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doi: 10.4181/RNC.2013.21.777.

10p
revisão

Atendimento Fisioterapêutico para


Indivíduos com Ataxia Espinocerebelar:
Uma Revisão da Literatura
Physical Therapy Treatment For People With Spinocerebellar Ataxia: A Literature Review

Nathalie Ribeiro Artigas1, Juliana Silveira Ayres1, Jonata Noll 2, Simone


Rizzo Nique Peralles3, Marcelo Krás Borges4, Carla Itatiana Bastos de Brito5

RESUMO ABSTRACT
A ataxia espinocerebelar (AEC) é uma patologia caracterizada pelo The spinocerebellar ataxia (SCA) is a disorder characterized by deficits
déficit na execução de movimentos coordenados com progressiva os- in the execution of coordinated movements with progressive postural
cilação postural associada à dificuldade de manutenção do equilíbrio sway associated with difficulty in maintaining balance and various
e diversas outras alterações motoras. A marcha pode ficar atáxica, com other motor disorders. The gait may be ataxic, with broadening the
ampliação da base de sustentação, instabilidade, passos irregulares e base of support, instability, irregular steps and slow, lateropulsion and
mais lentos, lateropulsão e tremor na amplitude de movimento, sen- trembling in range of motion, so that physical therapy is an important
do o tratamento fisioterapêutico uma importante alternativa para a alternative for the improvement of the disorders of this pathology.
melhora das disfunções decorrentes desta patologia. Objetivo. Reali- Objective. Make, based on scientific literature, a review of physical
zar, com base na literatura científica, uma revisão sobre as estratégias therapy strategies in the treatment of spinocerebellar ataxia. Method.
fisioterapêuticas no tratamento da ataxia espinocerebelar. Método. The study researches the databases Medline and SciELO from 2001
Pesquisaram-se as bases de dados Medline e SciELO de 2001 a 2011, to 2011, considering the following keywords: ataxia espinocerebelar,
considerando os unitermos: ataxia espinocerebelar, Fisioterapia, tra- Fisioterapia, tratamento, reabilitação and its correlates in English.
tamento, reabilitação e seus correlatos em inglês. Resultados. Foram Results. We found 33 studies that had as its main theme ataxia, 20
encontrados 33 estudos que tivessem como tema principal a ataxia, articles were excluded because they did not report the physical therapy
sendo excluídos 20 artigos, pois estes não relatavam a abordagem fi- approach for this type of pathology. After review, 13 references were
sioterapêutica para este tipo de patologia. Após análise, 13 referências used. Conclusions. After this study, the importance of physical ther-
foram utilizadas. Conclusões. Após a realização deste estudo, destaca- apy in the treatment of patients with SCA becomes obvious, accord-
-se a importância da Fisioterapia no tratamento dos portadores de ing to the benefits promoted, as all studies found an improvement
AEC, em função dos benefícios promovidos, visto que nos estudos of symptoms of this pathology. Methodological limitations observed
encontrados os indivíduos apresentaram melhora dos sintomas decor- suggest the need for greater rigor in future research.
rentes desta patologia. Limitações metodológicas observadas sugerem
a necessidade de maior rigor em futuras pesquisas.

Unitermos. Ataxia, Fisioterapia, Reabilitação, Exercício. Keywords. Ataxia, Physical Therapy, Rehabilitation, Exercise.

Citação. Artigas NR, Ayres JS, Noll J, Peralles SRN, Borges MK, Citation. Artigas NR, Ayres JS, Noll J, Peralles SRN, Borges MK,
Brito CIB. Atendimento Fisioterapêutico para Indivíduos com Ataxia Brito CIB. Physical Therapy Treatment For People With Spinocer-
Espinocerebelar: Uma Revisão da Literatura. ebellar Ataxia: A Literature Review.

Estudo realizado no Centro Universitário Metodista, do IPA, Porto Alegre-


-RS, Brasil.
1.Fisioterapeuta, Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário Meto-
dista, do IPA, Porto Alegre-RS, Brasil. Endereço para correspondência:
2.Fisioterapeuta, Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Meto- Carla Itatiana Bastos de Brito
dista, do IPA, Porto Alegre-RS, Brasil. Av. Diário de Notícias, 1625/1103, Bairro Cristal
3.Fisioterapeuta, Mestre em Ciências Médicas: Pediatria (UFRGS), Docente CEP 90810-080, Porto Alegre-RS, Brasil.
do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista, do IPA, Porto E-mail: carla.brito@metodistadosul.edu.br
Alegre-RS, Brasil.
4.Fisioterapeuta, Mestre em Ciências do Movimento Humano (UFRGS), Do-
cente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista, do IPA, Revisão
Porto Alegre-RS, Brasil. Recebido em: 09/03/12
5.Fisioterapeuta, Mestre em Educação (PUCRS), Docente do Curso de Fisio- Aceito em: 12/11/12
terapia do Centro Universitário Metodista, do IPA, Porto Alegre-RS, Brasil. Conflito de interesses: não

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INTRODUÇÃO muitas vezes, se desvia de forma irregular e pacientes têm
O cerebelo é uma estrutura do SNC localizada no dificuldade em parar, especialmente se for realizada rapi-
encéfalo e apresenta grande importância, pois recebe in- damente12.
formações da medula espinhal, que lhe fornece feedback Geneticamente, as AEC podem ser divididas em
sobre os movimentos e, do córtex cerebral, que informa autossômica recessiva, dominante e casos isolados. Com
sobre o planejamento dos movimentos, além de transferir os avanços recentes na área, pode-se utilizar uma subclas-
os resultados para o tronco cerebral1,2. sificação em três grupos distintos, baseados no principal
As principais funções do cerebelo envolvem coor- mecanismo patogênico. O primeiro grupo é de doenças
denação da atividade motora, equilíbrio e tônus muscu- da poliglutamina (como as AEC tipos 1, 2, 3, 7, 17),
lar, sendo responsável por ajustar as respostas motoras por que resultam da ação de proteínas (ataxinas) com tratos
meio de uma comparação do resultado pretendido com – tóxicos – de poliglutamina. O segundo grupo é repre-
os sinais sensoriais; outra função é atualizar os coman- sentado pelas canalopatias (incluindo as AEC tipos 6 e
dos de movimentos, caso desviem do trajeto pretendido. episódicas tipo 1 e 2, por exemplo), que resultam da dis-
Além disso, modula a força e a amplitude dos movimen- função de canais de potássio e cálcio. O último grupo
tos e está envolvido na aprendizagem motora3. Doenças é representado pelos transtornos de expressão de genes
e distúrbios cerebelares produzem deficiências na veloci- (AEC tipos 8, 10 e 12), que resultam de expansões repe-
dade, amplitude e força do movimento. Dessa forma, a tidas localizadas fora das regiões de codificação, mas que
disfunção dessa estrutura do encéfalo pode resultar em podem alterar a expressão gênica. As AEC tipos 4, 5, 9,
falta de coordenação das atividades motoras4,5. 11, 13-16, 18,19, 21, 23, 24 e 25 são ainda consideradas
As ataxias espinocerebelares (AEC) são ataxias he- de etiologia idiopática9,13.
reditárias autossômicas dominantes, que constituem um As ataxias degenerativas levam à instabilidade e
grupo heterogêneo que tipicamente possuem início tar- desequilíbrio progressivo na marcha, com elevado ris-
dio, caráter progressivo e muitas vezes é fatal6,7. Global- co de quedas e implicações nas atividades de vida diária
mente, as AEC são consideradas doenças raras com esti- (AVD’s) dos portadores9.
mativas de prevalência variando de 0,3 a 2,0 por 100.000 Devido à escassez de tratamentos farmacológicos
habitantes8. disponíveis para estes comprometimentos motores, o tra-
As AEC são patologias caracterizadas pelo déficit tamento fisioterapêutico tem se mostrado uma alternati-
na execução de movimentos coordenados com progressiva va importante para a melhora das disfunções atáxicas14.
oscilação postural associada à oftalmoplegia, disartria, dis- Autores demonstram que através de uma abordagem da
fagia, sinais piramidais e extrapiramidais e, mais eviden- fisioterapia neurofuncional, na qual se pode realizar exer-
temente, alterações na velocidade, amplitude e força dos cícios de reforço muscular, equilíbrio, coordenação e trei-
movimentos, dismetria, disdiadococinesia, dissinergia, no de marcha, é possível oferecer uma maior independên-
tremor de ação, alterações no tônus muscular, hiperrefle- cia aos indivíduos com AEC, mantendo ou melhorando
xia ou arreflexia e dificuldade de manter o equilíbrio9,10. sua capacidade de realizar as AVD’s, a marcha, o equilí-
A marcha pode ficar atáxica, com ampliação da base de brio e a força muscular; fatores que consequentemente
sustentação, instabilidade, passos irregulares e mais len- auxiliam em uma melhora da qualidade de vida destes
tos, lateropulsão e tremor na amplitude de movimento11. indivíduos15,16.
A marcha cerebelar tem sido descrita como mar- Estudos de intervenção através de reabilitação dos
cha do “ébrio” porque os indivíduos com este transtor- indivíduos com ataxia são de difícil realização, pois a me-
no tendem a tropeçar semelhantes a uma pessoa que está lhora funcional que poderá ser causada pelo tratamento
intoxicada. Comumente a perna do lado mais afetado é fisioterapêutico pode ser mascarada pelo declínio natural
elevada excessivamente durante a fase de balanço por fle- associado à progressão da doença, fato que torna escasso
xão excessiva do quadril e joelho, e depois desce abrup- o número de relatos na literatura da eficácia deste tipo de
tamente e com força incontrolável. A trajetória de andar, tratamento para esta população especificamente17.
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Portanto, este estudo tem como objetivo realizar, pinocerebelares e sua repercussão no controle motor são
com base na literatura científica, uma revisão sobre as essenciais para que se torne possível avaliar e tratar esses
estratégias fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da pacientes. Este conhecimento permite que o fisioterapeu-
ataxia espinocerebelar. ta elabore um diagnóstico inicial com relação aos déficits
funcionais e comprometimentos subjacentes que, fre-
MÉTODO quentemente, são apresentados pelos portadores de ataxia
A busca por estudos ocorreu entre os meses de no- espinocerebelar26.
vembro e dezembro de 2011, sendo realizada por dois Tendo em vista os avanços científicos na área da
pesquisadores independentes, através de pesquisa nas ba- saúde, o desenvolvimento de pesquisas na Fisioterapia e
ses eletrônicas Medline e SciELO. Foram inclusos estu- aplicação na prática profissional dos resultados encon-
dos publicados no período de 2001 a 2011, sem restrição trados na literatura é fundamental para permitir a cons-
de idioma, identificados através das palavras-chave: ataxia trução de novos conhecimentos. A revisão da literatura
espinocerebelar, fisioterapia, tratamento, reabilitação e propicia a melhoria da assistência prestada ao paciente,
seus correlatos em inglês. pois através do embasamento em conhecimento e com-
Os artigos foram selecionados a partir da leitura do provação científica, torna-se possível a busca de soluções
abstract, sendo excluídos aqueles que não consideraram para os problemas vivenciados no cotidiano dos pacien-
em sua metodologia algum tipo de proposta de atendi- tes27. A prática fisioterapêutica baseada em evidências está
mento fisioterapêutico para indivíduos com ataxia espi- ganhando cada vez mais adeptos, tornando-se rotina do
nocerebelar, não sendo critério de inclusão a qualidade fisioterapeuta fundamentar suas intervenções em pesqui-
metodológica dos estudos encontrados. sas anteriores ou artigos de revisão28.
Devido aos principais sintomas motores apresenta-
RESULTADOS dos pela ataxia espinocerebelar, tais como marcha atáxica,
Foram identificados 33 estudos que tivessem como déficit de equilíbrio, dismetria, reflexos osteotendinosos
tema principal a ataxia, sendo excluídos 20 artigos, pois diminuídos ou abolidos e movimentos lentos, torna-se
estes não relatavam a abordagem fisioterapêutica para importante o papel da Fisioterapia na adoção de progra-
este tipo de patologia. Resultaram um total de 13 arti- mas de reabilitação baseados em exercícios físicos que
gos, sendo 4 revisões da literatura13,18,19,20, 5 estudos de contribuam para retardar a perda das funções do paciente
caso9,15,21,22,23 e 4 ensaios clínicos11,14,24,25. Os tipos de es- através da melhora do equilíbrio, da coordenação, entre
tudo, procedimentos realizados e principais resultados outras16.
apresentados naqueles que envolviam métodos de aten- A maioria dos estudos localizados por meio desta
dimento fisioterapêutico estão apresentados na Tabela 1. pesquisa são estudos de caso9,15,21,22,23, sendo que nestes
Nesta revisão não se utilizou escala específica para estão descritas as evoluções de pacientes após tratamen-
avaliação da qualidade metodológica dos estudos en- to fisioterapêutico. Todos estes estudos possuíam como
contrados, porém dos 13 estudos revisados, a maioria foco principal a melhora do equilíbrio e da marcha dos
apresentou boa qualidade metodológica, utilizando ins- pacientes estudados, sendo estes objetivos atingidos com
trumentos de avaliação reconhecidos e validados inter- sucesso. Porém, estes estudos não possuem evidência sig-
nacionalmente, além de incluir informações detalhadas a nificativa pelo fato de ser analisada a evolução de apenas
respeito do tipo de intervenção realizada. No entanto, o um indivíduo, e não de um grupo de indivíduos com a
número de indivíduos com ataxia cerebelar participantes mesma patologia.
dos ensaios clínicos e relatos de caso é pequeno, tornando A duração das sessões nos estudos encontrados va-
os resultados dados de pouca confiabilidade. riou de 30 a 60 minutos. O estudo que apresentou maior
tempo de duração das sessões24 realizou uma hora de
DISCUSSÃO Fisioterapia com os pacientes do grupo de intervenção.
O conhecimento da fisiopatologia das ataxias es- Além disso, este estudo mostra uma abordagem multi-
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Tabela 1
Descrição dos estudos encontrados, delineamento do estudo e número de participantes, procedimentos realizados, duração, frequência e principais resul-
tados de cada estudo

Autor / Tipo de Procedimentos Duração (semanas/ Frequência Principais


Ano estudo (n) meses/sessões) (vezes por Resultados
semana)
Avaliação Treinamento
Ilg et al., Ensaio Quatro avaliações foram realiza- Fisioterapia focada no contro- Quatro semanas. Três sessões de Melhoras significati-
200911 clínico das: oito semanas antes, imedia- le do equilíbrio e coordenação Após o período de uma hora por se- vas no desempenho
(n = 16) tamente antes, imediatamente motora. intervenção de qua- mana. motor e redução dos
após, e oito semanas após o trei- A intervenção também trei- tro semanas, todos sintomas foram ob-
namento fisioterapêutico. nou a capacidade dos pacien- os pacientes recebe- servadas nos escores
Utilizaram na avaliação clínica: tes para selecionar e utilizar ram uma programa- clínicos depois do
Scale for the Assessment and Ra- de informações visuais, so- ção de treinamento treino e se manti-
ting of Ataxia (SARA), Interna- matossensoriais e vestibulares individual por es- veram na avaliação
tional Cooperative Ataxia Rating para reagir a situações impre- crito. Eles foram pós oito semanas de
Scale (ICARS), Berg Balance vistas e para evitar quedas. solicitados a realizar tratamento.
Score (BBS) e Goal Attainment Os exercícios incluíram as os exercícios por si O estudo fornece
Score (GAS). O desempenho seguintes categorias: 1) equi- só em casa durante evidência classe III
motor foi avaliado por uma aná- líbrio estático, por exemplo, uma hora por dia. de que o treinamen-
lise quantitativa utilizando um apoio unipodal; 2) equilíbrio to de coordenação
sistema de captura de movimen- dinâmico, por exemplo, su- motora melhora o
to VICON 612 com 8 câmeras. bir escadas; 3) movimentos desempenho e reduz
Avaliaram a marcha (velocidade, do corpo inteiro para treinar sintomas de ataxia
comprimento do passo, largura a coordenação tronco-mem- em pacientes com
do passo e as oscilações laterais bro; 4) passos para prevenir ataxia cerebelar pro-
do corpo), o equilíbrio estático quedas e estratégias de queda; gressiva.
(através da medição do movi- 5) movimentos para tratar ou
mento do centro de gravidade, prevenir contratura.
permanecendo em ortostase du-
rante 30 segundos com os olhos
abertos, pés juntos e os braços
na frente do corpo) e o dinâmi-
co (permanecendo em posição
vertical com os dois membros
inferiores em uma esteira)
durante as tarefas.
Cernak Relato Avaliaram a mobilidade atra- Treino de marcha utilizando Quatro semanas na Cinco sessões de O treinamento lo-
et al., de caso vés de duas medidas: Pediatric sustentação do peso corporal clínica e foi mantido uma hora por se- comotor utilizando
200721 (n = 1) Functional Independence Mea- em esteira (BWST) em um por mais cinco dias mana. BWST é uma inter-
sure (WeeFIM), especificamente sistema LiteGait (modelo LGI por semana duran- venção promissora
as sub-escalas de transferências e 500) e treino de marcha em te quatro meses em para melhorar a
de locomoção; e Gillette Func- ambiente externo. Apresenta casa. marcha em pacientes
tional Walking Scale. um apêndice com o programa com ataxia cerebelar
de exercícios domiciliares rea- grave.
lizados para equilíbrio, mobi-
lidade e força muscular.

Araújo Relato de Foi realizada avaliação neuro- Foram realizados alongamen- Seis meses. Três vezes por se- Houve melhora na
et al., caso funcional e aplicação do Índice tos estáticos para todas as mana com dura- independência fun-
201015 (n = 1) de Barthel (mede o grau de as- cadeias musculares anterior e ção de uma hora. cional, na marcha e
sistência exigido ao indivíduo posterior dos MMSS, MMII no equilíbrio, redu-
em dez itens sobre mobilidade e e tronco; reforço muscular zindo a frequência
cuidados pessoais) e das escalas dos MMSS, MMII, abdomi- de quedas e melho-
de Tinetti (duas escalas, sendo nais, paravertebrais e glúteos; rando a qualidade de
que a primeira possui nove itens dissociação de cinturas; FNP; vida do portador de
que avaliam o equilíbrio e a se- propriocepção; treino de ataxia.
gunda possui sete que avaliam equilíbrio, das reações de en-
a marcha), por meio de uma direitamento e das transferên-
entrevista e da experimentação cias facilitados pelo método
das mesmas. A cada oito atendi- Bobath e treino de marcha.
mentos, foram aplicadas as esca- Utilizaram: bolas suíças, the-
las, com a finalidade de avaliar a rabands, bastões, caneleiras
progressão do tratamento. de 1, 2 e 3kg, cones, cama
elástica, rampa e escada.

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Tabela 1
(Continuação)

Autor / Tipo de Procedimentos Duração (semanas/ Frequência Principais


Ano estudo (n) meses/sessões) (vezes por Resultados
semana)
Avaliação Treinamento
Galvão Relato de Foram utilizados: Escala de Foi realizada equoterapia ao Tratamento com Duas vezes por Verificou-se me-
et al., caso Equilíbrio de Berg; avaliação de ar livre, com o cavalo andan- equoterapia semana, totali- lhora no equilíbrio
201022 (n = 1) coordenação motora através dos do a passo, em solo de areia. realizado em cinco zando dez sessões confirmado através
testes de index-index, índex- O cavalo era guiado em sua semanas. com duração de dos resultados ob-
-nariz, teste do copo d’água, trajetória pela fisioterapeuta trinta minutos tidos na Escala de
diadococinesia e calcanhar-joe- (especialista em equoterapia) cada. Equilíbrio de Berg,
lho avaliando de forma qualita- e por mais duas pessoas como melhora nos resulta-
tiva considerando velocida¬de, guias laterais. No tratamento dos dos testes de co-
segurança e harmonia; registro foram focados exercícios de ordenação motora,
postural por recurso fotográfico rotação do tronco com o pa- um melhor alinha-
com máquina digital e avaliação ciente tocando a anca do ca- mento postural, leve
baro-podométrica para mensu- valo, intercalando os MMSS; mudança no centro
ração do equilíbrio estático foi exercícios com o paciente de gravidade do pa-
realizado com aparelho de baro- equilibrando-se com uma das ciente, o que pode
podometria e um computador mãos sob o cavalo e com a ou- indicar a melhora do
por profissional especializado. tra segurando na sela; progre- equilíbrio estático.
dindo a atividade sem auxílio Além disso, a prá-
das mãos. Foram realizados tica da equoterapia
também atividades como a atua tanto na mente
escovação e alimentação para como no corpo do
a melhora da coordenação praticante, levando-
motora. -o a uma conscien-
tização corporal,
aperfeiçoamento da
coordenação moto-
ra, da atenção, da
autoconfiança e au-
toestima.

Oliveira Relato de Inicialmente e ao término do es- O protocolo proposto foi um Seis semanas. Duas vezes por Ao término do tra-
et al., caso tudo houve uma avaliação cega, treino de marcha realizado semana, com du- tamento, obteve-se
201123 (n = 1) através da Escala de Equilíbrio através de duas pistas pro- ração de 30 mi- melhora do equilí-
Funcional de Berg e a Medida prioceptivas com e sem barra, nutos por sessão. brio, da atividade de
de Independência Funcional com diferentes tipos de pisos vida diária e corre-
(MIF). Os instrumentos utiliza- e obstáculos. O paciente foi ção da marcha.
dos foram: fita métrica, cronô- orientado através de coman-
metro, banco medindo 52 cm dos verbais e visuais com a
de altura e 62 cm de compri- utilização de bola co¬lorida
mento e uma cadeira sem apoio e a voz da fisioterapeuta ao
de braços. olhar para frente, para trás,
A aferição da pressão arterial era ora para direita, ora para es-
realizada antes e após as sessões. querda e ponto fixo. Houve
adaptação nas pistas, correção
da marcha e uso de circuito.
Dias Ensaio Foram avaliados antes (primei- Os pacientes foram divididos Vinte sessões de Fi- Informação não A adição de peso
et al., clínico ra avaliação), depois do trata- em dois grupos, sendo que no sioterapia de trinta encontrada no na região distal dos
200925 randomizado mento (segunda) e após 30 dias grupo tratamento receberam minutos cada foram artigo. membros inferiores
(n = 21) (terceira), através das escalas de atendimento fisioterapêutico realizadas e os pa- melhorou o equilí-
Equilíbrio de Berg, Dynamic protocolado com adição de cientes foram reava- brio estático, ante-
Gait Index, Equiscale, Interna- uma caneleira de 0,5kg em liados após 30 dias. cipatório e reativo,
tional Cooperative Ataxia Rating cada membro inferior e no a coordenação da
Scale e Medida de Independên- grupo controle foi realizado marcha nos porta-
cia Funcional. tratamento fisioterapêutico dores de ataxia ao
convencional sem peso. longo do tempo, as-
sim como o tremor
e a independência
funcional.

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Tabela 1
(Continuação)

Autor / Tipo de Procedimentos Duração (semanas/ Frequência Principais


Ano estudo (n) meses/sessões) (vezes por Resultados
semana)
Avaliação Treinamento
Oliveira Relato de Foi aplicada a escala de avaliação Treino funcional direcionado 48 sessões. Três vezes por Houve aprendizado
e Freitas, caso funcional e Índice de Barthel à tarefa, recorrendo a simula- semana, com motor para as ati-
20069 (n = 1) (IB), a fim de obter dados refe- ções das atividades realizadas duração de 50 vidades treinadas,
rentes à realização das atividades no dia-a-dia, treino de equi- minutos cada. melhorando a inde-
de vida diária e a escala de equi- líbrio estático e dinâmico, pendência funcional
líbrio de Berg, no qual se ava- treinamento de transferência do indivíduo, re-
liam 14 tarefas. As escalas foram de posições, treino de mar- sultando em maior
utilizadas antes do treinamento cha em diversos ambientes equilíbrio para rea-
e após 48 sessões. (utilizando pisos regulares, lizar as atividades de
irregulares, rampas, escadas, vida diária.
obstáculos, zig-zag, circuitos),
treinamento do alcance e mo-
vimentos finos.

D’Abreu Revisão da O estudo realizou uma revisão Não se aplica ao tipo de Não se aplica ao Não se aplica ao Os autores con-
et al., literatura sobre a doença, manifestações estudo. tipo de estudo. tipo de estudo. cluem que todos
201018 clínicas e abordagens terapêuti- pacientes devem
cas para indivíduos com ataxia participar de um
de Machado-Joseph. programa de exercí-
cios para melhora da
função, qualidade de
vida, força muscular,
equilíbrio e marcha.
Miyai Ensaio Utilizaram: Scale for the As- Reabilitação intensiva nos Quatro semanas. Uma hora de Fi- O tratamento apre-
et al., clínico sessment and Rating of Ataxia sintomas da ataxia, na marcha sioterapia e uma sentou benefícios
201124 randomizado (SARA), Functional Independen- e nas atividades de vida diária hora de Terapia tanto a curto quanto
(n = 42) ce Measure (FIM), velocidade da de pacientes com doença cere- Ocupacional dia- em longo prazo para
marcha, cadência, Functional belar degenerativa, divididos riamente (7 vezes a maioria dos pa-
Ambulation Category (FAC) e em grupo controle e grupo por semana). cientes com doença
número de quedas. intervenção, sendo realizado cerebelar degenera-
um programa de reabilitação. tiva.
O tratamento enfatizou a
melhora da postura, do equi-
líbrio e da marcha. O progra-
ma incluiu condicionamento
geral; exercício de amplitude
de movimento para o tronco
e membros; fortalecimento
muscular; exercício para equi-
líbrio estático e dinâmico em
ortostase, ajoelhado, sentado
e em quatro apoios; mobi-
lização da coluna vertebral,
em prono e supino; andar em
ambientes internos e externos
e subir e descer escadas.

Rüb Revisão da Realizou-se uma revisão da Não se aplica ao tipo de Não se aplica ao Não se aplica ao A realização de
et al., literatura literatura sobre a influência do estudo. tipo de estudo. tipo de estudo. um tratamento
200713 sistema somatosensorial central fisioterapêutico com
na ataxia espinocerebelar tipo 2 ênfase nas aferências
e 3 e sua repercussão nos sinto- somatosensoriais é
mas clínicos e reabilitação. recomendado em
pacientes com ataxia
espinocerebelar tipo
2 e 3.

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Tabela 1
(Continuação)

Autor / Tipo de Procedimentos Duração (semanas/ Frequência Principais


Ano estudo (n) meses/sessões) (vezes por Resultados
semana)
Avaliação Treinamento
Ilg et al., Ensaio Utilizaram: Scale for the As- Tratamento intensivo de co- Quatro semanas, Três sessões de Embora haja uma
201014 clínico sessment and Rating of Ataxia ordenação, para verificar se com um ano de uma hora por progressão da doen-
(n = 14) (SARA), Berg Balance Score e os pacientes deram continui- seguimento. semana. ça durante o período
Goal Attainment Score (GAS). dade aos exercícios em casa de um ano, a me-
após um ano. Os exercícios lhora na capacidade
trabalhavam o equilíbrio es- motora e nas ativida-
tático e dinâmico, movimen- des diárias persistiu.
tos coordenados do tronco e Portanto, em pa-
membros, treino de escada e cientes com doença
movimentos para prevenir e/ cerebelar degenerati-
ou tratar contraturas. va, um treino contí-
nuo de coordenação
leva a uma melhora
à longo prazo que
pode ser transferida
para a melhora da
funcionalidade.
Trujillo- Revisão A revisão teve como objetivo Não se aplica ao tipo de Não se aplica ao Não se aplica ao Encontrou-se ape-
-martín sistemática determinar a efetividade e se- estudo. tipo de estudo. tipo de estudo. nas um estudo refe-
et al., gurança das alternativas de tra- rente ao tratamento
200919 tamento disponíveis para ataxias fisioterapêutico para
degenerativas. Na pesquisa, os ataxia, sendo este
termos ataxia cerebelar e de- artigo com baixa re-
generações espinocerebelares levância clínica.
foram combinados com pala-
vras-chave para a reabilitação,
psicoterapia e uma gama de fár-
macos específicos.

Revuelta Revisão da O artigo realiza uma revisão Não se aplica ao tipo de Não se aplica ao Não se aplica ao Com relação ao
e literatura sobre os melhores tratamentos estudo. tipo de estudo. tipo de estudo. tratamento fisiote-
Wilmot, para cada um dos principais sin- rapêutico os autores
201020 tomas da ataxia. relatam que os pro-
fissionais estão aptos
para indicar os me-
lhores dispositivos
de auxílio da mar-
cha. Foi encontrado
também um estudo
que foi capaz de de-
monstrar a melhora
no desempenho mo-
tor e na redução dos
sintomas de ataxia,
principalmente em
pacientes cujas vias
aferentes não foram
afetadas.

disciplinar, pois também realizaram uma hora de trata- O número de intervenções e tempo de acompa-
mento com Terapia ocupacional diariamente. O acom- nhamento pós-intervenção variou bastante entre os es-
panhamento multidisciplinar com Fisioterapia, Terapia tudos encontrados. O estudo que possuiu maior tempo
ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina e Psicologia é de intervenção15 foi realizado com um paciente do sexo
importante para o portador de ataxia espinocerebelar, masculino, de 27 anos, portador da AEC tipo III (Do-
tendo em vista que esta é uma patologia que acomete di- ença de Machado-Joseph). Neste estudo o tratamento
versas funções29. fisioterapêutico foi realizado durante um período de seis
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revisão
meses, sendo o paciente atendido três vezes por semana, baixa e a alta variabilidade fenotípica, mesmo dentro de
em sessões com duração de uma hora, totalizando 72 um subtipo de ataxia específico. Além disso, a progressão
atendimentos. de alguns subtipos de ataxia pode ser bastante lenta, tor-
Com relação ao tempo de acompanhamento pós- nando a detecção dos efeitos do tratamento difícil20. O
-intervenção, o estudo que possuiu um maior tempo de conhecimento detalhado da história natural desses distúr-
controle dos pacientes atendidos14 avaliou os efeitos em bios, que é essencial para o planejamento bem concebido
longo prazo de um tratamento com enfoque na coorde- de ensaios clínicos, é dependente de escalas bem variadas
nação de pacientes com AEC. Este autor acompanhou os para medir a progressão clínica da ataxia, que só foram
pacientes por até um ano pós-tratamento fisioterapêutico desenvolvidas recentemente. Devido a essas limitações, a
e constatou que, apesar de haver uma progressão da doen- maioria dos estudos que utilizaram ferramentas validadas
ça durante o período de um ano, a melhora da capacidade obteve resultados não reprodutíveis20.
motora persistiu, o que favoreceu uma melhor funciona- Entre os instrumentos de avaliação utilizados nos
lidade dos pacientes estudados. estudos revisados, podemos citar a SARA (Escala para
Em relação aos tipos de intervenção e exercícios Avaliação e Graduação da Ataxia), validada para uma
que foram mais utilizados nos artigos revisados, podemos versão brasileira30. Esta escala possui oito itens que for-
destacar o equilíbrio (7 estudos9,11,14,15,21,22,24), o treino de mam um escore total de 0 (sem ataxia) a 40 (ataxia mais
marcha (6 estudos9,15,21,23,24,25), a coordenação motora (3 severa). A SARA é uma ferramenta útil na avaliação da
estudos11,14,22), alongamentos e fortalecimentos muscu- marcha, postura, sentar, distúrbios da fala, movimentos
lares (2 estudos15,21) e controle das contraturas muscu- alternados, entre outros31. Além disso, alguns estudos
lares (2 estudos11,14). As demais intervenções tais como utilizaram a MIF (Medida de Independência Funcional),
postura24, transferências de posições15, FNP (facilitação que também possui uma versão brasileira, buscando veri-
neuromuscular proprioceptiva15), rotações de tronco22, ficar o desempenho do indivíduo para a realização de um
dissociação de cinturas15 e treino proprioceptivo15, foram conjunto de 18 tarefas, referentes às subescalas de auto-
realizadas em apenas um estudo dentre os revisados. cuidados, controle esfincteriano, transferências, locomo-
Como se pode notar existem muitas técnicas pos- ção, comunicação e cognição social32,33.
síveis de serem utilizadas para o tratamento fisioterapêu- O plano de tratamento fisioterapêutico para o por-
tico destes indivíduos, sempre sendo necessário levar em tador de ataxia espinocerebelar visando o controle motor
consideração o estágio da doença e as principais queixas varia de acordo com o conjunto de comprometimentos
do paciente. Sabe-se que a alteração do equilíbrio é uma apresentados e o grau em que o paciente desenvolveu
das principais características da AEC, fato que corrobo- estratégias compensatórias9. Os objetivos de uma abor-
ra com a grande utilização de atividades para treino de dagem orientada ao treinamento do controle postural e
equilíbrio nos estudos revisados, sendo que através destas à mobilidade devem incluir a prevenção de comprometi-
atividades é possível a melhora da funcionalidade destes9. mentos, desenvolvendo e adotando estratégias eficazes e
Levando em consideração as demais alterações funcionais específicas à tarefa do indivíduo, de forma que as ativida-
decorrentes da AEC os outros tratamentos utilizados nos des funcionais possam ser executadas da melhor maneira
estudos inclusos nesta revisão, como os exercícios de for- possível9. Portanto, é importante que o fisioterapeuta ava-
talecimento muscular, coordenação motora e treino de lie detalhadamente o paciente, levando em consideração
marcha, apresentam uma melhora significativa na funcio- o tipo de ataxia que apresenta e sua funcionalidade, para
nalidade dos indivíduos com AEC16, sendo bem indicada que então possa elaborar um atendimento que atenda às
as suas utilizações nos tratamentos fisioterapêuticos destes particularidades de cada sujeito.
pacientes9.
Os estudos encontrados nesta revisão citam que a CONCLUSÃO
dificuldade de estudar e desenvolver tratamentos relacio- Após a realização desta revisão da literatura, torna-
nados à ataxia pode ser devido a fatores como a incidência -se evidente destacar a importância da Fisioterapia no
Rev Neurocienc 2013;21(1):126-135 133
revisão

tratamento dos portadores de AEC, em função dos be- http://dx.doi.org/10.1212/WNL.0b013e3181c33adf


12.Morton SM, Bastian AJ. Mechanisms of cerebellar gait ataxia. The Cere-
nefícios promovidos, visto que em todos os estudos en-
bellum 2007;6:79-86.
contrados houve melhora dos sintomas decorrentes desta http://dx.doi.org/10.1080/14734220601187741
patologia, principalmente na independência funcional, 13.Rüb U, Seidel K, Özerden I, Gierga K, Brunt ER, Schöls L, et al. Con-
sistent affection of the central somatosensory system in spinocerebellar ataxia
na marcha e no equilíbrio dos indivíduos participantes,
type 2 and type 3 and its significance for clinical symptoms and rehabilitative
reduzindo a frequência de quedas e melhorando a quali- therapy. Brain Res Rev 2007;53:235-49.
dade de vida dos portadores da doença, além de retardar http://dx.doi.org/10.1016/j.brainresrev.2006.08.003
14.Ilg W, Brötz D, Burkard S, Giese MA, Schöls L, Synofzik M. Long-Term
os danos por ela provocados. Porém, em grande parte dos
Effects of Coordinative Training in Degenerative Cerebellar Disease. Mov Di-
trabalhos, não há uma descrição detalhada dos exercícios sord 2010;25(13):2239-46.
utilizados nas intervenções fisioterapêuticas, limitando e http://dx.doi.org/10.1002/mds.23222
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