Você está na página 1de 16

TREINAMENTO DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

COMUNICAÇÃO E EMPATIA

Isaqueroberto.silva

Isaque_robertooficial
O PODER E A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
A comunicação é uma das principais competências do ser humano.
Saber se comunicar bem, escutar os demais, desenvolver o pensamento
criativo, empatia e liderança são habilidades diferenciais para quem deseja
ser bem sucedido na família, nas relações de amizades e meio corporativo.
Para nos comunicarmos bem, de forma efetiva, é necessário
entendermos o outro e a nós mesmos. É aí que entra a Inteligência
Emocional.
A Inteligência emocional e boa comunicação caminham lado a lado.
Quem tem desenvolvida a inteligência emocional é capaz de se comunicar
com pessoas de diversos perfis e em uma grande variedade de contextos.
Autoconhecimento e Empatia são fundamentais para uma comunicação
assertiva e consequentemente no gerenciamento de relacionamentos.

Autoconhecimento como eu funciono.


Qual meu estilo comportamental.
Quais os traços da minha personalidade.
Quais meus pontos fortes e minhas fraquezas.
EMPATIA
Quando falamos de empatia é quase impossível não associarmos o termo a
outra palavra: simpatia. Mas, diferente do que muitas pessoas acham, empatia
e simpatia não são a mesma coisa:
Simpatia é mais uma resposta intelectual
Empatia é mais emocional.

A primeira está relacionada à vontade de estar junto ao outro, de agradá-lo.


Já a empatia estimula a vontade de conhecer e compreender alguém, mesmo
que esse alguém não seja tão próximo.
A simpatia une as pessoas por causa das afinidades que elas possam ter, por
causa do que têm em comum, do que conhecem, comem, têm como hobbie
etc.
Já a empatia ocorre por um processo de compreensão, o vestir os óculos do
outro e buscar enxergar como ele.

90% dos sofrimentos sejam nossos ou do outro, acontecem por causa das
interpretações das situações que vivemos. Pois somos levados a observar e
avaliar os acontecimentos.
Ex.: eu passo pela sala de reunião e vejo: o Andrey, a Elizangela de um lado da
mesa e um(a) colaborador(a) do outro. Imaginemos que essa pessoa não ande
muito bem com seus resultados, qual leitura você faria da situação?

Ou tem uma pessoa sentada com as mãos do rosto, enquanto a outra está em
pé olhando para o horizonte. Qual sua leitura?
A pessoa sentada acaba de receber uma má noticia
A pessoa sentada está chorando
A pessoa em pé é má, brigou.

Observação + uma avaliação (interpretação) = resulta em Crítica


Somos levados a julgar as pessoas com base em nosso mapa, com os nossos
filtros.

Dificilmente a gente observa a cena e descreve ela, sempre somos levados a


interpretar.

Se desejamos ser empáticos, devemos aprender que interpretar é diferente de


observar.
Precisamos aprender a observar os fatos e não os rótulos.
Qual o fato que gerou o rotulo, o que de verdade aconteceu?
Fatos trazem credibilidade para os seus argumentos.
O maior de todos os bloqueios para a empatia é o julgamento. A gente sempre
julga, mas, costumamos julgar os diferentes e não os iguais a nós.

É fácil ser empático, com quem é “igual” a mim.


Mas, quando as pessoas são diferentes (raça, classe social, escolha política,
religião) nós julgamos, com zero tolerância.

Precisamos ser guiados por juízo real e não juízo de valor


JUÍZO DE VALOR JUÍZO REAL
Ele(a) é grosseiro Ele(a) escreveu o texto em caixa alta
Ele(a) não liga para o projeto Ele(a) não veio nas 2 últimas reuniões
Ele(a) sempre se atrasa Ele(a) se atrasou nas 2 ultimas reuniões
Ele(a) é burro(a) Eu já expliquei 2 vezes
Ele(a) fez um ótimo trabalho Ele(a) superou a meta estabelecida
Ele(a) não se importa comigo Eu ligue e ele(a) não atendeu
Ele(a) é uma ótima pessoa Ele(a) sempre concorda comigo
No seu dia a dia, você tem observado os fatos ou interpretado os
acontecimentos?

Vamos falar sobre o caso da Gisele, conhecida na empresa em que trabalha


como a Diaba Vermelha, veremos a seguir 04 relatos sobre ela, a opinião de de
04 pessoas: Mario, o marido – Patrícia, a porteira – Otávio, o pedreiro e Emílio,
o engenheiro, por fim “ouviremos” a própria Gisele.

Mario, o marido:
Gisele é o amor da minha vida, é uma ótima profissional. Eu estou desempregado
e é ela quem paga as contas da casa. Eu cuido da casa, do nosso filho, afinal
alguém tem que fazer isso.
Ela está indo bem no trabalho, mas, tem uma coisa que me incomoda, é que para
trabalhar ela se arruma muito, usa vestido vermelho, está sempre no salto.
Eu acho isso estranho, pra trabalhar ela se maquia, se perfuma, enquanto em casa ela fica
desleixada, usa qualquer roupa. Não dá atenção pra mim, se não fosse o bastante, toda vez que o
telefone toca, é algum homem querendo falar com ela. Ela vive falando de um tal de Emilio
engenheiro, viaja a trabalho com esse cara, eu não aguento mais ouvir esse nome.
O que me entristece é que ela anda muito arisca, distante, já te peguei ela chorando escondido.
Mas ela não se abre. Eu queria que ela trabalhasse um pouco menos e valorizasse nossa família.
Patrícia, a porteira:
Eu conheço a Gisele a mais de 10 anos, vi a transformação dela, garanto
que o marido foi a pior coisa que aconteceu na vida dela. Ela era uma
menina feliz, vivia sorrindo, depois que se casou, tudo mudou, a faxineira
disse que o marido jogou todas as roupas dela fora e fez ela usar só
vermelho, porque achava que as roupas dela era muito de menininha e que ela precisava
impor mais poder.
A menina nem pode ter licença maternidade e o marido já fez ela voltar a trabalhar, ele
largou o emprego, só pra vigiar ela. A menina simpática, meiga se tornou uma mulher
insensível, vive olhando no celular. Outro dia ela passou correndo aqui pela portaria,
parecia que estava chorando.
Otavio, o operário:
O que eu sei da Gisele é que ela é a gerente e que é bom não mexer com ela. Ela
quase não vem na obra, mas, quando vem, o encarregado avisa logo cedo, pra
gente preparar tudo, eles falam “a diaba vermelha vem aqui hoje”. Ela tá sempre
olhando para tudo, brava, um dia ela demitiu um amigo meu sem motivo, o cara
não tinha feito nada. A gente não sabe muito da vida dela, o que a gente sabe
é o que o Emilio engenheiro fala. Ele conta que ela se esforça muito no trabalho e que faz de tudo
para manter as aparências da família, de vez em quando o frouxo do marido dela vem ai visitar,
carregando o bebe. O que o pessoal fala é que ele a traiu e que ela aceitou cuidar do filho da
outra. Mas também, ela tá sempre aqui na empresa, trabalhando feito uma doida, não deve ter
tempo pro marido. Eu acho que ela é meio frustrada, mas, ela tá recebendo o que merece,
ninguém mandou ser tão amarga.
Emilio, o engenheiro:
A Gisele é uma amigona, a gente se dá muito bem, eu a respeito muito, tenho uma
enorme admiração pelo trabalho dela. Ela era praticamente a única mulher aqui na
empresa. Quando ela começou fizemos um bolão pra ver quanto tempo ela durava
como gerente. Foi incrível, porque ela mudou completamente, a forma de se vestir,
de se portar. Deixou de lado o jeito doce, meiga, para ser uma gerente durona.
Só que acho que ela pesa de mais a mão, mas, este foi o único jeito que ela achou
para sobreviver no nosso meio. Ela tem um lado super família, vive falando do filho e
do marido. Na minha opinião o Mario é meio que um aproveitador, o cara vive como dono de casa,
a mulher ralando e o cara no parque brincando com o filho numa quarta feira.
No fundo acho que ela gosta disso, porque assim ela o tem na mão. Eu ouvi uns boatos de que ela
sugeriu que fosse assim, porque ela não queria perder esse ar de durona. Pelo jeito é ela que
manda e desmanda tanto aqui, quanto em casa.

De acordo com os relatos, você conseguiu imaginar como a Gisele é?

Vamos “ouvir” a Gisele....


A vida toda eu me dediquei 110% em tudo o que fiz, tive pais rigorosos, quando eu
tirava 10 na escola, olhavam para mim e diziam: “é sua obrigação” e se tirasse um 9,
perguntavam “por que não tirou 10?”.
No trabalho não é diferente, eu estou o tempo todo entregando o meu máximo, para
não dar brecha para ninguém duvidar da minha capacidade. Eu me obriguei a entrar
num personagem para ser respeitada. Sendo a única mulher nesta empresa dominada
por homens, se eu não me impor eles me engolem. Ser competente não é o suficiente,
quando as pessoas não te valorizam por ser mulher.
Teve uma vez que eu tive que chamar a atenção de um operário, quando eu dei as costas ele teve a
ousadia de falar para o colega “que eu era brava no trabalho, porque em casa não davam conta”. Eu
fiquei louca e demiti ele na hora.
Se eu não me impor, eu não tenho chance. Em casa as coisas não estão fáceis, eu amo muito meu
marido, mas, quando nos casamos, nós combinamos que eu iria pausar minha carreira para me
dedicar a maternidade, só que ele perdeu o emprego. E está a quase um ano em casa cuidando do
bebe e sem sucesso em se recolocar no mercado. Ele diz que está fazendo tudo o que pode, mas eu
sinto que ele está acomodado. Por outro lado, eu conquistei uma posição na empresa.
Tem dias que eu acordo triste porque nossos planos não eram estes, me sinto frustrada. Eu batalho
o dia todo na empresa e quando chego em casa não sinto que meu marido, esteja na luta comigo.
Quando chego em casa quero ficar com meu filho, curtir ele um pouco, quero me distrair e aí o
Mario me cobra, dizendo que não dou atenção para ele. Nós estamos nos distanciando cada vez
mais.
As coisas estão cada vez mais difíceis e tem dias que chego em casa chorando, porque eu não
aguento a pressão de ser uma super profissional, uma super mãe, uma super esposa. Se as pessoas
tivessem ideia do que eu passo, se fossem um pouco mais empáticas, com certeza as coisas seriam
muito mais fáceis.
Qual a sua opinião sobre a Gisele e sobre as outras pessoas. Você percebeu
que cada uma tem uma percepção, um julgamento sobre ela diante do que vê
e com isso rotulou ela?

Você conseguiu perceber como os rótulos podem atrapalhar a comunicação e


os relacionamentos?

Os rótulos são os grandes vilões da empatia.

Os rótulos marcam, machucas e atrapalham os relacionamentos. Rótulo é


quando identificamos a pessoa por uma “característica”: ele é preguiçoso, é
agressivo, etc.

Precisamos tomar cuidado com as nossas interpretações.

Precisamos questionar: Qual o fato gerou o rótulo, o que de verdade


aconteceu?
Fatos trazem mais credibilidade para os seus argumentos.
Precisamos mudar o foco, dos nossos erros e dos erros dos outros para as
necessidades de todos.

Como é a escada das conclusões:


1 – Percebo os dados ou fatos
2 – Escolho os dados
3 – Interpreto os dados que escolhi
4 – Desenvolvo minhas hipóteses
5 – Tiro as minhas conclusões
6 – Crio as minhas convicções sobre a pessoa
7 – Tomo uma decisão, decido agir, de acordo com minha interpretação dos
dados que escolhi, sem buscar saber o que realmente o que está acontecendo.

Quase sempre o que está em cena é a minha interpretação, a minha avaliação


que eu transformo em crítica.
É preciso avaliar o que é fato real e o que você está interpretando a partir dos
dados que você escolheu. Se eu checar os fatos, eu consigo avaliar melhor a
situação.
Num encontro com pessoas, clientes, familiares, fornecedores, muitas vezes a
outra pessoa pode me tratar “mal” e eu posso avaliar isso como um rótulo:
preguiçoso, grosseiro, mal educado, mal pagador, etc.
Mas, será que a pessoa é assim mesmo ou apenas está tendo um mal dia?

O que não é empatia:


1 – Aconselhar/Educar: você sempre tanta dar uma solução.
A pessoa diz: eles nunca me chamam para almoçar, eu acabo sempre
sozinha(a).
Eu: já falei pra você deixar essa gente mal amada, eles não te merecem. Devem
ter inveja de você.
Não somos a pessoa, não vivemos a história dela. Nunca diga se eu fosse você.
A pessoa precisa julgar a situação pelo próprio repertório.

2 – Competir: talvez você queira mostrar que existem problemas maiores e ao


invés de ajudar, você acaba desqualificando a pessoa.
A pessoa: Nossa, meu dia está sendo péssimo, estou esgotado(a).
Eu: você acha que seu dia foi péssimo? Isso porque você não viu o meu dia, a
minha correria.
3 – Consolar: as pessoas podem se sentir incomodadas com a reação de pena
A pessoa começa contar uma situação difícil. Ex.: minha mãe está no
hospital, estou preocupado(a)
Eu: tadinho(a) de você, e agora o que vai fazer? Quer um abraço? Não
começa a chorar, senão eu choro.
As pessoas não querem se sentir coitadas, não coloque ela como uma vítima.

4 – Encerrar o assunto: bola pra frente, esquece isso, vamos mudar de


assunto.
A pessoa vem contar outra vez aquela situação, seja no casamento, namoro
ou trabalho.
Eu vou logo dizendo: Pode para, nem vem. Já falei minha opinião. Não quero
ouvir de novo.

Empatia é se colocar no lugar do outro, sendo o outro.


Imaginando o que ele está passando, percebendo porque
é que ele está vivendo aquilo.
No que ele acredita, qual a prioridade, sem julgar.
OS PASSOS PARA A EMPATIA
1 – Observar: Ouvir com curiosidade para entender o momento e a visão do
outro.
Fazer perguntas que ajude a me conectar ao outro, muitas vezes
parafraseando, ouvindo sem julgar (sempre falei que não ia dar certo).
Você vai ajudando a pessoa a compreender a situação e ao mesmo tempo
entendendo o momento dela. Sem interromper, sem acrescentar coisas.
Se a pessoa está falando e eu já estou avaliando, não estou sendo empático e
estarei caminhando em direção a crítica.

2 – Sentimento: Explore os sentimentos envolvidos, sem rótulos.


O que a pessoa está sentindo.
Ao invés de falar: “eu sinto que você não está me entendendo”
Fale: “eu sinto que eu não estou conseguindo me comunicar”
Não focar na atitude do outro, mas, no sentimento que você tem em relação
a ação do outro.
É preciso focar no fato. Sem juízo, sem crítica.
É preciso se conectar, para depois esclarecer as situações.
3 – Necessidade: busque a necessidade que causou o sentimento, por que ela
está se sentindo assim.
Por trás de todo comportamento, existe uma necessidade.
Toda agressão é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida.
Busque descobrir a necessidade da pessoa e o que causou o sentimento nela
(necessidade = expectativa atendida: sentimento bom, não atendida:
sentimento ruim)

Investigando as necessidades da pessoa


QUANDO A PESSOA DIZ QUAL A NECESSIDADE DA PESSOA
Aqui em casa é sempre assim, é tudo culpa Apoio, Igualdade
minha
Você sempre aponta meus defeitos, nunca Reconhecimento
minhas qualidades
Você tem uma visão muito pessimista das Ambiente com mais alegria, bom humor
minhas coisas
Você não sai do WhatsApp Presença, atenção
Você é egoísta Atenção, carinho, cuidado
4 – Ação, se você observou, entendeu o sentimento envolvido e descobriu a
necessidade, está na hora da ação.
Você pode ajudar a pessoa ou apenas mostrar o que ela pode fazer.
Ela pode fazer um pedido e você pode negociar esse pedido.
Se eu tenho experiencia na situação que a pessoa está passando, eu posso
dizer: Posso te dar um conselho?
A pessoa pode aceitar ou não.
É possível pensar junto com a pessoa, mas, ela precisa decidir, ela precisa
escolher a solução.
Se o problema é comigo, eu posso dizer: Eu não sabia que minha atitude
causava impacto em você, a partir de hoje eu posso ser mais...

Próxima aula Gerenciamento de Relacionamentos e gerenciamento de conflitos

Você também pode gostar