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Desde as últimas décadas do Século 19, a História da Arte assistia a profundas
modificações e rupturas. Os modelos que vinham sendo valorizados desde a época do
Renascimento Italiano pelas academias começavam a ser realmente questionados. Os
artistas, acompanhando as mudanças sociais, econômicas, políticas e filosóficas do
mundo, passavam a desejar novas expressões artísticas. O desenvolvimento das
vanguardas européias do Século 20 está intimamente relacionado com os artistas da
geração anterior, que abriram caminho para as gerações seguintes. Os Impressionistas,
os Pós-Impressionistas e até mesmo os Realistas foram os verdadeiros pioneiros das
transformações artísticas que marcariam a arte moderna.


       
Artistas do final do século, independentemente de pertencerem a qualquer escola,
também tiveram influência espantosa sobre a arte moderna. Destaca-se, em particular,
Paul Cézanne e sua obsessão em imprimir objetividade à forma de encarar o mundo.
Pode ser considerado o verdadeiro exemplo para a arte moderna, exercendo alguma
influência em todos os movimentos e artistas de projeção do século XX. Georges Seraut
(1859 -1891), apesar de ter morrido prematuramente, também é considerado um dos
grandes precursores da arte moderna, dando expressão artística à mentalidade científica
de sua época, incorporando, por exemplo, estudos de ótica e cor às suas concepções
artísticas e adicionando a eles suas refinadas descobertas estéticas.

     
  
Van Gogh pode ser considerado uma terceira influência decisiva sobre a arte do século
XX. Além dele podem ser colocados Gauguin, Pissaro e Signac. É importante pontuar
que essas influências, às vezes, manifestaram-se pela negação de algum aspecto do
trabalho do artista ou mesmo pela compreensão limitada ou desvirtuada de sua obra.
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O Século 20, sem dúvida, foi uma época de profundas transformações em todas as
esferas da experiência humana e os artistas não podiam manter-se alheio a essas
mudanças, o que em parte justifica a profusão de movimentos e ideais artísticos que
nele surgiram. Entretanto, resta a dúvida: todas as mudanças na arte foram realmente
típicas desse conturbado período da História ou apenas tivemos mais acesso a cada
mínima manifestação artística devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação?
De qualquer forma, trata-se de contribuições à História da Arte extremamente marcantes
e, apesar do artista e sua criação serem considerados únicos e autônomos, não se pode
alienar sua produção do momento histórico e das mudanças de mentalidade que
assistimos nesse século.


   
Um dado curioso exemplificando essas tendências maiores que movem uma geração,
pode ser o encontro em Paris de praticamente todas as importantes figuras que
marcariam as vanguardas, vindos de todas as partes do mundo. Além de Paris, e em
menor escala, apesar da importância, Munique foi outro importante centro vanguardista
europeu. Os Fauves (as Feras), liderados pela figura de Henri Matisse (1869-1954)
começaram com uma reação ao divisionismo metódico (ver Neo-Impressionismo) e
assumiram características expressionistas. O Fauvismo pode ser classificado entre os
primeiros grupos de vanguarda, pois, apesar da curta duração (1905 a 1908) e da
incoerência associada a ele, agrupou e influenciou figuras importantes da arte moderna,
como André Durain (1880-1954), Georges Braque e exerceu influência, por exemplo,
sobre Picasso.

   
  
Os expressionistas alemães, agrupados no Die Brücke, Dresdem e Der Blaue Reiter,
Munique foram outras importantes influências para a Arte Moderna. Desse mesmo
período é o Cubismo, o   e posteriormente o Dadaismo e o Surrealismo, os
movimentos da vanguarda européia mais conhecidos e que exerceram influência sobre
toda a arte do século XX. O Construtivismo, o Suprematismo e oNeoplasticismo,
originados principalmente do Cubismo, também foram movimentos importantes do
início do século.

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Um dado curioso dos movimentos vanguardistas do Século 20 é o fato de normalmente
terem origem em idéias filosóficas.

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Estas idéias podem receber, a princípio, expressão na literatura e poesia, para


posteriormente passar às artes plásticas, como é o caso mais específico do Surrealismo e
do   . Além disso, a popularidade entre os artistas das teorias, que justificavam
a arte, também foi grande, como as obras extremamente lidas e comentadas entre os
círculos vanguardistas da época: "Do espiritual na Arte", de Kandinsky (1912) e
"Abstração e Sentimento" (1908) de Wilhelm Worringer. Em muito ajudou a formação
de grupos que, normalmente. estava relacionada à necessidade de sobrevivência
material e a facilidade de transmissão de idéias, uma vez que, apesar de aparentemente
expressarem os mesmo ideais, eram constituídos por personalidades e estilos pessoais
bastante fortes e distintos.

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Como movimento, teve vida curta O movimento cubista começou em 1907 e terminou
em 1914, apesar de ter persistido ainda quando os artistas envolvidos abandonaram-no.
Seus principais focos de resistência foram as artes decorativas e arquitetura do Século
20. Apesar de ser considerado um ato de percepção individual, o movimento possuía
coerência. Era inspirado na arte africana (sua "racionalidade") e no princípio de
"realização do motivo" de Cézanne. Geometrização das figuras A geometrização das
figuras resulta numa arte intuitiva e abstrata, derivada da "experiência visual ". Baseia-
se essencialmente na luz e na sombra. Rompe com o conceito de arte como imitação da
natureza (que vinha desde a Renascença), bem como com as noções da pintura
tradicional, como a perspectiva. Pablo Picasso definiu-a como "uma arte que trata
primordialmente de formas, e quando uma forma é realizada, ela aí está para viver sua
própria vida". Apesar da identificação imediata do cubismo às figuras de Pablo Picasso
e Georges Braque, vários outros artistas deram grandes contribuições individuais ao
movimento. Entretanto, devido ao enorme número de artistas que aderiram ao estilo,
havia grandes diferenças pessoais estilísticas. "Casas e Árvores", de Georges Braque,
com suas formas geométricas e perspectiva própria, pode ser considerada a obra de
origem do movimento. O cubismo costuma ser dividido em fase analítica - desenvolvida
por Picasso e Braque entre 1909 e 1912 - e fase sintética (a partir de 1912).
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Entretanto, esses termos não são considerados adequados, uma vez que tentam,
baseados em conceitos falhos, estabelecer grandes diferenças estéticas dentro de um
estilo em processo de definição e evolução. "O Jogador de Cartas" e "Retrato de
Ambroise Vollard" de Pablo Picasso; "Moça com Guitarra" e "Cabeça de Moça", de
Georges Braque; "Paisagem", de Jean Metzinger; "Garrafa e Copo", de Juan Gris;
"Cidade" e "Soldado com Cachimbo", de Fernand Léger e "Janela", de Robert
Delaunay, podem ser considerados bom exemplos dos diferentes estilos presentes no
movimento. Cubismo na Escultura A escultura cubista, cujos principais nomes formam
Brancusi, Gonzalez, Archipenko, Lipchitz, Duchamp-Villon e Henri Laurens,
desenvolveu-se separadamente da pintura, apesar do intercâmbio inicial de idéias-chave.
Entre os escultores, Duchamp-Villon, merece ser citado. É considerado um dos
primeiros escultores cubistas e realizou uma tentativa de conceituação da escultura
cubista, relacionando-a à arquitetura. A peça em bronze "O Cavalo", com seu efeito
dinâmico, é um bom exemplo de sua obra. Primeira Guerra Mundial dispersou
idealizadores O fim do movimento cubista deve-se à eclosão da Primeira Guerra
Mundial, em agosto de 1914. Com efeito, uma boa parte dos artistas desse movimento
foi recrutada e partiu para o campo de batalha, extinguindo o Cubismo, enquanto
movimento. Todavia, o estilo permaneceu vivo nas mãos de outros pintores, exercendo
forte influência sobre a arte moderna como um todo. Por suas características abstratas,
foi bastante adaptável, inspirando movimentos como o !  , o orfismo, o purismo
e o vorticismo.

  
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O !  foi um movimento fundado pelo poeta italiano Fillippo Tomasso


Marinetti, que redigiu um manifesto e tentou espalhá-lo em 1909. MARINETTI
(Filippo Tommaso), escritor italiano (Alexandria, 1876 - Bellagio, 1944), iniciador do
movimento futurista, cujo manifesto publicou no jornal parisiense Le Figaro (20 de
fevereiro de 1909). Nesse manifesto, já proclamava o fim da arte passada e a ode à arte
do futuro (!  , daí o nome do movimento). Com implicações políticas, buscava
tornar a Itália livre do peso de sua história e inserí-la no mundo moderno. A dinâmica é
o centro da arte Ao poeta juntaram-se outros artistas - principalmente poetas e pintores
como Umberto Boccioni (1882 - 1916), Carlo Carrá (1881 - 1966), Giacomo Balla
(1871 - 1958), Luigi Russolo (1885- 1947) e Gino Severeni (1883 - 1950). Em abril de
1910 era lançado um manifesto da pintura futurista, seguido por um manifesto da
escultura futurista em 1912 e um livro sobre seus objetivos em 1914 (Pinttura,Scultura
Futurista, Milão) os dois últimos escritos por Boccione. O movimento, a velocidade, a
vida moderna, a violência, as máquinas e a quebra com a arte do passado eram as
principais metas do !  . Somente a forma e a cor não mais bastavam para
representar o dinamismo moderno, como se lê no manifesto de 1910: «Deve ser feita
uma limpeza radical em todos os temas gastos e mofados a fim de se expressar o vórtice
da vida moderna - uma vida de aço, febre, orgulho e velocidade vertiginosa.» Até 1912,
as influências maiores na maneira como davam formas artísticas às suas idéias era a dos
impressionistas e pós-impressionistas, artistas que já apresentavam certa preocupação
em representar o dinamismo. O mundo moderno e a velocidade

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Após 1912, uma exposição em Paris marca a hegemonia da influência cubista sobre a
arte do grupo. Os artistas futuristas deparavam-se com o sério problema de representar a
velocidade em objetos parados. As soluções normalmente foram a representação de
seres humanos ou animais com múltiplos membros dispostos radialmente e em
movimento triangular. Forças mecânicas ou físicas eram fontes temáticas bastante
freqüentes, em especial nos primeiros trabalhos futuristas. «Automóvel e Ruído», de
Balla ou «O que o Bonde me contou», de Carrá, são bons exemplos desses quadros.
Talvez Boccioni, uma das principais forças do !  , tenha sido o artista mais
bemsucedido na representação da velocidade. «Formas Únicas de Continuidade no
Espaço» transmite o efeito de projeção no espaço, diferenciando-se, de acordo com
Herbert Read, em História da Pintura Moderna, do vigor dinâmico barroco, por não
mais gravitar em torno de si). A influência das guerras nos movimentos artísticos A
Primeira Grande Guerra Mundial e a morte de Boccioni em 1916, ferido no conflito,
foram golpes decisivos no movimento futurista que acabou se dissolvendo. Entretanto,
os futuristas deixaram contribuições importantes para a arte do Século 20, seja no
!  russo, composto por artistas como Malevitch, ou no dadaismo. Também teve
grande influência para artistas importantes como Marcel Duchamp e Robert Delaunay
em atentá-los para a representação do movimento que acabaria marcando os estilos
característicos dos artistas. De qualquer forma, ambos se situaram entre os pioneiros a
chamar a atenção para a nova vida que se punha à frente do a essa nova vida (como as
máquinas).

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O vácuo criado pela guerra O Dadaísmo foi um movimento originado em 1915, em
plena 1ª Guerra Mundial, em Zurique (cidade que conservou-se neutra com relação à
guerra). O movimento, que negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha como
base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a destruição também é criação".
Contrários à burguesia e ao naturalismo, identificado como "a penetração psicológica
dos motivos do burguês", buscavam a destruição da arte acadêmica e tinham grande
admiração pela arte abstrata. O acaso era extremamente valorizado pelos dadaístas, bem
como o absurdo. Tinham tendências claramente anti-racionais e irônicas. O objetivo
máximo era o escândalo O Dadaismo procurava chocar um público mais ligado a
valores tradicionais e libertar a imaginação via destruição das noções artísticas
convencionais. Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de uma reação de
desilusão causada pela Primeira Guerra Mundial. Apesar de sua curta durabilidade - no
período entre guerras, praticamente havia sido esquecido - e das críticas realizadas ao
movimento, fundamentalmente baseadas em sua ausência de vocação construtiva, teve
grande importância para a arte do Século 20. Fez parte de um processo, observado nesse
século, de libertação da arte de valores preestabelecidos e busca de experiências e
formas expressivas mais apropriadas à expressão do homem moderno e de sua vida. O
Cabaré Originou-se de um grupo composto por artistas como Tristan Tzara, Hans Harp,
Richard Hülsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e Hans Richter que se encontrava em
cafés de Zurique. A idéia inicial era a realização de um espetáculo internacional de
Cabaré que contava com músicas diversas, recitais de poesia e exposição de obras.

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A maneira como surgiu o nome do evento é sugestiva: por acaso Ball e Hülsenbeck
abriram um dicionário de alemão-francês e acabaram se deparando com a palavra dada,
que foi posteriormente adotada pelo grupo e pelo movimento que daí surgiria. A
brochura "Cabaret Voltaire", a inauguração da "Galeria Dada" em 1917 e as revistas
"Dada", seguidas de livros sobre o movimento, ajudaram a popularizá-lo. A arte
escrachada dos dadaistas Sua provocação, ativismo e conceito de simultaneidade
(realizar ao mesmo tempo diversas apresentações, como a leitura de poemas distintos)
muito deve aos futuristas, entretanto, não possuía o otimismo e a valorização da
tecnologia que esse último movimento tinha. O dadaísmo costuma ser bastante
identificado aos ready-mades de Duchamp, como os urinóis elevados à categoria de
obras de arte ou outras proezas do artista, como o acréscimo de bigodes à Mona Lisa.
Os poemas non-sense, as máquinas sem função de Picabia, que zombavam da ciência,
ou a produção de quadros com detritos, como Merzbilder, de Schwitters, são outras
obras características do dadaísmo. Além disso, o dadaísmo, desde o começo, pretendia
ser um movimento internacional nas artes. Picabia era o artista que acabou por fazer a
ponte entre o dadaísmo europeu e o americano, tornando-se, juntamente com Duchamp
e Man Ray, uma das principais figuras do dadaísmo forte em Nova York. A revista
"Dada 291" era publicada nessa cidade americana, além de Barcelona e Paris, outras
cidades por onde o movimento espalhara-se. Berlim, Colônia e Hanover eram outros
importantes focos Dada. Na Alemanha, o movimento ganhou características mais
próximas de protesto social que de movimento artístico. O dadaísmo forneceu grande
inspiração para movimentos posteriores, como o Surrealismo, derivado dele, a Arte
Conceitual, oExpressionismo Abstrato e a Pop Art americana.
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O Surrealismo foi um Movimento fundado pelo poeta André Breton que a princípio
tinha apenas expressão literária e caminhava ao lado do Dadaismo.

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Posteriormente, Breton foi reunindo, em torno de si, artistas plásticos, muitos saídos do
movimento Dadá, que já anunciava sua morte nos anos 20. A ênfase no caráter poético,
mesmo quando passou para a pintura e a escultura sempre foi uma de suas principais
características. Aliás, segundo alguns críticos, os pontos mais fortes do Surrealismo é
mesmo a poesia devido ao forte apelo das imagens na descrição de aspectos
subconscientes. O Surrealismo foi profundamente ligado a uma filosofia de pensamento
e ação, em que a liberdade era extremamente valorizada. Apesar de seu ativismo e até
incongruência serem bem próximos ao dadaísmo, difere-se deste principalmente por ter
uma vocação construtiva que faltava ao seu antecessor. Mesmo após ter sido extinto
enquanto movimento, muitos artistas prosseguiram realizando suas obras a partir de
suas premissas, como Miró, Dali e Hans Arp. É considerado o movimento mais forte e
controverso do período entre guerras, tendo se espalhado pelo mundo inteiro e
influenciado várias gerações. Além da França, foi especialmente forte nos EUA,
inspirando, por exemplo, o Expressionismo Abstrato, principalmente pelo fato de que
muitos artistas europeus acabaram se refugiar no país durante a Segunda Guerra.

Desde o começo do movimento, Breton pretendia afinar a arte com a política


contemporânea. Em 1925, no quinto número da Revista La Révolution Surréaliste, o
artista já anuncia a adesão do Movimento ao Comunismo.
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O Surrealismo pretendia explorar a força criativa do subconsciente, valorizando um


anti-racionalismo, a livre associação de pensamentos e os sonhos, norteado pelas teorias
psicanalíticas de Freud. O automatismo, que buscava lograr o controle da mente
racional através da expressão de um pensamento que não passasse por censuras, era uma
das técnicas utilizadas pelos surrealistas. Seguindo a tradição dos demais movimentos
do Século 20, o Surrealismo era composto por grandes individualidades, que lhe deram
importantes e diferenciadas contribuições. Seus principais expoentes foram: Hans Arp,
Joan Miró, Kurt Schwitters, Marcel Duchamp, Max Ernst, Salvador Dali, André
Masson, René Magritte, entre outros. Além disso, parte da incongruência associada ao
movimento, além das diferenças pessoais entre seus vários membros, devia-se a pelo
menos duas fortes e contraditórias tendências do Surrealismo. Uma delas se achava
mais próxima ao dadaísmo e era mais niilista, contrária a todos os conceitos de arte
tradicional (exemplificada por Marcel Duchamp). Quanto à outra, estava ainda sendo
guiada por valores estéticos (que pode ser representada, por exemplo, por Salvador Dali
e Magritte). O alto grau de beleza estética que os trabalhos possuíam também eram
considerados, de certa forma, contraditórios ao princípio do acaso e do automatismo
como métodos de produção. O frottage, desenhos a partir de "decalques" sobre
superfícies irregulares e a colagem, montagens predominantemente incongruentes, eram
alguns métodos utilizados pelos surrealistas para explorar suas potencialidades
inconscientes. Os principais adeptos do primeiro método eram Max Ernst (inventor do
método, entre suas obras, "Histoire naturelle", de 1929), Miró e Masson, enquanto
expressivos trabalhos de collage foram realizados por Kurt Schwitters e até pelo poeta
André Breton. Uma das muitas provas de que as influências do Surrealismo
extrapolaram as fronteiras de um movimento (além da inspiração que forneceu a vários
artistas e gerações) pode ser exemplificada por obras de Picasso, como Guernica,
bastante próximas das premissas artísticas propostas pelos surrealistas, apesar de ele
mesmo nunca ter pertencido ao grupo.

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O "Manifesto Realista" O construtivismo foi um movimento artístico que nasceu na


Rússia em 1913. De um movimento inicialmente ligado à escultura e à colagem, passou
a envolver outras manifestações artísticas. Seu nome vem do "Manifesto Realista",
publicação de 1920 que prega o ideal de se "construir´ a arte. A arte deveria refletir o
mundo moderno e sua tecnologia, utilizandose para isso de materiais da indústria, como
por exemplo, o plástico. A utilidade social da arte O movimento foi fundado por
Vladimir Tatlin. Trabalhando ao lado de Alexander Rodchenko, aplicou também os
princípios construtivistas à arquitetura. Relacionava a arte à sua utilidade social.
"Monumento para a Terceira Internacional" é uma de suas obras mais conhecidas. Os
irmãos Antoine Pevsner e Naum Gabo (que publicaram o manifesto acima citado),
apesar das divergências com o grupo de Tatlin, formavam outro importante foco do
movimento. Esses últimos acreditavam na arte como um valor absoluto e independente.
Espaço e tempo deveriam ser as base das artes construtivas. Inspirado no Cubismo Com
forte inspiração cubista e na pintura de Kandisky (assimilados principalmente através
dos irmãos Naum e Antoine), o construtivismo fundia percepção artística a
conhecimentos científicos, como potencialidade dos materiais e possibilidades formais.
Esteve intimamente ligado a outro movimento artístico, o suprematismo, fundado pelo
pintor Kasimir Malevich (1878 1935).

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Este, também inspirado no cubismo, era baseado na arte geométrica abstrata. Enfatizava
a cor como instrumento de criação de realidade na arte. Dá um extremo valor à emoção,
desprezando as idéias da "mente consciente". Perseguição na Rússia ajuda a
disseminação de idéias As pinturas eram realizadas normalmente em cima de
superfícies preparadas. "Branco no Branco", de Malevich é considerado o melhor
exemplo de realização do que se propõe o suprematismo. Chocando-se com o regime
socialista soviético, o construtivismo foi condenado e Naum e Antoine deixaram o país.
Esse exílio facilitou a disseminação de suas idéias pela Europa, exercendo bastante
influência sobre artistas e movimentos importantes do período, como o Bauhaus e o
grupo Stijl. Tatlin permaneceu na Rússia, associando-se ao teatro, realizando
especialmente cenários.
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Movimento que aconteceu na Rússia, entre os anos de 1915 e 1923, e teve como alguns
artistas: El Lissitzky, Kazimir Malevich, Lyubov Popova, Ivan Puni, Aleksandr
Rodchenko Na Última Exposição Futurística de Pinturas: 0-10, organizada por Ivan
Puni em Petrogrado em dezembro de 1915, Kazimir Malevich, um artista russo,
escolheu esse têrmo para descrever suas próprias pinturas, porque era o primeiro
movimento em artes a reduzir a pintura à pura abstração geométrica. Foi também o
movimento que mais influenciou o Construtivismo. Malevich, no seu manifesto "Do
Cubismo ao Suprematismo", define o Suprematismo como "a supremacia do puro
sentimento", o essencial era a sensibilidade em si mesma, independentemente do meio
onde teve origem.

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