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Diogo Cavalcanti
VÍRUS
A palavra significa “veneno” em latim; várias definições podem ser formuladas, alguns exemplos:
- Entidade biológica que consiste de um tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA), envolto por capa protéica, às vezes por membrana
de origem celular, e que se multiplica somente em células vivas;
- Agente biológico submicroscópico, parasita intracelular obrigatório que explora a maquinaria biosintética da célula para
reproduzir; genoma formado de DNA ou RNA, progenia formada por montagem de novas partículas, sem sistema de geração de
energia, ácido nucléico envolto por capa protéica, e às vezes, por membrana de origem celular e sem sistema de tradução
protéica.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
CULTIVO DE VÍRUS
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VÍRUS/ MONERA/ PROTOCTISTA/ FUNGI
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ESTRUTURA VIRAL
Fique Ligado!
O genoma dos vírus pode ser constituído por ácido desoxirribonucléico (DNA) ou por ácido ribonucléico (RNA), o que
leva a classificá-los em vírus de DNA e vírus de RNA. Hoje sabemos que uns poucos vírus de DNA, como o citomegalovírus e
o vírus da hepatite B, podem iniciar a síntese de moléculas de RNA enquanto ainda estão se formando, de modo que a
partícula viral contém os dois tipos de ácidos nucléicos. Apesar disso, eles continuam a ser considerados vírus de DNA, pois
esse é o ácido nucléico básico de seu genoma. As partículas virais geralmente contêm apenas um tipo de ácido nucléico,
DNA ou RNA.
ESPECIFICIDADE VIRAL
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É BOM SABER...
Várias hipóteses têm sido levantadas para a origem dos vírus, entretanto ainda não há um consenso visto que o tema
envolve a origem da própria vida, ou a origem das moléculas que deram origem aos organismos vivos (DNA e RNA); portanto
são hipóteses de origem dos vírus são ainda especulativas, difíceis de serem comprovadas. São elas:
1. Teriam sido originalmente pedaços de RNA que adquiriram capacidade replicativa e que teriam antecedido a célula
(“RNA World”);
2. Teriam se originado da alteração de estruturas celulares normais (mRNAs, plasmídeos, transposons, etc);
3. Teriam se originado da célula, como subprodutos celulares, que adquiriram a capacidade de entrar e sair de células
hospedeiras.
A falta de “fósseis” de vírus e a habilidade que estes possuem de mutarem muito rapidamente, devido ao seu genoma
reduzido, dificulta o estudo da origem dos vírus.
MORFOLOGIA VIRAL
MORFOLOGIA ICOSAÉDRICA
Os capsômeros organizam-se em icosaédricos (20 faces triangulares equiláteras, 12
vértices, e 30 arestas). Ex.: poliemielite, adenovírus, herpesvírus.
MORFOLOGIA COMPLEXA
Geralmente possuem envelope e são pleomórficos, pois o envelope não é rígido. Ex.:
Esféricos (arbovírus; arboencefalites), paralelepípedos (poxvírus; varíola), da raiva e os
bacteriófagos.
GENOMA VIRAL
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O vírus é considerado um endoparasita obrigatório, devido a sua ausência de um sistema enzimático que permita
multiplicação autônoma, assim, a multiplicação viral ocorre somente em células. A célula hospedeira deve fornecer energia e
mecanismos de síntese, assim como precursores de baixo peso molecular (aminoácidos e nucleotídeos) para síntese de proteínas
e ácidos nucléicos virais. O ácido nucléico viral é responsável pela especificidade genética na codificação organizada de
macromoléculas virais. Na formação da progênie viral, os produtos são sintetizados separadamente, para depois se organizarem,
formando a partícula viral infecciosa.
As principais etapas na replicação viral são as mesmas para todos os vírus. A célula atua como fábrica, fornecendo
substratos, energia e maquinaria necessária para síntese de proteínas virais e replicação pelo genoma. Processos não-fornecidos
pela célula devem ser codificados pelo genoma do vírus.
Embora os vírus sejam diferentes no número de genes que contém, o genoma viral deve codificar para três tipos de
funções que são expressas pelas proteínas que sintetizam. Estas funções são:
A infecção viral leva à produção de centenas ou milhares de novas partículas virais por célula infectada. A essência deste
tipo de multiplicação viral é dupla: replicação do ácido nucléico viral e produção de capsídeos para conter esse ácido nucléico.
1. ADSORÇÃO
Ocorrem pela presença de receptores celulares, em geral de natureza glicoprotéica, e estruturas existentes na superfície
viral (proteínas de ligação do capsídeo ou envoltório viral, espículas ou fibras).
A adsorção consiste na ligação específica da glicoproteína viral ao receptor celular da célula hospedeira. Esta interação
ocorre através de reconhecimento mútuo, que formam pontes eletrostáticas entre as proteínas interatuantes. Para isto, os vírions
devem colidir ao acaso com sítios na superfície celular e, aproximadamente uma em cada 10 3 ou 104 colisões, levam à união
complementar entre sítio celular (receptor) e proteína viral (anti-receptor).
2. PENETRAÇÃO
Ocorre penetração do genoma viral na celula hospedeira.
Os mecanismos de penetração dependem da estrutura do vírion e do tipo de célula afetada. Existem quatro mecanismos
básicos pelos quais os vírus podem penetrar nas células:
▪ Penetração por endocitose: este processo é semelhante à fagocitose; os vírus, após sua ligação ao receptor, são
englobados pela membrana plasmática, ficando no interior de vesículas nas células. Estas vesículas podem se fundir com os
endossomos, para posterior digestão do capsídeo viral, liberando o ácido nucléico.
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É BOM SABER...
Em microorganismos isso pode ser mediado por ação de enzimas que digerem a parede celular da célula
hospedeira, como o bacteriófago, por exemplo, que libera lisozima para degradação da parede celular bacteriana. Já, nas
células vegetais, a penetração dos vírus pode ser feita pelo mesmo processo ou através de vetores, que colocam os vírus
diretamente dentro delas.
3. DESNUDAÇÃO (DESNUDAMENTO)
Consiste na remoção do capsídeo com exposição do genoma viral e só ocorre quando o vírion penetra inteiro na célula,
geralmente na forma de complexo nucleoprotéico. A desagregação das subunidades protéicas do capsídeo pode ocorrer
espontaneamente ou por ação de enzimas digestivas dos lisossomos celulares. Após o desnudamento, o vírion deixa de existir
como entidade infecciosa.
Fique ligado!
Para os vírus replicados no núcleo, por exemplo, herpesvírus, o genoma, frequentemente associado à
nucleoproteína, deve ser transportado através da membrana nuclear. Nas células infectadas com herpes, o capsídeo é
transportado ao longo do citoesqueleto, desde o sítio de entrada até o poro nuclear. Neste momento, o DNA viral é
liberado no interior do núcleo. O capsídeo vazio se desintegra. Ocorre dissolução do envoltório protéico da partícula viral
pela ação de enzimas celulares liberadas pelos lisossomos, com exposição do ácido nucléico viral.
4. REPLICAÇÃO E BIOSSÍNTESE
4.1. TRANSCRIÇÃO
Mecanismo pelo qual a informação específica codificada na cadeia de ácido nucléico, é transferida para o RNA mensageiro
(RNAm). Essa fase é caracterizada pela síntese de RNAm. Nesse ponto ocorre uma variação no que se refere ao tipo de ácido
nucléico viral.
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4.2. TRADUÇÃO
O processo de tradução do RNAm viral pode ocorrer no citoplasma ou no núcleo. Ácidos nucléicos virais são poligênicos, isto
é, codificam para muitas proteínas. As proteínas virais são sintetizadas em uma ordem temporal. Em geral, as primeiras proteínas
sintetizadas são não-estruturais (são enzimas que participam da multiplicação viral, especialmente na síntese do ácido nucléico
viral, não sendo incorporadas à partícula viral). Estas proteínas precoces são, em geral, enzimas que atuam na própria transcrição
e replicação do ácido nucléico viral ou fatores que atuam sobre o metabolismo celular, modificando-o para favorecer a síntese de
componentes virais. Em fase posterior ou tardia, são sintetizadas as proteínas estruturais, que formam a partícula viral, fazendo
parte do capsídeo, assim como do envoltório viral.
4.3. REPLICAÇÃO
A replicação se refere à formação, a partir do genoma viral, de novos genomas que serão associados às proteínas virais.
Pode ocorrer no citoplasma ou no núcleo, Na maioria dos vírus, a replicação do genoma é mediada por enzimas codificadas pelo
genoma viral. Estas enzimas virais, produzidas na célula hospedeira durante a síntese precoce, são mais eficientes que as
enzimas celulares na replicação do genoma viral.
5. MATURAÇÃO (MONTAGEM)
Após terem sido sintetizados, as proteínas e o ácido nucléico viral têm de ser reunidos para formar partículas virais maduras,
processo geralmente chamado de maturação viral.
6. LIBERAÇÃO
A maioria dos vírus não pode coexistir indefinidamente com as células onde se multiplica; a célula pode morrer ou
simplesmente cessar de suprir todos os fatores para a continuação da multiplicação viral. Os vírus devem se disseminar de uma
célula para outra. Para tanto, a partícula infecciosa deve deixar a célula na qual houve a maturação e penetrar numa célula não
infectada.
Alguns vírus são liberados por lise da célula hospedeira. Em casos extremos, a célula se rompe, liberando partículas
virais e outros componentes celulares para o meio. Este é o final característico do tipo lítico de infecção de bactérias por fagos
virulentos.
Os vírus envelopados adquirem envelope
durante brotamento através da membrana celular.
Proteínas virais específicas do envelope são
sintetizadas durante a fase tardia de síntese protéica
e são inseridas na membrana celular. O
nucleocapsídeo se associa com a superfície interior
da membrana plasmática alterada, já contendo
proteínas virais. Durante a saída do nucleocapsídeo
da célula, a partícula viral é envelopada por esta
membrana alterada: este processo é chamado
brotamento. Aparentemente, a membrana celular é
rapidamente reparada em uma célula viável e pode
suportar a saída de centenas de partículas virais.
Alguns vírus que se replicam no núcleo, como os
herpesvirus, brotam através da membrana nuclear,
adquirindo assim o envelope. Já envelopados, os
vírus acumulam-se no espaço entre a lamela interna e
externa da membrana nuclear, nas cisternas do
retículo endoplasmático e em vesículas, sendo
levados para a superfície celular, protegidos do
contato com o citoplasma.
A quantidade de partículas virais liberadas
por célula varia com o tipo de vírus, com o tipo de
célula e com as condições de crescimento.
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A) CICLO LÍTICO
O vírus, após a interação com o receptor bacteriano (adsorção) injeta seu genoma no
hialoplasma da bacteria (penetração) onde irá comandar a replicação de seu material genético e
a produção de proteinas (replicação e biossíntese) para que ocorra a montagem (maturação) de
novos vírus.
B) CICLO LISOGÊNICO
Ocorre a adsorção, a penetração e o desnudamento. Após isso, o material
genético viral irá acoplar-se, com ajuda das enzimas da celula hospedeira, ao
genoma da celula hospedeira, formando assim, uma estrutura chamada de
provírus. O próvirus, quando falamos em bacteriófago, pode ser chamado de
profago. Assim, a celula hospedeira mantem seu metabolismo normal, pois o vírus
estara interferindo no metabolismo da celula hospedeira. O benefício deste ciclo é
o fato do genoma viral poder ser duplicado com o genoma da celula hospedeira,
sem gerar nenhum custo para o vírus. Contudo, pode acontecer algum evento que
estimule o genoma viral a tornar-se virulento, passando então a ocorrer o ciclo
lítico. Este evento é chamado de indução e pode ser causado por vários fatores,
sendo os mais comuns, alteração hormonal, radiação e presença de outros virus.
Fique ligado!
▪ PROVÍRUS: é o ácido nucléico viral em estado de latência, integrado ao cromossomo da célula hospedeira. Assim,
duplica-se junto com o DNA do hospedeiro, sendo transmitido às células-filhas;
▪ PROFAGO: nome do provírus quando estamos analisando o ciclo reprodutivo do bacteriófago
▪ EPISSOMO: é um termo usado para designar qualquer molécula de DNA com capacidade replicativa que se encontra
livre dentro de uma célula, ou seja, não associado fisicamente ao seu genoma.
▪ VÍRUS TEMPERADOS: são aqueles capazes de se manter inativos na célula hospedeira, como provírus ou
como epissomo.
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REINO MONERA
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BACTÉRIA
ESTRUTURA BACTERIANA
NUCLEÓIDE
Região (não-membranosa) do
citoplasma onde encontramos o material
genético bacteriano. Define sua principal
característica pelo fato de não possuir um
núcleo organizado (envolto pela membrana
nuclear ou carioteca).
GENOMA
Encontra-se no nucleóide e localiza-
se, na maioria das vezes, nas proximidades
ou até mesmo ligado à membrana
plasmática. Seu DNA é formado por duas
cadeias dispostas em hélice de forma
circular associadas a proteínas não -
histônicas.
PLASMÍDEOS
Pedaços menores de DNA extra-cromossomial, também circulares, localizados fora do
nucleóide. Podem ou não estar presentes, conferindo novas características às bactérias que os
possuem. São bem menores que os cromossomos e possui genes para a própria replicação
(independente do genoma bacteriano) e genes que influenciam favoravelmente a bactéria,
como a presença de pili (utilizada na conjugação bacteriana) e degradação de substâncias
tóxicas (Ex.: petróleo, neutralizando metais pesados e resistência a antibióticos). Contudo, não
é essencial a vida da bactéria. Os plasmídeos geralmente encontra-se em copias múltiplas, o
que aumenta muito a eficiência dos genes neles contidos.
Fique ligado!
Plasmídeos
Em uma única célula podemos encontrar vários tipos diferentes de plasmídeos. A Escherichia coli, por exemplo, tem até
sete plasmídeos. Contudo, há casos em que dois deles podem ser incompatíveis, assim, sua interação resulta na destruição
de um deles. Dentre os diferentes tipos, temos:
▪ Plasmídeo F: permite trocas genéticas por conjugação entre bactérias. Bactéria com plasmídeo F faz ponte
citoplasmática (fimbria sexual ou pili ou pelo sexual) com outra bactéria e passa uma cópia do plasmídeo. Alguns até se
integram ao cromossomo, mas isto é muito raro.
▪ Plasmídeo R: possui genes que promovem resistência a antimicrobianos.
▪ Col-plasmídeos: contém genes que codificam (determinam a produção) proteínas que podem matar outras bactérias;
▪ Plasmídeos degradativos: contém genes que permitem a digestão de substâncias pouco habituais, como o ácido
salicílico;
▪ Plasmídeos de virulência: contém genes que transformam a bactéria num agente patogênico.
Os plasmídeos que existem em cópia única em cada bactéria correm o risco de, após uma bipartição, desaparecer numa
das bactérias filhas. Para se assegurarem de que a célula tem "interesse" em manter uma cópia do plasmídeo em cada uma
das células filhas, alguns plasmídeos incluem um "sistema viciante": produzem tanto um veneno de longa vida como um
seu antídoto de vida curta. Logo, a célula que mantiver uma cópia do plasmídeo irá sobreviver, ao passo que a célula que não
o possuir morrerá em breve por falta do antídoto.
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CITOPLASMA
É preenchido pelo hialoplasma, um líquido com consistência de gel, semelhante ao dos eucariotas, com sais, glicose e
outros açúcares, RNA, proteínas funcionais e várias outras moléculas orgânicas.
RIBOSSOMOS
Encontram-se livres pelo hialoplasma ou associados ao RNAm formando os polirribossomos. São molecularmente
menores que os ribossomos das células eucarióticas: subunidades 30S e 50S.
Fique ligado!
MESOSSOMO
Invaginações da membrana plasmática, que aumentam à superfície de contato e também o número de moléculas que
participam de processos funcionais importantes, como a respiração. Participam da separação dos cromossomos durante a divisão
celular.
PAREDE CELULAR
*Bioquímica da parede celular bacteriana: peptidoglicano, por vezes denominado mureína (ou mucopeptídeo), é um
heteropolissacarídeo ligado a peptídeos. É formado por dois tipos de açúcares (o ácido N-acetilmurâmico e a N-acetilglucosamina)
e alguns aminoácidos.
Fique ligado!
As ligações glicosídicas entre o ácido N- acetilmurâmico e a N-acetilglucosamina na cadeia de glicano podem ser
rompidas pela ação da lisozima, levando a bactéria à morte. Nas células Gram positivas, o tratamento com lisozima origina
protoplastos (células sem parede celular), enquanto nas Gram negativas, a lisozima origina esferoplastos (células com
resquícios de parede celular). A lisozima é encontrada em diversas secreções tais como lágrima, saliva ou colostro. Podemos
encontrar também em vírus bacteriófagos.
Diversos antibióticos previnem a disseminação bacteriana ao inibir etapas da síntese do peptideoglicano. Outros
aproveitam de sua constituição química, pois o peptideoglicano é o único composto orgânico conhecido que contém D-
aminoácidos e, por isso, é o alvo de numerosos antibacterianos, como a penicilina, que inibe as enzimas transpeptidase e
carboxipeptidase, responsáveis pela sua síntese.
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CÁPSULA
Também chamada de glicocálice, está presente em muitas bactérias, tanto as Gram negativas quanto as Gram positivas.
É composta por substâncias mucilaginosas ou gelatinosas que são secretadas na superfície de suas paredes celulares.
Desempenha várias funções importantes para a bactéria: confere resistência a bactérias patogênicas contra a fagocitose das
células do sistema imunológico, possuem receptores que se ligam a tecidos específicos do organismo e confere proteção contra a
dessecação.
FLAGELOS
É BOM SABER...
É BOM SABER...
Muitos procariotos são móveis, apesar de não possuírem flagelos. Em cianobactérias, à medida que as células
deslizam, secretam um polissacarídeo limoso em sua superfície externa. Aparentemente, este polissacarídeo estabelece o
contato entre a superfície celular e a superfície sólida, contra a qual a célula desliza. À medida que o polissacarídeo limoso
excretado se adere à superfície, a célula é gradativamente puxada. Esta hipótese é sustentada pela observação de poros
excretores de compostos limosos na superfície de várias cianobactérias filamentosas.
Em Flavobacterium johnsoniae, provavelmente o mecanismo de deslizamento envolve a movimentação de proteínas
na superfície celular. De acordo com este modelo, proteínas específicas de motilidade, ancoradas nas membranas
citoplasmáticas e externas, parecem propelir a célula para frente.
FÍMBRIAS
Possuem a mesma composição e formação dos flagelos. Contudo, são menores, mais
finos, rígidos e mais numerosos que os flagelos e não estão associados a locomoção. Há duas
classes de fimbrias:
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▪ Fímbrias comuns: promovem a aderência das bactérias para prender o microorganismo à fonte de alimento ou às células
eucariontes agredidas, tendo assim relevante papel na patogenicidade (capacidade de produzir doenças).
▪ Fímbrias sexuais ou pilus F (pili): mais longas, sendo responsáveis pelo processo de conjugação bacteriana. A pili
encontra-se presente em bactérias doadoras (material genético), enquanto as células receptoras possuem em sua superfície,
macromoléculas que facilitam a fixação da pili.
TÉCNICA DE GRAM
A técnica de Gram ou coloração de Gram é uma técnica de coloração de preparações histológicas para observação ao
microscópio óptico, utilizada para corar diferencialmente microorganismos com base na composição química e integridade da sua
parede celular. Consoante a cor que adquirem, são classificados em Gram positivos (roxo) ou Gram negativos (vermelho/rósea).
Tal método se deve ao médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram (1853-1938).
As bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a capacidade de suas paredes celulares
fixarem o corante violeta cristal.
Após a aplicação do corante pelo método de Gram, ficam coradas em roxo. Cerca de 90% da parede celular é composta
pelo peptideoglicano. O restante da parede é composto essencialmente por ácido teicóico.
Não retém a coloração roxa. Para facilitar sua visualização ao microscópio elas são geralmente coradas em vermelho com
safranina ou fucsina, que não altera a cor roxa das Gram positivas. Nas bactérias Gram negativas, apenas cerca de 10% da
parede corresponde ao peptideoglicano. Apresentam uma “membrana externa” que corresponde a uma segunda bicamada lipídica
(semelhante à membrana plasmática), localizada acima do peptideoglicano, contendo fosfolipídios, lipoproteínas, proteínas e
também lipopolissacarídeos. Quando comparada à membrana citoplasmática, a membrana externa exibe maior permeabilidade a
pequenas moléculas, tais como glicose ou outros monossacarídeos.
Sua face interna geralmente é rica em pequenas lipoproteínas, denominadas lipoproteínas de Braun, que se ligam
covalentemente ao peptideoglicano, ancorando firmemente a membrana externa à camada de peptideoglicano.
Estudos indicam que a membrana externa e a membrana citoplasmática mantém contato em algumas discretas regiões
celulares, denominadas sítios de adesão. Acredita-se que estas regiões de junção podem conferir maior rigidez à parede celular
das bactérias Gram
negativas, além de fixar
melhor a membrana
externa, não a deixando
frouxa, associada somente
ao peptideoglicano. Os
sítios de adesão foram
também denominados
junções de Bayer e
acredita-se que possam ser
importantes locais de
passagem de compostos
citoplasmáticos, seja
componentes envolvidos na
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síntese da membrana externa ou diferentes nutrientes. A face externa da membrana externa é rica em lipopolissacarídeos (LPS),
inexistente na membrana citoplasmática. Estes componentes são também denominados de endotoxina, uma vez que provocam
febre, choque e eventualmente morte, quando injetados em animais. A membrana externa apresenta um grupo especializado de
proteínas, denominadas genericamente de porinas, que atuam como canais para a passagem de pequenas moléculas hidrofílicas,
participando assim do processo de nutrição. As porinas podem ser específicas, contendo sítios de ligação para 1 ou mais
substratos, ou inespecíficas, compondo canais aquosos. Uma característica marcante do grupo é que a “membrana externa” serve
de barreira protetora para a bactéria tornando-as mais resistentes enzimas e antibióticos quando comparada com as bactérias
Gram positivas.
MORFOLOGIA BACTERIANA
A ampla diversidade de formas serve como um dos critérios para sua identificação. Podemos destacar as principais
categorias de formas:
REPRODUÇÃO BACTERIANA
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
RECOMBINAÇÃO GÊNICA
Fique ligado!
▪ Transformação
Transposons
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▪ Transdução
▪ Conjugação:
ENDÓSPOROS
Formação de estados latentes (endósporos) por um processo chamado de esporulação que algumas bactérias têm
capacidade de adquirir quando o ambiente encontra-se desfavorável para seu desenvolvimento (falta de nutrientes, altas ou
baixas temperaturas e dessecação). Têm sido bastante observado em bactérias dos gêneros Bacillus e Clostridium.
A formação de endósporos aumenta bastante a sobrevivência das bactérias. Ex.: foram descobertos endósporos
preservados no intestino de uma abelha extinta mantida em âmbar a uma idade aproximada de 40 milhões de anos.
Basicamente, os esporos são células cujo citoplasma contém pouquíssima água, e por isso, praticamente não tem
atividade metabólica, estão circundados por um envoltório* e não se reproduzem. Quando as condições ambientais tornarem
favoráveis, ocorrerá a germinação do esporo (degradação do envoltório, absorção de água e síntese de compostos orgânicos).
METABOLISMO BACTERIANO
A) BACTÉRIAS AUTÓTROFAS
Não dependem da absorção de compostos orgânicos do meio para manutenção do seu metabolismo, pois, a partir de
compostos simples conseguem produzir moléculas orgânicas mais complexas. Dividimos essa bactérias em dois grupos usando
como critério a origem da fonte de energia utilizada para realizar a sua síntese: bactérias fotoautotróficas e bactérias
quimioautotróficas.
▪ Proclorófitas e cianobactérias: realizam um processo fotossintético semelhante ao das algas e vegetal. Ocorre na clorofila.
▪ Sulfobactérias ou tiobactérias: realizam um tipo de fotossíntese em que a substância doadora de hidrogênio não é a água,
mas compostos de enxofre, principalmente o gás sulfídrico (H 2S). Logo, essas bactérias produzem enxofre elementar (S)
como subproduto da fotossíntese, e não o gás oxigênio, como na fotossíntese que utiliza água.
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B) BACTÉRIAS HETERÓTROFAS
Representam o maior grupo de bactérias e obtém seus compostos orgânicos a partir de fontes externas, pois, não
realizam reações que possam sintetizá-los. Assim, podemos classificar essas bactérias de acordo com a fonte das substâncias
que lhe servem de alimento:
▪ Saprófagas: alimentam-se a partir de matéria orgânica sem vida, como cadáveres ou porções descartadas por outros seres
vivos.Possui fundamental papel ecologico como seres decompositores, juntamente com os fungos, compondo o maior número
de espécies de bactérias.
▪ Parasitas: alimentam-se a partir de tecidos corporais de seres vivos e podem ser patogênicas (bacterioses).
Vamos analisar os processos que permitem as bactérias retirarem a energia dessas fontes de alimentos, INDEPENDENTE
SE ELES À PRODUZIRAM OU CONSUMIRAM DO MEIO AMBIENTE, são: respiração celular e fermentação.
Conjunto de reações químicas por meio das quais uma molécula orgânica é degradada a compostos inorgânicos,
liberando toda a energia utilizável nela contida armazenando-a em moléculas de ATP. Podem ser classificadas em:
1.B.1) Respiração aeróbia: processo biológico de obtenção de energia em que as células degradam moléculas orgânicas na
presença de oxigênio.
1.B.2) Respiração anaeróbia: processo biológico de obtenção de energia semelhante a respiração aeróbia, mas difere desta por
não utilizar o gás oxigênio e sim substâncias inorgânicas, como nitratos ou sulfatos.
1.B.2.1) Facultativa: vivem na presença ou ausência de oxigênio. Estando na presença deste gás, fazem a respiração aeróbia,
estando na ausência, fazem respiração anaeróbia ou fermentação*.
Ex.: bactérias denitrificantes: utilizam compostos nitrogenados como nitratos, nitritos, e matéria orgânica nitrogenada, extraindo o
N2 que é devolvido à atmosfera (processo contrário ao realizado pelas bactérias nitrificantes, que são quimiossintetizantes).
Ex.:Pseudomonas denitrificans
1.B.2.2) Obrigatório (ou estritos): Morrem em contato com o oxigênio. Ex.: Clostridium tetani.
2.B) FERMENTAÇÃO
Processo biológico em que ocorre a quebra das moléculas orgânicas de forma incompleta, com liberação menor de
energia, comparada com a respiração. Tipos de fermentação:
2.B.1) Fermentação alcoólica: fermentam açúcares produzindo álcool etílico e gás carbônico:
Glicose (6C) --> 2 etanol (2C) + 2CO2 + energia
2.B.2) Fermentação láctica: os lactobacilos fermentam a lactose (açúcar do leite) produzindo ácido láctico:
Glicose (6C) --> 2 ácido lático (3C) + energia
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2.B.3) Fermentação acética: as acetobactérias fazem fermentação acética, em que o produto final é o ácido acético. Elas
provocam o azedamento do vinho e dos sucos de frutas, sendo responsáveis pela produção de vinagre:
Glicose (6C) --> 2 ácido acético (2C) + energia
2.B.4) Fermentação ácida ou butírica: algumas bactérias fermentam gorduras produzindo ácido butírico. São responsáveis pelo
gosto rançoso da manteiga.
PRINCIPAIS BACTÉRIAS
CIANOBACTÉRIAS
▪ Características:
São fotossintetizantes;
Antigamente chamadas de algas azuis ou algas cianofíceas.
Pode ser dourada, amarelas, marrom, vermelho, verde, azul,
violeta e preta;
Movimentam-se por deslizamento;
Podem crescer em situações extremamente inóspitas, desde águas de fontes terminais até
lagos gelados da Antártica. Contudo, Não resistem à ambientes ácidos;
Muitos gêneros podem fixar o gás nitrogênio, convertendo-o em amônia;
As cianobactérias aquáticas podem fazer parte do plâncton marinho;
Florações: formam uma massa na superfície aquática secretando substâncias tóxicas
para outros microorganismos;
Acinetos: endósporos de cianobactérias;
Podem fazer simbiose com outros seres vivos (esponjas, amebas, protozoários,
diatomáceas, algas verdes sem clorofila, vegetais e fungos - líquens).
▪ Estruturas
Possuem clorofila a e outros pigmentos acessórios chamados de ficobilinas;
Tipos de ficobilinas: ficocianina (azul) e ficoeritrina (vermelho);
Possui inúmeras camadas de membranas (tilacóides fotossintetizantes);
Reserva energética: glicogênio;
Cianossomos: grânulos que armazenas as ficobilinas;
Produzem um envoltório mucilaginoso (ou bainha), que mantêm unidos grupos de células. A bainha é responsável pela sua
coloração.
Possuem vesículas de gasosas, responsável por regular a flutuabilidade dos organismos;
Heterocistos: células especializadas maiores, que são encontradas em cianobactérias fixadoras do nitrogênio.
PROCLORÓFITAS
Acredita-se que sejam os seres mais abundantes do planeta, responsável por metade de toda fotossíntese realizada nos
oceanos;
Fotossintetizantes;
Possuem clorofila a e b;
Não possuem ficobilinas;
Possuem extensos tilacóides fotossintetizantes;
São aquáticos e alguns simbiontes.
SULFOBACTÉRIAS
MICOPLASMAS
INDÚSTRIA
BIOTECNOLOGIA
MÉDICA
Fique ligado!
Bacterioses: ao penetrar no corpo humano, as bactérias
patogênicas, instalam-se junto às células de diversos órgãos, Antibióticos
causando as infecções bacterianas. Muitos dos sintomas das
infecções bacterianas são causados por toxinas que as bactérias Os antibióticos interferem com estes
eliminam ou por substâncias presentes nas suas paredes microorganismos, matando-os ou inibindo seu
celulares. metabolismo e/ou sua reprodução, permitindo ao
Tratamento e prevenção: o tratamento das infecções bacterianas sistema imunológico combatê-los com maior eficiência.
é feito por antibióticos. Ele pode ser bactericida, quando tem efeito letal sobre a
bactéria (destroem a parede bacteriana, eliminando a
bactéria) ou bacteriostático, se interrompe a sua
ECOLÓGICA reprodução.
Decompositores: após morrerem, animais, plantas e outros seres estes são decompostos por fungos e bactérias. Não só o
corpo sem vida pode ser decomposto, mas também dejetos e secreções como urina, fezes são processados por bactérias.
Estes organismos degradam a matéria orgânica sem vida em moléculas simples que são liberadas no ambiente e podem ser
novamente utilizadas por outros seres.
Fique ligado!
Biodigestores
A biodigestão é um método de reciclagem que consiste na produção de gás combustível e também de adubos, a
partir de compostos orgânicos (geralmente excrementos de herbívoros, restos de frutas e vegetais). Realizada por bactérias
que existem livres na natureza é considerada uma alternativa energética renovável e principalmente uma maneira de
eliminação dos resíduos orgânicos urbanos.
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Biorremediação: processos que empregam microrganismos ou suas enzimas para degradar compostos poluentes. Pode ser
considerada como o ato de remediar, consiste em recuperar águas ou solos contaminados,tais como a degradação de
hidrocarbonetos do petróleo e compostos orgânicos clorados.
MUTUALISMO → LÍQUENS
Os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos
e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria,
ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas
nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta
associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o
organismo fotossintetizante da associação. Por possuírem dois genomas
distintos, não apresentam reprodução gamética. A reprodução vegetativa se
basicamente por sorédios (estruturas compostas por um conjunto de células
de algas envolvidas por hifas de fungos). Os líquens possuem ampla
distribuição e habitam as mais diferentes regiões. Normalmente os liquens são
organismos pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande
estresse ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas, folhas,
no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc. Existem liquens que são
substratos para outros liquens. A capacidade do líquen de viver em locais de
alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação.
Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela
alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta
baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.
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ARCHAEA
As arquebactérias ou arqueas são semelhantes às bactérias em muitos aspectos da estrutura celular, o mais importante
dos quais é a ausência de um núcleo celular diferenciado, e metabolismo; mas apresentam diferenças importantes como, por
exemplo, os processos de transcrição do DNA e da síntese proteica que são idênticos aos dos eucariotas, mas o aspecto mais
marcante talvez seja o metabolismo de alguns destes seres. Além disso, ao contrário das bactérias, os Archaea não possuem
uma parede celular de peptidoglicanos. Finalmente, o flagelo dos Archaea é diferente em composição e desenvolvimento do das
bactérias.
Podemos dividir este grupo de acordo com suas diversidades fisiologicas: Halófilos extremos, Metanogênicas e
Termófilos extremos.
HALÓFILOS EXTREMOS
METANOGÊNICOS
▪ Produzem metano a partir do hidrogênio e dióxido de carbono, onde os elétrons necessários são derivados do hidrogênio e o
gás carbônico serve de fonte de carbono e aceptor de elétrons.
▪ São heterótrofos anaeróbios e utilizam o amônio (NH4+) como fonte de nitrogênio e poucos pode fixar o nitrogênio.
▪ Podem ser encontrados: em locais de tratamento de esgotos, em lodos, nas profundezas do mar, no trato digestivo de
bovinos e outros ruminantes, onde tornam possível a digestão da celulose. Estima-se que uma vaca produza 50 litros de
metano por dia, enquanto rumina.
TERMÓFILOS EXTREMOS
▪ Possuem afinidade por temperaturas elevadas. As membranas e enzimas desses indivíduos são estáveis a altas
temperaturas. Todas apresentam um ótimo metabolismo a temperaturas ao redor de 80 oC e algumas se desenvolvem acima
de 110oC.
▪ Uma minoria é anaeróbias obrigatórias e a maioria delas metaboliza o enxofre de alguma forma.
▪ Podem ser encontradas: fontes termais e gêiseres (quentes e ricos em enxofre) e em fendas no fundo do oceano, a partir das
quais emanam águas superaquecidas geotermicamente.
REINO PROTOCTISTA
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ALGAS
São eucariontes e realizam a fotossíntese usando organelas chamadas cloroplastos. Os cloroplastos contêm DNA e têm
uma estrutura semelhante às cianobactérias. Vale salientar que, o GRUPO ALGAS, não possui nenhum valor taxonômico, pois,
existem algas tanto no Reino Monera (cianobactérias ou algas azuis) quanto no Reino Protoctista.
Em nosso estudo dividiremos as algas em dois grupos: Microalgas (ou algas unicelulares) e Macroalgas (ou algas
predominantemente pluricelulares).
MICROALGAS
Podem ser encontradas em rios, solos úmidos e são abundantes nas superfícies dos mares onde, juntamente com os
protozoários, larvas de diversos animais, microcrustáceos, etc, fazem parte do plâncton marinho (fitoplâncton). Juntamente com
outros seres do Reino Monera, são consideradas as responsáveis pela maior parte do oxigênio da atmosfera terrestre.
Fique ligado!
As algas planctônicas e as cianobactérias que constituem o fitoplâncton, representam o início da cadeia alimentar
para os organismos heterótrofos que vivem nos oceanos e nos corpos de água doce.
ECOLOGIA
São em sua grande maioria microorganismos de vida livre, podem
aparecer em formas coloniais, formas filamentosas ramificados ou não. Existem representantes
aquáticos marinhos e dulcícolas. São os principais componentes do fitoplâncton.
ESTRUTURA
Carapaças silicosas duplas chamadas Polissacarídeo de reserva é a Possuem clorofilas a e c, cuja tonalidade verde
de frústulas. As duas metades (valvas) leucosina ou crisolaminarina. é mascarada pela abundância de um pigmento
encaixam-se uma na outra. Esta acessório carotenóide de cor castanha-dourada,
parede é, no entanto, coberta de poros a fucoxantina.
que permitem o contato do protoplasto
com o exterior.
IMPORTÂNCIA
Os restos da parede celular das diatomáceas mortas podem se depositar no fundo do ambiente aquático e, com o tempo,
formar um material rico em sílica conhecido como diatomito. Esse material pode ter várias aplicações comerciais, como:
confecção de certos cosméticos e pastas de dente; abrasivo fino para polimento de objetos de prata, por exemplo; fabricação de
tijolos usados em construção civil.
Fique ligado!
Possuem uma coloração amarelo-dourada por conta da sílica presente em uma parede celular bem elaborada.
Outras, representantes desse filo, pode não possuir parede celular uma parede Podem se deslocar por flagelos ou por
emissão de pseudópodes, onde também é uma forma de obtenção de alimento (fagocitose). Sua ecologia e características
estruturais lembram muito as diatomáceas o que torna , a classificação dessa alga ainda é muito controversa, pois, alguns
autores às consideram como do Filo Bacillariophyta. Podemos notar que, as características que as diatomáceas possuem
que realmente às distingui das crisofíceas são: ausência de flagelos das (exceto em gametas masculinos) e a parede
celular dividida em duas valvas impregnada de sílica.
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FILO EUGLENOPHYTA
ECOLOGIA
Geralmente dulcícolas, livre natante, sendo poucas marinhas.
ESTRUTURA
Ausente. Contudo, existe uma película Polissacarídeo de reserva é o Apresentam clorofila a e b junto com
flexível, sob a qual há fibrilas que paramido. carotenóides e xantofilas.
permitem a célula se contrair com
rapidez.
▪ Flagelo: geralmente dois desiguais (sendo um não emergente). Formam-se numa depressão chamada de reservatório.
▪ Mancha ocelar: também chamada de estigma, funciona como um pigmento fotossensível nas euglenas autotróficas.
▪ Vacúolo contrátil: coleta o excesso de água de todas as partes da célula.
IMPORTÂNCIA
Bioindicadores de poluição da água.
Fique ligado!
ECOLOGIA
ESTRUTURA
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▪ Flagelo: possuem dois flagelos. Um deles circunda o corpo como um cinto e o outro é
perpendiculares ao primeiro. O batimento dos flagelos faz o dinoflagelado rodopiar como um pião.
Fique ligado!
IMPORTÂNCIA
▪ Responsável pelo fenômeno da bioluminescência (Através da oxidação da luciferina pela luciferase, ocorre a formação de um
produto excitado que libera fótons).
▪ Produção e liberação de compostos tóxicos (fenômeno da maré vermelha).
▪ Maré vermelha: desequilíbrio ecológico resultante da excessiva proliferação da população de certas algas tóxicas,
principalmente as dinoflageladas Gonyaulax catenella. Dependendo da espécie de alga, a mancha pode adquirir coloração
vermelha, marrom, laranja, roxa ou amarela. “Uma vez que a água nem sempre fica vermelha, o termo “maré vermelha” vem
sendo substituído por “floração de algas nocivas” ou simplesmente “FAN”. As causas relacionadas a esse acontecimento
podem ser várias: alteração na salinidade, oscilação térmica da água e excesso de sais minerais decorrentes do escoamento
de esgoto doméstico nas regiões de estuário, alterando as condições abióticas da zona pelágica, consequentemente afetando
o comportamento das espécies planctônicas. A acelerada reprodução e aglomeração das algas dinoflageladas, com
proporcional extenuação (morte) das mesmas, desencadeiam um efeito catastrófico na fauna aquática local, liberando
substâncias tóxicas em alta concentração, capaz de envenenar a água e os organismos ali viventes, por exemplo, a morte em
larga escala de peixes e moluscos. Em geral, os organismos filtradores são os mais atingidos. Outro aspecto evidente é o
bloqueio efetuado pela camada de algas, impedindo a incidência e passagem de luminosidade, atenuando o processo
fotossintético com diminuição dos níveis de oxigenação da água. No ser humano pode causar danos à saúde (diarreia,
problemas respiratórios e circulatórios), caso seja contaminado pelas toxinas ingeridas através do hábito nutricional, com
acúmulo de substâncias nocivas em tecidos de animais marinhos (ostras, camarões e peixes) que servem de alimentos ao
homem. Além de prejuízos econômicos, relativos à produtividade pesqueira.
É BOM SABER...
Utilidade da bioluminescência
Uma hipótese é que os flashes de luz inibem a predação desorientando os predadores. Outra hipótese sugere um
processo mais indireto, isto é, que os predadores que se alimentavam dos dinoflagelados bioluminescentes tornam-se mais
visíveis para que um predador secundário os consuma, diminuindo assim a predação sobre os dinoflagelados.
MACROALGAS (MACRÓFITAS)
A maioria é multicelular, existindo, no entanto formas unicelulares. A condição multicelular destes organismos permite
adaptações que não são possíveis a formas unicelulares (ex. podem desenvolver-se na vertical e fixar-se ao fundo) por terem
estruturas diferenciadas. Assim, essa maior organização promove novas oportunidades, mas também novos desafios:
turbulência devido à ação das ondas, competição por espaço e luz, predação por parte de peixes e ouriços-do-mar, etc.
ESTRUTURA GERAL
As macrófitas apresentam um vasto leque de formas e complexidade de estruturas, mas existem algumas estruturas
partilhadas pela maioria dos organismos do grupo:
▪ Como são algas, não possuem folhas verdadeiras, caules e raízes características dos seres do Reino Plantae;
▪ Todo o corpo é designado de talo;
▪ As porções espalmadas do talo, semelhantes a folhas, designam-se de lâminas; estas estruturas aumentam a área de
superfície e é a principal área fotossintética; não são consideradas folhas verdadeiras;
▪ As lâminas são muitas vezes mantidas próximas da superfície para maximizar a exposição ao sol, sendo a flutuabilidade
destas estruturas conferida pela presença de vesículas cheias de gás chamadas de pneumatocistos;
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▪ Qualquer parte do talo pode realizar fotossíntese desde que contenha clorofila;
▪ Algumas possuem uma estrutura semelhante a um tronco que fornece suporte chamado de estipe;
▪ O talo é fixo ao fundo através de estruturas semelhantes a raízes designadas de rizóides ou estrutura
de fixação; estas não estão envolvidas em na absorção de água e nutrientes como as verdadeiras
raízes;
▪ Água e nutrientes, que banham todo o organismo, são absorvidos diretamente através da superfície da
alga, sem necessidade de raízes para este fim;
▪ Ao contrário dos seres do Reino Plantae, a estrutura de fixação e o estipe não possuem tecidos
especializados no transporte de água e nutrientes.
TIPOS DE MACRÓFITAS
▪ É feita a distinção entre três tipos de algas: verdes, castanhas (pardas) e vermelhas.
▪ Apesar da composição dos seus pigmentos serem utilizadas na sua classificação, a sua cor verdadeira pode não significar
muito porque tende a variar.
ECOLOGIA
Maioria dulcícolas, sendo também encontrado no mar e ambientes úmidos. Representam o grupo de maior diversidade
de organismos, com organização unicelular ou pluricelular, podem viver como células isoladas (ex.: Chlorella) ou agrupadas em
colônias (ex.: Volvox), podem ter a morfologia como filamentos (ex.: Spirogyra), lâminas ou ter uma estrutura tridimensional.
ESTRUTURA
IMPORTÂNCIA
▪ A presença de características comuns às clorofíceas e às plantas terrestres aponta que esses vegetais tenham evoluído a
partir das algas verdes.
▪ Associações ecológicas, liquens e zooclorelas (simbiose entre algas e cnidários).
Fique ligado!
ECOLOGIA
Algas castanhas (ou pardas) sendo pluricelulares, muitas filamentosas e algumas de grande porte. Predominantemente
marinhas, as feófitas são comuns em águas temperadas e em todas as regiões frias do mundo. São abundantes nas costas
rochosas e formam frequentemente, massas flutuantes no oceano. Algas do gênero Sargassum, por exemplo, forma maciços que
ocupam áreas extensas, como o Mar de Sargaço, que se estende desde a Bahamas até próximo dos Açores.
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ESTRUTURA
IMPORTÂNCIA
ECOLOGIA
Maioria marinha (predominante em regiões tropicais), sendo também encontrado em água doce
e ambientes úmidos. A maioria é pluricelular.
ESTRUTURA
Celulose + ágar (polissacarídeo) O polissacarídeo de reserva é o Apresentam clorofila a e d junto com carotenóides e
amido das florídeas. ficoeritrina.
IMPORTÂNCIA
ASSEXUADA
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SEXUADA
Típico de algas pluricelulares.
TIPOS DE GAMETAS
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PROTOZOÁRIOS
O termo Protozoa significa "primeiros animais". Esse termo, consagrado até hoje, foi criado para agrupar organismos
eucariotos unicelulares com características próprias dos animais, tais como a capacidade de deslocamento e heterotrofia. Os
Protozoários, na sua maioria, se alimentam de bactérias, de outros protistas e de matéria orgânica morta (vida livre), havendo,
contudo, alguns protozoários simbióticos ou parasitas. Os protozoários são "tradicionalmente" subdivididos em fila, dependendo,
em parte, dos seus diversos modos de locomoção e nutrição (obtém seus alimentos por ingestão ou absorção).
CARACTERÍSTICAS GERAIS
REPRESENTANTES
Fique Ligado!
Entre as espécies que podem ocorrer no corpo do
homem, algumas são parasitas, outras, no entanto, não o são. É o
Tecameba
caso da Entamoeba gengivalis, que ocorre na gengiva, e o da
Entamoeba coli, que ocorre no intestino. Dentre os sarcodíneos Carapaça revestindo externamente a célula.
parasitas, destacando-se duas que parasitam o intestino do homem: Ocorrem em água doce e em solos úmidos e suas
a Entamoeba histolytica e a Endolimax nana. carapaças podem ser secretadas pela própria célula
ou formadas por pequenas partículas que se aglutinam
ao redor de suas células.
FILO FORAMINIFERA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
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FILO ACTINOPODA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
RADIOLÁRIOS
HELIOZOÁRIOS
▪ Dulcícolas;
▪ Esféricos com ou sem estrutura esquelética;
▪ Não possuem cápsula interna central
CARACTERÍSTICAS GERAIS
REPRESENTANTES
Gênero Plasmodium, responsáveis pela malária ou maleita e,
Toxoplasma gondii, é o agente causador da toxoplasmose.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS
REPRESENTANTES
Entre esses, destacam-se os gêneros Trichomonas, Giardia, Leishmania e Trypanosoma, por serem muito comuns.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os paramécios são facilmente distinguidos por sua forma típica, Fique Ligado!
semelhante à sola de um chinelo. A porção anterior (frontal) da célula é
arredondada e a porção posterior ligeiramente afilada. A camada mais Suctórios
externa da célula é menos flexível que a das amebas dando uma forma
Um grupo de ciliados bastante diferentes é
mais constante à célula. Toda a célula é coberta por pequenas projeções
o dos suctórios. Esses organismos possuem cílios
filiformes (cílios), que além de órgãos de locomoção, servem também
apenas nas fases iniciais do desenvolvimento,
para orientar os alimentos em direção ao poro bucal.
quando adultos, fixam-se ao substrato, perdem os
cílios e desenvolvem estruturas especiais
REPRESENTANTES
denominadas tentáculos, que são utilizados na
Paramecium caudatum, um protozoário de vida livre, é um
captura de alimentos. As principais presas dos
exemplo de ciliado bastante comum que aparece em açudes e lagos de
suctórios são outros ciliados que, ao serem tocados
água doce. Além dos ciliados de vida livre, há formas parasitas, como
pelos tentáculos ficam imobilizados pelos tricocistos
Balantidium coli, que se aloja no intestino do homem. Este protozoário é
(estruturas ovais ou em forma de bastonetes que
adquirido ao se ingerir água contaminada.
atuam como defesa). Então, o citoplasma da presa
é sugado pelos tentáculos e digerido em vacúolos
digestivos no interior do corpo do suctório.
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CONJUGAÇÃO DO PARAMÉCIO
Anotações:
REINO FUNGI
Durante muitos anos os fungos foram considerados plantas degeneradas, pelo fato de não possuírem clorofila, logo não
faziam fotossíntese. Assim, no passado, os fungos eram classificados no Reino Plantae. Em meados de 1950, com os avanços da
biologia em áreas como bioquímica e novas técnicas de microscopia, estudos mostraram que os fungos eram mais aparentados
aos animais que vegetais. Logo, foram transferidos ao Reino Protista, juntamente com protozoários e as algas. Após muitas
análises, por volta de 1970, os fungos foram reconhecidos como seres vivos com características bastante particulares, fazendo
com que, merecesse um reino próprio, o Reino Fungi.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
▪ Eucariontes;
▪ Uni ou pluricelulares;
▪ Heterótrofos por absorção;
▪ Vivem em todos os ambientes, preferencialmente aqueles pouco iluminados e úmidos;
▪ Usam sempre um substrato de natureza orgânica para sua nutrição;
▪ Material de reserva energética é o glicogênio (maioria) ou micolaminarina;
▪ Possuem parede celular rígida que pode ser composta de glicídio (ex. celulose) e/ou quitina (maioria);
▪ São aeróbios em sua grande maioria, mas alguns fungos anaeróbicos estritos e facultativos são conhecidos;
▪ Reproduzem-se sexuada e/ou assexuadamente.
MORFOLOGIA GERAL
FUNGOS UNICELULARES
Representados pelas leveduras, possuem estruturas não-filamentosas, caracteristicamente esféricas ou ovais.
FUNGOS MULTICELULARES
Possuem estruturas filamentosas chamadas de hifas. O agrupamento intenso de hifas constitui o micélio. Este pode ser
dividido em vegetativo e reprodutor.
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Fique ligado!
MICÉLIO VEGETATIVO
MICÉLIO REPRODUTOR
Alguns fungos possuem estruturas reprodutoras, os corpos frutíferos ou de frutificação, onde forma a estrutura de
dispersão, pois atua na reprodução de esporos.
Fique ligado!
As células dos fungos não possuem plastídios e nem centríolo. Estão presentes a estrutura de Golgi e os
peroxissomos. A membrana celular é constituída por ergosterol, um esteróide característico de fungos, também presente em
algumas microalgas. Flagelos podem estar presentes somente nas estruturas de reprodução em alguns grupos. É importante
salientar que micélios fúngicos nunca constituem tecidos, e sim pletênquima.
CLASSIFICAÇÃO
Os fungos foram agrupados em um único reino, Reino Fungi, por Whittaker em 1969, onde se procurou reunir todos os
fungos com características típicas. Foi proposto por Alexopoulos et al. (1996) a classificação dos fungos que ainda é considera
pelos micologistas, embora já exista proposta mais recente conforme publicada por Kirk et al. (2001), que agrupa os fungos com
base em estudos de biologia molecular. Entretanto, essa classificação ainda não é totalmente aceita no meio científico.
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Anotações:
Fique ligado!
Classificações atuais
Fonte: Carolina Gasch Moreira & Iracema Helena Schoenlein-Crusius. Doutorado, Núcleo de Micologia e Liquenologia, 2010.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
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ESTRUTURA
REPRESENTANTES
Existem espécies nesse grupo que são importantes economicamente, devido aos prejuízos que causam. Alguns
exemplos são Physoderma maydis que causa pequenas manchas em milho de cor marrom e Urophyctis alfalfae que causa as
verrugas na alfafa. Várias espécies do gênero Coelomyces parasitam larvas de mosquitos, desempenhando com isso importante
papel no controle desses insetos. Os Chytridiomycetes encontrados no rúmem de gado e ovelhas, assim como os que são
encontrados no intestino de cavalos, parecem estar associados com a importante função de auxiliar na degradação das fibras
vegetais no interior de intestinos de herbívoros.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
ESTRUTURA
REPRESENTANTES
Espécies dos gêneros Mucor e Rhizopus são sapróbias em alimentos estocados. Rhizopus stolonifer e Mucor racemosus
são espécies que promovem a deterioração de frutas e vegetais e também de cereais armazenados. Algumas espécies
pertencentes a esses gêneros podem ainda ser parasitas do homem causando várias doenças graves. Muitas espécies formam
micorrizas com plantas superiores, principalmente os pertencentes à ordem Glomales com a maioria das angiospermas, com
algumas gimnospermas e ainda com espécies de briófitas.
Fique ligado!
Uma das espécies mais conhecidas é o Rhizopus stolonifer (bolor negro do pão). Quando um esporo, transportado
pelo vento, cai sobre um pedaço de pão, germina produzindo hifas chamadas rizóides que penetram no seu interior. Os
rizóides produzem enzimas que digerem extracelularmente a matéria orgânica desse alimento. O produto da digestão é
absorvido pelos rizóides e o micélio cresce. As hifas reprodutoras crescem para fora do pão e formam no ápice uma estrutura
denominada esporângio que quando amadurecem tornam-se negros e liberam esporos para o ar.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
ESTRUTURA
▪ Caracterizam-se pelo fato de possuírem os ascos (hifas em forma de “saco”);
▪ Os ascos encontram-se reunidos em corpos de frutificação chamados de ascorcarpos;
▪ Hifas septadas mono e dicarióticas haplóides;
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REPRESENTANTES
Algumas representantes de importância como levedo, cuja principal espécie é a Saccharomyces cerevisiae, usada na
fabricação de bebidas alcoólicas, álcool e pão; trufa (gênero Tuber), muito apreciada na culinária; Neurospora, o bolor do pão,
usado em pesquisas genéticas; algumas espécies de Penicillium, gênero produtor da penicilina e de certos queijos (roquefort,
camemberte e gorgonzola); diversos parasitas de plantas, como o Aspergilius flavus e Claviceps purpúrea, que atacam cereais. A
ingestão do Claviceps provoca o ergotismo (por isso esse fungo pode ser chamadode ergotina), intoxicação que causa
alucinações, espasmos nervosos, convulsões, gangrena e morte. Foi deste fungo que se extraiu originalmente o ácido lisérgico,
ou LSD, substância alucinógena que ficou famosa na década de 1970. Alguns fungos do gênero Aspergilius podem desenvolver-
se em produtos agrícolas, como amendoim, milho e nozes, e produzir aflatoxinas, grupo de substâncias muito tóxicas, capazes de
provocar câncer no fígado; Morchella esculenta, seu corpo de frutificação possui aparência de colmeia, sendo muito apreciados
sobretudo na culinária francesa.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
ESTRUTURA
REPRESENTANTES
Amanita muscaria (fungo Possui propriedades psicoativas e alucinógenas em humanos. Alguns representantes do gênero
são venenosos), Agaricus campestris (champignon - cogumelo comestível), Gênero Psilocybe (produção de alucinógenos -
cogumelos psicodélicos pela presença da psilocibina ou psilocina), Hemileia vastatrix, (ferrugem do café)
▪ São microrganismos heterotróficos e, em sua maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras,
aeróbias facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento.
▪ Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento
vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em
atmosfera rica em oxigênio.
▪ Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo de fermentação alcoólica de grande importância
industrial, na fabricação de bebidas e na panificação.
OBTENÇÃO DE NUTRIENTES
▪ Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato
tornando-o assimilável.
▪ Alguns substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas;
▪ Há fungos que hidrolisam substâncias orgânicas mais complexas (quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos).
▪ Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos, contendo amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio.
CRESCIMENTO
▪ Alguns fungos requerem fatores de crescimento, que não conseguem sintetizar, em especial, vitaminas (tiamina, biotina,
riboflavina, ácido pantotênico, etc).
▪ Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu desenvolvimento.
▪ Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com elevada concentração de sal.
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REQUISITOS AMBIENTAIS
▪ Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por ela inibidos e outras ainda mostram-se
indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida.
▪ Por diferentes processos, os fungos podem elaborar vários metabólitos, como antibióticos, dos quais a penicilina é o mais
conhecido e micotoxinas, como aflatoxinas, que lhes conferem vantagens seletivas.
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
BROTAMENTO OU GEMAÇÃO
Fique ligado!
FRAGMENTAÇÃO DA HIFA
ESPORULAÇÃO
Formados pelas hifas (conidiósporos ou
esporangiósporos), quando germinam tornam-se clones do indi-
víduo parental.
Fique ligado!
Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente
arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua localização no
micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e
temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico.
REPRODUÇÃO SEXUADA
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Hifas + Hifas -
(+) Anotações:
Anotações:
Anotações:
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Fique ligado!
▪ Tecido dicariótico: quando existem dois núcleos compatíveis na mesma hifa tecido
▪ Tecido heterocariótico: quando existem mais de dois tipos de núcleo na mesma hifa.
1. Plasmogamia: um núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da célula receptora.
2. Cariogamia: Os núcleos e se fundem para formar um zigoto diplóide.
3. Meiose: O núcleo diplóide origina um núcleo haplóide (esporos sexuais, dos quais alguns podem ser recombinantes
genéticos).
DECOMPOSITORA
Como não podem sintetizar moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas como fazem as plantas, os fungos são
heterotróficos e obtêm energia degradando (saprófagos) material orgânico depositado na natureza e colonizado por eles. Esses
organismos secretam enzimas no substrato onde se encontram e absorvem as moléculas resultantes da ação dessas enzimas.
Com isso, além de obterem nutrientes para seu crescimento também disponibilizam os produtos resultantes da degradação para
ação de outros microrganismos, e por essa razão são os degradadores primários de material orgânico na natureza, participando
ativamente nos ciclos de carbono, nitrogênio e fósforo além de outros nutrientes.
Percebemos como os fungos são importantes para manutenção da vida no planeta se considerar que em uma floresta,
por exemplo, ocorre grande deposição de material vegetal como troncos galhos e folhas. A lignina, celulose e hemicelulose são
moléculas persistentes na natureza e estão presentes no tecido dos vegetais. Sem a atuação dos fungos não seria possível a
reciclagem desse material. Isso porque a lignina, um dos constituintes da parede celular dos vegetais, apresenta grande
estabilidade química e por essa razão apresenta considerável resistência no meio ambiente.
PARASITÁRIA
Podem também parasitar plantas, animais, protozoários e ainda outros fungos. Podemos observar em algumas folhas de
diversas plantas, a ferrugem, ou ainda, o esporo pode desenvolver-se na superfície da folha, penetrando pelo estoma e formando
expansões chamadas de haustórios, através dos quais retira o alimento de que necessita dos citoplasmas vegetais.Nos animais,
são responsáveis pelo aparecimento das micoses.
RELAÇÕES MUTUALISTICAS
Muitos fungos também estabelecem relações simbióticas com outros organismos. Por exemplo, os liquens são
associações simbióticas mutualísticas entre fungos (principalmente ascomicetos e basidiomicetos) e algas verdes ou
cianobactérias. As algas fornecem aos fungos compostos carbônicos ricos em energia, enquanto os fungos fornecem às algas
nutrientes minerais provenientes do ambiente, além de proteção às variações inóspitas do ambiente. Essa relação entre esses
dois simbiontes confere aos liquens a capacidade de viverem em diversos ambientes.
Outra importante associação simbiótica entre fungos e raízes de grande parte das plantas superiores é as *micorrizas.
*MICORRIZAS
conquistarem o ambiente terrestre devem ter sido, na verdade, uma associação, como
algo comparado aos líquens.
Há dois tipos básicos: as endomicorrizas, que penetram nas células da raiz e
as ectomicorrizas, que as circundam.
FARMACOLOGIA
a) Produção de antibióticos:
▪ β-caroteno é utilizado com fonte de provitamina A, sendo possível sua extração a partir de muitos fungos zigomicetos, os
quais produzem esses carotenóides. Como exemplos, destacam-se as espécies Blakeslea trispora, Phycomyces
blakesleeanus, Choanephora cucurbitarum.
▪ Biotina (vitaminas H e B8), é produzida pelos fungos Rhizopus delemar e R. japonicus com grande nível de pureza.
▪ Os ácidos linolêico e linolênico são produzidos por fungos do gênero Mortierella, sendo essenciais para mamíferos.
INDUSTRIAL
a) Fermentação:
▪ Levedura de padeiro ou Saccharomyces cerevisiae, um fungo unicelular, é usado para fazer pão e
outros produtos à base de trigo.São também usadas na produção de bebidas alcoólicas e alcool
combustível ;
▪ Tempeh é um fermentado de soja que a torna mais leve e nutritiva;
▪ Tofu, também chamado de queijo de soja, é preparado a partir da fermentação da soja utilizando-se
outros zigomicetos, como Actinomucor elegans ou outras espécies do gênero Mucor e de Rhizopus;
▪ Produção Certos tipos de queijos (Gênero Penicillium) requerem a inoculação dos coalhos do leite
com espécies de fungos que fornecem um sabor e textura únicos ao queijo, como roquefort,
camemberte e gorgonzola.
b) Espécies comestíveis
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VÍRUS/ MONERA/ PROTOCTISTA/ FUNGI
Diogo Cavalcanti
CONTROLE BIOLÓGICO
Em agricultura, os fungos podem ser úteis se competirem ativamente com microorganismos patogênicos como bactérias
e outros fungos, pelos nutrientes e espaço, segundo o princípio da exclusão competitiva, ou se forem parasitas desses patógenos.
Por exemplo, certas espécies podem ser usadas para eliminar ou suprimir o crescimento de patógenos vegetais, como insetos,
pulgões, ervas daninhas, nemátodos, e outros fungos causadores de doenças em colheitas importantes. Isto gerou um forte
interesse nas aplicações práticas que utilizam fungos como controlo biológico destas pragas agrícolas. Fungos
entomopatogênicos podem ser usados como biopesticidas, pois matam ativamente os insectos. Exemplos de fungos usados como
insecticidas biológicos são Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.
BIORREMEDIAÇÃO
Transformação dos contaminantes em produtos finais inócuos ou na sua mineralização (transformação do composto nos
seus constituintes minerais) além de ser de baixo custo. São muitas as espécies de zigomicetos que são utilizadas em
biorremediação. Ex.: degradar diversas moléculas poluentes como pesticidas clorados (DDT).
MICOSES
As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamados de “tineas” ou tinhas, são infecções causadas por fungos
que atingem a pele, as unhas e os cabelos, e se manifestam pelo aparecimento de lesões de cor avermelhada e descamação. Os
fungos estão em toda parte podendo ser encontrados no solo, em animais e em outros seres humanos.
Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo “pacificamente” conosco, sem causar doença. A existência natural
dos fungos na pele não significa que todas as pessoas terão micose. Para que a doença acometa as pessoas, são necessários
alguns fatores, como uma queda no sistema de defesa do organismo. Com isso, o fungo penetra na pele e, encontrando
condições ideais, se desenvolve. A umidade, o calor e lesões na pele são algumas características que agradam esses agentes
patogênicos, facilitando sua proliferação.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o “alimento” para estes fungos. Quando
encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como: calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos
por longo prazo (alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença.
As micoses podem ser superficiais, onde os fungos ficam na camada externa da pele, ao redor de pêlos ou nas unhas, ou
podem ser profundas, onde os fungos disseminam - se através da circulação sanguínea e linfática. Podem infectar a pele e órgãos
internos, como pulmões, intestinos, ossos ou sistema nervoso.
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