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07/05/2021

Manejo de Florestas Plantadas

Modelagem do crescimento e da produção em


nível de árvore individual
Renato Castro
Professor Adjunto
Departamento de Engenharia Florestal
Department of Forestry Engineering
T. +55 31 3775 5523
E. renatocastro@ufsj.edu.br
Campus Sete Lagoas - Universidade Federal de São João del Rei
Rodovia MG 424 – Km 47, 35701-970, Sete Lagoas - Minas Gerais, Brasil

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Modelos em nível de Povoamento Total Modelos em nível de Distribuição Diamétrica
Frequencia (N/ha)

t=1
Volume (m³/ha)

t=4
t=2
t=3
t=3

t=2
t=4

t=1

4 8 12 16 20 24
Idade (Meses)
Classe de Diâmetro (cm)

Modelos em nível de Árvore Individual

t=1 t=2 t=3 t=4

Manejo de Florestas Plantadas

Nos Modelos em Nível de Árvore Individual (MAI) a


árvore é considerada como unidade básica para modelagem
→ informações detalhadas sobre a dinâmica do
povoamento, em nível de árvore.

Sub-modelos
. Crescimento
. Mortalidade
Empresas reflorestadoras . Ingresso
→ MPT e MDD

Povoamentos plantados com


espécies comercialmente nobres
e florestas naturais
(dinâmica e manejo) → MAI

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Eles são compostos por sub-modelos, sendo os principais


aqueles que estimam a mortalidade e o crescimento das
variáveis dendrométricas (altura e diâmetro). Outras
variáveis, como dimensões das copas, por exemplo,
podem ser consideradas caso estas sejam variáveis
explicativas nos demais sub-modelos.

Além disso, no estudo de florestas naturais, torna-se


necessário estimar também o ingresso de novas árvores.

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Em um MAI o crescimento dimensional pode ser estimado


para uma idade futura a partir de um valor da variável na
idade atual (projeção) e de variáveis como o índice de
competição, idade, índice de local, dentre outras.

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Também se pode realizar a modelagem do crescimento


através do crescimento potencial, em geral avaliado a
partir de árvores em crescimento livre (sem competição)
ou árvores dominantes.

O crescimento das árvores em concorrência é calculado


por uma função modificadora do crescimento potencial, a
qual serve para penalizar os efeitos da competição sobre
o crescimento. Nesta função modificadora utiliza-se de
índices de competição e variáveis de povoamento para
reduzir o crescimento das árvores submetidas à
competição.

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Árvore isolada

Árvore em competição

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Árvore isolada

Árvore em competição

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Árvore isolada
(Crescimento potencial)

Árvore em competição
(Crescimento potencial – Competição)

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Índices de competição

A competição é definida como o efeito negativo no crescimento da árvore


em virtude de outras ao seu redor, ao competirem pelos fatores de
crescimento. O índice de competição quantifica a condição competitiva e
pode ser calculado por medidas independentes ou dependentes da
distância. Índices independentes da distância (IID) distinguem-se dos
dependentes (IDD) por não utilizarem medidas espaciais no cálculo da
competição.

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Existem duas sub-categorias de modelos de árvore


individual, definidas como de distância dependente e de
distância independente:

Modelos de distância dependente utilizam índices de competição dependentes da


distância (IDD).

Modelos de distância independente utilizam índices de competição independentes


da distância (IID)

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IID

IDD

d4
d3
d2 d5

d1 d6
d7

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Nos modelos de distância independente não se considera a distribuição


espacial, e o índice de competição para cada árvore normalmente é obtido
pela comparação das variáveis dimensionais da árvore-objeto com o valor
médio do povoamento. Os vizinhos da árvore-objeto (definidos pelas
árvores incluídas nas parcelas) expressam o grau de competição em que
esta está submetida.

Nos modelos de distância dependente, são atribuídas coordenadas


espaciais para cada árvore, as quais são usadas para avaliação da
competição por luz, água e nutrientes entre cada árvore e as
circunvizinhas, sendo mais complexos e exigentes em termos de coleta de
dados

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Intuitivamente se espera uma melhor precisão dos


modelos de distância dependente (que utilizam IDD) em
relação aos modelos de distância independente. Contudo,
diversos trabalhos que compararam estas sub-categorias
concluíram não haver a tendência de superioridade.

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Índices de competição

Os principais índices de competição independentes da distância (IID)


estão descritos por Glover e Hool (1979); Stage (1973), citados por Davis
e Johnson (1987) e os principais IDD podem ser encontrados em Prodan
(1997).

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LISTAGEM
Leitura da primeira árvore
DAS
ÁRVORES

Leitura da próxima Calcular o índice de


árvore competição

A árvore Computar a
Sim
está morta? mortalidade

Incluir os ingressos
na listagem Não
Não

Avaliar o
A árvore continua a crescer Não
povoamento
Sim remanescente

Última árvore
da lista?

Sim

Outro período de
Sim Não Finalizar
crescimento?
Ao final de cada período de crescimento a soma da contribuição das árvores de forma
individual pode ser então utilizada para produzir estimativas em nível de povoamento ou por Gerar relatório
classe de diâmetro.
Davis e Johnson (1987)

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Como exemplos, tem-se os modelos de árvores individuais apresentados na Tabela 1

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A probabilidade de mortalidade entre duas idades é


normalmente modelada em função de algum índice de
competição e variáveis dimensionais (dap, altura, largura
da copa, etc.) e de povoamento (idade, S, dmáx, etc.).

Esforços tem sido realizados para melhorar as estimativas


de mortalidade, dada a sua grande importância nos
modelos em nível de árvores individuais.

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Para modelagem em nível de árvore individual são


necessários dados de parcelas permanentes, pois
fornecem o histórico completo sobre o desenvolvimento
do povoamento. As dimensões das árvores precisam ser
medidas repetidamente ao longo do tempo com o controle
rigoroso de identificação.

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Mortalidade de árvore individual

Na modelagem da mortalidade de árvores, é habitual prever a


probabilidade de mortalidade (PM) (entre dois períodos) com funções
sigmoidais assintóticas (Logística, Gompertz, Weibull, Chapman-Richards,
etc.), pois nessas funções, os valores preditos ficam limitados entre 0 e 1.
Esse método é consagrado para prever a mortalidade de árvores em
florestas em todo o mundo.
A PM observada pode ser obtida de acordo com a seguinte expressão:
n j1
−n j2
PM = .100
j
n j1
i =1

em que nj1 = número de árvores vivas na j-ésima classe de diâmetro, no início do período, nj2 = número de árvores
vivas na j-ésima classe de diâmetro no fim do período.

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As funções Weibull e Logística são as mais utilizadas em


estudos de mortalidade.

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PM em função de um conjunto de características do povoamento e


da própria árvore (índice de competição, dap, altura, índice de local,
idade da floresta, N/ha, etc...) Neste caso, a decisão final se uma
árvore vive ou morre durante uma simulação cabe à comparação da
probabilidade estimada com um número aleatório (entre zero e um).

Caso o número aleatório seja menor que a probabilidade calculada,


a árvore é eliminada da listagem (morta) (PRETZSCH et al., 2002).

Logística
0 0,00639 PM Pa Situação
PM = = 0,07 0,50 V
1 + 1e −  2 .IC 4 1 − 0,95294 e −0,13522 . IC 4 0,07 0,04 M

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Algumas opções de modelos para estimativa da


mortalidade de árvores individuais:

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Algumas opções de modelos para estimativa da


mortalidade de árvores individuais:

Manejo de Florestas Plantadas

Algumas opções de modelos para estimativa da


mortalidade de árvores individuais:

Manejo de Florestas Plantadas

Algumas opções de modelos para estimativa da


mortalidade de árvores individuais:

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Manejo de Florestas Plantadas

Algumas opções de modelos para estimativa do


crescimento de árvores individuais são:

Predição

Manejo de Florestas Plantadas

Algumas opções de modelos para estimativa do


crescimento de árvores individuais são:

Projeção

Manejo de Florestas Plantadas

Algumas opções de modelos para estimativa do


crescimento de árvores individuais são:

Projeção

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Algumas opções de modelos para estimativa do


crescimento de árvores individuais são:

Projeção

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DADOS: Parcelas Permanentes ANATRO

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DESAFIOS:
Modelagem do crescimento e produção e qualidade
da madeira.

POTENCIALIDADES:
Aplicação de Redes Neurais Artificiais para
estimativas de produção da vegetação e da
qualidade da madeira.

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O que são Redes Neurais Artificiais (RNA)?

Manejo de Florestas Plantadas

Redes Neurais Artificiais (RNA):

 Inserem-se no campo da inteligência artificial;


 Sistemas que se assemelham ao cérebro
humano, com capacidade computacional
adquirida por meio do aprendizado.

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Como uma RNA aprende?

Fonte: Binoti et al. (2013)

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Vantagens das RNA:


Possibilidade de mais de uma variável de saída (simultaneamente);
Entradas e saídas podem ser numéricas ou qualitativas (mineração dos dados).
ESPÉCIE, Tipo de Solo, Tipo de Manejo, etc...

ESPÉCIE
DAP1
DAP2
IC
...

Camada de Camada Camada de


Entrada Oculta Saída
PROCESSAMENTO !!!
Modelo genérico de arquitetura de RNA, com uma camada de entrada, uma
camada oculta e uma camada de saída.

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Qual é o procedimento geral de


construção de uma RNA?

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3
RNA mais
elaborada 2

Entradas e saídas do Treinamento


RNA mais simples
problema (software) 1

Generalização
(software)

O resultado é
NÃO
bom?

SIM Fonte: Adaptado de Binoti et


al. (2013)

RNA pronta!

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Manejo de Florestas Plantadas

 Alguns autores comprovaram a eficiência desta


técnica nas Ciências Florestais:

Para estimar volumes individuais de Eucalyptus:


Estimação do volume de árvores utilizando
redes neurais artificiais (GÖRGENS, 2006).
Ajuste do modelo de Schumacher e Hall e
aplicações de redes neurais artificiais para
estimar volumes de árvores de eucalipto (SILVA
2009).

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 Alguns autores comprovaram a eficiência desta


técnica nas Ciências Florestais:

Para estimar volumes individuais de Pinus:


Artificial neural networks as an alternative tool in
pine bark volume estimation (DIAMANTOPOULOU,
2005).

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 Alguns autores comprovaram a eficiência desta


técnica nas Ciências Florestais:

Estimar a produção volumétrica de árvores:


Redes neurais artificiais para prognose da
produção de povoamentos não desbastados de
eucalipto (BINOTI, 2010).
Modelagem de árvore individual para uma
Floresta Estacional Semidecidual utilizando
redes neurais (CASTRO, 2012).

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 Alguns autores comprovaram a eficiência desta


técnica nas Ciências Florestais:

Mortalidade em nível de árvores individuais:


Modelagem da mortalidade em nível de
árvores individuais de uma Floresta Estacional
Semidecidual por meio de redes neurais
artificiais (CASTRO, 2012).

Referências Bibliográficas:

HIGUCHI; N. S., J.; LIMA, A. J. Biometria Florestal. 141 p. 2008.

LEVINE et al. Estatística: teoria e aplicações. 5 ed. 752 p. 2008.

CAMPOS, J.C.C.; LEITE, H.G. Mensuração florestal: perguntas e respostas. 4ª ed.


Viçosa-MG: UFV, 2013, 605 p.

CLUTTER, J.C., PIENAAR, L.V., BRISTER, G.H. et al. Timber management: a


quantitative approach. 3ª, ed. New York: Jonh Willey, 1983. 333p.

DAVIS, L.S.; JOHNSON, K.N. Forest management, 3ª ed. New York: McGraw-Hill,
1987, 790 p.

VANCLAY, J.K. Modeling Forest growth and yield. Copenhagen. Cab International.
1994. 312 p.

WEST, P. Tree and Forest Measurement, 2a ed. Springer, 2009, 192 p.

Manejo de Florestas Plantadas

Obrigado pela atenção...

Renato Castro
Professor Adjunto
Departamento de Engenharia Florestal
Department of Forestry Engineering
T. +55 31 3775 5523
E. renatocastro@ufsj.edu.br
Campus Sete Lagoas - Universidade Federal de São João del Rei
Rodovia MG 424 – Km 47, 35701-970, Sete Lagoas - Minas Gerais, Brasil

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