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ANALISE DE TENSOES EM TUBULAQOES INDUSTRIAIS para Engenheiros e Projetistas BALTAZAR AGENOR BAILONA Mestre em Ciéncias Aeronduticas e Mec4nica - ITA Gerente da Qualidade Laboratorial — CTA/IFICMA FERNANDO SILVA DE ARAUJO PORTO Doutor em Engenharia - FAENQUIL Professor no Departamento de Engenharia Mecanica Universidade de Taubaté — UNITAU José Rui CAMARGO Doutor em Engenharia Mecanica — UNESP ‘Chefe do Departamento de Engenharia Mecanica Universidade de Taubaté - UNITAU LAERCIO FERREIRA Mestre em Engenharia Mecanica - UNESP Coordenador Técnico Escola SENAI 3.01 Félix Guisard — Taubaté Mauro MassayosHi KIMURA Durcon Valvulas e Equipamentos Industriais Assisténcia Técnica e Vendas LIC EDITORA 1. INTRODUGAO 1 2. CONCEITOS BASICOS 2 2.1 Documentagéo Técnica 2 2.1.1 Indice de linhas, diagramas de fluxo, especificagdes de projeto 3 2.1.2 Layoutde tubulagao 5 2.1.3 Plantas de tubulacdo 6 2.1.4 Isométricos 7 2.2 ‘Normas e Standards 7 2.2.1 Sociedades técnicas 8 2.2.2 Interferéncia entre normas 9 2.3 Influéncia dos Fluidos Transportados 9 2.4 Classificagéo dos Sistemas 9 2.5. Resistencia dos Materiais 10 2.5.1 Componentes de tens6es e circulo de Mohr 12 2.6 Propriedades do Material da Tubulagao 14 2.6.1 Médulo de elasticidade 14 2.6.2 Coeficiente de dilatacao térmica linear 14 2.6.3 Médulo de Poisson 15 Propriedades Geométricas da Tubulagao 15 2.7.1 Didmetro e espessura 15 2.7.2. Momento de inércia da segao 15 2.7.3. Médulo de resistencia da seco 16 2.8 Sistemas de Unidades 16 2.8.1 Sistema de unidades inglesas 16 2.8.2 Sistema Internacional de unidades 16 2.8.3 Conversao de unidades 17 2.9 Bibliografia 18 2a a 3. TENSOES ADMISSIVEIS EM TUBULAGOES 19 3.1 Critérios de Falha de Materiais Duicteis com Cargas Estiticas 19 3.1.1 Teoria da tensdo principal maxima 20 3.1.2 Critério da tensio maxima de cisalhamento 20 3.2 Fadiga 21 3.3. Classificagao das Tensdes pelas Normas Aplicéveis 24 3.3.1 TensOes primérias 24 3.3.2 TensOes secundarias 24 3.3.3 Tenses de pico 24 3.4. Cargas Ocasionais e de Servico 24 xii Sumsio 35 3.6 4.1 42 43 44 45 46 45 g 48 5. 5.2 53 54 55 5.6 om 5.8 59 61 6.2 63 ‘Tens6es Admissiveis e Normas Aplicveis (ASME B31 ~ Code for Pressure Piping) 25 3.5.1 ANSI B31.1 — Power Piping Code 25 3.5.2 ASME B31.3 - Chemical Plant and Petroleum Refinery Piping Code 28 3.5.3. ASME B31.8— Gas Transmission and Distribution Piping Code 30 Bibliografia . SUPORTES E RESTRICOES DE TUBULAGAO 32 Conceitos Gerais 32 Classificagao 33 Suportes Rigidos 34 4.3.1 Suportes de atrito 34 4.3.2 Restrigbes 35 43.3 Pendurais 38 Suportes Nao-Rigidos 39 4.4.1 Suportes de ago varidvel 40 4.4.2 Suportes de agao constante 42 4.4.3 Suportes amortecedores 44 Elementos Construtivos ¢ Acess6rios 45 4.5.1 Grampos 45 4.5.2 Bragadeiras 46 4.5.3 Placas de base 47 4.54 Elementos fixados ao tubo 50 Suportes Diversos 51 4.6.1 Suportes estruturais 51 4.6.2 Pedestais estruturais 51 Posicionamento dos Suportes de Tubulagao 52 4.7.1 Dados requeridos 53 4.7.2 Determinagéo do vao basico entre suportes 53 4.7.3 Determinando os pontos de suporte 55 Bibliografia 57 . ANALISE DAS CARGAS DE SERVICO 58 Classificagao das Cargas 58 Determinagao do Peso Linear 59 Peso de Curvas e Valvulas 60 Determinagdo da Carga Peso sobre Suportes 61 54.1 Balanceamento de peso 61 5.4.2 Balanceamento de peso simplificado 67 ‘Tensdes'e Momentos Devidos a Carga Peso 71 Cangas Associadas & Pressdo Interna 74 ‘Tens6es Originadas pela Pressio Interna 76 ‘Tensdes de Servigo Combinadas 77 Bibliografia 77 . ANALISE DAS CARGAS OCASIONAIS 79 Cargas Originadas pela Agéo do Vento 79 Cargas Originadas por Vibracies 84 Bibliografia 85 Suwa Xi 7. ANALISE DAS CARGAS DE EXPANSAO TERMICA 86 7.1 Identificagao das Linhas com Flexibilidade Adequada 86 7.2. Expansao Térmica em Equipamentos 91 7.2.1 Equipamentos com distribuigao uniforme da temperatura 91 7.2.2. Equipamentos com gradiente térmico 93 7.3. Andlise de Flexibilidade: Métodos Simplificados ou Manuais 97 7.3.1 Métodos aproximados 98 7.3.2. Métodos graficos ou diretos 121 7.4. Cargas nos Suportes e Ancoragens Devido ao Atrito 128 7.4.1 Cargas nas ancoragens 129 7.4.2. Cargas em suportes de pipe-ways 130 7.5 Bibliografia 130 ANALISE DE FLEXIBILIDADE ASSISTIDA POR COMPUTADORES 132 8.1 Elementos Finitos 132 8.2 Programas Comerciais de Anilise de Flexibilidade 133 8.3 Comentirios Finais 134 8.4. Bibliografia 135 On-Line 135 » ANEXOS . TABELAS DE CONVERSAO DE UNIDADES 136 . TUBOS: CARACTERISTICAS GERAIS 139 . COMPONENTES DE TUBULAGAO: CARACTERISTICAS GERAIS 151 ESPACAMENTO ENTRE TUBOS PARALELOS 166 ESPACAMENTO ENTRE GUIAS EM LINHAS VERTICAIS 172 . COEFICIENTES DE ATRITO ESTATICO 174 MATERIAIS EM TUBULAGOES E SUPORTE: CARACTERISTICAS TERMOF{SICAS E TENSOES ADMISSIVEIS 175 8. MATERIAIS PARA ISOLAMENTO TERMICO 190 9. VAO BASICO ENTRE SUPORTES 195 10. CARTAS KELLOG PARA FLEXIBILIDADE 199 11. TABELAS GRINNELL 208 12. DISPOSICAO DE SUPORTES - ARRANJOS TIPICOS 236 13. ESFORGO CORTANTE, MOMENTO FLETOR E DEFLEXAO DE VIGAS 239 Nayrene INDICE 243 INTRODUGAO Muito embora a engenharia de tubulagées industriais seja de grande tradi¢ao, com seu apa- recimento associado aos prim6rdios da Revolugao Industrial, foi somente nestas tltimas déca- das que um significativo aperfeicoamento ocorreu. Crescentes exigencias de seguranca e consi- deragées econémicas, assim como a introdugao de novas tecnologias, impeliram estas mudan- 6a. Seja em funcao da seguranca ou da necessidade de se preservar 0 patriménio industrial, seja para fazer face aos crescentes custos dos processos industriais ¢ a necessidade de reduzir despe- sas, as induistrias direcionaram-se a uma normalizacao atualizada e abrangente, assim como & pesquisa e ao desenvolvimento de novas ferramentas analiticas referentes a andlise de tensoes em tubulagoes, mais exatas e adequadas as novas demandas. O analista de tensdes em tubulagées é o responsavel pelo uso conyeniente destas ferramen- tas. Através destas, procura avaliar as tensées possiveis de serem desenvolvidas em sistemas de tubulages ainda em projeto, devidas a pressao, peso proprio, dilatacdo térmica, atrito, movi- mentos de pontos externos, além de vibragGes advindas de equipamentos conectados, vento, forcas sismicas, golpes de ariete, operacao de valvulas, etc. Desenvolvida a anilise, o engenheiro avalia se os resultados obtidos sio compativeis com os valores admissiveis correspondentes. Concluindo que os resultados estao aquém do desejado, é sua fungao adequar o projeto das li- nhas para conciliar estes valores. Esta obra tem por objetivo primério apresentar ao estudante de engenharia os conceitos ba- sicos da anilise de tensdes, assim como ser, para o engenheiro de tubulacées, um manual pré- tico de consulta répida ¢ efetiva para o exercicio didrio de sua fungdo, sem ter a pretensiio de esgotar a matéria. CoNnceITos BASICOs [2] Oconhecimento prévio de alguns conceitos relativos ao campo de resisténcia dos materiais, organizagao industrial de projetos, documentagao concernente aos projetos, normas e standards relativos as tubula- GGes industriais é considerado imprescindivel para o estudo da andlise de tensdes e demais assuntos relacionados. Segue-se uma apresentagao resumida desses conceitos. 2.1 DOCUMENTAGAO TECNICA Para realizar todas as atividades de engenharia e montagem associadas a um projeto especi- fico, é necesséria a existéncia de uma organizacao dotada de capacidade de cumprir essas ativi- dades e de se autogerir. Esta organizacao é a chamada “equipe de projeto”. Em grandes firmas de projeto industrial, a organizagao das equipes de projeto segue padroes que variam de empresa para empresa, dos quais o organograma exposto na Figura 2-1 é um bom exemplo. As equipes de projeto sao normalmente chefiadas por um “lider de projeto”, ou Gerente de Qualidade ‘Supervisio do cronograma Reevisio dos requisitos Inspegées © aucitorias Controle da qualidade ‘Meio Ambiente Engenharia elétrica Estrutural $mpacto ambiental Engenharia mecénica Arquitetura congas Engenharia hidréulica Layout e maquetes Instrumentagao e controle Meio ambiente Engenharia quimica Saneamento Figura 2-1 Tipica organizagio de equipe de projeto. As linhas cheias indicam relagSes de interagio entre os ‘grupos de engenharia, e as pontilhadas, as relagdes da equipe com outras organizacdes de trabalho. Concertos Bésicos 3 “gerente de projeto”, elemento totalmente responsavel por todas as atividades da equipe dentro de um projeto especifico, devendo assegurar a qualidade destas e exercer 0 maximo controle sobre as mesmas. A Figura 2-1 possui apenas caréter ilustrativo, pois os tipos de grupos de en- genharia e o ntimero de engenheiros e técnicos envolvidos dependem da natureza e do tama- nho do projeto. Neste exemplo, o grupo de engenharia mecanica abraca as responsabilidades sobre os sistemas de ar condicionado, aquecimento, ventilacdo, componentes e tubulagao. Nesse conjunto, 0 engenheiro responsdvel pela tubulacao, comumente denominado enge- nheiro de tubulagées, receberia a responsabilidade e autoridade de geréncia ¢ coordenacao de diversas tarefas: + Plantas de tubulacéo + Anilise de tensdes na tubulacio + Especificagdo de suportes + Especificagao de reforcos * Coordenagao de montagem no campo ‘As fungées deste engenheiro incluiriam a interface com os outros grupos de engenharia, para assegurar que os tubos e componentes associados sejam entregues no campo de obras e monta- dos de acordo com as diferentes normas, standards, especificacoes técnicas e cronogramas de montagem ¢ plantas. O engenheiro de tubulagoes intervém no desenvolvimento de varios documentos técnicos, 05 quais devem possibilitar a interacao eficiente com os demais grupos, além da andlise, com- pra, fabricagdo ¢ instalacdo de todos os componentes que compreendem o sistema de tubula- 0. Para que este profissional possa realizar esta tarefa, os demais grupos de engenharia devem Ihe enderecar um fluxo de documentos para que fundamente sua aco. Documentos tipicos incluem: A serem recebidos: A serem gerados: + Diagramas de fluxo + Plantas de suportes ¢ restricdes + Indice de linhas (flexibilidade) + Layout de tubulagao + Esforgos sobre os suportes + Especificagdes técnicas + Esforgos sobre equipamentos + Especificaces de materiais + Isométrico das restrigoes (flexibilidade) + Plantas estruturais e de arranjo geral + Memoriais de andlise de tensdes + Plantas de tubulacdo e instrumentacao + Relacdo dos suportes de mola. + Caracteristicas técnicas detalhadas dos equipamentos a serem conectados (incluindo desenhos e esforcos admissiveis em bocais) * Memorial descritivo do sistema + Isométricos de fabricagao + Relatérios de mudangas em campo. Alguns dos documentos mais importantes sao detalhados a seguir. 2.1.1. (NDICE DE LINHAS, DIAGRAMAS DE FLUXO, ESPECIFICAGOES DE PROJETO ‘A base ldgica para o projeto do sistema de tubulagées e de todas as plantas de desenhos rela- tivos séo os diagramas de fluxo. Estes so preparados pelo engenheiro de sistemas (ou de pro- cesso) e prové a chave para a compreensio e visualizacao de cada sistema. O diagrama de fluxo é usualmente o desenho inicial do projeto da tubulacao. Este documen- to indica os tipos de equipamentos a serem integrados, os instrumentos requeridos ¢ os siste- mas de tubulacdo necessérios. 4 Capiruto Dos reso e18)— 5 Tienes pistcorty | pasos fon jseanny [pose TS) |. Ey wom] [ucw| | mer | Xue ss. 8003418) 1950 065-4.6) — De eae 7 =} 180a0878) al Fer “NE 1910 REV H.008 (S-2) 880-0425 18) 188020040518) Figura 2-2 Exemplo de diagrama de fluxo. Um exemplo de diagrama de fluxo é mostrado na Figura 2-2. Importante observar que dia- gtamas de fluxo sao representativos, nao sendo desenhados em escala, estando a énfase nas re- lagGes esquematicas entre tubos, instrumentos e equipamentos dentro do processo. Cada linha de tubulagao indicada no diagrama de fluxo é usualmente identificada por um tinico mimero de linha, Este ntimero nao 86 é usado para referenciar a linha no chamado Indice de Linhas, como também transmite informag6es sobre os parametros principais da linha. Um exemplo de indice de linhas é mostrado na Tabela 2-1, e muitos projetos complexos exigem também a constitui¢do de documentos similares contendo uma lista de todas as valvulas utili- zadas no sistema de tubulagées. O numero de uma linha permanece constante tanto quanto permanecem constantes todos os parametros desta linha (tais como diametro, material, espessura de parede, temperatura, pressao, classe de seguranca, isolamento, norma aplicada, sistema ao qual pertence ou tipo de servico). A mudanga de um numero de linha ¢ um aviso claro de que ao menos um parametro mudou. A Especificagao de Projeto, emitida para cada tarefa especifica do projeto, descreve os critérios a serem usados no planejamento e na montagem do sistema de tubulacdo. Em outras palavras, a especificacao, ou “spec”, como é conhecida no jargao da 4rea, indica as normas aplicdveis, materiais de tubulagao, técnicas de montagem, componentes preferiveis, suportes, etc. concer- nentes aos requisitos do projeto ou tipo de sistema. © Padrao de Suportes, também conhecido como Caderno ou Lista de Padroes de Suportes, descreve os suportes mais utilizados pela empresa, de tal forma que o engenheiro ou projetista Concertos Bésicos Tabela 2-1 Exemplo simplificado de indice de linhas N®Linha 1RED-002-365 RED-125-118-4 ARED-750-112-4 1RED-750-114-4 UPV-001-111-1 1SCI-006-006-1 UPV-001-112-1 AUPV-001-192-4 1UPV-002-001-1 UPY-002-002-1 UPV-002-072-1 1UPV-002-149-4 1UPV-002-153-4 TUPV-002-181-4 1UPV-002-184-4 TUPV-002-185-4 TUPV-002-191-4 1UPV-004-003-1 1UPY-024-603-2 1UPV-024-604-2 1UPV-024-803-2 1UPV-024-818-2 1UPV-750-193-4 1UPV-750-194-4 1UPV-750-195-4 ‘UPV - UNIDADE PRINCIPAL DE VAPOR Pagina: Data: INDICE DE LINHAS- 1 Operacao Projeto Diametro Didmetro Sch Parede —-Pressio ‘Temperatura _—Pressio_- Temperatura Nominal (in) Real (mm) (mm) (kPa) eo) (kPa) eo) 2 60,3 80 49 105 100 345 150 1,25 42,2 40 3,6 70 20 70 40 0,75 26,7 40 29 105 100 8620 305 0,75 26,7 40 29 105 100 8620 305 1 33,4 80 45 7050 290 8620 305 6 168,3 80 11,0 8310 60 10515, 305 1 33,4 80 45 7050 290 8620 305 1 33,4 80 45 6895 290 8620 305 2 60,3 80 4,9 7240 290 8620 305 2 63 8049 7240 290 8620 305 2 60,3 80 49 7240 290 8620 305 2 60,3 5S 21 775 50. 935, 70 2 0G 100 ee 75 50 935 70 2 60,3 5S 21 773 50 935 70 2 60,3 58 21 775 50 935 70 2 60,3 5S 21 775 50 935 70 2 60,3 58 21 775 50 935 70 4 1143 40 6,0 7240 290 8620 305 24 609,6 60 24,6 6815 285. 8620 305 24 609,6 60 24,6 6815 285. 8620 305 24 609,6 60 24,6 6815 285 8620 305 24 609.6 60 24,6 6815 285 8620 305 0,75. 26,7 40 29 775 50 935 70 0,75 26,7 40 29 775 50 935 70 0,75 26,7 40 29 775 50 935 70 tenha inumeras alternativas de suportes padrées, que lhe possibilitem cobrir a maior gama pos- sivel de aplicagées. Constam neste documento o desenho do suporte, detalhes de fabricacao} aplicaco e um numero de referéncia. Este ntimero indicara a equipe de fabricagao 0 tipo de suporte, e também o material e 0 diametro da tubulacao a que se destina. A Lista de Suportes Especiais um complemento ao Padrao de Suportes, no qual se descre- vem 0s suportes projetados especialmente para um determinado projeto ou obra, para os casos nos quais nao foi possivel empregar os tipos especificados no padrao. 2.1.2 LAYOUTDE TUBULACAO O diagrama de fluxo, indice de linhas e especificagdes de projeto sao usados pelo projetista de tubulacao para determinar 0 Layout do Sistema, ou trajeto real das linhas, e assim gerar os 6 Caetruo Dois desenhos do sistema. O trajeto das linhas inicialmente indicado pelo diagrama de fluxo seré afetado pela temperatura de operaco do sistema, peso da tubulagao, configuracao do terreno, custos de instalacao e de material, perdas de carga, normas aplicdveis ea locacao dos principais equipamentos e estruturas. Nao é fungao do engenheiro de tubulacées realizar o layout do sistema, mas certamente cle deverd verificar cuidadosamente os desenhos e responsabilizar-se por eles perante a empresa € o cliente. 2.1.3. PLANTAS DE TUBULAGAO Uma vez que o layoutesteja determinado, Desenhos e Plantas de Tubulagao sao realizados. A planta de tubulagao € o principal documento de referéncia usado pelo grupo de projeto de tu- bulagées. Essas plantas usualmente mostram vistas em corte e elevacdo (a vista em corte é a vis- ta oriunda de um ponto superior; uma vista em elevacdo é a vista oriunda de um ponto no pla- no horizontal). Ambos os tipos de vistas s4o importantes e necessarios para se identificar total- mente 0 trajeto de uma linha. Observando a Figura 2-3, onde se encontram um exemplo sim- plificado de uma vista em corte e o de uma vista em elevacao, vé-se que algumas reas do siste- ma de tubulacao que nao sao claramente identificadas na vista em corte podem ser mais bem entendidas através da vista em elevacao. Em plantas, a tubula¢ao é usualmente mostrada como uma linha sélida, e seus componen- tes, tais como valvulas, flanges e reduces, representados por simbolos convenientes. Em alguns projetos, porém, tubulacdes de grande diametro séo desenhadas em escala para facilitar a veri- ficagao de interferéncias. Uma vez estabelecidos os trajetos das linhas, estes devem ser alocados nas plantas através de cotas que indiquem distancias e dimensées entre as linhas de tubulacao e pontos de referéncia, 0s quais usualmente sao estruturas tais como paredes ou colunas. Um cuidado importante, mas muitas vezes negligenciado, é o de indicar somente estruturas que j4 estejam prontas no mo- mento em que se iniciar a montagem das tubula¢ées. Pontos de referéncia de dificil acesso, tais como a linha de centro de um poco de grandes dimensdes, devem ser evitados sempre que pos- sivel. Outra referéncia em planta é a indica¢ao do “norte” da planta. Essa seta oferece uma direcao constante como referéncia, e nao indica necessariamente o norte verdadeiro. Normalmente é El te Booal A2 Etevacto Figura 2-3 Exemplo simplificado de uma vista em corte (acima & esquerda) e de uma vista em elevagio (acima a direita),

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