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Deficiência Física:

Fundamentos e
Metodologias
Prof.a Marisa Fátima Padilha Giroletti

2019
2ª Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019

Elaboração:
Prof.a Marisa Fátima Padilha Giroletti

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

G526d

Giroletti, Marisa Fátima Padilha

Deficiência física: fundamentos e metodologias. / Marisa Fátima


Padilha Giroletti. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.

182 p.; il.

ISBN 978-85-515-0268-6

1. Deficiência física - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da


Vinci.

CDD 371.91

Impresso por:
Apresentação
Prezado Acadêmico!

O livro de estudos está relacionado à disciplina de Deficiência


Física – Fundamentos e Metodologias, trataremos de muitos temas dentro da
deficiência física, disciplina interessante e que nos apresenta muitos desafios
e curiosidades, assim como, em alguns momentos, pode nos deixar intrigados
e medrosos com a facilidade que existe de se tornar um deficiente físico, num
descuido, num acidente de carro e ou em casa.

Os estudos neste livro irão buscar a discussão partindo não só da


acessibilidade física, mas da adequação da estrutura do prédio para receber
alunos com diferentes deficiências físicas, como rampas, elevadores,
corrimãos e banheiros adaptados. E as adaptações e adequações na sala de
aula, que vão desde os engrossadores de lápis, apoios para os braços, tesouras
adaptadas e quadros magnéticos, computadores, pranchas entre outros.

Para muitos de nós, o que vem à nossa memória quando se trata


da deficiência física é a imagem de um cadeirante, de alguém com uso de
um recurso para andar e também a ideia da acessibilidade, da dificuldade
de acesso, sobretudo em prédios e edificações públicas. Esses ambientes
(sobretudo os públicos), onde espera-se que nestes espaços tenha todo o
aparato já citado e muito além das vagas reservadas para estacionamento
de carros, barras de apoio nas escadas e nas paredes dos banheiros,
bebedouros em altura acessível aos usuários de cadeiras de rodas, assim
como telefones públicos e banheiros de portas largas com espaço suficiente
para a movimentação de cadeira de rodas. Mas o pensar que ali por trás de
tudo isto, existe uma pessoa.

Vamos estudar sobre a pessoa com deficiência física, onde veremos
que muitos só têm a dificuldade motora e não têm nenhum dano cerebral,
intelectual, onde consegue aprender como as demais crianças/pessoas,
apenas com algumas diferenças no processo de como eles aprendem, muito
mais importante do que eles aprendem.

Compreender as diferenças que nem todas as pessoas com deficiência


física motora necessitam de atendimento fisioterápico, alguns precisam do
psicológico para desenvolver todas as suas possibilidades e potencialidades,
uma equipe multidisciplinar vai avaliar e ajudar na reabilitação.

III
Trouxemos neste livro, na primeira unidade, alguns depoimentos/
relatos de pessoas com deficiência física, sendo a grande maioria que se
tornou uma pessoa com deficiência, é importante você ler todas as histórias
de vida e imaginar se colocar no lugar destas pessoas, para assim se
sensibilizar e ter mais cuidados com algumas patologias e ou acidentes.

O livro de estudos está dividido em três unidades:



Unidade 1 – Deficiência Física, causas, características e as
consequências.
Unidade 2 – Deficiência Física – prevenção, legislação e reabilitação.
Unidade 3 – Acessibilidade e as Tecnologias Assistivas e educacionais
voltadas à Deficiência Física.

A Unidade 1 vai apresentar e conceituar a deficiência física, nas suas


mais diversas causas, as características e as consequências, será necessária
leitura, exploração das dicas de filmes e documentários para que você, caro
acadêmico, possa se apropriar do conhecimento de forma clara e prazerosa
que os estudos irão proporcionar, não esqueça, nesta unidade temos os
depoimentos das pessoas com deficiência física.

A Unidade 2 daremos continuidade no tema Deficiência Física


trazendo as políticas da saúde pública, as legislações que amparam as pessoas
com deficiência física e a prevenção, sendo tema muito importante para que
muitas deficiências físicas não aconteçam e, se acontecer, é importante as
pessoas saberem onde procurar ajuda tanto na saúde quanto na educação
e social. Além de trazer a discussão sobre a reabilitação, a qual é um tema
muito importante para as pessoas com deficiência física, pois através dos
serviços e instituições, pois trata-se de um tema muito discutido e polêmico
nos meios públicos e privados, visto que nem todas as edificações estão
com pleno acesso às pessoas com deficiências através da obrigatoriedade na
legislação.

Na Unidade 3 vamos discutir sobre os serviços, sobre o acesso à


parte educacional e as tecnologias assistivas, a comunicação alternativa, os
serviços, os recursos educacionais, as adequações e adaptações para que o
aluno com deficiência física tenha acesso e possa viver com autonomia e
independência.

Prezado acadêmico, o livro da disciplina sobre deficiência física


é mais uma especificidade dentro das deficiências, cada uma com suas
peculiaridades, seus recursos e serviços, importante conhecer, ler, explorar
e aprofundar seus conhecimentos, através de toda a parte teórica e das dicas
dadas em cada unidade.

IV
O interesse e o aprofundamento dos estudos na área da deficiência
física irão depender de cada um, se você, acadêmico, estudar e aproveitar
este livro de estudos e seguir as dicas de filmes e documentários, tudo vai
contribuir para que você se aproprie dos conceitos da deficiência física.

Não esqueça:

“Lutar pela igualdade Sempre que as diferenças nos discriminem.


Lutar pela diferença Sempre que a igualdade nos descaracterize.”

Boaventura de Souza Santos, 2001

Este livro, o qual foi escrito por uma professora com mais de 25 anos
de trabalho na área da Educação Especial, onde sempre esteve envolvida
nas causas pelas deficiências, acessibilidade e inclusão na sociedade.

Profa. Marisa Fátima Padilha Giroletti

NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto


para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

V
UNI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos


materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, que é um código
que permite que você acesse um conteúdo interativo
relacionado ao tema que você está estudando. Para
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

VI
VII
VIII
Sumário
UNIDADE 1 – DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS
CONSEQUÊNCIAS...................................................................................................... 1

TÓPICO 1 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA......................................... 3


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 DEFICIÊNCIA FÍSICA – CONCEITOS E DOENÇAS .................................................................. 4
3 CARACTERÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA.......................................................................... 8
3.1 PRINCIPAIS PATOLOGIAS (DOENÇAS) QUE LEVAM À DEFICIÊNCIA FÍSICA.............. 8
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 14
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 15

TÓPICO 2 – CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS.................................................................... 17


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 17
2 PRINCIPAIS CAUSAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA ...................................................................... 17
3 ALGUMAS CAUSAS GENÉTICAS, AMBIENTAIS E NATURAIS............................................ 18
3.1 ALGUMAS CAUSAS AMBIENTAIS (ACIDENTES DIVERSOS)............................................. 21
4 PESSOAS FAMOSAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA – DIVERSAS CAUSAS ......................... 22
4.1 PESSOAS CONHECIDAS MUNDIALMENTE E FAMOSOS QUE SE TORNARAM
DEFICIENTES FÍSICOS................................................................................................................... 23
5 PARTES DO CÉREBRO RESPONSÁVEL PELOS MOVIMENTOS .......................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 30
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 31

TÓPICO 3 – CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS................................................. 35


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 35
2 AS LIMITAÇÕES E AS POSSIBILIDADES VIVENDO COM A DEFICIÊNCIA.................... 35
3 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA .................................................. 36
4 DEPOIMENTOS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA ................................................... 38
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 51
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 55
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 56

UNIDADE 2 – DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A


REABILITAÇÃO............................................................................................................ 59

TÓPICO 1 – PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS............................................................ 61


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 61
2 PREVENÇÃO A TODAS AS DEFICIÊNCIAS................................................................................. 61
3 PENSANDO NA PREVENÇÃO DA DEFICIÊNCIA FÍSICA....................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 70
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 71

TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA..................................... 73


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 73

IX
2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA VOLTADA À DEFICIÊNCIA
FÍSICA ..................................................................................................................................................... 74
3 LEIS VOLTADAS À ACESSIBILIDADE.......................................................................................... 76
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 95
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 96

TÓPICO 3 – A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA........................ 99


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 99
2 REABILITAÇÃO ................................................................................................................................... 99
3 CENTROS VOLTADOS À REABILITAÇÃO FÍSICA ................................................................... 100
3.1 REABILITAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS...................................................... 107
4 A POSSIBILIDADE DO ESPORTE PARA A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA.......................................................................................................................... 108
4.1 TIPOS DE JOGOS ............................................................................................................................ 111
4.1.1 Esportes coletivos.................................................................................................................... 112
4.1.2 Esportes individuais................................................................................................................ 114
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 119
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 124
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 125

UNIDADE 3 – ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS


VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA..................................................................... 127

TÓPICO 1 – TECNOLOGIAS ASSISTIVAS....................................................................................... 129


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 129
2 AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA
FÍSICA...................................................................................................................................................... 129
3 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS AOS DEFICIENTES FÍSICOS NA LOCOMOÇÃO............... 132
4 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA ÁREA EDUCACIONAL AOS DEFICIENTES
FÍSICOS................................................................................................................................................... 134
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 145
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 147

TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA............................................................................... 149


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 149
2 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA ................................................................................................... 149
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 157
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 158

TÓPICO 3 – RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS


DEFICIENTES FÍSICOS................................................................................................... 159
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 159
2 RECURSOS EDUCACIONAIS AOS EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA............... 159
3 DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E ADEQUAÇÃO CURRICULAR.................................... 168
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 170
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 172
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 173
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 175

X
UNIDADE 1

DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS,


CARACTERÍSTICAS E AS
CONSEQUÊNCIAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• identificar os conceitos dentro da deficiência física;

• compreender causas e consequências sobre a Deficiência Física;

• conhecer as principais patologias das pessoas com Deficiência Física;

• reconhecer que todos somos sensíveis as causas das deficiências físicas;

• oportunizar o conhecimento de pessoas com deficiência física através dos


depoimentos e experiências;

• compreender as implicações clínicas, sociais e individuais a partir da de-


ficiência;

• vivenciar fatos e histórias da deficiência física através das dicas dos filmes
e documentários.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

TÓPICO 2 – CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

TÓPICO 3 – CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA


FÍSICA

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, estamos iniciando os estudos dentro da área da
deficiência Física, onde apresentamos desde a parte clínica como a social, afetiva,
de acessibilidade, as leis que amparam tanto as edificações quanto o específico na
educacional e tecnológica, que só vêm contribuir com as pessoas com deficiência
física.

Compreender os conceitos aqui colocados vem ao encontro da proposta
dos estudos deste livro, visto que, no ensino a distância, é necessário um esforço
maior e autônomo de cada acadêmico para o processo de aprendizagem.

Procuramos usar uma linguagem clara, de fácil acesso para a compreensão


dos textos com a intenção de ficar uma leitura leve e assim cada acadêmico além
de aprender se empolgar com a deficiência física e suas possibilidades.

Nesta unidade estudaremos os conceitos básicos, como a caracterização


da deficiência física, principais doenças e causas, assim como dicas de filmes e
autoatividades para completar seus estudos.

O importante, ao conhecer as patologias que levam à deficiência


física, é poder saber onde procurar ajuda e como ajudar no tratamento e nos
encaminhamentos, também tem o lado da sensibilização para com o outro, pois
ninguém está livre de se tornar um deficiente físico, por um acidente e/ ou por
uma síndrome, uma causa genética que poderá atingir a nós e ou a nossos filhos
e ou parentes e amigos.

Outra dica importante dada nesta unidade é a de conhecer os tipos de


Deficiência Física para melhor compreender o comprometimento da função
física, sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,
tetraplegia, tetraparesia, triplegia e outras que envolvem desde o nascimento, aos
acontecimentos através de acidentes tanto domésticos, como de trânsito, os quais
são os grandes causadores da deficiência física na idade jovem e/ ou adulta.

Sendo assim, esta unidade vai tratar de termos mais técnicos e clínicos,
porém importante para conhecer e aprender os termos.

Bons estudos.

3
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

2 DEFICIÊNCIA FÍSICA – CONCEITOS E DOENÇAS


A deficiência Física é classificada conforme alteração completa ou parcial
de um ou mais seguimentos do corpo humano no comprometimento motor.
Segundo o Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, os principais tipos
de deficiência física são: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiparesia, amputação, paralisia
cerebral, ostomia (aberturas abdominais para uso de sondas).

É importante destacar que todas estas deficiências físicas com o final


PLEGIA – significam perda total de um ou mais membro e/ou partes do corpo;
quando aparece com o final PARESIA significa perda parcial de um ou mais
membro e/ou partes do corpo.

Veja conforme segue o quadro a seguir:

QUADRO 1 – TIPOS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS


Nomes Características
Paraplegia Perda total das funções dos membros inferiores
Paraparesia Perda parcial das funções dos membros inferiores
Monoplegia Perda total de um só membro (inferior ou posterior)
Monoparesia Perda parcial de um só membro (inferior ou posterior)
Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores e
superiores
Tetraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e
superiores
Triplegia Perda total das funções motoras em três membros
Triparesia Perda parcial das funções motoras em três membros
Hemiplegia Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo
(direito ou esquerdo)
Hemiparesia Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo
(direito ou esquerdo)
Amputação Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento
de membro
Paralisia Cerebral Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo
como consequência alterações psicomotoras, podendo ou não
causar deficiência mental/intelectual.
Ostomia Intervenção cirúrgica que cria um ostoma (abertura, óstio) na
parede abdominal para adaptação de bolsa de coleta: processo
cirúrgico que visa a construção de um caminho alternativo e novo
na eliminação das fezes e urina para o exterior do corpo humano.
(Colostomia: ostoma instestinal; uroostomia: desvio urinário).
FONTE: <http://www.deficienteonline.com.br/deficiencia-fisica-tipos-e-definicoes___12.html>.
Acesso em: 19 fev. 2019.

4
TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

Para melhor compreender estes termos, deficiências e o grau de


comprometimento, ilustraremos a seguir:

FIGURA 1 – O CORPO NA PARAPLEGIA E A PARAPARESIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/
deficincias-motoras-6-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

FIGURA 2 – O CORPO NA MONOPLEGIA E MONOPARESIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/
deficincias-motoras-7-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

5
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

FIGURA 3 – O CORPO COM TETRAPLEGIA E TETRAPARESIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/
deficincias-motoras-8-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

FIGURA 4 – O CORPO NA TRIPLEGIA E NA TRIPARESIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/
deficincias-motoras-9-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

6
TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 5 – AMPUTAÇÃO E PARALISIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/
deficincias-motoras-11-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

FIGURA 6 – OSTOMIA

FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/deficinciasmotoras-140608132124-phpapp02/95/
deficincias-motoras-12-638.jpg?cb=1402233705>. Acesso em: 24 jan. 2019.

7
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

3 CARACTERÍSTICAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA


Toda perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de
atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano
(BRASIL, 1999).

A deficiência física caracteriza-se pela limitação na mobilidade, na


coordenação motora, principalmente a fina, o que impede e ou dificulta a escrita,
em alguns casos poderá afetar a fala nos mais diversos graus, sendo de causas
neurológicas e neuromusculares, má formação, de forma adquirida, geralmente,
a deficiência ocorre no cérebro ou sistema locomotor, levando a um mau
funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.

Descreveremos as causas da deficiência física, nos subtópicos a seguir.

3.1 PRINCIPAIS PATOLOGIAS (DOENÇAS) QUE LEVAM À


DEFICIÊNCIA FÍSICA

Definindo o que é “patologia e doença”, hoje em dia o vocabulário usado


é o termo técnico de doença para patologia. O dicionário de significado o define
como sendo:

Patologia é o estudo das alterações estruturais, bioquímicas e funcionais


nas células, tecidos e órgãos, que visa explicar os mecanismos pelos
quais surgem os sinais e os sintomas das doenças. A palavra "patologia"
significa literalmente "estudo da doença", e tem origem no grego, onde
Pathos = doença e Logos = estudo. No entanto, "patologia" também é
usada como sinônimo de doença (SIGNIFICADO, 2010).

Entre as patologias, a que mais causou a deficiência Física no Brasil e no


mundo foi a paralisia infantil ou poliomielite, a qual foi praticamente erradicada
com as campanhas maciças de vacinas da gotinha nas crianças de zero a cinco
anos de idade. Porém, a campanha continua o ano todo, pois houve casos de
poliomielite na Venezuela em 2018, o que leva a atenção dos pais para a vacinação
constante.

No Brasil, até a erradicação, aconteceram 26.827 casos de poliomielite


entre 1968 e 1989. Os anos 70 registraram a maior parte dos casos. Há um pico
em 1975, com 3.596 registros. Outro ano com muitos casos foi 1979, com 2.564
infecções (OLIVEIRA, 2018).

A seguir daremos alguns conceitos de patologias que levam à deficiência


física:

8
TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

• Poliomielite: qualquer inflamação da substância cinza da medula espinhal;


doença de Heine-Medin. Uma doença infectocontagiosa aguda, causada por
um vírus, de gravidade extremamente variável e, que pode ocorrer sob a forma
de infecção inaparente ou apresentar manifestações clínicas, frequentemente
caracterizadas por febre, mal-estar, cefaleia, distúrbios gastrointestinais e
rigidez de nuca, poderá ocorrer ou não as paralisias. Observe a figura a seguir.

FIGURA 7 – POLIOMELITE

FONTE: <https://www.cliquebrasil.com.br/saude/gfF9nnwpIy1C>. Acesso em: 18 fev. 2019.

• Ossos de Vidro: osteogênese imperfeita (doença de Lobstein ou doença de


Ekman-Lostein), também conhecida pelas expressões “ossos de vidro” ou
“ossos de cristal”, é uma condição rara do tecido conjuntivo, de caráter genético
e hereditário, que afeta aproximadamente uma em cada 20 mil pessoas. A
principal característica é a fragilidade dos ossos que quebram com enorme
facilidade.
FONTE: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/osteogenese-imperfeita-ossos-
de-vidro/>.

• Paralisia cerebral: causada geralmente no nascimento por falta de oxigênio no


cérebro, quando a criança tem anóxia perinatal. O grau de comprometimento
vai de parcial, total e de partes como de um todo dos membros do corpo,
afetando na maioria das vezes o desenvolvimento da fala.

• Hidrocefalias: nem todas as hidrocefalias levam à deficiência física, mas grande


parte das crianças pode ficar com sequelas irreversíveis no comprometimento
motor. Em alguns casos, as crianças podem nascer com hidrocefalia e em outros
poderá desenvolver depois do nascimento. Popularmente conhecida como
água na cabeça e/ou cabeça grande, o que tem fundo de verdade científico,
uma vez que o perímetro da cabeça expandido não volta mais ao tamanho
normal. Quando identificado a tempo, é possível colocar válvula, a qual
drena e redireciona o líquido para o intestino, que vai eliminá-lo e assim não
pressionar o cérebro.

9
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Hidrocefalia é quando ocorre que o liquido da medula não pode


circular normalmente e acumula-se no cérebro. Caso não controlado,
pode prejudicar a saúde. O que pode ser feito é colocação cirúrgica de
uma válvula para drenar o líquido acumulado e enviá-lo a bexiga para
ser eliminado pela urina (HONORA, 2008, p. 59).

Observe a figura:

FIGURA 8 – HIDROCEFALIA

FONTE: <https://mieloblog.com.br/wp-content/uploads/2015/11/image10.jpg>. Acesso em: 11


nov. 2018.

• Acidente vascular: conhecido como AVC, popularmente o “derrame”, como


é chamado entre as pessoas, é bastante comum devido a principalmente
malformação arterial cerebral (aneurisma), hipertensão arterial, cardiopatia,
tromboembolia (bloqueio da artéria pulmonar), sendo a doença que mais
mata no Brasil e a que mais causa incapacidade (sequelas físicas) no mundo:
cerca de 70% das pessoas que sofrem um derrame não retorna à vida normal
e praticamente 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia. As
sequelas podem ser conforme é descrito a seguir:

Nos músculos: fraqueza de um lado do corpo, fraqueza muscular,


incapacidade de coordenar movimentos musculares, músculos rígidos,
paralisia com músculos fracos, problemas de coordenação, paralisia de
um lado do corpo ou reflexos hiperativos. Na visão: perda temporária
da visão em um olho, súbita perda da visão, visão dupla ou visão
embaçada. No corpo: distúrbio do equilíbrio, tontura ou vertigem.
Na fala: dificuldade de fala, fala arrastada ou perda da fala Sensorial:
formigamento ou redução na sensação de tato. Na cognição: confusão
mental ou incapacidade de falar ou entender o próprio idioma. No

10
TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

rosto: dormência ou fraqueza muscular. Também é comum: afasia de


wernicke, andar mancando, dificuldade em engolir, dor de cabeça,
fraqueza de um membro ou movimento rápido involuntário dos olhos
(EINSTEIN, 2017, p. 2).

Na imagem a seguir, podemos ver algumas sequelas que podem deixar


uma pessoa com deficiência física.

FIGURA 9 – SEQUELAS DE AVC

FONTE: Einstein (2017, p. 1)

• Osteoporose: sendo esta patologia a inimiga número um dos idosos


principalmente, a que mais afeta as mulheres, sendo seis para cada um homem,
levando a sequelas da deficiência física, deficiência alimentar de cálcio e
vitaminas, levando à “morbidade e mortalidade de suas fraturas, afetando em
especial o fêmur”. O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into)
criou o Programa de Osteoporose Masculino (PROMA), desde março de 2004.
Quanto mais idosos, mais riscos corre de envelhecer com osteoporose.

FIGURA 10 – OSTEOPOROSE

FONTE: <https://www.opas.org.br/como-tratar-a-osteoporose/>. Acesso em: 18 fev. 2019.

11
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

• Diabetes: caracteriza-se pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia).


Ocorre devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é
produzido no pâncreas. A função principal da insulina é promover a entrada
de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada
para as diversas atividades celulares. A diabete se divide em dois tipos, em
tipo 1 e tipo 2. De acordo com a análise, os idosos diabéticos apresentam riscos
de desenvolver deficiências físicas que são de 50% a 80% dos casos, devido às
amputações que muitas vezes precisam ser feitas, em consequência do que se
chama de Neuropatia diabética, diminuição do oxigênio que chega aos nervos
através de pequenos vasos sanguíneos, ocasionando formação de úlceras,
podendo progredir para amputação do pé ou perna.

DICAS

A dica desta unidade é você, acadêmico, assistir com sua turma e ou sua família
ao filme De Porta em Porta, simplesmente inesquecível, com uma grande lição de vida
de superação e de apoio de uma mãe que não desiste, a qual, usa a seguinte frase para
estimular o filho com paralisia cerebral: “Paciência e Persistência”. O tempo todo ela diz esta
frase: “Paciência e Persistência”. O filme é incrível, por favor, assista, só contribuirá com sua
formação e com seus estudos na área da deficiência física.

CAPA DO FILME DE PORTA EM PORTA

FONTE: <http://www.planejamentodevendas.com.br/tecnicas-de-vendas/porta-em-porta/>.
Acesso em: 28 jan. 2019.

SINOPSE E DETALHES

O filme De Porta em Porta (Door to Door, lançado em 2002) conta a história real de Bill
Porter (interpretado por William H. Maci), um portador de paralisia cerebral nascido em 1932
(ainda vivo) que deseja tornar-se um vendedor de porta em porta.

12
TÓPICO 1 | PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA DEFICIÊNCIA FÍSICA

Portland, Oregon, 1955. Apesar de ter nascido com uma paralisia cerebral, que cria limitações
na sua fala e movimentos, Bill Porter (William H. Macy) tem todo o apoio da sua mãe para
obter um emprego como vendedor na Watkins Company. Bill consegue o emprego, apesar
de certa relutância devido as suas limitações, pois teria que ir de porta em porta oferecendo
os produtos da companhia. Bill só conseguiu o emprego quando disse para lhe darem a pior
rota. Primeiramente Bill é rejeitado pelas pessoas "normais", mas ao fazer sua primeira venda
para uma alcóolatra reclusa, Gladys Sullivan (Kathy Baker), ele literalmente não parou mais.
Por mais de 40 anos Bill caminhou 16 quilômetros por dia e, para ajudá-lo nesta trajetória,
além da sua mãe e Gladys, surgiu Shelly Soomky Brady (Kyra Sedgwick).

Observação: Este filme é usado muitas vezes por empresas em palestras de motivações de
vendas para público de pessoas sem deficiências.

O filme mostra a importância da família na vida de pessoas com deficiência


e neste caso com a deficiência física, onde a mãe em nenhum momento desiste
de insistir com o filho na procura por emprego, mesmo sabendo das limitações
físicas, ela sempre acreditou que existia possibilidade de trabalho para o filho.

A sugestão é muito especial e nos ajuda a não perder a esperança de dias


melhores, de possibilidades, quando se tem o coração limpo de maldades e com
fé acreditando em si poderá alcançar os objetivos, mesmo quando muitos dizem
não.

Caro acadêmico, assista e nunca esqueça a frase “paciência e persistência”.


A frase do filme que a mãe lhe dizia sempre.

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RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• Conceito da deficiência física é toda alteração completa e/ou parcial dos


membros e segmentos do corpo levando ao comprometimento das funções
físicas, pode apresentar sob várias formas no que diz respeito às PLESIAS E
PARESIAS.

• As deficiências físicas com o final PLEGIA – significam perda total de um ou


mais membro e ou partes do corpo e quando aparecem com o final PARESIA
significam perda parcial de um ou mais membro e ou partes do corpo.

• Os exemplos no próprio corpo destes comprometimentos são: paraplegia,


paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiparesia, amputação, paralisia cerebral, ostomia (aberturas
abdominais para uso de sondas).

• As Patologias (doenças) mais comuns que podem deixar com sequelas a


deficiência física são a Poliomelite, a Hidrocefalia, Ossos de Vidro, AVC,
osteoporose, diabetes, entre outras.

14
AUTOATIVIDADE

Prezado acadêmico, resolva as questões para melhor fixação dos conteúdos e


também a prática dos exercícios irá ajudar que você vá bem nas provas.

1 Conceitue com suas próprias palavras a deficiência física.

2 A deficiência física apresenta-se sob várias formas, relacione as PLEGIAS,


numerando de acordo com o conceito.

I - Paraplegia
II - Monoplegia
III - Tetraplegia
IV- Triplegia
V - Hemiplegia

Relacione as opções:
( ) Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores.
( ) Perda total de um só membro (inferior ou posterior).
( ) Perda total das funções dos membros inferiores.
( ) Perda total das funções motoras em três membros.
( ) Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou
esquerdo).

Escolha a opção que define as Plegias:


a) ( ) I-II-III-V-IV.
b) ( ) III-II-V-I-IV.
c) ( ) II-IV-V-III-I.
d) ( ) III- II-I-IV-V.

3 A deficiência física apresenta-se sob várias formas, relacione as PARESIAS,


numerando de acordo com o conceito.

I – Paraparesia
II – Monoparesia
III – Tetraparesia
IV – Triparesia
V – Hemiparesia

Relacione as opções:

( ) Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou


esquerdo).
( ) Perda parcial de um só membro (inferior ou posterior).
( ) Perda parcial das funções motoras em três membros.

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( ) Perda parcial das funções dos membros inferiores.
( ) Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores.

Escolha a opção que define as Paresias:


a) ( ) IV-V-III-II-I.
b) ( ) V-I-II-IV-III.
c) ( ) III- II- I-V-IV.
d) ( ) V-III-V-II-I.

4 Procure em sua comunidade conhecer e saber de pessoas que tem alguma


deficiência física causada por alguma patologia citada no texto deste tópico.
Descreva sua informação e ou relate na sala em uma roda de conversas.

16
UNIDADE 1
TÓPICO 2

CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

1 INTRODUÇÃO
Dando continuidade, neste tópico, vamos estudar as causas da deficiência
física, sendo elas pré-natais, perinatais e pós-natais. É necessária a compreensão
das causas para também saber como proceder no atendimento e encaminhamento
para estimulação, para a escolarização e para, posteriormente, o mercado de
trabalho.

Assim, algumas características e causas precisam ser observadas como


afirma o código das necessidades educacionais específicas (DfES, 2001a)

[…] as deficiências físicas podem decorrer das causas físicas,


neurológicas ou metabólicas. Algumas requerem somente um
acesso apropriado às oportunidades e equipamentos educacionais;
outras podem levar a necessidades sociais e de aprendizagem mais
complexas; algumas crianças terão dificuldades multissensoriais
associadas a dificuldades físicas. Para algumas crianças, a incapacidade
de participar plenamente da vida escolar causa estresse emocional ou
fadiga física significativos (DfES, 2001a, Capítulo 7, secção 62 apud
FARRELL, 2008, p. 11).

No estudo das deficiências físicas, nas suas inúmeras causas, as necessidades


são diversificadas, tanto em serviços e em recursos nas quais vai depender de
cada sequela e os encaminhamentos dados na avaliação multidisciplinar.

2 PRINCIPAIS CAUSAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA


As principais causas da deficiência física podem ser divididas em três:

• Pré-natais: tudo que possa ocorrer durante a gestação. Sendo por malfomações
congênitas (podem também estar relacionadas a drogas), infecções,
medicamentos, hipertensão, genéticos e em muitos casos por tentativas de
abortos, entre outros.
• Perinatais: tudo que possa ocorrer durante o nascimento. Sendo a
prematuridade, o sofrimento fetal, a falta de oxigênio levando a paralisia
cerebral, o parto por fórceps, o cordão umbilical, que pode enrolar no pescoço
e outras causas.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

• Pós-natais: tudo que possa ocorrer após o nascimento. Estas causas vão desde
uma infecção hospitalar, meningite, problemas com o sangue da mãe e bebê,
traumatismos cranianos, lesões medulares (que podem estar ligas a acidentes
de trânsito, de armas e até mesmo de mergulhos), brigas, aneurismas, AVC
(ligado às “plegias”) e outras patologias. Além das Artropatias: suas causas
podem ser hemofilia, distúrbios metabólicos, processos degenerativos ou
inflamatórios.

3 ALGUMAS CAUSAS GENÉTICAS, AMBIENTAIS E NATURAIS


Como já citadas acima, as causas da deficiência física podem ser diversas.
Destacamos aqui algumas e evidenciamos mais detalhadamente três, as genéticas,
as ambientais e naturais. Segundo Socrates: "Se alguém procura a saúde,
pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença;
em caso contrário, abstém-te de o ajudar" (<https://www.pensador.com/frase/
ODc3OA/>), sendo a deficiência física uma que mais deixa pessoas acamadas e
sem locomoção.

• Causas genéticas: nas causas genéticas entram também as síndromes que


levam à deficiência física, muitas não ocorrem logo após o nascimento, somente
na idade adulta, como já conceituado, essas são as pré-natais. Entre estas,
vamos esclarecer algumas que são relevantes conhecer, como, por exemplo, na
contextualização abaixo.

As doenças genéticas são muitas e nem todas levam à deficiência física,


geralmente raras, mas acometem a população em menor proporção, devido às
“alterações na sequência de nucleotídeos em uma parte do DNA que alteram a
estrutura de uma proteína e, consequentemente, causam anomalias anatômicas e
fisiológicas” (SANTOS, 2018, p. 2).

Entre algumas estão as síndromes e algumas outras anomalias,


destacaremos a seguir as principais que levam à deficiência física:

• Síndromes: palavra de origem grega συνδρομή «concurso, afluência,


composto de σύν «com, junto» e tema de δρόμος «corrida», ou seja, "ocorrer
conjuntamente", seria um conjunto de características, de manifestações clínicas,
muitas vezes não se consegue chegar a uma causa específica, mas a pessoa e/ou
criança apresenta anomalias seguidas de outras especificidades. Geralmente os
nomes das síndromes estão relacionados aos seus pesquisadores/descobridores
daquele tipo de patologia.

• Síndrome de Williams: nesta síndrome ocorre a desordem no cromossomo


7. A criança/ pessoa vai ter dificuldades motoras, principalmente na motora
fina (recortar, escrever, desenhar, andar com equilíbrio, andar de bicicleta),
além de a criança demorar a andar, tem irritação e chora muito. Estas crianças
apresentam características físicas “por face de gnomo ou fadinha”, nariz

18
TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

pequeno e empinado, cabelos encaracolados, lábios cheios, dentes pequenos e


sorriso frequente” (MACHADO, 1998, p. 56). Por outro lado, são sensíveis ao
som alto, mas têm facilidade para a música.

• Síndrome de Ehlers-Danlos: conhecida como Síndrome do homem elástico.


Identificada como um grupo de distúrbios hereditários e afeta principalmente
as articulações e o tecido conjuntivo da pele e as paredes do vasos sanguíneos.
Pessoas com esta síndrome têm a capacidade de tocar o nariz com a língua,
deformidade física, duplo articulado, facilidade de se machucar, fadiga,
fraqueza muscular, luxação, má cicatrização de feridas ou sopro no coração.
Devido a este comprometimento nas articulações, poderão, durante a vida,
ter muitos acidentes com lesões irreversíveis, precisam sempre de fisioterapia
(EINSTEIN, 2017).

• Síndrome de Proteus: as características desta síndrome ocorrem pelo


crescimento exagerado de partes do corpo e de tumores subcutâneos, patologia
rara, que leva à deficiência física, pois pode haver crescimento de um joelho, de
pernas em exageros, mãos e pés muito grandes se parecendo a gigantes, hemi-
hipertrofia, tumores subcutâneos, macrocefalia e outras anomalias cranianas e
viscerais.

Além das síndromes citadas, existem muitas outras, porém, não podemos
deixar de citar as distrofias musculares, que incluem também algumas síndromes,
como é a de Duchenne.

• Distrofia Muscular Duchenne: muitas pessoas com distrofia muscular têm


síndrome de Duchenne. Esta patologia costuma afetar meninos, que podem
ter dificuldades ao se levantar ou correr, andar oscilante, panturrilhas grandes,
anormalidade ao caminhar, fraqueza muscular, perda de massa muscular
ou encurtamento permanente de músculo, podendo ter dificuldades de
aprendizagem associada (EINSTEIN, 2017).

Além das escleroses que são doenças autoimunes, como ELA – Esclerose
Lateral Amiotrófica e EM – Esclerose múltipla. Nas doenças autoimunes, o
sistema imunológico não consegue distinguir os antígenos dos tecidos saudáveis
do corpo e acaba atacando e destruindo as células normais do organismo.

• Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): Esta patologia paralisa os músculos, mas


não chega a atingir as funções cerebrais. A esclerose lateral amiotrófica (ELA),
uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo. Há indícios
em pesquisas que a causa esteja ligada, de certa forma, aos cromossomos
na mutação de um gene, mas ainda são pesquisas. A avaliação dos genes
envolvidos com a ELA permite elucidar vias moleculares responsáveis pela
doença e abrir novos caminhos para o tratamento.

Segundo o Instituto Paulo Contijo de pesquisa de doenças genéticas, a


esclerose apresenta-se em:

19
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Aproximadamente 90% dos casos de ELA são esporádicos, ou seja, não


se observa recorrência familiar da doença, ao passo que os 10% restantes
são familiais e podem apresentar padrão de herança autossômico
dominante ou recessivo. Entre as formas familiais, destaca-se a ELA
do tipo 8, que tem início entre a quarta e a quinta décadas de vida
e apresenta, em geral, progressão lenta. Caracterizada por herança
dominante, é causada por mutação no gene VAPB (VAMP – associated
proteina B and C), localizado no cromossomo 20 (em 20q13.32). Embora
a realização dos testes moleculares seja importante para a confirmação
do diagnóstico clínico em pacientes que já manifestam a doença, o
benefício do exame para indivíduos assintomáticos, parentes adultos
de afetados, deve ser analisado individualmente em entrevista com
um geneticista. É norma do laboratório não realizar este exame em
crianças assintomáticas (CONTIJO, 2016, p. 1).

Destacam-se nesta unidade os famosos que possuem e/ou tiveram alguma


deficiência física no decorrer da vida e entre estes está Stephen Hawking, que
teve ELA, era físico, pesquisador e conferencista, o qual apresentaremos com
mais detalhes no item 4 deste tópico.

• Esclerose Múltipla: as sequelas podem variar, depende dos nervos afetados e


de indivíduo para indivíduo. Os sintomas inicias são visão dupla e pequenos
tremores, o diagnóstico geralmente é clínico e às vezes pode demorar para
chegar a uma conclusão que seja EM. Porém, não há muito o que fazer, de uma
hora para outra, pode o indivíduo perder a capacidade de andar e de falar de
forma clara. Uma patologia que pode levar anos a ser confirmado o diagnóstico,
não tem cura e o tratamento é só para tardar um pouco as sequelas. Geralmente
as mulheres são em maior número e pessoas de cor branca são mais vulneráveis
a EM.

• A mielomeningocele: é uma malformação congênita de causa ainda não


comprovada. Na mielomeningocele, há uma malformação na coluna do bebê
ainda dentro do útero da mãe. Alguns casos podem ser diagnosticados durante
a gestação. Sendo assim a coluna vai ficar com sérios problemas, como explica
a cartilha do programa APPAM (2016, p. 6),

A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal, começa a


ser formada logo nas primeiras semanas da gravidez e vai crescendo
junto com o feto. A partir de seis ou sete semanas começa a ossificação
das vértebras da coluna. Dentro da coluna vertebral há um pequeno
espaço, um canal. Por ali, bem protegidos pelos ossos, passam a
medula (que é uma espécie de fábrica de sangue do nosso organismo)
e os nervos espinhais, que se ligam ao cérebro e ajudam a comandar os
movimentos do corpo. Durante a gestação, essa estrutura de ossos não
se fecha completamente. Quando isso acontece, partes da medula e do
sistema nervoso, que deveriam estar dentro do canal, protegidos pelos
ossos da espinha, ficam expostas. Essa malformação recebeu o nome
de mielomeningocele (MMC) ou espinha bífida aberta.

A criança, assim como a família, precisará de assistência tanto clínica


quanto psicológica para praticamente a vida toda, pois a criança terá sérios
distúrbios neurológicas com comprometimento nos membros inferiores.

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TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

DICAS

Uma dica muito boa também é você, acadêmico, assistir ao filme 300, pelo
menos a parte inicial, se não puder assistir tudo, e assim comprovará que haviam as mortes
de crianças com deficiência física no nascimento. Além de você poder ver neste filme
a participação de um brasileiro, Rodrigo Santoro. Filme de muita ação, sangue e mortes,
mas que mostra a realidade das pessoas com deficiências no povo de Esparta. Para mais
informações, acesse <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-57529/>

3.1 ALGUMAS CAUSAS AMBIENTAIS (ACIDENTES


DIVERSOS)
As causas ambientais são em grande número, visto que todo dia
presenciamos acidentes de trânsito em grande escala, sendo hoje umas das maiores
causas ambientais que são o trânsito. Os números nos índices nos mostram que
30% das vítimas ficaram com membros amputados e outros 40% se tornaram
deficientes físicos (paraplégicas ou tetraplégicas) em 2017. Estes números foram
divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no mês de maio de
2018, quando há a campanha Maio amarelo, o símbolo do mês para os alertas dos
problemas que o trânsito tem apresentado por direção sem responsabilidades,
pelo álcool, o grande vilão, e as imprudências (como ultrapassagens e alta
velocidade) na direção.

A definição de maio amarelo aconteceu em 2011 pela Organização das


Nações Unidas (ONU), idealizando que seria para uma década, sendo assim até
2020. O amarelo foi pensado devido ao semáforo amarelo que significa atenção.

Outro grande perigo está nos mergulhos. Muitos mergulhadores ficaram


com alguma “plegia” devido à prática do mergulho, estes são feitos geralmente
por pessoas desqualificadas para a prática, como nos mostra a reportagem do
jornal folha de São Paulo de 1998, comentado por Priscila Lambert, a qual afirma
que “ toda semana no mínimo dez pessoas ficam paraplégicas e ou tetraplégicas
no Brasil. A grande maioria dos acidentados (90%) tem idades entre 10 e 25 anos”
(LAMBERT, 1998, p. 1). Assim, percebemos que é mais comum do que parece.

Veja parte da reportagem:

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

[…] Os números são baseados em estatísticas do Hospital das Clínicas


de São Paulo que, preocupado com a grande incidência desse tipo
de acidente, está preparando uma campanha de prevenção para este
verão quando os casos tendem a aumentar.
A paraplegia (paralisação de pernas) ou a tetraplegia (braços e pernas)
ocorrem quando há fratura na coluna vertebral (principalmente na
altura do pescoço). Em muitos casos, há lesão da medula espinhal,
responsável pela transmissão das ordens vindas do cérebro para as
outras partes do corpo.
Um mergulho mal calculado -em rio, lago, piscina ou até no mar- pode
ser suficiente para deixar uma pessoa paralisada por toda a vida. Ao
cair de cabeça em um local raso –ou onde há pedra ou banco de areia–,
o choque faz com que o pescoço seja dobrado, enquanto o corpo
continua se movendo para a frente, causando fratura de uma ou mais
vértebras.
De acordo com pesquisa do HC, o mergulho é responsável por 10%
dos cerca de 8.000 casos de fratura na coluna vertebral que ocorrem
anualmente no Brasil –perdendo para acidentes de trânsito, perfuração
à bala e quedas em geral.
Das cerca de 800 pessoas que sofrem fratura vertebral durante
mergulho por ano no país, dois terços (533) ficam paraplégicos ou
tetraplégicos –o que resulta nos cerca de dez casos semanais no país.
Segundo Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho, diretor do serviço de
coluna vertebral do Instituto de Ortopedia e Traumatismo do HC, o
levantamento é feito anualmente pelo hospital, e os números vêm se
mantendo estáveis há pelo menos uma década. Ele diz que, no verão,
o mergulho passa a ser a segunda causa de lesões de medula –só
perdendo para acidentes de trânsito [...] (LAMBERT, 1998, p. 1).

Outros acidentes e ocorrências sejam domésticas ou nas ruas, como brigas


em jogos com armas brancas e ou armas de fogo, acontecem diariamente em todo
o mundo, infelizmente, ainda os acidentes de trânsito e os mergulhos são os que
mais deixam pessoas com deficiência física.

4 PESSOAS FAMOSAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA –


DIVERSAS CAUSAS
As curiosidades neste tópico referem-se a estar mostrando artistas,
professores, modelos e pesquisadores famosos com deficiência física e ou pessoas
que se tornaram famosas devido à deficiência física adquirida no decorrer de
suas vidas.

22
TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

4.1 PESSOAS CONHECIDAS MUNDIALMENTE E FAMOSOS


QUE SE TORNARAM DEFICIENTES FÍSICOS
• Christopher Reeve: o Superman – o Super-homem viveu momentos de muita
fama e, de repente, o ator se tornou um tetraplégico (em maio de 1995) aos 43
anos, devido a uma queda de um cavalo, em que fraturou as duas primeiras
vértebras cervicais lesionando a medula espinhal. Foi um grande aliado no
patrocínio das pesquisas sobre células-tronco. Mesmo com a limitação física,
foi homenageando em muitas partes do mundo devido ao seu empenho na
melhoria das condições de vida das pessoas menos favorecidas financeiramente.
Christopher faleceu em outubro de 2004, aos 52 anos, devido a uma grave
infecção.

FIGURA 11 – CHRISTOPHER NA CADEIRA ADAPTADA A SUA DEFICIÊNCIA

FONTE: <http://www.herbritts.com/archive/photo/christopher-reeve-side-view-
hollywood-1996/>. Acesso em: 18 nov. 2018.

• Roberto Carlos: o rei se tornou uma pessoa com deficiência física ainda criança,
num acidente na linha ferroviária, quando estava em uma festa de padroeiro
e teve uma parte da perna amputada quando tinha seis anos de idade em sua
cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim, no estado do Espírito Santo. O acidente
fez com que a perna direita perdesse a sensibilidade, pois fora esmagada
arrancando todos os nervos, por isso não chorava muito. Graças a um médico
bem instruído para a época (foi no dia de São Pedro, 29 de junho de 1947), o
qual não cortou a perna toda, somente entre o terço médio e o superior da
canela foi amputado e um pouco abaixo colocaram uma roda de metal, o que
impediu Roberto de perder os movimentos do joelho direito. Sempre andou
de muletas até os 15 anos de idade, quando começou a usar prótese e a usa até
hoje.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

FIGURA 12 – PERNA DE ROBERTO CARLOS COM PRÓTESE

FONTE: <http://wwwblogtche-auri.blogspot.com/2015/12/saiba-como-roberto-carlos-perdeu-
uma.html>. Acesso em: 30 jan. 2019.

• Magdalena Carmen FRIDA KAHLO Calderón: conhecida no mundo todo


como Frida Kahlo, natural do México, onde no ano 1913, com seis anos, contraiu
poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações
que sofreu ao longo da vida. A poliomielite a deixou com sequelas no seu pé
direito, por esse fato levava o apelido de Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de
pau). Usava calças longas e exóticas saias, as quais personalizava. Frida começou
a pintar já na idade adulta, apesar de seu pai ser um pintor, seu objetivo não era
se tornar uma artista. Aos 18 anos sofreu um grave acidente que a deixou de cama
e no sofrimento ela encontrou a forma das telas para expressar este sentimento,
onde também guardava um desejo muito grande de ser mãe, porém, devido
ao acidente, teve muitos abortos. Ao longo de sua vida, tornou-se alcoólatra e
morreu com as pernas amputadas. Usava a frase “Pés, para que  os  quero, se
tenho asas para voar?” (CAMPOS, 2018, p. 3). Veja a seguir um quadro pintado
por ela. Nele, Frida retratou a dor de perder seu segundo filho no quadro Hospital
Henry Ford. Obra exposta no Museo Dolores Olmedo, no México.

FIGURA 13 – QUADRO DE FRIDA

FONTE: <https://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2018/02/henry-ford-hospital.jpg>. Acesso


em: 18 nov. 2018.
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TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

DICAS

Outros quadros estão disponíveis para quem desejar conhecer melhor as obras
de Frida, são muito interessantes, confira no site:
<https://brasilescola.uol.com.br/biografia/frida-kahlo.htm>. Acesso em: 28 jan. 2019.

• Christy Brown: Brown foi um escritor, poeta e pintor (artista plástico) de


origem irlandesa que teve paralisia cerebral. Devido à paralisia ficou muitos
anos sem falar e sem se mexer direito e os médicos e os demais acreditavam
que apresentava também limitações intelectuais. Sua mãe, no entanto, nunca
desistiu continuando a falar com ele e a lhe ensinar. Aos cinco anos percebeu
que seu pé esquerdo “obedecia” a seus comandos. Através do pé foi que ele
passou a se comunicar. Tornou-se famoso por ter escrito sua própria história
que virou filme, Meu Pé esquerdo.

FIGURA 14 – MY LEFT FOOT (1989)

FONTE: <https://turismoadaptado.wordpress.com/2014/01/07/manual-on-accessible-tourism-
for-all-good-practices/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

• Stephen Hawking: desde a infância era considerado um garoto diferente, mas


nada que chamasse a atenção, na adolescência começou a apresentar problemas
musculares, ao ser diagnosticado, por volta dos 21 anos, com esclerose lateral
amiotrófica (ELA), uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos
do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, esta patologia até hoje
não possui cura. Formou-se na área da física e matemática, famoso por suas
pesquisas e estudos, como exemplo, a prova que existem os buracos negros na
atmosfera. Em sua homenagem e devido aos seus livros, foi lançado o filme A
Teoria de Tudo, que também narra sua luta contra a doença. O filme teve base na
sua vida. Morreu em 2018, no mês de março, na Inglaterra, aos 76 anos.
25
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

FIGURA 15 – STEPHEN HAWKING

FONTE: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2015>. Acesso em: 22 nov. 2018.

• Barrerito: O mesmo fazia parte de um trio de cantores brasileiros da música


sertaneja conhecido como Trio Parada Dura. O avião que o trio estava caiu
ferindo os integrantes do grupo e o piloto do avião. O acidente ocorreu na
cidade Espírito Santo do Pinhal em São Paulo, onde o cantor Barrerito ficou
paraplégico. O acidente aconteceu em 6 de setembro de 1982. Em 1986 Barrerito
seguiu carreira solo, já que em seus relatos, conta que sofreu muito preconceito
de seus colegas de trio e tinha dificuldades de acompanhar as apresentações
em várias cidades, com palcos sem acessibilidade.
O cantor venceu muitas barreiras e limitações, depois do acidente e paraplégico,
fez canções retratando a situação física dele próprio. A canção mais famosa
dele foi Onde estão os meus passos (1987), na qual ele clama que cada um de nós
dê um passo por ele.

26
TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

FIGURA 16 – BARRERITO E MARCELO

FONTE: <http://sertanejobao.blogspot.com/2016/09/barrerito-e-o-acidente-aereo-que-mudou.
html>. Acesso em: 21 nov. 2018.

O cantor nunca aceitou sua condição de pessoa com deficiência física,


demonstrava muito nas tristezas das letras das músicas ao longo de sua carreira,
mas por outro lado, estes tipos de letras e canções também levou à fama. Tinha
uma voz linda e maravilhosa tonalidade, sendo única no universo da música.

5 PARTES DO CÉREBRO RESPONSÁVEL PELOS


MOVIMENTOS
Nosso cérebro é um grande motor em pleno funcionamento e interligado
através dos neurônios. Qualquer dor que sentimos imediatamente nosso cérebro
recebe sinal da temperatura e funciona como um alerta de perigo e a resposta é
a retirada e ou uma ação para que não se machuque. No cérebro há o controle e
regula todas as funções do corpo, formado por milhões de células nervosas que
respondem a diferentes estímulos refletindo em todo o corpo.

Há muitos estudos e pesquisas sobre o cérebro e ainda há muitos mistérios


a serem descobertos e compreendidos pelo homem, sobre si mesmo. Nosso
cérebro está dividido nas seguintes partes. Ele se divide em:

Tronco cerebral, cerebelo e o cérebro propriamente dito.


Tronco encefálico: encontra-se na base do cérebro. Controla as
funções vitais como o ritmo cardíaco, digestão, respiração, pressão
arterial. Além disso, comunica ou conecta o cérebro com o resto do
corpo por meio da medula espinhal. O tronco encefálico se divide em:
bulbo raquidiano, protuberância e mesencéfalo.

27
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Cerebelo: o cerebelo se encarrega de manter o equilíbrio, a postura


e está implicado no movimento de todo o corpo. Também possui a
tarefa de fazer com que os movimentos ocorram de forma coordenada
e precisa.
Cérebro: cérebro está relacionado com os sentidos, as emoções, as
lembranças e as reações. Em poucas palavras, é o chefe do nosso corpo;
encarrega-se de receber sinais e devolvê-los em forma de resposta
(LENT, 2002, p. 4). (grifos do autor)

Há envoltos a esta divisão os hemisférios direito e hemisfério esquerdo,


estes dois lados controlam ao inverso, o da direita controla o lado esquerdo e do
esquerdo controla da direita, ambos os hemisférios estão conectados através de
uma estrutura denominada corpo caloso.

FIGURA 17 – CÉREBRO HUMANO


Área do membro inf.
Área do tronco Sulco central
Área do
membro sup.

Área da
cabeça
Sulco lateral Área
auditiva Área
visual
FONTE: <www.infoescola.com/anatomia-humana/cerebro/>. Acesso em: 31 jan. 2019.

O lado direito está relacionado as emoções, as intuições e tudo que estiver


ligado a memória, como cheiros, vozes, imagens. No lado esquerdo está a parte
verbal, capacidade de raciocínio, resolver problemas, a lógica e a análise.

28
TÓPICO 2 | CAUSAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

FIGURA 18 – CÉREBRO DIVIDIDO

FONTE: LENT (2002, p. 4)

Na camada que chamamos de córtex, na parte do córtex motor, este é


quem “controla e coordena a motricidade voluntária, sendo que o córtex motor
do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo” (LENT,
2002, p. 4), já o outro, que o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. O que
ocorre é quando uma parte destas lesionadas pode haver uma deficiência física.

Já quando estamos por exemplo aprendendo a andar e aos movimentos
comuns, ocorre no córtex, vejamos:

(…) a aprendizagem motora e os movimentos de precisão são


executados pelo córtex pré-motor, que fica mais ativa do que o
restante do cérebro quando se imagina um movimento sem executá-lo.
Lesões nesta área não chegam a comprometer a ponto do indivíduo
sofrer uma paralisia ou problemas para planejar ou agir, no entanto
a velocidade de movimentos automáticos, como a fala e os gestos, é
perturbada (OLIVEIRA, 2010. p. 2).

Quando movemos alguma parte de nosso corpo estamos fazendo por que
nosso cérebro, mais precisamente o córtex pré-motor, as lesões como um AVC e
também um acidente onde houve fraturas, se realizado um exame de imagens do
cérebro poderá constatar a veracidade e o grau de comprometimento ocorrido.

O que vemos geralmente nas sequelas de um AVC são paralisias no lado


direito é um braço que perde os movimentos, uma perna, a boca que entorta, a
fala, que fica enrolada e confusa quase sem entendimentos. Isto tudo, quando o
acidente vascular cerebral atinge de forma mais leve, em alguns casos pode levar
à perda total da fala e dos movimentos.
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• As causas das deficiências sendo as que estão incluídas nas pré-natais, perinatais
e pós-natais.
ᵒ Pré-natais: durante a gestação (malformações congênitas, drogas, infecções,
medicamentos, hipertensão e genéticas).
ᵒ Perinatais: durante o nascimento (prematuridade, o sofrimento fetal, a
falta de oxigênio levando à paralisia cerebral, o parto por fórceps, o cordão
umbilical).
ᵒ Pós-natais: após o nascimento (infecção hospitalar, meningite, traumatismo
craniano, lesão medular, entre outros).

• Entre as causas já citadas, destacam-se as causas ambientais (pós-natais) por


acidentes de trânsito, por mergulho, armas de fogo e armas brancas, brigas e
outros, geralmente acidentes diversos.

• Nas genéticas (pré-natal), citam-se as síndromes e as patologias relacionadas às


escleroses e distrofias.

• Há alguns artistas, cantores, professores, pesquisadores e gente famosa que


ficaram com alguma deficiência física no decorrer da vida.

30
AUTOATIVIDADE

As autoatividades são de extrema importância para fixação e revisão dos


conteúdos trabalhados no tópico, além de ajudar a estudar para as provas.
Vamos lá, faça suas atividades para aprender e não porque será cobrado por
isso.

1 Podemos definir as causas das deficiências físicas em três categorias,


assinale a que corresponde a cada uma delas, relacionando de acordo com
o conceito:

A Pré-natais
B Perinatais
C Pós-natais

( ) Nessa causa as deficiências podem ocorrer durante o nascimento.


( ) Nessa causa as deficiências podem ocorrer antes do nascimento.
( ) Nessa causa as deficiências podem ocorrer após o nascimento.

Classifique na ordem dos conceitos.


a) ( ) Todas estão relacionadas entre si.
b) ( ) B-C-A.
c) ( ) A -B-C.
d) ( ) B-A-C.

2 Estudando as causas das deficências físicas, existe uma que é a grande vilã
nos dias de hoje. Assinale a maior causa das deficiências físicas pós-natais,
conforme descrição. Escolha uma resposta como opção correta.

a) ( ) Há muitas brigas e uso das drogas que levam a deficiências físicas.


b) ( ) As causas genéticas são responsáveis pelas deficiências físicas no mundo.
c) ( ) Os acidentes de trânsito são os maiores causadores de sequelas das
deficiências físicas.
d) ( ) Os mergulhos deixam em média dez pessoas com deficiência física por
semana.

3 O papel primário do Sistema Nervoso (SN) é coordenar e controlar a maior


parte das funções de nosso corpo. Para fazer isso, o Sistema Nervoso recebe
milhares de informações dos diferentes órgãos sensoriais e, a seguir, integra
todas elas, para depois determinar a resposta a ser executada pelo corpo.
Assinale a resposta INCORRETA, que não define e não está relacionada ao
sistema nervoso.

31
a) ( ) Consegue fazer o processamento das informações.
b) ( ) Não é responsável pelo comportamento motor, atividade mental, fala,
sono, procura por alimento, regulação do equilíbrio interno do corpo.
c) ( ) Controla nossos movimentos e obedece aos estímulos recebidos.
d) ( ) Essa resposta será expressa pelo comportamento motor, atividade
mental, fala, sono, busca por alimento, regulação do equilíbrio interno
do corpo, entre outros.

4 Dois cantores brasileiros se tornaram deficientes físicos, Roberto Carlos e


Barrerito. Porém, um deles gravou muitas músicas que dizem muito sobre
a condição física e limitações em que se encontrava. Na música de Barrerito
intitulada Onde estão os meus Passos, ele apresenta uma situação que muitas
pessoas com deficiência física sentem e gostariam talvez de dizer.

Analise a letra da música e faça uma discussão em sala com seus colegas
acadêmicos. Peça a seu tutor e/ou você mesmo baixe em seu celular e escute
a música, procure perceber o tom de voz, o sentimento que o cantor passa.
Registre aqui sua análise.

Letra da Música de Barrerito – Onde estão os meus passos

Meus amigos, se nesse momento algum de vocês me perguntasse


Onde estão os meus passos eu não saberia dizer
Mas em nome de Deus eu agradeço e peço que cada fã, cada amigo, cada irmão
Que dê um passo por mim porque eu não sei onde estão os meus passos"

Viver
Era o que eu mais sabia
Eu brincava, eu corria
Pelos palcos da vida

Andei
Pra cumprir meu destino
E voltei ser menino
Não encontro saída

Meus passos se afastaram de mim


Mas eu posso ouvir
E sentir os meus passos
Com eles foram minhas vontades
Minha paz de verdade
Eu fiquei aqui

Meus passos
Onde estão os meus passos
Que esqueceram meu corpo
Que é levado nos braços

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Meu Deus
Um pedido eu queria fazer
Se um dia o Senhor me atender
Devolva meus passos

Eu sei que o caminho é comprido


Tenho tantos amigos
E a fé me eleva
Meus pés se afastaram do chão
Mas o meu coração
Segue andando esta Terra

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34
UNIDADE 1
TÓPICO 3
CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS
FÍSICAS

1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, estamos prosseguindo com a Unidade 1, neste tópico
estudaremos as consequências das deficiências físicas, as quais são muitas. Além
da limitação do andar, das plegias e ou paresias, como já foi explicado nos outros
tópicos, temos as consequências muito relevantes que são implicações sociais,
pessoais, afetivas, profissionais e outras que relataremos.

Queremos chamar a atenção para um depoimento que traremos neste


tópico de uma pessoa com deficiência física, cadeirante e vítima da poliomielite.
Não deixe de ler, é de grande valia para a vida em todos os sentidos. Lembre-se
de que o livro de estudos apresenta dicas e um caminho, mas não é tudo, assim
mesmo, é preciso estudar e explorar todas estas dicas para, de fato, aprender.

Bons estudos!

2 AS LIMITAÇÕES E AS POSSIBILIDADES VIVENDO COM A


DEFICIÊNCIA
Há sem dúvida muitas limitações na vida cotidiana de uma pessoa com
deficiência física, às vezes caracterizada muito mais pela aparência de estar numa
cadeira de rodas, de andar de muletas e apoiadores ou outros recursos, para os
olhos de quem vê.

Geralmente quando se olha para uma pessoa com deficiência, não tem
como negar que às vezes a imagem (deficiência física) que se tem é de sofrimento,
de limites e de impossibilidades. Uma história construída desde os primeiros
anos da humanidade, desde os tempos primitivos, na qual uma pessoa com uma
limitação física era abandonada a sua própria sorte.

Como já citamos, a história revela uma vida de muito sofrimento, de


morte ao nascimento, de abandono e depois de caridade. A maior prova de
que aconteciam as mortes ao nascimento foram os povos de Esparta, a qual
revela-se no filme 300, logo no início do filme, aparecem as crianças nascendo
e a verificação se elas tinham uma deficiência (principalmente física), a qual era
aparente. Precisavam de homens para o exército, os meninos eram treinados

35
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

desde muito pequenos para se tornarem bons soldados. Há registros também que
muitas meninas eram jogadas ao penhasco, queriam meninos fortes para treinar
para torná-los guerreiros.

As limitações das pessoas com deficiência física são muitas, principalmente


no que diz respeito à acessibilidade e ao preconceito produzido na sociedade,
discutindo acessibilidade na Unidade 2.

Tratando-se de possibilidades ao viver com a deficiência física, podemos


dizer que deve haver a superação da própria deficiência física, isto é, se desde
o nascimento as pessoas com deficiência tiverem a família como suporte e,
além disso, uma boa estimulação multissensorial, acompanhamento clínico,
psicológico, fisioterapêutico e educacional. Quando jovem e adulto, a inserção
na sociedade através dos estudos, do mercado de trabalho, da afetividade e na
construção de suas próprias famílias, quando suas condições forem possíveis.

Trataremos de alguns casos nos depoimentos apresentados no final deste


tópico.

3 PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA FÍSICA


Trataremos sobre as consequências relacionadas à deficiência física, as
quais são muitas, que vão além da mobilidade e da limitação física que a maioria
enfrenta no dia a dia. Há questões de saúde, acessibilidade, higiene, controle dos
esfíncteres, afetividade, social, profissional e outras.

Por muito tempo as pessoas com deficiências tiveram muitos rótulos, a


pessoa com deficiência física principalmente era chamada de “aleijado”, “manco”,
“incapacitado”, “inválido” e outros tantos. Por algum tempo (vários anos), as
pessoas com deficiências também eram ditas como portadoras de deficiência,
como se portassem algo – um objeto, depois passou a serem pessoas com
necessidades educativas especiais, mas não era um termo totalmente adequado,
pois não necessitavam somente da parte educacional, mas de um todo.

Só então através da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, na elaboração do


estatuto das pessoas com deficiência, mudou-se a expressão para a “pessoa com
deficiência” (seja ela física, auditiva, visual, intelectual e outras), se pronuncia
e se escreve “pessoa com deficiência” e conceitua que a pessoa com deficiência
é aquela que possui um impedimento de longo prazo, seja física, sensorial e ou
intelectual. A lei também coloca sobre a igualdade de condições de acesso e de
garantir os direitos e a autonomia das pessoas com deficiência.

Muitas patologias levam à deficiência e estamos o tempo todo falando


da “Física” que pode deixar como consequências perdas irreversíveis, que vão
desde a incapacidade de locomoção (físico-motor), restrição de movimentos,

36
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

controle da coordenação fina. Estes problemas geralmente advêm no cérebro, no


caso de um funcionamento não adequado ao controle dos membros inferiores e
superiores. Como é esclarecido no documento do MEC sobre quem é a pessoa
com deficiência física.

[...] a deficiência física como "diferentes condições motoras que


acometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação
motora geral e da fala, em consequência de lesões neurológicas,
neuromusculares, ortopédicas, ou más formações congênitas ou
adquiridas” (MEC, 2004, p. 4).

Nem toda a deficiência física é definitiva, podendo alguns indivíduos


estarem com uma deficiência física temporária, isto é, fraturou um pé, ou sofreu
um acidente de moto, fez cirurgia de um tendão de aquiles, cirurgia de fêmur e
ou algo que o impossibilite sua condição física por meses.

Podemos dizer então que este sujeito está com uma limitação e voltará para
suas condições anteriores. Temos ainda algumas condições da deficiência física,
por exemplo a recuperável, a qual permite uma melhora com um tratamento
correto, mas talvez não volte ao estado normal de anteriormente, em alguns casos
do AVC, por exemplo.

A que considera ser definitiva, mesmo com tratamentos e cirurgias não


haverá melhoras, somente paliativo, isto é, melhorar as condições de vida do
sujeito que está com a deficiência, para que o sujeito viva bem, sem infecções e
dores. E ainda o que chamam de Compensável, na qual são colocadas próteses,
no caso de amputações (a exemplo de Roberto Carlos), substituição de fêmur,
entre outros.

Na deficiência física, além da condição do sujeito (estar, por exemplo, sem


andar), ele poderá ter outra consequência na sua limitação, que são as classificadas
como Fisiológicas. Segundo o dicionário formal, “relativo ao funcionamento
do organismo e às funções e bioquímicas do mesmo (SP, 2014, p. 1)”. Nesta
classificação as mais comuns são: Espástica - Atetoica - Atáxica.

Na Espástica (geralmente os paralisados cerebrais – PC) apresentam este


quadro, ficam com partes do corpo rígido e os movimentos quando realizados
são involuntários (não depende do controle do cérebro), podem ocorrer quando
de uma emoção forte e ou um sentimento de alegria e ou de raiva, ódio, susto e
outros.

Quanto a Atetoica (PC) também pode apresentar este movimento


involuntário, mas isto acontece quando está até mesmo dormindo, isto é, não
precisa de uma emoção e ou de uma situação para acontecer, é involuntário.

Na classificação Atáxica (PC) com o tempo/anos na mesma postura pode


desenvolver outras complicações motoras, preessão de órgãos internos, falta de
equilíbrio, de percepção na área tátil, dificuldades de engolir, mastigar, sugar e
na alimentação em geral.
37
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Existem alguns casos de pessoas com deficiência física que precisam de


auxílio na higiene pessoal, tanto no banho em si quanto no simples ato de vestir-
se e despir-se, no controle dos esfíncteres, causando a quem tem só a deficiência
física (não tem comprometimento intelectual) um certo desconforto pelo uso
de sondas (permanentes, de alívio e ou de demora), sendo que ainda alguns,
dependendo da patologia, usam colostomia que se trata de um processo que
consiste na abertura do cólon, criando um desvio para as fezes, ou seja, assim o
conteúdo fecal não sai pelo ânus, mas sim pela barriga.

Todas as consequências da deficiência física precisam de tratamento


adequado e das adaptações necessárias e individuais, a exemplo disso vimos
as cadeiras de rodas de nossos educandos nas escolas, à medida que estes vão
crescendo as cadeiras vão mudando de tamanho, de forma, com suporte para
cabeça, pescoço, tronco, pernas, que vai depender de avaliações e de recursos.

DICAS

Realize um passeio virtual em vídeos e documentários sobre as deficiências


físicas, conheça mais causas, conheça outras consequências dentro da deficiência física. Por
exemplo, acidentes de trânsitos, patologias, cirurgias e outros.
Citamos alguns, para títulos de indicação, mas vocês podem pesquisar com mais detalhes e
escolher pelo menos um documentário (curta-metragem) para assistir.
• Documentário Deficiência Física, disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=d3kxFvm3ylA>. Apenas diferentes (Deficiência física), disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=QuzRbfwtcdc>.
• Metamorfose, disponível em: <http://curtadoc.tv/curta_tag/deficiencia/>.

4 DEPOIMENTOS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA


Em praticamente todas as cidades convivemos com pessoas nas mais
variadas deficiências, sejam visuais, auditivas, intelectuais, múltiplas e físicas.
Porém, são poucos destas pessoas com deficiências que sabemos suas histórias
de vidas, suas lutas e não conhecemos as associações onde alguns estão inseridos.

Neste livro de estudos iremos trazer alguns relatos/depoimentos de


pessoas que são líderes ou foram importantes para a sociedade, a exemplo disso
traremos um depoimento de uma professora aposentada que se tornou deficiente
física devido à osteoporose e outro depoimento de um homem com deficiência
física devido à poliomielite na infância e hoje é uma líder na sua cidade e em nível
de Brasil.

38
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

Vejamos alguns depoimentos interessantíssimos.

O 1º relato/ depoimento é uma descrição de uma história de vida (Uma professora


de ensino primário).

A história de uma professora atuante que dedicou 33 anos de sua vida


a ensinar e a escola. Uma vida sofrida, morava no interior e trabalhava em
duas escolas, sempre a pé de um lado para outro por muitos anos. Foi mãe de 4
filhos e amamentou todos eles. Na menopausa teve muitos problemas de ordem
hormonal, precisou fazer duas corretagens para que as hemorragias cessassem.
Depois de aposentada, começaram as quedas e consequentemente o diagnóstico
da osteoporose.

O primeiro sinal foi uma primeira queda em seu quarto e batendo


seu punho na cama ao cair de uma cadeira, quebrou o Ulna e o Radio, aí teve
o diagnóstico que já estava com a osteoporose. Depois disso vieram as outras
quebraduras, a mais complicada foi a do fêmur, a qual nos conta que em uma
escada de apenas quatro degraus, resvalou e caiu batendo o quadril e lá se foi
a fratura na cabeça do fêmur. Fez cirurgias para colocar próteses, a primeira foi
uma onde deu problemas devido à osteoporose, então seis meses depois, outra
cirurgia para outra prótese mais leve e especial para a paciente com os ossos
comprometidos com a osteoporose.

Viveu muitos anos (15) usando uma bengala de apoio e não podia
mais andar grandes distâncias. Até que um dia a prótese precisou ser trocada,
novamente por uma mais moderna, pois aquela havia desencaixado da cabeça
do fêmur, grandes parafusos já não eram suficientes para cegar. Desta vez um
médico muito respeitado e grande conhecedor de pacientes com a osteoporose
trocou a prótese por uma cimentada, a qual deu mais alguns anos de vida de
forma paliativa, agora retornou andando de andador.

No decorrer destes vinte e poucos anos convivendo com a osteoporose,


sempre teve atendimento de fisioterapeuta na clínica e nos últimos anos em casa.
Segundo a família, a senhora acabou falecendo faz um ano. Novamente em um
dia qualquer quando foi se deitar, torceu a perna e a prótese, que vinha até o
joelho, acabou fraturando-se ficando quase exposta a quebradura. Precisou de
cirurgia e nesta houve complicações circulatórias, entupimento de veias artérias,
não conseguiram mais trazer a circulação e houve então comprometimentos de
outros órgãos, segundo a família, a senhora veio a óbito em poucos dias, por falta
de circulação sanguínea.

Segundo a família, a mãe deixa grande legado no que diz respeito à
profissão de professora e à convivência com a deficiência física, uma mulher que
tinha sido sempre muito dinâmica, caminhava muito, pois viveu em uma época
em que circulavam poucos carros, suas condições financeiras e também por ser
muito atuante, fazia suas compras tudo a pé, trabalhava e era da igreja católica
onde se dedicou-se a vida a comunidade. Soube lidar com a deficiência física

39
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

adquirida, com a ajuda da família e de carro, continuou se dedicando a orações e


ajudar os outros com otimismo e sempre uma palavra de conforto, esperança e fé.

O 2º relato/depoimento é de um homem que faz parte da liderança das pessoas


com deficiência física de Santa Catarina e é conhecido em todo o Brasil através da
FCD – Fraternidade Cristã das pessoas com Deficiência.

Nasceu em uma família de sobrenome tradicional e humilde de uma


cidade do interior. A pessoa sobre a qual falaremos é do sexo masculino e
chamaremos de Mateus (nome fictício). Hoje está com pouco mais de 50 anos.
Teve paralisia infantil com um ano e meio de idade, numa época que não se tinha
ainda o recurso da vacina da poliomielite, a patologia deixou sequelas somente
físicas.

A família sempre foi muito presente na vida de Mateus, o qual, com


muitas dificuldades dos anos 60 e 70 quando ainda não se falava em inclusão e
nem integração de crianças com deficiências nas escolas, a mãe ensinou-o em casa
onde praticamente o alfabetizou.

Chegou a idade dos 7 anos, foi procurar matrícula na escola regular na


primeira série e impedido de fazer. Sua mãe não desistiu, procurou ajuda e através
de uma equipe que avaliou realizando testes para ver o seu QI, precisando vir
uma ordem da secretaria da Educação da capital do estado que permitiu que ele
entrasse na turma regular de primeira série. Conta Mateus, que sua mãe o trazia
para estudar no colo, no período da manhã para a escola a pé e vinha também nos
recreios para levar no banheiro, nesta época os professores não se comprometiam
com nada e muito menos a direção.

Assim foi até a 4ª série, os anos passando e ele ficando grande, pesado
para colo e com dificuldades para andar. Seu pai, tinha então um fusca e começou
a trazê-lo para a escola de carro. Continuou estudando e fez ensino médio
profissional na área de administração e contabilidade. Não tinha dificuldades de
aprendizagem e nem para a escrita.

Neste tempo todo Mateus nunca deixou de fazer tratamentos e tentativas


para voltar a andar, usou muitos aparelhos ortopédicos, muletas e muitos outros
aparatos da época. Mas acabou na cadeira de rodas por outras consequências e
limitações das sequelas da poliomielite.

Desde sempre Mateus fora um menino muito inteligente e crítico. Já


na escola participava dos movimentos estudantis, um jovem que lia muito e se
envolvia com as causas coletivas.

Chegando o período de ir para uma faculdade escolheu a área da


administração e cursou o ensino superior também com dificuldades arquitetônicas,
pois não existia acessibilidade no prédio onde estudava, eram escadas para

40
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

subir, e lá ia ele com dificuldades no andar e ou na cadeira de rodas, às vezes era


ajudado por colegas, apesar de nunca gostar muito, pois sempre presou pela sua
autonomia e independência.

Depois de alguns anos formado, prestou concurso para o banco do Brasil


e se efetivou na função no administrativo até ano passado quando se aposentou.
Prestou outro concurso e hoje atua na justiça do trabalho, continua trabalhando.

Participante ativo do movimento das pessoas com deficiências e em


especial das pessoas com deficiências físicas, sócio efetivo fundador da FCD de
sua cidade, lutou para conseguir terreno e depois a sede a construção do prédio
com projetos e verbas vindos principalmente da Alemanha.

Na cidade onde reside até hoje, também foi sempre o mentor de


implantação e implementação das leis sobre a acessibilidade presente nas
calçadas, nos prédios e nas lojas, às vezes Mateus é amado e admirado por muitos
e outros, como alguns empresários, talvez nem tanto, pois é uma pessoa crítica e
sabedora das legislações e dos direitos das pessoas com deficiências.

Foi um dos criadores do conselho e presidente por dois mandatos


do COMDE – Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência na cidade onde
reside, sempre esteve muito presente nos movimentos em prol das pessoas com
deficiências.

Algumas vezes precisou também de ajuda de instituições como a AACD


– Associação de Assistência à Criança com Deficiência em São Paulo e em outros
centros para fazer atividades de reabilitação.

Mateus constituiu família, casou e teve duas filhas, tem sua casa, vida
independente e autônoma, dirige carro adaptado, tem motociclo adaptado que
pode entrar com a cadeira de rodas e sair dela, circula pela cidade de cadeira
motorizada. Finalizando este relato, apesar de se ter muito a falar desta pessoa
muito importante e ao mesmo tempo polêmica da cidade e do movimento das
pessoas com deficiências físicas, por as vezes não ser compreendido, ser exigente
com ele mesmo e com os demais, visando a independência e autonomia na vida.

3º depoimento/relato

Sou jovem, tenho apenas 24 anos, sou casada e não tenho filhos ainda.
Atuo na área da Educação. Quando criança demorei muito a andar, comecei
pelos dois anos e com dificuldades, caia muito e chorava demais. Com estes
sinais que algo não estava normal, minha família me levou ao pediatra e este
solicitou um raio -X, no qual apareceu uma síndrome chamada de doença de
Legg-Calvé-Perthes, consiste na destruição da placa de crescimento do fêmur.
É uma patologia que em outras palavras falta sangue na parte superior da placa
que forma o fêmur. Geralmente a incidência é em meninos e a partir dos 5 anos

41
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

aos 10 anos de idade, em mim, foi algo diferente, com nem dois anos de idade e
por ser menina. Segundo meus pais, os médicos sempre disseram que era algo
raro e positivo, por aparecer tão cedo, sendo uma doença hereditária de um dos
pais.

O próximo passo foi procurar especialista e este um ótimo entendedor, o


qual me encaminhou com as medidas e a indicação de um aparelho ortopédico
com urgência, chamado de Atlanta, o qual consistia em um suspensório de couro
e uma estrutura também de couro na cintura com armação de ferro e no meio dos
dois joelhos havia uma barra de metal que separava os joelhos e consequentemente
os quadris. O aparelho fora medido e colocado em pouco tempo, custava caro e
foi pago particular.

O interessante deste aparelho é que dava movimento podendo subir e


descer de rampas, cercas, árvores e alturas, podia se abaixar e levantar, correr,
enfim, tinha uma vida quase que normal, só poderia tirá-lo para tomar banho. O
aparelho foi usado até os 5 anos de idade. Contam meus pais, que voltei a usar
fraldas, era difícil lidar com o aparelho para dormir e para colo.

O uso deste aparelho e a boa indicação clínica e mais o esforço do meus


pais fizeram com que hoje eu me tornasse uma pessoa quase que praticamente
sem sequelas da patologia que tive na infância. Ouço meus pais falarem que se
não tivessem agido logo, hoje eu seria uma pessoa com uma das pernas mais
curtas, as que a gente costuma ver e ouvir “mancos”, além de não só a questão
estética, mais dores e outras consequências que poderia vir a ter.

Costumo acompanhar a doença com exames, de 3 a 5 anos faço uma


revisão na qual sempre aparece que tive Legg-Calvé-Perthes, mas está curada. No
entanto, fui alertada de que se um dia eu engravidar, posso ter dores e problemas
de posição da vertebra na coluna. Há uma diferença de milímetros de uma perna
para outra, que se eu andar ninguém percebe, só se comprova nos exames.

A foto a seguir faz parte do arquivo pessoal da depoente, foi cedida para
nós para compor e completar o depoimento neste livro de estudos.

42
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

FIGURA 18 – FOTO DE CRIANÇA USANDO O APARELHO ATLANTA

FONTE: Arquivo da depoente.

4º relato/depoimento de um rapaz cadeirante – deficiência física.



O relato é de um rapaz que aqui vamos chamar de Bruno, deficiente físico,
com 30 anos e que desde o seu nascimento se tornou um deficiente físico. Filho
de agricultores, o primeiro filho do casal. Num parto demorado e em casa com
parteira, parto complicado, cordão umbilical com várias voltas ao pescoço e no
corpo, principal fator e explicação da deficiência física de Bruno. Porém, hoje nem
sempre os obstetras orientam que o cordão pode trazer problemas as crianças
para as mulheres na hora do parto normal. Mas se o bebê passar muito tempo
sob fluxo sanguíneo reduzido, pode sofrer as consequências da falta de oxigênio
para o cérebro, com complicações neurológicas, o motivo provável da deficiência
de Bruno.

Cresceu com dificuldades no desenvolvimento e desde os primeiros meses


já se conseguiu perceber que a parte motora não ocorria da mesma forma de uma
criança “normal” por exemplo, segurou o pescoço – o tronco até o terceiro mês,
sim isto sim, fez. Mas com problemas aparente no sentar, nem com 6 meses, com
ajuda sentou aos 12 meses e nunca sozinho, sempre com apoio de travesseiros,
caixas, cadeiras e cintos.

Houve inúmeras tentativas de fazer Bruno caminhar também, por parte da


família e de ortopedistas, fisioterapeutas, equipes técnicas de Apaes e entidades
da época, foi testado vários aparelhos ortopédicos, mas Bruno nunca conseguiu.

Em casa ele anda no chão de joelhos e de quatro pés ele consegue,


organizar a casa, andar por ela, interagir sem ser na cadeira de rodas. Fora de
casa anda na cadeira motorizada e de carro com a família, como caroneiro, não
tem carro adaptado.

43
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Perdeu a mãe enquanto ainda era pequeno, foi criado pelo pai e por tias
que sempre deram o apoio. Estudou em escolas públicas onde concluiu até o
ensino médio e não continuou para uma universidade e ou um curso técnico
superior. Fez várias tentativas de trabalho em casa de vendedor de roupas, de
culinária e pela internet de outros produtos, porém não houve muito êxito.
Atualmente, cuida da casa, faz comida e ajuda na instituição de deficiência física
como voluntário.

5º relato/depoimento – “Me tornei um nadador” a história é como um rapaz


deficiente físico se tornou um nadador medalhista do Brasil.

“Minha deficiência física não foi uma escolha, mais se tornar nadador sim,
pelo esforço e pela dedicação de professores de Ed. Física e de treinadores.

A História de RUI começa aos 19 anos, um dia no fundo do poço,


mergulhado nas drogas e nas dívidas por causa das drogas, apanhou tanto numa
briga, um acerto de contas que foi parar numa UTI por vários meses, com lesão
medular se tornou um paraplégico.

A vida segue e Rui muito triste, revoltado, volta a usar drogas e bebidas
por algum tempo, fica doente e só então aceita ajudas e começa o processo
de reabilitação. Volta a estudar no ensino de adulto e consegue em dois anos
concluir o ensino fundamental, em seguida continua estudado e faz o ensino
médio frequentado.

Aos poucos entre recaídas e altas e baixas no mundo das drogas é


convidado para participar dos jogos de pessoas com deficiências e de treinar a
natação, onde sempre gostou muito de nadar antes do acidente e de se tornar
deficiente físico. Começou os treinos em piscina emprestada de clube, professor
voluntário, até suas primeiras premiações. Logo se torna conhecido e consegue
apoio para os treinos e participações em campeonatos e disputadas nacionais, é
reconhecido seu potencial de nadador, consegue bolsas de estudos e entra para a
universidade.

Na universidade, cursa Ed. Física com muito êxito na sua inclusão no


curso, com certeza sua participação traz algo a mais para a formação dos colegas
acadêmicos que convivem com um cadeirante, estes conhecimentos que a inclusão
proporciona, a escola não ensina, mais se aprende na experiência e na prática.

Rui hoje é um campeão nacional em natação ficando entre o primeiro e o


segundo lugar nas disputas, graças a sua garra, a sua determinação e o incentivo
de professores e técnicos que nunca desistiram dele. Não faz mais uso de drogas
já faz muito tempo, está limpo e por onde anda da palestra de motivação de
superação.

44
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

6º relato/depoimento - Do interior para a cidade. Mateus possuí 39 anos, nasceu no


dia 1º de outubro de 1998, ele possuí Paralisia Cerebral congênita, ou seja, desde o
seu nascimento. A Paralisia atingiu seu sistema nervoso, a parte responsável pelo
movimento de suas pernas. Estudou até o 2º grau da escola regular, e iniciou
seus estudos no ensino superior. Atualmente reside em uma cidade com 49 mil
habitantes no oeste de Santa Catarina.

Na época de seu nascimento ele e sua família residiam no interior e viviam


uma vida pacata, porém lá não possuía os recursos necessários para seus cuidados.
Mateus tem também tem um irmão com baixa visão. Diante desses fatos, quando
ele completou 7 anos, seus pais decidiram que o melhor a fazer seria se mudar
para cidade na esperança de encontrar recursos, estudo, oportunidades e ajuda
médica necessário para a vida dele e de seu irmão.

No início, quando começou a frequentar sua vida acadêmica as escolas


ainda não tinham segundos professores e lugares adaptados. Geralmente
precisava de auxilio de seus pais que o carregaram para lá e para cá, para ajudar
a ter acesso à escola. Os dias mais difíceis eram os dias de chuva, seu pai tinha
que segurá-lo nas costas e tinha mais o guarda-chuva para se proteger da chuva.

A vida reservou muitas surpresas, uma delas foi a perda precoce de sua
mãe, como relata com o ditado popular “Quando se perde um pai a casa balança,
quando se perde a mãe a casa caí”. Como seu pai trabalhava fora, ele teve que
se virar sozinho para cozinhar, organizar a casa e cuidar do seu irmão caçula. A
deficiência física nunca o impediu de organizar e encontrar forças dentro de si
para fazer o seu melhor.

Logo que iniciou a vida adulta, ele ressalta que a tarefa mais difícil para
ele, foi encontrar um trabalho. Mesmo diante da lei Nº 8.213, de 24 de Julho de
1991 Art. 93 que determina que:

A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a


preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos
com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência,
habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 empregados......................................................................2%;
II - de 201 a 500..................................................................................3%;
III - de 501 a 1.000..............................................................................4%;
IV - de 1.001 em diante. ...................................................................5%.

Mesmo diante da lei, que determina que a cada tanta quantidade de


funcionários deve ter uma porcentagem de pessoas com deficiências, nem todas
as empresas cumprem com a lei. O que dificultou muito, o entrevistado ainda
comenta que esse fato ocorre devido às pessoas, infelizmente, olharem a sua
deficiência, e não o seu “eu” e sua capacidade.

Sua família continuou a incentivá-lo e continuar procurando emprego.


Foi então que um empresário de uma rede de dois mercados na época em sua
cidade, que hoje já cresceu para três grandes mercados, o contratou para trabalhar.

45
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Ele guarda um grande sentimento por seu ex-chefe, se emocionada a falar dele
destacando que o considera como seu pai, ele trabalhou nessa empresa por 10
anos, onde pode mostrar que uma pessoa com deficiência é capaz e a deficiência
não o impede de ter uma vida normal.

Ele faz parte da Associação de sua cidade, onde tem outras pessoas com
deficiência física. Lá eles se motivam, dividem experiências e recebem atendimento
necessário. Duas vezes por semana, Mateus necessita de sessões de fisioterapia,
uma dessas sessões a associação cede gratuitamente.

No ano de 2018 o mesmo iniciou os estudos no ensino superior, mais uma


grande vitória, era o único menino em uma sala de 30 alunos. Estava cursando
Assistente Social, porém por questões financeiras o mesmo teve que trancar
a faculdade. Emocionado, ele falou que pretende voltar a fazer a faculdade
novamente.

Quando questionado sobre a acessibilidade ele destaca em sua cidade que


possuí 49 mil habitantes, tem muitas coisas que podem ser feitas ainda, mas fica
feliz pela evolução, pois muitas cidades maiores ainda não tem a acessibilidade
que sua cidade possuí. Se tratando da inclusão, ele relata que ainda é uma inclusão
mascarada, pois, as pessoas ainda veem a deficiência, não o convidam para ir nos
lugares passear, conversar entre amigos. O que faz com que sua vida seja um
pouco solitária.

Sua família é a base para sua vida, pois, a família sempre o estimula e
acredita no seu potencial. O que lhe dá forças para continuar sempre, e ir se
desenvolvendo e conquistando novos objetivos de vida.

7º relato/depoimento – Um Amor sem preconceitos

Duara tem 26 anos, nasceu dia 24 de abril de 1992, ela é Deficiente Física e
tem Paralisia Cerebral Congênita.

A mesma relata que no dia de seu nascimento quando sua mãe chegou
ao hospital não tinha médico disponível no local para fazer o atendimento
necessário. Sua única ajuda foi uma enfermeira, sendo assim, houve atraso no
seu nascimento o que ocasionou a paralisia cerebral que afetou sua coordenação
motora e um pouco da sua fala. Nós dia atuais a mesma tem menos dificuldade na
fala por ter passado por um procedimento cirúrgico que a ajudou. Na época, sua
mãe era muito jovem e não tinha conhecimento sobre o que era sua deficiência,
porém, ela foi batalhadora e foi de atrás buscar informações e conhecimentos.

No início de sua vida, ela frequentou a APAE de sua cidade, aonde


foi estimulada desde cedo e foi alfabetizada. Então, quando iniciou o Ensino

46
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

Fundamental I na 1ª série ela frequentava meio período a APAE e meio período a


escola regular. Uma pessoa especializada em cuidar das crianças dessa instituição
percebeu que o cognitivo da mesma não tinha afetado, então, aos 10 anos de idade
a mesma foi desligada da APAE começando a frequentar apenas o ensino regular.

Quem a levava na escola era seu avô, mesmo com problema no coração. O
caminho até a instituição tinha muitos aclives, porém ele nunca desistiu de levar
a sua neta até lá. Com emoção ela lembra que nas subidas ele parava descansar
um pouco, para depois continuar o caminho. Os desafios maiores eram os dias de
chuvas, quando a chuva começava antes de saírem para ir à escola ela infelizmente
tinha que faltar. Quando já estava lá, voltavam para casa na chuva, se molhando.

Ela destaca que foi difícil seu ensino fundamental pelo fato que sofria
bastante bullying. Relembra emocionada de vários acontecimentos. Mas o que
mais lhe marcou, foi quando por duas semanas seguidas, no recreio onde as
salas faziam filas uma do lado das outras, dois meninos no 4º ano chamavam ela
de “alejada e Débil mental” e ainda usavam palavras ofensivas para se referir a
sua mãe. O que a magoava muito, até que um dia a mesma relatou a sua mãe o
que acontecia. Na mesma semana, ela se deslocou a escola e tomou as devidas
precauções.

Até seu 5º ano, ela não tinha segundo professores. Tinha que contar com
a ajuda de colegas, muitas vezes emprestar os cadernos dos amigos para sua mãe
em casa ajudar no registro dos conteúdos. No 6º ano em diante Duara conseguiu
ter uma segunda professora, essa professora ficou mais o menos uns 3 anos como
professora dela. A ajudou juntamente com sua mãe a conseguirem transporte
escolar para o seu deslocamento até a escola.

Outro fato marcante na vida dessa batalhadora, foi que no início de sua
adolescência ela tinha uma amiga inseparável. Sua amiga, chamada Raquel
também era cadeirante e tinha Hidrocefalia. Todo dia se viam na APAE e mesmo
depois que cada uma voltava para sua casa no tempo livre se ligavam e trocavam
mensagens. Mas como na vida nada é constante, ela nos surpreende, as vezes com
altos, as vezes com baixos um dia sua amiga ficou doente e foi para o hospital, o
dreno havia infeccionado, teve que ficar dias internada. A infecção se generalizou
e sua amiga de infância, infelizmente, não resistiu. Depois desse momento ela
sentiu dificuldades para fazer novas amizades. Desde nova também teve que
aprender a lidar com as perdas e que infelizmente as pessoas que amamos,
também por impasses da vida, acabam falecendo.

Já na adolescência, a mesma via suas amigas e colegas de aulas tendo


paixões de adolescência e sendo correspondidas. Ela por sua vez, quando
gostava de alguém, não era correspondida, porque as pessoas não haviam como
a Duara, mas sim como a “cadeirante”, sem compreender que ela também tinha
sentimentos e uma vida amorosa normal.

47
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Ela terminou seu ensino médio em 2011 e iniciou seus estudos do ensino
superior na faculdade, cursando História. Porém, percebeu que não era isso que
queria para sua vida. Mas nunca parou de pensar em retomar seus estudos. Com
esse pensamento em 2015 retomou seus estudos no curso de magistério. Sua mãe
no início tinha receio pelo fato de não se sentir segura em relação aos estágios e
como iriam ocorrer esse processo. Depois de muito dialogo percebeu que tudo
daria certo e foi o que aconteceu, no ano de 2016 se formou no Nível Magistério,
e foi forte, enfrentou bullying, fofocas de colegas que não acreditavam em sua
capacidade por causa da deficiência. Mas sempre mostrando que a Duara era
capaz, e sua deficiência era um detalhe, para quem quer conquistar seus objetivos
na vida.

Como para todos a história de amor acontece, para ela não foi diferente.
Um dia cansada de decepções amorosas e pessoas vivendo mentiras em redes
sociais, ela tomado a decisão de excluir seu facebook. Porém, recebeu uma
solicitação de amizade, na hora que foi excluir a solicitação acidentalmente clicou
na opção “Aceitar”, logo seu novo amigo a chamou para conversar e logo o amor
nasceu. Depois de muitos erros e decepções o amor chegou em sua vida. Ele
não era um príncipe do cavalo branco, como contam os contos de fada, mas era
alguém, que decidiu enxergar a Duara e não a sua deficiência.

Mas esse casal também, sofreu bastante preconceito das pessoas que
vivem e se relacionam no dia a dia. Um dos fatos mais marcantes foi quando
aconteceu um contratempo e por esse motivo tiveram que se mudar para uma
cidade, onde ouve vários julgamentos das pessoas. Em uma dessas ocasiões,
naquela cidade as pessoas acreditavam que todas as pessoas com deficiência
deveriam frequentar a APAE, e a Duara, teve que passar por um médico para
comprovar que não necessita mais frequentar a APAE, mais uma vez as pessoas
agiram com preconceito não vendo a pessoa que ela é sua capacidade.

Hoje em dia eles são casados e fazem a graduação na área de Serviço Social.
Duara e seu esposo moram sozinhos. Ela é coordenadora de uma Associação de
sua cidade, que trabalha com várias pessoas com deficiência física. Uma vez por
semana ela faz fisioterapia e hidroginástica, e duas vezes por semana ainda faz
academia para ter uma vida mais saudável.

Ela busca viver uma vida normal e quebrando o preconceito das pessoas,
ela destaca que ela não quer que as pessoas tenham dó dela, mas sim respeito,
não apenas por ser uma pessoa com deficiência, mas sim pela pessoa que ela é.

48
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

DICAS

O livro conta a história de um menino chamado Paulo, sendo ele cadeirante


paraplégico, consequência de um acidente de carro sofrido com seu pai, que estava dirigindo
bêbado, aos três anos de idade. A casa onde morava havia sido adaptada para ele circular
com a cadeira de rodas em todos os cômodos da casa e ir até a rua.

Paulo morava próximo a sua escola e sempre ia de cadeiras de rodas sozinho, mas
na rua não tinha praticamente nada de acessibilidade e Paulo sofria para andar nas ruas
esburacadas, alguns ajudavam e outros não, zombavam e dificultavam sua passagem.

Paulo tinha alguns bons amigos na escola com os quais sempre saia para fazerem
programas juntos, tais como ir ao cinema, reunirem-se para estudar, conversar e ouvir
músicas.

Um dia aconteceu um incidente em sala de aula com outro amigo, no qual a cadeira
em que ele estava sentado quebrou e todos riram da situação, pois ele caiu no chão, o que
causou espanto e reação do professor que xingou a todos escrevendo no quadro a palavra
“cidadania” perguntando se sabiam o que era a palavra, questionava os alunos e foi dizendo
o que era e os direitos de cada cidadão.

Deste impasse surgiu um documento para a direção da escola comprar cadeiras


personalizadas conforme tamanho e peso dos alunos, principalmente para este que passou
a humilhação de ir para o chão. E a partir deste episódio surgiram outras manifestações de
cidadania na escola.

Paulo e seus amigos junto com o professor movimentaram a cidade toda, com
documentos e pedidos de rampas nos espaços públicos, ônibus adaptados, espaços
reservados a cadeirantes em cinemas, supermercados e outros lugares.

CAPA DO LIVRO

FONTE: <https://www.ciadoslivros.com.br/livros-ferias/garoto-estranho-colecao-universo-
jovem-741327-p619076>. Acesso em: 2 nov. 2018.

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UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

A Uni dica em forma de leitura recomendada neste tópico é do livro Garoto


Estranho, de Aristeo Foloni. Apresentaremos uma resenha desta obra, você pode
ler o livro todo, pois tem na maioria das escolas, foram distribuídos pelo MEC e
são usados para leitura com jovens de 8º a 9º ano e no ensino Médio.

50
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

LEITURA COMPLEMENTAR

A indicação de leitura é a do caderno produzido pelo MEC para um curso


direcionado aos professores que atuam no AEE, o curso foi em EAD. Escolhemos
três páginas para sugerir a leitura complementar. Visto que na deficiência física
está envolvido o sistema nervoso que controla o corpo. O objetivo deste caderno
do MEC foi: Buscar [...] entender a deficiência física, introduzindo o conhecimento
de uma organização básica do Sistema Nervoso – SN, que desempenha uma
função coordenadora de nossas ações, a partir de experiências e aprendizados
(MEC – O Aee deficiência Física, 2007, p. 11).

CONHECENDO O ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Rita Bersch Rosângela Machado

Organização Básica do Nervoso

O papel primário do Sistema nervoso (SN) é coordenar e controlar a maior


parte das funções de nosso corpo. Para fazer isso, o Sistema Nervoso recebe
milhares de informações dos diferentes órgãos sensoriais e, a seguir, integra todos
elas, para depois determinar a resposta a ser executada pelo corpo. Essa resposta
será expressa pelo comportamento motor, atividade mental, fala, sono, busca por
alimento, regulação do equilíbrio interno do corpo, entre outros.

Experiência Sensorial

&

Pensamento das Informações

&

Emissão de Comportamento

Experiências Sensoriais podem provocar uma reação imediata no corpo


ou podem ser armazenadas como memória no encéfalo por minutos, semanas ou
anos, até que sejam utilizadas num futuro controle de atividades motoras ou em
processos intelectuais.

A cada momento somos bombardeados por milhares de informações,


no entanto, armazenamos e utilizamos aquelas que, de alguma forma, sejam
significativas para nós e descartamos outras não relevantes.

51
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Aprendemos aquilo que vivenciamos e a oportunidade de relações e


correlações exercícios, observações, autoavaliação e aperfeiçoamento na execução
das tarefas fará diferença na qualidade e quantidade de coisas que poderemos
aprender no curso de nossas vidas. Conforme explica o documento do Ministério
da Educação (MEC, 2003, p.19):

Piaget Afirma que a inteligência se constrói mediante a troca entre


o organismo e o meio, mecanismo pelo qual se dá formação das
estruturas cognitivas. O organismo com sua bagagem hereditária, em
contato com o meio, perturba-se, desequilibra-se e, para superar esse
desiquilíbrio e se adaptar, constrói novos esquemas (MEC, 2003, p. 19).

E continua o documento...

Dessa maneira, as ações de criança sobre o meio fazer coisas, brincar e


resolver problemas podem produzir formas de conhecer e pensar mais
complexas, combinando e criando novos esquemas, possibilitando
novas formas de fazer, compreender e interpretar o mundo que o cerca
(MEC, 2003, p. 19).

O aprendizado tem início muito precoce. Durante a primeira etapa do


desenvolvimento infantil a criança especializa e aumenta seu repertório de
relações e expressões através dos movimentos e das sensações que estes lhe
proporcionam; das ações que executa sobre o meio; novamente percebida por ela.
Sensações experimentadas, significadas afetiva e intelectualmente, armazenadas
e utilizadas, reutilizadas e percebidas em novas relações e, assim por diante, vão
formando um banco de dados que no futuro será retomado em processamentos
cada vez mais complexos e abstratos.

Camargo (1994, p. 20) citando Piaget diz: “ É a criança cientista, interessada


em relações de causalidade, empírica ainda, mas sempre em busca de novos
resultados por tentativa e erro.” Desta forma podemos dizer que à medida que
a criança evoluiu no controle de sua postura e especializa seus movimentos,
sendo cada vez mais capaz de deslocar-se e aumentar sua exploração no meio,
está lançando as bases de seu aprendizado, seu corpo está sendo marcado por
infinitas e novas sensações.

Lefèvre é também citado por Camargo (1994, p. 17) e diz:

Desde o nascimento, o cérebro infantil está em constante evolução


através de sua inter-relação com o meio. A criança percebe o mundo
pelos sentidos, age sobre ele, e está interação se modifica durante a
evolução, entendendo melhor, pensamento de modo mais complexo,
comportando-se de maneira mais adequada, com maior precisão
práxica, à medida que domina seu corpo (Camargo. 1994, p. 17).

Neste sentido, a criança com deficiência física não pode estar em um


mundo à parte para desenvolver habilidades motoras. É preciso que ela receba os
benefícios tecnológicos e de reabilitação em constante interação com o ambiente
ao qual ela pertence. É muito mais significativo à criança desenvolver habilidades

52
TÓPICO 3 | CONSEQUÊNCIAS DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

de fala e mais significativo à criança desenvolver habilidades da fala se ela tem


com quem se comunicar. Da mesma forma, é mais significativo desenvolver
habilidades de andar se para ela está garantido o seu direito de ir e vir.

O ambiente escolar é para qualquer criança o espaço por natureza de


interação de uns com os outros. É nesse espaço que nos vemos motivadas a
estabelecer comunicação, a sentir a necessidade de se locomover, entre outras
habilidades que nos fazem pertencer ao gênero humano. O aprendizado de
habilidades ganha muito mais sentido quando a criança está imersa em um
ambiente compartilhado que permite o convívio e a participação. A inclusão
escolar é a oportunidade para que de fato a criança com deficiência física não
esteja à parte, realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido.

Plasticidade Neural
Uma das importantes características do Sistema Nervoso é denominada
“Plasticidade Neural”. Mas o que é a plasticidade? É a habilidade de tomar a
forma e funcionamento a partir da demanda ou exigência do meio.

A plasticidade do Sistema Nervoso acontece no curso do desenvolvimento


normal e também em casos de pessoas que retomam seu desenvolvimento, após
sofrerem agressões e lesões neurológicas.

Durante o 1º ano de vida da criança percebemos alterações constantes


de sua expressão motora com progressivo incremento de habilidades. Essa
evolução normal corresponde às aquisições do desenvolvimento motor normal,
determinado filogeneticamente, ao longo da evolução. Sabemos, portanto, que a
qualidade de oportunidades e vivências dessa criança acelerará ou retardará essa
evolução.

O desenvolvimento englobará também interferências de fatores genéticos


e ambientais e neste ponto encontramos diferenciações entre indivíduos e grupos
de indivíduos com características genéticos distintas.

Posteriormente o desenvolvimento evolui para o surgimento de


habilidades, que dependem de aprendizado especifico e por isso acontece
somente naqueles que receberam estímulos próprios para o desenvolvimento
dessa habilidade.

No curso de todo o desenvolvimento humano os fatores ambientais estarão


provocando e instigando o desenvolvimento dos centros neurológicos que vão
se organizando e reorganizando a partir desta demanda. Pessoas que sofreram
lesões neurológicas não fogem desta regra, eles devem então reorganizar seus
sistemas de controles neurais para a retomada de tarefas perdidas ou aprendizado
de outras desejadas.

53
UNIDADE 1 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, CAUSAS, CARACTERÍSTICAS E AS CONSEQUÊNCIAS

Mais o que nunca, a “oportunidade” fará a diferença e precisaremos instigar


através da estimulação os “centros de controle” a reorganizarem-se para assumir
a função da parte lesada. Nesse caso, a quantidade e, mais ainda, a qualidade
de estímulos proporcionados à criança possibilitará o desenvolvimento máximo
de suas potencialidades e isso justifica a importância de criarmos oportunidades
comuns de convivências e desafios para o desenvolvimento.

A abordagem pedagógica para as crianças com deficiência múltipla


na educação infantil enfatiza o direito de ser criança, poder brincar e
viver experiências significativas de forma lúdica e informal. Assegura
ainda o direito de ir à escola, aprender e construir o conhecimento
de forma adequada e mais sistematizada, em companhia de outras
crianças em sua comunidade. (MEC, 2003, p. 12).

A educação infantil, nesse contexto, tem duas importantes funções:


cuidar e educar. Cuidar tem o sentido de ajudar o outro a se
desenvolver como ser humano, atender às necessidades básicas,
valorizar e desenvolver capacidades. Educar significa propiciar
situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagens orientadas de
forma integrada que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os
outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança, e o
acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade
social e cultural (BRASIL, 1998, p. 23 e 24).

Como fica o conhecimento sobre a plasticidade neural no ambiente


escolar? O ambiente escolar promove desafios de aprendizagem. Privar uma
criança ou um jovem dos desafios da escola é impedi-los de se desenvolverem.
Não podemos aprisionar a nossa concepção equivocada de limitação. O estudo
da plasticidade neural vem nos demonstrar que o ser humano é ilimitado e que,
apesar das condições genéticas ou neurológicas, o ambiente tem forte intervenção
nesses fatores. Quanto mais o meio promove situações desafiadoras ao indivíduo,
mais ele vai responder a esses desafios e desenvolver.

OBSERVAÇÃO: O destaque para o livro do MEC sobre deficiência física


direcionado ao trabalho do AEE e com orientações sobre como trabalhar, esclarece
conceitos e traz materias, tiramos apenas algumas páginas para sugerir leitura
e de suma importância para conhecimento e compreensão de como acontece a
neuroplasticidade.

FONTE: MEC (2007, p.15-18), disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/


aee_df.pdf>.

54
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• Ao longo da história, desde os povos espartanos que matavam no nascimento as


crianças com defeitos físicos e outros povos que se não matavam abandonavam
a sua própria sorte, com a dica do filme 300. O filme nos ensina sobre a separação
das crianças com deficiências ao nascimento, provando o que tem na história.

• Na deficiência Física, as patologias podem deixar como consequências perdas


irreversíveis, que vão desde a incapacidade de locomoção (físico-motor,)
restrição de movimentos, controle da coordenação fina. Estes problemas
geralmente encontram-se no cérebro, no caso de um funcionamento não
adequado ao controle dos membros inferiores e superiores.

• Nem toda a deficiência física é definitiva. Existem a deficiência física


temporária, derivada de uma fratura e ou uma cirurgia, podemos dizer que
este sujeito está com uma limitação e voltará para suas condições anteriores; a
deficiência física recuperável, a qual permite uma melhora com um tratamento
correto, como um AVC; a definitiva, mesmo com tratamentos e cirurgias não
haverá melhoras; e a compensável, em que são colocadas próteses, no caso
de amputações (a exemplo de Roberto Carlos), substituição de fêmur, entre
outros.

• Na deficiência física há uma classificação sendo que:


ᵒ Espástica: com partes do corpo rígido e os movimentos quando realizados
são involuntários, (não depende do controle do cérebro);
ᵒ Atetoica: pode apresentar este movimento involuntário;
ᵒ Atáxica: com o tempo/anos na mesma postura pode desenvolver outras
complicações motoras, pressão de órgãos internos, falta de equilíbrio,
de percepção na área tátil, dificuldades de engolir, mastigar, sugar e na
alimentação em geral.

55
AUTOATIVIDADE

Prezado acadêmico, é muito importante você realizar as atividades para


fixação do conteúdo e para que você consiga ir bem nas avaliações, as quais
servem de parâmetros para seus estudos.

1 A deficiência física muitas vezes causa impacto visual aos olhos de quem
vê, pelos recursos como a cadeira de rodas, uma muleta, um andar com
pouco equilíbrio, entre outros. No entanto, existem alguns conceitos que
dizem respeito à acessibilidade e aos preconceitos produzidos na sociedade.
Partindo deste pressuposto, numere as afirmações a seguir.

1 – Superação
2 – Limitação
3 – Preconceitos

( ) As pessoas com deficiências são contratadas pelas empresas somente pelas


leis das contas.
( ) Encontrar possibilidades vivendo com a deficiência física, a família
como suporte, estimulação multissensorial, acompanhamento clínico,
psicológico, fisioterapêutico e educacional.
( ) A pessoa com deficiência física pode ficar impedida de realizar algumas
atividades comuns da vida, dependendo da sua patologia e de seu
comprometimento.
( ) Uma pessoa com deficiência física dificilmente poderá ter filhos.

A sequência de associação CORRETA é:


a) ( ) 1-2-3-1.
b) ( ) 2-3-1-1.
c) ( ) 3-1-2-3.
d) ( ) 2-1-3-3.

2 Existem muitas patologias que levam à deficiência e estamos o tempo


todo falando da “Física” que podem deixar como consequências perdas
irreversíveis, que vão desde a incapacidade de locomoção (físico-motor),
restrição de movimentos, controle da coordenação fina. Estes problemas
geralmente advêm no cérebro, no caso de um funcionamento não adequado
ao controle dos membros inferiores e superiores, como esclarece o documento
do MEC sobre quem é a pessoa com deficiência física. Assinale a resposta
que indica o documento do MEC citado no decorrer do texto.

a) ( ) A deficiência física apresenta-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,


monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia.
b) ( ) […] tipos e definições de deficiência física, refere-se a alteração completa
ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física.
56
c) ( ) A deficiência física se classifica em limitação e impossibilidades na
locomoção.
d) ( ) Diferentes condições motoras que acometem as pessoas comprometendo
a mobilidade, a coordenação motora geral e da fala, em consequência de
lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas, ou más formações
congênitas ou adquiridas.

3 Nem toda a deficiência física pode ser definitiva. Assinale F para as sentenças
falsas e V para as sentenças verdadeiras.

( ) A deficiência física temporária, derivada de uma fratura e ou uma cirurgia,


podemos dizer que o sujeito que a tem está com uma limitação e voltará
para suas condições anteriores.
( ) A deficiência física recuperável, permite uma melhora com um tratamento
correto, como um AVC.
( ) A deficiência física definitiva, mesmo com tratamentos e cirurgias, não
haverá melhoras.
( ) A deficiência compensável, trata-se daquela em que são colocadas próteses,
no caso de amputações.

Assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) F-F-V-V.
b) ( ) V-V-V-V.
c) ( ) V-V-F-F.
d) ( ) F-F-F-F.

4 A deficiência física classifica-se em:

( ) Com partes do corpo rígido e os movimentos quando realizados são


involuntários (não depende do controle do cérebro).
( ) Pode apresentar este movimento involuntário.
( ) Com o tempo/anos na mesma postura pode desenvolver outras complicações
motoras, pressão de órgãos internos, falta de equilíbrio, de percepção na área
tátil, dificuldades de engolir, mastigar, sugar e na alimentação em geral.

Assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) Espástica – Atetoica – Atáxica.
b) ( ) Atetoica – Espástica – Atáxica.
c) ( ) Espástica – Atáxica – Atetoica.
d) ( ) Atetoica – Atáxica – Espástica.

5 Você, acadêmico, deve coletar pelo menos mais um depoimento de alguém


com deficiência física de sua cidade e traga para a sala de aula se puder o
caso para discutir com seus colegas, se tiver oportunidade, convide a própria
pessoa para fazer uma conversa e ou uma palestra em sua sala. Se em seu
curso não for possível, faça para você aprender e compreender através de
uma experiência, também para ter contato com alguém com deficiência física.

57
58
UNIDADE 2

DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO,


AS LEGISLAÇÕES E A
REABILITAÇÃO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os programas de prevenções das deficiências;

• divulgar conscientizando sobre a importância de prevenir;

• desenvolver ações de prevenção no dia a dia para com a deficiência física;

• conhecer as legislações para com a pessoa com deficiência física;

• oportunizar a ampliação do conhecimento para com a reabilitação.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

TÓPICO 3 – A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

59
60
UNIDADE 2
TÓPICO 1

PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 2, neste tópico 1, vamos estudar como podemos fazer a
prevenção da deficiência física sendo antes do nascimento, no momento do
nascimento e após. Discutiremos o que já foi colocado na Unidade 1 sobre as
causas que podem levar a deficiências físicas, mas com foco na prevenção, nas
legislações e na reabilitação.

Faremos um passeio histórico sobre as legislações que amparam e


reconhecem a deficiência física, visitaremos instituições e entidades, hospitais,
como a AACD, que faz um trabalho maravilhoso na reabilitação, conheceremos
recursos que vêm ao encontro da reabilitação.

Assim, prezado acadêmico, procure ter atenção acessando aos vídeos


disponíveis no AVA, aos conteúdos, as atividades e as dicas disponíveis no livro
de estudos, não esqueça que boa parte da formação depende de você, aproveite
todas as oportunidades de aprofundamento teórico que lhes são possibilitadas e
indicadas a cada unidade e tópico.

2 PREVENÇÃO A TODAS AS DEFICIÊNCIAS


Prevenção – significa o Ato ou efeito de prevenir. Disposição ou preparo
antecipado. Modo de ver antecipado (DICIONÁRIO AURÉLIO, 1999, p. 1636).
Assim, vimos a todo instante campanhas fazendo a prevenção, seja nas vacinas,
seja para não dirigir alcoolizado, gravidez indesejada, aconselhamento genético,
entre tantas, na tentativa de prevenir, não deixar acontecer algo que geralmente
não é um fato positivo, há uma consequência vindo muitas vezes de uma
imprudência.

Muitas das deficiências poderiam ser evitadas por cuidados simples,
como dar as vacinas corretamente, ter prudência no trânsito, ponderação no dia
a dia com acidentes em geral.

No Brasil existem muitas campanhas para prevenir as deficiências no


modo geral, pois comprovadamente a maioria destas em torno de 70% poderiam
ser prevenidas de várias formas como discutiremos no decorrer deste tópico.

61
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

3 PENSANDO NA PREVENÇAO DA DEFICIÊNCIA FÍSICA


Se pensarmos que a cada dez pessoas uma tem deficiência, talvez seja um
índice bastante alarmante e nos faça de fato analisar situações e ações que todos
podemos realizar em prol da prevenção e de um índice menor.

“É melhor prevenir do que remediar” é um velho ditado, que quer dizer


que depois que acontece não adianta falar, reclamar, que não tem mais o que fazer
depois que acontece, aconteceu, visto que o custo de depois dar o atendimento e a
orientação é mais alto do que campanhas prevenindo.

Toda a prevenção pode ser uma ação e ou impedimentos de que algo


aconteça. Podemos classificar a prevenção em três níveis, sendo elas: primária,
secundária e terciária.

Na primária afirma que as ações podem ser realizadas para que não
aconteçam algumas deficiências previsíveis, assim como:

Prevenção primária: tem como objetivo promover a melhoria na condição de vida


da população por agências político-sociais de forma a garantir saúde, educação,
trabalho e moradia. Assim, o objetivo é reduzir a incidência de novos casos. A
prevenção primária implica em alterar as condições para um subgrupo particular
considerado como de risco (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE,
2008, p. 3).

Este nível inclui a prevenção principalmente da deficiência intelectual, no


que diz respeito a grupos restritos, por exemplo, moradores de ruas, alcoólatras,
pessoas com doenças contagiosas (sífilis e Aids), pessoas com deficiência
intelectual de origem genética. Alguns cuidados podem ser realizados, como:
aconselhamento genético; programas de imunização; melhora no cuidado de
saúde pré-natal, perinatal e pós-natal.

Na prevenção secundária já está posto o que trouxe de sequelas de uma


deficiência, o que pode ser feito para amenizar e conviver apesar da deficiência.

Prevenção secundária: nesta, a criança já foi exposta às condições adversas e as


intervenções são feitas para reduzir e/ou eliminar a duração ou a severidade dos
seus efeitos (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 4).

No nível secundário as estratégias usadas na prevenção são os exames


do pré-natal e o neonatal, no que diz respeito aos exames no nascimento de
averiguação se há uma deficiência e o encaminhamento para um tratamento
nem que seja paliativo. E nos pré-natais existem muitos recursos, como a
ultrassonografia morfológica, que detecta possíveis anormalidades, em alguns
casos, cirurgias são realizadas ainda no útero da mãe e ajudam na prevenção da
deficiência.

62
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

A prevenção terciária inclui a reabilitação, sobre a qual estaremos


discutindo no tópico 3 desta unidade.

Prevenção terciária: a condição de atraso no desenvolvimento já está instalada


e os investimentos são feitos para minimizar as condições, desenvolvendo ações
que resultem em maior independência e autonomia do indivíduo. A prevenção
terciária visa prevenir complicações da deficiência intelectual e a reabilitação
(CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 5).

É a prevenção que vai cuidar ao longo da vida, a reabilitação estará


presente neste nível. Nesta terciária permite com que a pessoa participe e seja
estimulada a estar nos programas de Educação Especial e serviços especializados
para que a pessoa se torne mais independente e autônoma possível.

Nas prevenções hoje que se tornam muito relevante são as de acidentes


automobilísticos, nos impressiona o número assustador de pessoas que se tornam
com deficiência física devido a acidentes de transito.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes


de trânsito são a principal causa de morte e de sequelas à deficiência física na
faixa etária de 15 a 29 anos de idade. A OMS também alerta sobre a quantidade
de crianças que se tornam deficientes físicos devido aos acidentes de trânsito e
muitas mortes também.

Recomenda dez estratégias para garantir a segurança das crianças nas


estradas. Sendo elas: o controle da velocidade, condições de trafegar sem efeitos
do álcool, uso de capacete (corretos) por ciclistas e motoqueiros, proteção para
as crianças nos veículos (as cadeirinhas), maior visibilidade de que no veículo
tem crianças, monitoramento das vias com as sinalizações corretas, proteção
de impactos caso aja acidentes no próprio carro, atenção com a idade para
dirigir alguns ainda muito jovens, atendimento adequado nos traumatismos
em acidentes e por último, maios vigilância das crianças na beira das estradas.
Com o uso de alguns cuidados poderíamos estar reduzindo o número de vítimas
crianças em acidentes.

Na realidade temos muitas crianças que nascem com alguma patologia e


se tronam uma pessoa com deficiência. Reduzir os acidentes vai fazer com que
reduzimos o número de mortos e de crianças com deficiência, visto que a criança
se torna a mais sensível pelo seu desenvolvimento físico, cognitivo e social, sendo
vulnerável as atitudes de adultos irresponsáveis.

Mesmo com inúmeros recursos na era das tecnologias, os acidentes de
trânsitos tornam-se cada vez mais frequentes e com mais vítimas que ou levam a
óbito ou adquirem uma deficiência, principalmente física, decorrente do trânsito.

63
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Mas outro fator que está chamando muita atenção dos brasileiros é o uso
do celular enquanto dirige, tirando toda concentração importante para o dirigir
com cautela e responsabilidade.

Em se tratando de moto, as mortes ou lesões graves são quase sempre


certas, em função da exposição direta do corpo ao impacto, sendo a motocicleta
é o veículo mais perigoso do mundo, por exigir do condutor equilíbrio e
atenção. Porém por ser de fácil acesso, tanto de compra, quanto de manter com
o combustível, é comum este veículo transitar livremente e na grande proporção
sem habilitação.

As lesões vitimadas dos acidentes e que levam à deficiência física são as


paraplegias e tetraplegias e os principais motivos são colisão, capotagem, choques
em objetos fixos e atropelamentos.

Além dos acidentes de trânsito, como discutimos e trouxemos dados, que


estes se enquadram no grande vilão da deficiência física e na constante prevenção
para que os mesmos diminuam e ou não aconteçam.

Mas a prevenção da deficiência deve estar baseada na realidade


socioeconômica e cultural das comunidades. Segundo a Coordenadoria Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (BRASIL, CORDE, 1994
p. 24), “as ações preventivas devem ser executadas sempre com baixo custo e
dependem do grau de participação e de organização das pessoas, além da
integração entre os diversos serviços oferecidos à população”.

Os programas que trabalham com a prevenção nos mostram que dependem


muito das ações e dos resultados destas, da análise que se levanta em termos de
comunidade e da realidade envolvida. Sendo que as estatísticas mostram, por
exemplo, que cerca de 70% das deficiências poderiam ser evitadas se houvesse
políticas mais apropriadas e maior envolvimento comunitário. (BRASIL, CORDE,
1994, p. 116).

No que trata a Prevenção de Deficiências, no documento que esclarece


do sistema único de saúde – o SUS, o qual nos apresenta as seguintes definições:

Prevenção compreende ações e medidas orientadas a evitar as causas


das deficiências que possam ocasionar incapacidade e as destinadas a
evitar sua progressão ou derivação em outras incapacidades.
(Decreto nº 3.298/99) A prevenção pode incluir muitos e diferentes
tipos de ações como: cuidados primários da saúde, puericultura,
pré-natal e pós-natal, educação em matéria de nutrição, campanhas
de vacinação contra doenças transmissíveis, medidas contra doenças
endêmicas, normas e programas de segurança para evitar deficiências
e doenças profissionais, e a prevenção das deficiências resultantes
da combinação do meio ambiente ou causada por conflitos armados.
Dados revelam que 40% dos casos graves de deficiência mental e 60%
das deficiências visuais podem ser evitados por medidas preventivas.
As ações de prevenção estão vinculadas diretamente ao trabalho das
Equipes de Saúde da Família, as quais deverão ter, em sua formação,

64
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

profissionais também capazes de contribuir com a identificação de


pessoas com doenças incapacitantes e/ou com deficiências já instaladas.
A atenção básica é também desenvolvida por meio das visitas dos
agentes comunitários às famílias, para realização do acompanhamento
de crianças, adultos, gestantes e idosos (BRASIL, 2008, p. 9).

Percebemos que há uma distinção no atendimento das pessoas com
deficiências na rede do SUS, mas em termos de prevenção, o que existe são
os testes, como o do pezinho, da orelhinha, do olhinho, estes ajudarão como
parâmetros para dar os devidos encaminhamentos se acaso a criança tiver algum
indício de alguma deficiência, tem tempo hábil de tratamento.

UNI

A IMPORTÂNCIA DAS VACINAS E AS DOENÇAS INFANTIS

A revista da Unimed nos esclarece sobre a vacina e os tipos de doenças e o que


previne as deficiências.

Muitas vacinas podem evitar e até extinguir algum tipo de deficiência, como é o
caso da Poliomelite, prevenida por vacinas realizadas em várias doses por gotinhas na boca
da criança, e que é uma patologia viral que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou
total. É causada pela infecção pelo poliovírus. O vírus se espalha por contato direto pessoa
a pessoa, por contato com muco, catarro ou fezes infectadas. Veremos outras doenças e
outras vacinas em texto da Unimed, como leitura complementar, a seguir.

VOCÊ CONHECE A HISTÓRIA DA VACINA? VIVER BEM – Cobertura vacinal Unimed

A vacina surgiu em um importante momento histórico de combate à varíola, uma


das doenças mais temidas no mundo no século XVIII, com taxa de mortalidade em torno de
10 a 40%.

A descoberta de que os sobreviventes não contraíam a doença novamente trouxe


à tona a ideia de provocar a enfermidade de forma branda para evitar que ela fosse contraída
de maneira mais potente. Essa prática ficou conhecida como variolação e acredita-se que ela
tenha surgido inicialmente entre os chineses, mas era conhecida por diversos povos da África
e da Ásia, como os hindus, egípcios, persas, circassianos, georgianos e árabes.

Em 1798, vieram a público as investigações feitas pelo médico inglês Edward


Jenner.

Por longos anos, ele observou que ordenadores que haviam sido contaminados
pela cowpox, doença branda semelhante à varíola que atingia gados, eram imunes à varíola.
Mesmo sendo infectadas pelo vírus, estas pessoas se mantinham refratárias à doença.

Jenner inoculou um garoto de oito anos com o pus retirado da pústula (crosta
cheia de pus formada sobre a pele do doente) de uma ordenadora que sofria com a
doença. O garoto contraiu uma infecção extremamente benigna e, dez dias depois, estava
recuperado.

65
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Em pouco tempo o processo passou a ser adotado mundialmente. Em 1800, a


Marinha britânica passou a utilizar vacinação. No Brasil, a vacina chegou em 1804, trazida
pelo Marquês de Barbacena.

Em 1956 ocorreu o primeiro projeto de erradicação global de uma doença,


patrocinado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Quatro anos depois, a varíola já não
era mais encontrada nos países industrializados, e uma organização sólida permitiu que em
1977 se estabelecesse o primeiro e único episódio de erradicação de uma doença infecciosa
humana em escala planetária.

Até hoje vacinação em massa tem possibilitado o controle da disseminação de
várias outras doenças infecciosas.

A importância da vacina

A vacina é uma importante aliada no controle, combate e eliminação de doenças,


pois protege não apenas quem a recebe, mas também a comunidade como um todo. Isso
significa que quanto maior o número de pessoas protegidas pela vacina, menor será a chance
de qualquer indivíduo de uma comunidade – vacinado ou não – ser contaminado.

No Brasil, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Imunizações (PNI),
que se destaca entre os melhores programas de imunização do mundo com atuação na
ampliação da prevenção, no combate ao controle e erradicação de doenças, além de
disponibilizar diversas vacinas à população.

Atualmente, o Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas à


população, disponibilizando mais de 300 milhões de doses anuais, sendo 43 tipos diferentes
de imunobiológicos: 26 vacinas, 13 soros heterólogos (imunoglobulinas animais) e quatro
soros homólogos (imunoglobulinas humanas), utilizados na prevenção e/ou tratamento de
doenças.

As campanhas nacionais de vacinação resultaram na eliminação da varíola, em


1973, da poliomielite, em 1989. Além disso, o programa de vacinação controla o tétano
neonatal, as formas graves da tuberculose, a difteria, o tétano acidental e a coqueluche.

O papel da vacina na prevenção de doenças no Brasil

O Programa Nacional de Imunizações tem trabalhado para erradicar e controlar


doenças, tais como o tétano neonatal, formas graves da tuberculose, difteria, tétano acidental
e coqueluche.

Para tanto, realiza três campanhas fixas por ano contra a Poliomielite, Influenza e
atualização da caderneta de vacinação focando os grupos prioritários.

O esforço para imunizar a população está dando resultados. O Brasil alcançou a


erradicação da poliomielite e da varíola, e a eliminação da circulação do vírus autóctone do
sarampo, desde 2000, e da rubéola, desde 2009.

Também foi registrada queda acentuada nos casos e incidências das doenças
imunopreveníveis, como as meningites por meningococo, difteria, tétano neonatal, entre
outras.

Doenças muito graves podem ser evitadas com a vacinação. Por isso, é essencial
seguir o calendário de vacinação em todas as faixas de idade, com objetivo de estimular o
sistema imunológico e produzir anticorpos para proteger o organismo de vírus e bactérias.

66
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

Grande parte da população crê que a vacina é obrigatória apenas para crianças,
mas é importante ressaltar que a carteira de vacinação deve ser mantida em dia em todas as
idades para evitar o retorno de doenças já erradicadas, o cuidado deve ocorrer principalmente
na infância, já que recém-nascidos não possuem imunidade (proteção formada), o que os
deixa mais suscetíveis a contrair doenças.

Nesse contexto, é necessário estar atento às atualizações da caderneta de


vacinação de crianças entre 0 e 5 anos, bem como adolescentes, adultos e idosos em relação
a cinco tipos diferentes de vacinas contra a hepatite B, febre amarela, difteria, tétano, sarampo,
rubéola e caxumba e o vírus da gripe, Influenza.

Em 2014, o Ministério da Saúde determinou a vacinação contra o Papiloma Vírus
Humano (HPV) em adolescentes de 9 aos 13 anos.

Para as gestantes, existem quatro vacinas disponíveis no Calendário Nacional de
Vacinação, que protegem tanto a mãe quanto o recém-nascido. São elas: influenza, hepatite
B, dupla adulto e dTpa contra a hepatite, difteria, tétano e coqueluche.

Quais doenças podem ser prevenidas pela vacinação? Veja, abaixo, algumas
das doenças prevenidas por vacina:

Poliomielite: doença contagiosa, provocada por vírus e caracterizada por paralisia súbita
geralmente nas pernas.

Tétano: infecção, causada por uma toxina (substância tóxica) produzida pelo bacilo tetânico,
que entra no organismo por meio de ferimentos ou lesões na pele (tétano acidental) ou
pelo coto do cordão umbilical (tétano neonatal ou mal dos sete dias) e atinge o sistema
nervoso central. Caracteriza-se por contrações e espasmos, dificuldade em engolir e rigidez
no pescoço.

Coqueluche: doença infecciosa, que compromete o aparelho respiratório e se caracteriza por


ataques de tosse seca. É transmitida por tosse, espirro ou fala de uma pessoa contaminada.
Em crianças com menos de seis meses, apresenta-se de forma mais grave e pode levar à
morte.

Haemophilus influenzae tipo B: é uma bactéria que causa um tipo de meningite (inflamação
das meninges, membranas que envolvem o cérebro), sinusite e pneumonia. A doença mais
grave é a meningite, com início súbito de febre, dor de cabeça intensa, náusea, vômito e
rigidez da nuca (pescoço duro).

Sarampo: doença muito contagiosa, causada por vírus que provoca febre alta, tosse, coriza
e manchas avermelhadas pelo corpo. É transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirro ou
fala, especialmente, em ambientes fechados.

Rubéola: doença muito contagiosa, provocada por um vírus que atinge principalmente
crianças e provoca febre e manchas vermelhas na pele. É transmitida pelo contato direto
com pessoas contaminadas.

Caxumba: doença viral, caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais
glândulas responsáveis pela produção de saliva na boca (parótida). Caso ela “desça” – em
homens – pode causar inflamação nos testículos deixando-os inférteis. Nas mulheres pode
ocorrer infertilidade devido à inflamação dos ovários. É transmitida pela tosse, espirro ou fala
de pessoas infectadas.

67
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Febre amarela: doença infecciosa, causada por vírus transmitido por vários tipos de
mosquito. O Aedes Aegypti pode transmitir a doença, causando a febre amarela urbana,
o que, desde 1942, não ocorre no Brasil. A forma da doença que ocorre no País é a febre
amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e o Sabethes, em regiões fora
das cidades. É uma doença grave, que se caracteriza por febre repentina, calafrios, dor de
cabeça, náuseas e leva a sangramento no fígado, no cérebro e nos rins, podendo, em muitos
casos, causar a morte.

Difteria: causada por um bacilo, produtor de uma toxina que atinge as amídalas, a faringe, o
nariz e a pele, onde provoca placas branco-acinzentadas.

Hepatite B: doença causada por vírus que provoca mal-estar, febre baixa, dor de cabeça,
fadiga, dor abdominal, náuseas, vômitos e aversão a alguns alimentos. O doente fica com a
pele amarelada. A Hepatite B é grave porque pode levar a uma infecção crônica (permanente)
do fígado e, na idade adulta, levar ao câncer de fígado.
Encontre mais conteúdos para o seu bem-estar em <www.unimed.coop.br/viverbem>.

Caros acadêmicos, durante todos os tópicos, estivemos dando dicas


de filmes maravilhosos, pedimos com muito carinho, para que vocês assistam
e compartilhem, comentem entre os colegas de sala e com a comunidade onde
você está inserido. Faça um grupo, ou assista com sua família, o filme é bastante
relevante e importante, pois apresenta o outro lado da deficiência e os desafios
que a vida de um cadeirante é imposto todo dia.

68
TÓPICO 1 | PREVENÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS FÍSICAS

DICAS

A dica é para você, acadêmico, assistir ao filme Intocáveis (2012).


O filme conta a história de Philippe, um homem rico que, após sofrer um grave acidente, fica
tetraplégico. Precisando contratar um assistente, sua história cruza com a de Driss, jovem
de baixa renda e sem nenhuma experiência na função de cuidador. O percurso trilhado
pelos dois é de aprendizagem mútua. Driss contribui para a retomada da identidade e da
autoestima de Philippe a partir de um trabalho que mostra o cuidado com as deficiências,
mas também uma atenção ímpar com as potencialidades envolvidas.

FONTE: <http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQQL22zMkQfWk8d8gVo6K3qCUm
jO-yLHPEbnMtmroovs-cXhXI4>. Acesso em: 18 dez. 2018.

69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Em relação à prevenção da deficiência, medidas simples podem mudar a


história de muitas vidas. E podemos citar os três níveis de prevenção, que são
a primária, a secundária e a terciária.

ᵒ Prevenção primária: ela tem como objetivo promover a melhoria na condição


de vida da população por agências político/sociais de forma a garantir saúde,
educação, trabalho e moradia. Assim sendo, o objetivo é reduzir a incidência
de novos casos. A prevenção primária implica em alterar as condições para
um subgrupo particular considerado como de risco (CORDE, 2004 apud
OLIVEIRA; GIROTO; OMODE, 2008, p. 3).
ᵒ Prevenção secundária: onde nesta, a criança já foi exposta às condições
adversas e as intervenções são feitas para reduzir e/ ou eliminar a duração
ou a severidade dos seus efeitos. (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO;
OMODE, 2008, p. 4).
ᵒ Prevenção terciária: onde a condição de atraso no desenvolvimento já
está instalada e os investimentos são feitos para minimizar as condições,
desenvolvendo ações que resultem em maior independência e autonomia do
indivíduo. A prevenção terciária visa prevenir complicações da deficiência
intelectual e a reabilitação (CORDE, 2004 apud OLIVEIRA; GIROTO;
OMODE, 2008, p. 5).

• As vacinas surgem em um importante momento histórico de combate à


varíola, uma das doenças mais temidas no mundo no século XVIII, com taxa
de mortalidade em torno de 10 a 40%.

• A vacina é uma importante aliada no controle, combate e eliminação de


doenças, pois protege não apenas quem a recebe, mas também a comunidade
como um todo. Isso significa que quanto maior o número de pessoas protegidas
pela vacina, menor será a chance de qualquer indivíduo de uma comunidade –
vacinado ou não – ser contaminado.

• No Brasil, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Imunizações


(PNI) que se destaca entre os melhores programas de imunização do mundo
com atuação na ampliação da prevenção, no combate ao controle e erradicação
de doenças, além de disponibilizar diversas vacinas à população.

• O esforço para imunizar a população está dando resultados. O Brasil alcançou


a erradicação da poliomielite e da varíola, e a eliminação da circulação do vírus
autóctone do sarampo, desde 2000, e da rubéola, desde 2009. Também foi registrada
queda acentuada nos casos e incidências das doenças imunopreveníveis, como
as meningites por meningococo, difteria, tétano neonatal, entre outras.
70
AUTOATIVIDADE

As atividades têm como objetivo de revisão do conteúdo já estudado no


tópico. Portanto é importante que você as faça para aprender e para revisar os
conteúdos, o que ajudará no momento das provas.

1 A prevenção é importante pois ela antecipa um acontecimento ajudando


a conscientização e a sensibilização de muitos para com ações e atitudes
no dia a dia. Sendo assim, assinale a alternativa que melhor define o que é
prevenir.

a) ( ) Prevenção é o aviso para que não aconteça.


b) ( ) Prevenir e acatar as consequências e fazer o melhor que puder para a
autonomia.
c) ( ) Prevenção são ações antecipadas para que não aconteça o pior.
d) ( ) Significa o Ato ou efeito de prevenir. Disposição ou preparo antecipado.
Modo de ver antecipado

2 Entre os níveis de prevenção, encontramos a primária, a secundária e a


terciária. Segundo as definições, relacione os conceitos referentes a cada um
destes níveis.

A – Prevenção Primária
B – Prevenção Secundária
C – Prevenção Terciária
D – Primária, Secundária e Terciária

( ) A condição de atraso no desenvolvimento já está instalada e os investimentos


são feitos para minimizar as condições, desenvolvendo ações que resultem
em maior independência e autonomia do indivíduo.
( ) Nesta, a criança já foi exposta às condições adversas e as intervenções
são feitas para reduzir e/ou eliminar a duração ou a severidade dos seus
efeitos.
( ) Tem como objetivo promover a melhoria na condição de vida da população
por agências político/sociais de forma a garantir saúde, educação, trabalho
e moradia. Assim sendo, o objetivo é reduzir a incidência de novos casos.
( ) A prevenção primária implica em alterar as condições para um subgrupo
particular considerado como de risco. Reduz os efeitos e trabalha dentro
das possibilidades. A prevenção terciária visa prevenir complicações da
deficiência intelectual e a reabilitação.

Assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) A-B-C-D
b) ( ) C-A-B-D
c) ( ) C-B-A-D
d) ( ) C-B-D-A
71
3 Sobre a origem das vacinas, as quais surgiram no século XVIII para o
combate à varíola. No seguir dos tempos, surgem estudos e novas vacinas,
as quais vêm sendo cada vez mais pesquisadas e usadas em todo o mundo,
sendo a vacina uma aliada no combate e eliminação de doenças, não só
pelos que são vacinados, mais acaba protegendo a comunidade no geral.
Assinale F para as respostas falsas e V para as respostas verdadeiras sobre
as vacinas.

( ) Proteção contra as formas graves da tuberculose, doença contagiosa,


produzida por bactéria que atinge principalmente os pulmões e que, se não
tratada, pode provocar sérios problemas respiratórios, emagrecimento,
fraqueza e até levar à morte.
( ) Combinação da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), feita com
bactérias mortas e produtos de bactérias (toxinas), com a vacina contra
Haemophilus Influenzae tipo b (Hib), produzida com substâncias da parede
da bactéria.
( ) A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, coqueluche é
uma doença infecciosa, que compromete o aparelho respiratório (traqueia
e brônquios) e se caracteriza por ataques de tosse seca. É transmitida por
tosse, espirro ou fala de uma pessoa contaminada. Em crianças com menos
de seis meses, apresenta-se de forma mais grave e pode levar à morte.
( ) O sarampo é uma doença muito contagiosa, causada por um vírus que
provoca febre alta, tosse, coriza e manchas avermelhadas pelo corpo. É
transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirro ou fala especialmente em
ambientes fechados. Facilita o aparecimento de doenças como a pneumonia
e diarreias e pode levar à morte, principalmente em crianças pequenas.

Assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) F-F-V-V.
b) ( ) V-V-V-V.
c) ( ) V-V-V-F.
d) ( ) F-V-F-V.

72
UNIDADE 2 TÓPICO 2
LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA
FÍSICA

1 INTRODUÇÃO
Discutiremos, dando continuidade neste tópico 2 da Unidade 2, sobre
a legislação que se refere à Educação Especial no geral e na deficiência física,
levantaremos vários pontos sobre a acessibilidade, a qual compromete a todos
no geral, seja o comércio, sejam órgãos públicos e até mesmo condomínios e
residências particulares, pois sendo na terceira idade e/ ou com pessoas com
deficiências físicas, poderá ser de grande utilidade para a vida de pessoas sem
deficiência a uma gestante, a uma pessoa obesa, idosa, entre outras.

Apresentaremos neste tópico as leis e decretos que embasam os direitos


das pessoas com deficiência, ressaltando a deficiência física que trata os nos
estudos.

Veremos muitos direitos e responsabilidades da sociedade, a princípio, na


Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), acessibilidade é a:

(…) possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança


e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus
sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações
abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto
na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida (...) (BRASIL, 2015, p. 14).

Conhecer nossos direitos e o que diz respeito ao acesso, os quais só


se concretizaram através da obrigatoriedade sob forma das Leis. Por isso
da importância do conhecimento e da divulgação deste, visto que a maioria
dos acadêmicos, senão a todos que terão acesso a este livro e a disciplina de
deficiência física, devem ser professores e ou futuros professores e ainda ligados
a área da Educação Especial. Destacando que o conhecimento da legislação se
torna imprescindível, visto que nos auxilia a termos base legal e de direitos de
igualdade do acesso à vida social, ao mundo do trabalho e ao educacional.

Vamos aos estudos!

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

2 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA


VOLTADA À DEFICIÊNCIA FÍSICA
Encontramos os direitos da acessibilidade e muitos outros em outras
áreas, por exemplo, a acessibilidade, os quais estão assegurados a todos os
cidadãos brasileiros a partir da Constituição Federal (BRASIL, 1988), a qual nos
garante o direito de ir e vir, segue nos demais artigos 5º sobre a locomoção que
estabelece que: “XV – (…) é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
sair com seus bens”.

O artigo 227 define que: “§ 2º – A lei disporá sobre normas de construção


dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de
transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras
de deficiência” e o artigo 244 define que a lei disporá sobre a adaptação dos
logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo
atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas com
deficiência (CREA, 2017, p. 11).

Hoje não se deveria mais discutir sobre normas, já que seria normal um
estudante sair da universidade com este conceito formado e internalizado, sem
sombras de dúvidas o desenho universal é a solução.

Temos as leis federais, como a 10.048 e a 10.098, de 2000, as quais


estabeleceram normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade
das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, temporária ou
definitivamente. A Lei no 10.048, de 2000, vem tratar do atendimento prioritário e
de acessibilidade nos meios de transportes e inova ao introduzir penalidades ao seu
descumprimento; a Lei no 10.098, de 2000, subdivide o assunto em acessibilidade
ao meio físico, aos meios de transporte, na comunicação e informação e em ajudas
técnicas.

Um decreto muito importante e que regulamenta a 10.048 e a 10.098


de 2000 é o Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, o qual vem definir a
implementação da acessibilidade de um modo geral, sendo:

(…) que definiu critérios mais específicos para a implementação da


acessibilidade arquitetônica e urbanística e aos serviços de transportes
coletivos. No primeiro caso, no que se refere diretamente à mobilidade
urbana, o decreto define condições para a construção de calçadas,
instalação de mobiliário urbano e de equipamentos de sinalização
de trânsito, de estacionamentos de uso público; no segundo, define
padrões de acessibilidade universal para “veículos, terminais, estações,
pontos de parada, vias principais, acessos e operação” do transporte
rodoviário (urbano, metropolitano, intermunicipal e interestadual),
ferroviário, aquaviário e aéreo (CREA, 2017, p. 11).

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TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

Este decreto vem regulamentar as duas leis da acessibilidade e assim


inova todos os conceitos que até então estavam de certa forma garantidos na
Constituição, porém não discriminados como aparece no decreto.

A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência


foi incorporada à legislação brasileira em 2008. No congresso em 2008, o
Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
adotada pela ONU, bem como seu Protocolo Facultativo. O documento obteve,
assim, equivalência de emenda constitucional, valorizando a atuação conjunta
entre sociedade civil e governo, em um esforço democrático e possível. Deste
documento surgiu o minilivro e a distribuição fora gratuita. Sobre a deficiência
física, o decreto 6949/2009 prevê medidas como o direito de todas as pessoas a
acessibilidade em todos os espaços:

O artigo 9 da Convenção da ONU sobre os direitos da pessoa com


deficiência, transformada em emenda constitucional pelo Decreto
6949/2009, prevê a adoção de medidas apropriadas para assegurar o
acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao
meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, bem como
a outros serviços e instalações abertos ao público, tanto na zona
urbana quanto na zona rural. Inclui a identificação e a eliminação de
obstáculos e barreiras à acessibilidade, devendo ser aplicadas, entre
outros, a edifícios, rodovias, meios de transporte e outras instalações
internas e externas, inclusive escolas, moradia, instalações médicas
e local de trabalho, e informações, comunicações e outros serviços,
inclusive serviços eletrônicos e serviços de emergência (CREA, 2017,
p. 11).

O artigo 9 da convenção acabou virando Lei.

Os exemplares destes minilivros foram distribuídos em grande proporção


em todo o Brasil, as Tiragens: 15.000 exemplares - 1ª Edição (2008) Tiragem: 4.000
exemplares - 2ª Edição Revista e Atualizada (2010). Tiragem: 20.000 exemplares
- 3ª Edição Revista e Atualizada (2010). Tiragem: 20.000 exemplares - 4ª Edição
Revista e Atualizada (2011).

FIGURA 1 – MINILIVRO DE CAPA BRANCA

FONTE: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/
convencaopessoascomdeficiencia.pdf>. Acesso em 25 jan. 2019.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Dentre tantas leis, cabe destacar que a década de 2000 foi a mais promissora
de todas as que já passamos, lógico que podemos pensar também que tudo fora
uma construção anterior aos anos 2000 e de certa forma foi, mas seu esplendor
aconteceu nesta década. Uma Lei federal, a LBI – Lei Brasileira de Inclusão, traz
novamente a cidadania e o respeito, a inclusão social e a igualdade de direito de
todos.

Lei Federal nº 13.146, 6 de julho de 2015: institui a Lei Brasileira de


Inclusão da Pessoa com Deficiência. A LBI, Lei Brasileira de Inclusão,
tem como base a Convenção da Organização das Nações Unidas
(ONU) e é destinada a assegurar e a promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
por pessoa com deficiência, visando sua inclusão social e cidadania
(CREA, 2017, p. 13).

Muitos avanços significativos ocorreram principalmente referentes


à acessibilidade, mas vimos no último ano de 2018, alguns apontamentos
de retrocessos, tanto em nível federal como em alguns estados brasileiros.
Comentaremos na próxima unidade sobre as ameaças que rondam o sistema
brasileiro de Educação Especial.

3 LEIS VOLTADAS À ACESSIBILIDADE


Quanto ao conceito de acessibilidade, segundo a própria Lei 10.098, de
dezembro de 2000, no artigo 2º, apresenta a “acessibilidade como a possibilidade
e condição de alcance para utilização”, nesta utilização seria o uso de verdade dos
locais e dos objetos dos instrumentos em geral e com “segurança e autonomia, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e
dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou
com mobilidade reduzida” (BRASIL, 2000, p. 3).

Quando se fala em acesso, também é evidente que se não há acesso é


porque temos barreiras, estas “barreiras” podem ser, neste caso, arquitetônica, de
comunicação, de qualquer impedimento, seja de acesso à informação, em geral.
A Lei 10.098, de dezembro de 2000, conceitua as barreiras das seguintes formas:

Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o


acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das
pessoas, classificadas em:
a) barreiras arquitetônicas urbanísticas: as existentes nas vias públicas
e nos espaços de uso público.
Ex.: Falta de rampa de acesso para cadeirantes nas vias públicas;
Falta de calçadas com guias para portadores de deficiência visual.
b) barreiras arquitetônicas na edificação: as existentes no interior dos
edifícios públicos e privados.
Ex.: Falta de banheiros com portas largas, que permitam o acesso
para cadeirantes; Falta de rampas de acesso para cadeirantes em
estabelecimentos públicos e privados.
c) barreiras arquitetônicas nos transportes: as existentes nos meios de
transportes.

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TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

Ex.: Coletivos urbanos que não possuem elevador para cadeirantes.


d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que
dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens
por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não
de massa. (BRASIL, 2000, p. 1).

Na nova redação, na Lei 13.146, de 2015, há algumas mudanças nesses


conceitos com acréscimos sempre para melhorar as condições e garantir direitos,
pois esta lei, no 13.146, de 2015, é a última versão e com nova redação das demais
leis de 2000 até a data de 2015, assim como os decretos. Assim estabelece que:

Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados
pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186, de
9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto
no § 3o do art. 5o da Constituição da República Federativa do Brasil,
em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto
de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009,
data de início de sua vigência no plano interno (BRASIL, 2015. p. 1).

Então, revisando e resumindo, as leis que vão tratar da acessibilidade são


a Constituição Brasileira, no artigo 5º, as Leis no 10.098 e 10.048, de 2000, onde
encontramos também os decretos de 2008 e 2009, e por último, esta de 2015, a Lei
15.146.

Porém, percebemos que mesmo existindo as leis que dão o suporte legal
para que os órgãos públicos façam a cobrança, ainda vimos que no dia a dia dos
espaços urbanos, seguidos da estrutura das cidades as quais não foram projetadas
e sim surgiram de pequenas vilas, a maioria fora de padrão da acessibilidade e
das leis e normas que asseguram a inclusão das pessoas com deficiências nos
espaços principalmente físicos.

Assim faz o alerta na cartilha da acessibilidade de SC, que por meio do


CREA foi criada para esclarecer e a que todos tenham acesso, pensando nos
estudantes e futuros engenheiros e arquitetos. A qual destaca que:

As barreiras arquitetônicas são impostas por projetos equivocados, e


também por execuções inadequadas, por falta de conhecimento, de
manutenção e principalmente fiscalização, do projetado e efetivamente
executado. A inclusão social não é resultado de doações, ela busca o
compromisso pessoal e atitudinal para melhorar a vida da sociedade
como um todo, o direito à dignidade plena. A falta de conhecimento
da sociedade que a todos envolve, reforça ainda mais os critérios de
acessibilidade. Não apenas como atendimento à Legislação vigente,
mas como a necessidade de direitos iguais ao uso dos equipamentos
urbanos, aos acessos de espaços públicos. Não se trata de sensibilizar
as pessoas, mas conscientizá-las, principalmente os profissionais
que necessitam apresentar a técnica na qual foram agraciados pelo
conhecimento e do saber científico (CREA, 2017, p. 9).

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Em todos os setores existem os profissionais habilitados para as funções,


porém ainda em nível municipal encontramos alguns poucos comprometidos
com o seguimento das normas e projetos. É necessário estes projetos estarem
sempre pensados em todos os níveis de acessibilidade, tornar-se “normal” um
projeto, uma edificação dentro das normas. Sendo assim, se cumpre ao decreto
5.296/04.

(…) cumprimento ao Decreto Federal nº 5.296/04, a concepção e a


implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos devem atender
aos princípios do desenho universal, tendo como referências básicas as
normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislação específica e as
regras contidas neste Decreto. Da mesma forma, a construção, reforma
ou ampliação de edificações de uso público ou coletivo, ou a mudança
de destinação para estes tipos de edificação (CREA, 2017, p. 9).

No que se refere ao desenho universal, está embasado em sete princípios:

IGUALITÁRIO - Uso equiparável (para pessoas com diferentes


capacidades);
ADAPTÁVEL - Uso flexível (com leque amplo de preferências e
habilidades);
ÓBVIO - Simples e intuitivo (fácil de entender);
CONHECIDO - Informação perceptível (comunica eficazmente a
informação necessária) SEGURO - Tolerante ao erro (que diminui
riscos de ações involuntárias);
SEM ESFORÇO - Com pouca exigência de esforço físico;
ABRANGENTE - Tamanho e espaço para o acesso e o uso
(GABRILLI, 2016, p. 4).

Se fossem seguidos os princípios do desenho universal nos que se refere


aos projetos de modo geral, onde haverá a acessibilidade, onde especifica, por
exemplo, no igualitário contemplaria a todos, as pessoas com deficiências,
o obeso, a gestante. E assim os demais princípios, se respeitados, estariam no
desenho universal.

Voltando à discussão do Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009, em


que é promulgada a Convenção Internacional sobre Direitos das Pessoas com
Deficiência e Protocolo facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março
de 2007. Não podemos esquecer a grande participação do Brasil em legalizar de
fato estes direitos das pessoas com deficiências ao acesso em todos os sentidos.
Vejamos uma parte desta constituição no Preâmbulo (na introdução), no artigo 1.
Acordaram entre os estados e países, no artigo 1, o Propósito

- O propósito da presente Convenção é promover, proteger e


assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos
e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e
promover o respeito pela sua dignidade inerente.
- Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as
demais pessoas (BRASIL, 2009, p. 2).

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TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

No objetivo maior que era, sem dúvida, de assegurar os direitos equitativos,


isto é, algo justo e de igual valor e preocupação para com as pessoas com
deficiências, no que diz respeito aos direitos, principalmente na acessibilidade.

No artigo 2 para o propósito da convenção, vem falar sobre a comunicação


ao acesso sob todas as formas de línguas e também sobre a adaptação e ao desenho
universal, vejamos:

“Adaptação razoável” significa as modificações e os ajustes


necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou
indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as
pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e
liberdades fundamentais;
“Desenho universal” significa a concepção de produtos, ambientes,
programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por
todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico.
O “desenho universal” não excluirá as ajudas técnicas para grupos
específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias (BRASIL,
2009, p. 2).

Entende-se por adaptação razoável, por exemplo, para os espaços urbanos


onde já existiam prédios, escadarias e locais de difícil acesso ao cadeirante e ao
com mobilidade reduzida, que sejam realizadas as adaptações e estas venham
melhorar o acesso possibilitando assim a igualdade de direitos de acessar locais
antes não disponíveis.

Sobre o desenho universal, é fazer com que todos os engenheiros, os


arquitetos e quem vai lidar com o Design comecem a pensar como algo natural
aos seus projetos, se esta ideia se tornar natural.

No artigo 3 – sobre os princípios gerais, os quais trazem à tona novamente


a base, que é respeito pelas diferenças, nas ações. Vejamos:

Os princípios da presente Convenção são:


a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual,
inclusive a liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência
das pessoas;
b) A não-discriminação;
c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com
deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade;
e) A igualdade de oportunidades;
f) A acessibilidade;
g) A igualdade entre o homem e a mulher;
h) O respeito pelo desenvolvimento das capacidades das crianças com
deficiência e pelo direito das crianças com deficiência de preservar sua
identidade (BRASIL, 2009, p. 3).

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Zelando pelo respeito e a autonomia entre as pessoas, pela liberdade de


escolhas, pois a gente sabe e muitos também vivenciaram a época em que as
pessoas com deficiências não poderiam opinar e fazer suas próprias escolhas,
eram alvo dos ditos normais para decidir suas vidas.

Por muito tempo também se tinha os chavões, diziam “o aleijado, o
manco, pessoa especial”, isto causava uma certa discriminação da pessoa perante
os demais, então até em nomes não podem mais ser discriminados, o correto é a
pessoa com deficiência física, ou visual e/ ou intelectual, entre outras.

O principal é o respeito pelas diferenças, ser aceito na sociedade como


eles são, a participação na vida social, igualdade de direitos entre os homens e
mulheres e entre as pessoas com alguma deficiência.

O decreto é extenso e em sua redação total apresenta 50 artigos, indicamos


a vocês acadêmicos que leiam e discutam com seus colegas, para que se em algum
momento precisarem de esclarecimentos e embasamento legal.

Daremos continuidade à discussão, não de todos os artigos, mas de alguns


principais que estão relacionados à deficiência física. Assim, comentaremos mais
alguns artigos.

O artigo 4 propõe que sejam implementadas as políticas de educação


especial, que sejam realizadas pesquisas para o desenvolvimento tecnológicos e
na área da saúde e educacional e informação acessível.

Os artigos 5 e 6 dispõem novamente sobre a não discriminação das


pessoas com deficiências e também para com as mulheres com alguma deficiência
proporcionando o empoderamento das meninas e mulheres com algum tipo de
deficiência.

O artigo 7 vai tratar das crianças com deficiência, as quais guardam “o


direito de expressar livremente sua opinião sobre todos os assuntos que lhes
disserem respeito, tenham a sua opinião devidamente valorizada de acordo com
sua idade e maturidade, em igualdade de oportunidades com as demais crianças”
(BRASIL, 2009, p. 5).

No artigo 8 o decreto vai discorrer sobre a conscientização, onde estipula


aos estados a seguinte redação na lei:

a) Conscientizar toda a sociedade, inclusive as famílias, sobre as


condições das pessoas com deficiência e fomentar o respeito pelos
direitos e pela dignidade das pessoas com deficiência;
b) Combater estereótipos, preconceitos e práticas nocivas em relação a
pessoas com deficiência, inclusive aqueles relacionados a sexo e idade,
em todas as áreas da vida;
c) Promover a conscientização sobre as capacidades e contribuições
das pessoas com deficiência.

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TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

2.As medidas para esse fim incluem:


a) Lançar e dar continuidade a efetivas campanhas de conscientização
públicas, destinadas a:
i) Favorecer atitude receptiva em relação aos direitos das pessoas com
deficiência;
ii) Promover percepção positiva e maior consciência social em relação
às pessoas com deficiência;
iii) Promover o reconhecimento das habilidades, dos méritos e das
capacidades das pessoas com deficiência e de sua contribuição ao local
de trabalho e ao mercado laboral;
b) Fomentar em todos os níveis do sistema educacional, incluindo
neles todas as crianças desde tenra idade, uma atitude de respeito para
com os direitos das pessoas com deficiência;
c) Incentivar todos os órgãos da mídia a retratar as pessoas com
deficiência de maneira compatível com o propósito da presente
Convenção;
d) Promover programas de formação sobre sensibilização a respeito
das pessoas com deficiência e sobre os direitos das pessoas com
deficiência (BRASIL, 2009, p. 4).

Que haja uma conscientização sob forma de sensibilização, onde possa se


combater estereótipos, mudança atitudinal de todas as pessoas, na construção de
uma sociedade inclusiva, que o processo de inclusão possa estar permeado em
todos os espaços.

No artigo 9, voltamos ao decreto no que se refere à acessibilidade, onde faz


com que esta possa se transformar em algo corriqueiro e não mais uma obrigação
que está na lei e precisa ser cumprida,

a fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma


independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida,
os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas” onde será exigido
que cada estado cumpra de fato e faça cumprir, executando multas as
quem não cumprir. Assim, deve “assegurar às pessoas com deficiência
o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas,
ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive
aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como
a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público,
tanto na zona urbana como na rural (BRASIL, 2009, p. 4).

Seguindo nos comentários dos artigos, incluímos o de número 10, 11 e


12, em que no 10 vai enfatizar o direito à vida, como já comentamos na unidade,
muitos povos matavam as crianças e pessoas com deficiência, no decreto,
assegura-se o direito à vida e com as mesmas oportunidades às demais pessoas.
O artigo 11 assegura as situações de risco e emergências humanitárias e o artigo
12 garante a igualdade de direitos perante a lei.

Os artigos 13,14,15, 16,17 e 18 continuam tratando dos direitos, como o


enunciado de cada um nos apresenta, sendo: Artigo 13 - Acesso à justiça; Artigo
14 - Liberdade e segurança da pessoa; Artigo 15 - Prevenção contra tortura ou
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes; Artigo 16 - Prevenção
contra a exploração, a violência e o abuso; Artigo 17 - Proteção da integridade da
pessoa; Artigo 18 - Liberdade de movimentação e nacionalidade.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

No artigo 19, nos traz a questão sobre a vida independente e inclusão


na sociedade, em que as pessoas com deficiência poderão exercer os direitos de
morara sozinhas e onde quiserem. Claro, mediante condições favoráveis a isto.
Assim assegura a Lei:

a) As pessoas com deficiência possam escolher seu local de residência


e onde e com quem morar, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, e que não sejam obrigadas a viver em determinado
tipo de moradia;
b) As pessoas com deficiência tenham acesso a uma variedade de
serviços de apoio em domicílio ou em instituições residenciais ou
a outros serviços comunitários de apoio, inclusive os serviços de
atendentes pessoais que forem necessários como apoio para que as
pessoas com deficiência vivam e sejam incluídas na comunidade e
para evitar que fiquem isoladas ou segregadas da comunidade;
c) Os serviços e instalações da comunidade para a população em
geral estejam disponíveis às pessoas com deficiência, em igualdade de
oportunidades, e atendam às suas necessidades. (BRASIL, 2009, p. 8).

Percebemos que nos locais comunitários, por exemplo, os lares (abrigos),


nem sempre há vaga se tratando de pessoas com deficiências e, em locais
particulares, o benefício que estas pessoas recebem não contempla o valor,
geralmente eles recebem até um salário-mínimo e os locais cobram em torno de
três a quatro salários para dar moradia, ficando impossibilitados de morar nestes
locais. Nas famílias, nem sempre os familiares querem esta pessoa com deficiência
para morar na casa, muitas vezes é necessária a intervenção judicial para definir
um local e colocar na obrigação da família os cuidados da pessoa com deficiência.

Os artigos 20 - Mobilidade pessoal e o artigo 21 - Liberdade de expressão


e de opinião e acesso à informação vão tratar da garantia das pessoas com
deficiências ao acesso às tecnologias, às informações com uso de recursos de
línguas e de sistemas de escrita e leitura, como o Braille e a Língua de Sinais,
assim como o acesso às tecnologias assistivas para as pessoas com deficiências
físicas.

Continuando nossas reflexões sobre o que tratam os artigos do decreto,


nos artigos 21 e 22, será assegurada a questão do respeito à privacidade e o
respeito pelo lar e pela família, onde “As pessoas com deficiência têm o direito à
proteção da lei contra tais interferências ou ataques” (BRASIL, 2009, p. 9). Onde
o direito a ter sua própria família esteja incluso na sua vida social e de escolha
dos pretendentes, ou “seja reconhecido o direito das pessoas com deficiência, em
idade de contrair matrimônio, de casar-se e estabelecer família, com base no livre
e pleno consentimento dos pretendentes” (BRASIL, 2009, p. 9).

O artigo 24 – da Educação – garante e assegura totalmente a igualdade
de oportunidades à Educação, matricular-se e manter a seriação, sendo dever e
obrigação das escolas públicas. Sendo assim, destacamos:

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TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

(…) b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino


primário inclusivo, de qualidade e gratuito, e ao ensino secundário,
em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade
em que vivem;
c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais
sejam providenciadas;
d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do
sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;
e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de
acordo com a meta de inclusão plena (BRASIL, 2009, p. 10).

Com a política de inclusão em todos os estados e a proposta sendo


cumprida pelo MEC, o apoio, a distribuição de materiais e a fomentação desta
política vieram a favorecer a todos os alunos com algum tipo de deficiência,
a exemplo disso, as verbas vindas para as escolas para que fossem feitas as
adaptações necessárias a acessibilidades dos alunos com deficiência física.

A exemplo da aplicação destas verbas vindas diretas para as escolas, para


aquisição dos recursos, alguns traremos imagens para exemplificar.

FIGURA 2 – BEBEDOURO ACESSÍVEL – A MAIORIA DAS ESCOLAS ADQUIRIU ESTE PARA OS


ALUNOS

FONTE: <http://brasildecorar.com.br/bebedouro_acessivel.html>. Acesso em: 28 jan. 2019.

Nas escolas também foram feitas as adaptações mais urgentes e


necessárias, como diz a lei, assim algumas não ficaram dentro dos padrões,
porém, por existir prédios antigos e sem condições de adequações. Vejamos
alguns exemplos destes acessos, construídos com o dinheiro da acessibilidade
nas escolas.

83
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

FIGURA 3 – RAMPA E BANHEIRO ADAPTADOS – CONSTRUÇÕES ANTIGAS (ESCOLA EM


GOIÁS)

FONTE: <http://especiais.g1.globo.com/educação/2015/censo-escolar-2014/a-escola-acessivel-
ou-nao.html>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FIGURA 4 – CARTEIRAS ADAPTADAS

FONTE: <http://especiais.g1.globo.com/educação/2015/censo-escolar-2014/a-escola-acessivel-
ou-nao.html>. Acesso em: 28 jan. 2019.

Os artigos 25 – saúde e o Artigo 26 – Habilitação e reabilitação contemplam


a saúde, garantem o acesso e a preferência ao atendimento às pessoas com
deficiência. “Fortalecerão e ampliarão serviços e programas completos de
habilitação e reabilitação, particularmente nas áreas de saúde, emprego, educação
e serviços sociais, de modo que esses serviços e programas” (BRASIL, 2009, p.
10). Inclui neste caso a reabilitação das pessoas com deficiência em atendimento
pelo Sistema Único da Saúde, neste caso, na deficiência física, atendimento em
casa de fisioterapia, entre outros. Em Brasil (2009, p. 10): “Oferecerão às pessoas
com deficiência programas e atenção à saúde gratuitos ou a custos acessíveis da
mesma variedade, qualidade e padrão que são oferecidos às demais pessoas (…)”.

No artigo 27 – Trabalho e emprego. “Os Estados Partes reconhecem o


direito das pessoas com deficiência ao trabalho, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas” (BRASIL, 2009, p. 10). Igualdade de acesso ao trabalho,
onde muitas empresas acabam praticamente implorando pessoas com deficiência
para cumprir com a Lei, nem sempre o acesso é igual aos demais, muitas vezes
oferecem menos tempo de trabalho e o salário menor. A dificuldade das pessoas
com deficiência física é o local adequado para exercer o trabalho. “Esse direito

84
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

abrange o direito à oportunidade de se manter com um trabalho de sua escolha ou


aceitação no mercado laboral, em ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo
e acessível a pessoas com deficiência” (BRASIL, 2009, p. 10).

Artigo 28 – Padrão de vida e proteção social adequados e Artigo 29 –


Participação na vida política e pública. Ambos vêm tratar das questões sociais,
oferecer condições de vida digna. Assim como a garantia da participação na
política, vimos várias pessoas com deficiência exercendo este direito.

A exemplo temos a Deputada Federal Mara Gabrilli, cadeirante, eleita em


2018 senadora por São Paulo.

FIGURA 5 – SANTINHO DA CANDIDATA A SENADORA EM SP. ELEIÇÕES 2018

FONTE: <https://goo.gl/FHxaxC>. Acesso em: 28 jan. 2019.

FIGURA 6 – SENADORA MARA GABRILLI, REPRESENTANTE TAMBÉM NA ONU DO BRASIL

FONTE: <https://goo.gl/tYkKLg>. Acesso em: 28 jan. 2019.

85
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

O artigo 30 visa a participação na vida cultural e em recreação, lazer e


esporte, este é um dos artigos que são bem complicados de serem cumpridos,
observando as pessoas com deficiências físicas, visto que uma grande parte é de
pessoas com restrição financeira, outro agravante é a capacidade de sair viajar
sozinho, por exemplo, poucos têm autonomia e vida independente. Quanto ao
esporte, muitos conseguem praticar algum tipo de esporte, basquete sobre rodas,
futebol, natação, entre outros. Muito importante nesta luta são as associações de
pessoas com deficiência em cada município.

Algumas pessoas com deficiências conseguem se destacar no quesito


laser, esportes, viagens, são os com deficiência visual e auditivo, estes com suas
carteirinhas de passe livre, têm autonomia e são independentes, viajam, passeiam
pelo país todo, mas deveria estar garantido, neste caso, o acesso a estes locais,
com o uso da Língua de Sinais e audiodescrição num cinema e outros.

No artigo 31 – Estatísticas e coleta de dados. Neste caso vimos que “...


coletarão dados apropriados, inclusive estatísticos e de pesquisas, para que
possam formular e implementar políticas destinadas a pôr em prática a presente
Convenção” (BRASIL, 2009, p. 11).

Seguindo na discussão dos artigos do Decreto, o artigo 32 – Cooperação
internacional, no que diz respeito à cooperação, declara: “b) Facilitar e apoiar
a capacitação, inclusive por meio do intercâmbio e compartilhamento de
informações, experiências, programas de treinamento e melhores práticas;
c) Facilitar a cooperação em pesquisa e o acesso a conhecimentos científicos e
técnicos” (BRASIL, 2009, p. 11). Neste artigo, o Brasil vem colaborando de forma
significativa, desde os seminários realizados de forma local, regional, estadual,
nacional e internacional.

No artigo 33 – Implementação e monitoramento nacionais assegura-


se que: “Os Estados Partes levarão em conta os princípios relativos ao status e
funcionamento das instituições nacionais de proteção e promoção dos direitos
humanos” (BRASIL, 2009, p. 12).

No artigo 34 – Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, trata-


se da eleição do comitê, regulamenta como deverá ser esta eleição. E os demais
artigos, de 35 ao número 50, vai tratar de relatórios e considerações.

Todos precisam estar atentos à legislação para não perder direitos e


oportunizar a todos o acesso e o pleno exercício da cidadania.

86
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

E
IMPORTANT

Breve trajetória histórica do movimento das pessoas com deficiência

Izabel Maior

A história das pessoas com deficiência no Brasil evoluiu no século XIX, com a
educação especial de cegos e de surdos em internatos, como na Europa. Nessa época foi
introduzido o sistema Braille de escrita para os cegos e, entre 1880 e 1960, os surdos foram
proibidos de usar a língua de sinais para não comprometer o aprendizado compulsório da
linguagem oral. (LANNA JÚNIOR, 2010). Esse fato representa no Brasil a mais emblemática
dominação da cultura hegemônica de ouvintes sobre o grupo minoritário de surdos, o qual
foi impedido de se desenvolver em sua cultura natural.

No início do século XX estabeleceram-se as escolas especiais para crianças com


deficiência mental (atualmente deficiência intelectual), nas redes paralelas ao ensino
público, devido à omissão do Estado. A educação especial é aplicada principalmente nas
associações Pestalozzi (nome do criador do método) e nas Associações de Pais e Amigos
dos Excepcionais (APAE). Os termos “excepcionais” e “portadores de necessidades especiais”,
embora anacrônicos e incorretos, persistem na sociedade, particularmente por serem
repetidos pela mídia, evidenciando o modelo integrador da deficiência.

As pessoas com deficiência física (antes chamadas “deficientes físicos”) eram ligadas à área da
saúde, em centros de reabilitação, mantidos por iniciativa não governamental.

Esses centros surgiram a partir da epidemia de poliomielite nos anos 1950 e 1960,
adotando terapias instituídas a partir da II Guerra Mundial.

Na área pública no século XX, desenvolveram-se políticas assistencialistas, divorciadas da


inserção social. Essas iniciativas correspondem também ao modelo biomédico ou de integração,
calcado nos esforços de normalização das pessoas com deficiência para atender os padrões de
desempenho e estética exigidos pela sociedade, sem que se alterem seus sistemas e práticas.

Ao final dos anos 1970, cresceu a consciência que resultaria no movimento político
das pessoas com deficiência. Evidenciou-se o contraste entre instituições tradicionais para
atendimento e associações de pessoas com deficiência. (LANNA JÚNIOR, 2010). Esse cenário
persiste nos dias atuais.

A “fase heroica” do movimento das pessoas com deficiência coincide com a abertura
política, quando reunidas em Brasília em 1980, as associações 2 construíram a pauta comum
de reivindicações de seus direitos. O 1° Encontro fez nascer o sentimento de pertencimento
a um grupo, a consciência de que os problemas eram coletivos e, portanto, as batalhas e as
conquistas deveriam visar ao espaço público (SÃO PAULO, 2011).

Segundo Figueira, “Se até aqui a pessoa com deficiência caminhou em silêncio,
excluída ou segregada em entidades, a partir de 1981, Ano Internacional da Pessoa
Deficiente, promulgado pela ONU, passou a se organizar politicamente” (FIGUEIRA, 2008).
Em depoimento, Sassaki conta que “pela primeira vez surgiu a palavra pessoa para conferir
dignidade e identidade ao conjunto das pessoas deficientes” (LANNA JÚNIOR, 2010).

O movimento culmina com a ratificação da Convenção sobre os Direitos das


Pessoas com Deficiência pelo Brasil, A participação direta e efetiva dos indivíduos não foi
fruto do acaso, mas decorre do paulatino fortalecimento deste grupo populacional, que
passou a exigir direitos civis, políticos, sociais e econômicos (GARCIA, 2011).

87
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

No âmbito do governo federal foi criada a Coordenadoria Nacional para Integração


da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), responsável pela Política Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e, posteriormente, surgiu o Conselho Nacional
dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE).

Em 2009 a CORDE tornou-se a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da


Pessoa com Deficiência, na estrutura da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República. Cabe ao órgão propor e avaliar as leis e decretos, articular as políticas
interministeriais para a agenda de inclusão e o apoio aos. A CORDE conduziu, em parceria
com a sociedade, o processo de ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e é responsável por seu monitoramento.

Em São Paulo foi criada a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com
Deficiência pela Lei Complementar 1.038/2008, para exercer funções que contribuam para
a adequada condução das políticas públicas que visem à melhoria da qualidade de vida
das pessoas com deficiência e de suas famílias. (SÃO PAULO, 2008) Essa Secretaria vem se
destacando no âmbito interno com estudos e políticas inovadoras e iniciativas internacionais
de repercussão.

Legislação Brasileira

O conjunto das leis brasileiras destinadas aos direitos das pessoas com deficiência
é reconhecido como um dos mais abrangentes do mundo. Na Constituição Federal (BRASIL,
1988) estão os direitos específicos do segmento distribuídos em vários artigos. A política de
inclusão, acessibilidade, garantias 3 para surdos, cegos e pessoas com baixa visão têm leis
próprias. Outra parte importante dos direitos está inserida, de forma transversal, na legislação
geral da saúde, educação, trabalho, proteção social, cultura, esporte, etc. As leis mais recentes
apresentam o recorte da pessoa com deficiência, como, por exemplo, a acessibilidade nos
programas habitacionais públicos e a política de mobilidade urbana.

A primeira lei federal abrangente sobre as pessoas com deficiência é a Lei 7.853/1989
(regulamentada pelo Decreto 3.298/1999). A lei dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras
de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência – Corde institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos
ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público e define crimes.

É importante conhecer os crimes puníveis com reclusão de um a quatro anos e multa:


recusar matrícula, obstar acesso a cargo público, negar emprego ou trabalho, recusar internação
ou deixar de prestar assistência médica, deixar de cumprir a execução de ordem judicial expedida
na ação civil a que alude esta lei e recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil objeto desta lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

A acessibilidade é tratada nas Leis 10.048 e 10.098/2000 e no Decreto 5296/2004,


que regulamenta a prioridade de atendimento às pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida (idosos, gestantes) e estabelece normas para a promoção da acessibilidade. Esse
decreto é o mais conhecido entre as pessoas com deficiência porque disciplina as condições
que impactam sua vida cotidiana. O decreto trata da acessibilidade amplamente: acesso
aos espaços públicos e edificações, moradias, bens culturais imóveis, todos os modais de
transportes coletivos e terminais de embarque e desembarque.

Essa legislação assegura a acessibilidade na comunicação e informação, telefonia


fixa e móvel, legendas, janela com intérprete da Libras, audiodescrição (narrativa de imagens
para cegos) na televisão, no cinema, no teatro, em campanhas publicitárias e políticas; sites
acessíveis e tecnologia assistiva (equipamentos que conferem autonomia, desde talher
adaptado à embreagem manual de carro ou o programa computacional de leitura da tela
para cegos).

88
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

A Lei 10.436/2002 é específica para a pessoa surda ao oficializar a Língua Brasileira de


Sinais – Libras, mantido o português escrito como segunda língua. É obrigatória a capacitação
dos agentes públicos em Libras. O Decreto 5626/2005 define a educação bilíngue, a
formação de tradutores e intérpretes de Libras, que tiveram a profissão regulamentada pela
Lei 12.319/2010, fato que permite concursos públicos e contratação desses profissionais.

As pessoas cegas ou com baixa visão, após a Lei 11126/2005 e o Decreto 5904/2006,
podem ingressar e permanecer com o cão-guia em ambientes e transportes coletivos, com
espaço preferencial demarcado.

A ação afirmativa mais importante para as pessoas com deficiência é o acesso


ao trabalho. A Lei 8112/1990 determinou a reserva de cargos nos concursos públicos e
a Lei 8213/1991 estabeleceu a reserva de 2 a 5% dos cargos nas empresas com 100 ou
mais empregados para beneficiários reabilitados e pessoas com deficiência habilitadas
profissionalmente. Apesar da fiscalização e multas há uma grande resistência dos
empresários em contratar trabalhadores com deficiência, por discriminação e recusa de
prover acessibilidade nos ambientes de trabalho. Algumas sentenças judiciais aceitam as
justificativas dos empresários e perpetuam a exclusão das pessoas com deficiência. Se o
direito ao trabalho não for respeitado não haverá inclusão.

O direito à educação especial está assegurado na Lei 9394/1996, referente às


bases da educação nacional e prevê recursos pedagógicos específicos para cada aluno
com deficiência. Em 2007, o MEC editou a Política de educação especial na perspectiva da
educação inclusiva, obedecendo à Convenção da ONU: sistema de ensino inclusivo, com
aula na classe comum e atendimento educacional especializado em turno oposto, para
garantir a inclusão com qualidade. São exigidas: sala de recursos multifuncionais, instalações
acessíveis, formação de professores para o atendimento de alunos surdos na educação
bilíngue e para o ensino do sistema Braille aos alunos cegos ou com baixa visão, além de
material didático acessível. Persiste a defesa das escolas especiais separadas para alunos com
deficiência intelectual e múltipla principalmente, pois parte da sociedade ainda as considera
necessária e usa sua força política para mantê-las, apesar disso a educação inclusiva avança.

A Lei 8742/1993 estabeleceu o atendimento da pessoa com deficiência em diversos


tipos serviços da Assistência Social, tais como residências inclusivas, modelo de moradia
com apoios para a autonomia e a vida independente na comunidade. Essa modalidade pode
atender aos casos de violência que precisam sair de casa. A lei também define a concessão do
benefício de prestação continuada (BPC), no valor de um salário mínimo mensal, destinado
ao enfretamento da situação de extrema pobreza de vida de muitas pessoas com deficiência.

A legislação relativa à pessoa com deficiência do Estado de São Paulo encontra-se


consolidada na Lei 12.907/2008 (atualizada até a Lei 14.467, de 08 de junho de 2011).

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, homologada em 2006


pela Organização das Nações Unidas (ONU), é o mais recente tratado internacional de direitos
humanos e foi o primeiro a contar com a voz dos movimentos sociais na fase de elaboração
(PAULA e MAIOR). Sob o lema “Nada sobre nós, sem nós”, o documento apresenta o conjunto
de medidas a serem cumpridas pela sociedade e governos, com igual responsabilidade,
visando à justiça social com igualdade de oportunidades.

No Brasil, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi ratificada
com base no § 3º do artigo 5º da Constituição, incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004, passando a marco constitucional. O Decreto legislativo 186/2008 (BRASIL, 2008)
ratificou-a e o Decreto 6.949/2009 completou o processo de internalização (BRASIL, 2009). É
a única convenção com status constitucional. A denominação oficial do segmento passou a
ser “pessoa com deficiência”.

89
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

São princípios da Convenção: a autonomia, a liberdade de fazer as próprias


escolhas, a não-discriminação, a participação e inclusão, o respeito pelas diferenças e a
pessoa com deficiência como parte da diversidade humana, a igualdade de oportunidades,
a acessibilidade, a igualdade de gênero e o respeito pelo desenvolvimento das capacidades
das crianças com deficiência.

A Convenção estabelece a acessibilidade como princípio e como direito, a condição


para a garantia de todo e qualquer direito humano (BEZERRA, 2014). O descumprimento
da acessibilidade equivale à discriminação com base na deficiência. Não existe liberdade
de expressão sem as tecnologias de informação e comunicação acessíveis, tal como não
se realiza o acesso ao trabalho sem respeito pela diferença, transporte e acomodações
acessíveis.

Devido à força constitucional, a Convenção condiciona todas as leis, decretos, e


outras normas atinentes às pessoas com deficiência, assim como aumentaram as obrigações
do Estado, em todas as esferas de governo, do segundo e terceiro setores, com ativa
participação da pessoa com deficiência e das famílias (MAIOR; MEIRELLES, 2010).

Tão importante quanto a Convenção é o seu Protocolo Facultativo, pois se não


forem suficientes as instâncias nacionais, o Comitê da Convenção atuará no monitoramento
e na apuração de denúncias de violações dos direitos humanos, individuais e coletivos,
oriundos dos países signatários do documento opcional (PAULA; MAIOR, 2008).

Cabe destacar alguns artigos da Convenção que trazem significativos avanços à


proteção e garantia dos direitos das pessoas com deficiência.

O artigo 1 permite o entendimento do modelo social da deficiência adotado:


“Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo 6 de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas”.

Segundo Fonseca, esse conceito de deficiência é revolucionário devido à percepção


de que a deficiência está na sociedade, não nos atributos dos cidadãos que apresentem
impedimentos e, na medida em que as sociedades removam essas barreiras culturais,
tecnológicas, físicas e atitudinais, as pessoas com impedimentos têm assegurada (ou não) a
sua cidadania (FONSECA, 2007).

O artigo 2 define “discriminação por motivo de deficiência” como qualquer


diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de
impedir o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportunidades com
as demais pessoas, de todos os direitos humanos. É essencial para o enquadramento de
casos de denúncia do cotidiano.

O artigo 23 – respeito pelo lar e pela família – aborda os diretos relativos a casamento,
família, paternidade e relacionamentos. As pessoas com deficiência, inclusive crianças, têm
o direito de manter a fertilidade e os direitos sexuais, sem ressalvas em razão da deficiência,
e devem receber orientação acessível sobre planejamento familiar; têm direito à guarda,
custódia, curatela e adoção de crianças, bem como contar com assistência na criação dos
filhos.

Para evitar ocultação, abandono, negligência e segregação de crianças com


deficiência, o governo fornecerá informações abrangentes sobre serviços e apoios a crianças
com deficiência e suas famílias. Uma criança não será separada de seus pais contra a vontade
destes, sob a alegação de deficiência da criança ou de um ou ambos os pais.

90
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

O artigo 12 – igualdade perante a lei - estabelece que todas as pessoas com


deficiência gozem de capacidade legal, a ser exercida de forma independente ou com os
apoios sociais necessários para a expressão da sua vontade. A atuação do representante
legal passará por revisão regular de uma autoridade competente, que impeça conflitos de
interesse. Somente é permitida a interdição parcial prevista na lei brasileira, sob a supervisão
do Ministério Público e da Justiça.

O artigo 13 – acesso à Justiça – determina adaptações processuais para facilitar o


efetivo papel das pessoas com deficiência como participantes, inclusive como testemunhas,
em todos os procedimentos jurídicos, tais como investigações e outras etapas preliminares.
O mesmo artigo obriga os governos a promover a capacitação apropriada daqueles que
trabalham na área de administração da justiça, inclusive a polícia e os funcionários do sistema
penitenciário.

No artigo 14 – liberdade e segurança da pessoa – assegura-se que, se pessoas


com deficiência forem privadas de liberdade mediante algum processo, receberão apoios e
adaptações razoáveis de acordo com sua deficiência.

O artigo 15 – prevenção contra tortura ou tratamentos ou penas cruéis, desumanos


ou degradantes – impede experimentos médicos ou científicos sem seu livre consentimento.

O artigo 17 – proteção da integridade da pessoa – o artigo reflete o ranço histórico


a ser vencido; reafirma que toda pessoa com deficiência tem o direito de sua integridade
física e mental ser respeitado, em igualdade de condições com as demais pessoas. Ressalta-
se o artigo 16 - prevenção contra a exploração, a violência e o abuso apresentado de forma
didática. Atenção ao recorte de gênero e à visibilidade para a criança, já que mulheres,
meninas e meninos estão em dupla vulnerabilidade.

Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas de natureza legislativa,


administrativa, social, educacional e outras para proteger e prevenir as pessoas com
deficiência, tanto dentro como fora do lar, contra todas as formas de exploração, violência e
abuso, assegurando:

- formas apropriadas de atendimento e apoio que levem em conta o gênero e a idade das
pessoas com deficiência e de seus familiares e atendentes;
- informação e educação sobre a maneira de evitar, reconhecer e denunciar casos de
exploração, violência e abuso;
- serviços de proteção que levem em conta a idade, o gênero e a deficiência das pessoas;
- programas e instalações destinados a atender pessoas com deficiência efetivamente
monitorados por autoridades independentes;
- medidas apropriadas para promover a recuperação física, cognitiva e psicológica, inclusive
mediante a provisão de serviços de proteção;
- medidas de reabilitação e a reinserção social de pessoas com deficiência que forem vítimas
de qualquer forma de exploração, violência ou abuso;
- recuperação e reinserção em ambientes que promovam a saúde, o bemestar, o autorrespeito,
a dignidade e a autonomia da pessoa e levem em consideração as necessidades de gênero
e idade;
- adoção de leis e políticas efetivas, inclusive legislação e políticas voltadas para mulheres e
crianças, a fim de assegurar que os casos sejam identificados, investigados e, caso necessário,
julgados.

As medidas determinadas pela Convenção e pelos artigos 57 a 59 da Lei Estadual


12907/2008 (SÃO PAULO, 2008), encontram-se devidamente aplicadas à realidade de São
Paulo no Programa Estadual de Prevenção e Combate à Violência contra Pessoas com
Deficiência.

91
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

O programa foi instituído pelo Decreto 59316/2013, junto à Secretaria dos Direitos da
Pessoa com Deficiência de São Paulo e envolve instâncias correlatas. (SÃO PAULO, 2013)

Considerações finais

A trajetória do movimento de luta das pessoas com deficiência descreve os


sucessivos “não” enfrentados em suas vidas, marcadas pela discriminação, invisibilidade e
desigualdade. Essas graves circunstâncias ainda persistem, todavia contabilizam-se avanços
na sociedade brasileira, tanto devido aos esforços iniciais das famílias e dos profissionais,
quanto, principalmente, em decorrência da organização do movimento sociopolítico
das próprias pessoas com deficiência, sem tutela e alicerçadas no paradigma dos direitos
humanos.

A inserção de suas demandas na Constituição Federal de 1988, a elaboração de leis


específicas e suas peculiaridades atendidas na legislação geral são provas da atuação direta
e efetiva. Soma-se a isso o crescimento da presença das pessoas com deficiência na escola,
no trabalho, em conselhos de direitos e em cargos de gestão da política de inclusão.

No entanto, o quantitativo de pessoas com deficiência incluídas é ainda reduzido. A


participação do segmento na elaboração e na ratificação da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência como marco constitucional reflete a capacidade de mobilização e
atuação política.

O desafio atual é o cumprimento da lei, com políticas de Estado, ações concretas


e permanentes, provisão de acessibilidade em todas as áreas, fiscalização, responsabilização
dos agentes públicos e da sociedade pelos atos de discriminação no cotidiano.

A falta de intérpretes de Libras, a inexistência de calçadas e transportes


acessíveis, a recusa de matrícula nas escolas e a resistência à contratação para o trabalho
exemplificam problemas em pauta. Existem outras questões de violação dos direitos até
agora não enfrentadas. A violência contra as pessoas com deficiência é a mais cruel face da
desvalorização da vida humana e não pode ser ignorada nem tolerada.

Espera-se que o conhecimento sobre a situação das pessoas com deficiência, o


engajamento das instâncias públicas, as mudanças em todo o sistema e a capacitação para
o enfretamento das diversas formas de violência represente um novo marco para a inclusão
e a justiça social.

Referências (resumida):

A Constituição Federal e as leis e decretos federais citados estão disponíveis no Portal da


legislação do governo federal: http://www4.planalto.gov.br/legislacao
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Consulta direta em:

BRASIL. Decreto Legislativo n. 186, de 9 de agosto de 2008. Disponível em: <http://www2.


camara.leg.br/legin/fed/decleg/2008/decretolegislativo-186-9-julho2008-577811-norma-pl.
html>. Acesso em: 5 fev. 2015.

BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>. Acesso em: 5 fev. 2015.

Legislação do Estado de São Paulo citada:

SÃO PAULO. Lei Complementar n. 1038, de 6 de março de 2008. Disponível em: http://www.
al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei.complementar/2008/lei.complementar-1038-06.03.2008.
html Acesso em: 26 janeiro 2015

92
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA A DEFICIÊNCIA FÍSICA

SÃO PAULO. Lei n. 12.907, de 15 de abril de 2008. Disponível em: <http://www.al.sp.gov.


br/repositorio/legislacao/lei/2008/alteracao-lei-12907- 15.04.2008.html>. Acesso em: 26 jan.
2015.

SÃO PAULO. Decreto n. 59.316, de 21 de julho de 2013. Disponível em: <http://www.al.sp.


gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2013/decreto-59316- 21.06.2013.html>. Acesso em: 26
jan. 2015.

BEZERRA, Rebeca Monte Nunes. Artigo 9. Acessibilidade. In DIAS, Joelson et al. (orgs.)
Novos Comentários à Convenção sobre os Diretos das Pessoas com Deficiência, Brasília,
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Secretaria de Promoção dos
Direitos da Pessoa com Deficiência, 2014.

FIGUEIRA, Emilio. Caminhando em silêncio: uma introdução à trajetória da pessoa com


deficiência na história do Brasil. São Paulo, Giz Editorial, 2008.

FONSECA. Ricardo Tadeu Marques da. O conceito revolucionário da pessoa com deficiência,
2007. Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smacis/default.php?reg=4&p_
secao=96>. Acesso em: 15 out. 2014.

GARCIA, Vinicius Gaspar. As pessoas com deficiência na história do Brasil. 2011. Disponível
em: <http://www.bengalalegal.com/pcd-brasil>. Acesso em: 22 jan. 2015.

LANNA JUNIOR, Mário Cléber Martins (Comp.). História do Movimento Político das Pessoas
com Deficiência no Brasil. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de
Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010.

MAIOR, Izabel de Loureiro; MEIRELLES, Fábio. A Inclusão das Pessoas com Deficiência é uma
Obrigação do Estado Brasileiro. In: LICHT, Flavia Boni; SILVEIRA, Nubia (orgs.). Celebrando
a Diversidade: o direito à inclusão, ebook, Planeta Educação, São Paulo, 2010. Disponível
em: <http://www.planetaeducacao.com.br/portal/Celebrando-Diversidade.pdf>. Acesso em:
18 dez. 2014.

PAULA, Ana Rita de; MAIOR, Izabel Maria Madeira de Loureiro. Um mundo de todos para
todos: Universalização de direitos e direito à diferença. Revista Direitos Humanos. Brasil.
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Brasília/DF, n.1.
Dezembro de 2008.

FONTE: <http://violenciaedeficiencia.sedpcd.sp.gov.br/pdf/textosApoio/Texto2.pdf>.

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e em especial aos estudantes de arquitetura, de engenharia, mestre de obras,
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93
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

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CAPA DA CARTILHA DE ORIENTAÇÃO SOBRE ACESSIBILIDADE, ORGANIZADA PELO


CREA – SC

FONTE: <http://www.crea-sc.org.br/portal/arquivosSGC/cartilha-acessibilidade-final-2017_
FINAL_WEB.pdf>.

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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• Há leis e documentos voltados a garantir os direitos das pessoas com


deficiências, enfocamos mais na área da deficiência física.

• Os direitos da acessibilidade estão assegurados a todos os cidadãos brasileiros


a partir da constituição Federal a qual nos garante o direito de ir e vir, segue
nos demais artigos 5º sobre a locomoção que estabelece que: “XV – (…) é livre a
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens” (CREA,
2017, p. 11, Cartilha de orientação da acessibilidade de SC).

• As leis federais, como a 10.048 e a 10.098, de 2000, estabeleceram normas gerais e


critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência
ou com mobilidade reduzida, temporária ou definitivamente. A Lei no 10.048,
de 2000, vem tratar do atendimento prioritário e de acessibilidade nos meios
de transportes e inova ao introduzir penalidades ao seu descumprimento, a Lei
no 10.098, de 2000, subdivide o assunto em acessibilidade ao meio físico, aos
meios de transporte, na comunicação e informação e em ajudas técnicas.

• O Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, o qual vem definir a


implementação da acessibilidade de um modo geral, sendo: (…) a
implementação da acessibilidade arquitetônica e urbanística, à mobilidade
urbana, a construção de calçadas (CREA, 2017, p. 11, Cartilha de orientação
da acessibilidade de SC). Poderão pesquisar mais na íntegra do decreto.

• Dentre tantas leis, cabe destacar que a década de 2000 foi a mais promissora de
todas as que já passamos, lógico que podemos pensar também que tudo fora
uma construção anterior aos anos 2000 e de certa forma foi, mais seu esplendor
aconteceu nesta década. Uma Lei federal a LBI – Lei Brasileira de Inclusão.

• A Lei no 10.098, de dezembro de 2000, conceitua as barreiras da seguinte forma:


Barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a
liberdade de movimento, em barreiras arquitetônicas urbanísticas; barreiras
arquitetônicas nos transportes; barreiras nas comunicações (BRASIL, 2000, p. 1).

• É preciso saber o número das leis e o que contém cada uma delas, para que o
dia que precisarem procurar e/ ou reclamar algum direito, possam estar cientes
das leis que vão tratar da acessibilidade, que são: a Constituição brasileira,
artigo 5º, as Leis no 10.098 e no 10.048, de 2000, os decretos de 2004, 2008 e 2009,
e por último esta de 2015, a Lei no 15.146.

• A importância do desenho universal, que precisa ser estudada e divulgada.


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AUTOATIVIDADE

Nas atividades a seguir faremos uma revisão da legislação quanto à


acessibilidade das pessoas com deficiência física.

1 A lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, foi uma das primeiras leis,


após a constituição que vem esclarecer garantindo os direitos quanto
a acessibilidade. É correto afirmar sobre a acessibilidade as seguintes
afirmações, “exceto” uma.

a) ( ) Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção


da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e
espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios
e nos meios de transporte e de comunicação.
b) ( ) Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas
e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público,
de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na
rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
c) ( ) Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, de alguns espaços, e alguns mobiliários, e nem
todos os equipamentos urbanos estarão disponível com acesso, porém vai
depender de governantes e de pessoas com deficiência física que tenha
movimentos a favor destes direitos.
d) ( ) Pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

2 Em 2004, através do Decreto no 5296, regulamentam-se as Leis nº 10.048,


de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas
que especifica, e no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências. No decreto deixa mais claro e esmiuçado o que se quer
dizer através de artigos e parágrafos mais definidos para com os direitos.
Assim, analise e classifique em V para as afirmações verdadeiras e F para as
afirmações falsas.

a) ( ) A aprovação de projeto de natureza arquitetônica e urbanística, de


comunicação e informação, de transporte coletivo, bem como a execução de
qualquer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva.

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b) ( ) Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,
monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro,
paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções.
c) ( ) Mobiliário e/ ou espaço urbano: um componente das obras de
urbanização, tais como os referentes à pavimentação, saneamento,
distribuição de energia elétrica, iluminação pública, abastecimento e
distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do
planejamento urbanístico.
d) ( ) I - a priorização das necessidades, a programação em cronograma e a
reserva de recursos para a implantação das ações; e II - o planejamento, de
forma continuada e articulada, entre os setores envolvidos.

Assinale a sequência CORRETA das respostas.


a) ( ) V-V-F-V.
b) ( ) V-V-F-F.
c) ( ) F-F-V-V.
d) ( ) V-V-V-V.

3 Muito se tem falado sobre o desenho universal para a arquitetura em geral.


Neste sentido, o Desenho Universal ou Desenho para Todos visa à concepção
de objetos, equipamentos e estruturas do meio físico destinados a ser
utilizados pela generalidade das pessoas, sem recurso a projetos adaptados
ou especializados. Assinale a resposta que mais combina com o conceito do
desenho universal.

a) ( ) Nem em todos os projetos é preciso respeitar os sete princípios.


b) ( ) No desenho para todos assume-se, assim, como instrumento privilegiado
para a concretização da acessibilidade e, por extensão, de promoção da
inclusão social, e o seu objetivo é o de simplificar a vida de todos, qualquer
que seja a idade, estatura ou capacidade, tornando os produtos, estruturas, a
comunicação/ informação e o meio edificado utilizáveis pelo maior número
de pessoas possível, a baixo custo ou sem custos extras, para que todas as
pessoas e não só as que têm necessidades especiais, mesmo que temporárias.
c) ( ) No desenho universal, talvez nem todas as pessoas poderão ser
privilegiadas e integrar-se totalmente numa sociedade inclusiva.
d) ( ) Em 1985, foi criada a primeira norma técnica brasileira relativa à
acessibilidade, “Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços
e equipamentos urbanos à pessoa portadora de deficiência”. Em
1994, essa norma passou por uma primeira revisão e em 2014 pela
última, a qual vale até hoje para regulamentar todos os aspectos de
acessibilidade no Brasil.

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UNIDADE 2 TÓPICO 3
A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA

1 INTRODUÇÃO
Dando continuidade, neste tópico 3 da Unidade 2, sobre a reabilitação das
pessoas com deficiência física, veremos as várias possibilidades de reabilitar, de
formas também paliativas de lidar com a deficiência, se tornando menos dolorosa
a todos, à pessoa com sequelas e aos que convivem com ela. Conheceremos os
centros que se dedicam à reabilitação das pessoas com deficiências físicas e dicas
importantes para o dia a dia de conviver e usar de recursos especiais voltados à
reabilitação.

2 REABILITAÇÃO
Segundo o dicionário Aurélio (1999, p. 1710), a reabilitação conceitua-se
como: “Restituir direitos e prerrogativas (que se tinham perdido por sentença
judicial); Declarar que o sentenciado está inocente; Ajudar à reinserção social
de: Reabilitar um toxicômano, Reparar, renovar (um imóvel, um bairro antigo),
reabilitação motora como reeducação motora”.

O processo de reabilitação geralmente é demorado e dolorido para quem
passa, porém muito importante a todos que estão envolvidos e é um processo,
depende muito de cada um e de cada comprometimento.

Vários encaminhamentos para reabilitação geralmente se dão por meio de


uma equipe multidisciplinar, profissionais capacitados, tratamento humanizado
no atendimento à pessoa com deficiência.

Nas principais patologias que são encaminhadas para a reabilitação estão


as paralisias cerebrais, doenças neuromusculares, malformações congênitas,
lesões encefálicas adquiridas causadas por traumas, acidentes e também alguns
casos de AVC, tumores e amputação.

A reabilitação, como já comentamos, exige uma equipe, pois há casos
e casos, alguns necessitam de outros acompanhamentos, como psicólogos,
neurologistas, psiquiatras, terapias serviço social, hidroterapia, equoterapia,
práticas desportivas, que poderão incluir natação, basquete, entre outros.

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UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Não podemos esquecer também que com a idade e com a mobilidade


reduzida começam a aparecer a comorbidade e nisso as patologias, os problemas
cardíacos, respiratórios, urinários, de rins, de olhos e de ouvidos, entre outros.
Assim vão precisar de profissionais destas áreas para tratamento específico que
irão passar a fazer parte da reabilitação também.

3 CENTROS VOLTADOS À REABILITAÇÃO FÍSICA


Quando pensamos em centros de reabilitação, logo vem em mente a
AACD, vem a fisioterapia como grande base deste trabalho e sem dúvida são
dentro da normalidade, isto é, uma reabilitação comum, é o que acontece de mais
corriqueiro no dia a dia, a fisioterapia principalmente.

A AACD é a referência de centro de reabilitação no Brasil, mas nem todos
conseguem uma vaga e também se deslocar até os centros, quem mora no interior
dos estados. A ACD tem o trabalho fixado no Brasil há mais de 50 anos, vejamos
um pouco desta história.

UNI

Desde a sua fundação em 1950, a AACD cresceu e diversificou seus serviços


para melhor atender seus pacientes. E foi com essa perspectiva que, em 12 de julho de 1993,
foi inaugurado o Hospital Abreu Sodré. Em 1995, iniciaram-se as atividades da Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), que complementou a estrutura instalada. Com modernas instalações,
hoje ele é considerado um dos melhores centros cirúrgicos do País na área de Ortopedia.
Em 2013, houve mudança no nome do Hospital Abreu Sodré, passando para Hospital
Ortopédico AACD. Com 125 leitos, incluindo os setores de internação e a UTI, possui um
dos mais completos centros tecnológicos do País para cirurgias ortopédicas. Dispõe de
instalações com modernas salas cirúrgicas, equipe altamente qualificada e um histórico de
sucesso nos procedimentos ortopédicos. A atuação importante do Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar (SCIH), que mantém a taxa de infecção hospitalar anual (0,8%) a valores
de excelência internacional, faz do Hospital Ortopédico AACD referência em patologias
musculoesqueléticas.
FONTE: <https://aacd.org.br/hospitalaacd/>. Acesso em: 30 dez. 2018.

Criada pelo médico Renato da Costa Bonfim, que após fazer um estágio na
ortopedia nos Estados Unidos, onde havia participado de vários centros e com isto
trouxe a ideia de fundar no Brasil um centro, a AACD – Associação de Assistência
à Criança Deficiente, a qual a partir de 1962 passou a produzir prótese, órtese
e acessórios e fazer a entrega e a reabilitação. Também em 1998, a entidade é
assistida pela campanha Teleton, para arrecadação de fundos, em parceria com
o SBT. Desde então, já foram construídos sete novos centros de reabilitação. Em
2012, incorporou o Lar Escola São Francisco, centro de reabilitação fundado em
1943, que era administrado pela Unifesp (AACD, 2018).

100
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

No Brasil existem em torno de 14 unidades espalhadas em todos os


estados. Em cada unidade existe a parceria com a Teleton e com municípios e
verbas de empresas privadas, das redes estaduais e federais. Para agendar uma
consulta para avaliação, poderá ser feito através do telefone que você encontra
nas páginas da AACD e também através da secretaria da saúde de seu município,
com encaminhamentos de um médico especialista.

Temos no Brasil outro centro respeitadíssimo na área de reabilitação,


o Alberto Einstein, chamado de Centro de Reabilitação Einstein, situado em
São Paulo foi o primeiro do Brasil a ser integrado aos serviços de um hospital
geral de alta complexidade. Inaugurado em maio de 2003, prima hoje por ser
uma referência nacional em reabilitação de alta complexidade, com uma equipe
multidisciplinar de alto nível.

Uma equipe multidisciplinar geralmente faz o plano terapêutico com


objetivos funcionais para cada paciente, respeitando a especificidade de cada um.
Assim também é no centro de reabilitação Einstein, como os demais, a equipe
avalia e apresenta para execução um plano de ação.

Em cada estado brasileiro existem outros centros menos conhecidos, mas


que atuam de forma bem funcional, pelas redes públicas no Sistema Único de
Saúde, basta procurar em seu município, alguns até vocês poderão encontrar no
próprio município, além das associações de pessoas com deficiências físicas que
fazem um trabalho significativo em parceria com o sistema de saúde de cada
cidade.

Vejamos alguns exemplos de atendimentos e serviços e dos centros de


reabilitação, principalmente da AACD.

FIGURA 7 – TÉCNICOS TRABALHANDO NA FÁBRICA DE PRÓTESES DA AACD – SP

FONTE: <https://revistapegn.globo.com/Administracao-de-empresas/noticia/2016/09/uma-
fabricas-lider-no-setor-de-proteses-funciona-nos-fundos-da-aacd.html>. Acesso em: 28 jan. 2018.

101
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

A AACD atende a todo o país na produção de próteses e órteses (pernas,


braços, mãos, entre outros membros do corpo) e estes são distribuídos conforme
avaliação realizada com antecedência. Na AACD acontece a venda das próteses
e órteses ao Sistema Único de Saúde (SUS) também de forma particular, é um dos
negócios que a AACD criou para manter seu trabalho filantrópico.

No Brasil temos mais de 14 unidades de atendimento da AACD, com


reabilitação, mais a maior delas encontra-se em São Paulo, mais completa delas,
com o funcionamento do hospital, da fábrica de próteses e órteses e os demais
atendimentos com equipes multidisciplinares.

FIGURA 8 – FRENTE DO PRÉDIO DA ACCD – SP.

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

Em São Paulo, a sede da AACD faz os seguintes atendimentos, além de


contar com a fábrica de prótese e órtese, piscina com atividades fisioterápicas,
atendimento de treinamento com as novas próteses e órteses, recursos para a
reabilitação dentro das tecnologias, entre outros.

FIGURA 9 – CLIENTE FAZENDO ATIVIDADES COM USO DAS TECNOLOGIAS

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

102
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Na AACD, há inúmeros serviços como já citamos nos textos acima.


Vejamos:

FIGURA 10 – ATENDIMENTO DE FISIOTERAPIA NA AACD

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

Quando as pessoas (clientes) pacientes e/ ou também é dito usuários,


os quais são encaminhados de fora do estado, geralmente costuma-se fazer
a avaliação multidisciplinar e então os encaminhamentos. Nem sempre são
atendidos no mesmo dia, às vezes é necessário ficar dois a três dias para fechar
um atendimento completo, dependendo do caso.

Para concluir sobre a AACD, mais duas imagens.

FIGURA 11 – ATENDIMENTOS DA AACD

FONTE: <http://solarsocial.net/item/aacd/>. Acesso em: 28 jan. 2019.

103
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Em Brasília a grande referência é o hospital da rede SARAH, onde existem


duas unidades de atendimento para adultos e crianças em vários tipos e níveis de
tratamento. O SARAH Brasília caracteriza-se por atendimento predominantemente
hospitalar. O Centro Internacional de Neurociências e Reabilitação, o SARAH
Lago Norte, com atendimento exclusivamente ambulatorial, atua em uma etapa
mais avançada do processo de reabilitação do paciente.

Leva o nome de SARAH, em homenagem ao presidente Juscelino


Kubitschek, nome da sua esposa. Na época da criação do hospital e do centro de
reabilitação, com o objetivo de dotar Brasília de moderno centro de reabilitação,
a Fundação das Pioneiras Sociais implanta, na nova capital, um centro de
reabilitação, inaugurado em 21 de abril de 1960, pelo Presidente Juscelino
Kubitschek.

O SARAH Brasília está localizado na Asa Sul, no Plano Piloto.


Inaugurado em 1980, gerou e consolidou princípios, conceitos e
técnicas que o transformaram em centro de referência internacional e
que fundamentaram o processo de criação da Rede SARAH.
Acumulando as funções de hospital, centro de administração e
de gestão hospitalar, de treinamento e pesquisas, de controle de
qualidade e de formação de recursos humanos, esta unidade constitui
infraestrutura voltada tanto para o atendimento quanto para o
conhecimento e o avanço da medicina.
São admitidos adultos e crianças com demandas relacionadas a
reabilitação de patologias neurológicas e ortopédicas, atendendo,
principalmente, aqueles com lesão medular, lesão cerebral, alterações
decorrentes de perdas cognitivas progressivas, relacionadas à idade e
a outros transtornos neurológicos e ortopédicos.
O SARAH Brasília dispõe do Programa de Educação e Prevenção de
Acidentes da Rede SARAH, que elabora e ministra palestras para
estudantes das redes pública e privada de ensino (SARAH, 2019).

Em Brasília o SARAH tem duas unidades, mais no Brasil existem outras


unidades distribuídas mais para o norte e nordeste. Vejamos no Mapa,

104
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 12 – UM MAPA MÚNDI COM DESTAQUE O BRASIL E AS LOCALIZAÇÕES DAS CIDADES


QUE TÊM O SARAH

FONTE: <http://www.sarah.br/>. Acesso em: 27 jan. 2019.

Para atender às demais regiões do Brasil, o SARAH abre em São Luiz


do Maranhão, depois Rio de Janeiro e Fortaleza, e assim expande para demais
regiões, como mostra o mapa acima. A rede SARAH continua em implantação
em novas regiões do Brasil, pois há muitas pessoas na fila de espera em locais
onde não têm este atendimento.

É possível ser atendido no SARAH em várias especialidades, mas se


tratando da deficiência física, oferece a reabilitação, o atendimento para quem
tem Lesão Medular e ortopedia em geral. Vejam o que diz o anúncio na página
do SARAH (2019).

A equipe de Neurorreabilitação em Lesão Medular atende adultos


com lesões medulares congênitas ou adquiridas, que podem
ser de origem traumática ou não traumática. Os programas de
reabilitação são individualizados e organizados de forma dinâmica e
contextualizada, de acordo com o potencial de recuperação funcional,
e podem ser realizados ambulatorialmente, em regime de hospital-dia
ou internação.
Essa especialidade é atendida nas unidades Belo Horizonte,
Brasília,Fortaleza,Rio de Janeiro,Salvador e São Luís.
Critérios de atendimento
• Lesão traumática (acidentes de trânsito, as quedas, os mergulhos, os
ferimentos por armas brancas e por armas de fogo, entre outros).
• Lesão não traumática (tumores, infecções, malformações
arteriovenosas e de doenças degenerativas).
Atenção
Para iniciar acompanhamento com a equipe de Neurorreabilitação em
Lesão Medular é necessário que o paciente esteja apto para reabilitação,
apresentando condições clínicas favoráveis, como:
• Ter concluído o tratamento da fase aguda do trauma| fraturas;

105
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

• O paciente não deve estar recebendo nutrição parenteral (NPT) e nem


ser dependente de ventilação mecânica. O orifício da traqueostomia,
caso exista, deverá estar cicatrizado;
• É importante que o paciente não apresente lesões por pressão.
Todos esses fatores são restritivos para realização das terapias de
reabilitação.

O paciente precisa cumprir os requisitos exigidos antes mesmo de passar


por avaliação com a equipe, agendar o atendimento e estar à disposição no local
para fazer a reabilitação. O que dificulta em alguns casos é que muitos pacientes
não conseguem ser independentes e precisam de acompanhantes, e estes
precisam também de local para ficar, há gastos em alimentação e estadia, além
do tempo mínimo, que é muitas vezes de meses, depende muito de cada caso.
Nestes atendimentos há muitos pacientes vindos de todos os lugares do Brasil e
até mesmo de outros países.

Já a ortopedia, geralmente, atende os casos mais regionais, visto que a


maioria das cidades tem a parte da ortopedia e fisioterapia para atendimentos
mais urgentes e emergentes. Enquadram-se nesta especialidade da ortopedia
os tratamentos clínicos e cirúrgicos, as doenças que causam as deformidades,
complicações de coluna vertebral e membros superiores e inferiores. Na área da
ortopedia, o SARAH atende em Belo Horizonte, Brasília, Salvador e São Luís.

Vejamos os critérios estipulados pelo SARAH para receber e agendar aos


pacientes para ser atendidos na ortopedia.

Critérios de atendimento para adultos


• Doença inflamatória dos tendões e articulações
• Doença degenerativa (osteoartrose) da coluna, membros superiores
e do pé
• Deformidades de membros
• Sequela de fraturas
• Sequela de trauma articular
• Tumores ósseos primários
Critérios de atendimento para a criança
• Artrogripose
• Disparidade de membros inferiores
• Doença de Perthes
• Doenças genéticas que acometem os membros
• Epifisiólise da cabeça femoral
• Escoliose / Cifose
• Lesões de nervo periférico
• Luxação congênita de quadril
• Luxação da rótula
• Pé torto congênito
• Sequela de trauma em ossos e articulações
• Torcicolo congênito
• Tumores ósseos primários
• Alterações na forma do andar e assimetrias corporais

106
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Atenção
Para iniciar acompanhamento com a equipe de Ortopedia é necessário
que o paciente esteja apto para reabilitação, apresentando condições
clínicas favoráveis, como:
Ter concluído tratamentos clínico e cirúrgico
iniciados externamente.
Em razão do número de pacientes já admitidos no SARAH Brasília
e que aguardam procedimento de Artroplastia Total de Quadril e de
Joelho, suspendemos temporariamente a admissão de novos pacientes
portadores de artrose no quadril e joelho;
Não apresentar fratura ou trauma em fase aguda*.
As fraturas e os traumas agudos são condições que requerem avaliação
em serviços de urgência ou emergência. A Rede SARAH atua na fase
de reabilitação, não dispondo de serviços de pronto atendimento
(SARAH, 2019).

Através de depoimentos de pessoas que já receberam atendimentos


nas redes SARAH, sempre muito positivo e os que passam pela reabilitação a
avaliação e o retomo são excelentes, voltam animados, de fato reabilitados e
trazendo muita esperança para os que ficaram.

3.1 REABILITAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS


No Sistema Único de Saúde, o SUS, foi criada em 2008 uma cartilha
contendo 16 páginas para esclarecer aos seus usuários, conceitos e procedimentos.

Sendo assim, vejamos alguns conceitos de reabilitação coletados desta
cartilha. Leia:

Reabilitação: A assistência à saúde e as ações de reabilitação visam


ao desenvolvimento de capacidades, habilidades, recursos pessoais e
comunitários para promover a independência e a participação social
das pessoas com deficiência, frente à diversidade de condições e
necessidades. Toda pessoa que apresente redução funcional tem direito
ao diagnóstico e à avaliação de uma equipe multiprofissional (formada
por médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, nutricionistas e
outros). De igual forma, tem direito de se beneficiar dos processos
de reabilitação de seu estado físico, mental ou sensorial, quando este
constituir obstáculo para sua inclusão educativa, laboral e social. A
busca por atenção à saúde compreende não só o acompanhamento e a
manutenção dos ganhos adquiridos com a reabilitação e a prevenção
de deformidades, como com a aquisição e adequação de órteses e
próteses (cadeiras de rodas, bolsas de colostomia, próteses auditivas,
visuais e ortopédicas, etc.) (BRASIL, 2008, p. 10).

A reabilitação geralmente vai atingir mais as pessoas com deficiência


física e visual. Aos demais, os auditivos também procuram o Sistema Único de
Saúde, porém para aparelhos auditivos e algumas sessões de fonoaudiólogos;
os intelectuais, autistas e outras deficiências, a parte da reabilitação é menos
procurada, só para consultas de rotinas na saúde no geral.

107
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

A reabilitação das deficiências físicas são as que mais procuram e usam, às


vezes para a área da fisioterapia, de prótese e terapias. Mas a comunidade pode
estar ajudando neste processo de reabilitação, conforme orientação da cartilha do
SUS. Desta forma:

De que forma pode ocorrer a participação da comunidade no


processo de reabilitação? Todas as medidas assistenciais voltadas
à saúde da pessoa com deficiência, incluindo a reabilitação, levam
em conta, sobretudo, as necessidades, as potencialidades e os
recursos da comunidade, de modo a se assegurar a continuidade
e as possibilidades de autossustentação, visando, em especial, à
manutenção da qualidade de vida das pessoas com deficiência e à
sua inclusão ativa na comunidade. A participação da comunidade no
processo de reabilitação poderá se dar junto aos conselhos de saúde e
de direitos, lideranças da comunidade, igrejas, escolas, mobilizando-
os para que o processo de reabilitação seja completo e eficaz (BRASIL,
2008, p. 14).

Na comunidade encontramos as associações que dão o suporte para as


famílias e para as pessoas com deficiências, tanto no atendimento à pessoa com
deficiência quanto na orientação as famílias. Nos atendimentos geralmente fazem
o que o sistema único não faz, visto que são muitos usuários para poucas vagas e
nas associações é possível haver um esporte adaptado, uma piscina, uma equipe
multidisciplinar, além da divisão de problemas e experiências entre as próprias
pessoas com a deficiência física.

4 A POSSIBILIDADE DO ESPORTE PARA A REABILITAÇÃO


DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA
Surgiu por volta de 1870, anteriormente ao movimento pós-guerra, já
se tinha conhecimento sobre o desporto adaptado para pessoas surdas, iniciava
nos Estados Unidos as primeiras participações desportivas organizadas por
escolas especiais (WINNICK, 2004; ARAÚJO, 1997).

Em Paris, 1924, aconteceram os “Jogos do Silêncio”, reunindo atletas


de diversos países (WINNICK, 2004). Para Adams et al. (1985), a prática
desportiva para pessoas com deficiência física na Alemanha teria se iniciado
em 1918, para amenizar os horrores da Primeira Guerra Mundial e 1932 em
Glasgow no Reino Unido Inglaterra existiu uma associação de jogadores de
golfe, abarcando amputados unilaterais de membros superiores (COMITÊ
OLÍMPICO ESPANHOL, 1994; MAUERBERG-DE-CASTRO, 2005).

O término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um marco


para a evolução do desporto adaptado para pessoas com deficiência, muitos
soldados retornavam aos seus países, traziam em seu corpo marcas que jamais
esqueceriam. O pós-guerra deixou muitos soldados mutilados, com distúrbios
motores, visuais e auditivos, isso fez com que seus governos tomassem uma

108
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

série de providências sobre a qualidade de vida desses indivíduos, com isso


muitos começaram a ter acesso as práticas esportivas e atividades físicas
adaptadas como forma de tentar minimizar as adversidades causadas pela
guerra. Em países da Europa e nos Estados Unidos essa preocupação foi
maior e os resultados dela foram evidenciados notavelmente. Aos poucos ex-
veteranos de guerra começaram a obter grande êxito em atividades esportivas,
as mais visadas foram: o basquete sobre cadeira de rodas e o atletismo. Para
Mattos (1994), enquanto na Inglaterra o objetivo maior era a reabilitação pelo
desporto, nos Estados Unidos a meta final era a competição.

O primeiro programa em cadeira de rodas do hospital foi iniciado em


1945 com o objetivo de trabalhar o tronco e os membros superiores e diminuir
o tédio da vida hospitalar (ARAÚJO, 1997).

Sobre isso, o Jornal Superação (1988) divulga que: “Os primeiros


resultados dessa prática relatam que, em um ano de trabalho, o Dr. Gutmann
conseguiu preparar seis paraplégicos para o mercado de trabalho e reconheceu
que as atividades desportivas, como medida terapêutica, eram importantes
para a reabilitação psicossocial dos deficientes”.

Em 1948 aconteceram os Jogos Olímpicos de Verão, em Londres,


Inglaterra, e Sir Ludwig Gutmann, que passou a sonhar com uma olimpíada
especial que reunisse milhares de deficientes em torno do desporto, aproveita
o evento e cria paralelamente os primeiros jogos de Stoke Mandeville para
paraplégicos, estes jogos contaram com a participação de 16 atletas ingleses
nas modalidades de: arco e flecha, tiro ao alvo e arremesso de dardo (ARAÚJO,
1997; WINNICK, 2004; CIDADE; FREITAS, 2002; GORGATTI; GORGATTI,
2005).

Após isso em 1952, os jogos desenvolveram-se para a primeira


competição internacional de desporto em cadeira de rodas para deficientes
físicos, com cento e trinta participantes, equipes dos EUA, Inglaterra e Holanda
(ARAÚJO,1997; WINNICK, 2004; CIDADE; FREITAS, 2002). Os 9º Jogos de
Stoke Mandeville foram realizados em Roma na Itália em 1960, logo após o
encerramento dos Jogos Olímpicos, este evento contou com cerca de duzentos
e trinta atletas de vinte e três países, contou com o apoio do Comitê Olímpico
Italiano (COI), tendo como madrinha dos jogos a primeira dama italiana, Srª.
Carla Grounchi.

Este evento marca o envolvimento político e social do mundo todo


com os jogos para pessoas com deficiência. O nome “Paraolimpíadas” foi
cunhado durante a Olimpíada de Tóquio, em 1964 e surgiu com uma paciente
paraplégica do Stoke Mandeville Hospital, Alice Hunter, que escreveu seu
relato intitulado “Alice of the Paralympiad” (Alice das Paraolímpiadas), para
uma revista de desportos “The Cord Journal of the paraplegics”, na época
o termo foi associada a paraplegia e posteriormente foi cunhado Rev. Bras.

109
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 529-539, abr./jun. 2011 533 para


batizar os Jogos Paraolímpicos (PARALYMPIC SPIRIT apud MAUERBERG-
DECASTRO 2005).

No Brasil, a história do desporto adaptado surge em 1958, quando


foram fundados dois clubes de desporto em cadeira de rodas, um em São Paulo
e outro no Rio de Janeiro. Foram fundados por Sérgio Serafim Del Grande e
Robson Sampaio de Almeida, que trouxeram a ideia do desporto adaptado ao
Brasil após retornarem de tratamentos de reabilitação em hospitais americanos,
onde adquiriram o conhecimento da prática do desporto em cadeira de rodas
(ARAÚJO, 1997; CIDADE; FREITAS, 2002; MAUERBERG-DE-CASTRO, 2005;
GORGATTI; GORGATTI, 2005).

A participação brasileira nos Jogos Paraolímpicos só aconteceu em 1972,


em Heidelberg, Alemanha. A modalidade foi a bocha, mas sem conquista de
medalhas, em 1976, nos Jogos de Toronto, Canadá, nessa mesma modalidade,
Robson de Almeida e Luis Carlos Coutinho conquistam as duas primeiras
medalhas paraolímpicas (prata) para o Brasil (ARAÚJO, 1997; MAUERBERG-
DE-CASTRO, 2005).

De 1984 a 2008 os Jogos Paraolímpicos sempre contaram com a


participação do Brasil, neste período o número de medalhas conquistadas
pelos atletas paraolímpicos ultrapassa ao dobro das conquistadas por atletas
sem deficiência nos Jogos Olímpicos.

A prática de atividades desportivas para pessoas com deficiências, além


de proporcionar todos os benefícios para seu bem-estar e qualidade de vida,
também é a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as
enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social e a
reabilitação da pessoa com deficiência.

Souza (2004) apud Melo e López (2002) enfatiza que o desporto


adaptado deve ser considerado como uma alternativa lúdica e prazerosa, sendo
parte da reabilitação de pessoas com deficiências físicas. Através dessa prática
desportiva lúdica e prazerosa para o indivíduo, estas atividades surgem como
facilitadoras para a melhoria da qualidade de vida. O desporto adaptado é
indicado desde a fase inicial do processo de reabilitação.

Os indivíduos têm a oportunidade de vivenciar sensações e movimentos,


que muitas vezes não realizaram pela limitação física ou por barreiras sociais
e ambientais.

Sporner et al. (2009), em estudo com cento e trinta e dois indivíduos


participantes do National Veterans Wheelchair Games (NVWG) e do 20º Winter
Sports Clinic (WSC) nos Estados Unidos, recomendam que a participação
de pessoas com deficiência nesse tipo de eventos pode promover benefícios
psicológicos e também proporcionar a reabilitação física em pessoas com

110
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

deficiência. Martin (2006) relata em seu estudo com cento e doze atletas com
deficiência, que o desporto é um importante aspecto para a ampliação das
relações sociais desses indivíduos.

Através das relações sociais dentro do desporto é possível promover


a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Em estudo realizado na
Universidade Federal de Santa Maria por Borges et al. (2007), onde 23 alunos
com deficiência física participaram da adaptação de regras e fundamentos do
basquete e do futebol, os autores afirmam que através da prática desportiva
para pessoas com deficiência, foi possível observar melhoras significativas
em relação ao aspecto afetivo-social, na cooperação e o respeito entre os
participantes durante as práticas desportivas e também em relação ao
desenvolvimento motor dos participantes. Soler (2005) aborda que os esportes
servem para aumentar o sentimento de autonomia.

Os jogos servem para explorar o mundo que os rodeia; reforça a


convivência, o alto grau de liberdade faz com que os relacionamentos fiquem
mais saudáveis. Steinberg e Bittar (1993) consideram que o desporto deveria
ser sempre, parte da reabilitação de um indivíduo, lembrando que todos
indivíduos apresentam um grau de potencial residual que deve ser estimulado
em busca de uma vida mais saudável e digna.

FONTE: <http://www.scielo.br/pdf/rbce/v33n2/17.pdf>.

4.1 TIPOS DE JOGOS


Alguns exemplos citaremos e mostraremos imagens de jogos adaptados
para pessoas com deficiência física, as regras que mudam em algumas adaptações.
A todo instante está sendo dito e divulgada a importância do esporte para todos e
se possível para as pessoas com deficiências, mais ainda.

O exercício físico e a prática regular de esportes têm o poder de dar mais


força à pessoa com deficiência, melhorando a circulação sanguínea e o fôlego.
Além do mais, exercitar-se faz com que o cérebro libere endorfina, o que resulta
em sensações de prazer e alegria.

Além disso, praticar esportes é de grande auxílio para a reabilitação da


pessoa com deficiência, mas há a necessidade de uma certa adaptação às regras e
ao modo como se pratica as modalidades.

Entretanto, isso não é problema algum, pois hoje já existem muitos


esportes adaptados que têm cumprido sua função de melhorar a qualidade de
vida das pessoas com deficiência.

111
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Apresentaremos na íntegra os 17 esportes que podem ser realizados pelas


pessoas com deficiências, conheça como é cada um deles e os materiais físicos e
humanos que necessitam para a sua prática.

4.1.1 Esportes coletivos



A prática de esportes coletivos é de grande ajuda para a inclusão e a
socialização de uma pessoa com deficiência

Conheça adiante um pouco mais sobre os principais tipos de esportes


coletivos.

1 Basquete

É um esporte que, à primeira vista, não poderia ser adaptado para a prática
por pessoas com deficiência, porém, ele tem ganhado cada vez mais espaço.

Quando nos referimos às pessoas com dificuldade para locomoção, o


basquete, em nível de competições oficiais, deve ser praticado com cadeiras de
rodas adaptada e padronizadas à prática do esporte, seguindo uma certa linha.

Os atletas são classificados de acordo com o nível de comprometimento


motor que obedece a uma escala previamente determinada.

Além de ser um dos esportes mais praticados no mundo, o basquete


apresenta vantagens, como dinamismo, estímulo das funções cognitivas,
aumento do senso de estratégia, desenvolvimento da capacidade motora, criação
de vínculos afetivos e sociais etc.

2 Bocha adaptada

A bocha adaptada é praticada por pessoas com deficiência e faz parte
dos Jogos Paralímpicos desde 1984. Trata-se de um esporte que requer bastante
concentração e precisão.

Ele é indicado para pessoas com paralisia cerebral e outros problemas
neurológicos. A disputa consiste em lançar bolas — que podem ser vermelhas
ou azuis —, de modo que elas cheguem o mais próximo possível da bola branca
(jack).

O atleta pode disputar sozinho, em dupla ou em equipes maiores. Eles


podem utilizar as mãos, os pés e, até mesmo, a cabeça como auxiliares. Se o
participante tiver maior comprometimento dos membros, pode contar com o
apoio de um assistente. Na classificação funcional, eles são divididos em quatro
classes, conforme o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não.

112
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

3 Tênis de mesa

Tênis de mesa é uma das modalidades mais tradicionais dentro do esporte


inclusivo. Tanto que, esteve presente na primeira edição dos Jogos Paralímpicos,
em 1960.

As regras são as mesmas do tênis de mesa convencional. A única exceção


é o saque, que é diferente para os usuários de cadeiras de rodas. Nesse caso, o
sacador precisa fazer com que a bola ultrapasse a linha de fundo da mesa sem
deixá-la sair pelas laterais. Além disso, para o tênis em cadeira de rodas, a bolinha
pode pular duas vezes na mesa.

O saque deve ser feito com a mão contrária à que segura a raquete. Mas,
para os atletas andantes que não têm condição de usar o braço livre — por causa
de amputação ou outra deficiência —, é permitido utilizar a mão que segura a
raquete para realizar o saque.

A grande vantagem desse esporte é que ele abrange quase todos os grupos,
com exceção apenas para as pessoas com deficiências visuais. Além disso, os
participantes podem competir sozinhos em duplas ou em times maiores.

4 Voleibol sentado

Dinâmico e divertido, o voleibol sentado é uma ótima alternativa. Ele


estimula o espírito de equipe e pode ser praticado por homens e mulheres
com deficiência física.

No voleibol sentado, a quadra é menor. Ela tem 10m x 6m, e a rede apresenta
uma altura de 1, 15m e 1, 05m para homens e mulheres, respectivamente.

Dentro da quadra, ficam dispostos seis atletas em cada time. Vale destacar
que os atletas precisam manter a pélvis encostada no chão.

5 Futebol de 5

O futebol de 5 é uma modalidade esportiva voltada para atletas cegos.


Ela é disputada em uma quadra semelhante à de futsal, com apenas algumas
alterações.

Os participantes usam vendas nos olhos já que alguns apresentam


percepção luminosa e podem levar vantagem por causa disso. O diferencial nesse
time é o goleiro, que enxerga normalmente. Além disso, a bola possui um barulho
para orientar os jogadores.

A partida tem dois tempos de 25 minutos cada e um intervalo de 10


minutos. A modalidade começou a fazer parte dos Jogos Paralímpicos em 2004 e
o Brasil até então vem conquistando todos os pódios.

113
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

6 Goalball

Trata-se de uma modalidade esportiva feita exclusivamente para pessoas


com deficiência visual. Presente nos Jogos Paralímpicos desde 1976, o goalball se
baseia nas percepções táteis e auditivas dos atletas, exigindo também bastante
orientação espacial.

Nessa competição, a bola é lançada e, rolando no piso da quadra, os


jogadores tentam fazer o gol. Enquanto uma equipe ataca, a outra tenta impedir
o gol, deitando-se no chão para realizar a defesa.

São três jogadores em cada equipe e vence o jogo aquela que fizer o
maior número de gols. Como você pode notar, é um esporte bastante dinâmico e
interessante, tanto para quem está jogando como para quem está torcendo.

4.1.2 Esportes individuais


7 Natação

A natação é um dos esportes que mais trabalha todas as funções do corpo


e também acabou se tornando um dos mais completos. Esse é um dos poucos
esportes que têm a capacidade de dar leveza ao corpo, proporcionando extrema
sensação de prazer ao flutuar na água.

A natação também acalma a pessoa, de modo que as partes do seu corpo


que são diariamente sobrecarregadas, finalmente conseguem atingir um estágio
de leveza e relaxamento.

Independentemente do tipo de deficiência, esse é um esporte que, com o


auxílio de um profissional capacitado, se tornará uma tarefa prazerosa e ajudará
na mobilidade dos membros.

Pode ser praticado por pessoas com deficiência visual ou física. As


competições variam de 50 a 400 metros, nas modalidades peito, livre, borboleta e
costas, e também com provas de revezamento, como medley e livre. Conforme a
lesão, é dada a categoria a ser desenvolvida pelo atleta.

8 Remo Adaptável

O esporte de remo exige muita disciplina, potência, resistência e técnica


apurada, sendo uma ótima opção para o desenvolvimento e recuperação da pessoa
com deficiência, principalmente para quem tem dificuldade na mobilidade.

Para que seja praticado, a adaptação vai no equipamento. Dessa forma, as


regras do remo são aplicadas igualmente para a modalidade adaptável.

114
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Esse esporte já existe de forma adaptável no Brasil, desde 1980 e, em 2008,


foi parar nos Jogos Paralímpicos, em Pequim.

9 Arco e flecha

O esporte conhecido como arco e flecha é um dos tipos mais democráticos


quando nos referimos aos esportes para pessoas com deficiência. Ele pode ser
praticado em pé ou sentado na cadeira de rodas.

Atualmente, há muitas competições que simulam a modalidade olímpica


do esporte, de modo que deve haver um treinamento constante para se atingir
um bom nível e uma boa mira.

10 Musculação

Chegamos ao esporte que é considerado essencial para pessoas que têm


algum tipo de deficiência que afete os membros, pois, como já foi dito, uma parte
do corpo tende a ficar sobrecarregada em detrimento de outra.

E é a musculação que tem a maior capacidade de fortalecimento dos


músculos, uma vez que há um grande trabalho de vários grupos musculares
isoladamente. Dessa maneira, a prática regular da musculação contribui para a
resistência e a força do corpo.

A partir do momento em que há um fortalecimento dos músculos dos


membros mais usados, haverá, também, a diminuição nas dores sentidas no dia
a dia.

Mas é sempre bom lembrar que esse, como qualquer outro exercício físico,
deve ser praticado sob a orientação de profissionais especializados no assunto,
pois os exercícios se iniciarão de forma leve, aumentando gradativamente a
intensidade.

11 Ciclismo

Para as pessoas cuja deficiência atinge os membros superiores ou inferiores,
já existem bicicletas com uma adaptação que permite a prática do esporte.

Há também aquelas bicicletas que têm espaço para duas pessoas, em que
um ciclista pode auxiliar o outro a guiá-la.

Nas competições de ciclismo, os atletas são divididos em três classes de


acordo com a deficiência que eles têm.

115
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

12 Artes marciais

A prática de artes marciais como judô, karatê, jiu-jitsu, muay thai e kung
fu é uma excelente opção para quem se sente entediado com a musculação, mas
quer trabalhar os músculos do corpo.

Além disso, elas proporcionam força e equilíbrio a quem as pratica,


de modo que são extremamente importantes no processo de recuperação da
autoconfiança.

As artes marciais são exercícios que podem ser facilmente adaptados e


tudo o que se necessita para praticá-las é vontade e determinação. Isso resultará
numa melhora global do desenvolvimento corporal e trará os benefícios do
fortalecimento dos músculos do corpo.

13 Atletismo

No atletismo, há uma classificação que é feita em função da capacidade


do esportista em realizar movimentos, além da potencialidade dos músculos que
não sofreram lesão e das sequelas do tipo de deficiência.

Sendo assim, existem modalidades para pessoas com deficiência física,


mental e visual – nesta o atleta é acompanhado de um guia –, cada uma com suas
particularidades. As provas podem ser de arremesso, salto, lançamento e pista.

14 Esgrima

Nessa prática esportiva, as cadeiras de rodas ficam fixadas ao solo — para


dar estabilidade — e uma armação especial garante que os atletas se posicionem
a uma determinada distância e ângulo.

Na parte superior do corpo, o esgrimista tem liberdade de movimentos


para marcar os pontos necessários para a vitória. As provas podem ser individuais
e por equipe, e as armas utilizadas são o sabre, a espada e o florete.

A esgrima sobre cadeira de rodas é um esporte muito vibrante, ideal para


pessoas que gostam de competições acirradas.

15 Tiro paralímpico

O tiro esportivo paralímpico é um esporte para homens e mulheres


com deficiências físicas — amputação, lesões na medula, pessoas com paralisia
cerebral, dentre outras.

Trata-se de um esporte de precisão e muito controle. Os participantes


utilizam rifles ou pistolas para disparar em um alvo estático a uma distância que
pode variar entre 10, 25 e 30 metros. Os atletas competem em duas classes: em pé
e em cadeira de rodas.
116
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

16 Hipismo paralímpico

Esse esporte é um dos mais indicados para a reabilitação física e também


social das pessoas com deficiência física ou visual. As partidas são organizadas
de acordo com a habilidade funcional dos atletas. Diferentemente do hipismo
olímpico, o paralímpico consiste apenas no adestramento — não há provas de
salto. Além disso, a areia deve ser mais compacta para oferecer maior segurança
para os competidores.

Vale destacar que o local deve ter sinalização sonora para orientar os
atletas com deficiência visual.

17 Halterofilismo paralímpico

Essa modalidade é aberta para homens e mulheres com deficiências


físicas, como: amputações, nanismo, acidente vascular cerebral, lesões cerebrais,
perda de membro, paralisia cerebral, dentre outros.

É um esporte que exige muita força dos competidores já que, deitados, eles
devem trazer a barra com pesos ao peito. Em seguida, devem mantê-la estável e
reerguê-la estendendo completamente os braços antes de colocá-la na posição
original. Vence o atleta que levantar o maior peso.

Um detalhe interessante é que o halterofilismo faz parte dos Jogos


Paralímpicos desde 1964, mas apenas no ano 2000 as mulheres competiram pela
primeira vez.

Como vimos, opções para aderir à prática de esportes é o que não


falta. Cada modalidade tem as suas particularidades e cada pessoa tem suas
possibilidades, mas é unanimidade a ideia de que competir melhora a autoestima
de qualquer um.

Mas lembre-se de sempre buscar a  ajuda de um profissional


especializado nesse tipo de atividade, tanto da área da saúde, como do esporte.
É essa pessoa que saberá quais são as suas dificuldades e como está ocorrendo a
evolução, de modo que se possa aumentar, ou não, o nível exigido.

O importante é nunca parar de se exercitar  e não se deixar entregar à


vontade de ficar apenas em casa. Praticar esportes para pessoas com deficiência é
muito mais importante do que se imagina para a recuperação, não só física, como
mental.

Para ajudar nesses cuidados, existem alguns acessórios que podem ser
úteis para prevenir lesões nas atividades não esportivas do dia a dia, como é o
caso das  almofadas ergonômicas. Por mais simples que esse acessório pareça,
para a pessoa com deficiência, sua utilização pode ser um grande diferencial e
ajudar a manter o corpo em dia para a prática do esporte.

117
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Prevenindo pequenos incômodos, você evita problemas mais graves e


garante que o esporte se torne uma prática saudável na sua vida.

Como você pode observar, existem muitos esportes praticados por pessoas
com deficiência. Agora, basta escolher um e começar a praticar!

DICAS

Se necessário pesquisar mais sobre os esportes adaptados, você poderá


continuar com as pesquisas sobre os tipos de esportes no site <http://blog.freedom.ind.br/>

Prezados acadêmicos, precisamos canalizar nossos estudos, assumir


e executar as dicas dadas a todos com muito carinho e estudos são feitas as
indicações, cujos filmes, por exemplo, servem para compreendermos de forma
diferenciada alguns conceitos trabalhados, como a reabilitação. Não perca, junte
alguns amigos, familiares e vamos aprender analisando situações de aceitação à
deficiência física, através do filme.

DICAS

A dica deste tópico é de você assistir a este filme simplesmente maravilhoso


e nos mostra o processo e reabilitação física através das memórias de Jeff Bauman (Jake
Gyllenhaal) sobre o dia mais impactante de sua vida, 15 de abril de 2013. Enquanto esperava
seu grande amor, Erin (Tatiana Maslany), finalizar a participação na Maratona de Boston, ele
foi atingido por uma das bombas do atentado terrorista e perdeu as duas pernas.

FONTE: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-230249/>. Acesso em: 28 dez. 2018

118
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

LEITURA COMPLEMENTAR

O sistema público de saúde e as ações de reabilitação no Brasil

Carla Trevisan Martins Ribeiro,1 Marcia Gonçalves Ribeiro,2


Alexandra Prufer Araújo,2 Lívia Rodrigues Mello,3
Luciana da Cruz Rubim 3 e Joyce Espírito Santo Ferreira 3

O conceito de reabilitar inclui diagnóstico, intervenção precoce, uso


adequado de recursos tecnológicos, continuidade de atenção e diversidade de
modalidades de atendimentos visando à compensação da perda da funcionalidade
do indivíduo, à melhoria ou manutenção da qualidade de vida e à inclusão
social (1, 2). Como afirmam Coelho e Lobo (1), o trabalho de reabilitação deve
englobar tanto o aspecto técnico quanto o aspecto da cidadania do indivíduo com
deficiência, que tem o direito de fazer escolhas e de ser o autor de sua própria
história. No Brasil, de acordo com a Constituição de 1988, a saúde é um direito de
todo o cidadão e deve ser garantida pelo Estado (3), sendo o direito à habilitação
e à reabilitação das pessoas portadoras de deficiência garantido por lei federal (4).
Contudo, esse tipo de prerrogativa é bastante recente na história do país.

A saúde pública no Brasil tem duas fases bastante distintas, sendo a
criação do Sistema Único de Saúde (SUS) o marco divisor dessas fases (3). Antes
da reforma sanitária e da criação do SUS, em 1988, a saúde era restrita a uma
parcela da população que contribuía com um seguro social para desfrutar de
tal benefício. As ações de saúde pública eram de caráter preventivo e coletivo,
com escassas exceções de assistência à saúde voltada para doenças específicas ou
grupos populacionais (3, 5). Nessa época, a assistência ao portador de deficiência
e ao doente mental baseava-se na caridade e na filantropia (1, 2). A reabilitação
não ficava a cargo de nenhuma esfera governamental, com exceção dos centros
de reabilitação profissional do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) (2,
6).

Após a instituição do SUS, a saúde passou a ser um direito de todos e um


dever do Estado. A partir de então houve uma descentralização da política de
saúde e os estados e municípios passaram a administrar serviços comprometidos
com os princípios da proposta de reforma sanitária a fim de garantir o direito
universal e integral à saúde (3, 7). Entretanto, os programas de reabilitação
brasileiros passaram a ter administração federal e consequente organização
centralizada. O governo federal passou a desenvolver programas de atendimento
em reabilitação para deficientes na rede pública de saúde (2).

Entender o impacto das transformações das políticas de saúde no Brasil,
tendo como eixo principal a análise do direito à saúde e da reabilitação de pessoas
portadoras de deficiência, é essencial para a compreensão crítica do que significa
atualmente o sistema de saúde para essa população. Contudo, são escassos os
estudos sobre programas e políticas de reabilitação no Brasil.

119
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão histórica


da literatura sobre políticas de saúde pública no Brasil quanto ao surgimento das
ações de reabilitação para portadores de necessidades especiais.

MATERIAIS E MÉTODOS

Um levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados SciELO,


LILACS e MEDLINE para o período de 1980 a 2009. Foram utilizadas as
seguintes palavras-chave em português: Sistema Único de Saúde, reabilitação,
políticas de saúde, assistência médica, história. Foram combinadas as seguintes
palavras: Sistema Único de Saúde/SUS com reabilitação/ políticas públicas/
história; e reabilitação com história ou assistência médica (separadamente). Em
inglês foram utilizadas as palavras rehabilitation e public health, com o objetivo
de localizar artigos nacionais que tivessem sido publicados em outra língua, ou
que fossem informativos para noções históricas da reabilitação. Consultaram-se
ainda leis federais e manuais do Ministério da Saúde. Esse material foi buscado
junto à Coordenação de Reabilitação do Rio de Janeiro, na biblioteca da Fundação
Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e na base de dados BIREME. Foram excluídos
artigos que não contemplavam o tema ou aos quais os autores não obtiveram
acesso.

RESULTADOS

Foram incluídos quatro livros (3, 8– 10), três manuais do Ministério da


Saúde (5, 7, 11), quatro artigos nacionais (1, 12–14), uma dissertação de mestrado
(15) e uma tese de doutorado (16). Esses materiais foram revisados com foco na
história do direito à saúde e no tratamento da reabilitação, conforme descrito
a seguir sendo esse contexto que se insere a atenção à saúde das pessoas com
necessidades especiais.

DISCUSSÃO

A despeito da evolução das políticas públicas no Brasil e da instituição da


saúde como direito de todos, o Estado ainda precisa implementar medidas que
garantam ou suportem essa premissa. Entretanto, não é simples colocar em prática
uma política tão abrangente. A reforma do sistema de saúde brasileiro ainda está em
curso e só será finalizada se o Estado e a sociedade concordarem que há necessidade
urgente de uma política mais justa, solidária e melhor distribuída no Brasil (4).

Apesar de todas as medidas tomadas até o momento, ainda persistem
fatores que dificultam o alcance de ótimos resultados na atenção à pessoa com
necessidades especiais, dentre os quais se destacam a desinformação da sociedade,
a precária distribuição dos recursos financeiros e a visão limitada dos serviços
sobre como podem contribuir para melhoria da qualidade de vida (5). Logo, cabe
especialmente aos municípios o desafio de assumir o planejamento das ações,
estabelecendo a oferta adequada de serviços e promovendo, assim, a equidade ao
acesso e a integralidade da assistência (13).

120
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Um exemplo é o Estado do Rio de Janeiro, que, segundo Almeida (15),


é um dos que mais alcançou a descentralização dos serviços e ações de saúde e
que já organiza os serviços de reabilitação de acordo com a normativa nacional.
Em especial, o Município do Rio de Janeiro criou, em 2002, a Coordenação de
Programas de Reabilitação, com o objetivo de articular as diversas especialidades
terapêuticas e iniciar a implantação de uma rede de reabilitação hierarquizada por
níveis de complexidade, de modo a assegurar ao usuário uma rede de referência
e contrarreferência, além de tentar contemplar as necessidades de cada área
programática, garantindo melhor acessibilidade e integralidade de assistência
(1). Contudo, essa rede, que ainda se encontra em construção, permanece
desarticulada de outros setores da prefeitura: por exemplo, não está disponível
à sociedade e à comunidade médica uma listagem oficial com todos os locais de
atendimento (públicos e privados) do Município do Rio de Janeiro.

A articulação entre as esferas governamentais e as ações não-


governamentais mostra-se imprescindível, sobretudo para apontar necessidades,
sugerir soluções ou oferecer serviços complementares às pessoas portadoras
de deficiência (5). Entretanto, tal articulação e parceria encontram-se ainda em
processo de construção, sendo permeadas por disputas de interesses (13).

Diante disso, faz-se necessária a criação de uma rede de reabilitação


articulada com atribuições específicas para cada serviço, público e/ou privado,
evitando a superposição. Outrossim, é imprescindível a formalização de um
sistema de informação acessível à sociedade e à comunidade médica sobre os
locais disponíveis de atendimento, bem como o tipo de assistência oferecida, de
forma a tornar eficiente o sistema de referência e contrarreferência.

Além das importantes lacunas no desenho da proposta do SUS, como o


financiamento e descentralização das ações, outro aspecto importante é o fato de
que os serviços, os profissionais de saúde e também a população aprenderam
durante anos uma prática de saúde que não buscava o olhar integral. Com a
reforma ocorrida no sistema de saúde é necessário incorporar e construir uma
nova concepção de saúde, capaz de compreender o indivíduo em meio a uma
coletividade (3).

Desse modo, sugere-se que o governo apoie pesquisas que busquem


o diagnóstico da situação atual dos serviços de reabilitação em cada região
administrativa. Também é preciso incentivar uma formação mais abrangente dos
profissionais da área de saúde, que os habilite a compreender o indivíduo em
todas as suas necessidades.

REFERÊNCIAS

1. Coelho AEBD, Lobo ST. Gestão participativa na organização de uma rede de reabilitação em
saúde pública. Rev Virt Gestão Iniciat Soc. 2004;1(out) 37–45.

121
UNIDADE 2 | DEFICIÊNCIA FÍSICA, PREVENÇAO, AS LEGISLAÇÕES E A REABILITAÇÃO

2. Brasil, Ministério da Saúde, Coordenação de Atenção a Grupos Especiais. Programa de Atenção


à Saúde da pessoa portadora de deficiência. Atenção à pessoa portadora de deficiência no Sistema
Único de Saúde: planejamento e organização de serviços. Brasília: Secretaria de Assistência à Saúde;
1993. Disponível em: www.inep.gov.br/PES QUISA/BBE-ONLINE/det.asp?cod=53152 &type=M.
Acessado em 26 de novembro de 2009.
3. Baptista TWF. O direito à saúde no Brasil: sobre como chegamos ao sistema único de saúde e
o que esperamos dele. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2005. Pp. 11–41. [Fundação Oswaldo Cruz, Escola
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4. Brasil, Presidência da República. Lei 7 853, de 24 de outubro de 1989. Disponível em: www.
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6. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação de atenção à saúde
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8. Costa JF. História da psiquiatria no Brasil: um corte ideológico. Rio de Janeiro: Xenon; 1989.
9. Santos L. Distribuição de competências no Sistema Único de Saúde: o papel do Estado nas três
esferas de governo no SUS. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial
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10. Rebelatto JR, Botome SP. Fisioterapia no Brasil: fundamentos para uma ação preventiva e
perspectivas profissionais. 2a ed. São Paulo: Manole; 1999.
11. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Subsecretaria de Planejamento e Orçamento.
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Disponível em: dtr2001.saude. gov.br/editora/produtos/livros/pdf/05_03 06_M.pdf. Acessado em
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12. Paulus Jr A, Cordoni Jr L. Políticas públicas de saúde no Brasil. Rev Espac Saude. 2006; 8(1):13–9.
13. Santos FP, Merhy EE. A regulação pública da saúde no Estado brasileiro: uma revisão. Interface
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14. Cruz G, Peralta RL. CIAD: Uma experiência de política pública integrada. Rev Virt Gestão
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15. Almeida LGR. Estudos sobre a distribuição dos serviços de reabilitação: o caso do Rio de Janeiro
[dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública; 2004.
16. Almeida MC. Saúde e reabilitação de pessoas com deficiência: políticas e modelos assistenciais
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17. Costa NR. Lutas urbanas e controle sanitário: origens das políticas de saúde no Brasil. Rio de
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18. Oliveira JA, Teixeira SM. (Im)Previdência Social: 60 anos de história da previdência no Brasil.
Rio de Janeiro: Vozes; 1985.
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20. Brasil, Presidência da República. Constituição Federal do Brasil de 1988. Artigo 196. Disponível
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22. Flehming I. Texto e atlas do desenvolvimento motor normal e seus desvios no lactente:
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23. Meisels SJ, Shonkoff JPE. Early childhood intervention: a continuing evolution. Em: Shonkoff
JP, Meisels SJ, eds. Handbook of early childhood intervention. 2a ed. Nova Iorque: Cambridge
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24. Silva OM. Políticas para pessoas portadoras de deficiência: “o papel e a influência das
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26. Bertoti DB. Retardo mental: foco na síndrome de Down. Em: Tecklin JS, ed. Fisioterapia
pediátrica. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2002. Pp. 236–56.

122
TÓPICO 3 | A REABILITAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

27. Brasil, Ministério da Saúde. Portaria nº 818/GM em 05 de junho de 2001. Disponível em: dtr2001.
saude.gov.br/sas/PORTARIAS/ Port2001/GM/GM-818.htm. Acessado em 26 de novembro de 2009.
28. Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Agenda de compromisso para a
saúde integral e redução da mortalidade infantil. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.
29. Sistema Único de Assistência social (SUAS) [site da Internet]. Disponível em: www.mds. gov.br/
programas/rede-suas. Acessado em dezembro de 2009.

FONTE: <https://scielosp.org/pdf/rpsp/2010.v28n1/43-48/pt>.

123
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Existem a prevenção, a acessibilidade e, neste tópico específico, a reabilitação,


um tema de extrema importância para quem de repente precisa, devido a um
acidente e ou um trauma vascular e outras sequelas.

• O conceito de reabilitação é um processo global e dinâmico orientado para a


recuperação física e psicológica. A medicina física e de reabilitação pretende
tratar ou atenuar as incapacidades causadas por doenças crônicas, sequelas
neurológicas ou lesões derivadas da gestação e do parto, acidentes de trânsito e
de trabalho. Algumas vezes se faz distinção entre habilitação – que visa ajudar
os que possuem deficiências congênitas ou adquiridas na primeira infância a
desenvolver sua máxima funcionalidade – e a reabilitação, em que aqueles que
tiveram perdas funcionais são auxiliados a readquiri-las.

• Centros de reabilitação, como a AACD e o Einstein, e outros locais encaminhados


pelos municípios de forma mais simples e que são as vezes reabilitação de
curto tempo são importantes.

• Uma equipe multidisciplinar geralmente faz o plano terapêutico com objetivos


funcionais para cada paciente, respeitando a especificidade de cada um. Assim
também é no centro de reabilitação Einstein e/ ou AACD e ainda outros centros
existentes em todo o Brasil, a equipe avalia e apresenta para execução um plano
de ação.

• Entre as principais patologias que são encaminhadas para a reabilitação estão


as paralisias cerebrais, doenças neuromusculares. Malformações congênitas,
lesões encefálicas adquiridas causadas por traumas, acidentes e também alguns
casos de AVC, tumores e amputação.

• A reabilitação exige uma equipe, pois há casos e casos, alguns necessitam


de outros acompanhamentos como, psicológicos, neurológicos, psiquiatras,
terapias serviço social, hidroterapia, equoterapia, práticas desportivas onde
poderá incluir (natação, basquete, entre outros).

• Com a idade e com a mobilidade reduzida começam a aparecer a comorbidade,


e nisso as patologias, os problemas cardíacos, respiratórios, urinários, de rins,
de olhos e de ouvidos, entre outros. Sendo assim vão precisar de profissionais
destas áreas para tratamento específico que vão passar a fazer parte da
reabilitação também.

124
AUTOATIVIDADE

Faremos as atividades de revisão dos conteúdos para que você, acadêmico, possa
ter a possibilidade de fixação da teoria e assim se preparar melhor para as provas.

1 Na questão a seguir, apresentaremos um conceito sobre reabilitação no qual


visto como um processo de recuperação seja física, psicológica e ou neurológica.
Sendo assim, assinale a alternativa que mais condiz com esta justificativa.

a) ( ) Algumas terapias podem devolver as habilidades e fazer a readaptação


das pessoas limitadas fisicamente, assim fazem a reabilitação.
b) ( ) Na deficiência física algumas vezes se faz distinção entre habilitação
– que visa ajudar os que possuem deficiências congênitas ou adquiridas
na primeira infância a desenvolver sua máxima funcionalidade – e a
reabilitação, em que aqueles que tiveram perdas funcionais são auxiliados a
readquiri-las.
c) ( ) A reabilitação consiste em fazer a fisioterapias, hidroterapias e
equoterapia, sendo suficiente para o programa de reabilitar.
d) ( ) Não faz parte da reabilitação o encaminhamento desportivo, como a
natação, o basquete sobre as rodas e futebol aos amputados e as lutas de
capoeiras.

2 A AACD, associação de apoio a criança deficiente, tem por missão:


Acreditamos em uma sociedade que convive com as diferenças porque reconhece
em cada indivíduo a sua capacidade de evoluir e contribuir para um mundo mais
humano. Com base no que é e nos objetivos da AACD, assim como os
princípios e história, assinale as respostas verdadeiras com V e as respostas
falsas com F, nas sentenças a seguir.

a) ( ) Em 1950, nascia a AACD, fundada pelo médico especialista em


Ortopedia Dr. Renato da Costa Bomfim, que, inspirado na evolução
tecnológica dos centros de reabilitação no exterior, criou uma estrutura
semelhante no Brasil.
b) ( ) AACD está entre os melhores hospitais da Área de Ortopedia e é
referência em qualidade no tratamento de pessoas com deficiência física,
além de ser um dos complexos hospitalares mais admirados do País, de
acordo com pesquisas realizadas com profissionais da Área de Medicina.
c) ( ) O Teleton, objetiva garantir à Instituição autonomia e proposta de
sustentabilidade, porém nem sempre repassa o dinheiro o que é divulgado
através da rede SBT.
d) ( ) Além da reabilitação física, a AACD também desenvolve diversas
outras atividades, como a inserção no esporte paraolímpico e o empenho
em assegurar a plena integração social aos pacientes, promovendo
melhorias por meio da superação diária e da orientação de uma equipe
multidisciplinar especializada.

125
Assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) V-V-F-F.
b) ( ) F-V-F-V.
c) ( ) V-V-F-V.
d) ( ) V-V-V-V.

3 O Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein foi o


primeiro do Brasil a ser integrado aos serviços de um hospital geral de alta
complexidade. Inaugurado em maio de 2003, é uma referência nacional
em reabilitação de alta complexidade, com uma equipe multidisciplinar
de alto nível, é formada por profissionais especializados em reabilitação
e contamos com Médicos Fisiatras e Cardiologista, Fonoaudiólogos,
Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas, Neuropsicólogos, Psicólogos,
Nutricionistas e Enfermeiros. Todos os profissionais são especializados e
preparados para tratar desde uma simples contusão até sequelas originárias
de casos mais complexos como lesão medular, traumatismo craniano entre
outras. Assinale quem define como o paciente deverá ser tratado, como e
por quanto tempo.

a) ( ) O paciente informa a equipe multidisciplinar que já se sente bem e


reabilitado podendo assim dar alta e cessar o tratamento.
b) ( ) O plano terapêutico é definido pela equipe multidisciplinar com
objetivos e metas realistas visando sempre o melhor resultado funcional do
paciente, com intensidade, frequência e tempo de tratamentos coerentes
com as necessidades individuais de cada paciente.
c) ( ) O paciente poderá fazer o tratamento com várias interrupções, depende
do estado de saúde de cada um.
d) ( ) O plano terapêutico é definido por uma avaliação do médico local e ou
regional que faz o encaminhamento, visa sempre buscar o melhor resultado
funcional do paciente, com intensidade, frequência e tempo de tratamentos
coerentes com as necessidades individuais de cada paciente.

4 Na reabilitação neurológica do Hospital Israelita Albert Einstein, o objetivo


maior é de que os pacientes saiam com um bom resultado, sendo assim o
objetivo delimita-se em:

a) ( ) Para atender pacientes com deficiência física, psicológicas e intelectuais,


tornando o paciente o mais independente possível.
b) ( ) Para pacientes acamados e de difícil reabilitação, sem movimentos.
c) ( ) O objetivo é de realizar muitos exames de imagens para achar a causa da
limitação.
d) ( ) Para atender pacientes neurológicos de alta complexidade e foi
elaborado com o objetivo de reduzir os efeitos das incapacidades físicas,
psicológicas e intelectuais, tornando o paciente o mais independente
possível. Para pacientes com dificuldade de movimentar um lado do
corpo, o Centro de Reabilitação adota a técnica de contenção induzida
(Constrain Induce Therapy), metodologia voltada à reabilitação do
membro superior.
126
UNIDADE 3

ACESSIBILIDADE E AS
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
EDUCACIONAIS VOLTADAS À
DEFICIÊNCIA FÍSICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• contextualizar as tecnologias assistivas voltadas à deficiência física;

• conhecer a comunicação alternativa e sua importância na construção da


linguagem;

• compreender os recursos, os serviços nas tecnologias assistivas;

• possibilitar a discussão sobre adaptação e adequações educacionais.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

TOPICO 2 – COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

TÓPICO 3 – RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES


EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 3, no tópico 1, vamos ver sobre as tecnologias assistivas
voltadas à deficiência física, citando algumas em outras áreas das deficiências,
onde foi evoluindo com o passar dos anos, com as pesquisas e as necessidades
das pessoas com deficiências.

As tecnologias assistivas vão desde uma simples bengala que os deficientes


visuais usam ao uso de um software para possibilitar a leitura e ou navegação na
internet, assim como uma prótese que faz os movimentos muito precisos, como os
humanos. O uso das tecnologias vem contribuir para dar vida e funcionalidade às
pessoas com deficiências em geral, mas falaremos especificamente da deficiência
física.

Assim, prezado acadêmico, procure ter atenção aos conteúdos, às


atividades e às dicas disponível no livro de estudos, não esqueça que boa parte da
formação depende de você, aproveite todas as oportunidades de aprofundamento
teórico que lhes são possibilitadas e indicadas a cada unidade e tópico.

2 AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS


VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA
Como pontua a citação a seguir, se para as pessoas sem deficiências as
tecnologias só ajudam a tornar as coisas fáceis, imagine para quem tem uma
deficiência principalmente física, o que vem colaborar e possibilitar tantas ajudas
é na comunicação, é na locomoção, é tornar a vida funcional possível. “Para as
pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas
com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis” (RADABAUGH, 1993
apud BERSCH 2017, p. 2).

Vejamos alguns conceitos sobre tecnologias assistivas:

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar


todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou
ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente
promover Vida Independente e Inclusão. É também definida como "uma ampla

129
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas


para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiências"
(COOK; HUSSEY, 1995 apud BERSCH, 2017, p. 2).

Aqui no Brasil o termo é definido seguindo de amparo legal, conforme
portaria nº 142, de 16 de novembro de 2006.
(...) propõe o seguinte conceito para a tecnologia assistiva: "Tecnologia
Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar,
que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades
ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social" ATA VII - Comitê de Ajudas
Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos
Humanos - Presidência da República (BRASIL, 2006, p.1).

As tecnologias assistivas são classificadas desde uma simples bengala que


a pessoa cega usa ao software mais requintado e mais bem desenvolvido, sendo
tudo que venha a contribuir com a promoção de uma vida melhor da pessoa com
deficiência com o uso de recurso e serviços.

O que são recursos e serviços na Tecnologias Assistivas, vejamos dois
conceitos:

“Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou


sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter
ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência” (ADA
apud BERSCH, 2017, p. 3). E os que chamamos de serviços sendo aqueles que:
“Serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com
deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos” (ADA
apud BERSCH, 2017, p. 3).

Como recursos, podemos dar exemplos de uma fabricação de uma série


de bengalas e ou de andador, todos de mesmo tamanho e/ ou mesmo modelo, daí
podemos dizer que é recurso. No serviço, quando aquele objeto e/ ou prótese foi
feito para aquela pessoa em particular, a pedido, sob medida e só serve para ela.

Alguns exemplos, dentro das tecnologias assistivas, que podemos citar


são desde as rampas de acesso a calçadas e a prédios, os andadores, as lupas
manuais ou eletrônicas, os softwares ampliadores de tela, os aparelhos para
surdez e os avatares Libras.

Segundo as diretrizes do ADA, a tecnologia assistiva conta com algumas


categorias e recursos fundamentais, classificados de acordo com cada grupo e
seus níveis de necessidade, de forma resumida, são elas:

130
TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

Auxílios gerais para a vida diária: materiais e produtos básicos para a


independência da pessoa com deficiência, para que ela possa cozinhar,
comer, vestir, tomar banho, ir ao banheiro, entre outras ações.
1.Comunicação Alternativa: essencial para uma educação inclusiva,
para a comunicação eficiente por meio de aparelhos eletrônicos,
pranchas e demais materiais com símbolos diversos que garantem
a interação tanto de modo básico quanto avançado daqueles que
possuem limitações na fala.
2.Sistemas de controle de ambiente: meios tecnológicos de controle
para acessibilidade, segurança e locomoção em todos os espaços, da
casa à empresa, da escola ao lazer, para que esse grupo usufrua de
tudo que é pertinente para sua presença em vários lugares.
3.Recursos de acessibilidade ao computador: referem-se à informática,
todos os dispositivos e softwares necessários para aumentar a
integração e a inclusão digital das pessoas com diversas deficiências.
Graças à máquina, muitos podem se comunicar e aprender com
excelência.
4.Órteses e próteses: são aparatos que substituem partes faltantes ou
com funcionamento comprometido, proporcionando trocas e ajustes,
como pernas ou braços mecânicos.
5.Adequação de postura: sistemas utilizados para garantir a postura
correta de quem tem problema de mobilidade e condições similares,
para todos os ambientes possíveis.
6.Projetos arquitetônicos: é tudo aquilo que demanda arquitetura em
si, rompendo barreiras físicas e otimizando espaços para que todos
possam transitar normalmente.
7.Auxílios de mobilidade: são aparelhos que garantem a mobilidade
de pessoas com deficiência física, como cadeira de rodas de todos os
tipos, veículos, andadores, entre outros, que devem ficar à disposição
nos espaços públicos para cumprimento dos parâmetros de inclusão
social. 
8.Adaptação em veículos: nesse caso, a tecnologia assistiva deve
servir para implantar recursos para que motoristas e passageiros com
deficiência possam dirigir um carro e andar em transportes adaptados
(ônibus, avião, entre outros).
9.Auxílios para surdos e pessoas com déficit auditivo: como o próprio
termo revela, são métodos e acessórios direcionados às pessoas com
deficiência auditiva. Incluem-se tanto produtos indispensáveis quanto
o uso da famosa Língua Brasileira de Sinais (Libras).
10.Auxílios para cegos e pessoas com visão subnormal: já nesse
caso, são aparatos para indivíduos com deficiência visual e demais
condições relacionadas à dificuldade em enxergar. Podemos listar
desde o Braille até sistemas de voz, telas de impressão e produtos com
lentes e lupas (BERSCH, 2017, p. 5-9).

O uso destes recursos vai depender de cada um, conforme a deficiência,


que vai desde a visual, a múltipla, física, autismo e entre outras. Sem dúvida
quem mais foi beneficiado com estes recursos e serviços foram as pessoas com
deficiência visual e as com deficiência física e múltipla.

Vejamos as indicações do uso das tecnologias e da comunicação


alternativa nos livros a seguir no UNI DICAS.

131
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

DICAS

As leituras indicadas de dois livros do MEC disponíveis para baixar em pdf e em


algumas escolas, os livros estão disponíveis nos AEE.

Literatura disponível no portal do MEC sobre deficiência física e tecnologia assistiva

Acesse os links: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf>


<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf>.

Os livros indicados acima são excelentes e são uma grande referência na


área das tecnologias assistivas e comunicação alternativa, principalmente para a
a escola. Até pouco tempo o MEC dispunha de exemplares, porém, não é possivel
conseguir de forma física os livros, é preciso baixar em pdf e imprimir se quiser.

3 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS AOS DEFICIENTES FÍSICOS


NA LOCOMOÇÃO
Um dos recursos que é muito usado é a bengala pelos deficientes visuais
em todo o mundo, aliás, um recurso usado desde o tempo de Moisés, com um
cajado para se locomover. Hoje alguns testes vêm sendo realizados com o uso
de câmaras no pescoço para identificar o local e possíveis obstáculos, outras
invenções estão sendo testadas, como sensor na bengala para quando a pessoa
com deficiência visual ande com ela, este deveria acusar algo/ perigo/ obstáculo,
mais não foi muito aceito pelos seus usuários.

Na locomoção das pessoas com deficiências físicas as tecnologias estão
muito presentes, pois a cada dia vimos mais sua evolução nas pessoas que andam
nas ruas com suas cadeiras, sejam motorizadas ou não. Entre as cadeiras temos a
de banho, a de rodas manual, a motorizada, a Scooter Hospitalar e os triciclos e
quadriciclos. Ainda temos os Acessórios para Cadeiras.

132
TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

E os andadores, o andador articulado, andador ortopédico, bengala,


muleta e a outra muleta, a canadense. Algumas pessoas com deficiência física vão
necessitar de guinchos de remoção (entre eles temos os Guinchos Lift, Stand-up e
o guincho transfer).

Para ajudar ainda na locomoção para maiores distâncias existem, como
já citamos, os triciclos quadriciclos, mas o que muito contribui também para a
independência e autonomia são os carros adaptados, sendo de fácil manuseio, de
certa forma de fácil aquisição.

Hoje, a legislação também beneficia pessoas que não dirigem. Nesse
caso, o veículo é comprado em nome do beneficiário, que pode indicar até
três condutores legais. Autistas, pessoas com deficiência visual ou aqueles que
dependam de terceiros para se locomover (como tetraplégicos) estão inseridos
nesse cenário. Já para as pessoas com deficiência mental profunda ou severa, a
isenção na modalidade não condutora exige que a doença tenha se manifestado
antes dos 18 anos.

Vale lembrar também que, como a isenção fiscal só é válida para


automóveis fabricados no Brasil de até R$ 70 mil, carros que estejam acima desse
valor ou importados têm abatimento apenas para o IPI, o que corresponde a 11%
do preço total do modelo. Outra exigência, ainda, é que o comprador fique com o
veículo por, no mínimo, quatro anos.

Veja no quadro a seguir as regras para a isenção dos impostos e aquisição


do veículo adaptado.

QUADRO 1 – QUADRO DAS REGRAS DA ISENÇÃO


INTERVALO DISPONÍVEL CARACTERÍSTICAS
QUEM TEM
PARA PARA NÃO DO
DIREITO
ISENÇÃO CONDUTORES? CARRO
Pessoas com deficiência
IPVA física (que necessitem Previsto nos estados:
Imposto Sobre a Anual. Somente de adaptação), AL, AP, BA, CE, DF,
Propriedade de um carro por deficiência visual, MT, MG, PB, PR, PE,
Veículos indivíduo mental severa ou RS, RR, SC (motores
Automotores profunda, e autistas, até 2.0), SE e TO
dependendo do estado
Portadores de
deficiência física
IPI (que necessitem de Automóvel de
Imposto sobre Dois anos, sem adaptação), visual, passageiros ou veículo
Sim
Produto limite de uso mental severa ou de uso misto, de
Industrializado profunda, ou autistas, fabricação nacional
ainda que menores de
18 anos
ICMS Dois anos, a não
Pessoas portadoras
Imposto sobre ser em caso de
de deficiência física Valor máximo de R$
a Circulação de desaparecimento Sim
(que necessitem de 70 mil
Mercadorias e ou destruição
adaptação)
Serviços total do veículo

133
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

IOF
Somente uma
Imposto sobre Pessoas portadoras Automóveis de
vez. O carro
Operações de deficiência física passageiros de
não pode ser Não
de Crédito, (que necessitem de fabricação nacional de
vendido antes de
Câmbio e adaptação) até 128 cv de potência
três anos
Seguros
É necessário Veículos dirigido por
RODÍZIO DE fazer novo pessoas portadoras de
Não Não há
SÃO PAULO pedido após deficiência ou por quem
trocar de carro as transportem

FONTE: <https://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2018/02/13-carros-e-versoes-
para-pessoas-com-deficiencia-pcd-ate-r-70-mil>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Como vimos, a parte sobre o transito, sobre os carros adaptados onde


é necessário fazer a divulgação deste quadro aos pais, porém muitos não têm
acesso a esses direitos, nos quais alguns tem filhos paralisados cerebrais que
talvez nunca estes vão dirigir, mais seus pais podem adquirir o carro e estes
serem beneficiados com a locomoção.

4 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA ÁREA EDUCACIONAL


AOS DEFICIENTES FÍSICOS
O Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004, dentre outras orientações,
afirma que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida tem direito de
atendimento prioritário e a acessibilidade e, caso não seja cumprido, os órgãos
públicos estarão sujeitos a sanções.

Já na tecnologia assistiva (TA) é a grande responsável pela acessibilidade
das pessoas com deficiência físicas, principalmente os paralisados cerebrais ao
acesso educacional. Além de estar compreendida como uma área do conhecimento
constituída por “recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que
objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida” por meio de
sua utilização mediada pelas orientações dadas por professores especializados,
esse aluno especial irá estimular “sua autonomia, independência, qualidade de
vida e inclusão social” (GALVÃO FILHO et al., 2009, p. 26).

Na escola é o espaço onde o aluno poderá se habilitar nas tecnologias pela
exigência da funcionalidade acadêmica, muitos por não ter outro acesso a não ser
nesta, outros por realmente não ter função.

Contamos com os serviços educacionais especializados e outros centros
de atendimentos que podem estar iniciando estes primeiros contatos com as
tecnologias. Nestes é importante a avaliação da pessoa que vai usar um recurso,
sendo a maioria personalizado, visto que as deficiências poderão ser muito
diferentes uma das outras, mesmo seguindo uma mesma patologia.

134
TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

Assim citaremos aqui alguns recursos mais utilizados pelos alunos na


escola regular que da funcionalidade, porém no próximo tópico, trataremos de
comunicação alternativa e por isso vai completar e as informações.

Alguns recursos disponíveis e que não são de grande orçamento, por
exemplo:

TECLADOS: ampliado, em Braille e em forma de colmeia.


Ampliado – serve para o aluno baixa-visão e o aluno com pouca mobilidade nas
mãos e dedos, assim como o teclado colmeia que também pode ser usado por
pessoas com mobilidade reduzida das mãos e o em Braille para pessoas cegas.

FIGURA 1 – TECLADO COLORIDO AMPLIADO

FONTE: <https://www.lojaciviam.com.br/baixa-visao/teclados/teclado-ampliado-e-colorido>.
Acesso em: 3 jan. 2019.

FIGURA 2 – TECLADO PARA BAIXA VISÃO E CEGOS COM TECLAS EM BRAILLE

FONTE: <http://www.terraeletronica.com.br/tecladopretoamarelocombraille.html>. Acesso em:


3 jan. 2019

Quanto aos teclados hoje são encontrados vários modelos e, como já


frisamos em outros momentos, vai depender de cada aluno e sua necessidade.

135
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 3 – TECLADO COLMEIA

FONTE: <http://www.terraeletronica.com.br/tecladopretoamarelocomcolmeia.html>. Acesso


em: 3 jan. 2019.

FIGURA 4 – CATEGORIAS DAS TECNOLOGIAS

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

As tecnologias se dividem em alta, média e baixa tecnologia, como mostra


o quadro acima. Vejam que, com nossos educandos no dia a dia, acabamos por
usar esta de médio e baixo devido até mesmo ao acesso a estes recursos, sendo
facilitado usarmos o que temos na escola no momento que planejamos.

136
TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

FIGURA 5 – FATORES SOCIAIS

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Vimos na tabela de alto, média e baixa tecnologia que acabamos por usar a
baixa por termos disponíveis recursos mais simples e de acesso na própria escola.
Porém se a família tem mais condições e tem conhecimento, interesse na procura
do melhor recursos para seu(sua) filho(a) vai fazer de alguma forma e de outra.
Por exemplo, para um tratamento de reabilitação em uma sede da AACD e ou de
Albert Einstein, precisa de dinheiro para se manter lá nos alojamentos e ou hotel,
lanches, transportes e a aquisição do recurso indicado que quase nunca se tem
pelo SUS.

137
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 6 – POSSIBILIDADES DE RECURSOS E SERVIÇOS

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Existem muitos outros recursos nas tecnologias assistivas em todas as


áreas, vejamos algumas.

FIGURA 7 – ÓRTESES

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

138
TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

FIGURA 8 – ADAPTAÇÕES DAS ÓRTESES

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Observem que em cada figura e em cada adaptação, há uma necessidade


física, portanto, são exemplos e em cada situação deverá passar por várias
avaliações e testes para que se chegue a um ideal e adequado àquela deficiência
física.

FIGURA 9 – HARDWARE 1

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.


139
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 10 – HARDWARE 2

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FIGURA 11 – HARDWARE 3

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

140
TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

FIGURA 12 –HARDWARE 4

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Foi possível observar nas imagens acima sobre Hardware adaptados para
o uso no dia a dia das pessoas com deficiência, os quais vem contribuir no acesso
aos programas, a leitura, a escrita e a pesquisa e cada um na sua especificidade.

FIGURA 13 – REPOSICIONAMENTO 1

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

141
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 14 – REPOSICIONAMENTO 2

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

FIGURA 15 – REPOSICIONAMENTO 3

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

142
TÓPICO 1 | TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

FIGURA 16 – SOFTWARES

FONTE: <https://pt.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza>. Acesso em: 3 jan. 2019.

Como puderam observar nos exemplos que as tecnologias assistivas


vieram para contribuir com o processo de independência e autonomia das
pessoas com deficiências, a cada um é realizado a avaliação e destinado um
recurso específicos dependendo de suas necessidades. É magnífico o modo como
cada vez mais os homens (pesquisadores) estudam e descobrem novas maneiras
dentro das tecnologias para que ninguém fique de fora, tanto da escola quanto do
sistema social, fazendo parte da inclusão em todos os sentidos.

143
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

DICAS

Caro acadêmico, Como pôde observar as dicas deste livro de estudos na sua
maioria são dicas de filmes relacionados ao assunto do tópico e da unidade. Aproveite para
aprender de várias formas. A dica é do filme O escafandro e a borboleta, dirigido por Julian
Schnabel. Com: Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Anne Consigny,
Olatz López Garmendia, Jean-Pierre Cassel, Niels Arestrup, Isaach De Bankolé, Marina Hands,
Patrick Chesnais e Max von Sydow de um homem de inteligência viva e sensibilidade ímpar
que se encontrava tragicamente preso a um corpo inútil.
FONTE: <http://cinemaemcena.cartacapital.com.br/critica/filme/6524/o-escafandro-e-a-
borboleta>.

Sinopse: Em 1995, o editor da revista francesa de moda “ELLE”, Jean-Dominique Bauby,


sofreu um derrame colossal que o mergulhou num estado de coma profundo. Porém, ao
despertar três semanas depois num hospital localizado na pequena Berck-sur-Mer, situada
ao norte da França e às margens do Canal da Mancha, foi que o verdadeiro horror de sua
situação tornou-se claro: vitimado pela rara Síndrome do Encarceramento, Bauby descobriu-
se completamente paralisado e incapaz de falar. Com as pálpebras do olho direito suturadas
para impedir o ressecamento da córnea, ele contava apenas com o olho esquerdo para se
comunicar com o mundo – e, simplesmente através do piscar de suas pálpebras, ditou um
livro de 139 páginas no qual, através de ensaios curtos e tocantes sobre sua condição e suas
memórias (e fantasias), pintou o retrato

FONTE: <http://cinemaemcena.cartacapital.com.br/critica/filme/6524/o-escafandro-e-a-
borboleta>.

Solicitamos a você, acadêmico, que leve bem a sério as dicas e execute


conforme sugestão, só terá a ganhar com estas dicas em aprendizagem e em
ideias para o trabalho na escola.

144
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• Há diferentes tipos de tecnologias assistivas e que cada uma destas tem sua
importância e funcionalidade para as pessoas com deficiências e também para
quem não tem nenhuma deficiência.

• O conceito de tecnologia assistiva é todo o arsenal de Recursos e Serviços que


contribui para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com
deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão. É
também definida como uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias
e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos
indivíduos com deficiências.

• Na tecnologia assistiva temos os Recursos e os Serviços, sendo que os recursos


são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema
fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar
as capacidades funcionais das pessoas com deficiência.

• Serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa
com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos.

• Auxílios gerais para a vida diária são materiais e produtos básicos para a
independência da pessoa com deficiência, para que ela possa cozinhar, comer,
vestir, tomar banho, ir ao banheiro, entre outras ações.

• A Comunicação Alternativa é essencial para uma educação inclusiva, para a


comunicação eficiente por meio de aparelhos eletrônicos, pranchas e demais
materiais com símbolos diversos.

• Sistemas de controle de ambiente são meios tecnológicos de controle


para  acessibilidade, segurança e locomoção em todos os espaços, da casa à
empresa, entre outros.

• Recursos de acessibilidade ao computador referem-se à informática, todos os


dispositivos e softwares necessários para aumentar a integração e a inclusão
digital.

• Órteses e próteses: são aparatos que substituem partes faltantes ou com


funcionamento comprometido, proporcionando trocas e ajustes, como pernas
ou braços mecânicos.

145
• Na Adequação de postura, há os sistemas utilizados para garantir a postura
correta de quem tem problema de mobilidade e condições similares, para todos
os ambientes possíveis.

• Nos Projetos arquitetônicos, é tudo aquilo que demanda arquitetura em


si, rompendo barreiras físicas e otimizando espaços para que todos possam
transitar normalmente.

• Nos Auxílios de mobilidade: são aparelhos que garantem a mobilidade


de pessoas com deficiência física, como cadeira de rodas de todos os tipos,
veículos, andadores, entre outros.

• Na Adaptação em veículos: implantar recursos para que motoristas e


passageiros com deficiência possam dirigir um carro e andar em transportes
adaptados (ônibus, avião, entre outros).

• Nos Auxílios para surdos e pessoas com déficit auditivo: como o próprio termo
revela, são métodos e acessórios direcionados às pessoas com deficiência
auditiva.

• Nos Auxílios para cegos e pessoas com visão subnormal: já nesse caso,
são aparatos para indivíduos com deficiência visual e demais condições
relacionadas à dificuldade em enxergar.

146
AUTOATIVIDADE

Nas atividades a seguir, vamos rever alguns conceitos e refletir sobre o que foi
apresentado no tópico sobre as tecnologias assistivas.

1 Vimos que as tecnologias assistivas são os serviços e os recursos que


vêm contribuir para com as pessoas com deficiências ao proporcionar
independência e autonomia na vida diária em todos os âmbitos, sendo assim
relacione conceitos e exemplos no que diz respeito aos recursos e aos serviços.

A – Recursos
B – Serviços

( ) São todos os itens equipamentos e ou parte deles, um produto fabricado


em grande quantidade.
( ) Nos serviços vêm auxiliar de forma particular aquela pessoa a selecionar
os recursos.
( ) Ajudam a para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais
das pessoas com deficiência.
( ) Servem para ampliar as estratégias, ajudam na avaliação e assim resolvem
problemas que possam vir a ter com os recursos e na vida autônoma e
independente.

Relacione:
a) ( ) A-B-A-B
b) ( ) A-B-A-A
c) ( ) B-B-A-B
d) ( ) B-A-B-A

2 Entre o conceito sobre tecnologias assistivas, as afirmações a seguir


demonstram sua importância e sua funcionalidade, exceto uma. Assinale a
alternativa INCORRETA:

a) ( ) Uma simples bengala que ajuda na locomoção da pessoa cega, pode ser
considerado uma tecnologia assistiva.
b) ( ) É também definida como uma ampla gama de equipamentos, serviços,
estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas
encontrados pelos indivíduos com deficiências.
c) ( ) O conceito de tecnologia assistiva, em todo o arsenal de Recursos e
Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades
funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover
Vida Independente e Inclusão.
d) ( ) Nas tecnologias assistivas temos os recursos e os serviços, porém
importantes mesmo são os serviços pois estes orientam e de fato colaboram
com as pessoas com deficiências.

3 Relacione a sequência de letras a seguir com a sequência de orações.


147
A – Auxílios gerais para a vida diária:
B – Comunicação Alternativa:
C – Sistemas de controle de ambiente:
D – Recursos de acessibilidade ao computador:

( ) essencial para uma educação inclusiva, para a comunicação eficiente por meio
de aparelhos eletrônicos, pranchas e demais materiais com símbolos diversos.
( ) materiais e produtos básicos para a independência da pessoa com
deficiência, para que ela possa cozinhar, comer, vestir, tomar banho, ir ao
banheiro, entre outras ações.
( ) meios tecnológicos de controle para acessibilidade, segurança e locomoção
em todos os espaços, da casa à empresa, entre outros.
( ) eferem-se à informática, todos os dispositivos e softwares necessários para
aumentar a integração e a inclusão digital.

Assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) B-C-A-D
b) ( ) B -D- C -A
c) ( ) C-A-D-B
d) ( ) D-C-A-D

4 Complete com F as sequências falsas e com V as verdadeiras:

( ) Órteses e próteses: são aparatos que substituem partes faltantes ou com


funcionamento comprometido, proporcionando trocas e ajustes, como
pernas ou braços mecânicos.
( ) Adequação de postura: sistemas utilizados para garantir a postura correta
de quem tem problema de mobilidade e condições similares, para todos os
ambientes possíveis.
( ) Projetos arquitetônicos: é tudo aquilo que demanda arquitetura em si,
rompendo barreiras físicas e otimizando espaços para que todos possam
transitar normalmente.
( ) Auxílios de mobilidade: são aparelhos que garantem a mobilidade de
pessoas com deficiência física, como cadeira de rodas de todos os tipos,
veículos, andadores, entre outros.

Assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) V-V-F-F.
b) ( ) F-F-V-V.
c) ( ) V-V-V-V.
d) ( ) V-F-V-F.

5 Na proposta da questão número 5, é de livre escolha do acadêmico de


participar dela ou não, visto que a proposta é de navegação na internet
para ver os tipos de carros adaptados para as pessoas com deficiências e
como cada um é adaptado, no uso de botões na mão, comandos somente
nos pés e entre outros. Depois comente em sala de aula, veja alguns vídeos
destes carros e destas adaptações.

148
UNIDADE 3
TÓPICO 2

COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 3, no tópico 2, vamos ver sobre a comunicação alternativa
descoberta e indicada para pessoas com a comunicação comprometida, nos
casos relacionados à deficiência física. Neste caso a comunicação alternativa é
como o nome já define: comunicar-se de alguma forma, seja pelos gestos, pelo
desenho e pictogramas, o qual é a forma mais antiga de comunicação entre os
seres humanos nas cavernas e pedras, entre outros, mas que se estabeleça uma
forma de comunicação para que haja entendimento.

2 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
Como surgiu a comunicação alternativa? Como o nome mesmo já define,
comunicação – uma maneira de comunicar-se, uma necessidade básica de todo o ser
humano, o animal também se comunica, mais não tem a intenção com a consciência
de comunicar. Estudos com comunicação alternativa e/ou suplementar começaram
a ser desenvolvidos na década de 1970. No Brasil, a instituição Quero Quero iniciou
o trabalho com comunicação alternativa na década de 1980. A partir de 2000, esta
área passou a ser o centro de interesses de vários pesquisadores e profissionais
que buscavam melhorar a comunicação de pessoas que apresentavam severos
distúrbios na comunicação oral e também com as dificuldades nas realizações das
atividades pedagógicas e no processo de inclusão social e escolar.

No termo C.A.A (1997) de acordo com Glennem, a C.A.A – Comunicação Al-


ternativa e Ampliada, tudo o que for possível ser feito para estabelecer uma comuni-
cação além da modalidade oral, isto é, fazendo o uso de gestos, língua de sinais, ex-
pressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas
sofisticados de computador com voz entre outros. Quando dissemos CA – É só comu-
nicação alternativa, sem ser ampliada e C.A.A – Comunicação alternativa ampliada.

Assim alternativa e ampliada são o que explicam os termos a seguir:

… como o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso


de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas
sofisticados de computador com voz sintetizada, dentre outros. Dessa
forma, a comunicação é considerada alternativa quando o indivíduo
não apresenta outra forma de comunicação e, considerada ampliada
quando o indivíduo possui alguma forma de comunicação, mas essa
não é suficiente para manter elos comunicativos e estabelecer trocas
sociais (ZAPOROSZENKO, 2008, p. 6) (grifo nosso).

149
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

Alguns destes usuários do CAA necessitam de que a comunicação seja


ampliada, porque além da dificuldade na comunicação por meio da voz, a maioria
tem também dificuldades físicas e visuais.

Sendo assim, poderíamos definir que a comunicação alternativa como


sendo toda e qualquer forma de estabelecer um vínculo, uma comunicação
suplementar (Fala – Escrita) substituta (Linguagem – Leitura).

Quem serão os usuários desta comunicação: Na comunicação alternativa


poderão se beneficiar todas as pessoas que tenham alguma patologia que
comprometa a fala, a escrita e de alguma forma a comunicação, podendo estar
incluídas as deficiências congênitas – TEA – PC – Def. desenvolvimento – Def.
intelectual – Apraxia de fala – Síndromes genéticas. E quanto a deficiências
adquiridas – AVC – TCE – Doenças neurodegenerativas (ELA) – Deficiências após
cirurgias (glossectomia, laringectomia) – Condição temporária (intubação).

Vejamos as dicas dadas a todos, muito importante pesquisar e completar


seus estudos.

DICAS

Indicamos alguns documentários para que você, acadêmico, possa assistir e


fazer sua análise sobre a funcionalidade desta comunicação.
Sobre a mídia – comunicação alternativa.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bh0SWu7sl9o>.

Sobre como surgiram as tecnologias:


Introdução a tecnologia assistiva na educação inclusiva
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GIduwVVM67c>.

Sobre a importância das tecnologias para a vida no dia a dia, a importância da autonomia,
comunicação e da interação.
TVE reporter | tve - tecnologias assistivas
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-i9Av0gfzFI>.

Prezado acadêmico, você pode fazer as pesquisas e ver outros documentários, pois existem
muitos sobre o assunto tecnologias assistivas. Procure, veja e traga novidades para a turma.

150
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

No sistema de comunicação podemos encontrar várias formas de realizar


a comunicação, sobre a Integração de várias formas de comunicação sendo os
Gestos Sinais imagens e os Símbolos que podem ser em Apontar, Acompanhar,
Segurar, usadas como técnicas. Podendo ser também pelo Incentivo “à
comunicação através das Pranchas, Álbuns, Software e recursos como o uso de
histórias, brincadeiras, jogos, músicas, sendo estas como estratégias” (GLENNEM,
1997 apud BÓ, 2004, p. 21).

Veremos em exemplos práticos estas formas de estabelecer uma forma de


comunicação, lembrando sempre que cada usuário é único, visto que nem todos
os recursos e estratégias podem ser usados para os mesmos, onde cada um requer
uma avaliação, um olhar minucioso para sua necessidade básica.

O importante antes de qualquer confecção de um recurso é fazer o


acompanhamento do processo todo detalhado, onde leva-se em consideração a
vontade do estudante na dinâmica da escola, encontrar um meio de gerar ideias e
alternativas de materiais em conta e que esteja disponível para o uso.

Neste pensar, neste gerar ideias levar em consideração também os


seguintes itens: Como escolher a alternativa viável, como fazer para representar a
ideia do que se quer, construir um protótipo para experimentar, fazer a avaliação
e acompanhar o uso e sua funcionalidade no dia a dia dos alunos.

No que se refere ao uso e as necessidades de CAA, os quais apresentam
níveis de competência linguística diversificados, por isso o conhecer o aluno é
de extrema importância para saber como você vai introduzir não esquecendo o
objetivo maior que é o da comunicação.

Os aspectos a serem considerados visando à funcionalidade são as


competências linguísticas onde serão avaliados os diferentes contextos na
comunicação.

Outras formas de expressão: Verificar como o aluno se expressa e se


compreende o que os outros expressam. Ex. O aluno entende tudo o que você
fala? Ele puxa pela mão e leva até o objeto/lugar de interesse, emite sons, usa
determinados lugares para expressar alguma necessidade? Lembre-se: é difícil
obter uma ideia clara do nível de compreensão. Há muitos exemplos em que se
atribui um elevado nível de compreensão a crianças/jovens, na realidade, quando
são avaliados, demonstram não compreender as palavras, mas sim os gestos
que as acompanham ou outros dados específicos da situação. Formas não verbal
auxiliam na compreensão da linguagem oral.

As habilidades, nestas existem as limitações por exemplo as físicas; sendo


a acuidade auditiva e visual, habilidades motoras (preensão manual, flexão e
extensão dos membros superiores), habilidades perceptivas, dentre outras.

151
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

Nas emocionais se haverá mesmo o uso pelo educando e ou serão


familiares que vão usar e, se for de uso do educando, se este poderá contar com
o apoio de alguém da família. A competência, a cognitiva – vai influenciar o local
onde o sistema será utilizado, verificar nível de escolaridade, compreensão, por
parte dos alunos dos acontecimentos cotidianos. Além da autonomia pessoal que
o uso do material deve dar.

Na avaliação depois de se ter um caminho, um diagnóstico, é possível


saber qual sistema e/ ou recurso nosso aluno vai usar:

• sistema de baixa tecnologia composto por fotografias, figuras, desenho;


• sistema composto por objetos concretos em miniaturas;
• sistema composto por sistemas gestuais;
• sistema de alta tecnologia (pictográficos, ideográficos ou aleatórios – sistemas
PIC, computadorizado, Bliss, entre outros);
• sistemas combinados;
• analisar também se ele faz uso da escrita de alguma forma ou não.

Esta aplicação dos recursos vai comprovar as habilidades do aluno que
serão aos poucos exploradas e ele, instigado a continuar o uso.

No sistema de comunicação tem a sua disposição o artefato que se chama


Prancha de Comunicação. As Pranchas de Comunicação podem ser construídas
com materiais simples, ou seja, cadernos, álbuns, quadro de pregas, flanelógrafo,
painel de alumínio para fixar cartões com imãs, pastas, coletes, aventais, livros,
fichários tipo pasta arquivo, cavalete de pintura, cartões fixos em chaveiros,
dentre outros (JOHNSON, 1998, p. 18). As pranchas devem ser personalizadas
de acordo com as possibilidades de ação do aluno, ou seja, sua condição motora
(ALENCAR, 2002, p. 14). Vejamos alguns exemplos:

152
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

FIGURA 17 – EXEMPLOS DE PRANCHAS DE COMUNICAÇÃO

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 10)

153
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

O QUE O SISTEMA DEVE COMUNICAR

Após a avaliação, o professor deverá identificar as necessidades básicas


e reais dos alunos quanto a suas necessidades comunicativas mais imediatas
para num momento posterior ampliá-lo. Recomenda-se que o professor elabore
uma lista para registrar as necessidades comunicativas de seu aluno. Após a
identificação das necessidades básicas o professor deverá selecionar imagens,
juntamente com o aluno, quando for possível, para compor o sistema.

As imagens (fotos; recortes de revistas, encartes, jornais, desenhos)
selecionadas devem retratar o objeto, ou seja, o aluno tem que reconhecer nela
(imagem) o que de fato quer expressar e/ou comunicar.

Assim vejam o quadro de algumas necessidades;

FIGURA 18 – QUADRO DE NECESSIDADES

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 11)

154
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

FIGURA 19 – LISTA DE NECESSIDADES

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 12)

INICIANDO O TRABALHO COM C.A.A. – MATERIAIS NECESSÁRIOS

Neste texto, abordaremos os recursos compreendidos como “baixa


tecnologia”, ou seja, confecção de cartões pictográficos utilizando imagens
fotográficas para ilustração e imagens de cliparts. Materiais necessários para
elaboração do sistema:
Tesoura, cola, cola quente;
Imagens (Figuras de programas computadorizados, fotografias, gravuras de
revistas, jornais, encartes, desenhos, desenhos estilizados, símbolos diversos,
palavras etc.).
• Papel cartão e/ ou cartolina;
• Contact ou fita adesiva de PVC transparente;
• Velcro/alfinete ou ímã;
• Fraselógrafo (Painel forrado c/ feltro, emborrachado (EVA) ou revestido de
papel pardo disposto em pregas);
• Caixa de sapatos (para guardar os cartões);
• Máquina fotográfica digital (armazenar imagens em CDs).
155
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 20 – EXEMPLO DE CARTÃO PICTOGRÁFICO

FONTE: Zaporoszenko (2008, p. 13-14)

Num segundo momento o professor irá dispor esse cartão pictográfico,


sujeito-ação, junto ao sistema e reiniciar as atividades de elaboração de frase. O
aluno começará a perceber que para formar a frase solicitada ele necessitará de
dois cartões, no nosso exemplo um cartão de cor verde e outro vermelho. Nessa
etapa, além da função comunicativa, o professor poderá intervir nos aspectos
referentes à noção espacial e lateralidade apresentada pelo aluno.

A forma como o aluno dispõe os cartões para formar a frase não significa
que o mesmo não entendeu o solicitado ou deu uma resposta inadequada. Muitas
vezes a lacuna refere-se a noções de lateralidade, a forma como uma escrita
convencional, por exemplo, se configura, ou seja, da direita para esquerda. A
estratégia de solicitar a leitura da atividade realizada por ele, iniciada na fase
anterior “escrevendo frases simples” torna-se primordial, pois possibilita
identificar se há erros de interpretação ou de noção de lateralidade.

Sendo assim a cada professor(a) será necessário fazer inúmeras tentativas,


conhecer o aluno, os recursos e aos poucos ir introduzindo para ver até que ponto
há habilidades e competências.

Saiba mais em
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/md_
ana_zaporoszenko>.

156
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• A comunicação alternativa é de grande importância para que haja a comunicação


entre pessoas que não tem a fala e nenhum outro tipo de se comunicar com os
demais. Na comunicação – uma maneira de comunicar-se, uma necessidade
básica de todo o ser humano, o animal também se comunica, mais não tem a
intenção com a consciência de comunicar.

• Os estudos com comunicação alternativa e/ou suplementar começaram a ser
desenvolvidos na década de 1970. No Brasil, a instituição Quero Quero iniciou o
trabalho com comunicação alternativa na década de 1980. A partir de 2000, esta
área passou a ser o centro de interesses de vários pesquisadores e profissionais
que buscavam melhorar a comunicação de pessoas que apresentavam severos
distúrbios na comunicação oral e também com as dificuldades nas realizações
das atividades pedagógicas e no processo de inclusão social e escolar

• O termo C.A.A - (1997) de acordo com Glennem, a C.A.A – Comunicação
Alternativa e Ampliada, tudo o que for possível ser feito para estabelecer uma
comunicação além da modalidade oral, como o uso de gestos, língua de sinais,
expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, uso
de sistemas sofisticados de computador com voz. Quando dissemos CA – É só
comunicação alternativa, sem ser ampliada.que entra nestas também o “ … uso
de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto,
símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz
sintetizada, dentre outros.” (ZAPOROSZENKO, 2008, p. 6).

• Há diversos exemplos de materiais, leituras importantes e vídeos na área da
comunicação alternativa, sendo que o acadêmico deverá fazer um esforço para
pesquisar e se inteirar melhor do assunto.

• Há exemplos práticos destas formas de estabelecer uma forma de comunicação,


lembrando sempre que cada usuário é único, visto que nem todos os recursos
e estratégias podem ser usadas para os mesmos, onde cada um requer uma
avaliação, um olhar minucioso para sua necessidade básica.

• O importante antes de qualquer confecção de um recurso é fazer o
acompanhamento do processo todo detalhado, onde leva-se em consideração
a vontade do estudante na dinâmica da escola, encontrar um meio de gerar
ideias e alternativas de materiais em conta e que esteja disponível para o uso.

157
AUTOATIVIDADE

Vamos fazer algumas atividades para fixação do conteúdo e revisão.

1 Assinale a resposta que melhor define o que é comunicação alternativa.

a) ( ) Comunicação Alternativa e ou Ampliada, tudo o que for possível ser


feito para estabelecer uma comunicação além da modalidade oral, como
o uso de gestos, língua de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de
alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador
com voz.
b) ( ) Toda e qualquer forma de comunicação que leve a interação entre os
seres humanos.
c) ( ) Uma maneira de comunicar-se, uma necessidade básica de todo o ser
humano, o animal também se comunica, mais não tem a intenção com a
consciência de comunicar.
d) ( ) A Comunicação poderá ser CAA e ou CA.

2 Vimos que os estudos com comunicação alternativa e/ou suplementar
começaram a ser desenvolvidos na década de 1970. No Brasil, a instituição
Quero Quero iniciou o trabalho com comunicação alternativa na década
de 1980. A partir de 2000, esta área passou a ser o centro de interesses de
vários pesquisadores e profissionais que buscavam melhorar a comunicação
de pessoas que apresentavam severos distúrbios na comunicação oral e
também com as dificuldades nas realizações das atividades pedagógicas e
no processo de inclusão social e escolar. Em relação ao exposto, assinale F
para respostas Falsas e V para as respostas Verdadeiras.

a) ( ) Todas as pessoas poderão usufruir da comunicação – CAA e ou CA –


dependerá de uma boa avaliação e encaminhamentos da funcionalidade do
processo.
b) ( ) Na escola a CA (comunicação alternativa) veio contribuir para que
realmente pudéssemos ver e comprovar a capacidade e habilidade dos
alunos prejudicados na fala e ou na comunicação.
c) ( ) Não é necessário estabelecer uma forma de comunicação, lembrando
sempre que cada usuário é único, visto que nem todos os recursos e
estratégias podem ser usadas para os mesmos, onde cada um requer uma
avaliação, um olhar minucioso para sua necessidade básica.
d) ( ) Um recurso criado para um determinado aluno poderá ser usado para
vários.

Agora assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) V-V-F-F.
b) ( ) V-V-V-F.
c) ( ) V-V-F-V.
d) ( ) V-V-V-V.
158
UNIDADE 3
TÓPICO 3

RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES


EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 3, tópico 3, o que faremos é uma revisão da unidade e
traremos exemplos e materiais, jogos para que sirvam de ideias a você, caro
acadêmico, quando se deparar com alguma situação de alunos com deficiência
e que necessite destes recursos da comunicação alternativa e das tecnologias
assistivas possa usufruir e criar.

Percebemos que todos nós professores e profissionais da área da Educação


Especial e da deficiência física precisamos estar muito atentos e muito curiosos
em relação ao uso das tecnologias. Pensar que cada um é um e que as adaptações
e as indicações das tecnologias precisa respeitar a especificidade e a necessidade
de cada um. Sendo assim, passa pela avaliação multidisciplinar a qual estaremos
falando muito neste tópico.


2 RECURSOS EDUCACIONAIS AOS EDUCANDOS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA
Os estudos deste livro são voltados às pessoas com deficiência física,
mesmo quando falamos e trouxemos as tecnologias assistivas e comunicação
alternativa foi com o objetivo de mostrar recursos e serviços para as pessoas
com deficiência física, os quais vêm tornar as coisas possíveis, a comunicação, a
interação, as intencionalidades no fazer pedagógico e na inclusão não só na escola
mais no geral.

O cuidado que se tem é com o diagnóstico dos alunos. Não para tabular
e rotular, mas para avaliar até que ponto houve evolução no quadro, alterações
no processo de aprendizagem e no uso dos recursos indicados a cada um destes
alunos. As informações sobre os alunos são importantes para partir das perguntas
que podemos fazer que são: o que sabe esta criança? O que ela precisa saber? E
por último, como ela aprende? São muito mais complexas do que se pensa em um
simples diagnóstico, o como ela aprende do que o que ela aprende.

Essas informações auxiliarão o professor especializado a conduzir seu
trabalho com o aluno e orientar o professor da classe comum sobre questões
específicas de cuidados.

159
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

[...] é necessário que os professores conheçam a diversidade e a


complexidade dos diferentes tipos de deficiência física, para definir
estratégias de ensino que desenvolvam o potencial do aluno. De
acordo com a limitação física apresentada é necessário utilizar recursos
didáticos e equipamentos especiais para a sua educação buscando
viabilizar a participação do aluno nas situações prática vivenciadas no
cotidiano escolar, para que o mesmo, com autonomia, possa otimizar
suas potencialidades e transformar o ambiente em busca de uma
melhor qualidade de vida (BRASIL, 2006, p. 29).

A partir de uma avaliação criteriosa e de um olhar diferenciado de uma


equipe multidisciplinar quando possível, fazer os encaminhamentos necessários
com os recursos personalizados, visando e oportunizando o acesso à educação a
informação e ao conhecimento.

Na área da deficiência física, os recursos educacionais básicos e de grande


uso são os seguintes:

O uso da comunicação alternativa, a adequação dos materiais didático-
pedagógicos, como o lápis, o quadro magnético com letras com ímã fixado,
tesouras adaptadas, entre outros. Podendo ainda ser feitos projetos em parceria
com profissionais da arquitetura, engenharia, técnicos em edificações para
promover a acessibilidade arquitetônica.

Vejamos uma dica muito legal de filme o qual podemos vivenciar o dia a
dia da deficiência física.

160
TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

DICAS

A dica é o filme que trata de um garoto com deficiência física: A chave da casa.

SINOPSE E DETALHES
Paolo (Andrea Rossi) tem 15 anos e sofre de deficiências físicas e psicológicas provocadas pelo
parto, que culminou com a morte de sua mãe. Criado pelos tios na Itália, Paolo precisa viajar
anualmente até um hospital de Berlim para terapia de reabilitação. Seu pai, Gianni (Kim Rossi
Stuart), aparece para acompanhá-lo pela primeira vez durante a viagem, numa tentativa de
se aproximar do filho. Suas vidas se transformam quando eles encontram Nicole (Charlotte
Rampling), uma mulher forte que se dedica de corpo e alma aos cuidados de sua filha deficiente.

Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-55605/>.

A adequação de recursos da informática: teclado, mouse, ponteira de


cabeça, programas especiais, acionadores, entre outros. O uso de mobiliário
adequado: mesas, cadeiras, quadro, entre outros, bem como os recursos de auxílio
à mobilidade: cadeiras de rodas, andadores, entre outros.

Veremos alguns exemplos utilizados na escola. Conforme caderno do


MEC para a orientação do AEE para deficiência física.

161
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 21 – TESOURA ADAPTADA

FONTE: Brasil (2007, p. 42)

162
TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

FIGURA 22 – LÁPIS E CANETAS ADAPTADAS

FONTE: Brasil (2007, p. 43)

163
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 23 – MODELOS DE ADAPTAÇÕES COM O USO DE ESPUMAS

FONTE: Brasil (2007, p. 44)

164
TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

FIGURA 24 – LIVROS E MANUSEADOR DE LIVROS

FONTE: Brasil (2007, p. 45)

165
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 25 – EXEMPLOS DE ALGUNS JOGOS ADAPTADOS

166
TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

FONTE: Brasil (2007, p. 46-51)

167
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

FIGURA 26 – EXEMPLOS DE PROGRAMAS E RECURSOS PARA A ALFABETIZAÇÃO

FONTE: Brasil (2007, p. 52)

Veremos a seguir alguns exemplos que diferenciam o que é adaptação e


adequação curricular, muitos professores tem dificuldades em diferenciar estes
dois conceitos.

3 DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E ADEQUAÇÃO


CURRICULAR
Vamos discutir agora dois conceitos, que são a Adaptação Curricular e
Adequação curricular, que geralmente é confuso e difícil achar a diferença entre
um e outro. Segundo o MEC, a adaptação curricular é:

168
TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

O conceito de adaptações curriculares, consideradas como: estratégias


e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam
adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de
aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-
aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos
alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998, p. 15).

São as adaptações que fazemos no dia a dia em sala de aula, muitas vezes
precisamos adaptar certo conteúdo para o aluno de forma que este venha a fazer
e compreender o que queremos.

A adequação vai além de uma adaptação, ele envolver a todos na escola,


um currículo funcional por exemplo, vai depender do aluno, da escola e dos
que estão envolvidos na avaliação deste aluno. Onde no currículo funcional se
observa e se parte da experiência deste aluno no saber fazer, nas suas habilidades
o qual o foco é nas competências para desenvolver o trabalho em sala de aula e
também para o dia a dia deste educando.

E o conceito de Adequação curricular é as possibilidades educacionais


de atuar frente as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõe que
se realize a adequação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo
apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não é um
novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliar, para
que atenda realmente a todos os educandos. Nessa circunstância, as adequações
curriculares implicam a planificação pedagógica.

169
UNIDADE 3 | ACESSIBILIDADE E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS EDUCACIONAIS VOLTADAS À DEFICIÊNCIA FÍSICA

LEITURA COMPLEMENTAR

Como leitura fizemos uma seleção do livro do MEC - FONTE: BRASIL,


MEC. AEE para Deficiência Física, 2007, em que é apresentado como acessar o
teclado para leitura e escrita no computador para alunos com deficiência física.

Disponível na íntegra em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/


aee_df.pdf>, o qual você pode pesquisar e aproveitar bem esta dica.

Vamos trazer alguns itens deste livro enquanto as sugestões de adaptações


e exemplos de recursos, estaremos discutindo e mostrando algumas imagens
para que você possa compreender melhor e poderá ser alguma ideia para ser
usada com o aluno em sala de aula.

Vejamos alguns recursos que voltamos e reforçamos a importância destes


para a sala de aula no trabalho com o aluno.

170
TÓPICO 3 | RECURSOS, ADAPTAÇÕES E ADEQUAÇÕES EDUCACIONAIS AOS DEFICIENTES FÍSICOS

171
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Tivemos exemplos mais práticos e vimos de forma física que podemos fazer
uso de recursos tanto tecnológico, quanto não, de adaptações simples e que
dão funcionalidade ao uso na escola e na vida no dia a dia das pessoas com
deficiência física principalmente.

• No qual trouxemos as tecnologias assistivas e comunicação alternativa foi com o


objetivo de mostrar recursos e serviços para as pessoas com deficiência física, os quais
vem tornar as coisas possíveis, a comunicação, a interação, as intencionalidades no
fazer pedagógico e na inclusão não só na escola mais no geral.

• O cuidado que se tem é com o diagnóstico dos alunos. Não para tabular e rotular,
mas para avaliar até que ponto houve evolução no quadro, alterações no processo
de aprendizagem e no uso dos recursos indicados a cada um destes alunos. As
informações sobre os alunos são importantes para partir das perguntas que
podemos fazer que são: o que sabe esta criança? O que ela precisa saber? E por
último, como ela aprende? São muito mais complexas do que se pensa em um
simples diagnostico, o como ela aprende do que o que ela aprende.

• A partir de uma avaliação criteriosa e de um olhar diferenciado de uma equipe


multidisciplinar quando possível, fazer os encaminhamentos necessários com
os recursos personalizados, visando e oportunizando o acesso a educação a
informação e ao conhecimento.

• Na dica de leitura apresentamos sobre o caderno do MEC de orientação para


o AEE para deficiência física, onde trouxemos imagens e as orientações para
inserir no ensino regular com alunos com estas deficiências.

• Outro conceito importante que trouxemos para esclarecer neste tópico foi
de adequação curricular e adaptação curricular. Sendo que: O conceito de
adaptações curriculares, consideradas como: estratégias e critérios de atuação
docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa
escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando
que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de
necessidades dos alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998). E o de Adequação
curricular sendo como: Estas constituem, pois, possibilidades educacionais
de atuar frente ‡s dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que
se realize a adequação do currículo regular, quando necessário, para torná·-lo
apropriado as peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Não é um
novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de amplia„o,
para que atenda realmente a todos os educandos. Nessa circunstância, as
adequações curriculares implicam a panificação pedagógica.
172
AUTOATIVIDADE

Olá, caro acadêmico. Enfim, a última atividade deste tópico e também do


livro, se dedique para que não haja dúvidas na hora de fazer as avaliações.

1 Relacione assinalando a resposta correta para o conceito de adequação


curricular e adaptação curricular.

1 - Adaptação Curricular
2 - Adequação Curricular

a) ( ) Demonstrar o resultado da avaliação da efetivação de uma atividade


prática, para facilitar o progresso acadêmico de alunos com necessidades
educacionais especiais.
b) ( ) … considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe
atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola
c) ( ) Quando há flexibilização, planificação curricular, poderá ser
considerado a adequação.
d) ( ) ...consideradas como: estratégias e critérios de atuação docente,
admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar
às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos.

Assinale a sequência CORRETA:


a) ( ) 2-2-1-1
b) ( ) 2-1-2-1
c) ( ) 1-1-2-2
d) ( ) 2-1-2-2

2 Precisamos ter cuidado com o diagnóstico dos alunos. Não podemos


tabular e rotular, mas para avaliar até que ponto houve evolução no quadro,
alterações no processo de aprendizagem e no uso dos recursos indicados a
cada um destes alunos. As informações sobre os alunos são importantes
para partir das perguntas que podemos fazer, quais são? Todas as respostas
estão corretas, exceto uma que não condiz com o conceito de como o aluno
aprende e como avaliamos. Assinale a INCORRETA:

a) ( ) O que sabe esta criança? O que ela precisa saber? E por último, como
ela aprende? São muito mais complexas do que se pensa em um simples
diagnóstico, o como ela aprende do que o que ela aprende.
b) ( ) Esta criança não aprende? Não precisa ensinar a ler e escrever, pois esta
criança não fala e não interage. Como vai ensinar esta criança?

173
c) ( ) O processo, para que o sistema educacional atue de modo a promover os
ajustes necessários, para atender a todo e qualquer aluno, o entendimento
sobre os pressupostos teóricos que norteiam a Educação Inclusiva é de suma
importância para que o aluno aprenda.
d) ( ) São necessários os recursos personalizados, visando e oportunizando o
acesso à educação, à informação e ao conhecimento.

174
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