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A POLÍTICA NACIONAL DE
PROTEÇÃO
E DEFESA CIVIL
MANUAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL:
A POLÍTICA NACIONAL
DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
Brasília, 2017
Ministro da Integração Nacional
FICHA TÉCNICA
Antônio de Pádua
Título:
Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
Renato Newton Ramlow
Autor:
Diretora do Departamento de Prevenção e Preparação (DPP) Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC
Adelaide Maria Pereira Nacif
Elaboração do Projeto
Maria Cristina Dantas
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) © 2017. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC/Ministério da Integração Na-
cional. Todos os direitos autorais de propriedade pertencerão a Secretaria Nacional de Proteção
e Defesa Civil (SEDEC/MI), definitivamente, por tempo indeterminado, em âmbito nacional e
Brasil. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. De-
internacional, para a utilização plena em qualquer modalidade, incluindo edição, reprodução,
partamento de Prevenção e Preparação.
Entendendo a política nacional de proteção e defesa civil no Brasil / Ministério da Inte- divulgação, publicação, exportação, modificação, atualização, entre outros, nos termos dos art.
gração Nacional, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Departamento de Prevenção e 49 a 52 da Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. A responsabilidade pelo conteúdo e ima-
Preparação. - Brasília : Ministério da Integração Nacional, 2017. gens desta obra é do(s) respectivo(s) autor(es). A citação desta obra em trabalhos acadêmicos
72 p. : il. – (Série Manual de Proteção e Defesa Civil) e/ou profissionais poderá ser feita com indicação da fonte. A cópia desta obra sem autorização
expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelectual, com sanções
ISBN (978-85-68813-04-1)
previstas no Código Penal, art. 184, Parágrafos 1º ao 3º, sem prejuízo das sanções cíveis cabí-
1. Proteção e Defesa Civil. 2. Política Nacional de Proteção e Defesa Civil. 3. Políticas veis à espécie.
públicas. 4. Legislação. 5. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. I. Título. II. Série.
CDU: CDU 351.862(81)
SUMÁRIO
Apresentação....................................................................................................................................... 17
1.4. Princípios, Diretrizes, Objetivos e Instrumentos da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil................................. 39
1.4.1. Princípios a serem considerados pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil............................................................... 39
2.15. Geologia................................................................................................................................................................................................... 83
Legislação.......................................................................................................................................... 141
Elaborados por iniciativa da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC, do Ministé-
rio da Integração Nacional, no cumprimento de seu papel institucional de órgão central do Siste-
ma Nacional de Proteção e Defesa Civil- SINPDEC, pretendem contribuir para o aperfeiçoamento
das ações interfederativas de proteção e defesa civil, apoiando os técnicos e os gestores em suas
tarefas diárias de promoção da segurança e do bem-estar da população.
Com a aprovação da Lei Federal nº 12.608, em 2012, que dispõe sobre a Política e o Sistema Na-
cional de Proteção e Defesa Civil, fez-se necessário editar novo conjunto de Manuais, abrangendo
tanto a perspectiva técnica e a doutrinário-legal, como da gestão da Política Nacional de Proteção e
Defesa Civil. Este conjunto de Manuais foi concebido à luz do mais recente paradigma em relação
aos conceitos e orientações consolidados no âmbito internacional, observadas as características
da realidade brasileira sobre o tema, com abordagem de caráter mais preventivo do que reativo,
ancorada na gestão dos riscos de desastres.
Os Manuais de Proteção e Defesa Civil compreendem cinco volumes, sendo três volumes de
referência, um Guia e um Glossário, a saber:
O Guia para Atores Locais aborda os temas essenciais, no âmbito municipal, numa abor-
dagem prática e simplificada, de forma a orientar os gestores sobre as medidas necessárias à
implantação dos órgãos municipais, sobretudo na fase inicial de consolidação das medidas de
proteção e defesa civil no município.
Por fim, o Glossário de Termos Afins de Proteção e Defesa Civil no Brasil reúne os concei-
tos utilizados na área de proteção e defesa civil, agrupando-os didaticamente, a fim de emba-
sar suas respectivas ações, bem como promover a equalização do entendimento das referidas
definições.
O Ministério de Integração Nacional, através da SEDEC, objetiva, com estas publicações, con-
tribuir para o aperfeiçoamento das ações de proteção e defesa civil, apoiando os gestores em
suas tarefas diárias de promover a segurança e o bem-estar da população brasileira.
MANUAIS DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
RISCOS DE
DESASTRES
NO BRASIL
A POLÍTICA
NACIONAL DE
PROTEÇÃO E
DEFESA CIVIL
GUIA PARA
NO BRASIL
ATORES LOCAIS
GESTÃO DE
RISCO DE
DESASTRES
NO BRASIL
GLOSSÁRIO DE PROTEÇÃO
E DEFESA CIVIL
Fonte: SEDEC/MI
Boa leitura!
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A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil 1.1 Fundamentos e Natureza Para efetivar os direitos assegurados pela
– PNPDEC compreende os objetivos e diretri- Constituição, cabe à União estabelecer a po-
da Política Nacional de
zes a serem adotados para a redução dos riscos lítica nacional de proteção e defesa civil, a ser
de desastres, de forma a garantir a segurança e Proteção e Defesa Civil observada por todas as instâncias governa-
o bem-estar da população e a promover o de- mentais, bem como exercer, privativamente,
A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
senvolvimento sustentável do País. a competência de legislar sobre defesa civil
encontra seus fundamentos na Constituição
(artigo 22 da Constituição Federal).
A Política e o Sistema Nacional de Proteção Federal, que garante a todos a inviolabilidade
e Defesa Civil, bem como o sistema de infor- do direito à vida, à liberdade, à igualdade, Trata-se de uma política pública, ou seja, o
mações e monitoramento de desastres, foram à segurança e à propriedade, nos termos do conjunto de princípios, objetivos, diretrizes e
instituídos pela Lei Federal nº 12.608, de 10 artigo 5º. O direito à segurança inclui a pre- estratégias orientadores da atuação do Poder
de abril de 2012, à qual se soma a legislação Público e de suas relações com a sociedade,
servação da ordem pública e da incolumidade
relativa aos recursos destinados à proteção visando a garantir a proteção e segurança
das pessoas e do patrimônio.
e defesa civil e a temas correlatos, que serão da sociedade frente aos riscos de desastres.
abordados ao longo deste Manual. Ao tratar da segurança pública, a Constituição É implementada por meio de planos, progra-
Federal faz menção aos Corpos de Bombei- mas e projetos, com a necessária destinação
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Dano: resultado das perdas humanas, materiais ou ambientais infligidas às pessoas, ações de resposta e de recuperação (Anexo VI
comunidades, instituições, instalações e aos ecossistemas, como consequência de um desastre da IN 02, item XIV).
(item XXV)
Esta orientação retrata a evolução do trata-
Prejuízo: medida de perda relacionada com o valor econômico, social e patrimonial de um
determinado bem, em circunstâncias de desastre (item XXVI) mento dos desastres, no plano internacional,
que avançou para a gestão integral do risco
Risco de desastre: potencial de ocorrência de evento adverso sob um cenário vulnerável (item XII)
de desastres. Os desastres resultam, em últi-
ma instância, da combinação de ameaças, de
condições de vulnerabilidade e da insuficien-
A Lei nº 12.608/12 estabelece que é dever da §1º. As medidas previstas no caput poderão
te capacidade de reduzir as possíveis conse-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos ser adotadas com a colaboração de entidades
quências negativas dos riscos. O desastre,
Municípios adotar as medidas necessárias à públicas ou privadas e da sociedade em geral. portanto, é uma combinação de fatores ou
redução dos riscos de desastre, com a colabo-
condições, nem sempre controláveis, mas
ração de entidades públicas ou privadas e da Portanto, a redução dos riscos de desastres
que podem ser minimizados.
sociedade em geral. (RRD) é determinante para a Política Nacional
de Proteção e Defesa Civil, devendo orientar a As comunidades deparam-se com perigos
Art. 2º. É dever da União, dos Estados, do
atuação de todos os integrantes do Sistema Na- naturais, principalmente quando ocupam lu-
Distrito Federal e dos Municípios adotar
cional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC. gares mais vulneráveis. Ocupações em áreas
as medidas necessárias à redução dos ris-
cos de desastre. inadequadas ou a degradação ambiental aca-
bam por agravar a exposição das populações
aos riscos. Se ações de prevenção tivessem
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a sociedade e com o setor privado. Ao estabe- Segundo a doutrina administrativa, os pode- teção e defesa civil.
lecer que se trata de dever da União, dos Es- res e deveres do administrador público são os
A Política de Proteção e Defesa Civil, em to-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, expressos em lei, os exigidos pelo interes-
das as instâncias governamentais, deve ser
indica que o administrador público não se da coletividade e os impostos pela mo-
consagrada como um dos componentes do
pode deixar de tomar as medidas voltadas ralidade administrativa. Portanto, cabe à lei
desenvolvimento sustentável, ou seja, enten-
a reduzir os riscos, que compreendem um rol determinar, para cada atividade pública, os
dida como a que, de forma perene, atua para
de ações e atividades, desde a observância das deveres e os poderes de quem os exerce.
que os riscos de desastres sejam eliminados
ou reduzidos.
“Se, no Direito Privado, o poder de agir é uma faculdade, no Direito Público é uma
imposição, um dever para o agente que o detém, pois não se admite a omissão
da autoridade diante de situações que exigem sua atuação”
(Meirelles, Hely Lopes, Direito Administrativo Brasileiro, 26ª. edição, página 97).
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de Defesa Civil do Estado, a primeira defesa A organização sistêmica da Defesa Civil no to. Como o objetivo central era a redução de
Brasil deu-se pela criação do Sistema Nacio- perdas de vidas, de danos e transtornos só-
civil estadual do País (Decreto Estadual nº
nal de Defesa Civil (SINDEC), em 1988, con- cio-econômicos, especialmente provocados
1.373, de 19 de dezembro de 1966).
solidando a atuação da Defesa Civil em todo por desastres naturais, o Sistema Nacional
Em 1967, foi criado o Ministério do Interior o território nacional (Decreto nº 97.274, de de Defesa Civil (SINDEC) elaborou a Políti-
com a competência de assistir as populações 1988). O SINDEC foi reorganizado em 1993 ca Nacional de Defesa Civil. Para promover
atingidas por calamidades públicas em todo e atualizado em 2005 (Ver Decreto nº 5.376, sua implementação, foi editado um conjun-
território nacional. Em 1969, foi criado, no de 17.02.2005). to de publicações, os denominados Manuais
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2
Proteção Social - A. Coudouel, K. Ezemenari, M. Grosh e L. Sherburne-Benz, Banco Mundial 2000; Disponível em: http://siteresources.worldbank.org/, acesso em: 09 de janeiro de 2017.
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O termo proteção civil leva em consideração a respeito da gravidade dos desastres, assim manitária;
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às medidas preventivas; ao planejamento de Nacional de Defesa Civil (SINDEC) buscou e Acidentes na Infância;
b) Cartilha de Avaliação de Danos – Pergun- Em 2005, foi criado o Escritório das Nações
tas e Respostas; Unidas para a Redução do Risco de Desastres
(UNISDR), tendo sido aprovado o Marco de
c) Conferência Geral sobre Desastres;
Ação de Hyogo, com vistas à redução de ris-
d) FUNCAP – Fundo Nacional para Calami- cos, por um futuro mais seguro. Em 2015, foi
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Documentos
Período Conferência Diretrizes, Estratégias e Plano de Ação
aprovados
Objetivo
Salvar vidas humanas e proteger os bens materiais
Princípios
• A avaliação dos riscos é indispensável para a adoção de adequada política de redução de desastres;
• A prevenção e a preparação para o desastre são fundamentais para reduzir a necessidade de socorro, em
casos de desastres;
Primeira • A prevenção e a preparação para o desastre devem ser partes integrantes do planejamento do
Conferência desenvolvimento, nos planos nacional, regional e internacional;
Mundial sobre • A capacidade para prevenir e reduzir os desastres, e para mitigar seus efeitos, é prioridade para se criar
Desastres uma base sólida para as atividades posteriores;
Naturais Estratégia de • O alerta antecipado e a divulgação de informações, por distintos meios, são fundamentais para a
1990 /1999 Yokohama para um prevenção e para a preparação para os desastres;
Yokohama Mundo mais Seguro • As medidas preventivas são mais eficazes quando incorporadas a todos os planos, tanto os locais como
(Japão), os regionais, nacionais e internacionais;
• A vulnerabilidade pode ser reduzida mediante a adoção de métodos e projetos apropriados, bem como
23 a 27 de maio de modelos de desenvolvimento orientados a grupos beneficiários, da educação e da capacitação
de 1994 adequadas de toda a sociedade;
• A comunidade internacional reconhece a necessidade de compartilhar tecnologias para prevenir e
reduzir desastres e mitigar seus efeitos;
• A proteção do meio ambiente e o combate à pobreza, componentes do desenvolvimento sustentável,
são essenciais para prevenir os desastres naturais e mitigar seus efeitos;
• Cada país tem a responsabilidade de proteger sua população, infraestrutura e bens, dos efeitos dos
desastres naturais. A comunidade internacional deve mobilizar recursos adequados para a redução dos
desastres naturais, sobretudo para os países em desenvolvimento.
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Estratégia de
Yokohama para um Orientação para os países quanto às ações a serem adotadas, no plano nacional, regional e internacional
Mundo mais Seguro
Medidas:
• Desenvolvimento de cultura de prevenção, componente essencial do planejamento integrado da redução
de desastres;
• Educação e formação em prevenção e preparação para desastres e mitigação de seus efeitos;
• Fortalecimento dos recursos humanos e da capacidade das instituições de pesquisa em matéria de
redução e mitigação dos desastres;
• Identificação de centros de excelência e formação de redes, para o desenvolvimento das ações de
Primeira prevenção, mitigação e redução dos desastres;
Conferência • Aumento da conscientização das comunidades vulneráveis, através do melhoria da informação sobre a
Mundial sobre redução de desastres;
Desastres • Participação ativa da população nas atividades de prevenção e preparação para os desastres;
1990 /1999 Naturais, • Adoção de planos e programas de base comunitária para reduzir as vulnerabilidades;
Yokohama • Melhoria na avaliação e no monitoramento dos riscos, e ampliação do alerta precoce;
(Japão), 23 a Plano de Ação de • Adoção de política integrada de prevenção, preparação e resposta em relação aos desastres naturais e
27 de maio de Yokohama aos tecnológicos e biológicos;
1994 • Coordenação e cooperação entre organismos nacionais e internacionais de pesquisa, universidades e
outras instituições científicas;
• Aperfeiçoamento da legislação e da atuação da administração pública; atribuição de prioridade às
decisões políticas;
• Prioridade para a obtenção e troca de informações sobre a redução de desastres naturais, fortalecendo
os mecanismos de comunicação;
• Fomento à cooperação regional entre países expostos aos mesmos riscos naturais;
• Utilização da tecnologia existente no campo da redução de desastres;
• Integração do setor privado às atividades de redução de desastres, mediante a promoção de oportunidade
de negócios;
• Fomento à participação de organizações não governamentais no manejo dos riscos naturais, em
particular os relacionados ao meio ambiente;
• Fortalecimento do Sistema das Nações Unidas para ajudar a reduzir as perdas de vidas em desastres.
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Objetivos Estratégicos:
• Integração dos riscos de desastres nas políticas, planos e programas de desenvolvimento sustentável,
em todos os níveis, com ênfase na prevenção, mitigação, preparação e redução da vulnerabilidade;
Segunda Marco de Ação de
• Fortalecimento de instituições e de atividades que aumentem a resiliência frente às ameaças, em todos
Conferência Hyogo - MAH
os níveis, sobretudo nas comunidades
Mundial sobre
• Incorporação sistemática de critérios de redução de riscos nos projetos e programas de preparação,
Redução de Construindo a
resposta, recuperação e reconstrução de comunidades afetadas.
2005/2014 Desastres, resiliência dos
Kobe (Japão), países e das Prioridades de Ação:
18 a 22 de comunidades frente • Fortalecer a capacidade institucional: Atribuir prioridade nacional e local à redução de riscos de
janeiro de 2005 aos desastres desastres, com base institucional adequada para sua implementação.
• Conhecer os riscos: Identificar, avaliar e monitorar os riscos de desastres e melhorar os alertas e alarmes.
• Promover o conhecimento e a sensibilização; utilizar o conhecimento, a inovação e a educação para criar
uma cultura de segurança e resiliência, em todos os níveis.
• Reduzir riscos: Reduzir os fatores subjacentes ao risco por meio do planejamento do uso e ocupação do
solo, e de medidas ambientais, sociais e econômicas;
• Estar preparado e pronto para agir: Fortalecer a preparação para desastres, para uma resposta efetiva
em todos os níveis.
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Objetivo:
Prevenir novos riscos e reduzir os existentes, através de medidas econômicas, estruturais, sociais, de saúde,
culturais, educacionais, ambientais, tecnológicas, legais e politico-institucionais, integradas e inclusivas,
que previnam e reduzam a exposição a ameaças e a vulnerabilidade a desastres, assim como fortaleçam a
preparação, resposta e a recuperação, de forma a aumentar a resiliência.
Prioridades:
• Compreensão dos riscos de desastres;
• Fortalecimento da governança do risco de desastres;
Terceira
• Investimentos na redução do risco de desastres, de forma a aumentar a resiliência;
Conferência
• Melhoria na preparação, na resposta eficaz, na recuperação e reconstrução, objetivando a “reconstruir
Mundial das
melhor".
Nações Unidas
para Redução Marco de Ação de
2015/ 2030 Metas:
de Riscos de Sendai
• Reduzir a mortalidade global; reduzir a média de mortalidade, com base em 100.000 habitantes, entre
Desastres –
2020-2030, em comparação com 2005-2015;
Sendai (Japão),
• Reduzir o número de pessoas afetadas em todo o mundo; reduzir a média global, com base em 100.000
14 a 18 de
habitantes, entre 2020-2030, em comparação com 2005-2015;
março de 2015
• Reduzir as perdas econômicas devidas a desastres, em relação ao PIB global;
• Reduzir os danos causados à infraestrutura e à interrupção de serviços básicos, como unidades de saúde
e educação, inclusive por meio de apoio para aumentar sua resiliência;
• Aumentar o número de países com estratégias nacionais e locais de redução dos riscos de desastres, até
2020;
• Intensificar a cooperação internacional com os países em desenvolvimento;
• Aumentar a disponibilidade e o acesso da população a sistemas de alerta antecipado para vários perigos
e às informações e avaliações sobre o risco de desastres.
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Observa-se que a redução do risco de desas- Além disso, a forte inter-relação entre mu-
tres está presente em todas as iniciativas in- danças do clima, desenvolvimento sustentá-
ternacionais promovidas pelas Nações Uni- vel, condições de moradia e os desastres faz
das, desde a Década Internacional de Redução com que outras agendas, como a Agenda Ha-
de Riscos de Desastres Naturais (DIRDN) até bitat, sobre o desenvolvimento sustentável
o Marco de Sendai, passando pela Estratégia dos assentamentos humanos, adotem dire-
de Yokohama, a Estratégia Internacional de trizes e estratégias convergentes com as pro-
Redução de Desastres (EIRD) e o Marco de postas para a redução dos riscos de desastres.
Ação de Hyogo.
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táveis e resilientes. mais proativa, baseada nos riscos de desas- Campanha Cidades Resilientes: http://www.
tres, envolvendo todos os atores sociais, o unisdr.org/campaign/resilientcities/
Entre os compromissos adotados pela Nova que implica aumentar a consciência da socie-
Agenda Urbana vale destacar o fortaleci- dade, fazer investimentos para prevenir os Guia para Gestores Locais: Minha Cidade
mento da resiliência das cidades e dos as- riscos e desenvolver a resiliência. está se preparando.: http://www.unisdr.org/
sentamentos humanos, através de: files/26462_guiagestorespublicosweb.pdf
O planejamento do espaço urbano, das cons-
• Melhor qualidade da infraestrutura e do truções, da infraestrutura e dos serviços deve
planejamento territorial, por meio de po- levar em conta as questões de resiliência e do
líticas e planos integrados com uma abor- clima. A cooperação e a articulação entre os
dagem ecossistêmica, de acordo com o vários setores, bem como a capacitação das
Protocolo de Sendai 2015-2030; autoridades locais, é essencial para a gestão
dos riscos de desastres. A formulação de pla-
• Desenvolvimento de sistemas de dados e nos adequados de contingência e procedi-
de gestão sobre redução de riscos de de- mentos de evacuação são essenciais.
sastres;
Como se observa, há a incorporação, na agen-
• Redução das vulnerabilidades e dos riscos, da urbana internacional, de importantes di-
especialmente em áreas de risco, em as- retrizes e mecanismos relativos à redução de
sentamentos formais ou informais; riscos de desastres, o que assinala a conver-
gência entre a política de proteção e defesa
• Capacitação de famílias, comunidades,
civil e a política urbana. Pode-se afirmar que,
instituições e serviços para se preparar,
no Brasil, há importantes avanços nesse sen-
responder, adaptar, e rapidamente se re-
tido, conforme se poderá observar no item
cuperar dos efeitos de desastres.
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mo não havendo plena certeza científica a desastre não justifica o não planejar, mas, ao visto na Declaração do Rio Janeiro- Rio - 92,
respeito da possibilidade de ocorrência fu- contrário, exige a atenção diuturna, para sua aprovada na Conferência das Nações Unidas
tura ou dos possíveis efeitos decorrentes de identificação, avaliação e controle, requeren- sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
sua concretização, ainda assim devem ser do, ainda, considerá-los desde a concepção de está ancorado na legislação nacional de pro-
consideradas e planejadas ações para evitá-lo demais políticas públicas, planos, programas teção e defesa civil, pois a Lei nº 12.608/12,
ou mitigá-lo, ou seja, de minimização desses e projetos. Todavia, na aplicação deste princí- expressamente, dispõe ser a prevenção uma
possíveis riscos. pio deve-se observar a proporcionalidade dos diretriz a ser observada, além de um dos com-
riscos, ou seja, o potencial lesivo deve ser le- ponentes da gestão de riscos de desastres, ao
Esse princípio está claramente consagrado na vado em conta - quanto mais graves os efeitos lado da mitigação, preparação, resposta e re-
Lei Nacional de Proteção e Defesa Civil, no esperados, maior a relevância de sua mitiga- cuperação, conforme será mencionado, a se-
artigo 2º, § 2º: ção. Quanto mais graves as espécies de danos guir, no item 1.4.2.
“A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas cável quando os riscos são conhecidos e previ-
preventivas e mitigadoras da situação de risco”. síveis, sendo possível, com segurança, estabe-
lecer os nexos de causalidade para identificar
os impactos futuros mais prováveis.
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grande ênfase ao sistema de informações e volvida em todas as etapas, uma vez que os
O princípio da informação, de que trata a De-
monitoramento, para integrar as informa- bons resultados só podem ser alcançados por
claração do Rio de Janeiro – Rio 92, aprovada
ções e divulgá-las a todos os integrantes do meio da ação integrada de todos os segmen-
na Conferência das Nações Unidas sobre o
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil tos representativos da sociedade organizada.
Meio Ambiente e o Desenvolvimento, entre
e a possibilitar o adequado nível de conheci-
outras fontes, proclama o direito à informa- A participação social é relevante nos órgãos
mento dos riscos de desastres por parte da
ção de todos os cidadãos interessados como colegiados, como os Conselhos de Proteção
população.
sendo a melhor maneira de lidar com as ques- e Defesa Civil, em todas as instâncias gover-
tões ambientais, contribuindo para maior IV- Princípio da participação social namentais, pois são fóruns de decisão e fis-
conscientização social a respeito da proteção calização das atividades de proteção e defesa
dos recursos naturais. O princípio da participação social fundamen- civil. Igualmente relevante é a participação,
ta-se no disposto na Constituição Federal, no plano comunitário, nos Núcleos Comu-
A importância de uma eficiente informação ao estabelecer as bases da democracia parti- nitários de Defesa Civil. Não se trata apenas
sobre o risco a que está sujeita uma popula- cipativa, mediante a instituição de mecanis- de motivar a população a participar. É preciso
ção, assim como sobre todas as situações que mos de ampla participação da sociedade na que fique claramente entendida a importân-
envolvam a ocorrência de um desastre, é ine- formulação e implementação de políticas pú- cia da atitude proativa da população, pois
gável para a política de proteção e defesa civil. blicas, a exemplo dos órgãos colegiados, das a ela cabe papel importante nas ações preven-
Trata-se de assegurar que a população tenha conferências, audiências e consultas públicas, tivas, como forma de garantir a autodefesa e
acesso à informação, de forma a se conscien- entre outros. Encontra seus fundamentos, a proteção das comunidades.
tizar a respeito das ameaças e vulnerabilida- igualmente, na doutrina ambiental interna-
des, bem como a adotar medidas e atitudes cional (como na Declaração do Rio de Janeiro V - Princípio da coordenação
necessárias para se prevenir e se preparar – Rio 92) e no direito ambiental brasileiro, ao
A coordenação é princípio do Direito Admi-
para fazer face a um desastre. ser considerado elemento essencial da prote-
nistrativo, tal como estabelecido no Decreto-
ção e preservação ambiental.
O acesso à informação é relevante para pro- -Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, que
mover a mobilização da população, assim O princípio da participação social remete à dispõe sobre a organização da Administração
como para promover sua participação na to- noção de que a proteção e defesa civil é res- Federal, aplicável a todas as instâncias gover-
mada de decisões sobre a redução de riscos ponsabilidade de todos; portanto, deve en- namentais, determinando que as atividades
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veis de governo, para que se assegure a abor- Defesa Civil, a responsabilidade primeira, São as seguintes as diretrizes da Política Na-
dagem sistêmica da política de Proteção e em relação ao atendimento aos desastres, é cional de Proteção e Defesa Civil:
VI - Princípio da subsidiariedade necessidades da população. Este princípio tados, o Distrito Federal e os Municípios para
da Federação, significa que as instâncias su- ações entre os diferentes níveis de governo,
periores atuarão apenas quando se constate a com vistas a ampliar a capacidade de prevenir
riscos, de reduzir desastres e de dar melhor
resposta, no caso de ocorrência de desastres.
Essa articulação é importante para a raciona-
lização e otimização de recursos, bem como
para melhor avaliação dos riscos, posto que
muitas vezes o risco de desastre extrapola os
limites territoriais de Municípios ou Estados.
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do desastre. Em outras palavras, ainda que desastres no território nacional bilidade compartilhada do Poder Público, do
alguns fenômenos naturais não possam ser setor privado e da sociedade, é fundamental o
controlados, o ideal é que não causem danos, Como o conhecimento e avaliação dos riscos comprometimento de todos na gestão do ris-
ou que os danos sejam os menores possíveis. de desastres deve ser a premissa básica para co de desastres. A participação da sociedade
Portanto, a política nacional dá forte ênfase o planejamento das ações da política de pro- será mais efetiva se houver conscientização
às ações preventivas, reduzindo as causas de teção e defesa civil, é importante o desen- acerca dos riscos, ameaças e vulnerabilidades,
desastres e promovendo ações que tornem a volvimento de estudos e pesquisas que fun- bem como o comprometimento de todos com
população cada vez menos vulnerável aos de- damentem esse conhecimento e avaliação. a proteção e defesa civil. Neste sentido, a edu-
sastres absolutamente inevitáveis. Informações sobre o regime pluviométrico, cação é muito relevante como forma de capa-
características dos cursos de água, caracterís- citar a população para o seu importante papel
4ª) Adoção da bacia hidrográfica como ticas geomorfológicas do solo, ventos, cober- nas atividades de proteção e defesa civil.
unidade de análise das ações de prevenção tura vegetal, secas prolongadas, queimadas e
de desastres relacionados a corpos d’água incêndios, entre outros, além de dados sobre
as intervenções antrópicas, usos inadequa-
Como boa parte dos desastres naturais está dos, ocupações irregulares do território, in-
relacionada com os cursos de água e estes se fraestrutura e obras inapropriadas, podem le-
estendem para além das divisas dos territó- var ao melhor conhecimento e à avaliação dos
rios municipais, a gestão do risco do desastre riscos de desastres. Diversas organizações
não pode ficar limitada ao município. É de estudam fenômenos naturais e fatores que
fundamental importância considerar a bacia aumentam a vulnerabilidade do território,
ou as microbacias hidrográficas na análise como as universidades, centros de pesqui-
dos riscos de desastres para se ter melhor sa, ONGs ambientais, instituições públicas
compreensão dos problemas a serem trata- e privadas. Esses estudos podem subsidiar a
dos. Esta abordagem requer esforços de arti- tomada de decisões no tocante à proteção e
culação intermunicipal e entre os municípios defesa civil.
e as outras esferas de governo no planeja-
44
45
** E = Estratégico O = Operacional
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48
e Defesa Civil e instrumentos de distinta na- dos demais, já que são voltados à preparação
tureza (Quadro 3), inter-relacionados e con- para a resposta, implementação de ações re-
Proteção e Defesa Civil, no âmbito da União, tratados os recursos, de distintas fontes, que
dos Estados, Distrito Federal e dos municí- deverão ser alocados pela União, Estados e
pios. Enquadram-se nessa categoria os pla- Municípios. No caso dos recursos da União,
49
Nível de governo
Natureza Instrumento
Federal Estadual Municipal
Fonte: SEDEC/MI
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Planes/ Planes/
programas Municipio programas
regionales estaduales
Planeación Municipal
Fonte: SEDEC/MI
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Disponível em: http://www.pac.gov.br/pub/up/relatorio/d0d2a5b6f24df2fea75e7f5401c70e0d.pdf
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Uma das diretrizes estratégicas do PPA 2016-2019 trata das questões de proteção e defesa civil:
‘Ampliação das capacidades de prevenção, gestão de riscos e resposta a desastres e de mitigação
e adaptação às mudanças climáticas’. Esta diretriz estratégica orienta os seguintes programas
temáticos:
Para cada programa temático há objetivos, metas e ações a serem realizadas. Observa-se que,
como no PPA anterior, esses programas não contemplam desastres biológicos e tecnológicos.
A evolução do PPA 2012-2015 para o PPA 2016-2019 pode ser verificada no Quadro 4.
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XIV - manter a União e o Estado informados pios e com as demais esferas de governo.
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de desastres, em ambiente informatizado, áreas suscetíveis à ocorrência de desliza- Plano de Contingência de Proteção
que atuará por meio de base de dados com- mentos de grande impacto, inundações e Defesa Civil
O Sistema de Informações e Monitoramen- cessos geológicos ou hidrológicos correlatos ção do risco de determinado tipo de desastre
to de Desastres, portanto, tem uma ampla foi criado para identificar os municípios onde e estabelece os procedimentos e responsabili-
abrangência, compreendendo vários subsis- reconhecidamente ocorrem esses fenômenos dades. Visa, portanto, a preparar o município
temas operativos, adotados pelos diferentes e possibilitar a adoção de medidas voltadas para promover uma eficiente gestão de riscos
órgãos que atuam, de forma coordenada, no à redução dos riscos de desastres. De acordo de desastres. De natureza operativa, deve ser
âmbito do SINPDEC, preferencialmente em com a legislação que o instituiu, a inscrição submetido à avaliação e à prestação de con-
meio digital. no referido Cadastro deve ser de iniciativa tas anual, por meio de audiência pública, com
do município, ou por indicação dos Estados, ampla divulgação.
O Sistema Integrado de Informações sobre segundo critérios a serem estabelecidos em
Desastres - S2ID – tem por objetivo promo- regulamento Plano de Resposta, de Implantação de
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desassoreamento de cursos de água, cons- municípios, de Fundos Nacional, Estaduais e Com a evolução trazida pela Lei Federal nº
trução de cisternas, entre outros. Já o Plano Municipais de Proteção e Defesa Civil. 12.608, de 2012, priorizando as ações de
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poderão ser fornecidos por fontes financeiras endimentos custeados com recursos federais,
As medidas de prevenção envolvem va-
federais, estaduais e municipais. De acordo com especial atenção às metas estabelecidas,
riadas ações, de distinta natureza, ligadas à
com o princípio da subsidiariedade, cabe ao aos valores envolvidos, às empresas contrata-
redução dos riscos de desastres. Seu planeja-
município atender, em primeira instância, das e ao estágio de execução.
mento e execução são de “responsabilidade de
às necessidades decorrentes de eventos ad-
Pelo fato de serem mais complexas e exigirem todos os órgãos integrantes do Sistema Nacional
versos, cabendo ao Poder Executivo Federal
ação imediata ou a curto prazo, as ações mais de Proteção e Defesa Civil, assim como dos de-
apoiar, de forma complementar, os Estados
onerosas são as de resposta e as de recupera- mais órgãos da Administração Pública federal,
e os Municípios. (Decreto nº 7257, de 04 de
ção. São as que, invariavelmente, necessitam estadual e municipal que, setorialmente, execu-
agosto de 2010, artigo 1º).
intervenção e apoio financeiro dos Estados e tem ações nas áreas de saneamento, transpor-
Distrito Federal e Municípios deverá observar Recursos financeiros para a prevenção, de agosto de 2010).
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Em nível federal, o Portal da Transparência, mantido pelo Ministério da Fiscalização, Transparência e Controle (antiga Controladoria Geral da União), divulga todos os recursos repassados
pela União aos Estados e Municípios.
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tação de contas, de fiscalização, entre outros. Como se trata de situações de emergência, cução de ações de reconstrução estão su-
que exigem uma rápida intervenção, foi cria- jeitas à exigência de apresentação prévia de
Resposta do um mecanismo ágil de atendimento às ne- Plano de Trabalho, pelo ente beneficiário, no
cessidades da população, ou seja, o Cartão de prazo e na forma regulamentar.
As ações de resposta compreendem, entre Pagamento da Defesa Civil – CPDC, vincula-
outras, as de socorro, de assistência às vítimas do à conta específica do ente beneficiário. Por Cabe à União estabelecer as diretrizes, bem
e ao restabelecimento de serviços essenciais. meio do Cartão será feito o pagamento das como aprovar os Planos de Trabalho, também
despesas realizadas, com os recursos trans- aplicáveis no caso das ações de prevenção. Os
Como regra geral, para que se solicite o apoio
feridos pelo Ministério da Integração Nacio- repasses de recursos serão realizados de acor-
financeiro do governo federal, após a ocor-
nal. Assim, o Cartão é um instrumento de do com o previsto nos referidos Planos, que
rência de um desastre, é essencial haver o re-
pagamento, emitido em nome do órgão ou conterão, entre outros elementos, as metas
conhecimento da situação de emergência
da entidade do Estado ou do Município be- físicas. O cumprimento do Plano de Trabalho
ou do estado de calamidade pública.
neficiário, a ser utilizado exclusivamente será fiscalizado pela União.
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Governadores estaduais e do Distrito Federal, Os procedimentos a serem realizados devem ral e Municípios, necessários para fazer face
por meio de decreto devidamente fundamen- ser realizados por intermédio do Sistema Inte- aos desastres, assim como às atividades de
grado do Informações sobre Desastres- S2ID. prevenção, são regulamentados pela Lei Fe-
tado em parecer técnico do órgão de proteção
deral nº 12.340, de 2010, com a redação dada
e defesa civil.
Quando, reconhecidamente, a intensidade do pela Lei Federal nº 12.983, de 2014, e pela
O parecer técnico deverá mencionar os danos desastre e seus impactos sociais, econômicos Lei Federal nº 12.608, de 2012.
causados pelo desastre, de forma a funda- e ambientais demandarem, poderá haver reco-
mentar a decretação, devendo ser observados nhecimento sumário, por parte da Secretaria
os critérios fixados pela Instrução Normativa Nacional de Proteção e Defesa Civil, da situa-
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Ao estabelecer que a Política Nacional de Essas políticas interpenetram-se, em mui- 2.1. Desenvolvimento Regional
Proteção e Defesa Civil deve se integrar às tos de seus aspectos, não se podendo, por
A Política Nacional de Desenvolvimento Re-
políticas de ordenamento territorial, desen- vezes, traçar uma clara linha de delimitação
gional (PNDR) tem por finalidade reduzir as
volvimento urbano, saúde, meio ambiente, entre elas. Todavia, há que se considerar que
desigualdades regionais, conforme determi-
mudanças climáticas, gestão de recursos hí- são políticas regidas por diretrizes, normas e
na a Constituição Federal, ativar os poten-
dricos, geologia, infraestrutura, educação, instrumentos específicos e envolvem uma sé-
ciais de desenvolvimento das regiões brasilei-
ciência e tecnologia e às demais políticas rie de órgãos e instituições, no nível federal,
ras, mediante a dinamização de sua imensa
setoriais, tendo em vista a promoção do de- estadual e municipal. Promover a articulação
diversidade, e a melhor distribuição das ativi-
senvolvimento sustentável (art. 3º, parágra- institucional, a organização e a coordenação
dades produtivas no território.
fo único), a Lei Federal nº 12.608/12 indica para construir esta atuação intersetorial é,
que a gestão dos riscos de desastres é tema talvez, o maior dos desafios para a implemen- A PNDR promove projetos regionais de de-
transversal às políticas públicas. A política de tação efetiva da Política Nacional de Proteção senvolvimento, envolvendo os entes fede-
proteção e defesa civil, portanto, deve ser ela- e Defesa Civil. rados, os setores produtivos e a sociedade.
borada e implementada de forma coordenada Regulados a partir de um referencial nacio-
e articulada às demais políticas. nal comum, consideradas as peculiaridades
regionais, tais projetos objetivam a redução
das desigualdades e da pobreza extrema, o
que contribui para a diminuição da vulnera-
bilidade de populações expostas a precárias
condições de vida.
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dos fatores predominantes para a vulnerabili- quais a sociedade não tem controle. Por-
O Painel Intergovernamental de Mudanças tanto, a capacidade de os serviços de me-
dade, orientando as políticas públicas de pro-
do Clima (IPCC) é a principal fonte de in- teorologia fazerem previsões de tempo
teção social, em relação às ameaças do clima.
formações sobre os cenários e modelos cli- com maior nível de certeza e a capacidade
máticos globais, originados de instituições A preparação do País para a adaptação à mu- de os sistemas de proteção e defesa civil
de pesquisa na Europa, Japão e América dança do clima deve, inicialmente, focar na atuarem efetiva e tempestivamente, re-
do Norte. Os cenários são “regionalizados” redução da vulnerabilidade aos impactos do duzindo os danos, tornam-se altamente
(downscaling), sendo mais detalhados para clima, causado pelos efeitos de aumentos relevantes para a redução dos impactos.
certas áreas. No Brasil, este processo é feito súbitos de temperatura (ondas de calor), ex-
pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos tremos de precipitação (tempestades ou se-
Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de cas) e suas repercussões. A necessidade de se
Pesquisas Espaciais (INPE). O último cenário concentrar as ações de adaptação na redução
regionalizado para o Brasil foi produzido no desta vulnerabilidade se dá por duas razões:
início de 2015.
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“ Situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência de Nacional de Alerta e Resposta às Emergências
surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínico- em Saúde Pública, composta pelas Secretarias
epidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a
de Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde;
magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como
epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes”. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (AN-
VISA), dentre outros órgãos.
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mum, a ser complementada, em cada sistema Os Ministérios do Meio Ambiente e da Edu- - Lei nº 8.742, de 1993, alterada pela Lei nº
de ensino, e em cada estabelecimento escolar, cação, coordenadores da política nacional de 12.435, de 2011), relaciona-se com a Política
por uma parte diversificada, de acordo com as educação ambiental, aprovaram, em 2014, a Nacional de Proteção e Defesa Civil, particu-
características regionais e locais, da cultura, 4a edição do Programa Nacional de Educação larmente nos casos de pós-impacto.
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A Política Nacional de Proteção e Defesa Ci- 3.1. Competências dos Estados V - Realizar o monitoramento meteorológico,
vil, por conter medidas e ações de natureza hidrológico e geológico das áreas de risco, em
A Lei nº 12.608/12 atribui aos Estados as se-
distinta, envolver todas as instâncias gover- articulação com a União e os Municípios;
guintes competências:
namentais e uma pluralidade de agentes, em
todas as etapas da gestão de risco de desas- VI - Apoiar a União, quando solicitado, no reco-
Art. 7º. Compete aos Estados:
tres – prevenção, mitigação, preparação, res- nhecimento de situação de emergência e estado
posta e recuperação, deve ser implementada I - Executar a política nacional de proteção e de calamidade pública;
Relembrando a determinação de que é dever II - Coordenar as ações do Sistema Nacional midade pública ou situação de emergência;
dos Estados, assim como da União e dos de Proteção e Defesa Civil em articulação com
VIII - Apoiar, sempre que necessário, os Municí-
Municípios, adotar as medidas necessárias a União e os Municípios;
pios no levantamento das áreas de risco, na ela-
à redução de riscos de desastres, aos Esta-
III - Instituir o Plano Estadual de Proteção e boração dos Planos de Contingência de Proteção
dos cabe, de acordo com suas peculiaridades,
Defesa Civil; e Defesa Civil e na divulgação de protocolos de
em termos de seus arranjos administrativos e
prevenção e alerta e de ações emergencial.
institucionais, promover a implementação das
IV - Identificar e mapear as áreas de risco e
medidas indicadas na política nacional. As competências do Distrito Federal, por sua
realizar estudos de identificação de ameaças,
suscetibilidades e vulnerabilidades, em arti- característica de indivisibilidade territorial,
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• O Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil, responsável pela execução da política, com a finalidade de coordenar as medidas de natureza
permanente, para prevenir ou minimizar as consequências danosas de eventos anormais e adversos, previsíveis ou não, e socorrer e assistir as
populações e áreas atingidas;
• A composição do Sistema Estadual: órgão colegiado: Conselho Estadual de Proteção e Defesa Civil – Ceprodec; órgão central: Coordenadoria Es-
tadual de Proteção e Defesa Civil – Cepdec; órgãos regionais: Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil – Corpdec; órgãos municipais:
órgãos de coordenação de proteção e defesa civil no município; órgãos setoriais das três esferas de governo; órgão de assessoramento: Centro de
Estudos e Pesquisas sobre Desastres – Ceped/PR, da Casa Militar;
• A natureza das ações de proteção e defesa civil, de caráter permanente, nas situações de normalidade como de anormalidade, compreendendo as ati-
vidades de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação.
• O apoio, a ser prestado aos municípios, sempre que necessário, no levantamento das áreas de atenção e de risco, na elaboração dos Planos de
Contingência de Proteção e Defesa Civil, na divulgação de protocolos de prevenção e alerta e de ações emergenciais, bem como na realização de
exercícios simulados;
• A necessidade de se manter operantes a Coordenadoria Estadual e as Coordenadorias Regionais, utilizando-se da estrutura institucional de pes-
soal, operacional e administrativa do Comando do Corpo de Bombeiros, de forma a apoiar os municípios na realização das ações de proteção e
defesa civil, promovendo a integração entre a coordenação estadual e os municípios;
• A execução, sob coordenação da Coordenadoria Estadual, de ações de proteção e defesa civil, por meio do Comando do Corpo de Bombeiros, res-
peitadas suas atribuições legais;
• O apoio aos municípios na criação e fortalecimento do órgão e do Conselho municipal de proteção e defesa civil, bem como na implementação e
operação de sistemas locais de alerta precoce;
• A instalação dos Conselhos Municipais de Gestão de Riscos e Desastres ou de Proteção e Defesa Civil para auxiliar na elaboração e revisão de
planos, bem como no acompanhamento e fiscalização da implementação das políticas estadual, nacional e municipal de Proteção e Defesa Civil;
• A atuação permanente das Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil, promovendo a integração com as demais instituições públicas
locais;
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• A elaboração do Plano Municipal de Proteção e Defesa Civil contendo as principais diretrizes para a gestão de riscos e desastres, promovendo a
participação de representantes da sociedade civil organizada e de lideranças sociais;
• A elaboração do Plano de Implantação de Obras e Serviços para a redução de riscos de desastres, conforme orientações da Coordenadoria Es-
tadual de Proteção e Defesa Civil;
• O planejamento integrado visando à redução do risco de desastres em regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas.
Observe-se que a lei paranaense institui o 3.1.1. Plano Estadual II - As diretrizes de ação governamental de
Plano Municipal de Proteção e Defesa Civil, proteção e defesa civil no âmbito estadual, em
de Proteção e Defesa Civil
que deverá conter, no mínimo, a definição de especial no que se refere à implantação da rede
diretrizes, metas e ações próprias ou a serem O Plano Estadual é o instrumento de plane- de monitoramento meteorológico, hidrológico
desenvolvidas pelos órgãos setoriais, a mé- jamento das atividades de proteção e defesa e geológico das bacias com risco de desastre.
dio e longo prazos. Também dispõe sobre o civil e deverá ter, como conteúdo mínimo, se-
Plano Municipal de Contingência que deverá gundo a Lei nº 12.608/12: Além desse conteúdo mínimo, cada Estado
conter, pelo menos, o cadastro das áreas de poderá estabelecer conteúdo complementar
Artigo 7º, parágrafo único: para o seu Plano de Proteção e Defesa Civil,
atenção, de abrigos, de recursos, ações opera-
cionais, organização dos exercícios simulados em função das características dos riscos de
I - A identificação das bacias hidrográficas
e localização dos centros de recepção de ajuda desastres mais recorrentes em seu território.
com risco de ocorrência de desastres;
humanitária.
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de risco, assim como dos riscos biológicos e características geográficas, similitude de fenô-
químicos, de forma articulada com a União menos observados, tipo de riscos encontrados
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especificas e formas de administração dos as- bientais, políticas e socioeconômicas. planejamento territorial de âmbito regional,
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La creación de sistemas municipales de protección y defensa civil fue una de las primeras accio-
nes de la Cámara Temática de Defensa Civil, que ha prestado apoyo para la creación de organis-
mos municipales de defensa civil y la actualización de la legislación municipal, proporcionando
una acción sistémica, a nivel municipal y regional.
El Agemcamp tiene como norma de gestión la formalización de los procedimientos a ser adop-
tados, por medio de instrumento legal o reglamentario. La legislación permite el seguimiento
de la eficacia de las acciones en los municipios, inclusive para responsabilizar a aquellos que no
respeten o no cumplan las normas establecidas.
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O Município é o responsável primeiro pelas 4.1. Competência dos • Inserção das questões ligadas à gestão de
ações de redução dos riscos de desastres em riscos de desastres no planejamento mu-
Municípios na Gestão de Riscos
seu território, devendo coordenar a imple- nicipal (inciso III);
mentação da Política Nacional de Proteção e de Desastres
Defesa Civil em todos os seus componentes, • Gerenciamento das áreas de risco existen-
A Lei nº 12.608/12, no artigo 8º, trata das
com ênfase para a prevenção. Para tanto, os tes em seu território, por meio de medi-
competências dos Municípios, tanto nos as-
gestores municipais devem integrá-la às de- das como:
pectos gerais da política de proteção e defesa
mais políticas públicas e trabalhar articulada- civil - planejamento e gestão-, como nos as- - Identificar e mapear essas áreas (inciso
mente com as outras esferas de poder, com pectos específicos, relacionados às etapas da IV);
vistas ao bem-estar da população. gestão de riscos de desastres: prevenção, mi-
tigação, preparação, resposta e recuperação. - Fiscalizar o uso e ocupação dessas áreas,
impedindo novas ocupações nesses lo-
Cabe ao município, portanto, adotar uma sé- cais (inciso V);
rie de medidas, tais como:
- Identificar, fiscalizar, por meio de visto-
• Implementação da política municipal de rias, as edificações e as áreas de risco, o
proteção e defesa civil (inciso I); que poderá resultar em intervenção, de
forma preventiva, assim como em eva-
• Coordenação dos órgãos integrantes do
cuação da população das áreas de alto
Sistema de Proteção e Defesa Civil, no
risco ou das edificações vulneráveis (in-
âmbito local, de forma articulada com o
ciso VII);
Estado e a União (inciso II);
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- mobilizar e capacitar os radioamadores - prover solução de moradia temporária Como essas medidas têm relação com o or-
para atuação na ocorrência de desastre às famílias atingidas por desastres (in- denamento territorial, competência do mu-
(inciso X); ciso XVI). nicípio, cabe-lhe atentar para as condições de
segurança contra desastre em relação à insta-
- realizar regularmente exercícios simu- Além das competências supramencionadas, lação e funcionamento dos equipamentos de
lados, conforme Plano de Contingência deve-se relembrar que há competências co- educação e saúde em áreas vulneráveis.
de Proteção e Defesa Civil (inciso XI); muns aos Municípios, aos Estados e União,
a saber: • Oferecer capacitação de recursos humanos
Atuação em situação de desastre, por meio
para as ações de proteção e defesa civil.
das seguintes medidas: • Promover a cultura nacional de prevenção,
visando à maior conscientização acerca A atuação dos órgãos municipais de proteção
- declarar situação de emergência ou es- dos riscos de desastres e estimular com- e defesa civil é muito importante no que se
tado de calamidade pública (inciso VI); portamentos de prevenção, para evitar ou refere à capacitação de recursos humanos,
minimizar a ocorrência de desastres. envolvendo todos os agentes de proteção e
- manter a União e o Estado informados
defesa civil, sejam eles públicos ou privados.
sobre a ocorrência de desastres e as ati- O município deverá adotar medidas que Programas de capacitação de recursos hu-
vidades de proteção civil no Município promovam a conscientização da população manos têm sido amplamente adotados em
(inciso XIV); acerca dos riscos de desastres, ou seja, de- numerosos municípios, sob o comando dos
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município – comunidade, sociedade civil or- 2.8. Política de Habitação de Interesse Social)
A redução dos riscos de desastres é um tema
ganizada, entidades privadas, entidades de o Estatuto da Cidade – Lei Federal nº 10.257,
transversal a ser considerado nas políticas de
acadêmicas e de pesquisa; adotar os mecanis- de 2001, trata das diretrizes gerais e dos ins-
meio ambiente, habitação, saneamento, edu-
mos a serem utilizados para a conscientiza- trumentos da política urbana nacional, den-
cação, assistência social, saúde, e, em especial,
ção e para a mobilização da sociedade, entre tre eles o Plano Diretor Municipal. Entre as
no que se refere ao ordenamento territorial,
outros aspectos. diretrizes gerais, trata da ordenação e con-
já que a distribuição da população e ativida-
trole do uso do solo, que deve evitar, entre
des econômicas no território municipal pode
Trata-se de institucionalizar a proteção e outros, a “exposição da população a riscos de
gerar riscos, em função da vulnerabilidade de
defesa civil, como uma política pública, tor- desastres” (artigo 2º, VI, h).
determinados locais.
nando-a uma atividade perene, dotada de re-
conhecimento político, com objetivos claros, Portanto, no processo de ordenamento e con-
Portanto, os órgãos de proteção e defesa civil
instrumentos de atuação e recursos adequa- trole do uso e ocupação do solo urbano, exi-
devem ter um maior protagonismo junto aos
dos à sua efetiva implementação, mediante a ge-se que seja evitada a exposição da popu-
órgãos de planejamento urbano, de habita-
edição de lei municipal. lação, ou seja, reitera-se a necessidade de se
ção, saneamento, transportes, entre outros,
atuar para reduzir os riscos de desastres. Essa
para garantir a não ocupação das áreas de
Alguns municípios já institucionalizaram a diretriz, considerada de ordem pública, deve
risco ou vulneráveis. O papel da proteção e
política e o sistema de proteção e defesa civil ser necessariamente observada, sob pena de
defesa civil é contribuir nas ações de preven-
por meio de legislação municipal. sanções, conforme disposto no Estatuto da
ção e mitigação, a cargo de outros órgãos da
Cidade. Essa exigência deve ser cumprida por
Prefeitura, e não apenas atuar nas ações de
todos os municípios, independentemente de
preparação e resposta.
estarem ou não incluídos no Cadastro Nacio-
Nesse sentido, a Lei nº 12.608/12 estabele- nal de municípios com áreas de risco de des-
ce uma série de diretrizes e normas, a seguir lizamentos, inundações ou outros processos
analisadas. geológicos ou hidrológicos correlatos.
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do uso e ocupação do solo no município. Suas vinam a ocorrência de desastres. alvará de construção em áreas de risco indica-
determinações devem ser observadas por to- das como não edificáveis no plano diretor ou
dos os demais planos setoriais, já que cabe • A legislação urbanística e as áreas de risco legislação dele derivada.
A Política Nacional de Proteção e Defesa Ci- exemplo) deverá negar a licença de constru-
Nem sempre o disposto nos Planos Diretores ção (e o respectivo alvará de construção). Essa
vil corretamente alinhou-se ao Plano Diretor
é observado, pois a legislação urbanística, ne- prerrogativa decorre do fato de essas áreas
para alcançar dois de seus objetivos: “incor-
cessária para sua implementação, não existe, serem consideradas não edificáveis, ou seja,
porar a redução do risco de desastre e as ações
está desatualizada ou em desacordo com o não são passiveis de ocupação, desde que o
de proteção e defesa civil entre os elementos
disposto no referido Plano Diretor. Portan- Plano Diretor ou a correspondente legislação
da gestão territorial e do planejamento das
to, é fundamental que as leis urbanísticas se- urbanística assim tenha determinado.
políticas setoriais” e “estimular o ordenamen-
jam atualizadas, e reflitam a real situação de
to da ocupação do solo urbano e rural, ten-
uso e ocupação do solo no município. Cabe Portanto, é fundamental que o município
do em vista sua conservação e a proteção da
a essa legislação determinar onde e em que tenha um Plano Diretor atualizado, no qual
vegetação nativa, dos recursos hídricos e da
condições é possível edificar. Portanto, as constem as áreas de risco (com base no ma-
vida humana” (Lei 12.608/12, Art. 5o, inci-
áreas vulneráveis, sujeitas a inundações, a peamento e nas cartas geotécnicas de aptidão
sos IV e X).
deslizamentos ou a outros tipos de ameaças, à urbanização), assim como leis de uso e ocu-
Nesse sentido, os órgãos de proteção e defesa devem ser consideradas como não edificáveis pação do solo urbano, na qual estejam indi-
civil têm um importante papel na formulação nas leis de uso e ocupação do solo. cadas, com clareza, as áreas vulneráveis e de
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A inscrição no Cadastro é feita por iniciativa cidos pelo órgão central do Sistema Nacio- me mencionado no item 4.2.2. Conteúdo do
do Município ou mediante indicação dos de- nal de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC Plano Diretor.
Aos municípios incluídos no Cadastro Nacio- do ponto de vista administrativo, para de- teção e Defesa Civil.
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o aproveitamento de agregados para a cons- ocupação das áreas de risco, com o objetivo A remoção de população, quando necessária,
trução civil. de evitar novas edificações em áreas suscetí- deverá observar alguns critérios:
veis à ocorrência de deslizamentos de grande
A elaboração do mapeamento e das cartas ge- impacto, inundações bruscas ou processos • Realizar vistoria no local e elaboração de
otécnicas são pressupostos para a indicação geológicos ou hidrológicos correlatos, são laudo técnico que demonstre os riscos da
das áreas de risco, e para o estabelecimento de uma exigência legal. Os órgãos de proteção e ocupação para a integridade física dos
diretrizes e normas urbanísticas necessárias à defesa civil devem atuar em conjunto com os ocupantes ou de terceiros
Obras e Serviços para a redução de riscos Trata-se de monitorar a ocupação dessas áre- quando for o caso, de informações sobre
de desastre as sob risco de desastres, com o apoio dos as alternativas oferecidas pelo Poder Pú-
Estados. O governo federal tem a responsabi- blico para assegurar seu direito à mora-
Por se tratar de municípios onde, reconheci- lidade de publicar, periodicamente, informa- dia. Na hipótese de remoção de edifica-
damente, há áreas vulneráveis, que deman- ções sobre a evolução dessas ocupações nos ções, deverão ser adotadas medidas que
dam a adoção de medidas de prevenção e de municípios integrantes do Cadastro Nacional impeçam a reocupação da área.
mitigação dos riscos de desastres, o Plano de (Lei no 12.340, Art. 3-A, § 4º, com a redação
Implantação de Obras e Serviços deve cuidar Os programas habitacionais da União, dos
dada pelo art. 22 da Lei no 12.608 de 2012).
da melhoria da infraestrutura necessária para Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
combater a vulnerabilidade dessas áreas. Confirmando a importância atribuída pela devem priorizar a relocação de comunidades
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de Desastres sultado da conferência municipal de proteção e defesa civil, a Associação decidiu por uma atuação
de apoio mútuo no que se refere às atividades de defesa civil. Mediante a constatação de que os
Com frequência, os desastres ultrapassam
municípios da região se encontravam em diferentes estágios de implementação das ações de defe-
os limites do território municipal, o que exi-
sa civil, o colegiado desses municípios definiu o apoio mútuo em 3 eixos principais: a) diagnóstico
ge atuação articulada entre os municípios
da situação dos municípios, com levantamento dos principais riscos; b) medidas mitigatórias; c)
afetados. Diversas formas de articulação
criação dos núcleos de apoio às emergências.
intermunicipal são possíveis, a exemplo de
associações ou consórcios de municípios, es- Outro exemplo bem-sucedido é o da Oficina Regional Permanente de Proteção e Defesa Civil
tabelecimento de microrregiões homogêneas do Vale do Paranhana, Região das Hortênsias e Alto Sinos, que teve início em 2009, quando da
ou agrupamento em torno de uma microba- realização da Conferência Municipal de Defesa Civil, em Taquara, o primeiro município brasileiro
cia hidrográfica. a realizá-la. A partir de então, foram realizadas Oficinas de Planejamento e Diagnóstico quinze-
nais, encontros regionais anuais, trocas de experiências entre os operadores de defesa civil dos 8
Têm sido observados inúmeros arranjos ins-
municípios participantes - Taquara, Parobé, Igrejinha, Três Coroas, São Francisco de Paula, Cará,
titucionais entre municípios para a gestão
Riozinho e Rolante. Em 2012 foi publicada a Política Regional de Proteção e Defesa Civil, docu-
dos riscos de desastres, com o estabelecimen-
mento que consolida as diretrizes e orientações adotadas pelos referidos municípios.
to de programas que definem diretrizes, es-
tratégias, prioridades e ações comuns para a
atuação integrada dos municípios envolvidos.
Podem ser citados os exemplos da Associação
de Municípios da Região Sul- AZONASUL e
da Política Regional do Vale do Paranhana, Re-
gião das Hortênsias e Alto Sinos”, no Rio Gran-
de do Sul.
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A Lei nº 12.608/12 trata do Sistema Nacional Parágrafo único. O Sistema Nacional de Pro- cípios e diretrizes dessa política, através de
de Proteção e Defesa Civil, em termos de sua teção e Defesa Civil tem por finalidade contri- programas, projetos e ações.
composição e finalidade, segundo o disposto buir para o processo de planejamento, articu-
no artigo 10: lação, coordenação e execução dos programas, Pelo fato de a política de proteção e defe-
projetos e ações de proteção e defesa civil. sa civil envolver uma pluralidade de atores,
Art. 10. O Sistema Nacional de Proteção e De- órgãos e entidades, tanto do setor público
fesa Civil é constituído pelos órgãos e entidades Segundo a Lei nº 12.608/12, à União cabe como privado, além de demandar a participa-
da Administração pública federal, dos Estados, coordenar o Sistema Nacional de Proteção e ção social e comunitária, requer a adoção de
do Distrito Federal e dos Municípios e pelas en- Defesa Civil, em articulação com os Estados, uma estrutura de gestão capaz de promover
tidades públicas e privadas de atuação signifi- Distrito Federal e Municípios (artigo 6º, II); a integração, a articulação e a coordenação
cativa na área de proteção e defesa civil. aos Estados cabe coordenar as ações do SINP- das atividades voltadas à redução dos riscos
DEC em articulação com a União e os Muni- de desastres e a garantir adequada resposta e
cípios (artigo 7º, II) e aos Municípios cabe recuperação no pós-desastre.
coordenar as ações do SINPDEC no âmbito
local, em articulação com a União e os Esta- A atuação coordenada e integrada dos vários
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criados, em todas as instâncias governamen- nal de Proteção e Defesa Civil rege-se pelo
Os princípios a serem observados pelo Siste-
tais, sob pena de não se viabilizar seu efeti- princípio da unicidade, assim como se ob-
ma Nacional de Proteção e Defesa Civil são os
vo funcionamento, tal como concebido esse serva em outros sistemas, como o Sistema
mesmos estabelecidos para a política nacional,
Sistema. Isto significa que os Estados e Mu- Único de Saúde, ou seja, atribui-se a um úni-
já apresentados no item 2.4.1 deste Manual,
nicípios deverão, necessariamente, tomar co Sistema a responsabilidade pelo planeja-
em especial os da informação, participação so-
as medidas para a instituição dos órgãos de mento, articulação, coordenação e gestão das
cial, coordenação e articulação, subsidiarieda-
proteção e defesa civil. atividades de proteção e defesa civil, em todo
de, aos quais se soma o da unicidade.
o território nacional. A noção de unicidade
O efetivo funcionamento do Sistema Nacio- significa, ademais, que todos os integrantes
De especial importância é o princípio da
nal de Proteção e Defesa Civil depende da do Sistema devem seguir os mesmos princí-
coordenação, pois o Sistema Nacional foi
atuação permanente dos órgãos que o cons- pios e diretrizes, observar a mesma doutrina
legalmente concebido como um conjunto
tituem, ou seja, os órgãos municipais e e a mesma forma de organização.
de órgãos multissetoriais, de natureza sistê-
estaduais devem ser perenes, atuantes o
tempo todo, e não apenas nas circunstâncias mica, cuja atuação se dá a partir do conceito O Sistema de Proteção e Defesa Civil, portan-
de desastre, já que as atividades de preven- matricial, com dinâmica vertical e horizontal, to é um sistema único, cabendo-lhe promo-
ção, mitigação são tão relevantes quanto às determinando atribuições e responsabilida- ver a defesa permanente contra os desastres
desenvolvidas em situações de emergência. des para possibilitar um funcionamento co- e garantir a segurança global da população
É o que determina a Lei nº 12.608/12: ordenado, articulado e integrado. contra desastres, mesmo que atue de forma
descentralizada. Nesse sentido, em que pese
Art. 5º São objetivos da Política Nacional de Segundo a teoria dos sistemas, tão importan-
a denominação de sistemas estaduais ou mu-
Proteção e Defesa Civil: te quanto os órgãos que o compõem são as
nicipais de proteção e defesa civil, trata-se,
relações estabelecidas entre seus componen-
na realidade de um mesmo Sistema, cujo co-
V - promover a continuidade das ações de pro- tes, característica que revela a importância da
mando foi atribuído à União.
teção e defesa civil. articulação intersetorial do Sistema Nacional
de Proteção e Defesa Civil. É imprescindível Para que se assegure um bom funcionamento
uma boa articulação entre os órgãos de um do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Ci-
mesmo nível e entre os diferentes níveis de vil, sua atuação é descentralizada, mediante a
governo. Nesse sentido, cabe a cada esfera instituição de sistemas nos níveis estadual e
governamental coordenar as ações do Siste- municipal, e regionalizada, de acordo com os
114
na regionalização, cujo objetivo é promover de Conferências Nacionais, com a expressiva sua permanente atualização, em todo o ter-
o funcionamento mais eficiente e a distribui- mobilização da população, atestando o prin- ritório nacional e nos três níveis de governo;
ção mais racional dos recursos entre as regi- cípio da participação social como norteador
b) Difundir técnicas de planejamento e de
ões, de acordo com as características inter e do SINPDEC.
gestão de riscos de desastres e de gestão de
intraregionais.
desastres;
As Conferências Nacionais são o ponto cul-
A atuação descentralizada prioriza o protago- minante de um processo de ampla consulta e
c) Difundir normas e procedimentos relacio-
nismo das instituições locais, assim como a participação das bases, mediante a realização
nados com a redução dos desastres e com a
importância da participação da comunidade, de conferências municipais, intermunicipais,
garantia da segurança global da população;
no que se refere à gestão de riscos de desastres. estaduais, livres e virtual. Nas etapas muni-
Nesse sentido, o Sistema Nacional deve estimu- cipal e estadual são eleitos delegados para a d) Contribuir para o reaparelhamento, a mo-
lar a criação e o fortalecimento de órgãos muni- etapa nacional, o que proporciona a integra- dernização e a interiorização de órgãos seto-
cipais de proteção e defesa civil, em todo o País, ção de pessoas que desempenham funções riais, responsáveis pelo desenvolvimento de
devido à importância da atuação integrada com distintas na área da Defesa Civil. Destaque- ações relacionadas com a minimização de de-
as instituições locais. De igual sorte, os Nú- -se que é facultada a participação de todo e sastres e com o restabelecimento da situação
cleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil qualquer cidadão. de normalidade, com prioridade para os ór-
têm por objetivo garantir uma reação articulada gãos especializados no controle e no combate
e oportuna das administrações locais, em cir- Da 2ª. Conferência Nacional, realizada em de sinistros;
cunstâncias de desastres, assim como a elabora- 2014, participaram 2.292 municípios; foram
ção de um minucioso planejamento preventivo. realizadas 460 Conferências Municipais e In- e) Contribuir para a implementação dos pro-
termunicipais, com participação de mais de gramas e projetos constantes da política na-
Cabe, finalmente, mencionar o papel dos 31.500 pessoas, assim como 25 Conferên- cional de proteção e defesa civil em todo o
Conselhos de Proteção e Defesa Civil, impor- cias Estaduais e 18 Conferências Livres. A 1ª. território nacional;
tantes para promover os objetivos gerais do Conferência Virtual de Proteção e Defesa Ci-
Sistema Nacional, em especial no que tange f) Promover o desenvolvimento de órgãos
vil contou com 415 participantes, e 1639 pes-
à participação da sociedade civil e demais técnicos dotados de equipes capacitadas e al-
soas estiveram presentes na Etapa Nacional.
atores relevantes para a gestão de riscos de tamente motivadas;
desastres.
115
ticas tradicionais da Administração Pública, tros países; d) Órgãos Setoriais dos 3 (três) âmbitos de
como os protocolos, os acordos de coopera- governo.
• Organizações não-governamentais - ONGs,
ção e os convênios ou, ainda, pela instituição
relacionadas com a redução de riscos de O Sistema pode contar com voluntários, con-
de mecanismos de articulação, a exemplo
desastres; forme determina o parágrafo único do Art.
da participação em fóruns colegiados, como
11 da Lei nº 12.608/12:
conselhos, comitês, entre outros. • Clubes de serviço e organizações comuni-
tárias; Parágrafo único. Poderão participar do SINP-
DEC as organizações comunitárias de caráter
• Instituições de ensino, pesquisa e extensão;
voluntário ou outras entidades com atuação
• Agências financiadoras de projetos, nacio- significativa nas ações locais de proteção e de-
nais, internacionais e estrangeiras. fesa civil.
116
117
II - Coordenar o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - Promover o planejamento das ações de proteção e defesa civil e sua aplicação por meio de planos diretores, preventivos, de contingência, de ope-
ração e plurianuais;
VI - Promover a capacitação e o treinamento de recursos humanos para ações de prevenção e redução de desastres;
VII - Coordenar e promover, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a realização de ações conjuntas dos órgãos integrantes
do SINPDEC;
VIII – Promover e orientar, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a organização e a implementação de órgãos de proteção
e defesa civil;
IX - Instruir processos para o reconhecimento, pelo Ministro de Estado, de situação de emergência e de estado de calamidade pública;
X - Operacionalizar o CENAD;
XI - Manter equipe técnica multidisciplinar, mobilizável a qualquer tempo para atuar nas ações de proteção e defesa civil;
XII - Promover o intercâmbio técnico entre organismos governamentais internacionais de proteção e defesa civil e participar como membro represen-
tante da Proteção e Defesa Civil brasileira;
XIV - Presidir o Conselho Diretor do Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil – Funcap;
XV- Coordenar os projetos de cooperação técnica celebrados com organismos internacionais em sua área de atuação.
118
SEDEC - ORGANOGRAMA
SECRETARIA NACIONAL DE
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
119
• Articular e consolidar os planos e programas estaduais de Proteção e Defesa Civil, para elabo-
ração do plano regional de Proteção e Defesa Civil em consonância com as políticas públicas
nacionais e regionais;
120
• Apoiar os estados e municípios inseridos na área de atuação da SUDAM, no mapeamento das áreas de risco, nos estudos de identificação de ame-
aças, suscetibilidade, vulnerabilidade e risco de desastre e nas demais ações de prevenção, mitigação e preparação;
• Analisar, emitir parecer técnico, aprovar e acompanhar a execução física dos processos relacionados a contratos de repasse, convênios, termos de
cooperação e instrumentos congêneres, na sua área de atuação.
Outro exemplo de atuação regionalizada é o CODESUL - Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul, formado pelos Estados do Paraná, Santa Ca-
tarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, cujos Governadores são seus membros, foi criado para facilitar o intercâmbio entre os Estados do Sul,
com vistas ao desenvolvimento econômico, social, político, etc., além da adoção de medidas comuns nas áreas de saúde, defesa civil, polícia, entre outros.
O Conselho de Defesa Civil do CODESUL, criado em 19 de janeiro de 1996, pela Resolução nº 590/96, é integrado pelas Coordenadorias
Estaduais dos Estados do CODESUL. Promove reuniões trimestrais para avaliar os problemas comuns, traçando planos e metas a serem atingidos,
aprimorando assim a colaboração técnica e operacional entre os Estados.
• Estabelecer procedimentos comuns no campo de defesa civil, na prevenção de eventos adversos naturais e provocados;
• Estabelecer procedimentos comuns no campo de defesa civil, no controle do transporte rodoviário de produtos perigosos;
• Estimular o constante intercâmbio entre as instituições de Defesa Civil dos estados membros e dos países do MERCOSUL, principalmente no
campo da pesquisa e das operações de defesa civil;
• Identificar, buscar e otimizar recursos humanos, materiais e financeiros necessários ao cumprimento das metas estabelecidas pelo Conselho.
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6.1. SINPDEC nos Estados Órgão Consultivo tituições importantes para o funcionamento
do Sistema, sediadas no território do Estado.
Cabe aos governos estaduais implementar e Trata-se do Conselho Estadual de Proteção e
supervisionar o funcionamento do Sistema Defesa Civil, com constituição e atribuições Órgão Central em nível estadual
Nacional de Proteção e Defesa Civil no nível semelhantes, mas não conflitantes com as do
estadual e promovê-lo em nível municipal Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil O órgão estadual de proteção e defesa civil é
para garantir a segurança global da popula- - CONPDEC. o responsável pela articulação, coordenação e
ção, particularmente em situações de desas- gestão técnica do SINPDEC, em nível estadual.
tres, assegurar a defesa permanente contra O Conselho Estadual pode ter atribuições de
conselho deliberativo e de conselho consul- Observada a autonomia dos Estados em esta-
desastres de maior prevalência, reduzir os
tivo. Na condição de conselho deliberativo, belecer sua estrutura administrativa, é aconse-
riscos de desastres por meio de programas
suas atribuições são complementares às do lhável que o responsável pelo órgão estadual
e projetos de prevenção e adotar medidas de
CONPDEC. Na condição de conselho con- tenha acesso direto ao Governador do Estado,
preparação para emergência de desastres, res-
sultivo o Conselho Estadual contribui para capacidade de articulação e delegação de com-
posta e reconstrução.
a articulação do Órgão Central com os órgãos petência para decidir, em nome do governo,
Face à característica do Sistema Nacional, de setoriais e facilita a coordenação das ações em situações de crise. É aconselhável, tam-
sistema único, é desejável que o SINPDEC, sistêmicas. bém, que a direção do órgão seja exercida por
em nível estadual, se organize em coerência profissionais de grande capacidade técnica e
com a estrutura matricial desenvolvida em É aconselhável que os órgãos setoriais do Sis- experiência em redução de riscos de desastres.
âmbito nacional. Por esse motivo, preconiza- tema, de nível federal, sejam representados
-se que o SINPDEC, em nível estadual, seja no Conselho Estadual, quando tiverem ins-
constituído pelos seguintes órgãos:
127
pecífica: de centros universitários de ensino e pes- • Prestar apoio técnico aos municípios, para
quisa sobre desastres e de núcleos multi- elaboração dos documentos necessários a
Coordenar a implementação da Política Na- disciplinares de ensino permanente sobre solicitação de repasse de recursos estadu-
cional de Proteção e Defesa Civil em seu âm- proteção e defesa civil; ais e federais para as ações de proteção e
bito territorial; defesa civil;
• Fomentar a inclusão dos princípios de
Organizar, coordenar e gerenciar as ações do proteção e defesa civil, nos currículos es- • Encaminhar à SEDEC os documentos re-
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Ci- colares da rede estadual de ensino médio ferentes à transferência de recursos para
vil em nível estadual, em articulação com a e fundamental; atendimento do desastre e as solicitações
União e municípios; de reconhecimento de situação de emer-
• Elaborar Planos de Contingência para as gência ou estado de calamidade pública,
Instituir, elaborar, implementar, acompa- regiões metropolitanas e aglomerações devidamente aferidos.
nhar, avaliar e revisar o Plano Estadual de urbanas com base nos principais tipos de
Proteção e Defesa Civil; risco de desastres; Órgãos Regionais
Identificar, mapear áreas de risco e realizar • Apoiar, sempre que necessário, os municí- Para se promover, de forma mais efetiva e
estudos de identificação de ameaças, susce- pios no levantamento das áreas de risco, descentralizada, a implementação da políti-
tibilidades e vulnerabilidades, em articulação na elaboração dos Planos Municipais de ca de proteção e defesa civil, podem ser ins-
com a União e os Municípios; Proteção e Defesa Civil e Planos de Con- tituídas Coordenadorias Mesorregionais de
tingência de Desastre, e na divulgação de Proteção e Defesa Civil e Coordenadorias
• Controlar e fiscalizar as atividades capazes protocolos de prevenção, de alerta e de Microrregionais de Defesa Civil, com atribui-
de provocar desastres; ações emergenciais; ções de articulação, coordenação e gerência
técnica do SINPDEC, em nível mesorregional
• Propor, por meio de parecer técnico, a de- • Manter a SEDEC informada sobre as ocor- e microrregional, e pelo apoio de planejamen-
claração de situação de emergência ou de rências de desastres e sobre as atividades to aos municípios que necessitarem.
estado de calamidade pública; relevantes de proteção e defesa civil reali-
zadas em seu território;
• Manter programa permanente de capaci-
tação de recursos humanos;
128
Manual de Proteção e Defesa Civil: Entendendo a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
Orgãos setoriais estaduais 6.2. O SINPDEC Órgão consultivo
Os órgãos setoriais estaduais com atribuições nos Municípios Trata-se do Conselho Municipal de Prote-
relacionadas à gestão de risco de desastres Cabe aos municípios a responsabilidade pri- ção e Defesa Civil, podendo exercer funções
são, em geral, as secretarias relacionadas a meira pela gestão dos riscos de desastres no deliberativas e consultivas. Na condição de
obras públicas ou infraestrutura, saúde, meio seu território. Os Prefeitos Municipais são os conselho deliberativo, suas atribuições são
ambiente e desenvolvimento ou assistência principais responsáveis, em suas respectivas complementares às dos conselhos de nível
social. Na ausência de um Plano Estadual de áreas de jurisdição, pela garantia da seguran- superior e não devem ser conflitantes com
Proteção e Defesa Civil, esses órgãos atuam ça global da população, especialmente contra as daqueles órgãos. Na condição de conselho
de acordo com suas atribuições principais o risco de desastres e pela promoção da defe- consultivo, o Conselho Municipal facilita a
ou por demanda específica, no caso da ocor- sa permanente contra os desastres de maior articulação e a coordenação com os órgãos se-
rência de um desastre, ou seja, na resposta. prevalência no Município. Cabe-lhes promo- toriais e de apoio ao Sistema e com os órgãos
Por essa razão, é importante que os Estados ver a implementação do SINPDEC, em nível de articulação dos escalões superiores.
e o Distrito Federal elaborem seus respecti- municipal, sendo apoiados, para tanto, pela
vos Planos Estaduais de Proteção e Defesa É aconselhável que órgãos setoriais, de nível
Defesa Civil Estadual, além de supervisionar
Civil, estabelecendo atribuições e responsa- estadual e federal, sediados no Município, se-
o Sistema, no âmbito do Município. Também
bilidades para a implementação das ações de jam representados no Conselho Municipal.
é da competência municipal garantir a articu-
prevenção, mitigação, preparação, resposta e lação do Órgão de Coordenação do Sistema, Órgão Central em nível municipal
recuperação. em nível municipal, com os órgãos setoriais
e com os órgãos de coordenação, nos níveis Como já dito anteriormente, o município deve
A estrutura matricial adotada pelo Sistema definir o arranjo institucional adequado para a
estadual e federal.
Nacional deve ser observada pelos Estados e implementação da Política Nacional de Prote-
Municípios, assegurando que haja a necessá- É essencial, portanto, que seja criado um ór- ção e Defesa Civil no âmbito local. Os órgãos
ria articulação horizontal e vertical de seus gão local encarregado da proteção e defesa ou entidades participantes desse arranjo ins-
integrantes, envolvendo todas as instâncias civil, sendo desejável que se organize em coe- titucional serão parte integrante do Sistema
governamentais. Nesse sentido, é importan- rência com a estrutura matricial, desenvol- Nacional de Proteção e Defesa Civil. O órgão
te e recomendável que, no âmbito estadual, vida em âmbito nacional e estadual. municipal de proteção e defesa civil, que pode-
sejam instituídos os órgãos componentes do rá ser uma Coordenadoria, ou uma Secretaria
SINPDEC no Estado, salvaguardada a com- Por esse motivo, preconiza-se que o SINDEC,
Municipal, ou outro formato administrativo,
petência dos Estados em estabelecer a sua em nível municipal, seja constituído pelos se-
a critério do município, é responsável pela ar-
estrutura administrativa. guintes órgãos:
ticulação, coordenação e operacionalização do
SINPDEC, em nível municipal.
129
de desastres no território municipal. A partir O órgão central municipal de proteção e de- com a União e Estado e demais integran-
desse conhecimento, deve preparar-se para fesa civil poderá criar Distritais de Proteção tes do Sistema sediados no município
130
Manual de Proteção e Defesa Civil: Entendendo a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
• Promover a capacitação de recursos hu- • Manter a população informada sobre áre- Nos municípios de maior porte, justifica-se a or-
manos visando a uniformizar o conheci- as de risco e ocorrência de eventos extre- ganização de um centro de comunicações, com
mento e capacitar técnicos e voluntários mos, bem como protocolos de prevenção plantão de 24 horas, para receber informações
a atuarem nas ações de proteção e defesa e alerta e sobre ações emergenciais em sobre ocorrências de desastres e de acidentes,
civil de forma eficaz e eficiente circunstâncias de desastres por intermédio do telefone 199, e providenciar
os deslocamentos da equipe operativa e de ou-
• Articular a inclusão dos princípios de pro- • Adotar o Protocolo Nacional para Prote- tros recursos para o local do desastre.
teção e defesa civil nos currículos escola- ção Integral das Crianças e Adolescentes,
res da rede municipal de ensino e apoiar à Idosos e Deficientes Físicos em situação Núcleos Comunitários de Proteção e
comunidade docente no desenvolvimen- de desastres Defesa Civil
to de material pedagógico-didático para
esse fim • Coordenar, mobilizar, cadastrar e capa- A criação dos Núcleos Comunitários de Pro-
citar o voluntariado para participar do teção e Defesa Civil atende a uma clara dire-
• Fundamentar tecnicamente a decretação SINPDEC em nível local triz da política nacional, qual seja a da parti-
de situação de emergência ou de estado cipação da sociedade civil – Lei nº 12.608/12,
de calamidade pública e coordenar a ava- • Incentivar a mobilização comunitária por artigo 4º, VI.
liação de danos e prejuízos (perdas) das meio dos Núcleos Comunitários de Defe-
áreas atingidas por desastres. sa Civil ou entidades correspondentes. Os Núcleos Comunitários de Proteção e De-
fesa Civil, responsáveis pela articulação entre
o Governo e as comunidades, são essenciais
para promover a conscientização da população
131
132
Manual de Proteção e Defesa Civil: Entendendo a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil
133
Um dos principais desafios da política nacio- A Lei nº 12.608/12 define os agentes de pro- IV- Os agentes voluntários, vinculados a entida-
nal é a profissionalização de seus quadros téc- teção e defesa civil: des privadas ou prestadores de serviços voluntá-
nicos, dotando os órgãos de proteção e defesa rios que exercem, em caráter suplementar, servi-
civil de servidores efetivos, devidamente ca- Art. 18. Para fins do disposto nesta Lei, con- ços relacionados à proteção e defesa civil.
pacitados, ou seja, que seja institucionalizada sideram-se agentes de proteção e defesa civil:
137
tica de proteção e defesa civil, como os que e as condições de seu exercício. O prestador Além dessas três categorias, agentes políticos,
atuam como radioamadores ou prestando do serviço voluntário poderá ser ressarcido públicos e voluntários, a proteção e defesa ci-
serviços humanitários em situações de desas- pelas despesas que comprovadamente reali- vil pode contar, ainda, com os requisitados.
tre. São todos aqueles que assumem o ônus zar no desempenho das atividades voluntá- Incluem-se nessa categoria os agentes convo-
da execução de uma função pública por livre rias. As despesas a serem ressarcidas deverão cados para o serviço militar obrigatório, que,
e espontânea vontade, em regra, em circuns- estar expressamente autorizadas pela entida- à exceção de outros requisitados (como os cha-
tâncias de emergência. São particulares que de a que for prestado o serviço voluntário. mados para atuar como mesários, nas eleições,
138
O serviço militar é obrigatório, nos termos do § 4o O Serviço Alternativo incluirá o treina-
artigo 143 da Constituição Federal, regula- mento para atuação em áreas atingidas por
mentado pela Lei nº 8.239, de 04 de outubro desastre, em situação de emergência e estado
de 1991. Entretanto, esse serviço pode ser de calamidade, executado de forma integrada
prestado de outra forma, por meio de Servi- com o órgão federal responsável pela implan-
ço Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório tação das ações de proteção e defesa civil
(artigo 3º da Lei nº 8.239), entendido como
“o exercício de atividades de caráter adminis- Para tanto, a União deverá se articular com os
139
140
BRASIL. Congresso Nacional. Lei Federal nº 11.124, de 16 de junho de 2005. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse
Social – SNHIS. Cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS – e institui o Conselho Gestor do FNHIS. Disponível em:
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-----. Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Disponível em: http://www.
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-----. Lei Federal nº 11.977, de 07 de julho de 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária
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de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais. Cria o Sistema Nacional de
Informações sobre Segurança de Barragens e altera a redação do art. 35 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4 da Lei nº 9.984,
de 17 de julho de 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12334.htm
-----. Lei Federal nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010. Dispõe sobre as transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos Esta-
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atingidas por desastres e sobre o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil; e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12340.htm
-----. Lei Federal nº 12.435, de 06 de julho de 2011. Altera a Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assis-
tência Social. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12435.htm
-----. Lei Federal nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC. Dispõe sobre o Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil – CONPDEC. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12608.htm
-----. Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm
-----. Lei Federal nº 12.727, de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegeta-
ção nativa. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12727.htm
-----. Lei Federal nº 12.796, de 04 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm
-----. Lei Federal nº 12.873, de 24 de outubro de 2013. Autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento a utilizar o Regime Diferenciado
de Contratações Públicas - RDC, instituído pela Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011, para a contratação de todas as ações relacionadas à
reforma, modernização, ampliação ou construção de unidades armazenadoras próprias destinadas às atividades de guarda e conservação de
produtos agropecuários em ambiente natural. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12873.htm
-----. Lei Federal nº 12.983, de 2 de junho de 2014. Altera a Lei no 12.340, de 1o de dezembro de 2010, para dispor sobre as transferências de
recursos da União aos órgãos e entidades dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução de ações de prevenção em áreas de risco e
de resposta e recuperação em áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil, e as
Leis nos 10.257, de 10 de julho de 2001, e 12.409, de 25 de maio de 2011, e revoga dispositivos da Lei no 12.340, de 1o de dezembro de 2010.
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