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Aula 06

Sociologia p/ ENEM 2017


Professor: Raphael de Oliveira Reis

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FILOSOFIA
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AULA 06: Cultura, Ideologia e Experiência do Sagrado

SUMÁRIO PÁGINA
1. Nota Importante 3
2. Definições de Cultura 4
3. Cultura e Ideologia 8
4. Cultura, Ideologia e Indústria Cultural no
15
Brasil
5. Experiência do Sagrado 19
6. Resumo 23
7. Exercícios 25

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1 NOTA IMPORTANTE

Tendo em vista a semelhança de conteúdo das aulas de nº 06 das


disciplinas de Filosofia e Sociologia, optei por mesclá-las, porque facilita o estudo
e evita repetições. Portanto, este material em PDF e as videoaulas são os
mesmos para as duas disciplinas.
Vamos abordar as definições de cultura e ideologia. Retomar o conceito
de Indústria Cultural dos filósofos Adorno e Horkheimer. Por fim, vamos refletir
sobre cultura e a experiência do sagrado.

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2 Definições de Cultura

É comum você já ter dito ou escutado as seguintes frases: “se comporte


que nem homem”, “as mulheres são frágeis”, “esta lutadora nem parece mulher”,
entre muitas outras. Além dessas, escutamos também cotidianamente alguns
adjetivos sobre raças como “os negros são indolentes”, “os índios são
preguiçosos” e as “pessoas pobres são violentas”.
Estas e muitas outras frases são permeadas de preconceitos ou de uma
visão de senso comum. Refletem a crença na existência de uma natureza
humana, uma essência humana, que teria a tendência de ser a mesma em todos
os tempos e lugares, e que as diferenças existentes são naturais.
Ao dizer que determinada coisa existe naturalmente é dizer que essa
coisa existe necessariamente e que não pode mudar e que é universal. Ora,
então, podemos concluir que não dependem da ação e da intenção dos seres
humanos, basta deixar a “natureza” agir. Sabemos que esta forma de pensar
não procede, já que os seres humanos são construídos culturalmente e
historicamente.
“Ser homem ou ser mulher” depende da construção social, o que irá variar
no tempo e no espaço. Depende do que cada sociedade atribui como
características a cada gênero e o que espera de comportamentos e sentimentos
do “homem” e da “mulher”. Por exemplo, em nossa sociedade contemporânea
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foi atribuído aos meninos a cor azul, brincar com carros e bonecos, jogar futebol,
se comportar como “machos”, não pode chorar, precisa ser forte, etc. Já as
meninas ficaram com a cor rosa, devem brincar com bonecas, fazer dança, usar
vestido e ser sensível, etc.
Será que essas características são naturais e universais ou fazem parte
de uma determinada construção cultural e histórica que depende das ações
humanas?
A antropóloga Margareth Mead (1901-1978) investigou o modo como os
indivíduos recebiam os elementos de sua cultura e a maneira como isso formava

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sua personalidade. Seu objeto de pesquisa era compreender as condições de


socialização da personalidade feminina e masculina. Analisou três povos
(Arapesh, Mundugumor e Chambuli), da Nova Guiné, na Oceania. Percebeu
diferenças significativas entre estes povos.
Os Arepesh não havia diferenciação entre homens e mulheres, pois
ambos eram educados para ser dóceis e sensíveis. Os Mundugumor também
não havia diferenciação: os indivíduos de ambos os sexos eram educados para
a agressividade, caracterizando relações de rivalidade. Já os Chambuli, havia
distinção entre homens e mulheres, mas de modo bem diferente do que
conhecemos: a mulher era educada para ser extrovertida, empreendedora,
dinâmica e solidária com o membro de seu sexo, enquanto os homens eram
educados para ser sensíveis, preocupados com a aparência e invejosos. Isso
resultava em uma sociedade em que as mulheres detinham o poder econômico
e garantiam a sustentação do grupo. Aos homens ficavam reservadas funções
domésticas, cerimoniais e estéticas.
Em resumo, os estudos de Mead e de tantos outros antropólogos e
sociólogos mostram que as diferenças de personalidade, de
comportamento, de vestimenta, de gostos não estão vinculadas a
características biológicas (sexo), mas sim como cada sociedade e cultura
define a educação e os processos de socialização desde a tenra infância.
No que se refere aquelas frases sobre a preguiça dos índios ou a
malandragem dos negros, sabemos que essas afirmações têm uma construção
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histórica. Os índios antes do trabalho compulsório tinham um ritmo e forma de


lidar com o tempo e com a natureza bem diferente dos europeus. Buscavam na
natureza o suficiente para alimentar a tribo.
Já os negros africanos, quando do período da escravidão, eram
considerados fortes e inteligentes para trabalharem no engenho de açúcar. No
entanto, com a abolição, que veio quando a elite econômica considerou mais
lucrativo a mão de obra imigrante porque a mão de obra escrava ficou cara e
escassa, além da necessidade de se adaptarem a mão de obra assalariada,

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vincularam que os negros não serviam para a lavoura de café e para as fábricas,
visto que eram “indolentes e malandros”.
Mas, afinal, o que significa cultura?
Há dois significados como ponto de partida, a saber:
1) O primeiro está relacionado à etimologia da palavra quem advém do
latim (cultivar, criar, tomar conta e cuidar). Assim, cultura estava
associada à agricultura, ao culto dos deuses, cuidado do corpo e da
alma das crianças (paideia). Nesta concepção, os seres humanos são
considerados seres naturais diferenciando-se das plantas e animais
pela linguagem e uso da razão. Sua natureza deve ser educada,
cultivada de acordo com os valores da sociedade, ou seja, é uma
natureza que adquire costumes.
2) Já uma segunda concepção, a partir do século XVIII, percebe a cultura
como resultado e consequência das ações dos seres humanos: obras
arquitetônicas, arte, religião, ciência, filosofia, política, vestimenta,
alimentação, linguagem, etc. Ou seja, uma concepção bem ampla que
torna cultura sinônimo de civilização e separa natureza de cultura.
Na medida em que esta segunda concepção foi se consolidando, cultura
passou a significar também a relação que os seres humanos socialmente
organizados estabelecem com o tempo e com o espaço, com outros seres
humanos e com a natureza.
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1.1 Do etnocentrismo às culturas híbridas


Se somos seres históricos e culturais, isto é, uma construção de ações
dos homens no tempo e no espaço, podemos considerar que dependendo da
sociedade em que vivemos e de nossos processos de socialização (família,
escola, religião, trabalho, grupo social, etc.) vamos ter certas formas de pensar,
sentir e agir na sociedade. Isso tudo nos leva a pensar na diversidade humana,
cultural e ideológica.
Contudo, sabemos que um dos maiores desafios - não somente da
sociedade contemporânea -, é a aceitação das diversidades entre sociedades

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diferentes ou entre os próprios homens de uma mesma sociedade. Isso ocorre


porque temos a tendência de acreditar que nosso grupo social ou determinada
ideia e comportamento que defendemos como correto são melhores, que são
pontos de vista superior.
Quando há um grupo ou sociedade que se considera superior, uma
civilização mais avançada do que as demais, isso se configura como
etnocentrismo (uma determinada etnia ou sociedade como centro).
Na história não faltam exemplos: na Antiguidade os gregos consideravam
“bárbaros” aqueles que não falavam grego e que não compartilhavam a estrutura
democrática da pólis. Na expansão marítima europeia, os povos americanos
foram considerados “selvagens”. Inclusive, um dos maiores debates do século
XVI e XVII era se os índios e os escravos africanos tinham ou não alma. Outro
exemplo é o “Destino Manifesto”, crença dos norte-americanos do século XIX de
que deveriam expandir seu domínio por toda a América, por pensarem que eram
povos mais avançados. O lema era: “a América para os americanos”.
O etnocentrismo gera intolerância e preconceitos diversos. A crença da
superioridade do branco em relação ao negro faz parte de uma história bem
recente em âmbito mundial como em nosso país (ver os princípios da raça ariana
que Hitler defendia e a política de embranquecimento que ganhou força na
década de 1930 no Brasil). Além disso, com a globalização há o pressuposto de
que a cultura ocidental e os valores “democráticos” são superiores e que os
demais países e culturas diferentes devem assumi-las.
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O etnocentrismo pode levar a consequências sérias em nossa


convivência com os outros e nas relações com os povos, tais como:
aversão ao imigrante, guerras, racismo, intolerância religiosa.
Por outro lado, podemos pensar se de fato existe alguma cultura “pura”.
Mesmo antes da globalização, em vários momentos da história as sociedades
absorvem aspectos culturais de outras. Podemos citar a relação do Império
Romano ao dominar a Grécia, absorvendo e valorizando vários aspectos da
cultura grega.

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No século XX, com a superação das fronteiras geográficas existentes


através do cinema, da televisão e principalmente da internet, as trocas culturais
se intensificaram e os contatos passaram a ter múltiplos pontos de origem.
Assim, hoje se fala em culturas híbridas, porque não se pode considerar uma
cultura como de um único país, mas como parte de uma imensa cultura
mundial.
Quer um exemplo simples? Cada vez mais é comum no ocidente
praticantes de meditação, que é uma prática da cultura oriental. Por sua vez,
cada vez mais o oriente se abre ao ocidente, enviando alunos para as faculdades
americanas e europeias.
Isso não significa que a cultura particular de uma região, grupo
social ou país tenha desaparecido. Elas convivem com essas trocas
híbridas que atingem o nosso cotidiano através da música, pintura,
linguagem, cinema, literatura. Essas formas híbridas ao mesmo tempo
coexistem com aquilo que é específico. Isso ressalta a importância de
preservar e promover a diversidade.

1.2. Há diferenças entre cultura erudita e cultura popular?


É comum encontrarmos especialistas que classificam a cultura em dois
tipos: a erudita e a popular. Esta classificação tem como ponto de partida a
divisão da sociedade em classes, na qual haveria uma identificação da elite e
da classe média tradicional com determinados gostos e produções culturais
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como música clássica, artes plásticas, escultura, museu, pintura, teatro e


literatura. Por outro lado, a cultura popular é aquela atribuída às camadas
populares da sociedade como o funk, o rap, o grafite, o folclore, o carnaval, o
artesanato.
O tipo de visão acima tem a tendência de desconsiderar a circulação que
há entre as diversas produções culturais entre as classes sociais. Nesta
perspectiva, as obras eruditas seriam aquelas mais valorizadas, consideradas
mais legítimas na sociedade em comparação a cultura popular. Isso quer dizer

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também que há uma dominância cultural da elite, dos seus valores e estilo
de vida.
Outros autores vão dizer que não faz sentido separar a cultura em
popular ou erudita. Cultura é um processo relacionado ao trabalho seja o
de ensinar uma criança (concepção de paideia dos gregos) ou de cuidar da
agricultura. Assim, todas as pessoas têm cultura, porque através de seu
trabalho desenvolvem ações, criam algo: a renda de uma toalha, a construção
de uma casa, a elaboração de uma música, a reflexão filosófica, etc. Neste
sentido, cultura é algo que se faz, e não apenas um produto que se adquire.
Nesta visão, não faz sentido diferenciar cultura erudita e cultura popular,
porque tudo é cultura. Porém, quando se afirma que alguém tem mais
cultura do que outra pessoa num sentido de superioridade, como elemento
de diferenciação social ou de imposição, aí não se trataria mais de cultura,
e sim de ideologia.

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3 Cultura e Ideologia

Se a concepção de cultura começa na Antiguidade, o conceito de


ideologia começa a aparecer na Idade Moderna.
O filósofo e matemático Francis Bacon (1561-1626), conhecido nosso das
aulas de Filosofia, defendia que além de uma observação rigorosa e a
necessidade de comprovar algo através da experimentação, era necessário que
os cientistas se libertassem daquilo que ele chamou de ídolos, isto é, falsas
noções que poderiam ser da própria limitação da natureza humana, dos sentidos,
da linguagem e das próprias concepções filosóficas ou científicas cultivadas
como verdades. Em resumo, os “ídolos” são falsas noções, ideias erradas e
irracionais.
A primeira vez que de fato a palavra ideologia foi empregada foi em 1801,
quando o pensador francês Destutt de Tracy a empregou como o estudo das
ideias, procurando explicar fenômenos que interfeririam na formação das
ideias como vontade, razão, percepção e memória.
Outro conhecido nosso, o filósofo alemão Karl Marx, dizia que a ideologia
era um sistema elaborado de representações e de ideias que correspondem a
formas de consciência que os homens têm em determinada época. A classe
dominante não dominaria somente a vida material, mas também a vida
intelectual. Marx defendia que ideologia é a inversão da realidade, um
falseamento da realidade. 04178253905

Outro autor importante que irá discutir sobre ideologia é Karl Mannheim
(1893-1947). Para ele, ideologia poderia ser conceituada de duas formas:
particular e total. A primeira corresponde à ocultação da realidade, incluindo
mentiras conscientes e ocultamentos subconscientes, que provoca
enganos. Já a ideologia total é a visão de mundo de uma determinada
classe, que reproduziria suas ideias.
Para Mannheim, as ideologias são sempre conservadoras, pois
expressam o pensamento das classes dominantes. Já a utopia estaria
associada às classes oprimidas, que querem mudanças.

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No nosso dia a dia exprimimos várias ideias, ações e comportamentos


ideológicos. A partir da concepção de ideologia de Karl Marx e de Karl
Mannheim podemos dizer que a sociedade capitalista segue a lógica do
Mercado, que produz maneiras específicas de pensar, sentir e agir no
mundo. Esta lógica pretende ser universal e identifica a realidade social
com o que as classes dominantes pensam, ocultando assim contradições
existentes e silenciando outras formas de representações.
O que implica na concretude da vida existencial essa forma de ideologia?
Praticamente em tudo, pois ao querer universalizar o estilo de vida capitalista,
há uma tentativa de impor valores desta visão, por exemplo, de que a família
ideal é aquela que segue o modelo nuclear, de que a juventude é uma só, de
que o sucesso depende exclusivamente do indivíduo e de suas conquistas
materiais, entre outras coisas. Assim, se desconsidera outros tipos de
configuração familiar; que há juventudes (da periferia, a negra, a LGBTTi); e de
que o sucesso material não precisa ser a busca incessante e prioritária na vida
das pessoas.
Então, podemos pensar: “onde começa a cultura e onde termina a
ideologia ou vice-versa?” Para muitos autores estes dois conceitos precisam ser
analisados conjuntamente, principalmente para entender o processo de
dominação nas sociedades capitalistas.
O autor marxista italiano, Antônio Gramsci (1891-1937), analisa a cultura
e a ideologia por meio do conceito de hegemonia e dos aparelhos de
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hegemonia. Hegemonia significa preponderância, supremacia, ou seja, como


determinada classe dominante consegue fazer com o que seu projeto seja aceito
pelos dominados, desarticulando a visão de mundo autônoma de cada grupo
potencialmente adversário. Isso, para ele, é feito através dos aparelhos de
hegemonia, que são práticas intelectuais e organização no interior do Estado e
na Sociedade Civil como o sistema educativo, o processo de comunicação, as
artes, etc. Portanto, exercem convencimento e não somente coerção.
Para Gramsci, somente a coerção não consegue fazer com que uma
classe seja dominante. A classe dominante precisa persuadir e convencer por

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meio de intelectuais a serviço do poder, das instituições sociais e da


comunicação (jornais, revistas, televisão, cinema, internet) a maioria das
pessoas, inclusive as classes dominadas. Por este processo, cria-se uma visão
que seria comum a todos, uma única possível visão.
Para combater este tipo de dominação hegemônica, Gramsci aponta
a possibilidade de ações de contra-hegemonia, que poderiam ser
desenvolvidas por intelectuais orgânicos vinculados à classe trabalhadora, na
defesa de seus interesses, devendo ocupar gradativamente espaços na
Sociedade Civil e no próprio Estado. Assim, combateriam os ideais burgueses
divulgados pela escola e pelos meios de comunicação de massa, colocando
outras possibilidades de pensar, agir e sentir na sociedade.
Outro pensador que analisou o processo de dominação, conhecido nosso
das aulas de sociologia, é Pierre Bourdieu. Ele desenvolveu o conceito de
violência simbólica, que já mencionamos em aulas anteriores. Com este
conceito ele pretendeu identificar formas culturais que impõem e fazem com
que as pessoas aceitem como normal, como uma construção histórica
natural, algo que sempre foi assim em todos os tempos e lugares.
Violência simbólica é um processo interiorizado de forma
inconsciente pelos indivíduos através de suas socializações, portanto
afeta dominantes e dominados. Um exemplo é a dominação masculina, que
ao longo da história atribui determinadas características aos homens como
virilidade, força, defesa, ser o provedor da família, enquanto as mulheres seriam
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passivas, frágeis e cuidariam do espaço doméstico e da educação da prole.


Assim, as mulheres deveriam se submeter aos homens. Veja que este processo
é interiorizado de forma inconsciente e se impõe tanto aos homens quanto as
mulheres. Nesta perspectiva, na medida em que os indivíduos se tornam
conscientes do processo de violência simbólica e das dominações
existentes, há uma liberdade maior de romper, de questionar o senso
comum.
Ainda, para Bourdieu, é pela cultura que os dominantes garantem o
controle ideológico, desenvolvendo uma prática, cujo objetivo é manter a

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distinção social entre as classes. Assim, determinados gostos marcariam


quem é de uma determinada classe ou de outra. Os gostos da elite econômica
e cultural como apreciar bons vinhos, saborear uma comida refinada (gourmet),
usar determinadas marcas de roupa, praticar esportes como golfe ou tênis, ler
livros clássicos e escutar músicas eruditas, etc., seriam valores superiores, de
pessoas cultas, que os distinguem dos demais. Ou seja, esses valores
considerados melhores nada mais é do que uma imposição cultural (violência
simbólica), que definiria quem tem ou não cultura, o que é legítimo ou não.
Estas classificações são aceitas e naturalizadas pela maioria das pessoas.
Por fim, vamos retomar o conceito de indústria cultural dos pensadores
Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), da Escola de
Frankfurt. Por meio deste conceito, eles explicaram a exploração comercial e
a vulgarização da cultura, como efeito da dominação ideológica no sistema
capitalista.
Criticavam a cultura de massa, na qual as empresas visavam somente o
consumo e sua respectiva lucratividade, impondo uma adesão ao sistema
capitalista dominante. Isso, para os autores, levariam a uma
homogeneização das pessoas, de sua subjetividade. Nesta perspectiva, o
entretenimento independente de qual seja, seria alienante porque sugere a
resignação e não propõem uma reflexão crítica sobre a sociedade em que
vivemos.
A indústria cultural vende ao público produtos para agradá-lo, e não
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para informar ou fazer pensar. Dessa forma, as produções culturais


proporcionam uma fuga da realidade, para fazer com que os indivíduos
continuem aceitando “naturalmente” a exploração do sistema capitalista.
Contudo, essa ideia de que a indústria cultural estaria destruindo a
capacidade crítica foi criticada por Walter Benjamin, companheiro de Adorno e
Horkheimer na Escola de Frankfurt. Para ele, a indústria cultural poderia levar
a arte e a cultura a um número maior de pessoas, devido a reprodução em
larga escala, portanto, elas não ficariam mais restritas a determinadas
classes.

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Podemos também fazer um exercício de reflexão filosófica de que tanto a


cultura como a ideologia podem moldar a nossa forma de agir, pensar e sentir o
mundo, no entanto, isso não se dá de forma avassaladora e mecânica
(automática), porque há a subjetividade do indivíduo e também sua reflexão
crítica. Claro, muitas pessoas são influenciadas pelas formas manipuladoras dos
meios de comunicação e tendem a reproduzir o senso comum, contudo, existem
pessoas que filtram e reelaboram a informação e se posicionam de maneira
crítica.
Uma das formas de “contra-hegemonia” à produção da indústria
cultural, utilizando um conceito que acabamos de ver do pensador
Gramsci, são as formas alternativas de informação (blog, canais no
youtube, sites), além de intelectuais que buscam refletir criticamente as
produções cinematográficas e televisivas.
Com a internet existe a possibilidades de explorar excelentes
informações. Dependendo de como é utilizada, é possível entrar em contato com
vários pontos de vistas e ao mesmo tempo formular juízos e posicionamentos.
Cabe, é claro, o discernimento e a procura de fontes confiáveis.

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4 Cultura, Ideologia e Indústria Cultural no Brasil

Falar de cultura no Brasil é pensar em sua diversidade. É pensar no


processo de colonização que envolveu a cultura indígena, africana e europeia.
É pensar na diversidade musical, de comidas, de danças, de vestimentas, de
suas arquiteturas, variações linguísticas, etc.
Já pensar a indústria cultural no Brasil nos remete a década de 1920,
como o aparecimento do rádio e na década de 1950, com o surgimento da
televisão. Outros meios da indústria cultural no Brasil como cinema, livros,
revistas e jornais não são tão expressivos em nossa sociedade.
Entre as décadas de 1930 e 1950 o rádio alcançou uma boa audiência,
porque houve a popularização de transmissoras, cujas programações iam desde
os famosos programas de auditório e radionovelas até programas jornalísticos e
esportivos. Assim, atraiam empresas interessadas em realizar propagandas que
atingiriam um grande público.
O rádio fez grande sucesso. As emissoras tinham os seus próprios
cantores e atores. Houve ampliação do número de receptores Brasil a fora e em
cidades do interior era comum a programação de rádio ser transmitidas em
autofalantes na praça.
Getúlio Vargas (1937-1945) utilizou o rádio estrategicamente para difundir
a cultura nacionalista e defender as ações de seu governo, controlando as
informações através do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).
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Obrigou todas as emissoras a transmitirem o programa “Hora do Brasil” e as


empresas comerciais eram obrigadas a manter um aparelho ligado todo o tempo
em que houvesse transmissão do governo. Assim, Vargas associava a sua
imagem como aquele que proporcionava o bem aos trabalhadores brasileiros,
influenciando milhões de ouvintes.
Com a chegada da televisão na década de 1950 e sua respectiva difusão
nas décadas de 1960 e 1970, as pessoas podiam além de escutar, ver seus
programas, cantores e atores preferidos. Dessa forma, a audiência do rádio
diminuiu. Muito de seus profissionais foram contratados pelas emissoras de TV.

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Além disso, os anunciantes passaram a investir mais na televisão do que no


rádio.
Na década de 1980, a metade dos domicílios tinham uma televisão. Hoje,
quase 100% dos lares têm um aparelho de TV, o que mostra a sua capacidade
de atingir milhões de pessoas. Ao longo de sua história, assim como
aconteceu no rádio, vários governos influenciaram diretamente este
veículo, afinal, tanto o rádio como a televisão são concessões públicas,
portanto, dependem de interesses e regulamentações políticas. Muitos
empresários que têm a concessão de rádios e de televisão são de famílias
tradicionais, da elite econômica e política.
Na Ditadura Militar (1964-1985), o Estado utilizou da televisão para
colocar em prática a política desenvolvimentista, a integração nacional, a defesa
dos governos militares e o controle de tudo que era divulgado e produzido.
Os militares fizeram investimentos em infraestrutura, para que a televisão
chegasse a mais pessoas: em 1960, a televisão estava presente em 22,8% dos
domicílios e na década de 1980, mais da metade dos domicílios tinham um
aparelho. Ao espalhar antenas e lançar satélites que cobriam todo o
território brasileiro, o projeto oferecia a infraestrutura para que o país fosse
integrado via televisão.
Para terem a concessão, as empresas televisivas seguiam o que
mandava o governo militar, passando uma ideia aos telespectadores de que o
governo era legítimo e democrático – é muito comum escutarmos nossos avós
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ou pais proferirem falas positivas deste período, muito influenciados pelo que era
divulgado nas emissoras de televisão e rádio.
A maior beneficiária desta relação com o governo foi a Rede Globo,
que surgiu em 1965. Cresceu rapidamente devido suas relações amistosas
com o governo militar e com estratégias de marketing absorvendo o
mercado de consumo. Assim como no desenvolvimento do rádio, a televisão
conseguiu uma enorme audiência com a telenovela, tornando-se produto cultural
brasileiro que, inclusive, é exportado para emissoras de outros países. Além da
telenovela, o seu principal programa jornalístico, “Jornal Nacional”, que é recorde

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de audiência, passou a ser a “visão” principal dos brasileiros sobre os fatos


nacionais e internacionais.
Mesmo após o regime militar, as emissoras continuaram atendendo aos
governos seguintes, sempre dando a impressão de que suas coberturas são
imparciais e democráticas. Muitas emissoras e veículo de comunicação
sobrevivem a partir das propagandas oficiais.
É notória que a televisão ainda é o principal meio de comunicação. As
novelas lançam tendências; os programas jornalísticos selecionam aquilo que é
importante informar e mostram o seu ponto de vista, tentando passar que são
veículos “neutros”, sem interesse político; os anúncios pretendem incentivar
cada vez mais uma sociedade do consumo. Por outro lado, como vimos com
Walter Benjamin, há sempre uma reelaboração daquilo do que se vê e
escuta, além de muitos outros aspectos que influenciam a opinião pública
– se não fosse assim, o regime militar não teria tido tanto resistência e nem
teria existindo o movimento “Diretas Já”.
Para o filósofo Renato Janine Ribeiro, a televisão oferece sociabilidade,
pois gera pauta de conversa no cotidiano das pessoas e trazem algumas
questões pouco discutidas ou até silenciadas, tais como: a homossexualidade,
violência doméstica, direitos das pessoas com deficiência, preconceito racial,
etc. Pode-se argumentar que muitas vezes são temas tratados de forma
superficial, mas é a partir da visibilidade que se gera outros espaços também de
aprofundamento e debate. 04178253905

Para Renato Janine uma possibilidade de melhorar a programação


perpassa pela formação de um público crítico. Hoje também se fala em
reavaliar os contratos de concessão, evitando a concentração tão grande nas
mãos de poucos e exigir das emissoras contrapartidas com programas culturais.
Outra iniciativa pode ser a concessão de canais para centrais sindicais, ONGs e
outras instituições de caráter público que pudessem transmitir informação e
cultura, pulverizando os pontos de vista.
É importante ressaltar o surgimento da internet e seu potencial de
democratização dos meios de comunicação. Existe o desafio de popularizá-

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la, já que seu uso ainda é inacessível a maioria da população que, segundo o
IBGE de 2008, somente 23,8% da população tinham acesso à internet. Há
também as desigualdades regionais, tendo o sul e o sudeste como regiões onde
existem mais domicílios com computadores e acesso à internet.
Muito autores analisam a internet como meio de democratização da
informação e do conhecimento, devido a proliferação de blogs, sites e canais
que mostram outros assuntos e perspectivas distintas do que comumente se
passa nos programas de televisão.
Em resumo, podemos apontar que a indústria cultural no Brasil é
predominantemente a televisão em nossa sociedade. Tanto ela como o
rádio, tiveram sua trajetória associada aos governos autoritários e se
relacionam com os interesses da elite econômica e política. Estas elites
transmitem sua ideologia, sua maneira de pensar, sentir e agir no mundo
através das principais programações. Mesmo assim há formas de
resistência e crítica a este formato.
Como dissemos, há um entusiasmo por muitos de que a internet é um
meio que proporciona mais liberdade, no qual fica mais difícil ter censura e o
impedimento da obtenção de informações. No entanto, sociologicamente,
podemos indagar: se quem oferece as principais plataformas na internet são
empresas gigantescas como o Google, o Facebook, a Microsoft, a Aplle, cujo
interesse é incentivar a sociedade de consumo, além de que controlam as
informações e os sites de busca, como é possível falar em liberdade e
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democratização da informação e do conhecimento? Assim, voltaremos as


reflexões filosóficas: o que é liberdade? O que é conhecimento? Como construir
um conhecimento livre na sociedade contemporânea?

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5 Experiência do Sagrado

A religião é uma atividade cultural bem antiga e que está presente


em quase todas as culturas. Assim como a linguagem simbólica desenvolvida
e a capacidade de produzir trabalho, a crença em algo exterior como
independente da ação humana nos diferencia de outros seres. Ter consciência
de que há coisas na natureza que não são criações humanas e que fogem
ao controle humano, levou os seres a buscarem explicações nas
“divindades”.
Outro aspecto relevante na filosofia é a morte. Ter consciência da morte
é mais um elemento de que só os seres humanos possuem, isto é, sabem
que são mortais, que um dia vão morrer. Ao saber disso há perguntas
milenares: “quem sou eu?”, “o que estou fazendo aqui?”, “para onde eu vou?”
Essas são problemáticas que o pensamento religioso também procura
responder.
O fato de que os seres humanos estabelecem uma relação de tempo
“presente, passado e futuro”, no qual nos faz perceber a nossa identidade e de
outros seres semelhantes, nos leva também a acreditar na existência dessa
identidade num tempo futuro, após a morte, em um outro lugar.
Esta crença de uma vida futura é uma das manifestações mais antigas e
está praticamente presente em quase todas as culturas, por meio dos rituais
fúnebres – confira a mumificação no Egito Antigo. Nestes, há o cuidado com os
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mortos para garantir sua boa entrada na vida futura. A crença em divindades e
numa outra vida após a morte são elementos centrais na experiência do
sagrado.
A religião pressupõe a diferença entre aquilo que é natural e aquilo que é
sobrenatural, separando aquilo que é sagrado daquilo que é profano (humano).
A palavra religião tem sua etimologia (origem) no latim, cujo significado é
“religare” (ligar, unir), isto é, vincular o mundo profano e o mundo sagrado. Neste
sentido, além de uma ligação com as “divindades”, há também um vínculo com

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os ancestrais, que vivem num outro mundo e podem se comunicar e até


interceder junto aos deuses ou espíritos em nome de seus descendentes.
Outro elemento da religião é explicar a origem do mundo e dos seres
através da narrativa. Vamos recordar que na visão da cosmologia, as teogonias
(geração dos deuses, semideuses e heróis) era a forma de explicar a origem do
mundo, o seu respectivo funcionamento e a finalidade dos seres e a ação dos
deuses. As demais religiões que surgiram de certa forma seguem essa estrutura
de explicação como, por exemplo, as religiões de tradição judaico-cristã, na qual
apontam para criação do mundo e dos seres por um Deus, sua possível
influência na vida dos seres e ordenamento das coisas.
A narrativa religiosa explica, portanto, a ordem natural e humana, mas não
de maneira “racional”. Relacione-se pela emoção, a fé, aquilo que é
desconhecido.
Uma das maneiras de ligar os seres humanos às “divindades” são os ritos.
Rito está presente em qualquer organização religiosa. É composto por gestos,
palavras, objetos, pessoas e emoções que adquirem uma espécie de preparação
para o “contato” com o sagrado, que serve para orar, agradecer ou pedir – há
várias formas de ritos e elas variam bastante de uma religião para outra.
Uma característica do rito é a sua repetição, que repete um
acontecimento da história sagrada. Por exemplo, no catolicismo temos a
eucaristia e a comunhão.
Além do rito, temos os 04178253905
objetos simbólicos e determinados
comportamentos bem específicos. No catolicismo a cruz, o pão e o vinho
(eucaristia); no espiritismo a água fluidificada; no budismo o uso da japamala,
etc.
Portanto, a religião é um ensinamento através da linguagem, de ritos e
símbolos para explicar o mundo e de onde o ser veio, qual a sua finalidade na
Terra e para onde se vai após a morte. Perceba que é uma forma de tornar os
mortais em imortais, afinal, o ser continua existindo de alguma forma, numa outra
vida, numa outra dimensão. Essa continuidade vai depender de uma série de
fatores que são distintos de religião para religião. Para algumas basta a fé e o

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arrependimento; para outras o que importa são as obras, a caridade; umas


defendem que é só por meio da graça divina, enquanto outras defendem a
iluminação do ser. A diversidade das explicações do que é preciso realizar para
ir para um mondo melhor são muitas.
De maneira geral, podemos dividir as religiões em dois grupos:
religiões do encantamento: o morto fica encantado, torna-se algo
mágico. O morto deixa o seu corpo para entrar num outro e permanecer no
mundo sob formas variadas; ou deixa o seu corpo e seu espírito permanece no
mundo, agitando os ventos, as águas, o fogo e pode proteger determinados
lugares da natureza. Também o morto pode ser levado ao outro mundo para
desfrutar as delícias de um vida perfeita e bela, porém também podem vagar
eternamente nas trevas. Essas formas são encontradas na Antiguidade (Grécia,
Roma, Egito), em religiões de matriz africana e nas indígenas.
religiões da salvação: em religiões como o judaísmo, o cristianismo e o
islamismo, as verdades são reveladas e a divindade promete perdoar a falta
originária, enviando um salvador, que através do sacrífico pelos humanos,
garantiria a reconciliação com Deus por meio da crença nas leis divinas escritas
no texto sagrado, a crença no salvador e outros aspectos a serem observados
pelos fiéis.
Outros elementos também organizam as mais diversas religiões como o
princípio do bem e do mal, o pecado, o pecado original, imanência e
transcendência. 04178253905

Além de exercerem a função de ligação dos seres com o sagrado, também


influenciam ao longo da história, por meio de suas respectivas ideologias, as
formas de seus fiéis pensarem e de se comportarem na sociedade. No Brasil,
por exemplo, a influência religiosa tem crescido na política. É comum escutarmos
ou lermos em reportagens que a “bancada da bíblia”, que reúne principalmente
evangélicos e católicos travou determinadas pautas ou que apresentaram
projetos conservadores.

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5.1 Críticas à religião


As primeiras críticas à religião começaram com alguns filósofos pré-
socráticos, que criticavam o politeísmo e o antropomorfismo dos deuses.
Defendiam que a pluralidade dos deuses eram absurdas e que haveria uma
única potência divina. As qualidades humanas atribuídas aos deuses não
deveria ser as mesmas do que a dos humanos em grau superlativo, mas que as
qualidades dessa potência divina eram supra-humana.
Ainda na Antiguidade, Epicuro criticava a religião por esta propagar o
medo da morte, de criar superstição e outros medos. No século XVI, como vimos
na aula de Filosofia, o racionalista Espinosa retoma essa crítica de Epicuro. Os
homens para ele têm medo de que males lhes aconteçam e de que bens lhes
advenham. Movidos por essa crença não confiam em si mesmos, em sua
capacidade racional para evitar males e atrair bens. Assim, acreditam que
poderes sobrenaturais os governam. Para ele isso é superstição.
Outra crítica realizada à religião foi feita pelo filósofo Karl Marx no século
XIX. Ele acreditava que a religião era o “ópio do povo”, porque esta ensina os
seus fiéis a se resignarem frente as desigualdades sociais e refletem
ideologicamente a visão da classe dominante de uma determinada sociedade e
período histórico.
Há várias críticas de outros pensadores, mas podemos resumi-las
em dois aspectos: crítica ao encantamento do mundo, considerado como
superstição, e crítica ao poder teológico-político-institucional que as
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religiões exercem.

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6 Resumo

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7 Exercícios

1 ENEM 2016)

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Resolução: o sincretismo religioso (fusão de diferentes cultos ou crenças


religiosas) no Brasil é uma das marcas de nossa cultura até os dias atuais. Quem
nunca ouviu alguém dizer que é católico, mas que acompanha as reuniões
espíritas e toma água fluidificada? No caso específico da questão, mostra uma
estratégia dos negros escravizados em manterem suas crenças em relação ao
sagrado. Para isso, estabeleceram correspondência de seus orixás com os
santos católicos, já que foram obrigados a aceitarem a religião católica.
Gabarito: C

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2 ENEM 2016)

Resolução: o texto de suporte chama atenção para a culinária brasileira,


que teria um caráter peculiar de ser simples, saborosa e exótica. Para o autor,
isso se deve aos ingredientes e técnicas indígenas. Vale lembrar também que
nossa culinária é muito influenciada pelos ingredientes e técnicas africana. Neste
processo de formação identitária, há uma assimilação de tradições culturais.
[A] está equivocada porque não se trata de imposição de rituais sagrados,
aliás, o texto nem menciona isso.
[C] no texto também não é mostrado nenhuma tipificação de hábitos.
[D] o texto não trata de hierarquização, mas sim de assimilação através
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da alimentação, da culinária.
[E] não é porque temos uma culinária que assimila tradições culturais que
haveria uma superação de diferenças etnorraciais.
Gabarito: B

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3 ENEM 2015)

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Resolução: esta é uma questão bem fácil. Os dois textos apontam uma
visão dos europeus sobre os nativos, que vieram a ser denominados de índios.
O preconceito e o desinteresse pelas diversas culturas resultaram num processo
no qual os europeus achavam que eram superiores, culminando no
etnocentrismo.
Gabarito: C

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4 ENEM 2014)

04178253905

Resolução: o enunciado pede para identificar a mesma categoria de bem


patrimonial do que está descrito no texto de suporte. Neste, fala do famoso queijo
de Minas, que foi considerado em sua forma artesanal de fabricação patrimônio

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cultural imaterial brasileiro. Então, qual das opções representa um patrimônio


imaterial (ressaltando o seu processo e a identidade de determinado lugar)?
Somente a imagem da alternativa C, que retrata o ofício das paneleiras de
Goiabeiras, no estado do Espírito Santo.
Gabarito: C

5 ENEM 2013)

A) exclusão social.
B) imposição religiosa.
C) acomodação política.
D) supressão simbólica.
E) ressignificação cultural.

Resolução: o congado é uma festa popular religiosa originária do período


colonial. É um festejo que podemos classificar como sincrético, porque mescla
elementos religiosos católicos com elementos religiosos africanos. Através da
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dança e do canto representa a coroação do rei do Congo. É uma forma de


ressignificação cultural.
[A] equivocada, porque era um momento que possibilita a inclusão.
[B] não se trata de imposição cultural, já que havia sobretudo elemento de
tradição africana.
[C] não podemos falar de acomodação política, até mesmo porque na
época do período colonial praticamente inexistia formas políticas/institucionais
de resistência pelos escravos. Trata-se de uma festa popular que resgata
elementos da cultura africana.
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[D] se ela não pudesse acontecer ou se fosse reprimida, aí poderíamos


falar de supressão (extinção, proibição) simbólica.
Gabarito: E

6 ENEM 2013)

A)submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família.


B) acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos.
C) ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais.
D) proteção da honra, mediada pela disputa masculina em relação às damas da
corte.
E) valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à
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herança.

Resolução: os dois textos são do século XIX, período imperial. Sabemos que
tanto o período colonial como no imperial é marcante um modelo cultural-
ideológico de submissão da mulher, na qual o patriarca era o principal elemento
da família. As mulheres ficavam, sobretudo, no recinto doméstico.
[B] está equivocada porque os dois textos mostram a relação da mulher
confinada em seu quarto.

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[C] mesmo ao mostrar algumas possiblidades de entretenimento como o teatro,


a dança e a leitura de romances, valoriza mais o aspecto da reclusão da mulher
em sua residência, inclusive é nesta que aprende a tocar, a dançar, a ler e a falar
outros idiomas. Nenhum dos textos faz menção sobre as mulheres nas distintas
classes sociais. Essas atividades estão relacionadas às mulheres da elite.
[D] não faz nenhuma menção a honra, mas como dissemos é uma cultura que
submete a mulher e a restringe de um contato público, já que este era
essencialmente do homem.
[E] também nenhuma dos textos nos leva a uma representação do feminino
como valorização do casamento e ao interesse de herança.
Gabarito: A

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7 ENEM 2013)

A) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração.


B) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos
clubes.
C) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas.
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D) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais.


E) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições
estrangeiras.

Resolução: para responder esta questão é preciso atentar-se ao texto, porque


ele mostra uma disputa social em definir qual prática carnavalesca era mais
legítima (a civilizada por meio dos desfiles ou o entrudo). Portanto, não restam
dúvidas que é a letra D.
[A] se existiam disputas sociais esta alternativa torna-se contraditória.

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[B] na verdade como o texto mostra haviam a coexistência de várias formas do


carnaval, que iam além dos clubes.
[C] falar que liberdades individuais eram extintas quer dizer que não se podia ir
para as ruas festejar o carnaval, o que o texto não retrata.
[E] esta alternativa não retrata o que o texto aponta. Pelo contrário, aqueles que
defendiam um carnaval mais civilizado por meio dos desfiles se inspiravam nos
carnavais de Veneza.
Gabarito: D

8 ENEM 2013)

A) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.


B) perderam a relação com o seu passado histórico.
C) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica
brasileira.
D) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil
atual.
E) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos
europeus.
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Resolução: o texto de suporte mostra que o processo cultural não segue a uma
simples reprodução, já que é plural, complexa. A capoeira e o candomblé, que
são manifestações culturais de origem africana foram ressignificadas na cultura
brasileira. Portanto, podemos descartar a alternativa [A].
[B] pelo contrário, estabelecem uma relação com o passado histórico.
[C] esta é alternativa correta porque mostra que há uma interação dos
valores africanos e as práticas mencionadas com a experiência no Brasil.
[D] pelo contrário, aproxima culturalmente.

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[E] isso seria uma forma de etnocentrismo. Mostra que assim como outros
povos, os africanos têm tradições culturais que permeia o nosso contexto
histórico.
Gabarito: C

9 ENEM 2009)

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Resolução: o texto de suporte mostra a influência digital na formação cultural e


educacional que está presente tanto nas cidades como na zona rural. Dessa
forma, ao ter contato com as diversas sociedades e essa simultaneidade de
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concepções tradicionais com a tecnologia, se faz necessário pensar vários


aspectos como, por exemplo, a alfabetização eletrônica e reformular as
concepções tradicionais de educação.
[B] está errada porque o texto de suporte em nenhum momento menciona grupo
social e apropriação das tecnologias como dominação.
[C] o texto não infere que com a globalização e o avanço tecnológico haja uma
preponderância da cultura urbana, muito menos que torna obsoleta as formas
tradicionais próprias do meio rural. Mostra que é preciso pensar e discutir a
simultaneidade entre as tecnologias de informação com as concepções

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tradicionais e reformular de forma que garanta também a alfabetização dos


cidadãos na linguagem digital.
[D] esta alternativa está totalmente equivocada, porque tanto nos centros
urbanos como na zona rural as tecnologias são vistas como fontes de educação
e cultura.
[E] está errada porque o processo de comunicação eletrônica está associado ao
desenvolvimento social e cultural não somente da zona rural, mas também dos
centros urbanos.

Gabarito: A

10 ENEM 2016)

Resolução: Adorno é um pensador da Escola de Frankfurt. Um crítico do


sistema capitalista, que em sua lógica absorveu as consciências individuais
através da cultura de massa, realizada pela Indústria Cultural. Tudo é
transformado em mercadoria e consumo. Inclusive, a liberdade sofre as
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coerções econômicas e culturais, portanto, a liberdade é uma ilusão da


contemporaneidade - alternativa [E]
Gabarito: E

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11 IFRN adaptado)
Diversos autores procuram demonstrar que não se pode analisar a cultura
e a ideologia de forma separada, particularmente, quando se trata do processo
de dominação nas sociedades capitalistas.
Em relação a essa questão, analise as afirmativas e marque (V) para as
verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) Gramsci analisa essa questão com base no conceito de hegemonia,
em que a ideologia é um elemento de dominação, através da força pelo Estado,
mas também através dos elementos culturais de um povo.
( ) Bourdieu defende que é pela cultura que os dominantes garantem o
controle ideológico, utiliza o conceito de violência simbólica para a aceitação de
verdades que nem sempre existiram, ou seja, considerar natural determinados
fenômenos, independente de serem bons ou ruins.
( ) Adorno e Horkheimer desenvolveram o conceito de indústria cultural
para analisar a relação entre indivíduo e sociedade e apontaram a possibilidade
de homegeneização das pessoas grupos e classes sociais, criando uma
subjetividade uniforme, massificada.
A) V, F, V
B) F,F, F
C) V, V, F
D) V,V,V
E) F,F,V 04178253905

Resolução: Todas as alternativas procedem, porque representam de maneira


correta o pensamento dos pensadores Gramsci, Bourdieu, Adorno e Horkheimer
Gabarito: D

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12 (Enem 2015)

Colonizar, afirmava, em 1912, um eminente jurista, “é relacionar-se com os


países novos para tirar benefícios dos recursos de qualquer natureza
desses países, aproveitá-los no interesse nacional, e ao mesmo tempo
levar às populações primitivas as vantagens da cultura intelectual, social,
científica, moral, artística, literária, comercial e industrial, apanágio das
raças superiores. A colonização é, pois, um estabelecimento fundado em
país novo por uma raça de civilização avançada, para realizar o duplo fim
que acabamos de indicar”.

MÉRIGNHAC. Précis de législation et d´économie coloniales. Apud LINHARES, M. Y.

A luta contra a Metrópole (Ásia e África). São Paulo: Brasiliense, 1981.

A definição de colonização apresentada no texto tinha a função ideológica


de
a) dissimular a prática da exploração mediante a ideia de civilização.
b) compensar o saque das riquezas mediante a educação formal dos colonos.
c) formar uma identidade colonial mediante a recuperação de sua
ancestralidade.
d) reparar o atraso da Colônia mediante a incorporação dos hábitos da
Metrópole.
e) promover a elevação cultural da Colônia mediante a incorporação de tradições
metropolitanas.

Resolução: o texto de suporte mostra que a função ideológica de colonização


apresentada se refere que ao mesmo tempo em que um país domina outro para
tirar proveitos de qualquer natureza, contribui com o avanço civilizatório. Essa
visão etnocêntrica dissimula a prática da exploração mediante a ideia de
civilização. 04178253905

[B] o texto não aborda em nenhum momento que a justificativa do saque das
riquezas fosse mediante a educação formal. Aliás, se pensarmos em termos de
colonização, o acesso à educação dos colonos praticamente inexistia.
[C] está equivocada porque não se pretendia formar uma identidade colonial,
muito menos por meio da ancestralidade, já que esta era vista como atraso. Os
valores da metrópole eram vistos como superiores.
[D] a colonização era justificada pela metrópole como um processo de
civilização, para escamotear a exploração das riquezas e o texto não aponta que
seria um reparo no atraso da Colônia.
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[E] embora a visão etnocêntrica acreditasse nisso, o texto chama atenção para
o duplo fim, retirar benefícios de qualquer natureza para levar a civilização aos
países primitivos.
Gabarito: A

13 Uem 2011 adaptado)

Assinale a opção correta sobre o conceito de ideologia.

A) Expressa a visão social de mundo de um grupo ou classe social que se impõe


ou busca a imposição sobre outro.
B) No conceito de Gramsci a violência simbólica ganha destaque para explicar a
dominação de uma classe em suas formas de pensar, sentir e agir na sociedade.
C) Gera processos de identificação e aceitação de comportamentos,
condenando as condutas desviantes.
D) Pretende modificar a sociedade e a estrutura de classes que nela se
estabelece.
E) Mantém independência dos processos cotidianos da vida social, tendo
suporte nas relações estabelecidas no mundo do trabalho.

Resolução: Independente dos pensadores que utilizam o conceito de ideologia


(Gramsci, Bourdieu, Adorno, Horkheimer, etc.), esta é sempre empregada como
uma imposição de uma visão social de um grupo ou classe social sobre outro.
[B] o conceito de violência simbólica foi desenvolvido por Bourdieu. Gramsci
trabalhava com o conceito de hegemonia.
[C] ideologia pode até gerar processos de identificação (determinadas formas
específicas de pensar, sentir e agir na sociedade), mas não é uma aceitação, e
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sim uma imposição que pode ser consciente ou inconsciente dentro das relações
sociais e vão além de determinados comportamentos.
[D] está equivocada porque a ideologia pretende reproduzir e manter a
sociedade e a estrutura de classes já estabelecidas.
[E] se é uma imposição não podemos falar que mantém autonomia ou
independência nos processos cotidianos da vida social, e vão além do que é
estabelecido no mundo do trabalho.
Gabarito: A

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14 Ueg 2008)

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A Filosofia e a Sociologia são disciplinas que promovem uma reflexão


crítica sobre os mais variados temas, particularmente o da ideologia.
Partindo de uma análise crítica e utilizando o conceito de ideologia
desenvolvido por Marx e outros pensadores, é correto afirmar que o
cartum

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a) revela que, independentemente dos indivíduos e das classes sociais, todos


pertencemos ao povo brasileiro.
b) mostra que, diante da televisão, todos os brasileiros são iguais nesse
momento.
c) sugere que há um crescimento quantitativo dos telespectadores com o passar
do tempo.
d) mostra que o discurso sobre “povo brasileiro” é ideológico, falso, abole as
divisões e desigualdades sociais.

Resolução: o conceito de ideologia em Marx é empregado como uma “falsa


realidade”, uma inversão da realidade pela classe dominante, que impõe sua
visão de mundo. Sabemos que a TV no Brasil é o principal meio da Indústria
Cultural, que reflete e reproduz os valores da elite econômica e política. O cartum
mostra 3 momentos nos quais a TV e o discurso de “povo brasileiro” estão
presentes: numa casa de alto padrão, numa residência de classe média e num
ambiente popular, onde se reúne várias pessoas. Assim, o discurso “povo
brasileiro” através do principal meio de divulgação é ideológico, porque pretende
abolir as divisões de classe e as desigualdades sociais.
[A] esta é uma alternativa que não está totalmente equivocada, já que ideologia
faz acreditar que todos os indivíduos e independente da sua posição social faria
parte de um mesmo grupo, “o povo brasileiro”. No entanto, o cartum por
apresentar imagens de várias classes sociais quer chamar atenção
especificamente para a ideia de que não haveria divisões sociais e
desigualdades com tal discurso.
[B] está equivocada porque mostra que o discurso de “povo brasileiro” não revela
04178253905

as diferenças de público e de classe social.


[C] esta alternativa está totalmente deslocada do que o cartum pretende criticar,
muito embora exista um crescimento de telespectadores com o passar do tempo.
Gabarito: D
15 PITÁGORAS)

Comumente ouvimos falar do modo de vida americano, o american way of life.


Trata-se de um ideal muito difundido nos Estados Unidos, o qual estabelece a
felicidade como resultado necessário do trabalho individual, que é
recompensado com o acesso ao consumo de determinados bens. Sob o ponto
de vista de certo marxismo, isso não passa de uma ___________ burguesa, a

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qual identifica no mercado a garantia de sustentação dos seus privilégios de


classe.

INDIQUE a palavra que melhor completa o trecho lido.

a) Indústria cultural.
b) Conspiração.
c) Ideologia.
d) Percepção.
e) Alienação

Resolução: esta é uma questão bem fácil, porque se trata de uma visão
ideológica burguesa, pautada no “estilo de vida americano”, que difunde a ideia
de meritocracia e de felicidade individual através do trabalho que seria
recompensado com o consumo de bens. A única alternativa que poderia levar
ao erro nesta questão seria a opção [A]. No entanto, vamos lembrar que os
pensadores Adorno e Horkheimer não eram marxistas e o conceito de Indústria
Cultural é empregado para entender como a indústria do entretenimento
(cinema, música, teatro, rádio, televisão, etc.) reproduzem os valores da
sociedade capitalista, agradando ao público e buscando lucratividade, sem
compromisso com a informação ou com o pensamento crítico.
Gabarito: C

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16 não identificado)

“Quando nascemos fomos programados /A receber o que vocês nos


empurram/Com enlatados dos USA, de 9 às 6./ Desde pequenos nós comemos
lixo/Comercial e industrial/Mas agora chegou a nossa vez /Vamos cuspir de volta
o lixo em cima de vocês... ”

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Esta música resume perfeitamente o discurso da publicidade que reproduz as


práticas de uma cultura de consumo, enfatizando o poder das marcas e se
impondo como um modelo totalitário. Acerca da relação entre ideologia e
consumo, assinale a opção correta.

a) A propaganda comercial tem como objetivo vender um produto, serviço ou


marca ao consumidor, o que a descaracteriza como propaganda ideológica.
b) O apelo da propaganda comercial, sempre racional, enfatiza as virtudes do
produto.
c) A propaganda exerce uma função modelizante, visto que define o
comportamento socialmente aceito, por meio da veiculação dos valores das
classes hegemônicas.
d) A publicidade vende conceitos e ideias que, raramente, extrapolam as
características do produto.

Resolução: a letra da música faz uma crítica a sociedade de consumo e a


imposição ideológica capitalista. Mostra que a propaganda exerce uma função
de modelar os gostos, tornando-os socialmente aceitos.
[A] pelo contrário, mostra que não há neutralidade, mas sim uma concepção
ideológica.
[B] pelo contrário, a maioria das propagandas são de cunho emotivo.
[D] além de enfatizar as possíveis “virtudes” do produto, as propagandas
extrapolam as características do produto, tendem a mostrar que todos gostam
ou associam a determinada distinção social ou ideia de pertencimento.
Gabarito: C

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17 UFUB)

Quanto ao conceito de indústria cultural, é correto afirmar que:


I – A indústria cultural produz bens culturais como mercadorias.
II – O objetivo da indústria cultural é estimular a capacidade crítica dos
indivíduos.

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III – A indústria cultural cria a ilusão de felicidade no presente e elimina a


dimensão crítica.
IV – A indústria cultural ocupa o espaço de lazer do trabalhador sem lhe dar
tempo para pensar sobre as condições de exploração em que vive.

Assinale a alternativa correta:


a) II, III e IV estão corretas.
b) I, II e III estão corretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) I, II e IV estão corretas.
e) II e III estão corretas.

Resolução: a única sentença errada é a II, já que a Indústria Cultural não


estimula a capacidade crítica dos indivíduos.
Gabarito: C

18 UEM – adaptado 2008)

Leia o texto a seguir:

“A imprensa, o rádio, a televisão, o cinema são indústrias ultra-ligeiras. Ligeiras


pelo aparelhamento produtor, são ultra-ligeiras pela mercadoria produzida: esta
fica gravada sobre a folha do jornal, sobre a película cinematográfica, voa sobre
as ondas e, no momento do consumo, torna-se impalpável, uma vez que esse
consumo é psíquico. Entretanto, essa indústria ultraligeira está organizada
segundo o modelo da indústria de maior concentração técnica e econômica. No
quadro privado, alguns grandes grupos de imprensa, algumas grandes cadeias
de rádio e televisão, algumas sociedades cinematográficas concentram em seu
poder o aparelhamento (rotativas, estúdios) e dominam as comunicações de
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massa. No quadro público, é o Estado que assegura a concentração.”

(MORIN, Edgard. “A indústria cultural” In: FORACCHI, Marialice Mencarini & MARTINS, José de
Souza (org.). Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1977, p.300).

Tendo como referência o texto e seus conhecimentos sobre a temática da


“indústria cultural”, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A indústria cultural consegue conjugar organização burocrática, que visa à


produção padronizada e em larga escala de seus produtos, com individualização
e novidade desejadas pelos consumidores.

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B) A produção cultural de massa procura transformar a cultura em mercadoria,


nivelando os valores e os padrões estéticos de boa parte dos consumidores.
C) Na indústria cultural, há uma preocupação em agradar ao público e com isso
gerar vendas em massa e maior lucratividade.
D) A indústria cultural, diferentemente de outros ramos da produção industrial,
não visa ao lucro. Seus produtos são comercializados a preço de custo e seu
consumidor é tratado como sujeito pensante.
E) O ritmo ligeiro da indústria cultural tem como resultado a produção em série,
de baixo custo e possível de ser acessada por boa parte da população.

Resolução: a única alternativa INCORRETA é a letra D, já que a Indústria


Cultural visa o lucro e não está preocupada em informar e criar condições para
o pensamento crítico.
Gabarito: D

19 Uel 2013) Leia o texto a seguir.

O modo de comportamento perceptivo, através do qual se prepara o


esquecer e o rápido recordar da música de massas, é a desconcentração.
Se os produtos normalizados e irremediavelmente semelhantes entre si,
exceto certas particularidades surpreendentes, não permitem uma audição
concentrada, sem se tornarem insuportáveis para os ouvintes, estes, por
sua vez, já não são absolutamente capazes de uma audição concentrada.
Não conseguem manter a tensão de uma concentração atenta, e por isso
se entregam resignadamente àquilo que acontece e flui acima deles, e com
o qual fazem amizade somente porque já o ouvem sem atenção excessiva.

(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: Adorno


et all. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.190. Coleção Os
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Pensadores.)

As redes sociais têm divulgado músicas de fácil memorização e com forte


apelo à cultura de massa.
A respeito do tema da regressão da audição na Indústria Cultural e da
relação entre arte e sociedade em Adorno, assinale a alternativa correta.

a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de uma concentração atenta


relaciona-se ao fato de que a música tornou-se um produto de consumo,
encobrindo seu poder crítico.
b) A música representa um domínio particular, quase autônomo, das produções
sociais, pois se baseia no livre jogo da imaginação, o que impossibilita
estabelecer um vínculo entre arte e sociedade.

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c) A música de massa caracteriza-se pela capacidade de manifestar criticamente


conteúdos racionais expressos no modo típico do comportamento perceptivo
inato às massas.
D) Audição concentrada significa a capacidade de apreender e de repetir os
elementos que constituem a música, sendo a facilidade da repetição o que
concede poder crítico à música.

Resolução: como já sabemos Adorno defende que a Indústria Cultural


transforma tudo em consumo, encobrindo o poder crítico. Isso também
aconteceu com a música, que a partir da lógica capitalista impossibilita uma
audição concentrada e atenta, para o despertar de uma reflexão [A].
[B] para ele a música teria um vínculo entre arte e sociedade, mas que foi perdido
pelos efeitos da indústria cultural.
[C] a música de massa tem a capacidade de absorver as consciências individuais
e de produzir indivíduos alienados.
[D] a audição concentrada leva ao aprendizado, mas de maneira crítica e
reflexiva, e não repetitiva.
Gabarito: A

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20 ENEM 2015)

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Resolução: esta é uma questão que classifico como difícil. Na letra da


música da banda Titãs, excelente por sinal, mostra uma série de elementos: a
efemeridade das coisas, influência da música americana na música brasileira e
uma nova forma de entretenimento (televisão). O texto de Adorno reflete sua
crítica à indústria cultural, a qual permeou todas produções e as subjugou aos
interesses da lógica capitalista, não proporcionando um entretenimento de fato,
muito menos uma capacidade crítica. Portanto, uma aproximação é mostrar o
lado efêmero e restritivo da indústria cultural [A].
[B] pelo contrário, há uma renovação contínua.
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[C] o texto I pode levar a essa interpretação, no entanto, se pede uma


aproximação. O texto II não retrata essa característica.
[D] o texto I não trata dessa questão e o texto II mostra que inclusive a
cultura popular foi incorporada pela indústria cultural.
[E] é uma possibilidade interpretativa, principalmente partindo do texto I,
no entanto, o texto II reforça que o declínio faz parte de todas as formas de
entretenimento que poderiam levar a formas de expressão linguística e
comunicativa, o que não acontece na lógica da indústria cultural.
Gabarito: A

21 Uel 2013) Leia o texto a seguir.

O modo de comportamento perceptivo, através do qual se prepara o


esquecer e o rápido recordar da música de massas, é a desconcentração.
Se os produtos normalizados e irremediavelmente semelhantes entre si,
exceto certas particularidades surpreendentes, não permitem uma audição
concentrada, sem se tornarem insuportáveis para os ouvintes, estes, por
sua vez, já não são absolutamente capazes de uma audição concentrada.
Não conseguem manter a tensão de uma concentração atenta, e por isso
se entregam resignadamente àquilo que acontece e flui acima deles, e com
o qual fazem amizade somente porque já o ouvem sem atenção excessiva.

(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: Adorno


et all. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.190. Coleção Os
Pensadores.)

As redes sociais têm divulgado músicas de fácil memorização e com forte


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apelo à cultura de massa.


A respeito do tema da regressão da audição na Indústria Cultural e da
relação entre arte e sociedade em Adorno, assinale a alternativa correta.

a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de uma concentração atenta


relaciona-se ao fato de que a música tornou-se um produto de consumo,
encobrindo seu poder crítico.
b) A música representa um domínio particular, quase autônomo, das produções
sociais, pois se baseia no livre jogo da imaginação, o que impossibilita
estabelecer um vínculo entre arte e sociedade.
c) A música de massa caracteriza-se pela capacidade de manifestar criticamente
conteúdos racionais expressos no modo típico do comportamento perceptivo
inato às massas.

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D) Audição concentrada significa a capacidade de apreender e de repetir os


elementos que constituem a música, sendo a facilidade da repetição o que
concede poder crítico à música.

Resolução: como já sabemos Adorno defende que a Indústria Cultural


transforma tudo em consumo, encobrindo o poder crítico. Isso também
aconteceu com a música, que a partir da lógica capitalista impossibilita uma
audição concentrada e atenta, para o despertar de uma reflexão [A].
[B] para ele a música teria um vínculo entre arte e sociedade, mas que foi perdido
pelos efeitos da indústria cultural.
[C] a música de massa tem a capacidade de absorver as consciências individuais
e de produzir indivíduos alienados.
[D] a audição concentrada leva ao aprendizado, mas de maneira crítica e
reflexiva, e não repetitiva.
Gabarito: A

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22 Uel 2010) Leia o texto de Adorno a seguir.

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Se as duas esferas da música se movem na unidade da sua contradição


recíproca, a linha de demarcação que as separa é variável. A produção
musical avançada se independentizou do consumo. O resto da música
séria é submetido à lei do consumo, pelo preço de seu conteúdo. Ouve-se
tal música séria como se consome uma mercadoria adquirida no mercado.
Carecem totalmente de significado real as distinções entre a audição da
música “clássica” oficial e da música ligeira.

(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: BENJAMIN, W. et all.


Textos escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 84.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Adorno,


é correto afirmar:
a) A música séria e a música ligeira são essencialmente críticas à sociedade de
consumo e à indústria cultural.
b) Ao se tornarem autônomas e independentes do consumo, a música séria e a
música ligeira passam a realçar o seu valor de uso em detrimento do valor de
troca.
c) A indústria cultural acabou preparando a sua própria autorreflexividade ao
transformar a música ligeira e a séria em mercadorias.
d) Tanto a música séria quanto a ligeira foram transformadas em mercadoria
com o avanço da produção industrial.
e) As esferas da música séria e da ligeira são separadas e nada possuem em
comum.

Resolução: aqui aparece mais uma vez a crítica de Adorno a música


ligeira, que não leva a concentração. Para ele, a música séria também foi
transformada em mercadoria, porque se escuta sem atenção, sem o uso crítico.
Gabarito: D

23 Uel 2008) Sobre a “indústria cultural”, segundo Adorno e Horkheimer,


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é correto afirmar:

a) Desenvolve o senso crítico e a autonomia de seus consumidores.


b) Reproduz bens culturais que brotam espontaneamente das massas.
c) O valor de troca é substituído pelo valor de uso na recepção da arte.
d) Padroniza e nivela a subjetividade e o gosto de seus consumidores.
e) Promove a imaginação e a espontaneidade de seus consumidores .

Resolução: a Indústria Cultural significa que se passou a produzir arte


com a finalidade do lucro. Para se obter lucro com o cinema, por exemplo, é
preciso fazer um filme que agrade o maior número de pessoas. Dessa forma,

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criam-se alguns padrões de narrativa, como o vilão e o mocinho, as histórias de


amor, os finais felizes. Toda a produção artística fica padronizada e não há
espaço para o novo, para a subjetividade, para a crítica. Todas as formas de
cultura como a televisão, o rádio, a música, foram absorvidas por essa
concepção capitalista de produzir para a massa, sem se preocupar com o
conteúdo, mas sim com o lucro.

Gabarito: D

24 Uel 2010) Leia o texto de Adorno a seguir.

Se as duas esferas da música se movem na unidade da sua contradição


recíproca, a linha de demarcação que as separa é variável. A produção
musical avançada se independentizou do consumo. O resto da música
séria é submetido à lei do consumo, pelo preço de seu conteúdo. Ouve-se
tal música séria como se consome uma mercadoria adquirida no mercado.
Carecem totalmente de significado real as distinções entre a audição da
música “clássica” oficial e da música ligeira.

(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: BENJAMIN, W. et all.


Textos escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p. 84.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Adorno,


é correto afirmar:
a) A música séria e a música ligeira são essencialmente críticas à sociedade de
consumo e à indústria cultural.
b) Ao se tornarem autônomas e independentes do consumo, a música séria e a
música ligeira passam a realçar o seu valor de uso em detrimento do valor de
troca.
c) A indústria cultural acabou preparando a sua própria autorreflexividade ao
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transformar a música ligeira e a séria em mercadorias.


d) Tanto a música séria quanto a ligeira foram transformadas em mercadoria
com o avanço da produção industrial.
e) As esferas da música séria e da ligeira são separadas e nada possuem em
comum.

Resolução: aqui aparece mais uma vez a crítica de Adorno a música


ligeira, que não leva à concentração. Para ele, a música séria também foi
transformada em mercadoria, porque se escuta sem atenção, sem o uso crítico.
Gabarito: D

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