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FILOSOFIA
Prof. Raphael Reis – Aula 06
SUMÁRIO PÁGINA
1. Nota Importante 3
2. Definições de Cultura 4
3. Cultura e Ideologia 8
4. Cultura, Ideologia e Indústria Cultural no
15
Brasil
5. Experiência do Sagrado 19
6. Resumo 23
7. Exercícios 25
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1 NOTA IMPORTANTE
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2 Definições de Cultura
foi atribuído aos meninos a cor azul, brincar com carros e bonecos, jogar futebol,
se comportar como “machos”, não pode chorar, precisa ser forte, etc. Já as
meninas ficaram com a cor rosa, devem brincar com bonecas, fazer dança, usar
vestido e ser sensível, etc.
Será que essas características são naturais e universais ou fazem parte
de uma determinada construção cultural e histórica que depende das ações
humanas?
A antropóloga Margareth Mead (1901-1978) investigou o modo como os
indivíduos recebiam os elementos de sua cultura e a maneira como isso formava
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vincularam que os negros não serviam para a lavoura de café e para as fábricas,
visto que eram “indolentes e malandros”.
Mas, afinal, o que significa cultura?
Há dois significados como ponto de partida, a saber:
1) O primeiro está relacionado à etimologia da palavra quem advém do
latim (cultivar, criar, tomar conta e cuidar). Assim, cultura estava
associada à agricultura, ao culto dos deuses, cuidado do corpo e da
alma das crianças (paideia). Nesta concepção, os seres humanos são
considerados seres naturais diferenciando-se das plantas e animais
pela linguagem e uso da razão. Sua natureza deve ser educada,
cultivada de acordo com os valores da sociedade, ou seja, é uma
natureza que adquire costumes.
2) Já uma segunda concepção, a partir do século XVIII, percebe a cultura
como resultado e consequência das ações dos seres humanos: obras
arquitetônicas, arte, religião, ciência, filosofia, política, vestimenta,
alimentação, linguagem, etc. Ou seja, uma concepção bem ampla que
torna cultura sinônimo de civilização e separa natureza de cultura.
Na medida em que esta segunda concepção foi se consolidando, cultura
passou a significar também a relação que os seres humanos socialmente
organizados estabelecem com o tempo e com o espaço, com outros seres
humanos e com a natureza.
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também que há uma dominância cultural da elite, dos seus valores e estilo
de vida.
Outros autores vão dizer que não faz sentido separar a cultura em
popular ou erudita. Cultura é um processo relacionado ao trabalho seja o
de ensinar uma criança (concepção de paideia dos gregos) ou de cuidar da
agricultura. Assim, todas as pessoas têm cultura, porque através de seu
trabalho desenvolvem ações, criam algo: a renda de uma toalha, a construção
de uma casa, a elaboração de uma música, a reflexão filosófica, etc. Neste
sentido, cultura é algo que se faz, e não apenas um produto que se adquire.
Nesta visão, não faz sentido diferenciar cultura erudita e cultura popular,
porque tudo é cultura. Porém, quando se afirma que alguém tem mais
cultura do que outra pessoa num sentido de superioridade, como elemento
de diferenciação social ou de imposição, aí não se trataria mais de cultura,
e sim de ideologia.
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3 Cultura e Ideologia
Outro autor importante que irá discutir sobre ideologia é Karl Mannheim
(1893-1947). Para ele, ideologia poderia ser conceituada de duas formas:
particular e total. A primeira corresponde à ocultação da realidade, incluindo
mentiras conscientes e ocultamentos subconscientes, que provoca
enganos. Já a ideologia total é a visão de mundo de uma determinada
classe, que reproduziria suas ideias.
Para Mannheim, as ideologias são sempre conservadoras, pois
expressam o pensamento das classes dominantes. Já a utopia estaria
associada às classes oprimidas, que querem mudanças.
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ou pais proferirem falas positivas deste período, muito influenciados pelo que era
divulgado nas emissoras de televisão e rádio.
A maior beneficiária desta relação com o governo foi a Rede Globo,
que surgiu em 1965. Cresceu rapidamente devido suas relações amistosas
com o governo militar e com estratégias de marketing absorvendo o
mercado de consumo. Assim como no desenvolvimento do rádio, a televisão
conseguiu uma enorme audiência com a telenovela, tornando-se produto cultural
brasileiro que, inclusive, é exportado para emissoras de outros países. Além da
telenovela, o seu principal programa jornalístico, “Jornal Nacional”, que é recorde
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la, já que seu uso ainda é inacessível a maioria da população que, segundo o
IBGE de 2008, somente 23,8% da população tinham acesso à internet. Há
também as desigualdades regionais, tendo o sul e o sudeste como regiões onde
existem mais domicílios com computadores e acesso à internet.
Muito autores analisam a internet como meio de democratização da
informação e do conhecimento, devido a proliferação de blogs, sites e canais
que mostram outros assuntos e perspectivas distintas do que comumente se
passa nos programas de televisão.
Em resumo, podemos apontar que a indústria cultural no Brasil é
predominantemente a televisão em nossa sociedade. Tanto ela como o
rádio, tiveram sua trajetória associada aos governos autoritários e se
relacionam com os interesses da elite econômica e política. Estas elites
transmitem sua ideologia, sua maneira de pensar, sentir e agir no mundo
através das principais programações. Mesmo assim há formas de
resistência e crítica a este formato.
Como dissemos, há um entusiasmo por muitos de que a internet é um
meio que proporciona mais liberdade, no qual fica mais difícil ter censura e o
impedimento da obtenção de informações. No entanto, sociologicamente,
podemos indagar: se quem oferece as principais plataformas na internet são
empresas gigantescas como o Google, o Facebook, a Microsoft, a Aplle, cujo
interesse é incentivar a sociedade de consumo, além de que controlam as
informações e os sites de busca, como é possível falar em liberdade e
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5 Experiência do Sagrado
mortos para garantir sua boa entrada na vida futura. A crença em divindades e
numa outra vida após a morte são elementos centrais na experiência do
sagrado.
A religião pressupõe a diferença entre aquilo que é natural e aquilo que é
sobrenatural, separando aquilo que é sagrado daquilo que é profano (humano).
A palavra religião tem sua etimologia (origem) no latim, cujo significado é
“religare” (ligar, unir), isto é, vincular o mundo profano e o mundo sagrado. Neste
sentido, além de uma ligação com as “divindades”, há também um vínculo com
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religiões exercem.
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6 Resumo
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7 Exercícios
1 ENEM 2016)
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2 ENEM 2016)
da alimentação, da culinária.
[E] não é porque temos uma culinária que assimila tradições culturais que
haveria uma superação de diferenças etnorraciais.
Gabarito: B
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3 ENEM 2015)
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Resolução: esta é uma questão bem fácil. Os dois textos apontam uma
visão dos europeus sobre os nativos, que vieram a ser denominados de índios.
O preconceito e o desinteresse pelas diversas culturas resultaram num processo
no qual os europeus achavam que eram superiores, culminando no
etnocentrismo.
Gabarito: C
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4 ENEM 2014)
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5 ENEM 2013)
A) exclusão social.
B) imposição religiosa.
C) acomodação política.
D) supressão simbólica.
E) ressignificação cultural.
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6 ENEM 2013)
herança.
Resolução: os dois textos são do século XIX, período imperial. Sabemos que
tanto o período colonial como no imperial é marcante um modelo cultural-
ideológico de submissão da mulher, na qual o patriarca era o principal elemento
da família. As mulheres ficavam, sobretudo, no recinto doméstico.
[B] está equivocada porque os dois textos mostram a relação da mulher
confinada em seu quarto.
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7 ENEM 2013)
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8 ENEM 2013)
Resolução: o texto de suporte mostra que o processo cultural não segue a uma
simples reprodução, já que é plural, complexa. A capoeira e o candomblé, que
são manifestações culturais de origem africana foram ressignificadas na cultura
brasileira. Portanto, podemos descartar a alternativa [A].
[B] pelo contrário, estabelecem uma relação com o passado histórico.
[C] esta é alternativa correta porque mostra que há uma interação dos
valores africanos e as práticas mencionadas com a experiência no Brasil.
[D] pelo contrário, aproxima culturalmente.
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[E] isso seria uma forma de etnocentrismo. Mostra que assim como outros
povos, os africanos têm tradições culturais que permeia o nosso contexto
histórico.
Gabarito: C
9 ENEM 2009)
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Gabarito: A
10 ENEM 2016)
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11 IFRN adaptado)
Diversos autores procuram demonstrar que não se pode analisar a cultura
e a ideologia de forma separada, particularmente, quando se trata do processo
de dominação nas sociedades capitalistas.
Em relação a essa questão, analise as afirmativas e marque (V) para as
verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) Gramsci analisa essa questão com base no conceito de hegemonia,
em que a ideologia é um elemento de dominação, através da força pelo Estado,
mas também através dos elementos culturais de um povo.
( ) Bourdieu defende que é pela cultura que os dominantes garantem o
controle ideológico, utiliza o conceito de violência simbólica para a aceitação de
verdades que nem sempre existiram, ou seja, considerar natural determinados
fenômenos, independente de serem bons ou ruins.
( ) Adorno e Horkheimer desenvolveram o conceito de indústria cultural
para analisar a relação entre indivíduo e sociedade e apontaram a possibilidade
de homegeneização das pessoas grupos e classes sociais, criando uma
subjetividade uniforme, massificada.
A) V, F, V
B) F,F, F
C) V, V, F
D) V,V,V
E) F,F,V 04178253905
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12 (Enem 2015)
[B] o texto não aborda em nenhum momento que a justificativa do saque das
riquezas fosse mediante a educação formal. Aliás, se pensarmos em termos de
colonização, o acesso à educação dos colonos praticamente inexistia.
[C] está equivocada porque não se pretendia formar uma identidade colonial,
muito menos por meio da ancestralidade, já que esta era vista como atraso. Os
valores da metrópole eram vistos como superiores.
[D] a colonização era justificada pela metrópole como um processo de
civilização, para escamotear a exploração das riquezas e o texto não aponta que
seria um reparo no atraso da Colônia.
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[E] embora a visão etnocêntrica acreditasse nisso, o texto chama atenção para
o duplo fim, retirar benefícios de qualquer natureza para levar a civilização aos
países primitivos.
Gabarito: A
sim uma imposição que pode ser consciente ou inconsciente dentro das relações
sociais e vão além de determinados comportamentos.
[D] está equivocada porque a ideologia pretende reproduzir e manter a
sociedade e a estrutura de classes já estabelecidas.
[E] se é uma imposição não podemos falar que mantém autonomia ou
independência nos processos cotidianos da vida social, e vão além do que é
estabelecido no mundo do trabalho.
Gabarito: A
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14 Ueg 2008)
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a) Indústria cultural.
b) Conspiração.
c) Ideologia.
d) Percepção.
e) Alienação
Resolução: esta é uma questão bem fácil, porque se trata de uma visão
ideológica burguesa, pautada no “estilo de vida americano”, que difunde a ideia
de meritocracia e de felicidade individual através do trabalho que seria
recompensado com o consumo de bens. A única alternativa que poderia levar
ao erro nesta questão seria a opção [A]. No entanto, vamos lembrar que os
pensadores Adorno e Horkheimer não eram marxistas e o conceito de Indústria
Cultural é empregado para entender como a indústria do entretenimento
(cinema, música, teatro, rádio, televisão, etc.) reproduzem os valores da
sociedade capitalista, agradando ao público e buscando lucratividade, sem
compromisso com a informação ou com o pensamento crítico.
Gabarito: C
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16 não identificado)
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17 UFUB)
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(MORIN, Edgard. “A indústria cultural” In: FORACCHI, Marialice Mencarini & MARTINS, José de
Souza (org.). Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1977, p.300).
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Pensadores.)
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20 ENEM 2015)
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é correto afirmar:
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Gabarito: D
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