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INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
UNIDADE 1 - SERVIÇOS DE SAÚDE ........................................................................ 3
UNIDADE 2 - A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL ...................................................... 12
UNIDADE 3 - A GESTÃO DO SUS .......................................................................... 19
UNIDADE 4 - GESTÃO DE SERVIÇOS DE ALTA, MÉDIA COMPLEXIDADE E DA
ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE .......................................................................... 28
UNIDADE 5 - A GESTÃO DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ............. 38
UNIDADE 6 - PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA ................................................... 41
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
2
INTRODUÇÃO
Federal:
• Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica;
• Co-financiar o sistema de atenção básica;
• Ordenar a formação de recursos humanos;
• Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da
atenção básica;
• Manter as bases de dados nacionais.
Estadual:
• Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu
território;
• Regular as relações inter-municipais;
• Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em
seu território;
• Co-financiar as ações de atenção básica;
• Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu
território.
Municipal:
• Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território;
• Contratualizar o trabalho em atenção básica;
• Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e
gerência);
• Co-financiar as ações de atenção básica;
• Alimentar os sistemas de informação;
• Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão
(BRASIL/DAB, 2007).
No capítulo seguinte serão discutidas com mais detalhes, a estrutura e o
funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, as quais preconizam a atenção
primária nos municípios.
mais fácil, os quais elevam os custos quer sejam dos planos de saúde ou do
serviço público.
A falta de qualidade no atendimento, entendida aqui como tratamento digno,
atencioso, rápido, instalações limpas, conforto no sentido de reduzir o sofrimento do
paciente são aspectos desfavoráveis nos sistemas regidos pela oferta (MEDICI,
2000).
As características acima deixaram bem claro que a tendência dos sistemas
que funcionam pela oferta não leva em consideração a redução de custos e muito
menos a preocupação com a qualidade de trabalho do profissional e qualidade de
atendimento aos pacientes.
No caso do nosso direcionamento, os serviços de saúde que são públicos e
que atendem por demanda, é preciso realizar um trabalho voltado para a prevenção
por dois motivos básicos: o primeiro porque viver com qualidade de vida é muito
melhor e segundo, porque os custos precisam ser reduzidos, uma vez que as verbas
do governo federal raramente são suficientes para atender toda a população em
todos os serviços necessários.1
Nesse sentido, uma função primordial dos serviços de saúde, na perspectiva
de promover qualidade, é fornecer a informação necessária e a
educação/conscientização para que cada um saiba quais são os seus limites e,
dessa forma, reduzir seus riscos. O serviço de saúde dirigido pela oferta não tem
preocupação com isso, mesmo porque a redução de uso/consumo de bens e
serviços de saúde é contrária aos interesses de quem os oferece.
O mesmo ocorre quando Ministérios ou Secretarias de Saúde mantêm
diretamente seus próprios serviços. Como estes tendem a absorver quase todo o
orçamento setorial, os gastos com saúde pública e com vigilância sanitária e
epidemiológica vão se contraindo, aumentando os riscos de endemias,
contaminação ambiental e outros problemas de saúde coletiva, que afetam mais as
populações pobres. Analogamente, se estes mantêm somente suas funções de
financiadores e reguladores da prestação de serviços, podem não somente exercer
1
Um exemplo atual desta condição do governo federal, de não conseguir arcar com todas as
demandas está visível na perda da CPMF que aconteceu recentemente, contribuição esta, na faixa
de 40 bilhões de reais, que certamente, acarretará problemas sérios ao Ministério da Saúde no
tocante a implementação e custeio de muitos programas na área de saúde, como o programa bolsa
família.
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um maior controle sobre o gasto global com saúde, como também cuidar das tarefas
que lhe são específicas de saúde pública e vigilância (MEDICI, 2000).
nela acontece, buscando e encontrando uma rede de causas e não uma única
causa.
Enfim, quando pensarmos em reestruturar o sistema de saúde, temos de
considerar não apenas a rede, mas também a organização dos serviços de cada
unidade que a compõe, reordenando sua prática a partir de uma nova concepção,
definida pelo modelo assistencial de saúde que se quer, reconhecendo, portanto,
que as organizações são sistemas interdependentes de complexidade crescente, e
que a mudança de uma parte de uma organização afeta outras partes. Em uma
unidade de saúde, por exemplo, as pessoas, tarefas e administração apresentam
inter-relações diversas entre si e seu meio, variando sua complexidade em função
do tamanho, da tecnologia e dos seus objetivos (TEIXEIRA E VILASBOAS, 2007).
enfermidades crônicas (OIKAWA, 2001 apud LORA, 2004). Com o golpe militar de
1964, os institutos de previdência foram unificados no Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), sob controle estatal. A criação do Fundo de Assistência e
Previdência do Trabalhador Rural (Funrural), incluiu os trabalhadores rurais no
sistema previdenciário. Posteriormente, mediante contribuição individual, os
benefícios foram estendidos aos empregados domésticos e trabalhadores
autônomos.
Desta forma, ampliou-se o acesso à assistência médica da população
brasileira, porém apenas uma fração da sociedade tinha o direito ao acesso aos
serviços: aqueles que contribuíam previamente à previdência.
Na década de 70, desde o seu início, vários estudos e pesquisas foram sendo
publicados, demonstrando que o modelo de desenvolvimento que o Brasil tinha
adotado concentrava renda, não distribuía benefícios sociais e, portanto, tratava mal
a saúde de sua população.
Em 1975, a Lei nº. 6229, organizou o Sistema Nacional de Saúde e
estabeleceu as principais competências das distintas esferas de governo. Essa
organização tinha forte característica centralizadora no nível federal e nítida
dicotomia entre as ações coletivas (competência do Ministério da Saúde) e
individuais (competência do Ministério da Previdência e Assistência Social), o que
fazia com que não se estabelecesse um comando único em cada esfera de governo.
No nível federal, além das competências do Ministério da Previdência e Assistência
Social e do Ministério da Saúde, também se definiam competências para os
Ministérios da Educação, do Trabalho e do Interior.
Esse sistema recebeu fortes críticas de setores acadêmicos (Universidades,
Departamentos de Medicina Preventiva e Social e Escolas de Saúde Pública) e de
setores da sociedade civil.
Já na década de 80, principalmente a partir de 1985, no interior do processo
de redemocratização do país, deu-se o nascimento de um considerável movimento
de múltiplos atores políticos, chamado Movimento da Reforma Sanitária.
O grande marco histórico nesse processo foi, sem dúvida alguma, a VIII
Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em março de 1986, que contou com a
participação de diversos setores organizados da sociedade.
“nós” dessa rede, que é coordenada pela atenção básica para que haja uma
interação qualificada entre eles. Portanto, como centro da comunicação desse
sistema, a Atenção Básica tem um papel altamente resolutivo, fundamentalmente
organizador e, sobretudo, de responsabilização pelo usuário em qualquer ponto da
rede (FIGURA 2)
ALTA
COMPL.
MÉDIA
COMPLEXIDADE
ATENÇÃO
PRIMÁRIA
Figura 1: Modelo Piramidal
Fonte: Mendes (2002)
HOSPITAL
CENTRO DE HOSPITAL/DIA
ENFERMAGEM UNIDADE
BÁSICA
DE SAUDE
AMBULATÓRIO
ATENÇÃO
ESPECIALIZADO
DOMICILIAR
atingir seus objetivos. Portanto o gerenciamento local tem como propósito fazer com
que as UBS ofereçam serviços, para a população, com qualidade e resolutividade.
Como as organizações de saúde são consideradas complexas devido ao tipo
de serviços produzidos, o papel da gerência na eficácia da prestação dos serviços é
importante, considerando o processo de produção dos serviços de saúde, os quais
têm suas próprias características (JUNQUEIRA E INOJOZA, 1992 apud
LAZZAROTTO, 2001).
Assim, a função do gestor relaciona-se com a condução da organização,
sendo sua prática, uma necessidade, além de precisar estar comprometido com os
resultados.
No caso das USB especificamente e concordando com Mendes (2002), ao
gestor é preciso: capacidade para gerenciar recursos humanos, materiais,
financeiros, baseando sua gestão em evidências e não em opiniões, daí, podemos
afirmar que a ele cabem competências, habilidades e atitudes específicas e bem
determinadas, como se verá a seguir:
4.1.2 Habilidades
Na visão de Argyris (1999, p.14 apud Lazzarotto, 2001), ter habilidades
significa “fazer as coisas funcionarem sem esforço e com certeza de conseguir
repetir o feito sempre”.
O conceito de habilidade está relacionado com a forma de execução de
tarefas, na aplicação de conhecimentos, de agir, de pensar. A habilidade favorece a
aplicação da competência e da aptidão.
4.1.3 Atitudes
Evidentemente que não pode faltar a um bom gestor a atitude, aqui definida
como “predisposição para uma reação comportamental em relação a um produto,
organização, pessoa, fato ou situação” (LAZZAROTTO, 2001).
Segundo Mattar (1996 apud Lazzarotto, 2001) a formação de uma atitude é
resultado de crenças, reflexos condicionados, fixações, julgamentos, estereótipos,
experiências, exposições a comunicações persuasivas, trocas de informações e
experiências com outros indivíduos.
Daí, podemos concluir que uma sociedade se constrói quando os seus pares
se respeitam (ética) e os espaços, necessários para este exercício, sejam garantidos
(cidadania).
Quando se fala em ética, podemos dividi-la dentre outras, em:
• Ética social, referente a princípios que envolvem o papel e o impacto da
organização na sociedade, como a questão dos direitos humanos;
• Ética individual, refere-se à ética da solidariedade, à maneira pela qual as
pessoas se relacionam nas organizações, envolvendo questionamentos do
tipo se devemos ser honestos uns com os outros, em todas as situações;
• Ética organizacional: refere-se à política interna, a assuntos ligados à
natureza das relações entre empresas e funcionários. A ética da dignidade da
pessoa humana deve pautar as ações empresariais na cidadania, a fim de
evitar discriminações ou favorecimentos.
Ao gestor dos serviços de saúde, cabe espaço para ser o detentor dos mais
diversos conhecimentos e das mais diversas competências, como visto
anteriormente, bem como necessita desenvolver as mais diversas habilidades e
buscar sempre por atitudes éticas, não só para ser um verdadeiro e justo gestor,
mas para servir de modelo a ser seguido dentro dos serviços de saúde, uma vez que
o objetivo de tais serviços passa pelo atendimento digno, justo e de qualidade para a
população em geral.
Diante destas novas exigências, o gestor necessita adquirir novos conceitos
sobre seu perfil profissional, pois o mercado buscará trabalhadores qualificados,
autônomos, que tenham imaginação e criatividade. No caso da saúde, o gestor
2
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
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CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do
SUS. Brasília: CONASS, 2007.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta
Complexidade no SUS. Brasília: CONASS, 2007. 248 p. (Coleção Progestores –
Para entender a gestão do SUS, 9).