Você está na página 1de 1

A partir do conceito cultural e linguístico de lusografia, de Jean-Michel Massa, que

reitera a diversidade de enunciados em uma única – embora diversificada – língua


portuguesa, e das ideias de memória pessoal e memória histórica da região
amazônica, o presente estudo pretende desvendar, através da análise dos romances
Belém do Grão-Pará (1960) e Passagem dos Inocentes (1936), ambos de Dalcídio
Jurandir, a sociedade paraense da primeira metade do século XX, já que o citado
autor testemunhou esse mundo e construiu nos seus romances uma interpretação da
sua experiência testemunhal, vista a partir das margens, das periferias, com os pés
bem firmes no chão. Para demonstrar essa preocupação do autor em retratar as
minorias, nos debruçamos sobre a análise da personagem Mãe Ciana, de Belém do
Grão-Pará, que, embora aparentemente secundária na trama, constitui uma perfeita
alegoria étnicocultural da Amazônia – fruto da mistura envolvente entre nativos
ameríndios e negros filhos da diáspora africana no Norte do Brasil. Dalcidio, autor
etnógrafo... Dalcídio percebia a historia como um campo de lutas e sua narrativa
compromissada com a maioria explorada demonstra isso, escrevendo um romance
politico capaz de contribuir com a transformação do mundo.

Palavras chaves: Dalcídio Jurandir, memó ria, lusografia, Belém, Amazô nia, Mãe Ciana,
narrativa.

Você também pode gostar