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VÍRUS/ MONERA/ PROTOCTISTA/ FUNGI

Diogo Cavalcanti

VÍRUS

A palavra significa “veneno” em latim; várias definições podem ser formuladas, alguns exemplos:
- Entidade biológica que consiste de um tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA), envolto por capa protéica, às vezes por membrana
de origem celular, e que se multiplica somente em células vivas;
- Agente biológico submicroscópico, parasita intracelular obrigatório que explora a maquinaria biosintética da célula para
reproduzir; genoma formado de DNA ou RNA, progenia formada por montagem de novas partículas, sem sistema de geração de
energia, ácido nucléico envolto por capa protéica, e às vezes, por membrana de origem celular e sem sistema de tradução
protéica.

PRIMEIROS VÍRUS IDENTIFICADOS

▪ Vírus (TMV - tobacco mosaic virus) (1898 Ivanowski) →


▪ Vírus da febre aftosa (1898 Loffel & Frosch);
▪ Vírus da febre amarela (1900 Walter Reed);
▪ Bacteriófagos (1916 Twort).

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ São agentes submicroscópicos que não podem ser


visualizados com microscópio óptico, apenas através de
microscopia eletrônica, pois seu tamanho varia na ordem
de nanômetros;
▪ São acelulares;
▪ Não são classificados em nenhum reino da natureza;
▪ Não possuem metabolismo próprio;
▪ Reprodução e hereditariedade: utilizando a energia e
material bioquímico da célula hospedeira;
▪ Estão sujeitos a mutações e adaptações;
▪ Não possuem atividade quando não estão parasitando;
▪ Podem parasitar animais, vegetais e microorganismos.
▪ São parasitas específicos;
▪ Endoparasitas obrigatórios.

CULTIVO DE VÍRUS

▪ Dificultado pelo fato dele só se multiplicar no interior de células;


▪ É acompanhado através de alterações que causam nas células (detectadas
com facilidade no microscópio óptico) → Efeito Citopático;
▪ Cultivo nos Vegetais: protoplastos de células foliares obtido pela digestão da
parede celular com pectinase ou celulase (ausência de parede facilita a
infecção);
▪ Cultivo nos animais: embriões de Galina – anexos embrionários (cavidade
alantóide, na cavidade amniótica e no saco vitelínico) e rins de primatas – como
é o caso do vírus da poliomielite e do rotavírus.

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ESTRUTURA VIRAL

Fique Ligado!

Vírus com DNA e RNA?!

O genoma dos vírus pode ser constituído por ácido desoxirribonucléico (DNA) ou por ácido ribonucléico (RNA), o que
leva a classificá-los em vírus de DNA e vírus de RNA. Hoje sabemos que uns poucos vírus de DNA, como o citomegalovírus e
o vírus da hepatite B, podem iniciar a síntese de moléculas de RNA enquanto ainda estão se formando, de modo que a
partícula viral contém os dois tipos de ácidos nucléicos. Apesar disso, eles continuam a ser considerados vírus de DNA, pois
esse é o ácido nucléico básico de seu genoma. As partículas virais geralmente contêm apenas um tipo de ácido nucléico,
DNA ou RNA.

ESPECIFICIDADE VIRAL

Receptores/Sítios de ligação (estão presentes na célula) e Ligantes (presentes no vírus).

GENETERAPIA (TERAPIA GÊNICA)

Médicos e biólogos moleculares perceberam que vírus como esses podiam


ser usados como veículos para levar genes 'bons' ao interior de células humanas.
Primeiro, um cientista remove os genes causadores de doença do vírus. Então,
substitui-se esses genes com genes que produzem o efeito desejado (por exemplo,
produção de insulina). Esse procedimento precisa ser feito de maneira a não se
retirar os genes que dão ao vírus a capacidade de inserir seus genes no genoma do
hospedeiro. Para tanto, é necessário profundo conhecimento sobre os genes do
vírus e suas funções.

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É BOM SABER...

Origem e Evolução dos Vírus

Várias hipóteses têm sido levantadas para a origem dos vírus, entretanto ainda não há um consenso visto que o tema
envolve a origem da própria vida, ou a origem das moléculas que deram origem aos organismos vivos (DNA e RNA); portanto
são hipóteses de origem dos vírus são ainda especulativas, difíceis de serem comprovadas. São elas:

1. Teriam sido originalmente pedaços de RNA que adquiriram capacidade replicativa e que teriam antecedido a célula
(“RNA World”);
2. Teriam se originado da alteração de estruturas celulares normais (mRNAs, plasmídeos, transposons, etc);
3. Teriam se originado da célula, como subprodutos celulares, que adquiriram a capacidade de entrar e sair de células
hospedeiras.

A falta de “fósseis” de vírus e a habilidade que estes possuem de mutarem muito rapidamente, devido ao seu genoma
reduzido, dificulta o estudo da origem dos vírus.

MORFOLOGIA VIRAL

É estudada através de técnicas de difração de Raios-X e microscopia eletrônica de


preparados sombreados ou corados negativamente. Podem exibir simetria Helicoidal ou
Icosaédrica ou Complexa.

MORFOLOGIA HELICOIDAL OU TUBULAR


Os capsômeros organizam-se segundo simetria do tipo helicoidal (vírus do mosaico do
tabaco, da batata, vírus da influenza e caxumba), dispondo-se o ácido nucléico na parte interna
das unidades protéicas, associado às mesmas.

MORFOLOGIA ICOSAÉDRICA
Os capsômeros organizam-se em icosaédricos (20 faces triangulares equiláteras, 12
vértices, e 30 arestas). Ex.: poliemielite, adenovírus, herpesvírus.

MORFOLOGIA COMPLEXA
Geralmente possuem envelope e são pleomórficos, pois o envelope não é rígido. Ex.:
Esféricos (arbovírus; arboencefalites), paralelepípedos (poxvírus; varíola), da raiva e os
bacteriófagos.

GENOMA VIRAL

Os vírus contêm único tipo de genoma, DNA ou RNA,


codificando informações genéticas necessárias à replicação viral.
O genoma RNA ou DNA será de filamento único ou duplo, e esta
propriedade, tipo de ácido nucléico e peso molecular são
utilizados para classificação viral em famílias. A sequência e
composição dos nucleotídeos de cada ácido nucléico viral são
distintas.
Os vírus de RNA de cadeia simples podem ser divididos
em três tipos básicos, conhecidos como: vírus de cadeia +
(positiva), vírus de cadeia – (negativa) e retrovírus.

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CICLO DE VIDA VIRAL

O vírus é considerado um endoparasita obrigatório, devido a sua ausência de um sistema enzimático que permita
multiplicação autônoma, assim, a multiplicação viral ocorre somente em células. A célula hospedeira deve fornecer energia e
mecanismos de síntese, assim como precursores de baixo peso molecular (aminoácidos e nucleotídeos) para síntese de proteínas
e ácidos nucléicos virais. O ácido nucléico viral é responsável pela especificidade genética na codificação organizada de
macromoléculas virais. Na formação da progênie viral, os produtos são sintetizados separadamente, para depois se organizarem,
formando a partícula viral infecciosa.
As principais etapas na replicação viral são as mesmas para todos os vírus. A célula atua como fábrica, fornecendo
substratos, energia e maquinaria necessária para síntese de proteínas virais e replicação pelo genoma. Processos não-fornecidos
pela célula devem ser codificados pelo genoma do vírus.
Embora os vírus sejam diferentes no número de genes que contém, o genoma viral deve codificar para três tipos de
funções que são expressas pelas proteínas que sintetizam. Estas funções são:

▪ Alterar a estrutura e/ou função da célula infectada;


▪ Promover a replicação do genoma viral;
▪ Promover a formação de partículas virais.

A infecção viral leva à produção de centenas ou milhares de novas partículas virais por célula infectada. A essência deste
tipo de multiplicação viral é dupla: replicação do ácido nucléico viral e produção de capsídeos para conter esse ácido nucléico.

ETAPAS DO CICLO DE VIDA VIRAL

1. ADSORÇÃO

Ocorrem pela presença de receptores celulares, em geral de natureza glicoprotéica, e estruturas existentes na superfície
viral (proteínas de ligação do capsídeo ou envoltório viral, espículas ou fibras).
A adsorção consiste na ligação específica da glicoproteína viral ao receptor celular da célula hospedeira. Esta interação
ocorre através de reconhecimento mútuo, que formam pontes eletrostáticas entre as proteínas interatuantes. Para isto, os vírions
devem colidir ao acaso com sítios na superfície celular e, aproximadamente uma em cada 10 3 ou 104 colisões, levam à união
complementar entre sítio celular (receptor) e proteína viral (anti-receptor).

2. PENETRAÇÃO
Ocorre penetração do genoma viral na celula hospedeira.

Tipos de penetração viral

Os mecanismos de penetração dependem da estrutura do vírion e do tipo de célula afetada. Existem quatro mecanismos
básicos pelos quais os vírus podem penetrar nas células:

▪ Penetração por injeção: típico de bacteriófagos, onde só ocorre


a penetração do genoma viral.

▪ Penetração por endocitose: este processo é semelhante à fagocitose; os vírus, após sua ligação ao receptor, são
englobados pela membrana plasmática, ficando no interior de vesículas nas células. Estas vesículas podem se fundir com os
endossomos, para posterior digestão do capsídeo viral, liberando o ácido nucléico.

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▪ Penetração por fusão: ocorre para


vírus envelopados, sendo o resultado
do processo de fusão do envelope viral
com a membrana celular, liberando o
nucleocapsídeo no interior da célula.

▪ Penetração por viropexia (translocação): outro processo, que foi observado,


especialmente com o poliovírus (poliomielite), envolve a passagem do vírus através da
membrana celular, sem presença do mecanismo de endocitose. Após ligação do
poliovírus ao receptor, uma das proteínas do capsídeo é liberada, expondo resíduos
hidrofóbicos, que normalmente estão no interior do vírus. A interação destes resíduos
com a membrana pode gerar o aparecimento de poros, através do qual o RNA viral é
introduzido no citoplasma da célula.

É BOM SABER...

Como ocorre a penetração viral pela parede celular?!

Em microorganismos isso pode ser mediado por ação de enzimas que digerem a parede celular da célula
hospedeira, como o bacteriófago, por exemplo, que libera lisozima para degradação da parede celular bacteriana. Já, nas
células vegetais, a penetração dos vírus pode ser feita pelo mesmo processo ou através de vetores, que colocam os vírus
diretamente dentro delas.

3. DESNUDAÇÃO (DESNUDAMENTO)

Consiste na remoção do capsídeo com exposição do genoma viral e só ocorre quando o vírion penetra inteiro na célula,
geralmente na forma de complexo nucleoprotéico. A desagregação das subunidades protéicas do capsídeo pode ocorrer
espontaneamente ou por ação de enzimas digestivas dos lisossomos celulares. Após o desnudamento, o vírion deixa de existir
como entidade infecciosa.

Fique ligado!

Vírus que replicam seu material genético no núcleo da célula hospedeira

Para os vírus replicados no núcleo, por exemplo, herpesvírus, o genoma, frequentemente associado à
nucleoproteína, deve ser transportado através da membrana nuclear. Nas células infectadas com herpes, o capsídeo é
transportado ao longo do citoesqueleto, desde o sítio de entrada até o poro nuclear. Neste momento, o DNA viral é
liberado no interior do núcleo. O capsídeo vazio se desintegra. Ocorre dissolução do envoltório protéico da partícula viral
pela ação de enzimas celulares liberadas pelos lisossomos, com exposição do ácido nucléico viral.

4. REPLICAÇÃO E BIOSSÍNTESE

4.1. TRANSCRIÇÃO
Mecanismo pelo qual a informação específica codificada na cadeia de ácido nucléico, é transferida para o RNA mensageiro
(RNAm). Essa fase é caracterizada pela síntese de RNAm. Nesse ponto ocorre uma variação no que se refere ao tipo de ácido
nucléico viral.

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4.2. TRADUÇÃO
O processo de tradução do RNAm viral pode ocorrer no citoplasma ou no núcleo. Ácidos nucléicos virais são poligênicos, isto
é, codificam para muitas proteínas. As proteínas virais são sintetizadas em uma ordem temporal. Em geral, as primeiras proteínas
sintetizadas são não-estruturais (são enzimas que participam da multiplicação viral, especialmente na síntese do ácido nucléico
viral, não sendo incorporadas à partícula viral). Estas proteínas precoces são, em geral, enzimas que atuam na própria transcrição
e replicação do ácido nucléico viral ou fatores que atuam sobre o metabolismo celular, modificando-o para favorecer a síntese de
componentes virais. Em fase posterior ou tardia, são sintetizadas as proteínas estruturais, que formam a partícula viral, fazendo
parte do capsídeo, assim como do envoltório viral.

4.3. REPLICAÇÃO
A replicação se refere à formação, a partir do genoma viral, de novos genomas que serão associados às proteínas virais.
Pode ocorrer no citoplasma ou no núcleo, Na maioria dos vírus, a replicação do genoma é mediada por enzimas codificadas pelo
genoma viral. Estas enzimas virais, produzidas na célula hospedeira durante a síntese precoce, são mais eficientes que as
enzimas celulares na replicação do genoma viral.

5. MATURAÇÃO (MONTAGEM)
Após terem sido sintetizados, as proteínas e o ácido nucléico viral têm de ser reunidos para formar partículas virais maduras,
processo geralmente chamado de maturação viral.

6. LIBERAÇÃO
A maioria dos vírus não pode coexistir indefinidamente com as células onde se multiplica; a célula pode morrer ou
simplesmente cessar de suprir todos os fatores para a continuação da multiplicação viral. Os vírus devem se disseminar de uma
célula para outra. Para tanto, a partícula infecciosa deve deixar a célula na qual houve a maturação e penetrar numa célula não
infectada.
Alguns vírus são liberados por lise da célula hospedeira. Em casos extremos, a célula se rompe, liberando partículas
virais e outros componentes celulares para o meio. Este é o final característico do tipo lítico de infecção de bactérias por fagos
virulentos.
Os vírus envelopados adquirem envelope
durante brotamento através da membrana celular.
Proteínas virais específicas do envelope são
sintetizadas durante a fase tardia de síntese protéica
e são inseridas na membrana celular. O
nucleocapsídeo se associa com a superfície interior
da membrana plasmática alterada, já contendo
proteínas virais. Durante a saída do nucleocapsídeo
da célula, a partícula viral é envelopada por esta
membrana alterada: este processo é chamado
brotamento. Aparentemente, a membrana celular é
rapidamente reparada em uma célula viável e pode
suportar a saída de centenas de partículas virais.
Alguns vírus que se replicam no núcleo, como os
herpesvirus, brotam através da membrana nuclear,
adquirindo assim o envelope. Já envelopados, os
vírus acumulam-se no espaço entre a lamela interna e
externa da membrana nuclear, nas cisternas do
retículo endoplasmático e em vesículas, sendo
levados para a superfície celular, protegidos do
contato com o citoplasma.
A quantidade de partículas virais liberadas
por célula varia com o tipo de vírus, com o tipo de
célula e com as condições de crescimento.

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DIVERSIDADE DO CICLO REPRODUTIVO VIRAL

CICLO REPRODUTIVO DO BACTERIÓFAGO (FAGO)

A) CICLO LÍTICO
O vírus, após a interação com o receptor bacteriano (adsorção) injeta seu genoma no
hialoplasma da bacteria (penetração) onde irá comandar a replicação de seu material genético e
a produção de proteinas (replicação e biossíntese) para que ocorra a montagem (maturação) de
novos vírus.

As enzimas do fago inibem a atividade celular da bactéria de forma que o vírus


passa a ter o comando das atividades celulares. Após a montagem, ocorre morte
da bacteria parasitada por conta da lise resultante da atividade do bacteriófago.
Assim, vários novos bacteriofagos são liberados e irão procurar outras bacterias
para infectar.

B) CICLO LISOGÊNICO
Ocorre a adsorção, a penetração e o desnudamento. Após isso, o material
genético viral irá acoplar-se, com ajuda das enzimas da celula hospedeira, ao
genoma da celula hospedeira, formando assim, uma estrutura chamada de
provírus. O próvirus, quando falamos em bacteriófago, pode ser chamado de
profago. Assim, a celula hospedeira mantem seu metabolismo normal, pois o vírus
estara interferindo no metabolismo da celula hospedeira. O benefício deste ciclo é
o fato do genoma viral poder ser duplicado com o genoma da celula hospedeira,
sem gerar nenhum custo para o vírus. Contudo, pode acontecer algum evento que
estimule o genoma viral a tornar-se virulento, passando então a ocorrer o ciclo
lítico. Este evento é chamado de indução e pode ser causado por vários fatores,
sendo os mais comuns, alteração hormonal, radiação e presença de outros virus.

Fique ligado!

▪ PROVÍRUS: é o ácido nucléico viral em estado de latência, integrado ao cromossomo da célula hospedeira. Assim,
duplica-se junto com o DNA do hospedeiro, sendo transmitido às células-filhas;
▪ PROFAGO: nome do provírus quando estamos analisando o ciclo reprodutivo do bacteriófago
▪ EPISSOMO: é um termo usado para designar qualquer molécula de DNA com capacidade replicativa que se encontra
livre dentro de uma célula, ou seja, não associado fisicamente ao seu genoma.
▪ VÍRUS TEMPERADOS: são aqueles capazes de se manter inativos na célula hospedeira, como provírus ou
como epissomo.

CICLO REPRODUTIVO DO INFLUENZAVIRUS

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CICLO REPRODUTIVO DO HIV

REINO MONERA

Neste Reino estão agrupados todos os seres procariontes representados


por linhagens distintas: Bacteria e Archaea. Em termos moleculares, estes dois
grupos, embora procariontes sejam tão distintos um do outro, do ponto de vista
evolutivo, quanto são dos seres eucariontes (Eukarya).
De todos os microorganismos, os procariontes são os mais simples
estruturalmente, os menores fisicamente e os mais abundantes da natureza.
Embora individualmente sejam microscopicamente pequenos, estima-se que o peso
total dos procariontes no mundo seja maior que o de todos os outros organismos
vivos somados. No mar, por exemplo, estima-se que perfaçam 90% ou mais do
peso total de organismos vivos.
Os procariontes são, em termos evolutivos, os mais antigos microorganismos da Terra. Os fósseis mais antigos
conhecidos são procariontes em forma de cadeia, encontrados em rochas no Oeste da Austrália, com aproximadamente 3,5
bilhões de anos. Contudo, embora alguns procariontes de hoje lembrem, fenotipicamente, esses antigos microorganismos,
nenhum dos procariontes que vivem atualmente são primitivos. Ao contrário, são microorganismos modernos que tiveram sucesso
em se adaptar a seus ambientes particulares.
Podem ser encontrados em ambientes que não permitem outra forma de vida. Eles ocorrem desde a Antártica, passando
pelas profundezas escuras do oceano, na água de fontes termais naturais até nas águas superaquecidas encontradas próximas à
fendas no fundo do oceano.
Logo, os procariontes são considerados as formas de vida mais bem sucedidas da Terra. Esse sucesso é devido à sua
grande diversidade metabólica e rápida divisão celular.

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BACTÉRIA

ESTRUTURA BACTERIANA

NUCLEÓIDE
Região (não-membranosa) do
citoplasma onde encontramos o material
genético bacteriano. Define sua principal
característica pelo fato de não possuir um
núcleo organizado (envolto pela membrana
nuclear ou carioteca).

GENOMA
Encontra-se no nucleóide e localiza-
se, na maioria das vezes, nas proximidades
ou até mesmo ligado à membrana
plasmática. Seu DNA é formado por duas
cadeias dispostas em hélice de forma
circular associadas a proteínas não -
histônicas.

PLASMÍDEOS
Pedaços menores de DNA extra-cromossomial, também circulares, localizados fora do
nucleóide. Podem ou não estar presentes, conferindo novas características às bactérias que os
possuem. São bem menores que os cromossomos e possui genes para a própria replicação
(independente do genoma bacteriano) e genes que influenciam favoravelmente a bactéria,
como a presença de pili (utilizada na conjugação bacteriana) e degradação de substâncias
tóxicas (Ex.: petróleo, neutralizando metais pesados e resistência a antibióticos). Contudo, não
é essencial a vida da bactéria. Os plasmídeos geralmente encontra-se em copias múltiplas, o
que aumenta muito a eficiência dos genes neles contidos.

Fique ligado!

Plasmídeos

Em uma única célula podemos encontrar vários tipos diferentes de plasmídeos. A Escherichia coli, por exemplo, tem até
sete plasmídeos. Contudo, há casos em que dois deles podem ser incompatíveis, assim, sua interação resulta na destruição
de um deles. Dentre os diferentes tipos, temos:

▪ Plasmídeo F: permite trocas genéticas por conjugação entre bactérias. Bactéria com plasmídeo F faz ponte
citoplasmática (fimbria sexual ou pili ou pelo sexual) com outra bactéria e passa uma cópia do plasmídeo. Alguns até se
integram ao cromossomo, mas isto é muito raro.
▪ Plasmídeo R: possui genes que promovem resistência a antimicrobianos.
▪ Col-plasmídeos: contém genes que codificam (determinam a produção) proteínas que podem matar outras bactérias;
▪ Plasmídeos degradativos: contém genes que permitem a digestão de substâncias pouco habituais, como o ácido
salicílico;
▪ Plasmídeos de virulência: contém genes que transformam a bactéria num agente patogênico.

Os plasmídeos que existem em cópia única em cada bactéria correm o risco de, após uma bipartição, desaparecer numa
das bactérias filhas. Para se assegurarem de que a célula tem "interesse" em manter uma cópia do plasmídeo em cada uma
das células filhas, alguns plasmídeos incluem um "sistema viciante": produzem tanto um veneno de longa vida como um
seu antídoto de vida curta. Logo, a célula que mantiver uma cópia do plasmídeo irá sobreviver, ao passo que a célula que não
o possuir morrerá em breve por falta do antídoto.

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CITOPLASMA
É preenchido pelo hialoplasma, um líquido com consistência de gel, semelhante ao dos eucariotas, com sais, glicose e
outros açúcares, RNA, proteínas funcionais e várias outras moléculas orgânicas.

RIBOSSOMOS
Encontram-se livres pelo hialoplasma ou associados ao RNAm formando os polirribossomos. São molecularmente
menores que os ribossomos das células eucarióticas: subunidades 30S e 50S.

GRÂNULOS DE RESERVA (INCLUSÕES CITOPLASMÁTICAS)


Material de reserva em grânulos osmoticamente inertes, não envolvidos por membranas. Podem ser observados por
microscopia óptica, utilizando colorações especificas. Ex.: polímeros de ácido poli-β- hidroxibutírico e glicogênio.

Fique ligado!

O peptideoglicano é uma apomorfia que diferencia as espécies de Bactéria de espécies de Archaea.


MEMBRANA PLASMÁTICA
Formada por uma bicamada lipídica intercalada por proteínas, similar a das células eucarióticas. Contudo, não existe
colesterol em sua composição. Nos procariontes aeróbios, a membrana plasmática, incorpora a cadeia transportadora de elétrons
encontrada na membrana mitocondrial das células eucarióticas, assim como, nas bactérias fotossintetizantes, os sítios da
fotossíntese encontram-se na membrana plasmática. Este fato reforça a teoria endossimbiótica. Além disso, as membranas
aparentemente contem sítios de ligações específicos para moléculas de DNA, permitindo a separação do cromossomo replicado
durante a divisão celular.

MESOSSOMO
Invaginações da membrana plasmática, que aumentam à superfície de contato e também o número de moléculas que
participam de processos funcionais importantes, como a respiração. Participam da separação dos cromossomos durante a divisão
celular.

PAREDE CELULAR

▪ Todas as bactérias, exceto os micoplasmas, apresentam parede celular. Apresentam-se:


▪ Rígida ou flexível (minoria): importante para manter a forma da bactéria pela ausência de citoesqueleto;
▪ Permeável: importante para a nutrição da célula e eliminação de moléculas diversas produzidas pela bactéria.
▪ Compostas por polímeros complexos = *peptideoglicanos: primariamente responsáveis pela força mecânica da parede
celular;
▪ Possibilita a sobrevivência e multiplicação em meio hipotônico.
▪ Contem moléculas antigênicas (capazes de provocar uma resposta imunológica e de reagir com os seus respectivos
anticorpos) que podem ser utilizados para identificação das bactérias.

*Bioquímica da parede celular bacteriana: peptidoglicano, por vezes denominado mureína (ou mucopeptídeo), é um
heteropolissacarídeo ligado a peptídeos. É formado por dois tipos de açúcares (o ácido N-acetilmurâmico e a N-acetilglucosamina)
e alguns aminoácidos.

Fique ligado!

Fatores que inibem e/ou destroem o peptideoglicano

As ligações glicosídicas entre o ácido N- acetilmurâmico e a N-acetilglucosamina na cadeia de glicano podem ser
rompidas pela ação da lisozima, levando a bactéria à morte. Nas células Gram positivas, o tratamento com lisozima origina
protoplastos (células sem parede celular), enquanto nas Gram negativas, a lisozima origina esferoplastos (células com
resquícios de parede celular). A lisozima é encontrada em diversas secreções tais como lágrima, saliva ou colostro. Podemos
encontrar também em vírus bacteriófagos.
Diversos antibióticos previnem a disseminação bacteriana ao inibir etapas da síntese do peptideoglicano. Outros
aproveitam de sua constituição química, pois o peptideoglicano é o único composto orgânico conhecido que contém D-
aminoácidos e, por isso, é o alvo de numerosos antibacterianos, como a penicilina, que inibe as enzimas transpeptidase e
carboxipeptidase, responsáveis pela sua síntese.

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CÁPSULA
Também chamada de glicocálice, está presente em muitas bactérias, tanto as Gram negativas quanto as Gram positivas.
É composta por substâncias mucilaginosas ou gelatinosas que são secretadas na superfície de suas paredes celulares.
Desempenha várias funções importantes para a bactéria: confere resistência a bactérias patogênicas contra a fagocitose das
células do sistema imunológico, possuem receptores que se ligam a tecidos específicos do organismo e confere proteção contra a
dessecação.

FLAGELOS

Presente em algumas bactérias é formado por polímeros de uma proteína


chamada de flagelina, que estão dispostas em cadeias com um corpo central oco.
Assim, os flagelos crescem pela extremidade, onde as moléculas de flagelina
formadas na célula passam por este orifício central e são acrescentadas na
extremidade mais distante das cadeias. Podem ser encontrados distribuídos sobre
toda a superfície celular ou em tufos em uma das extremidades da célula.
Na base do flagelo existe uma dilatação, principal responsável pela sua
rotação, sendo encontrado imerso na parede e na membrana plasmática da célula
bacteriana. O flagelo pode girar num sentido algum tempo e, em seguida, girar sentido
contrário, alterando a direção do movimento bacteriano.

É BOM SABER...

Não há indícios de que o ATP participe do movimento flagelar.


Os dados disponíveis sugerem que a energia é fornecida por um fluxo de
prótons causado por um gradiente de concentrações originado pelo
metabolismo da célula. O motor transporta prótons através da membrana,
sendo activado nesse processo e é capaz de operar a 6000 a 17.000 rpm
mas, com o filamento normalmente atinge apenas 200 a 1000 rpm.

É BOM SABER...

Movimentação por meio de deslizamento

Muitos procariotos são móveis, apesar de não possuírem flagelos. Em cianobactérias, à medida que as células
deslizam, secretam um polissacarídeo limoso em sua superfície externa. Aparentemente, este polissacarídeo estabelece o
contato entre a superfície celular e a superfície sólida, contra a qual a célula desliza. À medida que o polissacarídeo limoso
excretado se adere à superfície, a célula é gradativamente puxada. Esta hipótese é sustentada pela observação de poros
excretores de compostos limosos na superfície de várias cianobactérias filamentosas.
Em Flavobacterium johnsoniae, provavelmente o mecanismo de deslizamento envolve a movimentação de proteínas
na superfície celular. De acordo com este modelo, proteínas específicas de motilidade, ancoradas nas membranas
citoplasmáticas e externas, parecem propelir a célula para frente.

FÍMBRIAS

Possuem a mesma composição e formação dos flagelos. Contudo, são menores, mais
finos, rígidos e mais numerosos que os flagelos e não estão associados a locomoção. Há duas
classes de fimbrias:

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▪ Fímbrias comuns: promovem a aderência das bactérias para prender o microorganismo à fonte de alimento ou às células
eucariontes agredidas, tendo assim relevante papel na patogenicidade (capacidade de produzir doenças).

▪ Fímbrias sexuais ou pilus F (pili): mais longas, sendo responsáveis pelo processo de conjugação bacteriana. A pili
encontra-se presente em bactérias doadoras (material genético), enquanto as células receptoras possuem em sua superfície,
macromoléculas que facilitam a fixação da pili.

TÉCNICA DE GRAM

A técnica de Gram ou coloração de Gram é uma técnica de coloração de preparações histológicas para observação ao
microscópio óptico, utilizada para corar diferencialmente microorganismos com base na composição química e integridade da sua
parede celular. Consoante a cor que adquirem, são classificados em Gram positivos (roxo) ou Gram negativos (vermelho/rósea).
Tal método se deve ao médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram (1853-1938).
As bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos de acordo com a capacidade de suas paredes celulares
fixarem o corante violeta cristal.

BACTERIAS GRAM POSITIVAS

Após a aplicação do corante pelo método de Gram, ficam coradas em roxo. Cerca de 90% da parede celular é composta
pelo peptideoglicano. O restante da parede é composto essencialmente por ácido teicóico.

BACTERIAS GRAM NEGATIVAS

Não retém a coloração roxa. Para facilitar sua visualização ao microscópio elas são geralmente coradas em vermelho com
safranina ou fucsina, que não altera a cor roxa das Gram positivas. Nas bactérias Gram negativas, apenas cerca de 10% da
parede corresponde ao peptideoglicano. Apresentam uma “membrana externa” que corresponde a uma segunda bicamada lipídica
(semelhante à membrana plasmática), localizada acima do peptideoglicano, contendo fosfolipídios, lipoproteínas, proteínas e
também lipopolissacarídeos. Quando comparada à membrana citoplasmática, a membrana externa exibe maior permeabilidade a
pequenas moléculas, tais como glicose ou outros monossacarídeos.
Sua face interna geralmente é rica em pequenas lipoproteínas, denominadas lipoproteínas de Braun, que se ligam
covalentemente ao peptideoglicano, ancorando firmemente a membrana externa à camada de peptideoglicano.
Estudos indicam que a membrana externa e a membrana citoplasmática mantém contato em algumas discretas regiões
celulares, denominadas sítios de adesão. Acredita-se que estas regiões de junção podem conferir maior rigidez à parede celular
das bactérias Gram
negativas, além de fixar
melhor a membrana
externa, não a deixando
frouxa, associada somente
ao peptideoglicano. Os
sítios de adesão foram
também denominados
junções de Bayer e
acredita-se que possam ser
importantes locais de
passagem de compostos
citoplasmáticos, seja
componentes envolvidos na

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síntese da membrana externa ou diferentes nutrientes. A face externa da membrana externa é rica em lipopolissacarídeos (LPS),
inexistente na membrana citoplasmática. Estes componentes são também denominados de endotoxina, uma vez que provocam
febre, choque e eventualmente morte, quando injetados em animais. A membrana externa apresenta um grupo especializado de
proteínas, denominadas genericamente de porinas, que atuam como canais para a passagem de pequenas moléculas hidrofílicas,
participando assim do processo de nutrição. As porinas podem ser específicas, contendo sítios de ligação para 1 ou mais
substratos, ou inespecíficas, compondo canais aquosos. Uma característica marcante do grupo é que a “membrana externa” serve
de barreira protetora para a bactéria tornando-as mais resistentes enzimas e antibióticos quando comparada com as bactérias
Gram positivas.

MORFOLOGIA BACTERIANA

A ampla diversidade de formas serve como um dos critérios para sua identificação. Podemos destacar as principais
categorias de formas:

▪ Bacilos ou bastonetes: forma cilíndrica (bastão);


▪ Cocos: forma esférica;

▪ Espirila: forma longa e curva ou espiralada. Podem ser subdivididos:


a) Espirilos: espiral (helicoidal) ondulado.
b) Espiroqueta: espiralado (helicoidal) de maneira acentuada.

▪ Vibriões: forma de vírgula ou rim.

Em muitos procariontes as células ficam unidas, formado associações


chamadas de colônias. Ex.: estafilococos.

REPRODUÇÃO BACTERIANA

As bactérias podem se reproduzir de forma assexuada ou por recombinação gênica.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA

▪ Fissão binária (Bipartição ou Cissiparidade)

RECOMBINAÇÃO GÊNICA
Fique ligado!
▪ Transformação
Transposons

Pedaços lineares pequenos de DNA que se


movem de um sítio para outro no DNA celular ou entre o
DNA de bactérias, de plasmídeos e de bacteriófagos. São
denominados de "genes saltadores". Não são capazes de
se duplicar independentemente. Codificam enzimas
relacionadas à resistência a drogas e podem causar
mutações.

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▪ Transdução

▪ Conjugação:

ENDÓSPOROS

Formação de estados latentes (endósporos) por um processo chamado de esporulação que algumas bactérias têm
capacidade de adquirir quando o ambiente encontra-se desfavorável para seu desenvolvimento (falta de nutrientes, altas ou
baixas temperaturas e dessecação). Têm sido bastante observado em bactérias dos gêneros Bacillus e Clostridium.
A formação de endósporos aumenta bastante a sobrevivência das bactérias. Ex.: foram descobertos endósporos
preservados no intestino de uma abelha extinta mantida em âmbar a uma idade aproximada de 40 milhões de anos.
Basicamente, os esporos são células cujo citoplasma contém pouquíssima água, e por isso, praticamente não tem
atividade metabólica, estão circundados por um envoltório* e não se reproduzem. Quando as condições ambientais tornarem
favoráveis, ocorrerá a germinação do esporo (degradação do envoltório, absorção de água e síntese de compostos orgânicos).

*Peptideoglicano, dipicolinato de sódio e cisteína.

METABOLISMO BACTERIANO

A) BACTÉRIAS AUTÓTROFAS

Não dependem da absorção de compostos orgânicos do meio para manutenção do seu metabolismo, pois, a partir de
compostos simples conseguem produzir moléculas orgânicas mais complexas. Dividimos essa bactérias em dois grupos usando
como critério a origem da fonte de energia utilizada para realizar a sua síntese: bactérias fotoautotróficas e bactérias
quimioautotróficas.

1.A) BACTERIAS FOTOAUTOTRÓFICAS

Ocorre produção de compostos orgânicos a partir da energia luminosa.


Podemos distinguir dois grupos que diferenciam quanto ao tipo de fotossíntese que
realizam:

▪ Proclorófitas e cianobactérias: realizam um processo fotossintético semelhante ao das algas e vegetal. Ocorre na clorofila.

▪ Sulfobactérias ou tiobactérias: realizam um tipo de fotossíntese em que a substância doadora de hidrogênio não é a água,
mas compostos de enxofre, principalmente o gás sulfídrico (H 2S). Logo, essas bactérias produzem enxofre elementar (S)
como subproduto da fotossíntese, e não o gás oxigênio, como na fotossíntese que utiliza água.

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2.A) BACTÉRIAS QUIMIOAUTOTRÓFICAS

Aproveitam a energia proveniente de reações


químicas de oxidação de compostos inorgânicos reduzidos
de origem nitrosa, ferrosa ou sulfurosa para produzir
compostos orgânicos.

Exemplos: Nitrosomonas (oxidação de amônia a nitrito) e

Nitrobacter (oxidação de nitrito a nitrato).

B) BACTÉRIAS HETERÓTROFAS

Representam o maior grupo de bactérias e obtém seus compostos orgânicos a partir de fontes externas, pois, não
realizam reações que possam sintetizá-los. Assim, podemos classificar essas bactérias de acordo com a fonte das substâncias
que lhe servem de alimento:

▪ Saprófagas: alimentam-se a partir de matéria orgânica sem vida, como cadáveres ou porções descartadas por outros seres
vivos.Possui fundamental papel ecologico como seres decompositores, juntamente com os fungos, compondo o maior número
de espécies de bactérias.

▪ Parasitas: alimentam-se a partir de tecidos corporais de seres vivos e podem ser patogênicas (bacterioses).

Vamos analisar os processos que permitem as bactérias retirarem a energia dessas fontes de alimentos, INDEPENDENTE
SE ELES À PRODUZIRAM OU CONSUMIRAM DO MEIO AMBIENTE, são: respiração celular e fermentação.

1.B) RESPIRAÇÃO CELULAR

Conjunto de reações químicas por meio das quais uma molécula orgânica é degradada a compostos inorgânicos,
liberando toda a energia utilizável nela contida armazenando-a em moléculas de ATP. Podem ser classificadas em:

1.B.1) Respiração aeróbia: processo biológico de obtenção de energia em que as células degradam moléculas orgânicas na
presença de oxigênio.

1.B.2) Respiração anaeróbia: processo biológico de obtenção de energia semelhante a respiração aeróbia, mas difere desta por
não utilizar o gás oxigênio e sim substâncias inorgânicas, como nitratos ou sulfatos.

Tipos de bactérias que realizam a respiração anaeróbia:

1.B.2.1) Facultativa: vivem na presença ou ausência de oxigênio. Estando na presença deste gás, fazem a respiração aeróbia,
estando na ausência, fazem respiração anaeróbia ou fermentação*.

Ex.: bactérias denitrificantes: utilizam compostos nitrogenados como nitratos, nitritos, e matéria orgânica nitrogenada, extraindo o
N2 que é devolvido à atmosfera (processo contrário ao realizado pelas bactérias nitrificantes, que são quimiossintetizantes).
Ex.:Pseudomonas denitrificans

1.B.2.2) Obrigatório (ou estritos): Morrem em contato com o oxigênio. Ex.: Clostridium tetani.

2.B) FERMENTAÇÃO

Processo biológico em que ocorre a quebra das moléculas orgânicas de forma incompleta, com liberação menor de
energia, comparada com a respiração. Tipos de fermentação:

2.B.1) Fermentação alcoólica: fermentam açúcares produzindo álcool etílico e gás carbônico:
Glicose (6C) --> 2 etanol (2C) + 2CO2 + energia

2.B.2) Fermentação láctica: os lactobacilos fermentam a lactose (açúcar do leite) produzindo ácido láctico:
Glicose (6C) --> 2 ácido lático (3C) + energia

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2.B.3) Fermentação acética: as acetobactérias fazem fermentação acética, em que o produto final é o ácido acético. Elas
provocam o azedamento do vinho e dos sucos de frutas, sendo responsáveis pela produção de vinagre:
Glicose (6C) --> 2 ácido acético (2C) + energia

2.B.4) Fermentação ácida ou butírica: algumas bactérias fermentam gorduras produzindo ácido butírico. São responsáveis pelo
gosto rançoso da manteiga.

PRINCIPAIS BACTÉRIAS

As bactérias compreendem um grupo diverso de


microorganismos. Na análise filogenética, empregando o
sequenciamento de RNA ribossômico, revela que há doze principais
linhagens de bactérias. Contudo, as bactérias aqui selecionadas para
referência individual são aquelas que consideramos de particular
importância evolutiva e ecológica.

CIANOBACTÉRIAS

▪ Características:
São fotossintetizantes;
Antigamente chamadas de algas azuis ou algas cianofíceas.
Pode ser dourada, amarelas, marrom, vermelho, verde, azul,
violeta e preta;
Movimentam-se por deslizamento;
Podem crescer em situações extremamente inóspitas, desde águas de fontes terminais até
lagos gelados da Antártica. Contudo, Não resistem à ambientes ácidos;
Muitos gêneros podem fixar o gás nitrogênio, convertendo-o em amônia;
As cianobactérias aquáticas podem fazer parte do plâncton marinho;
Florações: formam uma massa na superfície aquática secretando substâncias tóxicas
para outros microorganismos;
Acinetos: endósporos de cianobactérias;
Podem fazer simbiose com outros seres vivos (esponjas, amebas, protozoários,
diatomáceas, algas verdes sem clorofila, vegetais e fungos - líquens).

▪ Estruturas
Possuem clorofila a e outros pigmentos acessórios chamados de ficobilinas;
Tipos de ficobilinas: ficocianina (azul) e ficoeritrina (vermelho);
Possui inúmeras camadas de membranas (tilacóides fotossintetizantes);
Reserva energética: glicogênio;
Cianossomos: grânulos que armazenas as ficobilinas;
Produzem um envoltório mucilaginoso (ou bainha), que mantêm unidos grupos de células. A bainha é responsável pela sua
coloração.
Possuem vesículas de gasosas, responsável por regular a flutuabilidade dos organismos;
Heterocistos: células especializadas maiores, que são encontradas em cianobactérias fixadoras do nitrogênio.

PROCLORÓFITAS

Acredita-se que sejam os seres mais abundantes do planeta, responsável por metade de toda fotossíntese realizada nos
oceanos;
Fotossintetizantes;
Possuem clorofila a e b;
Não possuem ficobilinas;
Possuem extensos tilacóides fotossintetizantes;
São aquáticos e alguns simbiontes.

SULFOBACTÉRIAS

Utilizam o gás sulfídrico, produzindo o enxofre elementar e sua fotossíntese;


Possui um tipo de clorofila especial, a bacterioclorofila;
São anaeróbios obrigatórios.
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MICOPLASMAS

São os menores organismos capazes de se desenvolverem independentemente;


Não possuem parede celular;
São pleomórficos;
Podem ser de vida livre ou parasita.

IMPORTÂNCIA DAS BACTÉRIAS

INDÚSTRIA

Produção de queijos, iogurte e requeijões através da oxidação da lactose;


Produção do ácido glutâmico, substância utilizada em temperos para acentuar o sabor dos alimentos.
Produção de antibióticos como a neomicina e acidofilina;
Produção de vitaminas D, K e B12;
A indústria química utiliza bactérias para produzir substâncias como o metanol, butanol, acetona.
Produção de hormônios como a insulina e o hormônio do crescimento (engenharia genética);

BIOTECNOLOGIA

Utilização de plasmídeos para manipulação de sequências de DNA


(genes);
Enzimas de restrição: funcionam nas células bacterianas como parte de
um mecanismo de protecção ao ataque de bacteriófagos chamado
sistema de restrição modificação. Uma molécula de DNA viral que
continha sítios para uma endonuclease bacteriana, ao ser injetada na
bactéria, é prontamente cortada nesses pontos e deixa de funcionar.Estas
enzimas são isoladas e utilizadas em laboratorio na engenheria genetica
cortando pontos especificos da molecula de DNA. Ex.: EcoRI (Escherichia
coli).

MÉDICA
Fique ligado!
Bacterioses: ao penetrar no corpo humano, as bactérias
patogênicas, instalam-se junto às células de diversos órgãos, Antibióticos
causando as infecções bacterianas. Muitos dos sintomas das
infecções bacterianas são causados por toxinas que as bactérias Os antibióticos interferem com estes
eliminam ou por substâncias presentes nas suas paredes microorganismos, matando-os ou inibindo seu
celulares. metabolismo e/ou sua reprodução, permitindo ao
Tratamento e prevenção: o tratamento das infecções bacterianas sistema imunológico combatê-los com maior eficiência.
é feito por antibióticos. Ele pode ser bactericida, quando tem efeito letal sobre a
bactéria (destroem a parede bacteriana, eliminando a
bactéria) ou bacteriostático, se interrompe a sua
ECOLÓGICA reprodução.

Decompositores: após morrerem, animais, plantas e outros seres estes são decompostos por fungos e bactérias. Não só o
corpo sem vida pode ser decomposto, mas também dejetos e secreções como urina, fezes são processados por bactérias.
Estes organismos degradam a matéria orgânica sem vida em moléculas simples que são liberadas no ambiente e podem ser
novamente utilizadas por outros seres.

Fique ligado!

Biodigestores

A biodigestão é um método de reciclagem que consiste na produção de gás combustível e também de adubos, a
partir de compostos orgânicos (geralmente excrementos de herbívoros, restos de frutas e vegetais). Realizada por bactérias
que existem livres na natureza é considerada uma alternativa energética renovável e principalmente uma maneira de
eliminação dos resíduos orgânicos urbanos.

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Fixação do Nitrogênio: Muitas moléculas importantes e indispensáveis aos


seres vivos possuem o elemento nitrogênio. A captação do nitrogênio e a sua
incorporação à cadeia alimentar são feitas pelas bactérias do solo e pelas
cianobactérias. Estes organismos são os fixadores de nitrogênio. Tais
microorganismos procariontes absorvem o N2 que passa a fazer parte de
substâncias orgânicas de suas células. Quando morrem, estas bactérias
liberam nitrogênio ao ambiente sob a forma de amônia (NH3). A amônia pode
ser utilizada pelas plantas, ou podem ser processadas por outras bactérias do
solo, as bactérias nitrificantes. Estas liberam ao solo nitratos (NO3-) como
produto de sua atividade metabólica.
Os nitratos são a forma de nitrogênio que melhor as plantas podem assimilar. As bactérias do gênero Rhizobium são
fixadoras de nitrogênio e se associam à vegetais da família das leguminosas (feijão, soja). Estas bactérias vivem em simbiose
com as leguminosas, estas formam nódulos nas suas raízes, onde dentro vivem as bactérias, que absorvem o nitrogênio do
ar e com este sintetizam substâncias nitrogenadas, também utilizadas pela planta hospedeira. Em contrapartida, a leguminosa
fornece açúcares e outros compostos orgânicos às bactérias de seus nódulos.

Biorremediação: processos que empregam microrganismos ou suas enzimas para degradar compostos poluentes. Pode ser
considerada como o ato de remediar, consiste em recuperar águas ou solos contaminados,tais como a degradação de
hidrocarbonetos do petróleo e compostos orgânicos clorados.

MUTUALISMO → LÍQUENS
Os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos
e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria,
ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas
nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta
associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o
organismo fotossintetizante da associação. Por possuírem dois genomas
distintos, não apresentam reprodução gamética. A reprodução vegetativa se
basicamente por sorédios (estruturas compostas por um conjunto de células
de algas envolvidas por hifas de fungos). Os líquens possuem ampla
distribuição e habitam as mais diferentes regiões. Normalmente os liquens são
organismos pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande
estresse ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas, folhas,
no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc. Existem liquens que são
substratos para outros liquens. A capacidade do líquen de viver em locais de
alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação.
Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela
alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta
baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.

Importância Econômica dos Líquens

Produzem ácidos que degradam rochas e ajudam na formação do solo além


de também possuem ação citotóxica e antibiótica;
Organismos pioneiros em diversos ambientes;
Quando a associação é com uma cianobactéria, os líquens são fixadores de
nitrogênio, sendo importantes fontes de nitrogênio para o solo;
São extremamente sensíveis à poluição, sobrevivendo de bioindicadores de
poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais
pesados em áreas industriais;
Algumas espécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos
animais.

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ARCHAEA

As arquebactérias ou arqueas são semelhantes às bactérias em muitos aspectos da estrutura celular, o mais importante
dos quais é a ausência de um núcleo celular diferenciado, e metabolismo; mas apresentam diferenças importantes como, por
exemplo, os processos de transcrição do DNA e da síntese proteica que são idênticos aos dos eucariotas, mas o aspecto mais
marcante talvez seja o metabolismo de alguns destes seres. Além disso, ao contrário das bactérias, os Archaea não possuem
uma parede celular de peptidoglicanos. Finalmente, o flagelo dos Archaea é diferente em composição e desenvolvimento do das
bactérias.
Podemos dividir este grupo de acordo com suas diversidades fisiologicas: Halófilos extremos, Metanogênicas e
Termófilos extremos.

HALÓFILOS EXTREMOS

▪ Ocorre em todos os lugares da natureza onde a concentração de sal é bastante elevada.


Ex.: Mar Morto e reservatorios no quais a agua do mar é deixada para evaporar, originando o sal de cozinha.
▪ Esses elevados niveis de sal é explicado pelo fato de seus ribossomos, parede celular e enzimas serem estabilizadas pela
presença do ion sodio.
▪ Todos os espécimes sao heterotrofos aerobios.Contudo, a elevada concentração de sal em seu ambiente, limita a
disponibilidade de oxigenio para a respiração, assim, alguns individuos sao capazes de suplementar sua capacidade
produtora de ATP pela conversaode energia luminosa em ATP, mediante uma proteina chamada de bacteriorrodopsina, que é
encontrada na membrana plasmatica.

METANOGÊNICOS

▪ Produzem metano a partir do hidrogênio e dióxido de carbono, onde os elétrons necessários são derivados do hidrogênio e o
gás carbônico serve de fonte de carbono e aceptor de elétrons.
▪ São heterótrofos anaeróbios e utilizam o amônio (NH4+) como fonte de nitrogênio e poucos pode fixar o nitrogênio.
▪ Podem ser encontrados: em locais de tratamento de esgotos, em lodos, nas profundezas do mar, no trato digestivo de
bovinos e outros ruminantes, onde tornam possível a digestão da celulose. Estima-se que uma vaca produza 50 litros de
metano por dia, enquanto rumina.

TERMÓFILOS EXTREMOS

▪ Possuem afinidade por temperaturas elevadas. As membranas e enzimas desses indivíduos são estáveis a altas
temperaturas. Todas apresentam um ótimo metabolismo a temperaturas ao redor de 80 oC e algumas se desenvolvem acima
de 110oC.
▪ Uma minoria é anaeróbias obrigatórias e a maioria delas metaboliza o enxofre de alguma forma.
▪ Podem ser encontradas: fontes termais e gêiseres (quentes e ricos em enxofre) e em fendas no fundo do oceano, a partir das
quais emanam águas superaquecidas geotermicamente.

REINO PROTOCTISTA

Quando Whittaker popularizou o sistema de classificação de cinco reinos, em


1969, o Reino Protista agrupava todos os organismos eucariotas unicelulares. Nas duas
décadas seguintes, os limites deste reino foram alargados passando a incluir alguns filos de
organismos multicelulares que eram anteriormente classificados como plantas (Algae).
Assim, este grupo constitui um reino, filogeneticamente eclético, formado por todos os
organismos eucariotas que não são fungos, plantas ou animais.
A maioria dos Protoctista é unicelular, embora incluam organismos multicelulares.
Metabolicamente eles podem ser heterótrofos e/ou autótrofos.
De algum modo, classificar todos os Protoctistas num mesmo reino reflete a nossa
“ignorância” sobre o modo como os diferentes tipos de organismos se relacionam uns com
os outros. No entanto, muito trabalho está a sendo desenvolvido neste campo, assim como
comentamos anteriormente quando estudamos histórico de classificação dos reinos.

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ALGAS

São eucariontes e realizam a fotossíntese usando organelas chamadas cloroplastos. Os cloroplastos contêm DNA e têm
uma estrutura semelhante às cianobactérias. Vale salientar que, o GRUPO ALGAS, não possui nenhum valor taxonômico, pois,
existem algas tanto no Reino Monera (cianobactérias ou algas azuis) quanto no Reino Protoctista.
Em nosso estudo dividiremos as algas em dois grupos: Microalgas (ou algas unicelulares) e Macroalgas (ou algas
predominantemente pluricelulares).

MICROALGAS

Podem ser encontradas em rios, solos úmidos e são abundantes nas superfícies dos mares onde, juntamente com os
protozoários, larvas de diversos animais, microcrustáceos, etc, fazem parte do plâncton marinho (fitoplâncton). Juntamente com
outros seres do Reino Monera, são consideradas as responsáveis pela maior parte do oxigênio da atmosfera terrestre.

Fique ligado!

As algas planctônicas e as cianobactérias que constituem o fitoplâncton, representam o início da cadeia alimentar
para os organismos heterótrofos que vivem nos oceanos e nos corpos de água doce.

FILO BACILLARIOPHYTA (DIATOMÁCEAS)

ECOLOGIA
São em sua grande maioria microorganismos de vida livre, podem
aparecer em formas coloniais, formas filamentosas ramificados ou não. Existem representantes
aquáticos marinhos e dulcícolas. São os principais componentes do fitoplâncton.

ESTRUTURA

PAREDE CELULAR RESERVA ENERGÉTICA PIGMENTOS

Carapaças silicosas duplas chamadas Polissacarídeo de reserva é a Possuem clorofilas a e c, cuja tonalidade verde
de frústulas. As duas metades (valvas) leucosina ou crisolaminarina. é mascarada pela abundância de um pigmento
encaixam-se uma na outra. Esta acessório carotenóide de cor castanha-dourada,
parede é, no entanto, coberta de poros a fucoxantina.
que permitem o contato do protoplasto
com o exterior.

IMPORTÂNCIA
Os restos da parede celular das diatomáceas mortas podem se depositar no fundo do ambiente aquático e, com o tempo,
formar um material rico em sílica conhecido como diatomito. Esse material pode ter várias aplicações comerciais, como:
confecção de certos cosméticos e pastas de dente; abrasivo fino para polimento de objetos de prata, por exemplo; fabricação de
tijolos usados em construção civil.

Fique ligado!

FILO CRISOPHYTA (ALGAS DOURADAS)

Possuem uma coloração amarelo-dourada por conta da sílica presente em uma parede celular bem elaborada.
Outras, representantes desse filo, pode não possuir parede celular uma parede Podem se deslocar por flagelos ou por
emissão de pseudópodes, onde também é uma forma de obtenção de alimento (fagocitose). Sua ecologia e características
estruturais lembram muito as diatomáceas o que torna , a classificação dessa alga ainda é muito controversa, pois, alguns
autores às consideram como do Filo Bacillariophyta. Podemos notar que, as características que as diatomáceas possuem
que realmente às distingui das crisofíceas são: ausência de flagelos das (exceto em gametas masculinos) e a parede
celular dividida em duas valvas impregnada de sílica.

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FILO EUGLENOPHYTA

ECOLOGIA
Geralmente dulcícolas, livre natante, sendo poucas marinhas.

ESTRUTURA

PAREDE CELULAR RESERVA ENERGÉTICA PIGMENTOS

Ausente. Contudo, existe uma película Polissacarídeo de reserva é o Apresentam clorofila a e b junto com
flexível, sob a qual há fibrilas que paramido. carotenóides e xantofilas.
permitem a célula se contrair com
rapidez.

▪ Flagelo: geralmente dois desiguais (sendo um não emergente). Formam-se numa depressão chamada de reservatório.
▪ Mancha ocelar: também chamada de estigma, funciona como um pigmento fotossensível nas euglenas autotróficas.
▪ Vacúolo contrátil: coleta o excesso de água de todas as partes da célula.

IMPORTÂNCIA
Bioindicadores de poluição da água.

Fique ligado!

Cerca de um terço dos gêneros de euglenófitas contem cloroplastos,


sendo autotróficas. Logo, dois terços dos gêneros não possuem cloroplastos,
sendo incolores, alimentando-se de partículas solidas ou de absorção de
compostos orgânicos dissolvidos. Esse fato fortalece a existência de espécies
mixotróficas.

FILO DINOPHYTA (“DINOFLAGELLATA OU PYRROPHYTA OU ALGAS DE FOGO”)

ECOLOGIA

▪ Compõe o fitoplâncton marinho, tendo poucas espécies dulcícolas.


▪ Podem ser de vida livre ou simbiontes.
▪ Podem ser autótofos (fitoplanctônicos), heterótrofos (partículas sólidas ou de absorção de compostos orgânicos dissolvidos).

ESTRUTURA

PAREDE CELULAR RESERVA ENERGÉTICA PIGMENTOS

Complexa chamada anfiesma, Polissacarídeo de reserva é o Possuem clorofilas a e c, xantofilas e


composta de vesículas achatadas, amido. carotenóides parecidos com a fucoxantina
chamadas de alvéolos. Em algumas (peridina ou peridinina).
formas, estes alvéolos contêm placas
sobrepostas de celulose ou sílica que
formam o que se chama a teca (ou
lórica), que pode ter formas muito
variadas, dependendo, não só da
espécie, mas também do estágio do
ciclo de vida do organismo. Algumas
espécies possuem ainda no córtex
extrussomas que são organelas
capazes de expelir um bastão de
proteína fibrosa, como "órgão" de
defesa ou de ataque.

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▪ Flagelo: possuem dois flagelos. Um deles circunda o corpo como um cinto e o outro é
perpendiculares ao primeiro. O batimento dos flagelos faz o dinoflagelado rodopiar como um pião.

Fique ligado!

Dinoflagelados podem ser simbiontes de vários tipos de organismos, como: esponjas,


medusas, anêmoras-do-mar, polvos, lulas, etc. Essa relação de endossimbiose é chamada de
zooxantelas. Nas zooxantelas o dinoflagelado não possui teca (atecados) e graças a sua
capacidade de realizar fotossíntese, permitem que, os animais como corais, que se alimentam de
plâncton, possam viver em locais onde há pouco plâncton disponível.

IMPORTÂNCIA

▪ Responsável pelo fenômeno da bioluminescência (Através da oxidação da luciferina pela luciferase, ocorre a formação de um
produto excitado que libera fótons).
▪ Produção e liberação de compostos tóxicos (fenômeno da maré vermelha).
▪ Maré vermelha: desequilíbrio ecológico resultante da excessiva proliferação da população de certas algas tóxicas,
principalmente as dinoflageladas Gonyaulax catenella. Dependendo da espécie de alga, a mancha pode adquirir coloração
vermelha, marrom, laranja, roxa ou amarela. “Uma vez que a água nem sempre fica vermelha, o termo “maré vermelha” vem
sendo substituído por “floração de algas nocivas” ou simplesmente “FAN”. As causas relacionadas a esse acontecimento
podem ser várias: alteração na salinidade, oscilação térmica da água e excesso de sais minerais decorrentes do escoamento
de esgoto doméstico nas regiões de estuário, alterando as condições abióticas da zona pelágica, consequentemente afetando
o comportamento das espécies planctônicas. A acelerada reprodução e aglomeração das algas dinoflageladas, com
proporcional extenuação (morte) das mesmas, desencadeiam um efeito catastrófico na fauna aquática local, liberando
substâncias tóxicas em alta concentração, capaz de envenenar a água e os organismos ali viventes, por exemplo, a morte em
larga escala de peixes e moluscos. Em geral, os organismos filtradores são os mais atingidos. Outro aspecto evidente é o
bloqueio efetuado pela camada de algas, impedindo a incidência e passagem de luminosidade, atenuando o processo
fotossintético com diminuição dos níveis de oxigenação da água. No ser humano pode causar danos à saúde (diarreia,
problemas respiratórios e circulatórios), caso seja contaminado pelas toxinas ingeridas através do hábito nutricional, com
acúmulo de substâncias nocivas em tecidos de animais marinhos (ostras, camarões e peixes) que servem de alimentos ao
homem. Além de prejuízos econômicos, relativos à produtividade pesqueira.

É BOM SABER...

Utilidade da bioluminescência

Uma hipótese é que os flashes de luz inibem a predação desorientando os predadores. Outra hipótese sugere um
processo mais indireto, isto é, que os predadores que se alimentavam dos dinoflagelados bioluminescentes tornam-se mais
visíveis para que um predador secundário os consuma, diminuindo assim a predação sobre os dinoflagelados.

MACROALGAS (MACRÓFITAS)

A maioria é multicelular, existindo, no entanto formas unicelulares. A condição multicelular destes organismos permite
adaptações que não são possíveis a formas unicelulares (ex. podem desenvolver-se na vertical e fixar-se ao fundo) por terem
estruturas diferenciadas. Assim, essa maior organização promove novas oportunidades, mas também novos desafios:
turbulência devido à ação das ondas, competição por espaço e luz, predação por parte de peixes e ouriços-do-mar, etc.

ESTRUTURA GERAL
As macrófitas apresentam um vasto leque de formas e complexidade de estruturas, mas existem algumas estruturas
partilhadas pela maioria dos organismos do grupo:

▪ Como são algas, não possuem folhas verdadeiras, caules e raízes características dos seres do Reino Plantae;
▪ Todo o corpo é designado de talo;
▪ As porções espalmadas do talo, semelhantes a folhas, designam-se de lâminas; estas estruturas aumentam a área de
superfície e é a principal área fotossintética; não são consideradas folhas verdadeiras;
▪ As lâminas são muitas vezes mantidas próximas da superfície para maximizar a exposição ao sol, sendo a flutuabilidade
destas estruturas conferida pela presença de vesículas cheias de gás chamadas de pneumatocistos;
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▪ Qualquer parte do talo pode realizar fotossíntese desde que contenha clorofila;
▪ Algumas possuem uma estrutura semelhante a um tronco que fornece suporte chamado de estipe;
▪ O talo é fixo ao fundo através de estruturas semelhantes a raízes designadas de rizóides ou estrutura
de fixação; estas não estão envolvidas em na absorção de água e nutrientes como as verdadeiras
raízes;
▪ Água e nutrientes, que banham todo o organismo, são absorvidos diretamente através da superfície da
alga, sem necessidade de raízes para este fim;
▪ Ao contrário dos seres do Reino Plantae, a estrutura de fixação e o estipe não possuem tecidos
especializados no transporte de água e nutrientes.

TIPOS DE MACRÓFITAS

▪ É feita a distinção entre três tipos de algas: verdes, castanhas (pardas) e vermelhas.
▪ Apesar da composição dos seus pigmentos serem utilizadas na sua classificação, a sua cor verdadeira pode não significar
muito porque tende a variar.

FILO CHLOROPHYTA (CLOROFÍCEAS OU ALGAS VERDES)

ECOLOGIA
Maioria dulcícolas, sendo também encontrado no mar e ambientes úmidos. Representam o grupo de maior diversidade
de organismos, com organização unicelular ou pluricelular, podem viver como células isoladas (ex.: Chlorella) ou agrupadas em
colônias (ex.: Volvox), podem ter a morfologia como filamentos (ex.: Spirogyra), lâminas ou ter uma estrutura tridimensional.

ESTRUTURA

PAREDE CELULAR RESERVA ENERGÉTICA PIGMENTOS

Celulose Polissacarídeo de reserva é o Apresentam clorofila a e b junto com carotenóides e


amido. xantofilas.

IMPORTÂNCIA

▪ A presença de características comuns às clorofíceas e às plantas terrestres aponta que esses vegetais tenham evoluído a
partir das algas verdes.
▪ Associações ecológicas, liquens e zooclorelas (simbiose entre algas e cnidários).

Fique ligado!

FILO CHAROPHYTA (CARÓFITAS OU MÚSGOS PÉTREOS)

Alga multicelular de coloração esverdeada tendendo para o castanho acinzentado.


Vivem em água doce ancorados no fundo onde existem substratos submersos. Apresentam
características quem lembram o grupo dos vegetais: talo complexo (possuem nós onde
projetam estruturas reprodutivas lembrando um musgo) e anterídeos e arquegônios como
estruturas reprodutivas. Sua parede celular é composta por carbonato de cálcio que confere
uma aspecto áspero e petrificado (por isso musgos pétreos). No Brasil o maior representante
desse grupo são as algas do gênero Nitella. Vale salientar que essas algas possuem uma
classificação muito controversa, onde vários autores às classificam como um subgrupo do filo
Chlorophyta.

FILO PHAEOPHYTA (FEOFÍCEAS OU ALGAS PARDAS)

ECOLOGIA

Algas castanhas (ou pardas) sendo pluricelulares, muitas filamentosas e algumas de grande porte. Predominantemente
marinhas, as feófitas são comuns em águas temperadas e em todas as regiões frias do mundo. São abundantes nas costas
rochosas e formam frequentemente, massas flutuantes no oceano. Algas do gênero Sargassum, por exemplo, forma maciços que
ocupam áreas extensas, como o Mar de Sargaço, que se estende desde a Bahamas até próximo dos Açores.

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ESTRUTURA

PAREDE CELULAR RESERVA ENERGÉTICA PIGMENTOS

Celulose e algina. Polissacarídeo de reserva é a Apresentam clorofila a e c, xantofilas e


laminarina e/ou óleos. carotenóides junto com a fucoxantina que promove
sua coloração característica (cloração vai do bege
claro ao marrom-amarelado).

IMPORTÂNCIA

▪ Alimentação humana denominada Kombu;


▪ Algina extraída da parede celular pode ser estabilizador e emulsionantes
para alimentos e tintas e no fabrico de sabões, xampus, preparados
farmacêuticos e clarificadores de cerveja;
▪ Fabricação de papel, creme dentam e sorvetes;
▪ Fertilizantes e para a extração de iodo.

FILO RHODOPHYTA (RODOFÍCEAS OU ALGAS VERMELHAS)

ECOLOGIA
Maioria marinha (predominante em regiões tropicais), sendo também encontrado em água doce
e ambientes úmidos. A maioria é pluricelular.

ESTRUTURA

A textura característica das rodófitas é flexível e escorregadia, o que se deve à presença de


substâncias mucilaginosas, geralmente um polímero de galactose (ex.: ágar-ágar; carragina), nas suas
paredes celulares. No entanto, as rodófitas coralináceas (Corallinaceae), que contribuem para a
construção de corais, têm uma textura mais resistente e dura, que se deve à deposição de carbonato de
cálcio nas suas paredes celulares. É conhecido como algas vermelhas, porém, sua coloração pode
variar ate o roxo-escuro.

PAREDE CELULAR RESERVA ENERGÉTICA PIGMENTOS

Celulose + ágar (polissacarídeo) O polissacarídeo de reserva é o Apresentam clorofila a e d junto com carotenóides e
amido das florídeas. ficoeritrina.

IMPORTÂNCIA

▪ Alimentação, usadas na preparação de sushis (rica fonte de vitaminas e minerais)


▪ Extração do ágar utilizado na indústria de alimentos (oriente) e cientifica (meio de cultura de microorganismos)
▪ Extração de carragenina: estabilizante utilizado na indústria para fabricação de sorvetes e caramelos.

REPRODUÇÃO DAS ALGAS

ASSEXUADA

▪ Bipartição: típico de algas unicelulares.


▪ Fragmentação: comum em algas filamentosas.
▪ Esporulação (zoosporia): algas multicelulares originam células sexuais
flageladas (zoósporos). Esses se soltam dos indivíduos adultos e nadam
ate encontrar um local próprio ao seu desenvolvimento.

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SEXUADA
Típico de algas pluricelulares.

A) REPRODUÇÃO SEXUADA POR CONJUGAÇÃO


Anotações:

B) REPRODUÇÃO SEXUADA POR UNIÃO DE GAMETAS

TIPOS DE GAMETAS

▪ Isogamia: gametas iguais no tamanho e na locomoção;


▪ Heterogamia: o gameta feminino normalmente é maior e ambos
são móveis;
▪ Oogamia: o gameta feminino é maior e imóvel e o gameta
masculino é menor e móvel.

CICLO HAPLÔNTICO OU HAPLOBIONTE X CICLO DIPLÔNTICO OU DIPLOBIONTE


Ocorre nas clorófitas. Ocorre nas clorófitas e feófitas.

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CICLO HAPLODIPLOBIONTE OU HAPLÔNTICO-DIPLÔNTICO (ALTERNÂNCIA DE GERAÇÕES OU METAGÊNSE)

Ocorre nas clorófitas, feófitas e rodófitas.


Anotações:

PROTOZOÁRIOS

O termo Protozoa significa "primeiros animais". Esse termo, consagrado até hoje, foi criado para agrupar organismos
eucariotos unicelulares com características próprias dos animais, tais como a capacidade de deslocamento e heterotrofia. Os
Protozoários, na sua maioria, se alimentam de bactérias, de outros protistas e de matéria orgânica morta (vida livre), havendo,
contudo, alguns protozoários simbióticos ou parasitas. Os protozoários são "tradicionalmente" subdivididos em fila, dependendo,
em parte, dos seus diversos modos de locomoção e nutrição (obtém seus alimentos por ingestão ou absorção).

FILO RHIZOPODA (SARCODINA)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Amebas nuas ou com concha (tecameba);


▪ Locomoção e nutrição com o uso de pseudópodes.
▪ Reprodução assexuada (divisão binária).
▪ Maioria de vida livre.

REPRESENTANTES
Fique Ligado!
Entre as espécies que podem ocorrer no corpo do
homem, algumas são parasitas, outras, no entanto, não o são. É o
Tecameba
caso da Entamoeba gengivalis, que ocorre na gengiva, e o da
Entamoeba coli, que ocorre no intestino. Dentre os sarcodíneos Carapaça revestindo externamente a célula.
parasitas, destacando-se duas que parasitam o intestino do homem: Ocorrem em água doce e em solos úmidos e suas
a Entamoeba histolytica e a Endolimax nana. carapaças podem ser secretadas pela própria célula
ou formadas por pequenas partículas que se aglutinam
ao redor de suas células.

FILO FORAMINIFERA

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Foraminifera (L. foramen, pequeno buraco + ferre, ter) exclusivamente marinhos;


▪ Encontrados no sedimento marinho ou fazendo parte do plâncton;

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▪ Locomoção e nutrição com o uso de pseudópodes estreitos e interconectados que saem de


compartimentos calcários com arranjo espiralado.
▪ Possuem carapaça secretada ou aglutinada, formada por várias câmaras. A carapaça pode
ser formada de carbonato de cálcio secretado pelo organismo ou por grãos de areia que se
aglutinam ao redor da célula. A forma da carapaça varia muito de espécie para espécie,
sendo que muitas lembram pequenos caracóis;
▪ Suas carapaças formam extensos depósitos no fundo dos oceanos, que deram origem a
rocha sedimentares calcárias chamadas de vasas;
▪ São muito importantes nas pesquisas sobre prospecção de petróleo, pois constituem um
grupo com muitos representantes fósseis, bons indicadores da presença de combustível
fóssil.

FILO ACTINOPODA

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Organismos planctônicos, geralmente com simetria esférica;


▪ Utilizam axopodia (pseudópodes providos de um eixo rígido, jamais ramificado, suportados por microtúbulos internos) e
filopodia (pseudópodes são finos e ramificados, considerados simples expansões do ectoplasma) para sua captura (nutrição)
e flutuação;
▪ Reúnem os Radiolários e Heliozoários;

RADIOLÁRIOS

▪ Exclusivamente do plânton marinho;


▪ Possui cápsula interna centrla e perfurada, tendo constituição de quitina + silício
ou sulfato de estrôncio;
▪ Endossimbiose: zooxantelas;

HELIOZOÁRIOS

▪ Dulcícolas;
▪ Esféricos com ou sem estrutura esquelética;
▪ Não possuem cápsula interna central

FILO APLICOMPLEXA (ESPOROZOÁRIOS)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Organismos parasitas, sem estruturas locomotoras, em hospedeiros animais;


▪ Ciclos de vida complexos com formas produtoras de esporos (contêm um
complexo apical).
▪ Obtém alimento por absorção direta dos nutrientes dos organismos que
parasitam;
▪ Muitas espécies têm ciclos vitais complicados, com algumas fases se
desenvolvendo num hospedeiro e outras em hospedeiros diferentes. Pode
ocorrer uma fase reprodutiva sexuada durante o ciclo vital. A reprodução
assexuada ocorre por divisão múltipla, ou esquizogonia. A esporogonia é
outro tipo de reprodução, característica dos esporozoários, tendo sido
responsável pelo nome do grupo.

REPRESENTANTES
Gênero Plasmodium, responsáveis pela malária ou maleita e,
Toxoplasma gondii, é o agente causador da toxoplasmose.

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FILO ZOOMASTIGOPHORA (FLAGELLATA)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Mastigóforos (mastix = flagelo; phoros = portar, ter) e têm estrutura interna


semelhante a dos flagelos das células dos demais eucariontes. Eles
correspondem a centríolos modificados e alongados, e diferem dos
flagelos dos procariontes, que são formados só por proteínas;
▪ Maioria unicelular;
▪ Podem ter vida livre, alguns se locomovem livremente na água, utilizando-
se dos flagelos, enquanto outros vivem fixos ao substrato por um
pedúnculo, empregando o flagelo apenas na captura de alimento.
▪ Maioria é parasita.
▪ Alguns flagelados possuem um "colarinho" ao redor da base do flagelo e são, por isso, denominados coanoflagelados.
▪ Existem coanoflagelados coloniais que formam colônias fixas ao substrato por um pedúnculo e os que formam colônias livres,
imersas em matriz gelatinosa. Observe:

REPRESENTANTES
Entre esses, destacam-se os gêneros Trichomonas, Giardia, Leishmania e Trypanosoma, por serem muito comuns.

FILO CILLIOPHORA (CILIADOS)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Locomoção e nutrição com o uso de cílios;


▪ Podem apresentar cílios recobrindo toda a célula, como ocorre no
gênero Paramecium, ou apenas em algumas regiões.
▪ Alguns formam colônias sésseis.
▪ Reprodução assexuada por fissão binária; sexualidade envolvendo
conjugação.
▪ Maioria de vida livre (podem formar colônias), muitos simbiontes e
alguns parasitas.

Os paramécios são facilmente distinguidos por sua forma típica, Fique Ligado!
semelhante à sola de um chinelo. A porção anterior (frontal) da célula é
arredondada e a porção posterior ligeiramente afilada. A camada mais Suctórios
externa da célula é menos flexível que a das amebas dando uma forma
Um grupo de ciliados bastante diferentes é
mais constante à célula. Toda a célula é coberta por pequenas projeções
o dos suctórios. Esses organismos possuem cílios
filiformes (cílios), que além de órgãos de locomoção, servem também
apenas nas fases iniciais do desenvolvimento,
para orientar os alimentos em direção ao poro bucal.
quando adultos, fixam-se ao substrato, perdem os
cílios e desenvolvem estruturas especiais
REPRESENTANTES
denominadas tentáculos, que são utilizados na
Paramecium caudatum, um protozoário de vida livre, é um
captura de alimentos. As principais presas dos
exemplo de ciliado bastante comum que aparece em açudes e lagos de
suctórios são outros ciliados que, ao serem tocados
água doce. Além dos ciliados de vida livre, há formas parasitas, como
pelos tentáculos ficam imobilizados pelos tricocistos
Balantidium coli, que se aloja no intestino do homem. Este protozoário é
(estruturas ovais ou em forma de bastonetes que
adquirido ao se ingerir água contaminada.
atuam como defesa). Então, o citoplasma da presa
é sugado pelos tentáculos e digerido em vacúolos
digestivos no interior do corpo do suctório.

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CONJUGAÇÃO DO PARAMÉCIO
Anotações:

REINO FUNGI

Durante muitos anos os fungos foram considerados plantas degeneradas, pelo fato de não possuírem clorofila, logo não
faziam fotossíntese. Assim, no passado, os fungos eram classificados no Reino Plantae. Em meados de 1950, com os avanços da
biologia em áreas como bioquímica e novas técnicas de microscopia, estudos mostraram que os fungos eram mais aparentados
aos animais que vegetais. Logo, foram transferidos ao Reino Protista, juntamente com protozoários e as algas. Após muitas
análises, por volta de 1970, os fungos foram reconhecidos como seres vivos com características bastante particulares, fazendo
com que, merecesse um reino próprio, o Reino Fungi.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Eucariontes;
▪ Uni ou pluricelulares;
▪ Heterótrofos por absorção;
▪ Vivem em todos os ambientes, preferencialmente aqueles pouco iluminados e úmidos;
▪ Usam sempre um substrato de natureza orgânica para sua nutrição;
▪ Material de reserva energética é o glicogênio (maioria) ou micolaminarina;
▪ Possuem parede celular rígida que pode ser composta de glicídio (ex. celulose) e/ou quitina (maioria);
▪ São aeróbios em sua grande maioria, mas alguns fungos anaeróbicos estritos e facultativos são conhecidos;
▪ Reproduzem-se sexuada e/ou assexuadamente.

MORFOLOGIA GERAL

FUNGOS UNICELULARES
Representados pelas leveduras, possuem estruturas não-filamentosas, caracteristicamente esféricas ou ovais.

FUNGOS MULTICELULARES
Possuem estruturas filamentosas chamadas de hifas. O agrupamento intenso de hifas constitui o micélio. Este pode ser
dividido em vegetativo e reprodutor.

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Fique ligado!

Nos grupos mais simples, a hifa é formada por


uma massa de citoplasma plurinucleada, denominada hifa
cenocítica (ceno = comum). Os fungos mais complexos
apresentam septos entre as células (hifa septada),
podendo conter um ou dois núcleos.

MICÉLIO VEGETATIVO

Formada pelo micélio que é responsável pela manutenção, nutrição e fixação ao


substrato orgânico. A nutrição (heterótrofo por absorção) é feita através do lançamento
de enzimas aos substratos onde colonizam e absorvem os nutrientes através da parede
e membrana celular. Nas células dos fungos existe um fluxo citoplasmático o qual
permite a difusão de nutrientes solúveis favorecendo o metabolismo entre as células.

MICÉLIO REPRODUTOR

Alguns fungos possuem estruturas reprodutoras, os corpos frutíferos ou de frutificação, onde forma a estrutura de
dispersão, pois atua na reprodução de esporos.

Fique ligado!

Aspectos citológicos dos fungos

As células dos fungos não possuem plastídios e nem centríolo. Estão presentes a estrutura de Golgi e os
peroxissomos. A membrana celular é constituída por ergosterol, um esteróide característico de fungos, também presente em
algumas microalgas. Flagelos podem estar presentes somente nas estruturas de reprodução em alguns grupos. É importante
salientar que micélios fúngicos nunca constituem tecidos, e sim pletênquima.

CLASSIFICAÇÃO

Os fungos foram agrupados em um único reino, Reino Fungi, por Whittaker em 1969, onde se procurou reunir todos os
fungos com características típicas. Foi proposto por Alexopoulos et al. (1996) a classificação dos fungos que ainda é considera
pelos micologistas, embora já exista proposta mais recente conforme publicada por Kirk et al. (2001), que agrupa os fungos com
base em estudos de biologia molecular. Entretanto, essa classificação ainda não é totalmente aceita no meio científico.

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Anotações:

Fique ligado!

Classificações atuais

Os fungos anamorfos ou conidiais, antes denominados Deuteromycetes, fungos imperfeitos ou fungos


mitospóricos, apresentam como característica fundamental a reprodução assexuada, que pode ocorrer através da
produção de conídios, que são estruturas semelhantes aos esporos mas formados apenas por mitose, ou por diferenciação
das hifas somáticas (Alexopoulos et al. 1996, Grandi 1998, Kirk et al. 2008). Podem ser encontrados ambientes, como solo,
serrapilheira, sobre plantas e animais, em ecossistemas aquáticos, no ar, associados a insetos ou crescendo nos produtos
fabricados pelo homem; São sapróbios com grande importância para a ciclagem de nutrientes, porém, também existem
espécies parasitas de plantas e animais, incluindo o homem (Candida albicans). Podem se apresentar na forma filamentosa
ou leveduriforme, na qual ocorre reprodução por brotamento e formação de pseudomicélio Alexopoulos et al. 1996, Kirk et al.
2008).

Os pseudofungos (fungos falsos) ou organismos zoospóricos pertencentes aos Filos Hyphochytriomycota,


Labyrinthulomycota e Oomycota (Reino Chromista), são microscópicos, eucariontes, aclorofilados, heterótrofos,
alimentando-se por absorção, unicelulares ou multicelulares com hifas cenocíticas, com parede celular constituída por
celulose e algumas espécies com pequenas quantidades de quitina, apresentam flagelos em suas estruturas de reprodução
assexuadas (zoósporos) e sexuadas (planogametas) (Kirk et al. 2008).
Além dos pseudofungos, os fungos pertencentes aos Filos Chytridiomycota, Blastocladiomycota,
Neocallimastigomycota e os microrganismos classificados no Filo Plasmodiophoromycota (Reino Protista), também
apresentam como característica a produção de esporos flagelados, ou seja, móveis, por isso todos esses microrganismos
eram denominados pelos micologistas como “fungos zoospóricos”. Hoje, devido a realocação dos pseudofungos no Reino
Chromista e dos Plasmodiophoromycota no Reino Protista, são denominados “organismos zoospóricos”, já que muitos dos
organismos antes denominados “fungos zoospóricos”, não estão classificados dentro do Reino Fungi.

Fonte: Carolina Gasch Moreira & Iracema Helena Schoenlein-Crusius. Doutorado, Núcleo de Micologia e Liquenologia, 2010.

FILO CHYTRIDIOMYCOTA (CITRIDIOMICETOS OU MASTIGOMICETOS)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Grupo de fungos mais primitivo;


▪ Agrupa apenas uma classe, Chytridiomycetes, distribuindo-se em 100 gêneros e aproximadamente 1.000 espécies;
▪ A maioria é aquática, encontradas em água doce e algumas espécies em águas marinhas de regiões estuarinas com baixa
salinidade. Poucas espécies também são encontradas no solo;
▪ Grande maioria são sapróbios, existindo também espécies parasitas de plantas, animais e outros fungos.

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ESTRUTURA

▪ Todos apresentam flagelo em alguma fase da vida;


▪ Ausência de quitina na parede celular – celulose e outros glicídios;
▪ Algumas são unicelulares, mas a maioria é multicelular com hifas cenocíticas com núcleos diplóides;
▪ Material de reserva energética é a micolaminarina;

REPRESENTANTES
Existem espécies nesse grupo que são importantes economicamente, devido aos prejuízos que causam. Alguns
exemplos são Physoderma maydis que causa pequenas manchas em milho de cor marrom e Urophyctis alfalfae que causa as
verrugas na alfafa. Várias espécies do gênero Coelomyces parasitam larvas de mosquitos, desempenhando com isso importante
papel no controle desses insetos. Os Chytridiomycetes encontrados no rúmem de gado e ovelhas, assim como os que são
encontrados no intestino de cavalos, parecem estar associados com a importante função de auxiliar na degradação das fibras
vegetais no interior de intestinos de herbívoros.

FILO ZYGOMYCOTA (ZIGOMICETOS)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Nessa classe estão compreendidas cerca de 770 espécies de fungos


terrestres. Apesar da maioria delas serem sapróbios existem muitas
espécies parasitas e outras ainda formadoras de micorrizas;
▪ Fungos mais simples do ambiente terrestre;
▪ Em classificações mais antigas eram chamadas de ficomicetos;

ESTRUTURA

▪ Eles também são os únicos fungos multicelulares, além dos


quitridiomicetos, que apresentam hifas cenocíticas;
▪ Micélio aveludado e semelhante a algodão;
▪ Na fase sexuada, não apresentam corpo de frutificação;

REPRESENTANTES
Espécies dos gêneros Mucor e Rhizopus são sapróbias em alimentos estocados. Rhizopus stolonifer e Mucor racemosus
são espécies que promovem a deterioração de frutas e vegetais e também de cereais armazenados. Algumas espécies
pertencentes a esses gêneros podem ainda ser parasitas do homem causando várias doenças graves. Muitas espécies formam
micorrizas com plantas superiores, principalmente os pertencentes à ordem Glomales com a maioria das angiospermas, com
algumas gimnospermas e ainda com espécies de briófitas.

Fique ligado!

Uma das espécies mais conhecidas é o Rhizopus stolonifer (bolor negro do pão). Quando um esporo, transportado
pelo vento, cai sobre um pedaço de pão, germina produzindo hifas chamadas rizóides que penetram no seu interior. Os
rizóides produzem enzimas que digerem extracelularmente a matéria orgânica desse alimento. O produto da digestão é
absorvido pelos rizóides e o micélio cresce. As hifas reprodutoras crescem para fora do pão e formam no ápice uma estrutura
denominada esporângio que quando amadurecem tornam-se negros e liberam esporos para o ar.

FILO ASCOMYCOTA (ASCOMICETOS)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Compreendem cerca de 30.000 espécies de fungos terrestres, representando metade


de todos os fungos conhecidos;
▪ Possuem representantes unicelulares (leveduras) e pluricelulares (maioria);

ESTRUTURA
▪ Caracterizam-se pelo fato de possuírem os ascos (hifas em forma de “saco”);
▪ Os ascos encontram-se reunidos em corpos de frutificação chamados de ascorcarpos;
▪ Hifas septadas mono e dicarióticas haplóides;

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REPRESENTANTES
Algumas representantes de importância como levedo, cuja principal espécie é a Saccharomyces cerevisiae, usada na
fabricação de bebidas alcoólicas, álcool e pão; trufa (gênero Tuber), muito apreciada na culinária; Neurospora, o bolor do pão,
usado em pesquisas genéticas; algumas espécies de Penicillium, gênero produtor da penicilina e de certos queijos (roquefort,
camemberte e gorgonzola); diversos parasitas de plantas, como o Aspergilius flavus e Claviceps purpúrea, que atacam cereais. A
ingestão do Claviceps provoca o ergotismo (por isso esse fungo pode ser chamadode ergotina), intoxicação que causa
alucinações, espasmos nervosos, convulsões, gangrena e morte. Foi deste fungo que se extraiu originalmente o ácido lisérgico,
ou LSD, substância alucinógena que ficou famosa na década de 1970. Alguns fungos do gênero Aspergilius podem desenvolver-
se em produtos agrícolas, como amendoim, milho e nozes, e produzir aflatoxinas, grupo de substâncias muito tóxicas, capazes de
provocar câncer no fígado; Morchella esculenta, seu corpo de frutificação possui aparência de colmeia, sendo muito apreciados
sobretudo na culinária francesa.

FILO BASIDIOMYCOTA (BASIDIOMICETOS)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

▪ Grupo de fungos mais conhecido;


▪ São representados principalmente pelos cogumelos e orelhas de pau;
▪ Nesse grupo também são encontradas espécies liquenizadas;
▪ Dotados de complexo enzimático, que os tornam capazes de converter moléculas de
celulose, hemicelulose e lignina em água e CO2;

ESTRUTURA

▪ Caracterizam-se pelo fato de possuírem hifas especiais chamadas de basídios;


▪ Os basídios encontram-se reunidos em corpos de frutificação chamados de basidiocarpos;
▪ Hifas septadas mono e dicarióticas haplóides;

REPRESENTANTES
Amanita muscaria (fungo Possui propriedades psicoativas e alucinógenas em humanos. Alguns representantes do gênero
são venenosos), Agaricus campestris (champignon - cogumelo comestível), Gênero Psilocybe (produção de alucinógenos -
cogumelos psicodélicos pela presença da psilocibina ou psilocina), Hemileia vastatrix, (ferrugem do café)

METABOLISMO DOS FUNGOS

▪ São microrganismos heterotróficos e, em sua maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras,
aeróbias facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento.
▪ Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento
vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em
atmosfera rica em oxigênio.
▪ Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo de fermentação alcoólica de grande importância
industrial, na fabricação de bebidas e na panificação.

OBTENÇÃO DE NUTRIENTES

▪ Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato
tornando-o assimilável.
▪ Alguns substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas;
▪ Há fungos que hidrolisam substâncias orgânicas mais complexas (quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos).
▪ Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos, contendo amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio.

CRESCIMENTO

▪ Alguns fungos requerem fatores de crescimento, que não conseguem sintetizar, em especial, vitaminas (tiamina, biotina,
riboflavina, ácido pantotênico, etc).
▪ Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu desenvolvimento.
▪ Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com elevada concentração de sal.

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REQUISITOS AMBIENTAIS

▪ Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por ela inibidos e outras ainda mostram-se
indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida.
▪ Por diferentes processos, os fungos podem elaborar vários metabólitos, como antibióticos, dos quais a penicilina é o mais
conhecido e micotoxinas, como aflatoxinas, que lhes conferem vantagens seletivas.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA

BROTAMENTO OU GEMAÇÃO

Fique ligado!

Algumas leveduras produzem brotos que não se


separam e formam uma pequena cadeia de células chamada de
pseudo-hifa ou pseudo-micélio.

FRAGMENTAÇÃO DA HIFA

As hifas crescem por alongamento das extremidades. Um


fragmento quebrado pode se alongar para formar uma nova hifa.

ESPORULAÇÃO
Formados pelas hifas (conidiósporos ou
esporangiósporos), quando germinam tornam-se clones do indi-
víduo parental.

Fique ligado!

Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente
arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua localização no
micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e
temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico.

REPRODUÇÃO SEXUADA

Espécies são heterotálicas quando os indivíduos apresentam gametas de


células doadoras (+) e de células receptoras ( -) localizadas em hifas separadas ou
quando apresentam ambos os sexos, mas estes são auto-incompatíveis. Espécies
homotálicas ou hermafroditas são representadas por indivíduos que produzem
gametas (+) e (-) autocompatíveis na mesma hifa.

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CICLO DE VIDA DO ZIGOMICETOS

Hifas + Hifas -
(+) Anotações:

CICLO DE VIDA DOS ASCOMICETOS

Anotações:

CICLO DE VIDA DOS BASIDIOMICETOS

Anotações:

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Fique ligado!

Processos observados na reprodução sexuada

▪ Tecido dicariótico: quando existem dois núcleos compatíveis na mesma hifa tecido
▪ Tecido heterocariótico: quando existem mais de dois tipos de núcleo na mesma hifa.

O esporo sexual resulta de três etapas:

1. Plasmogamia: um núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da célula receptora.
2. Cariogamia: Os núcleos e se fundem para formar um zigoto diplóide.
3. Meiose: O núcleo diplóide origina um núcleo haplóide (esporos sexuais, dos quais alguns podem ser recombinantes
genéticos).

IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS

DECOMPOSITORA

Como não podem sintetizar moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas como fazem as plantas, os fungos são
heterotróficos e obtêm energia degradando (saprófagos) material orgânico depositado na natureza e colonizado por eles. Esses
organismos secretam enzimas no substrato onde se encontram e absorvem as moléculas resultantes da ação dessas enzimas.
Com isso, além de obterem nutrientes para seu crescimento também disponibilizam os produtos resultantes da degradação para
ação de outros microrganismos, e por essa razão são os degradadores primários de material orgânico na natureza, participando
ativamente nos ciclos de carbono, nitrogênio e fósforo além de outros nutrientes.
Percebemos como os fungos são importantes para manutenção da vida no planeta se considerar que em uma floresta,
por exemplo, ocorre grande deposição de material vegetal como troncos galhos e folhas. A lignina, celulose e hemicelulose são
moléculas persistentes na natureza e estão presentes no tecido dos vegetais. Sem a atuação dos fungos não seria possível a
reciclagem desse material. Isso porque a lignina, um dos constituintes da parede celular dos vegetais, apresenta grande
estabilidade química e por essa razão apresenta considerável resistência no meio ambiente.

PARASITÁRIA

Podem também parasitar plantas, animais, protozoários e ainda outros fungos. Podemos observar em algumas folhas de
diversas plantas, a ferrugem, ou ainda, o esporo pode desenvolver-se na superfície da folha, penetrando pelo estoma e formando
expansões chamadas de haustórios, através dos quais retira o alimento de que necessita dos citoplasmas vegetais.Nos animais,
são responsáveis pelo aparecimento das micoses.

RELAÇÕES MUTUALISTICAS

Muitos fungos também estabelecem relações simbióticas com outros organismos. Por exemplo, os liquens são
associações simbióticas mutualísticas entre fungos (principalmente ascomicetos e basidiomicetos) e algas verdes ou
cianobactérias. As algas fornecem aos fungos compostos carbônicos ricos em energia, enquanto os fungos fornecem às algas
nutrientes minerais provenientes do ambiente, além de proteção às variações inóspitas do ambiente. Essa relação entre esses
dois simbiontes confere aos liquens a capacidade de viverem em diversos ambientes.
Outra importante associação simbiótica entre fungos e raízes de grande parte das plantas superiores é as *micorrizas.

*MICORRIZAS

Associações mutualistas com as plantas: potencializam a absorção de


minerais. Ocorrem na maioria das plantas vasculares. Os fungos proporcionam um
incremento na absorção de água e elementos essenciais, especialmente fósforo e
também protegem as raízes contra o ataque de outros fungos patogênicos ou de
nematóides. Em troca, recebem carboidratos e vitaminas.
Acredita-se que as micorrizas muito colaboraram para o desenvolvimento
das plantas vasculares, ao longo da evolução, especialmente para a conquista do
ambiente terrestre, devido à existência de solos ainda muito pobres em épocas
remotas. Tal inferência é possível, quando observamos plantas atuais, que vivem
sobre solos pobres, como áreas de mineração: as plantas com micorrizas possuem
maiores chances de sobrevivência. Atualmente acredita-se que os primeiros a
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conquistarem o ambiente terrestre devem ter sido, na verdade, uma associação, como
algo comparado aos líquens.
Há dois tipos básicos: as endomicorrizas, que penetram nas células da raiz e
as ectomicorrizas, que as circundam.

▪ Endomicorrizas: representam o maior número (80%). Os fungos participantes da


simbiose são zigomicetos.
▪ Ectomicorrizas: em certos grupos de arbustos e árvores de zonas temperadas,
como os carvalhos, os salgueiros e os pinheiros. Os fungos participantes desse
tipo de micorrizas são basidiomicetos e alguns ascomicetos.

FARMACOLOGIA

a) Produção de antibióticos:

▪ Gênero Penicillium = penincilina;


▪ Gênero Tolypocladium = ciclosporina.

b) Produção de micotoxinas que causam intoxicações graves:

▪ Aflatoxinas (efeito cancerígeno no homem e letal de aves, porcos e bois);


▪ Ergotamina serve de matéria prima para produção de LSD (alucinógenos);
▪ Funomisinas (fitopatógenos encontrados nos grãos de milho);
▪ Psilocibina (alucinógenos).

c) Produção de compostos orgânicos:

▪ β-caroteno é utilizado com fonte de provitamina A, sendo possível sua extração a partir de muitos fungos zigomicetos, os
quais produzem esses carotenóides. Como exemplos, destacam-se as espécies Blakeslea trispora, Phycomyces
blakesleeanus, Choanephora cucurbitarum.
▪ Biotina (vitaminas H e B8), é produzida pelos fungos Rhizopus delemar e R. japonicus com grande nível de pureza.
▪ Os ácidos linolêico e linolênico são produzidos por fungos do gênero Mortierella, sendo essenciais para mamíferos.

INDUSTRIAL

a) Fermentação:

▪ Levedura de padeiro ou Saccharomyces cerevisiae, um fungo unicelular, é usado para fazer pão e
outros produtos à base de trigo.São também usadas na produção de bebidas alcoólicas e alcool
combustível ;
▪ Tempeh é um fermentado de soja que a torna mais leve e nutritiva;
▪ Tofu, também chamado de queijo de soja, é preparado a partir da fermentação da soja utilizando-se
outros zigomicetos, como Actinomucor elegans ou outras espécies do gênero Mucor e de Rhizopus;
▪ Produção Certos tipos de queijos (Gênero Penicillium) requerem a inoculação dos coalhos do leite
com espécies de fungos que fornecem um sabor e textura únicos ao queijo, como roquefort,
camemberte e gorgonzola.

b) Espécies comestíveis

▪ Agaricus bisporus, vendidos como champignon enquanto pequenos;


▪ Há muitas outras espécies de cogumelos que são colhidas no estado silvestre, quer para consumo
pessoal quer para venda comercial. Exemplos: sancha, Morchella, cantarelos, trufas, trombetas-
negras, e cepe-de-bordéus (também conhecido como cogumelo porcini, boleto ou tortulho) têm um
preço elevado no mercado.

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CONTROLE BIOLÓGICO

Em agricultura, os fungos podem ser úteis se competirem ativamente com microorganismos patogênicos como bactérias
e outros fungos, pelos nutrientes e espaço, segundo o princípio da exclusão competitiva, ou se forem parasitas desses patógenos.
Por exemplo, certas espécies podem ser usadas para eliminar ou suprimir o crescimento de patógenos vegetais, como insetos,
pulgões, ervas daninhas, nemátodos, e outros fungos causadores de doenças em colheitas importantes. Isto gerou um forte
interesse nas aplicações práticas que utilizam fungos como controlo biológico destas pragas agrícolas. Fungos
entomopatogênicos podem ser usados como biopesticidas, pois matam ativamente os insectos. Exemplos de fungos usados como
insecticidas biológicos são Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.

BIORREMEDIAÇÃO

Transformação dos contaminantes em produtos finais inócuos ou na sua mineralização (transformação do composto nos
seus constituintes minerais) além de ser de baixo custo. São muitas as espécies de zigomicetos que são utilizadas em
biorremediação. Ex.: degradar diversas moléculas poluentes como pesticidas clorados (DDT).

MICOSES

As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamados de “tineas” ou tinhas, são infecções causadas por fungos
que atingem a pele, as unhas e os cabelos, e se manifestam pelo aparecimento de lesões de cor avermelhada e descamação. Os
fungos estão em toda parte podendo ser encontrados no solo, em animais e em outros seres humanos.
Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo “pacificamente” conosco, sem causar doença. A existência natural
dos fungos na pele não significa que todas as pessoas terão micose. Para que a doença acometa as pessoas, são necessários
alguns fatores, como uma queda no sistema de defesa do organismo. Com isso, o fungo penetra na pele e, encontrando
condições ideais, se desenvolve. A umidade, o calor e lesões na pele são algumas características que agradam esses agentes
patogênicos, facilitando sua proliferação.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o “alimento” para estes fungos. Quando
encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como: calor, umidade, baixa de imunidade ou uso de antibióticos sistêmicos
por longo prazo (alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se reproduzem e passam então a causar a doença.
As micoses podem ser superficiais, onde os fungos ficam na camada externa da pele, ao redor de pêlos ou nas unhas, ou
podem ser profundas, onde os fungos disseminam - se através da circulação sanguínea e linfática. Podem infectar a pele e órgãos
internos, como pulmões, intestinos, ossos ou sistema nervoso.

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