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Manual CIPA

O presente manual contém o texto da norma, NR 5 - CIPA , publicado através da


Portaria Nº 8, de 23 de Fevereiro de 1999, uma avaliação dos motivos da
modificação explicitados durante o processo de negociação, que se encontra
dentro de moldura, e um conjunto de perguntas e respostas. Ao final se
apresentará uma avaliação geral.

DO OBJETIVO

5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a


prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.

O item introdutório da Norma anterior estabelecia atribuições para a CIPA e não


seu objetivo estratégico, que é a promoção da saúde e da segurança, através
de meios definidos no texto atual da NR-5.

P - Quais são os aspectos ou as categorias que a CIPA deve ressaltar como


importantes para a consecução do seu objetivo ?
R - A CIPA deverá abordar o Homem e o trabalho na sua “integralidade” e
compreender como se estabelecem as relações entre os dois, na busca efetiva
da melhoria das condições de trabalho. Podemos dar exemplos óbvios como: a
CIPA deve se preocupar com as máquinas instaladas no local de trabalho, com
os agentes físicos presentes, com os acidentes que ocorrem. Também há
situações que precisam de avaliação mais aprofundada tais como: a CIPA deve
se preocupar com eventos relacionados à saúde dos trabalhadores, que não

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sejam determinados diretamente pelo trabalho, como por exemplo a elevada
pressão arterial dos trabalhadores ou o alcoolismo ou ainda os acidentes de
trajeto? Podemos dizer que tais situações dependem de avaliações caso a caso
por parte dos seus representantes, ou seja dos representantes dos
empregadores e dos empregados. Se tais eventos se tornam importantes em
situações específicas, deve-se relevá-los à categoria dos assuntos tratados pela
Comissão. Se não, podem não fazer parte de seu escopo. O que é importante é
que não se tente minimizar eventos importantes que efetivamente contribuem
para a “acidentogênese” naquela empresa específica e que não se perpetuem
ações à margem dos problemas reais.
Desmembrar em pontos relativos as atribuições

DA CONSTITUIÇÃO

5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular


funcionamento, as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações
recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam
trabalhadores como empregados.

Foi mantida a obrigatoriedade da CIPA para as empresas que possuam


empregados com vínculo de emprego. Foi discutido, de forma
reiterada, a necessidade de se ampliar as questões relativas à CIPA
para as categorias de trabalhadores que não estão enquadrados nas
formatações dos vínculos de emprego - em especial servidores
públicos. Não foi possível, face à falta de regulamentação
constitucional.
P - Todas as empresas devem constituir CIPA.
R - Não, somente aqueles empregadores, ou seus equiparados, que possuam
empregados conforme as determinações do artigo 3º, da CLT, acima do mínimo
estabelecido no Quadro (Dimensionamento), para sua categoria específica.

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P - A norma fala algumas vezes de trabalhadores e algumas de empregados, são
termos equivalentes?
R - Não, quando a norma diz empregados refere-se àqueles com vínculo de
emprego com a empresa determinada, quando refere-se a trabalhadores engloba
todos os que trabalham em estabelecimento de determinada empresa, ainda que
sejam contratados por outras. No caso de empregados, estamos falando dos
empregados de uma empresa e no caso de trabalhadores de todos os
empregados de todas as empresas ou empregadores em atividade em
determinado estabelecimento.

P - Devem ser considerados para fins de constituição da CIPA somente aqueles


trabalhadores com carteira de trabalho assinada?
R - Não, o que configura o vínculo de emprego não é a carteira de trabalho
assinada e sim que a pessoa física preste serviço de natureza não eventual a
empregador, sob dependência deste e mediante salário.

P- Como deve agir o Agente da Inspeção do Trabalho na quantificação dos


empregados que servirão de base para a CIPA?
R - O Agente da Inspeção do Trabalho deve verificar o real quantitativo de
trabalhadores com vínculo de emprego, no estabelecimento, com a empresa em
apreço.

P - Havendo inspeção em um órgão público, ou empresa pública, onde existam


trabalhadores efetivamente com vínculos de emprego regidos pela CLT e outros
com vínculos estabelecidos conforme o estatuto do servidor público como deve
ser constituída a CIPA?
R - A CIPA deve ser constituída levando-se em consideração o número de
empregados efetivamente vinculados ao regime celetista. E, sendo assim,
somente esses podem ser candidatos e somente esses devem votar. Entretanto,
cabe ressaltar que na ação da CIPA para a melhoria das condições de trabalho
não pode haver, sob pena de infração ao código civil, determinação de medidas

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discriminatórias, como por exemplo a solicitação de distribuição de determinado
equipamento somente para os celetistas.

P - E se o órgão ou empresa publica preferir englobar todos os trabalhadores na


sua CIPA ?
R - Não há nada que o impeça de assim agir, e tal situação está a favor da
segurança dos trabalhadores. É importante frisar, e isto vale para vários pontos
além deste aqui avaliado, que a norma regulamenta o mínimo e o que ultrapassar
a favor da segurança será sempre bem vindo.

P – Então, na situação acima poderão ser candidatos também os trabalhadores


servidores públicos?
R - Sim.
P - E o dimensionamento da CIPA deverá considerar todos os trabalhadores no
órgão público?
R - Sim, naquele órgão público, celetistas e estatutários. Não deve englobar,
entretanto, os prestadores de serviço que estejam em atividade no
estabelecimento e que sejam contratados por outra empresa.

P - E como fica a garantia de emprego dos trabalhadores servidores públicos?


R - A estabilidade seguirá, no mínimo, o que estabelece o artigo 10º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. No mínimo, porque a estabilidade do
servidor público ultrapassa, em muitos casos, aquela disposição, e, sendo
assim, deve prevalecer a mais favorável.

P - E como se define o que é um estabelecimento?


R - Um estabelecimento deve ser definido conforme a alínea “d” do item 1.6 da
NR 1 da Portaria 3214/78: “ estabelecimento é cada uma das unidades da
empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina,
escritório, loja oficina, depósito, laboratório.” A maioria das vezes, é muito
simples definir o âmbito real de um estabelecimento, outras vezes a avaliação é

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mais complexa, havendo dúvidas nessa definição a empresa pode consultar o
órgão regional do MTE.

P - E no caso de empresas prestadoras de serviços ou empreiteiras?


R No caso deve ser considerado como estabelecimento o local onde
efetivamente os trabalhos são desenvolvidos, ou seja os estabelecimentos
estarão dentro dos estabelecimentos das contratantes.

P- E no caso de empresas cujos empregados exercem suas atividades fora dos


estabelecimentos.
R – Os empregados devem ser considerados e somados no estabelecimento a
que se reportam para os demais fins do trabalho (assinar ponto, receber ordens
de serviço, iniciar ou finalizar as tarefas) .

5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos


trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as
disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores
econômicos específicos.

Ressaltou-se a questão dos trabalhadores avulsos porque seu vínculo de


emprego é diferenciado. Entretanto, as entidades gestoras de mão de
obra devem constituir CIPA conforme estabelece a NR 29, sobre os
trabalhos em portos. Ressaltou-se “observadas as disposições
estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores específicos” em
função dos trabalhos portuários, da Construção Civil, cuja norma
específica estabelece critérios próprios, das NRs Rurais.
P - Como fica a situação dos trabalhadores avulsos?
R - Trabalhadores avulsos são aqueles geralmente ligados ao carregamento de
mercadorias, a maioria em portos e que têm sua organização definida à partir de
uma organização sindical ou de um órgão gestor de mão de obra. Para as leis
trabalhistas e previdenciárias essas instituições assumem formalmente o papel

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do empregador. No caso do dimensionamento da CIPA para as atividades
portuárias deve ser observado o que estabelece a NR 29.

P - A NR 5 está estabelecendo que as normas específicas para setores


econômicos têm prioridade sobre o que ela estabelece. Como ficam os pontos
que não são abordados naquelas normas?
R - As normas de setores econômicos têm prioridade e não devem ser
estabelecidos conflitos. O que as normas específicas definiram vale para o setor
determinado ainda que difira da NR 5. No que elas não definiram aplica-se
integralmente a NR 5. Por exemplo, o dimensionamento previsto na NR 18.33 -
Construção Civil – deve ser observado como ali definido. Aquelas obras que
ultrapassem o estabelecido devem ser dimensionadas com base na NR 5. Como
a NR 18 só prevê parte das questões da CIPA, devem ser observados o que
estabelece a NR 5 para todas os demais aspectos.

P - E no caso de uma empresa com estabelecimentos com atividades


econômicas diferenciadas?
R - Na CIPA isso não traz problemas já que a Comissão deve ser constituída por
estabelecimento. Cada estabelecimento deve ser abordado segundo sua
classificação de atividade.

P - E havendo em um mesmo estabelecimento atividades econômicas


diferenciadas?
R - Deve-se buscar a atividade preponderante, ou seja, aquela que ocupa o
maior número de empregados. Podemos, por similitude, citar o que estabelece o
artigo 26 do Decreto 2.173, de 05 de março de 1997, que trata da contribuição
das empresas destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão
dos riscos do trabalho e que considera atividade preponderante a que ocupa o
maior número de empregados. Não devem ser considerados atividades
econômicas diferenciadas quando as atividade são complementares para um fim
único, ou seja, não devem ser avaliadas como atividades diferenciadas, aquelas
que constituem as etapas do processo de produção da empresa

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5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais
estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados,
conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e
saúde no trabalho.

P - Quem estabelece os mecanismos de integração?


R - A regra geral é que seja a empresa, conforme estabelece o texto. Nada
impede, entretanto, de que a definição dos mecanismos de integração seja
realizada em acordo com as suas CIPAs ou que tais mecanismos sejam objeto
de negociação coletiva, entre a empresa e o Sindicato. É necessário, entretanto,
que eles estejam definidos formalmente em algum documento, para caso de
avaliação do cumprimento do item pelos Agentes da Inspeção do Trabalho.

P - É preciso que se realizem reuniões periódicas dos membros das CIPAs, ou


que os planos de trabalho sejam conjuntos?
R - Não, as definições devem ser feitas caso a caso e são de responsabilidade
da empresa. A forma de comunicação, a periodicidade delas, o que se comunica
etc. pode-se dar de várias formas, o importante é a busca da equalização das
medidas de prevenção de acidentes de trabalho, nos vários estabelecimentos da
empresa, e, sobretudo, a troca das boas idéias, que podem surgir da atuação
das várias CIPAs.

5.5 - As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão,


através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com
objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar
com a participação da administração do mesmo.

P - O que se considera como instalações de uso coletivo?


R - No caso em pauta, que são os centros ou conglomerados de empresas em
um único estabelecimento, é freqüente que várias áreas sejam de uso comum

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por parte de todas as empresas. Como exemplo: áreas de circulação, vestiários,
banheiros, refeitórios, entre outros. Há também as ambiências geradas por
sistemas gerais como, por exemplo, a condição do ar gerado por sistemas
condicionados, as instalações elétricas, as redes de gás, entre outras. O que se
almeja é que tais sistemas, quase sempre de responsabilidade dos
administradores, mas que afetam todas as empresas e seus empregados, sejam
avaliados pelas CIPA, já que podem ser as principais origens de acidentes e de
doenças.

P - Enquadram-se neste item somente os “shoppings” ou também as indústrias


conformadas em consórcios de empresas. Podem ser enquadrados neles
também as empreiteiras e prestadoras de serviço?
R - Enquadram-se os “shoppings” e também as empresas que de qualquer
forma se estruturem como funcionamento administrado de forma autônoma ou
semi-autônoma, em um mesmo estabelecimento. O item aborda empresas que,
apesar de possuírem autonomia gerencial, administrativa, técnica e financeira,
se estabelecem de forma conjunta, havendo ou não interação entre suas
atividades no processo produtivo. São empresas que não trabalham umas para
as outras mas que se relacionam ou pelo espaço, ou por regras ou por
finalidade. Não estão aqui enquadradas as empreiteiras e as prestadoras de
serviço, porque essas se inserem num ambiente de outras empresas e são por
elas contratadas numa clara condição de subordinação. As empresas objeto
desse item quase sempre se estruturam sob a égide de uma administradora, que
estabelece as regras de convivência e que as controla. Não se deve diferenciar a
situação quando a administradora é proprietária do estabelecimento e quando
esse se dá em condomínio. As duas situações se enquadram no item.

P - Havendo uma administradora poderá ser ela que configure as regras de


participação?
R - É importante frisar que as empresas que compõem um condomínio são
individualizadas, por assim dizer, têm autonomia e que podem acatar ou não as
definições da administradora. Mas não há como deixar de ressaltar que o

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administrador tem papel primordial na estruturação deste item, como aliás em
todas as regras de convivência coletiva. Podemos elencar duas situações: a
primeira são poucas as empresas e elas definem através dos membros de suas
CIPAs ou designados, conforme estabelece o item, os mecanismos de
integração; a segunda, quando são muitas as empresas, tornando-se necessária
uma atitude proativa por parte da administradora.

P - E de quem então os Agentes da Inspeção do Trabalho vão cobrar o


cumprimento do item?
R - Aqui cabe uma questão geral sob a forma de atuação dos Agentes da
Inspeção do Trabalho frente às questões normatizadas e frente à realidade. A
realidade é tão rica de variações que é impossível que uma norma escrita em
termos genéricos possa abordar todas as suas possibilidades. Esse é um fato
inquestionável. O que se dá na prática é que em várias situações deve
prevalecer o bom senso, que pode inclusive estar estabelecido como regra de
atuação dos Agentes da Inspeção do Trabalho. O bom senso nos levará Haverá
duas avaliar as situações de forma diferenciadas. A primeira situação será
quando a empresa administradora ou as empresas conviventes já tiverem
definidos os mecanismos e estes se encontrarem em adequado funcionamento.
Neste caso os Agentes da Inspeção do Trabalho poderão discutir a eficácia dos
procedimentos, no sentido de contribuir, mas nunca poderão autuar por
discordância, já que os mecanismos não foram definidos pela norma. No
segundo caso, os mecanismos não foram definidos e caberá então uma
notificação para que o sejam. Neste caso quem deve ser notificado? Cada
empresa e a administradora, se houver. Neste caso a notificação pode ser feita
por ofício a todas elas, num procedimento de fiscalização indireta, ou através da
fiscalização direta a cada uma. Não caberá uma notificação somente à
administradora porque não é sua responsabilidade objetiva. No caso de
autuação, caberá a mesma regra anterior. É importante acrescentar que os
Agentes da Inspeção do Trabalho devem, compreender as dificuldades que
sejam objetivas e reais e buscar alternativas que possam ultrapassá-las.

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P - E como fica o caso de um grupo de empresas que sejam pequenas e que não
tenham CIPA?
R- A integração deve se dar através dos designados.

DA ORGANIZAÇÃO

5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados,


de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas
as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos
específicos.

A principal modificação refere-se ao Quadro I que não leva mais em


consideração a questão do Grau de Risco e sim a participação da
empresa em setor econômico determinado.
P - O dimensionamento da CIPA é paritário?
R - Sim, a CIPA terá dimensionamento paritário a menos que se estabeleça de
outra forma em negociações nacionais submetidas à CTPP, conforme determina
a Portaria SSST/MTE nº 9, de 23 de fevereiro de 1999. É importante compreender
o limite da lei, que não pode ser alterada por negociação coletiva e nem pela
CTPP. A CLT - artigo 164 - estabelece que “Cada CIPA será composta por
representantes da empresa e dos empregados ...”. Desta forma, ainda que a
paridade seja quebrada através de negociação coletiva, deverá existir
representação dos empregados e do empregador, ainda que em número
diferente.

P - Não vale mais para a CIPA o critério do Grau de Risco?


R - Não, o critério do grau de risco foi abandonado.

P - Como foram englobados os setores econômicos?


R - Os setores econômicos foram englobados por similaridade das atividades,
em primeiro lugar, e por critérios de âmbitos de negociação coletiva.

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P - Como as empresas são classificadas na CNAE ?
R - É muito importante frisar que a classificação da empresa se dá por auto-
enquadramento. A empresa é responsável por todos os atos após haver definido
em que código enquadrará suas atividades. Após suas informações a
classificação oficial é firmada no cartão do CNPJ.

P - O que acontece quando os Agentes da Inspeção do Trabalho verificam que o


enquadramento está incorreto.
R- Este fato é muito freqüente. É comum indústrias classificadas como
comércio e vice-versa. Muitas vezes a empresa nem sabe que seu
enquadramento está incorreto e isso pode estar lhe trazendo prejuízos em
termos de impostos. O que o Agente da Inspeção do Trabalho deve fazer é
comunicar a empresa da incorreção e solicitar que ela faça a devida alteração
junto à Receita Federal. Quando apurar incorreções, o Agente da Inspeção do
Trabalho deve orientar, através de notificação, que a empresa constitua sua
CIPA, com base no CNAE da atividade real e não da fictícia. Será sempre
importante fixar um prazo adequado para que a empresa corrija a irregularidade
quanto à CIPA. A irregularidade de classificação não pode ser autuada por
Agente da Inspeção do Trabalho, por ultrapassar os limites da legislação
trabalhista.

P - E se o dimensionamento da CIPA estiver menor que o determinado na


Norma?
R - A empresa poderá elevar o número suficiente de suplentes à condição de
titular.
P - E se o dimensionamento estiver maior que o determinado na Norma?
R- Neste caso, vale a regra geral de que uma CIPA não pode ter seu número de
membros reduzido durante o mandato, a menos que haja encerramento das
atividades no estabelecimento. A empresa deverá ser orientada para, se quiser,
alterar o dimensionamento a partir do próximo mandato.

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5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles
designados.

P - Os representantes do empregador continuam sendo por estes designados?


R - Sim, a regra geral é que sejam designados.

P - E se for interesse da própria empresa eleger seus representantes?


R – A empresa tem este direito, mesmo porque a eleição é uma forma de
designação. É importante que a situação fique clara no edital e que seja
garantida aos eleitos, representantes do empregador, o poder de deliberação
contido no item 5.10 desta NR.

P - É possível que o empregador reconduza seus designados para mais de dois


mandatos?
R - Sim, ele pode reconduzi-los para quantos mandatos desejar. Foi concedida
esta possibilidade porque muitas vezes as pessoas que estão em condições de
representação dos empregadores são poucas.
Revisado até aqui
P - O empregado, se assim desejar, poderá não participar da eleição dos
representantes da CIPA ?
R - Sim, e não poderá sofrer nenhuma sanção por isso.

P - Os suplentes também são eleitos?


R - Sim, são aqueles com números de votos imediatamente inferior aos titulares
e em número estabelecido no Quadro I. O número de suplentes não é mais
obrigatoriamente equivalente ao dos titulares.

5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a


ordem decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto
no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos
normativos de setores econômicos específicos.

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P - Está quebrada a paridade entre titulares e suplentes?
R - Sim, o número de suplentes pode ser diferente do de titulares, para alguns
setores e para algumas faixas de trabalhadores, é preciso consultar o Quadro I.

P - Caso haja previsão diferente em normas específicas para setores


econômicos esta tem prevalência ao estabelecido na NR 5?
R - Sim.

5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa


designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo
ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através de
negociação coletiva.

P - Qualquer empresa com qualquer número de empregados deve possuir o


designado?
R - Sim, desde que esteja abaixo do limite para constituição de CIPA.
Qual será o mecanismo de designação?
Conforme estabelece a norma cabe ao empregador a estabelecer os
mecanismos de designação.... Eleição??????

5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,


permitida uma reeleição.

P - O mandato continua sendo de um ano?


R - Sim. O item consta da CLT , parágrafo terceiro do artigo 164, não sendo,
portanto, passível de alteração por NR.

P - O que se entende por reeleição?


R O que se entende por reeleição é a eleição subsequente, ou seja, o
empregado foi eleito para o mandato referente ao ano de 1999 e reeleito para o
ano 2.000. Ele está formalmente impedido de se candidatar ao mandato referente

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ao ano 2.001. Mas não há nenhum impedimento que ele venha a se candidatar
novamente à partir de 2.002, voltando a valer a mesma regra anterior.

P - O que ocorre se não houver candidatos á eleição?


R. A empresa deve ser alertada para avaliar as relações de trabalho. Ocorrendo a
situação deve o fato ser comunicado ao órgão descentralizado do MTE que
avaliará e definirá caso a caso.

P - O que ocorre com empresas de construção civil quando suas obras forem de
período curto?
R - Para a construção civil a questão está regulamentada no item 18.33.4 da NR
18, da Portaria 3214/78: “Ficam desobrigadas de constituir CIPA os canteiros de
obra cuja construção não exceda 180 dias, devendo, para o atendimento no
disposto neste item, ser constituída comissão provisória de prevenção de
acidentes, com eleição paritária de um membro efetivo e um suplente para cada
grupo de cinqüenta trabalhadores”. Para períodos maiores de 180 dias devem
ser constituídas CIPAs. No caso de encerramento das atividades no
estabelecimento em menos de um ano do início do mandato da CIPA, o mandato
de seus membros deve ser dado como encerrado. Devem ser estruturadas as
alternativas constantes nas respostas sobre a garantia de emprego.

P - E no caso de prestação de serviços que tenham períodos de atividade


menores que um ano em determinado estabelecimento?
R - A questão não foi normatizada e precisa ser adequadamente avaliada e não
gerar problemas para as empresas, para os empregados e para os Agentes da
Inspeção do Trabalho. Podemos categorizar quatro situações :
1ª: atividades eventuais com tempo de desenvolvimento curto, inferior a 180
dias (para fazer similitude com a NR 18).
2ª: atividades eventuais com tempo de desenvolvimento longo, superior a 180
dias.

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3ª : atividades continuadas dentro do processo produtivo da contratante, como
por exemplo atividades de limpeza, conservação e vigilância com contratos
inferiores a um ano.
4ª : atividades continuadas dentro do processo produtivo da contratante com
contratos superiores a um ano.
Na primeira situação a opção mais coerente é que não houvesse determinação
da constituição de CIPA. Para se resguardar a empresa deve fazer consulta
formal ao órgão descentralizado do MTE, Delegacias e Sub-Delegacias do
Trabalho, e agir conforme a resposta recebida. Os Agentes da Inspeção do
Trabalho devem avaliar a situação específica e se determinarem a constituição
da CIPA devem notificar para conhecimento da empresa com possível
apresentação de razões ao órgão do MTE.
Na segunda situação o período já sinaliza pela necessidade de se constituir
CIPA. Se o período das atividades vai de 180 dias a um ano a empresa poderá
consultar, previamente, antes do início das atividades para evitar contratempos,
ao órgão regional do MTE o qual poderá diante da situação real definir pela não
constituição da CIPA. Será de bom princípio que o MTE comunique o fato ao
sindicato da categoria. Ainda na segunda situação a atividade pode ter período
superior a um ano, quando a empresa deve obrigatoriamente constituir a CIPA.
Se ocorrer frações de ano após o fim do mandato a empresa poderá consultar
ao órgão regional do MTE sobre a possibilidade de estender o mandato ou de
fazer nova eleição. Nos casos valem as regras de não reduzir o efetivo da CIPA a
menos que haja encerramento das atividades no estabelecimento e as regras
gerais de garantia de emprego.
Na terceira situação, é preciso avaliar adequadamente quais os motivos que
levam á contratação de empresas, para atividades continuadas, com períodos
inferiores a um ano.
Na quarta situação não há discussão, se é devida, a CIPA deve ser
obrigatoriamente constituída.

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5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

P - Porque este texto de compreensão difícil?


R - Porque optou-se por repetir integralmente o texto contido no artigo 10 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias face a seu entendimento estar
explicitado em vários enunciados judiciais. Conforme a jurisprudência garante-
se o emprego para os titulares e os suplentes, eleitos.

P - Quem são os eleitos para cargo de direção da CIPA, é somente o vice-


presidente?
R - Não, são todos os eleitos. Desta forma, não devem sofrer despedida
arbitrária ou sem justa causa os representantes dos empregados. Os suplentes
têm a mesma garantia em função do Enunciado TST 339 e decisões do Supremo
tribunal Federal.

P - O que ocorre quando os representantes do empregador também são eleitos?


R - Eles passam a ser também enquadrados no dispositivo constitucional.

P - Os membros eleitos para a CIPA têm estabilidade?


R - Não é estabilidade, é garantia contra despedida arbitrária ou sem justa
causa. Podem então ocorrer demissões por justa causa, fundamentadas em
motivos disciplinares, ou demissões que se fundamentem em motivos
econômicos ou técnicos. Nos dois casos, cabe à empresa comprovar a situação
verificada.

P - O que ocorre quando o empregado desejar sair da empresa?


R – A Vontade do empregado deve ser manifestada por escrito. A empresa, para
evitar contratempos, deverá efetivar o acordo junto ao Sindicato e enviar
correspondência ao MTE comunicando o fato e a substituição do membro da
CIPA.

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P - O que ocorre se a empresa e o trabalhador quiserem fazer acordo para que a
rescisão se dê na modalidade de demissão sem justa causa?
R - No caso de trabalhador membro da CIPA, a demissão sem justa causa é
impossível. A menos que ele renuncie previamente ao seu mandato. No caso, a
empresa deverá..........

P - O que ocorre se empresa demitir um candidato à CIPA, sem justa causa,


ainda antes da eleição?
R - A empresa incorrerá em falta grave, que poderá levar a anulação da eleição e
a ações judiciais, de reintegração e de indenização. Se a demissão se der por
justa causa é bom que os motivos estejam claros e explícitos.

P- O que devem fazer os empregadores para provar que garantiram o emprego


desde a candidatura?
R - A empresa deverá fornecer o comprovante de inscrição.

5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem
suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro
estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos
primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.

P - O que estabelece o artigo 469 da CLT?


R - “ Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem sua anuência, para
localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando
transferência a que não acarretar necessariamente a mudança de seu domicílio.”
E seus parágrafos......

5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação


necessária para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de
segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.

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P - Este item garante que os representantes do empregador devem ter delegação
de responsabilidade para a solução de problemas levantados pela CIPA?
R - Não. Garante, sim a representação dos indicados pelo empregador, os
quais, ainda que sob consulta, pois também são empregados, e, portanto,
subordinados, devem encaminhar as questões debatidas.

5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e


os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o Vice-
Presidente.

P - A redação foi mantida conforme estabelecia a norma anterior?


R - Sim, porque o item consta da CLT - artigo 164, parágrafo 5º.

5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados, serão empossados no primeiro


dia útil após o término do mandato anterior.

P - E quando não houver mandato anterior?


R - A posse deverá se dar em data estabelecida no edital de convocação para as
eleições.

5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e


seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso
necessária a concordância do empregador.

P - A anuência do empregador só se faz necessária se o secretário não for


membro da CIPA?
R - Sim. É o que estabelece a NR. Será, entretanto, bom princípio que haja
sempre comunicação ao empregador sobre quem será o secretário, em função
das atribuições que lhe serão delegadas.

P - Quem estabelece a consulta ao empregador?

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R - Ela deverá ser dirigida ao empregador pelo próprio presidente da CIPA.

P - A consulta precisa ser formalizada por escrito?


R - Não. Pode ser uma consulta informal.

5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até


dez dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas
de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

P- Este item vale para todos os mandatos?


R - Sim.

P São estes os únicos documentos encaminhados ao MTE?


R–

P- E o Livro?
Q- O livro não precisa mais existir, a menos que a empresa assim o queira.
Se escolher pela manutenção do livro esse deverá ser encaminhado ao MTE
por conter lavradas as atas de eleição e posse. O livro foi substituído pela
entrega das Atas.

5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e


Emprego, a CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem
como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato
de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da
empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

P - Quer dizer que ainda que a empresa tenha o seu número de empregados
reduzido ela deverá manter a representação adequada ao número de
trabalhadores que possuía no início do mandato.

19
R - Sim. E também não tem seu número de representantes ampliado quando o
número de empregados aumenta. A situação inicial é mantida em qualquer
circunstância, salvo se houver encerramento das atividades no estabelecimento.

P - E se houver encerramento de atividades no estabelecimento?


R - Neste caso o mandato da CIPA é considerado encerrado.

P - O empregador pode demitir todos os membros da CIPA?


R - Pode demitir seus representantes, caso eles não sejam eleitos. Os
representantes dos empregados que foram eleitos, titulares e suplentes, têm
garantia de emprego de uma ano após o término de seu mandato.

P - Como a empresa vai fazer para manter a garantia de emprego?


R - Transferindo o empregado para outro estabelecimento.

P - E se ele não aceitar?


R - Então a empresa deverá, para sua própria garantia, efetivar acordo de
rescisão de contrato no sindicato ou mesmo na Justiça do Trabalho.

DAS ATRIBUIÇÕES

5.16 A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,


com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do
SESMT, onde houver;

P - A CIPA deverá fazer avaliações quantitativas para identificação dos riscos?


R - Não. A atribuição de medir e quantificar é do SESMT ou do responsável pelo
PPRA. A CIPA deve identificar os riscos para poder elaborar o mapa de riscos,

20
que é uma metodologia de avaliação qualitativa dos riscos presentes no
trabalho.

P - Como se deve avaliar O Mapa de Riscos?


R - Ele deverá ser avaliado em função do processo de elaboração e não de seu
aspecto gráfico.

P A metodologia de mapa de riscos será definida a posteriori?


R – Não, a NR 5 Não mais estabelecerá a metodologia que ficou aberta ......Nada
impede que se siga o estabelecido na antiga NR 5 que para simplificar seguirá
anexa a este manual.

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de


problemas de segurança e saúde no trabalho;

P - A CIPA deverá fazer plano de trabalho? Em qual nível de complexidade?


R - Sim, a CIPA deve fazer um plano de trabalho, deve ser um plano simples, tão
mais simples quanto menor for o estabelecimento. O plano deve conter um
objetivo, algumas metas e algumas estratégias de ação.
A elaboração de plano de trabalho foi escolhida dentro da visão de que a CIPA
deve ser uma comissão proativa que pretenda efetivamente contribuir , dentro
de suas possibilidades, para a melhoria das condições de trabalho

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de


prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos
locais de trabalho;

P - A CIPA vai participar da implementação e controle das medidas de proteção?


R - Sim, muitas vezes medidas consideradas positivas por técnicos, não
participantes da realidade do trabalho, são constatadas como desastrosas
quando inseridas na produção. Causando inclusive prejuízos financeiros

21
enormes aos empregadores. Ocorrem situações onde novos riscos são
inseridos. Por tanto é fundamental que se estabeleça um controle fundamentado
na realidade. Pensamos que tal item se bem avaliado pode se tornar importante
ferramenta tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores.

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho


visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores;

A CIPA avalia de forma cotidiana as condições de trabalho. Sabemos que o


mundo do trabalho é extremamente dinâmico e que ao lado de riscos ou
perigos cuja convivência somam décadas, como o caso do ruído e dos
produtos químicos, alia-se riscos que aparecem em determinados
instantes. A combinação desses agentes são os geradores de acidentes
de trabalho. A CIPA como agente de inspeção tem a atribuição de agir,
eliminando-os, dentro de suas possibilidades. Sempre se reforça a
questão “dentro de suas possibilidades”.
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu
plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

Um plano de trabalho , ainda que simples, deve conter metas avaliáveis, as quais
podem ser quantitativas, como de hábito, mas também qualitativas, como
determina a maioria das realidades práticas. O monitoramento de metas
qualitativas pode ser mais subjetivo, mas não será menos importante nas
transformações dos ambientes de trabalho. E importante frisar que o Plano não
precisa ser estruturado em documento, podendo estar estabelecido em ata de
reunido da CIPA.

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no


trabalho;

22
A melhor forma de despertar o interesse dos trabalhadores para a segurança e
saúde é através da divulgação de informações.

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo


empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
Tal item se faz importante num mundo onde as transformações tecnológicas e
administrativas estão na pauta do dia, inserindo na realidade do trabalho
novos perigos e riscos, que precisam ser conhecidos e avaliados pela CIPA,
até mesmo para reduzir os efeitos danosos .

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de


máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores;

A paralisação das atividades está consignada nas normas da OIT e na NR 09 da


Portaria 3214/78. A princípio a idéia era que a CIPA pudesse diretamente
interditar ou paralisar atividades, entretanto, alegou-se a falta de normas para
procedimentos incorretos que viessem a gerar prejuízos econômicos.

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de


outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

As Normas relativas ao PCMSO e ao PPRA pressupõe estreita colaboração da


CIPA.

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem


como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à
segurança e saúde no trabalho;

23
P - Quem vai dar a conhecer à CIPA dos acordos e convenções coletivas/
R - Os representantes do empregador. Foi inserido a questão relativa aos
acordos e às convenções coletivas porque se espera uma ampliação das
discussões relativas à saúde nesses documentos, até em decorrência das
regras estabelecidas na nova NR 5.

l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da


análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de
solução dos problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que


tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

Sem informações não há possibilidades de atuação.

n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

A CIPA é a instância de prevenção de acidentes dentro das empresas. Não é


possível que desconheça o perfil acidentário da mesma. É importante
acrescentar que a CAT é emitida, segundo a lei 2173, em quatro vias sendo
uma para a empresa, uma para o INSS, uma para o empregado acidentado e
outra para o sindicato que o representa.
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de


Prevenção da AIDS.

A campanha de prevenção de AIDS é hoje obrigatória.

24
P - Como ficaram a entrega dos anexos e o encaminhamento do livro de atas à
DRT?
R - As “l” e “m” que tratavam dos anexos I e II foram eliminadas, dentro do
princípio básico de evitar burocracias desnecessárias. Os anexos eram
preenchidos de forma superficial não retratando nada de concreto que pudesse
possibilitar ações de prevenção. A questão das estatísticas foi resolvida pelo
Ministério da Previdência. A publicação será anual. A guarda desses anexos,
mais que colaborar, tumultua a vida dos funcionários dos órgãos regionais do
Ministério do Trabalho e Emprego. A alínea g “ registrar em livro próprio, as
atas das reuniões da ClPA e enviar, mensalmente, ao SESMT e ao empregador
cópias das mesmas” também foi eliminado. As atas devem ser lavradas e cópias
devem ser encaminhadas aos participantes da reunião. A fiscalização se
fundamentará nas cópias devidamente assinadas arquivadas na empresa;
Em especial quanto ao Anexo II ressaltamos o que relata Maria Cecília Pereira
Binder, em seu livro Árvore de Causas - Editora Publisher do Brasil, SP, 1996 - “
Nesse sentido e com maior força autuou a NR5, particularmente em seu anexo II,
cujo modelo, além de induzir a investigações superficiais, traz subjacente o
conceito de acidente do trabalho como fenômeno monucausal quando, em dois
de seus itens, investigação de acidentes e conclusões da comissão, registra no
singular a causa do acidente e a causa apurada, respecitivamente. Outro
aspecto deste mesmo anexo que merece ser criticado diz respeito à
identificação do responsável pela ocorrência do acidente...A conclusão a que se
pode chegar a partir da análise da NR 5 é que ela induz a investigações
superficiais de fenômenos complexos reforçando a concepção monocausal
abandonada a décadas.”

5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios


necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente
para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

25
Item de relevante importância, sem os meios e sem tempo não há a menor
possibilidade de um trabalho sério e pró-ativo por parte da comissão.
Houve várias tentativas de fixar o tempo mínimo, o que se mostrou
inviável, em face à grande variabilidade de empresas. Uma hora por mês
pode ser adequado para uma empresa do setor de ensino com 51
trabalhadores, mas será infinitamente insuficiente para uma mineração
subterrânea, com o mesmo contingente. O que se dirá se essa mineração
possuir 2.000 trabalhadores?
P- A quem cabe definir o tempo para atuação da CIPA ?
R - A questão do tempo e dos meios deverá, no nosso entender, ser definição
prioritária nas convenções coletivas de trabalho. Podem ser definidos também
em acordo coletivo e através de negociação na própria CIPA, desde que conte
com a anuência do empregador.

5.18 Cabe aos empregados:


a) participar da eleger seus representantes;
b) colaborar com a gestão da CIPA;
c.) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar
sugestões para melhoria das condições de trabalho;
d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:

A proposta inicial era de atribuições equivalentes para o Presidente e o Vice. A


Consultoria jurídica do MTE entendeu que sendo cargos diferentes deveriam
ter atribuições distintas. Foi mantida, contudo, um conjunto de atribuições
equivalentes.

a) convocar os membros para a reunião da CIPA;

26
b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão;
c.) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
e) delegar atribuições ao Vice-Presidente;
g) delegar atribuições ao Vice-Presidente.

5.20 Cabe ao Vice-Presidente:


a) executar atribuições que Ihe forem delegadas;
b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários.

5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes


atribuições:
a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o
desenvolvimento de seus trabalhos;
b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os
objetivos propostos sejam alcançados;
c.) delegar atribuições aos membros da CIPA;
d.) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
e.) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
f. ) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
g.) constituir a comissão eleitoral.

5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:


a.) acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para
aprovação e assinatura dos membros presentes;
b) preparar a correspondência;
c.) outras que lhe forem conferidas.

DO FUNCIONAMENTO

27
5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário
preestabelecido.

P - Qual procedimento deve ser adotado se a empresa não puder observar o


calendário?
R - É importante que o siga pois pode gerar autuações no caso da fiscalização
comparecer ao estabelecimento na hora marcada e verificar que não haverá
reunião. Sendo impossível observar o calendário por motivos justificados a
empresa deverá encaminhar comunicação contra recibo aos membros da CIPA e
guardá-los para apresentação oportuna à fiscalização.

5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente


normal da empresa e em local apropriado.

P - O que é expediente normal da empresa?


R - É aquele em que funcionam a maior parte das atividades da empresa. Por
exemplo em estabelecimentos que funcionam em turnos ininterruptos o horário
normal compreende as 24 horas dos sete dias da semana. Se há folga coletiva
no domingo esse não engloba o horário normal. Se a empresa trabalha em dois
turnos e há um somente para manutenção somente os dois primeiros devem ser
considerados. Deve ser assim porque é possível que haja membros da CIPA de
vários horários e é preciso que eles se reunam. É claro que havendo reunião
fora do horário de trabalho do empregado sua duração deve ser considerada
como hora extra.

P - O que é local apropriado?


R - Local apropriado é aquele que forneça condições para a efetivação de uma
reunião. Deve haver cadeiras, mesa, ser limpo e permitir a concentração
necessária.

28
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com
encaminhamento de cópias para todos os membros.

O encaminhamento de cópia para todos os membros é mecanismo tradicional


em qualquer reunião que pressuponha a lavratura de atas, não há porque na
exceção da CIPA. Tal mecanismo permitiu a eliminação do arcaico livro
manuscrito.

P - Como poderá a empresa comprovar que entregou cópia das atas aos
membros da CIPA?
R - A empresa poderá solicitar que cada representante firme recibo na cópia
original que ficará à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho, os quais
podem notificar a empresa para que assim proceda a partir da próxima reunião.

5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção


do Trabalho - AIT.

5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:


a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine
aplicação de medidas corretivas de emergência;

P - Denúncias provenientes da CIPA?


R - Não só da CIPA, mas também dos trabalhadores e do próprio sindicato. As
situações podem também se relacionar a eventos da natureza ou de situações
de entorno que possam afetar o estabelecimento. Podemos citar como exemplo
a suspeita de rompimento de barragem, a ocorrência iminente de inundação,
entre outros.

b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

P - O que deve ser considerado como acidente grave?

29
R - Foi eliminada a classificações de acidentes graves como aqueles que
geram a perda de membros, ou de função orgânica, conforme estabelecia a
antiga NR5. Isso possibilitou a ampliação do conceito para outros acidentes,
que ainda que não gerem tais eventos são prenhes de possibilidades
desastrosas, entre eles devem ser incluídos aqueles que causam prejuízos de
grande monta e os que se repetem com elevada freqüência.

P – A reunião deve ser realizada dentro de 24 horas


R – Não está estabelecido na Norma. Ê principio de analise de acidentes que a
avaliação deva se dar o mais cedo possível, ate mesmo antes das modificações
do local onde o acidente ocorreu.
c) houver solicitação expressa de uma das representações.

Importante para ressaltar o caracter bicameral da comissão.

5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

Reforça o caracter de negociação da comissão fixando o princípio do consenso


como regra preferencial para os debates. Até porque as duas esferas da
comissão - trabalhadores e empregadores - devem ter em mente o objetivo
comum de melhorar as condições de trabalho.

5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta


ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a
ocorrência na ata da reunião.

P - Quem poderá mediar uma negociação na CIPA?


R - Como regra geral das negociações mediadas, a mediação pode ser feita por
qualquer pessoa ou entidade que conte com o aceite das duas partes. Pode ser

30
alguém da própria empresa, de um dos sindicatos - quer representantes dos
trabalhadores quer das empresas - pode ser uma das comissões tripartites ou
bipartites, quando existentes, ou mesmo o órgão regional do MTE.

5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante


requerimento justificado.

P - A quem deve ser encaminhada essa reconsideração e de quem pode ser vir?
R - A reconsideração relativa às decisões podem ser de iniciativa do
empregador, que tem o direito de delas discordar, desde que tenha justificativas
para tanto, podem ser de iniciativa de um trabalhador ou de grupo deles, ou
eventualmente até dos sindicatos de trabalhadores ou de categorias
econômicas. A reconsideração deve ser encaminhado à CIPA .

5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima


reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-
Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.

P - Quais são os procedimentos cabíveis?


R - Não há como aprofundar-se mais em tais procedimentos face á variabilidade
do mundo real. São aqueles adequados para a melhoria das condições de
trabalho que sejam possíveis dentro do espaço do estabelecimento.

5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,


quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

P - A substituição do titular é considerado como encerramento de mandato e


configura direito à garantia de emprego definida na constituição?
R - Apesar de sabermos que as decisões da justiça do trabalho podem seguir
caminhos diferenciados do aqui estabelecido, o que entendemos

31
administrativamente é que o encerramento do mandato se dará ou pelo término
dele no período determinado ou no término por encerramento das atividades no
estabelecimento. Os dois casos configuram encerramento de mandato, no
entendimento administrativo. O mandato não concluído por faltas injustificadas
não configura o direito à garantia de emprego.

P - É preciso que a empresa complemente o número de suplentes?


R - Não, o número de suplentes pode permanecer inalterado até o fim do
mandato.

P - E se saírem tantos titulares que não permanece nenhum suplente ou mesmo


que o número de suplentes, sendo inferior ao de titulares, não seja suficiente
para a ascensão?
R - Interessante é que esta é uma questão sempre formulada. A situação
apresentada acima é tão atípica que só se pode configurar em havendo outros
graves problemas nas relações de trabalho que devem ser verificados e
analisados pela empresa, pelos sindicatos e pelo MTE. Mas, se ocorrer o fato de
o número de suplentes não ser suficiente para manter o dimensionamento
previsto a empresa deverá comunicar o fato ao MTE e ao sindicato, se cabível, e
realizar eleição complementar. O período do mandato deve ser até o final do
mandato da CIPA a que se refere.

5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida


por suplente, obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de
eleição, devendo o empregador comunicar à unidade descentralizada do
Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar os motivos.

P - A suplência é específica de cada titular?


R - Não. Pode-se observar comparando o texto da CIPA anterior com esta que a
anterior indicava que o titular era substituído pelo suplente. A alteração do pelo
suplente para por suplente deve-se a quebra da regra da suplência específica.

32
5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o
substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

P - O empregador pode indicar presidente substituto que não seja membro da


CIPA?
R - Sim, o empregador pode indicar Presidente que não seja membro da
comissão, porque é seu representante maior e deve gozar de sua inteira
confiança. Obviamente, no caso de substituição por pessoa não integrante,
deverá ser promovido seu treinamento.

P - Em que período deve ser efetivado o treinamento?


R - Deve seguir o princípio estabelecido para o primeiro mandato da CIPA, ou
seja, o treinamento deve ser realizado até trinta dias depois da posse.

5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros


titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus
titulares, em dois dias úteis.

P - A empresa pode opinar na escolha do novo vice-presidente?


R - Não, a vice-presidência é de escolha objetiva dos representantes dos
empregados.

DO TREINAMENTO

5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA,


titulares e suplentes, antes da posse.

P - O treinamento deverá ser repetido quando o trabalhador for novamente


indicado ou reeleito ou mesmo quando o indicado ou eleito já houver feito o
curso anteriormente, em outro estabelecimento ou em outra empresa.

33
R - Sim. O curso estabelecido deve ser realizado para cada membro de cada
mandato da CIPA . O curso tem o papel também de estabelecer o conhecimento
entre os membros da CIPA .
P - Profissionais titulados em matérias de segurança e saúde no trabalho
deverão fazer o curso da CIPA ?
R - Se houverem sido eleitos ou indicados para a CIPA, sim. O curso tem
eminente caráter de treinamento mas é também uma oportunidade de firmar
laços importantes para a consecução dos objetivos da comissão. Em se
tratando de profissionais do SEESMT que não foram eleitos nem indicados,
obviamente não. E se, porventura, forem eleitos ou indicados e também
membros do SEESMT da empresa e for esse que for ministrar o curso deverá o
profissional estabelece a situação de instrutor e também de aluno, o que não é
tão inusitado como parece.

5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo


máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

P - Refere-se a CIPA em primeiro mandato para determinada empresa ou para


determinado estabelecimento?
R - Refere-se ao primeiro mandato no estabelecimento. È ponto de vista
administrativo que o período de trinta dias valha também para a formação do
presidente substituto quando esse não fizer parte da CIPA.

5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente


treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta
NR.

P - O treinamento deverá ser feito todo ano?


R - Sim, é o que determina a norma.

P- O treinamento é equivalente àquele ministrado para os membros da CIPA ?


R - Sim, é o mesmo treinamento que o realizado para os membros de CIPA.

34
5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes
itens:

O treinamento da CIPA teve seu escopo praticamente transformado, visando a


que o trabalhador compreenda o processo produtivo e seus riscos principais.
São inadequados os cursos genéricos que reuniam em uma mesma sala
trabalhadores de escritórios com trabalhadores de metalúrgicas. Os perigos e
os riscos são oriundos dos processos produtivos e a eles se relacionam
diretamente, não há como compreendê-los a não ser em grupos de
trabalhadores de uma mesma atividade.

a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos


originados do processo produtivo;

Este item deve ter o objetivo de levar à compreensão do ambiente e das


condições de trabalho da empresa, inclusive, quanto aos critérios
relacionados à organização do trabalho.
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

A preferência do GTT CIPA quanto à metodologia de análise e investigação de


acidentes foi a metodologia de árvore de causas. Não foi referida para não
impossibilitar empresas que tenham outras práticas adequadas de continuar
seus trabalhos. Entretanto, é importante que o método escolhido seja
participativo e que se proponha a buscar causas intervenientes, com o
objetivo de eliminá-las ou de inserir barreiras protetoras, e não com o
objetivo de classificar de forma simplória o acidente, que é sempre complexo,
e, muito menos, de buscar configurar culpados, seja ele de que “lado” for.
Nunca é demais se contrapor aos fantasmas das classificações de acidentes
em atos inseguros e em condições inseguras - hábito inadequado, que
precisa ser superado.

35
c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa;

Estudo dos casos clássicos de acidentes que tenham ocorrido na empresa ou


em similares. O estudo das possibilidades de acidentes também se faz
promissor.

d. noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas de


prevenção;

A AIDS nas empresas precisa ser reconhecida e estudada.

e. noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança


e saúde no trabalho;

Noções básicas relativas aos direitos trabalhistas individuais e coletivos,


conteúdos básicos das Normas Regulamentadoras, em especial
naquelas mais importantes para as atividades da empresa. Estudos
básicos da legislação trabalhista em especial o Capítulo II do Decreto
2.172, que trata do Acidente de Trabalho.
f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

O estudo pode se fundamentar no PPRA da empresa.

g. organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das


atribuições da Comissão.

O estudo da presente norma em especial quanto às atribuições e


responsabilidades.
5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo
oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.

36
P - O treinamento deve ser feito no horário de trabalho normal do membro da
CIPA ?
R- O treinamento deve ser em horário normal da empresa. Houve discussão
quanto ao horário normal de trabalho do membro da comissão, o que ficou
prejudicado pela possibilidade de, em empresas com mais de um turno, haver
trabalhadores de horários de trabalho diferentes. É lógico que caso o curso seja
realizado fora o horário normal de trabalho o seu período deve ser considerado
como hora extra para todos os fins.

5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade


patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua
conhecimentos sobre aos temas ministrados.

5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à
entidade ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata,
cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o
treinamento.

O item substituiu o credenciamento das empresas no órgão regional do MTE. A


possibilidade de avaliação da CIPA é mais efetiva por estar mais próxima. A
inspeção do trabalho deverá avaliar a manifestação da CIPA quanto à instituição
ou profissional.

5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados


ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,
determinará a complementação ou a realização de outro, que será efetuado no
prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência da empresa sobre a
decisão.

37
Em havendo irregularidades, novo curso deve ser realizado. Havendo
incorreções graves o agente da inspeção do trabalho poderá determinar a
substituição do instrutor. O sindicato de trabalhadores deverá ter efetiva
participação no acompanhamento do curso para a sua categoria.

DO PROCESSO ELEITORAL

5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos


representantes dos empregados na CIPA, até sessenta dias antes do término do
mandato em curso.

A NR anterior não se referia ao processo eleitoral como um processo,


estabelecendo somente regras esparsas quanto ao número de participantes,
horários e guarda de votos. Discutiu-se amplamente a possibilidade de a própria
CIPA anterior convocar as eleições para sua sucessora, o que se mostrou
inviável face à impossibilidade de se definir responsabilidades, frente à não
convocação, ou convocação em prazo incorreto.
Os prazos foram devidamente analisados para tornar compatíveis além dos
procedimentos burocráticos as comunicações necessárias, em virtude de
acordos ou convenções coletivas de trabalho. Os quinze dias de intervalo entre
a convocação e a eleição foi considerado insuficiente.

5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo


eleitoral ao sindicato da categoria profissional.

A comunicação ao sindicato foi das questões mais debatidas e sobre a qual se


apresentou as maiores resistências. Em que pese a indefinição quanto à forma é
uma comunicação obrigatória.
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus
membros, com no mínimo 55 dias do inicio do pleito, a Comissão Eleitoral – CE,

38
que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo
eleitoral.

A comissão eleitoral é inovação e será imprescindível para resguardar a lisura


dos processos eleitorais.
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será
constituída pela empresa.

Por ocasião da constituição da primeira CIPA do estabelecimento.


5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:
a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no
mínimo 45 dias antes da data marcada para a eleição;
b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será
de quinze dias;
c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento,
independentemente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de
comprovante;
d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
e. realização da eleição no mínimo trinta dias antes do término do mandato da
CIPA, quando houver;
f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de
turnos e em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.

g. voto secreto;
h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de
representante do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela
comissão eleitoral;
i. faculdade de eleição por meios eletrônicos;
j. guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um
período mínimo de cinco anos.
.

39
5.41 Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na
votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá
organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez dias.

5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na


unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos
membros da CIPA.

Os empregadores alegaram durante o processo de negociação que as


possibilidades de anulação de CIPAs em mandato já adiantado traz problemas
difíceis de serem contornados.

5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,


confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou
proceder a anulação quando for o caso.

5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de


cinco dias, a contar da data de ciência , garantidas as inscrições anteriores.

5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará
assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a
complementação do processo eleitoral.

5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos


mais votados.
5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.

5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e


apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior,
em caso de vacância de suplentes.

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DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS

5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços,


considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que
seus empregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo
estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em
conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos de
integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões
das CIPA existentes no estabelecimento.

5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento,


deverão implementar, de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o mesmo
nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do
estabelecimento.

As formas de atuação para cumprimento deste item são de inciativa das


empresas cabendo aos trabalhadores, seus sindicatos e ao M.T.E. o
acompanhamento da eficácia.

5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas


contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados
naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos
ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas.

Informações sobre as condições de trabalho, sobre o ambiente, sobre a


organização e o que for mais necessário deverão ser repassadas aos membros

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das CIPAS e designados das várias empresas. Trata-se de uma responsabilidade
objetiva da empresa contratante.
5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para
acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu
estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.

A contratante é responsável pelo acompanhamento do cumprimento das


medidas de segurança por parte das contratadas.

DISPOSIÇÕES FINAIS

5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de
portaria específica.

Este item refere-se a Portaria que estabelece os critérios, os níveis e as


possibilidades de negociação que buscarão adequar melhor os critérios
relativos às CIPAS ás diversas realidades dos setores econômicos e mesmo às
várias realidades geográficas de tais setores.

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