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Pessoalidade: Por meio da pessoalidade, a execução do contrato deve ser feita, em regra,
pela pessoa que venceu o procedimento licitatório, pois considera-se que a
administração, ao escolher a melhor proposta, levou em conta certas características do
prestador de serviço, tais como idoneidade, habilitação e regularidade fiscal.
A garantia não excederá a 5% (cinco por cento) do valor do contrato e terá seu valor
atualizado nas mesmas condições daquele (§ 2°). Todavia, se o contrato tiver como
objeto obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, envolvendo alta complexidade
técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer
tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia poderá ser
elevado para até 10 % (dez por cento) do valor do contrato (§ 3°).
Aquilo que foi acordado no início do contrato estabelece direitos e deveres para ambas
as partes e deixa os partícipes em situações econômicas “x”. A empresa, ao fornecer
determinado produto, espera receber um valor que ela calcula ser aceitável no mercado
e para o seu funcionamento normal. A Administração espera receber o produto nas
condições especificadas, a preços de mercado etc. O problema é que podem ocorrer
fatos posteriores que desequilibram a situação comercial. Exemplo: o preço da matéria
prima daquele produto eleva-se abruptamente no mercado, inviabilizando a execução
contratual. É aí que entra a necessidade de restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro. características previstos na Lei de Licitações:
• Os contratos podem ser alterados por acordo entre as partes para restabelecer a relação
que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando
a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual;
• A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio
contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das
condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam
alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a
celebração de aditamento.
O professor Hely Lopes Meirelles conceitua o fato do príncipe da seguinte forma: “Toda
determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera
substancialmente a execução do contrato administrativo”. O termo príncipe é toda
manifestação de vontade da administração pública que acarreta a impossibilidade de execução
normal do contrato administrativo anteriormente pactuado.
De acordo com o §2º do artigo 57 da Lei n. 8.666/1993, temos a previsão de que “toda
prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela
autoridade competente para celebrar o contrato”. Além disso, o entendimento majoritário da
doutrina é de que a prorrogação apenas poderá ser realizada antes do término da vigência do
instrumento, haja vista que não faria sentido a prorrogação de algo que já foi extinto. Neste
sentido, inclusive, é o entendimento do TCU, conforme observa-se, por exemplo, da decisão
proferida no acórdão 2143/2015. “Em regra, a prorrogação do contrato administrativo deve
ser efetuada antes do término do prazo de vigência, mediante termo aditivo, para que não se
opere a extinção do ajuste. A jurisprudência desta Corte de Contas se consolidou ao longo do
tempo no sentido de considerar irregular o aditamento feito após o término da vigência
contratual, ainda que amparado em um dos motivos do art. 57, 1º, da Lei n. 8.666, de 1993,
uma vez que o contrato original estaria formalmente extinto, de sorte que não seria
juridicamente cabível a sua prorrogação ou a continuidade da sua execução”.
No entanto, como dito linhas acima, a rescisão do pacto não é a única consequência para
o descumprimento contratual perpetrado pelo particular, que pode ensejar a aplicação
das sanções previstas no art. 86 da lei de Licitações.
(i) Advertência;
(ii) Multa;
Nota-se que a lei de Licitações contempla um rol taxativo das penalidades aplicáveis
aos contratados que violarem as obrigações assumidas perante a Administração Pública.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da
obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Assim, ainda que o dever da administração seja o de fiscalizar, tal procedimento não
exime o contratado de arcar com todos os prejuízos decorrentes de possíveis retrabalhos
em virtude da má execução da obra ou serviço.
Existem princípios que não podem ser desconsiderados pelos intérpretes, tais como a
“vinculação da administração ao interesse público”, “presunção de legitimidade das
cláusulas contratuais”. Qualquer cláusula que contrarie o interesse público ou renuncie
direitos da Administração, deve ser interpretada como não escrita, salvo se autorizada
por lei.
Referência Bibliográfica
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23ª edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2010.
Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 18. ed. São Paulo:
Malheiros, 2005