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da qualidade do lodo – restringindo sua disposição no solo, aumento das restrições ao uso

agrícola, sazonalidade da agricultura e a falta de áreas para aterros.

3.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A SELEÇÃO DO


TRATAMENTO ADEQUADO DE LODO

A tecnologia do tratamento do lodo deve ser escolhida tendo em conta não apenas as
características da ETE e dos resíduos gerados, mas também deve estar relacionada com o
destino final pretendido para o biossólido (Fernandes et al., 2001), bem como com os
impactos durante o seu processo de transformação ou aqueles decorrentes do seu uso.

No caso da disposição do lodo líquido no solo, consideram-se os seguintes aspectos: a ETE


deve estar próxima às áreas agrícolas e não produzir um volume total de lodo muito alto,
assim, este pode ser preparado para a reciclagem agrícola utilizando-se etapas de
tratamento como o adensamento, a estabilização e a higienização, dispensando-se a fase de
desidratação.

Se o destino final do lodo não for a disposição agrícola, mas pretende-se dispô-lo em
aterros sanitários, a etapa de estabilização pode ser dispensada, pois dentro das células do
aterro sanitário ocorre uma degradação anaeróbia da matéria orgânica. Deve-se pensar,
entretanto, que o volume a ser disposto é um fator limitante e os métodos para redução de
volume - desaguamento do lodo - são eficientes quando o lodo apresenta bom grau de
estabilização.

O condicionamento é uma preparação do lodo para a etapa de desidratação. Em alguns


casos, dependendo das condições locais, esta fase do tratamento não se justifica, como, por
exemplo: a desidratação em leitos de secagem, os quais são muito utilizados em regiões de
clima quente. Quando é necessário aplicar o condicionamento ao lodo, a escolha do
produto químico a ser utilizado, assim como a sua dosagem, dependerá do tipo de lodo a
ser processado.

Algumas alternativas de destino final requerem lodo com uma faixa bem definida de
sólidos. Na secagem térmica ou incineração, o lodo deve apresentar no mínimo 35% de
sólidos, todavia, a eficiência deste processo aumenta quanto maior for a concentração de
matéria seca. Em se tratando da compostagem, geralmente o teor ideal de sólidos se
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encontra na faixa de 15 a 20% e vai depender do resíduo estruturante utilizado (Fernandes
et al., 2001). Lodos desidratados com alto teor de sólidos, como aqueles produzidos em
leitos de secagem, não são muito adequados para a compostagem, pois neste tipo de
tratamento são usados resíduos estruturantes como: serragem de madeira, restos triturados
de podas de árvores, dentre outros, para equilibrar a relação C:N. as misturas dos resíduos
na compostagem devem apresentar uma umidade ente 55 e 65%. A desidratação do lodo
tem um importante papel nos custos de transporte e destino final do lodo e, como o
comportamento do lodo varia com o teor de umidade, esta também vai influenciar, de
maneira decisiva, o manuseio do lodo (Fernandes et al., 2001).

Quando o destino final do lodo for o uso agrícola, faz-se necessário uma etapa de
higienização, visto que as alternativas de estabilização como as digestões anaeróbia e
aeróbia do lodo, que são os processos mais usados, degradam a matéria orgânica e
diminuem os maus odores, porém não são muito eficientes na eliminação de
microrganismos patogênicos.

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