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TEMA: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

COM FUNDAMENTO NOS TEXTOS SELECIONADOS EM ANEXO E NA


DOUTRINA ADMINISTRATIVA RELACIONADADA À DISCIPLINA,
RESPONDA AS QUESTÕES FORMULADAS, DEVIDAMENTE
DISCRIMINADAS, ABAIXO:
_______________________________________________________________

1 – Dê o conceito de Contrato administrativo e explique as características do seu


conceito.

O contrato administrativo é um instrumento em que a Administração Pública firma um


acordo com o particular ou com outro Ente Público com o objetivo de satisfazer o
interesse público através da contratação de bens ou serviços, sendo possível observar a
presença de diversas características próprias que o diferenciam dos contratos
regulamentados pelo Direito Civil.

Dessa forma, conseguirmos encontrar o conceito de contrato administrativo por meio da


doutrina de Hely Lopes Meirelles, que apresenta a seguinte definição:

Contrato Administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa


qualidade, firma com o particular ou com outra entidade administrativa, para a
consecução de objetivos de interesse público, nas condições desejadas pela própria
Administração.

As características dos contratos administrativos são qualidades que asseguram à


administração e ao contratado a certeza de que as relações serão cumpridas durante o
prazo de sua vigência. Desta forma, podem ser apontadas as seguintes características:

Formalismo: Os contratos administrativos, em regra, precisam ser escritos, pois tal


característica assegura que toda a sociedade possa compreender e fiscalizar as suas
cláusulas, exigindo, quando do seu descumprimento, a adoção das medidas cabíveis.

Contrato de Adesão: o princípio da autonomia contratual, de forma que as partes podem


livremente alterar as cláusulas presentes no instrumento de contrato, possibilitando
assim que as condições pactuadas estejam de acordo com o interesse de ambos os lados.
Nos contratos administrativos, os contratos são ditos de adesão, de forma que os
interessados em contratar com a administração já sabem, quando da realização da
licitação, todas as cláusulas e condições estabelecidas pelo Poder Público para os
possíveis interessados.

Pessoalidade: Por meio da pessoalidade, a execução do contrato deve ser feita, em regra,
pela pessoa que venceu o procedimento licitatório, pois considera-se que a
administração, ao escolher a melhor proposta, levou em conta certas características do
prestador de serviço, tais como idoneidade, habilitação e regularidade fiscal.

Bilateralidade: Os contratos administrativos são considerados manifestações bilaterais


de vontade. Diferem, por isso mesmo, dos atos administrativos, que são manifestações
unilaterais do Poder Público.

Onerosidade: Por meio da onerosidade, todos os contratos administrativos possuem a


característica de um fluxo de valores, seja do particular em relação ao Poder Público,
seja em sentido contrário, ou seja, com o Poder Público disponibilizando recursos para o
particular.

Consensualidade: Todos os contratos, independentemente de estarem regidos pelo


direito público ou pelo direito privado, são consensuais. Tal característica, no âmbito
dos contratos administrativos, implica em afirmar que a contratação com o Poder
Público não poderá ser imposta a ninguém. Neste sentido, ganha destaque a figura do
edital regulador da licitação, uma vez que tal documento possui como finalidade, além
da normatização de todo o procedimento, atrair interessados em contratar com a
administração.

Comutatividade ou Sinalagmático: A característica da comutatividade afirma que os


interesses das partes contratantes, no âmbito do contrato administrativo, são opostos.
Tais prestações, no entanto, devem ser equivalentes, sob pena de restar caracterizado
enriquecimento sem causa da parte favorecida. Por isso mesmo, os contratos
administrativos são considerados sinalagmáticos.

Mutabilidade: Se justificada a alteração por parte da administração pública e em razão


do interesse público, os contratos administrativos poderão ser eventualmente
alterados. É disposto no artigo 65 da Lei nº 8.666/93 um rol dos motivos que podem
ocasionar a alteração unilateral. Em função dessa característica, o particular que
contrata com o Estado não se valerá de direitos imutáveis no que se refere ao objeto e
às cláusulas regulamentares, por ser essa a matéria da possível alteração.

Presença de Cláusulas Exorbitantes: A presença de cláusulas exorbitantes trata-se da


principal peculiaridade dos contratos administrativos. Por meio delas, uma das partes da
relação contratual instaurada possui certas prerrogativas que não são permitidas quando
da celebração de contratos regidos pelo direito privado.

2 - Quais as peculiaridades dos contratos administrativos? Explique.


 O que distingue o contrato administrativo do privado é a supremacia do interesse
público sobre o particular, que permite ao Estado certos benefícios sobre o particular
que não existe no contrato privado. Estes benefícios ou peculiaridades são denominados
pela doutrina de cláusulas exorbitantes e são previstas nos contratos administrativos de
forma explícita ou implícita. As principais cláusulas exorbitantes são:

Alteração Unilateral do Contrato: Os contratos administrativos poderão ser alterados


unilateralmente, com as devidas justificativas da Administração Pública. Cumpre
esclarecer que a alteração unilateral limita-se ao objeto e às cláusulas regulamentares,
significando o modo de sua execução do contrato administrativo. O artigo 65 da Lei n°
8.666/93 traz um rol dos motivos sujeitos a alteração unilateral. Assim, o particular que
contrata com o Estado não possuirá direitos imutáveis no que se refere ao objeto e às
cláusulas regulamentares.

Todavia, toda e qualquer alteração unilateral do contrato deve conservar o equilíbrio


financeiro inicial, sob pena de enriquecimento ilícito do Estado. O contratado fica
obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que
se fizeram nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de
equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos (artigo
65, § 1° e § 2°). Esclarecemos que nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder
estes limites, sob pena de nulidade do ato administrativo.

Equilíbrio Financeiro: é a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os


encargos do contratado e a atribuição da Administração para a justa remuneração pela
execução do objeto do contrato. Em outras palavras, equilíbrio financeiro objetiva a
manutenção do equilíbrio econômico inicialmente assumido no contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis,
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior
ou caso fortuito (artigo 65, § 6°).

Havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a


Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro
inicial, mesmo que a alteração atinja somente o objeto do contrato.

Reajustamento de Preços: é o aumento do valor pactuado no contrato e previsto no


edital de licitação, que visa compensar perda decorrente da desvalorização da moeda ou
da elevação dos custos relativos ao objeto. O índice de reajuste de preço deve ser
previsto no edital e no contrato de licitação, sob pena de não alterar esta cláusula até o
seu término, pois não trata de faculdade da Administração e sim de acordo contratual
que deve ser observado e aplicado quando de sua aquisição. O reajustamento de preços
decorre de hipótese de fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
incalculáveis, como, por exemplo, a desvalorização da moeda ou o aumento real dos
custos.
Exceção de Contrato Não Cumprido – Exceptio Non Adimpleti Contractus: impede
ao contratado cessar a execução do objeto contratual por inadimplência do Estado. O
contrato de Direito Privado permite ao contratado a paralisação da execução do objeto
por inadimplência do contratante, fato este que o distingue do contrato administrativo
porque sempre há, no seu objeto, um serviço de natureza pública outorgada a um
terceiro a sua execução. Assim, em face do princípio da continuidade dos serviços
públicos, não permite sua paralisação pelo contratado. Caso haja prejuízos pela
inadimplência do Estado, será o contratado indenizado, se comprovados. O que não se
permite é a suspensão da execução dos serviços decorrentes de fatos menores e
suportados pelo contratado.

O atraso superior a 90(noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração


decorrentes de obras, sérvios ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna
ou guerra, faculta ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de
suas obrigações até que seja normalizada a situação (artigo 78, XV).

O Controle ou Fiscalização do Contrato: compete à Administração e, segundo Hely


Lopes Meirelles, consiste em supervisionar, acompanhar, fiscalizar e intervir na
execução do contrato para garantir o seu fiel cumprimento por parte do contratado
(artigo 58, III).

Exigências de Garantia: poderá a Administração, se prevista no edital de licitação,


exigir prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras (artigo 56).
As modalidades de garantias apresentadas pela Lei de Licitação são caução em dinheiro
ou títulos da dívida pública, seguro-garantia e fiança bancária. Faculta ao contratado
optar por quaisquer destas modalidades (§ 1°).

A garantia não excederá a 5% (cinco por cento) do valor do contrato e terá seu valor
atualizado nas mesmas condições daquele (§ 2°). Todavia, se o contrato tiver como
objeto obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, envolvendo alta complexidade
técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer
tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia poderá ser
elevado para até 10 % (dez por cento) do valor do contrato (§ 3°).

Será a garantia prestada pelo contratado restituída após a execução do contrato, e,


quando em dinheiro, atualizada monetariamente (§ 4°).

3 – A Administração Pública pode rescindir unilateralmente um contrato


administrativo? Explique.
Pode sim, pois a rescisão unilateral decorre das prerrogativas conferidas à administração no
âmbito da relação contratual. Assim, é com base na existência de cláusulas exorbitantes que o
Poder Público pode, nas hipóteses previamente definidas em lei, rescindir o contrato com o
particular. Para tal, não há necessidade de observar o interesse do contratado, devendo-se
apenas garantir a este o direito ao contraditório e à ampla defesa. De acordo com a Lei 8.666,
as situações que dão ensejo à rescisão unilateral estão expressas no artigo 78, I a XII e  XVII.
Quando não houver culpa do interessado, deverá a administração, quando da rescisão
unilateral, proceder a uma série de medidas: a) devolução da garantia; b) pagamentos devidos
pela execução do contrato até a data da rescisão; c) pagamento do custo da desmobilização.

4 – Como se opera o equilíbrio financeiro na execução dos contratos


administrativos? Explique.

Aquilo que foi acordado no início do contrato estabelece direitos e deveres para ambas
as partes e deixa os partícipes em situações econômicas “x”. A empresa, ao fornecer
determinado produto, espera receber um valor que ela calcula ser aceitável no mercado
e para o seu funcionamento normal. A Administração espera receber o produto nas
condições especificadas, a preços de mercado etc. O problema é que podem ocorrer
fatos posteriores que desequilibram a situação comercial. Exemplo: o preço da matéria
prima daquele produto eleva-se abruptamente no mercado, inviabilizando a execução
contratual. É aí que entra a necessidade de restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro. características previstos na Lei de Licitações:

• Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega de um material


admitem prorrogação, mantidos as demais cláusulas do contrato e assegurada a
manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro;

• As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não


poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado, sendo necessária sua
revisão para a manutenção do equilíbrio do contrato, ou seja, a alteração unilateral do
contrato é admitida apenas sobre cláusulas regulamentares ou de serviço;

• Os contratos podem ser alterados por acordo entre as partes para restabelecer a relação
que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando
a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual;

• Nas hipóteses de alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do


contratado, a Administração deverá restabelecer, por meio de termo aditivo, o equilíbrio
econômico-financeiro inicial;

• A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio
contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das
condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam
alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a
celebração de aditamento.

• Concedido reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, inicia-se novo prazo para


contagem de reajuste ou repactuação futura;

• Reequilíbrio econômico-financeiro não está vinculado a nenhum índice de preço.

5 – Em que consiste a Teoria do Fato do Príncipe? Explique.

O professor Hely Lopes Meirelles conceitua o fato do príncipe da seguinte forma: “Toda
determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera
substancialmente a execução do contrato administrativo”. O termo príncipe é toda
manifestação de vontade da administração pública que acarreta a impossibilidade de execução
normal do contrato administrativo anteriormente pactuado.

6 – De que maneira pode ocorrer a rescisão dos contratos administrativos?


Explique.

A rescisão do contrato administrativo poderá dar-se de três formas distintas: amigavelmente,


judicialmente e unilateralmente. Das hipóteses previstas, apenas a rescisão unilateral se
caracteriza como decorrente das cláusulas exorbitantes.

7 – Como é efetivada a Renovação dos contratos administrativos? Explique.

De acordo com o §2º do artigo 57 da Lei n. 8.666/1993, temos a previsão de que “toda
prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela
autoridade competente para celebrar o contrato”. Além disso, o entendimento majoritário da
doutrina é de que a prorrogação apenas poderá ser realizada antes do término da vigência do
instrumento, haja vista que não faria sentido a prorrogação de algo que já foi extinto. Neste
sentido, inclusive, é  o entendimento do TCU, conforme observa-se, por exemplo, da decisão
proferida no acórdão 2143/2015. “Em regra, a prorrogação do contrato administrativo deve
ser efetuada antes do término do prazo de vigência, mediante termo aditivo, para que não se
opere a extinção do ajuste. A jurisprudência desta Corte de Contas se consolidou ao longo do
tempo no sentido de considerar irregular o aditamento feito após o término da vigência
contratual, ainda que amparado em um dos motivos do art. 57, 1º, da Lei n. 8.666, de 1993,
uma vez que o contrato original estaria formalmente extinto, de sorte que não seria
juridicamente cabível a sua prorrogação ou a continuidade da sua execução”.

8 – Como ocorre a aplicação de penalidades por não cumprimento das obrigações


contratuais? Explique.
O artigo 78 da lei 8.666/93 contém um rol exemplificativo dos motivos que podem levar
a Administração a rescindir unilateralmente os Contratos Administrativos.

No entanto, como dito linhas acima, a rescisão do pacto não é a única consequência para
o descumprimento contratual perpetrado pelo particular, que pode ensejar a aplicação
das sanções previstas no art. 86 da lei de Licitações.

E mais: a aplicação de penalidades não se restringe às hipóteses de inexecução total ou


parcial do contrato, podendo abarcar também todo e qualquer ilícito que venha a ser
perpetrado durante o procedimento licitatório e a execução da avença. De acordo com
os artigos 86 e seguintes do diploma legal sob análise, podem ser aplicadas aos
particulares as seguintes penalidades:

(i) Advertência;

(ii) Multa;

(iii) Suspensão temporária do direito de participar em licitação e impedimento de


contratar com a Administração, por prazo não superior a 02 (dois) anos; e

(iv) Declaração de inidoneidade para licitar e contratar com a Administração


Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes
e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

Nota-se que a lei de Licitações contempla um rol taxativo das penalidades aplicáveis
aos contratados que violarem as obrigações assumidas perante a Administração Pública.

Ademais, é evidente a existência de uma gradação entre as penalidades previstas na lei


de Licitações, que partem da mais leve - advertência - até a mais grave - declaração de
inidoneidade.

9 – Como se opera o controle do contrato administrativo? Explique.

A preocupação do legislador em evitar possíveis situações onde o contratado pudesse


impedir o acesso da administração ao local da obra, que a própria Lei 8.666 estabeleceu
uma série de prerrogativas que a administração dispõe para cumprir com o dever da
fiscalização, conforme se observa da leitura dos artigos 67 a 69:

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as


ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante
deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas
convenientes.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da
obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou


substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se
verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais
empregados.

Em todas as situações apresentadas, o objetivo da administração contratante é assegurar


que o contratado está executando a obra ou o serviço de acordo com o contrato
anteriormente firmado. Entretanto, a fiscalização realizada pelo Poder Público é
incapaz, por si só, de eximir o executado da obrigação de reparar as irregularidades
encontradas. Isso ocorre na medida em que a administração não dispõe, a depender do
objeto contratual, de condições de examinar com propriedade se a obra ou serviço estão
sendo executados da melhor forma.

Assim, ainda que o dever da administração seja o de fiscalizar, tal procedimento não
exime o contratado de arcar com todos os prejuízos decorrentes de possíveis retrabalhos
em virtude da má execução da obra ou serviço.

10 – O que deve ser observado na interpretação do contrato administrativo?


Explique.

As normas que regem os contratos administrativos são as de Direito Público,


suplementadas pelos princípios da teoria geral dos contratos e do Direito Privado. Nos
contratos administrativos celebrados em prol da coletividade não se pode interpretar
suas cláusulas contra essa mesma coletividade.

Existem princípios que não podem ser desconsiderados pelos intérpretes, tais como a
“vinculação da administração ao interesse público”, “presunção de legitimidade das
cláusulas contratuais”. Qualquer cláusula que contrarie o interesse público ou renuncie
direitos da Administração, deve ser interpretada como não escrita, salvo se autorizada
por lei.

Referência Bibliográfica

ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. 17ª edição. São Paulo: Editora Método, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 15ª edição.
Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2006.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23ª edição. São Paulo:
Editora Atlas, 2010.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 3ª edição. Salvador: Editora Jus


Podivm, 2007.

Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 18. ed. São Paulo:
Malheiros, 2005

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