SURDEZ
se trata de surdez e da pessoa com surdez devem ser Católica de Santos (Unisantos) (1999).
considerados os diversos fatores (familiares, Possui certificado da Prolibras em profi‐
econômicos e culturais) para se compreender sua ciência para o ensino e o uso da Libras em
nível superior. Atualmente é professora
constituição e suas escolhas.
E LIBRAS
dos cursos de licenciatura da Universidade
Samanta C. C. Noronha Santa Cecília de Santos e do curso de
Pedagoga pela Universidade Metropolita‐
O leitor encontrará aqui um livro instrucional de fácil
pedagogia e de medicina da Unilus,
na de Santos (Unimes), em especialização acesso e compreensão para ser lido sequencial ou psicopedagoga clínica institucional e
em Libras e Educação de Surdos pela aleatoriamente; foi pensado para todos que têm tradutora intérprete em Libras na
Unibem, certificada em Libras pela Con‐ Prefeitura de São Vicente, atuando como
curiosidade ou precisam entender e compreender o
gregação Santista de Surdos e pela Associ‐
ação Assistencial Cáritas, professora de “mundo” dos surdos. Não há a pretensão de este ser um conhecimento em suas mãos a s s e s s o ra t é c n i c a p e d a g ó g i c a d o
Departamento de Educação Inclusiva e no
Libras no curso de Medicina da Unilus, material que inicia e termina em si mesmo. Mais do que projeto “Oficina de Leitura e Escrita” com
participando há mais de quatro anos de isso, este é apenas o início para que se possa refletir surdos. Tem experiência na área de
projetos de Educação Inclusiva junto à Psicopedagogia, com ênfase em diagnósti‐
Secretaria de Educação da Prefeitura de
sobre as questões abordadas para se ir além desses
co clínico, tratamento psicopedagógico:
Santos, na instrução de crianças com conceitos, criando sua própria opinião a respeito do TDAH, dislexia, dificuldades de aprendiza‐
diversos tipos de deficiências e necessida‐ surdo. gem, educação especial e na área de
des educacionais diferenciadas, notada‐ educação especial com surdos e surdoce‐
mente crianças surdas e com síndromes gos, há mais de 18 anos; desde 2009 é
associadas. Atua como educadora de ISBN 978-850-80760-65-1 estagiária em Psicologia Experimental no
surdos e tradutora e intérprete de Libras Instituto de Psicologia da Universidade de
Educacional. São Paulo (IPq‐USP).
9 788580 760651
hubeditorial.com.br
SURDEZ E LIBRAS
conhecimento em suas mãos
Michelle M. Carmozine
Samanta C. C. Noronha
Apresentação
Nossa experiência no uso e no ensino da Libras – seja em cursos de
capacitação, extensão e pós-graduação – nos despertou a vontade de aceitarmos
o desafio da elaboração deste livro. Tivemos, assim, a vontade de desenvolver
este material, por observarmos a necessidade de uma linguagem direta e mais
simplificada em relação à surdez e a todos os aspectos que a envolvem.
Michelle M. Carmozine
Samanta C. C. Noronha
Prefácio
Também agradeço aos meus pais, Celso e Lídia, e a minha avó, Glacy,
que sempre me incentivaram a leitura e a busca das respostas para minhas
incansáveis perguntas.
Agradecimentos de Samanta
Primeiramente a Deus pela maneira carinhosa como conduz a minha
existência.
Apresentação 3
Prefácio 5
Agradecimentos 7
Nosso Agradecimento 9
1 A Audição 13
Anatomia e fisiologia da orelha
Partes e funções da orelha
Perda auditiva
Principais termos
Tipos de perda auditiva
Causas da perda auditiva
3 O Surdo 33
Distinção e diferença
A cultura Surda e o multiculturalismo
Identidade Surda
4 Linguagem e Surdez 39
Diferença entre linguagem e língua
Linguagem
Língua
Aspectos linguísticos
Bilinguismo
Oralismo
Comunicação total
8 Dispositivos Auditivos 77
AASI – aparelho de amplificação sonora individual
Tipos de AASI
IC – Implante Coclear
9 Curiosidades 81
Perda auditiva
Recomendações e prevenções das otites
Rubéola
Bebês prematuros
Traumas acústicos
Surdo-mudo
Surdo
Hemisférios cerebrais
Atendimento Educacional Especializado – AEE
Competências atribuídas à escola
Competências do professor do ensino regular
Competências do Professor do AEE
Dia do Surdo
Símbolo Internacional de Surdez
1 A Audição
Canal Cóclea
auditivo
Trompa de
Eustáquio
Lóbulo
da orelha
Tímpano
Perda Auditiva
Principais Termos
Muitos são os fatores que podem causar uma perda auditiva. Aqui, eles
serão divididos em dois segmentos: perda auditiva condutiva ou de condução e
perda auditiva sensorioneural.
PERDA CONDUTIVA
PERDA SENSORIONEURAL
• traumas físicos que afetam o osso temporal: como causa das perdas
auditivas em crianças, os traumas físicos podem estar relacionados
a quedas e fortes batidas na cabeça que afetam principalmente a
orelha média, ou seja, os ossículos que lá se encontram: materno,
bigorna e estribo; gerando perda auditiva parcial ou total;
22 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
Teste da Orelhinha
• a mãe usa a voz para acalmar o bebê, mas este nunca reage ou para
de chorar;
• olham para a boca da pessoa que fala próximo a elas e não para os
olhos;
• tardam a falar as primeiras palavras (só por volta dos três ou quatro
anos de idade);
Audiometria
O Que é um Audiograma?
O Que é Decibel?
ao ouvido humano. Para se ter uma ideia da intensidade dos decibéis, uma
conversa normal está em torno de 40 a 60 dB; já o som emitido por uma
turbina de avião encontra-se a cerca de 120 dB, o que é considerado um som
ensurdecedor.
Adaptação por Katya Guglielm Marcondes Freiro do "Hearing Children" por Manhem & Dawns Williams & Wilkins 1996,
0
e de "Percepção da Fala Análise acústica do Português Brasileiro" por Russo & Behlaus – Ed Larise 1993
10
20
NÍVEL DE AUDIÇÃO EM DECIBÉIS
30
40
50
60
70
80
90
1000
110
120
28 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
O Surdo
3 O SURDO
Distinção e Diferença
Uma pessoa surda estabelece uma consciência social muito mais pelas
características visuais e lógicas do que pela expressão moral ou conceitual
aplicada. Vejamos alguns exemplos reais:
Identidade Surda
4 Linguagem e Surdez
Linguagem
ATENÇÃO
É PROIBIDO
FUMAR
NESTE LOCAL
40 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
Língua
Idioma Palavras
Português laranja
Libras
Inglês orange
Espanhol naranja
Linguagem e Surdez | 41
Aspectos Linguísticos
Bilinguismo
não é a opção escolhida por eles. Embora pesquisas tenham apontado que os
Surdos (perdas severa e profunda) apresentam melhor rendimento quando
inseridos em uma educação bilíngue, antes da aceitação da língua de sinais os
pais optam por outros tipos de abordagens, às vezes buscando a "normalização"
do problema. Contudo, qualquer escolha que venham a fazer não eliminará o
fato dessas crianças serem surdas. Também vale ressaltar que em muitas cidades
brasileiras não há a formação de um grupo de Surdos que possa se considerar
como uma comunidade surda local; há pequenos grupos, mas ainda muito
descentralizados. Mesmo que a opção da família seja a convivência da criança
com surdez em ambientes de surdos adultos, por vezes não há este espaço para
que haja o convívio e, sendo assim, não se torna possível que estas crianças
adquiram a língua de sinais de maneira realmente natural. O ensino fica a cargo
de professores e instrutores ouvintes que têm conhecimento da Libras, mas que
por serem na maioria ouvintes, adquiriram a Libras de maneira artificial. Cria-
-se quase que um círculo vicioso: a criança com surdez demora para adquirir
a língua de sinais (por opção dos pais ou por falta de ambientes adequados),
e não a domina em seu tempo hábil, para que possa ser introduzida a uma
segunda língua (no caso, a língua portuguesa). Não havendo a compreensão
da L1 (língua primeira), fica muita mais difícil a aquisição de uma L2 (segunda
língua). A criança em período escolar muito provavelmente estará aprendendo
a Libras quando já deveria haver uma coexistência da Libras com as regras
estruturais e gramaticais da língua oficial do país. Como resultado, o surdo
enfrenta uma defasagem pedagógica e principalmente linguística, e acaba por
não dominar nem uma língua nem a outra. Embora sejam de conhecimento as
inúmeras vantagens que a criança com surdez tem ao optar por uma educação
bilíngue, ainda há muito a se ajustar para que esta seja uma opção viável e
funcional. Muitas políticas públicas e sociais têm sido implantadas em busca do
direito e da garantia a essa opção, mas a realidade ainda se apresenta distante
do ideal.
Oralismo
Comunicação Total
Legislação
Lei Nº 10.436
Decreto nº 5.626
Para que seja cumprida, uma lei precisa ser regulamentada por um
decreto. É esta a função do decreto número 5.626, de 22 de dezembro de 2005:
regularizar a lei acima citada.
Variações Linguísticas
Regionalidade
Iconicidade e Arbitrariedade
casa telefone
borboleta
água educação
caminhão
Mudanças Históricas
março
Libras – Língua de Sinais Brasileira | 55
Características da Libras
Morfologia E Sintaxe
Dactologia ou Datilologia
alfabeto manual
M-A-R-I-A
Em português: Maria
Parâmetros gerais
aprender
laranja
branco
Exemplo Libras
Parte do Corpo Significado
(proximidade...) (relação com...)
olhos visão, observação
ler
comer
gostar
pensar
Mão em Y:
desculpar idade
Sinal estático Sinal com movimento
tristeza felicidade
adorar
ir vir
61
Legislação
Art. 18. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto,
a formação de tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa,
em nível médio, deve ser realizada por meio de:
Art. 20. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto,
o Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele
credenciadas para essa finalidade promoverão, anualmente, exame
nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras –
Língua Portuguesa.
Funções
Intérprete Social
Intérprete Educacional
Código de Ética
Fonte: D – Registro dos Intérpretes para Surdos – 28-29 de janeiro de 1965, Washington,
EUA. Tradução do original Interpreting for Deaf People, Stephen (ed.) USA, por Ricardo Sander.
Adaptação dos Representantes dos Estados Brasileiros. Aprovado por ocasião do II Encontro
Nacional de Intérpretes (Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1992).
7 Surdo e Educação
Políticas Públicas
Educação Inclusiva
antes atualmente
Creche Creche
• Pouco espaço físico: nas unidades escolares, falta espaço físico para
a implementação das salas de AEE, não só para os surdos, mas para
abranger a necessidade de todas as modalidades de AEE (intelectual,
visual, altas habilidades e transtornos globais do desenvolvimento).
O que acaba ocorrendo, em alguns casos, é que a escola disponibiliza
um único espaço para o AEE, com um único professor especialista
responsável pelo atendimento de toda a demanda daquela unidade
escolar;
Adequações Curriculares
8 Dispositivos Auditivos
AASI
Aparelho de Amplificação Sonora Individual
Tipos de AASI
IC
Implante Coclear
(Fonte: www.aparelhosauditivosbrasil.com.br)
9 Curiosidades
Perda Auditiva
• Não coçar ou limpar o canal auditivo com nenhum objeto que não
seja com a ponta de uma toalha ou com hastes de algodão. Tampas
de caneta, grampos de cabelo, palitos de unha podem ferir a pele do
conduto auditivo, deixando o ambiente propício para a entrada de
fungos e bactérias;
82 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
Rubéola
Bebês Prematuros
Traumas Acústicos
Surdo-Mudo
Hemisférios Cerebrais
Cálculos
matemáticos Prosódia
Escrita Compreensão
Fala musical
Preferências Compreensão
motoras prosódica
lateralizadas
Leitura Reconhecimento de
categoria de pessoas
Identificação de
objetos e animais Reconhecimento de
categoria de objetos
Compreensão
linguística Relações
espaciais
Relações quantitativas
espaciais
quantitativas
Curiosidades | 85
Dia do Surdo
• Sinta-se à vontade para pedir ao surdo que repita o que falou, caso não
o tenha entendido; no entanto, não o faça repetir incansavelmente;
90 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
• Use a voz com intensidade normal. Falar alto faz com que a voz se
torne ininteligível e a articulação, forçada;
cadeira
cadeira cadeira
cadeira
cadeira
cadeira cadeira
Linguagem: abstrata, Língua: existência de regras,
representação pessoal, representação específica,
livre escolha, hemisfério hemisfério esquerdo do cérebro
direito do cérebro
96 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
A aluna ficou muito decepcionada por sua questão ter sido anulada
e considerada errada, pois tinha a convicção de que respondera de
maneira correta.
12. Não seria mais fácil aprender a leitura labial, sendo possível assim
conversar com todo mundo?
Seria mais fácil para quem? Para os ouvintes que se comunicam com
os surdos, com certeza. Mas e para o surdo?
14. Para o surdo ser incluso na escola é só ter um tradutor na sala com
ele. Esta não seria uma solução muito mais fácil?
adquiri-la; sendo assim, não é porque o aluno é surdo que ele conhece
a língua de sinais (assunto discutido na questão 6). Seria como uma
apresentação ministrada em português para um grupo de franceses:
para facilitar as diferenças das duas línguas, contrata-se um tradutor
para mediar a compreensão da língua portuguesa para o grupo de
franceses, o qual é constituído por crianças com cerca de um ano
e meio de idade. Sendo assim, o tradutor faria a mediação, mas o
público-alvo (crianças francesas) ainda não teria conhecimento
suficiente da própria língua francesa para compreender o que estava
sendo dito. É isso o que tem ocorrido com alguns surdos na inclusão
que são atendidos por tradutores. Embora a função do tradutor seja
a mediação das línguas (portuguesa e Libras), o aluno por vezes não
tem conhecimento suficiente em Libras para compreender o que
está sendo dito. O conteúdo pedagógico é transmitido para o aluno
por meio do tradutor, mas não é abarcado pelo aluno surdo.
Glossário
anacusia
Ausência total da percepção dos sons, sem resíduos auditivos.
bilinguismo
Uso de duas ou mais línguas. Em relação às pessoas com surdez, pode-se
afirmar que estas devem fazer uso de duas línguas, sendo a Libras sua L1,
ou seja, sua língua primeira, e a língua portuguesa sua L2, ou seja, a língua
pertencente a um grupo majoritário e que será apreendida de maneira
artificial. Para se tornar bilíngue, a pessoa deve fazer uso das experiências
culturais e sociais pertencentes a línguas por ela adquiridas.
cultura
Com a existência de uma língua, que permeia a comunicação, há também
uma série se comportamentos que devem ser aprendidos pelo grupo de
pessoas usuárias dessa língua. Tal conjunto de comportamentos engloba a
própria língua, regras de comportamento, valores e tradições.
cultura surda
Caracteriza-se pela compreensão que o Surdo adquire do "mundo",
ajustada às suas percepções visuais, visto que tem privadas suas percepções
auditivas. A Cultura Surda contribui para a formação da Identidade Surda,
abrangendo ideias, crenças, costumes e hábitos dos surdos.
datilologia/dactologia
Representação das letras do alfabeto com o uso das mãos, sistema
representativo encontrado nas línguas de sinais. Conhecido também como
soletração manual ou alfabeto datilológico.
deficiência/déficit auditivo
Categoria que se refere aos graus de perda auditiva, que pode variar de
perda leve (25 a 40 db) à anacusia. Oficialmente, "deficiência auditiva"
e "surdez" significam a mesma coisa. (Inciso II do art. 4o do Decreto no
3.298, de 20/12/99, que regulamenta a Lei no 7.853, de 24/10/89). (Sassaki)
106 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
disacusia
É um distúrbio da audição, onde há perda na qualidade sonora e não na
intensidade do som. Aumentar a intensidade da fonte sonora não garante
o entendimento do significado das palavras.
hipoacusia
Redução da sensibilidade auditiva, sem alterar a qualidade da audição. A
amplificação da fonte sonora possibilita uma audição adequada.
implante coclear
É um dispositivo eletrônico, que tem por função estimular eletricamente as
fibras nervosas remanescentes da orelha interna, permitindo a transmissão
do sinal elétrico para o nervo auditivo, a fim de ser decodificado pelo
córtex cerebral. Conhecido como ouvido biônico, o implante é colocado
na cóclea (orelha interna) e busca facilitar o reconhecimento dos sons de
maneira eletrônica.
inclusão
É a inserção total e incondicional da pessoa com déficit auditivo,
intelectual, físico e visual, assim como das pessoas com atraso global do
desenvolvimento ou superdotação, em qualquer ambiente, seja ele escolar,
cultural, social ou familiar. Para que a inclusão aconteça, deve haver
uma readequação nos sistemas já existentes. Não é a pessoa com déficit
que deve se adequar ao ambiente e sim o ambiente que deve adaptar-se à
nova realidade. A inclusão exige ruptura dos sistemas atuais existentes e
transformações sociais, para que haja uma realidade que atenda a todos.
intérprete
Pessoa que traduz da forma oral, escrita ou sinalizada, as palavras de uma
língua para outra língua, interpretando de uma língua (língua fonte) para
outra (língua alvo). O intérprete serve de mediador comunicativo quando
duas ou mais línguas são utilizadas dentro de um grupo, sendo que as
pessoas pertencentes a esse grupo não conhecem a língua utilizada pelo
outro falante ou sinalizante.
Glossário | 107
libras
Sigla que representa a Língua de sinais brasileira (LI- língua de sinais e
BRAS- brasileira), utilizada pela comunidade surda brasileira. Trata-
-se de uma modalidade linguística "quiroarticulatória-visual e não
oroarticulatória-auditiva" (Capovilla).
língua
É o conjunto de signos compartilhados por uma comunidade linguística
comum, um sistema coletivo de uma determinada comunidade linguística.
língua de sinais
É a língua utilizada pelas comunidades surdas. É uma língua natural,
conhecida pelo surdo como L1, reconhecida como língua por suas
características linguísticas. É visuoespacial e capta as experiências visuais
dos surdos.
língua majoritária
Utilizada pelos grupos maiores de uma sociedade, é a língua de uso oficial
de um país.
linguagem
Habilidade natural de comunicação que o ser humano tem. Apresenta-se
de forma livre e pode se dar por meio de palavras, gestos, imagens, sons,
cores, expressões, etc. É universal e abstrata.
minorias linguísticas
Grupos menores que fazem uso de uma língua comum, língua esta
diferenciada daquela utilizada por um grupo linguístico maior, considerada
oficial e utilizada por uma maioria.
108 | Michelle Marques Carmozine | Samanta C. C. Noronha
oralismo
Método de ensino utilizado com surdos, priorizando o uso da língua oral,
a leitura labial e o uso de aparelho de amplificação sonora. Aqueles surdos
que vivenciam esse método e dele fazem uso são denominados como
surdos oralizados.
ouvinte
Termo que designa as pessoas que ouvem dentro de um padrão considerado
normal.
português sinalizado
É uma forma de comunicação utilizada com os surdos. Faz uso de gestos,
Libras e do alfabeto dactológico como forma de comunicação. Sua estrutura
gramatical é da língua portuguesa e não da Libras, tornando-se artificial.
surdez
Termo que indica perda auditiva, que pode ser desde uma diminuição na
capacidade de escutar ou identificar os sons até uma perda total de audição.
surdo
Surdo (com "s" minúsculo) refere-se ao termo denominado para identificar
a pessoa com surdez (perda auditiva de severa a profunda). Surdo (com
"S" maiúsculo) é o indivíduo que se reconhece como pertencente a um
grupo linguístico minoritário e não como uma pessoa que tem uma
perda auditiva, defende o uso da língua de sinais e compartilha a ideia
de ser pertencente a uma Cultura Surda constituída por normas, valores e
atitudes distintos daqueles dos ouvintes.
tradutor
Profissional especializado que transpõe os signos linguísticos de uma
língua para a outra, podendo ser na modalidade oral, escrita ou na língua
de sinais. O tradutor pode fazer esse arranjo combinando qualquer uma
dessas modalidades.
109
Referências
Referências bibliográficas:
ALBRES, N. A. Surdos & Inclusão Educacional. São Paulo: Arara Azul, 2010.
______. Lei 11.796 Dispõe sobre o Dia Nacional dos Surdos. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11796.htm.
Acesso em 01 mai. 2010.
BRITO, L. F. Por uma gramática das línguas de sinais. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro/UFRJ, 1995.
Sites consultados:
http://www.manualmerck.net
http://www.aparelhosauditivosecia.com.br
Surdez e Libras: conhecimento em suas mãos
© HUB Editorial 2012
Edição Digital: 2012
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Revisão do Português
Simone Zaccarias
Projeto Gráfico/Editoração
Cia. de Desenho
ISBN 978-85-8076-097-2
12-09848
Carmozine, Michelle M. Surdez e libras [livro eletrônico] : conhecimento em suas
mãos / Michelle M. Carmozine, Samanta C. C. Noronha. -- São Paulo : Hub Editorial, 2012.
4 Mb ; PDF.
CDD-419
SURDEZ
E LIBRAS Michelle M. Carmozine • Samanta C. C. Noronha
conhecimento em suas mãos
Surdez e Libras: Conhecimento em suas mãos surgiu pela
necessidade de um material com uma linguagem direta
e simplificada que tratasse o tema da surdez com clareza
e ao mesmo tempo com leveza. O tema é sempre
delicado por envolver muitas opiniões e contradições. Michelle M. Carmozine
Especialista em Psicopedagogia Clínica e
Este livro busca apresentar um pouco de cada uma
SURDEZ
se trata de surdez e da pessoa com surdez devem ser Católica de Santos (Unisantos) (1999).
considerados os diversos fatores (familiares, Possui certificado da Prolibras em profi‐
econômicos e culturais) para se compreender sua ciência para o ensino e o uso da Libras em
nível superior. Atualmente é professora
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E LIBRAS
dos cursos de licenciatura da Universidade
Samanta C. C. Noronha Santa Cecília de Santos e do curso de
Pedagoga pela Universidade Metropolita‐
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pedagogia e de medicina da Unilus,
na de Santos (Unimes), em especialização acesso e compreensão para ser lido sequencial ou psicopedagoga clínica institucional e
em Libras e Educação de Surdos pela aleatoriamente; foi pensado para todos que têm tradutora intérprete em Libras na
Unibem, certificada em Libras pela Con‐ Prefeitura de São Vicente, atuando como
curiosidade ou precisam entender e compreender o
gregação Santista de Surdos e pela Associ‐
ação Assistencial Cáritas, professora de “mundo” dos surdos. Não há a pretensão de este ser um conhecimento em suas mãos a s s e s s o ra t é c n i c a p e d a g ó g i c a d o
Departamento de Educação Inclusiva e no
Libras no curso de Medicina da Unilus, material que inicia e termina em si mesmo. Mais do que projeto “Oficina de Leitura e Escrita” com
participando há mais de quatro anos de isso, este é apenas o início para que se possa refletir surdos. Tem experiência na área de
projetos de Educação Inclusiva junto à Psicopedagogia, com ênfase em diagnósti‐
Secretaria de Educação da Prefeitura de
sobre as questões abordadas para se ir além desses
co clínico, tratamento psicopedagógico:
Santos, na instrução de crianças com conceitos, criando sua própria opinião a respeito do TDAH, dislexia, dificuldades de aprendiza‐
diversos tipos de deficiências e necessida‐ surdo. gem, educação especial e na área de
des educacionais diferenciadas, notada‐ educação especial com surdos e surdoce‐
mente crianças surdas e com síndromes gos, há mais de 18 anos; desde 2009 é
associadas. Atua como educadora de estagiária em Psicologia Experimental no
surdos e tradutora e intérprete de Libras Instituto de Psicologia da Universidade de
Educacional. São Paulo (IPq‐USP).
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