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Curso Preparatório para as Certificações:

CPA10 / CPA20 / CEA

1
Olá tudo bem?
Eu sou Tiago Luz e o meu propósito é ajudar
você a obter sua certificação!

A maioria das empresas que oferecem cursos


preparatórios para as certificações ANBIMA,
ainda utilizam métodos exclusivamente
associativos, ou seja, "decoreba".

Antigamente isso até funcionava, mas hoje a


realidade da prova é bem diferente, as
questões estão muito mais interpretativas e
para você obter a aprovação não basta apenas
decorar os conceitos é necessário entende-los.

Mas fique tranquilo (a), será compartilhando


meus conhecimentos e minhas experiências de
forma simples, clara e objetiva que eu irei lhe
ajudar a obter sua certificação!
Formação acadêmica:
 Graduação: Administração de Empresas;
 Pós-Graduação: Mercado Financeiro e de Capitais.
Experiência Profissional:
 Tiago Luz Certificações: Desde janeiro/2017
 Banco Itaú: Março/2012 a novembro/2016
 Banco Intercap: Julho/2011 a março/2012
 Banco Santander: abril/2007 a julho/2011
Certificações Profissionais:
 CFP®
 CEA;
 CPA20;
 CPA10;
Redes Sociais:
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LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/tiago-luz-01153734
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Telegram: https://t.me/tiagoluzcertificacoes
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Sobre a apostila:
Esta apostila foi desenvolvida de forma independente e sem qualquer envolvimento da
ANBIMA ou qualquer outro órgão.
O conteúdo foi elaborado de acordo com o programa detalhado disponível no site da ANBIMA.
https://www.anbima.com.br/pt_br/pagina-inicial.htm
Referências:
https://www.bcb.gov.br/
http://www.cvm.gov.br/
https://www.investidor.gov.br/
http://novosite.susep.gov.br/
https://www.anbima.com.br/pt_br/pagina-inicial.htm
http://www.b3.com.br/pt_br/
http://www.fazenda.gov.br/orgaos/coaf
http://www.planalto.gov.br/
https://www.ibge.gov.br/
https://www.tesourodireto.com.br/
https://www.fgc.org.br/
https://www.inss.gov.br/

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CPA-10
A CPA-10 é destinada aos profissionais que atuam na distribuição de produtos de
investimento em agências bancárias ou plataformas de atendimento.
A quem se destina a certificação?
 Profissionais que trabalham em instituições que seguem nosso Código de Certificação;

 Profissionais que trabalham em instituições financeiras em geral, mesmo aquelas que


não aderiram ao código;

 Estudantes e profissionais de autarquias ou órgãos públicos.


Como é o exame?
Tipo: Computadorizado;
Data e horário: Escolhidos pelo candidato;
Questões: 50 questões de múltipla escolha com quatro alternativas;
Duração: 2h00
Aprovação: 70% de acertos (35 questões)

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Sumário

1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO (PROPORÇÃO: DE 5 A 10%)


.....................................................................................................................................................................16
1.1 Funções Básicas ...................................................................................................................................16
1.1.1. Função dos intermediários financeiros e definição de intermediação financeira .......................16
1.2 Estrutura ...............................................................................................................................................16
1.2.1 Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização: ..................................................................16
1.2.1.1 Conselho Monetário Nacional – CMN: Principais atribuições: regular a constituição e
regulamentos das Instituições Financeiras; estabelecer medidas de prevenção ou correção de
desequilíbrios econômicos; disciplinar todos os tipos de crédito. ..........................................................16
1.2.1.2 Banco Central do Brasil – Bacen: Principais atribuições: autorizar o funcionamento e fiscalizar
as Instituições Financeiras; emitir moeda; controlar crédito e capitais estrangeiros; executar a política
monetária e cambial...................................................................................................................................18
1.2.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM: Principais atribuições: promover medidas
incentivadoras da canalização de poupança ao mercado de capitais; estimular o funcionamento das
bolsas de valores e das instituições operadoras do mercado de capitais; proteger os investidores do
mercado de capitais. ..................................................................................................................................19
1.2.1.4 SUSEP: Principais atribuições; controle e fiscalização dos mercados de seguro e previdência
complementar aberta; fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das
Sociedades Seguradoras e Entidades de Previdência Privada Aberta; proteger os investidores desses
mercados. ...................................................................................................................................................21
1.2.1.5 ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. ........22
1.2.1.5.1 O papel da ANBIMA e atividades desenvolvidas: representação, autorregulação, informação
e educação. A autorregulação; mecanismos de supervisão e atividades autorreguladas. ..................22
1.2.1.5.1.1 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação
Continuada ..................................................................................................................................................22
1.2.1.5.1.2 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos de
Investimento ...............................................................................................................................................23
1.2.2 Principais Intermediários Financeiros: conceito e atribuições ......................................................23
1.2.2.1 Bancos Múltiplos ............................................................................................................................23
1.2.2.2 Bancos Comerciais.........................................................................................................................23
1.2.2.3 Bancos de Investimento ...............................................................................................................24
1.2.3 Outros Intermediários ou Auxiliares Financeiros: conceito e atribuições ....................................24
1.2.3.1 B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão. ...................................................................................................24
1.2.3.2 Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários: principais funções ............................25
1.2.3.3 Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários: principais funções .......................26
1.2.4 Sistemas e Câmaras de Liquidação e Custódia (Clearing): atribuições e benefícios para o
investidor.....................................................................................................................................................26

5
1.2.4.1 Sistema especial de liquidação e de custódia – Selic: principais títulos custodiados no Selic
(LFT; LTN; NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F) .........................................................................................26
1.2.4.2 Câmara de liquidação, compensação e custódia da B3 S/A (Câmara BM&FBovespa): Conceito,
funções, principais títulos e operações custodiadas, garantias e benefícios para o investidor. ..........27
1.2.4.3 Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB. Conceito. ..................................................................27
2. ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR (PROPORÇÃO: DE 15 A 20%)
.....................................................................................................................................................................30
2.1 Código de Distribuição de Produtos de Investimento .......................................................................30
2.1.1 Definições (Cap. I)............................................................................................................................30
2.1.2 Objetivo e Abrangência (Cap. II) ....................................................................................................32
2.1.3 Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV) ..........................................................................................33
2.1.4 Regras, Procedimentos e Controles (Cap. V) .................................................................................34
2.1.4.1 Segurança e Sigilo das Informações (Seção II)..........................................................................34
2.1.5 Publicidade (Cap. VIII) .....................................................................................................................35
2.1.5.1 Material Publicitário (Seção II) .....................................................................................................35
2.1.5.2 Material Técnico (Seção III) .........................................................................................................36
2.1.5.3 Avisos Obrigatórios (Seção VI).....................................................................................................36
2.1.6 Regras Gerais (Cap. IX) ...................................................................................................................37
2.1.6.1 Divulgação de informações por meios eletrônicos (Seção I) .....................................................37
2.1.6.2 Conheça seu cliente (Seção II) ....................................................................................................37
2.1.6.3 Suitability (Seção III) ....................................................................................................................38
2.1.7 Selo ANBIMA (Cap. XIII) ..................................................................................................................41
2.1.8 Distribuição de Fundos de Investimento (Anexo I) .......................................................................41
2.1.8.1 Distribuição (Capítulo I) ................................................................................................................42
2.2 Prevenção Contra a Lavagem de Dinheiro.........................................................................................42
2.2.1 Conceito de lavagem de dinheiro. Legislação ................................................................................43
2.2.2 Clientes/investidores ........................................................................................................................45
2.2.2.1 Ações preventivas: princípio do “conheça seu cliente” ..............................................................45
2.2.2.1.1 Função do cadastro e implicações de um cadastro desatualizado e análise da capacidade
financeira do cliente ...................................................................................................................................45
2.2.2.1.2 O princípio “conheça seu cliente” como forma de proteção da instituição financeira e do
profissional ..................................................................................................................................................46
2.2.2.2 Identificação e registros de operações ........................................................................................46
2.2.3 Operações suspeitas.........................................................................................................................49
2.2.3.1 Caracterização ...............................................................................................................................49

6
2.2.3.2 Obrigatoriedade de comunicação e controle – instituições, empresas e autoridades
competentes ...............................................................................................................................................58
2.2.4 Responsabilidades administrativas e legais. Entidades e pessoas físicas sujeitas à lei e a
regulamentação ..........................................................................................................................................59
2.2.5 Crime de lavagem de dinheiro.........................................................................................................61
2.2.5.1 Responsabilidades e corresponsabilidades ..................................................................................61
2.3 Ética na Venda .....................................................................................................................................61
2.3.1 Venda casada: conceito ...................................................................................................................61
2.3.2 Restrições do investidor: idade, horizonte de investimento, conhecimento do produto e
tolerância ao risco ......................................................................................................................................62
2.4 Análise do Perfil do Investidor ............................................................................................................63
2.4.1 Instrução CVM: 539 – dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações
ao perfil do cliente (suitability). Finalidade e para quem se aplica a regra. ..........................................63
2.4.1.1 Abrangência; perfil do cliente; categorias de produtos; vedações e obrigações; regras,
procedimentos e controles internos; atualizações e dispensas. .............................................................63
2.4.2 Adequação de produtos em função do perfil do investidor. Importância e motivação do API para
o investidor. Possibilidade de venda de um produto não adequado ao perfil do investidor................67
3. NOÇÕES DE ECONOMIA E FINANÇAS (PROPORÇÃO: DE 5 A 10%) .................................................70
3.1 Conceitos Básicos de Economia ..........................................................................................................70
3.1.1 Indicadores econômicos: PIB, índices de inflação (IPCA e IGP-M), taxa de câmbio, taxa SELIC
(over e meta), taxa DI e TR: definição ....................................................................................................70
3.1.2 COPOM: finalidade e atribuições .....................................................................................................76
3.2 Conceitos Básicos de Finanças ...........................................................................................................77
3.2.1 Taxa de juros nominal e taxa de juros real ....................................................................................77
3.2.2 Taxa de juros equivalentes versus taxa de juros proporcional .....................................................79
3.2.3 Capitalização Simples versus Capitalização Composta ..................................................................80
3.2.4 Índice de referência (benchmark) aplicado a produtos de investimento: conceito e finalidade
.....................................................................................................................................................................82
3.2.5 Volatilidade. Conceito .......................................................................................................................83
3.2.6 Prazo médio ponderado de uma carteira de títulos: conceito e riscos associados .....................83
3.2.7 Marcação a Mercado como valor presente de um fluxo de pagamentos (Precificação e
volatilidade: impactos de prazos e taxas) ................................................................................................83
3.2.8 Mercado Primário e Mercado Secundário: conceito, finalidade e relevância para o investidor e
para a empresa emissora. .........................................................................................................................84
4. PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTO (PROPORÇÃO: DE 10 A 20%) .......................................................86
4.1 Principais Fatores de Análise de Investimentos ................................................................................86
4.1.1 Rentabilidade ....................................................................................................................................86
4.1.1.1 Rentabilidade absoluta versus rentabilidade relativa (benchmark)...........................................86

7
4.1.1.2 Rentabilidade bruta versus rentabilidade líquida ........................................................................87
4.1.2 Liquidez .............................................................................................................................................88
4.1.3 Risco ..................................................................................................................................................88
4.2 Principais Riscos do Investidor ...........................................................................................................88
4.2.1 Risco de Mercado..............................................................................................................................88
4.2.1.1 Riscos de mercado externo: conceito (oscilações na taxa de câmbio, mudanças no cenário
macroeconômico mundial, riscos geopolíticos específicos de cada país investido, questões legais,
regulatórias e tributárias específicas de um país) ...................................................................................89
4.2.2 Risco de Crédito ................................................................................................................................89
4.2.3 Risco de Liquidez ..............................................................................................................................89
4.3 Fatores Determinantes para Adequação dos Produtos de Investimento as Necessidades dos
Investidores ................................................................................................................................................90
4.3.1 Objetivo do investidor ......................................................................................................................90
4.3.2 Horizonte de investimento ...............................................................................................................90
4.3.3 Risco versus retorno. Capacidade de assumir riscos e tolerância ao risco. .................................90
4.3.4 Diversificação: vantagens e limites de redução do risco incorrido ...............................................91
4.3.4.1 Risco sistemático e não sistemático.............................................................................................92
4.3.5 Finanças Pessoais .............................................................................................................................93
4.3.5.1 Conceitos de orçamento pessoal e familiar (receitas e despesas), fluxo de caixa e situação
financeira ....................................................................................................................................................93
4.3.5.2 Patrimônio Líquido (ativos e passivos). Índice de endividamento. ...........................................93
4.3.6 Grau de conhecimento do mercado financeiro – experiência em matéria de investimento.......94
5. FUNDOS DE INVESTIMENTO (PROPORÇÃO: DE 20 A 30%) .............................................................96
5.1 Definições Legais .................................................................................................................................96
5.1.1 Fundos de Investimento (FI) e Fundos de Investimento em Cotas (FIC): definições ................96
5.1.2 Condomínio. Fundos Abertos e Fundos Fechados .........................................................................97
5.1.3 Constituição e registro na CVM .......................................................................................................97
5.1.4 Comunicação com o cotista .............................................................................................................98
5.1.5 Cota. Valor da cota e transferência de titularidade .......................................................................98
5.1.6 Propriedade dos ativos de Fundos de Investimentos – excluindo fundos imobiliários ...............99
5.1.7 Segregação entre gestão de recursos próprios e de terceiros: Barreira de Informação ............99
5.1.8 Assembleia Geral de Cotistas (competências e deliberações). Convocação. .............................100
5.1.9 Direitos e obrigações dos condôminos .........................................................................................102
5.1.10 Divulgação de informações e de resultados ...............................................................................103
5.1.10.1 Informações periódicas .............................................................................................................103
5.1.10.2 Atos ou Fatos Relevantes .........................................................................................................104

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5.1.11 Administração ...............................................................................................................................104
5.1.11.1 Vedações e obrigações do Administrador e do Gestor ...........................................................105
5.1.11.2 Normas de Conduta ..................................................................................................................107
5.2 Dinâmica de Aplicação e Resgate .....................................................................................................108
5.2.1 Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos gestores. Cota do dia (D+0) e cota do
dia seguinte ao da data de aplicação (D+1) ..........................................................................................108
5.2.2 Resgate de recursos e venda de ativos por parte dos gestores .................................................108
5.2.3 Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na aplicação e no resgate) .........109
5.2.4 Prazo de liquidação financeira (pagamento do resgate): conceito e limite ...............................109
5.2.5 Prazo de carência para resgate .....................................................................................................109
5.2.6 Fechamento dos fundos para resgates e aplicações ...................................................................110
5.3 Diferenciais do Produto para o Investidor .......................................................................................110
5.3.1 Acessibilidade ao mercado financeiro ...........................................................................................111
5.3.2 Diversificação ..................................................................................................................................111
5.3.2.1 Riscos dos ativos individuais versus riscos da carteira .............................................................111
5.3.2.2 Limites de alocação por emissor e por tipo de ativo. Riscos para o investidor ......................111
5.3.3 Liquidez ...........................................................................................................................................113
5.4 Política de Investimento ....................................................................................................................113
5.4.1 Objetivo ...........................................................................................................................................113
5.4.2 Fundos com gestão ativa e passiva: definição .............................................................................114
5.4.3 Dificuldades de replicação dos índices de referência (benchmarks) e suas principais causas:
custos, impostos, dinâmica de cálculo da rentabilidade do fundo e regras de contabilização a mercado
...................................................................................................................................................................114
5.4.4 Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e rentabilidade: regulamento, lâmina
de informações essenciais, demonstração de desempenho, formulário de informações
complementares e termo de adesão. Diferença no uso dos documentos e acesso ao público investidor.
...................................................................................................................................................................114
5.5 Carteira de Investimentos .................................................................................................................119
5.5.1 Principais mercados (juros pré-fixados e pós-fixados, câmbio, inflação, ações; seus derivativos)
...................................................................................................................................................................119
5.5.1.1 Marcação a Mercado. Conceito, finalidade e relevância para investidor ................................120
5.5.2 Alavancagem: conceito, vantagens e desvantagens. Risco para o investidor ...........................120
5.5.3 Impacto de variações nas taxas de juros, câmbio e inflação sobre os tipos de fundos:
consequências ..........................................................................................................................................121
5.6 Taxas de Administração e Outras .....................................................................................................122
5.6.1 Taxa de administração, taxa de performance, taxa de ingresso e taxa de saída: conceitos e
formas de cobrança. Fundos que podem cobrar taxa de performance. Impactos na rentabilidade para
o investidor ...............................................................................................................................................122

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5.7 Classificação CVM: .............................................................................................................................123
5.7.1 Renda Fixa, Ações, Multimercado e Cambial: ..............................................................................123
5.7.1.1 Ativos elegíveis e composição do patrimônio............................................................................123
5.7.1.2 Fatores de risco inerentes a cada classe ...................................................................................123
5.7.1.3 Características das subclassificações: Curto Prazo, Referenciado, Simples, Dívida Externa,
Crédito Privado e Ações – Mercado de Acesso ......................................................................................125
5.8 Tributação...........................................................................................................................................127
5.8.1 IOF ...................................................................................................................................................127
5.8.2 Imposto de Renda (IR): fato gerador, alíquotas (conforme tipo de fundo – curto prazo, longo
prazo e ações, segundo a Secretaria da Receita Federal e tempo de permanência da aplicação), bases
de cálculo e responsabilidade de recolhimento .....................................................................................128
5.8.3 Imposto de Renda (IR) – “come-cotas”: fato gerador, alíquotas (conforme tipo de fundo – curto
prazo e longo prazo), datas de incidência e responsabilidade de recolhimento .................................129
5.8.4 Compensação de perdas no pagamento de IR ............................................................................130
5.9 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de Terceiros
...................................................................................................................................................................131
5.9.1 Definições (Cap. I)..........................................................................................................................131
5.9.2 Objetivo e Abrangência (Cap. II) ..................................................................................................134
5.9.3 Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV) ........................................................................................136
5.9.4 Regras, Procedimentos e Controles (Cap. V) ...............................................................................137
5.9.4.1 Segregação de Atividades (Seção II) ........................................................................................138
5.9.4.2 Segurança e Sigilo das Informações (Seção III) ......................................................................139
5.9.5 Administração Fiduciária (Cap. VII) ..............................................................................................140
5.9.5.1 Obrigações gerais do administrador fiduciário (Seção I) .........................................................140
5.9.6 Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)...............................................................................141
5.9.6.1 Obrigações Gerais do Gestor de Recursos de Terceiros (Seção I) ..........................................141
5.9.7 Selo ANBIMA (Cap. XIII) ................................................................................................................142
5.9.8 Fundos de Investimento 555 (Anexo I) ........................................................................................142
5.9.8.1 Objetivo e Abrangência (Cap. I) ................................................................................................142
5.9.8.2 Documentos e informações dos Fundos 555 (Cap. III) ...........................................................142
5.9.8.2.1 Formulário de Informações Complementares (Seção I) .......................................................143
5.9.8.2.2 Lâmina de Informações Essenciais (Seção II) .......................................................................143
5.9.8.3 Publicidade dos Fundos 555 (Cap. VI) ......................................................................................144
5.9.8.3.1 Regras Gerais (Seção I)...........................................................................................................144
5.9.8.3.2 Material Publicitário (Seção II)................................................................................................145
5.9.8.3.3 Material Técnico (Seção III) ....................................................................................................145

10
5.9.8.3.4 Histórico da Rentabilidade (Seção VI) ....................................................................................146
5.9.8.3.5 Avisos Obrigatórios (Seção VII) ..............................................................................................147
5.9.9 Apreçamento dos Ativos (Cap. VII e Deliberação ANBIMA de Apreçamento nº 80) ................149
6. INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL E RENDA FIXA (Proporção: de 15% a 25%) ...................151
6.1 Ações...................................................................................................................................................151
6.1.1 Conceito...........................................................................................................................................151
6.1.2 Tipos de ação: ordinária e preferencial - definição e direito dos acionistas ..............................151
6.1.3 Canais de distribuição. Tipos e principais características. CTVM, DTVM, agências bancárias e
internet (home broker) ............................................................................................................................152
6.1.4 Oferta Pública Inicial de Ações (IPO). Definição e entendimento dos conceitos: período de
reserva, possibilidade de ocorrência de rateio, ordem limitada e a mercado .....................................152
6.1.5 Definições: ganhos de capital; dividendos; juros sobre capital próprio; bonificação; subscrição;
desdobramento (split) e grupamento .....................................................................................................153
6.1.6 Riscos inerentes ao produto ..........................................................................................................158
6.1.6.1 Risco da empresa: conceito ........................................................................................................158
6.1.6.2 Risco de mercado: conceito........................................................................................................159
6.1.6.3 Risco de liquidez: conceito .........................................................................................................159
6.1.7 Despesas incorridas na negociação – Tipos:................................................................................160
6.1.7.1 Corretagem ..................................................................................................................................160
6.1.7.2 Custódia .......................................................................................................................................160
6.1.7.3 Emolumentos ...............................................................................................................................160
6.1.8 Tributação: ......................................................................................................................................161
6.1.8.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, bases de cálculo e responsabilidade de
recolhimento .............................................................................................................................................161
6.1.9 Clube de Investimento em ações. Conceito, características .......................................................163
6.1.9.1 Fundos de ações versus Clube de Investimento: vantagens e desvantagens .......................163
6.2 Títulos de Crédito Imobiliário e do Agronegócio .............................................................................163
6.2.1 Letras de Crédito Imobiliário – LCI e Letras de Crédito do Agronegócio – LCA........................163
6.2.2. Características quanto a prazo, lastro, forma de resgate, liquidez, taxas e formas de
remuneração .............................................................................................................................................164
6.2.3 Riscos inerentes ao produto: .........................................................................................................164
6.2.3.1 Risco de crédito ...........................................................................................................................164
6.2.3.1.1 O papel do FGC em caso de inadimplência do emissor ........................................................164
6.2.3.2 Risco de mercado ........................................................................................................................164
6.2.3.3 Risco de liquidez ..........................................................................................................................165
6.2.4 Tributação: ......................................................................................................................................165

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6.2.4.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e responsabilidade de
recolhimento .............................................................................................................................................165
6.2.5 LCI versus LCA: diferenças ............................................................................................................165
6.3 CDB – Certificado de Depósito Bancário ..........................................................................................165
6.3.1 Definição..........................................................................................................................................165
6.3.2 Características: ...............................................................................................................................165
6.3.2.1 Prazos ...........................................................................................................................................165
6.3.2.2 Formas de resgate.......................................................................................................................166
6.3.2.3 Taxas e formas de remuneração: ..............................................................................................166
6.3.2.3.1 Pré-fixada..................................................................................................................................166
6.3.2.3.2 Pós-fixada (TR, CDI e SELIC)..................................................................................................166
6.3.3 Riscos inerentes ao produto: .........................................................................................................167
6.3.3.1 Risco de crédito ...........................................................................................................................167
6.3.3.1.1 O papel do FGC em caso de inadimplência do emissor ........................................................167
6.3.3.2 Risco de mercado ........................................................................................................................167
6.3.3.3 Risco de liquidez ..........................................................................................................................167
6.3.4 Tributação: ......................................................................................................................................168
6.3.4.1 Imposto de renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e responsabilidade de recolhimento
...................................................................................................................................................................168
6.3.4.2 IOF ................................................................................................................................................169
6.4 Debêntures e Debêntures Incentivadas ...........................................................................................169
6.4.1 Aspectos gerais:..............................................................................................................................169
6.4.1.1 Definição ......................................................................................................................................169
6.4.1.2 Tipos: conversíveis, não-conversíveis ........................................................................................170
6.4.1.3 Taxas e formas de remuneração ...............................................................................................170
6.4.2 Riscos inerentes ao produto ..........................................................................................................170
6.4.2.1 Risco de crédito ...........................................................................................................................170
6.4.2.2 Risco de mercado ........................................................................................................................171
6.4.2.3 Risco de liquidez ..........................................................................................................................171
6.4.3 Tributação .......................................................................................................................................171
6.4.3.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e responsabilidade de
recolhimento .............................................................................................................................................171
6.4.3.2 IOF ................................................................................................................................................173
6.5 Títulos Públicos ..................................................................................................................................173
6.5.1 Conceito e finalidade ......................................................................................................................173
6.5.2 Riscos inerentes ao produto: .........................................................................................................174

12
6.5.2.1 Risco de crédito ...........................................................................................................................174
6.5.2.2 Risco de mercado ........................................................................................................................174
6.5.2.3 Risco de liquidez ..........................................................................................................................174
6.5.3 Principais títulos e suas características: LFT; LTN; NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F ..............174
6.5.4 Tributação: ......................................................................................................................................176
6.5.4.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e responsabilidade de
recolhimento .............................................................................................................................................176
6.5.4.2 IOF ................................................................................................................................................177
6.5.5 Tesouro Direto. Conceito e forma de negociação. Custos para o investidor. Nomenclatura dos
títulos negociados e adequação dos produtos em função do nível de conhecimento do investidor e
objetivo .....................................................................................................................................................178
6.6 Caderneta de Poupança ....................................................................................................................181
6.6.1 Conceito e finalidade ......................................................................................................................181
6.6.2 Riscos inerentes ao produto: .........................................................................................................181
6.6.3 Rentabilidade ..................................................................................................................................181
6.6.4 Tributação .......................................................................................................................................182
6.7 Operações Compromissadas .............................................................................................................182
6.7.1 Conceito e finalidade ......................................................................................................................182
6.7.2 Características quanto a prazo, lastro, forma de resgate, liquidez e formas de remuneração 182
7. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA: PGBL e VGBL (Proporção: de 5% a 10%) ..................185
7.1 Previdência Social x Previdência Privada: Avaliação da Necessidade do Cliente..........................189
7.2 Características Técnicas que influenciam o produto .......................................................................190
7.2.1 Taxas de Administração .................................................................................................................190
7.2.2 Taxas de Carregamento .................................................................................................................191
7.2.3 Portabilidade ...................................................................................................................................191
7.2.4 Transferências entre planos...........................................................................................................192
7.2.5 Resgates ..........................................................................................................................................193
7.2.6 Regimes de tributação (compensável ou definitivo) e as tabelas de imposto de renda
progressivas e regressivas. Base de cálculo na incidência do imposto................................................196
7.3 Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e suas Características. Identificar produto mais
adequado em função da situação tributária do investidor, idade de início de contribuição, idade de
aposentadoria; valor das contribuições e o valor do benefício ............................................................199
7.4 Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) e suas Características. Identificar produto mais
adequado em função da situação tributária do investidor, idade de início de contribuição, idade de
aposentadoria; valor das contribuições e o valor do benefício ............................................................200

13
14
Módulo 1
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E
PARTICIPANTES DO MERCADO
(PROPORÇÃO: DE 5% A 10%)

15
1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO
(PROPORÇÃO: DE 5 A 10%)

1.1 Funções Básicas

1.1.1. Função dos intermediários financeiros e definição de intermediação


financeira

O Sistema Financeiro Nacional é o conjunto de Órgãos, Instituições e Instrumentos


Financeiros que tem o objetivo de facilitar a transferência de recursos entre os agentes
econômicos superavitários e os deficitários.
Agentes econômicos superavitários:
São pessoas, empresas ou governos que ganham mais do que gastam, ou seja, são agentes
capaz de gerar poupança.
Agentes econômicos deficitários:
São pessoas, empresas ou governos que gastam mais do que ganham, ou seja, são agentes
que precisam de recursos.

1.2 Estrutura

1.2.1 Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização:

1.2.1.1 Conselho Monetário Nacional – CMN: Principais atribuições: regular a


constituição e regulamentos das Instituições Financeiras; estabelecer medidas de
prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos; disciplinar todos os tipos de
crédito.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro
de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do
SFN.
Ele é o Órgão Máximo do Sistema Financeiro Nacional;
Ele é um Órgão Normativo: Responsável por criar as normas que devem ser adotadas no
Sistema Financeiro Nacional.
Composição:
 Ministro da Economia;
 Secretário Especial da Fazenda;
 Presidente do Banco Central do Brasil.
Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados
com as competências do CMN.

16
Dentre suas funções estão:
 Definir a meta da inflação;
 Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública,
interna e externa.
 Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de
ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;
Política Monetária:
 Autorizar a emissão de papel moeda;
 Regulamentar as operações de Redesconto;
 Determinar o percentual dos depósitos compulsórios.
Política Cambial:
 Determinar o regime cambial.
Política Creditícia:
 Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas
as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte
das instituições financeiras;
E qual o objetivo do Conselho Monetário Nacional?
 Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia
nacional e seu processo de desenvolvimento;
 Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos
inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões
econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais;
 Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País,
tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer
privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições
favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional;
 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com
vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
 Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
 Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades
subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;
 Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer
outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros,

17
inclusive os prestados pelo Banco Central da República do Brasil, assegurando taxas
favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover;
 Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras
poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas.

1.2.1.2 Banco Central do Brasil – Bacen: Principais atribuições: autorizar o


funcionamento e fiscalizar as Instituições Financeiras; emitir moeda; controlar
crédito e capitais estrangeiros; executar a política monetária e cambial.

O Banco Central do Brasil foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal
órgão executor, supervisor e fiscalizador das diretrizes e normas do Conselho Monetário
Nacional, seus principais objetivos é garantir o poder de compra da moeda nacional e
executar as políticas monetária e cambial.
Composição:
 1 Presidente;
 8 Diretorias.
Dentre suas funções estão:
Executar as Políticas Monetária, Cambial e Creditícia:
Política Monetária:
 Emitir papel moeda e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo
Conselho Monetário Nacional;
 Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de
títulos públicos federais;
 Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
 Receber os recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e
bancárias.
Política Cambial:
 Intervir no mercado comprando e/ou vendendo moeda estrangeira;
 Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.
Política Creditícia:
 Exercer o controle do crédito.
É o Banco Central quem:
 Cumpre e faz cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e
as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional;

18
 Executa os serviços do meio-circulante;
 Fiscaliza as instituições financeiras e aplica as penalidades previstas;
 Autoriza o funcionamento das instituições financeiras;
 Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas
instituições financeiras.
Quadro comparativo entre o CMN e Banco Central:

1.2.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM: Principais atribuições: promover


medidas incentivadoras da canalização de poupança ao mercado de capitais;
estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições operadoras do
mercado de capitais; proteger os investidores do mercado de capitais.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda,


instituída pela Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Tem como objetivo de fiscalizar,
normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil inclusive toda
a indústria de fundos de investimento.
Mas o que são Valores Mobiliários?
 Ações, debêntures e bônus de subscrição;
 Cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos
valores mobiliários;
 Certificados de depósito de valores mobiliários;
 Cédulas de debêntures;
 Cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento
em quaisquer ativos;
 Notas comerciais;
 Contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam
valores mobiliários;
19
 Quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento
coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive
resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do
empreendedor ou de terceiros.
Excluem-se:
 Os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; e
 Os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira.
Composição:
 1 Presidente;
 4 Diretorias.
Suas principais atribuições são:
 Estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
 Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e
estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias
abertas sob controle de capitais privados nacionais;
 Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão;
 Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:
 Emissões irregulares de valores mobiliários;
 O uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.
 Atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas,
ou de administradores de carteira de valores mobiliários;
 Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições
artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
mercado;
 Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados
e as companhias que os tenham emitido;
 Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores
mobiliários;
 Estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições operadoras do
mercado acionário.
 Fiscalizar as Companhias Abertas, Bolsa de Valores e os agentes do Mercado de
Capitais e Fundos de Investimento;
 Assegurar a lisura nas operações de compra/venda de valores mobiliários.

20
É a CVM quem faz:
 O registro de companhias abertas e de distribuições de valores mobiliários;
 O credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de
valores mobiliários;
 A suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário
ou decretar recesso de bolsa de valores.

1.2.1.4 SUSEP: Principais atribuições; controle e fiscalização dos mercados de


seguro e previdência complementar aberta; fiscalizar a constituição, organização,
funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras e Entidades de
Previdência Privada Aberta; proteger os investidores desses mercados.

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) - autarquia vinculada ao Ministério da


Fazenda; é responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguro, previdência
privada aberta e capitalização.
Dentre suas atribuições estão:
 Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades
Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e
Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
 Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através
das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
 Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
 Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles
vinculados;
 Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição;
 Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
 Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os
efetuados em bens garantidores de provisões técnicas;
 Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este
forem delegadas;
 Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.

21
1.2.1.5 ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e
de Capitais.

1.2.1.5.1 O papel da ANBIMA e atividades desenvolvidas: representação,


autorregulação, informação e educação. A autorregulação; mecanismos de
supervisão e atividades autorreguladas.

A ANBIMA é a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, ela
representa as instituições que atuam no mercado de capitais brasileiro. Seu objetivo é
fortalecer os segmentos que representam, para apoiar a evolução do mercado de capitais
capaz de financiar o desenvolvimento econômico e social do país e influenciar o mercado
global.
Para ser uma entidade cada vez mais forte que, ela assumiu 4 compromissos com o mercado,
investidores e país:
 Autorregular
Criar condições para que os agentes do mercado estabeleçam, em tempo ótimo, regras,
parâmetros e princípios de funcionamento que incentivem o constante aprimoramento dos
padrões operacionais, bem como supervisionar o cumprimento dessas normas.
 Educar
Elevar os padrões de qualidade do mercado, por meio de iniciativas de educação e
certificação de profissionais.
 Informar
Ser fonte confiável de informação e disseminar o conhecimento produzido e adquirido pela
Associação.
 Representar
Promover a interlocução e defender os interesses dos associados para ampliar a atratividade
do mercado de capitais e estimular seu crescimento sustentado.
Seus associados são, basicamente, os bancos de investimento e os bancos múltiplos com
carteira de investimento, corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
A ANBIMA cria medidas que complementam a legislação vigente através da implementação
de procedimentos que devem ser adotados por todos os associados. Essas medidas têm por
objetivo trazer mais segurança e fortalecer o mercado de capitais.

1.2.1.5.1.1 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de


Certificação Continuada

Estabelece princípios e padrões de conduta a serem observados pelos profissionais


certificados no desempenho das atividades de prospecção ou venda de produtos de

22
investimento, assessoria aos gerentes de contas de investidores e gestão profissional de
recursos de terceiros; dispõe sobre as regras a serem observadas pelas instituições
participantes, incluindo a manutenção da certificação de seus profissionais.

1.2.1.5.1.2 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de


Produtos de Investimento

O código estabelece princípios e regras para as atividades relacionadas à distribuição de


produtos de investimento. Entre os seus objetivos, estão a elevar a transparência no
relacionamento com os investidores, a padronização dos procedimentos e garantir a
qualificação das instituições e de seus profissionais.

1.2.2 Principais Intermediários Financeiros: conceito e atribuições

1.2.2.1 Bancos Múltiplos

Banco Múltiplo é a instituição financeira pública ou privada que realiza as operações ativas,
passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes
carteiras:
I. Comercial;
II. Investimento;
III. *Desenvolvimento;
IV. Crédito imobiliário;
V. Arrendamento mercantil; e
VI. Crédito, financiamento e investimento.
*A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras sendo uma delas,
obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade
anônima. Da sua denominação social deve constar a expressão “Banco”.
Cada carteira deverá ter um CNPJ diferente podendo publicar um único balanço.

1.2.2.2 Bancos Comerciais

Os bancos comerciais são instituições financeiras públicas ou privadas que têm como objetivo
principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio
prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e
terceiros em geral.
A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco
comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo.
Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve
constar a expressão "Banco".
23
Captação de recursos:
 Depósitos à vista (Conta Corrente); ou
 Depósitos a prazo (CDB).
Financiamento de recursos
 Curto e Médio Prazo.

1.2.2.3 Bancos de Investimento

Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas especializadas em operações


de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva
para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em
sua denominação social, a expressão "Banco de Investimento".
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos
externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados.
As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição
ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de
empréstimos externos.
Captação de recursos:
 Depósitos a prazo (CDB)
Financiamento de recursos
 Médio e Longo Prazo.
Dentre outras, as principais funções de um banco de investimento são:
 Atuar como Agente Underwriting;
 Negociação e Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários;
 Administração de Recursos de Terceiros;
 Intermediação de Câmbio;
 Intermediação de Derivativos.

1.2.3 Outros Intermediários ou Auxiliares Financeiros: conceito e atribuições

1.2.3.1 B3 S/A – Brasil, Bolsa e Balcão.

A B3 S/A é uma companhia que administra mercados organizados de títulos, valores


mobiliários e contratos derivativos, além de prestar serviços de registro, compensação e

24
liquidação, atuando, principalmente, como contraparte central garantidora da liquidação
financeira das operações realizadas em seus ambientes.

1.2.3.2 Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários: principais funções

A corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora de títulos e valores


mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial
intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores
de recursos.
As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços como
plataformas de investimento pela internet (home broker), consultoria financeira, clubes de
investimentos, financiamento para compra de ações (conta margem) e administração e
custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. Na remuneração pelos serviços, essas
instituições podem cobrar comissões e taxas.
As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima
ou por quotas de responsabilidade limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central
quanto pela Comissão de Valores Mobiliários.
Principais atividades das corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários:
 Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros;

 Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros;

 Intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado;

 Operar em bolsas de valores;

 Administrar carteiras e custodiar de títulos e valores mobiliários;

 Subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado;

 Exercer funções de agente fiduciário;

 Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;

 Intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras


operações no mercado de câmbio;

 Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por


conta própria e de terceiros;

 Realizar operações compromissadas;

25
 Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em
operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais.
Atenção!!!
As Corretoras e as Distribuidoras não realizam empréstimos, financiamento imobiliário e nem
comercializam títulos de capitalização.

1.2.3.3 Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários: principais


funções

Com a Decisão Conjunta 17/2009, , que autorizou as distribuidoras a operar diretamente nos
ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores,
eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, que hoje podem realizar praticamente as mesmas operações.

1.2.4 Sistemas e Câmaras de Liquidação e Custódia (Clearing): atribuições e


benefícios para o investidor

As Câmaras de Liquidação e Custódia são responsáveis pela custódia (guarda), compensação,


registro e liquidação das operações de investimentos realizadas no mercado financeiro. Essas
câmaras trazem mais segurança e agilidade ao mercado além de informações mais precisas
e redução do risco de liquidação.
Principais Clearing:
SELIC: Títulos Públicos Federais (LTN, LFT e NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F);
Câmara de liquidação, compensação e custódia da B3 (Câmara BM&FBovespa):
Exceto títulos públicos federais.

1.2.4.1 Sistema especial de liquidação e de custódia – Selic: principais títulos


custodiados no Selic (LFT; LTN; NTN-B, NTN-B Principal e NTN-F)

O SELIC é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal interna de
emissão do Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a emissão, o resgate, o pagamento
dos juros e a custódia desses títulos. É também um sistema eletrônico que processa o registro
e a liquidação financeira das operações realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e
em tempo real, garantindo segurança, agilidade e transparência aos negócios.
Tratando-se de um sistema de liquidação bruta em tempo real (LBTR), a liquidação de
operações é sempre condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia
do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador.
Na SELIC são liquidados e custodiados os Títulos Públicos Federais: LFT, LTN, NTN-B, NTN-
B Principal e NTN-F.

26
1.2.4.2 Câmara de liquidação, compensação e custódia da B3 S/A (Câmara
BM&FBovespa): Conceito, funções, principais títulos e operações custodiadas,
garantias e benefícios para o investidor.

A Câmara BM&FBovespa realiza o registro, a compensação, a liquidação e o gerenciamento


de risco de operações com derivativos financeiros e de commodities, mercado de balcão
(swaps, termo de moeda e opções flexíveis) e mercado a vista de ouro.
A Câmara BM&FBovespa liquida as operações realizadas por meio dos sistemas de
negociação PUMA e Bovespa Fix, ambos interligados à B3. O sistema PUMA negocia títulos
de renda variável no mercado à vista e de derivativos (Opções, Termo e Futuro), já o Bovespa
Fix negocia títulos de renda fixa.
Atua também como depositaria central de ações de títulos de dívida corporativa, além de
operar programa de empréstimo sobre esses títulos por meio do Banco de Títulos (BTC), com
garantia da BM&FBovespa.

1.2.4.3 Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB. Conceito.

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os sistemas e os


procedimentos relacionados com o processamento e a liquidação de operações de
transferência de fundos, de operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e
valores mobiliários.
São integrantes do SPB, os serviços de compensação de cheques, de compensação e
liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito, de transferência de fundos e de
outros ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações com títulos e valores
mobiliários, de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de
mercadorias e de futuros.
Com esse sistema, o país ingressou no grupo daqueles em que transferências de fundos
interbancárias podem ser liquidadas em tempo real, em caráter irrevogável e incondicional,
além disso, qualquer transferência de fundos entre as contas dos participantes do STR passou
a ser condicionada à existência de saldo suficiente de recursos na conta do participante
emitente da transferência.
Esses fatos possibilitaram a redução dos riscos de liquidação nas operações interbancárias,
com consequente redução também do risco sistêmico, isto é, o risco de que a quebra de uma
instituição financeira provoque a quebra em cadeia de outras, no chamado "efeito dominó".
Até abril de 2002, para mitigar tal risco e não propagar a falta de liquidez de um participante
aos outros, muitas vezes o BCB bancava operações a descoberto em conta Reservas
Bancárias, o que significava elevar o seu risco de não receber os recursos em caso de
liquidação da instituição financeira, consequentemente, provocando prejuízo para a
sociedade brasileira. Com as alterações nos procedimentos, houve significativa redução do
risco de crédito incorrido pelo BCB.

27
28
Módulo 2
ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E
ANÁLISE DO PERFIL DO
INVESTIDOR
(PROPORÇÃO: DE 15% A 20%)

29
2. ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR
(PROPORÇÃO: DE 15 A 20%)

2.1 Código de Distribuição de Produtos de Investimento

O código estabelece princípios e regras para as atividades relacionadas à distribuição de


produtos de investimento. Entre os seus objetivos, estão a elevar a transparência no
relacionamento com os investidores, a padronização dos procedimentos e garantir a
qualificação das instituições e de seus profissionais.

2.1.1 Definições (Cap. I)

Art. 1º. Para os efeitos deste Código, entende-se por:


I. Aderente: instituições que aderem ao Código e se vinculam à Associação por meio
contratual, ficando sujeitas às regras específicas deste documento;
II. Agente Autônomo de Investimento ou AAI: pessoa natural ou jurídica registrada na
Comissão de Valores Mobiliário, para realizar, sob a responsabilidade e como preposto da
Instituição Participante, as atividades previstas no parágrafo 1º do artigo 24;
III. ANBIMA ou Associação: Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiros e
de Capitais;
IV. Associada ou Filiada: instituições que se associam à ANBIMA e passam a ter vínculo
associativo, ficando sujeitas a todas as regras de autorregulação da Associação;
V. Canais Digitais: canais digitais ou eletrônicos utilizados na Distribuição de Produtos de
Investimento, que servem como instrumentos remotos sem contato presencial entre o
investidor ou potencial investidor e a Instituição Participante;
VI. Carta de Recomendação: documento expedido pela Supervisão de Mercados e aceito pela
Instituição Participante que contém as medidas a serem adotadas a fim de sanar a(s)
infração(ões) de pequeno potencial de dano e de fácil reparabilidade cometida(s) pelas
Instituições Participantes, conforme previsto no Código dos Processos;
VII. Código de Atividades Conveniadas: Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas
para as Atividades Conveniadas, que dispõe sobre os convênios celebrados entre a ANBIMA
e as instituições públicas;
VIII. Código dos Processos: Código ANBIMA dos Processos de Regulação e Melhores Práticas
que dispõe sobre a condução de processos sancionadores para apuração de descumprimento
às regras estabelecidas nos Códigos ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas;
IX. Código: Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos
de Investimentos que dispõe sobre a atividade de Distribuição de Produtos de Investimento;
X. Comissão de Acompanhamento: Organismo de Supervisão com competências definidas no
artigo 61 deste Código;
30
XI. Conglomerado ou Grupo Econômico: conjunto de entidades controladoras diretas ou
indiretas, controladas, coligadas ou submetidas a controle comum;
XII. Conheça seu Cliente: regras e procedimentos adotados pelas Instituições Participantes
para conhecer seus investidores;
XIII. Conselho de Distribuição: Organismo de Supervisão com competências definidas no
artigo 68 deste Código;
XIV. Criptografia: conjunto de técnicas para codificar a informação de modo que somente o
emissor e o receptor consigam decifrá-la;
XV. Distribuição de Produtos de Investimento: (i) oferta de Produtos de Investimento de
forma individual ou coletiva, resultando ou não em aplicação de recursos, assim como a
aceitação de pedido de aplicação por meio de agências bancárias, plataformas de
atendimento, centrais de atendimento, Canais Digitais, ou qualquer outro canal estabelecido
para este fim; e (ii) atividades acessórias prestadas aos investidores, tais como manutenção
do portfólio de investimentos e fornecimento de informações periódicas acerca dos
investimentos realizados;
XVI. Estrategista de Investimentos: profissional responsável pela construção dos portfólios
estratégicos e recomendações táticas dentro de cada perfil de investimento;
XVII. Fundo de Investimento ou Fundo: comunhão de recursos, constituído sob a forma de
condomínio, destinada à aplicação em ativos financeiros;
XVIII. Fundo Exclusivo: Fundo destinado exclusivamente a um único investidor profissional,
nos termos da Regulação em vigor;
XIX. Fundo Reservado: Fundo destinado a um grupo determinado de investidores que
tenham entre si vínculo familiar, societário ou que pertençam a um mesmo Conglomerado
ou Grupo Econômico, ou que, por escrito, determinem essa condição;
XX. Instituições Participantes: instituições Associadas à ANBIMA ou instituições Aderentes a
este Código;
XXI. Material Publicitário: material sobre Produtos de Investimento ou sobre a atividade de
Distribuição de Produtos de Investimento divulgado pelas Instituições Participantes por
qualquer meio de comunicação disponível, que seja destinado a investidores ou potenciais
investidores com o objetivo de estratégia comercial e mercadológica;
XXII. Material Técnico: material sobre Produtos de Investimento divulgado pelas Instituições
Participantes por qualquer meio de comunicação disponível, que seja destinado a investidores
ou potenciais investidores com o objetivo de dar suporte técnico a uma decisão de
investimento, devendo conter, no mínimo, as informações previstas no artigo 32 deste
Código;
XXIII. Organismos de Supervisão: em conjunto, Conselho de Distribuição, Comissão de
Acompanhamento e Supervisão de Mercados;

31
XXIV. Plano de Continuidade de Negócios: planos de contingência, continuidade de negócios
e recuperação de desastres que assegurem a continuidade das atividades da Instituição
Participante e a integridade das informações processadas em sistemas sob sua
responsabilidade e interfaces com sistemas de terceiros;
XXV. Produtos Automáticos: aqueles que possuem a funcionalidade de aplicação e resgate
automático, conforme saldo disponível na conta corrente do investidor;
XXVI. Produtos de Investimento: valores mobiliários e ativos financeiros definidos pela
Comissão de Valores Mobiliários e/ou pelo Banco Central do Brasil;
XXVII. Regulação: normas legais e infralegais que abrangem a Distribuição de Produtos de
Investimento;
XXVIII. Supervisão de Mercados: Organismo de Supervisão com competências definidas no
artigo 58 deste Código;
XXIX. Termo de Compromisso: instrumento pelo qual a Instituição Participante
comprometesse perante a ANBIMA a cessar e corrigir os atos que possam caracterizar indícios
de irregularidades em face deste Código; e
XXX. Veículo de Investimento: Fundos de Investimento e carteiras administradas constituídos
localmente com o objetivo de investir recursos obtidos junto a um ou mais investidores.

2.1.2 Objetivo e Abrangência (Cap. II)

Art. 2º. O presente Código tem como objetivo estabelecer princípios e regras para
Distribuição de Produtos de Investimento visando, principalmente:
I. A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de
práticas equitativas no mercado financeiro e de capitais;
II. A concorrência leal;
III. A padronização de seus procedimentos;
IV. O estímulo ao adequado funcionamento da Distribuição de Produtos de Investimento;
V. A transparência no relacionamento com os investidores, de acordo com o canal utilizado
e as características dos investimentos; e
VI. A qualificação das instituições e de seus profissionais envolvidos na Distribuição de
Produtos de Investimento.
Art. 3º. Este Código se destina aos bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de
investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e
valores mobiliários, assim como aos administradores fiduciários e/ou gestores de recursos de
terceiros quando distribuírem seus próprios Fundos de Investimento.
§1º. Os administradores fiduciários e/ou gestores de recursos de terceiros que, no exercício
de suas atividades, estiverem distribuindo seus próprios Fundos de Investimento, nos termos

32
permitidos pela Regulação da Comissão de Valores Mobiliários, estarão sujeitos às regras
previstas neste Código, observado o parágrafo 3º do artigo 61 e o parágrafo 5º do artigo 68,
ambos desse Código.
§2º. A observância das normas deste Código é obrigatória para as Instituições Participantes.
§3º. As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também
observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que estejam
autorizados, no Brasil, a distribuírem Produtos de Investimento.
§4º. A obrigação prevista no parágrafo acima não implica o reconhecimento, por parte das
Instituições Participantes, da existência de qualquer modalidade de assunção, transferência
de responsabilidade ou solidariedade entre esses integrantes, embora todas as referidas
entidades estejam sujeitas às regras e princípios estabelecidos pelo presente Código.
§5º. As Instituições Participantes estão dispensadas de observar o disposto neste Código na
Distribuição de:
I. Produtos de investimento para:
a. União, Estados, Municípios e Distrito Federal, observado o parágrafo 6º deste artigo; e
b. Pessoa jurídica dos segmentos classificados como middle e corporate, segundo critérios
estabelecidos pela própria Instituição Participante;
II. Caderneta de poupança, observado o parágrafo 1º do artigo 56 deste Código.
§6º. Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) não estão incluídos na dispensa de
que trata o inciso I, alínea “a” do parágrafo acima.
Art. 4º. As Instituições Participantes submetidas à ação reguladora e fiscalizadora do
Conselho Monetário Nacional, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores
Mobiliários, concordam, expressamente, que a atividade de Distribuição de Produtos de
Investimento excede o limite de simples observância da Regulação que lhe é aplicável,
devendo, dessa forma, submeter-se também aos procedimentos estabelecidos por este
Código.
Parágrafo único. O presente Código não se sobrepõe à Regulação vigente, ainda que venham
a ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora
trazidas, de maneira que deve ser desconsiderada, caso haja contradição entre as regras
estabelecidas neste Código e a Regulação em vigor, a respectiva disposição deste Código,
sem prejuízo das demais regras nele contidas.

2.1.3 Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV)

Art. 6º. As Instituições Participantes devem:


I. Exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;

33
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas atividades, o
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus
próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a
ser cometidas;
III. Nortear a prestação das atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da livre
concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou
de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação;
IV. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princípios
contidos neste Código e na Regulação vigente;
V. Adotar condutas compatíveis com os princípios de idoneidade moral e profissional;
VI. Evitar práticas que possam vir a prejudicar a Distribuição de Produtos de Investimento,
especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados às atribuições específicas de
cada uma das Instituições Participantes estabelecidas em contratos, regulamentos, neste
Código e na Regulação vigente;
VII. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenhem funções
ligadas à Distribuição de Produtos de Investimento atuem com imparcialidade e conheçam o
código de ética da Instituição Participante e as normas aplicáveis à sua atividade;
VIII. Divulgar informações claras e inequívocas aos investidores acerca dos riscos e
consequências que poderão advir dos Produtos de Investimento; e
IX. Identificar, administrar e mitigar eventuais conflitos de interesse que possam afetar a
imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à Distribuição de Produtos de
Investimento.
Art. 7º. São considerados descumprimentos às obrigações e princípios deste Código não
apenas a inexistência ou insuficiência das regras e procedimentos aqui exigidos, mas também
a sua não implementação ou implementação inadequada para os fins previstos neste Código.
Parágrafo único. São evidências de implementação inadequada das regras e procedimentos
estabelecidos neste Código:
I. A reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos; e
II. A ausência de mecanismo ou evidência que demonstre a aplicação dos procedimentos
estabelecidos por este Código.

2.1.4 Regras, Procedimentos e Controles (Cap. V)

2.1.4.1 Segurança e Sigilo das Informações (Seção II)

Art. 11. As Instituições Participantes devem estabelecer mecanismos para:


I. Propiciar o controle de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas a que tenham
acesso os seus sócios, diretores, administradores, profissionais e terceiros contratados;

34
II. Assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações,
em especial para os mantidos em meio eletrônico; e
III. Implantar e manter treinamento para os seus sócios, diretores, administradores e
profissionais que tenham acesso a informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas.
Parágrafo único. As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento
escrito, regras e procedimentos para assegurar o disposto no caput, incluindo, no mínimo:
I. Regras de acesso às informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas, indicando
como se dá o acesso e controle de pessoas autorizadas e não autorizadas a essas
informações, inclusive nos casos de mudança de atividade dentro da mesma instituição ou
desligamento do profissional;
II. Regras específicas sobre proteção da base de dados e procedimentos internos para tratar
casos de vazamento de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas, mesmo que
oriundos de ações involuntárias; e
III. Regras de restrição ao uso de sistemas, acessos remotos e qualquer outro meio/veículo
que contenham informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas no exercício de suas
atividades.
Art. 12. As Instituições Participantes devem exigir que seus profissionais assinem, de forma
manual ou eletrônica, documento de confidencialidade sobre as informações confidenciais,
reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas em virtude do exercício de suas
atividades profissionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei.
Parágrafo único. Os terceiros contratados que tiverem acesso às informações confidenciais,
reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas no exercício de suas atividades
devem assinar o documento previsto no caput, podendo tal documento ser excepcionado
quando o contrato de prestação de serviço possuir cláusula de confidencialidade.

2.1.5 Publicidade (Cap. VIII)

2.1.5.1 Material Publicitário (Seção II)

Art. 31. A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de


comunicação disponível, deve incluir, em destaque, link ou caminho direcionando
investidores ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre o(s) Produto(s) de
Investimento mencionado(s), de modo que haja conhecimento de todas as informações,
características e riscos do investimento.
§1º. A Instituição Participante e empresas do Conglomerado ou Grupo Econômico que
fizerem menção de seus Produtos de Investimento nos Materiais Publicitários de forma geral
e não específica, devem incluir link ou caminho que direcione os investidores ou potenciais
investidores para o site da instituição.
§2º. A Instituição Participante deve incluir, quando da divulgação de rentabilidade do Produto
de Investimento em Material Publicitário, o nome do emissor e a carência, se houver.
35
2.1.5.2 Material Técnico (Seção III)

Art. 32. O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações sobre o
Produto de Investimento:
I. Descrição do objetivo e/ou estratégia;
II. Público-alvo, quando destinado a investidores específicos;
III. Carência para resgate e prazo de operação;
IV. Tributação aplicável;
V. Informações sobre os canais de atendimento;
VI. Nome do emissor, quando aplicável;
VII. Classificação do Produto de Investimento, nos termos do artigo 49 deste Código; e
VIII. Descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no mínimo, os riscos de
liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável.
Parágrafo único. Nas agências e dependências da Instituição Participante, devem-se manter
à disposição dos interessados, seja por meio impresso ou passível de impressão, as
informações atualizadas previstas no caput para cada Produto de Investimento distribuído
nesses locais.

2.1.5.3 Avisos Obrigatórios (Seção VI)

Art. 38. As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos Materiais Técnicos os
seguintes avisos obrigatórios:
I. Caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção a performance:
a. “Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. ”; e
b. “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. ”;
II. Caso faça referência a Produtos de Investimento que não possuam garantia do fundo
garantidor de crédito:
a. “O investimento em [indicar produto de investimento] não é garantido pelo Fundo
Garantidor de Crédito. ”;
III. Caso faça referência à simulação de rentabilidade:
a. “As informações presentes neste material técnico são baseadas em simulações e os
resultados reais poderão ser significativamente diferentes. ”
Parágrafo único. No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto
e a localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.

36
2.1.6 Regras Gerais (Cap. IX)

2.1.6.1 Divulgação de informações por meios eletrônicos (Seção I)

Art. 38. As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos Materiais Técnicos os
seguintes avisos obrigatórios:
I. Caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção a performance:
a. “Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. ”; e
b. “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. ”;
II. Caso faça referência a Produtos de Investimento que não possuam garantia do fundo
garantidor de crédito:
a. “O investimento em [indicar produto de investimento] não é garantido pelo Fundo
Garantidor de Crédito. ”;
III. Caso faça referência à simulação de rentabilidade:
a. “As informações presentes neste material técnico são baseadas em simulações e os
resultados reais poderão ser significativamente diferentes. ”
Parágrafo único. No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto
e a localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.

2.1.6.2 Conheça seu cliente (Seção II)

Art. 43. As Instituições Participantes devem no seu processo de Conheça seu Cliente buscar
conhecer seus investidores no início do relacionamento e durante o processo cadastral,
identificando a necessidade de visitas pessoais em suas residências, seus locais de trabalho
e em suas instalações comerciais.
§1º. As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento escrito,
regras, procedimentos que descrevam o processo de Conheça seu Cliente adotado pela
instituição.
§2º. O documento de que trata o parágrafo acima deve conter regras que sejam efetivas e
consistentes com a natureza, porte, complexidade, estrutura, perfil de risco dos Produtos de
Investimento distribuídos e modelo de negócio da instituição e deve conter, no mínimo:
I. Procedimento adotado para aceitação de investidores, incluindo procedimento para análise
e validação dos dados, bem como a forma de aprovação dos investidores;
II. Indicação dos casos em que são realizadas visitas aos investidores em sua residência,
local de trabalho ou instalações comerciais;
III. Indicação do sistema e ferramentas utilizadas para realizar o controle das informações,
dados e movimentações dos investidores;

37
IV. Procedimento de atualização cadastral, nos termos da Regulação em vigor;
V. Procedimento adotado para identificar a pessoa natural caracterizada como beneficiária
final, nos termos da Regulação em vigor; e
VI. Procedimento adotado para veto de relacionamentos em razão dos riscos envolvidos.
Art. 44. As Instituições Participantes devem manter as informações cadastrais de seus
investidores atualizadas, de modo a permitir que haja identificação, a qualquer tempo, de
cada um dos beneficiários finais, bem como do registro atualizado de todas as aplicações e
resgates realizados em nome dos investidores, quando aplicável.

2.1.6.3 Suitability (Seção III)

Subseção I – Regras gerais


Art. 45. As Instituições Participantes, no exercício da atividade de Distribuição de Produtos
de Investimento, não podem recomendar Produtos de Investimento, realizar operações ou
prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do investidor.
§1º. As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento escrito,
regras e procedimentos que possibilitem verificar a adequação dos Produtos de Investimento
ao perfil dos investidores (“Suitability”), devendo conter, no mínimo:
I. Coleta de informações: descrição detalhada do mecanismo de coleta das informações junto
ao investidor para definição de perfil;
II. Classificação do perfil: descrição detalhada dos critérios utilizados para a classificação de
perfil do investidor, devendo ser observadas as características de classificação para cada
perfil, conforme Diretriz ANBIMA de Suitability;
III. Classificação dos Produtos de Investimento: descrição detalhada dos critérios utilizados
para a classificação de cada Produto de Investimento, devendo ser observado o artigo 49
deste Código;
IV. Comunicação com o investidor: descrição detalhada dos meios, forma e periodicidade de
comunicação utilizada entre a Instituição Participante e o investidor para:
a. Divulgação do seu perfil de risco após coleta das informações; e
b. Divulgação referente ao desenquadramento identificado entre o perfil do investidor e seus
investimentos, a ser efetuada sempre que verificado o desenquadramento;
V. Procedimento operacional: descrição detalhada dos procedimentos utilizados para a
aferição periódica entre o perfil do investidor e seus investimentos;
VI. Atualização do perfil do investidor: descrição detalhada dos critérios utilizados para
atualização do perfil do investidor, incluindo a forma como a Instituição Participante dará
ciência desta atualização; e

38
VII. Controles internos: descrição detalhada dos controles internos e mecanismos adotados
pela Instituição Participante para o processo de Suitability com o objetivo de assegurar a
efetividade dos procedimentos estabelecidos pela instituição, observada a seção I do capítulo
V deste Código.
§2º. A verificação do perfil do investidor de que trata o caput não será aplicada nas exceções
previstas na Regulação vigente.
§3º. A Instituição Participante é responsável pelo Suitability de seus investidores.
§4º. A coleta de informações do investidor de que trata o inciso I deste artigo deve possibilitar
a definição de seu objetivo de investimento, sua situação financeira e seu conhecimento em
matéria de investimentos, fornecendo informações suficientes para permitir a definição do
perfil de cada investidor.
§5º. Para definição do objetivo de investimento do investidor, a Instituição Participante deve
considerar, no mínimo, as seguintes informações:
I. Período em que será mantido o investimento;
II. As preferências declaradas quanto à assunção de riscos; e
III. As finalidades do investimento.
§6º. Para definição da situação financeira do investidor, a Instituição Participante deve
considerar, no mínimo, as seguintes informações:
I. O valor das receitas regulares declaradas;
II. O valor e os ativos que compõem seu patrimônio; e
III. A necessidade futura de recursos declarada.
§7º. Para definição do conhecimento do investidor, a Instituição Participante deve considerar,
no mínimo, as seguintes informações:
I. Os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o investidor tem familiaridade;
II. A natureza, volume e frequência das operações já realizadas pelo investidor, bem como
o período em que tais operações foram realizadas; e
III. A formação acadêmica e a experiência profissional do investidor, salvo quando tratar se
de pessoa jurídica.
§8º. As Instituições Participantes devem atualizar o perfil do investidor em prazos não
superiores a vinte e quatro meses.
§9º. As Instituições Participantes devem envidar os melhores esforços para que todos os
seus investidores tenham um perfil de investimento devidamente identificado e adequado ao
seu perfil de risco.
§10º. Os investidores que se recusarem a participar do processo de identificação de seu perfil
de investimento, independentemente de formalizarem ou não esta condição, deverão ser

39
considerados como investidores sem perfil identificado e os procedimentos estabelecidos no
artigo 47 deste Código devem ser aplicados.
Art. 46. O disposto neste capítulo não se aplica aos Produtos Automáticos, salvo se tais
produtos tiverem como base um valor mobiliário.
§1º. Será admitido Suitability simplificado para Produtos Automáticos que tenham como base
Fundos de Investimento com a funcionalidade de aplicação e resgate automáticos, ou
operações compromissadas, com lastro em debêntures emitidas por empresas do mesmo
conglomerado ou grupo econômico da Instituição Participante na qual o investidor seja
correntista.
§2º. O procedimento simplificado de que trata o parágrafo 1º acima consiste na obtenção de
declaração assinada pelo investidor no momento da contratação do Produto Automático, de
acordo com modelo disponibilizado pela ANBIMA.
§3º. Caso a Instituição Participante opte por aplicar o processo simplificado para os Produtos
Automáticos, tais produtos não deverão ser considerados na composição do portfólio de
investimento do investidor para fins de Suitability.
§4º. Serão admitidos como Produtos Automáticos apenas aqueles que impliquem baixo risco
de mercado e liquidez e, quando aplicável, risco de crédito privado apenas da instituição
mantenedora da conta corrente do investidor, ou de seu Conglomerado ou Grupo Econômico.
Art. 47. É vedado às Instituições Participantes recomendar Produtos de Investimento quando:
I. O perfil do investidor não seja adequado ao Produto de Investimento;
II. Não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do investidor;
ou
III. As informações relativas ao perfil do investidor não estejam atualizadas, nos termos do
parágrafo 8º do artigo 45 deste Código.
§1º. Quando o investidor solicitar aplicação em investimentos nas situações previstas no
caput, antes da primeira aplicação com a categoria de ativo, as Instituições Participantes
devem:
I. Alertar o investidor acerca da ausência ou desatualização de perfil ou da sua inadequação,
com a indicação das causas da divergência; e
II. Obter declaração expressa do investidor de que deseja manter a decisão de investimento,
mesmo estando ciente da ausência, desatualização ou inadequação de perfil, a qual deverá
ser exclusiva para cada categoria de ativo.
§2º. Para um Produto de Investimento ser considerado adequado ao perfil do investidor,
deve ser compatível com seus objetivos, situação financeira e conhecimento.
§3º. As declarações referidas no inciso II do parágrafo 1º deste artigo deverão ser renovadas
em prazos não superiores a vinte e quatro meses.

40
§4º. Para fins deste artigo, as Instituições Participantes devem definir a categoria de ativo
conforme Diretriz ANBIMA de Suitability.
Art. 48. Cabe ao Conselho de Distribuição expedir diretrizes que devem ser observadas pelas
Instituições Participantes no que se refere ao Suitability.
Subseção II – Classificação de Produtos de Investimento
Art. 49. Para verificar a adequação dos Produtos de Investimento ao perfil do investidor, as
Instituições
Participantes devem classificar seus produtos, considerando, no mínimo:
I. Os riscos associados ao Produto de Investimento e seus ativos subjacentes, conforme
Diretriz ANBIMA de Suitability;
II. O perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao Produto de Investimento;
III. A existência de garantias; e
IV. Os prazos de carência.
Art. 50. As Instituições Participantes devem atualizar a classificação de seus Produtos de
Investimento em prazos não superiores a vinte e quatro meses, ou em prazo inferior, se
exigido pela Regulação em vigor.
Art. 51. O Suitability das Instituições Participantes deve conter regras e procedimentos
específicos para a recomendação e classificação de Produtos de Investimento complexos,
conforme regras e procedimentos estabelecidos pela Diretriz ANBIMA de Suitability.

2.1.7 Selo ANBIMA (Cap. XIII)

Art. 57. A veiculação do selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o compromisso
das Instituições Participantes em atender às disposições deste Código.
§1º. A ANBIMA não se responsabiliza pelas informações constantes dos documentos
divulgados pelas Instituições Participantes, ainda que façam uso do selo ANBIMA, nem
tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.
§2º. Cabe à Diretoria da Associação expedir diretrizes para regulamentar as regras de uso
do selo ANBIMA.

2.1.8 Distribuição de Fundos de Investimento (Anexo I)

Art. 1º. O presente anexo aplica-se, em adição às regras do Código, à distribuição dos Fundos
de Investimento 555 (“Fundo 555”), Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
(“FIDC”), Fundos de Investimento Imobiliário (“FII”) e os Fundos de Investimento em Índice
de Mercado (“Fundos de Índice”) em conjunto (“Fundos”).

41
2.1.8.1 Distribuição (Capítulo I)

Art. 2º. As Instituições Participantes devem disponibilizar seção exclusiva em seus sites na
internet, observado o artigo 41 do Código, sobre os Fundos de Investimento distribuídos,
contendo, no mínimo, as seguintes informações:
I. Política de investimento;
II. Classificação de risco do Fundo;
III. Condições de aplicação, amortização (se for o caso) e resgate (cotização);
IV. Limites mínimos e máximos de investimento e valores mínimos para movimentação e
permanência no Fundo;
V. Taxa de administração, de performance e demais taxas;
VI. Rentabilidade, observado o disposto nas regras de Publicidade previstas nos anexos do
Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de
Terceiros, quando aplicável;
VII. Avisos obrigatórios, observado o disposto nas regras de Publicidade previstas nos anexos
do Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de
Terceiros, quando aplicável; e
VIII. Referência ao local de acesso aos documentos do Fundo com explicitação do canal
destinado ao atendimento a investidores.
§1º. As Instituições Participantes podem disponibilizar as informações exigidas pelo caput
por meio de seu próprio site, ou por meio de link para os sites dos administradores fiduciários
e/ou gestores de recursos dos Fundos distribuídos que contenham as informações.
§2º. Independentemente de qual seja a escolha do local para divulgar as informações dos
Fundos, conforme previsto no parágrafo anterior, a Instituição Participante é responsável
pelas informações divulgadas.
§3º. O disposto no caput aplica-se aos Fundos:
I. Constituídos sob a forma de condomínio aberto, cuja distribuição de cotas independe de
prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários, nos termos da Regulação vigente; e
II. Que não sejam Exclusivos e/ou Reservado, e que não sejam objeto de oferta pública pela
Instituição Participante.
Art. 3º. As Instituições Participantes devem disponibilizar aos investidores os documentos
obrigatórios dos Fundos, conforme exigido pela Regulação em vigor.

2.2 Prevenção Contra a Lavagem de Dinheiro

42
O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações comerciais ou
financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou
permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de
um processo dinâmico que envolve, teoricamente, três fases independentes que, com
frequência, ocorrem simultaneamente.
Em março de 1998, dando continuidade à compromissos internacionais assumidos a partir
da assinatura da Convenção de Viena de 1988, o Brasil aprovou a Lei de Lavagem de Dinheiro
ou Lei nº 9613, de 1998.
Em 2012, a Lei nº 9.613, de 1998, foi alterada pela Lei nº 12.683, de 2012, que trouxe
importantes avanços para a prevenção e combate à lavagem de dinheiro, tais como:
 A extinção do rol taxativo de crimes antecedentes, admitindo-se agora como crime
antecedente da lavagem de dinheiro qualquer infração penal;

 Antigamente existia uma lista de atividades de crimes antecedentes, por exemplo:


Tráfico de drogas, sequestros, contrabando de armas e etc.). Hoje não existe mais
isso e qualquer crime que a pessoa cometer poderá ser enquadrada no crime de
lavagem de dinheiro.

 A inclusão das hipóteses de alienação antecipada e outras medidas assecuratórias que


garantam que os bens não sofram desvalorização ou deterioração;

 Inclusão de novos sujeitos obrigados tais como cartórios, profissionais que exerçam
atividades de assessoria ou consultoria financeira, representantes de atletas e artistas,
feiras, dentre outros;

 Aumento do valor máximo da multa para R$ 20 milhões.


Essa lei atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diversos setores econômico-financeiros maior
responsabilidade na identificação de clientes e manutenção de registros de todas as
operações e na comunicação de operações suspeitas, sujeitando-as ainda às penalidades
administrativas pelo descumprimento das obrigações.
Para efeitos de regulamentação e aplicação das penas, o legislador preservou a competência
dos órgãos reguladores já existentes, cabendo a Unidade de Inteligência Financeira – UIF
(Antigo COAF) a regulamentação e supervisão dos demais setores.

2.2.1 Conceito de lavagem de dinheiro. Legislação

O que é lavagem de dinheiro?


Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração
penal.

43
É o processo mediante o qual o criminoso transforma recursos obtidos ilegalmente em ativos
com uma origem aparentemente legal.
Qual a pena para quem comete o crime de lavagem de dinheiro?
Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
 A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem
cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

 A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo,
por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

 Multa pecuniária variável não superior:

a) Ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)


b) Ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da
operação; ou
c) Ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal:
I. Os converte em ativos lícitos;
II. Os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere;
III. Importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
Fase da Lavagem de Dinheiro
Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro
realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos
fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce
de suas várias movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a
disponibilização do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente
movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo".
Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem teoricamente
essas três etapas independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente.
1. Colocação – a primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema
econômico. Objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em
países com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal.
A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra
de bens. Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam

44
técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores que
transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que
usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
2. Ocultação – a segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento contábil
dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da
realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-
lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente, em
países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizando depósitos em contas abertas em
nome de "laranjas" ou utilizando empresas fictícias ou de fachada.
3. Integração – nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema
econômico. As organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem
suas atividades – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

2.2.2 Clientes/investidores

2.2.2.1 Ações preventivas: princípio do “conheça seu cliente”

Para prevenir ou interromper uma tentativa de Lavagem de Dinheiro o Banco Central


determinou a adoção do princípio “Conheça seu Cliente” como forma de proteção da
instituição financeira e do profissional envolvido diretamente com as pessoas relacionadas.
De acordo com o princípio “Conheça seu Cliente” ou “Know your Customer” a identificação
do cliente deve ser satisfatoriamente estabelecida antes da concretização da operação. Caso
o cliente potencial se recuse a fornecer as informações requeridas, a instituição financeira
não deve aceitá-lo como cliente.
O conceito recomenda que se utilize um formulário de identificação, cujo modelo pode ser
elaborado pelas próprias instituições, de acordo com suas necessidades.
As instituições devem ainda ter um sistema interno de controle que assegure as regras de
compliance, indicando um indivíduo responsável por coordenar e monitorar esse sistema.
Programas de treinamento também devem ser implementados para todos os funcionários
envolvidos com esse processo.

2.2.2.1.1 Função do cadastro e implicações de um cadastro desatualizado e


análise da capacidade financeira do cliente

O cadastro tem o objetivo de identificar as características de cada cliente e analisar sua


capacidade financeira. Esse conhecimento permitirá que o profissional e a instituição
financeira percebam alguma inconsistência entre o potencial financeiro do cliente investidor
e o montante que ele investe, ou tenta investir.
O cadastro deve ser permanentemente atualizado permitindo que a instituição financeira
monitore eventuais alterações no perfil ou na capacidade financeira do cliente.

45
2.2.2.1.2 O princípio “conheça seu cliente” como forma de proteção da instituição
financeira e do profissional

O procedimento de Conheça seu Cliente é uma recomendação do Comitê de Basiléia, na qual


os bancos devem estabelecer um conjunto de regras e procedimentos bem definidos com o
objetivo de “Conhecer Seu Cliente, buscando identificar e conhecer a origem e constituição
do patrimônio e dos recursos financeiros do cliente”.
Como exemplo, um formulário de Conheça seu Cliente a ser preenchido e assinado pelo
responsável de conta, deve conter as seguintes informações:
 Dados de identificação;
 Situação financeira;
 Atividades profissionais do cliente (no Brasil e no Exterior);
 Atividades profissionais e empresariais da família do cliente;
 Capacidade financeira presumível do cliente e sua capacidade de investimento;
 Relacionamento com o Responsável de Conta;
 Como foi o processo de prospecção do cliente;
 Referências pessoais e profissionais analisadas;
 Principais instituições financeiras utilizadas pelo cliente;
 Situação Patrimonial Presumida;
 Composição patrimonial do cliente, distribuída em imóveis rurais, urbanos e
comerciais, e em aplicações financeiras de renda fixa, variável e demais;
 Declaração do Responsável da Conta;
 Declaração assinada pelo responsável da conta, afirmando ter visitado e conhecido o
cliente e que está confortável com a sua reputação e origem de seu patrimônio, de
acordo com a due dilligence por ele efetuada e que durante as visitas realizadas às
instalações do cliente, nenhuma irregularidade foi constatada.

2.2.2.2 Identificação e registros de operações

LEI Nº 9613
PESSOAS OBRIGADAS são aquelas para as quais a Lei 9.613, de 1998, impõe obrigações de
prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. As
obrigações, estabelecidas pelos artigos 10 e 11 da Lei, referem-se ao dever de identificar
clientes, manter registros e comunicar operações financeiras, entre outros.
As Pessoas Sujeita ao Mecanismo de Controle:
I - Identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções
emanadas das autoridades competentes;
II - Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores
mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em

46
dinheiro, que ultrapassar limite (R$10.000) fixado pela autoridade competente e nos termos
de instruções por estas expedidas;
 Os cadastros e registros deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco
anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que
poderá ser ampliado pela autoridade competente.

 O registro será efetuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes
ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma
pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado
pela autoridade competente.
III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu porte
e volume de operações, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na
forma disciplinada pelos órgãos competentes;
IV - Deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou
fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na
forma e condições por eles estabelecidas;
V - Deverão atender às requisições formuladas pela Unidade de Inteligência Financeira – UIF
(Antigo COAF) na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe
preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas.
Circular nº 3461
Consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às
atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.
As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil devem manter registros de todos os serviços financeiros prestados e de todas as
operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome.
 Registros de Serviços Financeiros e Operações Financeiras
No caso de movimentação de recursos por clientes permanentes, os registros devem conter
informações consolidadas que permitam verificar:
I. A compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e
capacidade financeira do cliente;
II. A origem dos recursos movimentados;
III. Os beneficiários finais das movimentações.
O sistema de registro deve permitir a identificação:
I. Das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou
grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu
conjunto, o valor de R$10.000,00 (dez mil reais);

47
II. Das operações que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que
objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro.
As informações e registros dessas operações devem ser mantidos e conservados durante o
período mínimo de 5 anos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término
do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações.
 Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação de Cheques Depositados em
Outra Instituição Financeira e da Utilização de Instrumentos de
Transferência de Recursos
O sistema de registro deve permitir a identificação:
I. Das operações referentes ao acolhimento em depósitos de Transferência Eletrônica
Disponível (TED), de cheque, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento e
outros documentos compensáveis de mesma natureza, e à liquidação de cheques
depositados em outra instituição financeira;

II. Das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem de pagamento, de ordem


de pagamento, de Documento de Crédito (DOC), de TED e de outros instrumentos de
transferência de recursos, quando de valor superior a R$1.000,00 (mil reais).
As informações e registros dessas operações devem ser mantidos e conservados durante o
período mínimo de 10 anos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término
do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações.
 Registros de Cartões Pré-Pagos
O sistema de registro deve permitir a identificação:
I. Emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos, em montante
acumulado igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) ou o equivalente em
moeda estrangeira, no mês calendário; e

II. Emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago que apresente indícios de ocultação
ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, da disposição, da
movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores.

As informações e registros dessas operações devem ser mantidos e conservados durante o


período mínimo de 5 anos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término
do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações:
 Das Operações com Recursos em Espécie
Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos com carteira comercial
ou de crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades de poupança e
empréstimo e as cooperativas de crédito devem manter registros específicos das operações
de depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago
ou pedido de provisionamento para saque.

48
O sistema de registro deve permitir a identificação de:
I. Depósito em espécie, saque em espécie, ou saque em espécie por meio de cartão pré-
pago, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais);

II. Depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-
pago ou pedido de provisionamento para saque, que apresente indícios de ocultação
ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, da disposição, da
movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores;

III. Emissão de cheque administrativo, TED ou de qualquer outro instrumento de


transferência de fundos contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
As informações e registros dessas operações devem ser mantidos e conservados durante o
período mínimo de 5 anos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término
do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações:
As instituições mencionadas devem requerer de seus clientes e dos sacadores não clientes
comunicação prévia, com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, dos saques e
pagamentos em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais).

2.2.3 Operações suspeitas

2.2.3.1 Caracterização

A CARTA CIRCULAR Nº 3.542, DE 12 DE MARÇO DE 2012, divulga relação de operações e


situações que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613,
de 3 de março de 1998, passíveis de comunicação a Unidade de Inteligência Financeira – UIF
(Antigo COAF).
I. Situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional:
a) Realização de depósitos, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer
outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem
atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a
sua capacidade econômica financeira;

b) Movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como


característica a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais
como cheques, cartões de débito ou crédito;

c) Aumentos substanciais no volume de depósitos em espécie de qualquer pessoa natural


ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em que tais depósitos forem
posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino não
relacionado com o cliente;

49
d) Fragmentação de depósitos, em espécie, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;

e) Realização de depósitos de grandes valores em espécie, de forma parcelada,


especialmente em regiões geográficas de maior risco, principalmente nos mesmos
caixas ou terminais de autoatendimento próximos, destinados a uma única conta ou
a várias contas em municípios ou agências distintas;

f) Movimentação de recursos em espécie em municípios localizados em regiões de


fronteira, que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a
capacidade econômico-financeira do cliente;

g) Realização de depósitos em espécie em contas de clientes que exerçam atividade


comercial relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como
obras de arte, imóveis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves executivas;
h) Realização de saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por
transferência eletrônica de várias origens em curto período de tempo;

i) Realização de depósito em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou


com aspecto de que foram armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem
marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e
não uniformes; e

j) Realização de depósitos ou troca de grandes quantidades de cédulas de pequeno


valor, realizados por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha
como característica recebimentos de grandes quantias de recursos em espécie;
II. Situações relacionadas com operações em espécie em moeda estrangeira e
cheques de viagem:
a) Movimentação de recursos em espécie em moeda estrangeira ou cheques de viagem,
que apresente atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou
incompatibilidade com a sua capacidade econômico-financeira;

b) Negociações de moeda estrangeira em espécie, em municípios localizados em regiões


de fronteira, que não apresentem compatibilidade com a natureza declarada da
operação;

c) Negociações de moeda estrangeira em espécie ou cheques de viagem denominados


em moeda estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a natureza
declarada da operação;

d) Negociações de moeda estrangeira em espécie ou cheques de viagem denominados


em moeda estrangeira, realizadas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas
entre si, que informem o mesmo endereço residencial; e

50
e) Recebimentos de moeda estrangeira em espécie, por pessoas naturais residentes no
exterior, transitoriamente no País, decorrentes de ordens de pagamento a seu favor
ou da utilização de cartão de uso internacional, sem a evidência de propósito claro;
III. Situações relacionadas com dados cadastrais de clientes:
a) Resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral, oferecimento de informação falsa ou
prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;

b) Abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de


procuração ou de qualquer outro tipo de mandato;

c) Apresentação de irregularidades relacionadas aos procedimentos de identificação e


registro das operações exigidos pela regulamentação vigente, seguidas ou não do
encerramento do relacionamento comercial;

d) Cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou em curto período, com


depósitos de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos em comum,
tais como origem dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número de
telefone, etc;

e) Realização de operações em que não seja possível identificar o beneficiário final,


observados os procedimentos definidos na regulamentação vigente;

f) Informação de mesmo endereço comercial por diferentes pessoas jurídicas ou


organizações, sem justificativa razoável para tal ocorrência;

g) Representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos


procuradores ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;

h) Informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais, sem


demonstração da existência de relação familiar ou comercial; e

i) Incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento informados com o padrão


apresentado por clientes com o mesmo perfil;
IV. Situações relacionadas com a movimentação de contas:
a) Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou
a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente;

b) Transferências de valores arredondados na unidade de milhar ou que estejam um


pouco abaixo do limite para notificação de operações;

51
c) Movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de
terceiros;

d) Manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimento de depósitos em nome


de um mesmo cliente, cujos valores, somados, resultem em quantia significativa;

e) Movimentação de quantia significativa por meio de conta até então pouco


movimentada ou de conta que acolha depósito inusitado;

f) Ausência repentina de movimentação financeira em conta que anteriormente


apresentava grande movimentação;

g) Utilização de cofres de aluguel de forma atípica em relação ao perfil do cliente;

h) Dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como recebimento de crédito, de


juros remuneratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários
especiais que, em circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cliente;

i) Mudança repentina e injustificada na forma de movimentação de recursos ou nos tipos


de transação utilizados;

j) Solicitação de não observância ou atuação no sentido de induzir funcionários da


instituição a não seguirem os procedimentos regulamentares ou formais para a
realização de uma operação;

k) Recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para a realização de


pagamentos ou de transferências a terceiros, sem justificativa;

l) Realização de operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configure artifício
para burla da identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos
beneficiários finais;

m) Existência de contas que apresentem créditos e débitos com a utilização de


instrumentos de transferência de recursos não característicos para a ocupação ou o
ramo de atividade desenvolvida pelo cliente;

n) Recebimento de depósitos provenientes de diversas origens, sem fundamentação


econômico-financeira, especialmente provenientes de regiões distantes do local de
atuação da pessoa jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural;

o) Pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentem ligação


com a atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica;

52
p) Pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para fornecedor distante de seu
local de atuação, sem fundamentação econômico-financeira;

q) Realização de depósitos de cheques endossados totalizando valores significativos;

r) Existência de conta de depósitos à vista de organizações sem fins lucrativos cujos


saldos ou movimentações financeiras não apresentem fundamentação econômica ou
legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a atividade declarada da
organização e as outras partes envolvidas nas transações;

s) Movimentação habitual de recursos financeiros de ou para pessoas politicamente


expostas ou pessoas de relacionamento próximo, não justificada por eventos
econômicos;

t) Existência de contas em nome de menores ou incapazes, cujos representantes realize


grande número de operações atípicas; e

u) Transações significativas e incomuns por meio de contas de depósitos de investidores


não residentes constituídos sob a forma de trust;
V. Situações relacionadas com operações de investimento interno:
a) Operações ou conjunto de operações de compra ou de venda de títulos e valores
mobiliários a preços incompatíveis com os praticados no mercado ou quando
realizadas por pessoa cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao tipo de
negociação realizada;

b) Realização de operações atípicas que resultem em elevados ganhos para os agentes


intermediários, em desproporção com a natureza dos serviços efetivamente
prestados;

c) Investimentos significativos em produtos de baixa rentabilidade e liquidez;

d) Investimentos significativos não proporcionais à capacidade econômico-financeira do


cliente, ou cuja origem não seja claramente conhecida; e

e) Resgates de investimentos no curtíssimo prazo, independentemente do resultado


auferido;
VI. Situações relacionadas com cartões de pagamento:
a) Utilização, carga ou recarga de cartão em valor não compatível com a capacidade
econômico-financeira, atividade ou perfil do usuário;

b) Realização de múltiplos saques com cartão em terminais eletrônicos em localidades


diversas e distantes do local de contratação ou recarga;

53
c) Utilização do cartão de forma incompatível com o perfil do cliente, incluindo operações
atípicas em outros países;

d) Utilização de diversas fontes de recursos para carga e recarga de cartões; e

e) Realização de operações de carga e recarga de cartões, seguidas imediatamente por


saques em caixas eletrônicos.
VII. Situações relacionadas com operações de crédito no País:
a) Realização de operações de crédito no País liquidadas com recursos aparentemente
incompatíveis com a situação econômico-financeira do cliente;

b) Solicitação de concessão de crédito no País incompatível com a atividade econômica


ou com a capacidade financeira do cliente;

c) Realização de operação de crédito no País seguida de remessa de recursos ao exterior,


sem fundamento econômico ou legal, e sem relacionamento com a operação de
crédito;

d) Realização de operações de crédito no País, simultâneas ou consecutivas, liquidadas


antecipadamente ou em prazo muito curto;

e) Liquidação de operações de crédito no País por terceiros, sem justificativa aparente;

f) Concessão de garantias de operações de crédito no País por terceiros não relacionados


ao tomador;

g) Realização de operação de crédito no País com oferecimento de garantia no exterior


por cliente sem tradição de realização de operações no exterior; e

h) Aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto da pessoa jurídica,


especialmente quando os recursos forem originados de crédito no País;
VIII. Situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de
contratos com o setor público:
a) Movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art.
2º da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;

b) Movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionados a


patrocínio, propaganda, marketing, consultorias, assessorias e capacitação;

c) Movimentações atípicas de recursos por organizações sem fins lucrativos; e

54
d) Movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionados a
licitações;
IX. Situações relacionadas a consórcios:
a) Existência de consorciados detentores de elevado número de cotas, incompatível com
sua capacidade econômico-financeira ou com o objeto da pessoa jurídica;

b) Aumento expressivo do número de cotas pertencentes a um mesmo consorciado;

c) Oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade econômico-financeira do


consorciado;

d) Oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem;

e) Pagamento antecipado de quantidade expressiva de prestações vincendas, não


condizente com a capacidade econômico-financeira do consorciado;

f) Aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de quitação das prestações


vincendas;

g) Utilização de documentos falsificados na adesão ou tentativa de adesão à grupo de


consórcio;
X. Situações relacionadas a pessoas suspeitas de envolvimento com atos
terroristas:
a) Movimentações financeiras envolvendo pessoas relacionadas a atividades terroristas
listadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas;

b) Realização de operações ou prestação de serviços, qualquer que seja o valor, a


pessoas que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos
terroristas, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;

c) Existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por


pessoas que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos
terroristas, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento; e

d) Movimentações com indícios de financiamento do terrorismo;


XI. Situações relacionadas com atividades internacionais:
a) Realização ou proposta de operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive
sociedades e instituições financeiras, situadas em países que não apliquem ou
apliquem insuficientemente as recomendações do Grupo de Ação contra a Lavagem
de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), ou que tenham sede em países
ou dependências com tributação favorecida ou regimes fiscais privilegiados ou em

55
locais onde seja observada a prática contumaz dos crimes previstos na Lei nº 9.613,
de 3 de março de 1998, não claramente caracterizadas em sua legalidade e
fundamentação econômica;

b) Utilização de operações complexas e com custos mais elevados que visem a dificultar
o rastreamento dos recursos ou a identificação da natureza da operação;

c) Realização de pagamentos de importação e recebimentos de exportação, antecipados


ou não, por empresa sem tradição ou cuja avaliação econômico-financeira seja
incompatível com o montante negociado;

d) Realização de pagamentos a terceiros não relacionados a operações de importação ou


de exportação;

e) Realização de transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não


se justifiquem ou apresentem atipicidade;

f) Realização de transferências internacionais nas quais não se justifique a origem dos


fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a capacidade econômica
financeira ou com o perfil do cliente;

g) Realização de transferência de valores a título de disponibilidade no exterior,


incompatível com a capacidade econômico-financeira do cliente ou sem
fundamentação econômica ou legal;

h) Realização de exportações ou importações aparentemente fictícias ou com indícios de


superfaturamento ou subfaturamento;

i) Existência de informações na carta de crédito com discrepâncias em relação a outros


documentos da operação de comércio internacional;

j) Realização de pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados nas contas de


depósitos dos titulares das operações de câmbio por pessoas que não demonstrem a
existência de vínculo comercial ou econômico;

k) Movimentações decorrentes de programa de repatriação de recursos que apresentem


inconsistências relacionadas à identificação do titular ou do beneficiário final, bem
como ausência de informações confiáveis sobre a origem e a fundamentação
econômica ou legal;

l) Realização de frequentes pagamentos antecipados ou à vista de importação em que


não seja possível obter informações sobre o desembaraço aduaneiro das mercadorias;
XII. Situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior:

56
a) Contratação de operações de crédito no exterior com cláusulas que estabeleçam
condições incompatíveis com as praticadas no mercado, como juros destoantes da
prática ou prazo muito longo;

b) Contratação, no exterior, de várias operações de crédito consecutivas, sem que a


instituição tome conhecimento da quitação das anteriores;

c) Contratação, no exterior, de operações de crédito que não sejam quitadas por


intermédio de operações na mesma instituição;

d) Contratação, no exterior, de operações de crédito, quitadas sem explicação aparente


para a origem dos recursos; e

e) Contratação de empréstimos ou financiamentos no exterior, oferecendo garantias em


valores ou formas incompatíveis com a atividade ou capacidade econômico-financeira
do cliente ou em valores muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja
origem não seja claramente conhecida;
XIII. Situações relacionadas com operações de investimento externo:
a) Recebimento de investimento externo direto, cujos recursos retornem imediatamente
a título de disponibilidade no exterior;

b) Recebimento de investimento externo direto, com realização quase imediata de


remessas de recursos para o exterior a título de lucros e dividendos;

c) Realização de remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores incompatíveis


com o valor investido;

d) Realização de remessas ao exterior a título de investimento em montantes


incompatíveis com a capacidade financeira do cliente;

e) Realização de remessas de recursos de um mesmo investidor situado no exterior para


várias empresas no País;

f) Realização de remessas de recursos de vários investidores situados no exterior para


uma mesma empresa no País; e

g) Recebimento de aporte de capital desproporcional ao porte ou à natureza empresarial


do cliente, ou em valores incompatíveis com a capacidade econômico-financeira dos
sócios.
XIV. Situações relacionadas com empregados das instituições financeiras e seus
representantes:

57
a) Alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado ou do
representante, sem causa aparente;

b) Modificação inusitada do resultado operacional da pessoa jurídica do representante ou


do correspondente no País, sem causa aparente;

c) Realização de qualquer negócio de modo diverso ao procedimento formal da


instituição por empregado, representante ou correspondente no País; e

d) Fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou não, a cliente em prejuízo


do programa de prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do
terrorismo da instituição, ou de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar
limites regulamentares ou operacionais.

2.2.3.2 Obrigatoriedade de comunicação e controle – instituições, empresas e


autoridades competentes

LEI Nº 9613 - Da Comunicação de Operações Financeiras


Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
I. Dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas
das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes
previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;

II. Deverão comunicar a Unidade de Inteligência Financeira – UIF (Antigo COAF),


abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se
refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização:

a) Toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários,


títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro,
que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de
instruções por estas expedidas;

b) Operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes,


possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles
relacionar-se;

III. Deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua
falta, a Unidade de Inteligência Financeira – UIF (Antigo COAF), na periodicidade,
forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações
ou operações passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II.
Circular nº 3461 - Comunicações a Unidade de Inteligência Financeira – UIF
(Antigo COAF)

58
Art. 12. As instituições devem comunicar a Unidade de Inteligência Financeira – UIF (Antigo
COAF), na forma determinada pelo Banco Central do Brasil:
I. Emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos, em montante
acumulado igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) ou o equivalente em
moeda estrangeira, no mês calendário;

II. Depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-
pago ou pedido de provisionamento para saque, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais);

III. Emissão de cheque administrativo, TED ou de qualquer outro instrumento de


transferência de fundos contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais).

IV. As operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja igual ou superior a
R$10.000,00 (dez mil reais) e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as
formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico
ou legal, possam configurar a existência de indícios dos crimes previstos na Lei nº
9.613, de 1998;

V. As operações realizadas ou serviços prestados que, por sua habitualidade, valor ou


forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação,
controle e registro;

VI. As operações realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas
que reconhecidamente tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas ou
neles participado ou facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos
pertencentes ou por eles controlados direta ou indiretamente;

VII. Os atos suspeitos de financiamento do terrorismo.


Devem também ser comunicadas a Unidade de Inteligência Financeira – UIF (Antigo COAF)
as propostas de realização das operações citadas acimas.
As comunicações das ocorrências mencionadas devem ser realizadas até o dia útil seguinte
(24 horas) e sem que seja dada ciência aos envolvidos ou a terceiros.

2.2.4 Responsabilidades administrativas e legais. Entidades e pessoas físicas


sujeitas à lei e a regulamentação

Estão sujeitas as leis de lavagem de dinheiro as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em
caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou
não:

59
I. A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira;
II. A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento
cambial;
III. A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administração
de títulos ou valores mobiliários.
Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I. As bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de negociação do
mercado de balcão organizado;
II. As seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou
de capitalização;
III. As administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as
administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV. As administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio
eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos;
V. As empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring);
VI. As sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis,
mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou
método assemelhado;
VII. As filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das
atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII. As demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador
dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX. As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como
agentes, dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por qualquer forma representem
interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo;
X. As pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra
e venda de imóveis;
XI. As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos
de arte e antiguidades.
XII. As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor,
intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande volume de
recursos em espécie;
XIII. As juntas comerciais e os registros públicos;

60
XIV. As pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de
assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer
natureza, em diversos tipos de operações.
XV. As pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização,
agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras,
exposições ou eventos similares;
XVI. As empresas de transporte e guarda de valores;
XVII. As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou
animal ou intermedeiem a sua comercialização; e
XVIII. As dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua
matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.

2.2.5 Crime de lavagem de dinheiro

2.2.5.1 Responsabilidades e corresponsabilidades

As pessoas sujeitas ao mecanismo de controle que deixar de identificar os clientes, manter


os registros das operações ou deixar de comunicar as operações financeiras terão as
seguintes sanções:
I. Advertência;

II. Multa pecuniária variável não superior:

a) Ao dobro do valor da operação;


b) Ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização
da operação; ou
c) Ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

III. Inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de
administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º

IV. Cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou


funcionamento.

2.3 Ética na Venda

2.3.1 Venda casada: conceito

Proibida pelo inciso I do artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), a venda casada
é caracterizada ou por condicionar a venda de produto ou serviço à compra de outros.
Exemplo:

61
Um cliente solicita um empréstimo pessoal e o gerente alega que ele só poderá realizar o
empréstimo se o cliente adquirir um título de capitalização.

2.3.2 Restrições do investidor: idade, horizonte de investimento, conhecimento


do produto e tolerância ao risco

Antes de fazermos uma recomendação de investimento, além dos objetivos e do perfil do


investidor devemos considerar também:
 Idade
Os investidores mais jovens normalmente têm um horizonte de investimento de longo prazo,
isso permite que ele tenha uma maior aceitação ao risco em busca de maiores retornos.
Já os investidores que possuem uma idade mais avançada têm um horizonte de investimento
de curto prazo, isso faz com que evitemos recomendar investimentos de risco.
 Horizonte de investimento
Se o horizonte de tempo do investidor for de curto prazo, o ideal é a recomendação seja de
um investimento de baixa volatilidade.
Agora se o horizonte de tempo do investidor for de médio à longo prazo, dependendo do
perfil é possível recomendar investimentos que apresentem uma volatilidade maior e
consequentemente um maior retorno esperado.
 Conhecimento dos produtos de investimentos:
Um investimento apresenta 3 atributos: Rentabilidade, risco e liquidez. É muito comum os
investidores escolherem aqueles que apresentam uma maior rentabilidade, porém muitas
vezes não sabem dos riscos envolvidos. É muito importante checarmos com o investidor se
ele já possui conhecimentos sobre os produtos de investimentos e caso não tenha é nosso
papel orientá-los adequadamente.
 Tolerância ao risco
Os investidores sempre vão querer ganhar muito sem correr riscos, porém isso é
praticamente impossível. Devemos identificar qual a tolerância ao risco que o investidor
possui e fazermos uma recomendação adequada:
Se o investidor tem baixa tolerância ao risco, devemos recomendar investimentos de baixa
volatilidade.
Se o investidor tem alta tolerância ao risco, podemos recomendar investimentos de alta
volatilidade. É importante ressaltar, que para recomendarmos investimentos de alta
volatilidade, além da tolerância ao risco o investidor precisa ter um horizonte de médio ou
longo prazo.

62
2.4 Análise do Perfil do Investidor

2.4.1 Instrução CVM: 539 – dever de verificação da adequação dos produtos,


serviços e operações ao perfil do cliente (suitability). Finalidade e para quem se
aplica a regra.

2.4.1.1 Abrangência; perfil do cliente; categorias de produtos; vedações e


obrigações; regras, procedimentos e controles internos; atualizações e dispensas.

 Abrangência:
Art. 1º As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os
consultores de valores mobiliários não podem recomendar produtos, realizar operações ou
prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do cliente.
§ 1º As regras previstas na presente Instrução são aplicáveis às recomendações de produtos
ou serviços, direcionadas a clientes específicos, realizadas mediante contato pessoal ou com
o uso de qualquer meio de comunicação, seja sob forma oral, escrita, eletrônica ou pela rede
mundial de computadores.
§ 2º As regras previstas na presente Instrução devem ser adotadas para o cliente titular da
aplicação.
 Perfil do cliente:
Art. 2º As pessoas referidas no art. 1º devem verificar se:
I. O produto, serviço ou operação é adequado aos objetivos de investimento do cliente;
II. A situação financeira do cliente é compatível com o produto, serviço ou operação;
III. O cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao
produto, serviço ou operação.
Mas como vou saber se um produto, serviço ou operação é adequado aos objetivos
de investimento do cliente?
§ 1º Para cumprimento do disposto no inciso I, as pessoas referidas no art. 1º devem
analisar, no mínimo:
I. O período em que o cliente deseja manter o investimento;
II. As preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos; e
III. As finalidades do investimento;
Mas como vou saber se a situação financeira do cliente é compatível com o
produto, serviço ou operação?
§ 2º Para cumprimento do disposto no inciso II, as pessoas referidas no art. 1º devem
analisar, no mínimo:
I. O valor das receitas regulares declaradas pelo cliente;
II. O valor e os ativos que compõem o patrimônio do cliente; e
III. A necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.
63
Mas como vou saber se o possui conhecimento necessário para compreender os
riscos relacionados ao produto, serviço ou operação?
§ 3º Para cumprimento do disposto no inciso III, as pessoas referidas no art. 1º devem
analisar, no mínimo:
I. Os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o cliente tem familiaridade;
II. A natureza, o volume e a frequência das operações já realizadas pelo cliente no
mercado de valores mobiliários, bem como o período em que tais operações foram
realizadas;
III. A formação acadêmica e a experiência profissional do cliente.
Obs: Esse item não se aplica ao cliente pessoa jurídica.
 Categoria de produto:
Art. 4° Com o objetivo de atender às obrigações contidas no art. 2°, as pessoas referidas no
art.
1° devem analisar e classificar as categorias de produtos com que atuem, identificando as
características que possam afetar sua adequação ao perfil do cliente.
Parágrafo único. Na análise e classificação das categorias de produtos devem ser
considerados, no mínimo:
I. Os riscos associados ao produto e seus ativos subjacentes;
II. O perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto;
III. A existência de garantias; e
IV. Os prazos de carência.

 Vedações e Obrigações:
Art. 5º É vedado às pessoas referidas no art. 1º recomendar produtos ou serviços ao cliente
quando:
I. O perfil do cliente não seja adequado ao produto ou serviço;
II. Não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do cliente;
ou
III. As informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizadas.
Art. 6º Quando o cliente ordenar a realização de operações nas situações previstas nos incisos
I a III do art. 5º, as pessoas referidas no art. 1º devem, antes da primeira operação com a
categoria de valor mobiliário:
I. Alertar o cliente acerca da ausência ou desatualização de perfil ou da sua inadequação,
com a indicação das causas da divergência; e
II. Obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência, desatualização
ou inadequação de perfil.

 Regras, Procedimentos e Controles internos:

64
Art. 7º As pessoas mencionadas no art. 1º desta Instrução que se organizarem sob a forma
de pessoa jurídica ficam obrigadas a:
I. Estabelecer regras e procedimentos escritos, bem como controles internos passíveis
de verificação, que permitam o pleno cumprimento do dever de verificação da
adequação referido no art. 1º;

II. Adotar políticas internas específicas relacionadas à recomendação de produtos


complexos, que ressaltem:

a) Os riscos da estrutura em comparação com a de produtos tradicionais; e


b) A dificuldade em se determinar seu valor, inclusive em razão de sua baixa liquidez;
e

III. Indicar um diretor estatutário responsável pelo cumprimento das normas


estabelecidas por esta Instrução.

 Atualizações:
Art. 8º As pessoas referidas no art. 1º ficam obrigadas a:
I. Diligenciar para atualizar as informações relativas ao perfil de seus clientes em
intervalos não superiores a 24 (vinte e quatro) meses; e

II. Proceder a nova análise e classificação das categorias de valores mobiliários em


intervalos não superiores a 24 (vinte e quatro) meses.

 Dispensa do dever de verificar a adequação dos produtos, serviços e


operações ao perfil do cliente:
Art. 9º A obrigatoriedade de verificar a adequação do produto, serviço ou operação não se
aplica quando:
I. O cliente for investidor qualificado, com exceção:

a) Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor


superior a R$10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem
por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio.

b) Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor


superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem
por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio.

c) As pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica


ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de
agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e
consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios.

65
II. O cliente for pessoa jurídica de direito público; ou

III. O cliente tiver sua carteira de valores mobiliários administrada discricionariamente por
administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM.
Mas o que é investidor qualificado?
São considerados investidores qualificados:
I. Investidores profissionais;

II. Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior
a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito
sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo
9-B;

III. As pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica
ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de
agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e
consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e
IV. Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas,
que sejam investidores qualificados.
Mas o que é investidor profissional?
São considerados investidores profissionais:
I. Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil;

II. Companhias seguradoras e sociedades de capitalização;

III. Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;

IV. Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior
a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito
sua condição de investidor profissional mediante termo próprio, de acordo com o
Anexo 9-A;

V. Fundos de investimento;

VI. Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de
carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;

66
VII. Agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e
consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos
próprios;

VIII. Investidores não residentes.

2.4.2 Adequação de produtos em função do perfil do investidor. Importância e


motivação do API para o investidor. Possibilidade de venda de um produto não
adequado ao perfil do investidor.

O objetivo de tudo isso é recomendarmos os investimentos mais adequado ao perfil e as


necessidades dos investidores. Caso um ciente queira aplicar em um investimento que não
seja adequado ao seu perfil, ele deverá assinar um termo de ciência de que tal investimento
não está adequado ao seu perfil de investidor.

67
68
Módulo 3
NOÇÕES DE ECONOMIA E FINANÇAS
(PROPORÇÃO: DE 15% A 20%)

69
3. NOÇÕES DE ECONOMIA E FINANÇAS (PROPORÇÃO: DE 5 A 10%)

3.1 Conceitos Básicos de Economia

3.1.1 Indicadores econômicos: PIB, índices de inflação (IPCA e IGP-M), taxa de


câmbio, taxa SELIC (over e meta), taxa DI e TR: definição

 Indicadores econômicos
Indicadores econômicos são números que mostram o desempenho e a situação econômica
de um país.
 PIB
O produto interno bruto (PIB) representa a soma de todas as riquezas (bens e serviços finais)
produzidos no país, independentemente da nacionalidade dos agentes econômicos que os
produzem, durante um determinado período.
Exemplo:
Se uma empresa dos EUA produz bens ou serviços aqui no Brasil, esse valor é contabilizado
no PIB do Brasil.
O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar
a atividade econômica de uma região.
Na contagem do PIB, considera-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos
os bens de consumo de intermediário. Isso é feito com o intuito de evitar o problema da
dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção aparecem contados duas
vezes na soma do PIB.
Exemplo:

Qual valor será contabilizado no PIB?

70
Qual a formula do PIB?
Fórmula do PIB: C + I + G + NX
C = Consumo das famílias
I = Investimentos das Empresas
G = Gastos ou Despesas do Governo
NX = Exportações líquidas, ou seja, Exportações – Importações.
 Índices de inflação
A taxa de inflação é o aumento no nível de preços, ou seja, é um aumento generalizado nos
preços de um conjunto de bens e serviços em um determinado período."
Os principais índices de inflação são:
 IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo
 IGP-M – Índice Geral de Preços ao Mercado.

 IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo


O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi criado com o objetivo de oferecer a
variação dos preços no comércio para o público final.
O IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40
(quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas
principais capitais do país.
São considerados nove grupos de produtos e serviços:
I. Alimentação e bebidas;
II. Artigos de residência;
III. Comunicação;
IV. Despesas pessoais;
V. Educação;
VI. Habitação;
VII. Saúde e cuidados pessoais;
VIII. Transportes; e
IX. Vestuário.

71
Eles são subdivididos em outros itens. Ao todo, são consideradas as variações de preços de
centenas de subitens.
Ele é calculado mensalmente pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e a
coleta de preços é realizada entre os dias 1º e 30º do mês de referência e divulgado no início
do mês subsequente.
O IPCA é o índice oficial de inflação do país.
É utilizado para remunerar a NTN-B.
 IGP-M – Índice Geral de Preços ao Mercado.
O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) registra a inflação de preços desde matérias-
primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
O IGP-M é composto por 3 índices:
 60% do IPA - Índice de Preços por Atacado;
 30% do IPC - Índice de Preços ao Consumidor; e
 10% do INCC - Índice Nacional do Custo da Construção.
Mas o que é cada um desses índices?
IPA - Índice de Preços por Atacado: Mede o movimento médio no atacado de preços em
todas as capitais brasileiras. O propósito do Índice de Preços por Atacado é medir o ritmo
evolutivo de preços praticados no nível de comercialização atacadista, nas transações
interempresariais, quer dizer, nas operações de comercialização a grosso, que antecedem as
vendas no varejo.
IPC – Índice de Preços ao Consumidor: O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mede
a variação de preços de um conjunto fixo de bens e serviços componentes de despesas
habituais de famílias com nível de renda situado entre 1 e 33 salários mínimos mensais.
INCC - Índice Nacional de Custo da Construção: Tem a finalidade de apurar a evolução
dos custos das construções habitacionais. Usualmente é utilizado para correção dos contratos
de compra de imóveis, enquanto a obra está em execução. A apuração abrange materiais e
equipamentos, serviços e mão-de-obra da construção.
Esses indicadores medem itens como bens de consumo (um exemplo é alimentação) e bens
de produção (matérias-primas, materiais de construção, entre outros). Entram, além de
outros componentes, os preços de legumes e frutas, bebidas e fumo, remédios, embalagens,
aluguel, condomínio, empregada doméstica, transportes, educação, leitura e recreação
vestuário e despesas diversas (cartório, loteria, correio, mensalidade de Internet e cigarro,
entre outros).
O IGP-M é calculado mensalmente pelo FGV – Fundação Getúlio Vargas, e a coleta de preços
é realizada entre os dias 21º do mês anterior e 20º do mês de referência e divulgado dentro
do próprio mês de referência.

72
Ele é utilizado como referência para reajustar os contratos de aluguel, reajustes de tarifas
públicas e planos de saúde.
 Taxa de Câmbio - PTAX
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações
(centavos) da moeda nacional. Em outras palavras, a taxa de câmbio reflete o custo de uma
moeda em relação à outra.
No Brasil, a taxa de câmbio é conhecida como PTAX, é uma taxa média aritmética das taxas
de compra e de venda de moeda estrangeira realizada no mercado interbancário. São feitas
quatro consultas no dia entre 10h e 10h10, 11h e 11h10, 12h e 12h10 e 13h e 13h10.
Exemplo:
 1º consulta R$ 3,95
 2º consulta R$ 4,00
 3º consulta R$ 4,05
 4º consulta R$ 4,00
A Ptax do dia será: (R$3,95 + R$ 4,00 + R$ 4,05 + R$ 4,00) ÷ 4
R$ 16,00 ÷ 4
R$ 4,00
Mas o que isso significa?
Que você precisa de R$ 4,00 para comprar um dólar.

Se no dia seguinte à cotação passar de R$ 4,00 para R$ 3,00, podemos dizer o real se
valorizou. Agora precisamos de menos reais para comprar um dólar.

Isso favorece as importações!


Porém, se no dia seguinte à cotação passar de R$ 4,00 para R$ 5,00, podemos dizer o real
se desvalorizou. Agora precisamos de mais reais para comprar um dólar.

73
Isso favorece as exportações!
Resumo....

É o Banco Central quem calcula e divulga a PTAX.


 Taxa de Juros
A taxa de juros reflete o custo do dinheiro, ou seja, é a taxa que pagamos quando pegamos
dinheiro emprestado ou o que recebemos quando emprestamos dinheiro.
 Taxa SELIC Meta
A Taxa Selic Meta, também conhecida como taxa básica de juros da economia brasileira é
definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) e serve de
referência para a economia brasileira. É um importante instrumento usado pelo Banco Central
para controlar a inflação.
Qual a relação entre a Taxa SELIC Meta e a inflação?
Quando a Selic está alta, ela favorece a queda da inflação, pois desestimula o consumo, já
que os juros cobrados nos financiamentos, empréstimos e cartões de crédito ficam mais
altos. Por outro lado, quando está baixa, ela favorece o consumo, pois tomar dinheiro
emprestado ou fazer financiamentos fica mais barato, já que os juros cobrados nestas
operações ficam menores.

74
Qual a relação entre a Taxa SELIC Meta e o câmbio?
Quando a Selic está muito alta, o valor do dólar tende a diminuir no país. Isso ocorre, pois,
muitos investidores externos fazem aplicações no Brasil atreladas aos juros. Entrando e
circulando mais dólares na economia brasileira, o dólar se desvaloriza, enquanto o real ganha
força.
Qual a relação entre a Taxa SELIC Meta e o consumo?
Como a alta da Selic encarece os financiamentos e aumenta os juros cobrados em cartões
de crédito, fica mais caro comprar de forma parcelada. Logo, a Selic alta desestimula o
consumo, reduzindo a venda de mercadorias e serviços. As empresas brasileiras e os
consumidores acabam sendo prejudicados com este fator.
Qual a relação entre a Taxa SELIC Meta e a Bolsa de Valores?
Um cenário econômico com a Taxa Selic alta não é favorável para a Bolsa de Valores. Isso
ocorre, pois com a queda no consumo, cai também a produção e o lucro das empresas que
possuem ações na Bolsa. Neste cenário, muitos investidores preferem fazer aplicações
financeiras em produtos atrelados a juros (fundos de renda fixa, por exemplo), deixando de
investir em ações onde o risco é maior.
 Taxa SELIC Over
É a taxa apurada no Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia, obtida mediante o
cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia,
lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de
compensação e liquidação de ativos, na forma de operações compromissadas.
Mas o que são operações compromissadas?
Operações compromissadas são operações de venda de títulos com compromisso de
recompra assumido pelo vendedor, concomitante com compromisso de revenda assumido
pelo comprador, para liquidação no dia útil seguinte.
 Taxa DI
É a taxa média das operações de empréstimos realizadas no mercado interfinanceiro pelo
prazo de 1 dia com lastros em Certificado de Depósito Interfinanceiro – CDI (Títulos
Privados).
As características de um CDI são semelhantes àquelas de um CDB, porém os CDIs somente
são negociados no mercado interbancário, transferindo recursos de uma instituição financeira
para outra.
É utilizada como principal benchmark de renda fixa.
É calculada de divulgada diariamente pela CETIP / B3.
 TR: definição

75
A Taxa Referencial (TR) é calculada a partir da Taxa Básica Financeira (TBF), que é calculada,
a cada dia útil, com base por todas as operações com LTNs realizadas no mercado
secundário, registradas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
Para chegar ao valor da TR, é necessário aplicar um redutor sobre a TBF, esse redutor
definido pelo governo.
Ela é utilizada em alguns casos como na remuneração da poupança e empréstimos de
habitação como o SFH.

3.1.2 COPOM: finalidade e atribuições

O Comitê de Política Monetária (COPOM) foi instituído em 20 de junho de 1996, com o


objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros.
Em 1999 foi estabelecido o sistema de metas para a inflação como diretriz de política
monetária. Desde então, as decisões do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as
metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional.
E o que acontece se o COPOM não cumprir essa meta?
Se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta
Aberta ao Ministro da Fazenda, explicando os motivos do descumprimento, bem como as
providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos.
Qual é a composição do COPOM?
O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil:
I. Presidente do banco Central,
II. Diretor de Política Monetária,
III. Diretor de Política Econômica,
IV. Diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos,
V. Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito
Rural,
VI. Diretor de Fiscalização,
VII. Diretor de Regulação,
VIII. Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania e
IX. Diretor de Administração.
Quais são as competências do COPOM?
Formalmente, as competências do Copom são:
 Definir a meta da Taxa Selic; e
 Divulgar o Relatório de Inflação.
Reunião do COPOM

76
O Copom reúne-se ordinariamente oito vezes por ano (em média a cada 45 dias) e,
extraordinariamente, por convocação de seu Presidente, presentes, no mínimo, o Presidente,
ou seu substituto, e metade do número de Diretores.
As reuniões ordinárias são realizadas em duas sessões, discriminadas a seguir:
I. A primeira sessão é reservada às apresentações técnicas de conjuntura econômica; e
II. A segunda sessão é destinada à decisão da meta da Taxa Selic.
O que eles fazem na primeira sessão?
Na primeira sessão eles fazem uma análise da conjuntura doméstica abrangendo inflação,
nível de atividade, evolução dos agregados monetários, finanças públicas, balanço de
pagamentos, economia internacional, mercado de câmbio, reservas internacionais, mercado
monetário, operações de mercado aberto, avaliação prospectiva das tendências da inflação
e expectativas gerais para variáveis macroeconômicas.
O que eles fazem na segunda sessão?
Na segunda sessão, após apresentação técnica contendo avaliação prospectiva da inflação,
os membros do Copom, com base na avaliação do cenário macroeconômico e dos principais
riscos associados, deliberam, por maioria simples de votos, a meta da Taxa Selic.
O presidente tem direito ao voto decisório (“voto de qualidade”) em caso de empate na
decisão da política monetária.
Após a tomada de decisão, ela é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo tempo em
que é expedido Comunicado através do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen).
As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30 da quinta-feira da
semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis dias úteis, sendo
publicadas na página do Banco Central na internet ("Atas do Copom") e para a imprensa.
Resumindo...
O CMN é quem define a meta de inflação, atualmente essa meta é 4,25% a.a. com uma
margem de 1,5%. Isso significa se a inflação acumulada no ano estiver entre 2,75% a 5,75%
é considerado que o COPOM atingiu a meta.
O índice oficial de inflação é o IPCA, ou seja, é o IPCA que tem que estar entre 2,75% a
5,75% a.a.
Com o objetivo de cumprir essa meta, o COPOM define a taxa Selic Meta. Essa definição da
taxa Selic Meta é tomada nas reuniões que acontecem aproximadamente a cada 45 dias.
Se a meta não for cumprida, o Presidente do Banco Central tem que enviar uma Carta ao
Ministro da Fazenda explicando porque não conseguiu cumprir a meta.

3.2 Conceitos Básicos de Finanças

3.2.1 Taxa de juros nominal e taxa de juros real

77
 Taxa Nominal
É a taxa que encontramos nas operações correntes, ou seja, a taxa que é visível aos
participantes de uma transação e inclui a inflação.
Exemplo:
Um fundo rendeu 15% em 2018.
Esses 15% é uma taxa nominal porque ainda não foi descontada a inflação do período.
Se soubermos a taxa real e a inflação podemos calcular a taxa nominal, para isso basta
aplicarmos a fórmula:
Fórmula:
Taxa Nominal = [(1+Real) x (1+Inflação) -1] x 100
Exemplo:
Dada uma taxa de juros real de 3,50% a.a. e um índice de inflação de 6,50% no ano, calcule
a taxa nominal.
Taxa Nominal= [(1+0,035) x (1+0,065) -1] x 100
Taxa Nominal = [(1,035 x 1,065) -1] x 100
Taxa Nominal = [1,1023 -1] x 100
Taxa Nominal = 0,1023 x 100
Taxa Nominal = 10,23% a.a.
 Taxa Real
É calculada a partir da taxa nominal descontando-se os efeitos inflacionários. O objetivo é
verificar o quanto se ganhou ou perdeu, descontando a inflação.
Para calcular a taxa real não podemos simplesmente subtrair os valores, é necessário
utilizarmos a formula de Fischer:
Fórmula:
Taxa Real = [(1+Taxa Nominal) / (1+Inflação) -1] x 100
Exemplo:
Se um fundo rendeu 10% em 2018 e no mesmo período a inflação acumulada foi de 6%,
qual a taxa real do investimento?
Taxa Real = [(1+0,10) / (1+0,06) -1] x 100
Taxa Real = [(1,10) / (1,06) -1] x 100
Taxa Real = [1,0377-1] x 100

78
Taxa Real = 0,377 x 100
Taxa Real = 3,77%
A taxa real nos mostra quanto rendeu uma aplicação acima da inflação.
Atenção!!!
 A Taxa Nominal pode ser maior que a Taxa Real - Caso tenha inflação;
 A Taxa Nominal pode ser igual que a Taxa Real - Caso não tenha inflação, ou seja,
inflação igual a zero;
 A Taxa Nominal pode ser menor que a Taxa Real - Caso tenha deflação.
O que é deflação?
Se a inflação é o aumento de preços, a deflação é a redução de preços.

3.2.2 Taxa de juros equivalentes versus taxa de juros proporcional

 Taxa Equivalente
Duas Taxas são equivalentes quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital,
produzem o mesmo montante, no regime de capitalização composto de juros.
Para calcular a taxa equivalente não podemos simplesmente dividir ou multiplicar a taxa de
juros.
É necessário aplicarmos a fórmula:
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛=𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑜
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = [(1 + ) 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑒𝑛ℎ𝑜 − 1] 𝑥 100
100
Exemplo:
Qual a taxa equivalente mensal de uma taxa de 24% a.a.?
24 𝑛= 1
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = [(1 + ) 12 − 1] 𝑥 100
100
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = [(1 + 0,24) 0,08333 − 1] 𝑥 100
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = [(1,24) 0,08333 − 1] 𝑥 100
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = [1,0181 − 1] 𝑥 100
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0,0181 𝑥 100
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 1,81% 𝑎. 𝑚.
 Taxa Proporcional
Duas Taxas são proporcionais quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital,
produzem o mesmo montante, no regime de capitalização simples de juros.
Para calcular a taxa proporcional basta dividir ou multiplicar a taxa de juros.

79
Exemplo:
Qual a taxa proporcional mensal de uma taxa de 24% a.a.?
24% 𝑎. 𝑎.
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 =
12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 2% 𝑎. 𝑚.
Aqui estamos descapitalizando.
Qual a taxa proporcional anual de uma taxa de 1% a.m.?
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 1% 𝑎. 𝑚. 𝑥 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 12% 𝑎. 𝑎.
Aqui estamos capitalizando.
Atenção!!!
Sempre que o prazo da aplicação for maior do que a taxa está expressa, juro composto irá
apresentar um montante maior;
Exemplo:
 Taxa: 12% a.a. (1 ano = 12 meses)
 Prazo: 18 meses
Sempre que o prazo da aplicação for menor do que a taxa está expressa, juro simples irá
apresentar um montante maior;
Exemplo:
 Taxa: 12% a.a. (1 ano = 12 meses)
 Prazo: 6 meses

3.2.3 Capitalização Simples versus Capitalização Composta

 Juros Simples
É quando a taxa de juros incide somente sobre o capital inicial.
Fórmula:
𝑀 = 𝐶 𝑥 (1 + 𝑖 𝑥 𝑛)

Onde:
 M = Montante
 C = Capital
 i = Taxa
 n = Prazo
Exemplo:

80
Qual o montante de um capital de R$ 100.000,00 aplicado a uma taxa de juros de 10% a.m.
pelo regime de juros simples?
𝑀 = 𝑅$100.000 𝑥 (1 + 0,10 𝑥 3)
𝑀 = 𝑅$100.000 𝑥 (1 + 0,30)
𝑀 = 𝑅$100.000 𝑥 1,30
𝑀 = 𝑅$130.000

Prazo (n) Capital Inicial (C) Taxa (i) Juros (J) Montante (M)
1º Mês R$100.000,00 10% a.m. R$10.000,00 R$110.000,00
2º Mês R$100.000,00 10% a.m. R$10.000,00 R$120.000,00
3º Mês R$100.000,00 10% a.m. R$10.000,00 R$130.000,00

Perceba que os 10% de juros incide apenas sobre o capital inicial de R$ 100.000,00.
 Juros Compostos
É quando a taxa de juros incide sempre sobre o capital inicial, acrescido dos juros acumulados
até o período anterior.
É o chamado Juros sobre Juros!
Fórmula:
𝑀 = 𝐶 𝑥 (1 + 𝑖 )𝑛
Onde:
 M = Montante
 C = Capital
 i = Taxa
 n = Prazo
Exemplo:
Qual o montante de um capital de R$ 100.000,00 aplicado a uma taxa de juros de 10% a.m.
pelo regime de juros compostos.
𝑀 = 𝑅$100.000,00 𝑥 (1 + 0,10)3
𝑀 = 𝑅$100.000,00 𝑥 (1,10)3
𝑀 = 𝑅$100.000,00 𝑥 1,331
𝑀 = 𝑅$133.100,00

Prazo (n) Capital Inicial (C) Taxa (i) Juros (J) Montante (M)
1º Mês R$100.000,00 10% a.m. R$10.000,00 R$110.000,00
2º Mês R$110.000,00 10% a.m. R$11.000,00 R$121.000,00
3º Mês R$121.000,00 10% a.m. R$12.100,00 R$133.100,00

81
Perceba que os 10% de juros incide sobre o capital inicial de R$ 100.000,00 + os juros
acumulados de cada período.
 No 1º mês os 10% incidiu sobre o valor de R$ 100.000,00 gerando juros de R$
10.000,00.
 No 2º mês os 10% incidiu sobre o valor de R$ 110.000,00 gerando juros de R$
11.000,00.
 No 3º mês os 10% incidiu sobre o valor de R$ 121.000,00 gerando juros de R$
12.100,00.

3.2.4 Índice de referência (benchmark) aplicado a produtos de investimento:


conceito e finalidade

O que é benchmark?
Benchmark é uma referência de mercado para que o investidor possa acompanhar o
desempenho do seu investimento.
Para que ele serve?
É um parâmetro de comparação muito útil para o investidor analisar o desempenho de um
ativo ou carteira de investimento.
Exemplo:
Um fundo de ações rendeu 10%.
A rentabilidade desse fundo foi boa?
Sem comparar com o benchmark não podemos afirmar isso.
Vamos imaginar que o Ibovespa, que é o principal benchmark de ações no mesmo período
rendeu 7% no mesmo período.
Agora podemos afirmar que a rentabilidade de 10% do fundo de ações fui muito boa, pois
ficou bem acima do benchmark.
No Brasil, os benchmarks mais utilizados são o CDI e o Ibovespa.
 Principal benchmark de Renda Fixa: CDI;
 Principal benchmark de Renda Variável: Ibovespa.
O CDI é o indicador que melhor representa o mercado de renda fixa, pois sua variação é
muito próxima da Selic, a nossa taxa básica de juro.
Já o Ibovespa é o mais representativo do mercado de renda variável, portanto
frequentemente usado para avaliar o desempenho de ações e fundos de ações.

82
3.2.5 Volatilidade. Conceito

Volatilidade é a oscilação ou variação de preço de um determinado título ou de uma carteira


de títulos.
Quanto mais o preço de uma ação oscila num período curto de tempo, maior o risco de se
ganhar ou perder dinheiro negociando esta ação. Portanto quando falamos de volatilidade
estamos falando de risco de mercado.

3.2.6 Prazo médio ponderado de uma carteira de títulos: conceito e riscos


associados

É o prazo médio de vencimento dos títulos de uma carteira de investimento, em outras


palavras é o tempo médio em que o investidor irá receber o dinheiro de volta.
Exemplo:
A carteira de um investidor é composta pelos seguintes títulos:
I. Título A: R$ 50.000 prazo 30 dias
II. Título B: R$ 50.000 prazo 60 dias
III. Título C: R$ 50.000 prazo 90 dias
Qual o prazo médio da carteira desse investidor?
30 + 60 + 90
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
3
180
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
3
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 60 𝑑𝑖𝑎𝑠

Importante!!!
Como os títulos tem o mesmo valor podemos encontrar o prazo médio através da média
simples, porém se os valores fossem diferentes deveríamos calcular a média ponderada.
 Quanto maior o prazo, maior o risco.
 Quanto menor o prazo, menor o risco.

 Vencimento
É o prazo de vencimento de cada um dos títulos.

3.2.7 Marcação a Mercado como valor presente de um fluxo de pagamentos


(Precificação e volatilidade: impactos de prazos e taxas)

83
Marcar a Mercado é precificar diariamente os títulos pelo preço que eles seriam negociados
no mercado. Isso é feito trazendo os fluxos futuros a valor presente descontando a taxa de
juros praticada pelo mercado.
Um título prefixado num cenário de elevação na taxa de juros, quando marcado a mercado
provoca volatilidade na carteira de um fundo de investimento.
Exemplo:
 Quando a taxa de juros sobe, o preço dos títulos prefixados cai e isso gera uma
desvalorização das cotas;
 Quando a taxa de juros cai, o preço dos títulos prefixados sobe e isso gera uma
valorização das cotas.

3.2.8 Mercado Primário e Mercado Secundário: conceito, finalidade e relevância


para o investidor e para a empresa emissora.

 Mercado Primário
É quando um título é negociado pela 1º vez, gerando captação de recursos para o emissor.
Exemplo:
Uma empresa está abrindo capital, ou seja, está emitindo ações pela 1º vez. Neste caso os
investidores ficam com as ações e o dinheiro entra para a empresa.
 Mercado Secundário
É quando um título é negociado entre investidores, e isso não gera recursos para o emissor.
No exemplo anterior vimos que ao comprar as ações da empresa o investidor ficou com as
ações e a empresa com o dinheiro. Porém caso esse investidor precise do dinheiro novamente
ele deverá vender suas ações para outro investidor. Perceba que neste caso a troca do
dinheiro pelas ações ocorre apenas entre os investidores sem a participação da empresa.

84
Módulo 4
PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTO
(PROPORÇÃO: DE 15% A 20%)

85
4. PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTO (PROPORÇÃO: DE 10 A 20%)

4.1 Principais Fatores de Análise de Investimentos

Um investimento apresenta três atributos:


 Rentabilidade
 Liquidez
 Risco
O investidor sempre irá buscar investimentos com:
 Maior Rentabilidade
 Maior Liquidez
 Menor Risco
O grande problema é que nenhum investimento apresenta essas características, e o
investidor deverá optar por algum deles de acordo com seu perfil.
Exemplo:
A Poupança é um investimento de baixo risco, alta liquidez, porém apresenta uma baixa
rentabilidade.
Uma ação é um investimento que tende a apresentar uma alta rentabilidade, pode ter alta
liquidez, porém apresenta um alto risco.
Já um imóvel pode ser um investimento de baixo risco, alta rentabilidade, porém tem uma
baixa liquidez.

4.1.1 Rentabilidade

A rentabilidade é o retorno de um investimento, ela mostra o quanto o investidor ganhou ou


perdeu com determinada aplicação.
Ela pode ser expressa em valores ou em percentuais.
Exemplo:
Um investidor aplicou R$ 100.000,00 no CDB e após 30 dias resgatou o valor de R$
101.000,00.
 Rentabilidade em valor: A rentabilidade obtida nesta aplicação foi de R$ 1.000,00.
 Rentabilidade em percentual: A rentabilidade obtida nesta aplicação foi de 1%.

4.1.1.1 Rentabilidade absoluta versus rentabilidade relativa (benchmark)

 Rentabilidade absoluta
A rentabilidade absoluta é expressa na forma de percentual sobre o valor investido.

86
Exemplo:
Um fundo de investimento rendeu 10% a.a.
Esses 10% é uma rentabilidade absoluta.
 Rentabilidade relativa
Já a rentabilidade relativa é quando comparamos a rentabilidade de um investimento em
relação a um índice de referência (benchmark).
Exemplo:
Um fundo de investimento rendeu 110% do CDI.
Esses 110% do CDI é uma rentabilidade relativa.
As referências (benchmark) mais utilizadas hoje em dia são o CDI (Certificado de Depósito
Interbancário) para investimentos em renda fixa e o Ibovespa para renda variável.

4.1.1.2 Rentabilidade bruta versus rentabilidade líquida

 Rentabilidade bruta
A rentabilidade bruta é aquela em que ainda não foram descontados os impostos.
Exemplo:
Após 3 anos, um investidor solicitou o resgate de seu CDB onde obteve uma rentabilidade
de 30% no período. Como o prazo de aplicação foi superior a 720 dias a alíquota de imposto
de renda será de 15% sobre os rendimentos. Qual será a rentabilidade líquida desse
investimento? Considere o valor aplicado de R$ 100.000,00.
Qual foi a rentabilidade bruta?
 30%; ou
 R$ 30.000,00.
Obs: A rentabilidade que é divulgada nos investimentos é sempre bruta.
 Rentabilidade líquida
A rentabilidade líquida é aquela em já descontamos o imposto de renda.
Rentabilidade líquida = (Rentabilidade Bruta – Imposto de Renda)
Exemplo:
Após 3 anos, um investidor solicitou o resgate de seu CDB onde obteve uma rentabilidade
de 30% no período. Como o prazo de aplicação foi superior a 720 dias a alíquota de imposto
de renda será de 15% sobre os rendimentos. Qual será a rentabilidade líquida desse
investimento? Considere o valor aplicado de R$ 100.000,00.
Qual foi a rentabilidade bruta?

87
 30%; ou
 R$ 30.000,00.
Qual foi o imposto de renda?
 4,5%; ou
 R$ 4.500,00.
E como chegamos nesses valores?
 15% sobre os R$ 30.000,00 = (0,15 x R$ 30.000,00) = R$ 4.500,00
 15% sobre os 30% = (0,15 x 0,30) = 4,5%
Agora para calcularmos a rentabilidade líquida basta descontar o imposto de renda:
 Rentabilidade líquida = 30% - 4,5% = 25,5%
 Rentabilidade líquida R$ 30.000,00 – R$ 4.500,00 = R$ 25.500,00

4.1.2 Liquidez

Liquidez é um conceito econômico que considera a facilidade com que um ativo pode ser
convertido em dinheiro por um preço justo.

4.1.3 Risco

O risco pode ser caracterizado como sendo o grau de incerteza da rentabilidade, ou seja,
quando temos pouca chance de prever com precisão a rentabilidade deste investimento. Em
outras palavras, o risco pode ser definido como a possibilidade de se obter um retorno
diferente do esperado.

4.2 Principais Riscos do Investidor

Os principais riscos de um investimento são:


 Risco de mercado;
 Risco de crédito;
 Risco de liquidez.

4.2.1 Risco de Mercado

O risco de mercado é medido pela a oscilação dos preços dos ativos e é chamado também
de volatilidade. Quanto maior a volatilidade de um ativo, maior o seu risco. De uma forma
geral, ativos de renda variável (ações) são mais arriscados do que títulos de renda fixa. Como
o prazo da aplicação também é um fator de incerteza, quanto mais longo for o vencimento
de um título, maior o seu risco de mercado.

88
Esse tipo de risco está associado à possibilidade de valorização ou desvalorização de um ativo
devido às alterações políticas, econômicas ou em decorrência de uma situação específica do
emissor.
Exemplo:
Um investidor comprou ações da empresa X por R$ 8,00 e agora essas ações estão sendo
negociadas por R$ 7,50.
O risco de mercado pode aparecer como:
 Oscilação;
 Volatilidade.

4.2.1.1 Riscos de mercado externo: conceito (oscilações na taxa de câmbio,


mudanças no cenário macroeconômico mundial, riscos geopolíticos específicos de
cada país investido, questões legais, regulatórias e tributárias específicas de um
país)

Quando o investidor realiza uma aplicação em outro país ele estará sujeito a outros riscos
como por exemplo:
 Oscilações na taxa de câmbio;
 Mudanças no cenário macroeconômico mundial;
 Riscos geopolíticos específicos de cada país investido;
 Questões legais, regulatórias e tributárias específicas de um país.

4.2.2 Risco de Crédito

O risco de crédito é a possibilidade de o investidor não receber de volta o valor total ou parte
de sua aplicação, porque o emissor do título ou a contraparte da sua aplicação não teve como
pagar.
São sinônimos de risco de crédito:
 Calote;
 Inadimplência;
 Insolvência;
 Default.

4.2.3 Risco de Liquidez

O risco de liquidez surge da dificuldade em conseguir encontrar compradores potenciais de


determinado ativo no momento e no preço desejado. Ocorre quando um ativo está com baixo
volume de negócios e apresenta grandes diferenças entre o preço que o comprador está
disposto a pagar (oferta de compra) e aquele que o vendedor gostaria de vender (oferta de
venda).

89
O risco de liquidez pode aparecer como:
 Muitos vendedores e poucos compradores;
 Baixo volume de negócios;
 Dificuldade de vender um ativo por um preço justo.

4.3 Fatores Determinantes para Adequação dos Produtos de Investimento as


Necessidades dos Investidores

Qual o melhor investimento para o investidor?


Para responder esta pergunta é necessário conhecer um pouco sobre o seu momento de
vida.

4.3.1 Objetivo do investidor

Antes de escolher onde investir, é importante entendermos como o capital investido será
utilizado no futuro, pois essa decisão será determinante na hora de escolhermos o tipo de
investimento. Por isso, precisamos entender quais são os objetivos do investidor e definir o
quanto será aplicado para atender a cada um deles.
Os objetivos de investimento podem ser listados em termos mais específicos, como, por
exemplo, "compra de uma casa", ou de uma forma mais subjetiva, como, por exemplo,
"formação de poupança para utilização futura". Porém, especificá-los melhor pode ajudar na
hora de escolher o investimento mais adequado, principalmente se a cada um estiver
associada uma estimativa de tempo e valor.

4.3.2 Horizonte de investimento

O horizonte de investimento também é um fator decisivo na hora de definir o investimento


mais apropriado, pois o tempo que o valor ficará aplicado poderá influenciar na rentabilidade
e até na tributação. Portanto, além de especificar seus objetivos, associando a cada um deles
o valor correspondente, é necessário estimar o tempo desejado para resgatar o investimento.

4.3.3 Risco versus retorno. Capacidade de assumir riscos e tolerância ao risco.

Quando falamos de investimentos, nunca podemos nos esquecer daquela regrinha, quanto
maior a rentabilidade esperada, maior o risco. Então, se o investidor quiser correr riscos
deverá fazê-lo de forma consciente e estar preparado para que eventuais perdas não
provoquem grandes danos. Por isso ele deve evitar aplicar a parte essencial do seu
patrimônio em investimentos de alto risco.
A capacidade de assumir riscos está associada a fatores extrínsecos como por exemplo,
situação financeira, horizonte de investimento. Já a tolerância ao risco está mais associada a
fatores emocionais, ou seja, qual a aversão ao risco de um investidor.

90
4.3.4 Diversificação: vantagens e limites de redução do risco incorrido

Diversificar os investimentos é uma das formas de reduzir o risco de uma carteira de


investimentos. Essa diversificação pode ser feita aplicando os recursos em segmentos
diferentes (Renda Fixa x Renda Variável) e/ou ativos de emissores diferentes.
Imagine a seguinte situação: Um investidor tem R$ 100.000,00 e quer aplicar tudo em ações.
Cenário 1: Ele aplica os R$ 100.000,00 em ações da companhia Gol.
Vamos imaginar que esse investidor seja tão azarado que assim que ele comprou essas ações
caiu um avião da empresa, o que provocou uma queda de 50% no valor das ações.
O que iria acontecer com o dinheiro desse investidor?
O investidor perderia 50% ou seja, R$ 50.000,00 do valor investido.
 R$ 100.000,00 – 50% = R$ 50.000,00.
Vantagens da diversificação
Observa agora o que iria acontecer se esse investidor tivesse diversificado seus
investimentos:
Cenário 2: Ele aplica os R$ 100.000,00 nas seguintes ações:
 R$ 20.000,00 em ações da Gol;
 R$ 20.000,00 em ações da Petrobras;
 R$ 20.000,00 em ações da Vale;
 R$ 20.000,00 em ações do Banco do Brasil;
 R$ 20.000,00 em ações da Cemig.
A queda do avião da Gol vai afetar apenas suas ações, pois trata-se de um problema
específico dessa empresa.
Neste caso, o que iria acontecer com o dinheiro desse investidor?
O investidor perderia apenas 10% ou seja, R$ 10.000,00 do valor investido.
 Ações da Gol R$ 20.000,00 – 50% = R$ 10.000,00
 Ações da Petrobras R$ 20.000,00
 Ações da Vale R$ 20.000,00
 Ações do Banco do Brasil R$ 20.000,00
 Ações da Cemig R$ 20.000,00
 Total da carteira = R$ 90.000,00
A diversificação nos mostra que:
“Não podemos colocar todos os ovos na mesma cesta, pois se ela cair você perderá todos os
ovos”.

91
4.3.4.1 Risco sistemático e não sistemático

 Risco sistemático
Risco sistemático é aquele que afeta todos os ativos do mercado e é decorrente de fatores
externos relacionados a mudanças de ordem político-econômicas nacionais ou internacionais.
Não é diversificável, ou seja, este tipo de risco não é específico de algum ramo ou segmento,
e não pode ser eliminado mesmo com uma boa diversificação.
Exemplo:
 Eleições Presidenciais;
 Crises políticas / financeiras;
 Atentados terroristas.
O atentado terrorista de 11 de setembro aconteceu lá nos EUA, mas derrubou as bolsas do
mundo inteiro. Isso acontece por que em momentos de incerteza os investidores preferem
resgatar seus recursos de investimentos mais arriscados e aplicar em investimentos mais
seguros.
É conhecido também conhecido como risco de mercado.
 Risco não sistemático
Risco não sistemático é aquele que afeta uma única empresa ou setor onde ela está inserida,
portanto trata-se de um risco específico e que pode ser reduzido com uma boa diversificação.
Exemplo:
O vazamento de petróleo em uma das plataformas da Petrobras irá fazer com que os preços
de suas ações caiam.
É diversificável, pois esse vazamento irá afetar apenas as ações da Petrobras.
Representação gráfica:

Esse gráfico nos mostra que a medida que aumentamos a quantidade de ativos em uma
carteira, conseguimos reduzir o risco não sistemático (específico).
Importante:

92
 Risco sistemático não é diversificável;
 Risco não sistemático, ou específico é diversificável.

4.3.5 Finanças Pessoais

4.3.5.1 Conceitos de orçamento pessoal e familiar (receitas e despesas), fluxo de


caixa e situação financeira

O orçamento pessoal e familiar é bastante necessário para lidar melhor com a vida financeira
dentro de casa. É um caminho para desenvolver e incorporar novos hábitos à rotina, mas,
além disso, é também uma forma de administrar o seu patrimônio.
Para começar é necessário anotar todas as receitas e despesas, separando as despesas fixas
das variáveis
Receitas: É tudo aquilo que entra como renda:
 Salário;
 Aposentadoria;
 Pensão;
 Recebimento de aluguel.
Despesas: É tudo aquilo que nós pagamos. Elas podem ser classificadas como fixas ou
variáveis.
Despesas fixas: São aquelas que acontecem mensalmente e sempre nos mesmo valores:
 Aluguel;
 Mensalidade da escola;
 Prestação do carro.
Despesas variáveis: São aquelas que oscilam a cada mês;
 Supermercado;
 Gasolina;
 Remédios.
Isso nos permitirá identificar qual a nossa situação financeira:
I. Se as receitas são maiores que as despesas, significa que mensalmente sobra dinheiro.
(Agente Superavitário)
II. Agora se as receitas são menores que as despesas, significa que mensalmente falta
dinheiro. (Agente Deficitário)

4.3.5.2 Patrimônio Líquido (ativos e passivos). Índice de endividamento.

 Patrimônio líquido
O Patrimônio é um conjunto de bens pertencentes a uma pessoa física ou jurídica.

93
Ativos: São todos os bens e direitos;
Passivos: São todos os deveres e obrigações;
Patrimônio líquido: É a diferença entre os ativos e os passivos, ou seja, Ativo – Passivo.
 Índice de endividamento
Este índice revela o grau de endividamento de uma pessoa ou empresa.
Ele é calculado dividindo-se o valor total de passivos pelo total de ativos e multiplicando por
100 para se obter um índice percentual.
𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍
Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 𝒅𝒆 𝒆𝒏𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 =
𝑨𝒕𝒊𝒗𝒐 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍
Quanto maior for o índice encontrado, pior será a situação do indivíduo, família ou empresa.

4.3.6 Grau de conhecimento do mercado financeiro – experiência em matéria de


investimento

Além de tudo que já foi abordado até agora, precisamos checar o grau de conhecimento que
o investidor tem sobre o mercado financeiro e qual a sua experiência em matéria de
investimento.
Caso o cliente não tenha os conhecimentos necessários é nosso papel orientá-lo
corretamente, informando sobre os riscos envolvidos em cada um dos investimentos.

94
Módulo 5
FUNDOS DE INVESTIMENTO
(PROPORÇÃO: DE 15% A 20%)

95
5. FUNDOS DE INVESTIMENTO (PROPORÇÃO: DE 20 A 30%)

5.1 Definições Legais

Um fundo de investimento é igual a um condomínio, destinado à aplicação em títulos e


valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos financeiros (ações e títulos)
disponíveis no mercado financeiro e de capitais.
Um condomínio pressupõe que todos os participantes desse condomínio – denominados
cotistas – têm os mesmos direitos e as mesmas obrigações iguais, ou seja, tratamento
equânime entre os cotistas.
Além disso:
 Podemos definir fundos como gestão de recursos de terceiros.
 Caracteriza-se por ser uma prestação de serviço em regime de melhores esforços. Isso
significa que o administrador e demais prestadores de serviços utilizarão de todos os
meios e métodos para alcançar os melhores resultados.
 Não significa, entretanto, uma promessa de rentabilidade ou ausência de riscos.
 O investimento não é garantido pelo administrador, gestor, FGC ou qualquer outro
mecanismo de proteção.

5.1.1 Fundos de Investimento (FI) e Fundos de Investimento em Cotas (FIC):


definições

Fundos de Investimento (FI)


Art. 3º O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de
condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros.
Fundos de Investimento em Cotas (FIC)
Art. 119. O fundo de investimento em cotas de fundos de investimento deve manter, no
mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) de seu patrimônio investido em cotas de fundos
de investimento de uma mesma classe, exceto os fundos de investimento em cotas
classificados como "Multimercado", que podem investir em cotas de fundos de classes
distintas.
§ 1º Os restantes 5% (cinco por cento) do patrimônio do fundo podem ser mantidos em
depósitos à vista ou aplicados em:
I. Títulos públicos federais;
II. Títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
III. Operações compromissadas;
IV. Cotas de fundos de índice que reflitam as variações e a rentabilidade de índices de
renda fixa; e

96
V. Cotas de fundos de investimento classificados como “Renda Fixa” que atendam ao
disposto nos arts. 111, 112 e 113, observado que, especificamente no caso do art.
112, desde que o respectivo indicador de desempenho (benchmark) escolhido seja a
variação das taxas de depósito interfinanceiro (“CDI”) ou SELIC.
§ 2º Os limites de concentração por emissor previstos no art. 102 não se aplicam às cotas
de fundos de investimento quando adquiridas por fundos de investimento em cotas de fundos
de investimento.
§ 3o Deve constar da denominação do fundo a expressão "Fundo de Investimento em Cotas
de Fundos de Investimento" acrescida da classe dos fundos investidos de acordo com
regulamentação específica.

5.1.2 Condomínio. Fundos Abertos e Fundos Fechados

Art. 4º O fundo pode ser constituído sob a forma de condomínio aberto, em que os cotistas
podem solicitar o resgate de suas cotas conforme estabelecido em seu regulamento, ou
fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo.
Fundos abertos:
 Admite aplicações e resgates a qualquer momento;
 Não tem vencimento;
 Tem come cotas.
Fundos fechados:
 Admite aplicações apenas durante um determinado prazo;
 Pode ou não ter vencimento;
 O resgate das cotas só pode ser feito no vencimento do fundo (se houver);
 Como não permite resgates a qualquer momento, o investidor poderá vender suas
cotas no mercado secundário;
 Não tem come cotas.

5.1.3 Constituição e registro na CVM

Art. 6º O fundo será constituído por deliberação de um administrador a quem incumbe


aprovar, no mesmo ato, o regulamento do fundo.
Art. 7º O funcionamento do fundo depende do prévio registro na CVM, o qual será procedido
por meio do envio, pelo administrador, dos documentos previstos no art. 8º, por meio do
Sistema de Envio de Documentos disponível na página da CVM na rede mundial de
computadores, e considerar-se-á automaticamente concedido na data constante do
respectivo protocolo de envio.
Art. 8º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos e informações:
I. Regulamento do fundo, elaborado de acordo com as disposições desta Instrução;

97
II. Declaração do administrador do fundo de que o regulamento do fundo está
plenamente aderente à legislação vigente;
III. Os dados relativos ao registro do regulamento em cartório de títulos e documentos;
IV. Declaração do administrador do fundo de que firmou os contratos mencionados no
art. 78, se for o caso, e de que estes se encontram à disposição da CVM;
V. Nome do auditor independente;
VI. Inscrição do fundo no CNPJ; e
VII. Lâmina de informações essenciais, elaborada de acordo com o Anexo 42 desta
Instrução, no caso de fundo aberto que não seja destinado exclusivamente a
investidores qualificados.

5.1.4 Comunicação com o cotista

As informações ou documentos para os quais está Instrução exija a “comunicação”, “acesso”,


“envio”, “divulgação” ou “disponibilização” devem ser encaminhadas por meio físico aos
cotistas.
As comunicações exigidas pelas disposições desta Instrução são consideradas efetuadas na
data de sua disponibilização.
Desde que expressamente previsto no regulamento do fundo, as informações ou documentos
de que trata o caput podem ser comunicados, enviados, divulgados ou disponibilizados aos
cotistas, ou por eles acessados, por meio de canais eletrônico ou por outros meios
expressamente previstos nesta Instrução, incluindo a rede mundial de computadores.
Admite-se, nas hipóteses em que está Instrução exija a “ciência”, “atesto”, “manifestação de
voto” ou “concordância” dos cotistas, que estes se deem por meio eletrônico.
Mas e se o cotista exigir o recebimento dos documentos físicos?
O fundo que se utilizar meio eletrônico pode prever, em seu regulamento, que o
administrador deve enviar correspondências por meio físico aos cotistas que fizerem tal
solicitação de forma expressa, ocasião em que seu regulamento deve especificar se os custos
com o seu envio serão suportados pelo fundo ou pelos cotistas que optarem por tal
recebimento.

5.1.5 Cota. Valor da cota e transferência de titularidade

 Cota:
Art. 11. As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu patrimônio, são escriturais,
nominativas, e conferem iguais direitos e obrigações aos cotistas.
 Valor da cota:

98
§ 1º O valor da cota do dia é resultante da divisão do valor do patrimônio líquido pelo número
de cotas do fundo, apurados, ambos, no encerramento do dia, assim entendido, para os
efeitos desta Instrução, como o horário de fechamento dos mercados em que o fundo atue.
 Transferência de titularidade:
Art. 13. A cota de fundo aberto não pode ser objeto de cessão ou transferência, exceto nos
casos de:
I. Decisão judicial ou arbitral;
II. Operações de cessão fiduciária;
III. Execução de garantia;
IV. Sucessão universal;
V. Dissolução de sociedade conjugal ou união estável por via judicial ou escritura pública
que disponha sobre a partilha de bens; e
VI. Transferência de administração ou portabilidade de planos de previdência.
Art. 14. As cotas de fundo fechado e seus direitos de subscrição podem ser transferidos,
mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou por
meio de negociação em mercado organizado em que as cotas do fundo sejam admitidas à
negociação.

5.1.6 Propriedade dos ativos de Fundos de Investimentos – excluindo fundos


imobiliários

A propriedade dos ativos que compõe a carteira de um fundo de investimento é dos cotistas
do fundo, exceto nos casos dos fundos imobiliários.

5.1.7 Segregação entre gestão de recursos próprios e de terceiros: Barreira de


Informação

É a separação da administração de recursos próprios e recursos de terceiros, e tem como


objetivo evitar o conflito de interesse.
Essa segregação foi estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional por meio das Resoluções
2.451 de 27/11/1997 e 2.486 de 30/04/1998 e, posteriormente também pela Instrução CVM
306/99.
A medida ficou conhecida pelo termo em inglês Chinese Wall, fazendo menção a antiga
muralha da China. Isso quer dizer que o dinheiro aplicado em fundos de investimento é
gerido de maneira completamente independente dos recursos da instituição administradora.

99
5.1.8 Assembleia Geral de Cotistas (competências e deliberações). Convocação.

A Assembleia Geral dos Cotistas é a instância máxima de decisão de um Fundo. Ela é a


reunião realizada entre os cotistas do Fundo, objetivando tomar decisões importantes, muitas
vezes estratégicas, relacionadas à administração ou gestão do fundo.
 Competência
Art. 66. Compete privativamente à assembleia geral de cotistas deliberar sobre:
I. As demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
II. A substituição do administrador, gestor ou custodiante do fundo;
III. A fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a liquidação do fundo;
IV. O aumento da taxa de administração, da taxa de performance ou das taxas máximas
de custódia;
V. A alteração da política de investimento do fundo;
VI. A emissão de novas cotas, no fundo fechado;
VII. A amortização e o resgate compulsório de cotas, caso não estejam previstos no
regulamento; e
VIII. A alteração do regulamento, ressalvado o disposto no art. 47.

 Convocação e Instalação
Art. 67. A convocação da assembleia geral deve ser encaminhada a cada cotista e
disponibilizada nas páginas do administrador e do distribuidor na rede mundial de
computadores.
§ 1º O fundo que não se utilizar da faculdade do art. 10, § 2º pode, desde que expressamente
previsto em seu regulamento, realizar a convocação de assembleia geral mediante a
publicação de edital de convocação em jornal de grande circulação utilizado habitualmente
pelo fundo.
§ 2º A convocação de assembleia geral deve enumerar, expressamente, na ordem do dia,
todas as matérias a serem deliberadas, não se admitindo que sob a rubrica de assuntos
gerais haja matérias que dependam de deliberação da assembleia.
§ 3º A convocação da assembleia geral deve ser feita com 10 (dez) dias de antecedência, no
mínimo, da data de sua realização.
§ 4º Da convocação devem constar, obrigatoriamente, dia, hora e local em que será realizada
a assembleia geral.
§ 5º O aviso de convocação deve indicar a página na rede mundial de computadores em que
o cotista pode acessar os documentos pertinentes à proposta a ser submetida à apreciação
da assembleia.
§ 6º A presença da totalidade dos cotistas supre a falta de convocação.

100
Art. 68. Anualmente, a assembleia geral deve deliberar sobre as demonstrações contábeis
do fundo, fazendo-o até 120 (cento e vinte) dias após o término do exercício social.
§ 1º A assembleia geral a que se refere o caput somente pode ser realizada no mínimo 15
(quinze) dias após estarem disponíveis aos cotistas as demonstrações contábeis auditadas
relativas ao exercício encerrado.
§ 2º A assembleia geral a que comparecerem todos os cotistas poderá dispensar a
observância do prazo estabelecido no parágrafo anterior, desde que o faça por unanimidade.
Art. 69. Além da assembleia prevista no artigo anterior, o administrador, o gestor, o
custodiante ou o cotista ou grupo de cotistas que detenha, no mínimo, 5% (cinco por cento)
do total de cotas emitidas, podem convocar a qualquer tempo assembleia geral de cotistas,
para deliberar sobre ordem do dia de interesse do fundo ou dos cotistas.
Parágrafo único. A convocação por iniciativa do gestor, do custodiante ou de cotistas deve
ser dirigida ao administrador, que deve, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado do
recebimento, realizar a convocação da assembleia geral às expensas dos requerentes, salvo
se a assembleia geral assim convocada deliberar em contrário.
Art. 70. A assembleia geral se instala com a presença de qualquer número de cotistas.
Deliberações
Art. 71. As deliberações da assembleia geral são tomadas por maioria de votos, cabendo a
cada cota 1 (um) voto.
§ 1º O regulamento pode dispor sobre a possibilidade de as deliberações da assembleia
serem adotadas mediante processo de consulta formal, sem necessidade de reunião dos
cotistas.
§ 2º Na hipótese a que se refere o § 1º, deve ser concedido aos cotistas o prazo mínimo de
10 (dez) dias para manifestação.
§ 3º O regulamento pode estabelecer quórum qualificado para as deliberações, inclusive as
relativas às matérias previstas no art. 66.
§ 4º Na hipótese de destituição do administrador de fundo aberto, o quórum qualificado a
que se refere o §3º não pode ultrapassar metade mais uma das cotas emitidas.
Art. 72. De acordo com os procedimentos definidos no regulamento, a assembleia geral
pode ser realizada por meio eletrônico, devendo estar resguardados os meios para garantir
a participação dos cotistas e a autenticidade e segurança na transmissão de informações,
particularmente os votos, que devem ser proferidos por meio de assinatura eletrônica
legalmente reconhecida.
Art. 73. Os cotistas podem votar por meio de comunicação escrita ou eletrônica, desde que
recebida pelo administrador antes do início da assembleia, observado o disposto no
regulamento.

101
Art. 74. As deliberações relativas às demonstrações contábeis do fundo que não contiverem
ressalvas podem ser consideradas automaticamente aprovadas caso a assembleia
correspondente não seja instalada em virtude do não comparecimento de quaisquer cotistas.
Art. 75. Somente podem votar na assembleia geral os cotistas do fundo inscritos no registro
de cotistas na data da convocação da assembleia, seus representantes legais ou procuradores
legalmente constituídos há menos de 1 (um) ano.
Art. 76. Não podem votar nas assembleias gerais do fundo:
I. Seu administrador e seu gestor;
II. Os sócios, diretores e funcionários do administrador ou do gestor;
III. Empresas ligadas ao administrador ou ao gestor, seus sócios, diretores, funcionários;
e
IV. Os prestadores de serviços do fundo, seus sócios, diretores e funcionários.
Parágrafo único. Não se aplica a vedação prevista neste artigo quando:
I. Os únicos cotistas forem, no momento de seu ingresso no fundo, as pessoas
mencionadas nos incisos I a IV; ou
II. Houver aquiescência expressa da maioria dos demais cotistas presentes à assembleia,
manifestada na própria assembleia, ou em instrumento de procuração que se refira
especificamente à assembleia em que se dará a permissão de voto.
Art. 77. O resumo das decisões da assembleia geral deve ser disponibilizado aos cotistas no
prazo de até 30 (trinta) dias após a data de realização da assembleia, podendo ser utilizado
para tal finalidade o extrato de conta de que trata o art. 56, inciso II.
Parágrafo único. Caso a assembleia geral seja realizada nos últimos 10 (dez) dias do mês, a
comunicação de que trata o caput pode ser efetuada no extrato de conta relativo ao mês
seguinte ao da realização da assembleia.

5.1.9 Direitos e obrigações dos condôminos

Ao adquirir cotas de um determinado fundo, o investidor está concordando com suas regras
de funcionamento e passa a ter os mesmos direitos e deveres dos demais cotistas,
independentemente da quantidade de cotas que possui. A leitura do regulamento é
fundamental para a tomada de uma decisão de investimento.
É obrigação do administrador, fornecer o regulamento e a lâmina de informações essenciais
do fundo a todos os cotistas, assim como relatórios periódicos sobre as suas atividades, além
de divulgar ampla e imediatamente qualquer informação que possa influenciar na decisão do
cotista em permanecer investindo.
É fundamental que o cotista mantenha seu cadastro atualizado junto ao administrador,
acompanhe todas as informações relativas ao fundo e participe das assembleias.
Direitos

102
 Ter acesso ao regulamento e lâmina do fundo antes de realizar a aplicação;
 Ter acesso ao valor da cota e do patrimônio líquido do fundo diariamente;
 Receber mensalmente o extrato do fundo;
 Receber anualmente as demonstrações financeiras do fundo;
 Participar das assembleias do fundo.
Obrigações
Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar, mediante formalização de termo de adesão
e ciência de risco, que:
I. Teve acesso ao inteiro teor:

a) Do regulamento;
b) Da lâmina, se houver; e
c) Do formulário de informações complementares;

II. Tem ciência:

a) Dos fatores de risco relativos ao fundo;


b) De que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que possam
ser incorridas pelo fundo;
c) De que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não implica, por
parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou de adequação
do regulamento do fundo à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do
fundo ou de seu administrador, gestor e demais prestadores de serviços;
d) Se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em
perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.

5.1.10 Divulgação de informações e de resultados

5.1.10.1 Informações periódicas

Art. 56. O administrador do fundo é responsável por:


I. Calcular e divulgar diariamente o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo
aberto;

II. Disponibilizar aos cotistas, mensalmente o extrato de conta contendo:

a) Nome do fundo e o número de seu registro no CNPJ;


b) Nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;
c) Nome do cotista;
d) Saldo e valor das cotas no início e no final do período e a movimentação ocorrida
ao longo do mês;

103
e) Rentabilidade do fundo auferida entre o último dia útil do mês anterior e o último
dia útil do mês de referência do extrato;
f) Data de emissão do extrato da conta; e
g) O telefone, o correio eletrônico e o endereço para correspondência do serviço
mencionado no inciso VII do art. 90.

III. Disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à composição da carteira,


no mínimo nos termos do art. 59 no tocante à periodicidade, prazo e teor das
informações, de forma equânime entre todos os cotistas;

IV. Disponibilizar aos cotistas dos fundos não destinados exclusivamente a investidores
qualificados a demonstração de desempenho do fundo até o último dia útil de fevereiro
de cada ano; e

V. Divulgar, em lugar de destaque na sua página na rede mundial de computadores e


sem proteção de senha, a demonstração de desempenho do fundo relativo:

a) Aos 12 (doze) meses findos em 31 de dezembro, até o último dia útil de fevereiro
de cada ano;
b) Aos 12 (doze) meses findos em 30 de junho, até o último dia útil de agosto de
cada ano.

5.1.10.2 Atos ou Fatos Relevantes

Art. 60. O administrador é obrigado a divulgar imediatamente a todos os cotistas na forma


prevista no regulamento do fundo e por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível
na página da CVM, e para a entidade administradora de mercado organizado onde as cotas
estejam admitidas à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao
funcionamento do fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua carteira.
§ 1º Considera-se relevante qualquer ato ou fato que possa influir de modo ponderável no
valor das cotas ou na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas.
§ 2º Qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do fundo ou
aos ativos financeiros integrantes de sua carteira deve ser:
I. Divulgado por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da CVM;
e
II. Mantido nas páginas na rede mundial de computadores do administrador e do
distribuidor do respectivo fundo.

5.1.11 Administração

Art. 78. A administração do fundo compreende o conjunto de serviços relacionados direta


ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção do fundo, que podem ser prestados

104
pelo próprio administrador ou por terceiros por ele contratados, por escrito, em nome do
fundo.
§ 1º Podem ser administradores de fundo de investimento as pessoas jurídicas autorizadas
pela CVM para o exercício profissional de administração de carteiras de valores mobiliários,
nos termos do art. 23 da Lei n. º 6.385, de 7 de dezembro de 1976 e instrução específica.
§ 2º O administrador pode contratar, em nome do fundo, com terceiros devidamente
habilitados e autorizados, os seguintes serviços para o fundo, com a exclusão de quaisquer
outros não listados:
I. Gestão da carteira do fundo;
II. Consultoria de investimentos, inclusive aquela de que trata o art. 84;
III. Atividades de tesouraria, de controle e processamento dos ativos financeiros;
IV. Distribuição de cotas;
V. Escrituração da emissão e resgate de cotas;
VI. Custódia de ativos financeiros;
VII. Classificação de risco por agência de classificação de risco de crédito; e
VIII. Formador de mercado.

5.1.11.1 Vedações e obrigações do Administrador e do Gestor

 Vedações ao Administrador e ao Gestor


Art. 89. É vedado ao administrador e ao gestor, no que aplicável, praticar os seguintes atos
em nome do fundo:
I. Receber depósito em conta corrente;
II. Contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM;
III. Prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma, ressalvada a
hipótese prevista no art. 125, inciso V;
IV. Vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas subscritas;
V. Prometer rendimento predeterminado aos cotistas;
VI. Realizar operações com ações fora de mercado organizado, ressalvadas as hipóteses
de distribuições públicas, de exercício de direito de preferência e de conversão de
debêntures em ações, exercício de bônus de subscrição, negociação de ações
vinculadas a acordo de acionistas e nos casos em que a CVM tenha concedido prévia
e expressa autorização;
VII. Utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de
cotistas; e
VIII. Praticar qualquer ato de liberalidade.
Parágrafo único. Os fundos de investimento podem utilizar seus ativos para prestação de
garantias de operações próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em
empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por
meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.
Obrigações do Administrador e do Gestor

105
Art. 90. Incluem-se entre as obrigações do administrador, além das demais previstas nesta
Instrução:
I. Diligenciar para que sejam mantidos, às suas expensas, atualizados e em perfeita
ordem:

a) O registro de cotistas;
b) O livro de atas das assembleias gerais;
c) O livro ou lista de presença de cotistas;
d) Os pareceres do auditor independente;
e) Os registros contábeis referentes às operações e ao patrimônio do fundo; e
f) A documentação relativa às operações do fundo.

II. Solicitar, se for o caso, a admissão à negociação das cotas de fundo fechado em
mercado organizado;

III. Pagar a multa cominatória, nos termos da legislação vigente, por cada dia de atraso
no cumprimento dos prazos previstos nesta Instrução;

IV. Elaborar e divulgar as informações previstas no Capítulo VI desta Instrução;

V. Manter atualizada junto à CVM a lista de prestadores de serviços contratados pelo


fundo, bem como as demais informações cadastrais;

VI. Custear as despesas com elaboração e distribuição do material de divulgação do


fundo, inclusive da lâmina, se houver;

VII. Manter serviço de atendimento ao cotista, responsável pelo esclarecimento de dúvidas


e pelo recebimento de reclamações, conforme definido no regulamento do fundo;

VIII. Observar as disposições constantes do regulamento;

IX. Cumprir as deliberações da assembleia geral; e

X. Fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados pelo fundo.


Parágrafo único. O serviço de atendimento ao cotista deve ser subordinado diretamente ao
diretor responsável perante a CVM pela administração do fundo ou a outro diretor
especialmente indicado à CVM para essa função, ou ainda, conforme o caso, a um diretor
indicado pela instituição responsável pela distribuição ou gestão do fundo, contratada pelo
fundo.
Art. 91. O administrador e o gestor devem, conjuntamente, adotar as políticas,
procedimentos e controles internos necessários para que a liquidez da carteira do fundo seja
compatível com:

106
I. Os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate; e
II. O cumprimento das obrigações do fundo.
§ 1º As políticas, procedimentos e controles internos de que trata o caput devem levar em
conta, no mínimo:
I. A liquidez dos diferentes ativos financeiros do fundo;
II. As obrigações do fundo, incluindo depósitos de margem esperados e outras garantias;
III. Os valores de resgate esperados em condições ordinárias, calculados com critérios
estatísticos consistentes e verificáveis; e
IV. O grau de dispersão da propriedade das cotas.
§ 2º O administrador deve submeter a carteira do fundo a testes de estresse periódicos com
cenários que levem em consideração, no mínimo, as movimentações do passivo, a liquidez
dos ativos, as obrigações e a cotização do fundo.
§ 3º A periodicidade de que trata o § 2º deste artigo deve ser adequada às características
do fundo, às variações históricas dos cenários eleitos para o teste, e às condições de mercado
vigentes.
§ 4º Os critérios utilizados na elaboração das políticas, procedimentos e controles internos
de liquidez, inclusive em cenários de estresse, devem ser consistentes e passíveis de
verificação.
§ 5º Caso o fundo invista em cotas de outros fundos de investimento, o administrador e o
gestor, devem, em conjunto e diligentemente avaliar a liquidez do fundo investido,
considerando, no mínimo:
I. O volume investido;
II. As regras de pagamento de resgate do fundo investido; e
III. Os sistemas e ferramentas de gestão de liquidez utilizados pelo administrador e gestor
do fundo investido.
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos fundos fechados.

5.1.11.2 Normas de Conduta

Art. 92. O administrador e o gestor, nas suas respectivas esferas de atuação, estão obrigados
a adotar as seguintes normas de conduta:
I. Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo,
empregando o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma
dispensar à administração de seus próprios negócios, atuando com lealdade em
relação aos interesses dos cotistas e do fundo, evitando práticas que possam ferir a
relação fiduciária com eles mantida, e respondendo por quaisquer infrações ou
irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração ou gestão;

107
II. Exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do
patrimônio e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o formulário de
informações complementares sobre a política relativa ao exercício de direito de voto
do fundo; e

III. Empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas circunstâncias,
praticando todos os atos necessários para assegurá-los, e adotando as medidas
judiciais cabíveis.
§1º Sem prejuízo da remuneração que é devida ao administrador e ao gestor na qualidade
de prestadores de serviços do fundo, o administrador e o gestor devem transferir ao fundo
qualquer benefício ou vantagem que possam alcançar em decorrência de sua condição.
§ 2º É vedado ao administrador, ao gestor e ao consultor o recebimento de qualquer
remuneração, benefício ou vantagem, direta ou indiretamente por meio de partes
relacionadas, que potencialmente prejudique a independência na tomada de decisão de
investimento pelo fundo.
§ 3º A vedação de que trata o § 2º não incide sobre investimentos realizados por:
I. Fundo de investimento em cotas de fundo de investimento que invista mais de 95%
(noventa e cinco por cento) de seu patrimônio em um único fundo de investimento;
ou

II. Fundos de investimento exclusivamente destinados a investidores profissionais, desde


que a totalidade dos cotistas assine termo de ciência, nos termos do Anexo 92.

5.2 Dinâmica de Aplicação e Resgate

5.2.1 Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos gestores. Cota do
dia (D+0) e cota do dia seguinte ao da data de aplicação (D+1)

Ao aplicar recursos no fundo de investimento, o investidor estará adquirindo cotas.


Na emissão das cotas do fundo deve ser utilizado o valor da cota do dia (D+0) ou do dia
seguinte (D+1) ao da data da aplicação, segundo o disposto no regulamento.
Cota de Abertura ou Cota do dia (D+0): significa que o valor da cota do dia é calculado a
partir do patrimônio líquido do dia anterior, devidamente atualizado por um dia.
Cota de fechamento ou Cota do dia seguinte (D+1): significa que o valor da cota é calculado
somente no encerramento do dia e divulgado no dia útil seguinte.
Sempre que alguém aplica dinheiro no fundo, o gestor deverá utilizar esse dinheiro para
comprar ativos financeiros.

5.2.2 Resgate de recursos e venda de ativos por parte dos gestores

108
Sempre que alguém resgata dinheiro no fundo, o gesto deverá vender alguns ativos
financeiros para devolver o dinheiro ao investidor.

5.2.3 Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na aplicação e no


resgate)

 Prazo de cotização - Aplicação


O prazo de cotização nas aplicações refere-se ao tempo em que o dinheiro do investidor será
convertido em cotas.
Quando um investidor aplica seus recursos num fundo de investimento, ele está adquirindo
cotas. Essa conversão do dinheiro em cotas numa aplicação em fundos de investimentos
pode ocorrer em:
 D+0, ou seja, no mesmo dia; ou
 D+1, no dia seguinte.

 Prazo de cotização - Resgate


O prazo de cotização nos resgates refere-se ao tempo em que as cotas será convertida em
dinheiro.
Quando um investidor solicita o resgate do seu fundo de investimento, ele estará resgatando
suas cotas. Essa conversão das cotas em dinheiro é realizada de acordo com o prazo previsto
no regulamento.

5.2.4 Prazo de liquidação financeira (pagamento do resgate): conceito e limite

Prazo de liquidação refere-se ao prazo em que o Administrador deverá efetuar o pagamento


ao investidor.
Após a conversão das cotas em dinheiro, o pagamento do resgate deve ser efetuado em
cheque, crédito em conta corrente ou ordem de pagamento, no prazo estabelecido no
regulamento, que não pode ser superior a 5 (cinco) dias úteis, contado da data da conversão
de cotas.

5.2.5 Prazo de carência para resgate

Prazo de carência (para resgate): é o prazo estipulado no regulamento durante o qual o


cotista terá restrições para solicitar o resgate.
Caso o cotista solicite o resgate das cotas durante o prazo de carência não receberá os
rendimentos adquiridos até o momento. Isso acorre porque a alíquota de IOF é de 0,5% ao
dia sobre o valor de resgate limitado a 100% dos rendimentos.

109
Obs: Fundos de investimentos com prazo de carência de até 90 (noventa) dias, a incidência
do imposto de renda na fonte (come cotas) ocorrerá na data em que se completar cada
período de carência.

5.2.6 Fechamento dos fundos para resgates e aplicações

 Resgates
No caso de fechamento dos mercados e/ou em casos excepcionais de iliquidez dos ativos
financeiros componentes da carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedidos de
resgates incompatíveis com a liquidez existente, ou que possam implicar alteração do
tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo destes últimos, o
administrador pode declarar o fechamento do fundo para a realização de resgates.
Caso o administrador declare o fechamento do fundo para a realização de resgates nos
termos do caput, deve proceder à imediata divulgação de fato relevante, tanto por ocasião
do fechamento, quanto da reabertura do fundo.
Caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 (cinco) dias consecutivos, o
administrador deve obrigatoriamente, além da divulgação de fato relevante por ocasião do
fechamento, deve convocar no prazo máximo de 1 (um) dia, para realização em até 15
(quinze), assembleia geral extraordinária para deliberar sobre as seguintes possibilidades:
I. Substituição do administrador, do gestor ou de ambos;
II. Reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate;
III. Possibilidade do pagamento de resgate em ativos financeiros;
IV. Cisão do fundo; e
V. Liquidação do fundo.
O fundo deve permanecer fechado para aplicações enquanto perdurar o período de
suspensão de resgates.
O fechamento do fundo para resgate deve, em qualquer caso, ser imediatamente comunicado
à CVM.
 Aplicações
É facultado ao administrador suspender, a qualquer momento, novas aplicações no fundo
aberto, desde que tal suspensão se aplique indistintamente a novos investidores e cotistas
atuais, exceto no caso de fundos destinados exclusivamente a investidores profissionais, o
administrador está autorizado a suspender novas aplicações apenas para novos investidores.
A suspensão do recebimento de novas aplicações em um dia não impede a reabertura
posterior do fundo para aplicações.
O administrador deve comunicar imediatamente aos distribuidores sobre a eventual
existência de fundos que não estejam admitindo captação.

5.3 Diferenciais do Produto para o Investidor

110
São três as características principais de um fundo de investimento:
 Acessibilidade;
 Diversificação; e
 Liquidez.

5.3.1 Acessibilidade ao mercado financeiro

Ao aplicar em fundos de investimentos, o investidor tem acesso a mercados que seriam


inviáveis no caso de investimentos realizados de forma individual, além disso, a administração
dos recursos e a escolha dos ativos é realizada por um gestor especializado. Como os gestores
tendem a comprar ativos em volumes mais expressivos, ou seja, em grandes quantidades de
papéis, aumenta o seu poder de negociação. Outra vantagem é que nos fundos de
investimento os custos são divididos entre todos participantes.

5.3.2 Diversificação

5.3.2.1 Riscos dos ativos individuais versus riscos da carteira

Ao aplicar num fundo de investimento, o investidor estará diversificando, pois, a carteira de


um fundo é composta por vários ativos de renda fixa e/ou de renda variável.

5.3.2.2 Limites de alocação por emissor e por tipo de ativo. Riscos para o
investidor

 Limites por emissor


Art. 102. O fundo observará os seguintes limites de concentração por emissor, sem prejuízo
das normas aplicáveis à sua classe (art. 108):
I. Até 20% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for instituição financeira
autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
II. Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta;
III. Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for fundo de investimento;
IV. Até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for pessoa natural ou pessoa
jurídica de direito privado que não seja companhia aberta ou instituição financeira
autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; e
V. Não haverá limites quando o emissor for a União Federal, ou seja, poderá investir
100% em títulos públicos federais.
Um fundo de investimento administrado por um Banco pode comprar ativos de
sua própria emissão?
§ 2º O fundo não pode deter mais de 20% de seu patrimônio líquido em títulos ou valores
mobiliários de emissão do administrador, do gestor ou de empresas a eles ligadas,
observando- se, ainda, cumulativamente, que:

111
É vedada a aquisição de ações de emissão do administrador, exceto no caso do fundo cuja
política de investimento consista em buscar reproduzir índice de mercado do qual as ações
do administrador ou de companhias a ele ligadas façam parte, caso em que tais ações podem
ser adquiridas na mesma proporção de sua participação no respectivo índice;
Em outras palavras, um Fundo administrado pelo Banco X não pode comprar ações do próprio
banco, exceto se o objetivo do fundo for replicar um determinado índice e a ação do banco
fizer parte desse índice.
Exemplo:
O objetivo do fundo é replicar o índice Ibovespa. A ação do Banco X tem um peso de 2% no
índice Ibovespa. Neste caso, o fundo administrado pelo Banco X poderá comprar até 2% de
ações emitidas pelo Banco X.
Essa vedação não é aplicável nos casos em que a política de investimento do fundo for
investir, no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) de seu patrimônio líquido em ações ou
certificados de depósito de ações do próprio administrador ou gestor do fundo, mas nesse
caso o administrador deve adotar medidas que garantam o correto entendimento pelos
investidores acerca do risco de concentração.
 Limites por modalidade de ativo financeiro
Art. 103. Além dos limites por emissor, o fundo deve respeitar os seguintes limites de
concentração por modalidades de ativo financeiro.
I. Até 20% do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos seguintes ativos:

 FI – Cotas de Fundos de Investimento;


 FIC-FI – Cotas Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento;
 FI – Cotas Fundos de Investimento destinado a investidores qualificados
 FIC-FI – Cotas Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento
destinado a investidores qualificados
 FII – Cotas de Fundos de Investimento Imobiliário
 FIDC - Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
 FIC-FIDC - Cotas de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento
em Direitos Creditórios
 ETF - cotas de Fundos de Índice
 CRI - Certificados de Recebíveis Imobiliários

II. O fundo pode investir até 5% (cinco por cento) do patrimônio líquido nos seguintes
ativos:

 FIDC-NP - Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados


 FIC-FIDC-NP - Cotas de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento
em Direitos Creditórios Não Padronizados
 FI – Cotas Fundos de Investimento destinado a investidores profissionais

112
 FIC-FI – Cotas Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento
destinado a investidores profissionais

III. Não há limite de concentração por modalidade de ativo financeiro para o investimento
em:

 Títulos públicos federais e operações compromissadas lastreadas nestes títulos;


 Ouro, desde que adquirido ou alienado em negociações realizadas em mercado
organizado;
 Títulos de emissão ou coobrigação de instituição financeira autorizada a funcionar pelo
Banco Central do Brasil; (Exemplo: CDB, LCI, LCA e etc.)
 Valores mobiliários diferentes dos citados anteriormente (FI, FIC, FIDC, FIC-FIDC,
ETF, CRI), desde que objeto de oferta pública registrada na CVM;
 Notas promissórias, debêntures e ações, desde que tenham sido emitidas por
companhias abertas e objeto de oferta pública; e
 Contratos derivativos, exceto se referenciados nos ativos listados anteriormente (FI,
FIC, FIDC, FIC-FIDC, ETF, CRI)

5.3.3 Liquidez

A maioria dos fundos oferece liquidez diária, possibilitando saques a qualquer momento. Os
resgates dos fundos podem ser feitos em qualquer data, sem perda de rendimentos,
deduzidos apenas o IOF e IR, quando devidos.

5.4 Política de Investimento

A política de investimento descreve como os objetivos do fundo serão alcançados. Ela detalha
o mercado (Renda Fixa ou Renda Variável) em que o fundo irá atuar, os papéis (Títulos
Públicos ou Privados), limites, percentuais e os riscos nos quais o fundo será exposto.
Na definição da política de investimento devem ser prestadas informações sobre:
I. O percentual máximo de aplicação em ativos financeiros de emissão do administrador,
gestor ou de empresa a eles ligada;

II. O percentual máximo de aplicação em cotas de fundos de investimento administrados


pelo administrador, gestor ou por empresa a eles ligada;

III. O percentual máximo de aplicação em ativos financeiros de um mesmo emissor; e

IV. A possibilidade, se for o caso, de o fundo realizar operações em valor superior ao seu
patrimônio, com a indicação de seus níveis de alavancagem.

5.4.1 Objetivo

113
O objetivo do fundo define a meta a ser alcançada pelo gestor e determina o risco do fundo.
Um fundo pode ser de gestão passiva ou ativa.
 Fundo de gestão Passiva tem como objetivo “Acompanhar” seu benchmark.
 Fundo de gestão Ativa tem como objetivo “Superar” seu benchmark.

5.4.2 Fundos com gestão ativa e passiva: definição

 Gestão ativa
Fundos com gestão ativa é aquele que tem como objetivo “Superar o benchmark”.
 Gestão passiva
Fundos com gestão passiva é aquele que tem como objetivo “Acompanhar” ou “Replicar” o
benchmark, ou seja, quer obter a mesma rentabilidade que ele.
É conhecido também como fundo Indexado.

5.4.3 Dificuldades de replicação dos índices de referência (benchmarks) e suas


principais causas: custos, impostos, dinâmica de cálculo da rentabilidade do fundo
e regras de contabilização a mercado

A principal estratégia para manter a aderência ao benchmark, ou seja, aderência ao índice


de referência é ter na composição da sua carteira papéis atrelados a esse mesmo índice,
mesmo que para isso o gestor utilize instrumentos de derivativos ou papéis com correlação
positiva ao índice de referência.
Os fundos não conseguem replicar fielmente o seu benchmark em função dos:
 Custos (Taxas de administração / performance);
 Impostos (IOF / IR);
 Marcação a Mercado.

5.4.4 Instrumentos de divulgação das políticas de investimento e rentabilidade:


regulamento, lâmina de informações essenciais, demonstração de desempenho,
formulário de informações complementares e termo de adesão. Diferença no uso
dos documentos e acesso ao público investidor.

Art. 40. A divulgação de informações sobre o fundo deve ser abrangente, equitativa e
simultânea para todos os cotistas, inclusive, mas não limitadamente, por meio da
disponibilização dos seguintes materiais relacionados a cada fundo nos canais eletrônicos e
nas páginas na rede mundial de computadores do administrador, do distribuidor, enquanto
a distribuição estiver em curso, e da entidade administradora do mercado organizado onde
as cotas sejam admitidas à negociação:
I. Regulamento atualizado;

114
II. Lâmina de informações essenciais atualizada, se houver;
III. Demonstração de desempenho, nos termos do Anexo 56; e
IV. Formulário de informações complementares.

 Regulamento
Art. 44. O fundo é regido pelo regulamento, que deve, obrigatoriamente, dispor sobre:
I. A qualificação do administrador do fundo, com informação sobre o seu registro perante
a CVM;
II. Quando for o caso, referência à qualificação do gestor da carteira do fundo, com
informação sobre o seu registro perante a CVM;
III. Qualificação do custodiante, com informação sobre o seu registro perante a CVM;
IV. Espécie do fundo, se aberto ou fechado;
V. Prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
VI. Política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo, em conformidade
com o disposto no art. 108;
VII. Taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do patrimônio líquido
(base 252 dias);
VIII. Taxa de performance, de ingresso e de saída, observado o disposto nos arts. 86 e
seguintes;
IX. Taxa máxima de custódia, expressa em percentual anual do patrimônio líquido do
fundo;
X. Demais despesas do fundo, em conformidade com o disposto no art. 132;
XI. Condições para a aplicação e o resgate de cotas, inclusive quanto ao disposto no art.
16, § 1º;
XII. Condições para recebimento de aplicações e pedidos de resgates nos feriados
estaduais e municipais;
XIII. Distribuição de resultados compreendendo os prazos e condições de pagamento;
XIV. Público alvo;
XV. Intervalo para a atualização do valor da cota, quando for o caso;
XVI. Exercício social do fundo;
XVII. Identificação dos fatores de risco do fundo; e
XVIII. A forma de comunicação que será utilizada pelo administrador, em conformidade com
o disposto no art. 10.
Art. 45. As alterações do regulamento dependem da prévia aprovação da assembleia geral
de cotistas, sendo eficazes a partir da data deliberada pela assembleia.
Parágrafo único. Salvo se aprovadas pela unanimidade dos cotistas do fundo, as alterações
de regulamento são eficazes no mínimo a partir de 30 (trinta) dias ou do prazo para
pagamento de resgate estabelecido no regulamento do fundo, o que for maior, após a
comunicação aos cotistas de que trata o art. 77, nos seguintes casos:
I. Aumento ou alteração do cálculo das taxas de administração, de performance, de
ingresso ou de saída e da taxa máxima de custódia;
II. Alteração da política de investimento;

115
III. Mudança nas condições de resgate; ou
IV. Incorporação, cisão, fusão ou transformação que envolva fundo sob a forma de
condomínio fechado ou que acarrete alteração, para os cotistas envolvidos, das
condições elencadas nos incisos anteriores.
Art. 46. O administrador deve encaminhar, por meio do Sistema de Envio de Documentos
disponível na página da CVM na rede mundial de computadores, na data do início da vigência
das alterações deliberadas em assembleia, os seguintes documentos:
I. Exemplar do regulamento, consolidando as alterações efetuadas;
II. Declaração do administrador do fundo de que o regulamento do fundo está
plenamente aderente à legislação vigente; e
III. Lâmina atualizada, se houver.
Art. 47. O regulamento pode ser alterado, independentemente da assembleia geral, sempre
que tal alteração:
I. Decorrer exclusivamente da necessidade de atendimento a exigências expressas da
CVM ou de adequação a normas legais ou regulamentares;
II. For necessária em virtude da atualização dos dados cadastrais do administrador ou
dos prestadores de serviços do fundo, tais como alteração na razão social, endereço,
página na rede mundial de computadores e telefone; e
III. Envolver redução da taxa de administração ou da taxa de performance.
§ 1º As alterações referidas nos incisos I e II devem ser comunicadas aos cotistas, no prazo
de até 30 (trinta) dias contado da data em que tiverem sido implementadas.
§ 2º A alteração referida no inciso III deve ser imediatamente comunicada aos cotistas.
Art. 48. O administrador tem o prazo de até 30 (trinta) dias, salvo determinação em
contrário, para proceder às alterações determinadas pela CVM, contado do recebimento da
correspondência que formular as referidas exigências.
 Lâmina de Informações Essenciais
Art. 42. O administrador de fundo aberto que não seja destinado exclusivamente a
investidores qualificados deve elaborar uma lâmina de informações essenciais na forma do
Anexo 42 a esta Instrução.
§ 1º É facultado ao administrador de fundo formatar a lâmina livremente desde que:
I. A ordem das informações seja mantida;
II. O conteúdo do Anexo 42 não seja modificado;
III. Os logotipos e formatação não dificultem o entendimento das informações; e
IV. Quaisquer informações adicionais:

a) Sejam acrescentadas ao final do documento;


b) Não dificultem o entendimento das informações contidas na lâmina; e
c) Sejam consistentes com o conteúdo da própria lâmina e do regulamento.

116
§ 2º É vedado ao administrador e aos demais prestadores de serviços do fundo de que trata
o caput atribuir a denominação “lâmina” a qualquer outro material de divulgação que não
atenda ao disposto neste artigo.
Art. 43. O administrador e o distribuidor devem assegurar que potenciais investidores
tenham acesso à lâmina antes de seu ingresso no fundo.
 Demonstração de desempenho
O demonstrativo de desempenho é um relatório emitido mensalmente pelo administrador do
fundo. Este relatório indica o histórico de rentabilidade, as despesas do fundo e eventuais
esclarecimentos aos cotistas.
É um documento que contém:
1 – Denominação completa do fundo conforme o cadastro na CVM;
2 – Rentabilidade:
2.1 – Mensal: a rentabilidade do fundo nos últimos 12 meses;
2.2 – Últimos cinco Anos;
3 – Despesas do Fundo;
4 – Exemplo comparativo;
5 – Simulação de despesas;
6 - Esclarecimentos
 Formulário de Informações Complementares
Art. 41. O formulário de informações complementares deve abranger pelo menos o seguinte:
I. Periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo, sem
prejuízo do prazo previsto no art. 59, inciso II;
II. Local, meio e forma de divulgação das informações;
III. Local, meio e forma de solicitação de informações pelo cotista;
IV. Exposição, em ordem de relevância, dos fatores de riscos inerentes à composição da
carteira do fundo;
V. Descrição da política relativa ao exercício de direito do voto decorrente dos ativos
financeiros detidos pelo fundo;
VI. Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas, contemplando a política
a ser adotada pelo administrador quanto ao tratamento tributário perseguido;
VII. Descrição da política de administração de risco, em especial dos métodos utilizados
pelo administrador para gerenciar os riscos a que o fundo se encontra sujeito, inclusive
risco de liquidez;
VIII. Quando houver, identificação da agência de classificação de risco de crédito
contratada pelo fundo, bem como a classificação obtida e advertência de que a
manutenção desse serviço não é obrigatória, podendo ser descontinuado a critério do
administrador do fundo ou da assembleia geral de cotistas;
117
IX. Apresentação detalhada do administrador e do gestor, inclusive informações sobre o
departamento técnico e demais recursos e serviços utilizados pelo gestor para gerir a
carteira do fundo;
X. Relação dos demais prestadores de serviços do fundo;
XI. Política de distribuição de cotas; e
XII. Quaisquer outras informações que o administrador entenda relevantes.
§ 1º O fundo que mencionar ou sugerir, em seu regulamento, lâmina, se houver, ou em
qualquer outro material de divulgação, que tentará obter o tratamento fiscal previsto para
fundos de longo prazo, mas sem assumir o compromisso de atingir esse objetivo, ou que irá
fazê-lo apenas quando considerar conveniente para o fundo, deve incluir, dentre os fatores
de risco de que trata o inciso IV, o risco de não obtenção do tratamento tributário perseguido
e as consequências da perda do tratamento tributário perseguido, explicitando as alíquotas
incorridas pelos cotistas em tais casos.
§ 2º O fundo que realizar a cobrança de taxa de performance nos termos do art. 87, inciso
III (método do ajuste) deve, na descrição da tributação aplicável referida no inciso VI,
esclarecer a eventual incidência de tributos sobre os ajustes individuais.
§ 3º A política de distribuição de cotas referida no inciso XI, deve abranger pelo menos o
seguinte:
I. Descrição da forma de remuneração dos distribuidores;
II. Informação se o principal distribuidor oferta, para o público alvo do fundo,
preponderantemente fundos geridos por um único gestor, ou por gestoras ligadas a
um mesmo grupo econômico; e
III. Qualquer informação que indique a existência de efetivo ou potencial conflito de
interesses no esforço de venda, bem como, de forma objetiva, explicitar a natureza e
eventuais medidas de mitigação de tal conflito.

 Termo de adesão
É o documento que todo cotista deve assinar antes de realizar a 1º aplicação no fundo
atestando, por meio de termo próprio, que recebeu os documentos do fundo e que tomou
ciência dos riscos envolvidos e da política de investimentos.
Art. 25. Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar, mediante formalização de termo
de adesão e ciência de risco, que:
I. Teve acesso ao inteiro teor:

a) Do regulamento;
b) Da lâmina, se houver; e
c) Do formulário de informações complementares;

II. Tem ciência:

a) Dos fatores de risco relativos ao fundo;

118
b) De que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que possam
ser incorridas pelo fundo;
c) De que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não implica, por
parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou de adequação
do regulamento do fundo à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do
fundo ou de seu administrador, gestor e demais prestadores de serviços;
d) Se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em
perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.
§ 1º O termo de adesão deve ter no máximo 5.000 (cinco mil) caracteres e conter as
seguintes informações:
I. Identificação dos 5 (cinco) principais fatores de risco inerentes à composição da
carteira do fundo; e
II. Aviso de que informações mais detalhadas podem ser obtidas no formulário de
informações complementares.
§ 2º O administrador e o distribuidor devem disponibilizar aos cotistas versões vigentes do
regulamento e atualizada da lâmina de informações essenciais, se houver.
§ 3º Caso o cotista efetue um resgate total do fundo e volte a investir no mesmo fundo em
intervalo de tempo durante o qual não ocorra alteração do respectivo regulamento, é
dispensada a formalização de novo termo contendo as declarações referidas no caput deste
artigo pelo cotista, sendo considerado válido o termo anteriormente formalizado pelo cotista
em seu último ingresso.
O único fundo que não é necessário assinar o termo de adesão antes da 1º aplicação é o
“Simples”.

5.5 Carteira de Investimentos

5.5.1 Principais mercados (juros pré-fixados e pós-fixados, câmbio, inflação,


ações; seus derivativos)

Um fundo pode ser composto por ativos de renda fixa, renda variável atrelados à:
Taxa de juros pré-fixados
 Indicado para cenários de queda na taxa de juros.
Taxa de juros pós-fixados
 Acompanha a taxa de juros de mercado.
Taxa de câmbio
 Acompanha a variação de preço da moeda estrangeira
Inflação

119
 Preserva o poder de compra no longo prazo por acompanhar a inflação.
Ações
 Acompanha o desempenho de uma empresa ou setor
Derivativos
 São contratos realizado entre duas partes que deverá ser honrado numa data futura.
Tipos de derivativos:
 Termo
 Futuro
 Opções
 Swap
Em fundos de investimentos os derivativos podem ser usados para “Hedge” que significa
proteção da carteira ou para “Alavancagem”.

5.5.1.1 Marcação a Mercado. Conceito, finalidade e relevância para investidor

Art. 18 - As instituições participantes devem adotar a Marcação a Mercado (“MaM”) no


registro dos ativos financeiros, conforme definidos pela regulamentação da CVM em vigor,
componentes das carteiras dos fundos de investimento que administrem.
§ 1º. A MaM consiste em registrar todos os ativos, para efeito de valorização e cálculo de
cotas dos fundos de investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado em casos
de ativos líquidos ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa adequada de
preço que o ativo teria em uma eventual negociação feita no mercado.
§ 2º. A MaM tem como principal objetivo evitar a transferência de riqueza entre os cotistas
dos fundos de investimento, além de dar maior transparência aos riscos embutidos nas
posições, uma vez que as oscilações de mercado dos preços dos ativos, ou dos fatores
determinantes destes, estarão refletidas nas cotas, melhorando assim a comparabilidade
entre suas performances.
Art. 19 - Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem
ser observadas pelas instituições participantes no que se refere à MaM para cada tipo de
fundo disciplinado por este Código.

5.5.2 Alavancagem: conceito, vantagens e desvantagens. Risco para o investidor

 Alavancagem
É uma estratégia utilizada pelos gestores, onde eles utilizam os derivativos para aumentar a
exposição financeira acima do PL (patrimônio líquido) do fundo.
Vantagens da alavancagem: Possibilidade de ganhos elevados.
Riscos da alavancagem: Possibilidade de perdas expressivas.
120
 Fundo alavancado
Os Fundos Alavancados geralmente se utilizam de derivativos para aumentar sua exposição
no mercado. Isso significa que eles podem lucrar mais, mas também podem perder mais
(inclusive todo o patrimônio do Fundo e até mais do que isso).
Um Fundo Alavancado é aquele que tem a possibilidade de perder mais que o patrimônio
líquido de fundo. Neste caso, o cotista deverá ser chamado para aportar mais capital.

5.5.3 Impacto de variações nas taxas de juros, câmbio e inflação sobre os tipos
de fundos: consequências

Um fundo pode ser composto por ativos de renda fixa, renda variável atrelados à:
Taxa de juros pré-fixados
 Os títulos pré-fixados definem um valor de resgate, no vencimento;
 São indicados em cenário de queda na taxa de juros;
 Ganham quando a taxa de juros cai e perdem quando a taxa de juros sobe.
Taxa de juros pós-fixados
 Os títulos pós-fixados acompanham a flutuação da taxa de juros de mercado;
 São indicados em cenário de incerteza e/ou de elevação da taxa de juros;
 Ganham mais quando a taxa de juros sobe e menos quando a taxa de juros de juros
cai.
Taxa de câmbio
 Esses títulos são corrigidos pela variação cambial além de uma taxa de juros pré-
fixada denominada cupom cambial;
 São indicados em cenário de elevação da taxa de câmbio;
 Ganham quando a taxa de câmbio sobe e a taxa do cupom cai;
 Perdem quando a taxa de câmbio cai e a taxa do cupom sobe.
Inflação
 Esses títulos são corrigidos pela variação do índice de preços (inflação) além de uma
taxa de juros (pré) denominada de cupom;
 São indicados para o investidor que busque preserva o poder de compra no longo
prazo;
 Ganham quando a inflação sobe e a taxa do cupom cai;
 Perdem quando a inflação cai e a taxa do cupom sobe.
Ações
 Acompanha o desempenho de uma determinada empresa ou setor;
 Ganham quando as ações da empresa se valorizam;
 Perdem quando as ações da empresa se desvalorizam.

121
5.6 Taxas de Administração e Outras

5.6.1 Taxa de administração, taxa de performance, taxa de ingresso e taxa de


saída: conceitos e formas de cobrança. Fundos que podem cobrar taxa de
performance. Impactos na rentabilidade para o investidor

Taxa de administração
A taxa de administração é uma taxa cobrada do fundo para remunerar o administrador do
fundo e os prestadores dos serviços.
 Ela é uma taxa fixa expressa ao ano (Exemplo: 3% a.a. – Ano base 252 dias);
 Embora seja expressa ao ano é provisionada diariamente;
 Ela afeta o valor da cota;
 Ela incide sobre o Patrimônio Líquido do Fundo;
 Ela é cobrada independente do desempenho do Fundo (positivo ou negativo);
 Para ser aumentada necessita de convocação de assembleia;
 Para ser reduzida não precisa de assembleia;
 A rentabilidade divulgada já está líquida, ou seja, descontada essa taxa de
administração.
Taxa de performance
Art. 86. O regulamento pode estabelecer a cobrança da taxa de performance, ressalvada a
vedação de que trata o art. 109, parágrafo único, inciso III.
É uma taxa que pode ser cobrada nos fundos de gestão ativa quando o fundo apresentar
uma rentabilidade superior ao benchmark.
§ 1º A cobrança da taxa de performance deve atender aos seguintes critérios:
I. Vinculação a um índice de referência verificável, originado por fonte independente,
compatível com a política de investimento do fundo e com os títulos que efetivamente
a componham;

II. Vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 100% do


índice de referência; (Exceto quando se tratar de um fundo destinado exclusivamente
a investidores qualificados).

III. Cobrança por período, no mínimo, semestral; e

IV. Cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração


podendo incluir na base do cálculo os valores recebidos pelos cotistas a título de
amortização ou de rendimentos nos termos do art. 4º, parágrafo único.
Conceito linha d’água

122
§ 2º É vedada a cobrança de taxa de performance quando o valor da cota do fundo for
inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada.
Fundos que não podem cobrar taxa de performance:
 Renda Fixa Curto Prazo
 Renda Fixa Referenciado
 Renda Fixa Simples
(Exceto quando se tratar de um fundo destinado exclusivamente a investidores qualificados).
Taxa de ingresso
Taxa de ingresso ou taxa de entrada é a taxa paga pelo cotista ao aplicar recursos em um
fundo de investimento, conforme previsto no regulamento;
Taxa de saída
Taxa paga pelo cotista ao resgatar recursos de um fundo, conforme previsto no regulamento;
Atenção: As taxas previstas mencionadas anteriormente (Taxa de administração,
Performance, Ingresso e Saída) não podem ser aumentadas sem prévia aprovação da
assembleia geral, mas podem ser reduzidas unilateralmente pelo administrador, que deve
comunicar esse fato, de imediato, à CVM

5.7 Classificação CVM:

De acordo com a CVM os fundos podem ser classificados como:


 Renda Fixa;
 Ações;
 Multimercado; e
 Cambial.

5.7.1 Renda Fixa, Ações, Multimercado e Cambial:

5.7.1.1 Ativos elegíveis e composição do patrimônio

5.7.1.2 Fatores de risco inerentes a cada classe

Renda fixa
Art. 109. Os fundos classificados como “Renda Fixa”, devem ter como principal fator de risco
de sua carteira a variação da taxa de juros, de índice de preços, ou ambos.
Art. 110. O fundo classificado como “Renda Fixa” deve possuir, no mínimo, 80% (oitenta por
cento) da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao
fator de risco que dá nome à classe.
 Podem utilizar cota de abertura;

123
 Não podem cobrar taxa de performance.
*Exceto quanto se tratar de um Fundo Renda Fixa Longo Prazo (Fundo Longo Prazo é aquele
que tem um prazo médio da carteira superior a 365 dias)
Ações
Art. 115. Os fundos classificados como “Ações” devem ter como principal fator de risco a
variação de preços de ações admitidas à negociação no mercado organizado.
§ 1º Nos fundos de ações:
I. 67% (sessenta e sete por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido devem ser
compostos pelos seguintes ativos financeiros:

a) Ações admitidas à negociação em mercado organizado;


b) Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações;
c) Cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações; e
d) Brazilian Depositary Receipts classificados como nível II e III.

II. Os recursos excedentes da carteira podem ser aplicados em quaisquer outras


modalidades de ativos financeiros, observados os limites de concentração previstos
no art. 103.
Multimercado
Art. 117. Os fundos classificados como "Multimercado" devem possuir políticas de
investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em
nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes.
§ 1º A aquisição de cotas de fundos classificados como “Renda Fixa – Dívida Externa” e de
cotas de fundos de investimento sediados no exterior pelos fundos de que trata este artigo
não está sujeita à incidência dos limites de concentração por emissor.
§ 2º O investimento em ativos financeiros listados no inciso I do § 1º do art. 115 pelos fundos
de que trata este artigo não está sujeito a limites de concentração por emissor, desde que
expressamente previsto em seu regulamento e o termo de adesão ao regulamento contenha,
com destaque, alerta de que o fundo pode estar exposto a significativa concentração em
ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes.
Cambial
Art. 116. Os fundos classificados como “Cambiais” devem ter como principal fator de risco
de carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.
Nos fundos Cambiais, no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser composta por
ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá
nome à classe.

124
5.7.1.3 Características das subclassificações: Curto Prazo, Referenciado, Simples,
Dívida Externa, Crédito Privado e Ações – Mercado de Acesso

Curto Prazo
Art. 111. O fundo classificado como "Renda Fixa” que atenda às condições abaixo deve
incluir, à sua denominação, o sufixo “Curto Prazo”:
I. Aplique seus recursos exclusivamente em:

a) Títulos públicos federais ou privados pré-fixados ou indexados à taxa SELIC ou a


outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a
decorrer de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira do
fundo inferior a 60 (sessenta) dias;

b) Títulos privados com prazo de que trata a alínea “a” e que sejam considerados de
baixo risco de crédito pelo gestor;

c) Cotas de fundos de índice que apliquem nos títulos de que tratam as alíneas “a” e
“b” e atendam ao inciso II; e

d) Operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais; e

II. Utilize derivativos somente para proteção da carteira (hedge).


Além disso:
 Podem utilizar cota de abertura
 Não pode cobrar taxa de performance (Exceto se destinado a investidores
qualificados)
Referenciado
Art. 112. O fundo classificado como "Renda Fixa” cuja política de investimento assegure que
ao menos 95% (noventa e cinco por cento) do seu patrimônio líquido esteja investido em
ativos que acompanham, direta ou indiretamente, determinado índice de referência deve:
I. Incluir, à sua denominação, o sufixo “Referenciado” seguido da denominação de tal
índice;
II. Ter 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado,
isolada ou cumulativamente, por:

a) Títulos da dívida pública federal;


b) Ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor;
ou
c) Cotas de fundos de índice que invistam preponderantemente nos ativos das alíneas
“a” e “b” e atendam ao inciso III;

125
III. Restringir a respectiva atuação nos mercados de derivativos à realização de operações
com o objetivo de proteger posições detidas à vista (hedge), até o limite destas.
Além disso:
 Podem utilizar cota de abertura
 Não pode cobrar taxa de performance (Exceto se destinado a investidores
qualificados)
Simples
Art. 113. O fundo classificado como “Renda Fixa” que atenda às condições abaixo deve
incluir, à sua denominação, o sufixo “Simples”:
I. Tenha 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido
representado, isolada ou cumulativamente, por:

a) Títulos da dívida pública federal;


b) Títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que
possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente
àqueles atribuídos aos títulos da dívida pública federal;
c) Operações compromissadas lastreadas em títulos da dívida pública federal ou em
títulos de responsabilidade, emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil, desde que, na hipótese de lastro em títulos
de responsabilidade de pessoas de direito privado, a instituição financeira
contraparte do fundo na operação possua classificação de risco atribuída pelo
gestor, no mínimo, equivalente àquela atribuída aos títulos da dívida pública
federal;

II. Realize operações com derivativos exclusivamente para fins de proteção da carteira
(hedge);
III. Se constitua sob a forma de condomínio aberto; e
IV. Preveja, em seu regulamento, que todos os documentos e informações a eles
relacionados sejam disponibilizados aos cotistas preferencialmente por meios
eletrônicos.
§ 1º Fica vedado ao fundo Simples:
I. A cobrança de taxa de performance;
II. A realização de investimentos no exterior;
III. A concentração em créditos privados (“Crédito Privado”);
IV. A transformação do fundo em fundo fechado; e
V. Qualquer transformação ou mudança de classificação do fundo.
§ 2º A lâmina de informações essenciais do fundo do Simples deve comparar a performance
do fundo com a performance da taxa SELIC.

126
§ 3º O gestor de fundo Simples deve adotar estratégia de investimento que proteja o fundo
de riscos de perdas e volatilidade.
§ 4º O ingresso no fundo Simples fica dispensado:
I. Da assinatura do termo de adesão; e
II. Da verificação da adequação do investimento no fundo ao perfil do cliente, na forma
da regulamentação específica sobre o assunto, na hipótese de o investidor não possuir
outros investimentos no mercado de capitais.
Dívida Externa
Art. 114. O fundo classificado como “Renda Fixa” que tenha 80% (oitenta por cento), no
mínimo, de seu patrimônio líquido representado por títulos representativos da dívida externa
de responsabilidade da União, deve incluir, à sua denominação, o sufixo “Dívida Externa”.
Derivativos somente para proteção da carteira (hedge).
Crédito Privado
Art. 118. O fundo de investimento pertencente a alguma das categorias de Renda Fixa,
Cambial e Multimercado que realizar aplicações em quaisquer ativos de responsabilidade de
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, exceto ações, bônus ou recibo de subscrição,
ou de emissores públicos diferentes da União Federal que, em seu conjunto, excedam o
percentual de 50% de seu patrimônio líquido, deve observar as seguintes regras:
I – Incluir à sua denominação o sufixo “Crédito Privado”; e
II – Incluir os destaques necessários no termo de adesão e ciência de risco.
Ações – Mercado de Acesso
§ 5º Fundos de ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 2/3 (dois terços)
do seu patrimônio líquido seja investido em ações de companhias listadas em segmento de
negociação de valores mobiliários, voltado ao mercado de acesso, instituído por bolsa de
valores ou por entidade do mercado de balcão organizado, que assegure, por meio de vínculo
contratual, práticas diferenciadas de governança corporativa:
I – Devem usar, em seu nome, a designação “Ações – Mercado de Acesso”; e
II – Quando constituídos sob a forma de condomínios fechados, podem investir até 1/3 (um
terço) do seu patrimônio líquido em ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos
e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias
fechadas.

5.8 Tributação

5.8.1 IOF

127
O IOF incide sobre a rentabilidade dos fundos classificados pela Receita Federal como Curto
ou Longo Prazo em caso de resgates realizados antes de 30 dias de acordo com a tabela
regressiva.
A partir do trigésimo dia, a aplicação fica isenta da cobrança de IOF.
IOF para fundos com carência
O IOF será cobrado à alíquota de zero vírgula cinco por cento ao dia (0,5%) sobre o valor de
resgate de quotas de fundos de investimento, constituídos sob qualquer forma, na hipótese
de o investidor resgatar cotas antes de completado o prazo de carência para crédito dos
rendimentos.
 0,5% ao dia sobre o valor de resgate limitado a 100% dos rendimentos.
Atenção: Fundo de Ações não tem IOF.

5.8.2 Imposto de Renda (IR): fato gerador, alíquotas (conforme tipo de fundo –
curto prazo, longo prazo e ações, segundo a Secretaria da Receita Federal e tempo
de permanência da aplicação), bases de cálculo e responsabilidade de
recolhimento

Imposto de renda
É o imposto cobrado sobre os ganhos obtidos nas aplicações financeiras.
Fato gerador
É o fato que gera a cobrança do imposto de renda.
Alíquotas
A alíquota é o percentual que será cobrado de imposto de renda conforme o tipo de fundo e
o prazo de aplicação.
A Receita Federal classifica os Fundos de Investimentos da seguinte forma:
 Fundo de Curto Prazo (Prazo médio da carteira até 365 dias)
 Fundo de Longo Prazo (Prazo médio da carteira superior a 365 dias)
 Fundo de Ações (No mínimo 67% da carteira aplicada em ações)

128
Essa alíquota é definida de acordo com o prazo de permanência no Fundo.
Base de cálculo
É o valor no qual será aplicado a alíquota de imposto de renda.
Obs: O imposto de renda incide apenas sobre os rendimentos.
Responsabilidade pelo recolhimento
É o responsável por fazer o recolhimento do imposto de renda.
No caso dos fundos de investimentos esse recolhimento é realizado na fonte pelo
Administrador ou a instituição que efetuar o pagamento.

5.8.3 Imposto de Renda (IR) – “come-cotas”: fato gerador, alíquotas (conforme


tipo de fundo – curto prazo e longo prazo), datas de incidência e responsabilidade
de recolhimento

Como vimos no começo desse módulo, os fundos abertos não têm vencimento, neste caso o
governo não sabe quando o investidor irá resgatar suas cotas e pagar o imposto devido.
Uma alternativa encontrada foi criar o “come-cotas”.
O que é come cotas?
O “come-cotas” é uma antecipação semestral do imposto de renda.
Essa antecipação semestral denominada “come-cotas” ocorre no último dia útil dos meses
de maio e novembro.
A alíquota é diferente de acordo com a classificação do Fundo:
 20% nos Fundo de Curto Prazo (Prazo médio da carteira até 365 dias)
 15% nos Fundo de Longo Prazo (Prazo médio da carteira superior a 365 dias)
Observações:
 Fundo de Ações não tem come cotas;

129
 Fundos de investimentos com prazo de carência de até 90 (noventa) dias, a incidência
do imposto de renda na fonte (Come cotas) ocorrerá na data em que se completar
cada período de carência.
Fato gerador
Antecipação semestral de imposto de renda que ocorre nos meses de:
 Maio
 Novembro
Alíquotas
 20% Fundos de Curto Prazo
 15% Fundos de Longo Prazo

5.8.4 Compensação de perdas no pagamento de IR

A Receita Federal permite que os investidores que tiveram prejuízos num fundo de
investimento possam compensar com ganhos futuros.
Porém, para realizar essa compensação é necessário respeitar duas regrinhas:
 Os Fundos devem ser do mesmo Administrador;
 Os Fundos devem ter mesmo Perfil Tributário:
 Curto Prazo x Curto Prazo
 Longo Prazo x Longo Prazo
 Ações x Ações
Exemplo:
Um investidor realizou um resgate num fundo de ações conforme a seguir:
 Valor da aplicação R$ 100.000

130
 Valor do resgate R$ 95.000
 Prejuízo (R$ 5.000)
Esse investidor voltou a aplicar recursos em outro fundo de ações e do mesmo administrador:
 Valor da aplicação R$ 100.000
 Valor do resgate R$ 120.000
 Lucro R$ 20.000
Nos Fundos de ações a tributação é 15% sobre os rendimentos. Neste caso o rendimento foi
de R$ 20.000, porém esse investidor teve um prejuízo de R$ 5.000, então neste caso os 15%
de IR irá incidir sobre R$ 15.000 (R$ 20.000 de lucro – R$ 5.000 de prejuízo = R$ 15.000) e
não sobre os R$ 20.000.
As perdas obtidas ficar registradas até o último dia do ano subsequente, então o investidor
deverá realizar uma nova aplicação em qualquer outro fundo do mesmo administrador e
mesmo perfil tributário até esta data.

5.9 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Administração de


Recursos de Terceiros

O código estabelece princípios e regras para as atividades relacionadas à administração de


recursos, como administração fiduciária e gestão de recursos de terceiros em veículos de
investimento. Seu objetivo é manter elevados padrões éticos no mercado e consolidar as
melhores práticas para a atividade.

5.9.1 Definições (Cap. I)

Art. 1º. Para os efeitos deste Código, entende-se por:


I. Aderente: instituições que aderem ao Código e se vinculam à Associação por meio
contratual, ficando sujeitas às regras específicas deste documento;
II. Administração de Recursos de Terceiros: atividades de Administração Fiduciária e Gestão
de Recursos de Terceiros, conforme definidas neste Código;
III. Administração Fiduciária: conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao
funcionamento e à manutenção do Fundo, desempenhada por pessoa jurídica autorizada
pela Comissão de Valores Mobiliários;
IV. Administrador Fiduciário: pessoa jurídica autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários
a desempenhar a atividade de Administração Fiduciária;
V. Análise de Perfil do Investidor: regras e procedimentos adotados pelas Instituições
Participantes para identificar as necessidades econômico-financeiras, presentes e futuras, do
investidor, suas expectativas, restrições, objetivos, tolerância a risco, necessidade de liquidez
e horizonte de investimento;

131
VI. ANBIMA ou Associação: Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais;
VII. Apreçamento: consiste em precificar os ativos pertencentes à carteira dos Veículos de
Investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado em casos de ativos líquidos
ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa adequada de preço que o ativo
teria em uma eventual negociação feita no mercado;
VIII. Associada ou Filiada: instituições que se associam à ANBIMA e passam a ter vínculo
associativo, ficando sujeita a todas as regras de autorregulação da Associação;
IX. Ativos de Crédito Privado: ativos financeiros representativos de dívidas ou obrigações de
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado e títulos cujos emissores sejam diferentes da
União Federal (não soberanas);
X. Ativos Imobiliários: quaisquer ativos pelos quais ocorra a participação dos Fundos de
Investimento Imobiliários nos empreendimentos imobiliários permitidos pela Regulação
aplicável;
XI. Carta de Recomendação: documento expedido pela Supervisão de Mercados e aceito pela
Instituição Participante que contém as medidas a serem adotadas a fim de sanar a(s)
infração(ões) de pequeno potencial de dano e de fácil reparabilidade cometida(s) pelas
Instituições Participantes, conforme previsto no Código dos Processos;
XII. Cedente: aquele que realiza a Cessão de Direitos Creditórios para o Fundo de
Investimento em Direitos Creditórios;
XIII. Cessão de Direitos Creditórios: a transferência pelo Cedente, credor originário ou não,
de seus Direitos Creditórios para o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, mantendo-
se inalterados os restantes elementos da relação obrigacional;
XIV. Código de Atividades Conveniadas: Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas
para as Atividades Conveniadas, que dispõe sobre os convênios celebrados entre a ANBIMA
e as instituições públicas;
XV. Código dos Processos: Código ANBIMA dos Processos de Regulação e Melhores Práticas
que dispõe sobre a condução de processos sancionadores para apuração de descumprimento
às regras estabelecidas nos Códigos ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas;
XVI. Código: Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Administração de
Recursos de Terceiros que dispõe sobre as atividades de Administração Fiduciária e Gestão
de Recursos de Terceiros;
XVII. Comissão de Acompanhamento: Organismo de Supervisão com competências definidas
no artigo 60 deste Código;
XVIII. Conglomerado ou Grupo Econômico: conjunto de entidades controladoras diretas ou
indiretas, controladas, coligadas ou submetidas a controle comum;
XIX. Conheça seu Cliente: regras e procedimentos adotados pelas Instituições Participantes
para conhecer seus investidores;
132
XX. Conselho de Regulação e Melhores Práticas: Organismo de Supervisão com competências
definidas no artigo 67 deste Código;
XXI. Coobrigação: é a obrigação contratual ou qualquer outra forma de retenção substancial
dos riscos de crédito do ativo adquirido pelo Fundo assumida pelo Cedente ou terceiro, em
que os riscos de exposição à variação do fluxo de caixa do ativo permaneçam com o Cedente
ou terceiro;
XXII. Desenquadramento: descumprimento dos limites de concentração e diversificação da
carteira dos Veículos de Investimento, assim como todas as vedações e restrições inclusas
nos Documentos dos Veículos de Investimento, não compreendendo os limites de risco
descritos na seção IV do capítulo VIII deste Código que por ventura estejam previstos no
regulamento dos Fundos ou nos contratos de carteira administrada, conforme o caso;
XXIII. Direitos Creditórios: os direitos e títulos representativos de crédito, originários de
operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de
hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, e os warrants, contratos
e demais títulos referidos pela Regulação em vigor;
XXIV. Documentos dos Veículos de Investimento: são os documentos oficiais exigidos pela
Regulação específica em vigor dos Veículos de Investimento;
XXV. Fundo Aberto: Fundo constituído sob a forma de condomínio aberto, em que os
investidores podem solicitar o resgate de suas cotas em conformidade com o disposto no
regulamento do Fundo;
XXVI. Fundo de Investimento ou Fundo: comunhão de recursos, constituído sob a forma de
condomínio, destinada à aplicação em ativos financeiros;
XXVII. Fundo Exclusivo: Fundo destinado exclusivamente a um único investidor profissional,
nos termos da Regulação em vigor;
XXVIII. Fundo Fechado: Fundo constituído sob a forma de condomínio fechado em que as
cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do Fundo;
XXIX. Fundo Reservado: Fundo destinado a um grupo determinado de investidores que
tenham entre si vínculo familiar, societário ou que pertençam a um mesmo Conglomerado
ou Grupo Econômico, ou que, por escrito, determinem essa condição;
XXX. Gestão de Patrimônio Financeiro: gestão profissional dos ativos financeiros integrantes
da carteira dos Veículos de Investimento, com foco individualizado nas necessidades
financeiras do investidor e desempenhada por pessoa jurídica autorizada pela Comissão de
Valores Mobiliários;
XXXI. Gestão de Recursos de Terceiros: gestão profissional dos ativos financeiros integrantes
da carteira dos Veículos de Investimento, desempenhada por pessoa jurídica autorizada pela
Comissão de Valores Mobiliários;

133
XXXII. Gestor de Patrimônio: Gestor de Recursos que desempenha a Gestão de Recursos de
Terceiros e, adicionalmente a esta atividade, desempenha a atividade de Gestão de
Patrimônio Financeiro;
XXXIII. Gestor de Recursos de Terceiros ou Gestor de Recursos: pessoa jurídica autorizada
pela Comissão de Valores Mobiliários a desempenhar a Gestão de Recursos de Terceiros;
XXXIV. Instituições Participantes: instituições Associadas à ANBIMA ou instituições Aderentes
a este Código;
XXXV. Material Publicitário: material sobre os Fundos de Investimento ou sobre a atividade
de Administração Fiduciária e/ou Gestão de Recursos de Terceiros divulgado pelas
Instituições Participantes por qualquer meio de comunicação disponível, que seja destinado
a investidores ou potenciais investidores com o objetivo de estratégia comercial e
mercadológica;
XXXVI. Material Técnico: material sobre Fundos de Investimento divulgado pelas Instituições
Participantes por qualquer meio de comunicação disponível, que seja destinado a investidores
ou potenciais investidores com o objetivo de dar suporte técnico a uma decisão de
investimento, devendo conter, no mínimo, as informações previstas no artigo 25 do anexo I
desse Código;
XXXVII. Organismos de Supervisão: em conjunto, Conselho de Regulação e Melhores
Práticas, Comissão de Acompanhamento e Supervisão de Mercados;
XXXVIII. Plano de Continuidade de Negócios: planos de contingência, continuidade de
negócios e recuperação de desastres que assegurem a continuidade das atividades da
Instituição Participante e a integridade das informações processadas em sistemas sob sua
responsabilidade e interfaces com sistemas de terceiros;
XXXIX. Regulação: normas legais e infralegais que abrangem a Administração de Recursos
de Terceiros;
XL. Relação Fiduciária: relação de confiança e lealdade que se estabelece entre os
investidores e a Instituição Participante no momento em que lhe é confiada a prestação de
serviço para a qual foi contratada;
XLI. Supervisão de Mercados: Organismo de Supervisão com competências definidas no
artigo 57 deste Código;
XLII. Termo de Compromisso: instrumento pelo qual a Instituição Participante compromete-
se perante a ANBIMA a cessar e corrigir os atos que possam caracterizar indícios de
irregularidades em face deste Código; e
XLIII. Veículo de Investimento: Fundos de Investimento e carteiras administradas
constituídos localmente com o objetivo de investir recursos obtidos junto a um ou mais
investidores.

5.9.2 Objetivo e Abrangência (Cap. II)

134
Art. 2º. O presente Código tem por objetivo estabelecer princípios e regras para
Administração de Recursos de Terceiros visando, principalmente:
I. A manutenção dos mais elevados padrões éticos e a consagração da institucionalização de
práticas equitativas no mercado financeiro e de capitais;
II. A concorrência leal;
III. A padronização de seus procedimentos;
IV. A maior qualidade e disponibilidade de informações, especialmente por meio do envio de
dados pelas Instituições Participantes à ANBIMA; e
V. A elevação dos padrões fiduciários e a promoção das melhores práticas de mercado.
Art. 3º. Este Código se destina às instituições que desempenham o exercício profissional de
Administração Fiduciária e Gestão de Recursos de Terceiros de Veículos de Investimento.
§1º. A observância das normas deste Código é obrigatória para as Instituições Participantes.
§2º. As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também
observado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que estejam
autorizados, no Brasil, a desempenhar o exercício profissional de Administração Fiduciária e
Gestão de Recursos de Terceiros.
§3º. A obrigação prevista no parágrafo acima não implica o reconhecimento, por parte das
Instituições Participantes, da existência de qualquer modalidade de assunção, solidariedade
ou transferência de responsabilidade entre estes integrantes, embora todas as referidas
entidades estejam sujeitas às regras e princípios estabelecidos pelo presente Código.
§4º. As Instituições Participantes estão dispensadas de observar o disposto neste Código
para:
I. Os Clubes de Investimento e para os Fundos de Investimento em Participação (FIP), sendo
esse último autorregulado pelo Código ABVCAP/ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas;
II. Os Gestores de Recursos de Terceiros, cuja instituição tenha sido dispensada nos termos
da Deliberação CVM 764;
III. Os Gestores de Recursos de Terceiros pessoa física; e
IV. Os Fundos de Investimento cujo patrimônio líquido seja composto, exclusivamente, por
recursos próprios do Gestor de Recursos ou, no caso de instituições financeiras, de seu
Conglomerado ou Grupo Econômico, de acordo com a dispensa concedida pelo regulador a
cada instituição.
Art. 4º. As Instituições Participantes submetidas à ação reguladora e fiscalizadora do
Conselho Monetário Nacional, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores
Mobiliários, concordam, expressamente, que as atividades de Administração Fiduciária e
Gestão de Recursos de Terceiros excedem o limite de simples observância da Regulação que

135
lhes são aplicáveis, devendo, dessa forma, submeter-se também aos procedimentos
estabelecidos por este Código.
Parágrafo único. O presente Código não se sobrepõe à Regulação vigente, ainda que venham
a ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora
trazidas, de maneira que deve ser desconsiderada, caso haja contradição entre as regras
estabelecidas neste Código e a Regulação em vigor, a respectiva disposição deste Código,
sem prejuízo das demais regras nele contidas.

5.9.3 Princípios Gerais de Conduta (Cap. IV)

Art. 6º. As Instituições Participantes devem:


I. Exercer suas atividades com boa-fé, transparência, diligência e lealdade;
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de suas atividades, o
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus
próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a
ser cometidas;
III. Nortear a prestação das atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da livre
concorrência, evitando a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou
de condições não equitativas, respeitando os princípios de livre negociação;
IV. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e princípios
contidos neste Código e na Regulação em vigor;
V. Adotar condutas compatíveis com os princípios de idoneidade moral e profissional;
VI. Evitar práticas que possam vir a prejudicar a Administração de Recursos de Terceiros e
seus participantes, especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados às
atribuições específicas de cada uma das Instituições Participantes estabelecidas em
contratos, regulamentos, neste Código e na Regulação vigente;
VII. Envidar os melhores esforços para que todos os profissionais que desempenhem funções
ligadas à Administração de Recursos de Terceiros atuem com imparcialidade e conheçam o
código de ética da Instituição Participante e as normas aplicáveis à sua atividade;
VIII. Identificar, administrar e mitigar eventuais conflitos de interesse, nas respectivas
esferas de atuação, que possam afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem
funções ligadas à Administração de Recursos de Terceiros;
IX. Evitar práticas que possam ferir a Relação Fiduciária mantida com os investidores;
X. Desempenhar suas atribuições buscando atender aos objetivos descritos nos Documentos
dos Veículos de Investimento e na Regulação em vigor, bem como promover a divulgação
de informações a eles relacionadas, inclusive no que diz respeito à remuneração por seus
serviços, visando sempre ao fácil e correto entendimento por parte dos investidores; e

136
XI. Transferir ao Veículo de Investimento qualquer benefício ou vantagem que possa alcançar
em decorrência de sua condição como Administrador Fiduciário e/ou Gestor de Recursos,
observada a exceção prevista na norma específica de Fundos e/ou as disposições contratuais
estabelecidas no contrato de carteira administrada.
Art. 7º. São considerados descumprimento às obrigações e princípios deste Código não
apenas a inexistência das regras e procedimentos aqui exigidos, mas também a sua não
implementação ou implementação inadequada para os fins previstos neste Código.
Parágrafo único. São evidências de implementação inadequada das regras e procedimentos
estabelecidos neste Código:
I. A reiterada ocorrência de falhas, não sanadas nos prazos estabelecidos; e
II. A ausência de mecanismo ou evidência que demonstre a aplicação dos procedimentos
estabelecidos por este Código.
Art. 8º. Nos casos dos Fundos de Investimento em cotas de Fundos de Investimento que
invistam mais de noventa e cinco por cento de seu patrimônio em um único Fundo, é vedada
a utilização de qualquer instituto jurídico ou estrutura de produto, cuja implicação econômica,
de forma direta ou indireta, resulte em desconto, abatimento ou redução artificial de taxa de
administração, performance e/ou qualquer outra taxa que venha a ser cobrada pela indústria
de Fundos de Investimento.

5.9.4 Regras, Procedimentos e Controles (Cap. V)

Art. 9º. As Instituições Participantes devem garantir, por meio de controles internos
adequados, o permanente atendimento ao disposto neste Código, às políticas e à Regulação
vigente.
Parágrafo único. Para assegurar o cumprimento do disposto no caput, as Instituições
Participantes devem implementar e manter, em documento escrito, regras, procedimentos e
controles que:
I. Sejam efetivos e consistentes com a natureza, porte, estrutura e modelo de negócio das
Instituições Participantes, assim como com a complexidade e perfil de risco das operações
realizadas;
II. Sejam acessíveis a todos os seus profissionais, de forma a assegurar que os procedimentos
e as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização sejam conhecidos;
III. Possuam divisão clara das responsabilidades dos envolvidos na função de controles
internos e na função de cumprimento das políticas, procedimentos, controles internos e
regras estabelecidas pela Regulação vigente (“compliance”), da responsabilidade das demais
áreas da instituição, de modo a evitar possíveis conflitos de interesses com as atividades de
Administração de Recursos de Terceiros, intermediação, distribuição ou consultoria de valores
mobiliários;

137
IV. Descrevam os procedimentos para a coordenação das atividades relativas à função de
controles internos e de compliance com as funções de gestão de risco, nos termos da seção
IV do capítulo VIII deste Código; e
V. Indiquem as medidas necessárias para garantir a independência e a adequada autoridade
aos responsáveis pela função de controles internos e de compliance na instituição.
Art. 10. As Instituições Participantes devem manter em sua estrutura área(s) que seja(m)
responsável(is) por seus controles internos e compliance.
§1º. A(s) área(s) a que se refere o caput deve(m):
I. Ter estrutura que seja compatível com a natureza, porte, complexidade e modelo de
negócio das Instituições Participantes;
II. Ser independente(s) e reportar-se ao diretor indicado na Comissão de Valores Mobiliários
pelos controles internos e pelo compliance, observado o artigo 11 deste Código;
III. Ter profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício das
atividades relacionadas à função de controles internos e de compliance;
IV. Ter comunicação direta com a diretoria, administradores e com o conselho de
administração, se houver, para realizar relato dos resultados decorrentes das atividades
relacionadas à função de controles internos e de compliance, incluindo possíveis
irregularidades ou falhas identificadas;
V. Ter acesso regular à capacitação e treinamento; e
VI. Ter autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações realizadas
pela instituição.
§2º. A(s) funções desempenhadas pela(s) área(s) responsável(is) pelos controles internos e
pelo compliance pode(m) ser desempenhada(s) em conjunto, na mesma estrutura, ou por
unidades específicas.
Art. 11. As Instituições Participantes devem atribuir a responsabilidade pelos controles
internos e pelo compliance a um diretor estatutário ou equivalente, sendo vedada a atuação
em funções relacionadas à Administração de Recursos de Terceiros, à intermediação,
distribuição ou à consultoria de valores mobiliários, ou em qualquer atividade que limite a
sua independência, na instituição, ou fora dela.
Parágrafo único. A Instituição Participante pode designar um único diretor responsável pelos
controles internos e pelo compliance, ou pode indicar diretores específicos para cada uma
dessas funções.

5.9.4.1 Segregação de Atividades (Seção II)

Art. 12. O exercício da Administração de Recursos de Terceiros deve ser segregado das
demais atividades das Instituições Participantes e de seu Conglomerado ou Grupo Econômico

138
que possam gerar conflitos de interesse, por meio da adoção de procedimentos operacionais,
com o objetivo de:
I. Mitigar a ocorrência de ilícitos legais ou contrários à Regulação;
II. Promover a segregação funcional das áreas responsáveis pela Administração de Recursos
de Terceiros das demais áreas que possam gerar potenciais conflitos de interesse, de forma
a minimizar adequadamente tais conflitos;
III. Garantir a segregação física de instalações entre a área responsável pela Administração
de Recursos de Terceiros e as áreas responsáveis pela intermediação e distribuição de ativos
financeiros;
IV. Propiciar o bom uso de instalações, equipamentos e informações comuns a mais de um
setor da empresa;
V. Preservar informações confidenciais e permitir a identificação das pessoas que tenham
acesso a elas; e
VI. Administrar e monitorar adequadamente as áreas identificadas como de potencial conflito
de interesses.
§1º. Para o cumprimento do disposto no caput, as Instituições Participantes devem
implementar e manter, em documento escrito, regras e procedimentos relativos à segregação
das atividades que possam gerar conflito de interesse com o objetivo de demonstrar a total
separação das áreas, ou apresentar as regras de segregação adotadas.
§2º. A adoção de práticas claras e precisas que assegurem o bom uso das instalações e
equipamentos não exclui a obrigatoriedade de manter a segregação física de que trata o
inciso III do caput.
§3º. A segregação física de instalações de que trata o inciso III do caput não é necessária
entre a área responsável pela Administração de Recursos de Terceiros, da área responsável
pela distribuição de cotas de Fundos de que a pessoa jurídica seja Administrador Fiduciário
ou Gestor de Recursos.

5.9.4.2 Segurança e Sigilo das Informações (Seção III)

Art. 13. As Instituições Participantes devem estabelecer mecanismos para:


I. Propiciar o controle de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas a que tenham
acesso os seus sócios, diretores, administradores, profissionais e terceiros contratados;
II. Assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações,
em especial para os mantidos em meio eletrônico; e
III. Implantar e manter treinamento para os seus sócios, diretores, alta administração e
profissionais que tenham acesso a informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas e
participem do processo de decisão de investimento.

139
Parágrafo único. As Instituições Participantes devem implementar e manter, em documento
escrito, regras e procedimentos para assegurar o disposto no caput, incluindo, no mínimo:
I. Regras de acesso às informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas, indicando
como se dá o acesso e controle de pessoas autorizadas e não autorizadas a essas
informações, inclusive nos casos de mudança de atividade dentro da mesma instituição ou
desligamento do profissional;
II. Regras específicas sobre proteção da base de dados e procedimentos internos para tratar
casos de vazamento de informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas mesmo que
oriundos de ações involuntárias; e
III. Regras de restrição ao uso de sistemas, acessos remotos e qualquer outro meio/veículo
que contenha informações confidenciais, reservadas ou privilegiadas.
Art. 14. As Instituições Participantes devem exigir que seus profissionais assinem, de forma
manual ou eletrônica, documento de confidencialidade sobre as informações confidenciais,
reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas em virtude do exercício de suas
atividades profissionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei.
Parágrafo único. Os terceiros contratados que tiverem acesso às informações confidenciais,
reservadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas no exercício de suas atividades,
devem assinar o documento previsto no caput, podendo tal documento ser excepcionado
quando o contrato de prestação de serviço possuir cláusula de confidencialidade.

5.9.5 Administração Fiduciária (Cap. VII)

Art. 25. A Administração Fiduciária compreende o conjunto de serviços relacionados direta


ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção dos Fundos de Investimento, devendo
o Administrador Fiduciário fazê-lo de acordo com o disposto neste Código e na Regulação
vigente.

5.9.5.1 Obrigações gerais do administrador fiduciário (Seção I)

Art. 26. O Administrador Fiduciário é o responsável pela:


I. Constituição, administração, funcionamento e divulgação de informações dos Fundos;
II. Elaboração de todos os documentos relacionados aos Fundos, devendo observar, durante
a elaboração, a Regulação aplicável a cada tipo de Fundo de Investimento;
III. Supervisão das regras, procedimentos e controles da gestão de risco implementada pelo
Gestor de Recursos, conforme seção IV do capítulo VIII deste Código;
IV. Supervisão dos limites de investimento das carteiras dos Fundos, nos termos da seção II
deste capítulo;
V. Supervisão dos terceiros contratados, conforme capítulo VI deste Código; e

140
VI. Gestão do risco de liquidez, que deve ser feita em conjunto com o Gestor de Recursos,
nos termos da Regulação vigente e conforme o previsto no contrato de prestação de serviço.

5.9.6 Gestão de Recursos de Terceiros (Cap. VIII)

Art. 31. A Gestão de Recursos de Terceiros consiste na gestão profissional dos ativos
financeiros integrantes das carteiras dos Veículos de Investimento, nos termos estabelecidos
nos Documentos dos Veículos de Investimento, neste Código e na Regulação vigente.
§1º. A gestão dos Veículos de Investimento deve ser exercida por profissional devidamente
habilitado e autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários para o exercício da atividade de
Gestão de Recursos de Terceiros, ressalvado o disposto no parágrafo 4º do artigo 3º deste
Código.
§2º. Os profissionais que exerçam a atividade de Gestão de Recursos Terceiros e possuam
alçada de decisão sobre o investimento, desinvestimento e manutenção dos ativos financeiros
integrantes das carteiras dos Veículos de Investimento devem estar devidamente
certificados, nos termos do Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para o
Programa de Certificação Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo 4º do artigo 3º
deste Código.
§3º. A Gestão de Recursos de Terceiros realizada com a utilização de sistemas automatizados
ou algoritmos está sujeita às obrigações e regras previstas neste Código.

5.9.6.1 Obrigações Gerais do Gestor de Recursos de Terceiros (Seção I)

Art. 32. O Gestor de Recursos é responsável:


I. Pelas decisões de investimento, manutenção e desinvestimento, segundo a política de
investimento e demais características do Veículo de Investimento estabelecidas nos
Documentos dos Veículos de Investimento, conforme aplicável;
II. Pelas ordens de compra e venda de ativos financeiros e demais modalidades operacionais;
III. Pelo envio das informações relativas aos negócios realizados pelos Veículos de
Investimento ao Administrador Fiduciário ou ao terceiro contratado para essa atividade,
quando aplicável;
IV. Pela negociação, alocação e rateio de ordens dos Veículos de Investimento, quando
aplicável;
V. Pelo enquadramento aos limites de investimento da carteira dos Veículos de Investimento,
observado o disposto nos Documentos dos Veículos de Investimento e na Regulação vigente;
VI. Pelo processo de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo dos
ativos financeiros adquiridos pelos Veículos de Investimento;
VII. Pelo controle de risco dos Veículos de Investimento, incluindo, mas não se limitando à
gestão do risco de liquidez, risco de mercado e risco de crédito, bem como ao enquadramento
141
dos Veículos de Investimento aos limites de risco estabelecidos nos Documentos dos Veículos
de Investimento e/ou em suas regras de risco; e
VIII. Por garantir que as operações realizadas pelos Veículos de Investimento tenham sempre
propósitos econômicos compatíveis com os Documentos dos Veículos de Investimento, e
estejam em consonância com os princípios gerais de conduta previstos neste Código.
Art. 33. O Gestor de Recursos deve estabelecer procedimentos para o controle e
monitoramento das operações realizadas entre os Veículos de Investimento sob a mesma
gestão, com critérios que busquem mitigar eventuais conflitos de interesse e assimetria entre
os Veículos de Investimentos.

5.9.7 Selo ANBIMA (Cap. XIII)

Art. 56. A veiculação do selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o compromisso
das Instituições Participantes em atender às disposições deste Código.
§1º. A ANBIMA não se responsabiliza pelas informações constantes dos documentos
divulgados pelas Instituições Participantes, ainda que façam uso do selo ANBIMA, nem
tampouco pela qualidade da prestação de suas atividades.
§2º. Cabe à Diretoria da Associação regulamentar as regras de uso do selo ANBIMA.

5.9.8 Fundos de Investimento 555 (Anexo I)

5.9.8.1 Objetivo e Abrangência (Cap. I)

Art. 1º. O presente anexo aplica-se, em adição às regras do Código, aos Fundos de
investimento e aos Fundos de investimento em cotas de Fundos de Investimento regulados
pela Instrução CVM nº 555, de 17 de dezembro de 2014, e suas alterações posteriores
(“Fundo 555” ou “Fundos”).
Parágrafo único. Em caso de eventual divergência entre as disposições deste anexo e do
Código, prevalecem as disposições deste anexo.

5.9.8.2 Documentos e informações dos Fundos 555 (Cap. III)

Art. 7º. O Administrador Fiduciário deve tomar providências para que sejam disponibilizados
aos investidores os documentos relacionados ao Fundo 555 e suas informações periódicas a
partir de seu ingresso no Fundo, nos termos da Regulação aplicável.
Art. 8º. Os documentos devem conter as principais características do Fundo 555, dentre as
quais as informações relevantes aos investidores sobre políticas de investimento, taxas e
riscos envolvidos, bem como seus direitos e responsabilidades.

142
5.9.8.2.1 Formulário de Informações Complementares (Seção I)

Art. 9º. A responsabilidade pela elaboração do Formulário é do Administrador Fiduciário, que


deve assegurar que ele contenha, no mínimo:
I. Classificação ANBIMA: apresentar de forma destacada a classificação atribuída ao Fundo
555, bem como a descrição do tipo ANBIMA divulgado, conforme Diretriz ANBIMA de
Classificação de Fundos 555;
II. Fatores de risco: indicar, obrigatoriamente e em ordem de relevância, todo e qualquer
fator de risco relativo ao Fundo 555 que possa de alguma forma afetar a decisão do potencial
investidor no que diz respeito à aquisição das cotas do Fundo, devendo constar, no mínimo,
quando aplicável, os seguintes fatores de risco:
a. Risco de mercado;
b. Risco de crédito;
c. Risco de liquidez;
d. Risco Operacional;
e. Risco de Contraparte; e
f. Risco de Concentração;
III. Gestão de risco: descrever a gestão de risco adotada pela Instituição Participante, em
especial os métodos utilizados para gerenciar os riscos a que os Fundos 555 estejam
expostos;
IV. Tributação aplicável: descrever a tributação aplicável ao Fundo 555 e a seus investidores,
contemplando a política a ser adotada pelo Administrador Fiduciário quanto ao tratamento
tributário perseguido;
V. Apresentação detalhada do Administrador Fiduciário e do Gestor de Recursos; e
VI. Exercício do Direito de Voto em Assembleias: informar se o Gestor de Recursos e/ou
Administrador Fiduciário exerce o direito de voto decorrente dos ativos financeiros detidos
pelos Fundos 555, conforme disposto no capítulo VII deste anexo.

5.9.8.2.2 Lâmina de Informações Essenciais (Seção II)

Art. 10. O Administrador Fiduciário do Fundo 555 aberto que não seja destinado
exclusivamente a investidores qualificados deve elaborar lâmina de informações essenciais
na forma do disposto na Regulação vigente.
Parágrafo único. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que
devem ser observadas pelas Instituições Participantes no que se refere à elaboração da
lâmina de informações essenciais.

143
5.9.8.3 Publicidade dos Fundos 555 (Cap. VI)

5.9.8.3.1 Regras Gerais (Seção I)

Art. 21. A Instituição Participante, ao elaborar e divulgar Material Publicitário e Material


Técnico, deve:
I. Envidar seus melhores esforços no sentido de produzir materiais adequados aos
investidores, minimizando incompreensões quanto ao seu conteúdo e privilegiando
informações necessárias para a tomada de decisão de investidores e potenciais investidores;
II. Buscar a transparência, clareza e precisão das informações, fazendo uso de linguagem
simples, clara, objetiva e adequada aos investidores e potenciais investidores, de modo a
não induzir a erro ou a decisões equivocadas de investimentos;
III. Conter informações verdadeiras, completas, consistentes e alinhadas com os documentos
do Fundo 555;
IV. Zelar para que não haja qualificações injustificadas, superlativos não comprovados,
opiniões ou previsões para as quais não exista uma base técnica, promessas de rentabilidade,
garantia de resultados futuros ou isenção de risco para investidores e potenciais investidores;
V. Disponibilizar informações que sejam pertinentes ao processo de decisão, sendo tratados
de forma técnica assuntos relativos à performance passada, de modo a privilegiar as
informações de longo prazo em detrimento daquelas de curto prazo;
VI. Manter a mesma linha de conteúdo e forma e, na medida do possível, incluir a informação
mais recente disponível, de maneira que não sejam alterados os períodos de análise,
buscando ressaltar períodos de boa rentabilidade, descartando períodos desfavoráveis, ou
interrompendo sua recorrência e periodicidade especialmente em razão da performance;
VII. Privilegiar dados de fácil comparabilidade, e, caso sejam realizadas projeções ou
simulações, detalhar todos os critérios utilizados, incluindo valores e taxas de comissões; e
VIII. Zelar para que haja concorrência leal, de modo que as informações disponibilizadas ou
omitidas não promovam determinados Fundos ou Instituições Participantes em detrimento
de seus concorrentes, sendo permitida comparação somente nos termos do capítulo VI, seção
V deste anexo.
Parágrafo único. Todo Material Publicitário e Material Técnico é de responsabilidade de quem
o elabora, inclusive no que se refere à conformidade com as regras previstas neste Código e
na Regulação vigente.
Art. 22. Para fins deste Código, não são considerados Material Publicitário ou Material
Técnico:
I. Formulários cadastrais, questionários de perfil do investidor ou perfil de investimento,
materiais destinados unicamente à comunicação de alterações de endereço, telefone ou
outras informações de simples referência para o investidor;

144
II. Materiais que se restrinjam a informações obrigatórias exigidas pela Regulação vigente;
III. Questionários de due diligence e propostas comerciais;
IV. Materiais de cunho estritamente jornalístico, inclusive entrevistas, divulgadas em
quaisquer meios de comunicação;
V. Saldos, extratos e demais materiais destinados à simples apresentação de posição
financeira, movimentação e rentabilidade, desde que restrito a estas informações ou
assemelhadas;
VI. Divulgação continuada de: (i) cota, (ii) patrimônio líquido e (iii) rentabilidade, por
qualquer meio, bem como a divulgação da carteira na forma da política de divulgação prevista
nos documentos dos Fundos;
VII. Propaganda de empresas do Conglomerado ou Grupo Econômico da Instituição
Participante que apenas faça menção aos Fundos como um de seus produtos, ou de
departamentos e/ou empresas que realizam a Administração Fiduciária e Gestão de Recursos
em conjunto com os outros departamentos ou empresa que desenvolvam outros negócios
do Conglomerado ou Grupo econômico; e
VIII. Materiais e/ou relatórios que tenham como finalidade mero acompanhamento do Fundo,
desde que seja um Fundo Exclusivo ou Reservado.
Art. 23. As regras estabelecidas neste capítulo destinam-se, exclusivamente, às relações
entre a Instituição Participante e seus investidores ou potenciais investidores, não sendo
aplicáveis nas relações restritas entre a Instituição Participante e seus profissionais no
exercício de suas funções, ou entre as próprias instituições.

5.9.8.3.2 Material Publicitário (Seção II)

Art. 24. A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de


comunicação disponível, deve incluir, em destaque, link ou caminho direcionando os
investidores ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre o Fundo 555 mencionado,
de modo que haja conhecimento de todas as informações, características e riscos do
investimento.
Parágrafo único. A Instituição Participante e empresas do Conglomerado ou Grupo Econômico
que fizerem menção de seus Fundos 555 nos Materiais Publicitários de forma geral e não
específica, devem incluir link ou caminho que direcione os investidores ou potenciais
investidores para o site da instituição.

5.9.8.3.3 Material Técnico (Seção III)

Art. 25. O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações sobre os
Fundos 555:
I. Descrição do objetivo e/ou estratégia;

145
II. Público-alvo, quando destinado a investidores específicos;
III. Carência para resgate e prazo de operação;
IV. Tributação aplicável; e
V. Informações sobre os canais de atendimento.
Parágrafo único. Nas agências e dependências das Instituições Participantes, devem-se
manter à disposição dos interessados, seja por meio impresso ou passível de impressão, as
informações previstas no caput.

5.9.8.3.4 Histórico da Rentabilidade (Seção VI)

Art. 32. Ao divulgar a rentabilidade dos Fundos 555, as Instituições Participantes devem:
I. Utilizar o mês anterior do calendário civil;
II. Utilizar, caso aplicável, todos os meses do ano corrente do calendário civil de forma
individual (mês a mês) ou com seu valor acumulado (acumulado no ano);
III. Incluir anos anteriores do calendário civil;
IV. Incluir períodos de doze meses do calendário civil, contados até o mês anterior à
divulgação dos últimos doze meses, utilizando a mesma metodologia caso divulguem
períodos múltiplos de doze meses;
V. Incluir, nas hipóteses em que os Fundos 555 tenham sido constituídos a menos de doze
meses, a data de constituição do Fundo até o mês anterior à divulgação; e
VI. Tratar de forma segregada dos demais, os Fundos 555:
a. Destinados exclusivamente à aplicação de outros Fundos (Fundos máster);
b. Exclusivos ou Reservados; e
c. Administrados por Instituição que não seja associada à ANBIMA ou Aderente a este Código.
§1º. Para os Fundos constituídos há menos de doze meses é obrigatório observar, no mínimo,
as regras definidas nos incisos I, II e VI, deste artigo.
§2º. A rentabilidade a ser divulgada deve demonstrar, no mínimo, os intervalos de tempo
definidos nos incisos I, II e IV deste artigo, devendo estes intervalos ser divulgados juntos e
com o mesmo destaque.
§3º. O disposto no parágrafo 2º deste artigo, não impede a divulgação de rentabilidade
diária, desde que observados os requisitos previstos nesta seção.
§4º. Na divulgação de outros dados quantitativos, tais como patrimônio sob gestão, deve ser
informada a fonte e a data de referência da informação.
§5º. A divulgação de rentabilidade do Fundo 555 deve ser acompanhada de comparação com
metas ou parâmetros de performance que estejam descritos em seu regulamento.

146
§6º. No caso de divulgação de índices ou indicadores de performance calculados a partir da
rentabilidade do Fundo 555, a divulgação deve ser acompanhada de definição sucinta da
fórmula de cálculo e seu significado, ou deve remeter à fonte para a obtenção destas
informações, sendo dispensada essa obrigação nos casos de volatilidade e índice de sharpe.
Art. 33. Caso haja mudança na classificação, nos termos estabelecidos pela Comissão de
Valores Mobiliários, mudança do Gestor de Recursos, ou, ainda, mudança significativa na
política de investimento do Fundo 555, a Instituição Participante pode divulgar, adicional e
separadamente à sua rentabilidade obrigatória acumulada nos últimos doze meses a
rentabilidade relativa ao período posterior à mudança, informando o que foi alterado.
§1º . Para fins deste artigo, entende-se por mudança significativa:
I. A alteração do objetivo de investimento do Fundo 555;
II. A alteração da classificação ANBIMA, nos termos estabelecidos pela Diretriz ANBIMA de
Classificação de Fundos 555;
III. A mudança do índice de referência (benchmark) do Fundo 555; e
IV. As situações em que os Fundos 555 espelhos que invistam mais de noventa e cinco por
cento em cotas de um único Fundo quando houver a substituição do Fundo investidor.
§2º. A Instituição Participante que optar por divulgar a rentabilidade relativa ao período
posterior às mudanças de que trata o caput, deverá divulgá-la obrigatoriamente por, no
mínimo, doze meses.
Art. 34. A divulgação de rentabilidade deve ser acompanhada do valor do patrimônio líquido
médio mensal do Fundo 555 apurado no último dia útil de cada mês, nos últimos doze meses
do calendário civil, ou nos meses de existência do Fundo 555, caso tenha sido constituído a
menos de doze meses.

5.9.8.3.5 Avisos Obrigatórios (Seção VII)

Art. 35. As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos documentos abaixo
indicados, os seguintes avisos obrigatórios:
I. Material Técnico:
a. Caso faça referência a histórico de rentabilidade ou menção a performance:
i. “Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros”;
ii. “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos”; e
iii. “O investimento em Fundo não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito”.
b. Caso faça referência à simulação de rentabilidade de um Fundo 555 nos casos previstos
no artigo 30 deste anexo:

147
i. “As informações presentes neste material técnico são baseadas em simulações e os
resultados reais poderão ser significativamente diferentes”.
c. Caso haja cobrança de taxa de entrada, taxa de saída e/ou outras taxas que afetem a
rentabilidade do Fundo 555, e estas taxas não estejam refletidas no valor da cota, o aviso
do inciso I, alínea “a”, “ii” deste artigo deve ser substituído pelo seguinte aviso:
i. “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos e taxa de [nome da taxa].”
d. Caso o Fundo 555 opte por divulgar rentabilidade ajustada ao repasse realizado
diretamente ao investidor de dividendos, juros sobre capital próprio ou outros rendimentos
advindos de ativos financeiros que integrem a carteira, a Instituição Participante deve seguir
a metodologia ANBIMA que trata do cálculo de rentabilidade para Fundos 555 que distribuem
dividendos, juros sobre capital próprio ou outros rendimentos advindos de ativos financeiros
diretamente aos investidores, disponível no site da Associação na internet, e incluir no
Material Técnico aviso com o seguinte teor:
i. “A rentabilidade ajustada considera o reinvestimento dos dividendos, juros sobre capital
próprio ou outros rendimentos advindos de ativos financeiros que integrem a carteira do
Fundo repassados diretamente ao cotista.”
e. Caso o Fundo 555 altere sua classificação, nos termos estabelecidos pela Comissão de
Valores Mobiliários, altere o Gestor de Recursos, ou, ainda, altere significativamente sua
política de investimento, conforme parágrafo 1º do artigo 33 deste anexo, deve ser incluído
no Material Técnico aviso com o seguinte teor:
i. “Este Fundo alterou [classificação CVM/Gestor de Recursos e/ou significativamente sua
política de investimento] em[incluir data].”
f. No Material Técnico, é obrigatório o aviso com seguinte teor:
i. “Leia o formulário de informações complementares, a lâmina de informações essenciais, se
houver, e o regulamento antes de investir. ”
II. Formulário de Informações Complementares:
a. Devem constar, da capa, da contracapa ou da primeira página do Formulário, avisos com
o seguinte teor:
i. “Este formulário está em consonância com as disposições do Código ANBIMA de Regulação
e Melhores Práticas para a Administração de Recursos de Terceiros, assim como com as
normas emanadas pela Comissão de Valores Mobiliários. A Comissão de Valores Mobiliários
e a ANBIMA não garantem a veracidade das informações contidas neste formulário. ”; e
ii. “As informações contidas nesse formulário estão em consonância com o regulamento do
fundo, mas não o substituem. É recomendada a leitura cuidadosa tanto deste formulário,
quanto do regulamento, com especial atenção para as cláusulas relativas ao objetivo e à
política de investimento do fundo, bem como às disposições do formulário e do regulamento
que tratam dos fatores de risco a que o fundo está exposto.”

148
Parágrafo único. No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto
e a localização dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.

5.9.9 Apreçamento dos Ativos (Cap. VII e Deliberação ANBIMA de Apreçamento


nº 80)

Art. 36. O Administrador Fiduciário deve adotar na precificação dos ativos financeiros
metodologia de Apreçamento dos ativos, conforme Regulação vigente.
Parágrafo único. O Apreçamento tem como principal objetivo evitar a transferência de riqueza
entre os investidores dos Fundos 555, além de dar maior transparência aos riscos embutidos
nas posições.
Art. 37. Cabe ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que devem
ser observadas pelo Administrador Fiduciário no que se refere ao Apreçamento dos Fundos
555.

149
Módulo 6
INSTRUMENTOS DE RENDA
VARIÁVEL E RENDA FIXA
(PROPORÇÃO: DE 15% A 25%)

150
6. INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL E RENDA FIXA (Proporção: de 15% a
25%)

6.1 Ações

6.1.1 Conceito

As ações são papéis que representam a menor fração do capital social de uma empresa. Ao
comprar uma ação o investidor se torna sócio da empresa, passando a correr os riscos dos
negócios junto com a empresa e tendo participação nos lucros e prejuízos da mesma.
Existem 2 tipos de ações:
 Ordinárias
 Preferenciais

6.1.2 Tipos de ação: ordinária e preferencial - definição e direito dos acionistas

Ação ordinária
Ordinárias (ON): Quem possui ações desse tipo pode de votar em assembleias gerais da
empresa, além de receber os lucros distribuídos pela empresa.
Cada ação dá direito 1 voto.
Toda ação possui um código, ela é formada por quatro letras que representam o nome da
empresa e um número que representa o tipo da ação.
As ações ON são representadas pelo número 3 depois do código da empresa.
Exemplo: PETR3. (Ações ordinárias de Petrobras)
Ação preferencial
Preferencias (PN): Quem possui essas ações não pode votar nas assembleias, mas tem
preferência no recebimento dos lucros.
Recebem dividendos de no mínimo 10% a mais que as ações ordinárias;
Além disso, caso a empresa decrete falência terão preferência no reembolso de capital.
Atenção: As ações preferencias não tem direito a voto, porém se a empresa deixar de
distribuir dividendos por 3 anos consecutivos passa a ter esse direito até que ocorra a
distribuição.
As ações PN são representadas pelo número 4 depois do código da empresa.
Exemplo: PETR4. (Ações ordinárias de Petrobras)

151
6.1.3 Canais de distribuição. Tipos e principais características. CTVM, DTVM,
agências bancárias e internet (home broker)

A compra e venda de ações é realizada sempre por intermédio de uma Corretora ou


Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.
Caso o investidor vá na sua agência bancária, ele será orientado a se cadastrar na corretora.
Após realizar o cadastro na corretora ele poderá a enviar suas ordens via home broker.
Mas o que é home broker?
O home broker é um sistema integrado a uma corretora ou distribuidora que permite que os
investidores enviem suas ordens de compra e venda de ações pela internet.

6.1.4 Oferta Pública Inicial de Ações (IPO). Definição e entendimento dos


conceitos: período de reserva, possibilidade de ocorrência de rateio, ordem
limitada e a mercado

IPO é a sigla em inglês para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial em português.
Uma oferta pública inicial de ações é o momento em que a empresa abre seu capital
vendendo suas ações para os investidores.
Uma oferta pública inicial é o evento que marca a primeira venda de ações de uma empresa
e, posteriormente, o início de negociação dessas ações em bolsa de valores. Essa operação
pode ocorrer por meio de uma distribuição primária, de uma distribuição secundária ou de
uma combinação entre as duas.
Na distribuição primária, a empresa emite e vende novas ações ao mercado. No caso, o
vendedor é a própria Companhia e, assim, os recursos obtidos na distribuição são canalizados
para o caixa da empresa. Por sua vez, em uma distribuição secundária, quem vende as ações
é o empreendedor e/ou algum de seus atuais sócios. Portanto, são ações existentes que
estão sendo vendidas. Como os valores arrecadados irão para o vendedor, ele é que receberá
os recursos, e não a empresa.
Uma oferta primária corresponde à emissão de novas ações, geralmente com crescimento
da base de acionária da empresa. Já uma oferta secundária não implica no lançamento de
novas ações, de forma que o montante total de ações que constitui o capital social desta
empresa continua o mesmo. Assim, as ações vendidas na oferta são as de posse de antigos
acionistas.
A regulamentação exige que a distribuição pública seja coordenada por um intermediário
financeiro devidamente credenciado - banco múltiplo, banco de investimento, corretora de
valores ou distribuidora.
A instituição coordenadora líder (também chamada de underwriter), conjugando os
interesses de todos os envolvidos, exercerá papel de coordenação dos procedimentos de
registro na CVM, estruturação e timing da oferta, processo de formação de preço, plano de

152
distribuição e organização da apresentação da operação ao mercado - esta conhecida por
roadshow. Roadshow é a apresentação itinerante da Companhia e da operação de
distribuição pública para investidores, especialmente investidores institucionais
especializados.
Possibilidade de rateio
Caso a demanda por essas ações seja superior à oferta, ou seja, se o mercado quiser comprar
uma quantidade maior de ações que a empresa está vendendo, haverá um rateio da
quantidade de ações que cada participante do IPO irá receber.
Lote Suplementar
Atenção: A empresa ofertante poderá outorgar à instituição intermediária opção de
distribuição de lote suplementar, que preveja a possibilidade de, caso a procura dos valores
mobiliários objeto de oferta pública de distribuição assim justifique, ser aumentada a
quantidade de valores a distribuir junto ao público, nas mesmas condições e preço dos
valores mobiliários inicialmente ofertados, até um montante pré-determinado que constará
obrigatoriamente do Prospecto e que não poderá ultrapassar a 15% da quantidade
inicialmente ofertada.
Ordem limitada
Na Ordem Limitada o investidor estipula preço para que a ordem seja executada. São
prontamente enviadas para a bolsa e ficam na fila, aguardando a execução. Esta ordem
permite total controle do preço de execução.
Não é garantido que seja executada. O ativo pode não atingir o limite estabelecido ou ainda
que o atinja, poderão existir ordens de outros investidores ao mesmo preço limite, colocadas
antes da sua;
A ordem é executada por preço melhor ou igual ao preço definido.
Exemplo:
Se o investidor colocar uma ordem de compra limitada a R$ 10,00 e existir vendedor a R$
8,00, a ordem será executada a R$ 8,00 e não a R$ 10,00. Na venda, o conceito é o mesmo.
Se você colocar venda a R$ 9,00 e tiver comprador a R$ 11,00, sua ordem de venda será
executada a R$11,00.
Ordem a mercado
Na ordem a mercado, a ordem é executada ao preço ofertado pela contraparte da operação
e o investidor não determina preço limite para sua execução.
Em uma operação de compra, a ordem é executada pelo preço do melhor vendedor e, em
uma operação de venda, a ordem é executada pelo preço do melhor comprador.

6.1.5 Definições: ganhos de capital; dividendos; juros sobre capital próprio;


bonificação; subscrição; desdobramento (split) e grupamento

153
Ganhos de capital
Um investidor obtém um ganho de capital quando ele vende suas ações por um preço maior
que ela comprou.
Exemplo:
 Valor de Compra: R$ 100,00
 Valor de Venda: R$ 120,00
 Ganho de Capital: R$ 20,00
Dividendos
Dividendos é uma parte do lucro líquido da empresa que é distribuído aos acionistas.
A empresa determina a parcela a ser distribuída aos acionistas na assembleia geral ordinária,
mas por lei, as empresas são obrigadas a distribuir no mínimo, 25% do lucro líquido.
A periodicidade de distribuição de dividendos pode variar de empresa para empresa, algumas
pagam mensalmente outras anualmente.
Dividendos é isento de imposto de renda, pois a empresa já foi tributada na apuração de seu
lucro líquido.
Ação Ex-dividendo
Após a distribuição dos dividendos, ocorre o ajuste no preço de mercado das ações, sendo
seu valor diminuído.
Exemplo:
Uma ação tem seu preço de mercado a R$30,00 e anuncia a distribuição de R$3,00 por ação.
No dia seguinte essa ação amanhece cotada ao valor de mercado de R$27,00.
Juros sobre capital próprio
Juros sobre capital próprio (JSCP) é uma das formas de uma empresa distribuir o lucro entre
os seus acionistas (a outra é sob a forma de dividendos).
A empresa está autorizada a remunerar o capital do acionista até o valor da taxa de juros de
longo prazo – TJPL
A escolha de distribuição dos lucros entre dividendos e/ou juros sobre capital próprio compete
à assembleia geral.
Esse pagamento é tratado como despesa no resultado da empresa, precisando que o
investidor pague o Imposto de Renda, retido na fonte, sobre o capital recebido, o que não
ocorre para o caso de dividendos. Essa questão fiscal é benéfica para a companhia, pois
sendo o pagamento contabilizado como despesa da empresa, antes do lucro, ela não arca
com os tributos, repassando este ônus ao investidor.
O imposto de renda sobre os Juros sobre capital próprio é de 15% recolhido na fonte.

154
Bonificação
A bonificação é a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas da empresa, em função
do aumento do capital por incorporações de reservas e lucros, sendo distribuída em número
proporcional às ações já possuídas.
Exemplo:
Balanço da Empresa
Passivo R$400.000
+ +
Patrimônio Líquido R$600.000
Ativo R$1.000.000
 Capital Social R$500.000
 Reserva de R$100.000
Lucros
Total R$1.000.000 Total R$1.000.000

A incorporação de reservas aumenta o valor do Capital Social, mas não altera o valor do
Patrimônio Líquido.

Balanço da Empresa
Passivo R$400.000
+ +
Ativo R$1.000.000
Patrimônio Líquido R$600.000
 Capital Social R$600.000
Total R$1.000.000 Total R$1.000.000

Após a distribuição da bonificação, ocorre o ajuste no preço de mercado das ações, sendo
seu valor diminuído.
Houve aumento do patrimônio líquido?
Não, continua o valor de R$ 1.000.000
Qual o percentual de bonificação?
Resposta = 20% (100.000 ÷ 500.000)
Um investidor que tenha 100 ações irá receber 20 novas ações, ou seja, 20% da quantidade
que tinha.

Antes da Bonificação Após a Bonificação


Quantidade de ações 100 ações Quantidade de ações 120 ações
Preço da ação R$10,00 Preço da ação R$8,33
Volume Financeiro R$1.000,00 Volume Financeiro R$1.000,00

Perceba que o volume financeiro permanece o mesmo, o que muda é o valor e a quantidade
das ações.

155
Após a bonificação, ocorre o ajuste no preço de mercado das ações, sendo seu valor
diminuído. É o mesmo raciocínio das ações ex-dividendos.
Subscrição
Quando uma empresa de capital aberto, ou seja, que já realizou um IPO emite novas ações
junto ao mercado, aqueles que já são acionistas da empresa terão o direito de comprar essas
ações antes de quem ainda não é acionista.
O que é Subscrição?
É o direito que os acionistas da empresa têm de adquirir novas ações por um determinado
preço até um certo prazo determinado, caso a empresa decida emitir novas ações.
Os investidores são obrigados a adquirir essas ações?
O acionista não é obrigado a exercer esse direito. Caso ele não tenha interesse, ele poderá
inclusive vender esse direito de aquisição de novas ações para outros investidores
interessados.
Qual a vantagem de exercer o direito de subscrição?
A vantagem de subscrever as novas ações é que além de manter a mesma participação na
empresa, o preço praticado na subscrição de ação é, geralmente, abaixo do preço negociado
no mercado. Cada acionista poderá adquirir uma quantidade proporcional das ações que
possuir, em condições aprovadas pelo Conselho de Administração da empresa.
Exemplo:
Uma empresa realizou IPO em 2010 e naquela ocasião emitiu 10.000 ações. Dessas 10.000
ações um investidor comprou 100 ações. A participação desse investidor é de 1%.
Em 2018 a empresa decide ampliar os negócios e para isso irá emitir mais 5.000 ações.
Quantas ações esse investidor poderá subscrever nesta nova emissão que a
empresa irá realizar?
Vamos calcular?
1º emissão
 Na 1º emissão a empresa emitiu 10.000 ações;
 O investidor comprou 100 ações;
 A participação dele é de 1% (100÷10.000).
Empresa Quantidade de ações Quantidade Participação na
emitidas adquirida empresa
1º Emissão 10.000 100 ações 1%

2º emissão
 Na 2º emissão a empresa irá emitir 5.000 ações;

156
 Ele poderá subscrever 1% desse total, ou seja, 50 ações. (1% de 5.000 ações = 50
ações).
Se ele exercer seu direito e subscrever essas ações, irá manter sua participação na empresa:
 Total de ações emitidas = 15.000 (10.000 + 5.000)
 Total de ações adquiridas = 150 (100 + 50)
 A participação desse investidor será de 1% (150 ÷ 15.000)
Empresa Quantidade de ações Quantidade Participação na
emitidas adquirida empresa
1º Emissão 10.000 100 ações 1%
2º Emissão 5.000 50 ações 1%
Total 15.000 150 ações 1%

Se ele não exercer seu direito e subscrever essas ações você estará diluindo sua participação
na empresa:
 Total de ações emitidas = 15.000 (10.000 + 5.000)
 Total de ações adquiridas = 100 (100 + 0)
 A participação desse investidor será de 0,67% (100 ÷ 15.000)
Empresa Quantidade de ações Quantidade Participação na
emitidas adquirida empresa
1º Emissão 10.000 100 ações 1%
2º Emissão 5.000 - 1%
Total 15.000 100 ações 0,67%

Desdobramento (SPLIT)
É um evento que provoca um aumento na quantidade de ações, reduzindo o valor unitário
de cada ação, sem alteração no capital investido.
Exemplo:
Um investidor tem 1 ação que vale R$ 100,00, ou seja, o volume financeiro desse investidor
é de R$100,00.
Quantidade de Valor da Volume
ações ação Financeiro
1 ação R$100,00 R$100,00

Imagine que essa empresa realize um desdobramento de 1 para 10, isso significa que se um
investidor tinha 1 ação e passará a ter 10 ações, porém se cada ação valia R$100,00 ela
passará a valer R$10,00.
Quantidade de Valor da Volume
ações ação Financeiro
10 ação R$10,00 R$100,00

157
Por que uma empresa faz um desdobramento?
O desdobramento é feito com o objetivo de aumentar a liquidez das ações. Se uma ação
estiver sendo negociada a um preço muito alto, não são todos os investidores que terão
dinheiro para comprar.
Normalmente as ações são negociadas em lote de 100 ações, então para comprar um lote
de ações antes do desdobramento um investidor precisaria pagar R$ 10.000,00.
Após o desdobramento o preço unitário da ação diminuí e consequentemente o valor do lote.
Grupamento (INPLIT)
É um evento que provoca uma redução na quantidade de ações, aumentando o valor unitário
de cada ação, sem alteração no capital investido.
Exemplo:
Um investidor tem 100 ações que valem R$ 1,00 cada, ou seja, o volume financeiro desse
investidor é de R$100,00.
Quantidade de Valor da Volume
ações ação Financeiro
100 ações R$1,00 R$100,00

Imagine que essa empresa realize um grupamento de 10 para 1, isso significa que se um
investidor tinha 10 ações e passará a ter 1 ação, porém se cada ação valia R$1,00 ela passará
a valer R$10,00.
Quantidade de Valor da Volume
ações ação Financeiro
10 ações R$10,00 R$100,00

Por que uma empresa faz um grupamento?


O grupamento é feito com o objetivo de diminuir a volatilidade das ações. Se uma ação
estiver sendo negociada a um preço muito baixo, qualquer alteração no preço provoca uma
alta volatilidade.
Antes do grupamento o preço da ação era de R$1,00, então uma oscilação de R$0,10
representa 10% de alta ou baixa.
Após o grupamento o preço da ação passou a ser de R$10,00, então uma oscilação de R$0,10
representa apenas 1% alta ou baixa.

6.1.6 Riscos inerentes ao produto

6.1.6.1 Risco da empresa: conceito

É o risco específico de uma determinada empresa e que pode afetar o valor de suas ações.

158
Exemplo:
 A queda de um avião da Gol. (Risco específico da empresa GOL)
 A explosão de uma plataforma de petróleo. (Risco específico da Petrobras)

6.1.6.2 Risco de mercado: conceito

É o risco de oscilação ou volatilidade no preço das ações.


Exemplo:
Comprei uma ação por R$10,00 e agora ela está sendo negociada a R$9,50.

6.1.6.3 Risco de liquidez: conceito

É a dificuldade de vender uma ação por um preço justo. O risco de liquidez ocorre quando
uma ação é pouco negociada, ou seja, tem poucos compradores.
Exemplo:
 Comprei uma ação por R$10,00, porém entre as “poucas” ofertas de compra a melhor
é de R$5,00.
Mas se eu quiser vender agora eu não consigo?
Sim, mas pelo preço de R$ 5,00 e isso não é um preço justo, por isso trata-se de um risco
de liquidez e não de mercado.
Como diferenciar o risco de liquidez e o risco de mercado?
Para diferenciar o risco de liquidez do risco de mercado é preciso estar atento aos detalhes.
Exemplo:
 Comprei uma ação por R$10,00, entre as “várias” ofertas de compra a melhor é de
R$5,00.
A palavra “várias” nos dá uma ideia de quantidade, ou seja, muitos compradores. E se muitos
compradores querem pagar no máximo R$5,00 é que o preço de mercado dessa ação é de
aproximadamente R$5,00.
Nesse contexto estamos falando de Risco de Mercado!
Agora vamos analisar o risco de liquidez:
Comprei uma ação por R$10,00, porém entre as “poucas” ofertas de compra a melhor é de
R$5,00.
A palavra “poucas” nos dá uma ideia de quantidade, ou seja, poucos compradores. E como
essa ação é pouco negociada, os poucos compradores querem jogar o preço lá para baixo
(R$5,00).

159
Nesse contexto estamos falando de Risco de Liquidez!

6.1.7 Despesas incorridas na negociação – Tipos:

Ao comprar ações o investidor estará sujeito as seguintes despesas:


 Corretagem;
 Custódia; e
 Emolumentos.

6.1.7.1 Corretagem

A corretagem é uma taxa cobrada pelas Corretoras/Distribuidoras para realizarem a


intermediação de compra e venda de ações.
Essa taxa pode ser fixa (corretagem fixa) ou uma porcentagem do volume do negócio
realizado (corretagem variável).
Exemplo:
 Corretagem fixa: R$10,00 por ordem executada;
 Corretagem variável: R$5,00 por ordem + 0,30% do valor operado.
Ela é cobrada tanto numa operação de compra quanto numa operação de venda de ações.

6.1.7.2 Custódia

Taxa de custódia é uma taxa cobrada mensalmente pelas corretoras para armazenar os
títulos ou ações, de um determinado investidor. Sempre que um investidor fizer uma compra
de ações e mantiver ela em carteira mesmo que por 1 dia ele já deverá pagar a taxa de
custódia.
Obs. Se o investidor realizar apenas operações de Day Trade ele não terá a cobrança da taxa
de custódia.
Mas o que é Day Trade?
É a compra e venda de uma mesma ação que é realizado no mesmo dia.

6.1.7.3 Emolumentos

É uma taxa que incide sobre o valor da compra e venda de ações, ela serve para remunerar
a B3 pelos serviços prestados.

160
6.1.8 Tributação:

6.1.8.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, bases de cálculo e


responsabilidade de recolhimento

Ganho de Capital
O investidor obtém o ganho de capital quando ele vende as ações por um preço maior que
ele comprou.
Exemplo:
Valor de Compra R$10.000
Valor de Venda R$20.000
Ganho de R$10.000
Capital

 Se a compra e a venda das ações forem realizadas no mesmo dia trata-se de uma
operação de “Day trade”.
 Se essa compra e a venda das ações forem realizadas em dias diferentes trata-se de
uma operação de normal.
Fato Gerador:
O fato gerador é a venda das ações.
Alíquotas
O imposto de renda sobre as ações é feito em 2 partes:
1º IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte. (Recolhido pela corretora)
2º Recolhimento via DARF. (Recolhido pelo próprio investidor)
Operação Normal:
Operação Normal
IRRF 0,005% sobre o valor de venda
Via DARF 15% sobre o ganho de capital

Exemplo:
Valor de Compra R$10.000
Valor de Venda R$30.000
Ganho de R$20.000
Capital

A alíquota de 0,005% de IRRF incide sobre o valor de venda (R$ 30.000) e é recolhido pela
corretora:
 R$30.000 x 0,005% = R$ 1,50

161
A alíquota de 15% via DARF incide sobre o ganho de capital (20.000) e é recolhido pelo
próprio investidor:
 R$20.000 x 15% = R$3.000,00
Obs: No pagamento via DARF o investidor poderá descontar o valor pago na fonte (R$3.000
– R$1,50 = R$ 2.998,50).
O pagamento deverá ser realizado até o último dia útil do mês subsequente.
Limite de Isenção
Atenção: O investidor pessoa física que vender ou alienar até R$20.000,00 dentro de um
mesmo mês estará isento de imposto de renda.
Operação Day Trade
Operação Day trade
IRRF 1% sobre o ganho de capital
Via DARF 20% sobre o ganho de capital

Exemplo:
Valor de Compra R$10.000
Valor de Venda R$30.000
Ganho de Capital R$20.000

A alíquota de 1% de IRRF incide sobre o ganho de capital (R$ 20.000) e é recolhido pela
corretora:
 R$20.000 x 1% = R$200,00
A alíquota de 20% via DARF incide sobre o ganho de capital (20.000) e é recolhido pelo
próprio investidor:
 R$20.000 x 20% = R$4.000,00
Obs. No pagamento via DARF o investidor poderá descontar o valor pago na fonte (R$4.000
– R$200 = R$ 3.800).
O pagamento deverá ser realizado até o último dia útil do mês subsequente.
Atenção: Day trade não tem isenção de imposto de renda.
Quadro resumo:
Operação Normal Day trade Responsável pelo
recolhimento
IRRF 0,005% sobre o valor de 1% sobre o ganho de Corretora
venda capital
Via DARF 15% sobre o ganho de 20% sobre o ganho de Próprio investidor
capital capital
Isenção Vendas até R$20.000 no mês Não tem isenção -

162
6.1.9 Clube de Investimento em ações. Conceito, características

Um clube de investimento é uma modalidade de investimento muito semelhante a um Fundo


de Investimento, pois trata-se de um condomínio constituído por um grupo de pessoas se
reúnem com o objetivo de aplicar seus recursos no mercado de valores mobiliários.
Quanto participantes tem um Clube de Investimento?
Os Clubes de Investimento devem ter, no mínimo, 3 pessoas e, no máximo, 50 participantes.
Nenhum investidor pode deter mais do que 40% das cotas.
Quem pode administrar um Clube de Investimento?
Um Clube de Investimento pode ser administrado por uma Corretora, Distribuidora, Banco
de Investimento ou Banco Múltiplo com carteira de Investimento. A Instituição escolhida
cuidará de todos os documentos e dos registros legais e vai zelar pelo bom funcionamento
do clube.
Qual a composição da carteira de um Clube de Investimento?
Todo Clube de Investimento deve ter, no mínimo, 67% dos seus recursos aplicados em ações.
O restante pode ser investido em alguns outros ativos como, por exemplo, em títulos públicos
federais, títulos emitidos por instituições financeiras, cotas de fundos de investimentos.

6.1.9.1 Fundos de ações versus Clube de Investimento: vantagens e desvantagens

A principal diferença entre os clubes de investimento e os Fundos de investimento está na


gestão dos ativos. Nos clubes de investimentos, a gestão poderá ser realizada pelos próprios
participantes. Já nos fundos, o cotista não poderá atuar na gestão, ou seja, escolher os ativos
que irão compor o fundo.
Outra diferença é que o número máximo de participantes em um clube de investimento são
50 pessoas, e no fundo é ilimitado. Além disso, a documentação jurídica é mais complexa
nos fundos de investimentos, e os custos são relativamente maiores.
Vale lembrar que tanto os Clubes quanto os Fundos de Investimento são fiscalizados pela
CVM e são obrigados a seguirem suas regras.

6.2 Títulos de Crédito Imobiliário e do Agronegócio

6.2.1 Letras de Crédito Imobiliário – LCI e Letras de Crédito do Agronegócio – LCA

 Letras de Crédito Imobiliário – LCI


A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um investimento de renda fixa, são emitidos por
instituições financeiras, (Bancos) com lastro em crédito imobiliário, ou seja, os papeis são
emitidos por bancos baseados em empréstimos imobiliários.

163
 Letras de Crédito do Agronegócio – LCA
A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de renda fixa, com lastro em direitos
creditórios do agronegócio.

6.2.2. Características quanto a prazo, lastro, forma de resgate, liquidez, taxas e


formas de remuneração

Prazo
O prazo mínimo de vencimento desse ativo varia de acordo com o indexador que possui:
 36 meses quando o título for atualizado mensalmente por índice de preços; ou
 12 meses se for atualizado anualmente por esse indexador; ou
 90 dias, se não utilizar índice de preços.
Prazo mínimo: 90 dias;
Prazo máximo: Não pode ser superior ao lastro que serve de garantia.
Lastro (garantia)
 LCA: Créditos do Agronegócio;
 LCI: Créditos Imobiliários.
Forma de resgate
Normalmente apenas no vencimento.
Remuneração
 Taxa Pré-fixada;
 Taxa Pós-fixada.

6.2.3 Riscos inerentes ao produto:

6.2.3.1 Risco de crédito

É a possibilidade da instituição financeira que emitiu a LCA/LCI não honrar o pagamento.

6.2.3.1.1 O papel do FGC em caso de inadimplência do emissor

O investimento em LCA/LCI estão cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito até o valor de
R$250.000,00.

6.2.3.2 Risco de mercado

É a possibilidade de o preço dos papéis oscilar em função de alterações na taxa de juros. A


LCA/LCI pré-fixada tem maior risco de mercado que a LCA/LCI pós-fixada.

164
6.2.3.3 Risco de liquidez

É a impossibilidade de resgatar os recursos antes do vencimento.


Esse ativo não pode ser resgatado a qualquer momento, mas é possível negociá-lo no
mercado secundário.

6.2.4 Tributação:

6.2.4.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e


responsabilidade de recolhimento

Pessoa Física
 Isento de Imposto de Renda
Pessoa Jurídica
Tabela regressiva:

Prazo de aplicação Alíquotas


De 1 a 180 dias 22,50%
De 181 a 360 dias 20,00%
De 361 a 720 dias 17,50%
Acima de 720 dias 15,00%

6.2.5 LCI versus LCA: diferenças

Basicamente a diferença entre as LCAs e as LCIs é o lastro que serve de garantia.

6.3 CDB – Certificado de Depósito Bancário

6.3.1 Definição

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa emitido pelos bancos
comerciais, bancos de investimentos para captação de recursos. Funciona como um
empréstimo que você faz à instituição financeira, recebendo uma remuneração em troca.
É conhecido também como depósito a prazo.

6.3.2 Características:

6.3.2.1 Prazos

165
O prazo para o resgate é definido pelo banco, mas o investidor pode retirar antes a sua
rentabilidade sem prejuízos, se respeitar o prazo mínimo de aplicação, que varia de um dia
a um ano, dependendo da remuneração desejada.
Prazos mínimos de emissão dos CDBs:
 1 dia se for pré-fixado;
 1 dia se for corrigido pelo CDI;
 1 mês se for corrigido pela TR ou TJLP;
 2 meses se for corrigido pela TBF;
 1 ano se for corrigido pelo IPCA ou IGP-M.
Não existe uma regra sobre o prazo máximo.

6.3.2.2 Formas de resgate

Alguns CDBs podem ser resgatados antes do prazo de vencimento já outros tem um prazo
mínimo para ser resgatado.

6.3.2.3 Taxas e formas de remuneração:

As taxas de rentabilidade podem ser pré-fixadas ou pós-fixadas.

6.3.2.3.1 Pré-fixada

Um CDB pré-fixado é aquele que o investidor já sabe no momento da aplicação o quanto irá
receber de juros.
Exemplo:
Um investidor aplica R$ 100.000,00 no CDB pré-fixado a uma taxa de 10% a.a. por um prazo
de 1 ano.
Então, o investidor já sabe que depois de 1 ano ele irá resgatar o valor bruto de R$
110.000,00.
Obs: São recomendados em cenários de queda na taxa de juros.
No caso de resgate antecipado de um CDB pré-fixado a recompra é feita pela taxa de
mercado negociada no momento do resgate. Desta forma, para resgates antecipados, não
há garantia de que a taxa inicialmente negociada será preservada, pois o valor de resgate
pode ser maior ou menor que o previsto pela taxa inicial da aplicação.

6.3.2.3.2 Pós-fixada (TR, CDI e SELIC)

166
O CDB pós-fixado é aquele em que o seu rendimento está atrelado a uma determinada taxa
de juros (CDI / Selic / TR) ou índice de preços (IPCA / IGP-M). O mais comum é atrelado ao
CDI.
Exemplo:
Um investidor aplica R$ 100.000,00 no CDB pós-fixado a uma taxa de 100% do CDI por um
prazo de 1 ano.
O investidor sabe que irá receber 100% do CDI, porém ele não sabe quanto será o CDI daqui
1 ano:
 Se o CDI acumulado em 1 ano for de 12%, o investidor irá receber 100% dos 12%
do CDI, ou seja, 12%. Então ele irá resgatar R$ 112.000,00 brutos.

 Se o CDI acumulado em 1 ano for de 8%, o investidor irá receber 100% dos 8% do
CDI, ou seja, 8%. Então ele irá resgatar R$ 108.000,00 brutos.
Obs. Os CDBs pós fixados acompanham a taxa de juros, então num cenário de alta na taxa
de juros ganham mais e num cenário de taxa de juros ganham um pouco menos.
No caso de resgate antecipado de um CDB pós-fixado o investidor irá receber os rendimentos
pelos dias que deixou o dinheiro aplicado.

6.3.3 Riscos inerentes ao produto:

6.3.3.1 Risco de crédito

É a possibilidade da instituição financeira que emitiu o CDB não honrar o pagamento.

6.3.3.1.1 O papel do FGC em caso de inadimplência do emissor

O investimento em CDB está coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito até o valor de R$
250.000,00.

6.3.3.2 Risco de mercado

É a possibilidade de o preço dos papéis oscilar em função de alterações na taxa de juros. O


CDB pré-fixado tem maior risco de mercado que o CDB pós-fixado.

6.3.3.3 Risco de liquidez

Alguns CDBs podem ser resgatados antes do prazo de vencimento já outros tem um prazo
mínimo para ser resgatado. O risco de liquidez decorre da impossibilidade de resgatar os
recursos antes do vencimento.

167
Muitos bancos oferecem liquidez aos CDBs, ou seja, possibilita o investidor a resgatar os
recursos a qualquer momento.

6.3.4 Tributação:

6.3.4.1 Imposto de renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e


responsabilidade de recolhimento

Fato gerador
O fato gerador do imposto de renda no CDB pode ser:
 Vencimento; ou
 Resgate antecipado.
Alíquotas
A alíquota de imposto de renda nos CDBs depende do prazo de permanência da aplicação,
conforme tabela regressiva:

Prazo de aplicação Alíquotas


De 1 a 180 dias 22,50%
De 181 a 360 dias 20,00%
De 361 a 720 dias 17,50%
Acima de 720 dias 15,00%

Base de cálculo
A Base de cálculo é a diferença entre o valor de resgate e o valor aplicado, ou seja, os
rendimentos da aplicação.
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 100.000,00
 Valor do resgate: R$ 120.000,00
 Rendimentos: R$ 20.000,00 (Base de cálculo)
Responsabilidade de recolhimento.
A responsabilidade pelo recolhimento do imposto de renda é da instituição que emitiu o CDB,
ou seja, esse recolhimento é feito na fonte.
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 100.000,00
 Valor do resgate: R$ 120.000,00
 Rendimentos: R$ 20.000,00 (Base de cálculo)
Vamos imaginar que o resgate tenha sido efetuado após 3 anos. Como o prazo é superior a
720 dias a alíquota de IR será de 15% sobre os rendimentos.

168
15% sobre R$20.000,00 = R$3.000,00.
Neste caso a instituição financeira irá recolher os R$3.000 de IR e creditar na conta do
investidor o valor de R$ 117.000,00.
Mas como chegamos a esse valor?
 R$100.000,00 é o valor aplicado.
 R$17.000,00 são os rendimentos líquidos, ou seja, já descontado os impostos.
(R$20.000–R$3.000=R$17.000)

6.3.4.2 IOF

O IOF irá incidir sobre os rendimentos e apenas será cobrado caso o resgate seja realizado
antes de 30 dias, conforme tabela:
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 100.000,00
 Valor do resgate: R$ 101.000,00
 Rendimentos: R$ 1.000,00 (Base de cálculo)
 Prazo de resgate: 15 dias
Neste caso, como o resgate foi realizado antes de 30 dias haverá a incidência de IOF e IR:
Vamos calcular qual será o valor líquido de IOF?
 IOF: 15 dias, alíquota de 50%;
 R$1.000,00 - 50% = R$500,00.
Vamos calcular qual será o líquido de IR?
 IR: 15 dias, alíquota de 22,50%
 R$500,00 – 22,50% = R$387,50
Então o valor creditado na conta do investidor será de R$100.387,50.
Obs. Primeiro descontamos o IOF e depois o IR.

6.4 Debêntures e Debêntures Incentivadas

6.4.1 Aspectos gerais:

6.4.1.1 Definição

Debentures
Debêntures são títulos de renda fixa emitidos por sociedades anônimas (S.A) de capital
aberto ou fechado, mas somente as companhias abertas podem efetuar emissões públicas
de debêntures.

169
Além das sociedades anônimas, as sociedades de arrendamento mercantil e as companhias
hipotecárias também estão autorizadas a emitir debêntures.
Obs. Bancos não podem emitir debentures.
As empresas emitem as debentures com o objetivo é captar recursos para financiar seus
projetos de investimentos. (Construção de uma filial; compra uma nova máquina; etc.)
Ao investir em debêntures, o investidor emprestando dinheiro para uma determinada
empresa, e em troca, ela se compromete a te pagar o valor total investido acrescido de juros.
Debentures incentivadas
São debêntures emitidas para financiar projetos de infraestrutura, considerados prioritários
pelo Governo Federal. Elas foram criadas pela Lei Federal nº 12.431/2011, e apresentam
como uma de suas grandes vantagens (ou a principal vantagem) a isenção de imposto de
renda sobre os rendimentos para pessoas físicas.

6.4.1.2 Tipos: conversíveis, não-conversíveis

As debentures podem ser conversíveis em ações ou simples (não conversíveis):


 As debentures não conversíveis (simples) tem um prazo mínimo de 1 ano;
 As debentures conversíveis em ações tem um prazo mínimo de 3 ano;
O que são debentures conversíveis?
São debentures que possuem cláusulas que permite ao investidor converter suas debentures
em ações da companhia. Essa conversão apenas poderá ser realiza no vencimento da
debentures ou no prazo determinado na escritura.
Obs. O investidor não é obrigado a converter em ações.
Já as debentures simples ou não conversíveis são aquelas que o investidor não pode trocar
por ações da empresa, ou seja, no vencimento o investidor recebe o capital com a
remuneração combinada.

6.4.1.3 Taxas e formas de remuneração

As Debentures podem ser remuneradas por taxas pré-fixadas ou pós-fixadas.

6.4.2 Riscos inerentes ao produto

6.4.2.1 Risco de crédito

É a possibilidade da empresa que emitiu a Debenture não honrar o pagamento.


A emissão da debênture poderá ser efetuada com ou sem garantias.

170
No caso da emissão com garantia, temos:
 Garantia Real - envolvendo o comprometimento de bens ou direitos que não
poderão ser negociados sem a aprovação dos debenturistas, para que a garantia não
fique comprometida.

 Garantia Flutuante - assegura privilégio geral sobre o ativo da emissora, mas não
impede a negociação dos bens que compõe esse ativo.
Existem dois tipos de emissões sem garantia:
 Quirografárias - Em caso de falência, concorre em igualdade com os demais
credores.

 Subordinadas - Em caso de falência, recebe depois dos credores, por isso oferece
mais risco em relação as debentures quirografárias.
Então, a diferença entre uma Debentures Quirografária e uma Debenture Subordinada é que
em caso de falência da empresa, quem possui uma Debentures Quirografária concorrem
em igualdade aos demais credores e recebem o reembolso antes das Debentures
Quirografárias.
Obs. Debentures não conta com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC.

6.4.2.2 Risco de mercado

É a possibilidade de o preço dos papéis oscilar em função de alterações na taxa de juros.


Uma Debenture pré-fixada tem maior risco de mercado que uma Debenture pós-fixada.

6.4.2.3 Risco de liquidez

É a impossibilidade de resgatar os recursos antes do vencimento.


As Debentures podem ser negociadas no mercado secundário (Bolsa de Valores).

6.4.3 Tributação

6.4.3.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e


responsabilidade de recolhimento

Fato gerador
O fato gerador do imposto de renda de uma Debentures pode ser:
 Vencimento;
 Resgate antecipado;
 Repactuação;
 Conversão em ações;
171
Alíquotas
A alíquota de imposto de renda nas Debentures depende do prazo de permanência da
aplicação, conforme tabela regressiva:

Prazo de aplicação Alíquotas


De 1 a 180 dias 22,50%
De 181 a 360 dias 20,00%
De 361 a 720 dias 17,50%
Acima de 720 dias 15,00%

Obs. O Prazo mínimos de uma Debentures não conversível é de 1 ano, ou seja, a alíquota
máxima de IR que o investidor irá pagar é de 20%.
O Prazo mínimos de uma Debentures conversível em ações é de 3 ano, ou seja, a alíquota
de IR que o investidor irá pagar é de 15%.
Base de cálculo
A Base de cálculo é a diferença entre o valor de resgate e o valor aplicado, ou seja, os
rendimentos da aplicação.
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 100.000,00
 Valor do resgate: R$ 120.000,00
 Rendimentos: R$ 20.000,00 (Base de cálculo)
Responsabilidade pelo recolhimento
A responsabilidade pelo recolhimento do imposto de renda é da instituição que efetuar o
pagamento, ou seja, esse recolhimento é feito na fonte.
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 100.000,00
 Valor do resgate: R$ 120.000,00
 Rendimentos: R$ 20.000,00 (Base de cálculo)
Vamos imaginar que o resgate tenha sido efetuado após 3 anos. Como o prazo é superior a
720 dias a alíquota de IR será de 15% sobre os rendimentos.
15% sobre R$20.000,00 = R$3.000,00.
Neste caso a instituição financeira irá recolher os R$3.000 de IR e creditar na conta do
investidor o valor de R$ 117.000,00.
Mas como chegamos a esse valor?
 R$100.000,00 é o valor aplicado;
 R$17.000,00 são os rendimentos líquidos, ou seja, já descontado os impostos.
(R$20.000–R$3.000=R$17.000)

172
6.4.3.2 IOF

Como o IOF incide apenas em resgates realizados antes de 30 dias e o prazo mínimo de uma
Debenture é de 1 ano, não há a incidência de IOF.

6.5 Títulos Públicos

6.5.1 Conceito e finalidade

Os títulos públicos são títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional, tem por finalidade
captar recursos para o financiamento da dívida pública e financiar atividades do Governo
Federal, como educação, segurança, saúde, infraestrutura e etc.
Ao comprar um título público, o investidor empresta dinheiro para o governo brasileiro em
troca do direito de receber no futuro uma remuneração por este empréstimo, ou seja, ele
receberá o que emprestou mais os juros sobre esse empréstimo.
Existem basicamente dois tipos de títulos públicos:
 As Letras Financeiras; e
 As Notas Financeiras.
Qual a diferença entre as Letras e as Notas?
As Letras não pagam juros semestrais, então o investidor recebe os juros apenas no
vencimento. Existem dois tipos de Letras:
 Letra do Tesouro Nacional – LTN (Pré-fixado)
 Letra Financeira do Tesouro – LFT (Pós-fixado – Selic over)
A diferença entre elas é que a LTN é um título pré-fixado e a LFT é um título pós-fixado
corrigido pela taxa Selic over.
Dica:
Na LTN o “T” vem antes então é uma taxa pré-fixada.
Na LFT o “T” vem depois então é uma taxa pós-fixada
Já as Notas pagam juros semestrais. Então o investidor vai recebendo um pouquinho todo
semestre. Esse recebimento de juros semestrais é conhecido como Cupom de Juros.
Existem dois tipos de Notas:
 Notas do Tesouro Nacional – Série B (Pós-fixado - IPCA)
 Notas do Tesouro Nacional – Série F (Pré-fixado)
A diferença entre elas é que a NTN-F é um título pré-fixado e a NTN-B é um título pós-fixado
corrigido pela inflação medida pelo IPCA.
Dica:

173
Na NTN-F o “F” é de Fixo, ou seja, taxa pré-fixada.
Atenção: Os Títulos Públicos federais são emitidos com exclusividade pelo Tesouro Nacional,
ficando o BACEN proibido de emitir Títulos Públicos Federais desde 2002 (Lei Complementar
101/2000).

6.5.2 Riscos inerentes ao produto:

6.5.2.1 Risco de crédito

É a possibilidade do Governo que emitiu o título não honrar o pagamento.


Os títulos públicos federais são considerados de menor risco de crédito.

6.5.2.2 Risco de mercado

É a possibilidade de o preço dos papéis oscilar em função de alterações na taxa de juros. Um


título pré-fixado tem maior risco de mercado que um título pós-fixado.

6.5.2.3 Risco de liquidez

É a impossibilidade de resgatar os recursos antes do vencimento.


Desde março de 2015, os títulos públicos federais contam com liquidez diária. Caso o
investidor não deseje aguardar o vencimento, o Tesouro Nacional garante a recompra diária
dos títulos adquiridos no Tesouro Direto. Então, o investidor poderá vender antecipadamente
os títulos ao Tesouro Nacional, todos os dias, mas a preços de mercado.

6.5.3 Principais títulos e suas características: LFT; LTN; NTN-B, NTN-B Principal e
NTN-F

Letra Financeira do Tesouro – LFT


A LFT, atualmente chamada de Tesouro Selic têm sua rentabilidade vinculada à taxa Selic
over. Por serem pós-fixados, o investidor saberá a remuneração somente ao final do prazo,
pois ela dependerá do comportamento da taxa básica da economia. O pagamento do principal
e dos juros se dá apenas na data de vencimento.
Indicado se você acredita que a tendência da taxa Selic é de elevação, já que a rentabilidade
desse título é indexada à taxa de juros básica da economia.
O valor de mercado desse título apresenta baixa volatilidade, evitando perdas no caso de
venda antecipada. Por essa razão, é considerado um título indicado para um perfil mais
conservador.
Caso queira vender o título antes do seu vencimento, o Tesouro Nacional o recomprará pelo
seu valor de mercado.

174
Uma LFT pode ser negociada com ágio, deságio ou ao par.
 Ágio: Quando a LFT é negociada por um preço maior que o preço de mercado;
 Deságio: Quando a LFT é negociada por um preço menor que o preço de mercado;
 Ao par: Quando a LFT é negociada pelo mesmo preço de mercado;
É um título zero cupom, ou seja, não paga juros semestrais.
Letras do Tesouro Nacional
A LTN, atualmente chamada de Tesouro Prefixado é um título pré-fixado, negociado com um
deságio (desconto) sobre o seu valor de face. Mantendo o título até o vencimento, o
investidor receberá R$1.000,00 A diferença entre esse valor recebido no final da aplicação e
o valor pago no momento da compra representa a rentabilidade do título.

É um título zero cupom, ou seja, não paga juros semestrais.


Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará o seu valor de
mercado, de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na
data da compra, dependendo do preço do título no momento da venda.
NTN-B
A NTN-B, atualmente chamada de Tesouro IPCA com Juros Semestrais é título com
rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da
compra. Os pagamentos dos juros são feitos semestralmente e o pagamento do principal
corrigido pelo IPCA é feito no vencimento.
No pagamento desses rendimentos semestrais há incidência de imposto de renda (IR),
obedecendo a tabela regressiva.
Ele proporciona rentabilidade real, ou seja, garante o aumento do poder de compra do seu
dinheiro, pois seu rendimento é composto por duas parcelas: uma taxa de juros prefixada e
a variação da inflação (IPCA). Desse modo, independente da variação da inflação, a
rentabilidade total do título sempre será superior a ela. A rentabilidade real, nesse caso, é
dada pela taxa de juros prefixada, contratada no momento da compra do título.
Na data de vencimento do título, o investidor resgata o valor investido atualizado pela inflação
do IPCA acrescido do último pagamento de juros semestrais.

175
Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará o seu valor de
mercado, de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na
data da compra, dependendo do preço do título no momento da venda.
NTN-B Principal
A NTN-B, atualmente chamada de Tesouro IPCA também é um título com rentabilidade
vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. A
diferença, aqui, é que o pagamento é único e feito apenas na data de vencimento.
Possui fluxo de pagamento simples, isto é, você receberá o valor investido acrescido da
rentabilidade na data de vencimento ou resgate do título.
Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará o seu valor de
mercado, de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na
data da compra, dependendo do preço do título no momento da venda.
NTN-F
A NTN-F, atualmente chamada de Tesouro Prefixado com Juros Semestrais é título com
rentabilidade prefixada, acrescida de juros definidos no momento da compra. Os pagamentos
dos juros são feitos semestralmente e o pagamento do principal é feito no vencimento.
No pagamento desses rendimentos semestrais há incidência de imposto de renda (IR),
obedecendo a tabela regressiva.
Mantendo o título até o vencimento, você receberá R$1.000,00 acrescido do último
pagamento de juros semestrais.
Caso necessite vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará o seu valor de
mercado, de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na
data da compra, dependendo do preço do título no momento da venda.

6.5.4 Tributação:

6.5.4.1 Imposto de Renda: fato gerador, alíquotas, base de cálculo e


responsabilidade de recolhimento

Fato gerador
O fato gerador do imposto de renda de um título público federal pode ser:
 Vencimento;
 Resgate antecipado;
 Pagamento de Cupom Semestral.
Alíquotas
A alíquota de imposto de renda nos Títulos Públicos depende do prazo de permanência da
aplicação, conforme tabela regressiva:

176
Prazo de aplicação Alíquotas
De 1 a 180 dias 22,50%
De 181 a 360 dias 20,00%
De 361 a 720 dias 17,50%
Acima de 720 dias 15,00%

Base de cálculo
A Base de cálculo é a diferença entre o valor de resgate e o valor aplicado, ou seja, os
rendimentos da aplicação.
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 1.000,00
 Valor do resgate: R$ 1.200,00
 Rendimentos: R$ 200,00 (Base de cálculo)
Responsabilidade de recolhimento
A responsabilidade pelo recolhimento do imposto de renda é do agente de custódia, ou seja,
esse recolhimento é feito na fonte.
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 1.000,00
 Valor do resgate: R$ 1.200,00
 Rendimentos: R$ 200,00 (Base de cálculo)
Vamos imaginar que o resgate tenha sido efetuado após 3 anos. Como o prazo é superior a
720 dias a alíquota de IR será de 15% sobre os rendimentos.
15% sobre R$200,00 = R$30,00.
Neste caso a instituição financeira irá recolher os R$30,00 de IR e creditar na conta do
investidor o valor de R$ 1.170,00.
Mas como chegamos a esse valor?
 R$1.000,00 é o valor aplicado.
 R$170,00 são os rendimentos líquidos, ou seja, já descontado os impostos. (R$200,00
– R$30,00 = R$170,00)

6.5.4.2 IOF

O IOF irá incidir sobre os rendimentos e apenas será cobrado caso o resgate seja realizado
antes de 30 dias, conforme tabela regressiva:
Exemplo:
 Valor da aplicação: R$ 1.000,00

177
 Valor do resgate: R$ 1.010,00
 Rendimentos: R$ 10,00 (Base de cálculo) Prazo de resgate: 15 dias
Neste caso, como o resgate foi realizado antes de 30 dias haverá a incidência de IOF e IR:
Vamos calcular qual será o valor líquido de IOF?
 IOF: 15 dias, alíquota de 50%
 R$10,00 - 50% = R$5,00
Vamos calcular qual será o líquido de IR?
 IR: 15 dias, alíquota de 22,50%
 R$5,00 – 22,50% = R$3,87
Então o valor creditado na conta do investidor será de R$1.003,87.
Obs. Primeiro descontamos o IOF e depois o IR.

6.5.5 Tesouro Direto. Conceito e forma de negociação. Custos para o investidor.


Nomenclatura dos títulos negociados e adequação dos produtos em função do
nível de conhecimento do investidor e objetivo

Conceito e características operacionais


O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a
BMF&F Bovespa para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, por meio da
internet.
Concebido em 2002, esse Programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos
títulos públicos, ao permitir aplicações com apenas R$ 30,00. Antes do Tesouro Direto, o
investimento em títulos públicos por pessoas físicas era possível somente indiretamente, por
meio de fundos de renda fixa que, por cobrarem elevadas taxas de administração,
especialmente em aplicações de baixo valor, reduziam a atratividade desse tipo de
investimento.
O Tesouro Direto contribuiu para a diversificação e complementação das alternativas de
investimento disponíveis no mercado, ao oferecer títulos com diferentes tipos de
rentabilidade (prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica
da economia - Selic), de prazos de vencimento e de fluxos de remuneração. Com tantas
opções, fica fácil achar um título indicado para a sua necessidade.
Além de acessível e de apresentar opções de investimento que se encaixam aos seus
objetivos financeiros, o Tesouro Direto oferece boa rentabilidade e liquidez diária, mesmo
sendo a aplicação de menor risco do mercado.
Representa, portanto, uma excelente oportunidade para você realizar seu planejamento
financeiro sem complicação.
Quem pode comprar títulos públicos através do tesouro direto?

178
Estão aptos a adquirir títulos públicos no Tesouro Direto os investidores que possuam
Cadastro de Pessoa Física – CPF e tenham conta corrente ou conta poupança em alguma
instituição financeira.
As compras de títulos no Tesouro Direto (tanto tradicionais quanto programadas) deverão
ocorrer em múltiplos de 1% do valor de um título (0,01 título), ou seja, o investidor pode
comprar porções de um título. Cabe observar, porém, que o valor a ser aplicado necessita
respeitar o limite financeiro mínimo de R$ 30,00 (trinta reais). O limite financeiro máximo de
compra por investidor é de R$ 1.000.000,00 por mês. Não há limite financeiro para vendas.
Quais são os horários para compra de títulos do Tesouro Direto?
A compra de títulos públicos pode ser feita todos os dias úteis das 9h às 5h. Entre as 5h e as
9h da manhã, o Tesouro Direto fica fechado para manutenção e as compras não podem ser
realizadas.
Aos finais de semana, as compras podem ser realizadas no período entre 9h de sexta-feira e
5hs de segunda-feira, ininterruptamente.
Obs. As compras podem ser suspensas ao longo do dia, por tempo indeterminado, caso o
Tesouro Nacional julgue conveniente devido às condições de mercado.
Quais são os horários para venda de títulos do Tesouro Direto?
O Tesouro recompra os títulos (ou seja, você pode vender seus títulos para o próprio
Tesouro) todos os dias, inclusive finais de semana, entre as 18h e as 5h.
Excepcionalmente, nas quartas-feiras em que houver reunião do Copom (Comitê de Política
Monetária), é permitida apenas a venda de Tesouro Selic (antiga LFT).
Custos para o investidor
Os títulos públicos possuem taxas de agente de custódia e taxa da BM&FBovespa.
As taxas do Agente de Custódia são cobradas no momento da compra de títulos públicos e
pode variar de instituição para instituição.
Já taxa de custódia da BM&FBovespa de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, referente
aos serviços de guarda dos títulos.
Nomenclatura dos títulos negociados
Buscando melhorar a comunicação com o investidor, o Tesouro Nacional criou novas
nomenclaturas para os títulos públicos negociados no Tesouro Direto, para que o investidor
consiga identificar suas principais características ao ler o seu nome.
Com os novos nomes, ficou muito mais fácil entender o Tesouro Direto. Veja como eles
permanecem vinculados aos nomes antigos e resumem os principais atributos dos títulos,
que são: tipos de rentabilidade, fluxo de remuneração e data de vencimento:
 Tesouro Selic (Antiga LFT): têm sua rentabilidade vinculada à taxa Selic. Por serem
pós-fixados, o investidor saberá a remuneração somente ao final do prazo, pois ela

179
dependerá do comportamento da taxa básica da economia. O pagamento do principal
e dos juros se dá apenas na data de vencimento.

 Tesouro Prefixado (Antiga LTN): oferecem uma taxa prefixada, definida no


momento da compra. Assim, o investidor sabe na hora os juros que serão pagos no
momento do vencimento. Esse tipo de título não paga juros semestrais (os chamados
"cupons").

 Tesouro IPCA com Juros Semestrais (Antiga NTN-B): título com rentabilidade
vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra.
Os pagamentos dos juros são feitos semestralmente e o pagamento do principal é
feito no vencimento.

 Tesouro IPCA (Antiga NTN-B Principal): tem rentabilidade vinculada à variação


do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra. A diferença, aqui, é
que o pagamento é único e feito apenas na data de vencimento.

 Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (Antiga NTN-F): título com


rentabilidade prefixada, acrescida de juros definidos no momento da compra. Os
pagamentos dos juros são feitos semestralmente e o pagamento do principal é feito
no vencimento.
Adequação dos produtos em função do nível de conhecimento do investidor e
objetivos
Justamente por ser considerado um investimento de risco mais baixo e com características
mais conservadoras, o Tesouro Direto é recomendado para quem quer montar uma carteira
de renda fixa correndo menos riscos.
No entanto, há diversos tipos de títulos públicos disponíveis, cada um deles com
características específicas. Para saber qual o mais adequado para o investidor, é preciso
considerar seus objetivos, horizonte de tempo de investimento, tipo de risco que está
disposto a correr e seu perfil de investidor.
Também é importante verificar os prazos de vencimentos dos títulos. Caso vá precisar do
dinheiro investido de volta em pouco tempo, títulos com prazo longo não são recomendados,
pois quando você vende seu título antes do vencimento, pode ter um retorno diferente do
informado na hora da compra.
Tesouro Prefixado (LTN): Indicado em cenários de queda na taxa de juros.
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F): Indicado para investidores que
acreditam na queda da taxa de juros e querem receber juros semestrais.
Tesouro IPCA com Juros Semestrais (NTN-B): Indicado para investidores que buscam
uma rentabilidade real e querem se proteger da inflação.

180
Tesouro IPCA (NTN-B Principal): Indicado para investidores que buscam uma
rentabilidade real e querem se proteger da inflação.
Tesouro Selic (LFT): Indicado para investidores conservadores que buscam acompanhar a
taxa de juros, ganham mais num cenário de alta da taxa de juros e ganham menos num
cenário de queda na taxa de juros.

6.6 Caderneta de Poupança

6.6.1 Conceito e finalidade

A poupança ou caderneta de poupança como também é conhecida, é um dos investimentos


mais conhecidos, tradicionais e conservadores existentes no Brasil, graças a sua facilidade,
simplicidade e segurança. Esse tipo de investimento se resume a uma rentabilidade pré-
fixada + a correção da Taxa Referencial (TR).
Os recursos captados através da poupança são direcionados para o Sistema Financeiro
Habitacional.

6.6.2 Riscos inerentes ao produto:

A Poupança é um investimento de baixo risco e alta liquidez, pois permite que o investidor
resgate seu dinheiro a qualquer momento.
Atenção: Se o investidor resgatar os recursos antes da data de aniversário ele não receberá
os rendimentos do período.
Exemplo:
Se o investidor fizer um depósito na sua caderneta de poupança no dia 10/02, ele só receberá
os rendimentos no dia 10/03. Caso ele resgate o valor até o dia 09/03 ele perderá todo
rendimento do período.
A rentabilidade é definida sempre sobre o menor saldo do período.
Exemplo:
Se o investidor depositou R$ 1.000 no dia 10/02 e sacou R$ 900 antes da data de aniversário,
a rentabilidade será calculada sobre R$ 100. Isso mostra que saques efetuados fora da data
de aniversário podem prejudicar a rentabilidade de forma significativa.
O maior risco que o investidor corre ao aplicar na Poupança é de o banco quebrar. Mas
mesmo se isso acontecer, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante até R$250.000,00.

6.6.3 Rentabilidade

A rentabilidade da poupança é mensal e o investidor só recebe os juros na data de aniversário


da aplicação.

181
E qual será a rentabilidade da Poupança?
Os valores depositados na poupança são remunerados a uma taxa de juros de 0,5% ao mês
+ Taxa Referencial (TR).
A partir do dia 03/05/2012 o governo alterou as regras da rentabilidade da poupança.
E como está hoje?
Para depósitos realizados ANTES dessa data, as regras permanecem as mesmas, ou seja, o
investidor irá receber 0,50% ao mês + TR.
Para depósitos realizados APÓS essa data, a remuneração da poupança irá depender da taxa
Selic:
 Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança será igual a
regra antiga, ou seja, o investidor irá receber 0,50% ao mês + TR.

 Se a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança passa


a ser de 70% da Selic + TR.
Atenção:
 Depósitos realizados nos dias 29, 30 ou 31 terão como data de aniversário todo dia
01.

 Depósitos realizados em cheque terão como data de aniversário a data do depósito e


não a data de compensação do cheque.

 O investidor pessoa física tem rentabilidade mensal, já o investidor pessoa jurídica


tem rentabilidade trimestral.

6.6.4 Tributação

 O investidor pessoa física é isento de imposto de renda;


 O investidor pessoa jurídica será tributado a uma alíquota de 22,50% sobre os
rendimentos (Tabela regressiva).

6.7 Operações Compromissadas

6.7.1 Conceito e finalidade

6.7.2 Características quanto a prazo, lastro, forma de resgate, liquidez e formas


de remuneração

No mercado de títulos de renda fixa, operações compromissadas são operações de compra


(ou venda) de títulos com compromisso de revenda (ou recompra) dos mesmos títulos em
uma data futura.

182
Nas operações compromissadas, pelo menos uma das partes contratantes deve ser banco
múltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, sociedade de
crédito, financiamento e investimento, sociedade corretora de títulos e valores mobiliários,
sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou a Caixa Econômica Federal,
habilitado para a realização dessas operações
Os bancos compram e mantém títulos em suas carteiras e eles podem propor vender esse
título ao investidor, com o compromisso de recomprá-lo depois de um determinado período
de tempo. É como se o banco estivesse pedindo dinheiro emprestado ao investidor
oferecendo como garantia desse empréstimo um título de sua carteira.
Não é qualquer título que pode ser negociado através de operações compromissadas. O
regulamento lista exclusivamente quais títulos estão habilitados, entre eles:
 Títulos públicos (federais, estaduais e municipais);
 Certificados de depósito bancário (CDB);
 Letras hipotecárias;
 Letras de crédito imobiliário (LCI);
 Debêntures;
 Certificados de recebíveis imobiliários (CRI).
A rentabilidade das Operações Compromissadas é definida no momento da compra, podendo
ser prefixada ou pós-fixada. Na maioria dos casos, ela é pós-fixada e atrelada ao CDI.
Para as operações compromissadas, a tributação do imposto de renda é decrescente em
função do prazo da aplicação:

Prazo de aplicação Alíquotas


De 1 a 180 dias 22,50%
De 181 a 360 dias 20,00%
De 361 a 720 dias 17,50%
Acima de 720 dias 15,00%

O recolhimento é na fonte.
Caso o resgate seja realizado antes de 30 dias haverá a cobrança de IOF.

183
Módulo 7
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
ABERTA: PGBL e VGBL
(PROPORÇÃO: DE 5% A 10%)

184
7. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA: PGBL e VGBL (Proporção: de 5% a
10%)

O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem suas políticas elaboradas pela Secretaria
de Previdência do Ministério da Fazenda e executadas pelo Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
Este Regime possui caráter contributivo e de filiação obrigatória. Dentre os contribuintes,
encontram-se os empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos,
contribuintes individuais e trabalhadores rurais.
O que é Previdência Social?
A Previdência Social é um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em
casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice. Oferece vários benefícios que
juntos garantem tranquilidade quanto ao presente e em relação ao futuro assegurando um
rendimento seguro. Para ter essa proteção, é necessário se inscrever e contribuir todos os
meses.
Para que serve a Previdência Social?
Para substituir a renda do segurado-contribuinte, quando da perda de sua capacidade de
trabalho.
Quando o trabalhador perde a sua capacidade de trabalho?
Quando é atingido por um dos chamados riscos sociais: doença, invalidez, idade avançada,
morte e desemprego involuntário. Além destes, há também a maternidade e a reclusão.
Quais são os benefícios da Previdência Social?
 Aposentadoria por idade
 Aposentadoria por invalidez
 Aposentadoria por tempo de contribuição
 Aposentadoria especial
 Auxílio-doença
 Auxílio acidente
 Auxílio reclusão
 Pensão por morte
 Pensão Especial (aos portadores da Síndrome da Talidomida)
 Salário-maternidade
 Salário-família
 Assistência Social BPC – LOAS
Quem pode se inscrever?
Todo trabalhador com carteira assinada é automaticamente filiado à Previdência Social.
Quem trabalha por conta própria precisa se inscrever e contribuir mensalmente para ter
acesso aos benefícios previdenciários. São segurados da Previdência Social os empregados,
os empregados domésticos, os trabalhadores avulsos, os contribuintes individuais e os

185
trabalhadores rurais. Até mesmo quem não tem renda própria, como as donas-de-casa e os
estudantes, pode se inscrever na Previdência Social. Para se filiar é preciso ter mais de 16
anos. O trabalhador que se filia à Previdência Social é chamado de segurado.
Quem está na categoria contribuinte individual?
As pessoas que trabalham por conta própria (autônomos) e os trabalhadores que prestam
serviços de natureza eventual a empresas, sem vínculo empregatício. São considerados
contribuintes individuais, entre outros, os sacerdotes, os diretores que recebem remuneração
decorrente de atividade em empresa urbana ou rural, os síndicos remunerados, os motoristas
de táxi, os vendedores ambulantes, as diaristas, os pintores, os eletricistas, os associados de
cooperativas de trabalho e outros.
Quem está na categoria segurado facultativo?
Todas as pessoas com mais de 16 anos que não têm renda própria, mas decidem contribuir
para a Previdência Social. Por exemplo: donas-de-casa, estudantes, síndicos de condomínio
não-remunerados, desempregados, presidiários não-remunerados e estudantes bolsistas.
Quem está na categoria empregado doméstico?
Trabalhador que presta serviço na casa de outra pessoa ou família, desde que essa atividade
não tenha fins lucrativos para o empregador. São empregados domésticos: governanta,
jardineiro, motorista, caseiro, doméstica e outros.
Quem está na categoria segurado especial?
São os trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem utilização
de mão de obra assalariada. Estão incluídos nesta categoria cônjuges, companheiros e filhos
maiores de 16 anos que trabalham com a família em atividade rural. Também são
considerados segurados especiais o pescador artesanal e o índio que exerce atividade rural
e seus familiares. (Produtor rural pessoa física sem empregados)
O que é aposentadoria especial?
Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou
à integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá
comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes nocivos químicos,
físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido para a
concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos).
O que é aposentadoria por idade?
É o benefício concedido ao segurado da Previdência Social que atingir a idade considerada
risco social. Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir
dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais podem
pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: a partir dos 60 anos, homens, e a
partir dos 55 anos, mulheres.
O que é aposentadoria por invalidez?

186
Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela
perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo
de serviço que lhes garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem,
ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser
quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade. Quem recebe
aposentadoria por invalidez tem que passar por perícia médica de dois em dois anos, se não,
o benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a
capacidade e volta ao trabalho. Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir
para a Previdência Social por no mínimo 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse
prazo de carência não é exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social.
O que é aposentadoria por tempo de contribuição?
A aposentadoria por tempo de contribuição pode ser integral ou proporcional. Para ter direito
à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de
contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria proporcional,
o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade mínima. Os
homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30 anos de
contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de
1998 para completar 30 anos de contribuição.
As mulheres têm direito à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição, mais um
adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 25
anos de contribuição. Para ter direito à aposentadoria integral ou proporcional, é necessário
também o cumprimento do período de carência, que corresponde ao número mínimo de
contribuições mensais indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos
a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais. Os filiados
antes dessa data têm de seguir a tabela progressiva.
O que é auxílio-acidente?
É o benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas que reduzem
sua capacidade de trabalho. É concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Têm
direito ao auxílio-acidente o trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador
especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não recebem o
benefício. Para concessão do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo de contribuição,
mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a impossibilidade de
continuar desempenhando suas atividades, por meio de exame da perícia médica da
Previdência Social. O auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser acumulado
com outros benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria. O benefício deixa
de ser pago quando o trabalhador se aposenta. O valor desse benefício corresponde a 50%
do salário de benefício que deu origem ao auxílio-doença corrigido até o mês anterior ao do
início do auxílio-acidente. Clique aqui para mais informações sobre auxílio acidente.
O que é auxílio-doença?
É o benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais
de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15

187
dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social paga a partir do
16º dia de afastamento do trabalho. Para os demais segurados inclusive o doméstico, a
Previdência paga o auxílio desde o início da incapacidade e enquanto a mesma perdurar. Em
ambos os casos, deverá ter ocorrido o requerimento do benefício. Para concessão de auxílio-
doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica
da Previdência Social. Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a
Previdência Social por, no mínimo, 12 meses (carência). Esse prazo não será exigido em caso
de acidente de qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de doença
profissional ou do trabalho.
O que é auxílio reclusão?
É um benefício devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período
em que estiver preso sob regime fechado ou semiaberto. Não cabe concessão de auxílio-
reclusão aos dependentes do segurado que estiver em livramento condicional ou cumprindo
pena em regime aberto. Há situações em que os segurados ficam um período sem contribuir
e, mesmo assim, têm direito aos benefícios previdenciários, enquanto mantiverem a
qualidade de segurado.
O que é pensão por morte?
Benefício pago à família do trabalhador quando ele morre. Para concessão de pensão por
morte, não há tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido
enquanto o trabalhador tinha qualidade de segurado. Se o óbito ocorrer após a perda da
qualidade de segurado, os dependentes terão direito a pensão desde que o trabalhador tenha
cumprido, até o dia da morte, os requisitos para obtenção de aposentadoria pela Previdência
Social ou que fique reconhecido o direito à aposentadoria por invalidez, dentro do período
de manutenção da qualidade do segurado, caso em que a incapacidade deverá ser verificada
por meio de parecer da perícia médica do INSS com base em atestados ou relatórios médicos,
exames complementares, prontuários ou documentos equivalentes.
O que é Salário Família?
Benefício pago aos segurados empregados, exceto os domésticos, e aos trabalhadores
avulsos com salário mensal de até R$ 915,05, para auxiliar no sustento dos filhos de até 14
anos de idade ou inválidos de qualquer idade. Para a concessão do salário-família, a
Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição. De acordo com a Portaria
Interministerial nº 02, de 06 de janeiro de 2012, o valor do salário-família será de R$ 31,22,
por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem receber até R$ 608,80.
Observação: São equiparados aos filhos os enteados e os tutelados, estes desde que não
possuam bens suficientes para o próprio sustento, devendo a dependência econômica de
ambos ser comprovada.
O que é salário-maternidade?
O salário-maternidade é devido às seguradas empregadas, trabalhadoras avulsas,
empregadas domésticas, contribuintes individuais, facultativas e seguradas especiais, por
ocasião do parto, inclusive o natimorto, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para

188
fins de adoção. Considera-se parto o nascimento ocorrido a partir da 23ª semana de
gestação, inclusive em caso de natimorto.

7.1 Previdência Social x Previdência Privada: Avaliação da Necessidade do Cliente

A previdência social é um seguro em que as pessoas contribuem durante um determinado


período de tempo trabalhado, para terem o direito de receber uma renda em caso de
aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, auxílio-acidente, e outros vários benefícios
previstos por lei.
Essa contribuição é obrigatória para todos funcionários registrados e o valor dessa
contribuição é descontado diretamente da folha de pagamento. Os valores a serem
descontados vão depender do salário de cada um, e podem variar de 8% a 14%, quanto
maior o salário, maior é o desconto:
Até R$ 1.045,00 – contribuição de 7,5%;
De R$ 1.045,01 a R$ 2.089,60 - contribuição de 9%
De R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 - contribuição de 12%
De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,06 - contribuição de 14%
Exemplo:
Se uma pessoa ganha R$ 10.000,00 o valor da contribuição do INSS será de R$713,09.
Mas o que é o INSS?
O INSS é a sigla de Instituto Nacional do Seguro Social, foi criado em 1988 e é um órgão do
Ministério da Previdência Social, ligado diretamente ao Governo. É o órgão responsável por
receber as contribuições dos indivíduos, e tem como função fazer os pagamentos de
aposentadorias, auxílio-doença, pensão por morte, auxílio-acidente, e etc.
Mas qual é o valor da aposentadoria?
Atualmente o valor mínimo é de R$1.045,00 (salário mínimo) e o valor do teto é de
R$6.101,06. Isso quer dizer se uma pessoa tem um salário de R$10.000,00, quando ela se
aposentar o máximo que ela irá receber é de R$ 6.101,06. Além disso, o grande problema é
de que devido aos critérios estipulados pelo governo pouquíssimas pessoas conseguem se
aposentar recebendo o teto.
Para se ter uma ideia o valor médio de aposentadoria não chega a 2 salários mínimos.
Você já parou para pensar nisso?
Uma pessoa que tinha um salário de R$10.000 se conseguir se aposentar com o teto, ele
terá que viver com uma renda de R$ 6.101,06 ou seja, quase R$4.000,00 a menos por mês.

189
E isso pode ser pior ainda, se considerarmos o valor médio de aposentadoria essa pessoa
terá que viver com uma renda de aproximadamente R$ 2.095,00, quase de R$8.000,00 a
menos por mês.
Mas o que fazer?
Pensando em complementar essa aposentadoria uma pessoa pode contribuir com uma
Previdência Privada.
A Previdência Privada, também chamada de Previdência Complementar, é uma forma de
seguro contratado para garantir uma renda futura ao titular ou seu beneficiário, com o
objetivo de complementar a aposentadoria.
Há dois tipos de entidades de Previdência Complementar no Brasil: a Aberta e a Fechada.
A aberta, pode ser contratada por qualquer pessoa física ou jurídica, enquanto a fechada,
também conhecida como fundo de pensão é destinada a grupos, como funcionários de uma
empresa ou associados de instituidores.
Vimos no exemplo anterior que se uma pessoa tem uma renda de R$10.000,00 e se aposenta
com o teto do INSS, ele terá que viver com quase R$4.000 a menos por mês, o que irá
impactar muito o padrão de vida dessa pessoa.
O objetivo de uma previdência complementar é fazer com que essa pessoa vai acumulando
recursos ao longo da sua vida, e quando se aposentar ela utilize esses recursos para
complementar sua aposentadoria.
Exemplo:
Se a pessoa tinha um salário de R$10.000 e se aposenta como o valor de R$ 6.101,06. a
diferença de R$ 3.898,94 será complementado com sua previdência complementar.
Dessa forma ela continua recebendo os R$10.000,00 sendo: R$ 6.101,06 recebidos pelo
INSS; e R$ 3.898,94 recebidos pela sua previdência complementar.

7.2 Características Técnicas que influenciam o produto

7.2.1 Taxas de Administração

É uma taxa cobrada para remunerar o administrador e demais prestadores de serviços do


Plano de Previdência Complementar;
 Ela é uma taxa fixa expressa ao ano (Exemplo: 3% a.a. – Ano base 252 dias);
 Embora seja expressa ao ano é provisionada diariamente;
 Ela afeta o valor da cota;
 Ela incide sobre o Patrimônio Líquido do Plano.
Obs. A rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administração já
debitado.

190
7.2.2 Taxas de Carregamento

Nos Planos de Previdência Complementar, além da taxa de administração existe também a


taxa de carregamento.
É uma taxa que incide sobre cada contribuição que é realizada no plano (aporte único e
aportes mensais), ela serve para cobrir despesas operacionais.
O percentual máximo permitido para cobrança de taxa de carregamento é de até 10%.
Exemplo:
A taxa de carregamento de um Plano de Previdência Complementar é de 2%. Isso significa
que cada contribuição realizada pelo participante sofrerá um desconto de 2%:
 Valor do aporte R$ 1.000;
 Valor do carregamento R$ 20,00 (2% sobre o valor do aporte);
Neste caso, o valor que efetivamente irá entrar no plano é de R$ 980,00, ou seja, o valor do
aporte menos a taxa de carregamento (R$ 1.000 – R$20 = R$ 980,00)
Essa taxa de carregamento poderá ser cobrada de forma:
 Antecipada (Na entrada): incide no momento do aporte;
 Postecipada (Na saída): incide somente em caso de portabilidade ou resgates.
Obs: Alguns planos podem cobrar a taxa de carregamento tanto na entrada (no ingresso de
aportes ao plano), quanto na saída (na ocorrência de resgates ou portabilidades).
Atenção: A taxa de carregamento postecipada (na saída), incide apenas sobre o valor do
aporte e não sobre os rendimentos.
Exemplo:
 A taxa de carregamento de um Plano de Previdência Complementar é de 2% e cobrada
apenas na saída:
 Valor do aporte: R$1.000,00
 Valor do resgate: R$2.000,00
 Valor do carregamento: R$20,00 (2% sobre o valor do aporte e não do valor do
resgate)

7.2.3 Portabilidade

A portabilidade é um processo que permite ao investidor transferir os recursos de seu plano


atual para outro plano qualquer.
Nesse processo de Portabilidade não há incidência de IR, nem de outras despesas, como por
exemplo a taxa de carregamento, exceto quando for cobrada na saída.
Mas porque no processo de portabilidade não há a incidência de IR?

191
Por que o investidor não está resgatando os recursos, apenas portabilizando para outro
plano.
Tipos de portabilidade:
Essa portabilidade pode ser interna, ou seja, migrar os recursos entre planos oferecidos pela
mesma instituição.
 Portabilidade Interna: Realizada entre planos da mesma instituição;
Essa portabilidade pode ser externa, ou seja, migrar os recursos entre planos oferecidos por
outras instituições.
 Portabilidade Externa: Realizada entre planos de instituições diferentes;
A partir do momento em que a pessoa solicita a transferência do recurso (reserva
acumulada), a instituição tem até cinco dias úteis para migrar o dinheiro para o plano que
você escolher na outra instituição.
Para realizar uma portabilidade o investidor deverá respeitar o prazo de carência determinado
no regulamento. O tempo mínimo exigido, de acordo com regulamentação vigente, é de 60
dias.

7.2.4 Transferências entre planos

Veremos a seguir que existem basicamente dois tipos de planos: o PGBL e o VGBL e em
ambos os planos o investidor poderá escolher o regime de tributação (compensável ou
definitivo).
A portabilidade que vimos anteriormente, só poderá ser realizada entre planos iguais, ou
seja, de um plano PGBL para outro plano PGBL e de VGBL para VGBL.
Existe também restrições com relação ao regime de tributação:
Se o investidor tem um plano com regime de tributação definitivo, ele deverá trocar por outro
plano com regime de tributação definitivo.
Agora, se o investidor tem um plano com regime de tributação compensável, ele poderá
trocar por outro plano com regime de tributação compensável ou definitivo.
Obs. O prazo irá começar a contar a partir do momento da transferência.
O que é permitido?
 De: PGBL Para: PGBL
 De: VGBL Para: VGBL
 De: Compensável Para: Definitivo
Exemplos:
 De: PGBL Compensável Para: PGBL Compensável ou Definitivo;
 De: PGBL Definitivo Para: PGBL Definitivo;

192
 De: VGBL Compensável Para: VGBL Compensável ou Definitivo;
 De: VGBL Definitivo Para: VGBL Definitivo.
O que não é permitido?
 De: PGBL Para: VGBL
 De: VGBL Para: PGBL
 De: Definitivo Para: Compensável

7.2.5 Resgates

Antes de falar dos resgates, vamos falar sobre a fase de contribuição.


Fase de contribuição
O período em que uma pessoa realiza as contribuições com o objetivo de acumular os
recursos que serão utilizados quando ela se aposentar é conhecido como Prazo de
Diferimento, ou Prazo de Acumulação;
Exemplo:
Uma pessoa tem 30 anos e começa a contribuir num plano de previdência complementar
com o objetivo de se aposentar aos 60 anos.
Esse prazo de 30 anos em que ele irá contribuir é o prazo de diferimento.
Essas contribuições podem ser realizadas de várias formas:
 Aporte único;
 Contribuições periódicas seja elas mensais, semestrais, anuais.
 Contribuições esporádicas, ou seja, sem prazo definido;
No período de acumulação o investidor poderá realizar resgates em seu plano de previdência
respeitando o prazo de carência determinado no regulamento. O tempo mínimo exigido, de
acordo com regulamentação vigente, é de 60 dias.
Classificação SUSEP
 Plano do Tipo Soberano – Títulos Públicos emitidos pelo Tesouro Nacional.
 Plano do Tipo de Renda Fixa – Títulos Públicos emitidos pelo Tesouro Nacional e
Títulos Privados.
 Plano do Tipo Composto – Pode aplicar até 100% do patrimônio líquido em renda
variável.
Fase de benefícios
Quando chegar o dia da aposentadoria cabe ao investidor decidir como irá resgatar os
recursos acumulados em seu plano de previdência complementar.
O valor acumulado poderá ser resgatado integralmente ou na forma de uma renda
complementar. Essa renda poderá ser vitalícia ou por um prazo determinado.

193
 Pagamento único
No primeiro dia útil seguinte à data prevista para o término do período de diferimento, será
concedido ao participante benefício sob a forma de pagamento único.
 Renda mensal temporária
Consiste em uma renda paga temporária e exclusivamente ao participante. O benefício cessa
com o falecimento do participante ou o fim da temporariedade contratada, o que ocorrer
primeiro.
 Renda mensal por prazo certo
Consiste em uma renda mensal a ser paga por um prazo pré-estabelecido ao
participante/assistido.
Na proposta de inscrição, o participante indicará o prazo máximo, em meses, contado a partir
da data de concessão do benefício, em que será efetuado o pagamento da renda.
Esse valor será calculado pela instituição com base no valor acumulado pelo participante e o
prazo em que irá receber a renda.
Caso o participante venha a falecer antes de encerrar o prazo certo, o benefício será pago
ao beneficiário (ou beneficiários), pelo período restante do prazo determinado.
Na falta de beneficiário nomeado, a renda será paga aos sucessores legítimos do participante
assistido, observada a legislação vigente.
Na hipótese de um dos beneficiários falecer, a parte a ele destinada será paga aos sucessores
legítimos, observada a legislação vigente.
Não havendo beneficiário nomeado ou, ainda, em caso de falecimento de beneficiário, a
renda será provisionada mensalmente, durante o decorrer do restante do prazo determinado,
sendo o saldo corrigido pelo índice de atualização de valores previsto no regulamento do
plano contratado, até que identificados os sucessores legítimos a quem deverão ser pagos o
saldo provisionado e, se for o caso, os remanescentes pagamentos mensais.
 Renda mensal vitalícia
Consiste em uma renda paga vitalícia e exclusivamente ao participante a partir da data de
concessão do benefício. O benefício cessa com o falecimento do participante.
 Renda mensal vitalícia reversível ao beneficiário indicado
Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data de concessão do
benefício escolhida. Ocorrendo o falecimento do participante, durante o recebimento desta
renda, um percentual do seu valor estabelecido na proposta de inscrição será revertido
vitaliciamente ao beneficiário indicado. Na hipótese de falecimento do beneficiário, antes do
participante a reversibilidade do benefício estará extinta sem direito a compensações ou
devoluções dos valores pagos. No caso de o beneficiário falecer, após já ter iniciado o
recebimento da renda, o benefício estará extinto.

194
 Renda mensal vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos
menores:
Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data de concessão do
benefício escolhida. Ocorrendo o falecimento do participante, durante a percepção desta
renda, o percentual do seu valor estabelecido na proposta de inscrição será revertido
vitaliciamente ao cônjuge e na falta deste, reversível temporariamente ao (s) menor (es) até
que complete (m) a idade para maioridade (18, 21 ou 24) estabelecida no regulamento e
conforme o percentual de reversão estabelecido.
 Renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido
Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data da concessão do
benefício, sendo garantida aos beneficiários da seguinte forma:
No momento da inscrição, o participante escolherá um prazo mínimo de garantia que será
indicado na proposta de inscrição.
O prazo mínimo da garantia é contado a partir da data do início do recebimento do benefício
pelo participante.
Se durante o período de percepção do benefício ocorrer o falecimento do participante, antes
de ter completado o prazo mínimo de garantia escolhido, o benefício será pago aos
beneficiários conforme os percentuais indicados na proposta de inscrição, pelo período
restante do prazo mínimo de garantia.
No caso de falecimento do participante, após o prazo mínimo garantido escolhido, o benefício
ficará automaticamente cancelado sem que seja devida qualquer devolução, indenização ou
compensação de qualquer espécie ou natureza aos beneficiários.
No caso de um dos beneficiários falecer antes de ter sido completado o prazo mínimo de
garantia, o valor da renda será rateado entre os beneficiários remanescentes até o
vencimento do prazo mínimo garantido.
Não havendo qualquer beneficiário remanescente, a renda será paga aos sucessores
legítimos do participante, pelo prazo restante da garantia.
 Tábua Atuarial ou Biométrica
É o instrumento que mede a duração da vida humana (também conhecida como tábua de
mortalidade) ou a probabilidade de entrada em invalidez (pode ser de dois tipos: tábua de
entrada em invalidez e tábua mortalidade de inválidos) e é um parâmetro utilizado para
tarifar os planos de previdência complementar aberta.
É utilizada para o cálculo do benefício de renda, pois ela estima a idade média que os cidadãos
irão viver após se aposentarem.
A tábua atuarial é uma tabela, onde a idade média das pessoas é somada a fatores sociais
como profissão, saneamento básico, fundos de pensão, registros civis e à análise demográfica
de uma forma geral obtida através dos censos programados para traçar políticas públicas e,

195
no caso da iniciativa privada, as taxas que incidirão sobre o plano de aposentadoria particular
ou de seguro de vida, por exemplo.
A expectativa de vida do brasileiro vem aumentando, e é preciso que o fundo de investimento
contemple esse tempo. É pensando na segurança do fundo e do investidor que esta tabela
foi criada. Ter recursos suficientes para a subsistência do fundo.
Conheça agora quais são as tábuas atuarias que já tivemos:

Tábua de Idade AT - 1949 AT - 1983 AT - 2000


Ao nascer 73 78 80
55 22 27 29
60 18 22 23
65 15 18 19

O plano de previdência com a tábua AT-1949 acredita que o investidor irá viver menos tempo
que o investidor na outra tabela AT1983 por exemplo, e baseado nesta expectativa, irá
“pagar” um valor mensal maior.
Atenção!!!
Quanto maior a expectativa de vida da população menor será a renda mensal.

7.2.6 Regimes de tributação (compensável ou definitivo) e as tabelas de imposto


de renda progressivas e regressivas. Base de cálculo na incidência do imposto

 Tributação progressiva (compensável)


Tributação em caso de resgates no período de acumulação
No momento do resgate, a incidência de IR na fonte acontece, de forma antecipada, na
alíquota única de 15% e no recebimento de renda, conforme a Tabela Progressiva do IR. Os
valores recebidos e o recolhido antecipadamente devem ser lançados na declaração de ajuste
anual de IR e podem ser compensados ou restituídos de acordo com suas despesas médicas,
escolares ou com os seus dependentes econômicos.
 PGBL: Será cobrado 15% na fonte sobre o valor total e haverá ajuste na declaração
anual.
 VGBL: Será cobrado 15% na fonte sobre os rendimentos e haverá ajuste na declaração
anual.
Exemplo:
Uma pessoa realiza uma aplicação de R$100.000,00 e após 5 anos resgata o valor de
R$150.000,00.
Como se trata de um plano com tributação compensável no momento do resgate e
independente do prazo irá incidir o imposto retido na fonte na alíquota de 15%.
Se o plano for PGBL essa alíquota de 15% irá incidir sobre o valor total (R$150.000,00).

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Valor do imposto retido na fonte:
 Valor do IR = R$150.000,00 x 15%
 Valor do IR = R$22.500,00
Valor a ser creditado na conta:
 Valor creditado na conta da pessoa = R$150.000,00 – R$22.500,00
 Valor creditado na conta da pessoa = R$127.500,00.
Atenção!!!
Esse valor de R$150.000,00 será somado a sua renda bruta anual no ajuste da declaração
anual, deduzindo o valor descontado na fonte de R$22.500,00.
Se o plano for VGBL essa alíquota de 15% irá incidir apenas sobre o valor dos rendimentos
(R$50.000,00).
Valor do imposto retido na fonte:
 Valor do IR = R$50.000,00 x 15%
 Valor do IR = R$7.500,00
Valor a ser creditado na conta:
 Valor creditado na conta da pessoa = R$150.000,00 – R$7.500,00
 Valor creditado na conta da pessoa = R$142.500,00.
Atenção!!!
Esse valor de R$50.00,00 será somado a sua renda bruta anual no ajuste da declaração
anual, deduzindo o valor descontado na fonte de R$7.500,00.
Tributação na fase dos benefícios
 PGBL: O valor total do benefício é considerado renda tributável e sua alíquota será de
acordo com a tabela progressiva de IR.

 VGBL: Apenas o percentual correspondente aos rendimentos é considerado renda


tributável e sua alíquota será de acordo com a tabela progressiva de IR.

Base de cálculo Alíquota


Até R$1.903,98 -
De R$1.903,99 até R$2.826,65 7,5%
De R$2.826,66 até R$3.751,05 15%
De R$3.751,06 até R$4.664,68 22,5%
Acima de R$4.664,68 27,5%

 Tributação Regressiva (Definitiva)


Tributação em caso de resgates no período de acumulação

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A tributação regressiva definitiva acontecesse exclusivamente na fonte, ou seja, não existe o
ajuste na declaração anual.
A alíquota começa em 35%, com redução de 5% a cada 2 anos, até atingir 10% para prazos
acima de 10 anos, assim quanto mais tempo seu dinheiro ficar investido, menos imposto o
investidor pagará.
Veja a tabela a seguir:

Prazo de aplicação Alíquota


Até 2 anos 35%
Superior a 2 e inferior ou igual a 4 anos; 30%
Superior a 4 e inferior ou igual a 6 anos; 25%
Superior a 6 e inferior ou igual a 8 anos; 20%
Superior a 8 e inferior ou igual a 10 anos; 15%
Superior a 10 anos. 10%

 PGBL: Será cobrado um percentual conforme o prazo de resgate sobre o valor total e
de forma definitiva.
 VGBL: Será cobrado um percentual conforme o prazo de resgate sobre os rendimentos
e de forma definitiva.
Exemplo:
Uma pessoa realiza uma aplicação de R$100.000,00 e após 5 anos resgata o valor de
R$150.000,00.
Como se trata de um plano com tributação definitiva no momento do resgate irá incidir o
imposto retido na fonte na alíquota de acordo com o prazo de aplicação.
Como no exemplo o prazo de resgate foi de 5 anos, de acordo com a tabela a alíquota será
de 25%.
Se o plano for PGBL essa alíquota de 25% irá incidir sobre o valor total (R$150.000,00).
Valor do imposto retido na fonte:
 Valor do IR = R$150.000 x 15%
 Valor do IR = R$22.500,00
Valor a ser creditado na conta:
 Valor creditado na conta da pessoa = R$150.000,00 – R$22.500,00
 Valor creditado na conta da pessoa = R$127.500,00.
Atenção!!!
Como se trata de um plano com regime definitivo, não haverá ajuste na declaração anual de
imposto de renda.

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Se o plano for VGBL essa alíquota de 15% irá incidir apenas sobre o valor dos rendimentos
(R$50.000,00).
Valor do imposto retido na fonte:
 Valor do IR = R$50.000,00 x 15%
 Valor do IR = R$7.500,00
Valor a ser creditado na conta:
 Valor creditado na conta da pessoa = R$150.000 – R$7.500,00
 Valor creditado na conta da pessoa = R$142.500,00.
Atenção!!!
Como se trata de um plano com regime definitivo, não haverá ajuste na declaração anual de
imposto de renda.
Importante!!!
Em caso de pagamento do valor por motivo de morte ou invalidez, a alíquota máxima paga
pelo beneficiário será de 25%, e reduzindo até 10% de acordo com o prazo da aplicação. Em
resumo, mesmo que o cliente tenha realizado a aplicação e esteja na alíquota de 35%, em
caso de falecimento, a alíquota máxima será de 25%.
Para os resgates serão considerados os aportes mais antigos, e para os benefícios, a alíquota
será calculada em função do prazo de acumulação ponderado pelo valor dos aportes.

7.3 Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e suas Características. Identificar


produto mais adequado em função da situação tributária do investidor, idade de
início de contribuição, idade de aposentadoria; valor das contribuições e o valor
do benefício

O PGBL Indicado para as pessoas que fazem declaração completa do Imposto de Renda, pois
as contribuições realizadas anualmente neste plano, poderão ser deduzidas da base de
cálculo até um limite máximo de 12% da renda bruta tributável do investidor.
Exemplo:
Declaração Anual de IR Com PGBL Sem PGBL
Renda bruta tributável R$100.000,00 R$100.000,00
Contribuição em PGBL R$12.000,00 -
Base de cálculo R$88.000,00 R$100.000,00

As contribuições no PBGL podem ser deduzidas da base de cálculo na declaração anual. Neste
caso, a alíquota de 27,50% irá incidir sobre o valor de R$88.000,00 e não sobre o valor de
R$100.000.00.

199
Essa dedução não significa que os aportes feitos na Previdência são isentos de IR. Haverá
incidência do IR sobre o valor total do resgate ou da renda recebida quando eles ocorrerem.
O IR incide sobre o valor total acumulado, ou seja, sobre o valor das contribuições e dos
rendimentos.
Exemplo:
Um investidor aplicou R$ 1.000 em um PGBL com regime tributário definitivo. Depois de um
ano, ele tem R$ 1.100 e precisa realizar um resgate do valor total.
Qual será o valor que ele irá receber?
A alíquota do imposto de renda no regime definitivo será de 35%, pois ele está resgatando
após 1 ano.
Então ele pagará de imposto 35% sobre o valor R$ 1.100, o que resulta em R$ 385,00.
Portanto, o valor que ela irá receber será de R$ 715,00. (R$1.100 – R$385,00)

7.4 Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) e suas Características. Identificar


produto mais adequado em função da situação tributária do investidor, idade de
início de contribuição, idade de aposentadoria; valor das contribuições e o valor
do benefício

O VGBL é indicado paras as pessoas que fazem a declaração simplificada ou são isentas de
Imposto de Renda, ou ainda, para quem já investe em um PGBL, mas quer investir mais de
12% de sua renda bruta em previdência privada.
As contribuições realizadas nos planos VGBL não poderão ser deduzidas da base de cálculo
na declaração anual.
O IR incide apenas sobre os rendimentos.
Exemplo:
Um investidor aplicou R$ 1.000 em um VGBL com regime tributário definitivo. Depois de um
ano, ele tem R$ 1.100 e precisa realizar um resgate do valor total. Qual será o valor que ele
irá receber?
A alíquota do imposto de renda no regime definitivo será de 35%, pois ele está resgatando
após 1 ano.
Então ele pagará de imposto 35% sobre o valor R$ 100,00 o que resulta em R$ 35,00.
Portanto, o valor que ela irá receber será de R$ 1.065,00. (R$1.100 – R$35,00)

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