2ª Edição
MÓDULO CUIDADOS E ORIENTAÇÕES ALIMENTARES
DIABETES
Realização Apoio
Ministério da Governo
Saúde Federal
2ªEd. CURSO A DISTÂNCIA DE NUTRIÇÃO NA APS
Temas:
Etiologia do Diabetes Mellitus
Panorama do Diabetes Mellitus
Classificação e diagnóstico
Tratamento de indivíduos com DM na AB
Organização da linha de cuidado
2ªEd. CURSO A DISTÂNCIA DE NUTRIÇÃO NA APS
DM não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que possuem em
comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas.
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2016).
De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016), há ainda duas categorias, referidas
como pré-diabetes, que são glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose diminuída. Essas categorias são fatores de
risco para o desenvolvimento de DM e doenças cardiovasculares. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2016).
Além disso, o número de pacientes diabéticos tem aumentado no país em consequência do crescimento e
envelhecimento da população, maior urbanização, progressiva prevalência da obesidade e sedentarismo, assim
como maior sobrevida destes. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2016).
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Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2016), no Brasil, no final da década de 80, estimou-se a
prevalência de DM nos adultos em 7,6%. Dados de 2010 mostram taxas mais altas, em torno de 15% em
Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, por exemplo. Em 2014, as estimativas davam conta da existência no
país de 11,9 milhões de pessoas na faixa etária de 20 a 79 anos com diabetes. Em 2035, é provável que o número
de pessoas com diabetes no Brasil alcance 19,2 milhões em 2035.
Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(Vigitel) de 2011 mostram que a prevalência de diabetes autorreferida na população brasileira acima de 18
anos aumentou de 5,3% para 5,6%, entre 2006 e 2011. Ao analisar esse dado de acordo com o gênero, apesar do
aumento de casos nos homens, com 4,4% em 2006, e passaram para 5,2% em 2011, as mulheres apresentaram
maior proporção da doença, correspondendo a 6%. A pesquisa revela ainda que os casos são mais comuns em
indivíduos com baixa escolaridade, ou seja, 7,5% das pessoas que têm até oito anos de estudo possuem DM,
contra 3,7% em indivíduos com mais de 12 anos de estudo, diferença de mais de 50%. (BRASIL, 2013).
O levantamento apontou também que o DM aumenta conforme a idade: 21,6% dos brasileiros com mais de
65 anos referiram a doença, índice bem maior do que entre as pessoas na faixa etária entre 18 e 24 anos, em que
apenas 0,6% são pessoas com diabetes. Com relação aos resultados regionais da pesquisa, a capital com o maior
número de pessoas com diabetes foi Fortaleza, Vitória registrou o segundo maior índice (7,1%), seguida de Porto
Alegre. Os menores índices foram em Palmas (2,7%), Goiânia (4,1%) e Manaus (4,2%). Estima-se que o Brasil
passe da oitava posição (prevalência de 4,6% em 2000) para a sexta posição (11,3% em 2030). (BRASIL, 2013).
Em 2013, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) estimou que 6,2% da população com 18 anos ou mais
de idade referiram diagnóstico médico de diabetes (7,0% nas mulheres e 5,4% nos homens). Quanto à
escolaridade, constatou-se maior taxa de diagnóstico de diabetes (9,6%) entre sujeitos sem instrução ou com
ensino fundamental incompleto. Com relação à idade, as taxas variaram de 0,6% na faixa etária de 18 a 29 anos
a 19,9% para 65 a 74 anos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2016).
De acordo com dados da Pesquisa Vigitel 2015, no grupo das 27 cidades estudadas, a frequência do
diagnóstico médico prévio de diabetes foi de 7,1% (6,9% entre homens e 7,3% mulheres). O diagnóstico da
doença tornou-se mais comum com o avanço da idade, em ambos os sexos, especialmente após 45 anos. Cerca
de um quarto dos indivíduos com 65 ou mais anos referiram diagnóstico médico de diabetes e, a frequência de
diabetes reduziu com o nível de escolaridade, em ambos os sexos. (BRASIL, 2015).
O DM e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e hospitalizações
no Sistema Único de Saúde (SUS). As complicações agudas e crônicas do diabetes causam alta morbimortalidade e
ocasionam altos custos para os sistemas de saúde. Estudo realizado pela OMS mostrou que os custos governamentais
de atenção ao DM variam de 2,5% a 15% dos orçamentos anuais de Saúde. Outros estudos internacionais sugerem que
o custo dos cuidados relacionados ao diabetes é cerca de duas a três vezes superior aos dispensados a pacientes não
diabéticos e relaciona-se diretamente com a ocorrência de complicações crônicas. (BRASIL, 2013).
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Classificação e diagnóstico
O DM pode permanecer assintomático por longo tempo. Sua detecção clínica é comumente feita não pelos
sintomas, mas pelos fatores de risco (hábitos alimentares não saudáveis, sedentarismo e obesidade). Por esse
motivo, é importante que as equipes de Atenção Básica estejam atentas não apenas para os sintomas, mas também
para seus fatores de risco. Algumas ações podem prevenir o diabetes e suas complicações. (BRASIL, 2013).
O DM tipo 2 envolve cerca de 90% dos casos de diabetes na população, seguido pelo DM tipo 1, que
corresponde por aproximadamente 8%. Além desses tipos, o diabetes gestacional também merece destaque, pelo
impacto na saúde da gestante e do feto. Em algumas circunstâncias, a distinção entre o tipo 1 e o tipo 2 pode não
ser simples. (BRASIL, 2013).
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Diagnóstico do DM
Os sinais e sintomas típicos que levantam a suspeita de diabetes são os “quatro P’s”:
• poliúria;
• polidipsia;
• polifagia e,
• perda de peso sem explicação.
Ainda que possam estar presentes no tipo 2, esses sinais são mais agudos no tipo 1, podendo evoluir para
cetose, desidratação e acidose metabólica, especialmente na presença de estresse agudo. Além disso, sintomas
mais vagos também podem estar presentes, como visão turva, prurido e fadiga. (BRASIL, 2013).
O diagnóstico de diabetes baseia-se na detecção da hiperglicemia. Existem quatro tipos de exames que
podem ser utilizados no diagnóstico do DM:
• glicemia casual;
• glicemia de jejum;
• teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em duas horas (TTG) e,
• hemoglobina glicada (em alguns casos).
Os critérios diagnósticos para cada um dos exames são apresentados na tabela abaixo. A utilização de
cada um desses quatro exames depende do contexto diagnóstico (BRASIL, 2013).
Categoria Glicemia de jejum* TTG: duas horas após Glicemia casual** Hemoglobina glicada
75g de glicose (HbA1C)
Glicemia normal <110 <140 <200
Glicemia alterada >110 e <126
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 36).
A história e o exame físico do paciente com DM devem ser obtidos de forma completa. O quadro abaixo
resume os aspectos relevantes da história clínica do paciente com DM que devem ser levados em consideração.
Tratamento de indivíduos
com DM na AB
A programação do atendimento para tratamento e acompanhamento de indivíduos com DM na Atenção
Básica deve ser realizada de acordo com as necessidades gerais previstas no cuidado integral e longitudinal do
diabetes, incluindo o apoio para mudança de estilo de vida, controle metabólico e prevenção de complicações
crônicas. O tratamento do tipo 2 consiste na adoção de hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada,
prática regular de atividade física, uso moderado de álcool e abandono do tabagismo, com ou sem tratamento
farmacológico. Estes hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento do diabetes, e são fundamentais no
controle glicêmico, além de atuarem no controle de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares.
O manejo clínico com uso de insulina no tipo 2, com múltiplas doses diárias, deve ser prioritariamente
realizado na unidade básica de saúde (UBS), podendo ser feito em ambulatório de especialidade em casos
específicos, ou com apoio matricial, se necessário. O paciente com DM tipo 1, apesar de na maioria das vezes
ter seu acompanhamento na atenção especializada, também precisa ter seu cuidado garantido na AB. É
fundamental que a equipe de saúde tenha conhecimento desta população e mantenha contato constantemente
com os demais níveis de atenção. (BRASIL, 2013).
O controle dos níveis glicêmicos é essencial no tratamento do DM. Através do controle metabólico o
paciente mantém-se assintomático e previne-se de complicações agudas e crônicas, promovendo a qualidade
de vida e diminuindo a mortalidade. (BRASIL, 2013).
Tratamento medicamentoso
O tratamento do DM tipo 1, além da terapia não farmacológica, exige administração de insulina, que deve
ser prescrita em esquema intensivo, de três a quatro doses de insulina/dia, divididas em insulina basal e insulina
prandial, cujas doses são adaptadas de acordo com as glicemias capilares, feitas ao menos três vezes por dia. Pela
maior complexidade no manejo desses pacientes, geralmente são acompanhados pela atenção especializada. Já
o tipo 2, que atinge a grande maioria das pessoas com diabetes, exige tratamento não farmacológico, em geral
complementado com antidiabético oral e, eventualmente, uma ou duas doses de insulina basal, conforme evolução
da doença. (BRASIL, 2013).
Em relação aos riscos de diabetes associados com o uso de medicamentos, pessoas com alto risco de DM
tipo 2 podem apresentar hipertensão e/ou alto risco cardiovascular e, como tal, fazem uso de medicamentos que
podem aumentar o risco de desenvolver a doença. (BRASIL, 2013).
Hipoglicemia
Hipoglicemia é a redução dos níveis glicêmicos – com ou sem sintomas – para valores abaixo de 70 mg/
dL. Os sintomas clínicos, entretanto, usualmente ocorrem quando a glicose plasmática é menor de 60 mg/
dl a 50 mg/dl. Na maioria das vezes, a queda da glicemia leva a sintomas neuroglicopênicos (fome, tontura,
fraqueza, dor de cabeça, confusão, coma, convulsão) e a manifestações de liberação do sistema simpático
(sudorese, taquicardia, apreensão, tremor).
Os fatores de risco para hipoglicemia incluem:
• idade avançada;
• uso abusivo de álcool;
• desnutrição;
• insuficiência renal;
• atraso ou omissão de refeições;
• exercício vigoroso;
• consumo exagerado de álcool e,
• erro na administração de insulina ou hipoglicemiante oral. (BRASIL, 2013).
A grande maioria das hipoglicemias é leve e facilmente tratável pelo próprio paciente. A hipoglicemia
pode ser grave quando o indivíduo ignora ou trata de forma inadequada suas manifestações precoces, não
reconhece ou não apresenta essas manifestações, ou quando a secreção de hormônios contrarreguladores é
deficiente, o que pode acontecer durante a evolução da doença. Todo esforço deve ser feito para prevenir tais
hipoglicemias graves ou tratá-las imediatamente. (BRASIL, 2013).
A detecção precoce da hipoglicemia evita seu agravamento e, para isso é preciso identificar sinais precoces
como sudorese, palpitação, cefaleia, tremores ou até mesmo uma sensação desagradável de apreensão. Quando não
há detecção precoce, o auxílio da família e amigos é essencial, pois podem alertar para um sinal quando esta ainda
não foi percebida pelo paciente. O tratamento precisa ser imediato, com pequena dose de carboidrato simples (10 g a
20 g), com repetição em 15 minutos, se necessário. Geralmente, 10 g de carboidrato simples estão presentes em duas
colheres de chá de açúcar, 100 ml de suco de fruta ou duas balas. O quadro abaixo demonstra algumas instruções que
ajudam no manejo da hipoglicemia pelo paciente, família e serviço de saúde. (BRASIL, 2013).
O risco de desenvolver complicações crônicas graves é muitas vezes superior ao de indivíduos sem diabetes
– 30 vezes para cegueira, 40 vezes para amputações de membros inferiores, 2 a 5 vezes
Para infarto agudo do miocárdio (IAM) e 2 a 3 vezes para acidente vascular cerebral (AVC). A duração do
diabetes é um fator de risco importante, mas outros fatores como hipertensão arterial, fumo e colesterol elevado
interagem com a hiperglicemia. (BRASIL, 2013).
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 36).
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Considerando que 99% dos cuidados diários necessários ao tratamento do diabetes são feitos pelo
diabético ou seus familiares, o maior desafio dos profissionais de saúde incide em estabelecer um processo efetivo
de educação em saúde para promoção do autocuidado. A escolha de metodologias educativas participativas e que
partam das necessidades da pessoa, bem como estabelecer juntamente com elas os objetivos e metas do processo
são essenciais no sucesso de um programa educativo. (BRASIL, 2013).
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Para saber mais sobre o apoio ao autocuidado, acesse o texto completo do livro Estratégias para o Cuidado
da Pessoa com Doença Crônica, da coleção Cadernos de Atenção Básica editada pelo Ministério da Saúde. O
livro está disponível, em sistema de livre acesso, no link: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/
caderno_36.pdf
A alimentação está diretamente relacionada com alguns fatores que interferem na prevenção e/ou controle
do DM tipo 2 e seus agravos, que são: excesso de peso, dislipidemia, mau controle glicêmico e padrão alimentar
com consumo exagerado de gordura saturada e baixa ingestão de frutas e vegetais. Assim, alterações na alimentação
são reconhecidas como um recurso tanto para o controle glicêmico como para o controle pressórico, manutenção
ou perda de peso, resultando na redução dos riscos associados às doenças cardiovasculares.
1. Realize 5 a 6 refeições diárias, evitando “beliscar” alimentos entre as refeições e permanecer longos períodos
sem se alimentar.
2. Evite o consumo de alimentos ricos em açúcar, como doces, sorvetes, biscoitos recheados, sucos em pó e
balas, preferindo aqueles sem açúcar como os diet, zero ou light. Utilize adoçante em substituição ao açúcar,
em quantidades moderadas! Leia os rótulos dos alimentos para verificar se eles possuem açúcar.
3. Evite o consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos complexos como pães, bolos, biscoitos, arroz,
macarrão, angu, mandioca, cará, batata e farinhas, preferindo os integrais. O ideal é consumir seis porções
diárias (uma porção = 1 pão francês ou 2 fatias de pão de forma ou 4 colheres de sopa de arroz).
4. Consuma diariamente verduras (alface, almeirão, couve etc.) e legumes (cenoura, pepino, tomate, abobrinha
etc.), preferencialmente crus. Recomenda-se ingerir, pelo menos, três porções diárias (uma porção de verduras
= 3 colheres de sopa; e de legumes = 2 colheres de sopa). Lembre-se: legumes como batata, mandioca e cará
não são recomendados.
5. Consuma frutas diariamente. O ideal são três porções diárias (uma porção = 1 maçã média ou 1 banana
ou 1 fatia média de mamão ou 1 laranja média). Para evitar o aumento da glicemia, prefira consumir as
frutas acompanhadas com leite, aveia, linhaça, granola diet ou como sobremesa após as refeições, sendo
preferencialmente com casca ou bagaço, por possuírem maiores quantidades de fibras.
6. Evite consumir alimentos ricos em sal como embutidos (presunto, salame e salsicha), temperos prontos
(caldos de carnes e de legumes) e alimentos industrializados (azeitonas, enlatados, chips, sopas e molhos
prontos etc.). Prefira temperos naturais como alho e ervas aromáticas. Use pouco sal para cozinhar.
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7. Diminua o consumo de alimentos ricos em gordura (frituras; carnes como pernil, picanha, maçã de peito,
costela, asa de frango, linguiça, suã etc.; leite integral; queijos amarelos; salgados e manteiga). Prefira leite
semidesnatado ou desnatado e carnes magras (músculo, acém, lombo etc.).
8. Consuma peixe, assados e cozidos pelo menos, uma vez por semana.
9. Reduza a quantidade de óleo utilizado na preparação dos alimentos e evite o uso da banha de porco. Prefira
alimentos cozidos, assados e preparados com pouco óleo.
10. Pratique atividade física regularmente, sob a supervisão de um profissional capacitado, mas realize um lanche
30 minutos antes para ter energia suficiente para realizar o exercício!
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 36).
Além do cálculo do IMC e da avaliação da circunferência abdominal, outra possibilidade que pode ser usada
na avaliação antropométrica da pessoa com diabetes é a estratificação de risco a partir da avaliação combinada
entre IMC e CA. O quadro abaixo apresenta essa estratificação:
Indivíduos com risco aumentado ou com alto risco possuem mais chances de apresentar dislipidemia,
resistência à insulina e hipertensão arterial sistêmica, fatores de risco para doenças cardiovasculares que
caracterizam a Síndrome Metabólica. (BRASIL, 2013).
A perda de peso é indicada para todas as pessoas com excesso de peso e diabetes ou risco de desenvolver
diabetes. A meta pode ser o peso saudável com IMC abaixo de 24,9 kg/m2, mas a redução de 7% do peso corporal
mostra-se capaz de diminuir a resistência à insulina. A perda de peso acelerada não é indicada, pois provoca
perda de massa magra e líquidos, dificultando ainda mais o emagrecimento e influenciando negativamente o
metabolismo. Além da perda de peso, a diminuição da gordura central com modificação no perfil de gordura
corporal precisa ser objetivada. O acúmulo de gordura na região do abdômen está relacionado ao maior risco
para doença. (BRASIL, 2013).
Conhecer o padrão alimentar pessoal e familiar é fundamental para identificar os fatores que possam contribuir
ou prejudicar o controle glicêmico ou que possam, ao longo do tempo, agravar a doença. A investigação do padrão
alimentar, especialmente o consumo de alimentos com alto teor de açúcar e gordura saturada e baixo consumo
de fibras, frutas e vegetais, é uma ferramenta importante para prevenção e manejo do DM. E, quando o controle
glicêmico estiver insatisfatório, faz-se necessário uma abordagem mais específica da alimentação, especialmente
sobre a ingestão de carboidratos, e uma investigação mais rigorosa com relação aos horários, qualidade e quantidade
das refeições relacionando com horários de medicação oral e/ou utilização de insulina (BRASIL, 2013).
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Carboidrato (CHO)
Na literatura há controvérsias quanto à proporção de carboidratos da dieta. A quantidade e a qualidade do
carboidrato são determinantes da resposta glicêmica. A recomendação diária é 50% – 60% do valor energético
total (VET) igual à da população em geral. O índice glicêmico (IG) nos alimentos é o incremento sobre a curva
glicêmica ocasionado pelo consumo de uma porção de 50 g de um alimento fonte de carboidrato comparado a
um alimento padrão. Já a carga glicêmica associa o índice glicêmico à quantidade de carboidratos consumidos
relacionando-se de forma positiva com o DM tipo 2. (BRASIL, 2013).
Carboidratos simples – como açúcar, mel, açúcar mascavo, garapa, melado, rapadura, doces em geral
e alimentos industrializados que contenham açúcar – precisam ser evitados ou trocados por adoçantes não
calóricos. O açúcar comum poderá ser usado, porém com restrição, respeitando os limites indicados na
orientação dietética. Sua ingestão eventual poderá ser permitida em quantidades pequenas (10 g a 15 g) como
sobremesas. (BRASIL, 2013).
Para obter mais informações sobre o uso de adoçantes, acesse o portal da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), disponível em: http://www.anvisa.gov.br
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Organização da
linha de cuidado
A finalidade da linha de cuidado do DM é fortalecer e qualificar a atenção à pessoa com esta doença
através da integralidade e longitudinalidade do cuidado, em todos os pontos de atenção.
É fundamental que o plano de cuidado desses pacientes seja pactuado diretamente com a pessoa,
propondo metas factíveis e que incluam mudança do estilo de vida. Quanto ao tratamento do DM ressalta-se
que o processo de educação em saúde desses pacientes deve ser contínuo, e deve ser iniciado já na primeira
consulta. Além disso, é de extrema importância que aspectos culturais, éticos e financeiros de cada paciente
sejam respeitados ao longo do plano terapêutico. Devem ser estabelecidas metas razoáveis para esses pacientes,
especialmente para aqueles de diagnostico recente.
Para obter informações mais detalhadas sobre DM, acesse o portal da Sociedade Brasileira de Diabetes:
http://www.diabetes.org.br/home-nutricao
E também o portal da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: http://www.endocrino.org.br/
Dicas de receitas para pacientes diabéticos estão disponíveis no link: http://www.diabetes.org.br/receitas
Referências bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes
mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36). Disponível em:
<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_36.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2014 saúde suplementar: vigilância de fatores de risco e
proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em:
<http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/2015_vigitel.pdf> .
Acesso em: 08 jul. 2016.
MALTA, D. C. et al. Mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e suas regiões, 2000 a
2011. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 23, n. 4, p. 599-608, 2014. Disponível em: <http://www.
scielosp.org/pdf/ress/v23n4/2237-9622-ress-23-04-00599.pdf> . Acesso em: 08 jul.2016.
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