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HIV

PROPRIEDADES BIOLÓGICAS GERAIS

• O HIV-1 mostrou-se distinto dos vírus T-linfotrópicos humanos tipo 1 (HTLV-1) e tipo 2 (HTLV-2) de forma biológica
estrutural e genética
• E, mais semelhante aos membros da subfamília lentivírus dos retrovírus.
• Morfologicamente o HIV-1 exibe um denso núcleo cilíndrico envolto por um envelope lipídico característico dos
lentivírus.
• É o que difere do HTLV-1 e de outros retrovírus oncogênicos tipo C.
Vírus RNA

Possui Transcriptase reversa

Capsula proteica p24 (capsídeo)

Proteína do envelope gp120 que se liga a gp41: cobram a membrana viral externa.
São codificadas por genes virais específicos. São responsáveis pela fusão e penetração
da célula.

Proteína de matriz p17

Envolvendo as estruturas proteicas do núcleo viral encontra-se um envelope lipídico


de duas camadas (é o que o diferencia do HTLV), que é derivado da membrana
limitante externa da célula hospedeira quando o vírus brota na superfície da célula
durante a sua replicação.

Ciclo do vírus HIV


Tem tropismo pelas seguintes células:
• Linfócitos TCD4
• Macrófago
• Célula dendrítica (Langhans)
Essas células possuem CD4 como receptor de membrana.
Também tem tropismo pelos co-receptores CCR5 e CXCR4.
HIV-2

É 40 a 50% similar ao HIV-1 na homologia da sequência global dos nucleotídeos.


Mais presente na África.
Existem duas diferenças principais na organização do genoma:
• O gene VPU do HIV-1 não está presente no HIV-2
• HIV-2 contém um gene adicional, vpx, na sua região central que não está no HIV-1.
O HIV não se espalhou tanto porque atingiu uma população pobre que não se espalhava pelo mundo.

EPIDEMIOLOGIA
A queda da mortalidade por AIDS no Brasil a partir de 1996 (primeiro pais a dar TARV) e a desaceleração de sua tendencia de
crescimento nos últimos três anos, pode-se atribuir as ações governamentais e não governamentais que foram:

• Oferta gratuita e universal da terapia anti-retroviral


• Prevenção e tratamento precoce das doenças oportunistas
• Aumento da rede de serviços para diagnostico do HIV
• Intensificação das estratégias de adesão e prevenção e tratamento da doença.

Governo FHC.

TRANSMISSÃO

• Contato sexual
• Saúde e hemoderivados
• Ocupacional
• Materno-fetal/ao lactente
• Usuários de drogas injetáveis
• Outras: tatuagens, piercing, acupuntura, injeções, inseminação artificial.

Década de 80: usuários de drogas injetáveis, homossexuais e indivíduos que receberam transfusão de sangue e hemoderivados.
Década de 90: transmissão heterossexual passou a ser a principal via, a qual vem apresentando maior tendencia de crescimento em
anos recentes, acompanhada de uma expressiva participação das mulheres.

Anos 2000: sendo marcado pelo processo de interiorização e pauperização da epidemia, que passou dos estratos sociais de maior
escolaridade para os menos escolarizados.

Artigo: como é viver com HIV com a idade de 50 anos.

• 56% tem diagnostico de depressão


• 31% foram diagnosticados com problemas mentais
• 27% estresse pós traumático
• 46% sentimentos negativos
• 39% pessoas que vivem sozinhas
• 25% não interagem com outras pessoas

Transmite: sexo sem camisinha, sexo oral sem camisinha, sexo anal sem camisinha, compartilhar seringas.

Não transmite: beijo na boca, talheres, abraço e aperto de mãos, ar, picada de inseto, banheiro, doação de sangue, usando
camisinha.

PATOGÊNESE

1) Ligação do receptor (CD4) e ao co-receptor (CCR5)


2) Fusão
3) Desnudamento
4) Transcripção reversa: transforma RNA em DNA pra que ocorra a transcrição.
5) Importação para o núcleo
6) Integração ao DNA hospedeiro
7) Transcrição
8) Formação de novas fitas de RNAm e exportação a partir do núcleo
9) Ocorre a tradução dessas fitas e são formadas novas proteínas acessórias virais
10) Ocorre a montagem
11) Brotamento
12) Liberação
13) Maturação

Persistência viral > Produção de proteínas virais > micro inflamação (resposta inflamatória progressiva e lenta)
FISIOPATOLOGIA

1) Infecção primária de células do sangue e nas mucosas: infecção de células TCD4 e células dendríticas e posterior
drenagem para linfonodos e baço;
2) Infecção estabelecida em tecido linfoide (linfonodo por exemplo)
3) Síndrome retroviral aguda (Monolike do HIV), disseminação por todo corpo = VIREMIA = febre, mal estar,
linfonodomegalia, faringite, exantema
4) Resposta imune: através de anticorpos anti-HIV e ação de CTLx HIV específicos. Com isso há um controle parcial da
replicação viral.
5) Latência clínica: o pro-vírus fica latente;
6) AIDS: ocorre na vigência de infecções microbianas e citocinas (TNF por exemplo). Isso provoca a replicação viral intensa e
lise das células CD4 >> a destruição do tecido linfoide e a depleção das células TCD4 é o quadro da AIDS.

DIAGNÓSTICO

• Síndrome retroviral aguda: PCR, detecção de antígenos (P24), carga viral


• Infecção latente ou SIDA: Detecção de anticorpos (ELISA, WB, Imunoblot)

EXAMES COMPLEMENTARES PARA ABORDAGEM INICIAL:

• Contagem de LTCD4+ e exame de CV-HIV


• Genotipagem pré-tratamento (gestante, criança, TB)
• Hemograma completo
• Glicemia de jejum
• Dosagem de lipídeos (colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos)
• Avaliação hepática e renal (AST, ALT, FA, BT e fracoes, Cr, exame básico de urina)
• Teste imunológico pra sífilis
• Testes para hepatites virais (anti-HAV, anti-HCV, HBsAg, anti-HBC total e anti-HBS para verificação de imunização)
• IgG para toxoplasmose
• Sorologia para HTLV I e II e chagas
• Prova tuberculínica (PT)
• Radiografia de tórax
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Síndrome retroviral aguda

• Resposta inicial ou primaria de um adulto


imunocompetente contra o HIV
• Alto nível de produção viral, viremia e proliferação
nos tecidos linfoides
• 40-90% dos indivíduos adquirem uma infecção
primaria desenvolvem uma síndrome viral 3-6
semanas após infecção.
• Termina em 2-4 semanas: dor de garganta,
mialgia, febre, exantema, fadiga.

Fase crônica intermediaria

• Vírus relativamente contido


• Período de latência clinica
• Sistema imune relativamente intacto, mas há
replicação continua do virus >
predominantemente nos tecidos linfoides.
• Pode durar vários anos.
• Assintomático ou linfadenopatia
generalizada persistente
• Muitos pacientes tem infecções oportunistas
> candidíase oral e herpes-zóster.

AIDS franca

• A maioria dos pacientes com infecção pelo HIV progride para AIDS após uma fase crônica de 7 a 10 anos.
• A taxa de replicação viral superior a capacidade da resposta imune celular: AIDS
• Síndrome desenvolvida por infecções oportunistas e neoplasias resultantes de progressiva imunodeficiência induzida por
HIV.

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