambiental a lei de Crimes Ambientais (9.605), cuidou de enumerar
como condição prévia à suspensão condicional da pena. em momentos diferentes quais seriam as penas apli-
A exceção fica por conta do disposto no Art. 78, cáveis às pessoas físicas (Art. 8º) e quais teriam como
§ 2, vale dizer: “salvo comprovada impossibilidade destinatárias as pessoas jurídicas (Art. 21, art. 22).
de o fazer”.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa
Art. 18. A multa será calculada segundo os crité- jurídica são:
rios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda I - suspensão parcial ou total de atividades;
que aplicada no valor máximo, poderá ser aumen- Previsão idêntica à do art. 8º, III.
tada até três vezes, tendo em vista o valor da van- II - interdição temporária de estabelecimento, obra
tagem econômica auferida. ou atividade;
Nesse caso não se suspende a atividade da pessoa
Atente para o parâmetro utilizado pela lei de cri- jurídica como um todo. Aqui, a interdição recai-
rá sobre determinado estabelecimento obra ou
mes ambientais para a exasperação da pena (aumento
serviço.
até o triplo).
III - proibição de contratar com o Poder Público,
Deverá ser levado em conta o valor da vantagem bem como dele obter subsídios, subvenções ou
econômica auferida pelo agente com a prática do deli- doações.
to ambiental. Esse ponto merece muito cuidado, pois o
Código penal tem dispositivo parecido, que, entretanto, Penalidade semelhante àquela imputada as pes-
possui como parâmetro a situação econômica do réu. soas físicas (art. 8º, II; art. 10, LCA), valendo a ressalva
Então não se esqueça: Na lei de crime ambien- de que o prazo da proibição destinado ás pessoas jurí-
tais o parâmetro utilizado para o aumento da pena de dicas é diferente (vide § 3º abaixo).
multa em até 3 x é o proveito econômico auferido
pelo agente com o crime ambiental. § 1º A suspensão de atividades será aplicada quan-
do estas não estiverem obedecendo às disposições
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambien- legais ou regulamentares, relativas à proteção do
tal, sempre que possível, fixará o montante do pre- meio ambiente.
juízo causado para efeitos de prestação de fiança e § 2º A interdição será aplicada quando o estabe-
cálculo de multa. lecimento, obra ou atividade estiver funcionando
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito sem a devida autorização, ou em desacordo com a
civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no concedida, ou com violação de disposição legal ou
48 processo penal, instaurando-se o contraditório. regulamentar.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO
e dele obter subsídios, subvenções ou doações não DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA OU DE CRIME
poderá exceder o prazo de dez anos.
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos
O § 1º e o § 2º complementam os incisos I e II, expli- seus produtos e instrumentos, lavrando-se os res-
citando quando tais modalidades de penas alternati- pectivos autos.
vas poderão ser aplicadas.
Quanto ao § 3º, estabelece durante quanto tempo Este artigo trata das medidas processuais de
determinada pessoa jurídica que tenha cometido um apreensão do produto e dos instrumentos do crime.
crime ambiental ficará privada de contratar com o Nada de novo. O código de processo penal tem disposi-
poder público, ou obter recursos públicos. tivos no inciso II, do Art. 6º e nos arts. 124 e seguintes.
Note que o prazo é bem maior do que o estabeleci- De resto, basta a leitura atenta do dispositivo aci-
do para as pessoas físicas no artigo 8º, II. ma. Não há porque nos aprofundarmos mais.
Veja o que dispõe o §1º, do art. 25, da LCA:
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela
pessoa jurídica consistirá em: § 1° Os animais serão prioritariamente libertados
I - custeio de programas e de projetos ambientais; em seu habitat ou, sendo tal medida inviável ou não
II - execução de obras de recuperação de áreas recomendável por questões sanitárias, entregues a
degradadas; jardins zoológicos, fundações ou entidades asseme-
III - manutenção de espaços públicos; lhadas, para guarda e cuidados sob a responsabili-
IV - contribuições a entidades ambientais ou cultu- dade de técnicos habilitados.
rais públicas.
A regra é autoexplicativa. Se possível, os animais
Como penas alternativas, a serem aplicadas em serão libertados em seu habitat natural. Caso contrá-
substituição às privativas de liberdade, estas formas rio, poderão ser entregues às instituições e pessoas
de prestação de serviço à comunidade deverão obser- acima listadas.
var a quantidade da pena de reclusão ou detenção
encontrada pelo juiz ao final do critério trifásico da § 2° Até que os animais sejam entregues às insti-
aplicação da pena. tuições mencionadas no § 1° deste artigo, o órgão
Por exemplo: Digamos que a empresa XYZ, tenha autuante zelará para que eles sejam mantidos em
sido condenada pelo crime do Art. 45 desta lei: condições adequadas de acondicionamento e trans-
“Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, porte que garantam o seu bem-estar físico.
assim classificada por ato do Poder Público, para fins
industriais, energéticos ou para qualquer outra explo- Previsão bastante óbvia.
ração, econômica ou não, em desacordo com as deter-
minações legais: Pena - reclusão, de 1 A 2 ANOS, e multa. § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madei-
Assim, se, por ventura, o magistrado, após a con- ras, serão estes avaliados e doados a instituições
denação da empresa, for substituir a pena privativa científicas, hospitalares, penais e outras com fins
de liberdade, que conforme vimos não se compati- beneficentes.
biliza com a essência da Pessoa Jurídica, por uma
das espécies de prestação de serviço à comunidade, Tratando-se de produtos perecíveis (a madeira
deverá fazê-lo pelo mesmo prazo da pena privativa também é produto sujeito ao perecimento), impõe-se
de liberdade decretada. Se condenou a empresa a 1 a sua imediata destinação às entidades acima listadas.
ano de reclusão, a prestação de serviços dar-se-á por
1 ano. Lado outro, caso tenha condenado à ré a 2 anos § 4° Os produtos e subprodutos da fauna não pere-
de reclusão, a prestação de serviços à comunidade cíveis serão destruídos ou doados a instituições
deverá se dar pelo prazo de 2 anos. científicas, culturais ou educacionais.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, Podemos citar como produto da fauna: o animal
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar morto e empalhado; e como subproduto: o dente do
ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá Tigre abatido em atividade de caça ilegal. O chifre de
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio determinado espécime ilegalmente abatido.
será considerado instrumento do crime e como tal
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infra-
ção serão vendidos, garantida a sua descaracteri-
O artigo em comento estabelece verdadeira pena zação por meio da reciclagem.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
tos nesta lei possuem esta característica. I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
Pois bem, os crimes previstos em nosso ordena- extinção, ainda que somente no local da infração;
mento jurídico podem ser divididos em delitos de II - em período proibido à caça;
III - durante a noite;
dano ou delitos de perigo, sendo que as principais
IV - com abuso de licença;
diferenças se relacionam com a espécie de dolo com
V - em unidade de conservação;
que atua o agente, bem como com o momento em que
VI - com emprego de métodos ou instrumentos
a infração penal se consuma. capazes de provocar destruição em massa.
VI - com emprego de métodos ou instrumentos
Crimes de dano capazes de provocar destruição em massa.
§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime
O dolo do agente é o dolo de dano, isto é, atua com decorre do exercício de caça profissional.
o ânimo de lesionar o bem jurídico tutelado pela nor- § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos
ma penal. Ex.: art. 121 CP. atos de pesca. 51
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de IV - por ser nocivo o animal, desde que assim carac-
anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da terizado pelo órgão competente.
autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Dos Crimes contra a Flora
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem
parecer técnico oficial favorável e licença expedida São crimes contra a flora:
por autoridade competente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
de preservação permanente, mesmo que em forma-
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesti-
ção, ou utilizá-la com infringência das normas de
cados, nativos ou exóticos:
proteção:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza expe-
ambas as penas cumulativamente.
riência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
para fins didáticos ou científicos, quando existirem
reduzida à metade.
recursos alternativos.
Art. 38.-A Destruir ou danificar vegetação primá-
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena
ria ou secundária, em estágio avançado ou médio
para as condutas descritas no caput deste arti-
de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utili-
go será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
zá-la com infringência das normas de proteção:
multa e proibição da guarda.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa,
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se
ou ambas as penas cumulativamente.
ocorre morte do animal.
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou car- Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena
reamento de materiais, o perecimento de espécimes será reduzida à metade.
da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de
lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: preservação permanente, sem permissão da autori-
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou dade competente:
ambas cumulativamente. Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: ambas as penas cumulativamente.
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades
estações de aquicultura de domínio público; de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do
II - quem explora campos naturais de invertebrados Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, indepen-
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou auto- dentemente de sua localização:
rização da autoridade competente; Pena - reclusão, de um a cinco anos.
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos § 1° Entende-se por Unidades de Conservação de
de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reser-
corais, devidamente demarcados em carta náutica. vas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumen-
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja tos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.
proibida ou em lugares interditados por órgão § 2° A ocorrência de dano afetando espécies amea-
competente: çadas de extinção no interior das Unidades de Con-
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou servação de Proteção Integral será considerada
ambas as penas cumulativamente. circunstância agravante para a fixação da pena.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou metade.
espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; Art. 40.-A (VETADO)
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou § 1° Entende-se por Unidades de Conservação de
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, téc- Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambien-
nicas e métodos não permitidos; tal, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as
III - transporta, comercializa, beneficia ou indus- Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as
trializa espécimes provenientes da coleta, apanha Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimen-
e pesca proibidas. to Sustentável e as Reservas Particulares do Patri-
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: mônio Natural.
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a § 2° A ocorrência de dano afetando espécies amea-
água, produzam efeito semelhante; çadas de extinção no interior das Unidades de
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela Conservação de Uso Sustentável será considerada
autoridade competente: circunstância agravante para a fixação da pena.
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. § 3° Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca metade.
todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, detenção de seis meses a um ano, e multa.
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. balões que possam provocar incêndios nas flores-
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando tas e demais formas de vegetação, em áreas urba-
realizado: nas ou qualquer tipo de assentamento humano:
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou
agente ou de sua família; ambas as penas cumulativamente.
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou
ação predatória ou destruidora de animais, desde consideradas de preservação permanente, sem pré-
que legal e expressamente autorizado pela autori- via autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espé-
52 dade competente; cie de minerais:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Da Poluição e outros Crimes Ambientais
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira
de lei, assim classificada por ato do Poder Público, São crimes de poluição e outros crimes ambientais:
para fins industriais, energéticos ou para qualquer
outra exploração, econômica ou não, em desacordo Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em
com as determinações legais: níveis tais que resultem ou possam resultar em
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. danos à saúde humana, ou que provoquem a mor-
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais tandade de animais ou a destruição significativa da
ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros flora:
produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
de licença do vendedor, outorgada pela autorida- § 1º Se o crime é culposo:
de competente, e sem munir-se da via que deverá Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
acompanhar o produto até final beneficiamento: § 2º Se o crime:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria
para a ocupação humana;
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
II - causar poluição atmosférica que provoque a
vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes
ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produ-
das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à
tos de origem vegetal, sem licença válida para todo
saúde da população;
o tempo da viagem ou do armazenamento, outor-
III - causar poluição hídrica que torne necessária a
gada pela autoridade competente.
interrupção do abastecimento público de água de
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natu- uma comunidade;
ral de florestas e demais formas de vegetação: IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos,
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substân-
qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação cias oleosas, em desacordo com as exigências esta-
de logradouros públicos ou em propriedade priva- belecidas em leis ou regulamentos:
da alheia: Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no pará-
ou ambas as penas cumulativamente. grafo anterior quem deixar de adotar, quando
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um assim o exigir a autoridade competente, medidas
a seis meses, ou multa. de precaução em caso de risco de dano ambiental
Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou grave ou irreversível.
plantadas ou vegetação fixadora de dunas, proteto- Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de
ra de mangues, objeto de especial preservação: recursos minerais sem a competente autorização,
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. permissão, concessão ou licença, ou em desacordo
Art. 50.-A Desmatar, explorar economicamente ou com a obtida:
degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
domínio público ou devolutas, sem autorização do Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem
órgão competente: deixa de recuperar a área pesquisada ou explora-
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. da, nos termos da autorização, permissão, licença,
§ 1° Não é crime a conduta praticada quando neces- concessão ou determinação do órgão competente.
sária à subsistência imediata pessoal do agente ou Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar,
de sua família. exportar, comercializar, fornecer, transportar,
§ 2° Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil armazenar, guardar, ter em depósito ou usar pro-
hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por duto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
milhar de hectare. saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:
florestas e nas demais formas de vegetação, sem
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
licença ou registro da autoridade competente:
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
I - abandona os produtos ou substâncias referidos
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação
no caput ou os utiliza em desacordo com as nor-
conduzindo substâncias ou instrumentos próprios
mas ambientais ou de segurança;
para caça ou para exploração de produtos ou
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, trans-
subprodutos florestais, sem licença da autoridade
porta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a
competente:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
saná-las, no prazo assinalado por órgão competen- 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) (art. 75).
te do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do O pagamento de multa imposta pelos Estados, Muni-
Ministério da Marinha; opuser embaraço à fiscali- cípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa
zação dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos federal na mesma hipótese de incidência (art. 76).
Portos, do Ministério da Marinha.
z Multa simples: A multa simples pode ser converti- DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A
da em serviços de preservação, melhoria e recupe- PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
ração da qualidade do meio ambiente.
z Multa diária: A multa diária será aplicada sempre Resguardados a soberania nacional, a ordem
que o cometimento da infração se prolongar no pública e os bons costumes, o Governo brasileiro pres-
tempo. tará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária
z Apreensão: A apreensão e destruição referidas cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando
acima obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei. solicitado para (art. 77): 55
I - produção de prova; atingidas; (Redação dada pela Medida Provisória
II - exame de objetos e lugares; nº 2.163-41, de 2001)
III - informações sobre pessoas e coisas; IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas física ou jurídica compromissada e os casos de
declarações tenham relevância para a decisão de rescisão, em decorrência do não-cumprimento das
uma causa; obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela
V - outras formas de assistência permitidas pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
legislação em vigor ou pelos tratados de que o Bra- V - o valor da multa de que trata o inciso IV não
sil seja parte. poderá ser superior ao valor do investimento pre-
visto; (Redação dada pela Medida Provisória nº
A solicitação de que trata este artigo será dirigi- 2.163-41, de 2001)
da ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando VI - o foro competente para dirimir litígios entre as
necessário, ao órgão judiciário competente para deci- partes. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-
dir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade 41, de 2001)
capaz de atendê-la. § 2° No tocante aos empreendimentos em curso até
o dia 30 de março de 1998, envolvendo construção,
§ 2º A solicitação deverá conter: instalação, ampliação e funcionamento de estabe-
I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante; lecimentos e atividades utilizadores de recursos
II - o objeto e o motivo de sua formulação; ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
III - a descrição sumária do procedimento em curso poluidores, a assinatura do termo de compromisso
no país solicitante; deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídi-
IV - a especificação da assistência solicitada; cas interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998,
V - a documentação indispensável ao seu esclareci- mediante requerimento escrito protocolizado junto
mento, quando for o caso. aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento.
e especialmente para a reciprocidade da cooperação § 3° Da data da protocolização do requerimento
internacional, deve ser mantido sistema de comuni- previsto no § 2° e enquanto perdurar a vigência
cações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro do correspondente termo de compromisso, ficarão
de informações com órgãos de outros países. suspensas, em relação aos fatos que deram causa à
celebração do instrumento, a aplicação de sanções
DISPOSIÇÕES FINAIS administrativas contra a pessoa física ou jurídica
que o houver firmado.
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as § 4° A celebração do termo de compromisso de que
disposições do Código Penal e do Código de Proces- trata este artigo não impede a execução de even-
so Penal. tuais multas aplicadas antes da protocolização do
requerimento.
Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os § 5° Considera-se rescindido de pleno direito o ter-
mo de compromisso, quando descumprida qual-
órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, respon-
quer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito
sáveis pela execução de programas e projetos e pelo
ou de força maior.
controle e fiscalização dos estabelecimentos e das
§ 6° O termo de compromisso deverá ser firmado
atividades suscetíveis de degradarem a qualidade
em até noventa dias, contados da protocolização
ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de do requerimento.
título executivo extrajudicial, termo de compromis- § 7° O requerimento de celebração do termo de com-
so com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela promisso deverá conter as informações necessárias
construção, instalação, ampliação e funcionamen- à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica,
to de estabelecimentos e atividades utilizadores de sob pena de indeferimento do plano.
recursos ambientais, considerados efetiva ou poten- § 8° Sob pena de ineficácia, os termos de compro-
cialmente poluidores. misso deverão ser publicados no órgão oficial com-
O termo de compromisso destinar-se-á, exclusi- petente, mediante extrato.
vamente a permitir que as pessoas físicas e jurídicas Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta
mencionadas possam promover as necessárias cor- Lei no prazo de noventa dias a contar de sua
reções de suas atividades, para o atendimento das publicação.
exigências impostas pelas autoridades ambientais
competentes, sendo obrigatório que o respectivo ins-
trumento disponha sobre:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes
compromissadas e dos respectivos representantes 1. (CEBRASPE - 2019) Considerando-se os dispositivos
legais; (Redação dada pela Medida Provisória nº da Lei n.º 9.605/1998 — crimes contra o meio ambiente
2.163-41, de 2001) —, é correto afirmar que a pena para crimes ambientais
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em será atenuada se
função da complexidade das obrigações nele fixa-
das, poderá variar entre o mínimo de noventa dias
a) o agente tiver cometido o crime sozinho.
e o máximo de três anos, com possibilidade de pror-
rogação por igual período; (Redação dada pela b) o agente não tiver obtido qualquer vantagem pecuniá-
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) ria com a prática do crime.
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor c) somente a propriedade do agente tiver sido atingida
do investimento previsto e o cronograma físico pelo dano ambiental.
de execução e de implantação das obras e ser- d) o crime tiver sido praticado em domingos ou feriados.
56 viços exigidos, com metas trimestrais a serem e) o agente tiver baixo grau de instrução ou escolaridade.
Entre as circunstâncias atenuadoras, está a de c) concedida em parte para permitir visitas da família ao
quando o agente tem baixo grau de instrução ou cativeiro do animal.
escolaridade. d) concedida em parte para permitir a permanência do
Art. 14.. São circunstâncias que atenuam a pena: animal com a família por mais 02 (dois) anos.
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agen- e) negada com fundamento no princípio da pessoalidade
te; Resposta: Letra E. da sanção.
2. (VUNESP - 2019) Nos termos da Lei n° 9.605/98, é cir- De acordo com da Lei n. 9.605/98, comete crime
cunstância que agrava a pena, quando não constitui ambiental aquele que adquire animal silvestre de
ou qualifica o crime ambiental, ter o agente cometido origem ilícita.
a infração Art. 29 Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
a) possuindo baixo grau de instrução ou escolaridade. migratória, sem a devida permissão, licença ou
b) para obter vantagem pecuniária. autorização da autoridade competente, ou em desa-
c) e, após arrependimento, manifestar-se pela espontâ- cordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
nea reparação do dano, ou limitação significativa da
§ 1º Incorre nas mesmas penas: (modalidade equi-
degradação ambiental causado.
parada) [...]
d) aos sábados, domingos ou feriados.
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire,
e) no interesse de pessoa jurídica somente mantida
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou trans-
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
porta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nati-
incentivos fiscais.
va ou em rota migratória, bem como produtos e objetos
dela oriundos, provenientes de criadouros não autori-
Entre as circunstâncias agravantes, está a obter
zados ou sem a devida permissão, licença ou autoriza-
vantagem pecuniárias.
ção da autoridade competente. Resposta: Letra A.
Art. 15.. São circunstâncias que agravam a pena,
quando não constituem ou qualificam o crime:
5. (VUNESP - 2019) A Lei nº 9.605/1998, referente aos
II - ter o agente cometido a infração:
crimes ambientais, estabelece que os crimes contra o
a) para obter vantagem pecuniária; Resposta: Letra B.
meio ambiente, tais como matar, perseguir, caçar, apa-
nhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou
3. (CEBRASPE - 2019) No que se refere à Lei dos Crimes
em rota migratória, sem a devida licença, terá como
contra o Meio Ambiente e à legislação nacional acerca
pena a detenção por seis meses a um ano e multa,
do tráfico de pessoas, julgue o próximo item.
sendo aumentada na metade se o crime for praticado
Situação hipotética: João foi autuado por policial rodo-
viário federal, por supostamente ter praticado conduta
a) contra espécies exóticas.
prevista como crime contra a fauna.
b) com emprego de métodos capazes de provocar des-
Assertiva: Nessa situação, João necessariamente res-
truição em massa.
ponderá pela conduta praticada.
c) para alimentação de subsistência.
d) fora das unidades de conservação.
( ) CERTO ( ) ERRADO e) durante os domingos e feriados.
Segundo o Art. 70, cabe ao SISNAMA lavrar o auto Segundo o Art. 29 da lei de crimes ambientais, o des-
de infração. Nesse contexto, o auto foi lavrado por crito no enunciado se trata de crimes contra a fauna.
autoridade incompetente (PRF). Veja o que dispõe, o §4º do citado artigo:
Art. 70 Considera-se infração administrativa “§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é
ambiental toda ação ou omissão que viole as regras praticado:
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recupe- I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
ração do meio ambiente. extinção, ainda que somente no local da infração;
§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto II - em período proibido à caça;
de infração ambiental e instaurar processo admi- III - durante a noite;
nistrativo os funcionários de órgãos ambientais IV - com abuso de licença;
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente V - em unidade de conservação;
- SISNAMA, designados para as atividades de fiscali- VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes
zação, bem como os agentes das Capitanias dos Por- de provocar destruição em massa”. Resposta: Letra B.
tos, do Ministério da Marinha. Resposta: Errado.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Aos residentes em área rural considera-se residên- z Os integrantes das guardas municipais das capitais
cia ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
rural. (quinhentos mil) habitantes.
O certificado de registro de arma de fogo será
expedido pela Polícia Federal e será precedido de Ademais, terão direito de portar arma de fogo de
autorização do Sinarm. propriedade particular ou fornecida pela respectiva
É de suma importância, lembrar-se que os requisi- corporação ou instituição, mesmo fora de serviço.
tos três requisitos descritos no tópico anterior, deve- Além disso, deverá ter autorização para o porte de
rão ser comprovados periodicamente, em período arma de fogo das guardas municipais, que está condi-
não inferior a 3 (três) anos, preenchido os requisitos cionada à formação funcional de seus integrantes em
ocorrerá a renovação do Certificado de Registro de estabelecimentos de ensino de atividade policial e à exis-
Arma de Fogo. tência de mecanismos de fiscalização e de controle inter-
Com relação ao §3º, artigo 5º da Lei 10826/2003, no, nas condições estabelecidas no regulamento desta
apresentou uma regra, dizendo que proprietário de Lei, observada a supervisão do Comando do Exército.
arma de fogo com certificados de registro de proprie- É importante dizer que aos integrantes das guar-
dade expedido por órgão estadual ou do Distrito Fede- das municipais dos Municípios que integram regiões
ral até a data da publicação da Lei (22 de dezembro de metropolitanas, serão autorizados portar de arma de
2003) que não optar pela entrega espontânea, deverá fogo, quando em serviço.
renová-lo mediante o pertinente registro federal, até
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de z Os integrantes das guardas municipais dos Muni-
cípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos
documento de identificação pessoal e comprovante de
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando
residência fixa, ficando dispensado do pagamento de
em serviço, chamo a atenção de vocês para a ADI
taxas e do cumprimento das demais exigências cons-
5948 MC / DF:
tantes, esse artigo tornou-se obsoleto, mas continua
em vigor.
ADI 5948 MC / DF Diante do exposto, nos termos
Importante informar que, de acordo com o §4º do dos arts. 10, § 3º, da Lei 9.868/99 e 21, V, do RISTF,
artigo 5º, para fins de cumprimento do §3º, do artigo CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR PLEITEADA, ad
5º da Lei 10826/2003, o proprietário de arma de fogo referendum do Plenário, DETERMINANDO A IME-
poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, DIATA SUSPENSÃO DA EFICÁCIA das expressões
certificado de registro provisório, expedido na rede das capitais dos Estados e com mais de 500.000
mundial de computadores - internet, na forma do regu- (quinhentos mil) habitantes , no inciso III, bem
lamento e obedecidos os procedimentos a seguir: como o inciso IV, ambos do art. 6º da Lei Federal
nº 10.826/2003 . Intimem-se o Presidente da Repú-
Emissão de certificado de registro provisório pela blica e o Congresso Nacional para ciência e cum-
internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e primento desta decisão, bem como para fornecer
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Se esses componentes forem apreendidos separa- z Posse legal: Arma com registro pela Polícia Federal
damente, o fato será atípico, por falta de previsão legal. após autorização do Sinarm: Fato atípico.
Temos um julgado nesse caso, de suma importância: z Posse ilegal: A posse ilegal de arma é aquela
sem registro expedido pela Polícia Federal. Em
DE DEFLAGRÁ-LAS. MÍNIMA OFENSIVIDADE DA 23/12/2003 até 31/12/2009 houve “abolitio crimi-
CONDUTA. ATIPICIDADE MATERIAL. ANÁLISE nis”, “vacatio legis indireta ou especial”, vez que,
DO CASO CONCRETO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO sucessivas leis conferiram prazos para regulariza-
DA INSIGNIFICÂNCIA. ABSOLVIÇÃO. PRECEDEN- ção da posse ilegal de arma e munição. Deste modo,
TES DA QUINTA E SEXTA TURMAS DESTA CORTE. a conduta somente passou a ser considerada crime
RECURSO PROVIDO. 1. Nos termos do entendi- a partir de 01/01/2010, desse período em diante,
mento consolidado desta Corte, o trancamento da aplica-se o art. 32 do estatuto do desarmamento.
ação penal por meio do habeas corpus é medida
excepcional, que somente deve ser adotada quan- A consumação do crime ocorrerá com a prática da
do houver inequívoca comprovação da atipicidade
conduta e o resulto será considerado Crime de Mera
da conduta, da incidência de causa de extinção da
Conduta.
punibilidade ou da ausência de indícios de autoria
ou de prova sobre a materialidade do delito.
Precedentes. Omissão de cautela
2. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a possi-
bilidade de incidência do princípio da insignificân- Outro crime é o de deixar de observar as cautelas
cia a casos de apreensão de quantidade reduzida necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
de munição de uso permitido, desacompanhada anos ou pessoa portadora de deficiência mental se
de arma de fogo, tendo concluído pela total ine- apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou
xistência de perigo à incolumidade pública (RHC que seja de sua propriedade (crime culposo), penali-
143.449/MS, Rel. Ministro RICARDO LEWANDO- zando o indivíduo com a pena de detenção, de 1 (um)
WSKI, SEGUNDA Turma, DJe 9/10/2017), vindo a a 2 (dois) anos, e multa
ser acompanhado por ambas as Turmas que com- Sujeito ativo: possuidor ou proprietário da arma
põem a Terceira Seção desta Corte. 3. Saliente-se de fogo (Crime Próprio).
que, para que exista, de fato, a possibilidade de Sujeito passivo: Coletividade (Imediata), de forma
incidência do princípio da insignificância, deve-se
secundária o menor de 18 anos e o deficiente mental.
examinar o caso concreto, afastando-se o critério
meramente matemático. Isso porque, é evidente
que a aplicação ou não do princípio da bagatela
está diretamente relacionada às circunstâncias do
Importante!
flagrante, sendo imperioso o vislumbre imediato da Ocorre o crime mesmo que o menor de 18 anos
ausência de lesividade da conduta, o que não ocor- já tenha adquirido a capacidade civil absoluta
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Vale ressaltar que na mesma pena, incorre (art. 16, z Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
da Lei 10.826/2003): legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição
ou explosivo.
Art. 16 [...]
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qual- É importante destacar que se envolverem arma de
quer sinal de identificação de arma de fogo ou fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (qua-
artefato; tro) a 12 (doze) anos. 67
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO
ART. 318 DO CP
ESTATUTO DO (FACILITAÇÃO DE
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, con-
DESARMAMENTO CONTRABANDO OU
duzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
DESCAMINHO)
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio
Crime comum: que
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou Crime funcional: quando
pode ser praticado
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, é praticado no exercício
por qualquer
sem autorização ou em desacordo com determina- da função (funcionário
pessoa funcionário
ção legal ou regulamentar terá uma pena de reclu- público)
público ou não
são, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.
É importante destacar que se trata de crime de De acordo com o artigo 22, o Ministério da Justiça
Genuinamente de competência da Justiça Federal poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito
Federal para o cumprimento da Lei.
Art. 18. importar, exportar, favorecer a entrada ou Já no que tange à classificação legal, técnica e
saída do território nacional, a qualquer título, de geral, presente no artigo 23, bem como à definição das
arma de fogo, acessório ou munição, sem autori- armas de fogo e demais produtos controlados, de usos
zação da autoridade competente, tendo a pena de proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor
reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder
Executivo Federal, mediante proposta do Comando do
Incorre na mesma pena quem vende ou entrega Exército.
arma de fogo, acessório ou munição, em operação de Vale ressaltar que todas as munições comercializa-
importação, sem autorização da autoridade compe- das no País deverão estar acondicionadas em emba-
tente, a agente policial disfarçado, quando presentes lagens com sistema de código de barras, gravado na
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal caixa, visando possibilitar a identificação do fabrican-
preexistente. te e do adquirente, entre outras informações defini-
das pelo regulamento desta Lei.
z Sujeito ativo: Qualquer pessoa (Crime Comum). Já para os órgãos, somente serão expedidas auto-
z Sujeito passivo: Estado. rizações de compra de munição com identificação do
68 z Condutas: Importar ou Exportar ou Favorecer. lote e do adquirente no culote dos projéteis.
Art. 23. [...] de uso restrito, semestralmente, da relação de armas
§3° As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) acauteladas em juízo, mencionando suas característi-
ano da data de publicação da Lei conterão disposi- cas e o local onde se encontram.
tivo intrínseco de segurança e de identificação, gra-
vado no corpo da arma, definido pelo regulamento Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
desta Lei, exclusive para os órgãos, tornando-se comercialização e a importação de brinquedos,
uma regra obsoleta. réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
§4º As instituições de ensino policial e as guardas estas se possam confundir.
municipais, poderão adquirir insumos e máquinas Parágrafo único: Excetuam-se da proibição as
de recarga de munição para o fim exclusivo de supri- réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao
mento de suas atividades, mediante autorização adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
concedida nos termos definidos em regulamento. nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Excetuadas as atribuições já apresentadas, con- Deverá destacar que caberá ao Comando do Exérci-
soante dispõe o artigo 24, compete ao Comando do to autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas
Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, de fogo de uso restrito, não se aplicando às aquisições
importação, desembaraço alfandegário e o comércio dos Comandos Militares.
de armas de fogo e demais produtos controlados,
inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco)
fogo de colecionadores, atiradores e caçadores. anos adquirir arma de fogo, ressalvados os inte-
Veja o que dispõe o art. 25 da citada lei: grantes das entidades já apresentadas.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após Com relação às autorizações de porte de armas
a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias
autos, quando não mais interessarem à perse- após a publicação da Lei, sendo outro dispositivo que
cução penal serão encaminhadas pelo juiz compe- se encontra obsoleto.
tente ao Comando do Exército, no prazo de até 48 O detentor de autorização com prazo de validade
(quarenta e oito) horas, para destruição ou doa-
superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, peran-
ção aos órgãos de segurança pública ou às Forças
te a Polícia Federal, no prazo de 90 (noventa) dias após
Armadas.
sua publicação, sem ônus para o requerente.
Já, de acordo com o artigo 30 da Lei, os possuido-
Com isso, de acordo com o §1º do referido artigo, as
res e proprietários de arma de fogo de uso permitido
armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército
ainda não registrada deveriam solicitar seu registro
que receberem parecer favorável à doação, obedecidos
até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresen-
o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão
tação de documento de identificação pessoal e com-
de segurança pública, atendidos os critérios de priori-
provante de residência fixa, acompanhados de nota
dade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido
fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da
o Comando do Exército, serão arroladas em relatório
posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
reservado trimestral a ser encaminhado àquelas insti-
declaração firmada na qual constem as características
tuições, abrindo prazo para manifestação de interesse.
da arma e a sua condição de proprietário, ficando este
Já com relação as armas de fogo e munições
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento
apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de
das demais exigências.
abuso, ou de qualquer forma utilizadas em ativida-
Para fins do cumprimento, o proprietário de arma
des ilícitas de produção ou comercialização de dro-
de fogo poderia obter, no Departamento de Polícia
gas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas
Federal, certificado de registro provisório.
com recursos provenientes do tráfico de drogas de
Já os possuidores e proprietários de armas de fogo
abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tem-
para o Comando do Exército, devem ser, após perícia
po, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e
ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas
indenização.
com prioridade para os órgãos de segurança pública
Os possuidores e proprietários de arma de fogo
e do sistema penitenciário da unidade da federação
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante reci-
responsável pela apreensão.
bo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na
Portanto, o Comando do Exército encaminhará a
forma do regulamento, ficando extinta a punibilida-
relação das armas a serem doadas ao juiz competente,
de de eventual posse irregular da referida arma.
que determinará o seu perdimento em favor da insti-
Vale destacar que será aplicada multa de R$
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
tuição beneficiada.
100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos
mil reais), conforme especificar:
Importante!
z À empresa de transporte aéreo, rodoviário, fer-
O transporte das armas de fogo doadas será de roviário, marítimo, fluvial ou lacustre que deli-
responsabilidade da instituição beneficiada, que beradamente, por qualquer meio, faça, promova,
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou facilite ou permita o transporte de arma ou muni-
no Sigma. ção sem a devida autorização ou com inobservân-
cia das normas de segurança;
z À empresa de produção ou comércio de armamen-
No que tange ao Poder Judiciário instituirá instru- tos que realize publicidade para venda, estimulan-
mentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sig- do o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto
ma, conforme se trate de arma de uso permitido ou nas publicações especializadas. 69
Com relação aos promotores de eventos em locais Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas
fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil) e os simulacros destinados à instrução, ao adestramen-
pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as to, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições
providências necessárias para evitar o ingresso de fixadas pelo Comando do Exército. Resposta: Letra E.
pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos
pela Constituição Federal. 2. (FAFIPA - 2020) Nos termos da Lei n.º 10.826/03,
As empresas responsáveis pela prestação dos ser- quem favorece a entrada ou saída do território nacio-
viços de transporte internacional e interestadual de nal, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou
passageiros adotarão as providências necessárias
munição, sem autorização da autoridade competente,
para evitar o embarque de passageiros armados.
comete o crime de:
Art. 34-A Os dados relacionados à coleta de regis-
tros balísticos serão armazenados no Banco Nacio- a) Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
nal de Perfis Balísticos. b) Porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
§1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como c) Omissão de cautela.
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar d) Comércio ilegal de arma de fogo.
características de classe e individualizadoras de e) Tráfico internacional de arma de fogo.
projéteis e de estojos de munição deflagrados por
arma de fogo. A questão encontra base legal no artigo 18º:
§2º Banco Nacional de Perfis Balísticos será cons-
Tráfico internacional de arma de fogo
tituído pelos registros de elementos de munição
deflagrados por armas de fogo relacionados a cri- Art. 18 Importar, exportar, favorecer a entrada ou
mes, para subsidiar ações destinadas às apurações saída do território nacional, a qualquer título, de
criminais federais, estaduais e distritais. arma de fogo, acessório ou munição, sem autoriza-
§3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será geri- ção da autoridade competente: Resposta: Letra E.
do pela unidade oficial de perícia criminal.
§4º Os dados constantes do Banco Nacional de 3. (GUALIMP - 2020) Para fins de aquisição de arma de
Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele fogo de uso permitido e de emissão do Certificado de
que permitir ou promover sua utilização para fins
Registro de Arma de Fogo, o interessado NÃO deverá:
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judi-
cial responderá civil, penal e administrativamente.
a) Ter, no mínimo, trinta e cinco anos de idade.
b) Apresentar original e cópia de documento de identifi-
Importante! cação pessoal.
c) Comprovar a idoneidade moral e a inexistência de
É vedada a comercialização, total ou parcial, inquérito policial ou processo criminal, por meio de
da base de dados do Banco Nacional de Perfis certidões de antecedentes criminais das Justiças
Balísticos. Federal, Estadual, Militar e Eleitoral.
d) Apresentar documento comprobatório de ocupação
A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional lícita e de residência fixa.
de Perfis Balísticos serão regulamentados em ato do
Poder Executivo federal. A questão encontra base legal no artigo 28º:
Art. 28 É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes
das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII
EXERCÍCIOS COMENTADOS e X do caput do art. 6° desta Lei. Resposta: Letra A.
1. (FCC - 2013) Em conformidade com o disposto na Lei 4. (GUALIMP - 2020) Com base no Estatuto do desarma-
Federal no 10.826/2003, são vedadas a fabricação, a mento e sua regulamentação estabelecida pela Lei nº
venda, a comercialização e a importação de brinque- 10.826 de 2003, a autorização para o porte de arma de
dos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é
estas se possam confundir, excetuando-se os desti- de competência:
nados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de
usuário autorizado, nas condições fixadas: a) Do Exército e somente será concedida após autoriza-
ção da Polícia Federal.
a) pela Polícia Militar Estadual. b) Do Sinarm e somente será concedida após autoriza-
b) pela Polícia Federal.
ção do Exército.
c) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.
c) Da Polícia Federal e somente será concedida após
d) pelo Governador dos Estados da Federação e do Dis-
autorização do Sinarm.
trito Federal.
e) pelo Comando do Exército. d) Do Exército e somente será concedida após autoriza-
da pelo Ministério Público Federal.
A questão encontra base legal no parágrafo único,
do artigo 26º: A questão encontra base legal no artigo 10º:
Art. 26 São vedadas a fabricação, a venda, a comer- Art. 10 A autorização para o porte de arma de fogo
cialização e a importação de brinquedos, réplicas e de uso permitido, em todo o território nacional, é de
simulacros de armas de fogo, que com estas se pos- competência da Polícia Federal e somente será conce-
70 sam confundir. dida após autorização do Sinarm. Resposta: Letra C.
5. (CESPE / CEBRASPE - 2019) Com base no disposto prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
na Lei n.º 10.826/2003 — conhecida como Estatuto do social de usuários e dependentes de drogas, estabele-
Desarmamento — e suas alterações, assinale a opção cendo, portanto, normas para repressão à produção
correta.: não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas.
a) Todo cidadão pode portar até uma arma de fogo.
b) O certificado de registro de arma de fogo autoriza o pro-
Importante!
prietário da arma a portá-la em todo o território nacional.
c) Cabe ao juiz, com prévia autorização do Sistema Consideram-se como drogas as substâncias ou
Nacional de Armas, a expedição do certificado de os produtos capazes de causar dependência,
registro de arma de fogo. assim especificados em lei ou relacionados em
d) Os residentes em área rural podem manter arma regis- listas atualizadas periodicamente pelo Poder
trada em toda a extensão do respectivo imóvel rural.
Executivo da União.
e) Os residentes em área urbana somente podem manter
arma em sua residência.
Podemos destacar que a lei de drogas é uma norma
A questão encontra base legal no artigo 5º, parágra- penal em branco, ou seja, ela necessita de um comple-
fo 5º que aos residentes em área rural, para os fins mento que traga a definição do que são drogas. Essa
do disposto no caput deste artigo, considera-se resi- complementação e a portaria SVS/MS de nº 344 de 12 de
dência ou domicílio toda a extensão do respectivo
maio de 1998, que traz os princípios ativos das substân-
imóvel rural. Resposta: Letra B.
cias que poderão ser enquadradas como drogas e con-
sequentemente a tipificação da conduta do agente nos
6. (CESPE - 2019) A respeito dos delitos tipificados na
crimes elencados nesta lei. A previsão legal de que a lei
legislação extravagante, julgue o item a seguir, consi-
11.343/2006 é uma norma penal em branco heterogênea
derando a jurisprudência dos tribunais superiores.
O porte de arma de fogo sem autorização e em desa- é o artigo 1º, parágrafo único, c/c art. 66 do diploma legal
cordo com determinação legal ou regulamentar, ainda mencionado. Abaixo segue o art. 66 da lei de drogas:
que a arma esteja desmuniciada ou comprovadamen-
te inapta a realizar disparos, configura delito de porte Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo úni-
ilegal de arma de fogo. co do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a
terminologia da lista mencionada no preceito,
denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
( ) CERTO ( ) ERRADO
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle
especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio
A Arma quebrada: Arma inapta para realizar o dis-
de 1998.
paro, configura crime impossível, hipótese do artigo
17 do Código Penal, sendo uma causa de excludente
de tipicidade. Resposta: Errado. Consoante ao artigo segundo da lei 11.343/2006, as
substâncias psicotrópicas derivadas das plantas de uso
7. (CESPE - 2019) No item a seguir é apresentada uma estritamente ritualístico-religioso são ressalvas, para
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser jul- que ocorra o enquadramento do agente nos crimes
gada considerando-se o Estatuto do Desarmamento, previstos nesta lei, quando for utilizada para essa fina-
o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Sistema lidade. Exemplos de plantas, com substâncias psicotró-
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas. picas, sendo usadas para ritual religioso: Ayahuasca
Em uma operação da PRF, foram encontradas, no veí- Portanto, podemos extrair, segundo o artigo 2º da
culo de Sandro, munições de arma de fogo de uso referida Lei, que ficam proibidas, em todo o território
permitido e, no veículo de Eurípedes, munições de nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a
uso restrito. Nenhum deles tinha autorização para o colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais
transporte desses artefatos. Nessa situação, consi- possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada
derando-se o previsto no Estatuto de Desarmamento, a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem
Sandro responderá por infração administrativa e Eurí- como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações
pedes responderá por crime. Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a res-
peito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
( ) CERTO ( ) ERRADO Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a
colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo,
Ambos responderão por crime, Sandro (Porte ilegal
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
z Promover estudos e avaliação dos resultados das II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamen-
políticas sobre drogas. tação científica como forma de orientar as ações
dos serviços públicos comunitários e privados e de
O plano terá duração de 5 (cinco) anos a contar de evitar preconceitos e estigmatização das pes-
sua aprovação e o poder público deverá dar a mais soas e dos serviços que as atendam;
ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de III - o fortalecimento da autonomia e da respon-
Políticas sobre Drogas. sabilidade individual em relação ao uso indevi-
do de drogas;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas colaboração mútua com as instituições do setor
privado e com os diversos segmentos sociais,
Os conselhos de políticas sobre drogas, constituí- incluindo usuários e dependentes de drogas e res-
dos por Estados, Distrito Federal e Municípios, terão pectivos familiares, por meio do estabelecimento
os seguintes objetivos: de parcerias; 73
V - a adoção de estratégias preventivas dife- vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao
renciadas e adequadas às especificidades socio- uso de drogas.
culturais das diversas populações, bem como das Ademais, as atividades de reinserção social do
diferentes drogas utilizadas; usuário ou do dependente de drogas e respectivos
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retar- familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas
damento do uso” e da redução de riscos como
para sua integração ou reintegração em redes sociais.
resultados desejáveis das atividades de natureza
As atividades de atenção e as de reinserção social do
preventiva, quando da definição dos objetivos a
serem alcançados; usuário e do dependente de drogas e respectivos familia-
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas res devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
mais vulneráveis da população, levando em
consideração as suas necessidades específicas; I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
VIII - a articulação entre os serviços e organiza- independentemente de quaisquer condições, obser-
ções que atuam em atividades de prevenção do uso vados os direitos fundamentais da pessoa humana,
indevido de drogas e a rede de atenção a usuários os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
e dependentes de drogas e respectivos familiares; e da Política Nacional de Assistência Social;
IX - o investimento em alternativas esporti- II - a adoção de estratégias diferenciadas de aten-
vas, culturais, artísticas, profissionais, entre ção e reinserção social do usuário e do dependente
outras, como forma de inclusão social e de melho- de drogas e respectivos familiares que considerem
ria da qualidade de vida; as suas peculiaridades socioculturais;
X - o estabelecimento de políticas de formação III - definição de projeto terapêutico individualiza-
continuada na área da prevenção do uso indevi- do, orientado para a inclusão social e para a redu-
do de drogas para profissionais de educação nos 3 ção de riscos e de danos sociais e à saúde;
(três) níveis de ensino; IV - atenção ao usuário ou dependente de dro-
XI - a implantação de projetos pedagógicos de gas e aos respectivos familiares, sempre que pos-
prevenção do uso indevido de drogas, nas insti- sível, de forma multidisciplinar e por equipes
tuições de ensino público e privado, alinhados às multiprofissionais;
Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conheci- V - observância das orientações e normas emana-
mentos relacionados a drogas; das do Conad;
XII - a observância das orientações e normas ema- VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de con-
nadas do Conad; trole social de políticas setoriais específicas.
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de VII - estímulo à capacitação técnica e profissional;
controle social de políticas setoriais específicas. VIII - efetivação de políticas de reinserção social
voltadas à educação continuada e ao trabalho;
As atividades de prevenção do uso indevido de IX - observância do plano individual de atendimen-
drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão to na forma do art. 23-B desta Lei;
estar em consonância com as diretrizes emanadas X - orientação adequada ao usuário ou dependente
pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e de drogas quanto às consequências lesivas do uso
do Adolescente - Conanda. de drogas, ainda que ocasional.
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas As pessoas atendidas por órgãos integrantes do
Sisnad terão atendimento nos programas de educação
Criou-se a Semana Nacional de Políticas sobre Dro- profissional e tecnológica, educação de jovens e adul-
gas, comemorada anualmente, na quarta semana de tos e alfabetização.
junho, data em que visa a intensificação de ações de: É importante destacar que a Lei 11.343/2006 abor-
dou que as redes dos serviços de saúde da União, dos
z Ações: Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvol-
verão programas de atenção ao usuário e ao depen-
Difusão de informações sobre os problemas decor- dente de drogas, no entanto, deverá ser obrigatória a
rentes do uso de drogas; previsão orçamentária adequada.
Promoção de eventos para o debate público sobre as
Vale ressaltar que o tratamento do usuário ou
políticas sobre drogas;
dependente de drogas deverá ser ordenado em uma
Difusão de boas práticas de prevenção, trata- rede de atenção à saúde, com prioridade para as
mento, acolhimento e reinserção social e eco-
modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo
nômica de usuários de drogas;
Divulgação de iniciativas, ações e campanhas de pre- excepcionalmente formas de internação em unida-
venção do uso indevido de drogas; des de saúde e hospitais gerais nos termos de normas
Mobilização da comunidade para a participação nas dispostas pela União e articuladas com os serviços de
ações de prevenção e enfrentamento às drogas; assistência social e em etapas que permitam:
Mobilização dos sistemas de ensino, na realização de
atividades de prevenção ao uso de drogas. z Articular a atenção com ações preventivas que
atinjam toda a população;
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, z Orientar-se por protocolos técnicos predefinidos,
ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL E baseados em evidências científicas, oferecendo
ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE atendimento individualizado ao usuário ou depen-
DROGAS dente de drogas com abordagem preventiva e,
sempre que indicado, ambulatorial;
É essencial destacar que as atividades de atenção z Preparar para a reinserção social e econômica,
ao usuário e dependente de drogas e respectivos fami- respeitando as habilidades e projetos individuais
74 liares, aquelas que visem à melhoria da qualidade de por meio de programas que articulem educação,
capacitação para o trabalho, esporte, cultura e Todas as internações e altas, deverão ser infor-
acompanhamento individualizado; madas, em, no máximo, 72 (setenta e duas) horas, ao
z Acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros
de forma articulada. órgãos de fiscalização, por meio de sistema informati-
zado único, sendo garantido o sigilo das informações
Portanto, caberá à União dispor sobre os protoco- disponíveis no sistema e o acesso será permitido ape-
los técnicos de tratamento, em âmbito nacional. Já a nas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de
internação de dependentes de drogas somente será responsabilidade, de acordo com o § 7º.
realizada em unidades de saúde ou hospitais gerais, É vedada a realização de qualquer modalidade de
dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser internação nas comunidades terapêuticas acolhedoras.
obrigatoriamente autorizada por médico devidamen- Já o planejamento e a execução do projeto terapêuti-
te registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM co individual deverão observar a Lei nº 10.216, de 6 de
do Estado onde se localize o estabelecimento no qual abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos
se dará a internação, vide o § 2º, do art. 23-A. das pessoas portadoras de transtornos mentais e redi-
É importante destacar que há dois tipos de inter- reciona o modelo assistencial em saúde mental.
nação, sendo elas
DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO
z Internação voluntária – aquela que se dá com o
consentimento do dependente de drogas. O plano individual de atendimento visa o atendi-
z Internação involuntária – aquela que se dá, sem mento ao usuário ou dependente de drogas na rede de
o consentimento do dependente, a pedido de fami- atenção à saúde e dependerá de:
liar ou do responsável legal ou, na absoluta falta
deste, de servidor público da área de saúde, da z Avaliação prévia por equipe multidisciplinar e
assistência social ou dos órgãos públicos integran- multissetorial.
tes do Sisnad, com exceção de servidores da área z Elaboração de um Plano Individual de Atendimen-
de segurança pública, que constate a existência de to – PIA.
motivos que justifiquem a medida.
A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a
Precisamos nesse ponto, aprofundar mais, vamos lá? elaboração e execução do projeto terapêutico indivi-
dual a ser adotado, levantando no mínimo o tipo de
Internação voluntária: droga e o padrão de seu uso o risco à saúde física e
mental do usuário ou dependente de drogas ou das
pessoas com as quais convive.
Deverá ser precedida Já o PIA deverá contemplar a participação dos
de declaração escrita familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de
da pessoa solicitante contribuir com o processo, sendo esses, no caso de
de que optou por este
crianças e adolescentes, passíveis de responsabiliza-
regime de tratamento;
ção civil, administrativa e criminal, além de ser ini-
cialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe
Internação
Seu término dar-se-á técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o
Voluntária
por determinação do usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao
médico responsável longo das diversas fases do atendimento.
ou por solicitação Preenchido os requisitos, deverá constar no plano
escrita da pessoa que individual, o rol exemplificativo de no mínimo:
deseja interromper o
tratamento. z Os resultados da avaliação multidisciplinar;
z Os objetivos declarados pelo atendido;
Já a internação involuntária, de acordo com o § 5º: z A previsão de suas atividades de integração social
ou capacitação profissional;
z Deve ser realizada após a formalização da decisão z Atividades de integração e apoio à família;
por médico responsável; z Formas de participação da família para efetivo
z Será indicada depois da avaliação sobre o tipo cumprimento do plano individual;
de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese z Designação do projeto terapêutico mais adequado
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósi- z Bem jurídico tutelado ou objetividade jurídica: A
to, transportar ou trouxer consigo, para consumo Saúde Pública colocada em risco pelo comportamen-
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo to do usuário. Não se pune o porte da droga para o
com determinação legal ou regulamentar será sub- uso próprio, em função da proteção à saúde do agen-
metido às seguintes penas: te, mas em razão do mal potencial que pode gerar a
coletividade.
z Tem o preceito primário (conteúdo criminoso); z Sujeito ativo – Aquele que pratica a conduta pre-
z Tem o preceito secundário (consequência jurídica). vista como crime. Pode ser qualquer pessoa, ou
seja, crime comum.
Caso de pena alternativa e não substitutiva z Sujeito passivo – Aquele que sofre a conduta pre-
Existe algumas correntes doutrinarias, vamos vista como crime. É a coletividade, ou seja, crime
76 analisá-las? vago.
z Conceito de crime vago – É aquele que tem por congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos,
sujeito passivo uma entidade destituída de persona- que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do
lidade jurídica, como a sociedade, o público, a famí- consumo ou da recuperação de usuários e dependen-
lia etc... tes de drogas, segundo § 5º, do referido artigo.
z Uso pretérito – Não se pune o agente se for sur- O § 6º dita que para garantia do cumprimento das
preendido usando ou logo depois de usar a droga, medidas educativas, a que injustificadamente se recu-
sem possibilidade de se usar a droga em seu poder.
se o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente
z Elemento subjetivo – O crime é punido a título de
a admoestação verbal e/ou multa.
dolo mais fim especial (consumo próprio).
z Consumação – Consuma-se com prática de qual- Ademais, o juiz determinará ao Poder Público que
quer um dos núcleos: quem adquirir, guardar, coloque à disposição do infrator, gratuitamente, esta-
tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo. belecimento de saúde, preferencialmente ambulato-
z Crime de Perigo Abstrato – Para a maioria o cri- rial, para tratamento especializado.
me é de perigo abstrato (crime absolutamente pre- Correspondente a imposição da medida educativa
visto em lei). de multa, o juiz, atendendo à reprovabilidade da con-
duta, fixará o número de dias-multa, em quantidade
O eminente jurista, Guilherme de Souza Nucci, nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100
rotula o art.28 da lei 11.343/2006 como de “ínfimo (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capaci-
potencial ofensivo”, tendo em vista que, mesmo sen- dade econômica do agente, o valor de um trinta avos
do inviável no caso concreto a transação penal, ainda até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo, sen-
que reincidente o agente e com maus antecedentes do creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
ou péssima conduta social, jamais será aplicada a
A prescrição ocorrerá em 2 (dois) anos a imposição
pena privativa liberdade, mas penas alternativas com
e a execução das penas, observado, no tocante à inter-
medidas assecuratórias de cumprimento.
Já no que corresponde as penas: rupção do prazo.
dimento do STF.
material: Material:
a) Matéria prima.
Drogas b) Insumo. Plantas que se Elemento subjetivo – Dolo.
c) Produto químico. constituem em Consumação:
matéria prima
1º Corrente – O crime se consuma com o simples
induzimento, instigação ou auxílio, mesmo que a víti-
Com o advento da lei 11.343/2006, pode configurar ma não faça uso da droga, bastando a potencialidade
o inc. II, do §1º, do art.33 (média ou grande quantida- lesiva. (Crime formal)
de de plantas, mesmo para uso próprio), ou § 1º , do 2ª Corrente – O crime se consuma quando a pes-
art.28 (plantas destinadas à preparação de pequena soa incentivada faz efetivo uso da droga (crime mate-
quantidade de drogas), da lei. rial). Corrente defendida por Vicente Greco Filho e a
Tem que haver perícia. maioria da doutrina. 79
CESSÃO GRATUITA DE DROGA PARA CONSUMO Observação: A vedação da substituição da pena
CONJUNTO privativa de liberdade por restritivas de direitos foi
julgada inconstitucional pelo STF (HC 97256)
Cessão gratuita de droga para consumo conjun-
to, pode ser localizado no § 3º, do artigo 33, da Lei DIMINUIÇÃO DE PENA
11.343/2006, dispondo que oferecer droga, eventual-
mente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacio- 1ª Corrente – O privilégio deve retroagir para
namento, para juntos a consumirem, terá uma pena de alcançar os fatos pretéritos, observando, contudo,
detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de pena mínima de 1 ano de 8 meses.
700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 2ª Corrente – O privilégio deve retroagir para
Para te ajudar, trouxemos um quadro comparati- alcançar os fatos pretéritos, dispensando saldo míni-
vo, vamos vê-lo: mo (Entendimento do STJ).
pode participar do tráfico de drogas. Se assim o fizer Sujeito passivo – O Estado. Secundariamente,
estará configurado um único crime: o de tráfico com aquele que a droga é prescrita ou ministrada.
aumento de pena do art.40, inc. VII, da lei 11.343/2006. Conduta – Prescrever (indicar, receitar); ministrar
Consumação – com o efetivo financiamento ou (dar, fornecer, administrar).
custeio da atividade ilícita. Elemento subjetivo – Culpa – imprudência, impe-
Tentativa – Admite-se. rícia e negligência. Se a conduta for dolosa estará con-
Causa de aumento de pena – As penas são aumen- figurado o crime do art. 33 da lei 11.343/2006.
tadas de um sexto a dois terços, se o agente financiar Consumação – Com a realização de algumas con-
ou custear a prática do crime. dutas incriminadas.
Já com relação ao artigo 37 da Lei 11.343/2006, Tentativa – Não se admite. Vicente Greco Filho
colaborar, como informante, com grupo, organização ressalva a hipótese de envio de receita pelo correio,
ou associação destinados à prática de qualquer dos que vem a ser interceptada pelas autoridades, caso
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta em que seria possível a tentativa. 81
Efeito da condenação – Como efeito da condena- Para ocorrer a incidência da causa de aumento
ção, prevê parágrafo único do artigo que o juiz comu- de pena transportes públicos, o sujeito ativo deverá
nicará ao Conselho Federal da categoria profissional comercializar a droga ilícita dentro do transporte,
que pertencer o agente. caso ele utilize o meio de deslocamento, apenas, para
Com relação ao artigo 39 da Lei 11.343/2006, é ir ao local de destino da comercialização não será apli-
considerado crime o ato de conduzir embarcação cada a causa de aumento de pena, conforme o enten-
ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dimento pacífico do STF (Supremo Tribunal Federal) e
dano potencial a incolumidade de outrem, possuindo STJ (Superior Tribunal de Justiça)
a pena de detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
além da apreensão do veículo, cassação da habilitação z O crime tiver sido praticado com violência, grave
respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento processo de intimidação difusa ou coletiva;
de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. z Caracterizado o tráfico entre Estados da Federação
Objetividade jurídica – É a proteção da incolumi- ou entre estes e o Distrito Federal, para que ocor-
dade pública ra a aplicação dessa causa de aumento de pena
Sujeito ativo – Qualquer pessoa. não precisa a transposição da fronteira, de acor-
Sujeito passivo – A coletividade. do com o HC 122791/MS, REL.MIN DIAS TOFFOLI,
Conduta – Vem representado pelo verbo ‘condu- 17/11/2015. STF, transcrito abaixo:
zir” que significa controlar, dirigir. Deve o condutor
ter consumido drogas, não exigindo a lei esteja dro- “A incidência da causa de aumento de pena previs-
gado. É necessário, ainda, que a conduta do condutor ta na Lei 11.343/2006 [“Art. 40. As penas previstas
que consumiu drogas que exponha a dano potencial a nos artigos 33 a 37 desta Lei são aumentadas de
incolumidade de outrem. um sexto a dois terços, se: (...) V - caracterizado o
Perigo concreto – Trata-se de crime de perigo con- tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e
creto, que deve ser demonstrado em cada caso. o Distrito Federal”] não demanda a efetiva transpo-
Embarcação ou aeronave – O tipo penal restringe sição da fronteira da unidade da Federação. Seria
os veículos a embarcação (barcos, navios, lanchas, jet suficiente a reunião dos elementos que identifi-
ski, etc...) ou aeronave (aviões de qualquer porte, pla- cassem o tráfico interestadual, que se consumaria
nadores, ultraleves, helicópteros, etc...). Se a conduta instantaneamente, sem depender de um resultado
for de veículo automotor, estará configurado o crime externo naturalístico. Esse é o entendimento da Pri-
meira Turma, que, em conclusão de julgamento e
do art.306 do Código de Trânsito Brasileiro.
por maioria, denegou a ordem em “habeas corpus”
Veículo de Transporte de passageiros – Se o
no qual se sustentava a não incidência da mencio-
veículo (embarcação ou aeronave) for destinado a
nada majorante, porque o agente teria adquirido a
transporte coletivo de passageiros, a pena de prisão e
substância entorpecente no mesmo Estado em que
multa, aplicada cumulativamente com a apreensão do fora preso. Segundo o Colegiado, existiriam provas
veículo e com a cassação da habilitação respectiva ou suficientes quanto à finalidade de consumar a ação
proibição de obtê-la, será de 4 a 6 anos. típica, a saber: a) o paciente estava no interior de
Elemento subjetivo – Dolo ônibus de transporte interestadual com bilhete
Consumação – Com a efetiva condução da embar- cujo destino final seria outro Estado da Federação;
cação ou aeronave após o consumo da droga. e, b) a fase da intenção e a dos atos preparatórios
Trata-se de crime formal. teriam sido ultrapassadas no momento em que o
Tentativa – Não se admite. agente ingressara no ônibus com a droga, a aden-
trar a fase de execução do crime. O fundamento da
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA punição de todos os atos de execução do delito res-
ponderia ao fim político-criminal e preventivo que
As causas de aumento de pensa, encontram-se pre- presidiria o Direito Penal. Essa a razão porque a
vista no artigo 40, estabelecendo que as penas previs- tentativa seria punível, em atenção à necessidade
tas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um político-criminal de estender a ameaça ou comi-
sexto a dois terços, se: nação penal, prevista para os tipos delitivos con-
sumados, também às condutas que, embora não
z A natureza, a procedência da substância ou do consumassem o delito, estariam próximas da con-
sumação e se realizariam com a vontade de obter
produto apreendido e as circunstâncias do fato
essa efetividade. Consoante a dogmática penal, o
evidenciarem a transnacionalidade do delito.
âmbito do fato punível começaria quando o sujei-
z O agente praticar o crime prevalecendo-se de fun-
to iniciasse a execução do delito diretamente por
ção pública ou no desempenho de missão de edu-
fatos exteriores, ainda que não fosse necessário o
cação, poder familiar, guarda ou vigilância.
efetivo começo da ação tipificada no verbo nuclear
z A infração tiver sido cometida nas dependências ou do tipo penal. Assim, o transporte da droga, uma
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensi- vez iniciado, se protrairia no tempo, a revelar crime
no ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, de consumação permanente. Isso permitiria o fla-
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou benefi- grante durante a execução desse transporte. Venci-
centes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde do o Ministro Marco Aurélio, que afastava a causa
se realizem espetáculos ou diversões de qualquer de aumento versada no inciso V do art. 40 da Lei
natureza, de serviços de tratamento de dependentes 11.343/2006. Apontava que haveria distorção no
de drogas ou de reinserção social, de unidades milita- fato de se ter como consumado crime interestadual
82 res ou policiais ou em transportes públicos. e tentado quanto à causa de aumento de pena”.
z Sua prática envolver ou visar a atingir criança DO PROCEDIMENTO PENAL
ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer
motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de Art. 48. O procedimento relativo aos processos por
crimes definidos, aplica-se, subsidiariamente, as
entendimento e determinação;
disposições do Código de Processo Penal e da Lei de
z O agente financiar ou custear a prática do crime.
Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas de quem
OUTRAS INFORMAÇÕES adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar volun- sem autorização ou em desacordo com determina-
tariamente com a investigação policial e o processo ção legal ou regulamentar será submetido às seguin-
criminal na identificação dos demais coautores ou tes penas, salvo se houver concurso com os crimes
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processa-
do produto do crime, no caso de condenação, terá do e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes
pena reduzida de um terço a dois terços. da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dis-
põe sobre os Juizados Especiais Criminais.
No que tange ao juiz, na fixação das penas, con- § 2º Tratando-se da conduta dita no parágrafo
siderará, com preponderância sobre a aplicação da anterior, não se imporá prisão em flagran-
pena, a natureza e a quantidade da substância ou do te, devendo o autor do fato ser imediatamente
produto, a personalidade e a conduta social do agente, encaminhado ao juízo competente ou, na falta
deste, assumir o compromisso de a ele com-
tendo em vista o disposto no art. 42.
parecer, lavrando-se termo circunstanciado
Já na fixação da multa, o juiz, determinará o núme-
e providenciando-se as requisições dos exames e
ro de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as perícias necessários.
condições econômicas dos acusados, valor não infe- § 3º Se ausente a autoridade judicial, as providên-
rior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o cias serão tomadas de imediato pela autoridade
maior salário-mínimo. policial, no local em que se encontrar, vedada a
As multas, que em caso de concurso de crimes detenção do agente.
serão impostas sempre cumulativamente, podem ser § 4º Concluídos os procedimentos, o agente será
aumentadas até o décuplo se, em submetido a exame de corpo de delito, se o requerer
virtude da situação econômica do acusado, con- ou se a autoridade de polícia judiciária entender
siderá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no conveniente, e em seguida liberado.
máximo. § 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº
9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Espe-
Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a
ciais Criminais, o Ministério Público poderá propor
37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis,
a aplicação imediata de pena de quem adquirir,
graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
a conversão de suas penas em restritivas de direitos, consigo, para consumo pessoal, drogas sem autori-
podendo dar-se o livramento condicional após o cum- zação ou em desacordo com determinação legal ou
primento de dois terços da pena, vedada sua conces- regulamentar será submetido às seguintes penas, a
são ao reincidente específico. ser especificada na proposta.
Vale ressaltar, de acordo com o art. 45, que é isento Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts.
de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que
o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de as circunstâncias o recomendem, empregará os instru-
droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer mentos protetivos de colaboradores e testemunhas.
que tenha sido a infração penal praticada, inteiramen-
te incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de DA INVESTIGAÇÃO
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autorida-
de de polícia judiciária fará, imediatamente, comu-
Parágrafo único: Quando absolver o agente, reco-
nicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do
nhecendo, por força pericial, que este apresentava,
auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do
à época do fato previsto neste artigo, as condições
Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
referidas no caput deste artigo, poderá determinar
§ 1º Para os efeitos da lavratura do auto de prisão
o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para
em flagrante e estabelecimento da materialidade do
tratamento médico adequado.
delito, é suficiente o laudo de constatação da natu-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base § 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagran-
em avaliação que ateste a necessidade de encami- te, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a
nhamento do agente para tratamento, realizada regularidade formal do laudo de constatação e
por profissional de saúde com competência espe- determinará a destruição das drogas apreendidas,
cífica na forma da lei, determinará que a tal se guardando-se amostra necessária à realização do
proceda. laudo definitivo 83
Já a destruição das drogas será executada pelo operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo
delegado de polícia competente no prazo de 15 (quin- da ação penal cabível.
ze) dias na presença do Ministério Público e da auto-
ridade sanitária Na hipótese da não-atuação policial sobre os porta-
dores de drogas, seus precursores químicos ou outros
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efeti- produtos utilizados em sua produção, que se encon-
vada a destruição das drogas, sendo lavrado auto trem no território brasileiro, com a finalidade de iden-
circunstanciado pelo delegado de polícia, certifi-
tificar e responsabilizar maior número de integrantes
cando-se neste a destruição total delas.
de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas
sem a ocorrência de prisão em flagrante será fei- da ação penal cabível, a autorização será concedida
ta por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a
dias contados da data da apreensão, guardando-se identificação dos agentes do delito ou de colaborado-
amostra necessária à realização do laudo definitivo. res, vide art. 53, II.
INQUÉRITO Requerer o
arquivamento;
Relatará sumariamente
as circunstâncias do
fato, justificando as
razões que a levaram
à classificação do Requisitar as
delito, indicando a Providências diligências que
quantidade e natureza entender necessárias
Requererá sua devolução
da substância ou do
para a realização de
produto apreendido, o
diligências necessárias.
local e as condições
em que se desenvolveu
Oferecer denúncia,
a ação criminosa, as
arrolar até 5 (cinco)
circunstâncias da prisão,
testemunhas e
a conduta, a qualificação
requerer as demais
e os antecedentes do
provas que entender
agente.
pertinentes
z A infiltração por agentes de polícia, em tarefas de Já se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
investigação, constituída pelos órgãos especializa- nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
dos pertinentes; concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
z A não-atuação policial sobre os portadores de dro-
gas, seus precursores químicos ou outros produtos § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cin-
utilizados em sua produção, que se encontrem no co) dias.
território brasileiro, com a finalidade de identificar § 5º Se acaso entender imprescindível, o juiz, no
84 e responsabilizar maior número de integrantes de prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a
apresentação do preso, realização de diligências, § 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie
exames e perícias. deve ser encaminhada a instituição financeira, ou
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia equiparada, para alienação na forma prevista pelo
e hora para a audiência de instrução e julgamento, Conselho Monetário Nacional.
ordenará a citação pessoal do acusado, a intima- § 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação, a
ção do Ministério Público, do assistente, se for o moeda estrangeira será custodiada pela instituição
caso, e requisitará os laudos periciais. financeira até decisão sobre o seu destino.
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda
Quando tratar das condutas tipificadas como infração estrangeira, caso seja verificada a inexistência de
do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, valor de mercado, seus espécimes poderão ser des-
o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afasta- truídos ou doados à representação diplomática do
mento cautelar do denunciado de suas atividades, se for país de origem.
funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.
A audiência será realizada dentro dos 30 (trinta) dias Contudo, a apreensão de veículos, embarcações,
seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determi- aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e
nada a realização de avaliação para atestar dependên- dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos
cia de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias. de qualquer natureza utilizados para a prática dos
crimes definidos nesta Lei será imediatamente comu-
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, nicada pela autoridade de polícia judiciária responsá-
após o interrogatório do acusado e a inquirição das vel pela investigação ao juízo competente, vide art. 61.
testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente,
ao representante do Ministério Público e ao defen-
Art. 61
sor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo
[...]
de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da
por mais 10 (dez), a critério do juiz.
comunicação, determinará a alienação dos bens
apreendidos, excetuadas as armas, que serão reco-
Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará
lhidas na forma da legislação específica.
das partes se restou algum fato para ser esclarecido,
formulando as perguntas correspondentes se o enten-
O Ministério Público deve fiscalizar o cumpri-
der pertinente e relevante.
mento, além de aplicar-se a todos os tipos de bens
Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de
confiscados.
imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os
Já a alienação será realizada em autos apartados,
autos para isso lhe sejam conclusos.
dos quais constará a exposição sucinta do nexo de ins-
Já nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem reco- trumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a
lher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antece- descrição e especificação dos objetos, as informações
dentes, assim reconhecido na sentença condenatória. sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se
encontrem.
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO
DE BENS DO ACUSADO § 3º O juiz, ele determinará a avaliação dos bens
apreendidos, que será realizada por oficial de justi-
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério ça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação,
Público ou do assistente de acusação, ou mediante ou, caso sejam necessários conhecimentos especia-
representação da autoridade de polícia judiciária, lizados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo
poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação não superior a 10 (dez) dias.
penal, a apreensão e outras medidas assecurató- §4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor
rias nos casos em que haja suspeita de que os bens, do Funad, o Ministério Público e o interessado para
direitos ou valores sejam produto do crime ou cons- se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, diri-
tituam proveito dos crimes. midas eventuais divergências, homologará o valor
atribuído aos bens.
Já na hipótese do acusado, citado por edital, não § 11 Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos
comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspen- por meio de hasta pública, preferencialmente por
sos o processo e o curso do prazo prescricional, poden- meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior
do o juiz determinar a produção antecipada das provas lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão cento) do valor da avaliação judicial.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 1° [...]
3. (CESPE-CEBRASPE – 2015) De acordo com o que dis-
§1° associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
põem os artigos da Lei n.º 11.343/2006, definidora de estruturalmente ordenada e caracterizada pela
crimes e medidas para a prevenção do uso indevido de divisão de tarefas, ainda que informalmente, com
drogas, julgue o item subsequente. objetivo de obter, direta ou indiretamente, vanta-
A transnacionalidade do delito, a prática da conduta gem de qualquer natureza, mediante a prática de
delituosa pelo agente do crime prevalecendo-se de infrações penais cujas penas máximas sejam supe-
função pública e o cometimento do crime nas depen- riores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
dências ou imediações de estabelecimentos prisio- transnacional.
nais ou em transportes públicos são, entre outras,
circunstâncias que resultam no aumento de um sexto Com relação a aplicabilidade da Lei, de acordo
a dois terços da pena do crime de tráfico de drogas. com o §2°, do art. 1°, temos o seguinte:
do art. 4°.
Art. 3°-B
[...] Art. 4°[...]
§ 6° Na hipótese de não ser celebrado o acordo por § 2º Considerando a relevância da colaboração
iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo,
nenhuma das informações ou provas apresentadas e o delegado de polícia, nos autos do inquérito poli-
pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra cial, com a manifestação do Ministério Público,
finalidade. poderão requerer ou representar ao juiz pela con-
cessão de perdão judicial ao colaborador, ainda
De acordo com o art. 3°-C, a proposta de colabora- que esse benefício não tenha sido previsto na pro-
ção também será instruída com procuração do interes- posta inicial, aplicando-se, se, no que couber, o art.
sado a proposta de colaboração premiada, desde que, 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
esteja possuindo poderes específicos para começar o (Código de Processo Penal) 91
Poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses o prazo As previsões de renúncia ao direito de impugnar
para oferecimento de denúncia ou o processo, relati- a decisão homologatória, são consideradas nulas de
vos ao colaborador, no entanto, esse prazo é passível pleno direito.
de prorrogação por igual período, até que sejam cum- O magistrado poderá recusar a homologação da
pridas as medidas de colaboração, realizando a sus- proposta que não atender aos requisitos legais, no
pensão do respectivo prazo prescricional, de acordo entanto, deverá fundamentar e devolver às partes
com o §3°, do art. 4°. para que promovam as adequações necessárias, vide
Também poderá, de acordo com o §4°, ser incum- o § 8°, do art. 4°.
bido ao Ministério Público, o ato de deixar de ofere- Poderá o colaborador, segundo o §9°, depois de
cer denúncia se a proposta de acordo de colaboração homologado o acordo, sempre que acompanhado pelo
referir-se à infração de cuja existência não tenha pré- seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério
vio conhecimento e o colaborador não for o líder da Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas
organização criminosa ou for o primeiro a prestar efe- investigações.
tiva colaboração.
Em consonância ao §5°, do art. 4°, a pena poderá Dica
ser reduzida, com o limite de até a metade ou poderá
ser admitida a progressão de regime ainda que ausen- Art. 4 [...]
tes os requisitos objetivos, se ocorrer a colaboração de § 10. As partes podem retratar-se da proposta,
forma posterior à sentença. caso em que as provas autoincriminatórias pro-
duzidas pelo colaborador não poderão ser utili-
Art.4 [...] zadas exclusivamente em seu desfavor.
§ 6º O juiz não participará das negociações realiza-
das entre as partes para a formalização do acordo De acordo com o § 10-A, do art. 4°, em todas as
de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a
polícia, o investigado e o defensor, com a manifes- oportunidade de manifestar-se após o decurso do pra-
tação do Ministério Público , ou, conforme o caso,
zo concedido ao réu que o delatou.
entre o Ministério Público e o investigado ou acusa-
Como garantia, poderá ocorrer em qualquer fase
do e seu defensor
do processo, o direito ao réu delatado, a cabimento de
se manifestar após o decurso do prazo, sendo concedi-
No caso de realização do acordo, as peças serão re-
do ao réu que o delatou.
metidas ao juiz, que realizara a análise, do respectivo
Será apreciada os termos do acordo homologado e
termo, além das declarações do colaborador e cópia
sua eficácia, através de sentença.
da investigação, eivando-se de um dever ao juiz ouvir
De acordo com o §11, do art. 4°, ainda que aconteça
de maneira sigilosa o colaborador, acompanhado de
do beneficiado por perdão judicial ou não denuncia-
seu defensor, ocasião em que analisará os seguintes
do, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a reque-
aspectos na homologação, conforme §7°, do artigo 4:
rimento das partes ou por iniciativa da autoridade
§ 7º [...] judicial.
I - Regularidade e legalidade; Com relação aos atos de colaboração e ao regis-
II - Adequação dos benefícios pactuados àqueles tro das tratativas, deverá ser realizado por meios ou
previstos no caput e nos §§ 4º e 5º deste artigo, recursos de gravação magnética, digital, estenotipia
sendo nulas as cláusulas que violem o critério de ou técnica similar, até mesmo audiovisual, que serão
definição do regime inicial de cumprimento de pena destinadas a obter maior fidelidade das informações,
do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezem- sendo assim, garantido a disponibilização de cópia do
bro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um material ao colaborador, vide §13º.
dos regimes previstos no Código Penal e na Lei nº
7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução §14º Nos depoimentos que prestar, o colaborador
Penal) e os requisitos de progressão de regime não renunciará, na presença de seu defensor, ao direito
abrangidos pelo § 5º deste artigo; ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de
III - Adequação dos resultados da colaboração aos dizer a verdade.
resultados mínimos exigidos nos incisos I, II, III, IV
e V do caput deste artigo;
Com relação a totalidade de atos de negociação,
IV - Voluntariedade da manifestação de vontade,
execução da colaboração e confirmação, o colabora-
especialmente nos casos em que o colaborador está
ou esteve sob efeito de medidas cautelares.
dor deverá estar assistido por defensor, vide §15, do
art. 4.
Avançando, com relação ao § 16, do artigo 4°,
Temos a disposição do § 7-A, do artigo 4°:
nenhuma das seguintes medidas será decretada ou
Art. 4° [...]
proferida com fundamento apenas nas declarações
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise do colaborador:
fundamentada do mérito da denúncia, do perdão
judicial e das primeiras etapas de aplicação da § 16 [...]
pena, nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de I - Medidas cautelares reais ou pessoais;
dezembro de 1940 (Código Penal) e do Decreto- II - Recebimento de denúncia ou queixa-crime;
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de III - Sentença condenatória.
Processo Penal), antes de conceder os benefícios
pactuados, exceto quando o acordo prever o não O acordo homologado poderá ser rescindido
oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
92 deste artigo ou já tiver sido proferida sentença. colaboração.
Art. 4° [...] Da Ação Controlada
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe
que o colaborador cesse o envolvimento em condu- De acordo com o art. 8°, trata-se de uma técnica
ta ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob especial de investigação por meio do qual é retarda-
pena de rescisão. do o momento da intervenção dos órgãos estatais res-
ponsáveis pela persecução penal, que deve ocorrer
Agora, vamos tratar um pouco sobre os direitos do no momento mais oportuno sob o ponto de vista da
colaborador que são: investigação criminal.
posição das autoridades mencionadas no art. 15, Art. 22, parágrafo único: a instrução criminal
registros de identificação dos números dos termi- deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual
nais de origem e de destino das ligações telefônicas não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quan-
internacionais, interurbanas e locais. do o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual
período, por decisão fundamentada, devidamente
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção motivada pela complexidade da causa ou por fato
procrastinatório atribuível ao réu.
da Prova
Art. 23 O sigilo da investigação poderá ser decre-
tado pela autoridade judicial competente, para
Um dos crimes, encontra-se nas condutas do artigo 18: garantia da celeridade e da eficácia das diligên-
cias investigatórias, assegurando-se ao defensor,
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o no interesse do representado, amplo acesso aos
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: elementos de prova que digam respeito ao exercí-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. cio do direito de defesa, devidamente precedido de 95
autorização judicial, ressalvados os referentes às c) ao menos um dos criminosos seja funcionário público.
diligências em andamento. d) exista participação de funcionário de instituição
Parágrafo único: Determinado o depoimento do financeira.
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia e) ao menos mais um criminoso integre o grupo.
vista dos autos, ainda que classificados como sigi-
losos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que ante- Conforme o § 1º, do artigo 1, considera-se organiza-
cedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da ção criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais
autoridade responsável pela investigação. pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada
pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, van-
tagem de qualquer natureza, mediante a prática de
EXERCÍCIOS COMENTADOS infrações penais cujas penas máximas sejam supe-
riores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
1. (IBFC – 2020) Leia abaixo o que dispõe o parágrafo 6º transnacional. Resposta: Letra A
do artigo 2º da Lei de Organizações Criminosas (Lei nº
12.850 de 2013): 4. (VUNESP - 2019) As penas do crime de promover,
Art. 2º. § 6º A condenação com trânsito em julgado constituir, financiar ou integrar organização criminosa,
acarretará ao funcionário público ______ do cargo, fun- do art. 2° da Lei n° 12.850/13, são aumentadas de 1/6
ção, emprego ou mandato eletivo e _____ pelo prazo a 2/3, nos termos do parágrafo 4°, se
_____ ao cumprimento da pena.
Assinale a alternativa que preencha correta e respecti- a) houver impedimento ou, de qualquer forma, embara-
vamente as lacunas. çar-se a investigação de infração penal cometida no
seio da organização criminosa.
a) a perda / a suspensão dos direitos políticos / de 8 b) na atuação da organização criminosa houver emprego
(oito) a 10 (dez) anos subsequentes. de arma de fogo.
b) a perda / a interdição para o exercício de função ou c) houver concurso de funcionário público, valendo-se a
cargo público / de 8 (oito) anos subsequentes organização criminosa dessa condição para a prática
c) a demissão a bem do serviço público / a interdição de infração penal.
para o exercício de função ou cargo público / de 8 d) o acusado exercer o comando, individual ou coletivo,
(oito) a 10 (dez) anos subsequentes da organização criminosa, ainda que não pratique pes-
d) a demissão a bem do serviço público / a suspensão soalmente atos de execução.
dos direitos políticos / de 8 (oito) anos subsequentes e) das ações diretas ou indiretas da organização crimino-
sa resultar morte.
Com base no §6°, do artigo 2, a condenação com
trânsito em julgado acarretará ao funcionário públi- Conforme o inciso inciso II, do § 4º, do artigo 2, a
co a perda do cargo, função, emprego ou mandato pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois ter-
eletivo e a interdição para o exercício de função ou ços) se existir o concurso de funcionário público,
cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequen- valendo-se a organização criminosa dessa condição
tes ao cumprimento da pena. Resposta: Letra B para a prática de infração penal. Resposta: Letra C
2. (SELECON – 2020) Abel é investigador da Polícia 5. (IDIB - 2019) De acordo com a Lei nº 12.850/2013,
Federal, sendo integrante de equipe que trabalha em considera-se Organização Criminosa:
inquérito sobre organizações criminosas. Como orien-
tação da chefia do setor especializado, busca utilizar a) A associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estru-
todas as autorizações legais para produzir provas. turalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
Nos termos da Lei nº 12.850/2013, um dos meios de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de
obtenção de prova consiste em: obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
natureza, mediante a prática de infrações penais cujas
a) investigação social penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos,
b) decisão judicial prévia ou que sejam de caráter transnacional.
c) colaboração premiada b) A associação de 3 (três) ou mais pessoas estrutural-
d) ato de execução mente ordenada e caracterizada pela divisão de tare-
fas, ainda que informalmente, com objetivo de obter,
Com base no inciso I, do artigo 3°, em qualquer fase direta ou indiretamente, vantagem de qualquer nature-
da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo za, mediante a prática de infrações penais cujas penas
de outros já previstos em lei, os seguintes meios de máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
obtenção da prova colaboração premiada. Respos- sejam de caráter transnacional.
ta: Letra C c) A associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estru-
turalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
3. (UFPR – 2020) João, Mário, Nicolau e José praticam, tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de
em conjunto, uma série de crimes. Para que essa obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
empreitada criminosa possa ser considerada “organi- natureza, mediante a prática de infrações penais cujas
zação criminosa”, é necessário que: penas máximas sejam superiores a 8 (oito) anos, ou
que sejam de caráter transnacional.
a) exista divisão de tarefas, ainda que de maneira d) A associação de 3 (três) ou mais pessoas estrutu-
informal. ralmente ordenada e caracterizada pela divisão de
b) ao menos um dos crimes tenha sido praticado contra tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de
96 a Administração Pública. obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
natureza, mediante a prática de infrações penais cujas DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E
penas máximas sejam superiores a 8 (oito) anos, ou DEFESA SOCIAL (PNSPDS)
que sejam de caráter transnacional.
A Políticas de Segurança Pública e Defesa
e) A associação de pessoas estruturalmente ordena-
Social,são de competência da União, imponto a esta,
da e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
o dever de regulamentá-la e constituí-la. Mas, e os
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indi-
demais órgãos da Administração Pública Direta?
retamente, vantagem de qualquer natureza, mediante Simples, o Distrito Federal, Municípios e Estados
a prática de infrações penais cujas penas máximas possuem competência para constituir as respectivas
sejam superiores a 8 (oito) anos, ou que sejam de políticas, devendo se pautar nas diretrizes da políti-
caráter transnacional. ca nacional, tendo como grande enfoque, a análise e
enfrentamento dos riscos, visando à harmonia da con-
Com base no § 1º, do artigo 1, considera-se orga- vivência social, em especial às situações de emergên-
nização criminosa a associação de 4 (quatro) ou cia e aos crimes interestaduais e transnacionais.
mais pessoas estrut caracterizada pela divisão de Diante do exposto, podemos adentrar aos princí-
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de pios que são apresentados pelo artigo 4°:
obter, direta ou indiretamente, vantagem de qual-
quer natureza, mediante a prática de infrações Art. 4º São princípios da PNSPDS:
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e
garantias individuais e coletivos;
(quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacio-
II - proteção, valorização e reconhecimento dos
nal. Resposta: Letra A profissionais de segurança pública;
III - proteção dos direitos humanos, respeito aos
direitos fundamentais e promoção da cidadania e
da dignidade da pessoa humana;
LEI Nº 13.675, DE 2018 IV - eficiência na prevenção e no controle das infra-
ções penais;
V - eficiência na repressão e na apuração das infra-
A Lei 13.675/2018 é responsável pelo funcionamento
ções penais;
e organização dos órgãos responsáveis pela segurança VI - eficiência na prevenção e na redução de riscos
pública apresentados no § 7°, do artigo 144, da Cons- em situações de emergência e desastres que afetam
tituição Federal. Esta lei cria e desenvolve a Política a vida, o patrimônio e o meio ambiente;
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNS- VII - participação e controle social;
PDS), instituindo o Sistema Único de Segurança Públi- VIII - resolução pacífica de conflitos;
ca (Susp). IX - uso comedido e proporcional da força;
É de suma importância o conhecimento referente X - proteção da vida, do patrimônio e do meio
ambiente;
ao disposto no texto constitucional, em especial, do §
XI - publicidade das informações não sigilosas;
7°, do artigo 144: XII - promoção da produção de conhecimento sobre
segurança pública;
Art. 144 XIII - otimização dos recursos materiais, humanos
[...] e financeiros das instituições;
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento XIV - simplicidade, informalidade, economia pro-
dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de cedimental e celeridade no serviço prestado à
maneira a garantir a eficiência de suas atividades. sociedade;
XV - relação harmônica e colaborativa entre os
Nota-se que para disciplinar o texto constitucional, Poderes;
criou-se a Lei 13.675/2018. XVI - transparência, responsabilização e prestação
de contas.
Diante da base constitucional, podemos adentrar
na Lei em comento:
De acordo com o art. 5º são diretrizes da PNSPDS:
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segu-
z Atendimento imediato ao cidadão;
rança Pública (Susp) e cria a Política Nacional de
z Planejamento estratégico e sistêmico;
Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), com
z Fortalecimento das ações de prevenção e resolução
a finalidade de preservação da ordem pública e da
pacífica de conflitos, priorizando políticas de redu-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
nistração Pública e referentes a ocultação ou Dando continuidade na Lei, temos que analisar o
dissimulação de bens, direitos e valores. funcionamento do Sistema Único de Segurança Públi-
ca (Susp), tendo como base a coordenação e integração
DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA dos seus órgãos, que entabula os limites de competên-
cias. Para ater-se aos limites, possuímos o artigo 10,
Com a regulamentação da Lei, tornou-se necessá- que informa sobre o funcionamento do Susp, que se
ria a criação do Sistema Único de Segurança Pública dará
(Susp),, que possui o Ministério Extraordinário da
Segurança Pública como órgão central. z Operações com planejamento e execução
Faz parte do Susp a polícia federal, polícia rodoviá- integrados;
ria federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, z Estratégias comuns para atuação na prevenção e
polícias militares e corpos de bombeiros militares e no controle qualificado de infrações penais;
as polícias penais federal, estaduais e distrital, guarda z Aceitação mútua de registro de ocorrência policial; 99
z Compartilhamento de informações, inclusive com II - as atividades periciais serão aferidas mediante
o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin); critérios técnicos emitidos pelo órgão responsável
z Intercâmbio de conhecimentos técnicos e pela coordenação das perícias oficiais, conside-
científicos; rando os laudos periciais e o resultado na produ-
z Integração das informações e dos dados de segu- ção qualificada das provas relevantes à instrução
rança pública por meio do Sinesp. criminal;
III - as atividades de polícia ostensiva e de pre-
servação da ordem pública serão aferidas, entre
Dica outros fatores, pela maior ou menor incidência de
O Ministério Extraordinário da Segurança Públi- infrações penais e administrativas em determinada
ca, será o órgão responsável pela coordenação área, seguindo os parâmetros do Sinesp;
do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). IV - as atividades dos corpos de bombeiros militares
serão aferidas, entre outros fatores, pelas ações de
prevenção, preparação para emergências e desas-
Com relação as operações planejadas, desencadea-
tres, índices de tempo de resposta aos desastres e
das e combinadas em equipe, a lei traz a possibilida-
de recuperação de locais atingidos, considerando-
de de serem investigativas, ostensivas, mistas ou de -se áreas determinadas;
inteligência. V - a eficiência do sistema prisional será aferida
Podendo, para tanto, receber a participação de com base nos seguintes fatores, entre outros:
órgãos integrantes do Susp, vale ressaltar que nos a) o número de vagas ofertadas no sistema;
limites de suas competências com o Sisbin e outros b) a relação existente entre o número de presos e a
órgãos dos sistemas da Administração pública direta, quantidade de vagas ofertadas;
não necessitando de vínculo direto com os órgãos de c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
segurança pública e defesa social. d) a quantidade de presos condenados atendidos
Quando tratar-se de enfrentamento a organiza- de acordo com os parâmetros estabelecidos pelos
ções criminosas, a coordenação e ao planejamento incisos do caput deste artigo, com observância de
das operações será praticado conjuntamente pelos critérios objetivos e transparentes.
participantes.
Além disso, será realizado de forma eletrônica o Com isso será considerado os relativos aspectos à
compartilhamento de informações, devendo possuir equipamentos e trabalhos físicos, tendo como enfo-
o acesso recíproco aos bancos de dados, no entanto, que a aferição.
deve-se atentar às regras entabuladas pelo Ministério A aferição das atividades de polícia judiciária e de
Extraordinário da Segurança Pública, nos termos do apuração das infrações penais serão aferidas, entre
§4º, do art. 10. outros fatores, pelos índices de elucidação dos delitos,
a partir dos registros de ocorrências policiais, espe-
Art.10 [...] cialmente os de crimes dolosos com resultado em mor-
§5°. O intercâmbio de conhecimentos técnicos e te e de roubo, pela identificação, prisão dos autores e
científicos para qualificação dos profissionais de
cumprimento de mandados de prisão de condenados
segurança pública e defesa social dar-se-á, entre
a crimes com penas de reclusão, e pela recuperação
outras formas, pela reciprocidade na abertura de
vagas nos cursos de especialização, aperfeiçoa- do produto de crime em determinada circunscrição,
mento e estudos estratégicos, respeitadas as pecu- deverá distinguir as autorias definidas em razão de
liaridades e o regime jurídico de cada instituição, e prisão em flagrante das autorias resultantes de dili-
observada, sempre que possível, a matriz curricu- gências investigatórias, conforme e apresentado no
lar nacional. §2°, do artigo 12, .
Outro ponto importante encontra-se no artigo 13,
O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, apontando que Ministério Extraordinário da Segu-
de acordo com o artigo 11, será o grande responsá- rança Pública, é o grande, responsável pelo Sistema
vel por estabelecer às metas de excelência no âmbito Único de Segurança Pública, mas além disso, possui
das respectivas competências. Contudo, deverá ser de como enfoque a conduta de acompanhar e orientar os
maneira anual, buscando à repressão e à prevenção órgãos que fazem parte do Susp, possuindo também a
das infrações administrativas e penais, além da pre- competência para promover ações visando:
venção dos desastres, utilizando de indicadores públi-
cos que demonstrem de forma objetiva os resultados z Apoiar os programas de aparelhamento e moder-
que pretende atingir. nização dos órgãos de segurança pública e defesa
Para entendermos a aferição de metas, trago a social do País;
redação do artigo 12: z Implementar, manter e expandir, observadas as
restrições previstas em lei quanto a sigilo, o Siste-
Art. 12 . A aferição anual de metas deverá observar ma Nacional de Informações e de Gestão de Segu-
os seguintes parâmetros: rança Pública e Defesa Social;
I - as atividades de polícia judiciária e de apuração z Efetivar o intercâmbio de experiências técnicas
das infrações penais serão aferidas, entre outros
e operacionais entre os órgãos policiais federais,
fatores, pelos índices de elucidação dos delitos, a
estaduais, distrital e as guardas municipais;
partir dos registros de ocorrências policiais, espe-
cialmente os de crimes dolosos com resultado em z Valorizar a autonomia técnica, científica e funcio-
morte e de roubo, pela identificação, prisão dos nal dos institutos oficiais de criminalística, medici-
autores e cumprimento de mandados de prisão de na legal e identificação, garantindo-lhes condições
condenados a crimes com penas de reclusão, e pela plenas para o exercício de suas funções;
recuperação do produto de crime em determinada z Promover a qualificação profissional dos inte-
100 circunscrição; grantes da segurança pública e defesa social,
especialmente nas dimensões operacional, ética e Executivos direcionadas e enviadas aos respectivos
técnico-científica; Poderes Legislativos.
z Realizar estudos e pesquisas nacionais e consoli- Portanto, os Conselho Nacionais de Segurança
dar dados e informações estatísticas sobre crimi- Pública e Defesa Sociais têm atribuição além do fun-
nalidade e vitimização; cionamento e composição prevista em regulamento,
z Coordenar as atividades de inteligência da segu- possuindo, ainda, a participação da Administração
rança pública e defesa social integradas ao Sisbin; Pública Direta.
z Desenvolver a doutrina de inteligência policial.
Art. 19 [...]
Em meio as tantas competências, nascem as res- § 2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa
ponsabilidades do Ministério Extraordinário da Segu- Social congregarão representantes com poder de
rança Pública. decisão dentro de suas estruturas governamentais
e terão natureza de colegiado, com competência
Art. 14. É de responsabilidade do Ministério Extraor- consultiva, sugestiva e de acompanhamento social
dinário da Segurança Pública: das atividades de segurança pública e defesa social,
I - disponibilizar sistema padronizado, informatizado respeitadas as instâncias decisórias e as normas de
e seguro que permita o intercâmbio de informações organização da Administração Pública.
entre os integrantes do Susp;
II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestru- Podemos destacar que os Conselhos de Segurança
tura tecnológica e a segurança dos processos, das Pública e Defesa Social poderão exercer o acompa-
redes e dos sistemas; nhamento das instituições e realizar a recomendação
III - estabelecer cronograma para adequação dos de providências legais às autoridades competentes.
integrantes do Susp às normas e aos procedimentos Com relação ao §4°, artigo 20, é apresentado a
de funcionamento do Sistema. seguinte redação:
assumidos por ocasião da celebração dos ins- Já com relação à avaliação dos objetivos e das metas
trumentos jurídicos relativos à efetivação das do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
políticas de segurança pública e defesa social; estas serão coordenadas por comissão permanente e
A articulação interinstitucional e intersetorial realizadas por comissões temporárias, compostas por-
das políticas. no mínimo 3 (três) membros, na forma do regulamento
próprio, conforme é apresentado no artigo 32.
Além disso, ao termino das avaliações do Plano Vale ressaltar que será vedada à comissão perma-
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, deverá nente a conduta de designar avaliadores que sejam
ser criado um relatório. Nesse relatório conterá o his- servidores ou titulares dos órgãos que atuam como
tórico e caracterização do trabalho, além dos prazos e gestores avaliados. Caso em que deverá se observar a
possíveis recomendações para que ocorra o cumpri- relação de parentesco até terceiro grau com titulares
mento, além disso, poderá ser inserido outros elemen- ou servidores dos órgãos gestores avaliados e estejam
tos estabelecidos em Lei. respondendo a processo criminal ou administrativo. 103
DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA Art. 37
[...]
Aos órgãos de correição, que sejam beneficiados § 2º O integrante que deixar de fornecer ou atua-
com a autonomia nas atividades de suas competên- lizar seus dados e informações no Sinesp poderá
cias, poderá realizar o gerenciamento, além da reali- não receber recursos nem celebrar parcerias com a
zação dos procedimentos e processos de apuração de União para financiamento de programas, projetos
responsabilidade funcional, devendo com isso, serem ou ações de segurança pública e defesa social e do
instaurados através de sindicância e/ou processo sistema prisional, na forma do regulamento.
administrativo disciplinar, e inclusive com a proposi-
ção de subsídios, visando o aperfeiçoamento das ativi- O Ministério Extraordinário da Segurança Públi-
dades dos órgãos de segurança pública e defesa social, ca é autorizado a celebrar convênios com órgãos
de acordo com o artigo 33. do Poder Executivo que não integrem o Susp, com o
A Administração Pública Direta, possui o dever Poder Judiciário e com o Ministério Público, para com-
criar órgãos de ouvidoria, tendo independência e patibilização de sistemas de informação e integração
autonomia no exercício de suas atribuições. de dados, ressalvadas as vedações constitucionais de
Com isso à ouvidoria terá a competência de rece- sigilo e desde que o objeto fundamental dos acordos
bimento e tratamento de representações, elogios e seja a prevenção e a repressão da violência, conforme
sugestões de qualquer pessoa sobre as ações e ativida- o § 2°, do artigo 37.
des dos profissionais e membros integrantes do Susp, Gerará a responsabilidade administrativa ao agen-
devendo encaminhá-los ao órgão com atribuição para te público, quando ocorrer a omissão no fornecimen-
as providências legais e a resposta ao requerente, con- to das informações legais.
forme artigo 34, parágrafo único.
Vamos avançando na Lei e falaremos de mais um DA CAPACITAÇÃO E DA VALORIZAÇÃO DO
órgão que foi instituído, com a seguinte nomenclatu- PROFISSIONAL EM SEGURANÇA PÚBLICA E
ra, Sistema Nacional de Informações de Segurança DEFESA SOCIAL
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
Munições, de Material Genético, de Digitais e de Dro- A Lei instituiu o Sistema Integrado de Educação e
gas (Sinesp), que possuiu como objetivo a conduta de Valorização Profissional (Sievap), que tem sua finali-
armazenar, integrar e tratar dados e informações, dade atribuída no artigo 38:
visando ajudar na implementação, formulação, acom-
panhamento, execução e avaliação das seguintes polí- Art. 38 [...]
ticas, de acordo com o artigo 35: I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e
supervisionar as atividades de educação gerencial,
I - segurança pública e defesa social; técnica e operacional, em cooperação com as uni-
II - sistema prisional e execução penal; dades da Federação;
III - rastreabilidade de armas e munições; II - identificar e propor novas metodologias e téc-
IV - banco de dados de perfil genético e digitais; nicas de educação voltadas ao aprimoramento de
V - enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas. suas atividades;
III - apoiar e promover educação qualificada, conti-
nuada e integrada;
E, quais são os objetivos do Sinesp?
IV - identificar e propor mecanismos de valorização
Para responder-lhe, trago o disposto no artigo 36: profissional.
a) pessoal
b) peculiar
c) pública
d) social
a) Criminalidade
b) Pobreza Importante!
c) Moralidade
A divergência na interpretação de lei ou na ava-
d) Decadência
liação de fatos e provas não configura abuso de
Com base no inciso XII, do artigo 24, os agentes autoridade.
públicos deverão observar as seguintes diretrizes na
elaboração e na execução dos planos para fomentar
SUJEITOS DO CRIME
estudos de planejamento urbano para que medidas
de prevenção da criminalidade façam parte do pla-
A lei 13.869/2019 elencou quais são os sujeitos do
no diretor das cidades, de forma a estimular, entre
crime:
outras ações, o reforço na iluminação pública e a
verificação de pessoas e de famílias em situação de
Art. 2° É sujeito ativo do crime de abuso de auto-
risco social e criminal. Resposta: Letra A.
ridade qualquer agente público, servidor ou não,
da administração direta, indireta ou fundacional
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e de Território,
LEI Nº 13.869, DE 2019 compreendendo, mas não se limitando a:
I - Servidores públicos e militares ou pessoas a eles
A Lei 13.869/2019, também conhecido como Lei equiparadas;
de Abuso de Autoridade, apresenta sua vertente de II - Membros do Poder Legislativo;
estrutura central os crimes de abuso de autoridade, III - Membros do Poder Executivo;
cometidos por agente público, servidor ou não, que, IV - Membros do Poder Judiciário;
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê- V - Membros do Ministério Público;
106 -las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. VI - Membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Esse rol é exemplificativo e pode cometer o crime II- A inabilitação para o exercício de cargo, man-
qualquer agente público, servidor ou não, da adminis- dato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5
tração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos (cinco) anos.
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos III- A perda do cargo, do mandato ou da função
Municípios e de Território. Segundo o parágrafo único pública.
do art. 2°:
É importante destacar que a inabilitação e a perda
Art 2° [...] do cargo não possuem efeitos automáticos e, portanto,
Parágrafo único. Reputa-se agente público, todo deverão ser expressamente declarados na sentença
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou pelo juiz.
sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-
ção, contratação ou qualquer outra forma de inves- DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
tidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função em órgão ou entidade descrita nesse tópico. O artigo 5°, da lei 13.869/2019, apresenta as penas
restritivas de direitos e são elas:
DA AÇÃO PENAL
z Prestação de serviços à comunidade ou a entida-
Os crimes previstos no artigo são de ação des públicas.
penal pública incondicionada, ou seja, carecem de z Suspensão do exercício do cargo, da função ou do
representação da vítima. mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses,
com a perda dos vencimentos e das vantagens.
Art. 3° [...]
§ 1° Será admitida ação privada se a ação penal
pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Importante!
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e ofere-
cer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos As penas restritivas de direitos podem ser aplica-
do processo, fornecer elementos de prova, interpor das de forma autônoma ou cumulativa.
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2° A ação privada subsidiária será exercida no As penas restritivas de direito têm a finalidade de
prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se substituir as penas restritivas de liberdade.
esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. Pode ser aplicada de forma isolada. Por exemplo:
aplicar somente a pena de prestação de serviços à
Caso o MP se mantenha inerte e não proponha a comunidade.
ação penal, será admitida ação penal privada intenta- Já de forma cumulativa, aplicam-se mais de uma
da por particular. pena em conjunto..
z Ministério Público:
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E
Aditar a queixa. ADMINISTRATIVA
Repudiá-la.
Oferecer denúncia substitutiva. Antes de adentrarmos no assunto, é importante
Intervir em todos os temi os do processo. discutir sobre o as três esferas de responsabilidade: a)
Fornecer elementos de prova. Administrativa; b) Civil; c) Penal.
Interpor recurso. Conforme artigo 6°. As penas previstas nesta Lei
A todo tempo: no caso de serão aplicadas independentemente das sanções de
Negligência do querelante..retomar a ação como natureza civil (Exemplo: um ressarcimento de dano)
parte principal ou administrativa cabíveis (Exemplo Multa).
Podemos extrair, portanto, que as notícias de cri-
Com base § 2, do artigo 3, da Lei n° 13.869/2019, a mes previstos nesta Lei, que descreverem falta funcio-
ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 nal, serão informadas à autoridade competente para a
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo apuração de eventual responsabilidade.
para oferecimento da denúncia. O artigo 7°, da Lei 13.869/2019, apresenta a seguin-
É de suma importância o entendimento de que se te redação:
trata de prazo decadencial impróprio, pois mesmo
que esgotado o prazo o Ministério Público poderá
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 8° Faz coisa julgada em âmbito cível, assim Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
como no administrativo-disciplinar, a sentença violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade
de resistência, a:
penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
Exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
estado de necessidade, em legítima defesa, em estri-
curiosidade pública;
to cumprimento de dever legal ou no exercício regu-
Submeter-se a situação vexatória ou a constrangi-
lar de direito.
mento não autorizado em lei;
Produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro.
DOS CRIMES E DAS PENAS
A lei 13.869/2019 elenca diversos crimes, vamos d) A quarta disposição consiste no ato de constran-
trabalhar um por um. ger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistên-
a) O primeiro (artigo 9°) está relacionado ao ato de cia, a exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exi-
decretar medida privativa de liberdade em mani- bido à curiosidade pública. Isto é, submetendo-o a
festa desconformidade com as hipóteses legais, a situação vexatória ou a constrangimento não auto-
pena é de detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e rizado em lei, ou, ainda, a produzir prova contra
multa. si mesmo ou contra terceiro. A pena do presente
crime é a de detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Art 9° [...] multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autori-
dade judiciária que, dentro de prazo razoável, dei- z Exibir ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
xar de: curiosidade pública. Por exemplo, o agente que
I - Relaxar a prisão manifestamente ilegal exibe uma marca de nascença do preso, mediante
II - Substituir a prisão preventiva por medida cau- a violência, para sanar a curiosidade pública.
telar diversa ou de conceder liberdade provisória, z Submeter o preso à situação vexatória ou à cons-
quando manifestamente cabível
trangimento não autorizado em lei. Por exemplo,
III - Deferir liminar ou ordem de habeas corpus,
quando um agente faz o detento tirar sua roupa
quando manifestamente cabível
para os presos, falando que se ele não tirar irá
matá-lo.
É interessante salientar que os sujeitos ativos deste z Produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro,
crime são os Ministros, desembargadores e juízes, é uma previsão constitucional que veda ao deten-
pois eles são os responsáveis por decretarem medida to ou ao preso a obrigação de produzir prova que
privativa de liberdade. Já o sujeito passivo será a lhe prejudique. Exemplo: uma confissão mediante
pessoa que ficou privada de liberdade. Trata-se de um grave ameaça.
crime formal, pois não há necessidade do resultado para a
sua consumação.
Note que o crime amolda-se ao preso ou detento-
que é constrangido mediante violência, grave ameaça
b) A outra conduta encontra-se no artigo 10 e tem a ou redução de sua capacidade de resistência.
seguinte redação:
e) O quinto crime, encontra-se no artigo 15, dispondo:
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha
ou investigado manifestamente descabida ou sem Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão,
prévia intimação de comparecimento ao juízo: pessoa que, em razão de função, ministério, ofício
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar
multa. sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
A conduta deste crime consiste no ato de levar a multa.
testemunha para depor, mesmo contra a sua vontade.
Diferente do crime anterior, esse não pode ser pra- Trago como um exemplo o advogado que explana,
ticado apenas por juízes, desembargadores ou minis- com a finalidade de constranger seu cliente, quando
tros, mas sim, por membros do Ministério Público ou possuía o dever de guardar segredo ou resguardar
por autoridades policiais. sigilo, em razão da profissão.
Vale ressaltar que para a existência do crime em Incorre na mesma pena quem prossegue com o
questão, a condução coercitiva deve ser descabida ou interrogatório:
sem prévia intimação para comparecimento em juízo,
prejudicando, portanto, o comparecimento espontâ- z Pessoa que tenha decidido exercer o direito ao
108 neo da testemunha. silêncio; ou
z Pessoa que tenha optado por ser assistida por Apesar disso, não se pode afirmar que houve a
advogado ou defensor público, sem a presença de modificação do horário para todos os crimes do Códi-
seu patrono. go Penal, isto porque se trata de uma legislação espe-
cial, que somente se aplica aos crimes de abuso de
autoridade.
f) Já o artigo 16, dispõe:
h) O ao oitavo crime está localizado no artigo 19:
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se
falsamente ao preso por ocasião de sua captura Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente,
ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou o envio de pleito de preso à autoridade judiciária
prisão: competente para a apreciação da legalidade de sua
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.
z Eximir-se de responsabilidade civil ou administra- Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação
tiva por excesso praticado no curso de diligência; sem relação com a prova que se pretenda produzir,
z Omitir dados ou informações ou divulgar dados ou expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo
informações incompletos para desviar o curso da a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
investigação, da diligência ou do processo. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.
m) Com relação ao artigo 24, da Lei 13.869/2019, é con-
siderado crime: Grande finalidade desse crime é evitar a divul-
gação da vida privada do investigado ou acusado,
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, valendo destacar que nesse crime é necessário que
funcionário ou empregado de instituição hospitalar a gravação ou trecho de gravação decorra de uma
pública ou privada a admitir para tratamento pessoa interceptação legal, sem relação com a prova que se
cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local pretenda produzir.
ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e mul- q) Podemos localizar mais um crime no artigo 30, da
110 ta, além da pena correspondente à violência. Lei 13.869/2019, dispondo que:
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, competência de polícia judiciária, digam respeito
civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ao exercício do direito de defesa.
ou contra quem sabe inocente: (Promulgação par-
tes vetadas) O acesso aos autos de investigação preliminar limi-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e ta-se aos autos já documentados, não englobando, por
multa. conseguinte, aqueles em curso de investigação.
O autor da conduta, deverá saber que o indivíduo
era inocente, se o autor não souber e enquadrar-se u) O artigo 33, da Lei 13.869/2019, traz outro crime,
nos requisitos do artigo 27 (instaurar procedimen- qual seja:
to com à falta de indício), responderá por aquele
crime. Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de
obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não
r) O décimo oitavo crime, encontra-se entabulado no fazer, sem expresso amparo legal:
artigo 29, da Lei 13.869/2019: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo
judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de ou função pública ou invoca a condição de agente
prejudicar interesse de investigado: público para se eximir de obrigação legal ou para
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, obter vantagem ou privilégio indevido.
e multa.
v) Podemos localizar mais um crime no artigo 36, da
O grande enfoque está no ato de prestar informa- Lei 13.869/2019:
ção falsa visando prejudicar o interesse do investiga-
do, bem como prejudicar a apuração dos fatos. Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indis-
ponibilidade de ativos financeiros em quantia que
s) Com relação ao artigo 31 da Lei 13.869/2019: extrapole exacerbadamente o valor estimado para
a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstra-
ção, pela parte, da excessividade da medida, deixar
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,
de corrigi-la:
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
fiscalizado:
multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
e multa.
A conduta típica tem como sujeito ativo o Poder
Judiciário que por meio de atos processuais coloca em
O grande enfoque dessa conduta consiste em gerar
indisponibilidade os bens do sujeito passivo, extrapo-
prejuízo ao investigado pela procastinação da autori-
lando exarcebadamente o valor estimado para quita-
dade responsável, no entanto, nem sempre a demo-
ção da dívida. No entanto, para a existência do crime
ra no procedimento constitui abuso de autoridade,
é necessário que o Poder Judiciário deixe de corrigir o
devendo-se atentar aos princípios da razoabilidade e vício, quando ciente.
proporcionalidade.
Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo w) No que tange ao art. 37, da Lei 13.869/2019, é consi-
para execução ou conclusão de procedimento, o esten- derado crime o ato de:
de de forma imotivada, procrastinando a investigação
em prejuízo do investigado ou do fiscalizado. Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no
exame de processo de que tenha requerido vista em
t) Outro crime encontra-se no artigo 32, da Lei órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu
13.869/2019: andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou e multa.
advogado acesso aos autos de investigação preliminar,
ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer Nesse ponto englobam-se as turmas recursais ou
outro procedimento investigatório de infração penal, órgãos colegiados, que retardam demasiada e injus-
civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção tificadamente o exame do processo, objetivando
de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a procrastinar o seu regular andamento ou retardar o
diligências em curso, ou que indiquem a realização de julgamento.
diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, X) E, por fim, o último crime encontra-se no artigo 38,
e multa. da Lei 13.869/2019, sendo ele:
Este crime consiste na conduta de negar, prejudi- Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações,
cando a defesa e a proteção dos direitos fundamentais por meio de comunicação, inclusive rede social,
do acusado. atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações
Vale ressaltar o que dispõe a súmula de n° 14, do e formalizada a o: (Promulgação partes vetadas)
Supremo Tribunal Federal: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
e multa.
Súmula Vinculante 14. É direito do defensor, no
interesse do representado, ter acesso amplo aos Exemplo: quando a autoridade manda uma mensa-
elementos de prova que, já documentados em pro- gem pelo WhastAap para o acusado, antecipando o
cedimento investigatório realizado por órgão com resultado das investigações. 111
PROCEDIMENTO Exatamente, todos os efeitos elencados na questão,
amoldam-se aos referidos no artigo 4°, incisos I, II e
Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos III da Lei 13.869/2019. Resposta: Certo.
previstos na lei em comento, no que couber, as dispo-
sições do Código de Processo Penal e da Lei dos Juiza- 5. (NOVA CONCURSOS – 2020) Com base na Lei
dos Especiais Cíveis e Criminais (9.099/95). 13.869/2019, analise o item abaixo:
Frenesvaldo, é agente público e deixou injustificada-
mente de comunicar prisão em flagrante à autoridade
judiciária no prazo legal, com isso, Frenesvaldo, prati-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ca um crime e poderá ter detenção, de 6 (seis) meses
a 2 (dois) anos, e multa.
1. (NOVA CONCURSOS – 2020) Com base na Lei
13.869/2019, analise o item abaixo: ( ) CERTO ( ) ERRADO
A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de
fatos e provas não configura abuso de autoridade. A base legal, encontra-se no artigo 12 da Lei
13.869/2019, considerado como crime o ato deixar
( ) CERTO ( ) ERRADO injustificadamente de comunicar prisão em flagran-
te à autoridade judiciária no prazo legal, tendo
Com base no artigo 1°, parágrafo 2° da Lei detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
13.869/2019, a divergência na interpretação de lei ou Resposta: Certo.
na avaliação de fatos e provas não configura abuso
de autoridade. Resposta: Certo
2 E
12. (CESPE – 2019) A competência do juizado especial
criminal será determinada pelo 3 ERRADO