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Baseado nos livros do Professor Pierluigi Piazzi (Professor Pier). Ele explica como ocorre o
processo de aprendizagem e como deve ser o estudo.
1) O estudo é um processo lento que leva à aprendizagem e que, por sua vez, aumenta a inteligência.
A inteligência é como uma escada, que você pode subir um degrau a cada dia. A única maneira
de se ficar mais inteligente e aprender para sempre é estudar pouco e todo dia.
2) Aluno é aquele que assiste aula. Aula é uma atividade coletiva (em grupo) e passiva. Na aula
você não aprende, na aula você apenas entende.
3) Estudante é aquele que estuda. Estudar é um ato ativo, solitário e vai além da leitura e de assistir
aula (ou videoaula). A aprendizagem humana é baseada na atividade solitária do estudo em que
o estudante lê e depois mecanicamente escreve em um papel o resumo das principais ideias.
Esse processo de leitura e escrita é lento e trabalhoso e isso faz com que haja grande retenção das
ideias. Apenas ler não é suficiente.
4) Estudar não é ler, é escrever! – Ué, então como faço para aprender o que está naquele texto?
Simples: pegue um lápis (ou uma caneta), um pedaço de papel e ESCREVA (e/ou DESENHE) tudo
o que for importante naquele texto. Ninguém está estudando se não estiver escrevendo!
Escrever é aquilo que se faz com lápis e papel. Ou seja, escrever não é digitar no computador! E
muito menos sublinhar ou usar a ridícula e inútil canetinha marca-texto. Escrevendo à mão
estaremos envolvendo e estimulando muito mais regiões do cérebro do que se estivéssemos
digitando as mesmas letras. Quanto mais regiões do cérebro estiverem colaborando para a
realização de uma tarefa, maior será a probabilidade de fixação no sono subsequente. Para estudar
você precisa do livro/apostila (impressos) para ler, lápis/caneta e papel para escrever os
resumos/esquemas/desenhos.
5) Outra coisa: está provado que ler no papel (livro, apostila) é muito mais significativo do que
ler na tela de um computador/celular. Se a fonte de informação estiver na internet, não tente ler na
tela! Sempre imprima e leia em papel! Da mesma forma que escrever à mão, ler em papel ativa
mais áreas do cérebro do que ler em uma tela emissora de luz.
6) Estudar é uma situação solitária e ativa! Portanto, essa é a condição do autodidata. Lembre-se,
porém, de que ninguém consegue ser verdadeiramente um autodidata se não tiver muita
desenvoltura, inclusive na fase da leitura. E só tem uma boa interpretação de texto e um vasto
vocabulário quem lê muito. E só lê muito quem lê por prazer. Por isso, fuja dos clássicos pedantes
e aborrecidos e comece a procurar leituras que o fascinem, que o prendam. Só tem alguma chance
de se tornar mais inteligente quem lê muito, e só lê muito quem lê por prazer.
7) Quando for estudar, vá para um local solitário e confortável. Desligue o celular e a televisão.
Leve tudo o que irá precisar: um temporizador para controlar as pausas, livros/apostilas, lápis,
caneta borracha e papel.
8) Estudar com música ajuda a estimular mais áreas do cérebro e ajuda na retenção. Mas a
música precisa ser ou sem palavras (instrumental) ou cantada em uma língua que você não
conheça para não utilizar a mesma área do cérebro utilizada para o estudo. Quanto mais regiões
do cérebro estiverem colaborando para a realização de uma tarefa, maior será a probabilidade de
fixação no sono subsequente. O motivo é claro: quando você estuda, a linguagem (e nisso incluo
também a matemática) é processada no hemisfério esquerdo, enquanto a melodia ativa o direito.
Por isso o uso de música instrumental, esquemas, desenhos exagerados/engraçados que
estimulam uma emoção aumentam a chance dos conteúdos serem gravados.
9) Estudo não é questão de quantidade: é questão de qualidade! Ou seja, estude melhor, de
maneira eficaz! Saiba que o cérebro não consegue manter o mesmo rendimento por horas em
atividades de intensa concentração. Use o método Pomodoro: estude intensamente por 30
minutos e descanse cerca de 10 minutos. Nesses intervalos, distraia-se com alguma atividade
não intelectual: beba água, vá ao banheiro, dê uma volta no jardim, brinque com o cachorro. Como
cada pessoa tem um ritmo próprio, talvez essa meia hora possa ser esticada para 40 ou até 50
minutos (mas não passe disso!). E durante o estudo concentre-se e tire as distrações: desligue
celular e redes sociais. Esteja sozinho. Na fase da 1ª leitura, pode gastar mais tempo (1 hora ou
mais).
10) Ensinar é o ótimo para fixar o que aprendeu. Por isso, quando se estuda em grupo, o único que
leva vantagem é quem está ensinando. O último estágio do estudo ativo é resolver
questões/exercícios (ser desafiado) e saber explicar a matéria para alguém (dar aula).
Escrito por Nilson. S. Reis – 17/02/2021
11) Faça um resumo como se estivesse fazendo uma cola e saberá o que anotar. Resumir não é
marcar o texto com canetinha marcador, é escrever resumos e esquemas. Escreva o máximo, faça
rascunhos e resumos. O resumo final será usado para revisões. Melhor forma de fazer resumo:
fazer duas leituras. Primeira, lendo rapidamente a matéria uma vez (capítulo ou subtópico).
Segunda, voltar extraindo as principais ideias. Desta maneira, você terá uma visão geral do
conteúdo para saber o que é mais importante. O estudo vai envolver escrita de resumos (com
caneta, não digitando), elaborando esquemas, fazendo desenhos, gráficos, e a resolução de
exercícios. Faça desenhos e associações exageradas, loucas ou engraçadas. Coisas
extravagantes fazem o cérebro se fixar nelas.
12) Ciclo do estudo correto: Aula dada é aula estudada no mesmo dia! Após assistir uma aula
(passivamente) é necessário estudá-la (ativamente) no mesmo dia. Entender, aprender e fixar.
Estudar: ler, fazer resumos e exercícios. As aulas do dia devem ser estudadas no mesmo dia, antes
que se passe uma noite de sono, pois durante o sono o cérebro grava as coisas importantes!
13) Dormir para fixar! O sono de qualidade é fundamental para a aprendizagem. Enquanto você
dorme (sono profundo) seu cérebro fixa as coisas mais importantes e descarta as não importantes.
O cérebro grava principalmente as informações associadas à carga emocional e não à carga
racional. Explicando melhor: se você, ao receber aquela informação durante o dia, o fez de maneira
alegre, prazerosa ou até muito triste, trágica, a emoção a ela associada fará com que, durante
o sonho noturno, ela seja gravada de forma permanente. Assistir às aulas sobre determinada
matéria leva apenas ao entendimento do assunto (se a aula for bem dada), mas raramente a
uma verdadeira aprendizagem. Na medida em que o tema é trabalhado de forma ativa após a aula
– estudando (fazendo resumos e esquemas) –, o cérebro é preparado para reconfigurar as redes
neurais durante a noite de sono que virá a seguir, garantindo que aquele conteúdo seja fixado de
forma permanente.
14) Procure estudar duas matérias por dia, divididas em um período de cerca de seis horas. Mesclar
uma matéria de humanas com uma de exatas ou biológicas. Alternando entre matérias de
envolvem cálculos com matérias que envolvem mais textos levará a estímulos cerebrais diferentes
evitando aquela sobrecarga de apenas um tipo de estímulo.