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Artistas do final do século, independentemente de pertencerem a qualquer escola,
também tiveram influência espantosa sobre a arte moderna. Destaca-se, em particular,
Paul Cézanne e sua obsessão em imprimir objetividade à forma de encarar o mundo.
Pode ser considerado o verdadeiro exemplo para a arte moderna, exercendo alguma
influência em todos os movimentos e artistas de projeção do século XX. Georges Seraut
(1859 -1891), apesar de ter morrido prematuramente, também é considerado um dos
grandes precursores da arte moderna, dando expressão artística à mentalidade científica
de sua época, incorporando, por exemplo, estudos de ótica e cor às suas concepções
artísticas e adicionando a eles suas refinadas descobertas estéticas.
Van Gogh pode ser considerado uma terceira influência decisiva sobre a arte do século
XX. Além dele podem ser colocados Gauguin, Pissaro e Signac. É importante pontuar
que essas influências, às vezes, manifestaram-se pela negação de algum aspecto do
trabalho do artista ou mesmo pela compreensão limitada ou desvirtuada de sua obra.
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O Século 20, sem dúvida, foi uma época de profundas transformações em todas as
esferas da experiência humana e os artistas não podiam manter-se alheio a essas
mudanças, o que em parte justifica a profusão de movimentos e ideais artísticos que
nele surgiram. Entretanto, resta a dúvida: todas as mudanças na arte foram realmente
típicas desse conturbado período da História ou apenas tivemos mais acesso a cada
mínima manifestação artística devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação?
De qualquer forma, trata-se de contribuições à História da Arte extremamente marcantes
e, apesar do artista e sua criação serem considerados únicos e autônomos, não se pode
alienar sua produção do momento histórico e das mudanças de mentalidade que
assistimos nesse século.
Um dado curioso exemplificando essas tendências maiores que movem uma geração,
pode ser o encontro em Paris de praticamente todas as importantes figuras que
marcariam as vanguardas, vindos de todas as partes do mundo. Além de Paris, e em
menor escala, apesar da importância, Munique foi outro importante centro vanguardista
europeu. Os Fauves (as Feras), liderados pela figura de Henri Matisse (1869-1954)
começaram com uma reação ao divisionismo metódico (ver Neo-Impressionismo) e
assumiram características expressionistas. O Fauvismo pode ser classificado entre os
primeiros grupos de vanguarda, pois, apesar da curta duração (1905 a 1908) e da
incoerência associada a ele, agrupou e influenciou figuras importantes da arte moderna,
como André Durain (1880-1954), Georges Braque e exerceu influência, por exemplo,
sobre Picasso.
Os expressionistas alemães, agrupados no Die Brücke, Dresdem e Der Blaue Reiter,
Munique foram outras importantes influências para a Arte Moderna. Desse mesmo
período é o Cubismo, o e posteriormente o Dadaismo e o Surrealismo, os
movimentos da vanguarda européia mais conhecidos e que exerceram influência sobre
toda a arte do século XX. O Construtivismo, o Suprematismo e oNeoplasticismo,
originados principalmente do Cubismo, também foram movimentos importantes do
início do século.
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Um dado curioso dos movimentos vanguardistas do Século 20 é o fato de normalmente
terem origem em idéias filosóficas.
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Como movimento, teve vida curta O movimento cubista começou em 1907 e terminou
em 1914, apesar de ter persistido ainda quando os artistas envolvidos abandonaram-no.
Seus principais focos de resistência foram as artes decorativas e arquitetura do Século
20. Apesar de ser considerado um ato de percepção individual, o movimento possuía
coerência. Era inspirado na arte africana (sua "racionalidade") e no princípio de
"realização do motivo" de Cézanne. Geometrização das figuras A geometrização das
figuras resulta numa arte intuitiva e abstrata, derivada da "experiência visual ". Baseia-
se essencialmente na luz e na sombra. Rompe com o conceito de arte como imitação da
natureza (que vinha desde a Renascença), bem como com as noções da pintura
tradicional, como a perspectiva. Pablo Picasso definiu-a como "uma arte que trata
primordialmente de formas, e quando uma forma é realizada, ela aí está para viver sua
própria vida". Apesar da identificação imediata do cubismo às figuras de Pablo Picasso
e Georges Braque, vários outros artistas deram grandes contribuições individuais ao
movimento. Entretanto, devido ao enorme número de artistas que aderiram ao estilo,
havia grandes diferenças pessoais estilísticas. "Casas e Árvores", de Georges Braque,
com suas formas geométricas e perspectiva própria, pode ser considerada a obra de
origem do movimento. O cubismo costuma ser dividido em fase analítica - desenvolvida
por Picasso e Braque entre 1909 e 1912 - e fase sintética (a partir de 1912).
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Entretanto, esses termos não são considerados adequados, uma vez que tentam,
baseados em conceitos falhos, estabelecer grandes diferenças estéticas dentro de um
estilo em processo de definição e evolução. "O Jogador de Cartas" e "Retrato de
Ambroise Vollard" de Pablo Picasso; "Moça com Guitarra" e "Cabeça de Moça", de
Georges Braque; "Paisagem", de Jean Metzinger; "Garrafa e Copo", de Juan Gris;
"Cidade" e "Soldado com Cachimbo", de Fernand Léger e "Janela", de Robert
Delaunay, podem ser considerados bom exemplos dos diferentes estilos presentes no
movimento. Cubismo na Escultura A escultura cubista, cujos principais nomes formam
Brancusi, Gonzalez, Archipenko, Lipchitz, Duchamp-Villon e Henri Laurens,
desenvolveu-se separadamente da pintura, apesar do intercâmbio inicial de idéias-chave.
Entre os escultores, Duchamp-Villon, merece ser citado. É considerado um dos
primeiros escultores cubistas e realizou uma tentativa de conceituação da escultura
cubista, relacionando-a à arquitetura. A peça em bronze "O Cavalo", com seu efeito
dinâmico, é um bom exemplo de sua obra. Primeira Guerra Mundial dispersou
idealizadores O fim do movimento cubista deve-se à eclosão da Primeira Guerra
Mundial, em agosto de 1914. Com efeito, uma boa parte dos artistas desse movimento
foi recrutada e partiu para o campo de batalha, extinguindo o Cubismo, enquanto
movimento. Todavia, o estilo permaneceu vivo nas mãos de outros pintores, exercendo
forte influência sobre a arte moderna como um todo. Por suas características abstratas,
foi bastante adaptável, inspirando movimentos como o ! , o orfismo, o purismo
e o vorticismo.
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Após 1912, uma exposição em Paris marca a hegemonia da influência cubista sobre a
arte do grupo. Os artistas futuristas deparavam-se com o sério problema de representar a
velocidade em objetos parados. As soluções normalmente foram a representação de
seres humanos ou animais com múltiplos membros dispostos radialmente e em
movimento triangular. Forças mecânicas ou físicas eram fontes temáticas bastante
freqüentes, em especial nos primeiros trabalhos futuristas. «Automóvel e Ruído», de
Balla ou «O que o Bonde me contou», de Carrá, são bons exemplos desses quadros.
Talvez Boccioni, uma das principais forças do ! , tenha sido o artista mais
bemsucedido na representação da velocidade. «Formas Únicas de Continuidade no
Espaço» transmite o efeito de projeção no espaço, diferenciando-se, de acordo com
Herbert Read, em História da Pintura Moderna, do vigor dinâmico barroco, por não
mais gravitar em torno de si). A influência das guerras nos movimentos artísticos A
Primeira Grande Guerra Mundial e a morte de Boccioni em 1916, ferido no conflito,
foram golpes decisivos no movimento futurista que acabou se dissolvendo. Entretanto,
os futuristas deixaram contribuições importantes para a arte do Século 20, seja no
! russo, composto por artistas como Malevitch, ou no dadaismo. Também teve
grande influência para artistas importantes como Marcel Duchamp e Robert Delaunay
em atentá-los para a representação do movimento que acabaria marcando os estilos
característicos dos artistas. De qualquer forma, ambos se situaram entre os pioneiros a
chamar a atenção para a nova vida que se punha à frente do a essa nova vida (como as
máquinas).
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O vácuo criado pela guerra O Dadaísmo foi um movimento originado em 1915, em
plena 1ª Guerra Mundial, em Zurique (cidade que conservou-se neutra com relação à
guerra). O movimento, que negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha como
base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a destruição também é criação".
Contrários à burguesia e ao naturalismo, identificado como "a penetração psicológica
dos motivos do burguês", buscavam a destruição da arte acadêmica e tinham grande
admiração pela arte abstrata. O acaso era extremamente valorizado pelos dadaístas, bem
como o absurdo. Tinham tendências claramente anti-racionais e irônicas. O objetivo
máximo era o escândalo O Dadaismo procurava chocar um público mais ligado a
valores tradicionais e libertar a imaginação via destruição das noções artísticas
convencionais. Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de uma reação de
desilusão causada pela Primeira Guerra Mundial. Apesar de sua curta durabilidade - no
período entre guerras, praticamente havia sido esquecido - e das críticas realizadas ao
movimento, fundamentalmente baseadas em sua ausência de vocação construtiva, teve
grande importância para a arte do Século 20. Fez parte de um processo, observado nesse
século, de libertação da arte de valores preestabelecidos e busca de experiências e
formas expressivas mais apropriadas à expressão do homem moderno e de sua vida. O
Cabaré Originou-se de um grupo composto por artistas como Tristan Tzara, Hans Harp,
Richard Hülsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e Hans Richter que se encontrava em
cafés de Zurique. A idéia inicial era a realização de um espetáculo internacional de
Cabaré que contava com músicas diversas, recitais de poesia e exposição de obras.
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A maneira como surgiu o nome do evento é sugestiva: por acaso Ball e Hülsenbeck
abriram um dicionário de alemão-francês e acabaram se deparando com a palavra dada,
que foi posteriormente adotada pelo grupo e pelo movimento que daí surgiria. A
brochura "Cabaret Voltaire", a inauguração da "Galeria Dada" em 1917 e as revistas
"Dada", seguidas de livros sobre o movimento, ajudaram a popularizá-lo. A arte
escrachada dos dadaistas Sua provocação, ativismo e conceito de simultaneidade
(realizar ao mesmo tempo diversas apresentações, como a leitura de poemas distintos)
muito deve aos futuristas, entretanto, não possuía o otimismo e a valorização da
tecnologia que esse último movimento tinha. O dadaísmo costuma ser bastante
identificado aos ready-mades de Duchamp, como os urinóis elevados à categoria de
obras de arte ou outras proezas do artista, como o acréscimo de bigodes à Mona Lisa.
Os poemas non-sense, as máquinas sem função de Picabia, que zombavam da ciência,
ou a produção de quadros com detritos, como Merzbilder, de Schwitters, são outras
obras características do dadaísmo. Além disso, o dadaísmo, desde o começo, pretendia
ser um movimento internacional nas artes. Picabia era o artista que acabou por fazer a
ponte entre o dadaísmo europeu e o americano, tornando-se, juntamente com Duchamp
e Man Ray, uma das principais figuras do dadaísmo forte em Nova York. A revista
"Dada 291" era publicada nessa cidade americana, além de Barcelona e Paris, outras
cidades por onde o movimento espalhara-se. Berlim, Colônia e Hanover eram outros
importantes focos Dada. Na Alemanha, o movimento ganhou características mais
próximas de protesto social que de movimento artístico. O dadaísmo forneceu grande
inspiração para movimentos posteriores, como o Surrealismo, derivado dele, a Arte
Conceitual, oExpressionismo Abstrato e a Pop Art americana.
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O Surrealismo foi um Movimento fundado pelo poeta André Breton que a princípio
tinha apenas expressão literária e caminhava ao lado do Dadaismo.
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Posteriormente, Breton foi reunindo, em torno de si, artistas plásticos, muitos saídos do
movimento Dadá, que já anunciava sua morte nos anos 20. A ênfase no caráter poético,
mesmo quando passou para a pintura e a escultura sempre foi uma de suas principais
características. Aliás, segundo alguns críticos, os pontos mais fortes do Surrealismo é
mesmo a poesia devido ao forte apelo das imagens na descrição de aspectos
subconscientes. O Surrealismo foi profundamente ligado a uma filosofia de pensamento
e ação, em que a liberdade era extremamente valorizada. Apesar de seu ativismo e até
incongruência serem bem próximos ao dadaísmo, difere-se deste principalmente por ter
uma vocação construtiva que faltava ao seu antecessor. Mesmo após ter sido extinto
enquanto movimento, muitos artistas prosseguiram realizando suas obras a partir de
suas premissas, como Miró, Dali e Hans Arp. É considerado o movimento mais forte e
controverso do período entre guerras, tendo se espalhado pelo mundo inteiro e
influenciado várias gerações. Além da França, foi especialmente forte nos EUA,
inspirando, por exemplo, o Expressionismo Abstrato, principalmente pelo fato de que
muitos artistas europeus acabaram se refugiar no país durante a Segunda Guerra.
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Este, também inspirado no cubismo, era baseado na arte geométrica abstrata. Enfatizava
a cor como instrumento de criação de realidade na arte. Dá um extremo valor à emoção,
desprezando as idéias da "mente consciente". Perseguição na Rússia ajuda a
disseminação de idéias As pinturas eram realizadas normalmente em cima de
superfícies preparadas. "Branco no Branco", de Malevich é considerado o melhor
exemplo de realização do que se propõe o suprematismo. Chocando-se com o regime
socialista soviético, o construtivismo foi condenado e Naum e Antoine deixaram o país.
Esse exílio facilitou a disseminação de suas idéias pela Europa, exercendo bastante
influência sobre artistas e movimentos importantes do período, como o Bauhaus e o
grupo Stijl. Tatlin permaneceu na Rússia, associando-se ao teatro, realizando
especialmente cenários.
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Movimento que aconteceu na Rússia, entre os anos de 1915 e 1923, e teve como alguns
artistas: El Lissitzky, Kazimir Malevich, Lyubov Popova, Ivan Puni, Aleksandr
Rodchenko Na Última Exposição Futurística de Pinturas: 0-10, organizada por Ivan
Puni em Petrogrado em dezembro de 1915, Kazimir Malevich, um artista russo,
escolheu esse têrmo para descrever suas próprias pinturas, porque era o primeiro
movimento em artes a reduzir a pintura à pura abstração geométrica. Foi também o
movimento que mais influenciou o Construtivismo. Malevich, no seu manifesto "Do
Cubismo ao Suprematismo", define o Suprematismo como "a supremacia do puro
sentimento", o essencial era a sensibilidade em si mesma, independentemente do meio
onde teve origem.
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