Você está na página 1de 62

CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL

ESTUDO PARA OPTIMIZAÇÃO DO DESEMPENHO DA PENEIRA VIBRATÓRIA NA


USINA DE BENEFICIAMENTO DE CARVÃO MINERAL NA EMPRESA MINA
MOATIZE

TETE, 2020
NELITA DOMINGOS VASCO JOSSE

ESTUDO PARA OPTIMIZAÇÃO DO DESEMPENHO DA PENEIRA VIBRATÓRIA NA USINA


DE BENEFICIAMENTO DE CARVÃO MINERAL NA EMPRESA MINA MOATIZE

Trabalho de monografia apresentada a divisão de


engenharia do Instituto Superior Politécnico de Tete,
para a obtenção do grau de Licenciatura em
engenharia de processamento mineral.

Supervisor: David Selemane José, PhD.

Tete, 2020
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Nelita Domingos Vasco Josse, declaro que esta monografia é resultado da investigação
pessoal e da orientação do meu supervisor David Selemane José, PhD. E da contribuição do
pessoal da Mina Moatize nos Departamentos abrangidos no decurso da pesquisa. O seu conteúdo
é original e todas as fontes consultadas estão devidamente citadas no trabalho em referências
bibliografia.

Declaro ainda que esta monografia não foi apresentada em nenhuma outra Instituição para o
mesmo propósito.

Tete, Fevereiro de 2020

__________________________________

Nelita Domingos Vasco Josse

i
AGRADECIMENTO
À Deus, por tudo (…)
Ao meu supervisor, David Selemane José PhD, pelo acompanhamento e orientação durante a
elaboração do trabalho pelo valiosíssimo apoio em todas as etapas desta formação.
Aos meus pais, Domingos Vasco Josse e Mariana Agostinho Quissimisse , pelo suporte
infatigável concedido durante todo o processo até então e pelo auxílio motivacional e financeiro
dispensado e pela presença sempre e aos meus irmãos Gabriel josse, Carlos Josse e Dercio josse.
Os meus agradecimentos são amplos aos meus colegas de formação, em especial pela ajuda
prestada durante a formação
À direcção da empresa Mina Moatize, em especial ao responsável da mina engenheiro Osório,
Mário, Jhon e Carlos por conceder mecanismos úteis durante o estágio a partir do qual
possibilitaram a execução deste trabalho e a Direcção do Instituto Superior Politécnico de Tete
pelo zelo e determinação na transmissão e consolidação das diversas técnicas e habilidades
académicas para responder as exigências do mercado.

ii
DEDICATORIA
Dedico este trabalho em primeiro lugar aqueles que direita ou indirectamente contribuíram para o
sucesso do mesmo, a todos,

Muito obrigado.

iii
EPIGRAFE

“A persistência é o caminho do êxito”

iv
(Charles Chaplin)

RESUMO
Peneiramento é uma operação unitária que visa a separação de material sólido usando como base
a sua fracção granulométrica. De acordo com as propriedades físicas e químicas do material a ser
classificado, se estuda qual seria o melhor tipo de peneira a ser empregue. A separação via
húmida tem causado muitos danos aos equipamentos de peneiramento devido ao seu alto poder
corrosivo em determinados tipos de materiais como o caso de carvão mineral, sendo assim, esses
equipamentos adequados para que o seu desempenho seja de acordo ao esperado. O desempenho
da peneira vibratória pode ser estudada de diferentes modos tais como, a vazão, eficiência, ângulo
de inclinação, frequência da vibração durante um período de tempo, com isso, quer se dizer que
no caso de um desses factores não corresponder ao funcionamento desse equipamento poderá se
verificar a má performance podendo colocar em causa a sua produção horária. E também é de se
referir que a má performance pode ser causada pode devido ao desgaste do equipamento ou pode
ser causado pela quantidade excessiva da vazão do carvão mineral que é alimentado podendo
criar situações, em que os grosseiros ceguem as malhas podendo dificultar a passagem dos finos e
ultrafinos e assim sendo a baixa eficiência de equipamento, e assim perdendo-se grande
quantidade de produtos gerados na planta de Processamento de carvão mineral.

Palavras-chave: Carvão Mineral, peneiramento, Eficiência, Separação Mineral e Peneiras


Vibratórias.

v
ABSTRACT
Sieving is a unitary operation that aims at separating solid material using as a basis its
granulométric fraction. According to the physical and chemical properties of the material to be
classified if it studies what would be the best type of sieve to be used. Wet separation has caused
much damage to sieving equipment due to its high corrosive power in certain types of materials
such as mineral coal, so this equipment is suitable for its performance to be in accordance with
the Expected. The performance of the vibratory sieve can be studied in different ways such as
flow, efficiency, angle of inclination, vibration frequency over a period of time, with this, it is
said that in the case of one of these factors does not correspond to the malfunction may be
verified and its hourly production may be jeopardized. And it should also be noted that poor
performance can be caused can due to equipment wear or may be caused by the excessive amount
of the flow of the mineral coal that feeds and can create situations, in which coarse yields the
meshes and can hinder the passage of fines and ultra-thin and thus the efficiency of this
equipment would decrease and thus lose a large amount of products generated in the coal
treatment plant

Keywords: Mineral Coal, Mineral Separation, Efficiency, Vibrating Screens.

vi
LISTA DE ABREVIATURA E SIMBOLOS
% Percentagem
˚ Graus
’ Minutos
CCM Companhia Carbonífera de Moçambique
CETEM Centro de Tecnologia Mineral
CPRM Companhia de pesquisa de recursos minerais
DNPM direcção nacional de Produção mineral
DSM Dust Stutes Mine
ER Estrada regional
hab/km2 habitantes por quilómetros a quadrado
IEA International Energy Agency
ISPT Instituto Superior Politécnico De Tete
kg/h Quilogramas por hora
Km Quilómetros
km2 Quilómetros ao quadrado
m Metros
MAE Ministerio da Administração Estatal
mm Milímetro
NE Noroeste
NW-SE Noroeste e sudoeste
ºC Graus celcio
PA Posto administrativo
ROM Run of mines (Material fresco vindo da mina)
SMGZ Sociedade Mineira de Geologia do Zambeze
t/h Tonelagem por hora
TDM Telecomunicações de Moçambique

vii
VS Versus

viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa da localização geográfica e limites da região de estudo.

Figura 2:Mapa geológico da região simplificado da bacia de Moatize

Figura 3:carvão mineral

Figura 4: Britador de Mandíbulas de um Eixo

Figura 5: Britador Giratório

Figura 6:BritadorCónico

Figura 7: Esquema de peneiramento

Figura 8: Crivos

Figura 9: Telas

Figura 10: Grelhas fixas

Figura 11:Peneiras DSM

Figura 12:Grelhas vibratórias

Figura 13: Peneiras rotativas (trommel)

Figura 14:Peneiras vibratórias

Figura 15: Fluxograma de processamento de carvão mineral da Mina Moatize

Figura 15: Remendo nas peneiras

ix
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Análise granulométrica de 1 a 7 de Julho de 2019


Tabela 2: Análise granulométrica de 8 a 14 de Julho de 2019
Tabela 3: Análise granulométrica de 15 a 21 de Julho de 2019
Tabela 4: Análise granulométrica de 22 a 28 de Julho de 2019

x
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: %Passante VS % Retido de 1 a 7 de Julho de 2019
Gráfico 2: %Passante VS % Retido de 8 a 14 de Julho de 2019

Gráfico 3: %Passante VS % Retido de 15 a 21 de Julho de 2019


Gráfico 4: %Passante VS % Retido de 22 a 28 de Julho de 2019

xi
ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE HONRA..........................................................................................................i

AGRADECIMENTO.......................................................................................................................ii

DEDICATORIA.............................................................................................................................iii

EPIGRAFE......................................................................................................................................iv

RESUMO.........................................................................................................................................v

ABSTRACT....................................................................................................................................vi

LISTA DE ABREVIATURA E SIMBOLOS................................................................................vii

LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................................ix

LISTA DE TABELAS.....................................................................................................................x

LISTA DE GRAFICOS...................................................................................................................xi

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1

1.1.Problematização.........................................................................................................................2

1.2.Justificativa.................................................................................................................................3

1.3.Objetivos.....................................................................................................................................4

1.3.1.Objetivo geral..........................................................................................................................4

1.3.2.Objetivos Específicos..............................................................................................................4

1.4. Hipóteses...................................................................................................................................5

1.5.Relevância do tema.....................................................................................................................6

1.6.Caracterizaçãofísico e geográfica da região de estudo..............................................................7

1.6.1.Clima Relevo Soloe Hidrografia.............................................................................................8

1.6.2.Vias de acesso e comunicação.................................................................................................9

1.6.3. População e meio e subsistência.............................................................................................9

1.6.4.Enquadramento geológico.....................................................................................................10
1.6.5.Geologia Local da região de estudo......................................................................................11

1.6.6.História geológica da bacia carbonífera de Moatize.............................................................12

1.6.7.Situação mineira da região de estudo....................................................................................13

2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA................................................................................................14

2.1. Carvão mineral........................................................................................................................14

2.1.1. Tipos de carvão mineral.......................................................................................................14

2.1.2. Composição do Carvão Mineral........................................................................................14

2.1.3. Utilização do Carvão Mineral..............................................................................................15

2.2. Cominuição..............................................................................................................................16

2.2.1. Britagem...............................................................................................................................16

2.2.2. Equipamentos de britagem...................................................................................................17

2.2.2.1. Britador de Mandíbulas.....................................................................................................17

2.2.2.2. Britador Giratório..............................................................................................................17

2.2.2.3. Britador Cônico.................................................................................................................18

2.3.Peneiramento............................................................................................................................19

2.3.1. Tipos de equipamentos usados na peneiração......................................................................20

2.3.2. Classificação das peneiras....................................................................................................21

2.3.2.1. Fixas..................................................................................................................................21

2.3.2.2. Móveis...............................................................................................................................23

2.3.3. Eficiência de Peneiramento..................................................................................................26

2.3.4. Fatores que Afetam a Eficiência do Peneiramento...............................................................26

2.3.5. Procedimento para ensaios de análise granulométrica.........................................................27

3. METODOLOGIA DE PESQUISA.........................................................................................29

3.1 Materiais e métodos..................................................................................................................29

3.2 Procedimentos usados na recolha de dados..............................................................................29


4. APRESENTAÇÃO E DISCURSÃO DE DADOS.................................................................31

4.1.Processamento de Carvão na Mina Moatize............................................................................31

4.2. Processo de peneiramento do carvão mineral na Mina Moatize.............................................31

4.3. Descrição de problemas existentes na peneira;.......................................................................32

4.4. Estudo do desempenho da peneira vibratória..........................................................................32

4.5. Cálculo e resultados da eficiência de peneiramento................................................................38

4.6. Resultado da eficiência e analise de desempenho da peneira..................................................39

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO..................................................................................40

5 .1 Conclusões...............................................................................................................................40

5.2. Recomendações.......................................................................................................................41

6. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................42
1. INTRODUÇÃO
Na área de processamento de qualquer minério têm fases que se complementam, porque nelas há
deliberação do material e o adequamento das diferentes variáveis do material a ser alimentado a
equipamento ou a um processo, isto é, o material é preparado para que o processo subsequente
haja exatidão nos resultados e a própria eficiência do equipamento.

Neste sentido, este trabalho visa estudar de várias formas como avaliar e optimizar o processo de
peneiramento na planta de processamento da empresa Mina Moatize.

A classificação de minério é uma das fases onde decorre a classificação por tamanho, usando
diferentes tipos de peneiras, que cada um tem suas características de funcionalidade. Como se
sabe que os tipos de processamento se dividem em dois tipos e que se distinguem em
processamento via a húmido e seco, assim sendo, as peneiras que são usadas no processamento
do carvão na Mina Moatize são obrigatoriamente que se adequam ao processamento a húmido,
porque, no processamento de carvão mineral é indispensável a água.

As peneiras vibratórias na planta de processamento de carvão mineral na Mina Moatize, estão


acopladas a um britador terciário o seu desempenho depende de vários factores que se pode
destacar as características do material a ser alimentado, a vazão da alimentação, o tempo de
resistência do material no crivo pode afetar negativamente na eficiência desse equipamento ou a
esta fase que é de classificação do material.

Portanto, estre trabalho trás a veracidade e um estudo aprofundado na qual os ensaios feitos
obtiveram resultados positivos, onde a partir destes pode se usar para melhoria do desempenho da
mesma ao nível industrial.

Este trabalho, foi desenvolvido com base nos dados fornecidos pela empresa subcontratada que é
responsável em testar e analisar a qualidade e tanto como controlar a planta, estes dados foram
colhidos e processados com princípios de engenharia até a obtenção de um resultado pela qual
servira de referência pra algumas definições no processo de tratamento de carvão mineral.

1
1.1.Problematização
O carvão mineral na Mina Moatize é processado na planta de Processamento, no qual processo
segue-se as três fases unitárias, britagem, classificação e a moagem e cada uma dessas fases
unitárias há deliberação do material para fases subsequentes sendo assim a eficiência de processo
é fundamental para que posteriormente haja eficiência na fase que prossegue. As peneiras
vibratórias classificam o material por tamanho onde a produto dos grossos, finos e ultrafinos. A
contaminação desses produtos pode ser pelo cegamento dos crivos onde os finos não conseguem
passar para outro crivo menor, desgaste dos crivos, remendos nos crivos, sendo assim, como
mediação dos problemas encontrado é o estudo do desempenho da planta de processamento da
Mina Moatize, porque dai pode se estudar as variáveis que afectam negativamente o processo de
classificação do carvão mineral na Mina Moatize. Com todos os fatos acima citados pode
levantar a seguinte questão: Como optimizar o desempenho das Peneiras Vibratórias no
processo de classificação do Carvão Mineral na Mina Moatize?

1.2.Justificativa
Pela importância de carvão mineral na atualidade em Moçambique e na região, aumenta a
necessidade de se incrementar investimentos tecnológicos com a finalidade de se conhecer em
detalhes as caraterísticas essenciais de carvão mineral e dos principais equipamentos de
processamento do mesmo para a sua utilização futura.

Pelas importâncias de peneiras vibratórias no processo de pré-lavagem do carvão mineral, há


falta de estudos de caracterização, e de avaliação da eficiência da mesma na planta de
processamento de Minas Moatize. Pela insuficiência de artigos científicos sobre o estudo das
peneiras vibratórias da Mina Moatize, neste contexto se justifica a necessidade de realização de
um trabalho, similar a contribuição científica correlação a eficiência das peneiras vibratórias no
processamento de carvão mineral na Mina Moatize.

2
1.3.Objectivos

1.3.1.Objectivo geral

 Definir formas de optimizar o desempenho das peneiras vibratórias na planta de


processamento da empresa Mina Moatize;

1.3.2.Objetivos Específicos

 Identificar os principais problemas das peneiras vibratórias;


 Avaliar o desempenho da peneira vibratória com vista a aprimorar a sua eficiência;
 Propôr medidas na melhoria na classificação do carvão mineral;
 Identificar as reais causas do baixo desempenho nas peneiras;

3
1.4. Hipóteses

 Falta de manutenção preventivas das peneiras que podem afectar na produção da empresa;

 Existências de anomalias nas telas das peneiras afecta na qualidade do carvão;

 Área de peneiramento reduzida pela existência de remendos;

 Falta de reposição de acessórios desgastados.

4
1.5.Relevância do tema
De acordo com o objectivo da empresa, a planta de processamento foi projetada para obtenção de
diferentes produtos.Para tal a cada faixa granulométrica +31,5 mm a +50 mm, médios que variam
de +1mm a -31,5mm e ultrafinos que são menores que +0,25; foram desenhados diferentes
equipamentos para adequar os produtos finais, desta forma o desempenho das peneiras vibratórias
numa planta de processamento é de vital importância para definir o tamanho ou a granulometria
do material de acordo com as especificações desejadas e de acordo com o consumo de mercado.

5
1.6.Caracterização físicoe geográfica da região de estudo
O distrito de Moatize, que dista 20Km do Município de Tete, situa-se a NE da cidade
capital provincial, entre os paralelos 15˚ 37’ e 16˚ 38’ de latitude Sul e entre os meridianos
33˚ 22’ e 34˚ 28’ de longitude Este. É limitado a Norte pelos distritos de Chiúta e Tsangano;
a Este pela República do Malawi; a Sul pelos distritos de Tambara, Guro, Changara e
Município de Tete, através do rio Zambeze e Mutarara através do rio Mecomdedzi; e a
Oeste pelos distritos de Chiúta e Changara. (MAE, 2014)

Figura 16:Mapa da localização geográfica e limites da região de estudo.

Fonte:(MAE, 2014)

A superfície do distrito é de 8.462 km 2 e a sua população está estimada em 343,546 mil


habitantes dos quais 176,174 habitantes é do sexo feminino, correspondente a 51,55% e 166,833
sexo masculino, correspondente a 48,55% e uma taxo de urbanização estimada em 23%. (MAE,
2005)

6
1.6.1.Clima, Relevo Solo e Hidrografia
De acordo com a MAE (2014) o distrito de moatize possui dois tipos de climas: “Seco de Estepe
com Inverno Seco - BSw” na parte Sul do Distrito e o do tipo “Tropical Chuvoso de Savana –
AW” no Norte do Distrito.

Estes tipos de climas apresentam duas estações, a estação chuvosa e a seca. A precipitação média
anual na estação mais próxima é cerca de 644 milímetro, enquanto a evaporatranspiração
potencial média anual está na ordem de 1,626 mm.

A maior queda pluviométrica ocorre sobretudo no período compreendido entre Dezembro de um


ano a Fevereiro do ano seguinte, variando significativamente na quantidade e distribuição, quer
durante o ano, quer de ano para ano, e a temperatura média está na ordem dos 26.5ºC. As médias
anuais máxima e mínima são de 32,5 e 20,5ºC, respetivamente.

A vegetação predominante neste distrito é rica em madeira, sobretudo a umbila, chanfuta e pau-
preto, tendo como vegetação nativa a machiqueira, maçudos, mama e eduza, e o embondeiro
“Barbai”.

A flora constitui, também, uma fonte importante de fornecimento de energia (lenha e carvão),
materiais para a construção de habitações das populações e produção de madeira não processada.
Contudo, a sua intensa exploração para fins agrícolas, lenha e carvão, bem como aos efeitos
nocivos das queimadas descontroladas, tem conduzido a uma eliminação gradual das áreas
florestais do distrito.

Actualmente, a exploração da madeira é feita por operadores privados devidamente licenciados


que operam nos Postos Administrativos de Moatize e Kambulatsitsi, explorando as espécies de
umbila, chanfuta, jambirre, pau-preto e pau-ferro.

No que respeita à fauna bravia do distrito, a mesma é constituída de diversas espécies de animais,
nomeadamente: elefantes, leões, leopardos, pala-palas, hienas, porcos-espinhos, cudos, cabritos
do mato, macacos, búfalos, cobras, hipopótamos, crocodilos e uma grande variedade de aves.

Ocorrem ainda em pequenas manchas solos aluvionares, em particular nos terraços dos rios
Rovubuè e Zambeze.

7
1.6.2.Vias de acesso e comunicação
O Distrito conta com uma extensão de 2.115,5 km de estradas, dos quais 172 km de estradas
asfaltadas e 1.945,5 km de estradas de terra batida. Moatize é acessível por estrada, sendo por
isso atravessado por 3 estradas Nacionais (EN 103-Moatize/Zóbuè; EN 222 –
Matema/Cassacatiza; EN 223 – Mussacama/Calómuè) e por 2 Estradas Regionais (ER 450 –
Madamba/Mutarara; ER 456 – Matema/Furancungo, via Cazula). Existe 1 ramal de linha férrea
que saindo de Moatize atravessa o PA de Kambulatsitsi até ao Rio Mecombedzi, limite com o
distrito de Mutarara. A N7 (Rio Rovubué/Zóbuè) é uma das principais vias da província que
atravessa o distrito, o denominado “Corredor Cuchamano/Tete/Zóbuè”, que faz ligação com os
países vizinhos, as Repúblicas do Zimbabué e Malawi. (MAE, 2005)

O distrito de Moatize é atravessado pela linha ferroviária de Sena, que liga a Vila de Moatize ao
porto da Beira na província de Sofala, passando pelo Posto Administrativo de Kambulatsitsi, até
ao limite com o distrito de Mutarara, no Povoado de Mecombedzi. O distrito funciona com um
sistema de transportes e comunicações multifacetado, desde os ferroviários, passando pelos
rodoviários até ao telefone, telégrafo e rádio.

As principais redes de telefonia usadas são: Mcel, Vodacom, Movitel e TDM.

O Distrito tem acesso à emissão da Rádio Moçambique e a estações estrangeiras dos países
vizinhos, como é o caso do Malawi, Zimbabué, Zâmbia e Tanzânia. Funciona, também, no
distrito a rádio Comunitária da Paróquia São João Baptista de Moatize (com um raio de cobertura
de 15 km, aproximadamente) havendo perspectivas de aumentar para cerca de 50km.

1.6.3. INE; 2017; INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA.


Relatório parcial do IV recenseamento geral da População e Habitação (RGPH), 2017.

Dentro da área do distrito de Moatize existe um número de aglomeração populacional, onde é


subdividido em três PA, nomeadamente Moatize, Kambulatsitsi e Zóbuè, com 12 localidades.
Segundo o Relatório Executivo do Estudo de Impacto Ambiental, a área de exploração mineira
ocupa as aldeias de Capanga Nzinda, Capanga Gulo, Capanga Luani, Mpala, Nhanganjo,
Chitambo, Benga-Sede e Nhamsembe. A mina “expulsará” cerca de 5 671 habitantes, ou seja, um
total de 1147 famílias (IMPACTO; GOLDASSOCIATES; RIVERSDALE, 2009).

8
A maioria da população da vila são funcionários do estado, e de sector privado principalmente a
mineração com um volume elevado, a prática de comércio formal e informal. Exploração de
madeira são as principais Fontes de renda familiar na zona urbana, e nas localidades vivem na
base de comercio e caça de animais de pequeno pote.

1.6.4.Enquadramento geológico
A bacia carbonífera de moatize localiza-se na Província de tete, cerca de 20 km a noroeste da
capital Provincial, e a uns 6 km do aeroporto de Chingodzi, moatize, situa-se dentro da bacia
carbonífera na estrada que interliga tete e Malawi pelas fronteiras de zobwe e pela fronteira de
Cassacatiza (GTK Consortium, 2016)

A partir deste afluente de Zambeze, envolvem a sul, as rochas do complexo gabro – diorítico de
Tete e vão ligar-se à importante bacia de Moatize-Minjova que desde Tete, se prolonga até a
fronteira com Niassalândia, na região N´Cungas e Salambidua, onde se liga com a bacia
carbonífera de Maniampa- Niassa (FERNANDO REAL, 1966).

É caracterizada por possuir rochas do Pré-câmbrico, do Karoo inferior e do Pós-câmbrico. A


Formação do Pré-câmbrico apresenta em grande parte das rochas básicas limitadas por rochas
sedimentares do sistema de Koroo, o exemplo de monte M´Pandi, que no seu complexo
geológico, é caracterizada por diversificação de rochas, nomeadamente, gabros, gabros-
anortositos,Gneisses, intrusões de quartzo-plagioclásio, calcopirita, pirita, micas moscovita e
biotita, com ocorrências minerais de magnetita, e outras com mineralizações máficas.
(FERNANDO REAL, 1966)

Todavia, do ponto de vista geológico, entre a região de Moatize e a fronteira da Niassalândia


dispõem-se importantes afloramentos da Série Produtiva que acompanham a sul, o maciço antigo
constituído fundamentalmente por afloramento do complexo gabro-diorítico de Tete, as
formações carbonosas reaparecem na região do rio khondédzi, a norte de Moatize.

Segundo a (GTK CONSORTIUM, 2006),“ocorre no Graben do médio Zambeze, orientado E-W,


devido a sobreposição da tectónica extensiva do Cretácico, pode ser dividido nos grabens do Luia
e Moatize com orientação NW-SE. O Super grupo do Karoo nos Grabens de Moatize e do Luia
consiste de uma sequência espessa de grés e argilitos com camadas de carvão perto da base”.

9
Na mesma bacia carbonífera, (FERNANDO REAL, 1966 e GTK CONSORTIUM,
2006),estudaram os afloramentos da formação de Moatize, concluíram que são encontradas ao
longo do banco norte do Rio Zambeze, Moatize-Minjova, bem exposta no Vale do Rio Moatize,
com a presença de níveis de grés carbonosos e conglomeráticos entre os complexos carbonosos
levando a confirmar a hipótese de serem jazigos alóctone. Dentro desta Formação encontra
depositada a Formação de Matinde, este compreende uma espessa sucessão intercalada de grés
muito grosseiros e conglomerados, aflora sob derrame de lavas basálticas no núcleo do domo
vulcânico da Serra Mavunge.

No estudo realizado pelo (ANTHOINE E DUBOIS, 1924, APUD FERNANDO REAL, 1966),
sobre origem dos jazigos de carvão, admite-se tratar-se de bacias alóctones, formadas pelo
transporte de vegetais para bacias Fluvio-lacustres, de água mais ou menos calmas, devido a
forma que estas assentam quase sempre sobre xistos negros Psamético, sem encontrar indícios de
antigos solos de vegetação.

Figura 17:Mapa geológico da região simplificado da bacia de Moatize

Fonte: Lopo Vasconcelos, (2005).

1.6.5.Geologia Local da região de estudo


A área de estudo encontra se inserido num graben da bacia carbonífera de Moatize, encaixada nas
rochas pré- câmbricas do ciclo Moçambicano.

10
O graben é limitado a nordeste e a sudoeste por falhas de bordadura com direcção NW-SE,
fazendo parte duma bacia de maior extensão que vai desde Tete até Minjova. (MAE, 2005).

Para além da presença de rochas précâmbricas, é caracterizada por rochas do Supergrupo do


Karoo, assentadas normalmente em discordância sobre o Pré-câmbrico ou o contacto é por falha.
Os sedimentos do supergrupo do Karoo são arenitos de granulometria variada, conglomerado,
siltitos, argilitos e xistos argilosos.(VASCONCELOS, 2005).

Na área de estudo, ocorrem formações aluviais recentes dispostas ao longo das planícies aluviais
ao longo do rio Rovúbuè, depositados em camadas finas de solos. Na zona Este do monte M
´Pandi, é notável dique dolerito intrusiva, na área do projecto da Mina a céu aberto de Moatize.

De acordo com Vasconcelos (2005), refere que, monte M´Pandi é caracterizado de um evento
geológico complexo, podendo tratar-se de rochas Granito-gnaisse, segundo a sua composição
litológica variada, admitir ser de origem magmática, atingida por acções metamórficas de grau
médio, apresentando dobras de aspectos magmáticos, com bombeamentos de orientações bem
direccionadas, aparentando ter resultado de antigas fases de gratificação, com granulação que
varia de fino a grosso, a côr constituída por minerais máficos, félsicos, esverdeadas, violetos,
azulados, cinzentos.

1.6.6.História geológica da bacia carbonífera de Moatize


Dentre vários trabalhos publicados sobre a área em referência, na década 20 a Sociedade Mineira
de Geologia do Zambeze (SMGZ) extrai 20.000 t/a de carvão, manda executar trabalho de
reconhecimento e levantamento geral na bacia carbonífera nas zonas dos rios Moatize, Rovúbuè e
Murongodzi, resultou na elaboração da carta geológica de escala 1:500.000, referente aos
trabalhos de Anthoine, Dubois e Houtar.(GTK 1636 e 1634, 2016).

VASCONCELOS (2005), pública um livro intitulado “Esboço Geológico da Província de Tete”


com uma descrição pormenorizada das formações do Karoo do território, incluindo a zona de
Moatize.

Ano depois o gabinete do plano do Zambeze (ocorrência de carvão no vale do Zambeze 1974),
produz um relatório sobre ocorrências de carvão no vale do Zambeze, desde Zumbo a Minjova,

11
resumindo toda informação existente até a data sobre a geologia, com estruturas e condições de
explorabilidade.

Lopo Vasconcelos, 1995, na sua tese de doutorado pela Universidade do Porto, estudou o carvão
de Moatize com o tema “Contribuição para o conhecimento do carvão da bacia carbonífera de
Moatize”. Em 2007 e 2009 foram assinados dois contractos mineiros, com a Vale (Brasil) e
Riversdale (Austrália) para Moatize e Benga respectivamente, que em conjunto contemplam a
produção e exportação anual de cerca de vinte milhões de toneladas de carvão.

1.6.7.Situação mineira da região de estudo


O distrito é caracterizado por possuir importante jazigo de carvão e outras jazidas de ferro, titânio
e vanádio. Todavia, os jazigos de carvão fazem parte de uma extensa área que estende de
Chingodzi ao rio Macombedzi, situada a sul da região das grandes elevações, localizadas na
importante bacia carbonífera de Moatize-Minjova.

Esta foi objecto de exploração mineira desde o século passado, à mineração de pequena escala até
a exploração mecanizada, (MAE, 2005).

É notável a presença de filões de quartzo-carbonatados, constituído por sílica e calcite de


excelente qualidade, situado aos arredores da Vila de Moatize.

As jazidas de ferro, essencialmente de magnetite, hematite, apatite, localizada na zona ocidental


do distrito, o corindo, na Cachoeira próximo da EN7, Moatize/Zóbuè.

Há ocorrência de minerais poli- metálico de cobre, de ouro, prata, volfrâmio, associados com
calcopirita aurífera Shelite e galena, em Capanga, no arredor da Vila de Moatize. Minerais
radioactivos e rutilo na região de Mabvudzi, no limite entre o distrito de Moatize e Chiúta.

É constituído por vários materiais de construção, nomeadamente, calcários cristalino, rochas


gabro-dioríticas, anortites, argilas, areias e saibro.

12
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1. Carvão mineral


O carvão mineral, que possui cor preta, é uma rocha sedimentar de origem fóssil (formado a
partir da sedimentação de resíduos orgânicos, em condições específicas). Ele é encontrado em
jazidas localizadas no subsolo terrestre e extraído pelo sistema de mineração. O carvão, ao ser
queimado, libera altas quantidades de energia, por isso é ainda muito usado em usinas
termoelétricas e indústrias de siderurgia.

Figura 18: Carvão Mineral da Mina Moatize

www.crm.rs.gov.br/upload/HD_20120806104300dsc_0214.jpg

2.1.1. Tipos de carvão mineral


 
O carvão pode ser classificado de acordo com sua concentração de carbono. Quanto mais carbono
maior seu nível de pureza e potencial energético. Os tipos de carvão são: Turfa (cerca de 60% de
carbono), Linhito (cerca de 70% de carbono), Hulha (cerca de 80% de carbono) e Antracito
(cerca de 98% de carbono). (DNPM, 2017)

2.1.2. Composição do Carvão Mineral


O carbono é o principal composto do carvão mineral, apresentando, segundo a Companhia de
Pesquisa e Recursos Minerais, o teor de aproximadamente 55% a 95% do elemento, fazendo
13
portanto, com que haja tipos de carvão mineral mais ou menos ricos em carbono. O teor de
carbono é o que define a maturidade geológica do mineral, conhecido como rank. São
encontrados também, nesse combustível fóssil, de acordo com o DNPM, enxofre, nitrogênio,
oxigênio e hidrogênio.

2.1.3. Utilização do Carvão Mineral


Por meio da combustão, o carvão mineral pode gerar diversos subprodutos, bem como gerar
energia.

A utilização de carvão tornou-se mais intensa em meados do século XVIII, período que
corresponde à Revolução Industrial. O carvão mineral era utilizado para viabilizar o
funcionamento das máquinas a vapor. Actualmente, o uso do mineral diminuiu, visto que outras
fontes de energia têm sido mais exploradas, como o petróleo e o gás natural. Há também uma
tendência mundial que visa a substituir o uso de fontes não renováveis, como o carvão mineral e
o petróleo, por fontes alternadas de energia, como a energia solar e eólica. (SOUSA, 2019).

Segundo a IEA(2003), o carvão mineral corresponde a 41% da produção total de energia


eléctrica, sendo, portanto, a fonte mais utilizada no mundo para esse fim. Contudo, a produção de
carvão mineral não é proporcional à sua disponibilidade, estando a indústria de petróleo à frente
do sistema produtivo.

O uso do carvão mineral está relacionado às suas propriedades, como o poder calorífico que
possibilita a geração de energia por meio da queima. De acordo com o Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM, 2017), o carvão que possui menor poder calorífico são destinados à
geração de electricidade. Já o carvão de maior poder calorífico, são utilizados para a produção de
ferro metálico e aço, como também em construções civis. Esses últimos, por causa de sua
combustão lenta, também se destinam ao uso doméstico.

De acordo com o Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, 2017), os principais


usos do carvão mineral, segundo sua classificação, são:

Turfa: ao retirar a humidade desse tipo de carvão, é cortado em blocos e, posteriormente,


utilizado em fornalhas, termoeléctricas, para obtenção de parafinas, de alcatrão (mistura de
hidrocarbonetos aromáticos), de cera, de amônia, entre outras substâncias.

14
Linhitos: após sua secagem, esse tipo de carvão é utilizado em gasogênios industriais e para
obter subprodutos como o alcatrão, ceras e parafinas. A cinza proveniente da combustão do
linhito pode ser destinada à produção de cerâmicas.

Hulha: é usada directamente em forno em usinas termoeléctricas, na obtenção de alcatrão, sendo


a hulha sua principal fonte natural.

Antracito: é o tipo de carvão utilizado como combustível, gerando pouca fuligem. Apesar de
queimar com facilidade, sua combustão é lenta, sendo, assim, destinado ao uso doméstico e
também para a fabricação de filtros de água.

2.2. Cominuição
Cominuição consiste de métodos específicos para a redução de tamanho de partículas através de
aplicação pressão, (Compressão), criação de impacto cinético entre minério e corpo moedor
(Impacto), ou através de atrito da superfície das partículas do mineiro com a superfície de corpos
moedores (abrasão). (POSSA, M.V 2005).

2.2.1. Britagem
Segundo CARVALHO (2012), existem varias etapas debritagem, assim refere que a britagem
primária tem como alimentação a ROM e deve ser localizada próxima ou dentro da cava. Os
britadores empregados são de grande porte, operando sempre em circuito aberto, com ou sem
grelha de escalpe para o descarte da fração fina contida na alimentação. A britagem primária é
realizada a seco e tem uma razão de redução em torno de 8:1. Recebe normalmente tamanhos
máximos de rocha da ordem de 1,0 a 2,0 m (VARELA, 2011). Por outro lado, refere que neste
estágio são utilizados os britadores de mandíbulas, giratório, de impacto e o de rolos dentados

Ainda, FIGUEIRA (2004), afirma que a britagem secundária é subsequente à primária e tem
como alimentação material da ordem de 15 a 30 cm. É comum na britagem secundária o escalpe
com a finalidade de aumentar a capacidade de produção. A operação é normalmente realizada a
seco, em circuito aberto ou fechado. Os equipamentos geralmente utilizados são os britadores
giratórios secundários, de britadores mandíbulas secundárias, britadores cônicos, britadores de
martelos e os britadores de rolos. Os britadores giratórios, de mandíbulas e de martelos são
semelhantes aos empregados na britagem primária, apenas tendo dimensões menores.

15
A britagem terciária é em geral o último estágio de britagem, no entanto, existem usinas com
mais de três estágios, cujo propósito está ligado às características de fragmentação do material,
ou à granulometria do produto final. Os equipamentos utilizados são os britadores cônicos. Estes
equipamentos exigem um maior controle de operação, geralmente trabalhando em circuito
fechado (CHAVES, 1999).

2.2.2. Equipamentos de britagem

2.2.2.1. Britador de Mandíbulas


Os britadores de mandíbulas são empregados principalmente como britadores primários, tendo
como principal função produzir material que possa ser conduzido por transportador de correia aos
estágios subsequentes da instalação (METSO, 2005).

Figura 19: Britador de Mandíbulas de um Eixo

Fonte:Metso(2005)

2.2.2.2. Britador Giratório


Segundo Figueira (2004),o britador Giratório é utilizado na britagem primária quando existe uma
grande quantidade de material a ser fragmentado. Pode receber alimentação de material por
qualquer lado, podendo ocorrer diretamente de caminhões, e permite armazenagem de uma
pequena quantidade de material no seu topo (FIGUEIRA, (2004).

16
Figura 20: Britador Giratório

Fonte:Metso (2005)

2.2.2.3. Britador Cônico


O britador cônico possui o mesmo princípio de operação do britador giratório. Contrariamente ao
que ocorre no britador giratório, no cônico, o manto e o cone apresentam longas superfícies
paralelas, para garantir um tempo maior de retenção das partículas nessa região. No britador
giratório a descarga se dá pela ação da gravidade, enquanto que no cônico, a descarga é
condicionada ao movimento do cone (FIGUEIRA, 2004).

17
Figura 21:Britador Cônico

Fonte: Metso (2005)

2.3.Peneiramento
Entende-se por peneiramento, a separação de um material em duas ou mais telas, estando estas
limitadas uma superior e outra inferiormente.

O material retido na tela da peneira é denominado oversizee o passante, undersize.

No peneiramento a húmido é adicionado água ao material a ser peneirado com o propósito de


facilitar a passagem dos finos através da tela de peneiramento.

Figura 22: Esquema de peneiramento

Fonte: Sampaio e Luz (2014)

18
2.3.1. Tipos de equipamentos usados na peneiração
Os equipamentos que são utilizados no peneiramento podem ser divididos em três tipos:

 Grelhas

São constituídas por barras metálicas dispostas paralelamente, mantendo um espaçamento regular
entre si.

 Crivos

São formados por chapas metálicas planas ou curvas, perfuradas por um sistema de furos de
várias as formas e dimensão determinada.

Figura 23: Crivos

Fonte: Google imagem (acessado em 01022019)

 Telas

São constituídas por fios metálicos trancados geralmente em duas direções ortogonais, de forma a
deixarem entre si “malhas” ou “aberturas” de dimensões determinadas, podendo estas serem
quadradas ou retangulares.

19
Figura 24: Telas

Fonte: Google imagem (acessado em 01022019)

2.3.2. Classificação das peneiras


Esses equipamentos podem ser classificados de acordo com o seu movimento, em duas
categorias:

2.3.2.1. Fixas
A única força atuante é a forca de gravidade e por isso esses equipamentos possuem superfície
inclinada. Como exemplo tem-se as grelhas fixas e peneiras DSM.

 Grelhas fixas

Estas consistem de um conjunto de barras paralelas especadas por um valor pré-determinado, e


inclinadas na direção do fluxo da ordem de 35º a 45º. São empregadas basicamente em circuitos
de britagem para a separação de blocos de 7.5 a 0.2 cm, em geral, sendo utilizados
invariavelmente a seco. Sua eficiência é normalmente baixa (60%), porque não havendo
movimento da superfície não corre a estratificação, que facilita a separação.

20
Figura 25: Grelhas fixas

Fonte: Google imagem (acessado em 01022019)

 Peneiras DSM

As peneiras fixas DSM são introduzidas pela DutchState Mines, são utilizadas para
desaguamento de suspensões e para uma separação precisa de suspensões de partículas finas.

Recentemente, vem sendo empregadas em circuito fechado de moagem quando a granulometria


do produto for grosso e no peneiramento a húmido de materiais finos ate 50Ʋm.esta compreende
uma base curva formada por fios paralelos entre si, formando um ângulo de 90º com a
alimentação. A alimentação é feita por bombeamento na parte superior da peneira. O diâmetro de
corte depende da percentagem de sólidos da polpa, o que faz com esse parâmetro tenha de ser
bem controlado para que possa obter um rendimento adequado da peneira.

21
Figura 26:Peneiras DSM

Fonte: Google imagem (acessado em 01.02.2019)

2.3.2.2. Móveis
São as grelhas tem movimento rotativo, peneiras rotativas, peneiras reciprocas e peneiras
vibratórias
 Grelhas vibratórias

São semelhantes as grelhas fixas, mas sua superfície estas sujeitas a vibração são utilizadas antes
da britagem primária.

Figura 27:Grelhas Vibratorias

Fonte: Manual da Metso, 6 edição (2007)

22
 Peneiras rotativas (trommel)

Estas peneiras possuem uma superfície cilíndrica ou ligeiramente cónica, que gira em torno do
eixo longitudinal. O eixo possui uma inclinação que varia entre 4º a 10º, dependendo da aplicação
e do material nele usado e podem ser operados a seco ou a húmido.

Figura 28: Peneiras rotativas (trommel)

Fonte: Manual Metso, 6 edição (2007)

 Peneiras reciprocativas

 Estas realizam um movimento alternado praticamente no mesmo plano da tela, tendo com
resultante uma força positiva que faz com que as partículas se movam para frente. Devido
a esse movimento natural, as peneiras reciprocativas trabalham com uma pequena
inclinação, entre os 10º e 15º.

 Peneiras vibratórias

As peneiras vibratórias são equipamentos que possibilitam uma alta eficiência de vários tipos de
materiais de médio a grande granulometria de minerais, fácil regulagem de amplitude de

23
vibração, somado ao tamanho e número de telas, permite uma ampla faixa de classificação
(SIMPLEX, 2011).

Figura 29:Peneiras vibratórias

Fonte: (FRANÇA et al., 2010)

O movimento vibratório é caracterizado por impulsos rápidos, normais à superfície, de pequena


amplitude (1.5 a 25 mm) e de alta amplitude (600 a 3.600 movimentos por minuto), sendo
produzidos por mecanismos mecânicos ou elétricos.

As peneiras vibratórias podem ser divididas em duas categorias:

 Aquelas em que o movimento vibratório praticamente retilíneo, num plano normal


á superfície de peneiramento (peneiras vibratórias horizontais);

 E aquelas em que o movimento é circular ou elíptico neste mesmo plano (peneiras


vibratórias inclinadas).

Estas peneiras são geralmente empregues na mineração, sendo empregues os circuitos de


britagem e de preparação de minérios.

24
2.3.3. Eficiência de Peneiramento
De acordo com a CETEM, (2004), no peneiramento industrial a palavra eficiência é empregada
para expressar a avaliação do desempenho da operação de peneiramento, em relação a separação
granulométrica ideal desejada, ou seja, a eficiência de peneiramento é definida como a relação
entre a quantidade de partículas mais finas que a abertura da tela de peneiramento e que passam
por ela e a quantidade delas presente na alimentação

P
E= ∗100 (1)

Onde:
E: é a eficiência do peneiramento (%);
P: é a vazão mássica passante na peneira (t/h);
A: é a vazão mássica de alimentação (t/h.);
α: é a percentagem de material menor que a malha da peneira na alimentação.

A eficiência do peneiramento é fundamental para o processo de classificação granulométrica e,


na prática, é ligada à recuperação, enquanto a abertura das peneiras é semelhante ao grau de
liberação do material (CHAVES & PERES, 2006).

2.3.4. Fatores que Afetam a Eficiência do Peneiramento


Taxa de Alimentação – A capacidade do peneiramento é definida como a razão ótima de
alimentação para encontrar as especificações requeridas dos produtos. Essa taxa, usualmente
expressa como fluxo de massa seca (t/h), é um dos factores mais críticos que afetam o
peneiramento.

A capacidade da peneira determinará o número de peneiras requeridas. No caso do peneiramento


industrial, o excesso na alimentação (kg/h) da peneira resultará na direção errada das partículas e
fluído para o fluxo retido, além da redução da vida útil da tela (COLMAN, 1980). Dependendo
de outros fatores, a taxa ótima de alimentação pode ser feita até certo ponto sem uma diminuição
significativa da eficiência. A capacidade de uma tela é determinada por meio de ensaios
completos para otimizar todos os fatores que afetam a performance do peneiramento.

25
Percentagem de Sólidos – Em analogia ao item anterior, partículas da fração passante são
transportadas pelo fluido (água) através das aberturas da tela. Neste caso, o volume de água
necessário ao peneiramento afetará sua eficiência, que aumenta quando a percentagem de sólidos
na polpa de alimentação diminui (COLMAN, 1980). Na prática, utiliza-se um valor da ordem de
20% de sólidos, independente da densidade dos sólidos. Por exemplo, eficiência elevada poderia
ser obtida nos casos em que a percentagem de sólidos está situada em torno de 45% de sólidos na
alimentação. Este é um caso típico de polpa de areia com densidade 2,6, ou seja, material com
baixa quantidade de finos.

2.3.5. Procedimento para ensaios de análise granulométrica


Segundo CARRISSO e CORREIA (2004), referem que nos ensaios de análise granulométrica,
devem ser considerados o peso da amostra utilizada, o tempo e a precisão do ensaio, além da
forma como será conduzido o ensaio: a seco, a húmido ou a forma combinada húmido/seco.
Os mesmos autores, dizem que Na determinação do peso da amostra, deve ser considerado o tipo
de amostra, o teor do mineral minério, a granulometria do material, entre outros.

Com relação aos minérios com granulometria grossa, isto é, abaixo de 50 mm, em muitos casos,
são tomadas amostras de 10,0 kg ou mais. Nos casos dos minérios finamente moídos, a
quantidade de amostra varia no intervalo de 200 a 600 g. Em todas as situações, o tamanho das
amostras depende da finalidade da análise granulométrica, isto é, das análises subsequentes com
as frações resultantes do ensaio granulométrico, entre outros.

De acordo com Carrisso e Correia, (2004) afirmam que não se deve utilizar quantidade excessiva
da amostra sobre a peneira. Neste caso, muitas partículas finas ficarão inclusas nas grossas, sem a
chance de se exporem à abertura da peneira. Entende-se que a amostra deve ser bastante para que
cada fracção retida seja representativa e sua quantidade seja suficiente para as análises
subsequentes.

O uso da metodologia adequada e boa experiência laboratorial tornam-se instrumentos


indispensáveis a uma análise granulométrica confiável, ou seja, com resultados consistentes.

O tempo do ensaio está ligado, entre outros, aos seguintes fatores: natureza e granulometria do
minério, precisão e finalidade do ensaio.
Minérios com granulometria grossa requerem tempo menor de peneiramento. Ao contrário, para
26
aqueles com granulometrias finas, torna-se essencial a operação com tempos mais longos, para
que todas as partículas tenham a chance de se exporem às aberturas de cada peneira.

Além disso, para melhorar a eficiência do peneiramento, recomenda-se a realização do ensaio a


húmido. Antes de iniciar qualquer ensaio de peneiramento, o bom operador confere o estado de
conservação das peneiras, bem como os demais equipamentos a serem usados.

Esses devem estar em óptimas condições operacionais para não comprometerem os resultados
dos ensaios. Logo, ao final de cada ensaio, é obrigação do mesmo operador deixar todos os
equipamentos em perfeitas condições de uso.

É preciso lembrar que imputa-se boa parte da qualidade dos resultados obtidos nos ensaios às
condições operacionais dos equipamentos e ao seu estado de conservação, responsabilidade
básica dos seus usuários. (CARRISSO  CORREIA, 2004).

27
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho do fim do curso baseou-se no estudo do desempenho das peneiras vibratórias da
Mina Moatize. Na sua elaboração o pesquisador realizou ciclicamente a análise dos dados
recolhidos no campo, baseando-se nos conceitos de uma pesquisa acção, depois colectou os
dados numa primeira fase, seguidamente a análise dos dados recolhidos, a implementação e por
fim a comparação dos resultados obtidos com os esperados.

3.1Materiais usados na pesquisa

 Amostra de carvão mineral bruto


 Peneira de +50 mm; +31.5mm; +1mm; +0.25 mm; -0.25 mm.
 Balança laboratorial
 Baldes
 Caneta
 Um papel A4
 Uma estufa
 Bandejas

3.1.2 Procedimentos usados na recolha de dados


Fez se análise granulométrica por peneiramento da amostra coletada na planta de processamento
de carvão mineral da empresa em estudo, num intervalo de 10 min em 5 fracções diferentes. Em
seguida é pesada cada fracção e determinada a percentagem das mesmas. Essa informação é
compilada e arquivada na empresa para o controle da informação.

28
3.2 Metodologia

Figura 15:Fluxograma de processamento de carvão mineral da Mina Moatize

Fonte: Autora, 2019

Após o desmonte efectuado na mina, o material é transportado através de camiões basculantes do


tipo dumper e é estocado próximo a planta de processamento mineral, por sua vez o material
estocado é submetido a uma serie de britagem em três estágios seguidamente: britagem primaria,
secundaria e tercearia com a finalidade de adequar o material a operações subsequentes.

29
Antes da concentração, as peneiras vibratórias são empregues com a finalidade de classificar a
granulometria desejada para a liberação do produto e rejeito, onde a material retido acima de 50
mm constitui o retorno para britagem terciária e abaixo de 50 mm vai para tanque onde é feita a
mistura com a magnetite para maior for a eficiência da separação do rejeito e produto, no ciclone
1 a uma densidade entre 1,4 a 1,6 gcm3.

No ciclone 1, a alimentação é feita duma forma tangencial, onde o overflow é considerado


produto, e o undersize rejeito.O overflow do ciclone 1, é submetido a uma peneira de pré-escalpe
e alimenta o ciclone 2, a uma densidade entre 1,25 a 1,30 gcm3 que separa o carvão coque nos
overflow e térmico nos undersize.

30
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE DADOS
A Empresa Mina Moatize, explora carvão mineral, e usa o método de lavra a céu aberto, pelo
método de desmonte mecânico com auxílio de pá carregadeira e escavadeira, e desmonte por
explosivo englobando todas técnicas e parâmetros com segurança. Apos o desmonte, o material e
transportada da mina para a usina de processamento, onde primeiramente é armazenada em pilhas
e é submetida a processos de cominuição e outras operações unitárias.

4.1. Processo de peneiramento do carvão mineral na Mina Moatize


A empresa Mina Moatize usa as peneiras vibratórias para a classificação do carvão mineral por
tamanho, este equipamento é usado nessa planta devido a capacidade de adequar aos dois tipos de
peneiramento (a seco e a húmido). As peneiras são peças, vitais e críticas em qualquer planta de
processamento, assim sendo, todo cuidado é pouco e deve ser tomado no que diz respeito no
controlo da eficiência, que por sua vez culminaria no conhecimento da produtividade do mesmo
equipamento.

É importante referir-se que o peneiramento que a empresa usa é via húmida, isto é, o
peneiramento realizado com auxílio de água.

Os cálculos são realizados a partir da construção das curvas granulométrica do undersize e do


oversize industriais para fraçcão de 11,5 mm considerada a crítica é a mais desejada na empresa.
Inicialmente são determinadas as granulometrias referentes passantes e o retido em uma serie de
peneiras. Podendo assim certificar a eficiência mais aprofundado das peneiras vibratórias da
Mina Moatize.

31
4.2. Descrição de problemas existentes na peneira;

Figura 30: Remendo nas Peneiras

Fonte: Autora, (2019)

Perante a estrutura física das peneiras, viu se que as telas nelas contidas, apresentavam anomalias
em caso de remendos, por sua vez remendos de telas para material finos sobre telas de grossos. A
imagem acima ilustra uma das superfícies de separação de 31.5 mm, onde em vários pontos da
mesma existem remendos que reduzem a área de separação fazendo com que uma parte de
material fino permaneça nos grossos. Esta é uma da causa que pode proporcionar a um baixo
desempenho no processo de peneiramento.

4.3. Estudo do desempenho das peneiras vibratórias


Para estudar o desempenho das peneiras vibratórias da Mina Moatize, baseou-se em determinar
quantidade de material retido e passante em cada abertura numa dada alimentação, por sua vez
optou-se em busca de dados de análise granulométrica por peneiramento do mês de Julho pela
subcontratada INTERTEK, empresa pela qual é responsável pela colecta de amostras em
diferentes pontos da planta de processamento de carvão mineral, análises de qualidade e
certificação da mesma.

32
Tabela1:Análise granulométrica de 1 a 7 de Julho de 2019
Malhas Massa do %Retido %Retido % Passante
Retido (g) Simples Acumulado

(+50) 1.92 10.3 10.03 89.97


(+31.5) 2.23 11.65 21.68 78.32
(+11.5) 5.41 28.27 49.95 50.05
(+1) 6.09 31.82 81.77 18.23
(+0.25) 2.13 11.13 92.9 7.11
(-0.25) 1.36 7.11 100 0
TOTAL 19.14 100.00
Fonte: Autora, 2019

Analise Granulometrica 1
100
89.97
80 78.32

60
%Passante

50.05
40
Passante

20 18.23
7.11
0 0
-10 0 10 20 30 40 50 60
Abertura das Malhas

Gráfico 1: Analise granulométrica 1 de 1 a 7 de Julho de 2019

Fonte: Autora, 2019

A tabela 1, é referente a dados de peneiramento da primeira semana do mês de Julho, onde fez se
a média semanal multiplicando os dados aos números de dias e dividindo pela mesma para a
obtenção de um só dado. A análise de peneiramento é feita a partir de uma série de peneiras
33
sobreposta de uma forma decrescente de acordo com a granulometria que se deseja estudar, com
a finalidade de obter quantidades de fracções retidas e passantes em cada peneira.

A quantidade de material retido, obteve se a partir de peneiramento, onde pesou se a quantidade


de material retido em cada peneira.

A partir da quantidade de material retidas a cada peneira, obteve se as quantidades de material


passante em função da alimentação e retido.

Os cálculos matemáticos para o passante foi a partir da seguinte formula:

MP = MA – MR (2)

Onde:

 MA é a massa de material a ser alimentado na peneira


 MR é a massa de material que fica retido sobre a peneira
 MP é a massa de material que passa pela peneira

Quanto as percentagens de retido e passante foram calculadas partir de seguintes formulas:

Retido Passante
% Retido= ∗100e% Passante= ∗100 (3)
Alimentação Alimentação

A partir dos dados já obtidos já se pode ilustrar em gráficos para melhor a sua observância, assim
tal como ilustra o gráfico 1, referente a tabela 1. Onde pode se observar que o gráfico do material
passante tende a decrescer gradualmente da granulometria maior para a menor, e o gráfico de
retido os valores tende a crescer da granulometria acima de 50mm e tende a decair a partir de
1mm, ate este ponto já se pode esperar resultado satisfatório quanto ao peneiramento
propriamente dito.

Para a exactidão e melhor a avaliação do desempenho, viu se que a analise traria resultados
confiáveis num período de um mês ou mas, pois uma semana não constituiria amostra suficiente
para tal pois durante o período de estagio a planta vinha apresentado paragens devido a
insuficiência de material, manutenções preventivas e substituição de equipamentos fora da
conformidade, eis os dados apresentados abaixo, tabelas de analises granulométrica e respectivos

34
gráficos com a finalidade de obter dados suficientes para a avaliar o desempenho da peneira
vibratória aplicada na usina de tratamento de carvão mineral da empresa Mina Moatize.

Tabela 2: Analise granulométrica de 8 a 14 de Julho de 2019

Peneira Retido %Retido %Retido % Passante


Simples Acumulado
(+50) 1.75 9.39 9.39 90.61
(+31.5) 2.39 12.82 22.21 77.79
(+11.5) 4.89 26.23 48.44 51.56
(+1) 6.14 32.94 81.38 18.62
(+0.25) 2.08 11.16 92.54 7.46
(-0.25) 1.39 7.46 100 0
TOTAL 18.64 100.00
Fonte: Autora, 2019

Analise Granulometrica 2
100
90.61
80 77.79

60
%Passante

51.56
40
Passante

20 18.62
7.46
0 0
-10 0 10 20 30 40 50 60
Abertura das Malhas

Gráfico2: Analise Granulométrica 2 de 8 a 14 de Julho de 2019

Fonte: Autora, 20219

35
Tabela 3: Análise granulométrica de 15 a 21 de Julho de 2019

Peneira Retido %Retido % Retido  % Passante


Simples Acumulado
(+50) 1.86 9.52 9.52 90.48
(+31.5) 2.31 11.82 21.34 78.66
(+11.5) 7.1 36.34 57.68 42.32
(+1) 4.79 24.51 82.19 17.81
(+0.25) 1.39 7.11 89.3 10.70
(-0.25) 2.09 10.70 100 0
TOTAL 19.54 100.00
Fonte: Autora, 2019

Analise Granulometrica 3
100
90.48
80 78.66

60
%Passante

40 42.32
Passante

20 17.81
10.7
0 0
-10 0 10 20 30 40 50 60
Abertura das Malhas

Gráfico 3: Analise granulométrica 3 de 15 a 21 de Julho de 2019

Fonte: Autora, 2019

36
Tabela 4:Análise granulométrica de 22 a 28 de Julho de 2019

Peneira Retido %Retido % Retido % Passante


Simples Acumulado
(+50) 1.79 9.75 9.75 90.25
(+31.5) 2.26 12.32 22.07 77.93
(+11.5) 4.25 23.16 45.23 54.77
(+1) 6.53 35.59 80.82 19.18
(+0.25) 2.11 11.50 90.32 7.68
(-0.25) 1.41 7.68 100 0
TOTAL 18.35 100.00
Fonte: Autora, 2019

Analise Granulometrica 4
100
90.25
80 77.93

60
%Passante

54.77

40
Passante

20 19.18
7.68
0 0
-10 0 10 20 30 40 50 60
Abertura das Malhas

Grafico4: Analise Granulométrica 4 22 a 28 de Julho de 2019

Fonte: Autora, 2019

A partir da relação retida e passante em cada análise granulométrica das semanas do mês de
julho, determinou-se a eficiência de peneiramento aplicando a fórmula 1, na revisão bibliográfica,

37
4.5. Cálculo e resultados da eficiência de peneiramento
Peneira em estudo 11,5 mm.
Caso 1: de 1 a 7 de Julho de 2019
Dados: Fórmula e resolução
P
P= 9.58 E= ∗100

9.58
A= 14.99 E= ∗100
14.99∗0.753

α= 0,753 E=¿ 84.87


Caso 2: de 8 a 14 de Julho de 2019
Dados: Formula e resolução
P
P= 9.61 E= ∗100

9.61
A= 14.5 E= ∗100
14.5∗0. 776

α= 0,776 E=¿85,4
Caso 3: de 15 a 21 de Julho de 2019
Dados: Fórmula e resolução
P
P= 8.27 E= ∗100

8.27
A= 15.37 E= ∗100
15.37∗0.708

α= 0,708 E=¿ 75.9

Caso 4: de 22 a 28de Julho de 2019


Dados: Fórmula e resolução
P
P= 10.05 E= ∗100

10.05
A= 14.3 E= ∗100
14.3∗0.816

38
α= 0,016 E=¿ 86.12

4.6. Resultado da eficiência eanálise de desempenho da peneira

Mês de Julho Eficiência de peneiramento

1ªsemana 84.87
2ªsemana 85,4
3ªsemana 75.9
4ªsemana 86.12
Media 82.29

Eficiência de peneiramento
88
86 86.12
85.4
84.87
84
82
80
78
76 75.9
74
72
70
1ª semana 2 ª semana 3 ª semana 4 ª semana

Eficiência de peneiramento
Gráfico5: Resultado da eficiência e análise de desempenho da peneira vibratória

Fonte: Autora, 2019

Observa se que a tendência dos valores da eficiência no mês de Julho, esta situada entra 75 a 86
%, atendendo uma média de 82.29%. De acordo com a informação de fabricante, em condições
normais de trabalho, a eficiência da peneiras Vibratórias aplicada na Mina Moatize. Deve variar
entre 90 a 95%. Por esta razão afirma se que a peneira ou o processo de peneiramento trabalha
imperfeitamente. Os resultados de produção da Mina Moatize variam, esses valores são

39
influenciados pelas avarias registadas durante o processo. Também não influenciada na qualidade
do carvão alimentado.

40
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

5 .1 Conclusão
Como se observou, o processo de peneiramento da Mina Moatize apresenta boa eficiência e os
resultados se encontra dentro do padrão de acordo com o manual do fabricante, porém tudo
indica que mesmo com problemas existentes nas telas a separação tem sido boa.

Observou-se que o bom desempenho é proporcionado devido as perfeições existentes nas


peneiras de ensaio o que contraria com a realidade na planta, pelo facto de que os engenheiros da
planta indicarem que as peneiras não operam como deveria ser, não era bastante para afirmar
estas hipóteses, pois a avaliação trás os resultados das peneiras satisfatórias.É de salientar que
toda imperfeição das malhas gera um mau desempenho. Em sentido lato com as condições
deparadas na realidade a empresa esta trabalhar com eficiências baixas devido a remendos,
cegamento das malhas e imperfeição da mesma.

Os métodos da produção na Mina Moatize pode variar por mês, isso se deve na maioria das vezes
pelas avarias que são constantemente verificadas na planta durante o processo; por outro lado, é
influenciada pela qualidade de material a ser alimentado no mês.

41
5.2. Recomendações
É obvio que a empresa Mina Moatize não se preocupa tanto ao que tange a eficiência de
separação tendo resultados satisfatórios, mas pelas demais observações feita ao nível a estrutura
da planta e do equipamento em estudo, torna se como notas recomendáveis:

 Que se faça manutenções preventivas e corretivas para evitar paragens desnecessária pois
estas paragem afectam na produção planejada;

 Que se mude de telas de peneiras quanto houver roturas de fios, ou mesmo desgastes
evitar o uso de remendos ou chantagens sobre a tela esta interfere na eficiência de
separação e pode gerar produtos fora da especificação definida para a peneira;
 Que se aumente a pressão da água na malha de 11,5 mm e 1mm para que a separação seja
bem feita, evitando cegamento nas telas menores.

42
6. BIBLIOGRAFIA

1. ANDRADE,CF., 1929. Esboço geológico da Província de Moçambique. 232 pp.


Ministério das Colonias. Lisboa.
2. ANTHOINE e DUBOIS, 1924, apud FERNANDO REAL, 1966.O valor industrial de
carbono da bacia carbonífera de Tete., 45, 2:B159-B162.
3. CARRISSO, R.C.C. e CORREIA, J.C.G. Classificação e Peneiramento. In: Luz, A. B.,
SAMPAIO, J. A. e ALMEIDA, S. L. M. (Ed.). Tratamento de minérios. 4a ed. Rio de
Janeiro: CETEM/MCT, 2004., p.197-240
4. CARVALHO, M.X.S. Monografia: Equipamentos de Fragmentação-Uma Revisão
Avaliando Circuitos Alternativos para a Moagem de Finos Minas Gerais. Escola de
Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.
5. CETEM 2004, Centro de Tecnologia Mineral, Ministerio de Ciências e Tecnologias,
Classificação e Peneiramento Cap.5, 2004
6. CHAVES, A. P. & PERES A. E. C. Teoria e Pratica do Tratamento de Mierios- Britagem,
Peneiramento e Moagem . Vol 3. 1ª ed. São Paulo: Signos, 1999. 238p.
7. CHAVES, A. P. & PERES, A. E. C. Teoria e Prática do Tratamento de Minério: Britagem
Peneiramento e Moagem, 2.ed. Vol. 4, São Paulo: Signus, 2004
8. CHAVES, A.P.; PERES, A. C. Peneiramento. Teoria e Prática do Tratamento de
Minérios: Britagem, Peneiramento e Moagem. vol. 3, cap. 10, 3ª ed. São Paulo: Signos
Editora, 2006
9. COLMAN. K. Selection Guidelines for Size and type of Vibrating Screens in ore
Crushing Plants. In: Molar, A. L., BHAPPU, R. B. Mineral Processing Plant Design, 2nd
Edition. Littleton, USA: SME, 1980, p.341-361.
10. CPRM, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais(2017),disponivel em
www3.transparencia. gov.br/ orgãos acessado no dia 5 de janeiro de 2020.
11. DNPM, Estudos de Carbonificação de Carvão , Direção Nacional de Produção Mineral
Brasil (2017).
12. FIGUEIRA, H. V. O.; ALMEIDA, S. L. M.; LUZ, A. B. Cominuição. In: LUZ, A. B.;
SAMPAIO, J. A.; ALMEIDA, S. L. M. Tratamento de minérios. 4ª Edição. Rio de
Janeiro: CETEM-CNPQ-MCT, 2004. Capítulo 4, pág 113-194.
43
13. GALERY, R. Fragmentação de Minérios: Primeira Parte. Belo Horizonte: UFMG, 2011.
14. GTK Consoltiun 2006, Noticias Explicativas Volume II, Folhas Tete, (1673)
15. GTK Consoltiun 2006, Noticias Explicativas Volume IV, Folhas zobwe, (1534)
16. IEA, Coal & Sustainable Development – Attitudes & Activity. Coal Industry Advisory
Board International Energy Agency France. OUT, 2003.
17. IMPACTO; GOLDASSOCIATION; RIVERSTALE. Relatório de Estudo de Impacto
Ambiental: relatório executivo. Maputo: IMPACTO, 2009.
18. INE ,2017,Instituto Nacional De Estatistica, Relatório Parcial de 4º Recenceaaamwnto
Geral da População e Abitação RGPH, Realizado de 1 á 15 de Agosto De 2017
19. LUZ, A.B.; SAMPAIO, J.A.; ALMEIDA, S.L.M. Tratamento de Minérios – Quarta
Edição. 4ª ed. Rio de Janeiro: Centro de Tecnologia Mineral - CETEM, 2004. v. 1
20. MAE, Perfil do Distrito de Moatize, Provincia de Tete, Ministerio da Administração
Estatal , Serie de Perfil distritais. Maputo Moçambique 2005. Disponível em: http://
www.govnet.gov.mz acesso 24/02/2020.
21. MAE, Perfil do Distrito de Moatize, Provincia de Tete, Ministerio da Administração
Estatal , Serie de Perfil distritais. Maputo Moçambique 2014.
22. METSO. Manual de Britagem Metso. 6ª Edição. 2005. 501p.
23. POSSA ,M.V 2005 , LUZ, ADÃO P,B Amostragem para Processamento Mineral, DNPM
2005.
24. REAL F. Geologia da bacia do zambeze. 1966.
25. SIMPLEX-Equipamentos e Sistemas. Produtos. Disponiveis em
<http://www.simplex.ind.br/> Acesso em 03 Set., 2019.
26. VASCONCELOS, L. Geologia do carvão, caraterização geologica da bacia de Moatize,
Moçambique 2005
27. SOUZA (2019), Avaliação das técnicas de disposição de rejeitos, Escola Politécnica da
Universidade Federal. BA, 38p.
28. VARELA, Marcio.granulometria. disponível em https:
//docente.ifrn.edu.br/marciovarela/disciplinas/materias-de-
construção/granulometria1/granulometria. Acessado em 20012020.

44
Páginas Web:

www.crm.rs.gov.br/upload/HD_20120806104300dsc_0214.jpg acessado em 12122019.

www.portaldo governo.gov.mz acessado em 17112019.

www.crm.rs.gov.br/upload/HD_20120806104300dsc_0214.jpg, acessado em 24112019.

www.google.com/imagens/crivos acessado 02/29/2020.

45

Você também pode gostar